adaptação de bubalinos ao ambiente tropical_damasceno et al

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        R  e  v   i  s   t  a   E   l  e   t  r   ô  n   i  c  a   N  u   t  r   i   t   i  m  e ,

       A  r   t   i  g  o

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    ADAPTAÇÃO DE BUBALINOS AOAMBIENTE TROPICAL

    Artigo Número 125

    1 UFV. Av. PH Rolfs, sn, Centro, Campus Universitário, DEA, CEP 36.570-000, Viçosa, MG. Fone: (31) [email protected] UFLA. Campus Universitário, CEP 37.200-000, Lavras, MG. Fone: (35) 3829-1374. [email protected]

    Flávio Alves Damasceno1, Joseane Moutinho Viana1, Ilda de Fátima Ferreira Tinôco1,Raphaela Christina Costa Gomes1 e Leonardo Schiassi1 

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    RESUMO A bubalinocultura é uma

    atividade pecuária em considerável

    expansão no Brasil, sendo umaatividade produtiva com finseconômicos de criação para aprodução de leite e carne. Osbubalinos são mais sensíveis que obovino à irradiação solar direta eambientes com altas temperaturas,devido principalmente, à cor negra dapele, menor número de glândulassudoríparas e maior espessura dacamada da epiderme. Apesar dessesfatores, os bubalinos são adaptados

    aos climas quentes e úmidos dostrópicos e subtrópicos devidoprincipalmente, a naturezasemiaquática desses animais. Emlocais onde não existe água, apresença de sombra tem efeitomarcante, pois a evaporação pelotrato respiratório é um eficientemecanismo de perda de calor nosbubalinos. Com base no exposto,pode-se concluir que que o númerode instituições científicas que realizam

    pesquisas na área de produção animalcom bubalinos vem aumentando etrazendo novas alternativas para aatividade, disponibilizando-as aosprodutores de forma econômica.

    Palavras-chave:  búfalos, bem-estaranimal, estresse térmico, clima 

    INTRODUÇÃOA domesticação do búfalo

    (Bubalus bubalis) se deu entre 2500e 1400 a. C., particularmente na Índiae na China, o que denota em umalonga história de relação com ohomem. Desde então, a criação debubalinos espalhou-se pelo mundo,gerando fontes de alimentação de altovalor biológico, como leite e carne, eforça de trabalho, principalmente parapopulações de países pobres e emdesenvolvimento (Cockrill, 1984).

    O rebanho bubalino brasileirofoi introduzido no Brasil ao final doséculo XIX, na Ilha de Marajó, Estadodo Pará, estando atualmente

    disseminado em todo o País (AmorimJunior et al., 2002). Segundoestimativas recentes, o rebanhobubalino brasileiro é da ordem de 3milhões de cabeças (IBGE, 2007),com o maior índice de crescimentodentre todos os animais domésticos. Éo maior rebanho bubalino dasAméricas e fora do continenteasiático.

    Considerado pela FAO,Organização das Nações Unidas para

    Alimentação, como o animaldoméstico mais dócil do planeta, obúfalo é dotado de extremaversatilidade, podendo adaptar-se atodas as latitudes e longitudes, nasmais variadas condições climáticas, dofrio da Europa Oriental aos desertosda África, nas regiões tropicais daAmazônia, nos sertões nordestinos enas diferentes altitudes, desde asplanícies às áreas montanhosas(SILVA et al., 2003).

    Na classificação zoológica, osbúfalos domésticos pertencem àfamília Bovidae, a subfamília Bovinae(mesma classificação dos bovinos) e aespécie Bubalus bubalis, sendodistinto do búfalo africano, Synceruscaffer e do búfalo americano, Bisonbison (Marques, 2000).

