Abacaxi ou anans uma planta monocotilednea da famlia das bromeliceas, subfamlia Bromelioideae. Os abacaxizeiros cultivados pertencem espcie Ananas comosus, que compreende muitas variedades frutferas. H tambm vrias espcies selvagens, pertencentes ao mesmo gnero e grupo.

ndice[esconder]

1 Generalidades 2 Histrico 3 Caractersticas 4 Cultura 5 Molstias e pragas 6 Consumo 7 Produo 8 Outras espcies 9 Ligaes externas

[editar] GeneralidadesO termo abacaxi (em portugus) , com forte probabilidade, oriundo do tupi ibacati, bodum ou fedor de fruto, fruto fedorento (ib, fruto, cati, recender ou cheirar fortemente), documentado j no incio do sc. XIX. O termo anans (em portugus e espanhol) do guarani nan, e documentado em portugus na primeira metade do sc. XVI e em espanhol na segunda (1578), em que emprstimo do portugus do Brasil ou da sua lngua geral. O fruto, quando maduro, tem o sabor bastante cido e muitas vezes adocicado. Em culinria pode ser utilizado como um poderoso amaciante de carnes. Habitualmente usase a polpa da fruta, mas seu miolo e as cascas podem ser aferventadas para produo de sucos. Apesar de apreciadssimo pela maioria das pessoas, na gria brasileira, abacaxi significa 'algo que no d bom resultado, coisa embrulhada ou que no presta'. Este fato provavelmente se deve a seu visual espinhoso e ressequido, bem como a dificuldade para descasc-lo sem se ferir com suas farpas, presentes tanto na "coroa" quanto na prpria casca. Descascar o abacaxi, uma extenso da mesma gria, significa resolver um problema difcil. Na linguagem corrente do Brasil tal como em Angola, costuma-se designar por anans os frutos de plantas no cultivadas ou de variedades menos conhecidas ou de qualidade inferior. Por sua vez, a palavra abacaxi costuma ser empregada no apenas para designar o fruto de melhor qualidade, mas a prpria planta que o produz. O abacaxi um fruto-smbolo de regies tropicais e subtropicais, de grande aceitao em todo o mundo, quer ao natural, quer industrializado: agrada aos olhos, ao paladar e ao olfato. Por essas razes e por ter uma "coroa", cabe-lhe por vezes o cognome de "rei dos frutos", que lhe foi dado, logo aps seu descobrimento, pelos portugueses.

[editar] Histrico

Abacaxizeiro com fruto quase maduro. O abacaxi j era cultivado pelos indgenas em extensas regies do Novo Mundo, antes do descobrimento. Origina-se da Amrica tropical e subtropical, ao que parece do sul do Brasil. Provavelmente, as atuais variedades cultivadas descendem de abacaxizeiros selvagens ali existentes. No se sabe, todavia, quando, onde e como essa domesticao se verificou, mas, a 4 de novembro de 1493, Colombo e seus marinheiros descobriram o abacaxizeiro em Guadalupe, nas Pequenas Antilhas.

[editar] Caractersticas

Inflorescncia de um Ananas comosus. O abacaxizeiro planta semiperene, que alcana um metro de altura. Primeiro produz um nico fruto, situado no pice; depois, com a ramificao lateral do talo, aparecem outros frutos, de modo que a fase produtiva pode prolongar-se por vrios anos. Quando adulto, constitudo de razes, talo (caule), folhas, frutos e mudas. O sistema radicular, do tipo fasciculado, superficial, pois a maior parte das razes fica nos primeiros 15 cm de solo. O talo apresenta o formato de uma clava, relativamente curta e grossa. As folhas tm forma de calha, com espinhos e esto inseridas no talo, formando uma densa espiral dextrogira e levogira.

A inflorescncia uma espiga, formada de flores completas, cada uma localizada na axila de uma brctea. O fruto composto, do tipo sorose, e resulta da coalescncia de um grande nmero de frutos simples (100 a 200), do tipo baga, denominados frutilhos, os quais esto inseridos num eixo central, corao ou miolo, em disposio espiralada e intimamente soldados uns aos outros. No pice do fruto existe um tufo de folhas a coroa resultante do tecido meristemtico apical que a planta possui desde a sua origem. A conexo do fruto com o talo da planta feita atravs de um pednculo. A casca do abacaxi formada pela reunio das brcteas e spalas das flores. Logo abaixo da casca, inseridos na periferia de depresses em forma de taa, podem ser encontrados restos de ptalas e de estames, enquanto de cada uma dessas depresses aparece um vestgio de estilete. Na superfcie de um fruto descascado de um modo pouco profundo, os restos de estiletes do ideia de espinhos. Por outro lado, quando o descascamento feito de modo mais profundo, a superfcie mostra-se toda perfurada, por ficarem expostas as lojas ou lculos dos ovrios dos frutilhos. Dentro de tais lojas, em se tratando de fruto de variedade cultivada, geralmente so encontrados apenas vulos abortados, pois a formao de sementes rara, por serem as flores autoincompatveis. Todavia, por meio de polinizao manual com plen de outra variedade, no rara a produo de duas mil a trs mil sementes por fruto. A parte comestvel do abacaxi a polpa, suculenta, formada pelas paredes das lojas dos frutilhos e pelo tecido parenquimatoso que os une, bem como pela poro externa ou casca do corao. De acordo com a parte da planta em que so produzidas, as mudas do abacaxizeiro so classificadas em quatro tipos: 1. Coroa muda do pice do fruto; 2. Filhote muda do pednculo; 3. Filhote-rebento muda da regio de insero do pednculo com o talo da planta; 4. Rebento muda do talo da planta. O abacaxizeiro planta muito sensvel ao frio, mas resiste bem s secas. Embora seja planta tropical, nos dias de sol muito intenso, os frutos podem sofrer queimaduras, quando no so protegidos. Pode ser cultivado em qualquer tipo de solo, desde que seja permevel, isto , no sujeito ao encharcamento; prefere, porm, solos leves, ricos em elementos nutritivos e com pH entre 5,5 e 6,0, ainda que tolere aqueles de pH mais baixo. bastante exigente em nutrientes. Geralmente, o florescimento natural do abacaxizeiro ocorre no inverno, por ser planta de dias curtos, ou seja, com a diminuio do fotoperodo e ou reduo da temperatura, a gema apical induzida a produzir uma inflorescncia ao invs de emitir folhas. O comprimento do ciclo natural pode variar de 10 a 36 meses, pois, alm de condies climticas, depende da poca de plantio, do tipo e do peso das mudas utilizadas, e tambm das prticas culturais adotadas.

[editar] CulturaA principal variedade cultivada no mundo at a dcada de 90 a Cayenne (ou Smooth Cayenne). D fruto de polpa amarelo-plida ou amarela, rica em cidos e acares, e a planta tem folhas com poucos espinhos, que se localizam apenas na base e no pice. No Brasil, a variedade mais plantada a Prola (conhecida no exterior como do grupo Pernambuco), que produz fruto de polpa amarelo-plida, quase branca, de sabor bastante doce e de baixa acidez; as folhas tm as margens armadas de espinhos. O abacaxi considerado o smbolo da hospitalidade. Para os povos antigos, colocar um abacaxi do lado de fora das casas sinal de que visitantes so bem vindos.

Cultura do abacaxi. A cultura racional do abacaxizeiro, apesar de muito rentvel, exige bastante tcnica e trato. Sua propagao feita por mudas e so exploradas uma ou duas safras. Muito til o fato de que a poca de produo dos frutos pode ser controlada artificialmente, mediante emprego de substncias qumicas, tais como o carbureto de clcio e o etephon. Culturas altamente tecnificadas podem dar, em cada safra, de sessenta a oitenta toneladas de fruto por hectare. Na verdade, porm, a produo de um abacaxizeiro depende de diversos fatores: clima e solo; poca de plantio e de colheita; idade da plantao; variedade; tipo e tamanho da muda plantada; espaamento de plantio; tratos culturais; adubao; estado fitossanitrio. Modernamente, o plantio feito pelo sistema de linhas duplas e na base de 45 a 60 mil plantas por hectare. Nos pases de abacaxicultura avanada, usam-se mquinas que, simultaneamente, so capazes de incorporar pesticidas e fertilizantes ao solo e, sobre ele, distribuir faixas de tecido negro de polietileno, em cima das quais feito o plantio das mudas; alm disso, so empregados pulverizadores capacitados para distribuir, ao mesmo tempo, pesticidas e fertilizantes sobre diversas linhas de plantao, assim como mquinas que possibilitam a colheita de at 12 toneladas de abacaxi por hora.

