abimo em revista - 10ª edição

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EDIÇÃO 10 l ANO 4 www.abimo.org.br NORMAS TÉCNICAS NA SAÚDE: A INDÚSTRIA BUSCANDO O ESTADO DA ARTE MERCADOS-ALVO Japão e China INTERNACIONALIZAÇÃO Por onde começar? PING-PONG Jarbas Barbosa REVI em STA

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A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área.

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Page 1: ABIMO em Revista - 10ª edição

EDIÇÃO 10 l ANO 4www.abimo.org.br

MERCADO ALVO PING PONG

Japão e China Jarbas BarbosaINTERNACIONALIZAÇÃO

Por onde começar?

NORMAS TÉCNICAS NA SAÚDE:A INDÚSTRIA BUSCANDO O ESTADO DA ARTE

MERCADOS-ALVOJapão e China

INTERNACIONALIZAÇÃOPor onde começar?

PING-PONGJarbas Barbosa

REVIem

STA

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EXPEDIENTEA ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios), direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área. A reprodução total ou parcial deste conteúdo é expressamente proibida sem prévia autorização. A ABIMO não se responsabiliza pelas informações contidas nos anúncios, qualidade dos produtos anunciados e outros detalhes de eventuais negociações, sendo essas de responsabilidade exclusiva das empresas anunciantes.

GESTÃO 2015-2019ABIMO

Presidente: Franco Pallamolla (Lifemed)Vice-Presidente: Walban Damasceno de Souza (Becton Dickinson)Diretor Tesoureiro: Luís Calistro Balestrassi (Neurotec)Conselheiros Titulares: Djalma Rodrigues (Fanem), Eliane Lustosa (Labtest), Kurt Kaninski (St Jude), Andre Ali Mere (Olidef), Caetano Biagi (Dabi Atlante), Giancarlo Schneider (Kavo do Brasil)Conselheiros Suplentes: Patricia Braile (Braile Biomédica), Marcelo Roberto de Menezes Dourado (Phlips), André Pacheco (Cremer), Patricia Bella Costa (Colgate), Oscar Porto (Medtronic), Jose Roberto Pengo (Biomecânica), Rodolfo Candia (Conexão), Adailton Becker (JJGC), José Ricardo (Ibramed)Conselheiros Fiscais: Regiane Marton (Heraeus), Augusto Olsen (Olsen), Gabriel de Figueiredo Robert (Silimed)Conselheiros Fiscais Suplentes: Valdevir Aquino (Auto Suture), Wiliam de Paula (Hospimetal), Roberto Queiroz (Angelus)

SINAEMOPresidente: Ruy Salvari Baumer (Baumer)Secretário: Paulo Henrique Fraccaro (Implus)Tesoureiro: Tatiane Galindo (Ortosintese)Diretores Suplentes: Paulo Akio Takaoka (Medical Cirúrgica), Anselmo Quinelato (Schobell), Gilberto Nomelini (Gnatus)Conselheiros Fiscais: Jamir Dagir Junior (Dorja), Fabio Colhado Embacher (Emfils), William Pesinato (Fami), Conselheiros Fiscais Suplentes: Jose Tadeu Leme (Engimplan), Orlando de Carvalho (Carci)

Conselho Editorial:Knud Sorensen (Vice-Presidente do setor odontológico)Márcio Bósio (Diretor Institucional)Clara Porto (Gerente de Projetos)Rodrigo Freitas (Coordenador de Marketing)

CONTEÚDO / EDIÇÃO DE TEXTOS E PRODUÇÃO:

Page 3: ABIMO em Revista - 10ª edição

Expandindo Horizontes

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Arab Healthe AEEDC

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Jornalista Responsável: Deborah Rezende (MTB 46691)

Redação: Deborah Rezende, Elaine Alves, Flávia D’Angelo, Letícia CislinschiRevisão: Carolina MachadoEdição e Arte: Cecil Rowlands Filho

PUBLICIDADE:

[email protected]. 3966.2000

SUMÁRIOEXPEDIENTE

A importância da normalização

Ping-Pong comJarbas Barbosa

CIOSP 2016

OdontologiaComo Sobreviver à Crise

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37 43

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A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios), direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área. A reprodução total ou parcial deste conteúdo é expressamente proibida sem prévia autorização. A ABIMO não se responsabiliza pelas informações contidas nos anúncios, qualidade dos produtos anunciados e outros detalhes de eventuais negociações, sendo essas de responsabilidade exclusiva das empresas anunciantes.

GESTÃO 2015-2019ABIMO

Presidente: Franco Pallamolla (Lifemed)Vice-Presidente: Walban Damasceno de Souza (Becton Dickinson)Diretor Tesoureiro: Luís Calistro Balestrassi (Neurotec)Conselheiros Titulares: Djalma Rodrigues (Fanem), Eliane Lustosa (Labtest), Kurt Kaninski (St Jude), Andre Ali Mere (Olidef), Caetano Biagi (Dabi Atlante), Giancarlo Schneider (Kavo do Brasil)Conselheiros Suplentes: Patricia Braile (Braile Biomédica), Marcelo Roberto de Menezes Dourado (Phlips), André Pacheco (Cremer), Patricia Bella Costa (Colgate), Oscar Porto (Medtronic), Jose Roberto Pengo (Biomecânica), Rodolfo Candia (Conexão), Adailton Becker (JJGC), José Ricardo (Ibramed)Conselheiros Fiscais: Regiane Marton (Heraeus), Augusto Olsen (Olsen), Gabriel de Figueiredo Robert (Silimed)Conselheiros Fiscais Suplentes: Valdevir Aquino (Auto Suture), Wiliam de Paula (Hospimetal), Roberto Queiroz (Angelus)

SINAEMOPresidente: Ruy Salvari Baumer (Baumer)Secretário: Paulo Henrique Fraccaro (Implus)Tesoureiro: Tatiane Galindo (Ortosintese)Diretores Suplentes: Paulo Akio Takaoka (Medical Cirúrgica), Anselmo Quinelato (Schobell), Gilberto Nomelini (Gnatus)Conselheiros Fiscais: Jamir Dagir Junior (Dorja), Fabio Colhado Embacher (Emfils), William Pesinato (Fami), Conselheiros Fiscais Suplentes: Jose Tadeu Leme (Engimplan), Orlando de Carvalho (Carci)

Conselho Editorial:Knud Sorensen (Vice-Presidente do setor odontológico)Márcio Bósio (Diretor Institucional)Clara Porto (Gerente de Projetos)Rodrigo Freitas (Coordenador de Marketing)

CONTEÚDO / EDIÇÃO DE TEXTOS E PRODUÇÃO:

Artigo Franco PallamollaArtigo Ruy Baumer

Dia a diaIMDRF

Investe SP - Artigo

0405064150

Mercados-Alvo: Japão e China

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ABIMO - Av. Paulista, 1.313 - 8º andar - sala 806 - 01311-923 - São Paulo - SPTel.: 11. 3285.0155- www.abimo.org.br

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Todos afirmam que 2016 será um ano difícil. O nosso país vive um momento delicado, com a economia desacelerando e a área política pouco preocupada em definir os rumos que nos levariam à retomada do crescimento e à consequente retomada da esperança.

Diante desse cenário, por que não construímos um 2016 totalmente novo, diferente deste que está fadado a ser complicado?

Às vezes nos esquecemos de que os empreendimentos são uma sucessão de altos e baixos, verdade que fica muito evidente em outras atividades de nosso cotidiano: no ciclo de vida dos produtos e dos mercados, nas fases dos times de futebol e até em nossa vida pessoal.

Assim como produtos são reciclados e times de futebol são remontados, nossa trajetória de vida se refaz, vitoriosa e produtiva, graças à atitude que tudo modifica e vitaliza: a mobilização.

Se as previsões apontam para um ano de recessão, vamos trabalhar mais. Vamos buscar novos caminhos para os negócios; um novo olhar para o dia a dia das nossas profissões. Vamos ser criativos. Nossas atitudes positivas diante das intempéries farão a situação delicada do nosso país não perdurar.

Se na crueza das guerras a medicina e os processos industriais progrediram muito, por exemplo, é porque a dificuldade gera o impulso necessário para vencer adversidades e crescer.Estagnar ante a crise só vai fazê-la ampliar seus tentáculos, imprimindo marcas indeléveis na nossa história.

Vamos investir no otimismo e na criatividade para encarar os desafios de 2016, pois, mais esta vez, estamos sendo chamados a contribuir com o melhor de nós para continuarmos construindo um país melhor.

O DESAFIO DE CONSTRUIR UM NOVO 2016

FRANCO PALLAMOLLA é presidente da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos

Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios)

Page 5: ABIMO em Revista - 10ª edição

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A saúde é uma das áreas de maior inovação no mundo, com novidades constantes em processos, produtos e serviços. No entanto, o Brasil se mantém estacionado diante desses avanços. Além disso, negócios e ideias relacionados ao tema não vingam no país, que raramente tem suas empresas locais de saúde sobressaindo no cenário mundial.

O motivo para o atraso está, principalmente, na falta de gestão focada no novo. Os dois ministérios que deveriam ser responsáveis pelo setor (Saúde e Ciência e Tecnologia) não se posicionam claramente em relação às inovações da área. O setor público, que deveria guiar as ações para o desenvolvimento de acordos científicos e comerciais, é totalmente isento do papel de gestor de políticas de incentivo e parece não se preocupar com aquilo que deveria ser o mais importante: a saúde do brasileiro. Assim como em outros setores, pequenas e médias empresas da área de saúde sofrem com as altas tributações e não têm as mesmas condições dadas aos importados, com regras e controle sanitário mais claros do que os oferecidos à exportação.

Com isso, apesar de o Brasil ser reconhecido como um dos dez grandes no setor, ele representa, para produtos, menos de 0,5% do mercado mundial. Sem os acordos fora do país, temos a internacionalização de produtos e serviços dificultada. O desenvolvimento de um segmento depende de inovação. Por isso, é necessário apoio à micro e pequena empresa, cooperação entre companhias nacionais e estrangeiras, bem como estímulo para acordos científicos e comerciais em âmbito nacional e internacional.

RUY BAUMER é presidente do SINAEMO (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos,

Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo)

SAÚDE E INOVAÇÃO: DOIS ASSUNTOS DISTINTOS NO BRASIL

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DEZEMBRO

ABIMO CONSEGUE LIMINAR QUE SUSPENDE AUMENTO DA TFVS

No dia 7 de dezembro, o juiz proferiu uma decisão liminar em que acolheu o pedido da ABIMO determinando a suspensão imediata do aumento da TFVS (Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária). Passaram a vigorar os valores cobrados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) antes do aumento estabelecido em setembro de 2015. Com base na deliberação da AGE (Assembleia Geral Extraordinária) ocorrida no dia 15 de outubro, a ABIMO ingressou com ação judicial contra a Anvisa com intuito de suspender o aumento considerado abusivo.

Os valores pagos pelos associados durante o período de aumento da TFVS não foram contemplados nessa decisão, de modo que, por ora, não são passíveis de restituição. Apesar do que possa vir a acontecer futuramente no processo, já que a liminar concedida é provisória até que haja outra decisão judicial em contrário, os associados devem recolher a TFVS com os valores estabelecidos antes do aumento.

DIA A DIA

REPRESENTAÇÃO DE ENTIDADES EM EVENTO

O presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, e a coordenadora de promoção comercial, Laísa França, participaram na noite do dia 10 de dezembro do evento “+ Brasil no Mundo”, promovido pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em São Paulo, em homenagem ao esforço exportador de empresários, órgãos do governo, parceiros, entidades e imprensa. Representando as mais de 70 entidades que têm projetos setoriais com a Agência, Pallamolla entregou ao ministro Armando Monteiro um troféu em reconhecimento ao trabalho do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Em seu discurso, o presidente da ABIMO ressaltou que, mesmo ainda em fase de construção, a nova política industrial brasileira coloca, acertadamente, as exportações como um de seus eixos estratégicos e que a Apex-Brasil, sob a tutela do MDIC, vem, ao longo dos anos, conduzindo com competência as ações, constantes e minuciosamente planejadas, em prol da

imagem do Brasil no mundo. “É com grande satisfação que represento as entidades que a Apex-Brasil homenageia nesta noite”, disse, ao também homenagear o ministro Armando Monteiro Neto, entregando-lhe uma placa. Durante o evento foram apresentados alguns dados sobre o trabalho da Apex-Brasil em 2015, ano em que foi lançado o Plano Nacional de Exportações.

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ABIMO PARTICIPOU DE ALMOÇO COM MINISTRO DA SAÚDE

ALEXANDRE PADILHA PARTICIPOU DE ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO

O superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, e o presidente do SINAEMO, Ruy Baumer, participaram na manhã do dia 9 de dezembro, em São Paulo, do último almoço-debate do ano promovido pelo Grupo Dória – Lideranças Empresariais. Durante o evento, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que a pasta sofrerá com o corte orçamentário realizado em maio passado em meio ao ajuste fiscal proposto pelo governo federal, mas aposta em sua articulação política como ponto positivo para sensibilizar os parlamentares das necessidades e demandas da saúde pública brasileira. “O bom trânsito no Congresso facilita a conversa e negociação com os parlamentares, com vistas a sensibilizá-los quanto à necessidade de reservar os recursos

para o ministério, sobretudo neste momento em que o país enfrenta aumento de casos de doenças causados pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor de diversos vírus”, afirmou o ministro. O evento reuniu 412 CEOs, presidentes e outros líderes empresariais, além de autoridades e dirigentes da área da saúde.

No dia 11 de dezembro, após a última reunião do ano de 2015, a diretoria da ABIMO reuniu-se para um almoço de confraternização, no restaurante da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha, esteve presente no almoço. Após, ele, o superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, e o presidente do SINAEMO, Ruy Baumer, se encontraram com o presidente da Fiesp.

AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE PDPS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

A Comissão de Seguridade Social e Família realizou, no dia 3 de dezembro, uma audiência pública conjunta com a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, por requerimento do deputado Odorico Monteiro, subscrita pelos deputados Adelmo Carneiro Leão e Benedita da Silva. A reunião que aconteceu no plenário VII da Câmara dos Deputados tratou sobre as PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo). Márcio Bósio, diretor institucional da ABIMO, representou a entidade e discursou sobre a missão da Associação, que é representar e promover o crescimento sustentável da indústria brasileira de produtos para a saúde no mercado nacional e internacional, e mostrou o desempenho dos setores na balança comercial. O diretor destacou a importância de a política industrial da saúde ser fortalecida diante das transformações sociais que estão ocorrendo e a saúde como a área que mais rapidamente incorpora tecnologia, sendo fonte geradora de inovação.

“O Estado precisa fortalecer a produção nacional para o desenvolvimento da inovação do Brasil”, disse.

Bósio repercutiu também sobre os desafios do setor em relação à política de financiamento, inovação e investimento em pesquisa: “A universidade faz a pesquisa, e a inovação quem faz é indústria. Hoje temos recursos para desenvolver pesquisa, mas o Brasil não consegue transformá-la em produtos. E é por esse motivo que temos que ir para fora comprar tecnologia e trazer para o nosso país”, enfatizou. Estiveram presentes representantes das instituições Bahiafarma, Instituto Butantan, Fundação Oswaldo Cruz, Abifina (Associação Brasileira de Química Fina e Especialidades), Alfob (Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil), Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), MDIC, MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e do Ministério da Saúde.

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DIA A DIA

FEVEREIRO

MARÇO

ABIMO PARTICIPOU DE REUNIÃO COM DEPUTADOS EM BRASÍLIA

ENCONTRO ENTRE ABIMO E EMBAIXADOR DA POLÔNIA NO BRASIL

ABIMO TRATOU DE PROJETOS E PENDÊNCIAS COM DIRETORES DA ANVISA

No dia 25 de fevereiro, o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, o superintende da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, e o diretor Institucional da ABIMO, Márcio Bósio, se reuniram em Brasília com os deputados Darcísio Perondi, presidente da Frente Parlamentar da Saúde e vice-líder do PMDB na Câmara dos Deputados, e Antônio Brito, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas no Congresso Nacional.

O objetivo da reunião foi tratar sobre a regulamentação da lei já aprovada sobre isonomia tributária, assim como a solicitação de mais agilidade no andamento das PDPs (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo), além de mais recursos para a Saúde. A ABIMO apresentou ainda os projetos que a entidade está desenvolvendo e os que pretende desenvolver no decorrer do ano.

A ABIMO se reuniu, no dia 15 de fevereiro, representada pelo seu superintendente, Paulo Fraccaro, e pelo diretor institucional, Márcio Bósio, com o embaixador da Polônia no Brasil, o Sr. Andrzej Braiter. O encontro teve como objetivo continuar os trabalhos iniciados em 2015, quando a Associação acompanhou a visita do vice-presidente Michel Temer à Polônia.

Na ocasião, a ABIMO foi convidada a participar do Fórum Empresarial Brasil-Polônia, que acontece em setembro de 2016 na capital polonesa, juntamente com a Apex-Brasil. Em contrapartida, o embaixador foi convidado a visitar a ABIMO em abril, quando os associados serão convidados para ouvir sobre as possibilidades de negócios com a Polônia no setor da saúde.

Com o objetivo de apresentar as conquistas e os projetos da ABIMO até o momento e para dar ênfase aos projetos que ainda serão conduzidos junto à Anvisa, o superintendente da entidade, Paulo Henrique Fraccaro, esteve em Brasília no dia 2 de março para cumprir uma agenda de reuniões com os diretores Fernando Mendes Garcia Neto e José Carlos Moutinho.Entre os assuntos tratados, Fraccaro destacou os problemas que vêm ocorrendo nos portos e aeroportos. Durante o encontro foi determinado um acordo de força-tarefa para reduzir as pendências nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos.

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ENCONTRO ENTRE ABIMO E EMBAIXADOR DA POLÔNIA NO BRASIL

EVENTO DISCUTIU ECONOMIA NA AMÉRICA LATINA E FINANCIAMENTO PARA EXPORTAÇÃO

ISONOMIA TRIBUTÁRIA É TEMA DE REUNIÃO NO MINISTÉRIO DA FAZENDACom o intuito de retomar as discussões sobre a regulamentação da isonomia tributária, aconteceu no dia 9 de março uma reunião entre o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Diogo Oliveira, o deputado federal Henrique Fontana, o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, o superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, e o diretor Institucional da ABIMO, Márcio Bósio. A entidade busca a aprovação de uma lei garantindo isonomia tributária entre os produtos brasileiros e os importados.“Não foi uma conversa fácil. Teremos muitas lutas pela frente, mas temos um caminho definido a seguir para dar continuidade ao processo”, ressaltou Fraccaro após o encontro. O Ministério da Fazenda concordou em criar um grupo de trabalho e exigiu uma série de informações atualizadas.

