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Artigo desenvolvido como forma de avaliação da matéria Gestão da Informação do curso de Sistemas de Informação da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

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Page 1: A utilização da Web 2.0 como um diferencial competitivo nas organizações: estudo de caso aplicado ao SENAI-SE

A utilização da Web 2.0 como um diferencial competitivo nas organizações: estudo de caso aplicado ao SENAI­SE.

Felipe José Rocha Vieira¹, Diego Armando de Oliveira Meneses¹, Diego Mota Mesquita¹, Andreza Cruz Trindade dos Reis¹, Rogério P.C. do Nascimento¹

1Departamento de Computação – Universidade Federal de Sergipe (UFS)São Cristóvão – SE – Brasil

[email protected],{diegoarmandoo,diego_mota_88}@hotmail.com, [email protected][email protected]

Abstract.  The   Web   2.0   provides   the   interaction   between   all   involved   in  business. This paper aims to present ways to use Web 2.0 in the corporate  environment,   thus   creating   a   competitive   differential.   A   scenario   was developed   through a  hypothetical   case   study   to   be  applied   to   the  Serviço  Nacional de Aprendizagem Industrial de Sergipe (SENAI­SE). To implement  this scenario were conducted research on Knowledge Management, Web 2.0  services and applications such as Blogs, Wikis, RSS, Mashup, Social Networks and Social Bookmarking and AJAX technologies , SOA and XML Family.

Resumo.  A   Web   2.0   proporciona   a   interação   entre   todos   envolvidos   no processo  de  negócio.  Este   artigo   tem  o  objetivo  de  apresentar   formas  de  utilizar a  Web 2.0  no ambiente  corporativo,   criando assim um diferencial  competitivo. Foi desenvolvido um cenário hipotético através de um estudo de caso   a   ser   aplicado   ao   Serviço   Nacional   de   Aprendizagem   Industrial   de Sergipe   (SENAI­SE).  Para   implantação   deste   cenário   foram   realizadas pesquisas   sobre   Gestão   do   Conhecimento,   serviços   e   aplicações   Web   2.0 como  Blogs,   Wikis,   RSS,  Mashup,   Redes   Sociais   e   Social   Bookmarking   e tecnologias AJAX, SOA e Família XML.

1. IntroduçãoCom a  globalização   as  mudanças   estão   cada  vez mais  rápidas.  Empresas   líderes   de mercado hoje, podem ser apenas mais uma entre as demais amanhã. O mercado exigente faz   com   que   concorrentes   desenvolvam  produtos   e   serviços   de   ótima   qualidade   e busquem meios para otimizar seus processos. Em um ambiente como este o que fará uma organização se manter sempre a frente?

Uma solução é a utilização do capital intelectual, que para Lacombe e Heilborn (2006), é a soma dos conhecimentos, informações, propriedade intelectual e experiência de  todos  em uma empresa,  que podem ser utilizados para gerar   riqueza e vantagem competitiva. Já que atualmente o diferencial deixou de ser a mão­de­obra barata e os recursos naturais, e sim, o conhecimento e a capacidade de gerar inovações.

Para maior “rentabilidade” deste  capital  intelectual,  deve­se  investir em novas tecnologias   que   possibilitem  a   troca   de   informações   rapidamente.   Para   isso   usa­se serviços de colaboração ágil e simplificada, aumentando a agilidade e produtividade.

A Web 2.0 traz  todos  esses conceitos,  disponibilizando serviços e  tecnologias necessárias para tornar essa colaboração e compartilhamento possíveis. Através de blogs, 

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wikis,  web  services,   entre   outros,   desenvolve­se   a   inteligência  coletiva,   criando   um diferencial competitivo às empresas que a utilizam.

Na seção 2, será mostrado o referencial teórico da pesquisa, onde serão descritos conceitos,   serviços   e   tecnologias.   Após,   na   seção   3,   apresentar­se­á   um   cenário hipotético da aplicação de soluções Web 2.0 no SENAI­SE, seguido de como a Web 2.0 pode trazer vantagens competitiva a organização, na seção 4. Por último, na seção 5, far­se­ão as considerações finais.

1.1. Trabalhos RelacionadosSegundo Carneiro et al (2008) considera que a Gestão do Conhecimento tem se tornado um dos fatores mais significantes para determinar o sucesso organizacional. Em Vieira et al (2008) apresenta a Web 2.0 como uma plataforma aberta e dinâmica, na qual incide interação entre os internautas e, ainda, os mesmos controlam seus dados.

