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A RELAÇÃO ENTRE O FATURAMENTO LÍQUIDO E GASTO SÓCIO-AMBIENTAL TOTAL DAS EMPRESAS BRASILEIRAS COM SELO IBASE
VITÓRIA 2007
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Receita e os investimentos sócio-ambientais...................................................26
Gráfico 2 - Proporção dos gastos sócio-ambientais...........................................................26
Gráfico 3 - Dispersão do faturamento x gastos totais.........................................................35
Gráfico 4 - Resíduos de Receita Líquida de todas as empresas........................................35
Gráfico 5 - Resíduos de Receita Líquida de todas as empresas sem efeito tributos.........37
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Amostra das 52 empresas brasileiras que possuem o selo IBASE...................22
Tabela 2 - Empresas que não disponibilizaram o BS 2005 no portal IBASE.....................23
Tabela 3 - Amostra das 42 empresas que disponibilizaram o BS 2005.............................25
Tabela 4 - Classificação das 42 empresas por Receita Líquida.........................................28
Tabela 5 - Classificação das 42 empresas por proporção de investimentos sócio-
ambientais...........................................................................................................................30
Tabela 6 - Classificação das empresas por investimentos sócio-ambientais em relação ao
faturamento.........................................................................................................................32
Tabela 7 - Check do problema da pesquisa.......................................................................33
Tabela 8 - Análise de regressão.........................................................................................34
Tabela 9 - Análise de regressão sem efeito tributo............................................................36
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
GRI - Global Reporting Initiative
IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
ISO - Internacional Organization for Standardization
SGA - Sistema de Gestão Ambiental
WCED - United Nations World Commission of Environment and Development
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 06
1.1 ANTEDECENTES DO TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO.........................................06
1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA..........................................................................................07
1.3 OBJETIVOS.............................................................................................................08
1.3.1 Objetivo geral.........................................................................................................08
1.3.2 Objetivos específicos............................................................................................08
1.4 HIPÓTESES E SUPOSIÇÕES ...............................................................................08
1.5 JUSTIFICATIVAS.....................................................................................................09
1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO...................................................................................11
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................12
2.1 TRANSPARÊNCIA SÓCIO-AMBIENTAL: O BALANÇO SOCIAL IBASE................12
2.2 VISÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA EMPRESA............................................................16
2.3 MOTIVADORES PARA INVESTIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS..........................17
3 METODOLOGIA......................................................................................................19
3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA..................................................................................19
3.2 PESQUISA DOCUMENTAL.....................................................................................20
3.3 PESQUISA EXPLICATIVA.......................................................................................20
3.4 AMOSTRA................................................................................................................21
4 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...........................................................24
4.1 MEDIÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE GASTOS SÓCIO-AMBIENTAIS..........24
4.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.........................................................................24
5 CONCLUSÃO..........................................................................................................38
5.1 ASPECTOS CONCLUSIVOS..................................................................................38
5.2 SUGESTÃO PARA FUTURAS PESQUISAS...........................................................39
6 REFERÊNCIAS.......................................................................................................40
APÊNDICES............................................................................................................42
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1 INTRODUÇÃO
Essa seção apresenta os antecedentes, o problema e os objetivos da pesquisa. O tema
da transparência do investimento sócio-ambiental ganhou relevância na mídia escrita e
passou a ser tópico de interesse dos contadores e de diversos stakeholders1.
1.1 ANTEDECENTES DO TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO
A globalização dos recursos dos negócios, a internacionalização dos padrões de
qualidade ambiental descritas na série da Organização Internacional para Normatizações
(Internacional Organization for Standardization - ISO) 14000, que são normas
regulamentadoras internacionais que visam à implantação do Sistema de Gestão
Ambiental (SGA), a conscientização crescente dos atuais consumidores permitem prever
as futuras exigências do mercado consumidor em relação à preservação ambiental e a
melhor qualidade de vida.
As empresas percebem, então, possível vantagem competitiva no gerenciamento
ambiental em um cenário de oportunidades, consolidando-se o conceito de excelência
ambiental, que avalia a organização não somente por seu desempenho produtivo-
financeiro, mas também ambiental e ético.
Entre as diversas oportunidades que geram vantagens competitivas da gestão ambiental
na visão de Rodrigues e Ferreira (2006, p. 51) destaca-se: a reciclagem de materiais,
gerando economia de recursos; o aproveitamento dos resíduos internos; a utilização de
tecnologia ambientalmente mais limpa nos processos produtivos; o desenvolvimento de
produtos para o mercado cada vez maior de consumidores conscientizados com a
questão ecológica; surgimento de um mercado de trabalho promissor ligado à variável
ambiental, como a inclusão de funções técnicas específicas.
Para as empresas evidenciarem a manutenção dos recursos sócio-ambientais, Ribeiro
(2003, p. 9) relata que:
1 Considera-se stakeholders, grupo de indivíduos que possuam interesse no sucesso da organização: acionistas, clientes, funcionários, parceiros e governo.
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[...] em 1977 foi constituído na França o Balanço Social, com uma visão restrita a recursos humanos. Com o tempo, ganhou uma abordagem mais ampla, contemplando, além dos dados relativos a esses recursos, a questão ambiental, a cidadania e o valor agregado à economia do país...
Assim em decorrência da forte disseminação da idéia de que “preservar é preciso”, muitas
companhias têm adotado instrumentos para o gerenciamento ambiental. Para Ribeiro
(2005, p. 13),
“... a relevância desses gastos torna imperioso o seu adequado e detalhado gerenciamento, de forma a garantir a eficiência e eficácia da gestão econômica dos recursos disponibilizados para a continuidade da empresa, bem como para contribuir para o sucesso do sistema de gerenciamento ambiental em si...”.
1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA
Sabe-se que as empresas têm peso na utilização dos recursos naturais disponíveis no
planeta. Assim, é esperado que a preocupação com o social e o meio ambiente se torne
uma questão de sobrevivência e surgem vários movimentos sociais, empresariais e
voluntários no que se poderia chamar de consenso ambiental.
Estudo de Bufoni, Ferreira e Legey (2007), muito se tem falado em responsabilidade
sócio-ambiental nos últimos anos. Muitos advogam a transparência das atividades das
corporações e muitos outros buscam, dentre inúmeras opções, a melhor maneira de fazê-
lo.
O estudo procura até certo ponto investigar algumas variáveis, representadas por
indicadores divulgados pelas empresas no Balanço Social, que parecem ter influência na
decisão de investimentos na melhoria da eficiência ambiental ou na redução de impactos.
As empresas estão diante de um cenário que gerenciar as variáveis sócio-ambientais
significa não apenas o cumprimento de preceitos legais, mas também aumento de
competitividade, crescimento de mercados e maior expectativa de lucro. Desse modo, a
questão que este estudo pretende responder é:
— As empresas que possuem maiores faturamentos são aquelas que destinam maior
volume de gastos sócio-ambientais?