[editar] Molstias e pragasNo Brasil, as principais pragas do abacaxi so a broca-do-fruto (Thecla basilides), a cochonilha (Dysmicocus brevipes) e a broca-do-talo (Strimon megarus), esta de ocorrncia no Norte-Nordeste. Quanto a doenas, a mais grave e de de ocorrncia generalizada a fusariose ou gomose, causada pelo fungo Fusarium subglutinans" f. sp. "ananas e que pode provocar grandes prejuzos. Entre outras doenas importantes citam-se a murcha, causado pelo vrus PMWaV (Pineapple Mealybug Wilt associated Virus) e a podrido-do-olho, causado pelo fungo Phytophthora nicotianae var. parasitica. No cenrio mundial, algumas espcies de nematides figuram como pragas de importncia.

[editar] Consumo

Fruto do abacaxi (exterior e corte). O abacaxi pode ser consumido ao natural ou industrializado, sob a forma de fatias ou pedaos em calda, pedaos cristalizados, passa, picles, suco, xarope, gelia, licor, vinho, vinagre, aguardente. Todavia, os principais produtos so as fatias ou pedaos em calda, e o suco. Com o suco do abacaxi podem ser preparados refrescos, sorvetes, cremes, balas e bolos. Como subprodutos da industrializao do abacaxi, obtm-se lcool, cido ctrico, cido mlico, cido ascrbico, bromelina (enzima proteoltica que entra na composio de diversos medicamentos) e raes para animais; do restante da planta, so aproveitados industrialmente as fibras e o amido. O suco do abacaxi contm cerca de 12% de acar e 1% de cidos orgnicos (principalmente cido ctrico); considerado boa fonte de vitaminas A e B1, bem como razovel fonte de vitamina C.

[editar] ProduoOs principais pases produtores de abacaxi, segundo a FAO (2008) so o Brasil, a Tailndia, as Filipinas, Costa Rica, a China a ndia e a Indonsia. Por sua vez, a industrializao feita, principalmente, no Hava; mas Formosa, Malsia, frica do Sul, Austrlia e Costa do Marfim tambm sobressaem. Os E.U.A., a Alemanha, o Japo, o Reino Unido, o Canad e a Frana so grandes consumidores do fruto industrializado. Segundo o IBGE (2008), os principais Estados brasileiros produtores de abacaxi so a Paraba, com 345.015 mil frutos, Minas Gerais, com 265.520 mil frutos, o Par, com 261.347 mil frutos, a Bahia, com 170.423 mil frutos e o Cear, com 100.865 mil frutos. O nvel tecnolgico empregado nos plantios brasileiros de abacaxi bastante heterogneo, com reas que empregam toda a tecnologia disponvel (anlise de solo, correo da acidez, adubao no plantio e de cobertura, tratamento de induo floral, pulverizaes contra pragas e doenas), enquanto em outras regies as prticas ainda so bastante rudimentares, com baixa produtividade. Outro fato tpico de abacaxicultura

brasileira o deslocamento constante das reas de produo, devido ao aparecimento de problemas fitossanitrios. A grande maioria dos abacaxis produzidos no Brasil destinada ao consumo interno, como fruta fresca. So Paulo e os estados do Sul absorvem grande parte das produes de abacaxi da Paraba, Minas Gerais e Tocantins.

[editar] Outras espcies

Ananas nanus (anana-da-amaznia). Prximo do gnero Ananas h o Pseudananas, que contm uma nica espcie, P. sagenarius, vulgarmente designada por gravat-de-rede ou pseudo-anans, cujos frutos no possuem coroa. So peculiares do gnero Pseudananas a presena de estolhos ligados base da planta e a ausncia de mudas ligadas diretamente ao talo da planta ou ao pednculo do fruto. Outras caractersticas, no exclusivas desse gnero, so os espinhos bastante agressivos da poro inferior da folha, voltados para baixo, e os dois apndices na face superior das ptalas, com forma de prega, os quais, no gnero Ananas, tm forma de funil. As espcies selvagens de abacaxis e suas variedades principais so: Ananas ananassoides, var. nanus (anana-da-amaznia) e var. typicus (anans-do-campo); A. bracteatus, var. albus (anans-branco-do-mato), var. rudis (anans-vermelho-do-mato), e var. tricolor; A. fritzmuelleri e A. lucidus (curau-da-amaznia). Todos tm as margens das folhas armadas de espinhos, exceto a ltima, nas quais, praticamente, s existe um acleo terminal. O anans-do-campo constitui padro de terra seca e pobre; suas folhas produzem fibras to boas como as do caro; o fruto apresenta uns 10 cm de comprimento e considervel nmero de sementes. As fibras das folhas do curau tambm so de excelente qualidade; o fruto tem apenas uns 6 cm de comprimento; planta que se adapta muito bem ao clima mido. O fruto do anana-da-amaznia atinge apenas 3 a 4 cm. A. fritzmuelleri tem por ambiente natural o litoral sul do Brasil e produz fruto de uns 20 cm de comprimento, enquanto a do anans-do-mato ligeiramente maior. O anans-de-agulha, anans-de-cerca e anans-de-raposa so outras variedades tambm encontradas no Brasil.

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OrigemAmrica do Sul, na sua parte costeira; os ndios dessa regio costumavam pendurar folhas de abacaxi, ou mesmo o prprio fruto, na entrada das cabanas, para indicar que as visitas eram bem-vindas. Grande parte dos abacaxis comercializados no mercado brasileiro, tem como origem as plantaes da regio Nordeste do Brasil, principalmente nos Estados da Paraba e de Pernambuco.

TiposQuanto ao tamanho: Grande Pesa mais de um quilo e meio Mdio Pesa entre um quilo e um quilo e meio Pequeno Pesa menos de um quilo Quanto variedade:

Tipo ProlaTem formato cnico, coroa de dimetro pequeno, colorao interna amarelo-plida, quase branca

Tipo JupTem formato cilndrico, isto , tem o mesmo dimetro de cima at embaixo

Tipo HavaTambm tem formato cilndrico, mas a coroa apresenta maior dimetro, no tem espinhos e a colorao interna amarelo-palha ou mesmo amarelo-forte

Caractersticas uma fruta muito refrescante, cheirosa e sumarenta; cada gomo que vemos externamente, um fruto independente. Seu maior valor comercial ocorre quando de: Tamanho: grande (um quilo e meio de peso) Colorao: amarelada na base Coroa: Firme Variedade: Prola.

Dicas para comprarProcure os que esto - Sem defeitos, tais como: - manchas; - marcas; - deteriorao; - deformidade. A melhor maneira de saber se o abacaxi est no ponto exato para ser consumido, quando uma das folhas da coroa se solta com facilidade ao ser puxada, lembrando que ele no amadurece facilmente depois de colhido. Outra dica Pressionar ligeiramente a casca: se estiver macia, sinal de que est bom para ser consumido de imediato. Ao contrrio, se passar do ponto, a casca apresenta manchas escuras e algumas partes ficam amolecidas de mais, principalmente junto base; - os menos cidos so aqueles que tm pequenos espinhos na coroa. Procure adquirir os que tm boa fragrncia e a polpa amarela clara ou branca.

Dicas para guardarPara que o abacaxi verde amadurea, deixe-o temperatura ambiente, enrolado em jornal e longe da luz direta do sol.

Dicas para consumo uma fruta muito verstil e que se presta composio de inmeros pratos tanto os doces quanto os salgados, tais como: - compotas; doces cristalizados ou em pasta; - gelias; - sucos; - pudins; - saladas; - bebidas; - sorvetes; - gelatinas. Obs.: No caso dos dois ltimos, preciso ferver o suco e a polpa antes de preparar, pois, caso contrrio, no haver a solidificao. Se quiser fazer um suco bem concentrado, use a prpria casca da fruta, assim procedendo: - Descascar a fruta, deixar a casca repousar numa vasilha com gua por algumas horas, e depois bater no liquidificador e coar, servindo gelado. ATENO: As pessoas com tendncia a aftas bucais, ou mesmo com alto nvel de acidez estomacal, devem evitar sempre a ingesto do abacaxi, ou ento, fazer uso moderado e espordico.