Na manhã do dia 3 de março, a ABIMO promoveu, em parceria com a Coface, empresa especializada em seguro de crédito, e com o Banco do Brasil, o workshop Financiamento PROEX e Panorama Geral da Economia Brasileira e LATAM. A gerente de exportação e marketing da ABIMO, Clara Porto, abriu o evento falando da missão da ABIMO, por meio do projeto Brazilian Health Devices, de proporcionar aos associados o acesso a novas informações para empresas que querem exportar. “O cenário econômico do Brasil é crítico, e a exportação tem sido uma válvula de escape para as empresas, por isso temos que voltar nossos olhos para o mercado internacional, aproveitando as condições econômicas que nos proporcionam colocar preços mais competitivos para o mercado internacional”, disse. O evento discutiu o panorama da economia brasileira, destacando a conjuntura atual e os principais números, a posição competitiva do Brasil e as perspectivas econômicas para 2016, apresentadas pela economista-chefe da Coface, Patrícia Krause. O gerente de negócios internacionais do Banco do Brasil, Rui Lapa, falou sobre as linhas de crédito para exportações com foco em ACC (Adiantamento Sobre Contrato de Câmbio), ACE (Adiantamento Sobre Cambiais Entregues), o Proger Exportação e o Proex (Programa de Financiamento às Exportações).

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ABIMO SE REUNIU COM O SECRETÁRIO EXECUTIVO DO CONFAZ

Em 9 de março, Franco Pallamolla e Paulo Fraccaro, respectivamente o presidente e o superintendente da ABIMO, participaram de uma reunião na Secretaria Executiva do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) com Manuel dos Anjos, secretário executivo do Confaz. O intuito do encontro foi promover uma discussão sobre o andamento do processo de renovação do Convênio do ICMS.

“Sentimos que teremos dificuldade devido à situação precária que os estados brasileiros vêm enfrentando, mas estamos otimistas com alguns caminhos indicados para trabalhar”, disse Fraccaro ao término da reunião. O superintendente acrescentou ainda que a ABIMO precisará agilizar o processo, pois essa decisão acontecerá já em abril. “Vamos trabalhar muito para que esse convênio seja renovado e atenda às expectativas dos nossos associados, porém será uma luta dificílima”, finalizou ele.

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DIA A DIA

ABIMO MARCOU PRESENÇA NO 10º ENCONTRO ANUAL DE OPMES

Com o objetivo de reunir todos os envolvidos para discutir as medidas propositivas que poderão mudar para melhor o mercado de DMI (Dispositivos Médicos Implantáveis) nos próximos anos, aconteceu no dia 8 de março, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, o 10º Encontro Anual de OPMES (órteses, próteses e materiais especiais). Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, representou a entidade, que foi uma das apoiadoras institucionais do evento. O superintendente participou do talk show com o tema “O que tem sido feito para convergirmos para a regulamentação e para uma maior transparência do setor?”. O objetivo do painel era repercutir sobre a regulação e o compliance focado em órteses e próteses, além de entender como se pode criar uma organização entre hospitais, indústrias e convênios com o intuito de coibir os

desajustes que existem e normatizar o setor. “Não há dúvida de que o foco é em um processo educacional de toda a cadeia para mostrar que a corrupção só faz mal”, disse Fraccaro durante o seu discurso. Ele destacou também que é preciso foco das indústrias na necessidade de compliance e no funcionamento da lei anticorrupção.

Estiveram presentes no talk show Aurimar Pinto, diretor executivo de Relações Institucionais da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde); Eduardo de Oliveira, secretário executivo da Federação Brasileira de Hospitais; Gláucio Pegurin Libório, presidente do Conselho de Administração da Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes); Pedro Luís Gonçalves Ramos, diretor da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde); e Valdmário Rodrigues Junior, diretor de Integração Cooperativista e Mercado na Unimed do Brasil.

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ABIMO PARTICIPOU DE EVENTO SOBRE OS DESAFIOS PARA INOVAÇÃO

Para promover a disseminação e o compartilhamento de conhecimentos de interesse das MPEs (micro e pequenas empresas) e de sistemas cooperativos relacionados, tendo como foco prioritário as inovações gerenciais e organizacionais que permitem a obtenção de resultados efetivos no curto e médio prazo, aconteceu no início de março, no auditório do CTI (Centro de Tecnologia da Informação), mais uma edição das Manhãs da Inovação, que teve a temática “Desafios para Inovação em Micro e Pequenas Empresas”.

A ABIMO foi representada pelo gerente de estratégia regulatória, Joffre Moraes, que apresentou os desafios para inovação enfrentados pelas empresas associadas. O evento contou ainda com a presença de outros especialistas, entre eles Marco Antônio Silveira, doutor pela Unicamp e coordenador do Gaia (Grupo de Apoio à Inovação e Aprendizagem Organizacional), Marcelo

Caetano Oliveira Alves, doutor pela USP e Consultor de Negócios do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Também estiveram presentes os executivos Alexsander Tadeu Fim, diretor de planejamento e recursos humanos na Finetornos, e Antônio Eduardo Ripari Neger, presidente do conselho consultivo da Abranet (Associação Brasileira de Internet) e diretor da NEGER Telecom, com o objetivo de apresentar os desafios para a dinamização da inovação na realidade de ambas as empresas.

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ABIMO RECEBEU O VICE-CHEFE DA MISSÃO DO IRÃ NO BRASIL

Com o objetivo de discutir as possibilidades e oportunidades de exportação para produtos brasileiros, no último dia 22 de março, o superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, e a gerente de marketing e exportação da ABIMO, Clara Porto, reuniram-se com Mahdi Rounagh, vice-chefe da Missão do Irã no Brasil. A reunião foi a continuação de um trabalho de proximidade com o Irã, iniciado no ano passado com a participação da ABIMO numa Missão Empresarial no país, organizada pelo MDIC e pela Apex-Brasil. A República Islâmica do Irã é a segunda maior nação do Oriente Médio, a 18ª maior do mundo e a 17ª mais populosa mundialmente, com mais cerca de 77 milhões de habitantes. O Brasil é considerado pelos iranianos um parceiro ideal para atender às demandas do país no setor da saúde. “O Irã é um dos mercados-alvo do Projeto BHD (Brazilian Health Devices) e está entre os primeiros 40 destinos para os quais as empresas participantes do Projeto exportam e 80% da exportação brasileira ao Irã neste setor é advinda das empresas do BHD”, destacou Clara. Trata-se de um grande mercado com excelentes oportunidades para o setor da saúde, para o qual o BHD já discute algumas parcerias importantes. “Nossa próxima programação com o Irã será a possível vinda de uma delegação iraniana ao Brasil ainda neste ano e para 2017 temos já planejada uma missão comercial à região”, complementou. O Irã também abastece vários de seus países vizinhos com os quais é inviável a negociação direta, como Afeganistão, que é uma região de muitos conflitos. Ao todo, o país iraniano fornece produtos para um mercado de cerca de 320 milhões de pessoas.

desajustes que existem e normatizar o setor. “Não há dúvida de que o foco é em um processo educacional de toda a cadeia para mostrar que a corrupção só faz mal”, disse Fraccaro durante o seu discurso. Ele destacou também que é preciso foco das indústrias na necessidade de compliance e no funcionamento da lei anticorrupção.

Estiveram presentes no talk show Aurimar Pinto, diretor executivo de Relações Institucionais da Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde); Eduardo de Oliveira, secretário executivo da Federação Brasileira de Hospitais; Gláucio Pegurin Libório, presidente do Conselho de Administração da Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes); Pedro Luís Gonçalves Ramos, diretor da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde); e Valdmário Rodrigues Junior, diretor de Integração Cooperativista e Mercado na Unimed do Brasil.

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PERSPECTIVAS NO MERCADO CHINÊS

Em continuidade à agenda de reuniões, Clara Porto e Larissa Gomes visitaram o terceiro maior hospital privado de Pequim, o Sanhuan Cancer Hospital, um dos mais reconhecidos e conceituados hospitais com foco no tratamento de câncer na China. Durante a reunião, a instituição apresentou sua história e destacou seu modelo de gestão. Ao final do encontro, as representantes da ABIMO fizeram um tour para conhecer as alas de tratamento e o laboratório do hospital. O objetivo da reunião foi compreender quais são as principais demandas dos hospitais privados no país e como se dá o processo de aquisição de produtos.

Em outro encontro, a ABIMO discutiu com Guilherme Belli, chefe do Setor Comercial da Embaixada do Brasil em Pequim, a possibilidade de cooperação na organização da missão comercial do Brazilian Health Devices que se pretende levar ao mercado chinês.

Com o intuito de abordar a possibilidade de parcerias entre empresas brasileiras e chinesas do setor, ocorreu um encontro com a Câmara Chinesa

de Exportação e Importação de Produtos para Saúde. A câmara conta com cerca de 2.500 membros, dos quais um terço são importadores de produtos médico-hospitalares e odontológicos. Durante a reunião, verificou-se também a viabilidade de assinatura de memorando de cooperação entre as duas entidades.

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REUNIÃO COM EMBAIXADOR DA POLÔNIA

ABIMO RECEBE A DIRETORIA DA ANVISA

ABIMO PARTICIPOU DE REUNIÃO DO GECIS EM BRASÍLIA

No dia 17 de março, a ABIMO recebeu em sua sede a diretoria da Anvisa, com o objetivo de oferecer soluções para a deficiência que as empresas estão sentindo com relação à liberação de produtos em portos e aeroportos. O problema foi provocado pela falta de funcionários da Anvisa, pois alguns estão em processo de aposentadoria, e há quase 400 funcionários que ainda deverão se aposentar. “O nosso objetivo foi mostrar que não podemos esperar soluções mais convencionais como concursos e remanejamento de funcionários, porque são processos demorados e que poderiam prejudicar outros setores”, ressaltou o superintende da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, que sugeriu durante a reunião a terceirização da liberação nos portos privados. A Anvisa aceitou as propostas e a ABIMO enviará, nos próximos dias, possíveis melhorias para a redução de tempo na liberação de produtos. Estiveram presentes na reunião a Investe São Paulo, a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria Cosméticos), Desenvolve São Paulo, entre outras entidades.

Paulo Henrique Fraccaro, superintende da ABIMO, reuniu-se com o embaixador da Polônia, Andrzej Maria Braiter em 11 de março. O intuito da reunião foi fortalecer o relacionamento com a Polônia, uma vez que no ano passado Fraccaro acompanhou o vice-presidente, Michel Temer numa visita à Polônia.

Para o Brasil, o país é um dos grandes alvos para exportação neste ano, e a indústria brasileira tem forte interesse em exportar para o mercado polonês. “Participaremos pela primeira vez de uma feira internacional de odontologia na Polônia, e o nosso objetivo é abrir cada vez mais as portas para as empresas brasileiras que queiram atingir esse mercado”, destacou o superintendente. Em contrapartida, segundo ele, é necessário aguardar que as empresas polonesas também venham para o Brasil. “Expliquei que o melhor caminho para que as empresas venham para cá é por meio de parcerias e que o Brasil é um país continental, o que torna muito difícil as companhias polonesas chegarem aqui sozinhas”, disse Fraccaro.

O encontro, que aconteceu na própria entidade, foi muito agradável e apresentou outros desdobramentos, pois Thomas Zanotto, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp (Derex), também participou da reunião com o propósito de conversar com o embaixador sobre acordos bilaterais que já estão em discussão entre Brasil e Polônia.

No dia 10 de março, aconteceu em Brasília a 10ª Reunião do Gecis (Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde). Na ocasião, o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, esteve presente. O Grupo, coordenado pelo Ministério da Saúde, promove medidas e ações visando à criação e implementação do marco regulatório brasileiro, referente à estratégia de desenvolvimento do governo federal para a área da saúde segundo as diretrizes das políticas nacionais de fortalecimento do complexo produtivo e de inovação em saúde, bem como propor outras medidas complementares. O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Eduardo de Azeredo Costa, fez a abertura do evento e anunciou o calendário anual de reuniões do Gecis para 2016. Durante o encontro, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, destacou a importância das PDPs desenvolvidas pelos laboratórios públicos. Castro e representantes do Legislativo e dos principais laboratórios públicos do Brasil debateram estratégias na área de ciência e tecnologia para combate à dengue, à chikungunya e à zika. Além disso, o encontro traçou um panorama das PDPs no país e apresentou a lista anual de produtos estratégicos para o SUS.

DIA A DIA

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Page 13: ABIMO em Revista - 10ª edição

BRAZILIAN HEALTH DEVICES PARTICIPA DE MISSÃO PROSPECTIVA NO JAPÃO

REUNIÃO COM EMBAIXADOR DA POLÔNIA

O Brazilian Health Devices, projeto executado pela ABIMO em parceria com a Apex-Brasil, foi representado na primeira quinzena de março pela gerente de marketing e exportação da ABIMO, Clara Porto, e a analista de promoção comercial, Larissa Gomes, no ciclo de reuniões que compõem a Missão Prospectiva no Japão. No primeiro dia, houve um encontro com representantes do Ministério da Saúde japonês para a discussão de oportunidades para a indústria brasileira odontológica no Japão.

Já no segundo dia, aconteceu uma reunião com o vice-presidente da JDTA (Japan Dental Trade Association), Kiyotaka Nakao, e também com a Federação Japonesa das Associações do Setor da Saúde, entidade que reúne todas as associações médicas japonesas. Para fechar a agenda em Tóquio, aconteceu um encontro com Ana Paula Kobe, primeira secretária do setor comercial da Embaixada do Brasil no país, e com Akira Aihara, integrante do Secom.“Durante as reuniões realizadas no Japão, verificou-se que os japoneses são realmente muito minuciosos com detalhes e gostam de ter todas as informações relevantes.

A postura nas reuniões era de passar a máxima compreensão possível sobre a ABIMO, suas atividades enquanto associação, perfil das empresas participantes e características sobre os produtos brasileiros e aspectos culturais relevantes sobre como realizar negócios com empresários brasileiros”, conta Clara.Em outro encontro, a ABIMO ouviu as demandas de importação do setor médico de uma grande trading, a Harada Corporation. Também foi realizado um encontro para discussão de oportunidades para as empresas de

Paulo Henrique Fraccaro, superintende da ABIMO, reuniu-se com o embaixador da Polônia, Andrzej Maria Braiter em 11 de março. O intuito da reunião foi fortalecer o relacionamento com a Polônia, uma vez que no ano passado Fraccaro acompanhou o vice-presidente, Michel Temer numa visita à Polônia.

Para o Brasil, o país é um dos grandes alvos para exportação neste ano, e a indústria brasileira tem forte interesse em exportar para o mercado polonês. “Participaremos pela primeira vez de uma feira internacional de odontologia na Polônia, e o nosso objetivo é abrir cada vez mais as portas para as empresas brasileiras que queiram atingir esse mercado”, destacou o superintendente. Em contrapartida, segundo ele, é necessário aguardar que as empresas polonesas também venham para o Brasil. “Expliquei que o melhor caminho para que as empresas venham para cá é por meio de parcerias e que o Brasil é um país continental, o que torna muito difícil as companhias polonesas chegarem aqui sozinhas”, disse Fraccaro.

O encontro, que aconteceu na própria entidade, foi muito agradável e apresentou outros desdobramentos, pois Thomas Zanotto, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp (Derex), também participou da reunião com o propósito de conversar com o embaixador sobre acordos bilaterais que já estão em discussão entre Brasil e Polônia.

materiais e implantes odontológicos com a J. Morita,a maior empresa do Japão no setor odontológico.Na agenda no mercado chinês, primeiramente foram realizadas duas reuniões em Hong Kong, com uma consultoria que assiste empresas estrangeiras que buscam instalar-se no continente asiático, e com a Hong Kong Medical and Healthcare Devices Industries Association, associação que reúne fabricantes, distribuidores e institutos de pesquisa da área da saúde em Hong Kong.

Partindo para Pequim, foram realizadas dez reuniões, entre elas com representantes do escritório da Apex-Brasil, com associação de distribuidores, além de uma visita a um hospital na região de Pequim. Para encerrar a missão, a agenda ocorreu também em Xangai, com cinco reuniões com potenciais parceiros na região. As principais discussões foram a possibilidade de instalação de fábricas na China e sobre a exportação de artigos e equipamentos odontológicos para abastecer a crescente demanda do mercado interno. (Leia mais sobre o mercado asiático na página 32.)

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A IMPORTÂNCIA DA

NORMALIZAÇÃOPrezar pela qualidade como um diferencial competitivo do seu produto implica mais do que ter criatividade e flexibilidade para atender às expectativas dos clientes. O uso de normas técnicas do setor da saúde torna a vida mais segura, mais saudável e muito mais fácil, tanto para as empresas como para os consumidores. As normas são um elo de comunicação fundamental entre corporações e seus consumidores, facilitando o comércio e tornando-o, sobretudo, mais justo. Seguir normas pode contribuir para diminuir dispersões e tornar os resultados previsíveis, sendo possível assim avaliar melhorias. Afinal, não se pode melhorar o que não se conhece ou o que varia constantemente.

Qualidade, eficiência e melhores práticas são importantes em todo o processo produtivo e, nesse aspecto, a normalização tem caráter essencial. Além de padronizá-lo, facilita os processos decisórios da organização e contribui para a eficácia da produção nas organizações, que passam a contar com a prestação de informações corretas e precisas em todos os setores envolvidos.

Um processo normalizado propicia a unificação através de uma base comum e racional, promovendo assim redução do tempo de projeto e produção, bem como economia de matéria-prima. Nesse sentido, ao proteger interesses dos compradores, ela atua como agente de melhoria das

relações comerciais e de promoção da qualidade em termos de segurança, confiabilidade e eficácia.

No Brasil, o órgão brasileiro responsável pela publicação das normas é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

A pertinência da demanda é analisada pela ABNT e, sendo viável, o tema (ou o assunto) é levado ao Comitê Técnico correspondente para inserção no PNS (Programa de Normalização Setorial) respectivo. Caso não exista Comitê Técnico relacionado ao assunto, a ABNT propõe a criação de um novo Comitê Técnico, que pode ser um Comitê Brasileiro (ABNT/CB), um Organismo de Normalização Setorial (ABNT/ONS) ou uma Comissão de Estudo Especial (ABNT/CEE).

O assunto é discutido amplamente pelas Comissões de Estudo dos Comitês Técnicos, com a participação aberta a qualquer interessado,

UTILIZAÇÃO DE NORMAS TÉCNICAS TENDE A MELHORAR A PRODUÇÃO INDUSTRIAL E A INOVAÇÃO, BEM COMO PROMOVER A COMPETITIVIDADE GLOBAL

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independentemente de ser associado à ABNT, até atingir um consenso, gerando um Projeto de Norma.

No caso do setor da saúde, a ABNT tem um comitê para coordenar as atividades de normalização dos produtos: o ABNT/CB-26, que tem como secretaria técnica a ABIMO. O ABNT/CB-26 traduz, elabora e determina a normalização no campo odonto-médico-hospitalar brasileiro. É através dele que são fixados os padrões para o desenvolvimento de produtos para a saúde como materiais, artigos, equipamentos, dispositivos, instrumentais e acessórios cujo uso ou aplicação na prática médica, hospitalar, odontológica e de laboratório estejam associados às ações e serviços de saúde.