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1.3 OBJETIVOS
Esta seção apresenta o objetivo geral e os objetivos específicos da pesquisa que
contempla uma regressão que analisa se os gastos sócio-ambientais estão diretamente
ligados ao faturamento das empresas brasileiras pesquisadas.
1.3.1 Objetivo geral
Objetivo geral da pesquisa contempla avaliar se o volume do gasto sócio-ambiental das
empresas brasileiras possui relação direta com o faturamento.
1.3.2 Objetivos específicos
Para atendimento do objetivo geral são delineados os seguintes objetivos específicos:
a) identificar a proporção aproximada de investimento sócio-ambiental em relação ao
faturamento das empresas com o selo Ibase;
b) revisar a literatura e pesquisas recentes sobre o tema; e
c) elaborar um ranking de empresas que mais investem em relação ao faturamento.
1.4 HIPÓTESES E SUPOSIÇÕES
Segundo Vergara (2000), hipóteses ou suposições são as antecipações da resposta ao
problema. A investigação é realizada de modo que se possa confirmar ou refutar a
hipótese ou suposição. As suposições e hipóteses foram construídas em linha com a
pesquisa: Os Investimentos Ambientais Divulgados no Balanço Social do IBASE pelas
Empresas Brasileiras, Bufoni, Ferreira e Legey (2007), tendo como resultado que são
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significativos para a determinação do nível de investimentos em meio ambiente: a idade e
a capacitação do corpo funcional e a participação nos lucros das empresas. Assim, este
trabalho apresenta as seguintes suposições:
S0 — Empresas que apresentam maior volume de investimento sócio-ambiental não
apresentam maior relação investimento sócio ambiental/faturamento.
S1 — Empresas que apresentam maior volume de investimento sócio-ambiental também
apresentam maior relação investimento sócio ambiental/faturamento.
E também as seguintes hipóteses:
H0 — Não há evidências de relação linear entre o faturamento das empresas e o volume
de investimentos sócio-ambientais.
H1 — Há evidências de relação entre o faturamento das empresas e o volume de
investimentos sócio-ambientais.
1.5 JUSTIFICATIVAS
Acompanhando o cenário mundial, as empresas têm se mantido preocupadas com a
sustentabilidade dos recursos naturais, principalmente no que se refere ao
desenvolvimento sustentável.
Baroni (1992, p.16 apud FERREIRA, 2003 p. 17-18) apresenta o conceito de
desenvolvimento sustentável:
[...] implica usar os recursos renováveis naturais de maneira a não degradá-los ou eliminá-los, ou diminuir sua utilidade para as gerações futuras. Implica usar os recursos minerais não renováveis de maneira tal que não necessariamente se destrua o acesso a eles pelas gerações futuras.
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Implica ainda, conforme citação de Kinlaw (1997, p. 82 apud JUNG, 2006 p. 32) que o
desenvolvimento sustentável foi definido pela United Nations World Commission of
Environment and Development (WCED):
seu relatório de 1987, intitulado Our common future, como “... desenvolvimento (...) que atenda as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.”
Quanto ao condicionamento do mercado consumidor, segundo Rodrigues e Ferreira
(2006, p. 48) empresas não comprometidas com a questão ambiental, considerando a
inexistência de consumidores também não comprometidos, podem ser surpreendidas por
concorrentes que efetivamente já incluem os cenários ambientais em seu processo de
tomada de decisão e, de forma estrategicamente agressiva (e não reativa), condicionam o
mercado consumidor a interagir com a questão de preservação do meio ambiente.
Ferreira (2006, p. 53) defende que é valido discutir a necessidade, importância e
relevância da divulgação das informações ambientais por parte das empresas, mas isso
não produz efeito direto sobre as mesmas, porque a mudança normalmente ocorre de
dentro para fora, num processo lento, ou por meio de imposição legal, decorrente de
pressões sociais. O grau de comprometimento com o publico interno e externo reflete a
responsabilidade social das empresas.
Pinto e Ribeiro (2005, p. 38-39) acrescentam:
[...] acredita-se que a divulgação das ações sociais das organizações, dos planos internos voltados ao seu ativo humano, das políticas de investimentos direcionadas ao meio ambiente, da evidenciação da formação e distribuição da riqueza e contribuições a entidades assistenciais é de grande utilidade não somente para o público, mas também para a própria organização que as pública, haja vista que a publicação do balanço social, elaborado com informações fidedignas, é um instrumento que propicia um relacionamento mais intimo com o público e, consequentemente, a melhoria da imagem da empresa, além de servir como instrumento de controle e avaliação aos gestores.
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1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente trabalho irá enfocar os indicadores sócio-ambientais, com a finalidade de
verificar a sua proporção em relação ao faturamento. Para tal, irá se valer de uma
amostra de 42 (quarenta e duas) empresas brasileiras, pertencentes a diversos setores,
que publicam seus relatórios conforme modelo proposto do IBASE.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção tratamos de definir a abordagem necessária para abranger os elementos
presentes na pergunta de pesquisa e, por conseqüência, no objetivo geral e nos objetivos
específicos estabelecidos a partir do mesmo.
2.1 TRANSPARÊNCIA SÓCIO-AMBIENTAL: O BALANÇO SOCIAL IBASE
O contador está bem familiarizado com as demonstrações Balanço Patrimonial e DRE,
muito embora demonstrações sócio-ambientais estejam crescendo em relevância para a
sociedade devido à difusão dos conceitos de responsabilidade social e ambiental e de
desenvolvimento sustentável. Novos instrumentos como o Balanço Social e
Demonstração de Valor Adicionado refletem de certa forma o crescimento da demanda
por novas informações que as anteriores. Possivelmente a contabilidade como
ferramental de transparência na atualidade, ampliará as possibilidades da transparência e
prestação de contas da empresa à sociedade.
Quanto ao seu objetivo, Tinoco (2001, p.34) diz que: “ser eqüitativo e comunicar
informação que satisfaça a necessidade de quem dela precisa. Essa é a missão da
contabilidade, como ciência de reportar informação contábil, financeira, econômica, social,
física, de produtividade e de qualidade”.
Mariano (2000, p. 27) acrescenta que a transparência da empresa quanto a sua atuação
social permite a ela o fortalecimento de sua imagem e consequentemente garante a sua
continuidade e sua credibilidade diante da sociedade, pois nenhuma empresa consegue
permanecer no mercado por muito tempo, sem que haja boa aceitação por parte da
sociedade.
.
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Freire (1997, p.04) introduz especificamente o Balanço Social, demonstrativo contábil foco
do presente trabalho:
O balanço social é o conjunto de informações com base técnica contábil, gerencial e econômica capaz de propiciar uma visão da relação capital trabalho no que diz respeito aos seus diferentes aspectos econômico-sociais.
Para Kroetz (2000, p.78):
O balanço Social representa demonstração dos gastos e das influências das entidades na promoção humana, social e ecológica, dirigidos aos gestores, aos empregados e a comunidade com que interage, no espaço temporal passado/presente/futuro.
