a teoria sociológica de niklas luhmann - artigo

7/17/2019 A Teoria Sociológica de Niklas Luhmann - Artigo

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Sociais * undamentos de uma teoria geral 19BF0( A economia dasociedade 19BB0( A cincia da sociedade 19910 e A sociedade dasociedade 19970'< traalho de Luhmann asor.e( al5m do %ensamento dos cl3ssicosda Sociologia( as con&uistas essenciais da teoria de sistemas

com%le+os e no lineares( desen.ol.ida e utiliada simultHneamentee em intera8o rec%roca em .3rias 3reas cientIcas( como na fsicatermodinHmica( iologia molecular( ciern5tica e teoria dainforma8o e comunica8o( entre muitas outras'!ais teorias tratam de mat5ria em mo.imento( em constantemudan8a' Sua .ertente sociológica( re.elada na teoria luhmanniana(se a%lica es%ecialmente a um mundo social no &ual ocorremaltera8:es .eloes( ine+%lic3.eis %elas teorias sociais tradicionaisI+adas mais na &uesto da manuten8o da ordem'Este artigo no 5 uma a%recia8o crtica da sociologia luhmanniana'Ele tenta resumir( num es%a8o limitado( os seus %rinci%ais tra8os(soretudo os %ol5micos( %ara e+%C*los 4 re,e+o e 4s considera8:esdo leitor'

A teoria da sociedade en&uanto sociologia da comunica8o

Na %erce%8o de Luhmann( a .isHo tradicional de sociedade muitas .ees est3 aseada em %ressu%ostos errCneos( criando "ost3culose%istemológicos$( ou se6a im%edem a imagina8o sociológica a .er o"social$ de maneira mais descondicionada' !rata*se dos seguintes%ressu%ostos( comumente aceitosJ

10 Sociedade se com%Ce de %essoas e/ou de rela8Ces entre elas'20 Sociedade se constitui e se integra %elo consenso e %elacom%lementariedade de o%iniCes e o6eti.os'K0 Sociedades sHo unidades regionais( geograIcamente delimitadasSociedade rasileira( francesa( alemH etc'0'F0 Sociedades %odem ser oser.adas de fora( tal como gru%os de%essoas ou territórios'

A teoria sist5mica( contra%ondo*se a estes %ressu%ostos( tenta criaruma outra .isHoJ10 AIrma &ue o consenso e a com%lementariedade – caso e+istirem –

so %roduto de %rocessos sociais e no elementos constituti.os' A constitui8Ho/integra8Ho de sociedade nHo se d3 %or consenso massim %ela "cria8Ho de identidades( referncias( .alores %ró%rios eo6etos atra.es de %rocessos de comunica8Ho na sua %ró%riacontinua8Ho$( inde%endente da&uilo &ue os seres e+%erimentam noconfronto com ela' 1997( %'290'20 De.ido 4 distin8Ho a+iom3tica feita %ela teoria sist5mica entre"sistema$ e "amiente$ ou "meio$0( o social en&uanto sistema h3 deser se%arado do seu amiente %s&uico e/ou iológico' < sistemasocial 5 com%osto =nicamente %or comunica8Ces( isto 5 demensagens e informa8o' <s seres humanos en&uanto %essoas eindi.i=dos no %ertencem a este sistema' A distin8o e%istemológicafeita %ela teoria os en&uadro no amiente do sistema social( %assam



a ser algo como a "rao e+terna$ da e+istncia do sistema'K0 !al mudan8a de .iso( ao mesmo tem%o &ue afeta aauto%erce%8o do indi.duo frente a sociedade( muda o m5todo dee+%lica8o %ara toda uma gama de fenómenos sociais comodesigualdade social( forma8o de estratos e classes sociais etc'

>or&u se o omem Iesse %arte do sistema( tais diferencia8:es%odiam ser e+%licados a%enas como atos de discrimina8o social &uecontrariam os direitos uni.ersais( res%onsailiando %ara tal osindi.duos como o fa a 6uris%rudncia arc3ica ainda dominante nanossa sociedade0' A teoria sist5mica( %elo contr3rio( democratia a .iso da sociedade(tornando*a mais sociológica( cientIca' A diferencia8o nHo 5 maiscolocada dentro das %essoas( mas ocorre entre estes e o do sistemasocial( 5 colocada %ortanto dentro do "modo de comunica8o$( %orassim dier emora Luhmann no use esta e+%resso0' >ara faer 6us a uma e+%lica8o ".erdadeiramente$ sociológica dos fenCmenossociais "e+iste a%enas a %ossiilidade de .er o omem( inteiramente(com cor%o e alma( como %arte do amiente do sistem social$1997(%'KM0' A teoria sist5mica( conceida na ase de %rocessos comunicati.os(%ermite uma melhor ade&ua8o 4 sociedade gloal sem fronteiras decomunica8Ho( onde o sentido das sociedades territoriais desa%arece'

udan8a de %aradigma na teoria de sistemas sociais A teoria sociológica funcionalista sofreu mudan8as radicais na sua

e.olu8o recente( marcada %or im%ulsos interdisci%linares &ueconcorrem %ara uma teoria geral de sistemas dinHmicos( .indo deJO sica( nomeadamente da termodin3mica no linear de ;l#a>rigogine e outros autores'O @iologiaJ nomeadamento %ela descoerta da estrutura gen5ticaen&uanto código de informa8o Patson/Qreek no Im dos anos RM0(%ela introdu8o do %aradigma da auto%oiesis autoorgania8o0 deseres .i.os( %elos autores chilenos umerto aturana e rancisco arela 19BM0 e %ela descoerta de %rocessos sinerg5ticos ehi%ercclicos na e.olu8o &umica/molecular %or ermann aken(anfred Eigen e outros 19BR0'