O CB-26 estabelece ainda terminologia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades para a fabricação e a avaliação da conformidade desses produtos.

Segundo o superintendente do Comitê Brasileiro Odonto-Médico-Hospitalar da ABNT, Joffre Moraes, todo o contexto de produtos para a saúde é regulamentado. “Para ser comercializado, cada produto para a saúde tem que, necessariamente, ser avaliado por uma agência reguladora para que esta valide seu processo produtivo e sua segurança antes que seja disponibilizado para venda. A norma traz o embasamento técnico, que é plenamente discutido com a sociedade antes da publicação”, afirma. O objetivo estratégico é o de induzir e criar condições para que os fabricantes se utilizem dos textos normativos desde a idealização e concepção de seus produtos.

“Esta é a primeira etapa do processo de industrializar e comercializar esses produtos, auxiliando no atendimento a um setor com uma demanda complexa, de alto risco e com um impacto direto sobre a população”, completa.

O Projeto de Norma é submetido à Consulta Nacional pela ABNT, com ampla divulgação, dando assim oportunidade a todas as partes interessadas para examiná-lo e emitir suas considerações.

As sugestões aceitas são consolidadas no Projeto de Norma, que é homologado e publicado pela ABNT como Norma Brasileira, recebendo a sigla ABNT NBR e seu respectivo número. A relação das Normas Brasileiras em vigor está disponível para consulta no site da ABNT. “É importante ressaltar que qualquer pessoa ou entidade pode enviar comentários e sugestões ou então recomendar desaprovação de um projeto”, explica Moraes.

Estando em conformidade com esses requisitos, a empresa dá um direcionamento à qualidade de seus produtos ou serviços oferecidos ao mercado, o que agrega mais valor à

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OBJETIVOS DA NORMALIZAÇÃO

SEGURANÇA

COMUNICAÇÃO PROTEÇÃODO PRODUTO

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DA VARIEDADE

ELIMINAÇÃODE BARREIRAS

TÉCNICASE COMERCIAIS

PROTEÇÃO DOMEIO AMBIENTE

INTERCAMBIALIDADE

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produção. Além de tornar-se um referencial para o seu mercado, a indústria que segue a regulamentação está um passo à frente para conseguir as certificações e também para exportar, afinal, apenas as que seguem à risca as normas determinadas para sua indústria podem ser apresentadas ao mercado externo.

“A importância da normalização brasileira no mercado da saúde está em estabelecer os fundamentos que controlam os riscos e elaboram os testes mínimos de validação de produtos como medidas que fundamentam a indústria brasileira no que tange à interface do conhecimento nas mais diversas áreas”, comenta a coordenadora da Comissão de Implantes e substitutos biológicos do CB 26, Monica Duailibi.

NORMALIZAR PARA CRESCER E EXPORTAR

O Brasil, na medida em que consolida sua cultura normativa, torna-se protagonista na elaboração de normativa internacional, se igualando aos principais produtores de dispositivos médicos em termos de qualidade, segurança, confiabilidade

e eficácia. Para as empresas, a adoção de normas internacionais significa que os fornecedores podem desenvolver e oferecer produtos e serviços que atendam às especificações que têm ampla aceitação em seus setores. Dessa forma, elas podem competir em muito mais mercados ao redor do mundo, pois as normas internacionais criam certa “igualdade” para todos os concorrentes em qualquer mercado, usadas como recursos técnicos pelos quais a política de acordos comerciais pode ser colocada em prática.

Ao definir as características dos produtos e serviços esperados para atender aos mercados de exportação, as normas internacionais fornecem aos países em desenvolvimento uma base para tomar as decisões certas ao investir seus escassos recursos, assim evitando desperdícios.

Para promover ainda mais a internalização das normas internacionais, a ABIMO firmou, desde 2010, uma parceria com o Ministério da Saúde e com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) a fim de promover a concorrência igualitária entre os grandes fabricantes de produtos médico-hospitalares e aperfeiçoar a qualidade desses produtos. Além de análise, tradução e aprimoramento de textos normativos baseados em normas internacionais ou estrangeiras, o projeto também prevê a participação em reuniões internacionais para defesa da posição brasileira frente aos projetos de normas em elaboração.

Segundo Felipe Dias Carvalho, consultor nacional de desenvolvimento e inovação tecnológica em saúde da unidade técnica de medicamentos e tecnologias em saúde – OPAS/OMS, a internalização de normas internacionais implica ao mercado local uma consequente incorporação de padrões de qualidade difundidos em países nos quais o mercado de tecnologias sanitárias já está em um patamar mais avançado. “Desse modo, agrega valor aos produtos nacionais no âmbito local e permite a participação desses produtos no mercado externo com maior poder competitivo”, ressalta.

Além de defender a posição brasileira frente aos projetos de normas internacionais em elaboração, o acordo contribui para consolidar a cultura normativa na fabricação e no pós-mercado, bem como expandir os processos de certificação e registro a outros produtos para a saúde. No entanto, Moraes explica que é preciso um envolvimento maior da comunidade no desenho das normas brasileiras. “Pelas regras internacionais, toda norma precisa necessariamente ser validada por toda a cadeia que a utiliza. Isso envolve o consumidor (hospitais, clínicas), o produtor (indústria) e entidades neutras (órgãos do governo, agências reguladoras e laboratórios). Todo mundo precisa de normas, mas são poucos que auxiliam na discussão e criação desses textos”, ressalta. De acordo com ele, em 2015, o CB-26 já acumulava um acervo em torno de 590 textos normativos publicados desde o início das atividades em 1995.

O superintendente do ABNT/CB-26 alerta também que a avaliação da conformidade de alguns produtos realizada pelo Inmetro e o registo de produtos pela Anvisa têm, cada vez mais, se utilizado de textos normativos. “Por conta disso, considera-se essencial o incentivo da participação brasileira na discussão e elaboração internacional desses padrões em conjunto com ISO (International Organization for Standardization), IEC (International Electrotechnical Commission) e ASTM (American Society for Testing and Materials)”, ressalta ele.

DESAFIOS E GARGALOS

De acordo com Rafael Mello Trommer, D. Eng. coordenador da CE 26:070.04 (Comissão de Estudo de Implantes para substituição de articulações e de ossos), um dos principais desafios é mudar a visão atual sobre as normas técnicas. “Muitas vezes elas são vistas como limitações ou barreiras para o comércio de produtos. Na verdade, elas deveriam ser vistas como fonte de entrada de informações para o desenvolvimento do projeto do produto”, explica ele, ressaltando que uma das

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Segundo Felipe Dias Carvalho, consultor nacional de desenvolvimento e inovação tecnológica em saúde da unidade técnica de medicamentos e tecnologias em saúde – OPAS/OMS, a internalização de normas internacionais implica ao mercado local uma consequente incorporação de padrões de qualidade difundidos em países nos quais o mercado de tecnologias sanitárias já está em um patamar mais avançado. “Desse modo, agrega valor aos produtos nacionais no âmbito local e permite a participação desses produtos no mercado externo com maior poder competitivo”, ressalta.

Além de defender a posição brasileira frente aos projetos de normas internacionais em elaboração, o acordo contribui para consolidar a cultura normativa na fabricação e no pós-mercado, bem como expandir os processos de certificação e registro a outros produtos para a saúde. No entanto, Moraes explica que é preciso um envolvimento maior da comunidade no desenho das normas brasileiras. “Pelas regras internacionais, toda norma precisa necessariamente ser validada por toda a cadeia que a utiliza. Isso envolve o consumidor (hospitais, clínicas), o produtor (indústria) e entidades neutras (órgãos do governo, agências reguladoras e laboratórios). Todo mundo precisa de normas, mas são poucos que auxiliam na discussão e criação desses textos”, ressalta. De acordo com ele, em 2015, o CB-26 já acumulava um acervo em torno de 590 textos normativos publicados desde o início das atividades em 1995.

O superintendente do ABNT/CB-26 alerta também que a avaliação da conformidade de alguns produtos realizada pelo Inmetro e o registo de produtos pela Anvisa têm, cada vez mais, se utilizado de textos normativos. “Por conta disso, considera-se essencial o incentivo da participação brasileira na discussão e elaboração internacional desses padrões em conjunto com ISO (International Organization for Standardization), IEC (International Electrotechnical Commission) e ASTM (American Society for Testing and Materials)”, ressalta ele.

DESAFIOS E GARGALOS

De acordo com Rafael Mello Trommer, D. Eng. coordenador da CE 26:070.04 (Comissão de Estudo de Implantes para substituição de articulações e de ossos), um dos principais desafios é mudar a visão atual sobre as normas técnicas. “Muitas vezes elas são vistas como limitações ou barreiras para o comércio de produtos. Na verdade, elas deveriam ser vistas como fonte de entrada de informações para o desenvolvimento do projeto do produto”, explica ele, ressaltando que uma das

vantagens de uma norma técnica é a identificação de novos mecanismos de falha clínica desses produtos. “Essa identificação só acontece por conta da norma técnica que tem como premissa realizar uma avaliação pré-clínica mais intensa do desempenho de cada produto através de requisitos mais rigorosos de desempenho ou por novos métodos de ensaio. Ambos são descritos em normas técnicas.”

As normas brasileiras engrenaram uma evolução a partir de 2009, principalmente quando foram organizados os Comitês de Estudos espelhados na ISO, o que facilitou o intercâmbio com técnicos internacionais. Porém, segundo Fernando Bustamante, coordenador da CE-26:090.01 (Comissão de Estudos Esterilização de Produtos para Saúde), ainda faltam verbas e vontade administrativa para unir conhecimentos. “É preciso que governo, usuários e empresas respeitem e adotem as normas como um parâmetro técnico de qualidade na exigência, utilização e fabricação de produtos para saúde”, diz ele, sugerindo como saída para esse desafio uma grande

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parceria com Anvisa em que se criam RDC’s obrigando o uso da norma ABNT.

Além do financiamento limitado, outro ponto fundamental é a falta de recursos humanos, pessoas para discutir a internalização das normas.

Segundo Joffre Moraes, são poucas as entidades que disponibilizam profissionais para esse fim. Além disso, o trâmite burocrático entre o envio do texto discutido pela comissão e a publicação da norma é muito grande. “Ela passa por muitos caminhos até que seja publicada”, afirma. O Prof. Dr. José Carlos T. de B. Moraes, coordenador da CE 26:020.02 (Comissão de Estudo - Equipamento Eletromédico), concorda com Joffre Moraes: “O maior desafio é conseguir publicar as normas brasileiras em até três meses após a divulgação das correspondentes normas internacionais. Isso exige a participação de especialistas no desenvolvimento e na adaptação dessas normas internacionais. Também é preciso

aumentar a participação, que ainda é imperceptível, dos vários elementos de inovação na transferência de suas novidades para a tropicalização das normas”, pontua o professor, que cita como referência de países adiantados nesse quesito Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra e Japão.

Outra questão fundamental, segundo Joffre Moraes, é a necessidade de a comunidade que usa as normas aumentar a participação no desenvolvimento delas. “As regras são escritas para quem usa e quem produz. É preciso que eles participem dasdiscussões. A nossa parte é fazer a divulgação e conscientizar as pessoas”,explica. O professor Moraes concorda e cita como exemplo a indústria de equipamentos eletromédicos. “Na parte de equipamentos eletromédicos, a participação dos usuários atualmente é praticamente nula.

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Dos fabricantes também é muito inferior ao que deveria ser, principalmente pelos benefícios que os textos normativos lhes possibilitam. A participação de OCPs e laboratórios de ensaios eu classificaria até como irresponsável e revoltante, considerando que suas existências dependem fundamentalmente da disponibilidade dos textos normativos.”

O mercado conta com especialistas que têm elevada capacidade técnica e atualmente participam da elaboração de normas técnicas de alto valor, mas são poucos. Segundo Rafael Trommer, é preciso manter e ampliar o investimento na área de normalização de produtos para a saúde, uma vez que a principal razão de uma norma técnica é assegurar saúde e segurança de pacientes frente ao produto em uso. “O investimento nessa área possibilita a participação de especialistas brasileiros em reuniões internacionais, visando defender a posição do país frente aos projetos de normas em elaboração, disseminar informações atuais sobre questões normativas internacionais e nacionais, bem como estimular a melhoria contínua dos produtos para a saúde disponíveis no mercado nacional”, pontua.

Embora o conhecimento proporcionado pela academia e nos diversos centros de pesquisa do nosso país tenham desenvolvido produtos de relevante aplicação clínica-terapêutica no setor, a indústria brasileira em biotecnologia é pobre, explica Monica Dualibi. “As comissões direcionadas nas agências internacionais tais como, ASTM, DIN, JISC, entre outras, por estarem com produtos biotecnológicos desenvolvidos por meio de parcerias entre a academia e a indústria, permitem a formação de um mercado forte e estruturado em bases regulatórias consistentes que norteiam os

COMISSÕES DE ESTUDOS DO ABNT/CB-26

COMISSÃO DE ESTUDO Escopo da comissão26:020.01 Aspectos comuns de segurança de equipamento eletromédico26:020.02 Equipamento eletromédico26:020.03 Equipamento de diagnóstico por imagem26:020.04 Equipamento de radioterapia, medicina nuclear e dosimetria das radiações26:050.02 Implante odontológico26:050.04 Materiais odontológicos restauradores, obturadores e protéticos26:060.01 Equipamento respiratório e de anestesia26:060.02 Gases para uso hospitalar, seus processos e suas instalações26:070.01 Materiais para implantes26:070.02 Implantes cardiovasculares e sistemas extracorpóreos26:070.03 Implantes e substitutos biológicos26:070.04 Implantes para substituição de articulação e de ossos26:070.05 Implantes para osteossíntese e para coluna26:070.06 Implantes ativos26:070.15 Implantes para cirurgia26:080.01 Contraceptivos mecânicos26:090.01 Esterilização de produtos para saúde26:120.01 Cadeira de rodas26:120.02 Classificação e terminologia de produtos de apoio para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida26:120.03 Aparelhos auditivos26:130.01 Avaliação biológica de dispositivos médicos26:150.01 Gestão da qualidade e aspectos gerais correspondentes de produtos para a saúde

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COMO PARTICIPAR

O ABNT/CB-26 trabalha por meio de suas Comissões de Estudo da mesma forma que a ISO e a IEC. Apenas com algumas mudanças de denominações. Os coordenadores, secretários e membros das comissões atuam como especialistas em reuniões dos Comitês Técnicos junto às comissões internacionais.As informações sobre como participar presencialmente ou a distância nas Comissões estão disponíveis no site do CB-26 em www.cb26.org.br.

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OBJETIVOS DA NORMALIZAÇÃO

Comunicação

Eliminação de barreiras técnicas e comerciais

Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços.

SegurançaProteger a vida humana e a saúde.

Proteção do consumidorProver a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos.

Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando, assim, o intercâmbio comercial.

Dos fabricantes também é muito inferior ao que deveria ser, principalmente pelos benefícios que os textos normativos lhes possibilitam. A participação de OCPs e laboratórios de ensaios eu classificaria até como irresponsável e revoltante, considerando que suas existências dependem fundamentalmente da disponibilidade dos textos normativos.”

O mercado conta com especialistas que têm elevada capacidade técnica e atualmente participam da elaboração de normas técnicas de alto valor, mas são poucos. Segundo Rafael Trommer, é preciso manter e ampliar o investimento na área de normalização de produtos para a saúde, uma vez que a principal razão de uma norma técnica é assegurar saúde e segurança de pacientes frente ao produto em uso. “O investimento nessa área possibilita a participação de especialistas brasileiros em reuniões internacionais, visando defender a posição do país frente aos projetos de normas em elaboração, disseminar informações atuais sobre questões normativas internacionais e nacionais, bem como estimular a melhoria contínua dos produtos para a saúde disponíveis no mercado nacional”, pontua.

Embora o conhecimento proporcionado pela academia e nos diversos centros de pesquisa do nosso país tenham desenvolvido produtos de relevante aplicação clínica-terapêutica no setor, a indústria brasileira em biotecnologia é pobre, explica Monica Dualibi. “As comissões direcionadas nas agências internacionais tais como, ASTM, DIN, JISC, entre outras, por estarem com produtos biotecnológicos desenvolvidos por meio de parcerias entre a academia e a indústria, permitem a formação de um mercado forte e estruturado em bases regulatórias consistentes que norteiam os

diversos segmentos da área da saúde de países menos desenvolvidos, influenciando sobremaneira no mercado local”, diz. Segundo ela, o maior desafio da comunidade científica está em transformar o conhecimento em produto e este ser uma fonte de recursos para o país, proporcionando um mercado competitivo. “Por outro lado, o conhecimento da importância da normalização não é difundido na academia e em outros setores da sociedade, fazendo com que os acadêmicos e a sociedade não vislumbrem seus benefícios.”

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BHD

BHD PRESENTE MAIS UMA VEZ NAS FEIRAS ARAB HEALTH E AEEDC

Entre os dias 25 e 28 de janeiro, mais de 130 mil profissionais das áreas de saúde e tecnologia embarcaram com destino a Dubai para a Arab Health, considerada a segunda maior feira do setor de saúde no mundo e o principal evento de equipamentos médicos do Oriente Médio. Trinta e oito empresas associadas à ABIMO e que fazem parte do BHD (Brazilian Health Devices), projeto executado em parceria com a Apex-Brasil, apresentaram o que há de melhor na indústria de equipamentos médico-hospitalares durante os quatro dias de evento.

A Arab Health ganhou expressão mundial nos últimos anos, quando pessoas de todas as partes do mundo passaram a notar a relevância do evento. Nesta última edição, a feira recebeu mais de 4 mil expositores e visitantes de 163 países, número significativo que contribuiu diretamente no resultado de 2,5 mil contatos realizados pelas empresas do BHD e

US$ 15 milhões de negócios futuros para os próximos 12 meses. “A maioria dos visitantes da Arab Health é de traders e distribuidores. Essa edição foi muito movimentada; os expositores fecharam grandes negócios e fizeram contatos importantes”, destacou Clara Porto, gerente de marketing e exportação da ABIMO.

Até novembro de 2015, o Brasil exportou o equivalente a US$ 10,1 milhões em produtos e equipamentos médicos para o mundo árabe. Os principais compradores da região foram Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Jordânia e Líbano. Entre os produtos mais vendidos estiveram aparelhos e instrumentos para odontologia, implantes odontológicos, cadeiras ginecológicas, incubadoras, aparelhos de prótese ortopédica, mesas para cirurgia e aparelhos respiratórios. O Brasil pode crescer bastante durante 2016 em suas exportações para os países

da região, especialmente explorando mercados nos quais o país ainda não tem uma forte presença.

