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ACULDADE MARIA MILZA PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MEIO AMBIENTE LINHA DE PESQUIS: PLANEJAMENTO, GESTÃO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS LUANNA DA SILVA ALMEIDA COSTA ANÁLISE DA GESTÃO NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS E DESTINAÇÃO DE SUBPRODUTOS GERADOS NAS INDÚSTRIAS FRIGORÍFICAS DE CARNE BOVINA NA BAHIA GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016

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ACULDADE MARIA MILZA

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM DESENVOLVIMENTO

REGIONAL E MEIO AMBIENTE

LINHA DE PESQUIS: PLANEJAMENTO, GESTÃO E TECNOLOGIAS

AMBIENTAIS

LUANNA DA SILVA ALMEIDA COSTA

ANÁLISE DA GESTÃO NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS E DESTINAÇÃO DE

SUBPRODUTOS GERADOS NAS INDÚSTRIAS FRIGORÍFICAS DE CARNE

BOVINA NA BAHIA

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2016

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LUANNA DA SILVA ALMEIDA COSTA

ANÁLISE DA GESTÃO NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS E DESTINAÇÃO DE

SUBPRODUTOS GERADOS NAS INDÚSTRIAS FRIGORÍFICAS DE CARNE

BOVINA NA BAHIA

Dissertação apresentada ao colegiado de coordenação didática do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Faculdade Maria Milza (FAMAM), como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Orientador: Prof. Dr. Frederico de

Medeiros Rodrigues (FAMAM)

Professor Orientador: Dr. Frederico de Medeiros Rodrigues

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2016

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Dados Internacionais de Catalogação

Costa, Luanna da Silva Almeida

C837a Análise da gestão no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos gerados nas indústrias frigoríficas de carne bovina na Bahia / Luanna da Silva Almeida Costa. – 2016

108 f.

Orientador: Prof. Dr. Frederico de Medeiros Rodrigues

Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) – Faculdade Maria Milza, Governador Mangabeira, 2016.

1. Gestão Ambiental. 2. Gestão de Resíduos. 3. Tratamento de Afluentes. 4. Indústria

Frigorífica. I. Rodrigues, Frederico de Medeiros. II. Título.

CDD 363.19

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LUANNA DA SILVA ALMEIDA COSTA

ANÁLISE DA GESTÃO NO TRATAMENTO DE RESÍDUOS E DESTINAÇÃO DE

SUBPRODUTOS GERADOS NAS INDÚSTRIAS FRIGORÍFICAS DE CARNE

BOVINA NA BAHIA

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Dedico este trabalho a minha mãe, Tânia Almeida.

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AGRADECIMENTOS

Devemos esquecer o bem que fizemos para alguém, mas nunca esquecer o bem que fizeram para nós. (Pr. Ely Loureço)

A Deus, pela oportunidade de transformar o meu sonho em realidade. Que

toda Honra, Glória e Louvor sejam dados ao Senhor Jesus!

A minha querida e maravilhosa mãe Tânia Maria da Silva Almeida, por ter me

proporcionado uma educação primordial, é impossível expressar em palavras a

minha gratidão, só eu sei os sacrifícios que a senhora fez e faz para conseguir

realizar os meus sonhos. Te amo infinitamente, a senhora é o meu porto seguro,

minha alegria e a força motriz para que eu consiga ser uma pessoa melhor,

profissional competente e uma boa companhia a todos que me cercam. Que as

nossas vidas sejam uma sucessão de vitórias e que Deus sempre nos conceda força

e motivos para sorrir! Expressamente a minha gratidão!!!!

Ao meu pai Augusto Moreira Costa, pelo carinho nos momentos mais difíceis

e in memoriam a meu avô Adail Costa, que me deixou um legado de honestidade,

força para vencer os obstáculos, superação, humildade e amor ao próximo.

A minha flor de acuçena e avó Maria de Lourdes Silva, pela dedicação,

conselhos, pelo colo e carinho, a Vanessa Silvae Vera Lúcia Silva pela força e

palavras de otimismo. A David Pereira que faz os meus diasmais felizes.

Agradeço aos professores que me apoiaram nesta jornada: Robson Cotrim

Duete, Suzane Figueiredo, Sérgio Carvalho, por toda a ajuda e empenho oferecido

durante todo o trabalho, especialmente na parte final deste.

A minha querida professora e amiga Elizabete Rodrigues, pela confiança,

apoio em todos os momentos, pelas palavras de sabedoria, pela motivação e por ter

acreditado no meu potencial quando tudo estava difícil. Obrigada, por ter me

ajudado na construção do projeto, a Senhora é um anjo que Deus colocou na minha

vida, suas palavras de otimismo e encorajamento foram essenciais no momento

que precisei pleitear a bolsa da FAPESB e na conclusão deste trabalho.

Ao orientador Frederico Medeiros de Rodrigues, pelos conhecimentos e

experiências a mim passados.

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Em especial a Josemare Pinheiro, pela amizade, compreensão, carinho e

apoio nos momentos mais difíceis que passei durante esta etapa, e também por toda

ajuda que sempre foi atendida com enorme presteza e disposição, a qualquer dia e

hora. Muito obrigado pela confiança, pelas palavras de incentivo e de

encorajamento, principalmente quando tudo parecia desabar. Tudo isso foi decisivo

para o desenvolvimento deste trabalho e também para meu crescimento como

profissional e indivíduo. Nunca esquecerei a pessoa maravilhosa que sempre foi

comigo.

ÀElizangela do programa de mestrado, que Deus te abençoe infinitamente,

muito obrigada pelo apoio e presteza.

À fundação de Amparo a Pesquisa-FAPESB pela concessão da bolsa. Aos

Frigoríficos por ter autorizado a realização da pesquisa e pelos conhecimentos

técnicos passados.

Ao Gerente, Geraldo Luiz da ADAB de Santo Antônio de Jesus-BA, pela

prestatividade, orientações e apoio.

Aos amigos: Fábio Palmeira, Denise Reis, Gilson Ribeiro, Siara Lima, Paulo

Andrade e Joilson de Jesus, que estiveram presentes em todos os momentos. E ao

Pastor Ely Lourenço, que em oraçãoapresentou a Deus a minha vida.

A todos (a),sou grata!

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Eu só cheguei até aqui, porque a mão do Senhor é sobre mim!

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RESUMO

De acordo com os dados do IBGE (2014),o Brasil possui um dos maiores rebanhos bovino comerciais no mundo, com 209 milhões de cabeça de gado. Todo este desenvolvimento no setor agropecuário proporcionou a abertura de frigoríficos no intuito de sistematizar o abatehouve o aumento dos resíduos oriundos do processo de abate, resíduos estes que ao serem lançados incorretamente na natureza podem gerar agressões ao meio ambiente e a população do entorno, sendo necessária a implementação da gestão ambiental na minimização destes impactos. Dentro desta ênfase, o objetivo principal deste trabalho foianalisar a gestão ambiental no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos adotados por três indústrias frigoríficas de carne bovina situadas no recôncavo baiano e seu entorno. Contudo como objetivo específico, pretende-se avaliar os benefícios advindos pela implementação da gestão ambiental; apontar os possíveis impactos ambientais gerados pela emissão de efluentes líquidos e sólidos; analisar as ferramentas da gestão da qualidade aplicadas no tratamento de efluentes e destinação de subprodutos; identificar a existência de ações sustentáveis nos frigoríficos para o tratamento de resíduos e destinação de subprodutos. O estudo é de natureza qualitativa, e em relação à abordagem classifica-se como exploratória e descritiva. A pesquisa circunscreve o período de 2014 a 2015. Utilizou-se do software BioEstat versão 5.0, para determinar a amostra estratificada dos indivíduos que responderam ao questionário. Foram realizadas visitas in loco por meio de observação não participativa, precedida pela aplicaçãode questionários aos funcionários que avaliaram os benefícios da gestão ambiental, utilizando aescala de likert nas questões. Aosgestores foram aplicados questionários e realizada entrevista semiestruturada.Os resultados apontam que os frigoríficos têm adotado a gestão ambiental no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos, com a implantação de estações de tratamento, lagoas de decantação, lagoas anaeróbias, produção de adubo a partir do resíduo do conteúdo ruminal bovino e a destinação de subprodutos à graxaria com a produção de farinha, carne, osso e sebo. Entre os benefícios advindos pela gestão ambiental estão: diminuição do consumo de água e consequentemente o reaproveitamento em outros setores do frigorífico, uso consciente dos recursos naturais, ganho de mercado, captação de novos clientes e treinamento dos funcionários. Entretanto, é necessário que os frigoríficos obtenham a certificação da ISO 14.001 que é o reconhecimento pelo INMETRO das ações ambientais desenvolvidas nas organizações.

Palavras Chaves: Vantagem competitiva. Gestão de Resíduos. Tratamento de efluentes. Indústria frigorífica.

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ABSTRACT

According to data from the IBGE (2014), Brazil has one of the largest commercial cattle herd in the world, with 209 million head of cattle. All these developments in the agricultural sector provided the opening of slaughterhouses in order to systematize the slaughter there was an increase of waste from the slaughter process, these residues when incorrectly released in nature can cause damage to the environment and the surrounding population, necessitating implementation of environmental management in minimizing these impacts. Within this focus, the main objective of this study is to analyze the environmental management of waste treatment and disposal of byproducts adopted three cold beef industries located in Bahia hollow and its surroundings. However as a specific objective, we intend to evaluate the benefits arising from the implementation of environmental management; point out the possible environmental impacts caused by the emission of liquid and solid waste; analyze the quality management tools applied in wastewater treatment and disposal of products; identify the existence of sustainable actions in refrigerators for waste treatment and disposal of products. The study is qualitative in nature, and in relation to the approach is classified as exploratory and descriptive. The study limited the period 2014 to 2015. We used the BioEstat software version 5.0, to determine the stratified sample of individuals who responded to the questionnaire. visits were made in situ by non-participant observation, preceded by the application of questionnaires to employees who evaluated the benefits of environmental management, using a Likert scale of the issues. Managers questionnaires were administered and conducted semi-structured interview. The results show that the refrigerators have adopted environmental management in waste management and disposal of by-products, with the implementation of treatment plants, settling ponds, anaerobic lagoons, manure production from the residue of ruminal beef content and the allocation of Rendering the byproducts in the production of meal, meat, bone, and fat. Among the benefits provided by environmental management are: reduction of water consumption and reuse the sectors, responsible use of natural resources, market gain, attracting new customers and employee training. However, it is necessary for refrigerators obtain the ISO 14001 which is the recognition by INMETRO environmental actions developed in organizations.

Keywords: CompetitiveAdvantage. ManagementResidues. EffluentTreatment. FridgeIndustry.

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LISTA DE FIGURAS

Fluxograma 01 Demonstração do ciclo PDCA aplicado na implementação da gestão ambiental

14

Fluxograma 02 Resíduos gerados nas etapas do processo de abate de bovinos

21

Fluxograma 03 Etapas da fabricação da farinha de carne e osso na graxaria

24

Fluxograma 04 Ciclo PDCA aplicado no frigorífico “A” 57 Fluxograma 05 Ciclo PDCA aplicado no frigorífico “C” 63

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Idade 35

Gráfico 02 Grau de instrução 36

Gráfico 03 Tempo de serviço na indústria 37

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Benefícios ocorridos após a implementação da gestão ambiental no frigorífico “A”

38

Tabela 02 Benefícios ocorridos após a implementação da gestão ambiental no frigorífico “B”

40

Tabela 03 Benefícios ocorridos após a implementação da gestão ambiental no frigorífico “C”

42

Tabela 04 Certificação da NBR ISO 14.001 44 Tabela 05 Programa de auditoria interna no setor de gestão ambiental 46 Tabela 06 Redução de custos gerados pela gestão ambiental 46 Tabela 07 Matéria-prima produzida pela graxaria 47

Tabela 08 Reaproveitamento do calor das caldeiras na geração de energia elétrica

48

Tabela 08 Desenvolvimento de projetos de reflorestamento como alternativa de mitigação dos impactos causados pelo uso de lenha nas caldeiras

49

Tabela 10 Tratamento de efluentes 49 Tabela 11 Investimento no aprimoramento da gestão ambiental 55

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LISTA DE SIGLAS

ADAB Agência de Defesa Agropecuária da Bahi

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AL Análise Laboratorial APPCC Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle BPF Boas Práticas de Fabricação CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio DIPOA Departamento de Inspeção de Origem Animal DQO Demanda Química de Oxigênio ETE’s Estações de Tratamento de Efluentes

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INMETRO Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial

ISO International Organization for Standardization(organização internacional para padronização)

LER DORT Lesão por Esforço Repetitivo LTDA Sociedade de Responsabilidade Limitada MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento NBR Norma Brasileira NIM Azadirachta Indica OD Oxigênio Desenvolvido PDCA Plan, Do, Check, Action(planejar, fazer, checar, agir) PQ Plano de Qualidade PV Planilhas de Verificação RH Recursos Humanos

RISPOA Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal

SGA Sistema de Gestão Ambiental SIE Serviço de Inspeção Estadual SIF Serviço de Inspeção Federal SIM Serviço de Inspeção Municipal

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 07 2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................ 09 2.1 A GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES..................................... 09 2.2 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS............................................................... 13 3 CARACTERIZAÇÃO DO SEGMENTO DE FRIGORÍFICOS.................... 17 3.1 RECEPÇÃO DOS ANIMAIS....................................................................... 17 3.1.1 Condução e lavagem de bovinos........................................................... 18 3.1.2 Insensibilização........................................................................................ 18 3.1.3 Sangria...................................................................................................... 18 3.1.4 Esfola......................................................................................................... 19 3.1.5 Evisceração.............................................................................................. 19 3.1.6 Lavagem e Inspeção da Carcaça............................................................ 20 3.1.7 Refrigeração e expedição....................................................................... 20 3.2 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS...................................................... 22 3.2.1 Efluentes sólidos...................................................................................... 22 3.2.2 Compostagem.......................................................................................... 25 3.2.3 Efluentes líquidos.................................................................................... 26 3.2.4 Sistema de Lodos Ativados................................................................... 27 3.2.5 Lagoas de Maturação.............................................................................. 28 4 METODOLOGIA........................................................................................ 31 4.1 TIPO DE PESQUISA................................................................................. 31 4.1.1 Instrumentos e procedimentos para coleta de dados.......................... 31 4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS FRIGORÍFICOS............................................. 33 4.2.1 Frigorífico A.............................................................................................. 33 4.2.2 Frigorífico B............................................................................................. 33 4.2.3 Frigorífico C.............................................................................................. 34 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................. 35 5.1 ENTREVISTAS AOS GESTORES............................................................ 51 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 63 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 67 APÊNDICE................................................................................................. 82

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1 INTRODUÇÃO

A questão ambiental tem sido discutida pelas indústriasque buscam soluções

para a minimização dos impactos ambientais, com a adoção de modelos de gestão

ambientalaplicados narevisão dos processos produtivoscom vistas à melhoria

contínua, tratamento de resíduos, comercialização de subprodutos, implementação

de tecnologias limpas e definição da política ambiental.

Entre os setores considerados altamente poluentes, destacam-se as

indústrias de abate e processamento de carne bovinaque produzem uma elevada

quantidade de resíduos tais como: esterco dos currais, vômitos, ossos, peles, sebos,

conteúdo estomacal e intestinal (SILVA, 2011).

O despejo ilegal na natureza ainda é muito comum em diversos municípios

brasileiros o que tem comprometido as condições ambientais e a saúde coletiva da

população.

Desta forma, é de responsabilidade dos frigoríficos adotarem um programa de

gestão ambiental para adequação aos padrões previstos na Legislação n.º 12.305,

de 02 de Agosto de 2010, queinstituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como, diretrizes

relativas à gestão integrada, com ferramentas que auxiliem no tratamento dos

resíduos líquidos em atendimento às normas prescritas pela Resolução do

CONAMA nº 357, de 17de Março de 2005. Ela dispõe sobre os resíduos líquidos

industriais ea classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de

efluentes (BRASIL, 2005).

Com isso, a proteção ambiental deixou de ser uma funçãoexclusiva dos

setores de produção para tornar-se também uma função da

administraçãocomtemplada na estrutura organizacional e no planejamento

estratégico, sendo considerada uma atividade importante no desenvolvimento das

atividades de rotina, na discussão de cenários alternativos e consequentementena

análise de sua evolução, gerando políticas, metas e planos de ação. Assim, a

preocupação com o meio ambiente torna-se, uma premissa da organização,

explicitando publicamente os objetivos principais a serem alcançados (DONAIRE,

1999).

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A gestão ambiental objetivapromover ações sustentáveis através do

gerenciamento de programas relacionados ao meio ambiente interno e externo, com

o uso consciente da energia, água, matéria prima, qualidade e treinamento dos

funcionáriosao novo modelo de gestão adotado no setor de produção

(TOCCHETTO, 2005).

