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FEWS NET MOZAMBIQUE Av. FPLM, 2698, Maputo Tel/fax: 258 21 460588 [email protected] FEWS NET Washington 1717 H St NW Washington DC 20006 [email protected] FEWS NETé uma actividade financiada pelas USAID. As opiniões do autor nesta publicação não reflectem necessariamente a opinião da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional ou do Governo dos Estados. www.fews.net/mozambique Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Maio de 2009 Com as colheitas da campanha agricola 2008/09 em curso, no geral a situação da segurança alimentar é stável em todo país incluindo áreas que registaram situações de insegurança alimentar devido à seca durante a campanha agrícola de 2007/08. No entanto, a insegurança alimentar moderada é evidente em partes do sul da província de Tete e norte da província de Maputo (Figura 1), onde agregados familiares mais pobres têm uma capacidade limitada para compensar as perdas de produção resultantes de fracas condições agroclimatéricas e pragas/pestes. Dado o seu baixo rendimento em dinheiro, estas populações estão igualmente afectadas pelos actuais preços acima da média dos alimentos. Enquanto avaliações com vista a determinar a dimensão das necessidades e mecanismos de resposta adequados no país estão a ser planificadas, uma avaliação rápida sobre a segurança alimentar feita pela FEWS NET e Samaritan’s Purse no interior de Gaza de 1216 de Maio indica que as actuais condições de insegurança alimentar moderada são particularmente preocupantes no Distrito de Mabalane, no Posto Administrativo de Mapai no Districto de Chicualacuala, e partes do centro e sul do Distrito de Chigubo. As colheitas para a maioria dos agregados familiares nestas zonas são susceptíveis de durar apenas até Julho, e daí em diante assistência será provavelmente necessária. Os preços das mercadorias alimentares incluindo milho, amendoim, feijões e batata doce estão a decrescer sazonalmente, embora os preços do milho continuem acima dos preços do ano passado e da média de cinco anos. Normalmente, os preços começam a baixar em Abril. Este ano, porém, as baixas de preços no geral tardaram a acontecer tendo estas se registado um mês mais tarde devido às colheitas tardias. Calendário sazonal e eventos críticos Fonte: FEWS NET Figura 1 Condiçoes de Segurança alimentar em Maio 2009 Fonte: FEWS NET Para mais informação sobre a escala de severidade de Inseg. Alimentar da FEWS NET, favor ver :www.fews.net/FoodInsecurityScale Escala de Severidade de Insegurança Alimentar da FEWS NET Em Geral, Segurança Alimentar Boa Insegurança Alimentar Moderada Insegurança Alimentar Alta Insegurança Alimentar Extrema Fome Generalizada

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Page 1: Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE … · pela FEWS NET e Samaritan’s Purse no interior de Gaza de 12 ‐16 de ... culturas recém‐colhidas chegam aos mercados

 FEWS NET MOZAMBIQUE Av. FPLM, 2698, Maputo Tel/fax: 258 21 460588 [email protected]

FEWS NET Washington 1717 H St NW Washington DC 20006 [email protected]

FEWS NETé uma actividade financiada pelas USAID. As opiniões do autor nesta publicação não reflectem necessariamente a opinião da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional ou do Governo dos Estados.

www.fews.net/mozambique

 

Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Maio de 2009 • Com as colheitas da  campanha agricola 2008/09 em curso, no geral a 

situação da segurança alimentar é stável em  todo país  incluindo áreas que  registaram  situações  de  insegurança  alimentar  devido  à  seca durante a campanha agrícola de 2007/08. 

 • No entanto, a insegurança alimentar moderada é evidente em partes do 

sul da província de Tete e norte da província de Maputo (Figura 1), onde agregados  familiares mais  pobres  têm  uma  capacidade  limitada  para compensar  as  perdas  de  produção  resultantes  de  fracas  condições agroclimatéricas  e  pragas/pestes.  Dado  o  seu  baixo  rendimento  em dinheiro,  estas  populações  estão  igualmente  afectadas  pelos  actuais preços acima da média dos alimentos.  