O ;nform3tica e ciern5ticaJ nomeadamento %ela teoria dos sistemasciern5ticos autoreguladores Norert Piener( anos FM0( cria8o domodelo de transmisso de informa8o formal transmissor*canal*rece%tor0 %or Shannon T Pea.er inicio dos anos RM0( assim como%elo .asto desen.ol.imento dos fundamentos das redes neuronais eeletrónicos nos anos recentes'O A teoria de sistemas sociais no*lineares e com%le+os co*e.oluiu%raticamente com estas descoertas( %ondo*se ho6e em intera8o%ermanente com seus resultados( cada .e mais alucinantes'!odas estas teorias tm em comum a sustitui8o de "causas$ ou"fatores$ %ela intera8o de %artes &ue formam um sistema' Nenhumacausa 5 considerada suIciente %ara criar um determinado efeito'



Elementos e no8:es 3sicas da teoria de LuhmannSistemas sociaisQomo &ual&uer outro sistema .i.o( sistemas sociais socomunicati.os( &uer dier &ue %roduem e %rocessam informa8:es(&ue %odem ser .istas como "mat5ria %rima$ 3sica'

;nforma8o 5 tida a&ui no sentido de "no.idade$( e no sim%lesmentecomo &ual&uer mensagem transmitida ou receida' Luhmann recorrea&ui 4 deIni8o de Gregor# @ateson 1972( %' K1R0J $A UitV of UinformationV is deInale as a di-erence )hich makes a di-erenceW'?ma mensagem( um smolo( um código se transforma em informaXcao( &uando %roduem um efeito seleti.o num sistema( &uando este%ode escolher a %artir de diferen8as e+istentes'?m sistema social 5 constituido %or comunica8Ces( isto 5 %orintera8:es &ue contm informa8o' Qomunica8:es conectam comcomunica8Ces' < sistema cessa * dei+a de e+istir * &uando acomunica8Ho acaa'Sistemas sociais so auto*organiados Luhmann fala de"auto%oiesis$0' A a8o do sistema se d3 a %artir de um $selfW(construido no e %elo imagin3rio inconsciente de um amiente &ue lhefornece os elementos dados( informa8:es( códigos( smolos0'Sistemas sociais re%resentam uma $cone+o dotada de sentido dea8:es &ue se referem umas 4s outras e &ue so delimit3.eis noconfronto com um amienteW'19B2( %' ;Y0'

Diferencia8o funcional!rata*se de um %rocesso incessante de %rodu8o de no.as estruturas

ca%aes de deInir as a8:es admitidas e e+cluidas' A comunica8Ho e o concomitante %rocessamento de informa8:es seorientam em diferen8as( &ue %ossiilitam a forma8o de temas( .alores e outros "o6etos$ sociais em torno destes'Sistemas sociais emergentes no %artem de uma identidade( mas simde uma difern8a' Em todas as e+%erincias da .ida social seencontra uma diferen8a %rim3riaJ a diferen8a entre o &ue atualmenteocorre e a&uilo &ue a %artir da 5 %oss.el acontecer' Esta difern8a3scia( &ue 5 re%roduida for8osamente em todo ti%o de .i.ncia(atriue a cada e+%erincia o .alor de uma informa8o( ca%a de ser%rocessada e comunicada'

;sso %ossiilita a atriui8o de .alores inclusi.e a acontecimentoscasuais e construir ordem a %artir destas'Desta forma( sistemas reduem a com%le+idade inInita do mundoatra.5s da sele8o da&uilo &ue 3 atualmente rele.ante'

Sistema e elementosNa tradi8o cientIca( o termo "elemento$ esta.a relacionado comalgo est3.el( com unidades irredu.eis &ue com%:em – igual ti6olos –os o6etos' Assim( a usca de tais ti%os de elementos com%ositoresdo "mundo real$ – desde 3tomos at5 aos indi.duos – marca.a todasas 3reas cientIcas' o6e( mesmo as teorias consideradas as mais"sólidas$( como as da fsica( esto re%letas de e+%lica8:es atra.5s de%artculas .irtuais( e+tramamente .ol3teis e fugaes( com tem%o de



decom%osi8o %erto ou at5 aai+o de ero'Luhmann introdu este as%ecto na sua teoria' Ele fala de uma$tem%oralia8o radical do termo elemento$' A teoria de sistemasauto%oi5ticos %ode e+%licar a din3mica e e.olu8o da estrutura social"a%enas se se %ressu%:e &ue os elementos &ue com%:em o sistema

no tem dura8o( e &ue( %ortanto( de.em ser re%roduidos%ermanentemente ''Z o sistema dei+aria de e+istir( mesmo noamiente mais %ro%cio( se ele no e&ui%asse os seus elementos comca%acidade de conectar com outros( %ortanto com sentido( e assim osre%roduisseW' 19BF( %' 2B0'Sistema e amiente A no8o de amiente no de.e ser .isto como uma categoria*resto' Amiente no 5 a&uilo &ue sora &uando se sutrai o sistema' >elocontr3rio( a rela8o amiente / sistema 5 constituti.a %ara arealidade( e no a%enas no sentido do amiente estar a a%enas %araa "manuten8o$ do sistema( seu aastecimento com energia einforma8o( como !' >arsons ainda %ostula.a' ">ara a teoria desistemas autoreferenciais o amiente 5 antes de mais uma%ressu%osi8o da identidade do sistema( %or&ue identidade 5 a%enas%ossi.el &uando h3 diferen8a'''Nem ontológicamente( nemanalticamente o sistema 5 mais im%ortante do &ue o amiente'>or&ue amos 5 o &ue so a%enas em rela8o ao outro'W19BF( %'2FKf0'Desta forma( a su%erestima8o %ró%ria da no8o de su6eito(nomeadamente a tese da su6eti.idade da conscincia( 5 re.isada' A "ase$ do sistema social no 5 o su6eito( mas sim o amiente' Amos

