actualidade economia ibérica 213 - março

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Portugal e Espanha consegui-ram ser exemplos de países que souberam, nos últimos três anos, realizar reformas estru-turais importantes em áreas

chave da economia, segurança social e da justiça, entre outras, que contribui-ram para a modernização dos respetivos

países e para o relançamento económi-co e financeiro exigidos no âmbito da integração europeia, afirmou Paulo Por-tas, vice primeiro-ministro do Governo português, num almoço de empresários realizado no passado dia 30 de janeiro, em Lisboa. Paulo Portas sublinhou ain-da que o Governo prevê descer o IRC

novamente este ano.O governante começou por destacar

que as ligações antigas entre os dois países se têm reforçado e que é de “as-sinalar que os números do comércio entre Portugal e Espanha continuam em muito boa perspetiva – Portugal exportou mais de 11 mil milhões de

“Países que fizeram reformas apresentam crescimentos mais favoráveis”Portugal e Espanha são dois exemplos de países que realizaram, nos últimos anos, reformas estruturais fundamentais para a modernização do país e para o relançamento económico, afirmou recentemente o vice primeiro-ministro português, num almoço de empresários realizado em Lisboa. Paulo Portas revelou ainda a intenção do Governo de reduzir, de novo, o IRC ainda este ano.

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Textos Actualidad€ [email protected] Fotos Sandra Marina Guerreiro [email protected]

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euros para Espanha, no último ano conhecido. O crescimento médio anu-al das exportações para Espanha anda pelos 7%. Espanha é, estavelmente e com larga distância, o primeiro cliente das empresas exportadoras portugue-sas, representando entre 23 e 24% do total das nossas exportações. Há mais de cinco mil empresas portuguesas a trabalhar no mercado espanhol. Os investimentos espanhóis em Portugal são significativos e os investimentos portugueses em Espanha são também importantes. Ou seja, as boas notícias económicas de Portugal ajudam Espa-nha e as boas notícias económicas de Espanha ajudam Portugal”, sublinhou o vice primeiro-ministro português, durante a sua intervenção, feita peran-te uma plateia de cerca de 300 gestores,

empresários e outras personalidades do mundo empresarial e político dos dois países ou relacionados com estes.

Sublinhando que os cidadãos dos dois países ibéricos “têm passado anos difíceis, aquilo a que chamo anos de chumbo, años de plomo”, Paulo Portas considera que o desafio foi vencido com sucesso dos dois lados da fronteira. E, desde logo, elogia, “como observador externo” o facto de Espanha ter inscrito na sua Constituição “dispositivos que permitem controlar a despesa e o défi-ce – conquistou com isso credibilidade e evitou um resgate geral”, já que a in-tervenção externa foi só destinada ao se-tor financeiro, considerou o governante português.“Portugal teve, em 2011, um problema

muito sério de excesso de dívida e ex-

cesso de défice, e foi obrigado a nego-ciar com um sindicato de credores em circunstâncias muito difíceis”, dando pouca margem de manobra para nego-ciar. “O défice português chegou a estar nos 10% e terminámos o ano passado, seguramente, dentro do objetivo – ou até melhor – dos 4%”. Esta melhoria

“implica um grande sentido de nação, em tempos de recessão, conseguir su-perar estes objetivos de redução da des-pesa – e Portugal foi capaz de o fazer, mantendo o essencial do seu sentido de compromisso e de equilíbrio em ter-mos sociais. A dívida em 2015 – que é o nosso problema mais sério – começará a ter uma trajetória descendente”.Também os juros da República portu-

guesa, que chegaram a superar os 15%, levando ao pedido de ajuda internacio-

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nal, estão agora, três anos e meio depois, nos 2,5%, sublinhou.

Por outro lado, destacou que “em circunstâncias particulamente adversas, Portugal foi capaz de de-senvolver um programa de privatizações, que excedeu largamente a receita que estava prevista – e que continua. E é elementar reconhecer que em 2011 Portugal era visto como um dos países problemáticos, e que em 2015, Portugal é visto – assim como Espanha – são vis-tos como países que foram capazes de superar resgates – geral ou parcial – e de fazer a transição para uma economia mais moderna e para um ciclo de cres-cimento”.

Contrapondo as dificuldades da Gré-cia e a nova posição do recente Governo deste país, Paulo Portas defendeu a pos-tura do Governo português de manter sempre os seus compromissos e de não

pedir a flexibilização do programa de pagamentos à troika, já que assim o país conseguiu uma “saída limpa”, sem con-tágios e reavendo a sua soberania mais rapidamente.

Nova descida do IRC em 2015Estão, assim, asseguradas as condições

para uma redução dos impostos sobre as empresas como forma de atrair no-vos investimentos. “Descemos o IRC em 2014, voltaremos a descer o IRC em 2015”, garantiu Paulo Portas. Por

outro lado, o Governo tem procurado acelerar a im-plementação no terreno do novo quadro de incentivos comunitário. Além da vertente financei-

ra, também no plano eco-nómico, há a assinalar que

“os países que fizeram mais reformas para modernizar a sua economia, na Zona Euro, são precisamente aqueles que apresentam

indicadores de crescimento económico mais favoráveis”.