• Enquanto  avaliações  com  vista  a  determinar  a  dimensão  das necessidades e mecanismos de resposta adequados no país estão a ser planificadas,  uma  avaliação  rápida  sobre  a  segurança  alimentar  feita pela  FEWS NET  e  Samaritan’s  Purse  no  interior  de Gaza  de  12‐16  de Maio  indica  que  as  actuais  condições  de  insegurança  alimentar moderada são particularmente preocupantes no Distrito de Mabalane, no  Posto  Administrativo  de  Mapai  no  Districto  de  Chicualacuala,  e partes  do  centro  e  sul  do  Distrito  de  Chigubo.  As  colheitas  para  a maioria dos agregados familiares nestas zonas são susceptíveis de durar apenas  até  Julho,  e  daí  em  diante  assistência  será  provavelmente necessária.  

• Os  preços  das mercadorias  alimentares  ‐  incluindo milho,  amendoim, feijões  e  batata  doce  ‐  estão  a  decrescer  sazonalmente,  embora  os preços  do milho  continuem  acima  dos  preços  do  ano  passado  e  da média de cinco anos. Normalmente, os preços começam a baixar em Abril. Este ano, porém, as baixas de preços no geral tardaram a acontecer tendo estas se registado um mês mais tarde devido às colheitas tardias. 

 Calendário sazonal e eventos críticos   

 Fonte:  FEWS NET 

Figura  1    Condiçoes  de  Segurança alimentar em Maio 2009 

Fonte: FEWS NETPara mais informação sobre a escala de severidade de Inseg. Alimentar da  FEWS NET, favor ver  :www.fews.net/FoodInsecurityScale 

Escala de Severidade de Insegurança Alimentar da FEWS NET

Em Geral, Segurança Alimentar Boa Insegurança Alimentar ModeradaInsegurança Alimentar AltaInsegurança Alimentar ExtremaFome Generalizada

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Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Maio de 2009 

 Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra Fome

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  Sumário da segurança alimentar  Enquanto o Grupo de Avaliação da Vulnerabilidade  (GAV) do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) planifica outra  ronda de avaliações para  Junho/Julho, a  segurança alimentar parece estar, no geral, estável na maior parte do país, incluindo em muitas zonas afectadas pela seca do ano passado. Porém, espera‐se que logo no início da próxima época de escassez  (Outubro), os agregados  familiares de baixa  renda e de poucos  recursos poderão enfrentar restrições no  acesso  aos  alimentares  em  algumas  zonas,  especialmente  as  semi‐áridas,  áridas  e  remotas.  Tomando  em conta que o ano em curso segue um período de seca severa no  interior das províncias de Gaza e Inhambane, e no sul da província  de  Tete,  a  segurança  alimentar  nestas  zonas  este  ano  poderá  ser  afectada pelo:  fracasso  da  segunda  época; eclosões de doenças que impeçam vendas de animais; aumento rápido dos preços dos alimentos; persistente falta de água potável; e/ou período de escassez prolongado devido ao início tardio das chuvas da época 2009/10.  