adilson lopes de oliveira

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES DE VISUALIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DE SECÇÕES CÔNICAS: atividades para o Ensino Médio Adilson Lopes de Oliveira Belo Horizonte 2011

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Page 1: Adilson Lopes de Oliveira

PPOONNTTIIFFÍÍCCIIAA UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE CCAATTÓÓLLIICCAA DDEE MMIINNAASS GGEERRAAIISS Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática

OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA DESENVOLVIMENTO DE

HABILIDADES DE VISUALIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DE SECÇ ÕES

CÔNICAS:

atividades para o Ensino Médio

Adilson Lopes de Oliveira

Belo Horizonte

2011

Page 2: Adilson Lopes de Oliveira

Adilson Lopes de Oliveira

OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA DESENVOLVIMENTO DE

HABILIDADES DE VISUALIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DE SECÇ ÕES

CÔNICAS:

atividades para o Ensino Médio

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais., como requisito parcial para obtenção do título de Mestre

Área de Concentração: Matemática Orientador: Prof. Dr. João Bosco Laudares

Belo Horizonte

2011

Page 3: Adilson Lopes de Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Olivera, Adilson Lopes de O48o Objeto de aprendizagem para desenvolvimento de habilidades de

visualização e representação de secções cônicas: atividade para o ensino médio / Adilson Lopes de Olivera. Belo Horizonte, 2011.

106 p. Orientador: João Bosco Laudares Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas

Gerais. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática 1. Tecnologia educacional. 2. Inovações educacionais. 3. Educação -

Inovações tecnológicas. 4. Matemática – Estudo e ensino. 5. Ensino auxiliado por computador. 6. Software. I. Laudares, João Bosco. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. III. Título.

........... CDU: 51:37

Page 4: Adilson Lopes de Oliveira

Adilson Lopes de Oliveira

Objeto de Aprendizagem para desenvolvimento de habi lidades de

visualização e representação de secções cônicas

- atividades para o Ensino Médio -

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

___________________________________________________

João Bosco Laudares (Orientador) – PUC Minas

___________________________________________________

Dimas Felipe de Miranda – PUC Minas

___________________________________________________

Wagner Ahmad Auarek - UFMG

Belo Horizonte, 06 de maio de 2011

Page 5: Adilson Lopes de Oliveira

Dedico esta dissertação ao meu exemplo de professor, meu pai, Afonso, que, ao longo de sua carreira, demonstrou, com muita sabedoria, discernimento e dedicação, como ser um verdadeiro educador.

Obrigado por ser meu pai, profissional correto e competente, fonte de inspiração, apoio e ensino diário.

Page 6: Adilson Lopes de Oliveira

AGRADECIMENTOS

Em especial, ao meu orientador, João Bosco Laudares, pelo apoio, incentivo,

confiança, amizade, simplicidade e dedicação que foram decisivos durante a

orientação deste trabalho; minha admiração e meu eterno agradecimento.

Aos colegas do Grupo de Pesquisa em Informática e Metodologia para o

Ensino de Matemática – GRUPIMEM, pela importância do trabalho que

desenvolvemos.

Aos professores Doutores Dimas Felipe de Miranda, João Bosco Laudares e

Wagner Ahmad Auarek, pelas valiosas sugestões, quando da banca examinadora.

À minha esposa, Tânia, pelo imprescindível apoio, paciência e incentivo para

a realização de todos os meus projetos.

Aos meus filhos, Fabinho e Adriana, pela presença e pela compreensão

durante a execução deste trabalho.

À minha mãe, Esther, pela compreensão em meus momentos de ausência.

Aos meus irmãos Afonso, Kepler e Dulcinéa, pela amizade e pelo apoio.

À minha amiga, Maria Inês Gariglio, pelo apoio, pelo incentivo, pela

compreensão em meus momentos de ausência.

Ao meu amigo, Fernando Amaral, professor do programa de Mestrado

Profissional em Ensino de Ciências e Matemática da PUC Minas, pelo grande

incentivo.

À colega do Mestrado, Maria Beatriz, pela amizade e pela parceria durante o

decorrer do curso.

Ao diretor geral do CEFETMG, prof. Dr. Flávio Antônio dos Santos, pelo apoio

para a realização deste Mestrado.

À minha amiga, Renata, pela paciência e pelo incansável trabalho de revisão

desta dissertação de Mestrado.

Aos estudantes do Colégio Marista Dom Silvério, pela preciosa contribuição

para a realização desta pesquisa.

Page 7: Adilson Lopes de Oliveira

“A alegria não chega apenas no encontro do achado,

mas faz parte do processo da busca. E ensinar e

aprender não pode dar-se fora da procura, fora da

boniteza e da alegria.” Paulo Freire

Page 8: Adilson Lopes de Oliveira

RESUMO

A pesquisa apresentada nesta dissertação teve como objetivo construir Objetos de

Aprendizagem e analisar como, ao usá-los, os estudantes identificam e conceituam

uma cônica (Elipse, Hipérbole e Parábola). Para isso, foi utilizado o software

dinâmico GeoGebra em todo processo de construção e reconhecimento de cada

cônica. Ao construir o primeiro Objeto de Aprendizagem, que permitiu o

reconhecimento de uma Elipse, os estudantes analisaram e discutiram, em

atividades investigativas, diferentes formas de utilização desse software para se

chegar ao conceito de tal figura geométrica. Ao final de cada atividade, os

estudantes identificaram o formato da cônica pelas curvas verificadas nas

figuras/fotos apresentadas por eles. Em outro momento da pesquisa, o professor

pesquisador construiu outros Objetos de Aprendizagem visando à identificação e à

elaboração do conceito de cada uma das cônicas. As atividades elaboradas foram

baseadas nas teorias relativas a Atividades Investigativas e Objetos de

Aprendizagem. A análise das discussões e do resultado das atividades propostas

revelou grande envolvimento dos estudantes no trato com a abordagem pedagógica

e com o software educacional empregado.

Palavras chave: Objeto de aprendizagem, Investigação Matemática, Estudo das

Cônicas, Tecnologia, Software Educacional.