“Os Emirados e a Arábia Saudita estão entre os 14 mercados-alvo escolhidos para as ações promocionais do setor de produtos e equipamentos médico-hospitalares entre 2016 e 2017”, informou Clara. “Para a Arábia Saudita, estamos planejando uma missão prospectiva e uma missão comercial em 2017”, revelou. Atrasorb, Baumer, Biomecanica, BR Goods, Carci, Casex, Conevita-Medicone, Deltronix, Dorja, Drillermed, Exxomed, Fanem, GMI, GM Reis, Hospimetal, HpBio, Ibramed, Inpromed, Instramed, Loktal, Magnamed, MMO, Neoortho, Olidef, Olsen, Ortosintese, Phoenix, Q2TEC, Samtronic, Scitech, Sismatec, Spine Implantes e Traumec foram as empresas que estiveram presentes no evento. Cinco companhias participaram da MEDLAB

CONSOLIDAÇÃONO MERCADO DO ORIENTE

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BHD PRESENTE MAIS UMA VEZ NAS FEIRAS ARAB HEALTH E AEEDC

da região, especialmente explorando mercados nos quais o país ainda não tem uma forte presença.

“Os Emirados e a Arábia Saudita estão entre os 14 mercados-alvo escolhidos para as ações promocionais do setor de produtos e equipamentos médico-hospitalares entre 2016 e 2017”, informou Clara. “Para a Arábia Saudita, estamos planejando uma missão prospectiva e uma missão comercial em 2017”, revelou. Atrasorb, Baumer, Biomecanica, BR Goods, Carci, Casex, Conevita-Medicone, Deltronix, Dorja, Drillermed, Exxomed, Fanem, GMI, GM Reis, Hospimetal, HpBio, Ibramed, Inpromed, Instramed, Loktal, Magnamed, MMO, Neoortho, Olidef, Olsen, Ortosintese, Phoenix, Q2TEC, Samtronic, Scitech, Sismatec, Spine Implantes e Traumec foram as empresas que estiveram presentes no evento. Cinco companhias participaram da MEDLAB

– Feira de Laboratórios, um hall localizado dentro da própria Arab Health: Bioclin, DK Diagnostics, Lupetec, LB Diagnóstica e WAMA. Essa foi a quarta participação do pavilhão brasileiro nesse espaço. No próximo ano, a MEDLAB ocorrerá como uma feira independente e com datas diferentes da Arab Health. “Com isso esperamos trazer mais resultados para as empresas do segmento de laboratório”, pontuou Laísa França, coordenadora de promoção comercial da ABIMO. “Como primeira participação, pude perceber que os visitantes realmente vieram para fazer negócio”, disse Onofre Neto, diretor da Exxomed, que atua no ramo de distribuição de produtos hospitalares.

O evento foi de extrema importância para alavancar negócios e estreitar o relacionamento com a indústria. “Excelente feira; tivemos contatos muito bons”, frisou Lucas Oliva Vicente, diretor da Atrasorb, fabricante de equipamentos de anestesia inalatória.

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Everton Silva, supervisor de exportação da Samtronic, companhia focada em sistemas de infusão hospitalar, considera a Arab Health o evento mais importante para os negócios internacionais da instituição. “Conseguimos bons contatos das regiões de que necessitamos”, relatou Silva. A empresa, que apresentou sua linha de bombas de infusão peristáltica e de infusão por seringa, em breve deve lançar novos produtos para o mercado internacional.

FEIRA ODONTOLÓGICA

Logo após a Arab Health, o trabalho do BHD continuou em Dubai, com a AEEDC (International Dental Conference & Arab Dental Exhibition), evento do setor de odontologia que aconteceu entre os dias 2 e 4 de fevereiro.

A AEEDC contou este ano com 30 mil m2 de área de exposição e recebeu mais de 30 mil visitantes de 130 países. Cerca de 1,4 mil expositores de mais de 70 países participaram do evento, que contou com 19 pavilhões nacionais e quatro halls para conferência com aproximadamente 120 palestras de 96 renomados palestrantes internacionais de odontologia.

A qualidade e o número de profissionais da área odontológica e da indústria bucal que participaram dos três dias do evento provaram a eficácia do projeto e

acrescentaram uma característica positiva e encorajadora à feira, que além de ser pioneira na área é a maior no Oriente Médio, no norte da África e na região sul da Ásia.

A AEEDC é um dos principais eventos do setor para as indústrias brasileiras e sempre promove bons resultados. Nesta edição foram 14 empresas participantes do pavilhão brasileiro. “A feira tem um perfil de comprador diferente da Arab Health”, destacou Laísa. “Ela é bastante rentável, pois atrai muitos dentistas, e as empresas podem fazer sua promoção diretamente com o comprador final”, conclui.

Para as 14 empresas participantes do pavilhão brasileiro – Angelus, Bio-Art, Biodinamica, Bionnovation, Cristófoli, DSP, Gnatus, Maquira, Microdont, Nova DFL, Sistema INP, TDV, Technew e Titanium Fix –, o evento contabilizou mais de mil contatos realizados e mais de US$ 4 milhões em negócios esperados para os próximos 12 meses.

De acordo com Clara Porto, os Emirados Árabes são o principal mercado árabe para os produtos odontológicos do Brasil, mas há outros que são bastante grandes, como Tunísia, Arábia Saudita e Argélia.

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acrescentaram uma característica positiva e encorajadora à feira, que além de ser pioneira na área é a maior no Oriente Médio, no norte da África e na região sul da Ásia.

A AEEDC é um dos principais eventos do setor para as indústrias brasileiras e sempre promove bons resultados. Nesta edição foram 14 empresas participantes do pavilhão brasileiro. “A feira tem um perfil de comprador diferente da Arab Health”, destacou Laísa. “Ela é bastante rentável, pois atrai muitos dentistas, e as empresas podem fazer sua promoção diretamente com o comprador final”, conclui.

Para as 14 empresas participantes do pavilhão brasileiro – Angelus, Bio-Art, Biodinamica, Bionnovation, Cristófoli, DSP, Gnatus, Maquira, Microdont, Nova DFL, Sistema INP, TDV, Technew e Titanium Fix –, o evento contabilizou mais de mil contatos realizados e mais de US$ 4 milhões em negócios esperados para os próximos 12 meses.

De acordo com Clara Porto, os Emirados Árabes são o principal mercado árabe para os produtos odontológicos do Brasil, mas há outros que são bastante grandes, como Tunísia, Arábia Saudita e Argélia.

ASSOCIADOS

A Nova DFL, fabricante de anestésicos e clareadores, entre outros materiais odontológicos, esteve presente em sete dos dez anos de pavilhão brasileiro na AEEDC. “Para nós é uma feira muito importante porque nos dá a possibilidade de não só conhecer novos parceiros como também nos dá o poder de levar aos dentistas da região a qualidade dos nossos produtos”, ressaltou Luiza Ritondo, gerente de comércio exterior da empresa, que ainda complementou: “Pretendemos sempre estar presentes na AEEDC, pois é uma feira de grande importância e que vem crescendo a cada ano”.

A Cristófoli Equipamentos de Biossegurança participou pela primeira vez do evento. Para o gerente de exportação da empresa, Thiago Muniz da Silva, o suporte e a atenção oferecidos pela ABIMO foram grandes diferenciais. “O espaço foi excelente, muito bom! Contamos com todo o apoio da ABIMO: chegamos aqui e já estava tudo praticamente pronto. Foi preciso apenas montar nossos equipamentos para começar a expor”. Em relação aos negócios gerados, no primeiro dia da feira, a Cristófoli contabilizou 18 contatos dos quais a empresa acredita que surgirão excelentes negócios futuramente. “Uma barreira para nós é a certificação, mas já estamos nos preparando para termos todos os certificados até setembro. Por isso nossa participação foi importantíssima, pois com a busca por contatos vamos iniciar nossas operações nesse mercado que, na minha opinião, é excelente e tem grandes oportunidades de negócios”, enfatizou.

“A feira foi muito positiva no que diz respeito a novos contatos com distribuidores fortes de todo o Oriente Médio. Muito proveitosa para abertura de novos mercados”, frisou Daniel Batista, representante da empresa TDV, fabricante de produtos do segmento odontológico.

HANDS ON

Em 2016, além da presença nos stands, as empresas brasileiras tiveram uma ação especial para a promoção de seus produtos: no “Hands On” os visitantes puderam assistir a demonstrações práticas sobre a utilização dos produtos. “Foi uma promoção comercial mais técnica, pois as empresas puderam trazer dentistas brasileiros e locais para darem rápidos treinamentos sobre técnicas da prática odontológica e correta utilização dos produtos e seus benefícios.

A ação possibilitou a ativação dos clientes finais e o aumento da demanda por produtos brasileiros por parte dos dentistas da região”, explicou Laísa.

“Nós achamos muito interessante o Hands On. A nossa marca tem se consolidado no mercado do Oriente Médio. Inclusive a nossa participação abriu a oportunidade de conhecermos novos distribuidores e firmarmos negócios”, disse André Santos, representante da Bio-Art, fabricante de equipamentos odontológicos, que ainda acrescentou: “Na minha opinião, a feira de 2016 foi melhor do que a do ano passado, pois estava mais movimentada, e as pessoas pararam mais nos stands interessadas nos nossos produtos”.

Além da Bio-Art, participaram do espaço a Nova DFL e a Technew. A área contou com 56 m2 e foi totalmente dedicada para que os empresários pudessem apresentar de forma dinâmica e direta para o cliente final a qualidade e a eficiência de suas mercadorias. Para Luiza Ritondo, a novidade permitiu que a Nova DFL demonstrasse o manuseio dos seus produtos aos dentistas da região. “Na minha opinião, essa iniciativa facilitou muito e com certeza nos ajudou bastante na divulgação do nosso produto. Tomara que no ano que vem essa área esteja disponível novamente”, frisou ela.

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EXPANDINDO OS HORIZONTESCOMO TORNAR SUA EMPRESA MAIS COMPETITIVA COM A INTERNACIONALIZAÇÃO

É tradição a ABIMO em Revista trazer matérias a respeito da exportação como meio para as empresas driblarem os efeitos da crise econômica. O comércio exterior tem sido fundamental para o desenvolvimento do mercado brasileiro e tornou-se estratégico para a estabilidade e o desenvolvimento sustentável do país depois da entrada do Brasil nas negociações internacionais e pela diminuição da vulnerabilidade externa de nossa economia.

Com as razões estratégicas aliadas à atividade exportadora, o comércio exterior se torna uma atividade cada vez mais importante não só para a economia brasileira (mediante o ingresso de divisas em moeda estrangeira e a geração de emprego e renda) como também, e principalmente, para crescimento e fortalecimento das empresas brasileiras fabricantes de bens de capital, tornando o Brasil um provedor internacionalmente reconhecido.

O avanço propiciado pela internet e por outros meios fáceis e acessíveis de comunicação encurtou distâncias com o mercado internacional, principalmente para pequenas e médias empresas. Existem hoje inúmeros exemplos dessas empresas brasileiras que são bem-sucedidas e exportam para diversos países. “Exportar é para empresas que têm objetivos e perseverança”, categoriza o consultor Cleuber Rufino, da LexMercatoria Foreign Trade and International Business.

A empresa que opta pela estratégia de ingressar na atividade exportadora destinará parte de sua produção para o mercado internacional. Esse direcionamento para outros mercados é estratégico, pois possibilita a ampliação do portfólio da empresa, o que significa correr menos riscos. Afinal, quanto maior o número de países e clientes estrangeiros conquistados, menor será a dependência da empresa em relação às oscilações econômicas e às sazonalidades das demandas, diluindo assim seus riscos comerciais e financeiros. Porém, a decisão por operar no mercado internacional deve ser feita com muita cautela e profissionalismo. Com isso em mente, o resultado será, certamente, uma operação de sucesso.

“Existe um fator cultural e um fator de preparação/qualificação. De certa forma, nossas empresas sempre se preocuparam muito com o mercado interno. A partir de 1990, as empresas brasileiras começaram de fato a se tornar globais”, diz Tiago Terra, supervisor de competitividade da Apex Brasil. “Até então, havia um histórico de apenas produzir e vender para nós mesmos, o que gerou uma herança cultural. Portanto, disseminar a cultura exportadora é uma meta da Apex-Brasil e, principalmente, do MDIC, que recentemente lançou o Plano Nacional de Cultura Exportadora.”

CULTURA EXPORTADORA

Rufino, da LexMercatoria Foreign Trade and International Business, afirma que o primeiro passo é buscar apoio de profissionais da área, associações de classe e empresas que possam fornecer mais detalhes e informações sobre operações de exportação e suas peculiaridades. “É importante destacar que esse caminho encurta a distância entre a empresa e o mercado internacional e muitas vezes representa o próprio sucesso da operação”, explica ele.

Exemplo disso é a Atrasorb, empresa especializada na fabricação de absorvedores de CO2: “Por sermos uma empresa pequena, a participação nos programas da Apex, via ABIMO, é o grande triunfo para expor nosso produto no mercado mundial. Com maior alcance dos mercados e contato com possíveis distribuidores do nosso produto, iniciamos o processo para a exportação”, conta o diretor Lucas Oliva Vicente.

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EXPANDINDO OS HORIZONTES“Existe um fator cultural e um fator de preparação/qualificação. De certa forma, nossas empresas sempre se preocuparam muito com o mercado interno. A partir de 1990, as empresas brasileiras começaram de fato a se tornar globais”, diz Tiago Terra, supervisor de competitividade da Apex Brasil. “Até então, havia um histórico de apenas produzir e vender para nós mesmos, o que gerou uma herança cultural. Portanto, disseminar a cultura exportadora é uma meta da Apex-Brasil e, principalmente, do MDIC, que recentemente lançou o Plano Nacional de Cultura Exportadora.”

CULTURA EXPORTADORA

Rufino, da LexMercatoria Foreign Trade and International Business, afirma que o primeiro passo é buscar apoio de profissionais da área, associações de classe e empresas que possam fornecer mais detalhes e informações sobre operações de exportação e suas peculiaridades. “É importante destacar que esse caminho encurta a distância entre a empresa e o mercado internacional e muitas vezes representa o próprio sucesso da operação”, explica ele.

Exemplo disso é a Atrasorb, empresa especializada na fabricação de absorvedores de CO2: “Por sermos uma empresa pequena, a participação nos programas da Apex, via ABIMO, é o grande triunfo para expor nosso produto no mercado mundial. Com maior alcance dos mercados e contato com possíveis distribuidores do nosso produto, iniciamos o processo para a exportação”, conta o diretor Lucas Oliva Vicente.

As empresas brasileiras ainda não têm o mercado internacional como foco. “Precisamos abrir a mente dos empresários para o mercado externo; indicar que este é gigantesco e oferece inúmeras oportunidades de crescimento e ganho de experiência”, diz o especialista. Uma empresa que exporta sempre terá maior reconhecimento no mercado nacional. Um benefício puxa o outro.

A gerente de marketing e exportação da ABIMO, Clara Porto, concorda: “A empresa que exporta está em contato com o mundo, acompanha os movimentos de seu segmento, acaba por vezes se relacionando com grandes players, trocando experiências, aprendendo, trazendo novas tecnologias para dentro de sua empresa e é vista no mercado nacional como séria e confiável, capaz de investir no mercado internacional”, diz ela.

MAS POR ONDE COMEÇAR?

Ingressar no mercado internacional por meio de vendas ao mercado externo é uma tarefa que requer planejamento muito bem definido. Antes de tudo – e começando pelo básico –, “É preciso ter vontade para encarar o desafio de exportar”, explica a economista com especialização em Comércio Internacional e consultora do Grupo Aduaneiras Multieditoras, Leide Rocha Alves.

Planejamento da Exportação é a etapa que apresenta as principais variáveis a serem analisadas pela empresa fabricante de máquinas e equipamentos, tais como marketing, formação de preço de exportação, tributação, normas técnicas e estratégia, visando prepará-la para conduzir com sucesso as exportações.

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O ideal é desenvolver uma profunda e detalhada pesquisa de mercado internacional. Avaliar dados, históricos e potencial de importação dos países é fundamental nesse processo. Uma boa pesquisa economiza muito tempo e dinheiro que poderia ser gasto desnecessariamente.

“Nesse quesito, as Associações representam uma ferramenta importante que o empresário possui para dar esse salto para o mercado internacional”, acrescenta Rufino, da LexMercatoria. “A experiência acumulada e o talento dos jovens que nessas associações trabalham são indispensáveis no processo.”

O mercado internacional exige alto grau de especialização e profissionalismo. Desde o primeiro contato com clientes no exterior, a elaboração de informações detalhadas do produto até o pós-venda. “O cliente internacional é exigente e busca melhora contínua nos produtos que adquire no mercado internacional”, explica o consultor.

Nesse contexto, segundo ele, se torna vital que as empresas brasileiras tenham Certificações Internacionais de Qualidade. “Isso as coloca em uma situação privilegiada no mercado externo.”“É primordial que o primeiro passo da empresa em direção às exportações seja a adequação aos padrões internacionais, por meio da obtenção de registros sanitários nos países para os quais pretende exportar”, orienta Clara, da ABIMO.

Tendo esses conhecimentos, a negociação entre exportador e importador inicia pela troca de correspondências, telefonemas, e-mails e alguns contatos pessoais.

Do ponto de vista legal, é importante que a empresa providencie habilitação e credenciamento junto à Receita Federal e aos demais órgãos competentes para poder iniciar suas operações. Os documentos necessários para o processo variam de caso a caso. “Cada documento tem sua peculiaridade e importância”, diz Rufino. O mais importante, segundo ele, é o primeiro contato com o mercado externo, que deve ser marcante e profissional. “Clientes estrangeiros gostam de profissionalismo e seriedade”, diz.

UM POUCO DE BUROCRACIA

Para iniciar suas exportações, a empresa deve solicitar a habilitação no Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior), uma aplicação informatizada responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior por meio de um fluxo único e automatizado de informações. O Siscomex permite acompanhar tempestivamente a saída e o ingresso de mercadorias no país, uma vez que os órgãos de governo intervenientes no comércio exterior podem, em diversos níveis de acesso, controlar e interferir no processamento de operações para uma melhor gestão de processos.

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Por intermédio do próprio Sistema, o exportador troca informações com os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização.O RE (Registro de Exportação) no Siscomex é o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracteriza a operação de exportação de uma mercadoria e define o enquadramento dela.

Por meio do Siscomex, as operações de exportação são registradas e em seguida analisadas pelo sistema nos órgãos competentes, como a Secretaria da Receita Federal do Brasil, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), o DPF (Departamento de Polícia Federal), a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), a Anvisa,a Secretaria de Portos, o Ministério das Relações Exteriores, entre outros. Ao preencher o RE, a empresa deverá classificar seus produtos de acordo com duas nomenclaturas: a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e a NALADI/SH (Nomenclatura Aduaneira da ALADI).

Após efetivado o RE e estando a mercadoria pronta para o embarque, a empresa iniciará o procedimento fiscal de desembaraço da mercadoria, também conhecido como Despacho Aduaneiro de Exportação.É importante diferenciar os papéis de todos que vão participar do processo de exportação.

Cada empresa, por conta do porte e da necessidade, tem um grupo de profissionais que apoia a operação de exportação, mas, basicamente, pode-se destacar dois papéis.