Benevides et al (2007) demonstra como que a tecnologia da informação aliada às ferramentas   mercadológicas   podem   contribuir   no   desenvolvimento   de   estratégias competitivas nas empresas de pequeno e médio porte.

Este trabalho mostra a utilização da Web 2.0 como ferramenta que possibilita o acúmulo   de   conhecimento   por   parte   da   empresa,   e   também,   maior   comunicação   e interação entre funcionários.

2. Referencial TeóricoPara   o   desenvolvimento   da   pesquisa   foram   compiladas   informações   consideradas fundamentais e pertinentes ao assunto.  Estas apontam a linha de raciocínio seguida e estão estruturadas em três grupos: conceitos gerais, aplicações e serviços e tecnologias envolvidas.

2.1. Conceitos GeraisNuma visão geral, será apresentado a Gestão do Conhecimento e a Web 2.0, base da estruturação do artigo. A junção destes dois conceitos possibilita observar como pode­se desenvolver inovação, através da colaboração proposta  por estas  idéias, sendo este o intuito da Enterprise 2.0.

2.1.1. Gestão do ConhecimentoPara   Terra   (2005)   Gestão   do   Conhecimento   (GC)   significa   organizar   as   principais políticas,   processos   e   ferramentas   gerenciais   e   tecnológicas   à   luz   de   uma   melhor compreensão   dos   processos   de   geração,   identificação,   validação,   disseminação, compartilhamento   e   uso   dos   conhecimentos   estratégicos   para   gerar   resultados (econômicos) para empresa e benefícios para os colaboradores.

Na organização encontra­se dois tipos de conhecimento: o explícito e o tácito. O primeiro, é aquele que pode ser, ou está, registrado, através de manuais, normas, etc., sendo assim facilmente encontrado e armazenado. Já o tácito é aquele que se dá a partir das   interações   dos   indivíduos   que   constituem  a   organização,   por   meio   de   troca   de experiências, ideais, emoções, etc. Zabot e Silva (2002).

A relação entre o conhecimento tácito e o explícito resulta em quatro modos de conversão do conhecimento: socialização, externalização, combinação e  internalização (figura 1), que representam os mecanismos através dos quais o conhecimento individual 

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é articulado e amplificado na organização. Tenório (2007).

Figura 1. Processo cíclico de conversão do conhecimento.

2.1.2. Web 2.0O termo Web 2.0, conhecido também como Web Social ou Web Colaborativa, não está caracterizado por novas especificações técnicas da Web. E sim, por ampliar as formas de publicar,   compartilhar   e   organizar   informações,   aumentando   a   interação   entre   os usuários. Isto descaracteriza uma nova versão da Web, na verdade, o que ocorreu foi uma   nova   visão   da   mesma   (tabela   1),   abrindo   novas   possibilidades,   inexistentes anteriormente.

Tabela 1. Características e tendências da Web 2.0, comparando­as com a Web. Adaptação baseada em Bastos (2007)

Web Web 2.0Complexidade Simplicidade

Audiência de Massa Nichos

Proteger Compartilhar

Assinar Anunciar

Precisão Disponibilização Rápida

Edição Profissional Edição pelo Usuário

Discurso Corporativo Opinião Franca

Publicação Participação

Poucos Muitos

O'Reilly (2006), idealizador do termo Web 2.0, a defini da seguinte forma: é a mudança   para   uma   Internet   como   plataforma,   e   um  entendimento   das   regras   para oferecer   sucesso   nesta   nova   estrutura.   Entre   outras,   a   regra   mais   importante   é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores, quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.

Esta nova tendência proporcionou a entrada de novos serviços que atendiam as premissas propostas   por  O’Reilly  (2005):   serviços  e  não  software  empacotado,   com 

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“escalabilidade” de custo eficiente; controle sobre fontes de dados únicas e difíceis de serem criadas e que ficam mais ricas quanto mais as pessoas as utilizarem; confiança nos usuários como co­desenvolvedores; agregação de inteligência coletiva; estimular a cauda longa  através   de   auto­serviço para  o   cliente;   software  para  mais  de  um dispositivo; interfaces de usuário, modelos de desenvolvimento e modelos de negócios leves.

Atualmente, já se consegue perceber o amadurecimento da Web 2.0, pois muitos dos   serviços que   iniciaram este   “boom”  foram adquiridos por  grandes organizações, como o Youtube e FeedBurner pelo Google e Del.icio.us e Flickr pelo Yahoo!, entre outros.