Sobre sua abrangência Tinoco (2001, p.32) relata: “o modelo de nosso balanço social
englobaria, pois, o valor adicionado e sua distribuição, além das informações de caráter
social, ambiental e de responsabilidade corporativa e pública, [...], publicadas juntamente
com as peças contábeis tradicionais, envolvendo, contudo, os dados do exercício
presente e dos dois exercícios anteriores para permitir sua análise”.
Há alguns modelos de balanços sociais no mundo. Entre eles pode-se destacar o modelo
do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Global Reporting Initiative (GRI) e o
IBASE. O Modelo do CFC é um demonstrativo de gestão que registra, de forma clara e
objetiva, o grau de comprometimento que a organização tem em relação à sociedade e ao
meio ambiente. A publicação do Balanço Social, também conhecido por relatório de
sustentabilidade ou relatório de responsabilidade social, faz parte desse compromisso de
gestão. O demonstrativo reúne informações sobre projetos, benefícios e ações sociais e
serve como instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da
responsabilidade social corporativa.
Já o modelo da ONU, Global Reporting Initiative (GRI) é uma instituição global
independente que está desenvolvendo uma estrutura mundialmente aceita para relato de
sustentabilidade. Esta estrutura, chamada Diretrizes GRI, permite às empresas e outras
organizações a preparar relatórios sobre seu desempenho econômico, ambiental e social,
comparáveis entre si. A GRI, em contraste, é uma estrutura externa de relato que permite
organizações a comunicar:
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1) ações tomadas para melhorar desempenho econômico, ambiental e social;
2) os resultados de tais ações;
3) estratégias futuras para melhoria.
As Diretrizes não governam o comportamento de uma organização. Ao invés disso, elas
ajudam uma organização a descrever o resultado da adoção e aplicação de códigos,
políticas, e sistemas de gestão. A GRI pretende fornecer uma ferramenta de relato que
tanto incorpora quanto complementa outras iniciativas.
O Selo Balanço Social Ibase/Betinho foi criado em 1998 e, desde então, tem sido
conferido anualmente a todas as empresas que adotam e publicam amplamente o modelo
de balanço social sugerido pelo Ibase. O selo tornou-se um indicativo de que a empresa
dá transparência às suas ações e investimentos no social, buscando uma postura mais
responsável e cidadã. O selo é anual, indicando sempre o exercício a que ele se refere. A
empresa tem o direito de utilizá-lo em seus documentos, relatórios, papelaria, produtos,
embalagens, site etc. Para o recebimento do Selo Balanço Social Ibase/Betinho, a
empresa deverá cumprir critérios com relação ao preenchimento, divulgação e conteúdo
do documento.
É importante destacar que o Selo Social representa um processo rigoroso de escolha da
empresas detentoras da certificação. Existem restrições para empresas expressas a
alguns setores/empresas. O Selo Balanço Social Ibase/Betinho não será fornecido às
empresas de cigarro/fumo/tabaco, armas de fogo/munições, bebidas alcoólicas ou que
estejam comprovadamente envolvidas com exploração de trabalho infantil e/ou qualquer
forma de trabalho forçado.
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2.2 VISÃO SÓCIO-AMBIENTAL DA EMPRESA
O conceito atual define o mercado como o sistema onde coexistem os negócios e os
novos paradigmas tecnológicos, industriais e ambientais, inclusive os interesses das
classes minoritárias.
Para muitos agentes, a questão sócio-ambiental esta se tornando fator de competitividade
e requer nova postura das organizações, como resultado de novo modelo de contrato
social, pactuado entre as empresas e os grupos de interesse social, regulado por políticas
publicas.
A atenção das organizações, antes voltadas para o publico interno – seus funcionários e,
em alguns casos, os respectivos familiares – passou a abranger a comunidade do entorno
das instalações produtivas de bens e serviços, os consumidores e a sociedade como um
todo.
Em raras situações, a visão sócio-ambiental da organização – independente do porte e
extensão das atividades ou negócios – tornou-se planetária, garantindo-lhes o atributo de
responsabilidade para o desenvolvimento sustentável, nos termos dos compromissos
propostos pela Agenda 21 – reconhecida por muitos paises, mas insuficientemente
cumprida quase por todos.
Conforme Coelho et. al. (2000), toda empresa tem uma função social e tem obrigação de
não poluir o ambiente natural onde ela esta localizada. Poluindo está prejudicando a
comunidade e a natureza.
No mundo das organizações privadas, com fins lucrativos, prevalece o entendimento
tradicional de que a implementação de ações sociais é da responsabilidade de diversos
segmentos da sociedade, das agências de governo e, em particular, das organizações
religiosas. Neste contexto, o objetivo essencial da empresa de negócios é atuar nos
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limites da conformidade legal e gerar a maior lucratividade para acionistas ou
proprietários.
Felizmente, esta não é a única visão, havendo empresas avançadas, que se consideram
entes da sociedade e que atuam - do ponto de vista da responsabilidade sócio-ambiental -
segundo três principais linhas:
a) desenvolvimento sustentável;
b) cidadania e direitos humanos e
c) relacionamento positivo com as partes interessadas – os stakeholders.
Para estas organizações, a responsabilidade sócio-ambiental representa a maneira de
marcar sua presença na sociedade humana e no ambiente biológico e físico-químico e,
com isso, demonstrar suas características, oferecer contribuições e de absorver novas
capacitações, de maneira a aumentar sua qualidade como ente sócio-ambiental.
2.3 MOTIVADORES PARA INVESTIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS
Percebe-se que esta motivação se da de forma bem precisa. Até os anos 70 tínhamos
total descaso, não havia preocupação com os problemas sócio-ambientais. Não havia
uma legislação, como passa a existir a partir dos anos 70 e 80, exigindo das empresas
um novo tipo de comportamento. A partir dos anos 80, quando se tem uma legislação e
um público um pouco mais consciente, especialmente as grandes empresas, que são as
mais afetadas pela ação da mídia e dos órgãos governamentais.
Denota-se então, que o principal motivador de mudanças de ação no campo sócio-
ambiental foram às pressões externas, as leis e proibições que forçaram as empresas a
tomar uma atitude responsável neste sentido. Essa preocupação sócio-ambiental teve
como principais motivadores o crescimento, a diversificação e as restrições da legislação
neste campo. E essa legislação é uma resposta do setor governamental as pressões da
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sociedade. O que temos de fato é uma soma da legislação, de ganhos econômicos e de
uma sociedade que cada vez mais questiona a ação empresarial.
Isso leva a percepção de que a área sócio-ambiental é inerente ao negocio. Hoje, muitas
empresas estão indo além da legislação no campo ambiental porque percebem que
investir na prevenção tem retorno financeiro.
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3 METODOLOGIA
Nesta pesquisa, para responder as questões abordadas, adota-se uma metodologia de
pesquisa de campo. Para isso, irá ser adotada a pesquisa empírico-analítica, que
segundo Martins (1994, p. 26), refere-se a abordagens que:
[...] privilegiam estudos práticos. Suas propostas têm caráter técnico, restaurador e incrementalista. Têm preocupação com a relação causal entre as variáveis. A validação da prova científica é buscada através de testes dos instrumentos, graus de significância e sistematização das definições operacionais.