Donaire (1999), afirma que as indústrias têm respondido às exigências

mercadológicas em três fases, que podem estar superpostas, de acordo com o grau

deconscientização dentro da organização. Estas fases são: controle ambiental nas

saídas; integração do controle ambiental nas práticas e processos industriais e

integração do controle ambiental na gestão administrativa.

Diante do exposto, surge o interesse pelas questões que envolvem a

realidade das indústrias frigoríficasgerando o seguinte questionamento: Como os

programas de gestão ambiental adotados nos frigoríficos têm contribuído para o

tratamento de resíduos e destinação de subprodutos?.

Como objetivo, esta pesquisa pretende analisar a gestão ambiental do

tratamento de resíduos e destinação de subprodutos adotados pelas indústrias

frigoríficas de carne bovinana Bahia.

Desta forma, a hipótese estabelecida para o presente trabalho é que a

implementação da gestão ambiental nas indústrias frigoríficas de carne bovina

resultarãona adoção de tecnologias limpas; minimização dos impactos ambientais

gerados no setor de abate; capacitação dos funcionários; ganho de mercado;

melhoria contínua; definição da política ambiental e aquisição de certificações da

ISO 14.001 e ISO 9.001.

Portanto, este projeto pretende analisar as contribuições da gestão ambiental

no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos das indústrias frigoríficas,

garantido à comunidade local e científica maiores esclarecimento ao modelo

gerencial adotado. Tais informações certamente irão beneficiar e balizar as

indústrias frigoríficas na medida em que serão retratadas as realidades e as

necessidades de melhoramento, permitindo a elaboração de diretrizes mais

atualizadas para o setor.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES

As exigências dos consumidores em optar por produtos ecologicamente

corretos, impulsionou as indústrias a adotarem uma nova postura em relação ao

meio ambiente, com a implementaçãoda gestão ambiental nos seu ambiente

organizacional.

Segundo Araújo (2001, p.33), define-secomo “gestão ambiental um conjunto

de medidas e procedimentos definidos e aplicados que visam reduzir e controlar os

impactos provocados por um empreendimento sobre o meio ambiente”.

De acordo com Andreoli (2002), a gestão facilita a identificação dos passivos

ambientais, que são os investimentos necessários para que uma organização repare

os impactos ambientais negativos gerados durante as operações, fornecendo

também subsídios à sua correta administração. Essesprocedimentos promovem a

conformidade com a legislação, à minimização dacontaminação do solo, água ear

através do gerenciamentoambiental que permite a sua integração no contexto

mercadológico.

Os instrumentos de gestão ambiental consistem na sistematização de

procedimentos técnicos e administrativos voltados para assegurar a melhoria e o

aprimoramento de um empreendimento, ou de uma área a ser protegida e, em

decorrência, obter o reconhecimento de conformidade das medidas e práticas

adotadas (BITAR e ORTEGA 1998).

De acordo com Groenewegene Vergragt (1991), as contribuições da gestão

ambiental para as diferentes atividades da indústria abrangem três esferas:

a) Esfera produtiva: elaboração de planos ambientais em conformidade com a

legislação vigente.

b) Esfera da inovação: gestão ambiental estimula o desenvolvimento de ideias

inovadoras, que tenha como objetivo principal a redução de impactos causados

pelo processo produtivo da indústria.

c) E por último a esfera estratégica: forneceaos gestores informações relativas às

restrições ambientais emergentes (resultantes tanto da regulamentação quanto

da concorrência).

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Neste sentido, a gestão ambiental consiste na administração integrada de

uma região ou ambiente, com critérios de equilíbrio, promovendo o desenvolvimento

e o bem estar harmonioso dos seres humanos, através da melhoria da qualidade de

vida e manutenção da disponibilidade dos recursos naturais, sem esgotar ou

deteriorar os recursos renováveis e sem destruir os nãos renováveis (ZUQUETTE

1993).

Segundo Ferreira (1998), a gestão ambiental é um processo interativo

econtínuo, com estruturas, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e

recursos paraa implementação das políticas, objetivos e metas ambientais, que

podem ser coordenados comoutras áreas setoriais, como por exemplo: operações,

finanças, qualidade, saúdeocupacional e segurança.

Entretanto, para que a indústria alcance o êxito esperado é necessário o

envolvimento da alta administração e a designação de um gestor ambiental que

tenha as seguintes habilidades:

a) Habilidade técnica: avaliação pelo gestor dos processos produtivos adotados e

dos insumos utilizados;

b) Habilidade administrativa: está relacionada ao desempenho das tarefas do

processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar, pois caberá ao

gestor a responsabilidade de executar a política de meio ambiente adotada

pela organização;

c) Habilidade política: sensibilizar os demais gestores visando o engajamento da

questão ambiental;

d) Habilidade em relações humanas: desenvolvimento de ações que objetive o

engajamento de todos os funcionários para a causa ambiental da empresa,

haja vista que o sucesso desse empreendimento está intimamenteligadoà

participação coletiva e à incorporação desta variável na cultura da organização

(DONAIRE, 1999).

Para implementação da gestão ambiental no contexto organizacional, é

necessário o desenvolvimentode etapas que compreendem:

a) Definição da política ambiental: constitui um conjunto de diretrizes e princípios

que orientam a indústria na definição e aplicação de instrumentos legais e

institucionais para o planejamento e gerenciamento ambiental(VEDOVELLO,

1993);

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b) Planejamento ambiental: define metas e etapaspara implementação das ações

ambientais que objetivem colocar em prática a política ambiental adotada,

comdiagnósticos e prognósticos sobre as potencialidades,fragilidades e

problemas ambientais de um determinado território, visando viabilizar o uso e a

ocupação domeio ambiente em consonância com o princípio do

desenvolvimento sustentável (VEDOVELLO, 1993);

c) Gerenciamento ambiental: operações técnicas e atividades gerenciais que

visam assegurar que o empreendimento opera dentro dos padrões legais

exigidos, minimizando seus impactos ambientais e atendendo aos objetivos

empresariais de como manter um bom relacionamento com a comunidade local

(SÁNCHEZ, 1991).

Entre as ferramentas utilizadas pelas indústrias para o gerenciamento

ambiental, destaca-se a auditoria interna, que monitora os resultados obtidos e

identificam possíveis falhas e não conformidades. Souza (2001), afirmou que estas

medidas podem ser ações corretivas ou preventivas, de ordem técnica, como por

exemplo: sistemas de tratamento de efluentes, modificação da tecnologia

empregada e de ordem política por meio de legislações ou planos políticos; ou de

ordem econômica, que tem por objetivo internalizar as externalidades negativas do

agente causador da degradação ambiental.

Manejo ambiental: planejamento de ações orientadas para melhorara

qualidade de vida da população em uma extensão territorial de interesse

(ZUQUETTE 1993).

A adoção de um posicionamento ambiental proativo por parte da empresa deve se refletir em transformações na cultura organizacional, gestão de recursos humanos e as competências organizacionais nessa área. Essa é a razão pela qual a cultura organizacional e a gestão de pessoas tornam-se elementos críticos de sucesso para a conquista de padrões ambientais superiores (FERNÁNDEZ; JUNQUERA; ORDIZ, 2003, p.635-636).

Para Bouyer et al. (2006), na implantação de qualquer novo projeto ou ação é

importante que se considere o “fator organização”, com suas coordenadas humanas

e culturais, para a implantação da gestão ambiental. Muitas dificuldades são

encontradas durante este processo, das quais, se destaca a resistência à mudança.

Qualquer tentativa de mudança na gestão, vai necessariamente modificar o

status quo da organização e em consequência disto, podem ocorrer resistências

tanto por parte da gerência, quanto por parte da força de trabalho como um todo.

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Define-se como cultura organizacional “(...) um conjunto de significados

compartilhados entre os membros da organização que a distingue das outras (...)”

(TOLFO; WAZLAWICK, 2008, p. 2), as quais são normas, procedimentos, métodos

de realização de atividades e política organizacional que influenciam diretamente o

comportamento e atitude dos funcionários.

“A cultura organizacional ainda pode ser definida como o conjunto de

pressupostos, valores, símbolos e artefatos organizacionais que refletem o desejo

ou a necessidade da empresa operar de maneira ambientalmente correta” (HARRIS;

CRANE, 2002, p.219).

Segundo Fernández et al. (2003, p.636), a cultura organizacional e a gestão

de recursos humanos são indissociáveis, uma vez queorganizações que possuem

sólidos mecanismos de gestão ambiental, amparados por uma cultura

organizacional de valorização do meio ambiente, tendem a atrair trabalhadores mais

motivados e competentes e a cultura organizacional para o meio ambiente tende a

ser mais pujante quando a empresa possui um grupo de colaboradores

ambientalmente conscientes.

A resistência à mudança está intimamente ligada à forma de pensar e agir

das pessoas. A cultura organizacional tem sido entendida como um dos principais

entraves na implementação da gestão ambiental nas organizações (COSTA et al.,

2002). Entretanto, seus efeitos podem ser minimizados se observadas experiências

anteriores e técnicas apropriadas como o treinamento voltado à conscientização

ambiental (WADDELL; SOHAL, 1998).

Oliveira (2010) ressalta que o treinamento no processo de instalação da

gestão é fundamental, pois possibilita à organização o desenvolvimento de

habilidades e conhecimentos relacionados a questão ambiental e ao cumprimento

das atividades setoriais. Entre outros são fatores trabalhados no treinamento:

precisão na execução das atividades, conservação e manutenção de equipamentos,

racionalização do uso da água, energia elétrica e outros.

De acordo com Sambasivan e Fei (2008), os processos de treinamento são

elementos críticos para o aumento das competências dos colaboradores e devem

contemplar elementos como: política ambiental, requisitos da gestão, objetivos,

metas, benefícios da melhoria das ações ambientais e as consequências da falta de

comprometimento.

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A cultura organizacional é identificada como fator preponderante da

participação dos funcionários em projetos de melhoria da gestão ambiental

(ROTHENBERG, 2003, p.1794), o que demanda uma comunicação clara dos

valores e alinhamento dos sistemas de recompensa vigentes na organização. Além

disso, os dirigentes empresariais devem emitir feedbacks do desempenho dos

funcionários, a fim de perpetuar valores corretos, reforçando-os por meio de

educação e treinamento (FERNÁNDEZ et. al. 2003).

2.2 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS

Segundo Fogliatti et. al (2004), a série ISO 14000 é um grupo de normas que

fornece ferramentas e estabelecem um padrão de sistema de gestão ambiental-

SGA, abrangendoseis áreas bem definidas, quais sejam: gestão ambiental,

auditoria,indicadores de desempenho, classificação, rotulagem,aspectos ambientais

em normas de produtos e análise de ciclo de vida do produto.

A ISO é aplicada na administração dos impactos ambientais, seus conteúdos

incluem normas relacionadas ao desenvolvimento de ferramentas de suporte à

gestão ambiental referente à avaliação de desempenho e ciclo de vida (APCER,

2009).

A ISO 14.001/2004 faz parte deste sistema de gestão utilizada para

desenvolver e instalar a política ambiental, permitindo às indústriaso alcance na

eficiência dos processos e a integração das questões ambientais na gestão da

organização (OLIVEIRA, 2010).

Ainstalação da norma demanda para indústria uma mudança na cultural

organizacional, capacitação dos funcionários, envolvimento de todos os setores,

instalação de programasde comunicação, gestão dos recursos naturais,

estabelecimento de diretrizes internas, reformulação dos processos produtivos e dos

equipamentos de proteção ambiental (CELSO, 2013). De acordo com Souza (2001),

a instalação da NBR ISO 14.001/2004é baseada no cicloPDCA(Plan, Do, Check,

Action),1que é brevemente descrito da seguinte forma:

1PDCA- ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming tem por princípios tornar mais claros e ágeis os

processos envolvidos na execução da gestão, o ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas que são executadas, checa-se o que foi feito, e se estava de acordo com o planejado, tornando-se uma ação para eliminar ou diminuir os defeitos nos produtos ou na execução (SOUZA, 2001).

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a) Planejar (P) - Elaborar um plano para cumprir a política ambiental.

b) Desenvolver (D) - A capacitação e os mecanismos de apoio necessário para

atender a política, seus objetivos e metas ambientais.

c) Checar (C) - Mensurar, monitorar e avaliar o desempenho ambiental.

d) Analisar (A) - examinare aperfeiçoar continuamente o sistema com o objetivo

de aprimorar o desempenho ambiental global e melhoria contínua. Conforme

demostrado no fluxograma 01.

Fluxograma 01- Demonstração do ciclo PDCA aplicado na implementação da

gestão ambiental

Fonte: ISO (2004).

As indústrias que desejam alcançar a melhoria contínua nos setores de

gestão ambiental devem aplicar o ciclo PDCA, em todas as atividades, e verificar se

os resultados obtidos estão em conformidade com o Plano de Qualidade-PQ.

De acordo com Oliveira (2009), os principais benefícios para as indústrias que

possuem o SGA são:

a) Motivações dos colaboradores: melhoria nos processos de gestão,

desempenho ambiental e eficiência nas atividades.

b) Benefício ambiental: redução na produção de resíduos e efluentes líquidos ou

gasosos, redução de riscos, emissões, derrames, incêndios e aumento da

qualidade nos processos tecnológicos.

c) Benefício social: utilização do marketing verde na construção positiva na

imagem da indústria perante a sociedade e aumento da proteção do meio

ambiente.

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d) Benefício econômico: redução do consumo de matéria prima, água e energia,

aumento da eficiência dos processos, diminuição de multas, aumento das

oportunidades de negócios em mercados internacionais e desenvolvimento de

tecnologias limpas.

A ISO 14.001, exige da organização o uso da inovação para alcançar a

sustentabilidade através da redução dos resíduos e definição da responsabilidade

social. Ela também proporciona a indústria adquirir vantagem competitiva a partir do

desenvolvimento contínuo de aprendizagem e integração dos objetivos e estratégias

ambientais (HADEN; OYLER; HUMPHREYS, 2009).

Segundo Zeng et al., 2005; Fryxell; Szeto, 2002, proporciona ainda:

a) Melhoria na gestão administrativa;

b) Aumento da satisfação dos consumidores;

c) Resposta à legislação específica de cada país;

d) Padronização dos procedimentos de gestão ambiental nas operações internas;

Redução do desperdício e economia de recursos utilizados no processo

(redução de custos);

e) Melhoria na imagem da empresa;

f) Aumento da consciência ambiental na cadeia de suprimentos;

g) Desenvolvimento de procedimentos de produção limpa;

h) Implementação de sistemas de gestão ambiental voltados à contribuição na

área de gestão de pessoas.

i) Melhoria na performance ambiental

j) Melhoria na gestão da qualidade.

As indústrias que desejam obter a ISO 14.001, devem cumprir as seguintes etapas:

1. Documentação necessária: mantidas em arquivo eletrônico, de maneira

ordenada, sistematizada e arquivada. Devem constar dados para a instalação

do sistema com informações sobre os processos (MAIMON, 1999).

2. Controle operacional: requero controle para as possíveis correções de falhas e

implantação de planos de emergência para os setores que não alcançaram o

resultado esperado (ISO, 2012).

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3. Elaboração de um plano de emergência: A NBR recomenda que elaborem um

plano de emergência para garantir o atendimento apropriado nos casos de

acidentes ou desvios de objetivos (ISO, 2012).

4. Avaliação das atividades: monitoramento e avaliação de desempenho

ambiental. Nos casos de desvio de objetivos ou acidentes ambientais devem-

se elaborar planos de intervenção e de ações corretivas e preventivas (ISO,

2012).

5. Monitoramento das atividades setoriais: verificação contínua dos indicadores

ambientais, que levam ao conhecimento da sociedade, funcionários e

fornecedores os resultados referentes à gestão.

6. Ações corretivas: devem ser elaboradas ações que eliminem as possíveis

causas de não conformidades, orientando os funcionários à adequação das

atividades propostas, que devem ser apropriadas aos problemas existentes

(ISO, 2012).

A NBR recomenda o acompanhamento e o registro das atividades para

permitir às auditorias identificar possíveis falhas referentes à gestão. São realizados

dois tipos de auditoria:

a) Auditoria interna: executada pelo funcionário designado, ou em alguns casos

por inspetores, que verificam permanentemente as ações estabelecidas

identificando as não conformidades, intervindo com ações que corrijam falhas,

erros e desvios de objetivos, metas ou política ambiental.

b) Auditoria externa: realizadas por órgãos credenciados no Instituto Nacional de

Metrologia Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO.

A certificação da ISO auxilia as indústrias no controle e redução contínua dos

impactos ambientais (ROWLAND-JONES; PRYDE; CRESSER, 2005) com a

aplicação de políticas, processos e protocolos de auditoria para operações que

geram desperdício de materiais ou emissões de poluentes (MATTHEWS, 2003). A

partir de procedimentos de gestão de modo que seus benefícios excedam os custos

de sua implantação.