2.2. Aplicações e Serviços aos Moldes da Web SocialAnteriormente foi mostrado que a intenção da Web 2.0 é proporcionar interatividade e colaboração. Aplicações e serviços que seguem esta estrutura possibilitam a geração de conhecimento   necessário   para   as   organizações.   Devido   a   isto,   há   a   necessidade   de conhecê­las. A seguir, descreveremos sucintamente as principais aplicações e serviços que existem atualmente:

Blogs:  são sistemas que permitem a criação e atualização rápida de conteúdo multimídia online. Através da adição de conteúdo  por  um ou  mais autores  ocorre  a interação   com  usuários   que   participam  através   de   comentários.   Normalmente   blogs abordam   temáticas   específicas.   Para   Stepp   (2006),   Blogs   poderão   criar   o   que   a BusinessWeek chama de “mídia das massas”, um campo de força “editorial do cidadão” por  “jornalistas autônomos”,  podendo quebrar  “o monopólio dos principais meios de comunicação”.

Wikis:  wikis   possibilitam   adicionar   ou   editar   conteúdo   coletivamente,   no entanto, diferentemente dos Blogs, são mais estruturados e possuem um âmbito formal. O objetivo é melhorar as informações sobre determinado tema, através da colaboração do público.

RSS: Really Simple Syndication ou  Rich Site Summary é um formato, baseado em XML, que possibilita a criação e padronização de conteúdos informativos onde estes podem ser consumidos por sites ou softwares agregadores de informação. O usuário não precisa  procurar   atualizações   de   conteúdo,   estas   vão   até   ele.   Seu uso no ambiente corporativo é importante para que a divulgação de notícias na empresa seja mais abrangente e atrativa.

Mashup: Segundo Merrill (2007), Mashup são utilizados para agregar serviços já existentes,   disponibilizados   através   do   SOA,   criando   um   serviço   novo,   singular   e inovador.   Dependendo   do   propósito   da   criação   pode   se   usar   vários   serviços   já disponíveis na Web. Com isso as organizações podem conciliar sua base de dados com os mashups para disponibilizar serviços que gerem informações tratadas que possam ser usadas na tomada de decisão da empresa.

Redes   Sociais:  As   redes   sociais   são   definidas   através   de   atores   (pessoas, instituições  ou  grupos)   e   suas  conexões.  Formam­se  laços,  devido  a   possuírem  fins, objetivos ou desejos em comum. Recuero (2005). A Web Social possibilitou a criação de diversos serviços com este intuito.

Social Bookmarking:  É um sistema de marcadores que disponibiliza, de forma online,   pública   e   gratuita,   os   favoritos   do   usuário,   possibilitando   fácil   acesso   e compartilhamento.   Com   a   utilização   de  Social   Bookmarking,   é   possível   encontrar 

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pessoas com os mesmos interesses e conhecer novos sites através das sugestões destas.

2.3. Tecnologias que Suportam a Web 2.0Se devidamente usadas, as tecnologias da Web 2.0 podem gerar grandes benefícios para as corporações. A família XML, por exemplo, pode ajudar a diminuir custo na troca de dados, descrever e consumir serviços da Web. Esta dissemina de forma padronizada dados gerados pela organização, servindo de fontes seguras de informação que possam ser lidos e entendidos por todos.

O AJAX facilita a implementação de interfaces com o usuário, tornando as aplicações Web mais rápidas e atrativas para estes. Já o SOA tem o objetivo de tornar as aplicações “banco de serviços”, podendo ser agregados a outros sistemas. Isto garante a redução de custos, aumento da produtividade, abstração da complexidade do desenvolvimento, retorno de investimento, ambientes heterogêneos e maior integração entre os sistemas.

2.3.1. Família XMLExtended Markup Language (XML) esboçado por Jon Bosack e continuado pelo W3C, foi  desenvolvido   para   comunicar­se   com  as   linguagens   e   poder   ser   entendido  pelos softwares.

Obedece alguns princípios que  regem sua portabilidade como por  exemplo,  a separação do conteúdo da formatação, simplicidade e legibilidade, criação de tags  sem limitação, foco na estrutura da informação e não na sua aparência. Então XML  nada mais é que um padrão para troca de dados. Segundo Almeida (2002) o XML possibilita ao   autor   especificar   a   forma  dos   dados   no   documento,   além  de   permitir   definições semânticas, podendo conter, simultaneamente, dados e a descrição do documento.