    As raças bubalinas sãodivididas em dois grupos: o grupo dosbúfalos de rio e o grupo dos búfalosde pântano. No Brasil, são comuns asraças Mediterrâneo, Murrah,Jafarabadi e Carabao. Os animais daraça Mediterrâneo têm origemitaliana, dupla aptidão (carne e leite),apresentam porte médio e sãomedianamente compactos. A raçaMurrah, indiana, apresenta animaiscom conformação média e compacta,cabeças leves e chifres curtos,espiralados enrodilhando-se em anéisna altura do crânio. Jafarabadi,também indiana, é a raça menos

    compacta e de maior porte que existeno mundo, com chifres mais longos e

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    de espessura menor, com umacurvatura longa e harmônica. A raçaCarabao é a única adaptada àsregiões pantanosas, estando

    concentrada na ilha de Marajó, noPará; originária do norte das Filipinas.Apresenta pelagem mais clara, cabeçatriangular, chifres grandes epontiagudos, voltados para cima,porte médio e dupla aptidão.

    Os bubalinos podem sercriados nas mais diversas condiçõesclimáticas, muitas vezes,apresentando-se como uma opçãopara o aproveitamento de áreas dapropriedade às quais os bovinos não

    se adaptam. A preferência por regiõesalagadas ou áreas pantanosas ébastante peculiar para a espécie; istoocorre porque os búfalos possuem ummenor número de glândulassudoríparas em relação aos bovinos esua pele escura apresenta umaespessa camada de epiderme,fazendo com que eles sejam menoseficientes na termorregulaçãocorpórea. Assim, eles procuram aágua para se refrescarem e para se

    protegerem do ataque de insetos eparasitos, motivo pelo qual segundoThomas (2004) o Bubalus bubalistambém é chamado de búfaloaquático.

    A criação de ruminantes nostrópicos contribui para a produção dealimentos de elevado valor biológico,como carne e leite (Castro et al.,2008). A região tropical apresentaelevados valores de temperatura doar, umidade relativa e radiação solar,

    além de elevados índices deprecipitação pluviométrica. Os altosvalores dessas variáveis ambientais,quando associadas ao manejoinadequado da pastagem e do animal,podem ser considerados elementosestressantes e que prejudicam aexteriorização do potencial produtivodos bovídeos (Nascimento & MouraCarvalho, 1993; Shalash, 1994;Paranhos da costa, 2000; Castro etal., 2008).

    MATERIAIS EMÉTODOS

    Para a concretização doobjetivo deste trabalho foi realizadauma pesquisa bibliográfica através deum levantamento teórico documental,de fontes secundárias, em livros,artigos e revistas especializadas,possibilitando assim, consolidarinformações relativas à base teórica eao segmento estudado.

    Adaptação dos

    bubalinos aoambiente térmico

    O búfalo tem se destacado pelasua capacidade adaptativa aos maisdiversos tipos de ambientes,principalmente pela sua ampladistribuição geográfica, habitandodesde regiões de baixíssimatemperatura até locais quentes eúmidos como o norte do Brasil (Costa,2007). Apesar de serem capazes de

    manter uma boa condição corporal emambientes adversos, onde os bovinosnão se desenvolvem bem, comopastagens de baixo valor nutritivo ecampos alagados (Turton, 1991), osbúfalos também se mostram sensíveisao calor e, em condições detemperaturas ambientes elevadas,apresentam alterações nosparâmetros fisiológicos e queda naprodução e eficiência reprodutiva.

    Estes animais são versáteis sobpastejo extensivo, apresentandomenor adaptação fisiológica àstemperaturas extremas, quandocomparado aos bovinos. A pele e apelagem preta dos bubalinosabsorvem mais os raios solares,tornando-os menos eficazes para adissipação de calor por reflexão daradiação (Vilares et al., 1979). Alémdisso, o búfalo possui apenas 1/16das glândulas sudoríparas existentes

    na superfície da pele dos bovinos,

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    implicando em maior dificuldade dedissipar calor através da sudorese.

    Os bubalinos são sensíveis às

    altas temperaturas, principalmenteaquelas acima de 36,1ºC e aexposição direta ao sol, apresentandoalterações fisiológicas acentuadas,para a adaptabilidade ao ambiente(Misra et al. (1963). Assim, nessascondições, aumentam a temperaturacorporal, a frequência respiratória ecardíaca, deprimindo a atividademetabólica e a atividade da glândulatireóide (Marchesini et al., 2001).Consequentemente ocorre a redução

    da ingestão de alimentos e do nível deprodução, piorando o desempenhoprodutivo. Sabe-se também queexistem formas diversas de dissipaçãodo calor corporal por radiação,condução, convecção e evaporação,utilizadas com maior ou menorintensidade em função das oscilaçõesdas variáveis climáticas. O estressetérmico tem influência negativa naprodução de leite, o que ocorrequando a temperatura média seaproxima de 24ºC. Além disso, outrosfatores climáticos associadas afetamos animais sob sistema de pastejo,tais como a umidade relativa e avelocidade do vento.