formam uma unidade inse%ar3.el' Sua rela8o no 5 tanto dein,uncia m=tua( mas sim de coo%era8o %oss.el dentro de ummundo inst3.el e+%osto a ,utua8:es casusticas' A diferen8a entre sistema e seu amiente 5 intermediadae+clusi.amento %or limites de sentido' [reas de sentido – cam%oscogniti.os e do imagin3rio – %assam a constituir os %rinci%ais$territóriosW na sociedade de informa8o' A territorialidade fsica%erde seu .alor e suas %ro%riedades' A distin8Ho sistema / amiente se origina na teoria ciern5tia e dae.olu8o' A teoria de sistemas cria mudan8a radical %elo fato de nomais falar*se de o6etos mas sim de diferen8as( de distin8:es( de

diferencia8:es' Estas no %odem ser tratadas como coisas( &uer diercomo algo &ue 63 e+iste e &ue %recisa a%enas ser oser.ado( ser%erceido( ser analiado' Distin8:es so o6etos .irtuais( elas de.emser feitas( ser realiadas( seno no e+istem' \uando nenhumadiferen8a for realiada( nada mais ha.ia a ser comunicado' < sistemano continuaria( terminaria( entraria em cola%so' A estailidade e adura8o do sistema de%ende( %ermanentemente( de no.as diferen8ase distin8:es a serem criadas'!al cria8o se d3 atra.es de %rocessos de comunica8o nos &uaisocorrem cruamentos( misturas e no.as cone+Ces de sentido' ;ssono &uer dier( no entanto( &ue cada ato comunicati.o cria umsentido no.o' A comunica8o a%arece normalmente como algore%etiti.o( redundante e muitas .ees %roli+o' as( nestes



se&uenciamentos re%etiti.os( des.ios se tornam ine.it3.eis( 63 &ue acomunica8o ocorre num amiente incerto( com%le+o( su6eito a,utua8:es das mais .ariadas'Essas diferen8as e no.as distin8:es &ue certamente a%arecem nosistema social so efeti.adas – so "causadas$ * %or elementos no

amiente do sistema( essencialmente %or humanos &ueconstantemente "irritam$ a comunica8o com as mais .ariadascontriui8:es criati.as'ormalmente( tais cria8:es no so nada mais do &ue des.ios doimagin3rios social tido como "tradicional$( como "costumeiro$ ( como"haitual$( enImJ "normal$' Eles re%resentam a energia %rim3ria dosistema( %resente em forma de informa8o( a &ual a%arece a&ui comoum terceiro estado das coisas( ao lado de mat5ria e energia' erStonier( 199K0'Estas informa8:es – en&uanto mat5ria e energia do sistema social *so %rocessadas de forma autoorganiada' < sistema carece(%ortanto( de uma "essncia$( de .alores sociais "eternos$( de umamoral ou de costumes etc' determinados' Ele se constitui e semodiIca meramente %elas ,utua8:es ocorrentos no %ró%rio %rocessocomunicati.o &ue se re%rodu em torno de conte=dos construidos(muitas .ees casuisticamente']No e+iste( %ortanto( uma descri8Ho e+terna da sociedade( %ela &ualela %oderia se corrigir a si %ró%ria' Na .iso tradicional o interessenuma descri8Ho infal.el foi e+ternaliado e a %osi8Hocorres%ondente foi atriuida a Deus'] 1997( %' B90'

Limites ou fronteiras de sistemas A no8o de limite ou fronteira Grene0 entrou mais recentemente nateoria de sistemas( &uando se come8ou a distinguir entre sistemasfechados e aertos( %erceendo amos os ti%os no como sendocontr3rios um do outro mas sim como sendo com%lementares'Limites ou fronteiras tem um %a%el ati.o' Eles "traalham$ aintera8o entre o amiente e o sistema' !endo limites ati.os(sistemas %odem fechar*se e arir*se( %otencialiando assim suaschances de sore*0.i.ncia' Eles re%resentam( %ortanto( "umacon&uista %ar e+cellence da e.olu8oW' 1997( %' RK0'Dentro de suas fronteiras( sistemas sociais se a%resentam como

o%eracionalmente fechados( emora continuem aertos no sentidotermondin3mico &uer dier &ue esto e+%ostos a um ,u+oenerg5tico( re%resentado %elas informa8:es %ro.indas do amiente0'!al fechamento o%eracional lhes %ermite de se manter e e.oluir numamiente &ue( em rela8o ao sistema( 5 algo desordenado( caótico' A liga8Ho do sistema social com o seu amiente – o seu metaolismoenerg5tico em forma de informa8o * se d3 %or um %rocessochamado de "aco%lamento estrutural$( &ue %ode ser .isto como a"digitalia8Ho de rela8Ces analógicas$( e+ecutada %or e+em%lo %elasfun8:es da linguagem'< %ressu%osto do fechamento o%eracional do sistema social aloca oindi.duo deIniti.amente no amiente do sistema' < %onto dediferen8a %ara a sociologia de tradi8o IlosóIca humanista 5 &ue



nesta o ser humano foi .isto como estando dentro e no fora daordem social' Ele foi chamado de "indi.duo$( %or&ue era %ara asociedade um elemento indissol=.el' Era tido como oon %olitikon eanimal social'\uando se . o ser humano como %arte do amiente da sociedade( as

%remissas das &uest:es mudam' De re%ente( todas as mitologiassore a forma8o de coleti.os humanos so ultra%assaas( ou( melhordito( elas so relegadas %ara o n.el da auto*descri8o do sistemasocial'