A Previsão sobre a Segurança Alimentarpara o período de Abril a Setembro de 2009 emitida pela FEWS NET destacou zonas geográficas que devem ser cuidadosamente monitoradas durante todo o ano de consumo, incluindo os distritos semi‐áridos do sul da província de Tete e noroeste da província de Gaza. Em finais de 2008, essas zonas registaram uma situação de insegurança alimentar moderada, uma condição que resultou de seca prolongada durante a campanha 2007/08, agravada pela escassezes agudas de água nas zonas semi‐áridas, especialmente no Distrito de Chigubo, Província de Gaza. Apesar de não  ser motivo de preocupação, actualmente, condições  semelhantes poderão  ser encontradas no  final do ano noutros distritos  semi‐áridos nas  regiões  sul e  centro. Dada a precipitação  favorável mas ainda  irregular nestas  zonas durante a campanha de 2008/09, a avaliação do GAV de Março de 2009 também recomendou estreita monitoria destas zonas.  Perante este cenário, a FEWS NET e a Samaritan’s Purselevaram a cabo uma rápida avaliação qualitativa da segurança alimentar entre 12‐16 de Maio nos distritos de Mabalane, Chicualacuala, Chigubo no noroeste da Província de Gaza (Figura 2). A avaliação consistiu de entrevistas com informantes‐chave das autoridades administrativas  distritais,  autoridades  agricolas,  líderes comunitários,  agricultores,  representantes  dos  agregados familiares. A  avaliação  incluiu  também  observações  das  visitas comunitárias.  Constações da avaliação  Em geral, a segurança alimentar melhorou substancialmente nos três distritos avaliados de Gaza, em comparação com o mesmo período dos últimos dois anos. No entanto, devido à distribuição irregural das chuvas durante a campanha agrícola de 2008/09, é necessária  uma  estreita  monitoria,  especialmente  a  partir  de Julho, quando as  colheitas destas  zonas  começarem a esgotar‐se. Os agregados familiares rurais no sul de Moçambique estão particularmente  vulneráveis  às  perdas  de  produção,  dadas  as suas formas de vida, que limitam sua capacidade de geração de renda  e  o  isolamento  dos mercados  e  estradas.  Infelizmente, como o fluxo de alimentos provenientes de zonas excedentárias para as zonas deficitárias em Moçambique é inadequado, devido a factores incluindo a fraca rede mercados, fracas vias de acesso, e  baixo  poder  de  compra  nas  zonas  deficitárias,  os  agregados familiares nestas zonas poderão ser incapazes de se virarem aos mercados  quando  as  suas  próprias  reservas  se  esgotaram.  Para  fazer  frente  a  esta  situação,  eles  venderão  produtos florestais (por exemplo, lenha, carvão) e de outros bens e obras de artesanato e começarão a consumir alimentos silvestres. Outros  receberão remessas de familiares em zonas urbanas na África do Sul e noutros locais. Os agregados familiares mais 