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3 CARACTERIZAÇÃO DO SEGMENTO DE FRIGORÍFICOS

Segundo a FEAM (2010), os segmentos que desenvolvem atividades de

abate, industrialização da carne e processamento de subprodutos de forma

combinada é dividida em três categorias:

a) Frigoríficos: estabelecimentos que em suas atividades de produção realizam a

matança de quaisquer das espécies de animais vendidas em açougue.

b) Indústria de carne e derivados: as atividades de produção neste estabelecimento

incluem a industrialização das carnes de diversas espécies com instalações

físicas sala de matança em anexo, dotados de instalações de frio industrial e

equipamento adequado para o preparo de subproduto não comestível.

c) Indústria de produtos não-comestíveis ou graxaria: este segmento é caracterizado

pela manipulação e tratamento de subprodutos e resíduos de origem animal de

várias procedências, para o preparo exclusivo de produtos não utilizados na

alimentação humana. Em alguns casos existe a inclusão das graxarias nos

frigoríficos dasindústrias de carne e derivados.

Os frigoríficos se enquadram como agroindústrias pelo fato de processar

produtos de origem animal e, cujos resíduos, são compostos de vísceras de animais

abatidos, pedaços de carne sem valor comercial, sebo, sangue e outros materiais

altamente poluentes todos passíveis de tratamento biológico (MOURA; 2011).

Generoso (2001) afirma que os resíduos oriundos do abate de bovinos podem

ter seu descarte minimizado, mediante a análise abrangente de suas características,

do potencial e das consequências do uso, pois se corretamente manejado pode

subsidiar a produção de alimentos, melhorar as condições físicas do solo e

apresentar excelente potencial para reciclagem energética.

O processo de abate de bovino é caracterizado por possuir um caráter

temporário, podendo o frigorífico aumentar ou reduzir o número de animais abatidos

durante o diaconforme a demanda existente. De acordo com Gomes (2010), o abate

de bovinos é realizado nas seguintes etapas:

3.1 RECEPÇÃO DOS ANIMAIS

O gado é selecionado e separado permanecendo em currais por um período

de 24 a 48 horas, sob dieta líquida, ou seja, não recebem alimentação no período

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que antecede o abate, somente água. Oscondenados na inspeção são mantidos em

currais sanitários para posterior cremação ou remetidos para graxaria (FEAM, 2010).

A limpeza dos currais e pocilgas de recepção é realizada removendo-se o esterco e outras sujidades, separando-os para disposição adequada e, em seguida, é realizada uma lavagem com água no local, sendo o efluente destinado a Estações de Tratamento-ETE (GOMES, 2010, p. 25).

3.1.1Condução e lavagem de bovinos

Antes da insensibilização, os animais são conduzidos ao Box de lavagem

conforme preconiza a Portaria nº 210 de 10 de Novembro de 1998-RIISPOA, o

objetivo desta etapa é promover a vasoconstrição periférica (processo de contração

dos vasos sanguíneos) e a remoção das sujidades como esterco e barro presentes

no couro animal. Os efluentes gerados nesta etapa seguem para as Estações de

Tratamento-ETE´s (DORNELLES, 2009).

3.1.2 Insensibilização

A Portarianº 711 de1º Novembro de 1995 do MAPA, determina a aplicação do

choque atrás das orelhas do animal (fossas temporais) com o tempo estimado de 30

segundos, para que seja possível evitar o salpicamento hemorrágico. Após a

insensibilização, os animais são lavados e pendurados pela pata traseira para o

devido transporte, e em seguida os animais são submetidos a forte lavagem por

aspersão e encaminhados ao setor de sangria (ROÇA; SERRANO, 1994).

3.1.3 Sangria

Segundo Gomes (2010, p.27) “É realizada a abertura saginal da barbela e

secção de grandes vasos sanguíneos do pescoço com o auxílio de uma faca”. O

sangue que escorre do animal suspenso é coletado em uma calha específica e

encaminhado para armazenamento em tanques. Neste processo, é

recolhidoaproximadamente 15 a 20 litros de sangue por animal (MALDANER,

2008).Outra utilidade do sangue é a coagulação por aquecimento ou adição de

produto químico, separando-se a albumina e fibrina do plasma em centrífugas ou

peneiras vibratórias. A albumina e fibrina podem ser vendidas para laboratórios

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farmacêuticos e o plasma, após evaporação, pode também ser empregado na

alimentação de animais (FEAM, 2010).

O sangue oriundo deste procedimento deve ser coletado e armazenado para posterior comercialização in natura para indústrias de processamento, uma vez que se misturado ao efluente industrial aumenta significantemente a carga poluidora do mesmo. Caso este subproduto não seja eficientemente coletado, será misturado ao efluente desta unidade do processo de abate, aumentando a carga orgânica do efluente expressa em DBO e DQO, dificultando os processos sequenciais de tratamento do efluente. O efluente gerado nesta etapa do processo é caracterizado como oriundo da linha vermelha, devendo sofrer processos diferenciados dos processos da linha verde (GOMES, 2010, p. 27).

3.1.4 Esfola

É a higienização e remoção manual ou por máquina dos chifres, couro e

patas. Os animais são pendurados nas posições verticais ou horizontais (sobre

cama metálica), exigindo uma maior higienização com a inclusão de etapas manuais

antes da retirada final do couro por equipamentos. Nesta etapa, também ocorre à

desarticulação da cabeça para inspeção e limpeza posterior (SILVEIRA, 1999).

3.1.5 Evisceração

É a decapitação/remoção das vísceras vermelhas (coração, fígado, pulmões,

rins) e brancas (bucho e tripas). A pele geralmente é encaminhada a outra seção,

onde se promove a sua salga (a seca é colocada em grandes pilhas entremeadas

por sal).Existe também a alternativa por via úmida com imersão da pele em

salmoura, sendo posteriormente vendido à indústria de curtimento. As cabeças

também são trabalhadas, removendo-se a língua, a carne disponível e o miolo,

constituindo matéria-prima para o setor de salsicharia. Os ossos encaminhados para

a produção de farinha (CAMPOS, 1993).

Após a aprovação da inspeção sanitária, as vísceras são reaproveitadas e

encaminhadas à seção de processamento, e as rejeitadas podem ser aproveitadas

na produção de farinha para ração animal. Em relação às tripas, elas podem ser

diretamente enviadas para recuperações (por terceiros) ou raspadas e lavadas no

próprio estabelecimento. Os intestinos são conduzidos para o local onde se faz o

seu esvaziamento, lavagem elimpeza das peças. O estômago (bucho) é geralmente

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escaldado e branqueado, caso se destine à comercialização direta. Um exemplo de

reaproveitamento das peças bovinasé a seleção e tratamento dos cascos, caudas,

cabelos da orelha e chifres que são submetidos à secagem, e encaminhados para

indústrias que utilizam na confecção de pincéis (FEAM, 2010).

3.1.6 Lavagem e inspeção da carcaça

As carcaças após serem divididos em dianteiro e traseiro, são inspecionadas

e encaminhadas às câmaras frigoríficas oudesossa para posterior comercialização.

Na área de desossa, as carcaças são divididas em seções menores e cortes

individuaispara comercialização ou para posterior processamento em produtos

derivados. As aparas de material resultantes desta operação são normalmente

utilizadas na produção de gorduras comestíveis. Os ossos e outras partes não-

comestíveis são destinados às graxarias (FEAM, 2010).

Segundo Pacheco e Yamanaka (2008), após a retirada das vísceras, as

carcaças são serradas longitudinalmente ao meio, seguindo o cordão espinal. As

meias carcaçaspassam por um processo de limpeza, no qual pequenas aparas de

gordura com alguma carne eoutros apêndices (tecidos sem carne) são removidos

com facas, e posteriormente lavada com águapressurizada, para remoção de

partículas ósseas, coágulos e pêlos. Os efluentes gerados neste processo devem

ser tratados em conjuntoaos demais efluentes da linha vermelha.

3.1.7 Refrigeração e expedição

A carcaça precisa ser resfriada para impedir a deterioração, ou seja, evitar o

crescimento microbiológico, uma vez que a temperatura interna normalmente gira

em torno de 38 °C. As câmeras de resfriamento são mantidas a temperaturas entre

– 4°C, sendo que a temperatura da câmera sempre deverá ser menor que 3°C por

um período de 24 a 48 horas (PACHECO; YAMANAKA;MALDANER, 2008).

Em relação ao abastecimento e distribuição da carne pelas indústrias

frigoríficas, a Portaria nº 304 de 22 de Abril de 1996 do MAPA, estabelece um

programa de distribuição de carne bovina envolvendo a padronização de cortes,

embalagens, rotulagens, refrigeração e distribuição dos produtos, possuindo como

objetivo principal a redução do comércio clandestino (BRASIL, 1996).

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O transporte compõe a parte final do processo industrial de abate, devendo

serrealizado em caminhões devidamente equipados e adequados para a função

(PACHECO; YAMANAKA, 2008). O processo de abate é explicitado no

fluxograma02:

Fluxogramas 02- Resíduos gerados nas etapas do processo de abate de bovinos

FONTE: Pacheco (2008).

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3.2 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS

O gerenciamento dos resíduos para posterior destinação é de fundamental

importância para a minimização dos impactos ambientais. De acordo com a

Resolução n.º 001 de 1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA,

impacto ambientalé qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e

biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia

resultante das atividades humanas que diretamente ou indiretamente, afetam; a

saúde, segurança, bem-estar da população, as atividades sociais, econômicas, as

condições estéticas e sanitárias do meioambiente e a qualidade dos recursos

naturais.

Segundo Silva (2011), os resíduos industriais são responsáveis pelas

agressões fatais ocorridas no meio ambiente. Isto porque estão incluídos produtos

químicos como: cianureto, pesticidas, solventes e outros. Além destes, relata-se

também a existência de metais pesados tais como: chumbo, cádmio, mercúrio e

solventes químicos que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados.

Estima-se que são produzidos aproximadamente 23 Kg de barrigada

(vísceras da cavidade abdominal dos gados abatidos), e 18 Kg de dejetos para cada

bovino abatido (PACHECO, 2006).

Segundo Rebouças (2010, p.1221-1222), as pequenas cidades, onde muitas vezes não se tem graxaria nem aterro sanitário eficiente, o serviço de Inspeção Veterinária, quando existe, costuma adicionar substâncias desnaturantes aos produtos considerados impróprios para consumo, a fim de evitar sua utilização. São usadas substâncias como creolina, querosene ou água sanitária, que têm odor ou sabor desagradável. Sob o ponto de vista ambiental a situação piora, pois tais produtos, já condenados, passam a ter também características tóxicas. Ressalta que em muitos estabelecimentos com instalações inadequadas onde não há a participação municipal da Inspeção Veterinária na cadeia da carne, as vísceras são cozidas para extrair o sebo, e as sobras do cozimento são fornecidas diretamente a suínos e a outros animais.

3.2.1 Efluentes sólidos

O processamento dos subprodutos de origem animalé considerado como

principal aliado na minimização dos impactos ambientais e geração de lucro. Acada

ano são processados cerca de 4,25 milhões de toneladas de subprodutos. Já oso

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valordos resíduos não tratados é superior a R$ 2 bilhões, com a fabricação de

rações, sabões, tintas, cosméticos, couro, têxteis e lubrificantes (BELLAVER e

ZANOTTO, 2004).

De acordo com Pacheco (2008), entre os resíduosprovenientes do processo

de abate estão:as vísceras de animais abatidos, fragmentos cárneos, sangue,

ossos, gorduras e águas residuais.

Incluem neste grupo: os lodos provenientes das estações de tratamento de

água, material retido em filtros, eventuais materiais filtrantes e resinas de troca

iônica, resíduos das estações de tratamento de efluentes líquidos tais como: material

retido por gradeamento e peneiramento, material flotado (gorduras e escumas) e

material sedimentado (POHLMANN, 2004), além das cinza das caldeiras, óleos

provenientes da manutenção de máquinas, solventes, tintas, metais, estopas, panos,

papéis, embalagens, insumos e produtos danificados ou rejeitados (DORNELLES,

2009).

A maior importância atribuída à graxaria, no entanto, se deve ao fato desses subprodutos serem poluentes e veiculadores de zoonoses,que degradam o meio ambiente. Essa atividade empresarial, quando bem gerenciada, reduz o consumo de recursos naturais do setor, economiza espaços em aterros, gera mão-de-obra, previne a poluição de águas, do solo e do ar, ao tempo em que promove a esterilização de produtos contaminados (REBOUÇAS, 2010, p. 1220).

De acordo com a Instrução Normativa nº 34 de 28 de Maio de 2008, do

MAPA, não devem ser utilizados animais mortos como ingredientes para a produção

de farinha de carne e osso, devendo os cadáveres ser incinerados ou compostados,

nadependência das quantidades diárias existentes. Em qualquer caso, todos os

procedimentosdevem ser ajustados aos princípios das Boas Práticas de Fabricação-

BPF, atendendo as demandas de saúde animal e desegurança alimentar

(BELLAVER, 2004).

Conforme afirma Rebouças (2010), o processo para obtenção da farinha de

carne e osso inicia-se pelo quebrador de ossos (1), enquanto os materiais cárneos,

como vísceras, são encaminhados para o digestor que utiliza aenergia térmica pela

caldeira (5). Após o cozimento no digestor, a gordura líquida é separada por

percolador e armazenada (6), enquanto a parte sólida, a torta, é prensada (3), ou

centrifugada, possuindo como objetivo aproveitar o resto de gordura nela contida

para obter a parte sólida com baixo teor de gordura, este processo denomina-se

torta seca. A torta seca é então triturada no moinho de martelos (4) gerando como

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produto final a farinha de osso que é embalada e comercializada (7). A substituição

da centrifugação por bateladas na etapa (3) justifica-se pela diminuição da mão-de

obra, aumento da quantidade de óleo extraído e diminuição do tempo de cozimento

da matéria-prima no digestor o que contribuipara a economia de energia térmica.O

fluxograma 03 apresentaas etapas que compõem o sistema produtivo da graxaria

que produz farinha de carne e osso.

Fluxograma 03-Etapas da fabricação da farinha de carne e osso na graxaria

FONTE: Rebouças (2010).

A Instrução Normativa MAPA n.º 34, de 28 de maio 2008, também preconiza

que o material utilizado na embalagem, rótulos e etiquetas das farinhas devem ser

armazenados em áreas destinadas para este fim com condições higiênico-sanitárias

adequadas. Os produtos acabados devem estar devidamente identificados com

rótulos previamente autorizados pelo MAPA, e o acondicionamento das farinhas

deve ser feito em embalagens de primeiro uso, secas e limpas, devendo ser

fechadas de modo a garantir a sua inviolabilidade (BRASIL, 2008).

As graxarias também são responsáveis pela produção da farinha de sangue,

que de acordo com Bellaver et al. (2001), é um produto resultante do processo de

cozimento e desidratação de sangue fresco, sem cerdas, urinas e conteúdo

digestivo. O processo inicia-se, com a coleta do sangue na sala de abate que é

transportado por gravidade, por meio de tubulações, até um tanque, sendo este

equipado com bomba de recirculação a fim de evitar a coagulação. Essa mesma

bomba é utilizada para alimentar o secador e também para remover a água de

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limpeza que será conduzida para o tratamento de efluentes. O processo de secagem

é executado com o registro de saída dos gases abertos, após 3 horas o sangue

atinge a forma de pó. Em seguida, o produto é peneirado e ensacado para

comercialização (GIESEKE, 1996).

3.2.2 Compostagem

Conteúdo ruminal bovino são alimentos consumidos pelo animal em vários

estágios de fermentação, permanecendo no rúmen após a dieta hídrica (MACHADO,

2012). Segundo Morales et al. (2006), trata-se de uma resíduo gerado em larga

escala, poisa cada animal abatido são produzidos cerca de 25 kg de Resíduo

Ruminal Bovino-RRB.

De acordo com Sunada (2011), os resíduos gerados no processo de abate

apresentam capacidade de agregação de valor gerando biogás, biofertilizantes e

compostos ricos em nutrientes que podem ser usados como fertilizantes

agropecuários.

Considerado como fonte de lucro, o conteúdo ruminal exige das indústrias

frigoríficas o gerenciamento e desenvolvimento de métodos para o correto

tratamento (ROSA, 2009).

Segundo Abreu Júnior et al. (2005),o RRB possui menor custo comparado

aosfertilizantes convencionais utilizados no desenvolvimento de sistemas orgânicos

de produção o que tem ocasionado o aumento da procura.