Page 9: Adilson Lopes de Oliveira

ABSTRACT

The piece of research presented in this work had as objective the construction of

Learning Objects and to analyze how, when used, the students identify and

conceptualize a conic section (Ellipse, Hyperbola, Parabola). To accomplish this, the

dynamic software GeoGebra was employed in the process of construction and

recognition of each conic section. In the first Learning Object construction, which

provided an ellipse recognition, the students analysed and discussed, during

investigative activities, different ways of the software employment to conceptualize

each geometric figure. At the end of each activity, the students identified the conic

section format by means of the verified curves presented in the pictures/photos

brought by them. In another moment, the teacher/ researcher has contructed other

Learning Objects aiming at the identification and concept elaboration of each of the

studied conic sections. All the activities were based upon the theories related to

Investigative Activities and Learning Objects. The discussion and results analysis has

revealed a deep students' involvement with the pedagogical approach as well as with

the employed educational software.

Keywords: Learning Object, Mathematical Investigation, Conic Sections Study,

Technology, Educational Software.

Page 10: Adilson Lopes de Oliveira

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Parte superior do software GeoGebra ..... ....................................... 48

FIGURA 2: Página inicial do software GeoGebra ...... ........................................ 49

FIGURA 3: Grupo de estudantes executando a primeira atividade ................. 54

FIGURA 4: “Dente-de-leão” apresentado pelo grupo 5 . ................................... 63

FIGURA 5: Foto de uma traqueia apresentada pelo gru po 1............................ 73

FIGURA 6: Torre de Refrigeração de Usinas Nucleares ................................... 78

FIGURA 7: La Pedrera, Arcos parabólicos............ ............................................. 80

Page 11: Adilson Lopes de Oliveira

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Parábolas com simetria no eixo das orden adas ......................... 30

GRÁFICO 2: Parábolas com simetria no eixo das absci ssas ou eixos

paralelos a este............. .................................................................. 31

GRÁFICO 3: Segmento de reta construído pelo grupo 1 .................................. 56

GRÁFICO 4: Elipse construída pelo grupo 1 .......... ........................................... 57

GRÁFICO 5: Mediatriz construída pelo grupo 1 ....... ......................................... 59

GRÁFICO 6: Soma das distâncias de um ponto qualquer aos focos da

Elipse, construído pelo grupo 1 ................................................... 61

GRÁFICO 7: Elipse construída sobre o “dente-de-leão ” construído pelo

grupo 5 ....................... ...................................................................... 65

GRÁFICO 8: Elipse sobreposta no “dente-de-leão” con struída pelo grupo 5 67

GRÁFICO 9: Elipse construída pelo grupo 3 .......... ........................................... 74

GRÁFICO 10: Hipérbole construída por um grupo da tu rma de exatas .......... 76

GRÁFICO 11: Parábola construída por um grupo da tur ma de exatas............ 79

Page 12: Adilson Lopes de Oliveira

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11

2 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E A APRENDIZAGEM ............. ....................... 16

2.1 A aula de investigação ......................... .................................................... 16

2.2 Objetos de investigação........................ ................................................... 18

2.3 As tecnologias como suporte da didática matemát ica ......................... 20

2.4 Objeto de Aprendizagem e o conceito............ ........................................ 24

2.5 O ensino de geometria analítica e o currículo.. ...................................... 26

3 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PCN E OS

LIVROS DIDÁTICOS................................ ..................................................... 33

3.1 Livros didáticos ............................... ......................................................... 35

4 ELABORAÇÃO DOS OBJETOS DE APRENDIZAGEM ........... ................... 43

5 APLICAÇÃO E ANÁLISE .............................. ............................................... 52

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. ............................................. 82

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 86

APÊNDICE........................................................................................................ 89

Page 13: Adilson Lopes de Oliveira

11

1 INTRODUÇÃO

O ensino aprendizagem de Matemática sempre foi um desafio tanto para o

professor quanto para o estudante. Como professor de Matemática em escolas

públicas e privadas, há mais de trinta e cinco anos, sempre nos incomodou a

dificuldade do estudante no ensino e na aprendizagem da Matemática,

especialmente no estudo da Geometria, seja ela Plana, Espacial ou Analítica.

Nossa primeira experiência com o ensino de Geometria ocorreu em turmas de

7ª série, na década de 70, quando lecionei duas disciplinas: Desenho Geométrico e

Matemática. A inclusão do Desenho Geométrico teve como objetivo minimizar o

nível de dificuldade que os estudantes encontravam ao estudar Geometria Plana. No

mesmo período, passamos a lecionar também no Ensino Médio e em turmas de pré-

vestibular. Nelas a Matemática se dividia em Matemática 1 (um), destinada ao

estudo da aritmética e da álgebra, e Matemática 2(dois), destinada ao estudo da

geometria. Nossa vontade em querer descobrir alternativas que despertassem no

estudante um maior interesse pelo estudo da geometria fez com que trabalhássemos

com a Matemática 2 (dois). Essa experiência nos obrigou a percorrer caminhos que

permitissem ao estudante uma maior facilidade na resolução de problemas de

Geometria e no entendimento de seus diversos conteúdos.

A partir de 1980, passamos também a lecionar em escolas públicas, com

início no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFETMG), em

diversos cursos técnicos e, posteriormente, em cursos superiores. No período de

1984 a 1994, lecionamos na Escola Municipal Profª Isaura Santos.

Com o tempo, fomos adquirindo experiência e passamos a coordenar em

diversas escolas a área de Matemática. Assim pudemos verificar que a dificuldade

quanto ao estudo da Geometria não era apenas do estudante, mas também do

professor que, em muitos casos, preferia não trabalhar com séries em que se

estudava Geometria. Tal procedimento era justificado pelo desconhecimento do

conteúdo ou pela falta de tempo para extrapolar o que era apresentado no livro

didático.