    Desta forma, observando ohábito alimentar desses animais e osfatores climáticos que podem deprimiro consumo, Lucci (1977) verificou queo consumo de rações com baixo teorde volumoso seria mais indicado paraas condições tropicais, em função de

    um menor incremento calórico.Segundo Hafez (1973), raçõescompostas exclusivamente devolumoso, traduzem-se em maiorestemperaturas corporais e maioresfrequências respiratórias, em relaçãoàs rações ricas em concentrado.

    Tem se verificado também queo hábito de consumo dos alimentos émaior no período noturno para que noperíodo diurno os animais possamficar escondidos dos predadores assim

    como se proteger dos efeitos adversosdo clima.

    Variáveis climáticasversus reação dosanimais

    As variáveis meteorológicasafetam os organismos dos animaisdireta e indiretamente, através de suainfluência sobre o ambiente físico, oque inclui os ambientes nutricionais ebióticos. Com relação à produçãoanimal, o complexo climático temlarga influência na regulação dacomposição do solo, na produção equalidade de gramíneas eleguminosas, bem como no

    desempenho produtivo dos animais(Fahimuddin, 1975).

    a) 

    Radiação Solar

    A radiação solar, dependendoda intensidade e duração em que osanimais estejam submetidos, podeafetar seu comportamento e modificardeterminados aspectos fisiológicos,como a elevação da temperaturacorporal, frequência respiratória,batimentos cardíacos e taxa desudorese. Essa energia radiante aoatingir o animal é convertida emenergia calorífica, e sua tolerânciaestá em função de característicasfísicas, tais como a cor do pelo e dapele, que nos búfalos, por possuíremcoloração escura, tornam-seespecialmente sensíveis a esse fatorclimático. Quando não são fornecidosmeios de aclimatação, comosombreamento das pastagens e/oufontes de água para banho, podemreduzir seu potencial produtivo(Paranhos da Costa, 2000).

    b) 

    Temperatura do ar eumidade relativa

    A temperatura é a principalvariável climática que determina aadaptação dos animais nas maisvariadas regiões, interferindo nocomportamento e metabolismo. Oaumento do calor corporal,influenciado por temperaturaselevadas, associadas com a radiação

    solar intensa, promove a elevação dafrequência respiratória, dos

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    batimentos cardíacos, taxa desudorese e por último, a temperaturaretal. A mudança nessascaracterísticas fisiológicas tem o

    objetivo de dissipar o calormetabólico, promovendo oresfriamento do organismo, mantendoa temperatura em níveis toleráveis(MÜLLER, 1989).

    Desse modo, alterações natemperatura retal e na frequência respiratória têm sido os doisparâmetros mais utilizados comomedida de conforto animal eadaptabilidade a ambientes adversos,ou como medida da eficácia de

    modificações ambientais (Hemsworthet al., 1995)

    Trabalhos realizados na Índiaconstataram que a zona de confortotérmico dos bubalinos se encontra emtemperaturas ambiente variando de15,5ºC a 21,1ºC e, em ambientes emtorno de 23,6ºC esses animais podementrar em estresse fisiológico.Somente passam a utilizar as viasrespiratórias e temperatura retal,como forma de eliminar o excesso de

    calor, em temperaturas acima de36ºC, atingindo o ponto crítico de seumecanismo termorregulador(Guimarães et al., 2001). Búfalos jovens, até um ano de idade, sofremcom mais intensidade os efeitos detemperaturas elevadas, devido ao seumecanismo de termorregulação nãoestar ainda desenvolvido (BaccariJúnior, 1998).