Em termos de indicadores económi-cos de Portugal, salientou o crescimento do PIB esperado para 2014 e para 2015, sendo que este último deverá mesmo ser superior aos 1,5% anteriormente previstos. “A recessão ficou bem lá para trás”, garante o vice primeiro-ministro português. “Achamos que é este o mo-mento de olhar com muita atenção para Portugal, como país para investir e para criar riqueza”, afiançou.

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apontamentos de economia apuntes de economia

A EDP assinou, através da

EDP Internacional, um me-

morando de entendimento

com a Kenya Power visan-

do a prestação de serviços

de consultoria na área das

redes de distribuição de

eletricidade e da eficiência

energética, anunciou o gru-

po português em comuni-

cado.

“O acordo entre as partes foi assina-

do durante uma visita da delegação

da Kenya Power a Lisboa,

acompanhada pela em-

baixadora do Quénia em

França, durante a qual

lhes foi dado a conhecer

o grupo EDP, o centro de

despacho da EDP Dis-

tribuição, o projeto de

smart-grids e a Labelec”,

informou a EDP.

O memorando assinado

entre as duas empresas abrange a

implementação de planos de redu-

ção de perdas de energia na rede,

planos de implementação de redes

inteligentes, medidas de eficiência

energética e ainda formação na

área da produção de energia reno-

vável.

De acordo com o referido memoran-

do, as duas empresas vão depois

estabelecer o processo negocial

de diagnóstico de oportunidades

concretas na área de prestação de

serviços de consultoria, revela a elé-

trica portuguesa.

edp vai prestar serviços de consultoria a distribuidor de energia do Quénia

O Santander Totta alcançou um resulta-

do líquido de 193,1 milhões de euros em

2014, o que representou um crescimento

de 89,2% face ao ano anterior. Esta evo-

lução é consequência essencialmente do

comportamento positivo das receitas e da

diminuição das dotações para imparidade,

referiu a instituição liderada por António

Vieira Monteiro (na foto).

No quarto trimestre de 2014, o banco ob-

teve uma receita extraordinária, no valor

de 32,0 milhões de euros, com a venda

de 51% da participação que a Santander

Totta Seguros detinha nas empresas Ae-

gon Santander Portugal Não Vida e Ae-

gon Santander Portugal Vida. Excluindo

este impacto não recorrente, o resultado

líquido subiu 57,8%

em relação ao período

homólogo.

Em consequência da

operação atrás referi-

da, o resultado líquido

no quarto trimestre

situou-se em 74,2 mi-

lhões de euros, subin-

do 91,9% em relação

ao trimestre anterior.

Excluindo a receita ex-

traordinária, o resulta-

do líquido seria de 42,2 milhões de euros.

A margem financeira ascendeu a 546,5 mi-

lhões de euros, equivalente a um aumento

de 6,2% em relação ao valor registado no

final de 2013. Apesar dos níveis historica-

mente baixos das taxas de juro e da fraca

procura de crédito, a evolução da margem

financeira beneficiou, principalmente, da

diminuição do custo de financiamento,

em particular dos depósitos.

O produto bancário registou um incremen-

to anual de 14,6%, refletindo as evoluções

positivas da margem financeira e dos re-

sultados em operações financeiras.

O rácio CET I registou uma melhoria face

ao valor registado no trimestre anterior, al-

cançando 15,1% (14,9% em setembro) e o

rácio Tier I situou-se em 16,5%.

O rácio CET I, full implemented, atingiu

13,3%, uma melhoria de 0,8pp em relação

ao valor, já muito confortável, registado no

final do trimestre anterior.

Os depósitos aumentaram 5,6%, em ter-

mos anuais, tendo estabilizado face ao

trimestre anterior, totalizando 20.346 mi-

lhões de euros no final de 2014. Por seu

turno, a carteira de crédito ascendeu a

26.686 milhões de euros, decrescendo

1,8% em relação ao valor observado no

final de 2013.

O ritmo de descida do crédito abrandou

ao longo do ano em virtude do compor-

tamento positivo do crédito a empresas,

que aumentou 0,7% em termos anuais, e

do maior dinamismo que ocorreu no cré-

dito à habitação, cuja produção registou

um aumento de 18,0%, no ano.

O rácio de crédito em risco situou-se em

5,73%, registando uma melhoria de 0,13

pontos percentuais em relação ao va-

lor verificado no período homólogo e o

respetivo rácio de cobertura ascendeu a

75,9%.