O trader é o profissional de comércio exterior ou relações internacionais responsável por analisar tendências de mercado internacional, buscar e elaborar estratégias de negócios externos e de marketing adequadas para determinado projeto de exportação. Ele também fornece os conhecimentos necessários de legislação aduaneira, impostos e cultura de outros países, já que a principal atividade dele é prospecção de mercados.

Outro profissional importante é o agente de carga, responsável pela escolha ideal e contratação do transporte internacional da mercadoria nos modais aéreo, marítimo e terrestre durante os processos de importação e exportação. O agente de carga fará toda a coordenação do embarque, auxiliando o cliente a evitar atrasos e buscando ao máximo cumprir os prazos necessários para a operação. Outra função importantíssima nesse processo é do despachante aduaneiro, que faz a formulação das declarações aduaneiras, tanto de exportação quanto de importação. Basicamente o despachante dará suporte no processo de desembaraço aduaneiro, providenciando documentos, declarações e outras exigências legais para liberação alfandegária de uma mercadoria.

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“É claro que essas funções não são totalmente limitadas”, explica Rufino, da LexMercatoria. “Um bom profissional de comércio exterior acaba tendo bons conhecimentos gerais do processo todo, mas se especializa em uma determinada etapa visando dar maior eficiência e profissionalismo ao resultado.”

Ao despachante aduaneiro caberá a devida liberação aduaneira da mercadoria junto aos órgãos competentes. Esse processo é fundamental, pois agiliza a liberação da carga para o mercado internacional. “Mas, apesar da importância substancial dessa figura no processo de exportação, é importantíssima a participação de outros profissionais, como um bom consultor de comércio exterior, um internacionalista experiente, um agente de carga de confiança, assim como o suporte de uma boa instituição financeira com tradição e experiência em produtos financeiros ligados ao mercado cambial”, ratifica Rufino.

DIFICULDADES

O conhecimento é a base para o sucesso nas exportações, e a falta dele, um dos maiores entraves, sendo citado como uma das principais barreiras à exportação antes mesmo da obtenção de certificação e registros de produtos em outros países. Cristiano Brega, CEO da Confiance Medical, empresa fabricante de equipamentos de videolaparoscopia, afirma que suas dificuldades em exportar são a falta de conhecimento em pontos como benefícios fiscais no Brasil e no país de destino, composição de preço de exportação, preços praticados no mercado externo para avaliação de competitividade, bem como barreiras técnicas e sanitárias em cada país-alvo.

“Nossas principais dúvidas são relacionadas à parte burocrática e logística”, afirma Esperança Balestrassi, vice-presidente da Neurotec, empresa de sistemas avançados de neurofisiologia clínica que ainda não exporta,

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mesmo tendo todas as certificaçõesinternacionais necessárias. “Estamos à procura de distribuidores com a mesma filosofia da nossa empresa: a preocupação com o pós-venda.”

Faz sentido. O comprador internacional tem que se sentir seguro no momento de distribuir o produto que foi objeto da exportação, e um pós-venda adequado estreitará ainda mais o laço de confiança negocial entre as partes, o que gera, consequentemente, um indiscutível aumento nas exportações.

“Essa é uma preocupação recorrente”, comenta Cleuber.Ainda mais caso essa compra se opere a distância. “Toda compra de produto importado gera certa insegurança, seja por conta de eventuais peças de reposição, instruções no manuseio, seja por outros elementos paralelos que possam comprometer a compra e a utilização de determinado equipamento ou produto”, diz ele.

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mesmo tendo todas as certificaçõesinternacionais necessárias. “Estamos à procura de distribuidores com a mesma filosofia da nossa empresa: a preocupação com o pós-venda.”

Faz sentido. O comprador internacional tem que se sentir seguro no momento de distribuir o produto que foi objeto da exportação, e um pós-venda adequado estreitará ainda mais o laço de confiança negocial entre as partes, o que gera, consequentemente, um indiscutível aumento nas exportações.

“Essa é uma preocupação recorrente”, comenta Cleuber.Ainda mais caso essa compra se opere a distância. “Toda compra de produto importado gera certa insegurança, seja por conta de eventuais peças de reposição, instruções no manuseio, seja por outros elementos paralelos que possam comprometer a compra e a utilização de determinado equipamento ou produto”, diz ele.

A NCM, que substituiu a NBM (Nomenclatura Brasileira de Mercadorias), contém

oito dígitos e a seguinte estrutura de classificação, com até seis níveis de

agregação: capítulo, posição, subposição simples, subposição composta, item e

subitem. A NALADI/SH é estruturada de forma semelhante à NCM (para a qual serviu de base) e o mesmo número de dígitos (oito),

sendo os seis primeiros sempre idênticos.

As empresas aspirantes a exportadoras devem ficar atentas a diferenças de fuso horário,

idiomas oficiais, diferenças culturais, regime político e econômico, restrições sanitárias e legislação de seu mercado-alvo. É importante pesquisar alguns hábitos, saudações e cordialidades comerciais do país com que

iniciará o contato, entre outros aspectos que podem ser relevantes considerando as particularidades

do produto a ser exportado.

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CASES DE SUCESSO

Um exemplo de exportadora que conseguiu alavancar resultados é a ANGELUS, empresa fabricante de produtos odontológicos que registrou aumento de 17,3% em suas exportações considerando o período de janeiro a dezembro de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. “Conseguimos fazer a exportação representar quase 49% do faturamento. Lembrando que há oito anos representávamos algo em torno de 23%, portanto, nos últimos anos, mais que dobramos o número”, comemora Sidarta Cypriano, gerente de comércio internacional da empresa, que ainda complementa: “Sem dúvida, é um marco na nossa história!”. Sobre os principais motivos a que a empresa atribui o sucesso, Cypriano listou quatro atitudes que fizeram a diferença e contribuíram para os resultados. “Primeiro: por termos produtos inovadores; segundo: por não encararmos o mercado externo como algo sazonal ou spot business de oportunidades por conta de uma variação cambial positiva; terceiro: por fazermos bom uso da inteligência de mercado; quarto e último: investimento, pois nos últimos dez anos mantivemos os investimentos em nossa rede de distribuição, na capacitação e no treinamento de nossa equipe”, enfatiza.

A BIONNOVATION está presente em todos os continentes e conta com um crescimento considerável em diversos novos mercados. Em 2014, a atividade exportadora representava 12% das vendas totais da empresa; já em 2015, com novos mercados alcançados, as exportações passaram a representar 31% das vendas totais. “Superar as expectativas de nossos clientes e distribuidores, por meio de produtos e serviços inovadores, nos assegurou vantagens competitivas e nos permitiu ocupar espaço em mercados altamente competitivos que valorizam qualidade, e não apenas preço”, afirma o diretor comercial Heddie Ricci. Para 2016, as perspectivas são as melhores para a Bionnovation, pois a meta é equiparar as exportações ao mercado interno, e o ano já começou com promessas de abertura de novos mercados e lançamentos. “Sabemos que novos produtos são fundamentais para o sucesso de longo prazo de uma empresa. Participaremos de feiras em mercados diferentes, onde pretendemos concretizar parcerias já existentes como, por exemplo, no mercado Asiático”, finaliza.

A MAGNAMED, empresa voltada para o mercado de critical care e ventilação pulmonar, fechou o ano de 2015 com faturamento de R$ 20 milhões, o que significa crescimento de 42% em relação ao ano anterior. Parte desse avanço se deve às exportações. Entre os 30 países que fazem parte da carta de clientes da empresa, destaca-se o mercado latino-americano, com países como Colômbia, Equador, Bolívia, além do mercado europeu. “Temos muita aceitação no exterior, tanto que o Oxymag, um dos nossos primeiros aparelhos, começou a ser exportado antes mesmo de ser comercializado no Brasil”, ressalta Wataru. A companhia já conta com o selo CE, voltado à exportação para a Comunidade Econômica Europeia. “Já submetemos nossos produtos ao FDA (Food and Drugs Administration) a fim de poder exportar também para os EUA”, conta.

física da aduana, pois a logística postal está acessível em todo o território. Além disso, oferece rapidez na preparação da exportação, uma vez que as remessas são baseadas em um único formulário postal, dispensando a contratação de um despachante, já que os Correios representam o exportador durante o trâmite aduaneiro.

“O valor de cada venda deve respeitar o teto da modalidade simplificada que é de US$ 50 mil. A venda pode ser composta de diversas caixas, portanto o teto não se aplica a cada caixa individualmente, mas sim ao valor da venda”, explica Cristina Itri, assistente de comércio exterior dos Correios. Ela elucida, porém, que os produtos que podem ser liberados junto à Receita Federal de forma simplificada são aqueles que não exigem anuência do órgão regulador brasileiro. “Podemos checar cada caso simulando a declaração simplificada de exportação e utilizando a NCM (classificação fiscal) do produto”, finaliza.

A logística pode ser uma das principais dificuldades, porém, existem soluções facilitadoras: é o caso do serviço Exporta Fácil dos Correios. Com o Exporta Fácil, é possível efetuar todos os procedimentos de postagem, inclusive realizar consultas a preços e prazos dos serviços, tudo on-line. Os Correios contam com recintos alfandegários da Receita Federal em suas instalações e essa facilidade agiliza o trâmite aduaneiro das remessas postais. Preços e prazos de entrega variam de acordo com peso do produto, modalidade de envio e país de destino; tudo pode ser consultado no próprio site dos Correios.

O Exporta Fácil foca no micro e pequeno empresário, pois os custos administrativos da exportação podem cair de 16% para até 1% do valor da mercadoria exportada. Ele permite exportações de cidades onde não há a presença

CORREIOS OFERECEM SOLUÇÃO EM ENTREGAS NO EXTERIOR

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A BIONNOVATION está presente em todos os continentes e conta com um crescimento considerável em diversos novos mercados. Em 2014, a atividade exportadora representava 12% das vendas totais da empresa; já em 2015, com novos mercados alcançados, as exportações passaram a representar 31% das vendas totais. “Superar as expectativas de nossos clientes e distribuidores, por meio de produtos e serviços inovadores, nos assegurou vantagens competitivas e nos permitiu ocupar espaço em mercados altamente competitivos que valorizam qualidade, e não apenas preço”, afirma o diretor comercial Heddie Ricci. Para 2016, as perspectivas são as melhores para a Bionnovation, pois a meta é equiparar as exportações ao mercado interno, e o ano já começou com promessas de abertura de novos mercados e lançamentos. “Sabemos que novos produtos são fundamentais para o sucesso de longo prazo de uma empresa. Participaremos de feiras em mercados diferentes, onde pretendemos concretizar parcerias já existentes como, por exemplo, no mercado Asiático”, finaliza.

A participação em feiras, bem como o canal de comunicação, sempre foi um dos recursos mais eficazes e importantes explorados pela BIO-ART. A empresa foi umas das primeiras a participar do maior evento mundial do ramo odontológico, que acontece bianualmente na Alemanha, na cidade de Colônia: a IDS (International Dental Show). A empresa marca presença nesse evento desde 1999, com oito participações consecutivas até hoje. “De 1988 até o final da década de 1990, as exportações da Bio-Art eram passivas, isto é, os clientes vinham até a Bio-Art buscando nossos produtos”, conta a diretora da empresa, Maria Isabel Piccin. “Quando partimos para a exportação ‘ativa’, a principal dificuldade foi a concorrência com grandes marcas e de empresas tradicionais no mercado”, diz ela.

“A Bio-Art ainda não era conhecida internacionalmente; tínhamos de ganhar credibilidade e construir nossa própria marca”. Para vencer essa dificuldade, a Bio-Art foi investindo em participação de feiras e viagens internacionais para visitas a clientes e a instituições acadêmicas. “Ouvir a voz do cliente e trazê-la para dentro da empresa sempre fez parte da cultura da empresa, bem como a preocupação com a entrega de um produto com excelente relação custo-benefício (soluções inteligentes). Com esses propósitos ou missão, a Bio-Art foi crescendo, ganhando credibilidade e conquistando a posição de liderança mundial.”

física da aduana, pois a logística postal está acessível em todo o território. Além disso, oferece rapidez na preparação da exportação, uma vez que as remessas são baseadas em um único formulário postal, dispensando a contratação de um despachante, já que os Correios representam o exportador durante o trâmite aduaneiro.

“O valor de cada venda deve respeitar o teto da modalidade simplificada que é de US$ 50 mil. A venda pode ser composta de diversas caixas, portanto o teto não se aplica a cada caixa individualmente, mas sim ao valor da venda”, explica Cristina Itri, assistente de comércio exterior dos Correios. Ela elucida, porém, que os produtos que podem ser liberados junto à Receita Federal de forma simplificada são aqueles que não exigem anuência do órgão regulador brasileiro. “Podemos checar cada caso simulando a declaração simplificada de exportação e utilizando a NCM (classificação fiscal) do produto”, finaliza.

A logística pode ser uma das principais dificuldades, porém, existem soluções facilitadoras: é o caso do serviço Exporta Fácil dos Correios. Com o Exporta Fácil, é possível efetuar todos os procedimentos de postagem, inclusive realizar consultas a preços e prazos dos serviços, tudo on-line. Os Correios contam com recintos alfandegários da Receita Federal em suas instalações e essa facilidade agiliza o trâmite aduaneiro das remessas postais. Preços e prazos de entrega variam de acordo com peso do produto, modalidade de envio e país de destino; tudo pode ser consultado no próprio site dos Correios.

O Exporta Fácil foca no micro e pequeno empresário, pois os custos administrativos da exportação podem cair de 16% para até 1% do valor da mercadoria exportada. Ele permite exportações de cidades onde não há a presença

CORREIOS OFERECEM SOLUÇÃO EM ENTREGAS NO EXTERIOR

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MERCADOS-ALVO: JAPÃO E CHINA

O mercado asiático entrou no alvo de exportadores brasileiros nos últimos anos. Conhecidos como bons pagadores e pela economia estável com alto PIB, os orientais despertam interesse em empresas de todos os setores, que começam a explorar o mercado com as maiores taxas de crescimento do setor de tecnologia atualmente.

A Ásia é o maior dos continentes tanto em área como em população. Abrange um terço das partes sólidas da superfície da Terra e é responsável por abrigar quase três quintos da população mundial. Fronteiriço no lado ocidental com a África e com a Europa, o continente está estrategicamente localizado, já que também é banhado pelos oceanos Ártico, Índico e Pacífico, fazendo com que o frete de contêineres seja o menor da história da navegação.

Segundo o coordenador de Projetos Setoriais da Apex-Brasil, Igor Brandão, o continente é um grande mercado para o Brasil e representou 31,8% das exportações brasileiras em 2015,

posicionando-se como um grande destino para exportações de alimentos, porém com

espaço para a exportação de produtos com alto valor agregado. “Somente para 2016, estão previstas pela agência 31 ações de promoção comercial e de investimento para vários países na região”, diz.

Nos países asiáticos, China e Japão destacam-se entre os principais destinos para exportações brasileiras e estão no Plano Nacional de Exportações como mercados prioritários, além de figurarem na lista de mercados prioritários do Projeto Brazilian Health Devices.

O processo de escolha dos mercados-alvo do projeto de exportação, fruto da parceria entre ABIMO e Apex-Brasil, é resultado de uma metodologia desenvolvida pela própria agência, em que os mercados são ranqueados de acordo com critérios quantitativos gerais (tais como PIB, crescimento, população, renda per capita, entre outros) e específicos do setor (número de leitos hospitalares, quantidade de clínicas e gasto público com saúde são alguns dos exemplos).

O MAIOR MERCADO DO MUNDOEMPRESAS ASSOCIADAS AO BHD EXPORTARAM MAIS DE US$ 1,3 MILHÃO EM PRODUTOS MÉDICO-HOSPITALARES E ODONTOLÓGICOS NO ANO PASSADO

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O mercado asiático entrou no alvo de exportadores brasileiros nos últimos anos. Conhecidos como bons pagadores e pela economia estável com alto PIB, os orientais despertam interesse em empresas de todos os setores, que começam a explorar o mercado com as maiores taxas de crescimento do setor de tecnologia atualmente.

A Ásia é o maior dos continentes tanto em área como em população. Abrange um terço das partes sólidas da superfície da Terra e é responsável por abrigar quase três quintos da população mundial. Fronteiriço no lado ocidental com a África e com a Europa, o continente está estrategicamente localizado, já que também é banhado pelos oceanos Ártico, Índico e Pacífico, fazendo com que o frete de contêineres seja o menor da história da navegação.

Segundo o coordenador de Projetos Setoriais da Apex-Brasil, Igor Brandão, o continente é um grande mercado para o Brasil e representou 31,8% das exportações brasileiras em 2015,

posicionando-se como um grande destino para exportações de alimentos, porém com

espaço para a exportação de produtos com alto valor agregado. “Somente para 2016, estão previstas pela agência 31 ações de promoção comercial e de investimento para vários países na região”, diz.

Nos países asiáticos, China e Japão destacam-se entre os principais destinos para exportações brasileiras e estão no Plano Nacional de Exportações como mercados prioritários, além de figurarem na lista de mercados prioritários do Projeto Brazilian Health Devices.

O processo de escolha dos mercados-alvo do projeto de exportação, fruto da parceria entre ABIMO e Apex-Brasil, é resultado de uma metodologia desenvolvida pela própria agência, em que os mercados são ranqueados de acordo com critérios quantitativos gerais (tais como PIB, crescimento, população, renda per capita, entre outros) e específicos do setor (número de leitos hospitalares, quantidade de clínicas e gasto público com saúde são alguns dos exemplos).

Após essa etapa, as empresas participantes do projeto reúnem-se com a entidade e a agência para classificar os países de maneira qualitativa, apresentando-se então o conhecimento sobre trâmites burocráticos, alfandegários e regulatórios de cada país, além de aspectos culturais que podem favorecer ou dificultar as relações comerciais. Posteriormente, as empresas fazem a escolha dos mercados prioritários a serem trabalhados com base naqueles que receberam as melhores notas na média dos critérios quantitativos e qualitativos.

“O exercício de ranqueamento de mercados prioritários é, acima de tudo, uma definição dos empresários a respeito do apoio que esperam do projeto para determinadas regiões. Pela primeira vez na história do BHD, China e Japão despontaram como favoritos pelas empresas participantes, pois a desvalorização do real permite que as empresas brasileiras tenham preços mais competitivos, um fator imprescindível para a abertura de novos mercados”, comenta Clara Porto, gerente de marketing e exportação da ABIMO.

As empresas associadas ao Brazilian Health Devices exportaram em 2015 mais de US$ 1,3 milhão em produtos médico-hospitalares e odontológicos. Um expressivo salto em comparação ao ano anterior, que não ultrapassou os US$ 520 mil em exportações.