Composio Vitaminas (A, B, B1, B2 e C) Sais minerais diversos Magnsio Enxofre Potssio Clcio Ferro Iodo Flor Fsforo Carboidratos Fibras (Celulose) Protenas Saponinas Flavonides Glicosdeos Sacardeos Taninos

Valor calrico75 calorias / 100g

Indicaes TeraputicasO abacaxi altamente eficiente para: As vias urinrias, por ser diurtico, detergente e desintoxicante dos rins Preveno da formao de clculos renais e biliares Prevenir priso de ventre, devido ao seu alto teor de fibras Bronquite ( expectorante - fazer suco com a casca)

Aliviar clicas menstruais Combater a anemia, pois favorece a absoro do ferro Falta de apetite, desde que ingerido o seu suco, sem acar, 1 ou 2 horas antes da refeio. Obs.: O abacaxi possui uma enzima chamada bromelina que, em contato com a pele, pode causar dermatite em pessoas sensveis.

Caractersticas da plantaPlanta de pequeno porte, podendo atingir 80cm de altura. Folhas longas e duras, dispostas espiraladamente, partindo da base, formando uma roseta. Flores pequenas, de colorao rsea a roxo-purprea, surgem aglomeradas em uma haste, formando uma espiga que se desenvolver originando a fruta do abacaxi.

FrutoO conjunto dos pequenos frutos formam a estrutura de forma ovide do abacaxi. Na sua poro superior forma-se uma "coroa" de folhas duras, de colorao verde intensa denominadas brcteas. A haste interna do abacaxi envolta pela suculenta polpa que comestvel.

CultivoPrefere solo rico em nutrientes, no suportando os encharcados. O plantio feito no incio das chuvas desenvolvendo-se bem em locais de temperaturas de 16 a 20 C e livres de geadas. Produz 20 kg por planta ao ano. Frutifica o ano todo. Quando Cristvo Colombo chegou ilha de Guadalupe, no Novo Mundo, o abacaxi foi oferecido aos invasores europeus num gesto de hospitalidade e boas-vindas. Por sua semelhana, um tanto forada e bastante apressada, com o fruto do pinheiro europeu, a fruta foi ento chamada de pina, como at hoje conhecida nos p\ de lngua espanhola. Para os indgenas de lngua guarani, seu nome significava "fruta saborosa", de onde derivou a palavra anans, como so ainda conhecidas algumas de suas espcies silvestres. Mas foi "iuaka'ti" ou "fruta cheirosa", outra de suas denominaes indgenas, que deu origem palavra abacaxi em portugus. Provavelmente nativo do sul da Amrica do Sul, da regio onde hoje fica o Paraguai, o abacaxi foi carregado por toda a Amrica pelos ndios guaranis, tornando-se espcie cultivada pelas populaes autctones at a regio da Amrica Central e Caribe muito antes da chegada dos europeus. O abacaxi, com o nome de pina, foi levado para a Europa como testemunho da exuberncia extica das terras existentes a oeste do Atlntico. Espcie de fruto de fcil disperso e cultivo, o abacaxi cruzou os mares do mundo a bordo de galees e caravelas, chegando para ficar na frica, na China, em Java, na ndia e nas Filipinas. Nesses locais o abacaxi se propagou com facilidade e rapidez, tendo sido muito bem aproveitado nos ltimos cinco sculos, e no apenas como saboroso fruto. Na Inglaterra, verdadeira paixo, a partir do sculo XVII iniciou-se o cultivo do abacaxi em estufas especialmente preparadas para manter a temperatura equivalente temperatura tropical de que a planta necessita para crescer. Com sua coroa espinheinta, passou a ser chamado, no feminino, de "a rainha das frutas". Transformado em iguaria de reis e rainhas, o abacaxi foi oferecido como smbolo de hospitalidade a convidados especiais da nobreza, tambm nas cortes europias. Em seu transporte do Novo para o Velho Mundo, o abacaxi deixou de ser apenas uma fruta e passou a ser um verdadeiro modelo de beleza e exotismo, representado incansavelmente pelas belas artes, estudado e admirado pelas cincias da natureza. Uma imagem que permaneceu misteriosa por muito tempo, at que pudesse ser completamente desvendada pela botnica. Soube-se, depois de muito tempo, que aquilo que costumava ser considerado como uma frota inteira, nica, no passava de uma ou duas centenas de pequenos frutos aglomerados em torno de um mesmo eixo central: cada "olho" ou 'escama" da casca do abacaxi um fruto que cresceu a partir de uma flor, fundindo-se todos os frutos em um grande corpo, chamado infrutescncia, no topo do qual se forma a coroa. De perfume forte e sabor variado, ora dulcssimo, ora bastante cido, esse conjunto de frutos do abacaxi possui uma polpa refrescante e cheia de caldo. Tais virtudes o recomendam como fruta que se presta produo de compotas, doces cristalizados, gelias, sucos, sorvetes, cromes, gelatinas e pudins. No Brasil faz-se tambm uma bebida, chamada alua, bastante conhecida e apreciada no nordeste: deixam-se as cascas do abacaxi imersas em gua por alguns dias, at que se processe a sua fermentao. O abacaxi , seguramente, uma das frutas tropicais mais populares do mundo, sendo muito utilizada no preparo de coquetis de esprito festivo, tais como a mundialmente famosa pina colada, feita com suco de abacaxi e rum. O abacaxi no fruta calrica, mas seu conjunto contm altas porcentagens de vitaminas A, B e C, assim como carboidratos, sais minerais e fibras. Alm disso, dos restos do abacaxizeiro pode-se extrair a bromelina, uma enzima nobre que ajuda a decompor protenas, resultando dessa extrao um bagao consistente que pode ser utilizado como rao animal. O Brasil um dos maiores produtores mundiais de abacaxi, com mais de 700 mil toneladas anuais, perdendo, no incio dos anos 90, apenas para a Tailndia, para as Filipinas e para a China. As principais plantaes brasileiras esto concentradas na regio Nordeste do pas, em especial no Estado da Paraba; no Tringulo Mineiro; e nos Estados da Bahia e de So Paulo, onde os municpios de Araatuba e Bauru so os lderes. Apesar de manter uma rea de cultivo muito maior que os outros pases produtores, o Brasil ainda no detm completamente as tcnicas que permitem a alta produtividade obtida nos abacaxizais asiticos. Basicamente, no Brasil, cultivam-se as variedades Prola, a preferida pelo mercado in natura, e Smooth Cayenne ou Havaiana, que produz um fruto maior, mais cido e resistente e que, por isso mesmo, normalmente destinada exportao e s indstrias de compotas e de sucos. Fonte: www.paty.posto7.com.br

AbacaxiFruto tropical de excelente sabor destinado ao consumo fresco e a indstria

Nome popular da fruta: Abacaxi (anans) Nome cientfico: Ananas comosus (L.) Merril Origem: Amrica do Sul (Brasil e Paraguai)

FrutoO abacaxi um fruto composto, constitudo por 100 a 200 frutilhos do tipo baga (popularmente chamados de olhos ou escamas fundidos entre si no eixo ou cilindro central, com formato normalmente cilndrico ou ligeiramente cnico. A polpa apresenta cor branca, amarela ou laranja-avermelhada. O peso depende da variedade, mas geralmente encontra-se entre 1 e 2,5 quilos.

PlantaO abacaxizeiro uma planta de porte baixo e perene em seu ciclo natural. Nos cultivos comerciais, dependendo da variedade, explorada apenas a primeira ou no mximo at a segunda frutificao da planta. Depois disso, deve ser realizado o arranquio, limpeza da rea (retirada do material remanescente) e novo plantio das lavouras. As principais variedades comerciais cultivadas no Brasil so a Smooth Cayenne e Prola que dominam a produo nacional -, alm da Perolera, Jupi e outras de menor importncia. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa tem lanado novas variedades no mercado, como a Imperial, resistente a doenas. O Instituto Agronmico de Campinas IAC lanou a variedade Gomo de Mel, que permite a separao manual dos frutilhos, sem necessidade de descascamento. A variedade Golden (Golden Sweet ou MD-2), desenvolvida na Amrica Central, tem se tornado importante no comrcio internacional, devido forte promoo nos principais mercados importadores. No se conhece sua adaptabilidade s principais regies produtoras do pas, mas pode se tornar uma opo para exportao, assim como para o mercado interno.