Figura 2. Distritos cobertos pela avaliação conjunta daFEWS NET/Samaritan’s Purse, 12‐16 Maio  

 Fonte: FEWS NET 

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Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Maio de 2009 

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pobres começarão a vender mão‐de‐obra informal em zonas vizinhas em troca de alimentos, embora estas fontes, também, poderão estar limitadas.  Tradicionalmente,  para  além  da  agricultura,  as  formas  de  vida  nas  zonas  avaliadas  também  se  centram  em  torno  de pecuária.  Nos  últimos  anos,  o  número  de  animais  nestas  zonas  aumentou,  graças  a  intervenções  governamentais  de promover a pecuária num esforço para retorno dos números de animais aos níveis existentes antes da guerra civil. Apesar do  aumento  dos  níveis  de  gado,  o  consumo  dos  animais  para melhorar  a  segurança  alimentar  é  incomum  entre  as comunidades locais por razões culturais e, podendo vender em situações de crise aguda de insegurança alimentar. Dentro destas zonas, os agregados familiares que se encontram em maior risco de  insegurança alimentar são os pobres e muito pobres que não têm gado e são menos capazes de fazer face à insegurança alimentar uma vez esgotada a produção.  Distrito de Mabalane   Dos três distritos avaliados, Mabalane é aquele que apresenta as piores condições de segurança alimentar. A precipitação para  a  época  2008/09  iniciou‐se  pontualmente, mas  terminou  no  início  de  Janeiro, quando  a maior  parte das  culturas estavam na fase de florescimento com as necessidades hídricas no seu máximo. A baixa quantidade e a má distribuição das chuvas, aliados à altas temperaturas de Dezembro a Fevereiro, afectaram negativamente o desenvolvimento das culturas e reduziram significativamente o seu rendimento  ‐ em particular do milho, a cultura básica do Distrito de Mabalane, que é particularmente  sensível  às  carências  de  água.  Embora  os  números  definitivos  relativos  à  produção  ainda  não  estão disponíveis,  estimativas  qualitativas  das  autoridades  agrícolas  distritais  indicam  que  os  números  projectados  para  a principal época não foram atingidos.  De  acordo  com projecções  feitas  em Abril  e  constações durante  a  avaliação  conjunta da  FEWS NET/Samaritan’s  Purse, espera‐se que as reservas alimentares da produção deste ano no distrito durem até Julho. Assim, recomenda‐se que uma outra  avaliação  rápida  seja  realizada  no  distrito  nessa  altura  para:  1)  avaliar  a  situação  das  normais  estratégias  de sobrevivência dos agregados familiares, tais como a venda de carvão ou de pequenos animais, tais como galinhas, em troca de alimentos e 2) prevenir que os agregados familiares empreguem estratégias de sobrevivência extremas e negativas. As estratégias de sobrevivência normais são as que permitem uma segurança alimentar contúnua sem afectar negativamente as formas de vida dos agregados familiares.  A segunda época agrícola só é praticada nas zonas baixas do Distrito de Mabalane por agregados familiares próximos das margens dos rios e aqueles que têm sistemas de irrigação. O número de agricultores com acesso a essas terras é pequeno. A disponibilidade de  sementes para a  segunda época é um outro  constrangimento que os agricultores enfrentam, e as autoridades agrícolas ainda não tinham certeza se haverá feiras de insumos para a segunda época.  A maior parte do milho e outros produtos alimentares vendidos no Distrito de Mabalane são originários de Chokwe, 75 quilómetros a leste. O acesso aos alimentos em ambas estas zonas melhorou durante as últimas semanas, uma vez que as culturas recém‐colhidas chegam aos mercados e permitem baixar os preços dos alimentos. No entanto, muitos agregados familiares muito pobres com pouca ou nenhuma renda têm relativamente pouco acesso aos alimentos nestes mercados.  As  condições  corporais dos animais  são actualmente boas, e a disponibilidade de água, que é um problema  crônico no distrito, tem melhorado, graças a chuvas moderadas a fortes fora da época ocorridas em Maio.  Distrito de Chicualacuala   A maior parte do Distrito Chicualacuala espera condições de segurança alimentar relativamente estáveis durante este ano de consumo uma vez que as chuvas na maioria das zonas tiveram um bom desempenho, permitindo o crescimento normal de culturas tais como o milho, mexoeira, mapira, e feijão nyemba. Embora as colheitas não tinham iniciado no momento da avaliação, os agregados  familiares  consumiam outras  culturas  sazonais,  tais  como a melancia, que estava disponível em todo o distrito. Por outro  lado, a  taxa de venda de animais  ‐ um bom  indicador da  situação da  segurança alimentar do distrito ‐ é menor este ano do que foi no mesmo periodo dos últimos dois anos.  