Em relação à técnica empregada na coleta de dados, será baseada nos seguintes
procedimentos: pesquisa bibliográfica e análise documental, coleta de dados e teste de
hipótese.
A metodologia aplicada terá a finalidade principal de analisar e se familiarizar com o
conteúdo dos indicadores sócio-ambientais das empresas selecionadas. Tal situação
também releva um caráter residual de exploração do estudo. Nesse sentido, o estudo
também possui um traço de estudo exploratório.
3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Cervo e Bervian (1983, p. 55) definem a pesquisa bibliográfica como a que:
[...] explica um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.
A pesquisa bibliográfica incluirá principalmente livros, artigos, dissertações, teses e anais
de congressos publicados em revistas especializadas, jornais e/ou disponíveis na Internet.
A pesquisa documental “usa materiais que ainda não foram explorados, a bibliográfica
baseia-se nas contribuições dos diversos autores que já abordaram a questão”
(NASCIMENTO, 2002, p. 81).
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3.2 PESQUISA DOCUMENTAL
A investigação documental, segundo Vergara (1997), é o estudo em documentos
mantidos no interior de órgãos públicos ou privados como: balancetes, registros, anais,
circulares, ofícios, memorandos e outros.
A principal diferença entre pesquisa documental e pesquisa bibliográfica está na
procedência do material utilizado. Segundo Gil (1994, p.73):
Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Existem, de um lado, os documentos de primeira mão, que não receberam qualquer tratamento analítico, tais como: documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações, etc. De outro lado, existem os documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc.
Nesta pesquisa, o documento objeto de análise será o relatório de balanço social modelo
IBASE. Os relatórios serão acessados via internet, através das home pages das
empresas em estudo. A obtenção de respostas e a análise do relatório emitido pelas
empresas e conseguido dessa forma se enquadram no sentido amplo da pesquisa de
campo, tendo em vista que os resultados não diferem dos que seriam conseguidos em
visitas físicas às empresas envolvidas na pesquisa.
3.3 PESQUISA EXPLICATIVA
Beuren (2004, p.82 apud Andrade, 2002 p. 20),
[...] a pequisa explicativa é um tipo de pesquisa mais complexa, pois, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados procura identificar seus fatores determinantes. A pesquisa explicativa tem por objetivo aprofundar o conhecimento da realidade, procurando a razão, o porquê das coisas e por esse motivo está mais sujeita a erros [...]
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3.4 AMOSTRA
A pesquisa se limitou a 52 (cinqüenta e duas) empresas das quais possuem o selo de
certificação modelo IBASE, tendo com base os dados referentes ao ano de 2005, obtendo
como indicadores a Receita Liquida, Investimentos Sociais Internos e Externos e de Meio
Ambiente que constam no relatório para dar sustentação à pesquisa.
Para efeito de comparação de tamanho da empresa, tomaremos como base que as 21
(vinte e uma) primeiras em Receita Líquida serão as maiores e a restante menores.
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TABELA 1 - AMOSTRA DAS 52 EMPRESAS QUE POSSUEM O SELO IBASE Empresas
Açúcar Guarani S/A Agrovale - Agro Indústrias do Vale do São Francisco S/A
Apsen Farmacêutica S/A Bahiagás – Cia de Gás da Bahia
Banco do Brasil S.A Brasilsaúde Cia de Seguros Canguru Embalagens S/A
CEG Rio – Cia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A
Celpe – Cia Energética do Pernambuco Cia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira
Coan Alimentação e Serviços Cocal Comércio Indústria Canaã Açúcar e Álcool Ltda
Coelba – Cia de Eletricidade do Estado da Bahia Coelce – Cia Energética do Ceará Construtura Queiroz Galvão S/A
Copag da Amazônia S/A Copasa - Cia de Saneamento de Minas Gerais
Cosern – Cia Energética do Rio Grande do Norte Descartáveis Zanatta – Ind. de Plásticos Zanatta Ltda
Dori Alimentos Ltda EBAL – Empresa Baiana de Alimentos S/A
Ferrari Agroindústria Ltda Hospital de Clínicas de Porto Alegre
IESA – Projetos, Equipamentos e Montagens S/A Imbralit Ind. e Com. De Artefatos de Fibrocimento Ltda
Itaipu Binacional Jalles Machado S/A
Laboratório Sabin de Análises Clínicas Maeda S/A Agroindustrial Masa da Amazônia Ltda
Metasa S/A Indústria Metalúrgica Milenia Agrociências S/A Paraíso Bioenergia Ltda
Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A Refrigerantes Marajá S/A
Saint-Gobain Canalização S/A Samarco Mineração S/A
Santa Cruz S/A Açúcar e Álcool Sercomtel Celular S/A
Sercomtel S/A Telecomunicações Sulcatarinense – Mineração Artefatos de Cimento, Britagem e Construções Ltda
Fonte: Portal IBASE
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Contudo 10 (dez) empresas não disponibilizaram seus balanços sociais, sendo assim a
análise se reportará a 42 (quarenta e duas) empresas.
TABELA 2 - EMPRESAS QUE NÃO DISPONIBLIZARAM O BS 2005 Empresas
Canguru Embalagens S/A Celpe – Cia Energética do Pernambuco
Coan Alimentação e Serviços Cocal Comércio Indústria Canaã Açúcar e Álcool Ltda
EBAL – Empresa Baiana de Alimentos S/A Imbralit Ind. e Com. De Artefatos de Fibrocimento Ltda
Laboratório Sabin de Análises Clínicas Sulcatarinense – Mineração Artefatos de Cimento, Britagem e Construções Ltda
Usina São José da Estiva S/A Açúcar e Álcool Virgolino de Oliveira S/A Açúcar e Álcool
Fonte: Portal IBASE
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4 ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Nessa seção apresentar-se á organização dos dados e a discussão dos resultados.
4.1 QUANTIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE GASTOS SÓCIO-
AMBIENTAIS
PAIVA (2003) menciona que à contabilidade cabe o papel de reportar as atividades da
empresa por meio dos demonstrativos publicados, relatando inclusive os principais fatos
não evidenciáveis nos demonstrativos tradicionais. Para tal, pode lançar mão de veículos
de comunicação, como notas explicativas, relatório da administração, ou fazer uso de
recursos, como gráficos, tabelas e outros instrumentos que se fizerem necessários,
melhorando assim a apresentação e o layout de todas as demonstrações, portanto daí a
necessidade do relatório de balanço social modelo IBASE, pois ficam evidenciados os
gastos sócios ambientais.
Embora o balanço social ainda seja relatório de divulgação alternativa, o Projeto de Lei nº.
3.116/97, em trâmite nas esferas federais, prevê a obrigatoriedade da divulgação do
balanço social por empresas com 100 empregados ou mais, e para as públicas,
independentemente do número de funcionários.