Em diversas ocasiões, propostas de mudanças no processo de ensino e

aprendizagem foram apresentadas por equipes pedagógicas de escolas em que

lecionamos, visando à melhoria do nível dos estudantes e quase sempre sem

Page 14: Adilson Lopes de Oliveira

12

grandes resultados. O não envolvimento do professor na elaboração dessas

propostas talvez possa ter sido o principal fator que o levou a desacreditar dessas

supostas mudanças. Entretanto, nos últimos anos, há um incentivo à capacitação

docente e uma expansão de programas de Educação Matemática e ensino de

Matemática, o que levou as escolas a proporcionar disponibilidade para seus

docentes.

Reflexões foram aflorando no meio dos professores de Matemática: o que

significa conhecer Matemática? Como ensinar Matemática para não matemáticos?

Como participar do processo de construção de conhecimento matemático? Como

enfatizar as ideias Matemáticas no mundo real? Qual o ambiente propício para

ensinar e aprender Matemática? O que se esperar de um professor de Matemática?

Com todas essas reflexões, o professor de Matemática passou a viver um

momento de grandes mudanças didáticas. Houve uma diversificação de métodos

que não mais privilegiava apenas a aula tradicional com o rigor das demonstrações e

memorização das proposições, especialmente em geometria.

A reflexão e a ação são permanentes por parte de quem aprende; a resolução

de problemas é ponto fundamental para a formação de atitude investigativa do

estudante; a análise de situações do dia a dia é parte integrante no processo de

ensino e aprendizagem; a escrita passa a ser também uma forma de expressão do

pensamento; a descoberta e a análise de erros são consideradas caminhos para a

busca do acerto, transformando-se em mais uma fonte de conhecimento.

Apesar de todo esse avanço na didática de Matemática, até hoje, em várias

escolas, o ensino da Matemática se mantém da mesma forma como o que era feito

no auge do movimento da Matemática moderna, o que é criticado por diversos

autores como D’Ambrósio (2001). Segundo esse autor, a Matemática das escolas

atuais é ensinada de forma descontextualizada e isso leva a um grande desinteresse

dos estudantes. Ainda segundo ele, a educação deve ter como objetivo a formação

do cidadão.

Hoje, mudanças na forma de ensinar Matemática, visando às aplicações de

seus conteúdos no dia a dia, têm proporcionado ao estudante a possibilidade de um

maior entendimento desses diversos conteúdos matemáticos. Além disso, as

Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), principalmente a Internet e os

softwares educacionais, passaram a ser um excelente instrumento para a

aprendizagem da Matemática.

Page 15: Adilson Lopes de Oliveira

13

Os métodos utilizados nessa pesquisa foram definidos por atividades

investigativas para criação de Objetos de Aprendizagem usando um software

educacional denominado GeoGebra.

Com a utilização desses recursos da informática, podem ser desenvolvidas

atividades de aprendizagem, como é o caso dos Objetos de Aprendizagem. Macêdo,

et al. (2007, p.20), citam que, segundo Wiley “os Objetos de Aprendizagem podem

ser compreendidos como qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para o

suporte ao ensino”.

Para os estudantes do Ensino Médio, na Geometria Analítica, especialmente

no estudo das secções cônicas (Elipse, Hipérbole e Parábola), podem ser utilizados

Objetos de Aprendizagem que permitem uma melhor compreensão desse conteúdo,

além de um maior interesse em estudá-lo, o que será mostrado nos capítulos

posteriores na pesquisa realizada.

Constatamos em nossa prática que, nos últimos anos, as secções cônicas,

quando estudadas no Ensino Médio, são quase sempre definidas como “lugar

geométrico”, limitando-se apenas a encontrar as equações reduzidas das curvas.

Muitas vezes, essa forma de estudar tal conteúdo, quando o que é avaliado se

restringe apenas às suas equações, o professor utiliza a aula expositiva como único

recurso didático, reduzindo ao máximo o estudo das cônicas.

Nos últimos anos, como professor de Geometria Analítica em turmas do

primeiro período de cursos de Engenharia, temos percebido que um grande número

de estudantes desconhece conceitos geométricos básicos. O reconhecimento de

uma figura geométrica é quase sempre feito pelo seu formato, deixando de lado

qualquer conceito que possa justificar sua identificação.

Nesse contexto, utilizar Objetos de Aprendizagem, no Ensino Médio, que

permitam ao estudante compreender e identificar as cônicas e suas características,

a partir de situações percebidas no dia a dia, dará condições para que os estudantes

possam entender os conceitos e daí chegar às equações, facilitando seus estudos

superiores.

A partir dessas premissas, definiremos os objetivos da pesquisa realizada.

Assim, o objetivo geral foi elaborado como se segue:

Page 16: Adilson Lopes de Oliveira

14

a) Criar atividades que possibilitem trabalhar, no Ensino Médio, um Objeto de

Aprendizagem para desenvolver as habilidades de visualização e

representação, problematizando as relações com o cotidiano na

compreensão das propriedades e dos conceitos das secções cônicas, para

colaborar com o processo ensino e aprendizagem.

Já os objetivos específicos foram:

a) Identificar nos PCN’s as propostas do estudo das cônicas.

b) Verificar, em livros didáticos, conteúdos sobre as secções cônicas.

c) Elaborar atividades guiadas e investigativas para utilização na prática

pedagógica do estudo das secções cônicas.

d) Selecionar e identificar softwares educacionais, dinâmicos em geometria,

que possibilitem investigar as cônicas.

e) Desenvolver Objetos de Aprendizagem para identificar e estudar uma

cônica.

A questão formulada, após a problematização da temática em estudo, quanto

ao estudo do conceito das cônicas, foi a seguinte:

a) Como desenvolver o estudo das secções cônicas, identificando suas

características, com estudantes do Ensino Médio, a partir da visualização

e da representação gráfica, para aquisição do pensamento geométrico,

problematizando relações do cotidiano.

Os capítulos foram estruturados da seguinte forma:

No Capítulo I, apresentamos um referencial teórico que possibilita novos

processos de aprendizagem da Matemática, como as investigações de Matemática

em sala de aula. De acordo com Ponte (2003), a utilização de tecnologias que visam

facilitar o ensino da Matemática (BORBA, 2003) e a criação de Objetos de

Aprendizagem que auxiliam o aprendizado com o uso da tecnologia.