CultivoO primeiro e fundamental passo na implementao da cultura a determinao da variedade a ser plantada. Deve-se considerar a adaptao ao local de plantio, a destinao da produo (mercado in natura ou indstria) e a disponibilidade e qualidade das mudas. Para a indstria, as variedades com formato cilndrico so preferidas, como a Smooth Cayenne, pelo melhor rendimento no processamento. J o consumidor prefere as variedades com polpa mais amarela e mais doce. As mudas devem ser oriundas de viveiro certificado ou, na ausncia deste, de produtor comercial com bom nvel tecnolgico de produo. Elas devem ser alvo de rigorosa seleo na sua origem, pois so veculos de transmisso de pragas e doenas importantes, como a cochonilha (Dysmicoccus brevipes) e a fusariose (causada pelo fungo Fusarium subglutinans), que podem trazer srios prejuzos econmicos. O produtor deve evitar mudas com esses problemas e descart-las caso cheguem propriedade. Nos plantios subseqentes, o produtor poder usar mudas produzidas em sua prpria lavoura, retiradas das plantas mais vigorosas e isentas de pragas. O ciclo da lavoura relativamente curto, com at duas frutificaes a primeira entre 1 ano e meio a 1 ano e oito meses e a segunda em at 2 anos e meio. Apesar disso, o produtor deve estar atento ao investimento, que bastante elevado principalmente nas lavouras irrigadas, e ao tempo de retorno do mesmo, que ultrapassa normalmente o primeiro ciclo. A irrigao tem se mostrado bastante til nessa lavoura, apesar da tolerncia ao perodo de seca. A faixa ideal de precipitao para a cultura de 1.000 mm a 1.500 mm anuais, bem distribudos. A irrigao deve ser implementada em regies onde a deficincia ocorra por um perodo muito prolongado, ofertando de 60 mm a 150 mm mensais de gua. H, ainda, o benefcio da melhor uniformizao da produo, assim como a possibilidade de sua programao em funo das necessidades dos mercados. A florao natural do abacaxizeiro bastante desuniforme, afetando a comercializao, o aproveitamento da segunda produo e reduzindo o tamanho mdio dos frutos. Faz-se, ento, a prtica da induo floral, que visa antecipar e, principalmente, homogeneizar a poca de florescimento e colheita. Aplicam-se produtos indutores (carbureto de clcio ou produtos a base de etefon) na roseta foliar (olho da planta) ou sobre a planta, com 8 a 12 meses de idade. Aps 5 a 6 meses da induo, os frutos esto aptos para a colheita. O ponto de colheita deve ser estabelecido em funo do mercado (uso e distncia). O abacaxi um fruto no-climatrico, ou seja, no amadurece aps a colheita. Caso seja colhido imaturo ou verde, ter grau elevado de acidez e baixo de acares, chegando ao consumidor muito azedo e sem o sabor caracterstico da fruta. Para a indstria, o fruto deve ser colhido maduro, com a casca mais amarela do que verde. Para o consumo fresco, deve ser colhido de vez, para mercados mais distantes, ou maduro, para mercados mais prximos.

UsosOs frutos do abacaxi prestam-se ao consumo fresco ou industrializado. Suas caractersticas de sabor e aroma, com um bom equilbrio entre acidez e acar, tornam o abacaxi muito apreciado nas regies produtoras e nos pases importadores. De alto valor diettico, a polpa do abacaxi energtica e contm boas quantidades das vitaminas A, B1 e C.

Os principais produtos da industrializao do abacaxi, tanto no Brasil quanto no exterior, so a fruta em calda (fatias ou pedaos) e suco pasteurizado (concentrado ou no), seguido pela produo de gelias. Os resduos da industrializao so largamente utilizados na alimentao animal O fruto apresenta alto teor de bromelina, um grupo de enzimas capazes de quebrar protenas (proteoltica) e que auxiliam o processo de digesto. A bromelina um produto nobre, encontrada tambm no talo, caule, folhas e razes do abacaxizeiro e em todas as espcies da famlia Bromeliaceae.

MercadoAlgumas prticas culturais na abacaxicultura esto notadamente voltadas para atendimento do mercado: irrigao, induo floral e determinao do ponto de colheita. Visam uniformizao da produo, extenso do perodo de produo e melhor qualidade do produto final. O transporte dos frutos no pas realizado, nas principais regies produtoras, a granel, com camadas de frutos intercalados de palha em caminhes abertos e cobertos com lona. Tal procedimento provoca perdas de 5% a 10% dos frutos at os distribuidores (atacadistas e varejistas), seja pelo amassamento dos frutos ou pela fermentao, ocorrida pela falta de circulao de ar nos frutos dispostos mais internamente na carga. Os produtores arcam com essa perda. O uso de embalagens de papelo ou madeira ainda restrito no pas, mas estudos demonstram que a reduo de perdas, que caem para taxas menores que 1%, compensam o custo das embalagens. Alm dos produtos tradicionais industrializados do abacaxi, alguns estudos mostram a viabilidade de se produzir lcool de uso farmacutico, vinhos, cido ctrico, vinagre e amido comercial. As folhas, ainda, podem ser utilizadas para obteno de fibras. A bromelina tem amplo uso nas indstrias de alimentos, bebidas e farmacutica, mas pouco industrializada no Brasil, apesar do volume de resduos nas indstrias de sucos e doces, cujo aproveitamento basicamente para alimentao animal. Pierre Vilela Fonte: www.sebrae.com.br

Aspectos Gerais:Originrio das Amricas o abacaxizeiro cultivado na sia, frica, Amrica (Norte, Central, Sul) ; Tailndia, Filipinas, Brasil, China e ndia destacam-se como pases principais produtores (1994). No Nordeste- com produo de 1.036.415t. (1998) - sobressaem-se Paraba(237.551t.), Bahia(168.518t) e Rio Grande do Norte(88.726t.) como estados maiores produtores ; neste ano o Nordeste do Brasil contribuiu com 49% da produo nacional. Na Bahia a produo (67%) concentra-se nas regies econmicas do Paraguau, Sudoeste e Litoral Norte onde aparecem os municpios de Corao de Maria, Santa Ines, Inhambupe, Cravolandia, Irajuba e Entre Rios com produes expressivas. As regies Oeste e Baixo Mdio So Francisco mostram-se promissoras para a cultura do abacaxi. Inicio Botnica/Descrio da Planta/ Variedades: O abacaxizeiro classificado como Ananas comosus (L, Merril), Bromeliaceae, Monocotiledonae; os indgenas brasileiros chamavam-no de ibacati (fruta cheirosa). Em lngua espanhola conhecido como "pia", no ingls "pineapple" e "anans" por franceses, italianos, holandeses, alemes. Planta perene, arbusto baixo, tem razes profusas pequenas que alcanam at 15 cm de profundidade, caule (haste) com gemas (cicatrizes de folhas) que garantem a reproduo da planta. Folhas planas, esverdeadas, com parte superior em calha dispostas em espiral em torno da haste central que, no termino do desenvolvimento, d origem a 150 a 200 flores brancas ou branco-roxas em espigas. Estas originam 100-200 frutos pequenos (bagas), com pontas na casca, colados entre si e dispostos em torno do eixo central (corao). O fruto inteiro (infrutescencia) tem forma cilndrica ou cnica (frutos maiores na base), com rebentos na base e coroa de folhas no pice. A polpa do fruto sucosa, aromtica, saborosa, com leve acidez, cor amarela ou amarelo-plida (branca). rica em aucares (75% peso fresco), em sais minerais (clcio, fsforo, magnsio, potssio, sdio, cobre, iodo) em vitaminas (C, A, B1, B2, Niacina); 100 g de polpa contm 52 calorias; tem valor alimentar, portanto. Ainda o fruto contm o enzima bromelina. Dentre as variedades, a mais cultivada a Smoth Cayenne, por suas caractersticas agro-industriais. Smooth Cayenne: porte baixo, folha verde-escuro com 1 m de comprimento, fruto grande, forma cilndrica com at 2,5 kg de peso, com 9-10 rebentos na base, com polpa amarela. Sensvel s doenas fusariose e fasciao. Prola: planta de crescimento ereto, folhas com 65 cm de comprimento, fruto cilndrico (levemente cnico no pice) com cor verde-amarelada, 3-8 rebentos na base, polpa amarelopalida com baixa acidez. Sensvel fusariose e fasciao. Perolera: planta com folhas verde-escuras sem espinhos, fruto com peso mdio de 1,78 kg, forma cilndrica, cor externa amarela, polpa amarela. Apresenta resistncia fusariose e menor sensibilidade fasciao . Primavera: fruto cilndrico, peso 1,25 kg, polpa branca, folha verde-claro sem espinhos. Apresenta resistncia fusariose e menor sensibilidade fasciao.

