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Jornal do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo Especial Dia da Mulher • Março - 2016 • Nº 1066 Nossa homenagem A TODAS AS PETROLEIRAS

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Jornal do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo

Especial Dia da Mulher • Março - 2016 • Nº 1066

Nossa homenagemA TODAS AS PETROLEIRAS

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A mulher no MERCADO DE TRABALHO

O homem, como um ser social, e a sociedade, mudaram ao longo dos séculos, seguindo, assim, os padrões de desenvolvimento, que envolvem a produção, os valores éticos e morais e as normas sociais.

No final dos anos 1970, o movimento sindical começou a assumir a luta pelos direitos da mulher, por meio dos movimentos feministas, quando surgiu na década de 1980 a Comissão Nacio-nal da Mulher Trabalhadora, na CUT, e mais tarde, com a Consti-tuição Federal de 1988, a mulher conquistou a igualdade jurídica.

Por muitos anos, para o desmerecimento do trabalho da mulher, as indústrias contratavam mulheres com média salarial inferior à dos homens, embora desenvolvendo as mesmas funções. Com os movimentos sociais femininos crescendo, as mulheres se organizaram, pressionando para que o Estado Democrático regulamentasse as relações de trabalho, de maneira que elas pudessem ter os mesmos direitos que os homens.

A princípio, a sociedade desprezava as mulheres que tinham essa vontade de sair, conhecer novos ares, trabalhar, discutir política e, após muitas lutas, conseguiram obter algumas conquistas. Desta maneira, começaram a ocupar cargos de professoras, enfermeiras, secretárias etc. Nos anos de 1914-1918 e 1939-1945, os homens foram lutar nas guerras e, por falta desta mão de obra masculina, as mulheres puderam ocupar mais espaços.

No movimento sindical hoje se tem cotas de participação das mulheres em vários segmentos. A CUT, CGT e Força Sindical, após calorosos debates, já tem estipulado cotas de composi-ção em suas estruturas - a participação de gênero em eventos é obrigatória com cotas de 50% que, se não forem ocupadas, não poderão ser substituídas por um homem.

A luta ainda é grande, porém não é em vão, tendo em vista que mesmo quando não estabelecem estatutariamente, as entida-des já incorporaram em suas direções sindicais a presença de mulheres, porque somente assim os direitos femininos garanti-dos não terão retrocessos.

Na CUT, as mulheres ocupam os cargos na Secretaria da Mulher, Relações de Trabalho, Comunicação, Racial e Meio Ambiente. Na CTB, as mulheres estão à frente das Secretarias de Mulheres, Formação e Cultura, Igualdade Racial, Meio Ambiente, Previ-

HistóriaA origem do Dia Internacional da Mulher tem duas versões que se juntam em uma só. A primeira foi em 8 de março de 1857, quando as operárias de uma fábrica em Nova Iorque se rebelaram contra as condições de trabalho. Como os donos da fábrica tinham o costume de fechar as portas para ninguém sair, houve um incêndio e 130 operárias morreram.

Numa segunda versão, em 1910, no ll Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, foi sugerido, por um membro do Partido Comunista Alemão, Clara Zetkin, a ideia da criação do Dia Internacional da Mulher. O movimento feminista ganhou força e forma em 1917, na Rússia. Neste mesmo ano, no dia 8 de março, as mulheres operárias russas da tecelagem entraram em greve, apoiadas pelos operários da metalurgia e a data se tornou um marco histórico, mesmo período da Revolução de Bolchevique.

Assim, diante das coincidências da greve ter ocorrido no mesmo dia que a tragédia do incêndio na fábrica em Nova Iorque, o dia 8 de março foi considerado como a data ideal para o Dia Internacional da Mulher, que viria a ser oficializada pela ONU nos anos 1960.

O indicativo é que as mulheres estão ocupando seu espaço no merca-do, o que já é uma transformação social nas relações de trabalho no País ao longo de anos de luta. Lutas essas que envolvem preconceito, assédios das mais diversas formas, barreiras que são quebradas a cada conquista e que, para se concretizarem, dependem de políticas públicas que promovam a inserção da mulher no mercado de trabalho.

Mirta Rosa Chieppe - Técnica de Contabilidade Sênior na Petrobras, há 29 anos. É contadora e advogada, Vice -coordenadora Geral e Diretora da Secretaria de Políticas para Mulheres do Sindipetro-ES.

dência e Aposentadoria e Serviços Públicos. Um aspecto impor-tante e que merece destaque é a presença da Secretaria da Mulher em todas as estruturas de direção, o que revela o compromisso das direções com o tema de gênero.