4.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Obtiveram-se informações das empresas selecionadas do Portal IBASE de forma
atualizada. O objetivo é analisar dados dos relatórios modelo IBASE de 2005 deve-se, em
parte, à indisponibilidade de dados relativos ao ano de 2006 no referido portal.
Ressalta-se que podem existir empresas que publicam o Balanço Social. Muito embora se
saiba da possível existência, o trabalho focou o portal do IBASE como referência de
confiabilidade, usabilidade e acessibilidade aos dados das empresas.
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TABELA 3 - AMOSTRA DAS 42 EMPRESAS QUE DISPONIBILIZARAM O BS 2005
Empresas Receita RL Invest Social Interno
Invest Social
Externo
Invest Meio
Ambiente Açúcar Guarani S/A 441.124 22.367 73.501 6.841 Agrovale - Agro Indústrias do Vale do São Francisco S/A
111.251 19.623 889 191
Apsen Farmacêutica S/A 106.893 16.081 18.749 0 Bahiagás – Cia de Gás da Bahia 481.477 3.186 33.070 347 Banco do Brasil S.A 56.131.167 3.689.499 4.532.506 0 Brasilsaúde Cia de Seguros 146.554 4.133 2.564 0 CEG Rio – Cia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro
1.040.627 34.818 135.033 30.875
Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A
2.994.460 115.684 1.523.051 16.835
Cia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira 367.871 26.367 24.147 2.635 Coelba – Cia de Eletricidade do Estado da Bahia
2.702.117 91.214 1.440.774 22.708
Coelce – Cia Energética do Ceará 1.581.522 52.139 668.276 7.954 Construtura Queiroz Galvão S/A 2.872.709 244.186 153.941 86.296 Copag da Amazônia S/A 35.303 4.187 7.510 17 Copasa - Cia de Saneamento de Minas Gerais
1.476.580 213.160 244.816 2.668
Cosern – Cia Energética do Rio Grande do Norte
619.655 22.352 318.268 1.422
Descartáveis Zanatta – Ind. de Plásticos Zanatta Ltda
239.301 19.632 93.165 207
Dori Alimentos Ltda 208.092 13.010 21.813 266 Ferrari Agroindústria Ltda 85.974 6.998 7.604 0 Hospital de Clínicas de Porto Alegre 326.253 76.871 39.715 6.276 IESA – Projetos, Equipamentos e Montagens S/A
477.217 47.901 24.115 141
Itaipu Binacional 2.616.359 98.814 31.164 21.153 Jalles Machado S/A 123.657 11.603 17.715 620 Maeda S/A Agroindustrial 190.177 13.312 20.427 129 Masa da Amazônia Ltda 183.797 23.041 10.837 262 Metasa S/A Indústria Metalúrgica 84.357 5.550 20.744 191 Milenia Agrociências S/A 754.707 19.287 602 29.076 Paraíso Bioenergia Ltda 79.014 4.826 146 176 Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A 136.605.078 6.769.027 70.274.875 1.268.940 Refrigerantes Marajá S/A 23.051 1.275 13.582 144 Saint-Gobain Canalização S/A 267.923 23.365 49.510 348 Samarco Mineração S/A 2.468.775 69.004 358.384 17.554 Santa Cruz S/A Açúcar e Álcool 207.444 7.185 10.670 101 Sercomtel Celular S/A 159.592 20.534 70.631 0 Sercomtel S/A Telecomunicações 159.592 20.534 70.631 0 TAM Linhas Aéreas S/A 5.648.765 266.777 653.146 2.029 Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - Usiminas
13.040.726 508.886 2.921.246 60.465
Usina Açucareira São Manoel S/A 136.150 5.328 16.628 5.225 Usina Alvorada Açúcar e Álcool Ltda 88.182 6.257 6.193 807 Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A 269.987 7.559 33.141 37 Usina Mandu S/A 139.710 3.320 4.135 44.929 Usina São Domingos Açúcar e Álcool S/A 140.977 10.188 6.691 800 Vale do Ivaí S/A Açúcar e Álcool 87.620 4.479 5.785 362 Fonte: Portal IBASE Valores em R$ Mil
26
Relação das empresas analisadas levando em consideração os aspectos de Receita
Líquida e Gastos Sócio-Ambientais.
137.698.8121.639.027
83.960.39012.623.559235.921.787
0
25.000.000
50.000.000
75.000.000
100.000.000
125.000.000
150.000.000
175.000.000
200.000.000
225.000.000
250.000.000
Receita Líquida Invest SocialInterno
Invest SocialExterno
Invest MeioAmbiente
Outros
GRÁFICO 1 – RECEITA E OS INVESTIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS
O gráfico 1 demonstra a disparidade entre a Receita das empresas em relação aos seus
níveis de gastos sócio-ambientais.
5%1%
58%
36%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Invest Social Interno Invest Social Externo Invest Meio Ambiente Outros
Invest Social Interno Invest Social Externo Invest Meio Ambiente Outros
GRÁFICO 2 - PROPORÇÃO DOS GASTOS SÓCIO-AMBIENTAIS
27
O gráfico 2 representa a atual realidade brasileira de alta tributação exercida pelo
governo, pois dos 36% de investimentos sociais externos a maior fatia é composta por
tributos.