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Em  geral,  as  reservas  alimentares  neste  distrito  poderão  durar  seis meses  ou mais,  e  algumas partes  do  distrito  estão qualitativamente classificando a atual época agrícola como a melhor dos últimos cinco anos. A excepção a este panorama promissor é o Posto Administrativo de Mapai. Mapai dista certa de 84 km da sede distrital, perto do Distrito de Mabalane. Como resultado, a segurança alimentar neste Posto Administrativo poderá deteriorar‐se dentro de dois a três meses, em conformidade com as esperadas condições de segurança alimentar em grande parte de Mabalane.  Distrito de Chigubo  O Distrito de Chigubo enfrentou uma  insegurança alimentar moderada no período de  Janeiro a Março, mas as  culturas sazonais  tais  como  a  melancia  alimentaram  a  maioria  dos  agregados  familiares  em  Abril.  Tal  como  no  Distrito  de Chicualacuala, a segurança alimentar no Distrito de Chigubo é no geral melhor este ano do que nesta altura durante os últimos dois anos, muito embora as condições específicas variem de acordo com a zona, conforme explicado abaixo.  No norte e centro do distrito, as principais culturas cultivadas e consumidas são a mapira e mexoeira, com algum milho no centro. A cultura básica na  zona  sul do distrito é o milho. Feijão nyemba é amplamente cultivada em  todo o distrito. A disponibilidade de sementes não foi suficiente para a época 2008/09 devido à baixa produção na época anterior. Dada a baixa produção durante a época 2007/08, os agricultores puderam apenas guardar pouco da sua própria produção e muito do  que  normalmente  teria  sido  plantada  foi  consumida  pelas  famílias.  Duas  feiras  de  sementes  foram  realizadas  em outubro, mas  como  a maioria  dos  agricultores  semeou  no  início  de  Outubro  e  as  chuvas  iniciaram  tardiamente  em Dezembro,  a maioria  das  sementes  secou  antes  de  germinar.  O mercado  não  desempenha  um  papel  importante  em Chigubo,  principalmente  devido  ao  afastamento  e  isolamento  das  comunidades  e  vias  de  acesso  precários.  A  segunda época só é praticada nas zonas baixas do distrito, e por um número limitado de explorações agrícolas  O gado apresenta‐se em bom estado em todo o distrito. A água é também actualmente relativamente disponível, apesar de que como normalmente acontece a carência de água se venha a verificar no início de Agosto  No norte do distrito, as condições agroclimatéricas foram boas para a mexoeira e mapira, mas  inadequadas para o feijão nyemba, que sofreu perdas de cerca de metade da área plantada durante a época. As colheitas de cereais estão em curso, e a maioria dos agregados familiares estão atualmente também a consumir melancias. As condições dos animais são boas e as  vendas  são  baixas,  em  comparação  com  a média  para  esta  altura  durante  os  últimos  cinco  anos.  Espera‐se  que  a segurança alimentar no norte do Distrito de Chigubo seja estável durante os próximos seis meses ou mais. Estratégias de sobrevivência extremas, incluindo o consumo de raízes silvestres, conhecidas localmente como “xicutso” e “matiwo”, frutos silvestres,  conhecidas  como  “Macuacua” e  “massala”, e  sumos de  frutos  silvestres,  conhecidas  como  “utchema”,  foram empregues  até Março.  A  partir  do  início  de  Abril,  no  entanto,  as  culturas  sazonais,  tais  como melancias  se  tornaram abundantes. Nesta zona, não é praticada a segunda época, e os problemas da disponibilidade de água poderão começar de acordo  com  as  tendências  sazonais  normais  em  Agosto.  Esta  falta  da  disponibilidade  de  água  obrigará  os  agregados familiares a viajar  longas distâncias em busca de água,  resultando na ausência de outras actividades  como a escola e a agricultura. Além disso, a escassez de água forçará as pessoas a artilhar a mesma água com os animais e a tirá‐la de outras fontes menos potáveis, o que pode resultar na closão de doenças tais como cólera e diarréia..  A parte central do distrito apresenta um panorama menos promissor. A mexoeira, mapira e feijão nyemba  registaram um bom desempenho mas as autoridades  locais  informaram que, à medida que a mexoeira e mapira amadureceram,  foram severamente afectadas por aves, reduzindo o seu rendimento em mais de 70 por cento. Os feijões também registaram um desempenho  razoavelmente  bom  na  parte  central  do  distrito,  apesar  de  o milho  não  ter  tido  um  desempenho  similar devido à falta de água suficiente para satisfazer as suas necessidades hídricas. Alguns agregados familiares pobres e muito pobres das zonas afectadas estão neste momento a empregar estratégias de sobrevivência tais como reduzir o consumo de alimentos, uma vez que a produção da melancia chega ao fim. Estes agregados familiares precisam de atenção especial e acompanhamento a partir de agora e durante todo o resto do ano de consumo. Fora destas zonas, espea‐se que grande parte da zona central do distrito venha a ter reservas alimentares que durem entre um a seis meses, de acordo com a a forma como a precipitação se comportou e também do tempo em que forma feitas as sementeiras. O gado está em boas condições e a disponibilidade da água é semelhante às condições descritas para a zona norte.  