SentidoSistemas sociais so sistemas de sentido ou sistemas*sentidoSinns#steme0' A denomina8o se refere 4 conota8o da %ala.raalem "Sinn$ como algo &ue "fa sentido$ ou at5 algo &ue "%rodusentido$'Sua fun8o %rinci%al %ara o sistema social reside na sele8o das%ossiilidades de e+%erincia .ital e redu8o da com%le+idade domeio' !al fun8o 5 3sica' Ela 5 necess3ria %or&ue a rela8oamiente/sistema 5 incalcul3.el( indeterminado( im%re.is.el( ede%ende( %ortanto de "memória$( ase t5cnica de sentido' Sentidotransforma o caos em estrutura' Ao contr3rio do &ue %ostula.a o %aradigma ne)toniano soresistemas mecHncios( %ara sistemas de sentido "o mundo nHo 5 ummecanismo gigante'''( mas sim um %otencial inesgot3.el desur%resasZ ele 5 informa8Ho .irtual &ue %recisa de sistemas %ara%roduir informa8Ho real( ou melhor ditoJ %ara atriuir o sentido de

informa8Ces a irrita8Ces selecionadas'$ 1997( %' F0' As cincias humanas %Cs*ne)tonianos tratam de dois ti%os desistemas*sentido( &ue so aco%lados estruturalmente e &ue surgiramno caminho da co*e.olu8oJ os sistemas %si&uico e social' reud foi o%rimeiro a descorir suas interliga8:es suts e suliminares'Luhmann introdu sua intera8o atra.5s da distin8o sistemasocial0/ amiente %s&uico0' Ele aIrma &ue "cada um destes doisti%os de sistema forma necessariamente o amiente do outroW' 19BF(%' 920 < &ue eles tem em comum 5 &ue amos de%endem de$sentidoW( &ue a%arece a&u como uma $&ualidade e.olucion3riaW';sso no &uer dier( no entanto( %elo menos na .iso luhmanniana(

&ue ha6a algum "sustrato$ es%ecial &ue %ossa ser denominado de"%ortador de sentido$ %or essncia( como algo &ue( 63 "ao nascer$(fosse %ermeado %or &ualidades como raciocnio( lógica( re,e+o oucoisa %arecida' $Emora e+istam %ressu%ostos e.oluti.os com%le+os%ara a forma8o de sentido( no e+iste nenhum %ortador%ri.ilegiado( nenhum sustrato ontológico de sentido' Nem aconscincia nem a comunica8o se a%resentam como candidatos%ara este %a%el' A%enas a forma de intercone+o destaca aconscincia ou a comunica8o' A%enas a%ontando %ara algodiferente( a consciencia %ode se %erceer a si %ró%ria( e o mesmo .ale de maneira diferente %ara a comunica8o' < U%ortadorX desentido( 5 %ortanto uma diferen8a nas atriui8:es de sentido( e estadiferen8a tem %or sua .e a sua causa no fato de todas as



atualia8:es e atriui8:es de sentido terem &ue ser seleti.as'W 19BF(%' 1FK0'No se aIrma( no entanto( &ue %odiam e+istir sistemas sociais sem&ue ha6a conscincia' as a su6eti.idade( a e+istncia deconscincia( suas fundamenta8:es( tudo isso 5 %erceido como

amiente de sistemas sociais e no en&uanto sua auto*referncia'"A%enas com este distanciamento ganhamos a %ossiilidade deelaorar uma teoria .erdadeiramente UautCnomaU de sistemassociais'$ 19BF( %' 2KF0'esmo &uando %ostula &ue a conscincia forma o amiente de umsistema social(Luhmann admite( no entanto( &ue Ica difcil %ara uma conscinciaindi.idual reconhecer &ue ela no 5 %ortadora de sentido social( 63&ue ela constitui um sistema auto*referencial – um "ego$ – ca%a dese trans%ortar %ara fora dos seus limites e constitui( assim( sentido%ara si %ró%rio'

Qom%le+idade?m sistema 5 chamado de com%le+o &uando a &uantidade de %artese su*sistemas( &ue o com%:em ultra%assa um determinado limiar a%artir do &ual no 5 mais %ossi.el de %or todos os elementos emrela8o uns com os outros' Sem%re &ue o n=mero de elementos aconectar*se ultra%assa este limiar "surgem necessidades de sele8o(e se %rodu uma seleti.idade de fato de tudo &ue 5 realiado' ^realiada uma sele8o da totalidade de %ossiilidades derelacionamentos atuais de cada .e'W 19BF( %' 1B70'

Sistemas so selecionados como %ontos de .ista e temas ordenados(a %artir das &uais se %ode acessar uma rela8o entre sistema eamiente' Auto%oiesis Auto%oiesis ou autoorgania8o 5 uma &ualidade interna do sistema(intoc3.el de fora' < termo denomina a unidade &ue um elemento( um%rocesso( um sistema 5 %ara si %ró%rio( isto 5 inde%endentemente dainter%reta8o ou oser.a8o %or outros' Atra.5s de autoorgania8o o sistema constitui seus %ro%rioselementos como unidades funcionais' A rela8o entre os elementosse refere 4 sua auto*constitui8o( a &ual 5 re%roduida( assim(

%ermanentemente'?ma conse&uncia im%ortante &ue resulta for8osamente de umaconstitui8o autoorganiada de um sistema 5 a im%ossiilidade decontrole unilateral' Nenhuma %arte do sistema %ode controlaroutros( sem estar su6eito ao controle das outras %artes' ?maestrutura de %oder assimetrica( autorit3ria( re&uer %ortanto%rocedimentos es%eciais &ue re%rimam auto*constitui8o do sistema'

Auto%oiesis inclui autoreferncia – a ca%acidade de se relacionarconsigo %ró%rio( de re,etir*se' Ela %ermite uma enorme am%liIca8odos limites de ca%acidade de ada%ta8o estrutural e da arangnciada comunica8o internaNa ase da auto%oiesis de sistemas sociais Luhmann encontra um