Importante ressaltar que o Sindipetro-ES criou recentemente, em reunião de Diretoria Colegiada do dia 27/01/2016, a Secretaria de Assuntos Políticos para as Mulheres. Embora tenha somente uma mulher na direção, a diretoria já se preocupa com a ocupação de espaço tão importante na política sindical, uma vez que as mulhe-res representam 16% da força de trabalho no sistema Petrobras.

Opinião

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Somos mulheres fortes e unidas!

Sindipetro-ES homenageia todas as trabalhadoras

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Mulheres são as maiores vítimas de assédio no trabalhoO assédio no mercado de trabalho é um tema cada vez mais debatido no âmbito dos sindicatos e dos movimentos sociais. Ele se caracteriza como uma forma de coerção que expõe o trabalhador a situações humilhantes e de maneira constante e, de fato, atinge tanto homens quanto mulheres.

As duas formas mais comuns de assédio registradas no merca-do de trabalho são o moral e o sexual. O primeiro tem como principais características a difamação, a calúnia e a injúria contra a honra ou a reputação do trabalhador e podem ser identificadas, na prática, como fofocas ou xingamentos. Já o assédio sexual é outra forma de abuso, na qual o funcionário é forçado a realizar atos sexuais. As duas práticas são reflexo de um ambiente altamente hierarquizado, onde as figuras ditas superiores usam e abusam de sua posição para agir de maneira autoritária com seus funcionários.

A organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovou em sua última reunião do Conselho de Administração (em novembro de 2015) que será pautada na Conferência Internacional do Trabalho de 2017 uma proposta de conven-ção internacional contra a violência sexista nos locais de trabalho. Num mundo globalizado, estabelecer normas internacionais para combater e prevenir a violência sexista é necessário para os interesses das trabalhadoras, das empre-sas e dos governos. A violência ameaça a saúde física e psico-lógica os direitos humanos e a dignidade das pessoas. (Texto: Cartilha da Cartilha da Internacional de Serviços Públicos – ISP Brasil, Violência Contra as Mulheres nos locais de traba-lho: denuncie, combata, pare!)

OIT aprova Convenção Internacional contra a

violência sexista

Pesquisa de Gênero confirma as estatísticas de violência

Apesar de ainda ser minoria, a Petrobras vem registrando um aumento significativo da presença de mulheres em seus postos de trabalho. De acordo com o site da empresa, em dezembro de 2014, eram 9.256 mulheres no efetivo da estatal, represen-tando 16% do total.

Por isso, se levarmos em consideração que existem mais homens que mulheres trabalhando no Sistema Petrobras, as mulheres sofrem mais com essa prática abusiva, se utilizarmos um cálculo percentual. O motivo para isso acontecer é porque as mulheres, infelizmente, ocupam as posições mais subalter-nas no mercado e, portanto, são mais vulneráveis a essas práticas.

Para ouvir seus trabalhadores, a Petrobras realizou uma pesquisa de gênero*, na qual foram respondidas perguntas relacionadas tanto ao assédio moral quanto ao sexual. No primeiro caso, relacionado ao assédio moral, 697 mulheres,

que representam 25% das funcionárias, foram vítimas dessa prática, enquanto 3.114 homens já foram prejudicados, represen-tando 20,2% dos trabalhadores. Elas ainda também presenciaram mais casos de assédio moral: 36,4% contra 31,4%. Já em relação ao assédio sexual na empresa, 9,9% das trabalhadoras sofreram abusos dentro da empresa, enquanto 2,5% dos homens já foram vítimas. As mulheres ainda são maioria quando se trata de presen-ciar essa prática ilegal: 15,3% contra 10,8%.

Esse debate precisa ser cada vez mais intensificado na sociedade, principalmente nos órgãos que temos à disposição, como o próprio Poder Público. É claro que houve um avanço significativo nas formas de se combaterem o assédio nas empresas, mas ainda são atos muito frequentes nas empresas, não apenas na Petrobras.

No mais, é necessário fortalecimento das mulheres para que possam reagir a esse crime. Mas como? Anotando detalhada-mente esses acontecimentos, coletar provas, não se intimidar e buscar os canais de denúncia, como órgãos públicos e princi-palmente seu sindicato. Não se cale, denuncie, combata.

*Pesquisa de Gênero/Assédio realizada pela Petrobras em 2009

Avante, mulheres trabalhadoras! Abuso é crime!