A compostagem se apresenta como técnica de transformação do RRB em

adubo orgânico, que é utilizado pelos agricultores como fertilizante para nutrição das

plantas (MATOS, 2005; VERGNOUX et al. 2009)

O processo de transformação do material orgânico é semelhante ao que

ocorre no ambiente natural, a diferença é que na compostagem são oferecidas

condições adequadas para acelerar o período de decomposição dos resíduos

(JARDIM et. al., 1995; PEREIRA NETO, 1996; KIEHL, 1998; FERNANDES; SILVA,

1999).A compostagem é uma das alternativas para o saneamento eficaz,

transformando resíduos orgânicos potencialmente poluidores em adubo humificado,

através de duas fases distintas: a primeira, quando ocorrem as reações bioquímicas

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de oxidação mais intensas; e a segunda, quando ocorre o processo de humificação-

fase de maturação (VERAS e POVINELLI, 2004).

3.2.3 Efluentes líquidos

De acordo com Scarassati et al., (2003), estima-se que no abate de bovino

são despejados cerca de 2.500 litros de água por cabeça, distribuídos em 900 litros

na sala de matança; 1.000 litros nas demais dependências como bucharia, triparia e

sanitários, 600 litros nos anexos externos como pátios e currais, incluindo a lavagem

de caminhões, ou seja, as indústrias utilizam uma grande quantidade de

efluentesaltamente putrescíveis levando ao estado séptico rapidamente

Nunes (2004), afirma que o conhecimento prévio das características das

águas residuais, é essencial para projetar o sistema de tratamento deefluente

industrial.

As águas residuais apresentam em sua composição uma

elevadaconcentração de substâncias químicas, flutuações de pH em função do uso

de agentes de limpeza tais como: ácidos e básicos,conteúdos de nitrogênio, fósforo,

sal, teores significativos de sais de cura, compostos aromáticos (no caso de

processos de defumação de produtos de carne); flutuação de temperatura e

concentração de diversos outros sólidos em suspensão, provenientes do processo

de abate, lavagens de pisos e equipamentos (BARROS et al., 2002). Como afirma

(Teixeira, 2006, p. 22):

O sangue não coletado, gordura solubilizada, urina e fezes são as fontes primárias de DBO nos efluentes das indústrias frigoríficas. A eficiência da separação de gordura e remoção de fezes do resíduo é um importante fator para a determinação da DBO nestes efluentes, já que tais componentes podem ser tratados separadamente como resíduos sólidos ou transformados em produtos secundários.

É grande a concentração de nitrogênio, aproximadamente 30 g/litros e de

Demanda Química de Oxigênio-DQO, em torno de 400g/litros, sendo considerada a

mais alta entre o efluente líquido gerado no processamento de carne (VILAS BOAS

et. al., 2001; PACHECO, 2008).

Portanto, o tratamento aplicável às águas residuais possibilita à indústria

frigorífica o combate aos vetores de doenças causados pelas substâncias químicas

lançadas nos corpos d’água, e elaboração de ações sustentáveis e o

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cumprimento/adequação aos padrões previstos na Resolução n.º 357 de 17 de

Março de 2005 e n.º 359 de 29 de Abril de 2005 do Conselho Nacional de Meio

Ambiente-CONAMA, que trata dos limites das concentrações nos efluentes e nos

corpos receptores em funçãode sua classe.

Diversos sistemas vêm sendo aplicados pelas indústrias para o tratamento e

destinação mais adequada dos resíduos, cabendo para tanto, análise detalhada do

fluxograma de produção, identificação dos pontos de atenção para produção de

resíduos, elaboração deprocedimentos apropriados com a realidade da indústria e

definição da melhor forma de manejo (ROSCOE et al. 2006).

A escolha do método ficará a cargo do frigorífico que deverá analisar os

custos de execução, capacidade total da área utilizada, alcance dos objetivos

propostos no plano ambiental e análise do ciclo de vida do sistema de tratamento

que será utilizado. Ribeiro (2006, p. 52), afirma que, “os custos ambientais devem

compreender todos aqueles relacionados, diretamente ou indiretamente, com a

proteção do meio ambiente”.

Segundo Scarassati et al., (2003), em relação ao tratamento de efluentes são

aplicados processos biológicos, precedidos de operações de pré-tratamento, que

são fundamentais na remoção dos sólidos em suspensão. De acordo com Dornelles

(2009, p. 34), os processos biológicos são:

Oxidação Biológica-aeróbia (Processos de lodos ativados, filtros biológicos, entre outros) ou anaeróbia (reatores anaeróbios de fluxos ascendente, lagoas anaeróbias, filtros anaeróbios, entre outros). Digestão do lodo: aeróbia e anaeróbia (Fossa séptica). Outros processos constituem novas tecnologias, podendo citar: filtração rápida, adsorção, eletrodiálise, troca iônica, osmose inversa. A limitação da escolha do processo ficará por conta da disponibilidade da área, custos de construção, operação e padrões de lançamentos previstos.

O processo biológico que é baseado no uso de micro-organismos vemsendo

utilizados com êxito pelas indústrias na remoção de uma série de compostos

químicos provenientes do processo de abate (GINORIS, 2006).

3.2.4 Sistema de Lodos Ativados

É um sistema bastante utilizado nas indústrias frigoríficas, é composto por

duas etapas de processamento do efluente: a conversão das substâncias químicas

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em um reator biológico e a separação dos sólidos biológicos formado pelos micro-

organismos e material inerte presente na etapa anterior. A segunda etapa ocorre

pela ação da gravidade em um decantador (VON SPERLING, 2002).

Atualmente o sistema de lodo ativado é consideradotecnologia de tratamento

biológico mais utilizado em nível mundial para o tratamento de águas residuais, uma

vez que permitem remover com elevada eficiência, uma variedade de compostos

orgânicos e inorgânicos (GINORIS, 2006).

3.2.5Lagoas de Maturação

As lagoas de maturação têm como função a remoção de microrganismos

patogênicos. Nelas predominam as condições ambientais adversas para bactérias

patogênicas, como radiação ultravioleta, elevado pH, aumento da concentração de

oxigênio dissolvido-OD, temperatura mais baixa comparadas com o corpo humano

eausência de nutrientes. As lagoas dematuração são consideradas como pós-

tratamento e não objetivam a remoção do DBO, sendo usualmente projetadas em

série, ou como lagoa única. Apresentam elevada eficiência na remoção de

coliformes (PARDI et al., 2006).

De acordo com Von Sperling (1996), o método utilizado no tratamento das

águas residuais pode variar de empresa para empresa, mas osistema de tratamento

dos resíduos líquidos é padronizado.

O sistema de tratamento se inicia com a separação dos efluentes em duas

linhas principais: a linha “verde”, que recebe principalmente os efluentes gerados na

recepção dos animais, áreas de lavagem dos caminhões, bucharia e triparia. E linha

“vermelha”, cujos contribuintes principais são os efluentes gerados no abate, no

processamento da carne e das vísceras, incluindo as operações de desossa, cortes

e graxaria, caso ocorram na unidade industrial (NARDI et al., 2005).

Segundo Giordano (1999), os tratamentos aplicáveisnos efluentes são

classificados por quatro níveis:

a) Tratamento preliminar: aplicado para a remoção de sólidos sedimentáveis e

grosseiros(areia, terra, carvão, pó de pedra e similares), por meio de peneiras

com diâmetros superiores a 1 mm (plásticos, fios e similares). Entretanto, os

sólidos com diâmetros superiores a 10 mm também podem ser removidos em

grades. Este mesmo nível engloba também a remoção por diferença de

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densidade dos óleos e graxas livres em separadores de água e óleo (EPA,

2002).

b) Tratamento primário: destina-se à remoção de sólidos por sedimentação ou

flotação (utilizando-se sedimentadores ou flotadores), ou pela associação de

coagulação e floculação química (clarificação físico-química para a remoção de

matéria orgânica coloidal ou óleos e gorduras emulsionados). Apresentando

como possibilidade a remoção de componentes tóxicos tais como:detergentes

e corantes, material orgânico (gorduras) e metais pesados (dissolvidos). “O

tratamento primário é realizado para a linha verde e para a linha vermelha,

separadamente” (DORNELLES, 2009, p. 35).

Os principais constituintes dos efluentes do processamento de carnes são

primariamente gorduras e proteínas presentes tanto na forma particulada quanto

dissolvida. O peneiramento dos efluentes é geralmente realizado na maioria das

instalações a fim de reduzir a concentração de material particulado antes do pré-

tratamento efetivo (EPA, 2002).

c) Tratamento secundário: Aplicado para a remoção de sólidos coloidais,

dissolvidos e emulsionados. Nesta etapa, sãoutilizadas as lagoas de

estabilização (anaeróbias), com a aplicação deprocessos biológicos podendo

citar as lagoas anaeróbias, processos de contato, filtros e digestores

anaeróbios de fluxo ascendente (DORNELLES, 2009).

d) Tratamento terciário: destina-se à melhoria da qualidade dos efluentes tratados

pelas remoções de cor residual; turbidez (remoção de colóides, metais

pesados, nitrogênio, fósforo, compostos orgânicos refratários aos níveis de

tratamento anteriores), e desinfecção do efluente tratado.

Nesta etapa, podem ser utilizados sistemas associados de nitrificação-

desnitrificação, filtros, sistemas biológicos ou físico-químicos, tais como: o uso de

coagulantes para a remoção de fósforo.

Quando há graxaria anexa na indústria, é aplicado tratamento primário

individualizado, para que em seguida ocorra a mistura dos efluentes primários no

tanque de equalização da indústria (DORNELLES, 2009).

VonSperling (2005), afirma que a autodepuração da água tem como

objetivo o restabelecimento do equilíbrio no meio aquático por métodos

essencialmente naturais, após as alterações induzidas pelos despejos de resíduos.

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O tratamento dos resíduos líquidos auxilia na recuperação das áreas em que

estas indústrias desenvolvem suas atividades de produção, através da criação de

ações voltadas ao tratamento das águas residuais e remoção da matéria orgânica

para posterior destinação.

Para Castro (2011), afirma que os ciclos PDCA aplicados no tratamento de

efluentes vêm sendo utilizadoem diferentes processos, inclusive os que estão

relacionados à reutilização deresíduos (FORNARI JR., 2010), para a redução do

consumo de água (PIECHNICKI et al., 2011), epara tratamento de esgoto sanitário

(SARTORATO et al., 2001).

Conforme descrito no referencial teórico a gestão no tratamento de resíduos e

destinação de subprodutos é importante para a melhoria e manutenção do meio

ambiente e da população. Neste presente trabalho, foram estabelecidos matérias e

métodos para a coleta de análise dos dados obtidos com aplicação da pesquisa que

serão apresentados no próximo capítulo.

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4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE PESQUISA

O presente trabalhofoi conduzido denaturezaqualitativa, e visou analisar e

descrever os fatos que estão sendo estudados, obtendo uma visão geral (GODOY,

1995). No desenvolvimento do trabalho foi utilizada a abordagem exploratória

utilizado para descrever uma intervenção nocontexto da vida real em que o fato

ocorre (Yin, 2005).

Quanto aos meios de investigação, trata-se de um levantamento bibliográfico,

documental eestudo de casos múltiplos (VERGARA, 2005). O estudo de caso é a

análise aprofundada de uma ou mais unidades no caso deste estudo as (indústrias),

que permite o seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 1996; BERTO; NAKANO,

2000), visando estimular a compreensão e sugerir hipóteses.

4.1.1 Instrumentos e procedimentos para coleta de dados

Para a realização dacoleta de dados, a pesquisa foi dividida em três etapas:

Etapa1 - Levantamento junto ao escritório regional da Agência Estadual de

Defesa Agropecuária do Estado da Bahia-ADAB, para avaliar a lista dasindústrias de

carnes e derivados (que realizam preparo de subprodutos não comestíveis) e

frigoríficos(que realizam o abate e possuem graxaria em anexo),localizados na

Bahia.Posteriormente, houve o envio de seis ofícios para os frigoríficos de carne

bovina, solicitando a autorização da pesquisa no período de 2014 a 2015, porém,

apenas três frigoríficos autorizaram.

Foi utilizada a técnica de coletade dados primários (questionários aplicados

aosfuncionáriose gestores e entrevista somente aos gestores), esecundários

(levantamento de documentos institucionais: certificações ambientais, plano

ambiental, livros de registro de não conformidades, planos de ações corretivas,

projetos ambientais futuros, selo de inspeção nos âmbitos: Federal, Estadual e

Municipal).

De acordo com Mattar (2005), dados primários são aqueles que ainda não

foram coletados. Eles são pesquisados com o objetivo de atender às necessidades

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específicas da pesquisa em andamento. Em relação aos dados secundários, estes

são dados existentes na própria empresa, ou provenientes de trabalhos publicados

em livros, jornais, revistas, artigos, entreoutros.

Etapa 02 - Utilizou-se do software Bio Estat versão 5.0, para determinar a

amostra estratificada dos indivíduos que responderam ao questionário, foi obtido

uma amostra de 31 funcionários do total de 46.

Foiaplicadoum questionáriocom06 perguntas aos funcionários dos setores de

graxaria e estações de tratamento, que avaliaram os benefícios ocorridos após a

implementação da gestão ambiental (Apêndice B). O questionário utilizado no

referido estudo foi estruturado considerando quatroconceitos avaliativos, sendo

estes: imprescindível (4), importante (3), pouco importante (2), sem nenhuma

importância (1). No caso da variável ser deixada em branco para critério de análise

estatística, foi considerado a nota (0), que na análise será tratado como não

apresentado. Através dessa pontuação foi possível chegar a um grau de satisfação

(MAFRA; 1999).

Aos gestores dos frigoríficos foram aplicados questionários com 16 perguntas

contendo questõesabertas (Apêndice C) e entrevistassemiestruturadas com 05

perguntas (Apêndice D), realizadasindividualmente em datas pré-agendadas com

auxílio de um gravador portátil, comtemplando questões relacionadas ao tema

abordado no referencial teórico.

Conforme afirma Yin (2005), a entrevista é uma das mais importantes fontes

de informações para um estudo de caso (...). Pois o entrevistado pode explicitar de

maneira ampla seu posicionamento, análises e reflexões (CORTES, 2012).

Etapa 03 - Foram realizadas visitas in loco nos locais pesquisados com a

análise por meio de observações não participativas ecom o registro em um diário de

pesquisa de todas as atividades referentes à gestão no tratamento de resíduos e

destinação de subprodutos. Na observação não-participativa, o pesquisador

permanece alheio à comunidade ou processo ao qual está pesquisando (GIL, 2006).

Dentre as limitações ressalta-se a proibição dos frigoríficos em registrar fotos

das Estações de Tratamento-ETE´s, graxaria e setores internos.

Após a coleta de dados, utilizou-se do método análise de conteúdo (BARDIN,

1977), queé dividido em três estágios:

a) Pré-análise: organização do material, transcrição das entrevistas incluindo as

pausas, hesitações e expressões faciais, descrição das informações obtidas

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através das visitas in loco e análise dos documentos concedidos pelas

indústrias.

b) Exploração do material: levantamento dos temas mais abordados nas

entrevistas e leitura do diário de visita.

c) Análise de conteúdo: tratamento dos dados que serão apresentados utilizando

tabelas de dupla entrada, diagrama de Pareto e em seguida a realização da

discussão dos resultados.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS FRIGORÍFICOS

Foram selecionadastrês indústrias frigoríficas de abate de bovinos situados

nos municípios de Santo Antônio de Jesus-BA e Feira de Santana-BA.Para garantir

a confidencialidade das informações coletadas e manter o anonimato dos

colaboradores que foram entrevistados, as indústrias frigoríficas participantes da

pesquisa, serão identificadas na análise como: Indústria “A”, “B” e“C”. Em relação

aos gestores entrevistados serão identificados como: “G1”, “G2” e“G3”.

4.2.1Frigorífico“A”

Classificada como Sociedade Limitada-LTDA, iniciou as atividades no ano

2001.Está localizada no distrito industrial do município de Santo Antônio de Jesus-

BA. Com aproximadamente 13 funcionários no setor de gestão ambiental, aindústria

realiza o abate de bovinos e processamento de subprodutos tais como: sebo, farinha

de osso e carne.Assistida pelo Serviço de Inspeção Estadual-SIE, são abatidos

cerca de 300animais/dia. Os pecuaristas da região conduzem o bovino vivo

parafrigorífico que realiza o abate e em seguida são devolvidos aos pecuaristas os

cortes das carnesparacomercialização. Entretanto os subprodutos são

comercializados pelo frigorífico.

4.2.2Frigorífico“B”

Classificada como Cooperativa, é composta por cinco investidores que

iniciaram as atividades de abate e processamento de subprodutos no ano de 1991, e

está localizada próxima a Rodovia BR. 101, Km 177 no município de Feira de

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Santana-BA.Assistida pelo Serviço de Inspeção Federal-SIF, a cooperativa possui

aproximadamente 15 colaboradores no setor de gestão ambiental e a indústria

realiza o abate, fabricação de produtos de carne e preparação de subprodutos não

comestíveis. São abatidos aproximadamente 300 animais/dia que são

comercializados pelo frigorífico.