Pela   sua   grande   difusão   e   capacidade   de   adaptação,   gerando   vantagens   na recuperação e compartilhamento dos dados na internet, o XML torna­se um padrão para a criação dos modelos e serviços que são disponibilizados na Web. Estes são conhecidos por “Família XML”. Fazem parte desta família as tecnologias WSDL, RSS, XHTML, SOAP, UDDI, entre outras. A seguir, será explicado o uso e conceito de algumas delas:

WSDL:  Web Services Description  Language  (WSDL),  de acordo  com W3C (2001),   o   WSDL  descreve   serviços   de   rede   (Web   services)   como   um  conjunto   de parâmetros.  WSDL é  extensível para permitir a descrição dos parâmetros  e das suas mensagens, independente do formato da mensagem ou do protocolo de rede que será usado   para   se   comunicar.   Fornece  documentação   para   sistemas  distribuídos   e   serve como   uma   receita   para   automatizar   os   detalhes   envolvidos   em   aplicações   em comunicação.

SOAP: Simple Object Access Protocol (SOAP), para W3C (2000), é um simples protocolo que permiti que aplicações troquem informações sobre HTTP. Já que este é suportado por todos os navegadores e servidores de Internet.

UDDI:  Universal Description,  Discovery and  Integration  (UDDI),  em  UDDI (2002), é um serviço de diretórios para armazenamento e pesquisa de informações sobre Web services, descritas através de WSDL, comunicando­se via SOAP.

2.3.2. AJAXPara Garrett   (2005),  Asynchronous Javascript And XML  (AJAX) é  um agregado  de 

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técnicas de desenvolvimento para Web composta por XHTML e CSS, que apresentam os dados, DOM, que possibilita a exposição e interação dinâmica, XML, que realiza o intercâmbio e manipulação dos dados, XMLHTTPREQUEST, que recupera de forma assíncrona os dados e Javascript, que as uni. Isto aumenta a velocidade e a facilidade de uso das aplicações Web.

Com isso essa coleção de tecnologias é responsável pelo aumento no conteúdo colaborativo existente na internet e também no crescimento de usuários comuns que até então   não   possuíam   conhecimentos   necessários   para   publicar   conteúdo   e   utilizar informação   de   forma  rápida  e   constante   na  internet   pela  falta   de   aplicações   de  uso simples.

A utilização do AJAX torna as aplicações Web mais parecidas com as aplicações desktop  criando   assim   um   atrativo,   a   usabilidade.   Esta   é   muito   importante,   pois possibilita combinar a interação do usuário e as solicitações ao servidor de forma mais completa.   Com  isso   podemos   criar   aplicações   Web  mais  dinâmicas  e   criativas,   que contenham funcionalidade.

2.3.3. SOAA Web 2.0 baseia­se em uma arquitetura tecnológica e num modelo de desenvolvimento já existentes somado a um novo paradigma de implementação, construção e execução das aplicações.

Essa   arquitetura   chama­se   Service­oriented   Architecture  (SOA),  que   em português significa: arquitetura orientada a serviços. Com ela, muda­se a forma como os serviços de aplicações são diferenciados e a  forma como são desenvolvidos,  criando aplicações   inteiras,   consumindo   serviços   de   diferentes  sistemas, independente da linguagem usada. O SOA fornece um modelo globalmente conectado e desenvolvido em redes. No entanto,  para Benedete Junior (2007) existe diversas definições para SOA. Segundo o mesmo, a depender do ponto de vista o conceito pode ser interpretado de outras maneiras.

3. Criação de um Cenário Hipotético para Utilização da Web 2.0 no SENAI­SE

Para o desenvolvimento da pesquisa foi escolhida uma instituição, neste caso o SENAI­SE, levando em consideração seu perfil, missão e visão. Após isto, foi realizado uma análise   do   seu   site   para   observar   a   existência   de   recursos   Web  2.0.   E   por   último elaborado um cenário hipotético para a utilização destes, não se limitando apenas ao site, mas  também,  sugerindo   soluções   que  gerassem agilidade na  comunicação  dentro  da organização, possibilitando maior competitividade para a mesma.

3.1. Situação Atual do SENAI­SEO SENAI­SE, criado em 1942, é um dos mais importantes pólos nacionais de 

geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial. Em Sergipe, atua desde 1945, quando inaugurou seu primeiro Centro de Formação Profissional em Aracaju. SENAI­SE (2008).