%rocesso autocataltico( construido a %artir de uma situa8o de"du%la contingncia$'Esta no8o .em de !' >arsons E' Shils 19R10 e signiIca &ue aintera8o( no momento de surgir( se refere a uma incertea du%lae+istente em amos os lados %restes a se comunicar' >ara &ue %ossa

ha.er comunica8o( esta situa8o de contingncia du%la tem de serultra%assado de algum modo' $>arsons %arte do %rinc%io &ue no%ode ha.er a8o se Alter Ier de%ender seu com%ortamento de Egoe se Ego &uiser orienta*lo em AlterW' 19BF( %' 1F90< sistema social no surge( %ortanto( de uma concordHncia deo%inio ou de a8o( nem de uma coordena8o de interesses einten8:es de di.ersos atores' Sem solu8o do %rolema da du%lacontingncia nenhuma a8o emerge( %or&ue falta a %ossiilidade desua determina8o' A solu8o no est3 no %ostulado de normas e estruturas simólicas$shared s#molic s#stemW( segundo >arsons0' uito mais do &ueisso( 5 a %rór%ia emergncia contnua destes &ue de.e ser e+%licado'>ara surgir comunica8o( e com ela um %rocesso ou at5 sistemasocial( n4o %recisa e+istir um consenso de .alores %reI+ado' <%rolema da du%la contingencia i'e' a auto*referncia .aia(fechada( indeterminada0 "as%ira$( %or assim dier( &ual&uerintera8o de conteudo com%letamente casual' "Se se no e+istisseum consenso de .alores( ha.eria de in.ent3*lo' < sistema surge( etsinon daretur DeusW'?m e+em%lo de uma situa8o de du%la contingncia com &ualidadesautocatalticas( tirada do cotidiano( 5 dada %elo encontro de duas

%essoas estranhas uma a outro( num ele.ador' \uem 63 %resenciou(certamente 63 e+%erimentou esta sensa8o de "referncia .aia$' Semostra num ti%o de tenso &ue .erdadeiramente "clama$ %ara serali.iada( atra.5s de uma comunica8o &ual&uer' ?ma .e iniciada(ela %ode ter continuidade( constituindo at5 uma rela8o mais oumenso duradoura'So condi8:es de du%la contingncia de sistemas autoreferrenciaiscada acaso %ode se tornar um im%ulso %roduti.o %ara a gnese deum sistema social' < sistema social se aseia %ortanto eminstailidades( em ,utua8:es %ermanentes 4s &uais ele tem deresistir'

A situa8o de du%a contingencia %ossui %ortanto as &ualidades deum fator auto*cataltico( o &ual cria( sem ser UconsumidoV( estruturasnum no.o %atmar de ordem'Em conse&uncia diferencia*se um sistema social( destacando se doseu %ano de fundo %sico*iológico' Ele forma seus %ró%rioselementos e limites e se are %ara o acaso' < surgimento de umamiente casual ruido0 5 %rimordial'$A teoria se are mais %ara os acasos e %ode se cone+tar ao %rinc%iodo Uorder from noiseV da teoria geral de sistemasDu%la contingncia $Wno comina com a %ressu%osi8o de umanaturea''0 e tam5m no de um a %riori' Ela liera n.eis de ordememergente( tornando*aas autómas em rela8o 4 es%ecula8:es soreno8:es como materia ou es%irito' No lugar de tais conce%8:es de



=ltima seguran8a a%arrece a imagina8o de um %rolema &ue setorna %roduti.o sem%re &ue a com%le+idade de realidade dada fossesuIcientemente com%le+aW17K0'

Qomunica8o e a8o social

"_ %ergunta( de &ue 5 &ue consistem sistemas sociais( damos umares%osta du%laJ de comunica8:es e de sua cone+o com a a8o( eme.olu8o con6unta] 19BF( %' 2FM0'Qomunica8o como %rocesso social elementarLuhmann na .erdade no elaora uma teoria da comunica8o strictusensu' No entanto( ele constroi sua sociologia num conceito decomunica8o( o &ual( .isto de mais %erto( arange %raticamentetodos os ti%os de intera8o %oss.eis' Ele no se cansa em aIrmar&ue $o %rocesso elementar &ue constitui o Social como umarealidade %ró%ria 5 um %rocesso de comunica8o'W19BF( %' 19K0'Este se transforma %raticamente em su6eito( ganha .ida %ró%ria'Esta "in.erso e%istemológica$ o le.a a uma e+%lica8o genuina dasorigens da a8o social e da sociailidade humana' "SociailidadeSoialit`t0 no 5 uma maneira es%ecIca de a8o( mas sim a a8o 5constituida( em sistemas sociais( atra.5s de comunica8o eatriui8o en&uanto redu8o de com%le+idade( en&uantoautosim%liIca8o indis%ens3.el do sistema$ 19BF( %' 1910'Qomunica8o 5 um %rocesso seleti.o( &uando aseado em sentido'Este estaelece os limites e o horionte'En&uanto Peer %rocura.a constituir sua teoria da a8o social nacom%reenso erstehen0 do indi.duo( Luhmann dei+a interagir

"%rocessadores de informa8o ca%aes de se relacionar um com ooutro e sore o outro$ 19BF( id0' < sistema social emerge( ento(dos acórdos resultantes da intera8o dos %rocessadores' A estrutura destes sistemas tem a%enas a fun8o de %ossiilitar a"negocia8o$ de tais acórdos e sua modiIca8o %ermanente' A estrutura social no re%resenta( %ortanto( uma rede ou o caminho&ue regula diretamente as a8:es humanas' Ela orienta a%enas acomunica8o &ue tornar3 determinadas a8:es mais %ro.3.eis do &ueoutras'Neste %rocesso "gen5tico$ da a8o social a%erece( %ortanto( o%rocessamento de informa8o como intermediador' Ele se coloca( %or