28
TABELA 4 - CLASSIFICAÇÃO DAS 42 EMPRESAS POR RECEITA LÍQUIDA
Empresas Receita RL Invest Social Interno
Invest Social
Externo
Invest Meio
Ambiente Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A 136.605.078 6.769.027 70.274.875 1.268.940 Banco do Brasil S.A 56.131.167 3.689.499 4.532.506 0 Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - Usiminas
13.040.726 508.886 2.921.246 60.465
TAM Linhas Aéreas S/A 5.648.765 266.777 653.146 2.029 Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A
2.994.460 115.684 1.523.051 16.835
Construtura Queiroz Galvão S/A 2.872.709 244.186 153.941 86.296 Coelba – Cia de Eletricidade do Estado da Bahia
2.702.117 91.214 1.440.774 22.708
Itaipu Binacional 2.616.359 98.814 31.164 21.153 Samarco Mineração S/A 2.468.775 69.004 358.384 17.554 Coelce – Cia Energética do Ceará 1.581.522 52.139 668.276 7.954 Copasa - Cia de Saneamento de Minas Gerais 1.476.580 213.160 244.816 2.668
CEG Rio – Cia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro
1.040.627 34.818 135.033 30.875
Milenia Agrociências S/A 754.707 19.287 602 29.076 Cosern – Cia Energética do Rio Grande do Norte 619.655 22.352 318.268 1.422
Bahiagás – Cia de Gás da Bahia 481.477 3.186 33.070 347 IESA – Projetos, Equipamentos e Montagens S/A
477.217 47.901 24.115 141
Açúcar Guarani S/A 441.124 22.367 73.501 6.841 Cia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira 367.871 26.367 24.147 2.635 Hospital de Clínicas de Porto Alegre 326.253 76.871 39.715 6.276 Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A 269.987 7.559 33.141 37 Saint-Gobain Canalização S/A 267.923 23.365 49.510 348 Descartáveis Zanatta – Ind. de Plásticos Zanatta Ltda
239.301 19.632 93.165 207
Dori Alimentos Ltda 208.092 13.010 21.813 266 Santa Cruz S/A Açúcar e Álcool 207.444 7.185 10.670 101 Maeda S/A Agroindustrial 190.177 13.312 20.427 129 Masa da Amazônia Ltda 183.797 23.041 10.837 262 Sercomtel Celular S/A 159.592 20.534 70.631 0 Sercomtel S/A Telecomunicações 159.592 20.534 70.631 0 Brasilsaúde Cia de Seguros 146.554 4.133 2.564 0 Usina São Domingos Açúcar e Álcool S/A 140.977 10.188 6.691 800 Usina Mandu S/A 139.710 3.320 4.135 44.929 Usina Açucareira São Manoel S/A 136.150 5.328 16.628 5.225 Jalles Machado S/A 123.657 11.603 17.715 620 Agrovale - Agro Indústrias do Vale do São Francisco S/A 111.251 19.623 889 191
Apsen Farmacêutica S/A 106.893 16.081 18.749 0 Usina Alvorada Açúcar e Álcool Ltda 88.182 6.257 6.193 807 Vale do Ivaí S/A Açúcar e Álcool 87.620 4.479 5.785 362 Ferrari Agroindústria Ltda 85.974 6.998 7.604 0 Metasa S/A Indústria Metalúrgica 84.357 5.550 20.744 191 Paraíso Bioenergia Ltda 79.014 4.826 146 176 Copag da Amazônia S/A 35.303 4.187 7.510 17 Refrigerantes Marajá S/A 23.051 1.275 13.582 144 Fonte: Portal IBASE Valores em R$ Mil
29
Na tabela 4 a PETROBRÁS se encontra em 1º lugar em relação à Receita Líquida das
empresas pesquisadas, dado ao seu crescimento nos mercados onde atua e os atuais
preços derivados do petróleo, tendo com uma das empresas mais rentáveis da América
Latina. Já ao Banco do Brasil que se encontra em 2º lugar pode-se fazer referência ao
seu ramo de atuação que facilita os altos lucros dos bancos, através de altas taxas
bancárias e os atuais níveis de financiamento. Quanto a Refrigerantes Marajá se
posicionou em último lugar, como trata-se de receita líquida, o impacto está no seu nível
de desembolso/gastos sociais e ambientais, o que demonstrar-se á a seguir.
30
TABELA 5 - CLASSIFICAÇÃO DAS 42 EMPRESAS POR PROPORÇÃO DE INVESTIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS
Empresas Receita RL Invest Social Interno
Invest Social
Externo
Invest Meio
Ambiente Proporção
Refrigerantes Marajá S/A 23.051 1.275 13.582 144 65% Coelba – Cia de Eletricidade do Estado da Bahia 2.702.117 91.214 1.440.774 22.708 58%
Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A 136.605.078 6.769.027 70.274.875 1.268.940 57% Sercomtel Celular S/A 159.592 20.534 70.631 0 57% Sercomtel S/A Telecomunicações 159.592 20.534 70.631 0 57% Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A 2.994.460 115.684 1.523.051 16.835 55%
Cosern – Cia Energética do Rio Grande do Norte 619.655 22.352 318.268 1.422 55%
Descartáveis Zanatta – Ind. de Plásticos Zanatta Ltda 239.301 19.632 93.165 207 47%
Coelce – Cia Energética do Ceará 1.581.522 52.139 668.276 7.954 46% Hospital de Clínicas de Porto Alegre 326.253 76.871 39.715 6.276 38% Usina Mandu S/A 139.710 3.320 4.135 44.929 37% Copag da Amazônia S/A 35.303 4.187 7.510 17 33% Apsen Farmacêutica S/A 106.893 16.081 18.749 0 33% Metasa S/A Indústria Metalúrgica 84.357 5.550 20.744 191 31% Copasa - Cia de Saneamento de Minas Gerais 1.476.580 213.160 244.816 2.668 31%
Saint-Gobain Canalização S/A 267.923 23.365 49.510 348 27% Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - Usiminas 13.040.726 508.886 2.921.246 60.465 27%
Jalles Machado S/A 123.657 11.603 17.715 620 24% Açúcar Guarani S/A 441.124 22.367 73.501 6.841 23% Usina Açucareira São Manoel S/A 136.150 5.328 16.628 5.225 20% CEG Rio – Cia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro 1.040.627 34.818 135.033 30.875 19%
Agrovale - Agro Indústrias do Vale do São Francisco S/A 111.251 19.623 889 191 19%
Masa da Amazônia Ltda 183.797 23.041 10.837 262 19% Samarco Mineração S/A 2.468.775 69.004 358.384 17.554 18% Maeda S/A Agroindustrial 190.177 13.312 20.427 129 18% Ferrari Agroindústria Ltda 85.974 6.998 7.604 0 17% Construtura Queiroz Galvão S/A 2.872.709 244.186 153.941 86.296 17% Dori Alimentos Ltda 208.092 13.010 21.813 266 17% TAM Linhas Aéreas S/A 5.648.765 266.777 653.146 2.029 16% IESA – Projetos, Equipamentos e Montagens S/A 477.217 47.901 24.115 141 15%
Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A 269.987 7.559 33.141 37 15% Usina Alvorada Açúcar e Álcool Ltda 88.182 6.257 6.193 807 15% Banco do Brasil S.A 56.131.167 3.689.499 4.532.506 0 15% Cia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira 367.871 26.367 24.147 2.635 14%
Usina São Domingos Açúcar e Álcool S/A 140.977 10.188 6.691 800 13% Vale do Ivaí S/A Açúcar e Álcool 87.620 4.479 5.785 362 12% Santa Cruz S/A Açúcar e Álcool 207.444 7.185 10.670 101 9% Bahiagás – Cia de Gás da Bahia 481.477 3.186 33.070 347 8% Paraíso Bioenergia Ltda 79.014 4.826 146 176 7% Milenia Agrociências S/A 754.707 19.287 602 29.076 6% Itaipu Binacional 2.616.359 98.814 31.164 21.153 6% Brasilsaúde Cia de Seguros 146.554 4.133 2.564 0 5%
Fonte: Portal IBASE Valores em R$ Mil
31
Fazendo uma análise da tabela 5, se encontra a Refrigerantes Marajá em 1º lugar com
65% de proporção, por impacto do seu nível de desembolso/gastos social externo que
representa mais de 50% dessa composição, o que também ocorre com as empresas
Coelba e Petrobrás. Quanto a Brasilsaúde Cia. de Seguros ficou em último lugar dado a
não gastar em meio ambiente e seus níveis de gastos sociais não passarem de 5% em
relação ao total.