No Capítulo II, apresentamos as orientações do PCNEM quanto ao uso da

tecnologia no ensino da Matemática, além de analisar, em cinco livros didáticos, o

Page 17: Adilson Lopes de Oliveira

15

conteúdo sobre o estudo das cônicas, verificando de que forma os autores

identificam as curvas e mostram suas propriedades.

No Capítulo III, apresentamos as atividades investigativas que

proporcionaram a elaboração de Objetos de Aprendizagem para identificação e

estudo das cônicas.

No Capítulo IV, apresentamos a aplicação e a análise dos resultados obtidos

com o uso da tecnologia no aprendizado do estudante.

No Capítulo V , apresentamos as considerações finais.

PRODUTO

O produto resultante da pesquisa são Objetos de Aprendizagem elaborados a

partir das atividades investigativas guiadas e não guiadas, apresentados no

APÊNDICE.

Page 18: Adilson Lopes de Oliveira

16

2 A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E A APRENDIZAGEM

A busca da eficácia nos processos de ensino e aprendizagem em Matemática

possibilita espaços para alternativas diferenciadas e inovadoras da didática, em

estudos e pesquisas na educação Matemática. Assim, o ensino tradicional focado na

transmissão do conteúdo tem sido criticado com a discussão de novas propostas

metodológicas de origem na pedagogia progressista. Estas propostas estão sendo

formuladas com suporte numa aula mais participativa por parte dos estudantes,

como agentes de sua própria aprendizagem. Assim, pesquisas da aprendizagem da

Matemática trazem novos processos como das investigações Matemáticas em sala

de aula Ponte et al. (2003), novas tecnologias como facilitadoras ao ensino Borba et

al. (2003), proposição de Objetos de Aprendizagem (MEC – SEED – 2007), entre

outras estratégias.

Todas estas inovações são “progressistas” porque rompem com a didática do

professor transmissor para o professor que faz a interação, orienta o estudante,

deixando de ser o centro do processo para interagir na horizontalidade do trabalho

ativo do estudante na escola, isto é, o estudante trabalha, executa uma atividade,

deixa a passividade e se torna ativo e responsável pela sua aprendizagem.

2.1 A aula de investigação

Se, na pedagogia conservadora, professor e estudante se distanciam pela

verticalidade do processo de entrega/recepção; na pedagogia progressista, o

estudante se aproxima do professor e compartilha da descoberta do conteúdo, o

qual não é dado pronto e acabado, segundo Freire (2008); numa pedagogia

bancária, de depósito pelo professor do conhecimento formalizado no estudante;

este numa posição passiva de receptor. A aula de transmissão passa a ser a aula de

trabalho, de ação, de atitude viva, do fazer. Trata-se então de uma Matemática em

construção, como uma ciência experimental, de lançamento de conjecturas, de

viabilidade da intuição e da indução.

Page 19: Adilson Lopes de Oliveira

17

Na Matemática construída e trabalhada, há sempre uma conexão entre

problema e investigação, pois

uma investigação Matemática desenvolve-se usualmente em torno de um ou mais problemas. Pode mesmo dizer-se que o primeiro grande passo de qualquer investigação é identificar claramente o problema a resolver. Por isso, não é de admirar que, em Matemática, exista uma relação estreita entre problemas e investigações. (PONTE, 2003, p. 16).

O processo de resolução de um problema se faz pela experiência, apesar de

que, em alguns casos, o resultado correto não é objetivo principal, pois

quando trabalhamos um problema, o nosso objetivo é, naturalmente, resolvê-lo. No entanto, para além de resolver o problema proposto, podemos fazer outras descobertas que, em alguns casos, se revelam tão ou mais importantes que a solução do problema original. Outras vezes, não se conseguindo resolver o problema, o trabalho não deixa de valer a pena pelas descobertas imprevistas que proporciona. (PONTE, 2003, p. 17).

Nenhuma estratégia é sozinha a responsável pelo sucesso da aprendizagem,

há, sem dúvida, lugar para os exercícios, os problemas, os projetos e as investigações. O grande desafio é articular esses diferentes tipos de tarefa de modo a constituir um currículo interessante e equilibrado, capaz de promover o desenvolvimento matemático dos estudantes com diferentes níveis de desempenho. (PONTE, 2003, p. 23-24).

O estudante só aprende com a mobilização de seus recursos cognitivos e

afetivos. Dessa forma, é convidado a atuar como matemático pela atividade cuja

trajetória se inicia pela intuição, levantando hipóteses. Em seguida, pelo

desenvolvimento operacional e, no final, fazendo uma avaliação dos resultados,

buscando compatibilidade dos dados e informações propostas pelas conjecturas

iniciais com as respostas obtidas.

Há assim uma articulação contínua de conhecimentos prévios, interações

entre propriedades e proposições com as quais o estudante trabalha, construindo

conceitos e novos saberes, numa atitude investigativa.

o conceito de investigação Matemática, como atividade de ensino-aprendizagem, ajuda a trazer para a sala de aula o espírito da atividade Matemática genuína, constituindo, por isso, uma poderosa metáfora educativa. O estudante é chamado a agir como um matemático, não só na formulação de questões e conjecturas e na realização de provas e refutações, mas também na apresentação de resultados e na discussão e argumentação com os seus colegas e o professor. (PONTE, 2003, p. 23).

Page 20: Adilson Lopes de Oliveira

18

Na pesquisa desenvolvida, foram utilizadas as 3 (três) fases de uma atividade

de investigação.

(i) introdução da tarefa, em que o professor faz a proposta à turma, oralmente ou por escrito, (ii) realização da investigação, individualmente, aos pares, em pequenos grupos ou com toda a turma, e (iii) discussão dos resultados, em que os estudantes relatam aos colegas o trabalho realizado. (PONTE, 2003, p. 25).

Estas fases foram concretizadas com o apoio de um recurso informatizado,

um software de Geometria Dinâmica, com objetivo de construção de um Objeto de

Aprendizagem para estudo das cônicas: Elipse, Hipérbole e Parábola.