Inicio Utilidade do Abacaxizeiro: A planta motivo ornamental para a Pintura, Arquitetura e Escultura e usada sobre pilares de alvenaria, na entrada de casas, vilas e jardins. O caule matria prima para obteno de lcool etlico, gomas e matria para industrias alimentares. Restos do abacaxizeiro podem ser usados na alimentao animal (material fresco ou ensilado). Fruto: consumido ao natural, fresco, cortado em fatias (rodelas) ou em cubos, sob forma de sorvetes, doces, picols, refrescos, sucos caseiros; industrializado o fruto apresenta-se como polpa, xarope, geleia, doces em calda, suco engarrafado. Em regies secas e quentes obtmse vinho do fruto doce e fermentado. Em alguns pases o suco do fruto verde tido como vermfugo. Ainda o fruto contm o enzima bromelina de propriedades digestivas e tido como amaciante de carne. Inicio Necessidades para o Cultivo: As regies que mais se prestam ao cultivo do abacaxizeiro esto situadas entre os paralelos 25 N e 25 S embora a planta adapte-se vrios ambientes. Inicio

Clima:Tem grande influencia sobre crescimento, desenvolvimento e produo do abacaxizeiro; a temperatura media anual mais adequada situa-se em torno de 24C (limites em 21C e 32C). A planta requer temperaturas altas (29-30C) para produo de razes e folhas. Inicio

Chuvas (pluviosidade):Sua ausncia na frutificao atrasa o desenvolvimento do fruto e reduz produo de mudas alm de causar problemas na florao, reduzindo rendimento da cultura. Em reas com boa distribuio de chuvas o total de 1.000 mm a 1.500 mm anuais satisfaz as necessidades da planta . Estudos (Hava) determinaram a necessidade diria de gua do abacaxizeiro em 1,53,0 mm de gua (45-90 mm ms/planta). Inicio

Umidade Relativa do Ar:A umidade relativa mdia est em torno de 75%. Mudanas bruscas no nvel de umidade podem causar fendilhamento do fruto e altos nveis de umidade propiciam a incidncia de doenas. Inicio

Luminosidade (radiao solar):Atua no crescimento vegetativo e na qualidade do fruto (composio, colorao); luminosidade intensa pode queimar o fruto interna e externamente. A insolao requerida aceitvel para desenvolvimento e produo do abacaxizeiro de 1.200 - 1.500 horas/ano e tima entre 2.500 a 3.000 horas/ano. Por fim o abacaxizeiro tido como planta de dias curtos; em dias curtos a florao da planta d-se mais rapidamente. Inicio

Ventos:Quando fortes e secos podem danificar a planta (ressecamento). Ainda ventos fortes podem provocar tombamento da planta e dificultar tratos sanitrios. Inicio

Solos:Com sistema radicular relativamente superficial e frgil o abacaxizeiro s explora a profundidade de 15 a 20 cm no solo. Assim fatores como aerao e drenagem so importantes na seleo de rea para implantao da cultura pois a planta no tolera encharcamento do terreno. Solos de textura mdia a leve, que assegurem boa drenagem, ainda que argilosos, so indicados para a implantao do abacaxizal. O pH ideal situa-se na faixa 4,5 a 5,5. Deve dar preferencia a terrenos planos a ligeiramente declivosos (5% de declividade). Em explorao comerciais o suprimento de nutrientes atravs da adubao, prtica quase obrigatria. Inicio Plantio: Obteno de mudas: O abacaxizeiro propagado via mudas que podem advir de: Rebentos: filhotes-rebentos (encontrado preso ao pednculo na base do fruto); filhote-rebento (encontrado no ponto de unio do pednculo do fruto com o caule e rebento (encontrado na parte inferior do caule). Coroa : roseta de folhas situada na parte superior do fruto. Seces do caule (talo): provm do caule seccionado e estimulado a brotar e enraizar. Em qualquer dos casos a muda deve ter origem em plantas sadias, vigorosas, de boa produo. A muda deve ser tambm sadia, vigorosa, tamanho uniforme (nunca abaixo de 25 cm de comprimento). As que apresentarem sinais de ataque de pragas e doenas, podres, com goma, devem ser sumariamente eliminadas pelo fogo. Para plantio as mudas devem ser separadas por tamanho e tipo (filhote, filhote rebento e coroa). Inicio Obteno de mudas e rebentos: Para melhorar a qualidade dos rebentos e prepar-los para o plantio destacam-se as operaes de ceva e cura. Ceva: consiste em deixar o rebento preso a planta-me ps colheita do fruto - durante o tempo necessrio para que ele alcance o tamanho adequado para o plantio, em perodo de 2,5 a 3,0 meses, sob irrigao. Cura: objetiva a cicatrizar tecidos feridos - da muda na sua colheita, a eliminar excesso de umidade do material e melhorar a eficincia da seleo de mudas. O processo consiste em expor as mudas - com base para cima - a ao dos raios solares durante o perodo de 7 a 15 dias. Aps ser efetuada a seleo por sanidade, tipo e tamanho - as mudas podem ser armazenadas/conservadas em local fresco, seco e sob sombra. Apoiadas umas as outras, na posio vertical com base para baixo elas so preservadas por meses. Na Bahia (Litoral Norte, Paraguau) usa-se muda tipo filhote em geral. Inicio Obteno de mudas por seccionamento de caule: Operao que leva 11 a 12 meses e feita com caule (talo) de planta que j produziu fruto, aps arranquio da planta, desbaste das folhas, eliminao do sistema radicular e da parte apical. O

caule cortado em pedaos compridos ou em discos; elimina-se pedaos internos e externos que mostrem sinais de doenas. Os pedaos sofrem tratamento com calda decorrente da mistura de fungicida (Triadimefon-Bayleton 40 g/100 l gua) e inseticida-acaricida (etiom-Ethion 50 - 75 ml/100 l gua ou monocrotofs - Nuvacron 90 ml/100 l gua) por imerso durante 3 a 6 minutos. As seces tratadas so plantadas em canteiros de terra com dimenses 120 cm ( largura) x 10 cm (altura) e comprimento varivel. O espaamento de plantio 10 cm x 10 cm (100 seces por m2 ). Adubaes, capinas e tratos sanitrios ( mesma calda acima) e irrigaes fazem-se necessrios. Quando a plantinha atingir a 25 cm de altura estar apta ao plantio em campo. Este processo pode proporcionar um rendimento de 85% de mudas sadias; um hectare de viveiro produz 488 mil mudas. Inicio Escolha da rea para plantio: Deve-se levar em conta: disponibilidade e custo da mo-de-obra( pelo menos 170 homens/dia para 1 hectare), vias de acesso a rea e para escoamento da produo, existncia de mananciais de gua, proximidade de centros consumidores(mercados e indstrias). Alm disso a rea deve satisfazer s necessidades da cultura. Inicio Preparo do solo: Em reas no cultivadas, se necessrio, efetuar as operaes de roagem, destoca encoivaramento e queima da coivara; em reas anteriormente cultivadas com abacaxi o resto de cultura deve ser eliminado, com boa antecedncia ao plantio, mediante sua incorporao ao solo e sua queima( caso de pequenos produtores). Em seguida deve-se proceder a arao - profundidade mnima de 30 cm - que deve ser seguida por duas gradagens. Inicio Sistema de plantio/Espaamento: O abacaxizeiro pode ser plantado em sistemas de filas simples, de filas duplas, triplas, qudruplas e quntuplas. Os mais comuns so fileiras simples e fileiras duplas. A escolha do sistema condiciona-se disponibilidade da rea, caracterstica fsica da variedade a plantar, disponibilidade de mo-de-obra, ao tipo de solo, topografia do terreno, entre outros. Fileira simples facilita tratos culturais em abacaxizais com variedades de folhas espinhosas. O de fileiras duplas abriga maior nmero de plantas por unidade de rea, melhor sustentao das plantas e evita tombamentos na frutificao. As plantas das duas fileiras juntas devem ser plantadas em espaos desencontrados(plantio em quincncio). Os espaamentos preconizados, em geral, so os seguintes: Fileiras simples; 80 cm -120 cm entre filas e 30 cm a 40 cm entre plantas, o que proporciona populaes entre 48 mil a 20 mil plantas por hectare. Fileiras duplas; 70 cm a 90 cm entre filas duplas, 30 cm a 40 cm entre filas simples e 22 cm a 35 cm entre plantas na filas, o que proporciona populaes em torno de 75 mil a 40 mil plantas/hectare. Na Bahia(Litoral Norte) pratica-se o espaamento de 60 cm x 30 cm x 30 cm. Obs. : plantas sem espinhos nas folhas - variedades Smooth Cayenne, Perolera e Primavera permitem utilizao de espaos menores. As Prola e Jupi - com espinhos nas folhas - s admitem espaamento mais largo. Quando a produo destina-se a fins industriais - espaamentos maiores(para frutos acima de 1,5 kg de peso) - e para consumo in natura - espaamentos menores (para frutos com peso 1,0 - 1,5 kg). Inicio