32
TABELA 6 - CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS POR INVESTIMENTOS SÓCIO-AMBIENTAIS EM RELAÇÃO AO FATURAMENTO
Empresas Proporção Receita RL
Refrigerantes Marajá S/A 1 42 Coelba – Cia de Eletricidade do Estado da Bahia 2 7 Petrobrás – Petróleo Brasileiro S/A 3 1 Sercomtel Celular S/A 4 27 Sercomtel S/A Telecomunicações 5 28 Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A 6 5 Cosern – Cia Energética do Rio Grande do Norte 7 14 Descartáveis Zanatta – Ind. de Plásticos Zanatta Ltda 8 22 Coelce – Cia Energética do Ceará 9 10 Hospital de Clínicas de Porto Alegre 10 19 Usina Mandu S/A 11 31 Copag da Amazônia S/A 12 41 Apsen Farmacêutica S/A 13 35 Metasa S/A Indústria Metalúrgica 14 39 Copasa - Cia de Saneamento de Minas Gerais 15 11 Saint-Gobain Canalização S/A 16 21 Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - Usiminas 17 3 Jalles Machado S/A 18 33 Açúcar Guarani S/A 19 17 Usina Açucareira São Manoel S/A 20 32 CEG Rio – Cia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro 21 12 Agrovale - Agro Indústrias do Vale do São Francisco S/A 22 34 Masa da Amazônia Ltda 23 26 Samarco Mineração S/A 24 9 Maeda S/A Agroindustrial 25 25 Ferrari Agroindústria Ltda 26 38 Construtura Queiroz Galvão S/A 27 6 Dori Alimentos Ltda 28 23 TAM Linhas Aéreas S/A 29 4 IESA – Projetos, Equipamentos e Montagens S/A 30 16 Usina Cerradinho Açúcar e Álcool S/A 31 20 Usina Alvorada Açúcar e Álcool Ltda 32 36 Banco do Brasil S.A 33 2 Cia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira 34 18 Usina São Domingos Açúcar e Álcool S/A 35 30 Vale do Ivaí S/A Açúcar e Álcool 36 37 Santa Cruz S/A Açúcar e Álcool 37 24 Bahiagás – Cia de Gás da Bahia 38 15 Paraíso Bioenergia Ltda 39 40 Milenia Agrociências S/A 40 13 Itaipu Binacional 41 8 Brasilsaúde Cia de Seguros 42 29 Fonte: Elaboração própria
Tendo como análise a tabela 6, a Refrigerantes Marajá ficou em 1º lugar em proporção
dos seus investimentos, lembrando que a empresa possuía a menor Receita Líquida entre
as empresas avaliadas, seguida da Coelba e Petrobrás em 2º e 3º lugares
respectivamente, mas já se concentravam entre o grupo das maiores em Receita Líquida.
33
Já a TAM que se concentrava em 4º lugar em Receita Líquida ficou em 29º e o Banco do
Brasil em 33º em proporção, respectivamente, demonstrando que os seus segmentos de
atuação destinam menos recursos do que os demais setores da economia.
TABELA 7 - CHECK DO PROBLEMA DA PESQUISA
Item Maiores Menores Total
Maior proporção 11 10 21 Menor proporção 10 11 21
Total 21 21 42 Fonte: Elaboração própria
A tabela 7 que faz um check do problema da pesquisa quanto à variação das empresas
em relação aos gastos pelo faturamento, demonstrou que houve dispersão entre as
empresas dado que das 21 maiores empresas em receita líquida, 10 obtiveram menor
grau de proporção de investimentos e enquanto das 21 menores empresas, 10 obtiveram
maior grau de proporção de investimentos.
Agora, com relação a análise de regressão, Levine et. al. (2005) esclarece que a análise
de regressão linear simples é uma técnica estatística que usa uma única variável
independente numérica, x, para fazer a previsão sobre a variável dependente numérica, y.
Nesse estudo tem como variável x a Receita Líquida e quanto a variável y o somatório
dos gastos sociais e ambientais.
A análise da regressão é utilizada principalmente para fins de previsão. Tem por objetivo
desenvolver um modelo estatístico que possa ser utilizado para prever os valores de uma
variável de resposta ou dependente, com base nos valores correspondentes a pelo
menos uma variável explanatória ou independente explica Levine et. al. (2005).
No presente estudo de regressão é realizado a análise a partir do R2, do p-valor e de
Resíduos.
O R2 mede o a proporção da variação de y, que é explicada através da variável
independente x, no modelo de regressão.
O p-valor representa se a regressão é estatisticamente significante para resultados abaixo
de 1%.
34
A análise de Resíduos consiste num método gráfico para avaliar se o modelo de
regressão, que tenha sido ajustado aos dados, corresponde a um modelo apropriado.
Além disso, a análise de resíduos permite também potenciais violações das premissas do
modelo de regressão a ser avaliado.
TABELA 8 - ANÁLISE DE REGRESSÃO Estatística de
regressão Todas
empresas As maiores As menores
R múltiplo 0,9577 0,9571 0,5715 R-Quadrado 0,9171 0,9160 0,3266
R-quadrado ajustado 0,9151 0,9116 0,2911 p-valor 3,03922E-23 1,13049E-11 0,006806313
Observações 42 21 21 Fonte: Elaboração própria
Para todas as empresas a análise do R2 que leva em conta as variáveis receita líquida e
total de gastos mostra forte correlação, haja vista o índice obtido de 91,71%.
Coincidentemente quase a mesma força de relacionamento foi evidenciada entre a
regressão entre as 21 maiores que foi de 91,60%. Já a regressão entre as 21 menores
empresas não possibilitou evidenciar uma relação forte entre o faturamento e gastos
sócio-ambientais.
O p-valor demonstra que as relações são estatisticamente significantes para os 03 tipos
de análise sobre o faturamento em relação aos gastos da amostra com todas as
empresas (42 observações), das maiores (21 observações) e das menores (21
observações).
35
-10.000.000
0
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
80.000.000
90.000.000
0 20.000.000 40.000.000 60.000.000 80.000.000 100.000.000 120.000.000 140.000.000 160.000.000
Faturamento
Gas
tos
To
tais
Faturamento x Gastos Totais Linear (Faturamento x Gastos Totais)
GRÁFICO 3 – DISPERSÃO DO FATURAMENTO X GASTOS TOTAIS
O gráfico 3 mostra a dispersão do faturamento x gastos totais, demonstrando que esta
relação se comporta como uma reta.
Variável X 1 Plotagem de resíduos
-25.000.000
-20.000.000
-15.000.000
-10.000.000
-5.000.000
0
5.000.000
10.000.000
0
20.0
00.0
00
40.0
00.0
00
60.0
00.0
00
80.0
00.0
00
100.0
00.0
00
120.0
00.0
00
140.0
00.0
00
160.0
00.0
00
Receita Líquida
Re
síd
uo
s
GRÁFICO 4 – RESÍDUOS DE RECEITA LÍQUIDA DE TODAS AS EMPRESAS
36
A análise de resíduo demonstra visualmente que há uma concentração de empresas, se
destacando pela disparidade a Petrobrás e o Banco do Brasil. Tal representação gráfica
evidenciou uma tendência na referida amostra, bem como a existência de observações
discrepantes (outliers).