4.2.3 Frigorífico “C”

Classificada como Sociedade Limitada-LTDA, iniciou suas atividades de abate

e processamento de subprodutos no ano de 2001. Localizada a seis Km do centro

do município de Feira de Santana-BA. O frigorífico é assistido pelo Serviço de

Inspeção Estadual-SIE. Possui aproximadamente18colaboradoresno setor

ambiental. São abatidos cerca de 500 animais/dia. O frigorífico também desenvolve

atividades secundária tais como: abate de equinos, ovinos, caprinos, suínos,

comércio atacadista de couros, lãs, peles e subprodutos não comestíveis de origem

animal. Com a capacidade de abrigar 2.800 bovinos, suas instalações contam com

08 currais com capacidade de 40 animais em cada um.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a avaliação dos dados decorrentes da aplicação dos questionários por

meio do diagrama de Vilfredo Pareto, verificou-se perfil dos funcionários

entrevistados nas indústrias frigoríficas “A”, “B” e “C”, bem como os resultados da

avaliação do grau de importância dos benefícios após a implementação da gestão

ambiental que são apresentados segundo uma escala de Likert de quatropontos.

Gráfico 01- Idade

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Conforme os dados apresentados no gráfico 01 eutilizando o princípio da

linha 80/20é possível afirmar que nos frigoríficos “A”, “B” e “C”,80% dos funcionários

que trabalham no setor de gestão ambiental possuem uma faixa etária de 26 a 50

anos de idade.A pesquisa também revelou que nos frigoríficos supracitados há uma

predominância de funcionários do sexo masculino correspondendo a uma totalidade

de 17 funcionários que são responsáveis pela elaboração de planos ambientais,

ações corretivas, produção de farinha de carne, osso e glicerina pelas graxarias e no

monitoramento das ETE’s.

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Gráfico 02 - Grau de instrução

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Os dados do gráfico 02 demostra, que nos frigoríficos “A”,”B” e “C”, 80% dos

funcionários do setor de gestão ambiental possuem o grau de escolaridade entre

ensino médio completo e superior completo. O requisito em optar por funcionários

com nível superior, se justifica pelo fato de que nos setores de gestão é primordial o

uso de ferramentas administrativas no desenvolvimento e elaboração dos planos

ambientais que só são possíveis com um conhecimento científico.

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Gráfico 03-Tempo de serviço na indústria

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Conforme demostrado no gráfico 03, nos frigoríficos “A”, “B” e “C”, 80% dos

funcionários que trabalham no setor de gestão ambiental possuem de 1 a 10 anos

de tempo de serviço. Acredita-se que esta continuidade de períodos esta

relacionada a implementação de políticas organizacionais voltados ao plano e

carreira dos mesmos, e que acima de 10 anos muitos funcionários optam por galgar

maiores posições no mercado de trabalho, a exemplo dos consultores ambientais.

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Tabela 01- Benefícios ocorridos após a implementação da gestão ambiental no

frigorífico “A”

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

O escore/notas da tabela 05 apresentou que os funcionários do frigorífico “A”,

avaliam como importante e imprescindível à padronização das rotinas setoriais com

uniformização da produção de acordo com suas atribuições, gerando para indústria

resultados positivos tais como: satisfação dos funcionários às atividades propostas,

melhoria nas relações interpessoais, redução dos desvios de funçõese de errosnos

processos produtivos referentes ao tratamento de resíduos e destinação de

subprodutos. A padronização possibilita à indústria informações referentes ao

desempenho operacional, utilização adequada pelos funcionários das tecnologias

adotadas, feedback do treinamento e da mão-de-obra, melhoria no nível técnico e

redução do consumo de materiais e desperdício.

VARIÁVEIS

FRIGORÍFICO A

ESCORE/ NOTAS

Imprescindível (04)

Importante (03)

Pouco importante

(02)

Sem nenhuma

importância (01)

Comunicação Organizacional

03 05 01 0 2,9

Padronização das Rotinas Setoriais

05 03 01 0 3,1

Plano de Carreira

04

05

0

0

3,1

Treinamento e Desenvolvimento dos Funcionários

04 04 01 0 3,0

Política Ambiental 04 02 02 01 2,7

Melhoria no Clima Organizacional

03 04 02 0 2,8

Condições de Trabalho: ambiente

físico, jornada e equipamentos;

03 03 02 01 2,6

Ganho de Mercado e Captação de novos

clientes 05 03 01 0 3,1

Diminuição do Consumo de água.

Energia 02 04 03 0 2,2

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39

Entretanto, no frigorífico “A” o escore apontou uma avaliação de 2,6 na

variável decondições de trabalho: ambiente físico, jornada e equipamentos. Na

concepção dosfuncionários, este segmento é de responsabilidade exclusivamente

do setor de RH, porém a gestão é responsável pelas condições físicas e pela saúde

ocupacional do trabalhador, devendo a mesma elaborar políticas internas que

possibilitem o desenvolvimento deste segmento e a promoção da saúde coletiva dos

funcionários.

A diminuição do consumo de água e energia elétrica apresentou um escore

de 2,2 uma variável bastante importante na gestão ambiental e que para os

funcionários não está intimamente ligada ao modelo administrativo adotado. Neste

sentido, o frigorífico precisa rever os processos de treinamento voltados àeducação

ambiental. A racionalização e o uso consciente dos recursos naturais é uma

premissa da gestão ambiental, a adoção de tecnologias voltadas ao tratamento de

efluentes e a utilização de águas de reuso está sendo adotada por diversas

indústrias, que desejam reduzir o passivo ambiental e os custos de produção.

Contudo, estas ações ambientais possuem como pré-requisito a aplicação do

treinamento ambiental que é caracterizado como um processo de aprendizagem e

conscientização as novas atividades propostas e ao plano ambiental adotado pela

indústria.

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40

Tabela 02- Benefícios ocorridos após a implementação da gestão ambiental no

frigorífico “B”

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Com um escore de 4,1 os funcionários do frigorífico “B”, avaliarama melhoria

nacomunicação organizacional como benefícios advindos do modelo gerencial

adotado. A comunicação é um elemento essencial nas organizações que desejam

implementar uma cultura voltada à coparticipação dos funcionários nos processos

decisórios, ela é caracterizada como uma ferramenta estratégica que coincide

interesses à medida que distribui valores, promove o diálogo nos setores, troca de

informações, relatos de experiências e a sinergia nosníveis organizacionais, além de

consolidar o relacionamento da indústria com o público externo levando ao

conhecimento dos mesmos as políticas adotadas.

As organizações devem investir na comunicação interna a partir do

desenvolvimento depolíticas de gestão que reconhecem nas pessoas componentes

fundamentais para a consolidação de uma dinâmica organizacional respaldada pelos

VARIÁVEIS

FRIGORÍFICO B

ESCORE/ NOTAS

Imprescindível

(04)

Importante

(03)

Pouco

importante (02)

Sem nenhuma

importância (01)

Comunicação Organizacional

06

05

01

0

4,1

Padronização das Rotinas Setoriais

04

06

02

0

3,8

Plano de Carreira

04

08

0

0

4,0

Treinamento e Desenvolvimento dos Funcionários

05

06

01

0

4,0

Política Ambiental

07

04

02

0

4,4

Melhoria no Clima Organizacional

08

04

0

0

4,4

Condições de Trabalho: ambiente

físico, jornada e equipamentos.

05

04

01

02

3,6

Ganho de Mercado e Captação de novos

clientes

06

03

02

01

3,8

Diminuição do Consumo de água.

Energia

04

07

01

0

4,0

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41

valores de cooperação, proteção ambiental, solidariedade, confiança e ética

(OLIVEIRA, 2003).

Com um escore de 4,4 na variável de melhoria no clima organizacional, os

funcionários do frigorífico “B” avaliaram que estão satisfeitos com o modelo gerencial

e os programas de política salarial. Comparando os resultados com a avaliação do

frigorífico “A”, que possui um escore de 2,8 na variável do clima organizacional,

resultantes da ausência no desenvolvimentode pesquisas e indicadores. É papel do

RH com os demais setores investigar os pontos positivos e negativos presentes no

ambiente de trabalho, o aspecto de motivação dos funcionários está intimamente

ligado ao clima em que o mesmo está submetido, a falta de produtividade, conflitos

de valores e as doenças psicossomáticas são alguns dos efeitos causados pelo

clima organizacional negativo As pesquisas de satisfação são elementos

estratégicos para as organizações que desejam aprimorar os seus processos

produtivos e as políticas de crescimento profissional, integração e reconhecimento

financeiro.

Na tabela 05 do frigorífico “A”, o escore apresentou uma avaliação inferior nas

variáveis de comunicação organizacional, política ambiental e condições de trabalho

que são também fatores preponderantes, a ausência de políticas de valorização do

capital humano no frigorífico “A” refletenegativamente na avaliação das variáveis.

Entretanto, no frigorífico “B” na tabela 06, estas variáveis supracitadas possuem

avaliaçõespositivas, pois o processo de implementação da gestão ambiental,

alcançou o fator humano com a inserção de políticas/ações de valorização do capital

intelectual, desenvolvimento contínuo, melhoria na comunicação e o treinamento

ambiental.

O clima organizacional é um diferencial competitivo que as empresas

necessitam valorizar para que possam competir adequadamente no mercado e

gerarem satisfação interna (BALDOCCI, 2007).

Os funcionários do frigorífico “A” e “B”, não consideram como importante e

imprescindível as condições de trabalho como: ambiente físico, jornada e

equipamentos. A gestão ambiental abrangeas questões relativas ao ambiente físico

com estruturas que possibilitem a promoção da saúde do trabalhador com bancadas

e mesas ajustáveis, equipamentos de proteção individual-EPI, remuneração

incluindo salubridade, periculosidade (nos casos que houver necessidade) e

ginástica laboral, bem comoo desenvolvimento de um ambiente social favorável à

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criatividade e capacidade de inovação, identificação do cargo pretendido com o perfil

do funcionário e o reconhecimento da qualificação multifuncional.

Tabela 03-Benefícios ocorridos após a implementação da gestão ambiental no

frigorífico “C”

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

No frigorífico “C” com um escore de 3,8 os funcionários avaliaram a

diminuição do consumo de água e energia, como benefícios advindos da

implementação da gestão ambiental. A gestão possibilita a indústria aplicar sistemas

de tratamento de efluentes de acordo com os recursos financeiros disponíveis, e

com a capacidade da área disponível e em consonância com os objetivos

estabelecidos no plano ambiental que deve estar amparados na legislação vigente.

A opção pelo reuso da água visa, principalmente, garantir o atendimento às

demandas exigidas para o desenvolvimento das diversas atividades humanas,

possibilitando desta forma, que as aspirações por uma melhor qualidade de vida

possam ser atingidas (MIERZWA, 2000).

VARIÁVEIS

FRIGORÍFICO C

ESCORE/ NOTAS

Imprescindível (04)

Importante (03)

Pouco

importante (02)

Sem nenhuma

importância (01)

Comunicação Organizacional

03

06

01

0

3,2

Padronização das Rotinas Setoriais

05

03

02

0

3,3

Plano de Carreira

04

06

0

0

3,4

Treinamento e Desenvolvimento dos Funcionários

05

04

01

0

3,4

Política Ambiental

04

05

01

0

3,3

Melhoria no Clima Organizacional

03

06

01

0

3,2

Condições de Trabalho: ambiente

físico, jornada e equipamentos

05

03

01

0

3,1

Ganho de Mercado e Captação de novos

clientes

04

04

01

01

3,1

Diminuição do Consumo de água.

Energia

09

0

01

0

3,8

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No frigorífico “A” os funcionários não associam a diminuição do consumo de

água com a gestão adotada, esta avaliação está relacionada à deficiência no

treinamento ambiental e na comunicação organizacional. Visto que, o treinamento é

um processo de aprendizagem e mudanças de conceitos, em que o trabalho

mecanicista e substituído por uma visão crítica do “por que” de determinadas

condutas e planos ambientais estabelecidos. Quando comparado ao frigorífico “B”

com um escore 4,0 e no frigorífico “C” com escore de 3,8 em que os funcionários

atribuem que o modelo gerencial adotadopossibilitaà redução do volume de água

utilizado no abate, e percebido a importância do treinamento e da comunicação no

processo de conscientização ambiental dos funcionários que na avaliação do

frigorífico “B” e “C” possuem um escore elevado.

Por meio do treinamento ambiental, os funcionários tornam-se mais

conscientes das necessidades de melhoria da qualidade ambiental, mostrando-se

mais receptivos às mudanças advindas da interiorização da dimensão ambiental e,

consequentemente, passam a compreender a importância de agir proativamente

(PERRON, CÔTE e DUFFY, 2006).

Os escores dos frigoríficos “A”, “B”, “C” na variável plano e carreira,

demostrou que as indústrias têm desenvolvidos planos de remuneração como

alternativa para manter os funcionários nas organizações, pois quando um

funcionário resolve sair do emprego ele lava consigo uma gama de habilidades e

experiências (capital intelectual), que podem ser utilizadas

estrategicamentepelasindústrias concorrentes para o ganho de mercado.

De acordo com Kahale (2011), a possibilidade de crescimento profissional e

da questão salarial é importante para a motivação, pois está ligada diretamente à

satisfação das necessidades básicas do funcionário.

É crescente o reconhecimento conquistado pelas empresas que se

comprometem publicamente com a adoção de posturas socialmente responsáveis,

baseada nos princípios de ética e de transparência e no aprimoramento permanente

de todas as suas relações. Assim, a política ambiental está se tornando um

parâmetro norteador da gestão ambiental, voltada para o sucesso dos negócios de

modo articulado, com a promoção do desenvolvimento sustentável, da preservação

ambiental e da justiça social no país (GRAJEW, 2005).

Os escores dos frigoríficos “A”, “B” e “C” apontaram que os funcionários não

consideram as condições de trabalho como: ambiente físico, jornada e

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equipamentos como benefícios advindos da implementação da gestão ambiental,

para eles a gestão abrange apenas as políticas ambientais. Esta avaliaçãoé

justificada, pelo fato de que no processo de implementação da gestãomuitas

indústriasfocamapenas no contexto ambiental com a elaboração de metas, planos,

projetos e objetivos específicos. Entretanto, a gestãotrabalha de forma coordenada

com o setor de RH, que é responsável por elaborar políticas que favoreçam a

melhoria na qualidade de vida dos trabalhadorescom investimentosem instalações

adequadas que favoreçam o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação-BPF´s.

Conforme observados nas visitas in loco, nos frigoríficosexiste uma

predominância de jornadas intensas, que são responsáveis pelo aparecimento de

lesões repetitivas causadas pela força excessiva dos membros superiores e com

alta repetitividade com o mesmo padrão de movimento e de posturas inadequadas

assumidas por erros de método de trabalho, o quetêm impactado diretamente na

saúde coletiva dos funcionários (principalmente os que estão nas áreas de corte),

ocasionando o aparecimento de doenças como: Ler Dort e síndrome do túnel do

carpo. A adoção dereversamento de turnos é importante, para a melhoria da

qualidade de vida dos funcionários e para a redução dos índices de afastamentos

médicos.

Tabela 04 - Certificação da NBR ISO 14.001

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Os frigoríficos “A”, “B” e “C” possuem no seu ambiente interno o setor de

gestão ambiental que abrange todas as estruturas setoriais e determinam uma série

de procedimentos: como planejar as políticas ambientais, desenvolver projetos de

redução dos índices de poluição e reaproveitamento dos resíduos. Entretanto, os

frigoríficosnão possuem a certificação ambiental da ISO 14.001, que reconhece as

ações ambientais das indústrias em sua estrutura organizacional.

A certificação abrange todas as questões organizacionais, no setor de RH.

Ela é responsável em desenvolver uma cultura voltada ao treinamento e

FRIGORÍFICO SIM NÃO

A X

B X

C X

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desenvolvimento dos funcionários com a identificação de habilidades e

competências especificas e o aproveitamento estratégico nos setores; elaboração de

planos de carreira, melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores com a

valorização do capital intelectual dos funcionários e da sua força de trabalho, bem

como uma mudança na cultura organizacional, melhores condições de trabalho e

educação ambiental continuada. Para Pádua e Tabanez (1998), a educação

ambiental propicia o aumento de conhecimentos, mudança de valores e

aperfeiçoamento de habilidades, condiçõesbásica para estimular maior integração e

harmonia dos indivíduos com o meio ambiente. .

Nos setores administrativos e diretoria, a NBR propicia a valorização de novas

ideías que favoreçam o crescimento da organização, cooparticipação dos

funcionários na elaboração de planos, metas e objetivos, descentralização

hierárquica, melhoria na comunicação e nas relações interpessoais.

Na produção, com o aperfeiçoamento nos processos operacionais, adoção de

tecnologias limpas, convênios e parcerias com cooperativas de reciclagem, uso da

logística reversa, reaproveitamento dos resíduos seja no ambiente interno ou na

comercialização dos mesmos e avaliação periódica do processo produtivo, que se

caracteriza pela busca por procedimentos e padrões comportamentais menos

nocivosao meio ambiente. Na visão ambiental sistêmica, o aproveitamento máximo

dos recursos naturais proporciona a criação de um ecossistema industrial, no qual

as sobras de uma indústriapodem ser matérias-primas para ela própria ou para

outras (ROMM, 1996).