    Avaliando as reaçõesfisiológicas de termorregulação embubalinos, submetidos a duastemperaturas, em ambiente aquecido,entre 30,9ºC e 36,0ºC e em ambientenatural, entre 26,2ºC e 32,0ºC, eduas dietas, com diferentesproporções de volumoso-concentrado,Guimarães et al. (2001) observaramque animais alojados em ambientesaquecidos (câmaras bioclimáticas)apresentaram valores superiores detemperatura retal de 38,3ºC para39,1°C, frequência respiratória de 22

    mov./min. para 48 mov./min. e taxade sudorese de 107,3 g m-2  h-1  para

    252,2 g m-2  h-1, respectivamente,caracterizando estresse calórico, emrelação aos animais do ambientenatural. Foi constatado, também, que

    os bubalinos submetidos àtemperatura acima de 36ºC entramem estresse calórico, mesmoutilizando suas vias evaporativas,como forma de eliminar o excesso decalor corporal.

    Vieira et al. (1995)observaram que búfalos da raçaMediterrâneo, submetidos ao estressetérmico, apresentaram na média,39,8°C de temperatura retal, 118mov./min de freqüência respiratória e

    79 g m-2

      h-1

      de taxa de sudação,sendo esses resultados mais elevadosdo que os encontrados nos búfalos emtermoneutralidade.

    Guimarães et al. (2001)avaliaram as reações fisiológicas determorregulação em bubalinosmachos, da raça Mediterrâneo,submetidos a duas temperaturas e aduas dietas com diferentes proporçõesde volumoso e concentrado. Combase nos resultados, esses autores

    concluíram que os bubalinos emtemperatura ambiente de 36°Centram em estresse calórico, mesmoutilizando suas vias evaporativas,apresentando valores médios detemperatura retal, frequênciarespiratória e taxa de sudação,36,0°C, 59,0 mov./min. e 47,2 ±2,58g. m-2.h-1, respectivamente.

    Conforto térmico eestresse animalÉ difícil definir o conceito de

    conforto térmico animal. Porém,quando se observa constantemente ocomportamento, saúde e produção, épossível identificar os agentes deordem física e ambiental que atuamde forma conjunta ou isolada noorganismo animal, influenciando nasua saúde e no seu desempenhoprodutivo (Head, 1995).

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    Os animais homeotérmicos,como os bubalinos, são aqueles queconseguem manter constante suatemperatura corporal, dentro de

    estreitos limites, apesar das grandesvariações na temperatura ambiente. Atemperatura corporal resulta doequilíbrio entre o ganho e a perda decalor do corpo (balanço de calor), istoé, do equilíbrio entre a quantidade decalor produzida no organismo, ou porele absorvida, e a quantidade liberadapara o ambiente (Costa, 2007).

    Dessa forma, os bubalinosapresentam determinadas funçõesfisiológicas (temperatura retal,

    frequência respiratória e taxa desudorese), destinadas a manter atemperatura corporal constante. Nafaixa de temperatura ambiental,denominada de zona de conforto oude termoneutralidade, que para amaioria dos bovídeos se encontraentre 4°C a 24°C, os animais nãosofrem de estresse térmico, seja porcalor ou frio, gastam o mínimo deenergia e obtém melhor desempenhoprodutivo (Müller, 1989).

    O estresse indica uma condiçãoadversa de ambiente e pode serclimático (frio ou calor excessivos),nutricional (falta de água ou alimento)e devido a problemas provocados pordistúrbios fisiológicos, patológicos outóxicos (Müller, 1989). Outro efeitoindireto é a ocorrência de parasitas edoenças ocorrentes nos climastropicais. As condições ecológicas dotrópico úmido são extremamentepropícias ao desenvolvimento de

    doenças parasitárias, especialmentequando são transmitidas por insetos,além dos endoparasitos eectoparasitos (Fahimuddin, 1975).

    Animais em condições deestresse elevam a produção deglicocorticóides, produzidos pelocórtex adrenal, que regula ometabolismo dos carboidratos,proteínas e lipídios, para obtenção deglicose, a partir de aminoácidos, pormeio da mobilização e degradação de

    proteínas, bem como, inibem asíntese de ácidos graxos no fígado,

    reduzindo a utilização de glicose nostecidos, além de efeito catabólicosobre os tecidos conjuntivo, ósseo eórgãos linfáticos, ocorrendo como

    consequência, balanço negativo denitrogênio animal. Esse processobioquímico provoca a perda de pesonos animais, tendo em vista que nãoocorre a formação e deposição demúsculos ou tecidos, devido a síntesede proteínas e lipídios dar lugar àdegradação até transformá-los emmoléculas simples, como a glicose,para obtenção de energia,prejudicando dessa forma ocrescimento e produção animal(Encarnação, 1997).