Muito embora a análise do R2 e do p-valor orientam uma decisão da relação positiva e
linear entre faturamento e gastos sócio-ambientais totais, algumas ressalvas são notáveis
através do gráfico dos resíduos:
a) efeito Petrobrás e Banco do Brasil que são empresas estatais e que possuem um
tamanho, faturamento, muito acima das demais;
b) verifica-se facilmente aglomeração de valores de gastos abaixo de R$ 20 milhões o
que dificultaria a visualização das tendências dos resíduos com demandas de testes mais
robustos de análise estatística.
Não obstante os resultados favoráveis à relação positiva entre faturamento e gasto sócio-
ambiental, restaria excluir os efeitos dos tributos.
TABELA 9- ANÁLISE DE REGRESSÃO SEM EFEITO TRIBUTO Estatística de
regressão Todas
empresas As maiores As menores
R múltiplo 0,9980 0,9980 0,0548 R-Quadrado 0,9961 0,9959 0,0030
R-quadrado ajustado 0,9960 0,9957 -0,0495 Valor-P 8,77735E-50 3,43224E-24 0,813494716
Observações 42 21 21 Como resultado dos dados da tabela 9 não se percebe alteração das repostas obtidas
sem o efeito tributos, haja vista os valores de R2 para todas e maiores empresas ter se
aproximado de 100%, demonstrando uma forte correlação entre as variáveis, já para as
menores empresas não foi justificado há correlação entre os gastos e a receita, assim
como fica evidenciado para os valores do p-valor das 03 (três) situações.
No que se refere à análise do efeito tributo há duas questões relevantes. A primeira é que
a amostra revelou para as 21 maiores empresas uma relação mais forte, enquanto que
37
para as menores o tributo, por si só, pode representar parcela significativa do
investimento social.
Variável X 1 Plotagem de resíduos
-300.000
-200.000
-100.000
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
0 20.000.000 40.000.000 60.000.000 80.000.000 100.000.000 120.000.000 140.000.000 160.000.000
Receita Líquida
Res
ídu
os
GRÁFICO 5 – RESÍDUOS DE RECEITA LÍQUIDA DE TODAS AS EMPRESAS SEM EFEITO TRIBUTOS
Portanto, com ou sem o impacto dos tributos a regressão evidencia uma forte correlação
entre as variáveis faturamento e gastos totais para todas as maiores empresas, contudo o
efeito Petrobrás e Banco do Brasil influenciam nessa relação conforme o gráfico de
resíduos demonstrou.
38
5 CONCLUSÃO
Nesta seção apresentaremos a conclusão sobre o resultado da pesquisa. Após as
considerações finais são apresentadas algumas sugestões para futuras pesquisas.
5.1 ASPECTOS CONCLUSIVOS
Este estudo teve por objetivo verificar, por intermédio da análise de 42 balanços sociais
divulgados pelas empresas, referente ao ano de 2005, como exigência para obtenção do
selo Balanço Social concedido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
(IBASE), avaliar se o volume dos gastos sócio-ambiental das empresas brasileiras possui
relação direta com o faturamento.
Indicadores sócio-ambientais – Investimentos relacionados com o social interno e externo
e a produção/operação da empresa, do Balanço supra-referenciado. Através de uma
análise desses indicadores e modelagem de regressão simples foi investigada a relação
entre faturamento e investimentos sócio-ambientais.
Com base nas evidências da pesquisa, pela amostra estudada, ficou demonstrado que
não necessariamente as maiores empresas em termos proporcionais destinam maiores
investimentos sócio-ambientais, aceitando a suposição nula, pois das 21 (vinte e uma)
maiores e menores, houve uma variação no ranking entre as empresas, tendo Usiminas,
TAM e Banco do Brasil se classificando entre os últimos, enquanto Refrigerantes Marajá,
Sercomtel e Descatáveis Zanata entre os primeiros considerando a proporção de seus
investimentos.
Os resultados da análise de regressão sugerem existir, uma relação positiva entre a
receita e os investimentos sócio-ambientais. Contrapondo a hipótese nula de que não há
correlação e ao obtido pelo estudo de Bufoni, Ferreira e Legey (2007), que conclui que a
relação receita e nível de investimentos é uma relação negativa. Ressalta-se, contudo que
a análise de resíduos demonstrou uma tendência visual passível de futuras análises e a
39
existência de observações discrepantes de empresas com tamanho relevante a exemplo
da Petrobras, Banco do Brasil e USIMINAS, por exemplo.
Assim o estudo traz algumas contribuições que parece existir relação positiva entre
faturamento (tamanho) e investimento sócio-ambiental, bem como existir algum efeito
tributação que pode ter tido algum impacto na análise da relação investimento sócio-
ambiental e faturamento líquido, especialmente para pequenas empresas. Será que o
“investimento externo abatido dos impostos” decresce com o tamanho, sugestão para
futuras pesquisas, como poderão observar na próxima seção.
5.2 SUGESTÃO PARA FUTURAS PESQUISAS
Sugere-se para futuras pesquisas sobre o tema com aplicação para o mercado brasileiro
um estudo estatístico de tratamento de outlier. Essa perspectiva se faz notar pela
dimensão da Petrobrás e do Banco do Brasil que possivelmente alteraram as
configurações dos modelos utilizados. Pode-se também antecipar que a postura assumida
no trabalho foi a de não excluir, sem um tratamento pormenorizado, dos outliers por uma
questão de critério de seleção da amostra e o caráter exploratório do trabalho.
40
6 REFERÊNCIAS
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42
APÊNDICE A: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
SÓCIO-AMBIENTAIS TOTAIS PARA TODAS AS EMPRESAS (SAÍDAS DO MSEXCEL)
APÊNDICE B: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
SÓCIO-AMBIENTAIS TOTAIS PARA AS MAIORES EMPRESAS (SAÍDAS DO
MSEXCEL)
44
APÊNDICE C: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
SÓCIO-AMBIENTAIS TOTAIS PARA AS MENORES EMPRESAS (SAÍDAS DO
MSEXCEL)
45
APÊNDICE D: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
SÓCIO-AMBIENTAIS TOTAIS PARA TODAS AS EMPRESAS EXCLUINDO TRIBUTOS
(SAÍDAS DO MSEXCEL)
46
APÊNDICE E: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
SÓCIO-AMBIENTAIS TOTAIS PARA AS MAIORES EMPRESAS EXCLUINDO
TRIBUTOS (SAÍDAS DO MSEXCEL)
47
APÊNDICE F: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
SÓCIO-AMBIENTAIS TOTAIS PARA AS MENORES EMPRESAS EXCLUINDO
TRIBUTOS (SAÍDAS DO MSEXCEL)
48
APÊNDICE G: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
INTERNOS PARA TODAS AS EMPRESAS (SAÍDAS DO MSEXCEL)
49
APÊNDICE H: ANÁLISE DA REGRESSÃO RECEITA LÍQUIDA E INVESTIMENTOS
EXTERNOS SEM TRIBUTOS PARA TODAS AS EMPRESAS (SAÍDAS DO MSEXCEL)