A NBR disponibiliza um conjunto de ferramentas capazes de estabelecer

mudanças por meio de mecanismos e técnicas ordenadas (RIDGWAY, 1999) que é

essencial para melhorar o desempenho e auxiliar na identificação e gerenciamento

de obrigações e riscos ambientais (EPSTEIN e ROY, 1998). Além disto, A NBRé

fundamentada em análise de sistemas e planejamento, responsabilidade

organizacional e controles gerenciais que pode apresentar maior grau de pró-

atividade junto aos stakeholders (KLASSEN, 2001) e que pode ser uma ferramenta

para compensar custos de melhoria de impactos ambientais e eliminar o trade-off

entre ser competitivo ou apenas cumprir obrigações legais (PORTER e VAN DER

LINDE, 1995).

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Tabela 05 - Programa de auditoria interna no setor de gestão ambiental

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Nos frigoríficos “A” e “C”, os setores de auditoria possuem uma equipe de

profissionais especializados em gestão ambiental querealizam verificações e

acompanhamentos diários dos processos de tratamento dos resíduos e destinação

de subprodutos. Já, no frigorífico “B” a auditoria interna é realizada pelos

profissionais do setor de qualidade, que realizam a verificação e acompanhamento

das atividades em diversos setores, o monitoramento da graxaria e ETE´s ocorre

uma vez na semana o que tem comprometido a elaboração dos planos corretivos.

De acordo com Seifert (2007), os responsáveis da área de qualidade não têm

conhecimento e autonomia para assumir a responsabilidade por ações corretivas

associadas ao setor de gestão ambiental, sendo necessário o apoio específico de

um técnico ambiental para a elaboração das ações. Os setores de auditoria das

indústrias podem utilizar as ferramentas de gestão da qualidade na identificação das

possíveis não conformidades, porém o acompanhamento e elaboração dos planos

devem ser realizados por profissionais especializados em meio ambiente.

Tabela 06 – Redução de custos gerados pela gestão ambiental

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Conforme os dados apresentados, para a indústria “A”, houve uma

diminuiçãoda substituição de equipamentos e do volume de água. A substituição das

tecnologias limpas é um dos objetivos da gestão ambiental que são caracterizadas

FRIGORÍFICO SETORES

A Graxaria, ETE’s e abate.

B Graxaria e ETE’s.

C Gestão de qualidade, graxaria, ETE’s e administrativo.

VARIÁVEIS A B C

Custos de Produção X X

Impactos ambientais X

Substituição Progressiva de Equipamentos e Máquinas por tecnologias limpas

X X

Redução do Volume de água X X X

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por reunir modelos, métodos e ferramentas que auxiliem o gerenciamento ambiental.

Estes métodos poderão ser escolhidos de acordo com o problema específico da

indústria, não dependendo do seu tamanho, e são aplicáveis a qualquer atividade

industrial, comercial ou de serviços. Assim, as metas ambientais, econômicas e

tecnológicas desenvolvidas são priorizadas de acordo com cada situação, visando à

melhoria contínua (SHENINI; 1999).

A indústria “B” informou que com a gestão ambiental houve uma redução nos

custos de produção e na indústria “C”, houve redução significativa em todas as

variáveis apresentadas. Para Misra (1996), as tecnologias limpas são processos de

manufatura que permitem a redução da quantidade de efluentes, que poluem o meio

ambiente e a realização do uso mais racional para matérias-primas e energia,

conseguindo custos mais razoáveis.

Tabela 07 - Matéria-prima produzida pela graxaria

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Todas as indústrias “A”, “B” e “C” possuem no seu ambiente interno a

graxaria, que éuma fonte de lucrona comercialização das matérias-primas

produzidas.

De acordo com Eyng et al. (2012), as farinhas de origem animal têm sido

muito utilizadas em rações para aves, sendo uma forma de transformar os

subprodutos da indústria de abate, em matérias-primas de grande qualidade para as

indústrias de rações.A procura da farinha pelas indústrias avícolas se justifica pelos

baixos preços e por serem fontes de nutrientes, para as indústrias frigoríficas de

carne bovina a produção da farinha é fonte de lucro e a conquista de novos

mercados.

A farinha de carne, resultante do processamento de resíduos não utilizados

para consumo (despojos de carne, vísceras, órgãos e ossos), é um suprimento

alimentar rico em nutrientes, constituído de proteínas de alto valor biológico, sais

FRIGORÍFICO MATÉRIA-PRIMA

A Farinha de carne, sebo e osso

B Farinha de carne e farinha de osso

C Gordura animal, óleo, farinha de carne, farinha de osso

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minerais e vitaminas do complexo B. A farinha é considerada um ingrediente

nutricional primordial na elaboração de ração para animais domésticos,

movimentando atualmente um crescente mercado (OCKERMAN; HANSEN, 1994;

PRICE; SCHWEIGERT, 1994; ANDRIGUETTO et al., 1999).

Na indústria “C”, entre as matérias-primas produzidas pela graxaria estão:

óleo e a gordura animal que é comercializada para as indústrias que produzem

sabãoo que tem ocasionado à prospecção de novos clientes, posicionamento no

mercado regional e aumento do lucro.

Tabela 08 - Reaproveitamento do calor das caldeiras na geração de energiaelétrica

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

As indústrias “A”, “B” e “C” não reaproveitam o calor da caldeira na geração

de energia elétrica. Entretanto, na indústria “A”, reutiliza o calor da caldeira para

gerar aquecimento e vapor nos setores de abate e graxaria o que tem resultado na

diminuição de madeiras, e na adoção de práticas de logística reversao quetem

refletido em uma nova postura voltada à conscientização ecológica dos recursos

naturais. Entretanto, a indústria supracitada pode aplicar biodigestores para a

geração de energia elétrica, o que irá diminuir consideravelmente os custos fixos.

Ribeiro e Morelli (2009), afirmam que os processos de reutilização e

reaproveitamento de resíduos como estes economizam recursos naturais e reduzem

os impactos ambientais ao serem utilizados em seu processo produtivo, quando

comparados aos processos que utilizam a madeira na geração de energia, calor e

vapor das caldeiras.

FRIGORÍFICO SIM NÃO

A X

B X

C X

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Tabela 09 - Desenvolvimento de projetos de reflorestamento como alternativa de mitigação dos impactos causados pelo uso de lenha nas caldeiras

FONTE: Pesquisa de campo(2014-2015).

Conforme os dados apresentados no quadro acima, os frigoríficos “A” e “B”,

não possuem projetos de reflorestamento como alternativa de minimização dos

impactos ambientais causados pelas caldeiras. Contudo, as indústriasadquirem

lenha de fornecedores credenciados e autorizados pelo IBAMA. A indústria “C”

possui um projeto de reflorestamento com mudas de eucalipto (situado próximo ao

local).

A gestão ambiental abrange a adoção da produção mais limpaque tem

opotencial de contribuir para o alcance de objetivos alinhados com as preocupações

ambientais.

A produção mais limpa é uma metodologia pela qual as organizações possam

ser mais sustentáveis em seu processo produtivo, produzindo de forma a eliminar ou

minimizar a disposição de resíduos sólido, líquido ou gasoso (CALIA; GUERRINE,

2006; CETESB, 2002), atuando especificadamentena fonte geradora da poluição.

Tabela 10 - Tratamento de efluentes

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

FRIGORÍFICO SIM NÃO

A X

B X

C X

FRIGORÍFICO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

A Lagoa anaeróbia seguida por lagoa facultativa

B Sistema de lagoas aeradas de mistura completa- Lagoa

de decantação

C Sistema de lagoas aeradas de mistura completa- Lagoa

de decantação

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Na indústria “A”, é utilizado o sistema de lagoa anaeróbia seguida por lagoa

facultativa. As lagoas de estabilização são unidades especialmente construídas com

o objetivo de tratar as águas resíduarias através de processosbiológicos, isto é por

ação de microrganismos naturalmente presentes no meio. Entre as vantagens

encontradas pela implementação deste sistema destacam-se: a eficiência na

remoção de patógenos e minimização do DBO; facilidade na construção das lagoas

e na sua operacionalização, este sistema não requer o uso de equipamentos

mecânicos o que ocasiona a diminuição dos custos. Estima-se a remoção do lodo

por períodos superiores há 20 anos. Entretanto, este sistema também possui

desvantagens tais como: remoção esporádica do lodo na lagoa anaeróbia, a

simplicidade na manutenção pode resultar no descaso do monitoramento do

sistema, e em consequência disto, aumento da vegetação, possibilidade de maus

odores e afastamento das regiões circunvizinhas e o crescimento de insetos o que

compromete a qualidade ambiental da região.

Entretanto, as indústrias “B” e “C”, utilizam o sistema de lagoa aerada de

mistura completa seguida por lagoas de decantação. Nesta lagoa a energia

introduzida por unidade de volume é elevada, o que faz com que os sólidos

(principalmente a biomassa), permaneçam dispersos no meio líquido ou em mistura

completa. Entre as vantagens do sistema de lagoa aerada, destacam-se: facilidade

na construção e manutenção, maior dependência das condições climáticas e o

alcance dos objetivos ambientais proposto no PA e redução de maus odores.

Contudo, um dos pontos negativos da implementação deste sistema é a utilização

de equipamentos mecânicos o que aumenta significativamente os custos com

energia elétrica, baixa eficiência na remoção de coliformes e o preenchimento das

lagoas de decantação por períodos de 2 a 5 anos requerendo do setor de gestão

investimentos na manutenção destas lagoas.

A maior concentração de bactérias no meio líquido aumenta a eficiência do

sistema na remoção da DBO, o que permite que a lagoa tenha um volume inferior ao

de uma lagoa aerada facultativa. Contudo, o efluente contém elevados teores de

sólidos (bactérias), que necessitam ser removidas pela lagoa de decantação antes

do lançamento no corpo receptor (SPERLING, 2002).

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5.1 ENTREVISTAS AOS GESTORES

Inicialmente, com os gestores, interessou-se saber se os consumidores e

fornecedores e população tem conhecimento dos projetos ambientais desenvolvidos

na indústria para o tratamento de resíduos e destinação de subprodutos. As

respostas dos três gestores foram similares como se pode ver abaixo:

Bom, o que acontece hoje, é que boa parte dos resíduos são tratados em lagoas (tratamento biológico). Nós retiramos este material de tempos em tempos a cada seis meses (mais ou menos), édivulgada a doação em nosso site do material as pessoal que tem agricultura de subsistência, fornecemos este adubo gratuitamente que é o conteúdo ruminal bovino trabalhado em bactéria (GESTOR, G1).

Não possuímos setor de marketing voltado para a divulgação de ações ambientais, mais levamos ao conhecimento da comunidade e dos clientes a política de controle de qualidade utilizada e o método de tratamento de resíduos que são as lagoas de decantação. Também enviamos para cooperativasde reciclagem matérias como: metal, papel, papelão e bombonas plásticas (GESTOR, G2).

Sim, divulgamos aos clientes e a comunidade as ações ambientais desenvolvidas e as boas práticas de fabricação. Utilizamos a internet como canal de divulgação. Possuímos no nosso ambiente interno o setor de reciclagem que é responsável pelo destino legal de matérias como: papel, plástico, vidro, pano, couro e outros. Alguns materiais também são enviados as cooperativas de reciclagem da região (GESTOR, G3).

De acordo com os depoimentos dos gestores, é possível perceber que os

frigoríficos têm desenvolvido diferentes projetosambientais voltados ao tratamento

dos resíduos. No caso do frigorífico “A”, o conteúdo ruminal bovino constitui-se um

grande problema ambiental, devido à quantidade dos resíduosgerados e a elevada

umidade do material, a transformação do conteúdo em adubo foi uma alternativa

encontrada pela indústria para a destinação ambientalmente correta. A doação

apresenta-se como alternativa de prestação de serviço social aos pequenos

agricultoresque utilizam o adubo na reposição da demanda nutricional das culturas,

além de favorecer oganho de mercado e agregação de valor a marca, ou seja, o

frigorífico passa a ser reconhecido pela responsabilidade socioambiental praticado.

Para Ottman (1994), o desenvolvimento de produtos e processos

ambientalmente sustentáveis não apenas fornece uma oportunidade para realizar o

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correto, mas também pode aumentar a imagem corporativa da marca, economizar

custos e abrir novos mercados.

Os depoimentos dos gestores “G2” e “G3” apontam para uma nova

perspectiva no desenvolvimento de parcerias com cooperativas dereciclageme

coleta seletiva de materiais como: papel, plástico e vidro. A reciclagem é definida

como um processo de reaproveitamento dos resíduos sólidos, em que os seus

componentes são separados, transformados e recuperados, envolvendo economia

de matérias-primas, energia, combate ao desperdício, redução da poluição

ambiental e valorização dos resíduos com a mudança de concepção em relação aos

mesmos (PNUD, 1998).

A parceria dos frigoríficoscom as cooperativas locais trazem inúmeros

benefícios à população, tais como: diminuição da quantidade do lixo nos aterros

sanitários, promoção da saúde coletiva e inclusão social. Para as cooperativas:

eliminação dos atravessadores, geração de emprego e renda, valorização da figura

dos catadores e integração da economia formal com a economia de mercado. Para

a indústria: geração de lucro com a comercialização dos resíduos, redução de

custos com a implementação de um setor de reciclagem no ambiente interno,

abertura de novos mercados voltados à logística reversa2e diminuição do passivo

ambiental com a redução significativa dos níveis de poluição, consumo consciente

dos recursos naturais e a economia de matéria-prima.

As ações ambientais que os frigoríficos “A”, “B” e “C” desenvolvem, estão

associadosà visão, missão e políticasambientais descritas e especificadas no

modelo de gestão adotado.

De acordo com Mcintosh (2001), ser socialmente responsável é a indústria ter

a visão de que tudo que ela faz gera uma variedade de impactos diretos e indiretos

dentro e fora dela, atingindo desde os consumidores e empregados até a

comunidade e o meio ambiente. Portanto, seus objetivos, políticas ambientais e

ações deles decorrentes, devem ser elaborados levando-se em conta esses

impactos. Uma indústria torna-se socialmente responsável quando desenvolve

programas ambientais em conformidade com a visão adotada no seu modelo

gerencial.

2 Conceitua-se como logística reversa o processo de planejamento, implementação e controle da

eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição (ROGERS E TIBBEN-LEMBKE, 2005).

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Para Lacerda (2006), a tendência é que mais indústrias se tornem

responsáveis com o meio ambiente, fazendo com que as mesmas assumam todo

ciclo de vida de seus produtos. Para isto, o desenvolvimento da logística reversa

impulsionada pelas Normas ISO 14.000 (a chamada logística verde) torna-se

importante para o alcance dos objetivos da organização.

Dando continuidade, foi questionadaaos gestores a existência do setor de

gestão de qualidade no ambiente interno da indústria, e se as ferramentas da

qualidade são aplicadas no setor de tratamento de resíduos. Eis as respostas:

Sim. Hoje nós temos uma gerente de qualidade, onde ela verifica todo o processo do início até o armazenamento. Até aí existe esse profissional especificadamente para isso. Tanto para a carcaça bovina que é de nossos clientes como a carne industrial que é aquela que não pode ser comercializada (não é de consumo humano direto), ela é processada pela indústria. A gerente também é responsável por essa carne, que nós comercializamos (GESTOR, G1).

Existe o setor de controle de qualidade que abrange o atendimento aos clientes, conformidade do produto e tratamento dos resíduos. Trabalhamos com a melhoria dos processos e a identificação de possíveis falhas ou desvios. Possuímos também o certificado de controle de qualidade da ISO 9.001 a indústria trabalha com a gestão da qualidade nos setores de resíduos com um enfoque no aumento da qualidade dos processos e procedimentos(GESTOR, G2).

Possuímos o setor de qualidade, que é responsável pela adoção de ferramentas capazes de aumentar a eficiência das atividades e identificar as falhas (GESTOR, G3).

A gestão da qualidade é caracterizada como o modo de administrar rotinas e

traçar estratégias para o ganho de mercado. Quando atrelada ao setor de gestão

ambiental ela possibilita a indústria o alcance das metas especificadas nos planos

de ação.

A utilização da gestão da qualidade no ambiente interno das indústrias tem

sido uma alternativa encontrada pela gerência para a melhoria contínua,

padronização das atividades setoriais, diminuição de desperdício de matéria-prima,

aumento da qualidade dos produtos e o desenvolvimento de uma cultura

organizacional voltada à valorização do capital intelectual.