assim dier( entre os agentes &ue se confrontam( criando um es%a8ode re,e+o( um es%a8o %ara a8:es %erformadas a%enas".irtualmente$' As ideias e e+%ectati.as no se materialiamimediatamente' A%enas "rinca*se$ com a sua realia8o' Sociedadehumana( en&uanto sociedade consciente( emerge'< %rocesso 3sico &ue %rodu os elementos ati.os de sistemassociais – as a8:es – %ode( assim( a%enas ser alocado no cam%o dacomunica8o( formando o cam%o %sicológico – o da com%reensoindi.idual – o seu amiente' Sistemas sociais no %odem serdeInidos %sicológicamente'>ara &ue o %rocesso de comunica8o %ossa guiar*se a si %ró%rio( elede.e ser decom%osto em a8:es( de.e ser reduido a estas' "Sistemassocias no so %ortanto com%ostos %or a8:es'''>elo contr3rio( eles



so decom%ostos em a8:es e ganham com esta redu8o a ase %araconectar com futuras ocorrncias comunicati.as$ 19BF( %' 19K0'

e.isando o conceito de comunica8o ia de regra( ao deInir o conceito de comunica8o( usa*se a

met3fora da "transmisso$ de informa8:es' Segundo Luhmann( estamet3fora 5 im%roduti.a( %or&ue ela sugere &ue o transmissorentrega algo &ue o endere8ado recee' ;sso no 5 o caso 63 %elosim%les fato do remetente no entregar nada no sentido de elemesmo %erder algo' "!oda a metafórica do %ossuir( ter( dar ereceer'''5 im%ró%ria %ara a com%reenso de comunica8o$' 19BF(%' 19K0'Lumann . uma mensagem como nada mais do &ue uma "sugesto$ou uma "incita8o$ – um im%ulso' A%enas &uando tal sugesto foraceita( &uando ela %roduir uma e+cita8o( a comunica8o se tornae+istente'< ato de comunicar se torna uma ato seleti.o' !rata*se de um%rocesso tri%lo e no a%enas du%lo' No astam um "transmissor$ eum "rece%tor$' A seleti.idade da informa8o – como inter.enientegenuino – 5 ela %ró%ria um momento im%ortante do %rocessocomunicati.o'Este terceiro momento se a%oia na distin8o entre mensagemforma0 e informa8o conte=do0' ensagem 5 %ro%aga8o decódigos mais ou menos %erturada %or ruido0( informa8o 5no.idade' ensagens sem no.idades no so selecionadas %ara o%rocessamento( no "chamam aten8o$'

< %rocesso de comunica8o %ressu%:e( %ortanto( al5m de uma certaconIgura8o "t5cnica$( &ue os inter.enientes funcinonem comosistemas &ue no esto com%letamente determindos %elo %assado(isto 5 &ue eles so ca%aes de reagir a no.idades( a informa8:es( ede com%reend*las'esumindo( comunica8o de.e ser com%reendido como uma sntesede tres as%ectosJ a informa8o( a mensagem( e a com%reenso' Esta=ltima signiIca a realia8o da comunica8o' < resto( inclusi.e aaceita8o da&uilo &ue foi comunicado( ocorre "fora$ do %rocessocomunicati.o( en&uanto "ato ane+o$ Anschlussakt0'"Geneticamente$( comunica8o surge e se refor8a atra.5s de uma

.ariedade de %rolemas e ost3culos &ue ela %recisa su%erar %ara%oder acontecer'De antemo( ela %arece im%ro.3.el( 63 &ue ela est3 e+%osta aoconte+to em &ue ocorre( e concomitantes %ossiilidades dedesentendimento assim como a fronteiras de intera8o de ordemtem%oral( es%acial e cultural'Sendo assim( "a história da e.olu8o sócio*cultural( aseada emcomunica8o( no fornece uma imagem de um %rogresso linear emdire8o a uma com%reenso cada .e melhor' \uanto mais seentende o comunicado( tanto mais ra:es se %ode ter %ara recus3*lo$' 19BF( %' 2190'!am5m e+iste a %ossiilidade de etacomunica8o( 63 &uecomunica8o 5 autoreferente( 5 re,e+i.a' >ode*se comunicar sore a



comunica8o'?m es%a8o li.ro surgeJ "Nem tudo %recisa ser dito na comunica8oatual( &uando se dis%:e deste meta*n.el( no &ual se %odercomunicar sore o sucesso ou o fracasso da com%reenso de um atocomunicati.o'19BF( %' 2110'

^ o %a%el da linguagem de assegurar a re,e+i.idade de %rocessos decomunica8o( %ermitindo em cada n.el uma meta*comunica8o' ;sso,e+iilia o sistema( %or&ue %ala.ras %odem ser retiradas ereinter%retadas'!al.e se6a ainda interessante anotar &ue Luhmann( ao se referir ameios de comunica8o( no se refere aos diferentes ti%os de mdia!( r3dio( 6ornal etc'0( &ue ele considera meros ".eculos t5cnicos$'<s meios %elos &uais se elaoram códigos simólicos e %rocessos dedeciso reguladores da a8o social( essenciais %ara a constituti8ode sociedade( %ermanecem de cunho socialJ o %oder( o dinheiro( a .erdade e o amor'

E.olu8Ho e mudan8a social

E.olu8o e racionalidadeQonsiderando a sociedade como um resultado de um %rocesso dee.olu8Ho( de emergncia do social a %artir de acasos( decontingncias e de recomina8:es( Luhmann usca ade&uar a suaconstru8o teórica aos tem%os atuais( onde a &uesto da mudan8a eda reno.a8o da sociedade se colocou no centro das aten8:es(relegando o tema "ordem social$ ao segundo %lano'