Segundo Clara, o grande aumento se deve principalmente ao desempenho do setor odontológico. China e Japão são tradicionais fabricantes de produtos médicos, porém têm

um número relativamente baixo de indústrias odontológicas. “Tanto no Japão quanto na China, o Brasil já é conhecido por ter uma odontologia de excelente qualidade, especialmente em termos de profissionais e técnicas”, comenta Clara. “Por isso há certa confiabilidade em relação aos produtos brasileiros desse setor e curiosidade a respeito dos fabricantes brasileiros, o que se configura como uma oportunidade de crescimento das exportações brasileiras de produtos odontológicos para a China e o Japão.” CHINA

Tendo o terceiro maior território do mundo e abrigando mais de um bilhão de pessoas – cerca de 20% de toda a população mundial –, a China adquire grande destaque no mundo. Entretanto, devido ao fato de a maior parte de seu território ser ocupada por desertos e montanhas, a população chinesa fica quase inteiramente concentrada no lado oriental do país, única região que pode ser plenamente aproveitada. Em termos geográficos, culturais e também econômicos, há grande diversidade entre as regiões chinesas. De fato, o rápido desenvolvimento do mercado chinês das últimas décadas se distribuiu de forma desigual em seu território. Iniciou-se nas cidades próximas a Hong Kong, graças a uma série de incentivos criados pelo governo para atrair indústrias que se deslocavam da cidade, devido a seu aumento de custos. A costa cresceu mais rapidamente nos últimos trinta anos, mas agora o dinamismo da economia chinesa vai aos poucos se deslocando para o interior.

Desde a introdução de reformas econômicas em 1978, a China transformou-se em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo, sendo o maior exportador e o terceiro maior importador de mercadorias do planeta. Sua importância como uma grande potência reflete-se em seu papel como segunda maior economia do mundo (ou segunda maior em poder de compra) e em sua posição como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e de várias outras organizações multilaterais, incluindo a Organização Mundial do Comércio, Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, Grupo dos Vinte,

As exportações para ambos os países somaram, em 2015, mais de US$ 18,4 milhões. No ano anterior, o saldo era de pouco mais de US$ 16,3 milhões. A balança comercial também apresentou melhora de 2014 para o ano passado.Apesar de ainda deficitário, o saldo passou de US$ 690 milhões para US$ 600 milhões.

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BRICS e da Organização para Cooperação de Xangai. Além disso, o país é reconhecido como uma potência nuclear, além de contar com o maior exército do mundo em número de soldados e o segundo maior orçamento de defesa.

Seu produto interno bruto (PIB nominal) é estimado em US$ 10,35 trilhões (dados de 2014), e cerca de 5,6% provêm da saúde. Sendo a China a nação com o maior crescimento econômico dos últimos 25 anos, com média de crescimento do PIB em 10% por ano, não é surpresa que o mercado seja foco de empresas do mundo todo, inclusive das brasileiras.

RELAÇÕES ENTRE BRASIL E CHINA

As relações diplomáticas estabelecidas entre os dois países começaram no início do século 19 e continuaram até 1949, quando foram interrompidas pela criação da República Popular da China. Em 1974, com o acordo sobre a criação e o funcionamento da Embaixada do Brasil em Pequim e a Embaixada da China em Brasília, as relações entre os países foram normalizadas. Desde então, os laços bilaterais têm assistido a um desenvolvimento principalmente com base nos princípios de não interferência, igualdade e benefício mútuo.

Entre os anos de (2013-2015), o deficit brasileiro na balança comercial com a China caiu mais de US$ 6,8 milhões, chegando a US$ 421,3 milhões no ano passado.

O Brasil vendeu para a China US$ 7,5 milhões: mais de US$ 3 milhões a mais que em 2014. As nove empresas ligadas ao BHD foram responsáveis por cerca de 7% desse valor, exportando mais de US$ 530 mil em produtos.

O país mais populoso do mundo é formado por 31 divisões de nível provincial e tem grande diversidade geográfica, cultural e econômica, formando diferentes tipos de mercado. Mesmo com a variedade de perfis consumidores da região, a HpBio conquistou relacionamento duradouro com empresas chinesas.

“Temos uma relação consolidada desde 2007, quando enviamos as primeiras amostras e começamos a fase de registro para a válvula de hidrocefalia”, contou Flavia Rodrigues Carvalho, gerente de negócios internacionais da empresa. As atividades ainda estão em expansão: “Agora estamos em processo de ampliação do portfólio e mais produtos serão registrados para atender a esse mercado que está em ascensão e à procura de novidades do setor”, afirma.

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A Apex-Brasil mantém um escritório em Xangai para atender a empresas brasileiras que querem exportar seus produtos e serviços para o mercado chinês. “O escritório apoia entidades que têm projetos setoriais com a Apex-Brasil em feiras, eventos, missões prospectivas, missões comercias, estudos de mercado customizados, pesquisa de dados e fornecimento de informações sobre procedimento de negócios com a China”, explica Igor Brandão.

JAPÃO

Como grande potência econômica, o Japão teve a terceira maior economia do mundo em PIB nominal de US$ 4,6 trilhões em 2014 e a quarta maior em poder de compra, segundo o Banco Mundial. É também o quarto maior exportador e o quarto maior importador do mundo, além de ser o único país asiático membro do G7. O país tem um intercâmbio comercial relativamente forte com o Brasil nos dias atuais, e bioenergia, infraestrutura e meio ambiente aparecem como alvos potenciais de integração dos dois países.

Desde 2013, a balança comercial brasileira com o Japão apresenta queda em seu deficit, passando de mais de US$ 229 milhões para US$ 170 milhões em 2015.

Nos números das empresas associadas à ABIMO e que enviam seus produtos para o outro lado do mundo, houve um aumento de mais de 400% em 2015: passou de 2,5% para mais de 12% a porcentagem de exportações do setor para o país. No ano passado, oito empresas do projeto exportaram 11 NCMs diferentes para o Japão, sendo o principal produto ligado à área odontológica. No país, produtos de classificação de risco 1 e 2 (baixo risco) podem ter seu registro sanitário feito por certificadoras, em vez da agência regulatória do governo, o que facilita e agiliza o processo de registro de produtos no mercado japonês.

A Indusbello é um exemplo de empresa com relação consolidada de vendas para o Japão, realizando entre oito e dez vendas anuais há cerca de três anos. “As relações Brasil-Japão têm sido beneficiadas pelo bom entrosamento entre os países. O Japão é populoso e estável economicamente, o que possibilita atribuir

boas perspectivas de negócio em médio e longo prazo”, afirma o vendedor internacional da empresa, Guilherme Varella.

Atualmente, a Indusbello conta com um cliente regular e negocia com outros distribuidores. “Nós nos encontramos na fase de validar alguns produtos, enviar amostras e auxiliar o importador na adequação da legislação local”, explica Varella. “Assim que fortalecermos essas parcerias, temos a intenção de expor a marca de forma mais efetiva em eventos locais do país. Temos a expectativa de que o retorno apareça em médio prazo”, finaliza.

A frequência comercial é destacada pela Bio-Art. “O cliente japonês mantém estoque mínimo e compra de acordo com a demanda do mercado. Por isso, realiza diversos pedidos ao longo do ano. Em conversa informal com outros exportadores, notamos que esse tipo de logística é cultural do país”, afirmou André Luis dos Santos, analista de negócios internacionais da companhia, que mantém uma relação comercial consolidada com o país, exportando materiais para o Japão desde 2011.

No tocante às ações da Apex-Brasil no Japão, Igor Brandão conta que estão previstas duas em 2016: o seminário Innovate in Brasil, em Tóquio, no âmbito de programa com o mesmo nome realizado em parceria com o MDIC; e uma iniciativa no setor de petróleo, em parceria com a Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo). “O Japão foi um dos países com o maior número de empresas mapeadas com potencial de investimentos no Brasil na área de Pesquisa e Desenvolvimento, e a ação busca colocar o país no radar de representantes de empresas japonesas líderes em segmentos de alta tecnologia e pesquisa com vistas a atrair novos centros de P&D para cá.”

Em 2015, oito empresas do BHD exportaram para o Japão; o principal produto exportadoé ligado à área odontológica.

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PECULIARIDADES

Flavia Rodrigues de Carvalho, gerente de negócios internacionais da HpBio, avalia o mercado chinês como “melindroso” e cita outra dificuldade ao fazer negócio com os estrangeiros: “No começo, o maior obstáculo foi a comunicação: foi muito difícil repassar as informações técnicas que nosso produto requer na hora de ser vendido”.

Ela ressalta a complexidade em registrar os aparatos médicos junto ao órgão do governo equivalente ao nosso Ministério da Saúde no país. “É preciso investir tempo, energia e recursos financeiros para vencer a fase de registro. No nosso caso, foram necessárias mais de 30 unidades de amostras para análise.”

O obstáculo foi resolvido com um plano de negócios e alinhamento de todo o processo a fim de facilitar o entendimento do produto e conquistar a satisfação do cliente. “A primeira estratégia foi aprimorar a comunicação. Afinar os laços entre distribuidor e fabricante. Vencendo essas etapas, a China é um mercado de grande retorno para materiais de qualidade e, se aliados à tecnologia, o retorno é ainda melhor”, finalizou.

A cultura asiática é conhecida por sua disciplina e metodologia em todos os setores. “Quando se fala de Japão, a primeira coisa que vem à nossa cabeça é organização. Está dando certo, primeiramente, porque temos produtos inovadores que estão adequados às exigências daquele mercado. Por isso, é muito importante a empresa ter a cultura exportadora”, declarou o gerente de comércio internacional da Angelus, Sidarta Cipriano.

Outro ponto positivo entre o comércio com países de cultura oriental é a eficiência e a precisão dos acordos entre cliente e fornecedor. “Ao mesmo tempo que eles são extremamente exigentes em relação a qualidade e prazos, o mercado japonês também é bom pagador”, conclui.O detalhamento de metodologia do negócio,

minúcias na elaboração dos contratos e cuidado para que todo o processo seja seguido conforme o proposto são características destacadas pela maioria dos profissionais que trabalham com o mercado asiático. Entretanto, para o representante da Indusbello, essa sistematização também tem o lado negativo: “A cultura nipônica é um desafio para qualquer relação comercial. Geralmente, as empresas são metódicas e levam um tempo considerável para analisar e confiar no desenvolvimento da relação”, contrapôs Varella.

MISSÃO PROSPECTIVA PELA ÁSIA

A ABIMO embarcou para o Japão no último dia 7 de março para apresentar o Brazilian Health Devices ao Ministério da Saúde japonês a fim de discutir as oportunidades da indústria odontológica brasileira no Japão. Como resultado dessa missão prospectiva, a ABIMO irá produzir dois estudos de mercado específicos para o setor da saúde, contemplando as relações comerciais entre os dois países, os principais aspectos culturais, burocráticos e regulatórios para se fazer negócios com cada um dos países e as principais oportunidades identificadas.

“Os estudos devem servir como material preparatório às missões comerciais que serão organizadas em breve, em que buscaremos levar empresas brasileiras para a China e o Japão e construir uma agenda personalizada de reuniões de negócios e visitas a potenciais parceiros, de acordo com os interesses e as estratégias de cada empresa”, conta Clara. Vale ressaltar que os serviços são exclusivos às empresas participantes do projeto BHD (leia os detalhes das reuniões nas páginas 11 e 13.)

MERCADOS-ALVO: JAPÃO E CHINA

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PING-PONG

PING-PONG COM JARBAS BARBOSA

Médico sanitarista, Jarbas Barbosa assumiu em 2015 o cargo de diretor da Anvisa.

Antes de tomar posse na Agência, o pernambucano atuava como secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, cargo que assumiu no início de 2015.

Foi secretário de Vigilância em Saúde do mesmo ministério, função para a qual retornou em 2011. Ele já havia comandado essa pasta no período de 2003 a 2007.

Com larga experiência nacional e internacional em temas referentes a saúde pública, epidemiologia aplicada aos serviços de saúde, vigilância em saúde, prevenção e controle de doenças e agravos e gestão de sistemas de saúde, Jarbas Barbosa fala à ABIMO em Revista sobre algumas demandas do setor de equipamentos médicos, da atuação da agência e da agenda para 2016.

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PING-PONG

ABIMO em Revista: Qualificar o corpo técnico da Anvisa, utilizar as melhores práticas científicas internacionais e fortalecer os mecanismos de consulta à sociedade foram as diretrizes de trabalho indicadas pelo senhor ao assumir a presidência da Anvisa. Após esses meses, como está esse tripé?

Jarbas Barbosa: Não há processo regulatório feito com qualidade que não esteja baseado nesse tripé. Estamos concluindo um Plano de Capacitação que será apresentado em abril para todos os servidores da Anvisa. Nesse Plano vamos oferecer aos servidores um processo permanente de capacitação, envolvendo desde temas amplos, como análise de impacto regulatório, até temas específicos com conteúdos sobre produtos médicos, medicamentos etc. Queremos, nesse Plano, consolidar experiências exitosas, como o Programa de Formação Aplicada que realizamos em parceria com o Movimento Brasil Competitivo, que leva os técnicos da Agência para o “chão de fábrica” e concretizar acordos com instituições renomadas do Brasil e do exterior. Todos os servidores da Anvisa precisam estar permanentemente recebendo atualizações técnicas, revisando as melhores evidências científicas disponíveis e aprendendo com as boas práticas de outras agências regulatórias.

AR: A participação da Anvisa em fóruns internacionais tem crescido, assim como a consolidação de acordos de cooperação e intercâmbio de informações com outras agências. Como o senhor vê esse novo cenário?

J.B.: No mundo de hoje, esse é um passo fundamental para aperfeiçoarmos nossa atividade regulatória. Temos buscado um diálogo permanente com a sociedade, incluindo-se os representantes dos produtores, que são regulados pela Anvisa. Esse debate, quando ocorre em bases éticas, transparentes e construtivas, constitui-se em ferramenta fundamental para aperfeiçoar o trabalho da Agência. Tenho estimulado o uso de reuniões constantes com as associações de produtores, a realização de painéis científicos com presença de especialistas para debate de temas complexos, a presença em audiências públicas no Congresso Nacional e todas as formas de diálogo, pois tenho convicção que ele fortalece e dá legitimidade à nossa atividade.

AR: Como a Agência tem se preparado para estar em linha com a convergência regulatória internacional discutida entre as principais agências pelo mundo?

J.B.: Nos últimos anos, a Agência tem buscado se movimentar da periferia para o centro das discussões e decisões na área de regulação de produtos e serviços de saúde. Nos primeiros anos de existência da Agência, a agenda internacional se resumia a discussões regionais, basicamente no Mercosul e na OPAS. Hoje, o Brasil conquistou espaço nos fóruns de maior relevância que elaboram referências internacionais seguidas pelas diversas autoridades reguladoras, entre elas os grupos técnicos de discussão da OMS, o ICMRA, o IMDRF, o MDSAP para citar as principais referências em dispositivos médicos. Além disso, a Agência tem construído sólidas relações bilaterais com autoridades parceiras relevantes. Na área de dispositivos médicos, as principais parcerias são EUA, Japão, Canadá e Alemanha. Esses acordos bilaterais têm permitido a rápida troca de informações em situações de emergência ou mesmo decisões cotidianas, tornando todo o processo mais célere.

Adicionalmente, na condição de Autoridade Reguladora de Referência Regional certificada pela OPAS, bem como pela liderança natural que exerce entre os países da América Latina e os de língua portuguesa, a Anvisa tem trabalhado para apoiar o desenvolvimento de capacidades regulatórias nos países da região, seja por meio de projetos de cooperação, seja por meio de estágios dos demais países na Anvisa. Essas ações de cooperação e apoio, além de fortalecer as estruturas regulatórias existentes nesses países, também têm o benefício de promover a convergência regulatória dos países da região com as melhores práticas desenvolvidas pelo Brasil. Na OMS, discutimos recentemente requisitos para avaliação de kits de diagnóstico in vitro para detecção do vírus Zika, levando a experiência do Brasil nesse processo. Nos fóruns normativos, participamos na revisão da norma ISO 13485 (sistema da qualidade para fabricação de dispositivos médicos). Embora essa norma não seja adotada pela Anvisa, já que temos regulamento próprio sobre o tema (RDC 16/13), ela impacta diretamente no programa MDSAP. Estamos iniciando agora a participação no grupo de trabalho da ISO para discussões de futura revisão na norma de Gerenciamento de Risco de Dispositivos Médicos -ISO 14971. No Mercosul, pretendemos dar prosseguimento na revisão da normativa GMC 40/00 (normativa Mercosul para registro de dispositivos médicos), alinhando as discussões com nossos parceiros do Mercosul à luz do que vem sendo

discutido no âmbito internacional de regulação de dispositivos médicos. Por fim, a Agência lançou em 2015 a iniciativa de Diálogos Regulatórios Internacionais, que busca promover a aproximação e a participação, direta ou indireta, do setor produtivo brasileiro nas discussões de elaboração de guias e referências internacionais ou mesmo em negociações comerciais em curso com terceiros países. A intenção é inserir a realidade e a expertise nacionais no centro das discussões de guias e diretrizes internacionais, alinhando a melhor técnica e ciência disponíveis aos interesses brasileiros (tanto em promover acesso a produtos seguros, com qualidade e eficácia, quanto em apoiar o desenvolvimento das indústrias nacionais).

AR: A Anvisa mudou o panorama da vigilância sanitária nos últimos 15 anos, atuando de forma global no tocante ao tema “saúde”. A agência regula hoje uma parcela importante da nossa economia. Por que a atuação da agência tornou-se tão abrangente?

J.B.: A legislação brasileira colocou sob regulação da Anvisa uma ampla gama de produtos e serviços. No mundo, só existe paralelo de tal amplitude com nossa coirmã americana, a FDA. Isso traz um enorme desafio para a Anvisa e nos obriga a buscar os processos comuns e a especificidade de cada um dos objetos de nossa regulação. Produtos para a saúde, por exemplo, têm especificidades, como a rapidez dos ciclos de inovação, que precisam ser tratados de forma diferente daquela aplicada a medicamentos tanto no registro, quanto no pós-registro, no processo de inspeção etc. A Anvisa tem avançado bastante nesse campo, mas, sem dúvida, a busca para estabelecer processos regulatórios adequados a cada um dos temas sob nossa regulação é uma prioridade permanente para a Agência.

AR: Como a vigilância sanitária pode contribuir para o crescimento econômico e social do país e de que maneira está agindo nas questões que envolvem inovação tecnológica e científica?

J.B.: Agências regulatórias como a Anvisa têm como foco principal assegurar que medicamentos e produtos para a saúde são produzidos com padrões estabelecidos de qualidade e que apresentam a segurança e eficácia para seu uso pela população. Assim, nós contribuímos para promover e proteger a saúde dos brasileiros. Entretanto, na medida em que a Anvisa estabelece padrões regulatórios que estão alinhados com a melhor evidência científica e com o

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discutido no âmbito internacional de regulação de dispositivos médicos. Por fim, a Agência lançou em 2015 a iniciativa de Diálogos Regulatórios Internacionais, que busca promover a aproximação e a participação, direta ou indireta, do setor produtivo brasileiro nas discussões de elaboração de guias e referências internacionais ou mesmo em negociações comerciais em curso com terceiros países. A intenção é inserir a realidade e a expertise nacionais no centro das discussões de guias e diretrizes internacionais, alinhando a melhor técnica e ciência disponíveis aos interesses brasileiros (tanto em promover acesso a produtos seguros, com qualidade e eficácia, quanto em apoiar o desenvolvimento das indústrias nacionais).