O financiamento obtido junto do Eurosis-

tema cifrou-se em 3,8 mil milhões de euros,

reduzindo-se 15,6% comparativamente

ao valor observado no final de 2013.

lucros do santander totta aumentam 90% em 2014, para 193,1 milhões de euros

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BrevesMercado spot de eletricidade apresenta redução de 4,8% nos preços médios diários O mercado spot de eletricidade, transacionado no pólo es-panhol Omel, registou uma descida de 4,8% no preço médio da energia comercializada em 2014 face ao ano de 2013.O preço médio do mercado diário foi assim de 42,13 euros/ MWh em 2014, tendo na zona portuguesa sido, por seu turno de 41,86 euros/ MWh, adiantam os dados do OMIE, platafor-ma que gere de uma forma integrada os mercados (diários e intradiários) para a Península Ibérica.A energia total transacionada foi de 259 TWh, contra 273 TWh em 2013. O mercado intradiário movimentou 35 TWh daquele volume.Em termos de valor, as vendas de energia transacionadas no OMIE baixaram para os 10.960 milhões de euros (contra 12.179 milhões em 2013).

Porto de Setúbal movimentou oito milhões de tonela-das e 100 mil TEUO Porto de Setúbal celebrou o recorde de movimentação de oito milhões de toneladas de carga e 100 Mil TEU, em 2014, com a Palestra “O Crescimento Sustentado no Porto de Setúbal”, que decorreu, dia 29 de janeiro, no Auditório do Edifício Sede da APSS. Um evento que, além de debater a situação atual, visou lançar desafios para o futuro desta infrasestrutura portuária. O presidente do conselho de administração da APSS, Vítor Caldeirinha, salientou os volumes alcançados pela infraestrutura em 2014 e lançou o desafio de se chegar aos 10 milhões de toneladas e 250 mil TEU, em 2018, posicionando o Porto de Setúbal como “porto core” no âmbito da União Europeia.Por seu turno, Carlos Santos, da Sadoport, responsável pelo Terminal de Contentores do Porto de Setúbal, sa-lientou a importância da otimização logística que tem sido realizada neste âmbito desde 2009, que contri-buiu para alcançar o atual recorde de movimentação de carga e que deverá permitir atingir o novo desafio estabelecido para 2018, frisou.

Exportações recorde para o setor metalúrgico e me-talomecânicoO setor metalúrgico e metalomecânico fechou o ano de 2014 com os melhores resultados de sempre, impulsionado pelas exportações, que atingiram 13.798 milhões de euros, representando um crescimento de 9,6%, face a 2013, de acordo com os dados divulgados pelo INE. Entre 2010 e

caixabank lança opa sobre Bpie relança corrida pelo novo BancoA administração do BPI já

reagiu à oferta pública de

aquisição (OPA) lançada

pelo acionista de referência

Caixabank sobre o restan-

te capital social não detido

pela instituição espanhola (cerca de

56% do capital).

Em comunicado à Comissão do Merca-

do de Valores Mobiliários (CMVM), o BPI

refere que o CaixaBank tem mantido

“um apoio permanente à estratégia de

crescimento do e afirmação do BPI nos

últimos 20 anos”. O banco liderado por

Fernando Ülrich esclarece, por outro

lado, que na sequência do anúncio da

OPA para aquisição de 100% do capital

do BPI, “deverá elaborar um relatório

sobre a oportunidade e as condições

da oferta no prazo de oito dias, conta-

dos a partir da data em que receba do

oferente os respetivos projetos de pros-

peto e de anúncio de lançamento”.

No mesmo comunicado, refere-se que

“independentemente dos desenvolvi-

mentos do processo da oferta, o ban-

co BPI prosseguirá sem alterações e

com inteira normalidade o seu plano de

atividades, incluindo a anunciada can-

didatura à aquisição do Novo Banco,

nos termos estabelecidos pelas autori-

dades”. Ou seja, o BPI reafirma que se

manterá na corrida à compra do Novo

Banco, a qual deveria estar concluída

ainda neste semestre.

Para a OPA ter sucesso, basta, numa

primeira fase, o La Caixa conseguir ad-

quirir mais de 50% do capital.

Até fecho desta edição, não era conhe-

cida a posição dos restantes acionistas

de referência, nomeadamente da em-

presária Isabel dos Santos, que detém

18,6% do capital do BPI, e da segura-

dora Allianz, que detém 8,4%.

As três entidades detêm 71,1% do BPI.

O remanescente do capital está disper-

so em bolsa.

O banco tem cerca de 22.100 acionistas,

no total, dos quais 521 são investidores

institucionais.

O grupo BBVA ob-

teve lucros de 2.618

milhões de euros

em 2014, mais 25,7%

do que em 2013, um

valor que tem já em

conta os novos cri-

térios contabilísticos.

O grupo explica que os bons resulta-

dos foram impulsionados pela evo-

lução positiva da margem de lucros,

pelo controlo de gastos e por menores

saneamentos. Os lucros depois de im-

postos e de operações continuadas,

que não incluem o resultado de ope-

rações corporativas,

cresceram 53,1% em

termos anuais, para

os 3.082 mihões de

euros.

A nível de solvência,

o rácio de capital de

qualidade máxima

aumentou para os 12% (10,4% fully loa-

ded), claramente acima dos requisitos

reguladores exigidos para a banca.

Pelo segundo trimestre consecutivo, a

margem de lucro cresceu em todas as

geografias do grupo liderado por Fran-

cisco González (na foto, à dir.).

Grupo BBva aumenta lucros em 26% em 2014

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