Ao analisar a missão e a visão da instituição, que tem como base contribuir para o desenvolvimento industrial do Estado de Sergipe, através da educação para o trabalho e da cidadania, assistência técnica e tecnológica, geração, adequação e difusão de novas tecnologias,   buscando   auto­sustentação,   procurando   assim   ser   um   referencial   de 

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excelência para a Região Nordeste. Percebe­se o caráter inovador da instituição, sendo este o principal motivo para a escolha do SENAI­SE como estudo de caso.

Figura 2. Site do SENAI­SE

O site (Figura 2) tem caráter informativo, divulgando notícias, eventos, cursos, informações   sobre   a   instituição,   projetos,   entre   outros.  No   entanto,  não   encontra­se nenhuma   forma   de   interatividade   com   o   usuário.   A   informação   é   transmitida unidirecionalmente, não havendo espaço para opinião daqueles que a acessam. Recursos que possibilitem a interação aumentam a satisfação dos frequentadores deste portal.

3.2. Cenário Hipotético PlanejadoO cenário hipotético foi criado através de serviços tradicionais da Web 2.0 já 

utilizados em larga escala. A divisão destes serviços foram feitas de acordo com o perfil de acesso: funcionários, clientes e visitantes, seguindo esta ordem de permissão (Figura 3).  Pois  funcionários podem ser  tanto  visitantes,  quanto  clientes,  possuindo acesso a todos os serviços propostos.

Na figura 3,   ilustra­se o  público alvo e os serviços disponibilizados para cada perfil. Para os funcionários especificamente são utilizados Wikis, Redes Sociais, Web Services e Mashup. Os EduBlogs (Blogs Educacionais) estão disponíveis aos clientes e funcionários, assim como RSS, Mapas e Fotos, estes acessíveis também aos visitantes.

Figura 3. Público alvo dos serviços disponibilizados.

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O primeiro a ser implementado é o RSS, para que os usuários recebam feeds que informem as atualizações do portal. Este é um recurso fundamental, pois avisará sobre as novas turmas existentes.

Outro   importante   serviço   são   os   visualizadores   de   mapas,   facilitando   a localização   das   unidades   da   instituição.   Em   pesquisas   pela   Internet   foi   encontrado algumas  referências   do   SENAI   em  sites   de   localização,   entretanto,   estas   não   estão associadas ao site. Uma forma de agregar maior valor a este recurso, é vincular imagens do local informado, apresentando as instalações aos usuários.

A utilização de blogs podem ser adequados para o cenário em questão, criando blogs educacionais com as matérias dadas nos diversos cursos do SENAI­SE. Assuntos, datas de provas, referências usadas para criação do conteúdo, ficariam disponibilizados para os alunos e outros interessados, onde podem ser acessados a qualquer momento de qualquer lugar que tenha condições para o tal acesso, além de poder receber comentários e opiniões dos alunos, criando assim um conteúdo colaborativo aos moldes da Web 2.0, satisfazendo a todos.

O uso de blogs pode ser potencializado com o uso de serviços onde pode­se postar vídeos e áudios e acessá­los em qualquer página Web. Esses podem ser usados como complementos, com a disponibilização de novos materiais ou da aula, de forma parcial ou total, podendo vim a ser também uma forma de ensino à distância.

Outro   serviço   que   pode   ser   usado   neste   cenário,   só   que   no   âmbito   dos funcionários   do   SENAI­SE   são   os   wikis.   Estes   podem   servir   para   gerência   e documentação de projetos e processos criados pelos funcionários e ainda na descrição de setores da organização tudo isso ao alcance dos colaboradores.

O uso de redes sociais também pode ser bem construtivo, como forma de análise de mercado e satisfação do cliente, tendo assim a possibilidade de melhor atendê­los. Existe diversos tipos de redes sociais, dentre estas as voltadas para fins profissionais. Pode­se   aproveitar   destas   como   fontes   de   pesquisa   na   hora   da   contratação   de funcionários e professores e disponibilizar aos clientes o perfil profissional das pessoas que trabalham na instituição.

A implantação de uma  intranet  personalizável  (mashup)  possibilita, através de web  services,  a   criação  de  páginas  que   atendessem o   perfil  de   cada   funcionário   da organização, agilizando o processo de comunicação, pois as informações mais relevantes estarão próximos de quem a necessita.