    Um animal pode serconsiderado como um complexo defunções biológicas, coordenadas einterrelacionadas, ligadasintimamente, que mantém as váriascaracterísticas do corpo, tais comotemperatura, frequência respiratória eritmo cardíaco, dentro de certoslimites definidos para cada espécie,mesmo que as variáveis ambientaisque afetam essas características

    estejam oscilando. Ao se encontraremsob condições de “estresse”, osanimais fazem ajustamentossubstanciais de suas funçõesfisiológicas e metabólicas,perturbando seu meio interno, de talmodo e intensidade, que seucomportamento e produção sãoafetados e, dependendo daintensidade e duração, podem levá-loà morte (Müller, 1989).

    Mecanismo deadaptação asvariações térmicas

    Apesar da adaptabilidade àsmais variadas condições ambientais,os búfalos possuem particularidadesestruturais e funcionais específicas. Aepiderme é mais grossa que a debovinos e usualmente escura, em

    virtude da alta concentração demelanina (FAO, 1991). A densidadede pelos (n° de pêlos cm-²)

     

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    superfície corporal decresce com aidade, tornando o animal quase glabrona idade adulta (Costa, 2007). Ospelos são relativamente longos e

    grossos e se implantam na pele,associados às glândulas sudoríparas esebáceas, formando o aparelho pilo-sebáceo-músculo-sudoríparo.

    Diferentemente do que ocorrenos bovinos, como os bubalinospossuem uma reduzida densidade depelos, não se forma uma camada dear isolante sobre a pele, favorecendo,desta forma, a dissipação do calorcorporal. Por outro lado, se a peleescura protege os animais da radiação

    ultravioleta do sol, a ausência de umacamada de pelos reflectiva sobre apele torna o animal susceptível àsradiações infravermelhas que sãoabsorvidas devido à cor escura dapele. Entretanto, o búfalo é muitosensível quando exposto à radiaçãosolar direta, mas em condições desombra, ele atua como um típico “corpo negro” radiador de calor, poisrecupera seu equilíbrio térmicorapidamente.

    As glândulas sebáceas dosbubalinos são volumosas e possuemmaior atividade secretória que as debovinos. No calor, o sebo por elasproduzido se fluidifica tornando a pelemais oleosa e favorecendo a reflexãoda radiação solar (Shafie, 2005). Asglândulas sudoríparas são do tipoapócrina, com uma densidade porunidade de área da superfície corporal10 vezes menor que nos bovinos(Mason, 1974).

    Os bubalinos utilizam as viasrespiratórias com maior relevância nadissipação de calor, quandocomparadas as vias cutâneas. Parareduzir a produção de calor corporal,ocorre redução no consumo dealimento e na concentração dehormônios tireoidianos no plasma(Yousef & Johnson, 1985), sendo queessa redução no consumo dealimentos é notada a partir de 34,4°C.

    Em virtude das característicasda pele, como baixo número deglândulas sudoríparas e reduzida

    quantidade de pelos, o búfalo procuraa imersão na água ou imersão nalama para manter a homeotermia emantendo-se livre do estresse pelo

    calor (Costa, 2007). Apesar disso, aimersão em água não é essencial paraa sobrevivência dos animais dessaespécie. Esses estudos mostraramque búfalos podem crescernormalmente sem a presença de águapara se molharem, desde que sombraadequada esteja disponível. Emcondições naturais, os bubalinosprocuram a água para imersãosempre que a temperatura do ar ésuperior a 29,0 °C (FAO, 1991).