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Na parte sul do distrito de Chigubo, a maioria dos agregados familiares cultiva e consome milho e feijão nyemba. Uma vez que o milho é sensível a  irregularidades da precipitação, os volumes de produção diferem, dependendo do calendário de plantio. Nas zonas onde milho teve um mau desempenho e fracassou totalmente os agregados familiares necessitarão de uma atenção especial ‐  incluindo assistência alimentar ‐ dentro de um mês. Espera‐ se que as avaliações do VAC venham confirmar as necessidades e o tipo da ajuda necessária assim como determinar se a assistência será através do Governo de Moçambique, doadores externos, ou combinação. Em outras zonas, espera‐se que produção dure entre dois a seis meses. O  feijão  nyemba  teve  um  desempenho  relativamente  bom,  e  o  gado  e  disponibilidade  da  água  são  semelhantes  às condições reportadas para a zona norte.  Duma forma geral, as famílias pobres nos distritos avaliados enfrentam problemas semelhantes que incluem rendimentos muito  baixos, mesmo  em  anos  normais.  Isso  limita  a  capacidade dos  agregados  familiares  de  compensar  as  perdas  de produção,  sem  recurso à assistência externa. A  receita proveniente da venda de  culturas diminui quando a produção é fraca, mas  isso  tem pouco efeito nos agregados  familiares pobres, uma vez que eles geralmente vendem pouco da  sua produção  agrícola,  e  apenas  uma  pequena  quantidade  de  rendimentos  é  normalmente  obtida  através  da  venda  de produtos naturais (por exemplo, capim, estacas para construção de casas, etc.) no norte de Gaza, os agregados familiares pobres não  são  capazes de  cobrir as despesas básicas mínimas para  itens  tais  como  chá,  sabão,  sal, ensino primário, e cuidados de saúde básicos.  Isto é verídico na maioria dos anos, e agora   a situação é agravada pela alta generalizada dos preços dos alimentos.   Progresso sazonal  As  colheitas estão em  curso em  todo País e, onde há  condições para  segunda época,  as  sementeiras estão  a decorrer. Normalmente as chuvas terminan em Abril, como foi o caso nesta época. No entanto, ocorreram chuvas fora da época no início  de Maio  quando  não  se  esperava mais  chuva  em  partes  da  região  centro  e  região  sul  (Figura  3).  Estas  chuvas inesperadas  trouxeram  alívio  para  as  zonas  semi‐áridas  do  interior  das  províncias  de Gaza  e  Inhambane, mas  também provocaram  inundações  localizadas  em  campos  de  arroz  em  Chokwe,  onde  centenas  de  hectares  de  arroz  na  fase  de colheita foram parcialmente inundadas. De acordo com as autoridades agrícolas distritais em Chigubo, 64,5 milímetros de chuva caíram no dia 3 de Maio, e 40 milímetros no dia 7 de Maio.  Figura 3. Estimativas das anomalias da precipitação emMoçambique desde 1 de Abril a 10 de Maio de 2009  

1‐10 Abril 2009 

 

11‐20 Abril 2009 

 

21‐31 Abril 2009

 

1‐10 Maio 2009

 

Legenda

  

Fonte:  USGS/FEWS NET As recentes chuvas também proporcionaram alguma humidade para a segunda época agrícola em zonass onde é praticada e onde há disponibilidade de  insumos. De acordo com as autoridades distritais em Mabalane, Chicualacuala e Chigubo, a actual verdura da vegetação não seria possível se as chuvas do início de Maio não tivessem ocorridas. Estas chuvas são boas também para o pasto e disponibilidade de água. No entanto, as chuvas não abrangeram outras zonas onde a situação é preocupante, tais como Mágoe, partes dos distritos de Cahora Bassa e Changara no sul da Província de Tete. Estes distritos requerem um acompanhamento atento para o restante do ano de consumo.   