Ele constata &ue teorias da e.olu8Ho tratam de %rolemas gen5ticos(&ue no seguem uma lógica determinstica( mas &ue lidam com a" %roailidade do im%ro.3.el$'"E.olu8Ho signiIca( %or assim dier( uma es%era %or acasosa%ro.eit3.eis' ;sso %ressu%Ce a e+istncia de sistemas &ue sere%roduem( &ue se mantm e &ue( %ortanto( sHo ca%aes dees%erar$ 1997( %' F170'E.olu8o no %ode ser .ista( %ortanto( como um %rocesso contnuo(linear( &ue segue leis %redeterminadas' A sociologia tradicional sem%re usca.a a racionalidade nas%ro6e8:es e a8:es sociais' Ela foi tomada como um %onto de

referncia( como &uase uma cren8a numa harmonia social( onde oracional %udesse %re.alecer a%esar da crescente com%le+idade dasociedade' as tais %ressu%ostos( como %or e+em%lo o da "mHoin.is.el$ guiando a economica do mercado( so dei+ados de lado%ela teoria de sistemas com%le+os' "A sociedade se guia( se for ocaso( atra.es de ,utua8Ces( &ue origam sistemas funcionais outerritoriais 4 auto*organia8Ho %ela %rocessamento de informa8:esdissi%ati.as$ id'0E.olu8Ho e teoria sist5mica A difern8a entre sistema e amiente 5 essencial %ara %ossiilitare.olu8Ho' Nenhum sistema %ode e.oluir de dentro de si %ró%rio' Se oamiente nHo .ariasse de maneira diferente do &ue o sistema( ae.olu8Ho encontraria um Im r3%ido num estado de "ada%ta8o



ótima$ Xo%timal ItU0'No caso do sistema social so %rinci%almente os indi.duos * &uefaem %arte do seu amiente – &ue irritam*no constantemente comsuas comunica8Ces diferenciadas e le.am*no a ,utua8Ces( criandoassim situa8:es de instailidade'

Luhmann em%resta uma s5rie de conceitos da iologia( &ue ofereceum conce%8o sólida no &ue ser refere ao surgimento de no.asestruturas( l3 chamadas de muta8:es' Ele encam%a as no8:es de .aria8Ho e sele8Ho( considerando*as ca%aes de e+%licar a "din3micasu6acente do sistema com%le+o$' Ada%tando o conceito de .aria8Ho ao caso de sistemas sociais(Luhmann constata &ue ".aria8Ho nHo signiIca sim%lesmentemudan8a''( mas sim a %rodu8o de uma .ariante %ara %oss.elsele8o$'19BF( %' FR10< "mecanismo$ 3sico da .aria8Ho social se encontra em %rocessosde comunica8Ho( nomeadamente $na in.en8Ho da nega8Ho e nacodiIca8Ho .eral em sim/nHo %ossiilitada %or ela''' A .aria8Ho se%rodu( %ortanto( %or uma comunica8Ho &ue re6eita conte=dos decomunica8Ho$ 19BF( %' FR90 aria8Ces a%arecem em massa – mas a%enas %oucas "sore.i.em$' A maioria delas desa%arece sem ter sido usada' E nHo e+iste liga8Hofuncional entre .aria8Ho e sele8Ho' "Se .aria8Ces ocoressem a%enastendo em .ista suas chances de sele8Ho( a socieade estaria e+%osta aum ele.adissimo risco de dece%8Ho( 63 &ue a realidade social 5e+tremamente conser.adora e no troca tHo f3cilmente o e+istente ecom%ro.ado %or algo ainda desconhecido''''$ 19BF( %' FK0'

esmo &ue a maioria das .aria8:es no tenha sido funcionaliada eassim se estaelecida no sistema( ocorreu( ao longo do tem%o( umaam%lia8Ho histórica das %ossiilidades de .aria8Ho social( mudando oconceito de realidade' $ A realidade &ue era tomada como o ineg3.elem si( torna*se sus%eita de ser mera cria8Ho( mera a%arncia( merocorrelato da conscincia( ou( como se di ho6eJ mera constru8Ho$19BF( %' F90'Na sociedade %os*O0moderna o no.o tem se tornado algo estimado%or si( o &ue le.a a uma dece%e8Ho sore si %ró%ria emutida nasociedade( 63 &ue a .aria8Ho soinha no %ode %roduir e.olu8Ho'No entanto( a emergncia de .aria8Ces sociais em massa le.ou a

sociedade a um estado de $metatransitionW( um estado nHo*estacion3rio %ermanente'Lumann refuta ainda uma das teses dos teóricos da e.olu8o(segundo a &ual a e.olu8Ho seria um %rocesso &ue le.a de rela8Cessim%les a com%le+as' Ela "5 insustent3.el %ela mera raHo de nHoe+istirem rela8Ces sim%les'''e %or&ue rela8Ces com%le+as e menoscom%le+as coe+istem at5 ho6e em con6untoW' Al5m disso( mesmosim%liIca8Ces %odem signiIcar a.an8os e.oluti.os' "A e.olu8Ho nHore&uer nenhuma indica8Ho de sua dire8Ho' Ela nHo 5( de &ual&uermaneira( um %rocesso orientado %or o6eti.osW' 19BF( %' F70'< %a%el do acaso< acaso 5 um acom%anhante histórico de todas as e+%lica8:es demudan8as( &uer cientIcas( &uer %o%ulares' Normalemente ele



entrou %ara sustituit o desconhecimento de causas de mudan8as'Na teoria sist5mica( o acaso %assa a constituir uma &ualidade desistemas com%le+os em sua rela8o com o amienteJ "So acasoentendemos uma forma de cone+Ho entre sistema e amiente( &uefoge do controle %elo sistema' Nenhum sistema %ode le.ar em conta

todas as causalidades %oss.eis' Acaso 5 a ca%acidade de um sistemade usar e.entos nHo %roduidos ou coordenados %or ele mesmo'Neste sentido( acasos signiIcam %erigos( chances(%ossiilidades$19BF( %' FRM0'<utro as%ecto in,uenciadoar da mudan8a( ligado ainda 4 &uesto doacaso( 5 a&uilo &ue Luhmann chama de "su%resa$' 3 .imos( &ue ano.idade 5 constituti.a %ara a emergncia de uma a8o social' Em%rinc%io( cada e.ento( tam5m cada a8o a%arece com um mnimode sur%resa( &uer dier destaca*se do anterior( atriuindo 4 a8ouma indi.idualidade' Neste sentido a incertea 5 uma condi8oestrutural'$Se no hou.esse momentos de sur%resa( no ha.eria forma8o deestruturas %or&ue no e+istiria nada &ue %udesse ser interligado' <selementos( 63 &ue tem%or3rios( de.em ser reno.ados' Qaso contr3rioo sistema dei+aria de e+istir' < %resente desa%areceria no %assado enada lhe daria continuidadeW 19BF( %' K91f0'