AR: A Anvisa mudou o panorama da vigilância sanitária nos últimos 15 anos, atuando de forma global no tocante ao tema “saúde”. A agência regula hoje uma parcela importante da nossa economia. Por que a atuação da agência tornou-se tão abrangente?

J.B.: A legislação brasileira colocou sob regulação da Anvisa uma ampla gama de produtos e serviços. No mundo, só existe paralelo de tal amplitude com nossa coirmã americana, a FDA. Isso traz um enorme desafio para a Anvisa e nos obriga a buscar os processos comuns e a especificidade de cada um dos objetos de nossa regulação. Produtos para a saúde, por exemplo, têm especificidades, como a rapidez dos ciclos de inovação, que precisam ser tratados de forma diferente daquela aplicada a medicamentos tanto no registro, quanto no pós-registro, no processo de inspeção etc. A Anvisa tem avançado bastante nesse campo, mas, sem dúvida, a busca para estabelecer processos regulatórios adequados a cada um dos temas sob nossa regulação é uma prioridade permanente para a Agência.

AR: Como a vigilância sanitária pode contribuir para o crescimento econômico e social do país e de que maneira está agindo nas questões que envolvem inovação tecnológica e científica?

J.B.: Agências regulatórias como a Anvisa têm como foco principal assegurar que medicamentos e produtos para a saúde são produzidos com padrões estabelecidos de qualidade e que apresentam a segurança e eficácia para seu uso pela população. Assim, nós contribuímos para promover e proteger a saúde dos brasileiros. Entretanto, na medida em que a Anvisa estabelece padrões regulatórios que estão alinhados com a melhor evidência científica e com o

que é praticado pelas principais agências do mundo, estimula nossa indústria a produzir em condições de qualidade similares a qualquer produtor de país desenvolvido. Isso garante aos produtores brasileiros reconhecimento internacional e facilita sua inserção no mercado globalizado. Além disso, o ambiente regulatório deve estimular que os produtores busquem inovações capazes de ampliar o acesso a produtos seguros e eficazes. No processo de análise de registros, por exemplo, a inovação radical e a inovação incremental já são critérios para assegurar priorização. Precisamos avançar ainda mais nesse campo.

AR: Quais são as experiências exitosas da Agência ocorridas recentemente?

J.B.: Na área de dispositivos médicos, dois pontos destacam-se recentemente: em primeiro lugar, o aumento da participação da Agência em fóruns internacionais, como o IMDRF (International Medical Device Regulator Forum), sendo reconhecida como uma agência reguladora forte internacionalmente. A ampliação da discussão de questões sanitárias com outros países nos mostra que muitos problemas/questões são comuns entre os países e essas discussões possibilitam, além das trocas de experiências, traçar encaminhamentos/soluções, se não comuns, frente às particularidades de cada país, pelo menos alinhadas, visando a um mesmo objetivo. Assim, possibilita-se uma convergência regulatória internacional harmoniosa

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e robusta. Isso não apenas facilita o mercado global mas também fortalece a regulação dos dispositivos médicos num contexto global, por agilizar a troca de informações entre as agências reguladoras. No âmbito do IMDRF, temos a implementação do MDSAP (Medical Device Single Audit Program) como ferramenta para avaliação e acompanhamento dos fabricantes de dispositivos médicos. Embora ainda estejamos no piloto do programa, já obtivemos resultados bastante positivos. Apesar da adesão ao programa ser voluntária, espera-se agilizar os processos de certificação de BPF dos fabricantes, diminuindo, assim, os prazos para entrada no mercado de novos produtos e tecnologias. Entende-se que não serão todos os fabricantes que terão interesse pelo programa, até porque ele envolve custos adicionais, mas indiretamente todos serão beneficiados com a diminuição da fila de inspeção na Anvisa. Por fim, temos, na área de pesquisa clínica, a criação de uma coordenação específica para avaliar as submissões de ensaios clínicos envolvendo produtos para saúde à Anvisa, assim como a publicação de um marco regulatório (RDC 10/2015) específico para ensaios clínicos com dispositivos médicos, possibilitando também a construção de diretrizes de avaliação clínica direcionadas ao registro de produtos para saúde harmonizadas e convergentes no âmbito internacional.

AR: Frente à crescente entrada de produtos e serviços no mercado da saúde no Brasil, como a Anvisa tem se preparado para atender a essa demanda?

J.B.: Capacitação do corpo técnico para acompanhamento da evolução tecnológica, possibilitando o adequado monitoramento do mercado. Mesmo sendo as empresas fabricantes e importadoras as responsáveis pela segurança e eficácia dos produtos, a Anvisa não deve se eximir de suas competências estabelecidas em lei, incluindo controle e fiscalização de produtos e atuação em circunstâncias especiais de risco à saúde.No caso de dispositivos médicos, as inspeções para avaliação do cumprimento às Boas Práticas de Fabricação, Distribuição e Armazenamento de produtos constituem um passo inicial para verificação da capacidade da empresa para fornecer produtos seguros e com a qualidade esperada. Tal verificação complementa-se no momento da avaliação das informações para o registro do produto, em que a Anvisa tem buscado atuar por meio de análises cada vez mais objetivas e focadas no controle do risco. Mecanismos como certificação compulsória prévia ao registro, análise de controle e dados consistentes de pesquisa clínica também ajudam a criar um ambiente seguro no país.

AR: Falando especificamente do setor que a ABIMO representa e considerando a agenda regulatória definida pela Anvisa, quais temas deverão estar presentes nas próximas discussões com a área de Produtos para Saúde?

J.B.: A Anvisa definiu sua agenda regulatória para o biênio 2015-2016, referente ao seu ciclo quadrienal 2013-2016, apresentado vários pontos de interesse na área de dispositivos médicos. Entre os assuntos a serem abordados, destacam-se pela relevância:

a. A definição de organismos auditores avaliados no âmbito do MDSAP para emissão dos relatórios para certificação de BPF. Já temos, inclusive, resoluções publicadas para alguns destes organismos. Essa ação é essencial para o andamento do Programa MDSAP.

b. Nomenclatura de Dispositivos Médicos, já tendo sido iniciado o processo de adequação da nomenclatura, alinhada com a nomenclatura GMDN - Global Medical Device Nomenclature, reconhecida oficialmente pelo IMDRF. Publicamos recentemente o Edital de Chamamento para adequação de informações no registro para o primeiro lote de termos técnicos, englobando 31 termos, incluindo essencialmente stents, cateteres, desfibriladores implantáveis, bomba de infusão implantável etc. Esperamos que até o final do ano tenhamos concluído pelo menos mais dois lotes de termos técnicos.

c. Pós-registro de dispositivos médicos com novas regras para alteração de registro, visando à simplificação e racionalização de procedimentos no âmbito da Anvisa, contribuindo assim para a desburocratização de processos e conferindo maior agilidade para as decisões da área.

AR: Sendo parte da missão da Anvisa promover e proteger a saúde da população, intervindo nos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, como o senhor analisa essas ações frente ao desafio da competitividade das empresas e ao constante crescimento do parque industrial?

J.B.: Como já referi, nossa contribuição está na criação de um ambiente regulatório previsível, que estimule a inovação e que garanta que os produtos feitos e utilizados no país são seguros e fabricados de acordo com os melhores padrões de qualidade. Isso contribui efetivamente para o desenvolvimento quantitativo e qualitativo do parque fabril brasileiro.

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IMDRF

ANVISA PRESIDE FÓRUM INTERNACIONAL

PARA CONVERGÊNCIA REGULATÓRIA NA FABRICAÇÃO DE

PRODUTOS DA SAÚDEEVENTO REUNIU AGÊNCIAS DE SETE PAÍSES EM BRASÍLIA E DISCUTIU

UMA DAS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DA INDÚSTRIA PARA ACELERAR A COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS MÉDICO-HOSPITALARES

A Anvisa presidiu a nona reunião do Fórum Internacional de Reguladores de Produtos para a Saúde (IMDRF, na sigla em inglês), que reuniu autoridades e técnicos em regulação de equipamentos médicos de sete países, além da União Europeia.

O evento discute a regulação do mercado de dispositivos médicos, reivindicando a adoção de critérios e procedimentos comuns para auditar e fiscalizar a fabricação de produtos do setor entre os países participantes. A pauta é uma das exigências mais frequentes da indústria, que é prejudicada com a lentidão

de inspeções, registros, comercialização, o que consequentemente atrasa o acesso da população às novidades do setor.

O presidente do comitê, Fábio Quintino, ressaltou a relevância do comitê gestor do IMDRF e a importância que o encontro tem para os países participantes em termos de harmonização regulatória do setor de dispositivos médicos. “Poder sediar um evento desse porte sinaliza o protagonismo da Anvisa enquanto autoridade regulatória e a importância do papel desempenhado pelo Brasil no avanço da convergência das práticas adotadas pelos diversos países no que se refere ao setor de dispositivos médicos.”

O gerente de estratégia regulatória da ABIMO, Joffre Moraes, compareceu à reunião para representar os interesses da instituição. “O evento é mais uma oportunidade de reunir especialistas e reguladores do setor para discutir uma pauta tão importante como a situação regulatória das oito jurisdições presentes. Também ampliamos o canal de comunicação com os membros da comunidade de pesquisa e tivemos a oportunidade de atualizá-los sobre os itens de trabalho atuais no IMDRF”, disse Moraes.

A reunião aconteceu entre os dias 8 e 10 de março, em Brasília, e contou com a presença de agências dos seguintes países:

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RESULTADO DO 34º CIOSP SUPERA 2015

E REFORÇA BOM PROGNÓSTICO PARA O PRÓXIMO ANO

Austrália, Canadá, China, Comunidade Europeia, Estados Unidos, Japão e Rússia. Observadores de organizações Internacionais como a Apec (Regulatory Harmonization Steering Committee) e AHWP (Asian Harmonization Working Party) também participaram do Fórum.

“Para a Apex-Brasil, a participação no IMDRF é válida, já que estamos buscando facilitar o contato entre o mundo dos negócios, os reguladores e os tomadores de decisão das políticas de saúde internacionais – uma aproximação vital para a viabilização do comércio exterior no setor, que, sabidamente, é muito regulado e monitorado”, afirma o gestor do projeto Brazilian Health Devices na Agência, Gabriel Isaacsson.

No segundo dia da conferência, uma sessão aberta foi realizada com 220 representantes da indústria, profissionais de saúde e especialistas na área. Durante a manhã, eles puderam ouvir as atualizações sobre a situação regulamentar dos oito representantes do IMDRF e fecharam com um espaço para perguntas e respostas.

Entre os temas abordados, destaca-se a regulação de softwares, incluindo aplicativos móveis, como produtos para a saúde, a manutenção do equilíbrio entre os requisitos pré e pós-comercialização, enquanto possibilita a inovação do setor e um plano estratégico de engajamento e interesses dos profissionais da área.A reunião também discutiu o aprimoramento do modelo regulatório global, colaborando para a garantia da segurança e da eficácia de produtos para a saúde.

O presidente do Comitê avalia o fórum como necessário e positivo. “Aprovamos documentos relacionados a itens de trabalho em andamento e a criação de novos grupos de discussão. Um deles, por exemplo, debaterá estratégias para fomentar o aprimoramento de normas técnicas internacionais, com vistas a sua utilização regulatória”, afirma Quintino.

O próximo encontro do grupo deve acontecer entre os dias 13 e 15 de setembro, também no Brasil, mas ainda não tem cidade ou agenda determinada. Segundo o presidente do comitê, a expectativa é de que se tenha o mesmo grau de participação dos reguladores e que temas como as atualizações regulatórias na área de dispositivos médicos pelos países membros oficiais do IMDRF façam parte da pauta.

“A reunião proporcionará discussão e divulgação de informações relacionadas às iniciativas-piloto que tiveram origem no âmbito do Fórum e que contribuem significativamente para a otimização de processos regulatórios como a iniciativa de harmonização de dossiês técnicos submetidos para aprovação de produtos em múltiplas jurisdições e o piloto de auditoria única de produtos para saúde”, finaliza Quintino.

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CIOSP 2016

Para o vice-presidente da ABIMO – Setor Odontologia, Knud Sorensen, as 51 empresas associadas à entidade tiveram boas chances de realização de negócios na exposição comercial do 34º Ciosp (Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo), que ocorreu em janeiro. “A conjunção de fatores e a boa organização do 34º Ciosp propiciaram um excelente público – 90 mil visitantes (25% a mais do que o esperado) – e uma rodada de negócios da ordem de R$ 120 milhões”, destaca. O 34º Ciosp teve 200 expositores, 90 mil inscritos, sendo 57.165 cirurgiões-dentistas, 22.761 acadêmicos, 1.046 TSBs (técnicos em saúde bucal), 3.291 ASBs (auxiliares em saúde bucal) e 1.506 TPDS (técnicos em prótese dentária).

Knud chama a atenção para o período conturbado que o país atravessa em todos os campos e aponta que o objetivo da ABIMO vem sendo alcançado com a união de todos os protagonistas do setor “caminhando juntos” na exposição comercial e em outros eventos. “A presença de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, ao lado de executivos da ABIMO como Ruy Baumer,

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RESULTADO DO 34º CIOSP SUPERA 2015

presidente do Sinaemo; do coordenador do BioBrasil, Paulo Fraccaro (superintendente da ABIMO e coordenador do BioBrasil); e de diretores da ABCD (Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas), APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), do CFO (Conselho Federal de Odontologia), do CROSP (Conselho Regional de Odontologia-SP) e da ABO (Associação Brasileira de Odontologia), entre outras entidades, mostra que o entrosamento de todos cria melhores condições de sucesso para a Odontologia, seja no campo científico, seja no empresarial, porque ficamos mais fortes.”

“A participação do presidente da FDI (Federação Dentária Internacional), Patrick Hescot, no evento é outro fator que deve injetar ânimo em toda a classe odontológica”, destaca Knud.

“Ao declarar que conhecia a atuação do Ciosp, mas não imaginava a grandiosidade constatada durante sua visita, ele disse o seguinte: ‘Bela exposição!

Por: Maria Cláudia Flesch/Editabr

E REFORÇA BOM PROGNÓSTICO PARA O PRÓXIMO ANO

Entre os temas abordados, destaca-se a regulação de softwares, incluindo aplicativos móveis, como produtos para a saúde, a manutenção do equilíbrio entre os requisitos pré e pós-comercialização, enquanto possibilita a inovação do setor e um plano estratégico de engajamento e interesses dos profissionais da área.A reunião também discutiu o aprimoramento do modelo regulatório global, colaborando para a garantia da segurança e da eficácia de produtos para a saúde.

O presidente do Comitê avalia o fórum como necessário e positivo. “Aprovamos documentos relacionados a itens de trabalho em andamento e a criação de novos grupos de discussão. Um deles, por exemplo, debaterá estratégias para fomentar o aprimoramento de normas técnicas internacionais, com vistas a sua utilização regulatória”, afirma Quintino.

O próximo encontro do grupo deve acontecer entre os dias 13 e 15 de setembro, também no Brasil, mas ainda não tem cidade ou agenda determinada. Segundo o presidente do comitê, a expectativa é de que se tenha o mesmo grau de participação dos reguladores e que temas como as atualizações regulatórias na área de dispositivos médicos pelos países membros oficiais do IMDRF façam parte da pauta.

“A reunião proporcionará discussão e divulgação de informações relacionadas às iniciativas-piloto que tiveram origem no âmbito do Fórum e que contribuem significativamente para a otimização de processos regulatórios como a iniciativa de harmonização de dossiês técnicos submetidos para aprovação de produtos em múltiplas jurisdições e o piloto de auditoria única de produtos para saúde”, finaliza Quintino.

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CIOSP 2016

Vejo associações fortes, como uma família. Estou muito impressionado com o congresso e a feira, e é muito difícil fazer ambos tão bem feitos.

Depois do evento da ADA (American Dental Association), vocês são os melhores’. Essa declaração é motivo de orgulho para todos nós e reforça o propósito da ABIMO de seguirmos juntos neste caminho.”

Segundo Adriano Forghieri, presidente da APCD, “A rapidez com que se produz novas informações científicas sobre abordagens, diagnósticos e tratamentos bem como a velocidade com que surgem novas tecnologias e equipamentos influencia diretamente o comportamento do cirurgião-dentista, que necessita constantemente de atualização para sua prática clínica.

Todos os anos, o Ciosp se propõe a promover essa oportunidade ímpar de aprimoramento profissional, científico e tecnológico nas diversas áreas da Odontologia”.

No campo internacional, o vice-presidente da ABIMO recebeu a Comenda Honorary Membership, Capítulo Brasil, da ADI (Academy of Dentistry International), com Silvio Cecchetto (ABCD), Ailton Morilhas (CFO) e Cláudio Miyake (CRO-SP).

A certificação foi entregue pelo presidente da European Regional Organization, Gerhard Seeberger, e por Santiago Sartori, ambos executivos da ADI. O prof. Cláudio Fernandes, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que integra a Comissão Científica da FDI e a ADI, coordenou o evento e declarou que os novos integrantes da entidade têm se dedicado à Odontologia e precisam ser reconhecidos, além de colaborarem no Brasil, a partir de agora, com as atividades da ADI.

Ruy Baumer, presidente do Sinaemo e coordenador do BioBrasil, também foi homenageado durante a solenidade de abertura do 34º Ciosp, recebendo troféu do presidente da APCD, Adriano Forghieri.

EMPRESAS SATISFEITAS

Em reuniões com representantes das empresas expositoras durante o evento, Knud aponta que grande parte delas se mostrou muito satisfeita com os resultados de negócios feitos durante a exposição comercial deste ano, que foram melhores do que os da edição anterior. Sobre a participação da área empresarial, Knud afirma que o incentivo dado pela APCD aos associados da ABIMO também faz enorme diferença e já impulsiona o interesse na feira comercial do 35º Ciosp, em 2017, com 75% de espaço reservado e com áreas maiores para abrigar a instalação dos stands.

ENTROSAMENTO EM TODAS AS ÁREAS

A ABIMO – Setor Odontologia tem trabalhado para sedimentar oentrosamento entre as entidades associadas de forma permanente.

Para isso, vem realizando várias reuniões que contam com o envolvimento dos diversos segmentos do setor. Como exemplos, o evento realizado para associados e instituições da classe em janeiro último, com palestrantes convidados da XP Investimentos e do BioBrasil, na Fiesp, e o Fórum Odontologia Hospitalar, durante o 34º Ciosp, que abriu o debate não só para a inequívoca conquista da profissão mas também para os desafios a serem enfrentados pela atuação do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar.

A ABIMO está formatando também o novo Fórum Odontologia Hospitalar, com a Fiesp e o BioBrasil, para acontecer em breve.