Nos frigoríficos “A” e “B”, houve o envolvimento de todos os colaboradores na

implementação da gestão da qualidade com a elaboração de planosestratégicos

voltados aos setores de tratamento de resíduos e graxaria. Os frigoríficos também

realizaramtreinamentos voltados ao uso demetodologias da qualidade nos

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processos produtivos tais como:Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle-

APPCC, Boas Práticas de Fabricação-BPF, Análises Laboratoriais-AL, Planilhas de

Verificação-PV e certificação da ISO 9.001 (apenas o frigorífico B, realizou este

treinamento). De acordo com Senge (2000), o significado básico de uma

“organização que aprende” é ser uma organização que está continuamente

expandindo sua capacidade de recriar seu futuro.

Os frigoríficos “A”, “B” e “C”têm adotadoferramentas da gestão daqualidade

para oacompanhamento/registro das atividades nas ETE´s e graxaria com vistas à

identificação das possíveis falhas ea busca por tecnologias limpas. A metodologia

empregada nos setores de graxaria são as BPF’s, que é caracterizada como um

conjunto de procedimentos que determinam como os produtos devem ser

fabricadosseja para o abate de animaisoupara o processamento dos subprodutos

(farinha de osso e carne destinados à ração animal), com a inserção de práticas

sustentáveis que possibilitema segurança de alimentos inócuos e saudáveis

(MARTINS, 2007).

Os frigoríficos também utilizam a ferramentaAPPCC,no monitoramento e

registro em planilhas de verificação das etapas do processo de fabricação da

farinha, visando identificar possíveis contaminações dos produtos para que assim

atuem preventivamente(MARTINS, 2007), em cumprimento com a Instrução

Normativa MAPA n.º 34, de 28 de maio 2008 (IN 34/2008) que aprova o

Regulamento Técnico da Inspeção Higiênica Sanitária e Tecnológica do

Processamento de Resíduos de Animais. Define os procedimentos básicos para

fabricação de farinhas e produtos gordurosos destinados à alimentação animal,

englobando as etapas do processo de produção, quais sejam: recepção dos

resíduos animais, processamento, controle da qualidade, embalagem,

armazenamento, destinação e transporte.

A gestão da qualidade também possui uma ferramenta deanálise laboratorial

dos produtos, sejam eles para o consumo humano (cortes de carne), alimentação

animal (farinha de carne e osso) e tratamentos efluentes (reutilização das águas

residuais), em cumprimento com a Lei nº 997 de 31 de Maio de 1976, que dispõe

sobre a prevenção e controle da poluição no meio ambiente.

No frigorífico “A”, análise das águas residuais é realizada duas vezes ao ano

por um laboratório terceirizado situado na cidade de Salvador-BA. Já no frigorífico

“C”,durante o ano é recolhido três amostras de água para a avaliação.

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No setor de graxaria dos frigoríficos “A”, “B” e “C” as amostras das farinhas de

carne e osso não são enviadas aos laboratórios, é realizado apenas o

monitoramento das etapas que compõem o processo produtivo visando à

identificação de não-conformidades em relação aos procedimentos descritos nas

BPF’s.

Em relação à certificação ambiental NBR ISO 9.001, a indústria “B” possui o

selo de qualidade desde ano de 2003, representando um diferencialcompetitivo.

Segundo Ilkay e Aslan (2012), os benefícios da ISO 9.001, dividem-se em dois

grupos: Internos com o aumento da produtividade, melhoria da eficiência, redução

de custos e desperdícios, melhor controle de gestão, tarefas e responsabilidades

claramente definidas e aumento da motivação dos empregados. Quanto aos

externos: vantagem competitiva, aumento das vendas, participação de mercados e

captação de novos clientes. O frigorífico “B” utiliza também a certificação da ISO

9.001, como ferramenta estratégica de marketing levando ao conhecimento dos

consumidores e da população as práticas adotadas.

Foi questionado aos gestores dos frigoríficosse nos dois últimos anos houve

investimentos no aprimoramento da gestão da qualidade, se houve qual a finalidade

do investimento. Que responderam.

Tabela 11-Investimento no aprimoramento da gestão ambiental

FONTE: Pesquisa de campo (2014-2015).

Conforme explicitado na tabela 11, nos dois últimos anos o frigorifico têm

investido no aprimoramento da gestão da qualidade com vistas à melhoria nos

INVESTIMENTOS A B C

Aquisição de certificações ISO 9.001 e ISO 14.000

X

Capacitação de Pessoal

X

X

Marketing verde

X

Adoção de tecnologias limpas para tratamento de resíduos

X

X

X

Manutenção de equipamentos

X

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setores de gestão ambiental. O frigorífico “A”, “B”, “C” teminvestido na adoção de

tecnologias voltadas ao tratamento dos resíduos. Entretanto, faz-se necessário o

desenvolvimentode cursos para a capacitação dos funcionários quanto ao uso das

novas tecnologias. Programas de produção mais limpa só são eficazes se os

funcionários tiverem conhecimentos quanto ao manuseio das máquinas e

equipamentos adquiridos.

Apenasno frigorífico “B”, os investimentos estão relacionados à obtenção da

certificação da NBR ISO 9.001, que exige a contratação de um profissional para

realizar auditoria interna (requisitos para obtenção da certificação), elaboração de

planos estratégicos, capacitação de funcionárioscom orientações as novas

atividades setoriais, aquisição de novas tecnologias em conformidade com os

objetivos e metas propostos. Para o frigorífico “C”, a aquisição de certificações

ambientais é considerada como projeto futuro, ou seja, o setor de gestão tem

investido no aprimoramento dos funcionários com cursos de rotinas administrativas,

orientações quanto ao uso de EPI’s nos setores de graxaria, abate e resíduos.

Aos gestores foi ainda questionado, se os frigoríficos utilizam a ferramenta do

ciclo PDCA, como método de análise gerencial na identificação de não

conformidades no setor de tratamento de resíduos. O gestor do frigorífico “A”

declarou que:

Possuímos uma gerente ambiental que é responsável em estabelecer ferramentas administrativas voltadas à preservação ambiental. O ciclo PDCA, aqui é adotado nas estações de tratamento da seguinte forma:

a) Planejamento: elaboramos um plano com metas e objetivos a serem alcançados. Neste caso, a redução do volume de água nos setores de abate e reutilização das águas residuais na lavagem de pisos, caminhões e áreas externas.

b) Execução: Comunicamos e instruímos os funcionários, sobre a meta estabelecida (redução do volume de água) e sobre a nova tecnologia adotada (Tratamento de Efluentes) para que desta forma o plano ambiental seja executado com sucesso.

c) Verificação: Acompanhamos mensalmente os resultados alcançados e comparamos com a meta estabelecida pelo setor de gestão ambiental.

d) Ação: Realizamos uma avaliação critica da evolução das novas atividades ambientais (GESTOR, G1).

No frigorífico “A”, o ciclo PDCA foi aplicado no setor de gestão ambiental

possuindo como objetivo à redução do volume de água e o reaproveitamento das

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águas residuais nas áreas externas. A aplicação do ciclo no frigorífico éexplicitada

no Fluxograma 04:

Fluxograma 04 - Ciclo PDCA aplicado no frigorífico “A”

FONTE: Campos (1996), adaptado pela autora.

O Ciclo PDCA é uma ferramenta bastante utilizada pelos gestores ambientais

na identificação de erros e falhas no processo de tratamento de resíduos e

padronização das rotinas. O cumprimento das etapas que compõem o ciclo

proporciona a melhoria contínua dos processos e o desenvolvimento de uma política

de qualidade no setor ambiental.

O planejamento é considerado uma etapa bastante importante para o

alcance dos resultados almejáveis com a verificação, se o projeto elaboradoestáem

conformidade com a política ambiental adotada. De acordo com Barbieri (2006), a

política ambiental é caracterizada como uma declaração em que aindústriaapresenta

as intenções e princípios relacionados aodesempenho ambiental geral, ou seja, é o

estabelecimento da estrutura que propõe asações e definições de seus objetivos e

metas. Nesta fase, também é efetuada a definição dos aspectos ambientais.

No frigorífico “A”, as informações dos aspectos ambientais são utilizados na

elaboração de metas e objetivos propostos no plano ambiental que faz parte da

segunda etapa do ciclo ecompreende a implementação dos planos ambientais com

o estabelecimento de estruturas e orientações relativas ao funcionamento das

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máquinas e das atividades propostas. O frigorífico analisado tem utilizado o e-mail

corporativo para levar ao conhecimento dos funcionários as novas ordens

especificadas no modelo de gestão adotado e realiza o monitoramentomensal do

volume de água, os resultados são utilizados na avaliação do desempenho

ambiental e no aprimoramento das atividades.

Assumpção (2006, p. 50), afirma que a administração deve analisar

criticamente as ferramentas de gestão ambiental aplicada, “assegurando sua

conveniência, adequação e eficácia contínua. Essa análise deve abordar a eventual

necessidade dealterações na política, objetivos e outros elementos da ferramenta de

gestão ambiental”.

O reuso da água implica em um investimento inicial com aseparação, coleta,

tratamento e reutilização da água. O tratamento pode ser compensador, mais para

isto é preciso analisar caso a caso, considerando vantagens e desvantagens do

reuso potencial frente à situação atual, sempre preservando a segurança dos

produtos e consultando o órgão ambiental competente (SENAI, 2003).

No caso do frigorífico “B”, o ciclo PDCA é uma ferramenta desconhecida pelo

gestor “G2” e pelos setores qualidade. Entretanto, existe o aproveitamento das

águas residuais, conforme o depoimento explicitado:

A nossa indústria trabalha com Estação de Tratamento de Efluentes, o método aplicado são as lagoas de decantação, (contamos com três), as águas após o tratamento são usadas na lavagem dos pisose dos currais. A escolha deste processo de tratamento se justifica pelo baixo custo. Houve uma economia no consumo de água de aproximadamente 10% (são utilizados 1.400 litros de água para cada boi) (GESTOR, G2).

No frigorífico existe um plano de reaproveitamento das águas residuais,

porém na sua elaboração não foi utilizada nenhuma ferramenta da gestão da

qualidade aplicada no processo de tratamento de efluentes. Os registros são feitos

em livros específicos identificados por mês e ano corrente, as informações são

utilizadas como parâmetro no desenvolvimento de planos estratégicos.

Em relação ao frigorífico “C”, o ciclo PDCA é aplicado na identificação de

falhas nas ETE’s. De acordo com Campos (2004), a indústria deve realizar um

estudo detalhado do problema e descobrir as suas causas fundamentais. Somente

após este estudo é elaborado o planopara bloquear as causas fundamentais,

conforme explicitado no depoimento do gestor “(G3)”:

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O ciclo PDCA, além de ser adotado no processo de reaproveitamento das águas residuais é utilizado também na identificação de falhas e não conformidades no processo de tratamento de efluentes. É muito comum que as linhas verdes e vermelhas das ETE’s, apresentem defeitos, o que compromete diretamente a qualidade da água tratada, por isto, realizamos inspeções mensais e seguimos os seguintes passos:

a) PLANEJAR: Identificamos as não conformidades nas ETE’s e elaboração de um plano de ação para corretiva.

b) EXECUTAR: Realizamos o processo de correção das falhas com a substituição do equipamento que apresentou defeito.

c) CHECAR: Avaliamos se o plano de ação corretiva obteve o resultado estabelecido (melhoria da água).

d) AGIR: Nesta fase, orientamos os funcionários para a operacionalização dos equipamentos que compõem as ETE’s, isto porque quando o funcionário entende o processo o diagnostico é realizado na fase inicial, gerando uma diminuição do tempo de manutenção do equipamento e também nos custos para reparação dos danos causados. Todo processo é monitorado e registrado em arquivo específico. O monitoramento é realizado periodicamente porque reutilizamos a água na lavagem dos currais e salas, a qualidade é primordial para a realização desta atividade (GESTOR,

G3).

No frigorífico“C”, o ciclo PDCA é aplicado na identificação de possíveis falhas

nas ETE’s, as etapas do processo são explicitadas no Fluxograma 05:

Fluxograma 05 - Ciclo PDCA aplicado no frigorífico “C”

FONTE: NP EM ISO 14.001 (2004), adaptado pela autora.

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O ciclo PDCA é implementado pelas indústriasque almejam atingir suas

metas de desempenho, sinalizadas no planejamento estratégico elaborado pela

gerência. Entretanto, se a organização não tiver uma liderança capaz de gerar as

mudanças necessárias os suportes gerenciais e técnicos são desnecessários

(AGUIAR, 2006).

O ciclo deve estar sempre evoluindo, por meio da medição e observação dos

efeitos sendo que o fim de um processo é sempre o início de outro processo, dando

início a uma nova melhoria no sistema. Shiba et al. (1997), salienta que o ciclo

PDCA, simboliza o princípio da interação na resolução dos problemas, efetuando

melhorias por etapas e repetindo o ciclo periodicamente.

Nas entrevistas foi perguntado em relação ao treinamento de funcionários

para a implementação de gestão ambiental, os gestores assim revelaram:

Treinamento por consultoria, realizamos palestras, cursos mostrando a “finalidade” e o “por que” de certas atitudes relacionadas à parte ambiental que nós tomamos, e que eles têm que obedecer, os cuidados que se tem que ter, isto é passado em palestras na verdade. Palestras sobre DST, saúde e segurança no trabalho até para conscientizar as pessoas do risco, gestão da qualidade no setor ambiental. Palestras de conscientização ecológica e orientações sobre procedimentos para o tratamento de resíduos que é feito pela consultoria. São feitos eventualmente (GESTOR, G1).

O treinamento dos funcionários é realizado internamente pelos setores de recursos humanos e qualidade. São realizados mais de três cursos ao ano, onde são abordados temas como: preservação de meio ambiente, boas práticas de matança e qualidade no atendimento. Também realizamos palestras sobre diversos temas (GESTOR, G2).

O setor de recursos humanos realiza o treinamento com os funcionários, com cursos sobre atendimento, rotinas e procedimentos administrativos, preservação do meio ambiente, marketing e boas praticas de fabricação (GESTOR, G3).

Os frigoríficos que desejam resultados positivos na implementação da gestão

ambiental devem introduzir na sua política organizacional a prática do treinamento e

desenvolvimento de conhecimentos técnicos que quando aplicados corretamente

auxiliam nos relacionamentosinterpessoais dos funcionários e no envolvimento

sistêmico dos setores.

No frigorífico “A”, o treinamento dos funcionários é executado por uma

empresa de consultoria que realiza palestras e cursos com diversos temas, a

escolha foi adotada como alternativa de redução de custos, pois a contratação de

empresas terceirizadas é mais barato do que a manutenção deste setor no ambiente

interno.

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Entretanto, o treinamento por consultaria não favorece a indústria no

desenvolvimento de uma cultura organizacional voltada à fomentação da gestão do

conhecimento, isto porque não existe o desenvolvimentode habilidades e

competênciaem longo prazo, os cursos são realizados somente nas etapas iniciais e

nem sempre os assuntos abordados estão associados às ferramentas ambientais

comumente utilizadas.

O desenvolvimento objetiva o aprimoramento do funcionário, onde novas

habilidades são aprendidas “representando um conjunto de atividades e processos

cujo objetivo éexplorar o potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva do ser

humano nasorganizações.” (TACHIZAWA et. al.; 2006 p.219), ou seja, o

desenvolvimento esta voltadoà descoberta de habilidades competências e atitudes,

que favoreçam ocrescimento pessoal. Enquantoque o treinamento é caracterizado

como um processo para desenvolver e promover conhecimento, habilidade e para

atender a objetivos específicos (BOOG, 2006). Então, se o objetivo inicial da

empresa é implementar a gestão ambiental ela inicialmente realiza treinamento

(cursos) sobre o tema, mais se ela deseja desenvolver uma cultura organizacional

de aprendizagem o treinamento deve vir acompanhado do desenvolvimento(que são

palestras periódicas de aprimoramento e acompanhamentos de rotinas, após a

implementação da gestão).

Este processo quando aplicado na gestão ambiental é indissociável para o

bom funcionamento do modelo gerencial. Isto porque, os funcionários devem

participar de todos os processos de implementação.

No frigorífico “A” não existe uma integração do setor de Recursos Humanos-

RH com o setor de gestão ambiental, os cursos são escolhidos aleatoriamente não

levando em consideração a realidade da indústria.

Nos frigoríficos “B” e “C”, os treinamentos dos funcionários são desenvolvidos

por uma equipe do RH composta por profissionais formados em diversas áreas do

conhecimento, para que um curso seja aplicado os gestores realizam uma avaliação

se o tema abordado irá beneficiar o setor que receberá o treinamento e

desenvolvimento.

É papel do gestor de RH, executar um levantamento das necessidades de

treinamento e desenvolvimentonos setores que compõem a organizaçãono sentido

de identificar se aspropostas de realização dos cursos estão de acordo à

realidadede cada setor. De acordo com Ribeiro (2005), o RH além de ser

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responsável por ações como recrutamento, seleção, treinamento, planos de cargos,

salários, contratação, remuneração e questões trabalhistas, também tem uma

atuação estratégica, pois deve adotar medidas para desenvolver treinamentos,

identificar talentos e criar um ambiente de trabalho aberto a novas ideias.