4. A Web 2.0 como Facilitador na Criação de Vantagem CompetitivaAtravés dos estudos desenvolvidos, percebe­se que a GC é fundamental para se manter competitivo   no   mercado   atual,   no   entanto   temos   algumas   dificuldades   em   sua implantação, existe um paradoxo entre a necessidade de uma cultura colaborativa e a existência de uma atitude individualista do ser humano (Bastos 2007). Um dos fatos que levam a isto é a resistência a mudança, pois as pessoas interpretam como ameaça, uma agressão ao seu estado de conforto. Porém isto está mudando.

A utilização da  Web 2.0  está   se popularizando cada vez mais,  redes   sociais, blogs, wikis atingem altos índices de audiência, isto faz com que o termo colaboração se difunda na  sociedade,   e   isto   não é   só   uma  tendência  de   jovens  “antenados”,  Daniel (2007)  mostra   uma pesquisa  realizada pela Booz  Allen Hamilton que   estudou  2400 consumidores   distribuídos   entre   companhias   dos   Estados   Unidos,   Reino   Unido   e 

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Alemanha, um dos objetivos era descobrir a relevância da Web 2.0 em determinada faixa etária e descobriu­se que nos EUA 41% do usuários do MySpace possuem mais de 35 anos, no Reino Unido o número foi 35% e na Alemanha 29%. Isto mostra que não só são   jovens   que   utilizam  a   Web  2.0.   Os   funcionários   que   atualmente   constituem  as organizações já estão se familiarizando com estas ferramentas.

Outro dado importante desta mesma pesquisa é em relação a influência da Web 2.0  na opinião das pessoas,  39% dos  pesquisados  buscam  informações no MySpace antes da compra de algum produto.

4.1. Enterprise 2.0: uma Nova Visão para Web 2.0Como foi comentado anteriormente, os meios de geração, compartilhamento e refinação de informações já estão populares na Internet. Está forma de interação é importantíssima para a GC nas organizações. A utilização da Web 2.0 com foco no mundo corporativo é definido como Enterprise 2.0, termo criado por Andrew P. McAfee.

McAfee (2006), indicou seis componentes necessários para a Enterprise 2.0. São eles: search, links, authoring, tags, extensions e signals, conforme ilustrado na Tabela 2 abaixo:

Tabela 2. Componentes da Enterprise 2.0

search a informação deve ser de fácil localização

links as   informações   devem  estar   conectadas,   artigos   que   ligam­se   com outros

authoring ferramentas de fácil utilização para motivar a colaboração

tags os   usuários   tem   a   capacidade   de   classificar   informações   de   forma relevante para ele

extensions os usuários devem ter a capacidade de sugerir e recomendar conteúdo

signals deve haver formas que  informem aos usuários a existência de novos conteúdos

As vantagens da Enterprise 2.0 são: inovação, colaboração, compartilhamento de conhecimento, inteligência coletiva, pesquisas e descobertas. Estas se tornam um capital intelectual valioso para enfrentar o mercado. Pois o conhecimento gerado na organização ficará documentado, o conhecimento tácito, de certa forma, tornar­se­á explícito.

No entanto, para a utilização da Enterprise 2.0 são necessárias a criação de boas políticas de segurança, privacidade e governança. Os empregados devem ser motivados para   a   colaboração,   e   outro   ponto   importante,   é   que   as   aplicações   possuam   os componentes  definidos por  McAfee,   caso  o  contrário,   ao   invés de  trazer  benefícios, ocasionará o aumento do trabalho.

5. Considerações FinaisEste artigo foi concebido durante as aulas da disciplina Gestão de Informação do Curso de Sistemas de Informação da UFS. O objetivo deste, foi mostrar como os serviços da Web 2.0 podem ser usados no âmbito corporativo regional, agregando valor e criando 

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facilidades para as empresas, levando a mesma a obter um diferencial competitivo.

Para mostrar como isso é possível foi criado um cenário hipotético no SENAI­SE, onde pudemos explicar como os serviços poderiam ajudar a melhorar ou acrescentar funcionalidades   para   gerar   um   ambiente   de   colaboração   com   participação   dos estudantes, da comunidade e dos funcionários do SENAI­SE.

Outro ponto importante foi observar a necessidade das empresas se adaptarem a este novo modelo de negócio que surge com o advento de uma Web Social, tanto no ambiente interno, quanto o externo à organização.

5.1. Trabalhos FuturosA sequência da pesquisa se dará através de estudos técnicos sobre a implantação da Web 2.0 e  tentará,   junto ao SENAI­SE,  a viabilidade da implantação do cenário proposto neste artigo.

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