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EMPRESAS SATISFEITAS

Em reuniões com representantes das empresas expositoras durante o evento, Knud aponta que grande parte delas se mostrou muito satisfeita com os resultados de negócios feitos durante a exposição comercial deste ano, que foram melhores do que os da edição anterior. Sobre a participação da área empresarial, Knud afirma que o incentivo dado pela APCD aos associados da ABIMO também faz enorme diferença e já impulsiona o interesse na feira comercial do 35º Ciosp, em 2017, com 75% de espaço reservado e com áreas maiores para abrigar a instalação dos stands.

ENTROSAMENTO EM TODAS AS ÁREAS

A ABIMO – Setor Odontologia tem trabalhado para sedimentar oentrosamento entre as entidades associadas de forma permanente.

Para isso, vem realizando várias reuniões que contam com o envolvimento dos diversos segmentos do setor. Como exemplos, o evento realizado para associados e instituições da classe em janeiro último, com palestrantes convidados da XP Investimentos e do BioBrasil, na Fiesp, e o Fórum Odontologia Hospitalar, durante o 34º Ciosp, que abriu o debate não só para a inequívoca conquista da profissão mas também para os desafios a serem enfrentados pela atuação do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar.

A ABIMO está formatando também o novo Fórum Odontologia Hospitalar, com a Fiesp e o BioBrasil, para acontecer em breve.

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ODONTOLOGIA

As perspectivas econômicas para o Brasil em 2016 não são nada positivas. De acordo com Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos, o PIB (Produto Interno Bruto) deve ter uma queda de 3,7%; o fluxo nos shopping centers caiu 4% nos últimos meses; a inflação deve atingir a marca de 10,67%; a taxa básica de juros (Selic) está cada vez mais alta, podendo chegar a 14,25% e o número de desempregados no país só tende a crescer, principalmente no terceiro trimestre. E qual é o comportamento adequado diante desses números?

COMO SOBREVIVER À CRISE? ABIMO discute tema em encontro

ASSOCIAÇÃO PROMOVEU ENCONTRO DO SETOR PRIVADO COM ESPECIALISTAS PARA FALAR A ENTIDADES E INDÚSTRIAS DO SETOR ODONTOLÓGICO SOBRE O

CENÁRIO ECONÔMICO DO BRASIL E O QUE ESPERAR PARA O PRÓXIMO BIÊNIO

A abertura foi feita por Ruy Baumer, coordenador titular do BioBrasil – Comitê da Bioindústria da Fiesp – e presidente do Sinaemo. Fizeram parte da mesa Knud Sorensen, idealizador do evento e vice-presidente do setor odontológico da ABIMO; Gilberto Pucca Júnior, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde; e Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, também coordenador do BioBrasil.

Para Ruy Baumer, essa discussão é importante para que novas oportunidades e perspectivas sejam traçadas dentro do setor odontológico. “Dos produtos médicos, os odontológicos são um dos mais fortes do mundo. É preciso que o segmento entenda o que está acontecendo e o que está por vir para que possamos nos preparar para que tudo que conquistamos ao longo dos anos – um mercado forte e consolidado – não se perca. Precisamos melhorar processos, fortalecer estruturas. Se estivermos preparados, poderemos tirar proveito da crise”, avaliou. Gilberto Pucca Júnior também destacou os avanços conquistados na Odontologia, principalmente nos últimos 10 anos. “Precisamos potencializar as parcerias público-privadas para que os avanços já obtidos permaneçam. O governo federal tem um compromisso com as empresas e com a população para que tudo continue evoluindo, independentemente do cenário político e econômico.”

O superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, destacou que todo debate que houver sobre a economia e a saúde bucal brasileira é importante para avaliar o que se pensar e as alternativas que se apresentam. “Hoje estamos vivendo uma fase inconclusiva; o Brasil perdeu a chance de corrigir a crise e não adianta mais só a reforma política e social, o problema tomou conta de todo o corpo da sociedade, numa relação amarga e dolorosa”, disse.

Já Knud Sorensen, vice-presidente do Setor Odontológico da ABIMO, afirmou que a ideia de promover o encontro foi exatamente para que os especialistas convidados apresentassem os desafios e as perspectivas para a classe odontológica vencer a crise, sem haver retrocesso. “Todos juntos, olhando para frente, vamos conseguir fortalecer a classe para mantê-la produtiva e eficiente. A presença de tantos empresários e de entidades que lotaram nosso auditório

O assunto foi discutido no fim de janeiro, na Fiesp, em São Paulo, no Encontro de Odontologia que teve como tema principal o Cenário Econômico do Brasil e as Perspectivas para o Próximo Biênio, promovido pela ABIMO – Setor Odontologia.

Celson Plácido foi um dos convidados da palestra, ao lado de André Limp, supervisor de Projetos de Tecnologia e Serviços da Apex-Brasil, que falou sobre as perspectivas para exportações brasileiras em 2016.

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Por: Antonio Júnior/Editabr

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A abertura foi feita por Ruy Baumer, coordenador titular do BioBrasil – Comitê da Bioindústria da Fiesp – e presidente do Sinaemo. Fizeram parte da mesa Knud Sorensen, idealizador do evento e vice-presidente do setor odontológico da ABIMO; Gilberto Pucca Júnior, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde; e Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, também coordenador do BioBrasil.

Para Ruy Baumer, essa discussão é importante para que novas oportunidades e perspectivas sejam traçadas dentro do setor odontológico. “Dos produtos médicos, os odontológicos são um dos mais fortes do mundo. É preciso que o segmento entenda o que está acontecendo e o que está por vir para que possamos nos preparar para que tudo que conquistamos ao longo dos anos – um mercado forte e consolidado – não se perca. Precisamos melhorar processos, fortalecer estruturas. Se estivermos preparados, poderemos tirar proveito da crise”, avaliou. Gilberto Pucca Júnior também destacou os avanços conquistados na Odontologia, principalmente nos últimos 10 anos. “Precisamos potencializar as parcerias público-privadas para que os avanços já obtidos permaneçam. O governo federal tem um compromisso com as empresas e com a população para que tudo continue evoluindo, independentemente do cenário político e econômico.”

O superintendente da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, destacou que todo debate que houver sobre a economia e a saúde bucal brasileira é importante para avaliar o que se pensar e as alternativas que se apresentam. “Hoje estamos vivendo uma fase inconclusiva; o Brasil perdeu a chance de corrigir a crise e não adianta mais só a reforma política e social, o problema tomou conta de todo o corpo da sociedade, numa relação amarga e dolorosa”, disse.

Já Knud Sorensen, vice-presidente do Setor Odontológico da ABIMO, afirmou que a ideia de promover o encontro foi exatamente para que os especialistas convidados apresentassem os desafios e as perspectivas para a classe odontológica vencer a crise, sem haver retrocesso. “Todos juntos, olhando para frente, vamos conseguir fortalecer a classe para mantê-la produtiva e eficiente. A presença de tantos empresários e de entidades que lotaram nosso auditório

O assunto foi discutido no fim de janeiro, na Fiesp, em São Paulo, no Encontro de Odontologia que teve como tema principal o Cenário Econômico do Brasil e as Perspectivas para o Próximo Biênio, promovido pela ABIMO – Setor Odontologia.

Celson Plácido foi um dos convidados da palestra, ao lado de André Limp, supervisor de Projetos de Tecnologia e Serviços da Apex-Brasil, que falou sobre as perspectivas para exportações brasileiras em 2016.

provou que todos estão em busca de saídas, e a ABIMO cumpre uma de suas finalidades: dar apoio à classe odontológica.”

RETRATO DE UM CENÁRIO

As perspectivas do mercado econômico não estão boas. Além dos dados alarmantes, há ainda o preço do barril de petróleo, que despenca pelo mundo por causa – e principalmente – da crise política pela qual o Brasil está passando. A possibilidade de um impeachment contribui ainda mais para que o mercado não reaja. “Quem observava o Brasil há alguns anos não poderia imaginar que estaríamos numa situação como esta. A indefinição política contribui para esse cenário econômico. Isso é péssimo para os investidores, que estão buscando em países vizinhos, como a Argentina, melhores resultados para os seus negócios. Os índices de confiança do empresariado e da população estão diminuindo, como também a credibilidade do governo, o que agrava ainda mais o mercado de capitais”, avaliou Celson Plácido. Respondendo às perguntas da plateia, Celson indicou o que fazer com o dinheiro nessa fase crítica: investir em fundos de empresas brasileiras atrelados ao dólar.

A alta do dólar, as dívidas públicas e os problemas com a moeda estão afastando o investidor, que continua conservador, não querendo apostar em um mercado tão volátil. Enquanto o congresso não aprovar o ajuste fiscal e o governo não cortar gastos, as perspectivas serão ainda piores, segundo o especialista, com o dólar podendo chegar em 2018 a R$ 7 ou R$ 8. E a consequência disso pode ser inflação mais alta, com distorções na economia, deixando o Brasil mais vulnerável. “É preciso recuperar a confiança do investidor, fazê-lo acreditar que é possível investir no Brasil mesmo num momento de problemas econômicos. Para o governo, é preciso ainda concentração não só no corte de gastos mas também atenção na arrecadação. Com a desaceleração econômica, a arrecadação também cai drasticamente”, aconselhou.

CRISE: BOA PARA A EXPORTAÇÃO

André Limp, da Apex-Brasil – que representa 12,3 mil empresas de 89 setores – conta que muitas estão se questionando e buscando soluções para a crise. Mesmo com as incertezas econômicas, o Brasil faturou cerca de US$ 61 bilhões com exportação em 2015. “Foi um ano difícil, mas conseguimos bons números com a exportação. Investir em qualidade e em mão de obra

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ODONTOLOGIA

FORTALECER PARCERIAS“Aproveitar bem os recursos tem sido a palavra de ordem dentro do governo. Temos que investir em ações para que tudo que conquistamos ao longo dos últimos anos no setor da saúde não se perca. Temos que pensar em parcerias público-privadas, fortalecendo essa relação, assim como investir em parques industriais e expansão de serviços. Tudo tem de ser feito com bastante planejamento para que os recursos não sejam perdidos e possamos oferecer serviços mais eficazes, sempre pensando nos benefícios para a população.”Gilberto Pucca Júnior, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde

ALTERNATIVAS PARA SUPERAR“Estamos cientes dos cenários político e econômico do Brasil, mas é sempre importante conhecer as projeções para os próximos anos, porque podemos pensar em estratégias para superar a crise. Somos uma empresa alemã e estamos em busca de bons negócios no Brasil. Com esse encontro, pudemos ouvir o empresariado, trocar experiências e sair em busca de alternativas para superar tantos números negativos.”Regiane Marton, general manager da Heraeus Kulzer

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qualificada, além de encontrar bons compradores fora do país, são iniciativas que contribuíram para que, mesmo com o cenário descrito, não perdêssemos mercado. O setor da saúde foi bastante beneficiado. Os desafios agora são da Apex-Brasil, já que trabalhamos com um orçamento anual fixo, independentemente da alta do dólar. Temos que saber o momento certo e onde investir para que possamos trazer bons resultados para as empresas que representamos”, analisou.

Para citar o Setor Saúde, mesmo com a atual balança comercial brasileira, as empresas apoiadas pelo projeto Brazilian Health Devices, parceria entre ABIMO e Apex-Brasil, registraram aumento de 25% em suas exportações, de janeiro a junho de 2015, passando de US$ 67 milhões, em 2014, para mais de US$ 82 milhões. A participação das empresas do projeto nas exportações do setor também cresceu, passando de 26,1% para 32,7% no mesmo período. Segundo o supervisor, apoiar-se em dois pilares é fundamental para “sobreviver” num momento tão conturbado.

“Investir em operação e estratégia é imprescindível. Com a crise, a mão de obra qualificada ficou mais barata, e esse é um ponto importante no crescimento de uma empresa. O planejamento também tem papel essencial, pois podemos ‘traçar uma rota’ para que a empresa saiba como se comportar num mercado tão instável. Dá para investir em exportação? Sim, dá, mas é preciso ter visão e saber exatamente o que se está fazendo”, concluiu.

DEPOIMENTOS

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NO CAMINHO CERTO“Somos uma empresa voltada também para a exportação. Hoje 30% do que produzimos é para exportar e nossa meta é que esse número chegue a 50%. Por isso foi tão importante ouvir tudo o que foi discutido no encontro. É uma forma de perceber que estamos no caminho certo e, mesmo diante de dificuldades, ainda podemos acreditar que exportar pode nos trazer retornos tão bons.” Eduardo Lopes, gerente de vendas internacionais da Aditek

UNIÃO DO SETOR NOS FORTALECE“Vimos com grande preocupação os números apresentados por essa iniciativa da ABIMO, o que prova ser importante a união das diversas faces da Odontologia – a área institucional, as empresas, o setor público e o cirurgião-dentista. Este é um momento para reflexão, mas também de ação para descobrir novos caminhos a percorrer. Acredito que juntos somos mais fortes e poderemos superar esta crise.” Silvio Cecchetto, presidente da ABCD

MANTER A QUALIDADE DOS SERVIÇOS“O ano de 2015 já foi bem difícil e, pelo que os especialistas comentaram, vimos que para 2016 o cenário é bem pessimista. O que nos preocupa, dentro da área odontológica, são os gastos que poderiam ocorrer para a manutenção da saúde bucal e devem ser direcionados para outras despesas da família. Nossa classe precisa ainda manter a qualidade dos serviços mesmo num cenário tão adverso. Mas estou otimista. Acredito que passaremos por tudo isso e que 2017 será um ano de grandes conquistas, inclusive na Odontologia.”Cláudio Yukio Miyake, presidente do CRO-SP

ENCONTRO TROUXE INFORMAÇÕES AO SETOR“Com a realização deste evento, ficamos todos mais alertas sobre as dificuldades. Enquanto não mexerem na causa – gastos do governo – não se resolve nada, como bem explicaram os dois palestrantes. Por outro lado, como foi ressaltado por Celson e por sermos exportadores, esta iniciativa da ABIMO foi muito válida, trazendo informações importantes aos associados.”Oraci João de Vechi Morelli, diretor da Morelli Ortodontia

CRISE EXTERNA AUXILIA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA“A crise internacional nos ajuda a exportar, para nós que temos 74 anos de mercado. Em 2009, abrimos a Nova DFL e hoje somos líderes em anestésicos. Já estamos em 33 países, exportando 8% a mais. O trabalho da Apex é muito importante, assim como o da ABIMO, pois estão criando condições para que as informações que realmente interessam cheguem ao nosso setor.”Lauro Neto, presidente da DFL

51% DAS VENDAS SÃO PARA O MERCADO EXTERNO“A realidade apresentada no evento é clara, mas mostra o que vem da prática. Exportamos há 15 anos e o que nos motiva é acreditar no longo prazo, para colher atualmente os frutos de 51% da venda para o mercado externo. Damos prioridades ao planejamento estratégico, fortalecendo a decisão inicial da empresa. Esperamos alcançar 14% do mercado mundial, crescer 20% e triplicar o faturamento nos próximos cinco anos.”Roberto Queiroz Martins Alcântara – presidente da Angelus Indústria de Produtos Odontológicos S/A

2016: MELHORAR A EFICIÊNCIA DOS CUSTOS“Muito interessante ter esse tipo de encontro promovido pela ABIMO. Sempre é bom ouvir das diversas entidades e dos palestrantes as perspectivas macroeconômicas para traçarmos o futuro, que não parece promissor para o país. Como empresa, cada uma tem seu desafio, mas, como multinacional do mercado brasileiro exportador, tivemos em 2015 um equilíbrio bastante positivo. Para 2016, as perspectivas são piores e temos de nos preparar para melhorar a eficiência dos custos e enfrentar o que vier.”Fernando González – presidente da Dentsply

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ARTIGO

serviços prestados tanto na área pública como na área privada. A contribuição da ABIMO foi essencial nesse sentido.A possibilidade de aportes de investidores estrangeiros no setor foi bem-recebida e abriu um leque para a entrada de novas tecnologias de atendimento e de gestão.

Hoje vivemos um novo e promissor ambiente de negócios que já resulta em mais qualidade no atendimento à população, conforme determinou o governador Geraldo Alckmin no início dessa importante tarefa.

Coube também à Investe SP estruturar os parques tecnológicos do estado para receber empresas interessadas em inovação. Para tanto, preparamos instrumento legal que permita às empresas ocuparem espaços nesses parques de forma a desenvolverem seus projetos em parceria com os melhores cientistas do estado de São Paulo tanto da academia como da iniciativa privada. Já recebemos empresas do setor de saúde e fármacos que manifestaram interesse em participar dessa iniciativa.

A Investe SP também tem assessorado diversas empresas da área de ciências da vida a abrirem novas plantas no estado de São Paulo. Mais de 2 mil empregos diretos foram criados fruto desses investimentos. Outra frente em que atuamos é a busca de incentivos tributários junto à Comissão de Avaliação da Política de Desenvolvimento do Estado. Temos assento nas reuniões e sempre ajudamos os pleitos das empresas do setor, uma vez que entendemos que a qualidade dos serviços de saúde deve acompanhar o ritmo das pesquisas científicas e apresentar resultados rápidos à sociedade.

INVESTE SP ATRAI INVESTIMENTOS À SAÚDEAtenta às crescentes possibilidades do setor da saúde, a Investe São Paulo (agência de atração de investimentos a serviço do Governo do Estado de São Paulo) tem realizado uma série de ações para captar potenciais investidores para esse importante segmento econômico. Logo que assumi a presidência da Investe SP, convidado pelo vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcio França, tratei de realizar inúmeros encontros com os expoentes do setor, sejam públicos ou privados, para identificar suas necessidades e possibilidades.

Os encontros nos motivaram a promover, no dia 12 de agosto de 2015, na Investe SP, um seminário destinado a todos os atores envolvidos com a questão da saúde. Participaram os secretários de estado de Desenvolvimento e da Saúde,

Os mais de 400 participantes apontaram caminhos para melhorar a qualidade dos serviços prestados tanto na área pública como na área privada”.‘‘

*JUAN QUIRÓS é presidente da Investe SP, empresário, vice-presidente da Fiesp. Integra o Conselho para a Agenda Global do Futuro da Construção Sustentável, organizado pelo WEF (World Economic Forum), organização internacional não governamental com sede na Suíça, sendo o único representante brasileiro nesse conselho. Formado em Engenharia Industrial nos Estados Unidos e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Possui, ainda, especialização em Gerenciamento e Planejamento Estratégicos e Economia da América Latina, ambos nos Estados Unidos.

além de secretários municipais, prefeitos, instituições de pesquisa e fundações, consultorias especializadas, empresas de planos de saúde, fundos de investimentos e empresas fabricantes de insumos e prestadoras de serviços de saúde.

Os mais de 400 participantes apontaram caminhos para melhorar a qualidade dos

A ABIMO parabeniza os vencedores do

Prêmio Inova Saúde 2016:Lifemed e Aditek

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A ABIMO parabeniza os vencedores do

Prêmio Inova Saúde 2016:Lifemed e Aditek

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