Para Chiavenato (1979, p. 2005) “as necessidades específicas de treinamento

são determinadas pela organização de linha. Essas necessidades geralmente se

fazem sentir através dos problemas atuais encontrados nas indústrias, e são

identificadas por indivíduos ou por grupos”.

Assim sendo, o setor de RH deve ouvir as sugestões dos funcionários,

visando recolher informações que possibilitem elaborar cursos voltados ao

aperfeiçoamento da gestão.

Portanto, os objetivos de um treinamento devem estar ligados intimamente às

necessidades da organização, pois ele interage profundamente com a cultura

organizacional. O treinamento é, portanto, feito sob medida, de acordo com as

necessidades da indústria. À medida que a organização cresce, suas necessidades

mudam e, consequentemente, o treinamento deverá atender às novas necessidades

(CHIAVENATO, 1979).

O treinamento ambiental proporciona o crescimento profissional dos

funcionários mediante a conscientização ecológica e a descoberta de novos

conhecimentos que poderão ser aplicados no cotidiano, além de ser considerada

uma ferramenta bastante importante para o aprimoramento de suas práticas

administrativas e para o entendimento da gestão ambiental, oferecendo

conhecimentos essenciais para que os funcionários consigam lidar com os

problemas e oportunidades ambientais que se apresentam no cotidiano das

organizações.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão ambiental possibilita a certificação da NBR ISO 14.001 que é o

reconhecimento pelo INMETRO das ações ambientais praticadas em nível mundial,

resultando para as indústrias fortalecimento da marca, responsabilidade corporativa

com o desenvolvimento sustentável, gerenciamento dos resíduos em conformidade

com a legislação do País, melhoria da qualidade ambiental em todos os setores e

acesso aos novos mercados.

Como produto final, será realizado um curso (Apêndice A) nos frigoríficos

selecionados para este estudo, bem como será aplicado para outros localizados no

Recôncavo Baiano, sobre a importância da obtenção da certificação ISO 14.001 no

aprimoramento dos processos produtivos e no reconhecimento pelo INMETRO das

ações ambientais praticadas. O referido curso deverá ainda apresentar as condições

objetivas estruturais que o frigorífico deve ter para ser certificado, no que se

acredita, poderá, então, efetivamente contribuir para a otimização do tratamento de

resíduos nas indústrias frigoríficas de carne bovina, tanto da Bahia quanto de outros

territórios nos quais seja possível reaplicar a experiência.

Recomenda-se como projetos ambientais, para as indústrias frigoríficas

pesquisadas e aquelas que também desejam implementar as sugestões aqui

propostas, a produção e utilização do biogásna produção de vapor e o

reaproveitamento como fonte energética. O processo se iniciará com a instalação de

um biodigestor, que irá processar a gordura oriunda da linha vermelha e o esterco

da linha verde. O vapor gerado com a queima do biogás pode ser direcionado para a

produção de energia elétrica e como aquecedor de ambiente, resultando na

diminuiçãodo uso de carvão mineral, vegetal e lenhas para a caldeira, e

consequentementeredução dosgases do efeito estufaedo consumode energia

elétrica.

Outro projeto ambiental éo desenvolvimentoda parceria entre frigoríficos e

seus consumidores (supermercados e feirantes), no reencaminhamento dos

resíduos da limpeza dos cortes de carneque deveriam ser encaminhamento para as

graxarias das indústrias frigoríficas para serem transformados em farinha de carne e

osso. (Apêndice I). Em relação, aos feirantes esta parceria também poderá ser

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firmada com a Prefeitura Municipal que é responsável pela coleta dos resíduos e

destinação adequada (Apêndice J-L). Este mesmo projeto, também poderá

contemplar um curso de educação ambientalpara os feirantes e donos de

supermercados, onde seráabordada a importância da destinação adequada dos

resíduos.

Outra sugestão é a inserção da ferramenta diagrama de peixeno setor de

gestão ambiental. Esta ferramenta é caracterizada por ser uma ferramenta eficaz no

diagnóstico de possíveis causas de um problema e abrangem seis pontos que

deverão ser investigado pelos gestores: mão-de-obra, método, máquina, matéria-

prima e meio ambiente.

A reutilização das águas residuais nas descargas dos banheiros e na

irrigaçãodas áreas de reflorestamentoe odesenvolvimento áreas de paisagismo na

estrada dos frigoríficos como proposta de integração com meio ambiente.

O desenvolvimento de um trabalho coordenado do setor de RH com médico

do trabalho, visando avaliar a saúde ocupacional e as sugestões de melhoria dos

espaços físicos, que quando projetos de acordo com as necessidades dos

colaboradores promovem o aumento da produtividade e promoção da saúde dos

funcionários (prevenção de doenças ocupacionais). A gestão ambiental também

abarca a questão ergonômica, asorganizações que oferecem instalações

adequadas, geram motivação e aumento da produtividade dos funcionários, o que

auxilia na participação dos mesmos no cumprimento das metas estabelecidas no

plano ambiental.

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REFERÊNCIAS

ABIEC, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES. Disponível em:<http://www.abiec.com.br/3_rebanho.asp>. Acesso em 03 Mai. 2015.

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Apêndice A- Plano de curso da ISO 14.001

PLANO DE CURSO

CÓDIGO DISCIPLINA

01 Certificação ambiental ISO 14.001

ORIENTADOR ORIENTANDA

Dr. Frederico de Medeiros Rodrigues Luanna da Silva Almeida Costa

CARGA HORÁRIA PRÉ-REQUISITOS

Total: 03 horas Não possui

OBJETIVOS

1. Apresentar às indústrias frigoríficas o ciclo PDCA aplicado no desenvolvimento das etapas que compõem a gestão ambiental e as documentações exigidas pelo INMETRO para a obtenção do certificado ISO 14.0001;

2. Expor os benefícios da certificação ambiental para a minimização dos impactos, adequação as legislações vigentes, adoção de tecnologias limpas nos setores organizacionais e captação de novos clientes.

Este plano de curso compõe o produto final da dissertação de Luanna

da Silva Almeida Costa, aluna do Programa de Mestrado Profissional em

Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Faculdade Maria Milza. O

referido curso pretende apresentar às indústrias frigoríficas as condições

objetivas e estruturais exigidas pelo INMETRO para a concessão da

certificação ambiental da ISO 14.0001.

EMENTA

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1. Gestão ambiental; 2. A norma ISO 14.001; 3. Aspectos legais; 4. Documentação necessária para certificação ISO 14.001; 5. Elaboração do Plano ambiental; 6. Tecnologias limpas aplicada no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos; 7. Auditória Interna; 8. Elaboração de planos de ações corretivas e preventivas; 09. Avaliação do desempenho ambiental; 10. Solicitação da auditória externa pelo INMETRO para a concessão do certificado ambiental;

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Documentação necessária; 1.2 Elaboração do plano ambiental (política, objetivos, visão, missão e metas

ambientais); 1.3 Descrição das etapas a partir da aplicação do ciclo PDCA, na implementação da

gestão ambiental nos setores organizacionais; 1.4 Registros em arquivo específico das etapas de implementação da gestão

ambiental; 1.5 Definições das estruturas e responsabilidades dos funcionários e diretoria; 2. Auditória Interna 2.1 Controles operacionais dos processos produtivos; 2.2 Elaboração de um plano de emergência para as não-conformidades, ações

corretivas e ações preventivas; 2.3 Verificações das ações corretivas quando aplicadas; 2.4 Monitoramento e medição das atividades, e o uso estratégico dos resultados para

a melhoria contínua da organização; 2.5 Análise crítica pela gerência dos resultados alcançados após a implementação da

gestão ambiental; 3. Solicitação da auditoria externa INMETRO, ABNT.

METODOLOGIA

1. Palestra sobre os requisitos necessários para obtenção do certificado ambiental

pelas indústrias frigoríficas pesquisadas.

REFERÊNCIAS

ABNT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 10.004: resíduos sólidos. Rio de Janeiro, 1987b. ___________________. NBR ISO 14001 – Sistema de gestão ambiental: requisitos comorientações para uso. ed. 2. Rio de Janeiro, 2004.

ARAÚJO, R. S. M. S. de. Análise da Gestão Ambiental em empresas agroindustriais de usinas de açúcar e álcool no Mato Grosso do Sul. 2001, 122p. Dissertação (MestradoemAdministração)¬-Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2001.

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ASSUMPÇÃO, L.F.J. Sistemas de Gestão Ambiental: Manual prático para implementação de SGA e Certificação ISO 14001. 1. Ed. Curitiba: Juruá, 2006. DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental. Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Ed. Atlas. 2007. FERREIRA, R. A R. Certificação pela ISO série 14.000 e a eficácia na garantia de qualidade do meio ambiente. São Carlos. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. 1998. FOGLIATTI, Maria Cristina; FILIPPO, Sandro; GOUDARD, Beatriz. Avaliação de Impactos Ambientais:aplicaçãoaos sistemas de transporte. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2004. FORNARI JR., C. C. M. Aplicação da ferramenta da qualidade (diagrama de Ishikawa) e do PDCA no desenvolvimento de pesquisa para a reutilização dos resíduos sólidos de coco verde. Revista INGEPRO, v. 02, n. 09, p. 104-112, Setembro 2010. ROJO, Roxane (org.). A prática de linguagemem sala de aula. Praticando os PCNS. São Paulo/Campinas: Educ/Mercado de Letras, 2000.

Data: / /

Orientador: Dr. Frederico Rodrigues de Medeiros.

Orientanda: Luanna da Silva Almeida Costa.

Aprovado pela Coordenação do Mestrado

Data ___ / ___ / ___

Coordenador(a) ____________________________________

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APÊNDICE B- Questionário aplicado aos funcionários Este formulário compõe o instrumento de coleta de dados da dissertação de Luanna da Silva Almeida Costa, aluna do Programa de Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Faculdade Maria Milza. Pretende com este estudo analisar a gestão no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos gerados nas indústrias frigoríficas de carne bovina da Bahia. Solicito a sua contribuição com a pesquisa respondendo as questões abaixo.

01)Sexo: [1] Masculino [2] Feminino

02)Idade: [1] 18 a 25 anos [2] 26 a 40 anos

[3] 41 a 50 anos [4] Acima de 50 anos

03) Escolaridade: [ 1 ] Ensino Fundamental Completo

[ 2 ] Nível médio Completo

[ 3 ] Nível médio Incompleto

[ 4 ] Nível Superior Completo

[ 5 ]Nível Superior Incompleto

[ 6 ] Mestrado

[ 7 ] Especialização

04)Tempo de Serviço na Indústria: [1] Até 1 ano [2] 1 a 5 anos

[3] 5 a 10 anos [4] Acima de 10 anos

05) No processo de implementação da Gestão da Qualidade houve a participação

de toda indústria?

[1] Sim [2] Não

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06) Informe por ordem de importância os benefícios ocorridos após a implementação

do Sistema de Gestão de Qualidade:

[1] imprescindível[2] importante [3] pouco importante [4] sem nenhuma importância

01 Comunicação organizacional 1

2

3

4

02 Padronização das rotinas setoriais 1

2

3

4

03 Plano e Carreira 1

2

3

4

04

Treinamento e desenvolvimento de funcionários

1

2

3

4

05 Política ambiental 1

2

3

4

06 Melhoria no Clima Organizacional 1

2

3

4

07 Condições de trabalho: ambiente físico, jornada e equipamentos.

1

2

3

4

08 Ganho de Mercado e captação de novos clientes 1

2

3

4

09 Diminuição do consumo de água e energia 1

2

3

4

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APÊNDICE C- Questionário aplicado aos gestores

Este formulário compõe o instrumento de coleta de dados da dissertação de Luanna da Silva Almeida Costa, aluna do Programa de Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Faculdade Maria Milza. Pretende com este estudo analisar a gestão no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos gerados nas indústrias frigoríficas de carne bovina da Bahia. Solicito a sua contribuição com a pesquisa respondendo as questões abaixo.

01)Sexo: [1] Masculino [2] Feminino

02)Idade: [1] 18 a 25 anos [2] 26 a 40 anos

[3] 41 a 50 anos [4] Acima de 50 anos

03) Escolaridade: [ 1 ] Ensino Fundamental Completo

[ 2 ] Nível médio Completo

[ 3 ] Nível médio Incompleto

[ 4 ] Nível Superior Completo

[ 5 ]Nível Superior Incompleto

[ 6 ] Mestrado

[ 7 ] Especialização

04)Tempo de Serviço na Indústria: [1] Até 1 ano [2] 1 a 5 anos

[3] 5 a 10 anos [4] Acima de 10 anos

05) A indústria possui Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9.000?

[1] Sim [2] Não

06) A indústria possui a certificação da ISO 14.001?

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[1] Sim [2] Não

07)A indústria possui setor de auditoria interna?

[1] Sim [2] Não

7.1)Quais os setores que são alvos da auditoria interna?

[1] Graxaria[2] Abate [3] Tratamento de resíduos [4] Administrativo

[5] Diretoria

08) A indústria desenvolve o monitoramento e acompanhamento dos impactos

ambientais gerados no setor de produção?

[1] Sim [2] Não

09) Quais destes subprodutos a graxaria produz e comercializa?

[1] Farinha de carne [2] Farinha de osso [3] Farinha de sangue

[4] Sebo [5] Biodiesel [6] Glicerina

[7] Outros___________

10) A indústria utiliza algum instrumento de compostagem ou biogás, para os

resíduos não utilizados na graxaria?

[1] Sim [2] Não

11) A indústria reaproveita o calor da caldeira para a geração de energia elétrica?

[1] Sim [2] Não

11.1) Se possui, informe quais o setores recebem energia elétrica da caldeira?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

12) A indústria reaproveita o gás metano resultante da fermentação anaeróbica dos

resíduos para a geração de energia?

[1] Sim [2] Não

12.1)Se possui, quais os setores são beneficiados?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

13) No setor de abate existem decantação e tratamento de águas efluentes?

[1] Sim [2] Não

14) Em relação a lenha utilizada nas caldeiras a indústria desenvolve projetos de

reflorestamento?

[1] Sim [2] Não

15) Qual a destinação do couro bovino?

[1] Encaminhamento do couro descarnado para a produção de sebo e farinha de

carne na graxaria

[2] Comercialização do couro verde para indústrias de curtimento alagoinhas

[3] Outros_______________________

16) Com a adoção da Gestão ambiental houve redução?

[1] Custos de Produção [2] Acidentes de Trabalho

[3] Impactos ambientais no solo[4] Substituição progressiva de equipamentos e

máquinas

[5] Redução do volume de água utilizado na lavagem de caminhões, pocilgas,

currais e maquinário.

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APÊNDICE D- Roteiro das entrevistas realizadas com os gestores Este formulário compõe o instrumento de coleta de dados da dissertação de Luanna da Silva Almeida Costa, aluna do Programa de Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Faculdade Maria Milza. Pretende com este estudo analisar a gestão no tratamento de resíduos e destinação de subprodutos gerados nas indústrias frigoríficas de carne bovina da Bahia. Solicito a sua contribuição com a pesquisa respondendo as questões abaixo.

ROTEIRO DE ENTREVISTAS REALIZADAS COM OS GESTORES

1) Os consumidores, fornecedores e população tem conhecimento dos projetos

ambientais desenvolvidos na indústria para o tratamento de resíduos e

destinação de subprodutos?

2) As ferramentas da gestão da qualidade são aplicadas no setor de tratamento

de resíduos?

3) Os frigoríficos nos dois últimos realizaram investimentos no aprimoramento da

gestão da qualidade, se houve qual a finalidade do investimento?

4) Os frigoríficos utilizam a ferramenta do ciclo PDCA como método de analise

gerencial na identificação de não conformidades no setor de tratamento de

resíduos?

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APÊNDICE E- Ofício de autorização da pesquisa no frigorífico FRIGOSAJ

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APÊNDICE F– Ofício de autorização da pesquisa no frigorífico FRIFEIRA

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APÊNDICE G – Ofício de autorização da pesquisa no frigorífico CAMPO DO GADO

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APÊNDICE H – Ofício de autorização da pesquisa na ADAB

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APÊNDICE I – Termo informando a parceria dos supermercados emSanto Antonio

de Jesus-BA com a graxaria do frigorífico.

FONTE: Pesquisa de Campo (2014-2015).

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Apêndice J- Encaminhamento dos resíduos oriundos da limpeza dos cortes de

carne bovina na feira livre de Santo Antônio de Jesus-BA para a graxaria do

frigorífico.

FONTE: Pesquisa de Campo (2014-2015).

FONTE: Pesquisa de Campo (2014-2015).

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Apêndice L- Transporte dos resíduos da limpeza dos cortes de carne bovina para a

feira livre de Santo Antônio de Jesus-BA para a graxaria do frigorífico.

FONTE: Pesquisa de Campo (2014-2015).