    Para avaliar a adaptação dosanimais a um determinado ambiente,devem-se considerar os seguintesfatores:

    a) ambiente: temperatura doar, temperatura radiante, radiaçãosolar, umidade relativa do ar, vento epressão atmosférica;

    b) capa externa: espessura,estrutura, isolamento térmico,penetração do vento, ventilação,

    permeabilidade do vapor,transmissividade, emissividade,absorvidade e refletividade;

    c) características corporais:forma corporal, tamanho emovimentos, área de superfícieradiante, área exposta à radiaçãosolar direta, emissividade daepiderme, absorvidade da epiderme;

    d) respostas fisiológicas:temperatura (epiderme, retal), taxade sudação, trocas respiratórias,produção, taxa de crescimento edesenvolvimento, níveis hormonais(T3, T4, cortisol).

    Importância dosombreamento daspastagens

    Na produção de carne de

    bubalinos, embora menos sensível aosefeitos do ambiente que a produçãode leite, existe a necessidade de se

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    desenvolver técnicas menossofisticadas que possibilitem elevar aprodutividade desses animais. A fimde reduzir os efeitos negativos do

    clima, o sombreamento das pastagenstorna-se uma técnica eficaz na criaçãode búfalos, principalmente nas regiõestropicais e em áreas onde nãoexistam fontes de água para banho.

    Afirmam Tulloch & Litchfield(1981) a preferências dos búfalos pelaimersão em vez da sombra.Chikamune (1987) concluíram que asombra foi menos eficiente do queaspersão de água e a imersão foi maisefetiva que aquelas duas técnicas de

    manejo ambiental.Alguns trabalhos têm

    demonstrado que esses búfalos,criados em pastagem, semsombreamento, visando ofornecimento de abrigo nas horas demaior insolação, apresentam elevaçãosignificativa na temperatura retal(38,3ºC para 39,1ºC), na frequênciarespiratória (22,6 mov. min.-1  para48,4 mov. min.-1) e taxa de sudorese(107,3 g. m-2 h-1 para 252,2 g. m-2 h-

    1), como forma de dissipar o excessode calor corporal, em decorrência doestresse térmico, prejudicando suaperformance produtiva (Paranhos daCosta, 2000).

    De acordo com Costa et al.(2008), uma técnica bastanteutilizada em regiões de clima tropicalé a adoção de sistemas agroflorestais(sistemas agrosilvipastoris esilvipastoris) com cultivos anuais,essências florestais, pastagem eanimais (Veiga & Serrão, 1990;Lourenço Júnior et al., 2002)reduzindo os efeitos negativos daradiação solar direta nos animais emelhorando a utilização dos recursosnaturais, com consequente aumentona produtividade e redução de custos(Carvalho, 1998; Falesi & Galeão,2002). Desse modo, seu uso torna aagropecuária uma atividade intensivae sustentável, com rentabilidade, pelacomercialização de produtos e

    derivados, agregando valor àpropriedade.

    Avaliando o desempenho denovilhos bubalinos, manejados emdiferentes sistemas silvipastoris, umcom pastagem, sob sombreamento de

    seringal e outro com bosque deespécies florestais nativas, Towsendet al. (2000) observaram que essesanimais apresentaram melhor ganhode peso que os mantidos empastagens, a pleno sol (757, 472 e337 g. animal-1  dia-1),respectivamente, o que demonstra osefeitos benéficos da sombra dasárvores. Assim, pastagenssombreadas funcionam comoexcelentes alternativas para elevar oconforto dos animais, por darcondições para elevar a produção decarne e leite de bubalinos, manejadosnesses sistemas, em comparação como manejo tradicional, além de seusefeitos benéficos sobre asócioeconomia e a sustentabilidadedos ecossistemas regionais (Falesi &Galeão, 2002).

    Efeitos Indiretos do

    Clima na ProduçãoAnimal

    O efeito indireto do clima naprodução de bubalinos refere-se àquantidade e qualidade dos alimentos,determinando o ciclo produtivo dasforragens. No período das chuvas, demodo geral, ocorre excesso deprodução, proporcionando abundânciade forragem de boa qualidade epalatabilidade, mantendo acontinuidade do crescimento daplanta. Porém, durante o período deestiagem, caracterizado pela reduzidaquantidade de chuvas, as forragenstêm a produção reduzida, tornando-semais fibrosas e de baixa qualidade epalatabilidade, favorecendo oscilaçõesno crescimento dos animais eaumento da idade de abate (Restle etal., 1996).