poca de Plantio: Na Bahia a poca de plantio estende-se de janeiro a maro (regio Litoral Norte) e de janeiro a junho (regio do Paraguau) sempre em funo das chuvas. Todavia a depender da disponibilidade de mudas, das condies de umidade no solo e poca em que se deseja colher o fruto ,o plantio pode ser feito em outras pocas do ano. Em meses muito chuvosos no se deve plantar o abacaxi. Inicio Plantio propriamente dito: Pode ser feito em covas, fendas ou em sulcos; prefere-se sulcos (quando dispe-se do sulcador) para reas grandes e covas (pode-se usar coveador mecnico ou p). Sulcos ou covas devem ter profundidade para evitar tombamento da muda); a fenda aberta com enxadeta e a muda colocada inclinada nela. Em cova ou sulco a muda colocada na posio vertical, chega-se terra a ela (sem deixar cair terra no centro da roseta foliar). As mudas so plantadas em quadras ou talhes separados segundo seu tipo, pso ou tamanho. Nos terrenos planos sulcos ou covas so abertos no sentido do maior comprimento de rea ( aumenta rendimento das mquinas). Em terrenos com declive o plantio deve ser feito usando curvas de nvel ou outro mtodo conservacionista. Tambm planta-se em camalhes com 100 cm de largura na base, 70 cm de largura no topo e 15 cm de altura. Inicio Correo da acidez do solo/adubaes: Atravs da anlise de solo so determinados os nveis de alumnio trocvel, clcio, magnsio, nitrognio, fsforo e potssio alm do pH do solo. As recomendaes decorrentes indicam as quantidades de calcrio dolomitico a aplicar ao solo, (com antecedncia mnima de 60 dias ao plantio) para seu objetivo maior que elevar os teores de clcio e magnsio mantendo o pH entre 4,5 e 5,5 (faixa adequada para o cultivo). Inicio Adubao do abacaxizeiro: Importante seguir as recomendaes de adubao da anlise de solos. As indicaes de adubao para a Bahia pressupem a operao de induo floral entre o 9 ou 10 ms ps plantio. As adubaes devero ser feitas em cobertura entre o 1 e 2 ms, entre o 5 e 6 ms e entre 8 e 9 ms, em perodos de bom nvel de umidade no solo. Importante manter relao N/K2O(nitrognio/potssio) entre 1,5 a 2,5. Havendo adubos orgnicos - estercos, tortas vegetais (mamona, cacau) - sua utilizao recomendada nos solos de solos de textura leve e pobres em matria orgnica e devem ser aplicados 30 dias antes do plantio ou na 1 cobertura. As fontes de nutrientes mais comuns so: uria, sulfato de amnio, superfosfato simples (preferido por fornecer enxofre tambm), fosfatos mono e di-amonio, superfosfato triplo, cloreto de potssio e sulfato de potssio. Adubos minerais sob forma solida so aplicados no solo junto planta ou nas axilas das folhas basais devendo-se chegar terra ao p para cobrir adubos no solo. Adubos via lquida podem ser aplicados s folhas nas estaes secas ou para suplementaes de nitrognio e potssio, (em horas frias do dia). A concentrao da soluo a aplicar no deve exceder a 8%.(uria a 3%). Inicio Controle de ervas daninhas: Manter o abacaxizeiro livre de ervas daninhas notadamente nos 6 primeiros meses ps plantio; a limpeza pode ser feita por enxada ou por aplicao de herbicidas . Na capina fazer a amontoa (chegar terra ao p da planta com o cuidado de no jog-la na roseta). Herbicidas so indicados para grandes plantios e perodos chuvosos, em duas etapas: 30 a 60 dias e 90 a 120 dias ps plantio em pr-emergncia das ervas. Alguns produtos base de diuron, bromacil, simazina tem sido recomendados.

Inicio Irrigao: Em zonas com escassez de chuvas e onde os perodos secos superem 3 meses a irrigao faz-se necessria. A demanda de gua pelo abacaxizeiro de 1,5-3,0 mm/dia, as exigncias hdricas aumentam a partir do 2 ms de vida e intensificam-se a partir do 5 ms at o 10 ms; 60 mm a 100 mm/ms a quantidade de gua recomendada para irrigao, utilizando-se o mtodo de asperso. Inicio Induo floral: Para antecipar o incio da florao e mais tarde a colheita aplica-se substncias qumicasfitoreguladoras como carbureto de clcio, acetileno e etephon - na roseta foliar ou em pulverizaes foliares- . As dosagens so 1 a 2 gramas de carbureto na roseta foliar em dias chuvosos, ou 50 ml de soluo de etephon (de soluo com 20 ml do etephon, 30 g de clcio virgem e 2% de uria diludos em 100 l de gua) pulverizados sobre a planta. As aplicaes devem ser feitas em horas frescas do dia ou noite (entre 20 horas e 5 horas). Entre 7 e 14 meses as plantas podem sofrer induo floral. Inicio Consorciao/Rotao: Como cultura principal o abacaxizeiro consorciado com feijo, feijo macassar, mandioca, milho, amendoim; como cultura secundria pode ser consorciado ao abacate, citros, manga, coco, mamo. A rotao de culturas feita com soja, sorgo, feijo macassar, outras, em alguns pases. Inicio Pragas : Cochonilhas, caro vermelho e broca-do-fruto so pragas mais comuns na Bahia. Cochonilha do abacaxi: Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1939), Homoptera, Pseudococcidae. Tambm conhecida como piolho-branco um inseto pequeno, sem asas, coberto por camada pulverulenta branca. Tambm encontrada na batatinha, amendoim, bananeira, milho, soja, outras. responsvel pela transmisso da doena murcha-do-abacaxi (causa srios danos variedade Smooth Cayeime). Vivem em colnias nas razes e axilas das folhas sugando a seiva; com aumento populacional o inseto ataca flores e frutos. Vivem em simbiose com formigas doceiras, atacam o abacaxizeiro a partir do 2 ms de vida. O controle pode ser feito pela aplicao de produtos qumicos base de paration etlico ou metlico (Folidol ou Rhodiatox na dosagem de 90 ml/100 l gua) ou dimetoato (60 ml/100 l gua). Aplica-se pulverizao preventiva - 60 ml da calda por planta- entre 60 a 150 dias ps plantio. Em perodos chuvosos usar inseticidas granulados sistmicos de solo na dose de 0,5 a 1 g por planta (dissulfoton, aldicarbe) do produto comercial no solo junto a planta. Tratamento de mudas, com dosagens acima de paratiom ou diazinom ( 90 ml/100 l gua) podem ser feitos mergulhando as mudas por 3-5 minutos. Broca-do-fruto: Thecla basilides (Geyer, 1837) Lepidoptera, Leycaenidae. Causa grandes danos em vrias regies produtoras com nvel de infestao em 80%. Adulto pequena borboleta cinzenta-escuro brilhante, com manchas circulares alaranjadas nas asas posteriores; larva (forma jovem) lagarta que, desenvolvida, tem cor amarelo-escuro, corpo ligeiramente achatado com aspecto de lesma. As borboletas pem ovos brancos na parte superior e mdia da inflorescencia e no pednculo. A lagarta ataca a inflorescencia, flores, mudas, folhas e frutos. O fruto atacado exsuda resina lquida que se solidifica com o ar. A lagarta empupa na parte inferior da folha.