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Mercados e comércio  Preços de milho a baixar sazonalmente mas ainda superiors á média e as do ano passado  Os preços de produtos alimentares ‐  incluindo milho, amendoim, feijão e batata doce ‐ estão a   baixar sazonalmente. Em Chokwe, mercado de referência no sul do país, os preços mensais do milho têm estado a diminuir progressivamente desde Janeiro,  enquanto  que  em  Nampula  (mercado  de  referência  do  norte), Manica  (mercado  de  referência  do  centro),  e Maputo (mercado de referência da cidade capital), os preços do milho só começaram a baixar em Abril, como resultado do aumento da oferta de alimentos provenientes da recente colheita (Figura 4).  Os mercados nas zonas centro e norte são principalmente abastecidos pela produção local, enquanto que Chokwe, no sul, é fornecido pela produção  local e milho proveniente de zonas circundantes e da zona centro. A cidade capital, Maputo, é principalmente abastecida com os mercadorias alimentares das regiões centro e norte. Embora baixando sazonalmente, os preços de milho nestes quatro mercados de referência são ainda muito elevados do que os preços do ano passado e da média de cinco anos para o memso período. Normalmente, os preços começam a baixar no início de Abril (vide linha média, Figura 4), mas este ano as baixas tardaram por um mês devido a atrasos da colheita. Excepção a esta situação foi registada em Chokwe, onde a boa produção de milho local e em zonas circundantes levou a baixa dos preços..  O nível dos  fluxos de milho das zonas produtivas do país para as zonas deficitárias, especialmente em mercados do sul, determinará, em grande parte, a variabilidade dos preços do milho em toda esta campanha. Estes fluxos são dependentes do estado das estradas  locais e dos  custos de  transporte, que,  se  forem demasiado elevados, muitas  vezes obrigam os comerciantes a exportar os produtoss para os países vizinhos, em vez de enviá‐las para outras partes do país.  Figura 4. Preços nominais a retalho de milho em mercados de referência em Moçambique (em Meticais por kg)

 

 Fonte de dados: SIMA

 O último relatório do Sistema de Informação dos Mercados Agrícolas (SIMA), emitido em 13 de Maio, indica que no Sul, a Cidade  de Maputo  tem  recebido milho  a partir  de Gaza, mais  concretamente  a  partir  do  distrito  de  Xai‐Xai,  enquanto Chokwe  recebe  milho  produzido  localmente  e  do  distrito  de  Manhiça.  Na  zona  centro,  as  capitais  provinciais  são 

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abastecidas pelo milho local, enquanto no Norte, a Cidade de Nampula é fornecida pela produção local de milho e de milho da Província da Zambézia (distritos de Mocuba, Ile e Alto Molócue). Mais ao norte, o mercado de Pemba é abastecido pelo distrito de Ancuabe, enquanto que Montepuez comercializa milho produzido localmente. Com base na esperada boa safra de 2008/09, espera‐se que os preços do milho em  todo o país baixem para quase os mesmos níveis do ano passado, e voltem a aumentar por volta de Setembro, de acordo com a média.   O monitoramento  do  comércio  trans‐fronteiriço  financiado  pela USAID  e  PMA,  reportou  no  seu  último  boletim  que  as exportações  informais de milho de Moçambique  representaram até 65 por  cento de  todas as exportações de milho de Março. Cumulativamente, Moçambique  continuou a dominar o mercado  informal de exportação de milho em 2008/09, com exportações informais de de 55.256 toneladas, representando 74 por cento de todas as exportações de milho para o ano de consumo de 2008/09. Muitos dos pontos fronteiriços registaram uma queda dos preços médios nominais do milho, quer em moeda  local como em Dólares equivalentes.  Isto é atribuído à crescente oferta   à medida que produtos  recém colhidas chegam nos mercados  locais. Prevê‐se que os preços continuem a baixar até o pico do período das colheitas em Junho/Julho.)                    

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ANNEXO: Boletim Mensal sobre Preços em Moçambique Maio 2009

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Preços mensais são fornecidos pelos sistema de informação de mercados em Moçambique.

Milho, arroz e feijões são os alimentos mais importantes. O milho é o alimento básico para os pobres, com o arroz a desempenhar o papel mais importante como substituto. Os feijões são importantes para todos os grupos sociais. Cada um dos mercados aqui representado actua como indicador para uma região maior. Tete é representativo para a província com o mesmo nome, Nampula é o mercado mais importante no norte e é representativo para a região, e tem ligações com o interior das províncias de Zambézia e Nampula e da zona costeira de Nampula. O mercado de Manica tem ligações com o mercado de Chimoio que por sua vez tem ligações com Gorongosa e mercados do sul. Os mercados de Chókwe e Maputo no sul estão ligados aos mercados de Chimoio, Manica e Gorongosa na zona centro. Chókwe é o mercado de referência para a zona sul, exceptuando a capital Maputo.

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