Como ponto de partida da atividade de investigação, o professor pesquisador

garantiu com uma preleção o significado da tarefa proposta e o que se esperava no

transcorrer da atividade.

O professor pesquisador realizou sua gestão como apoiador, incentivando a

exploração e a formulação de questões, levantamento de conjecturas, seu teste,

suas novas reformulações e justificação. Referenciou-se em Ponte (2003), ao propor

desafios ao estudante num espírito interrogativo perante as ideias Matemáticas.

O professor privilegia, então, uma perene discussão numa postura inquiridora,

interrogativa, com proposição de questões abertas, promovendo uma reflexão ativa

e contínua no trabalho do fazer Matemática.

Fiorentini e Lorenzato (2009) definem o processo de investigação em duas

etapas: formulação da questão ou do problema e construção das conclusões. Para

consecução desta trajetória, há que se proporcionar ao estudante alternativas

metodológicas para permitir tratar o problema e responder à questão de

investigação, o que ocorreu com a construção do Objeto de Aprendizagem.

2.2 Objetos de Aprendizagem

Segundo Wiley citado por Souza et al. (2007, p. 59-60), os Objetos de

Aprendizagem (OA) são “definidos como qualquer entidade, digital ou não digital,

que pode ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado apoiado

pela tecnologia.”

Page 21: Adilson Lopes de Oliveira

19

Muitos são os fatores favoráveis aos Objetos de Aprendizagem “OA” pela

didática da Matemática, como flexibilidade, facilidade de atualização entre outros.

Muitos “OAs” são elaborados para a álgebra, mas poucos para a geometria. A

proposta de pesquisa das cônicas constitui uma proposta a contribuir para o

crescimento de alternativas metodológicas à Educação Matemática, na Geometria.

O professor pesquisador estimula os estudantes a executar as atividades com

reflexão, a fazer questionamentos, a explorar intuitivamente os conceitos

matemáticos presentes nas tarefas em realização.

Com base nas etapas em desenvolvimento e nos resultados alcançados, o

professor faz as verificações experimentais e valida as conjecturas levantadas,

buscando legitimidade para a construção do “OA”.

A proposta da pesquisa apresentada trouxe desafios ao longo da exploração

do objeto, pois, a partir dos primeiros resultados, os estudantes foram desafiados a

validar suas conjecturas. A ideia do “OA” surgiu com a preocupação de padronizar o

desenvolvimento e a visualização de conteúdo, levando-se em conta as interações:

estudante/professor, estudante/estudante. São criadas unidades de aprendizagem

planejadas para inclusão de atividades e possibilidades de conexão com outros

objetos. Se o “OA” contém animações e simulações, uma dinâmica, isto pode

possibilitar processos cooperativos, estimulando o raciocínio, a criatividade, o

pensamento reflexivo, a autonomia e a autoria.

As atividades integradoras do “OA” elaboradas devem ser facilitadoras à

compreensão e à interpretação dos conceitos em estudo. O uso do “OA” vai além da

simples transposição dos livros didáticos para um formato digital, isto é, deve

possibilitar a produção de atividades para descoberta de conceitos, proposições,

propriedades, integrando com outras estratégias metodológicas do professor.

As atividades elaboradas se caracterizam como “OA”, pois têm como

características: a flexibilidade, por ser uma atividade investigativa; a fácil atualização,

uma vez que são elaborados utilizando um editor de texto e a reusabilidade, pois

são utilizados comandos do software GeoGebra.

Page 22: Adilson Lopes de Oliveira

20

2.3 As tecnologias como suporte da didática matemát ica

Aprender é vivenciar, experimentar, atuar. Quando relacionamos, buscamos

interações e vínculos integrando o que está isolado e disperso. Assim

aprendemos quando descobrimos novas dimensões de significação que antes se nos escapavam, quando vamos ampliando o círculo de compreensão do que nos rodeia, quando, como numa cebola, vamos descascando novas camadas que antes permaneciam ocultas à nossa percepção, o que nos faz perceber de outra forma. Aprendemos mais quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática; quando ambas se alimentam mutuamente. (MORAN, 2000, p. 23).

O mesmo autor afirma que a aprendizagem acontece no encontro com os

outros e depois num processo de síntese acontece uma reelaboração individual na

interiorização das ideias e, então, na formulação dos conceitos, e, mais tarde, na

formalização da definição ou criação de modelos.

A teorização vai acontecer na produção de mecanismos que auxiliam a

experiência e as situações de aprendizagem ao desaguar na generalização, num

contexto participativo e de vivências, em interação.

As tecnologias podem ser ótimos suportes para a comunicação, a

diversificação de pensamentos e o aprender a buscar padrões, regularidades e

generalizações, com manipulação diversificada de dados, imagens, diagramas,

gráficos. O papel do professor muda, pois

o professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a prática e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-pesquisando-ensinando-aprendendo. O seu papel é fundamentalmente o de um orientador/mediador. (MORAN, 2000, p. 30).

Com acesso a tecnologias telemáticas, pode se tornar um orientador/gestor

setorial do processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação

intelectual, a emocional e a gerencial.

Se aprender é relacionar e integrar, fator de aprendizagem é trabalhar

integradamente com as tecnologias sejam as telemáticas, audiovisuais, sejam do

computador, da internet.

Page 23: Adilson Lopes de Oliveira

21

Especificamente em rede, o computador se converte em um meio de comunicação, a última grande mídia, ainda em estágio inicial, mas extremamente poderosa para o ensino e aprendizagem. Com a Internet podemos modificar mais facilmente a forma de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos cursos a distância. (MORAN, 2000, p. 44).

Na sociedade altamente tecnizada e da informação, todos estamos

reaprendendo a conhecer, a integrar o homem à técnica, a um grupo social, na

amplitude da sociedade, permitida pela informatização generalizada seja na

sociedade como um todo, seja nos processos laborais, de lazer entre outros.