Controle- Pulverizaes com os qumicos carbaryl 85 M(260 g em 100 l de gua) paration metlico ou diazinom (90 ml em 100 l de gua) ou Bacilus thuringiensis ( Dipel PM -600 g/hectare) aplicando-se 30 a 50 ml da calda por inflorescencia. As pulverizaes devem ser feitas no "olho" da planta desde o aparecimento da inflorescencia - 45 dias ps induo floral at 40 dias depois em intervalos de aplicaes de 15 dias (10 dias para o Dipel). Inicio Doenas: Entre as principais esto a fusariose e a podrido-negra-do-fruto. Fusariose - causada pelo fungo Fusarium subglutinans, responsvel pela perda de 30% da produo brasileira. O fungo infecta todas as partes da planta provocando exsudao de substncia gomosa na rea afetada. A planta atacada exibe encurtamento e curvatura do caule (lado da leso). Fruto exsuda goma atravs da cavidade floral e a polpa apodrece. Controle - Emprego de mudas sadias, nos novos plantios (mudas de seccionamento do caule), de plantas que geraram frutos sadios; em reas de incidncia de fusariose, proceder seleo rigorosa de mudas. Eliminao de restos de antigas culturas e inspees permanentes com eliminao de plantas doentes concorrem para diminuir a infeco . Pulverizaes, com incio aos 45 dias ps induo floral e com intervalos de 10 dias (quatro vezes), com produtos qumicos base de benomyl (Benlate), thiabendazol (Tecto), tiofanato metlico (Cerconil) na dosagem de 250 a 300 g/100 l de gua. Podrido-negra-do-fruto: Causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa provoca perdas significativas a frutos destinados exportao. Essas perdas do-se entre colheita e processamento. Podrido mole na polpa cor amarela-intenso evolui para decomposio da polpa que se liqefaz; externamente h exsudao do suco que resulta em fruto co. Controle - Colher frutos com um segmento de pednculo (2 cm), evitar ferimentos no fruto, armazenar frutos a 8C e manter essa temperatura no transporte, eliminar restos de antigas culturas nas proximidades de rea de estocagem/manuseio de frutos. Imergir pednculo numa calda fungicida - para proteger corte de colheita - em caldas de benomyl (Benlate a 0,8%) e triadimefon (Bayleton a 0,4%). Inicio Colheita/Rendimento/Embalagem/Transporte: Colheita - A maturao avaliada pela colorao da casca que passa do verde ao amarelo, progressivamente. Com aproximao da maturao a cor passa a bronzeado, os "olhos" passam de pontiagudos a achatados e o espao entre "olhos" estendem-se, superfcie do fruto fica mais lisa. Fruto para indstria colhido maduro; para consumo in natura colhido "de vez". A colheita feita com faco, e os frutos so acondicionados em cestas, balaios. Frutos de plantas que sofreram induo so colhidos entre 12 e 14 meses ps plantio; frutos de plantas sem induo so colhidos aos 18 meses. Rendimento - O rendimento mdio - 1 colheita - est em 80%; No espaamento 0,8 m x 0,3 m, 41.600 plantas/hectare, com rendimento de 80% obtm-se 33.200 frutos comercializveis (75% frutos de 1 qualidade e 25% frutos inferiores). Embalagem/Transporte - Colhidos os frutos so levados a galpes, selecionados quanto qualidade e sanidade, classificados por tamanho/peso (segundo destino); aps tratamento contra podrides so embalados em caixa de papelo ou de madeira (520 mm x 290 mm x 290 mm) para exportao ou granel para mercados ou indstrias. No transporte para exterior os pores de navio devem estar com 85 - 90% de umidade e 8 12C de temperatura em seu ambiente. Inicio Luiz Epstein - 1999

Secretaria da

ABACAXI: IMPORTNCIA ECONMICA E NUTRICIONALSilvia Antoniali Juliana Sanches O abacaxi [Ananas comosus (L) Merril] uma autntica fruta das regies tropicais e subtropicais, consumido em todo o mundo, tanto ao natural quanto na forma de produtos industrializados. As excelentes caractersticas qualitativas dessa fruta refletem na sua importncia socioeconmica1. O mercado internacional de frutas um mercado em expanso. Em 2002, foram produzidos cerca de 65 milhes de toneladas de frutas, valor resultante de um aumento aproximado de 3 milhes de toneladas desde o ltimo binio. Nesse perodo, a Amrica Latina e os Pases Caribenhos foram responsveis por 57% das exportaes mundiais das principais frutas tropicais frescas, entre as quais se destacam: manga, abacaxi, mamo papaia e abacate. Em 2005, esse mercado gerou um volume de US$ 51,3 bilhes, um aumento de aproximadamente 53% em relao a 2002. Os principais mercados de destino das exportaes mundiais foram os Estados Unidos, a Comunidade Europia, o Japo, o Canad e a China (incluindo Hong Kong). Tais pases so responsveis por 86% de toda fruta tropical fresca importada. Em termos percentuais, as taxas de crescimento de importaes de frutas so freqentemente muito elevadas e uniformes para as frutas mais negociadas, tais como mangas e abacaxi. Durante o ms de dezembro 2007, as exportaes do agronegcio totalizaram US$ 4,630 bilhes, o que representou um crescimento de 11,9% em relao ao mesmo perodo do ano anterior. As importaes cresceram 29,2%, alcanando um valor de US$ 857 milhes. A balana comercial do agronegcio registrou um supervit de US$ 3,772 bilhes. As exportaes do agronegcio em 2007 totalizaram US$ 58,415 bilhes, um recorde histrico para o setor. Em

relao a 2006, as exportaes apresentaram um aumento de US$ 8,992 bilhes, o que significou uma taxa de crescimento de 18,2%. Com isso, as exportaes do agronegcio corresponderam a 36,4% das exportaes totais brasileiras no perodo, que foram de US$ 160 bilhes. As importaes apresentaram variao anual de 30,2%, totalizando US$ 8,719 bilhes. Como conseqncia, registrou-se um supervit da balana comercial do agronegcio de US$ 49,696 bilhes, tambm um recorde histrico. O Brasil o maior produtor mundial de frutas tropicais e, devido diversidade de solo e de clima, possvel a produo de frutas de clima temperado e subtropical, produtos com potencial para o mercado externo. Destaca-se na produo mundial de frutas, ocupando a terceira posio, precedida da China e da ndia, com base em estatsticas divulgadas pela Organizao de Alimentao e Agricultura das Naes Unidas (FAO). A fruticultura brasileira vem, ao longo dos anos, se preparando para competir mais ativamente no mercado internacional e para aumentar sua participao na economia do Pas. Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF), em 2005 a fruticultura nacional movimentou US$ 5,8 milhes somente com produtos frescos e US$ 12,2 bilhes quando se consideram todos os derivados das frutas. De acordo com dados de 2005 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), a fruticultura brasileira representa algo em torno de 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB) agrcola e 0,625% do nacional. A produo mundial de abacaxi, em 2006, foi de aproximadamente 18,2 milhes de toneladas2. Cerca de 60% dessa produo concentrou-se nos seis principais pases produtores, que so: Tailndia (15%), Brasil (14%), Filipinas (10%), China (8%), ndia (7%) e Costa Rica (7%). No Brasil, bero da cultura e um dos maiores produtores mundiais, a cultura economicamente explorada na maioria dos Estados, dando uma importante contribuio gerao de renda e emprego e, portanto, fixao do homem no campo3. As regies Nordeste e Sudeste obtm o maior cultivo, porm, a planta encontra excelentes condies para o seu desenvolvimento e produo em quase todo o territrio brasileiro. A regio Sudeste participa com 30% da produo nacional de abacaxi e estima-se que na safra de 2008 o Estado de So Paulo

atingir o 4 lugar em produo, com um total de 173.318 mil frutos produzidos. A meso-regio de Araatuba contribuiu, em 2006, com 79% do abacaxi paulista e destes 66% foram produzidos no municpio de Guaraa, representando 52% da produo de abacaxi em So Paulo4. A participao do Brasil no mercado externo de abacaxi pequena, apesar de ser um fruto tpico das regies tropicais e subtropicais, e de o Pas sustentar qualidade. Qualidade a palavra-chave no mercado externo de frutas, embora seja pouco entendida no mercado brasileiro, razo pela qual sua exportao to baixa. A qualidade de um fruto rene seus atributos sensoriais, o valor nutritivo e a segurana alimentar que ele oferece5. A qualidade interna dos frutos e suas caractersticas fsicas so conferidas por um conjunto de constituintes fsicos e qumicos da polpa, responsveis pelo sabor e aroma caractersticos e que so importantes para a sua aceitao final. Sabe-se que condies climticas, estdios de maturao, diferenas varietais, nutrio mineral das plantas, entre outros fatores, exercem influncia acentuada na composio qumica do abacaxi. As cultivares Smooth Cayenne e Prola lideram o mercado brasileiro, e esta ltima bastante apreciada para o consumo tanto in natura como industrializados, pois apresentam tima qualidade organolptica, decorrente do sabor e aroma caractersticos, com boa fonte de vitaminas, acares e fibra, alm de auxiliar no processo digestivo6. O cultivar Smooth Cayenne o mais plantado no mundo, a segunda maior produo mundial. No entanto, para se ter competitividade no mercado externo, necessria a oferta de frutos de excelente