Sociedade mundialLuhmann constata &ue a no8o antiga de "mundo$( &ue esta.arelacionado com algo locali3.el e coisiIcado( est3 se dissol.endocom as %ossiilidades de comunica8Ho mundial &ue nHo se reduem

com a distHncia'undo 5 a&u conceido en&uanto Leens)elt "mundo de .ida]0(como o fa aermas 19B2( %' 1Mf'0( e Luhmann encam%a estaconce%8o' En&uanto "sociedade mundial$( ele re%resenta omacrosistema da mais alta com%le+idade( no como uma coisae+terna( mas %resente no cotidiano( no mundo de .ida de cada um'o6e em dia "sociedade mundial est3 im%licada em cada e &ual&uercomunica8Ho( inde%endente da tematica concreta e da disstHnciaentre os %artici%antes'''Sociedade mundial 5 o acontecer de mundona comunica8Ho'$1997( %' 1RM0>ara assimilar esta .iso( outras .is:es "mecanicistas$ tem de ser

descartadas' < mundo dei+a de ser um aggregatio cor%orum ouuni.ersitas rerum( ou se6a a totalidade das coisas .is.eis e in.is.eis'Ele tam5m no 5 mais o inInito a ser %reenchido( nem o es%a8o outem%o asolutos( en&uanto entidade &ue cont5m tudo' "< mundo nHo5 nada mais do &ue o horionte geral da .i.ncia com sentido( &uer&ue esta se .olte %ara dentro ou %ara fora( %ara frente ou %ara tr3s'< mundo no est3 fechado %or fronteiras mas sim %elo sentido &ue%ode ser ati.ado %or ele$ 1997( %' 1RK0EnIm( o mundo %assa a constituir uma "correla8Ho de o%era8Ces$' Adotando uma conce%8o no territorial do mundo( Luhmann entrana &uesto das desigualdades regionais e do %rocesso conhecidocomo gloalia8Ho %or uma outra .ia' Ele reconhece &ue os efeitosde sistemas funcionais di.ersos – nomeadamente os de ti%o



"tradicional$ .ersus os de ti%o "moderno$ esto( ho6e em dia(%resentes em &ual&uer regio gloal' Soretudo os amientesuranos re%roduem mundos de .ida semelhantes( &ual&uer &ue se6asua localia8o territorial' As diferen8as e+istem( %or&ue distintossistemas funcionais "se refor8am ou se deilitam mutuamente %or

causa de condi8Ces locais e regionais( criando %adrCesdiferentes'$1997( %' BM70' !ais diferen8as regionais – referindo*se aoseu as%ecto econCmico *%odem ser atriuidas soretudo 4 ,utua8Cesno mercado Inanceiro0 mundial'Sendo assim( a .isHo territorial de.e ser susituida %or umasociedade mundial funcionalmente diferenciada( em &ual&uer lugar'"A diferencia8Ho funcional dos sistemas sociais est3 tHo enraiadadentro da sociedade( &ue mesmo o uso de meios %olticos eorganisacionais dos mais fortes no consegue oicot3*laregionalmente' ^ soretudo o caso da &ueda do im%5rio so.i5tico &ueensina isso$ 1997( %' 110'No.as %ers%ecti.as entram( %ortanto( no foco da oser.a8osociológicaJ* A &uesto da de%endncia regional ou nacional0 se desloca %ara ainterde%endncia funcional e seus efeitos regionais'* As desigualdades – seu refor8o ou diminui8o – %assam a seratriuidas a sele8Ces racionais do su*sistema econCmicoJ %ore+em%lo o fato de in.estimentos irem %ara l3 onde 63 temin.estimentos anteriores* < tema estratiIca8Ho e forma8Ho de classes sociais %ode sersusumido 4 diferen8a*guia de inclusHo/e+clusHo social'

eferncias iliogr3Icas

@ateson( Gregor# 19720( Ste%s to an ecolog# of mind( Ne) bork'aermas( rgen 19B20( !heorie des kommunikati.en andelns!eoria da a8o comunicati.a( ol ;( rankfurt'Luhmann( Niklas 19BF0( Soiale S#steme – Grundriss einerallgemeinen !heorie Sistemas sociais – eso8o de uma teoria geral(rankfurt'*********************19970( Die Gesellschaft der Gesellschaft A sociedadeda sociedade( 2 .ol( rankfurt'

aturana( umerto 19BM0( an and Societ#( inJ rank @enseler(>eter ' e6l( Polfram ' ck <rg'0( Auto%oiesis( Qommunicationand Societ#J !he !heorie of Auto%oietic S#stem in the SocialSciences( rankfurt'Stonier( !om 199K0 ];nformation and the ;nternal Structure of the?ni.erse] ( Ne) bork( @erlin'

htt%J//)))'facom'ufa'r/%rete+tos/gottfried'html consultado em1/MR/2MMB0

http://www.facom.ufba.br/pretextos/gottfried.html

http://www.facom.ufba.br/pretextos/gottfried.html

a teoria sociológica de niklas luhmann - artigo

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