Masseto (2000) afirmava que a Escola ainda não tinha uma política de valorização

intensiva da tecnologia computacional, principalmente, para o processo de ensino-

aprendizagem, o que é corroborado por Costa e Oliveira (2004), ao defenderem que

as novas tecnologias – NTs devem estar no projeto pedagógico, o que não tem ainda

uma política bem definida pelas Escolas. Desta forma, “neste cenário, cabe

perguntar: para que se preocupar com tecnologias que colaborem para um ensino e

uma aprendizagem mais eficazes? Não basta o domínio do conteúdo como todos

apregoam?” (MASSETTO, 2000, p. 134).

A tensão entre método e conteúdo traz ao professor de Matemática uma

preocupação quanto à viabilidade do tratamento do conteúdo no cumprimento do

Plano de Ensino, optando pelo modo mais rápido que é a aula de transmissão.

Desta forma, quanto ao processo de aprendizagem, considerando-se o método de

trabalho pedagógico, Masseto (2000, p. 139) traz 4 (quatro) elementos quanto à

inserção da tecnologia “o conceito mesmo do aprender, o papel do estudante, o

papel do professor e o uso da tecnologia”.

O mesmo autor traz 4 (quatro) tópicos para a discussão de

aprendizagem/tecnologia: “Tecnologia e processo de aprendizagem; Tecnologia e

mediação pedagógica; Tecnologia, avaliação e mediação pedagógica; O professor

como mediador”. Masseto (2000, p. 138).

Focando no tópico mediação pedagógica, temos:

Por mediação pedagógica entendemos a atitude, o comportamento do professor que se coloca como facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, que se apresenta com a disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e sua aprendizagem – não uma ponte estática, mas uma ponte “rolante”, que ativamente colabora para que o aprendiz chegue aos seus objetivos. É a forma de se apresentar e tratar um conteúdo ou tema que ajuda o aprendiz a coletar informações, relacioná-las, organizá-las, manipulá-las, discuti-las e debatê-las com seus colegas, com o professor... (MASSETO, 2000, p. 144-145).

Page 24: Adilson Lopes de Oliveira

22

Na pesquisa realizada, foram usadas as novas tecnologias da informática

educativa, especialmente o computador e a internet, com o intuito de desenvolver o

que Masseto (2000, p.154) chama de “interaprendizagem: a aprendizagem como

produto das inter-relações entre as pessoas.” Na pesquisa, estudante/estudante,

estudante/professor.

Lévy (1993), baseado nas tecnologias da inteligência, na passagem da

oralidade para a escrita e daí para a informática, defende a criação de uma rede de

significações criadas pelo estudante na interação com colegas, tendo como ator

também o professor.

Inicialmente, o conhecimento aparece desorganizado, desconexo, em múltiplas redes. O professor se encarrega de apoiar, com as tecnologias da inteligência, o trabalho mental do estudante, no seu universo de significações, entendendo que as redes individuais não são disjuntas, mas se entrelaçam numa interação simbiótica do coletivo. Portanto, o conhecimento, em relação de reciprocidade, é constituído e reelaborado individual e coletivamente. (VAZ, 2010, p. 28).

A utilização das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação

informáticas em ambiente educacional traz uma discussão sobre o lugar do

computador em práticas educativas, enfatizando nas pesquisas e nos estudos a

produção de significado, logo a conquista do saber por parte dos estudantes e

professores, ambos em processo de elaboração cognitiva.

Por outro lado, essa prática pedagógica estimula a utilização de problemas abertos, de formulação de conjecturas em que a sistematização só se dá como coroamento de um processo de investigação por parte de estudantes e, muitas vezes, do próprio professor. Dessa forma, busca-se superar práticas antigas com a chegada desse novo ator informático. Tal prática está também em harmonia com uma visão de construção de conhecimento que privilegia o processo e não o produto-resultado em sala de aula, e com uma postura epistemológica que entende o conhecimento como tendo sempre um componente que depende do sujeito. (BORBA, 2003, p. 45-46).

Ainda, segundo o mesmo autor:

O conhecimento é produzido por um coletivo formado por seres-humanos-com-mídias, ou seres-humanos-com-tecnologias e não, como sugerem outras teorias, por seres humanos solitários ou coletivos formados apenas por seres humanos. (BORBA, 2003, p. 48).

Page 25: Adilson Lopes de Oliveira

23

Esta estratégia de produção do conhecimento interativo, com mediação do

professor, traz a elaboração cognitiva por simulação.

A manipulação dos parâmetros e a simulação de todas as circunstâncias possíveis dão ao usuário do programa uma espécie de intuição sobre as relações de causa e efeito presentes no modelo. Ele adquire um conhecimento por simulação do sistema modelado, que não se assemelha nem a um conhecimento teórico, nem a uma experiência prática, nem ao acumulo de uma tradição oral. (LÉVY, 1993, p. 122).

O mesmo autor afirma que a crescente importância das linguagens

“orientadas para objeto” em informática pode ser eficiente instrumento de simulação

que

não remete a qualquer pretensa irrealidade do saber ou da relação com o mundo, mas antes a um aumento dos poderes da imaginação e da intuição. [...] O conhecimento por simulação interconexão em tempo real valoriza o momento oportuno, a simulação, as circunstâncias relativas, por oposição ao sentido molar da história ou à verdade fora do tempo e espaço, que talvez fossem apenas efeito da escrita. (LÉVY, 1993, p. 126).

Uma das dificuldades da escola é quanto ao “tempo” que o saber a ser

construído ou simulado deve consumir.

Lollini (2003, p.43) defende que

um dos méritos do computador no campo da educação é, porém, o de tentar resolver um dos grandes problemas da educação: como respeitar o ritmo da aprendizagem, como evitar defasagens entre os tempos propostos (ou impostos) pela escola e o tempo necessário ao estudante numa atividade particular em um determinado momento da vida. (LOLLINI, 2003, p.43)

O professor responsável com seu plano de ação e cronograma tende a

queimar etapas, exigindo do estudante efetivas ações superiores a suas

possibilidades de captação, assimilação e consequente elaboração conceitual.

Perante o computador, o estudante pode ser juiz das próprias escolhas, se isto lhe for permitido. O computador não grita nem impõe nada, e o estudante pode escolher os próprios ritmos automaticamente e sem dramas. A experiência demonstra que, desse modo, a aprendizagem é mais rápida e a atitude para com as disciplinas e a escola são mais positivas. (LOLLINI, 2003, p. 43).