correspondendo a 70% da produo mundial, conhecida tambm por abacaxi havaiano. Suas caractersticas de sabor e aroma, com um bom equilbrio entre acidez e acar, tornam o abacaxi muito apreciado nas regies produtoras e nos pases importadores7. De alto valor nutricional, a polpa do abacaxi energtica e contm boas quantidades das vitaminas A, B1 e C. No Brasil, apesar da importncia da cultivar Smooth Cayenne em algumas regies produtoras, sobretudo no Estado de So Paulo, h um amplo predomnio da cultivar Prola, variedade quase que exclusivamente brasileira, que

representa aproximadamente 80% da produo nacional8. H preferncia do mercado externo pela cultivar Smooth Cayenne, em funo de suas caractersticas externas e de colorao da polpa, enquanto o mercado interno prefere a Prola, por seu sabor mais doce e menos cido. O abacaxi, por ser uma fruta no-climatrica, o ponto de colheita apresenta uma influncia marcante sobre o sabor, principalmente nas cultivares que apresentam acidez mais pronunciada. Alm disso, a aplicao do etefon em frutos com maturidade fisiolgica incompleta, visando a atender a uma janela de mercado, tem causado efeitos negativos na qualidade organolptica do abacaxi9. Atualmente o mercado exige produtos com alta qualidade, que se define com uma srie de caractersticas que interferem no grau de excelncia ou superioridade dos produtos. Uma grande mudana nos padres de consumo de alimentos vem ocorrendo nas ltimas dcadas. Tem-se observado que os consumidores esto mais preocupados com a qualidade, quanto escolha de seus alimentos. Como a qualidade um instrumento fundamental para se obter vantagens no mercado, pois ela que influencia o comportamento do consumidor, necessrio ter informaes acerca do produto, de modo que este possa satisfazer as necessidades do consumidor.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS1

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Origem: Instituto Agronmico - www.iac.sp.gov.br Silvia Antoniali possui graduao em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (1997), mestrado em Engenharia Agrcola pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e doutorado em Engenharia Agrcola pela Universidade Estadual de Campinas (2004). Atualmente Pesquisadora Cientfica do em Tecnologia de Ps-Colheita do Centro de Engenharia e Automao - Instituto Agronmico (IAC/APTA/SAA). Tem experincia na rea de Engenharia Agrcola, com nfase em Produtos Perecveis, atuando principalmente nos seguintes temas: conservao, ps-colheita, banana, pimento, alface , resfriamento rpido, temperatura. Contato: santoniali@iac.sp.gov.br Juliana Sanches possui graduao em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (1998), Mestrado em Engenharia Agrcola pela Universidade Estadual de Campinas (2002) e Doutorado em Agronomia (Produo Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (2006). Atualmente Pesquisadora Cientfica do em Tecnologia de Ps-Colheita do Centro de Engenharia e Automao - Instituto Agronmico (IAC/APTA/SAA). Tem experincia na rea de Ps-colheita de frutas e hortalias, com nfase em injrias mecnicas, embalagem, refrigerao e produtos minimamente processados.

Reproduo autorizada desde que citado a autoria e a fonte Dados para citao bibliogrfica(ABNT):

ANTONIALI, S.; SANCHES, J. Abacaxi: importncia econmica e nutricional. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponvel em: . Acesso em: 18/7/2010

Publicado no Infobibos em 28/12/2008imprimir Envie para um amigo

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O abacaxizeiro , provavelmente, originrio da regio compreendida entre 15N e 30S de latitude e 40L e 60W de longitude, o que inclui as zonas central e sul do Brasil, o nordeste da Argentina e o Paraguai. Estudos de distribuio do gnero Ananas indicam que o seu centro de origem a regio da Amaznia compreendida entre 10N e 10S de latitude e entre 55L e 75W de longitude, por se encontrar nela o maior nmero de espcies consideradas vlidas at o momento. Assim, a regio Norte do Brasil pode ser considerada um segundo centro de diversificao desse gnero. O abacaxi um fruto tropical bastante demandado no mercado de frutas, com uma produo mundial de 12,3 milhes de toneladas, em 1998, o que lhe confere elevada importncia econmica e social. No Brasil, o abacaxizeiro cultivado praticamente em todos os estados, observando-se, nos ltimos anos, um crescimento significativo da produo nacional (1,6 milhes de toneladas em 1998), que coloca o pas como segundo produtor mundial dessa fruteira. No obstante sua importncia, a produtividade brasileira dessa cultura ainda considerada baixa (25 t/ha a 35 t/ha), quando comparada com pases produtores que tm alcanado produtividades entre 45 t/ha e 55 t/ha. Fatores ambientais adversos, problemas fitossanitrios, prticas culturais inadequadas, organizao incipiente dos produtores, dentre outros, tm contribudo para a baixa produtividade da abacaxicultura nacional. A produo brasileira de abacaxi , em sua maioria, destinada ao mercado interno de frutas frescas (menos de 1% do total produzido exportado). O crescimento nas exportaes brasileiras de frutos de abacaxi ser favorecido pelo aperfeioamento dos sistemas produtivos praticados no pas, com a utilizao de tecnologias que promovam a melhoria quantitativa e qualitativa da produo, e pela regularidade da oferta a preos competitivos no mercado internacional. O continente asitico , na atualidade, o principal produtor de abacaxi, respondendo, em 1999, por cerca de 51% (6,9 milhes de toneladas) da produo mundial de 13,4 milhes de toneladas de frutos. Tailndia e Filipinas destacam-se como principais pases produtores desse continente, participando, respectivamente, com 17% e 11%, do que produzido no mundo. Em seguida, vem o continente americano, que responde por 31 % da produo mundial, com destaque para o Brasil, segundo produtor do mundo, com uma contribuio de 13% em relao ao total produzido. O continente africano, terceiro colocado, produziu em 1999 cerca de 2,2 milhes de toneladas, o que representou 16% do global. A Nigria o seu maior produtor, com cerca de 6,5% do abacaxi produzido no mundo. O abacaxizeiro , praticamente, cultivado em todos os estados brasileiros. Na dcada de 90, a abacaxicultura brasileira experimentou um crescimento expressivo, tanto na rea plantada como no volume produzido, expandindo-se, tambm, em regies que antes no se caracterizavam como grandes produtoras, como o caso da regio Norte, onde se destacam os estados do Par e Tocantins. No ano de 1998, os maiores produtores de abacaxi foram Minas Gerais, Par, Paraba e Bahia, que juntos responderam por 68% da produo nacional. Considerando as regies fisiogrficas, as maiores produes ocorreram no Sudeste, Nordeste e Norte, que naquele ano contriburam, respectivamente, com 39%, 31% e 23% da produo brasileira. Um outro aspecto que merece ser mencionado a significativa expanso observada nos ltimos anos, na abacaxicultura irrigada do pas, tanto em regies onde a cultura do abacaxi tradicionalmente conduzida sob condies de sequeiro, como em novas reas, sobretudo no semi-rido. Mesmo sem estatsticas oficiais sobre o assunto, estima-se que cerca de 10% dos 50.000 ha colhidos, em 1998, foram cultivados sob irrigao. Independentemente da sua importncia econmica, a cultura do abacaxi merece destaque pela sua condio de atividade absorvedora de mo-de-obra no meio rural, contribuindo para a gerao de empregos. Na abacaxicultura irrigada, assentada em bases tecnolgicas melhor estabelecidas, tais perspectivas sociais tornam-se mais evidentes, na medida em que a irrigao pode viabilizar a sua expanso para reas no tradicionais, ampliando sobremaneira as alternativas de ocupao de mo-de-obra, mormente em regies semi-ridas, onde so reduzidas as alternativas de trabalho. Esses reflexos positivos podem tambm ser estendidos mo-de-obra ocupada pelas indstrias de beneficiamento e transformao de produtos de abacaxi, tanto para o mercado interno como para o de exportao. Fonte: Abacaxi Produo - Aspectos Tcnicos - EMBRAPA - Mandioca e Fruticultura - Autor(es): Luiz Francisco da Silva Souza, Jos Renato Santos Cabral, Domingo Haroldo Reinhardt, Jos da Silva Souza

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