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    Produtos: Leite ecarne

    Segundo a FAO (2006), o leitebubalino representaaproximadamente 10,5% a 12% detodo o volume de leite produzido nomundo, sendo que a Índia e oPaquistão fornecem, respectivamente,60% e 30% desse total. Diferente doque se pode observar em qualqueroutro lugar, nesses países a produçãode leite de búfalas em larga escala éuma realidade e na Índia e noPaquistão, respectivamente, esse tipode leite responde por 55 e 75% do

    total produzido. A Índia produz maisde 84 milhões de toneladas de leitedos quais 80% se originam empequenas propriedades com rebanhosque variam de 2 a 8 animais,geralmente criados em conjunto combovinos leiteiros (Thomas, 2004).

    À semelhança dos paísesasiáticos, uma das funções maisimportantes dos bubalinos brasileirosé a produção de leite, contando compequenas indústrias de laticínios,situadas na propriedade ou sob formade cooperativas (Teixeira et al.,2005).

    De acordo com Ferreira(1995), mesmo que a populaçãobrasileira não tenha o costume deconsumir o leite de búfaladiretamente, o leite bubalino édestinado à fabricação dos maisvariados tipos de derivados lácteos,tais como: queijos (Mussarela, Frescal

    Marajoara, Provolone, Ricota eMascarpone), doce de leite, requeijão,iogurte, sorvetes, manteiga, dentreoutros.

    A superioridade nutricional ede rendimento industrial do leite dabúfala em relação ao de vaca se deveà sua composição química quecompreende maiores teores deproteína, gordura, minerais como ocálcio e fósforo, bem como mais altoteor de lactose e cinzas. Essa

    composição confere ao leite bubalino,em relação ao leite bovino, uma

    acidez titulável com valores maiselevados, sabor levemente maisadocicado e uma coloração totalmentebranca em função da ausência total

    de pigmentos carotenóides(Benevides, 1999).

    Ainda que a porcentagem degordura do leite bubalino supereaquela do leite de vaca essa gordura,trata-se do constituinte do leite quemais sofre influência da raça, domanejo nutricional, da localização dosanimais e da fase da lactação (Catilloet al., 2002). A caseína, querepresenta aproximadamente 77 a79% da composição protéica, torna o

    leite um alimento de difícil digestão,motivo pelo qual na Índia ele édistribuído de forma diluída para oconsumo humano (Teixeira et al,2005).

    Nos últimos anos, a utilizaçãoda sua carne na alimentação enutrição humana vem ganhandodestaque, pelas similaridades, e emalguns casos superioridade nutricionalem comparação com as carnesconvencionais (bovina e de frango).

    Na América Latina, especialmente noBrasil, sua contribuição poderá serimportante, em pequenas e médiaspropriedades rurais (Sales, 1995).

    A carne bubalina é muitosemelhante à bovina em proteína,gordura e sais minerais. Com relaçãoàs características físicas, comoestrutura, cor, maciez, sabor,capacidade de retenção de água epalatabilidade, não há muita diferençadepois de preparadas. No entanto, osteores de gordura inter eintramuscular são menores embubalinos, o que se constitui grandevantagem no preparo de alimentos.Por outro lado, estudo realizado naUniversidade da Florida, demonstrouque a carne bubalina possui 56%menos colesterol do que a bovina,sendo assim, mais indicada para anutrição humana (Nascimento &Moura Carvalho, 1993).

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    CONCLUSÕESCom base no exposto, pode-se

    concluir que a bubalinocultura está

    em franco desenvolvimento em todo oBrasil podendo ser uma opção paraprodução de leite e carne para muitospecuaristas. O crescimento dabubalinocultura na última décadailustra todo o potencial destaatividade e a diminuição dopreconceito que infelizmente aindaexiste por esta surpreendente espécieanimal.

    O número de instituiçõescientíficas que realizam pesquisas naárea de produção animal com

    bubalinos vem aumentando etrazendo novas alternativas para aatividade, sendo que grande parte dosconhecimentos tecnológicosadquiridos por essas instituiçõescientíficas necessários para odesenvolvimento produtivo dabubalinocultura estão disponíveis paraos produtores de forma econômica.

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