Page 26: Adilson Lopes de Oliveira

24

2.4 Objeto de Aprendizagem e o conceito

Os objetos matemáticos possuem características sociais e culturais e são

frutos da mente do homem situado em diversos espaços, a escola como um deles,

sem exclusividade.

Sua construção visa à materialização do pensamento, pela linguagem, e são

constituídos na estrutura da Matemática, definida pelos componentes: axioma,

convenção, conceito, definição e o teorema.

Na pesquisa realizada, foi investigado o conceito, que é a representação de

um objeto matemático pela informalidade, pelo que Lins e Gimenes (1997)

demonstraram do significado não matemático, isto é, a expressão de um

conhecimento, sem a formalidade da linguagem simbólica da Matemática. Já a

definição é entendida como a representação do saber formalizado e acadêmico.

Pais (2001, p.56) diferencia o conceito da definição, pois

aprender o significado de um conceito não é permanecer na exterioridade de uma definição, pois a sua complexidade não pode ser reduzida ao estrito espaço de uma mensagem linguística. Definir é necessário, mas é muito menos do que conceituar, porque o texto formal de uma definição só pode apresentar alguns traços exteriores ao conceito. Por exemplo, a definição de uma figura geométrica, por si só, não pode traduzir a essência do conceito correspondente. (PAIS, 2001, p.56)

O conceito trabalhado anteriormente à definição traz a possibilidade de

compreensão dos saberes matemáticos, porque a definição se faz quando da

formalização de determinado conceito com a atualização da linguagem pela

simbologia própria e específica de cada área do conhecimento.

A formação do conceito requer uma rede de situações vivenciadas e

articuladas. Desta forma,

devemos observar ainda que a formação de um conceito não acontece através de um único tipo de situação, da mesma forma como uma única situação, geralmente, envolve uma diversidade de conceitos. O desafio consiste em destacar os invariantes referentes ao conceito principal que conduz a aprendizagem no momento considerado, articulando-os com outros conceitos já aprendidos pelo estudante. De posse dos conceitos já elaborados, o estudante é desafiado a compreender outras situações, onde aparecem os novos conceitos e novos invariantes. Portanto, conclui-se que a aprendizagem não pode ser efetuada em um contexto isolado, como se o significado pudesse subsistir por si mesmo. (PAIS, 2001, p. 60).

Page 27: Adilson Lopes de Oliveira

25

A elaboração conceitual pelo estudante exige, num processo de subjetivação,

como síntese de extensa e complexa rede de significados pela articulação de

grandezas com variáveis e parâmetros.

O desenvolvimento das capacidades de análise demanda a compreensão,

base epistemológica do trabalho com conceitos. Na elaboração da estrutura

Matemática, tem-se a dialética do conceito e da definição, entendida por Vaz (2010,

p. 39),

se conceituar é uma atividade de compreensão do objeto em estudo e da criação subjetiva de significados pelo estudante, definir é manipular símbolos, registros, sinais da linguagem específica da área de conhecimento, na qual está emersa o objeto, o conceito em tratamento. (VAZ, 2010, p. 39)

Portanto, a não dominação da simbologia da linguagem, isto é, seus códigos,

registros e representações, é para o estudante empecilho à elaboração da definição.

A matematização ou o algebrismo exarcebado pode levar o estudante à

manipulação de fórmulas sem apreensão e compreensão do conceito.

Entendemos que compreender é buscar o significado, em processo de fazer

Matemática, que, segundo Ponte (2003), é, em essência, investir no estabelecimento

de relações à procura de propriedades implícitas e subjacentes ao objeto em estudo,

por meio de estratégias de aprendizagem que os estudantes desenvolvem para

aprender Matemática Frota (2002). Já Laudares (1987, p. 3) traz quatro abordagens

para a metodologia Matemática.

Raciocínio e memorização, o ensino do essencial, a correlação dos conceitos matemáticos com a vida real, com outras disciplinas profissionalizantes e com a física, especialmente, a interfase, entre os próprios compartimentos da Matemática, isto é, da Álgebra e do Cálculo com a Geometria. (LAUDARES, 1987, p. 3)

Para a consecução da pesquisa, ora apresentada, estudamos os métodos

que poderiam facilitar o trabalho com conceito, entre outros: resolução de

problemas, modelagem, Objeto de Aprendizagem, atividades investigativas.

Optamos pela composição dos métodos de aprendizagem baseada nas atividades

investigativas para elaboração do Objeto de Aprendizagem.

Buscamos, referenciando-nos em Pais (2001), a proposição de situações

didáticas, a partir de uma questão investigativa dada: o entendimento do conceito

Page 28: Adilson Lopes de Oliveira

26

das cônicas (Elipse, Hipérbole e Parábola) sem antecipar a definição, deixando os

estudantes a trabalhar num processo de exploração.

Pais (2001), baseado em Brousseau, apresenta uma tipologia de situações:

(I) situações de ação; (II) situações de formulação; (III) situações de validação; (IV)

situações de institucionalização.

Na pesquisa realizada, ao ser oferecido ao estudante oportunidade e espaço

de exploração de uma situação nova, a procura da elaboração conceitual teve

aspectos e procedimentos destes tipos de situação que foram vivenciados, seja com

as ações, seja com a formulação e a consequente validação do conceito das

cônicas, em estabelecimento.

Se, na pedagogia tradicional, o estudante não vivencia situações, não

experimenta, não formula com atividades investigativas integradas a um Objeto de

Aprendizagem, na pesquisa realizada com parâmetros da pedagogia progressista,

foram oferecidas e oportunizadas diferentes situações para o estudante argumentar,

para descobrir, e viabilizar uma proposição, como será mostrado nos próximos

capítulos.

2.5 O ensino de geometria analítica e o currículo

O estudo da Geometria Analítica teve início no século XVII com o filósofo e

matemático René Descartes, que foi o inventor das coordenadas cartesianas.

Uma característica importante da Geometria Analítica é a união da Geometria

com a Álgebra, proporcionando definições de formas geométricas no modo numérico

e extraindo informação numérica dessa representação.

René Descartes, em 1637, no apêndice “Geometria do seu Discurso do

Método”, criou as bases para os métodos da Geometria Analítica.

Os princípios filosóficos de Descartes e esse livro permitiram criar as

fundações para o cálculo, mais tarde introduzidas por Isaac Newton e também por

Gottfried Wilhelm Leibniz.

Por volta de 225 anos a.C., foi escrito, pelo matemático e astrônomo grego,

Apolônio de Perga, o primeiro estudo completo sobre as cônicas, uma vez que antes

Page 29: Adilson Lopes de Oliveira

27

dele as secções cônicas já eram conhecidas há mais de um século, com pelo menos

duas exposições importantes sobre o assunto, as de Aristeu e Euclides.

Apolônio foi chamado o "Pai das Cônicas", pois sua obra, em um nível mais

avançado, ultrapassou as demais no campo das secções cônicas.

Foi ele que atribuiu às cônicas as designações ainda hoje utilizadas - Elipse,

Parábola e Hipérbole, apresentando-as como secções produzidas numa mesma

superfície cônica.

A obra “As cônicas”, de Apolônio, foi fundamental para estudos posteriores,

como é o caso da descoberta de Johannes Kepler, por volta de 1605, sobre as

órbitas elípticas descritas pelos planetas em torno do sol; da descoberta de Galileu

Galilei, em 1632, sobre a trajetória parabólica de projéteis; e da descoberta de

Robert Boyle, em 1662, mostrando que, sob temperatura constante, a função que

expressa a relação entre o volume de massa fixa de gás e a pressão exercida sobre

ela é hiperbólica.

Hoje verificamos diversas situações no mundo real em que são utilizadas as

cônicas, como na construção de pontes, antenas, espelhos, lentes etc.

A Geometria Analítica pode ser entendida como:

a) PLANA: - Ponto

- Reta

- Circunferência

- Cônicas (Elipse, Hipérbole, Parábola)

- Curvas em coordenadas paramétricas

- Curvas em coordenadas polares: ciclóide, leminiscata,

entre outras.

b) ESPACIAL: - Reta no espaço

- Planos

- Cilindros (quádricos, não quádricos)

- Quádricas

Seu estudo pode ser vetorial ou analítico, podendo também ter uma

introdução conceitual vetorial e depois um tratamento não vetorial. Por exemplo, a

Page 30: Adilson Lopes de Oliveira

28

reta no espaço tem equação vetorial vnAB = , sendo v (vetor direcional da reta) ou

em coordenadas cartesianas: c

zz

b

yy

a

xx 000 −=−=− .

Na pesquisa da qual originou esta dissertação, o objeto de estudo ficou

limitado à Geometria Analítica Plana com o estudo de cônicas.

O estudante já no Ensino Fundamental tem contato com a Parábola no estudo

do sinal da função quadrática.

No Ensino Médio, a Parábola está no estudo de função quadrática e,

geralmente, no final deste nível de ensino, há uma introdução às cônicas.

Já no curso superior dos cursos da área exata (Matemática, Física,

Engenharia, entre outras), a Geometria Analítica é conteúdo presente nos currículos,

mas não com o mesmo status do Cálculo. Assim, nos últimos anos, houve uma

fusão com Álgebra Linear, denominada em muitas universidades como GAAL

(Geometria Analítica e Álgebra Linear). Parte da Geometria Analítica Espacial está

nos planos de Cursos de Cálculo.

A produção bibliográfica de Geometria Analítica não é abundante, pois vários

livros de Cálculo a absorvem.

Destacamos o livro de Quádricas de Miranda e Laudares (2011) com

inúmeras edições desde 1988. Esta obra permite a visualização das figuras

espaciais (planos, cilindros e quádricas), porque os autores fazem uma partição das

superfícies com a identificação de curvas de nível e secção transversal.

Mota (2010), em sua pesquisa de Mestrado, elaborou atividades com o

software WINPLOT, usando a mesma metodologia de Miranda e Laudares,

ampliando e facilitando o processo da visualização do traçado de superfícies no

espaço.

A questão problematizadora da pesquisa apresentada, entretanto, refere-se à

exploração da interpretação gráfica das cônicas, enfatizando o tratamento

geométrico das mesmas.

A geometria Analítica, no seu fundamento teórico conceitual, requer a

integração de dois estudos:

Page 31: Adilson Lopes de Oliveira

29

A tendência a um tratamento desequilibrado destes dois estudos, com mais

ênfase para a Álgebra, pode algebrizar o estudo da Geometria Analítica, restando ao

estudante uma manipulação das equações sem um entendimento da representação

geométrica. A definição algebrizada e formal, baseada em “lugar geométrico”, sem

uma ilustração geométrica, pode dificultar a compreensão do conceito e das

propriedades das cônicas.

Uma contínua referência ao gráfico com a equação, no estudo da variação de

parâmetros da equação traz um efetivo entendimento das figuras e suas equações.

Ao tratar isoladamente a equação, fica rompida a integração com a figura e não se

cumpre o objetivo da interação da Álgebra com a Geometria.

O estudante, ao trabalhar a relação das variações dos parâmetros da

equação com a transformação das figuras, pode perceber melhor a interação gráfica

e algébrica.

Ao interpretar o problema, graficamente, antes de manipular as equações,

podemos obter sucesso para as etapas de desenvolvimento dos cálculos, porque a

análise dos dados e da questão a resolver é mais bem explicitada, objetivando a

escolha mais correta dos passos a serem efetivados com o uso das diversas

equações. Podemos também fazer, por intuição, levantamento de conjecturas ou,

por simulação, uma estimativa de provável solução, graficamente. Isto é, o estudante

pode prever sua solução, anteriormente, ao desenvolvimento algébrico,

compatibilizando dados, parâmetros e provável procedimento das equações. Por

exemplo, ao analisar a família das parábolas com vértices no eixo das ordenadas de

Page 32: Adilson Lopes de Oliveira

30

equação reduzida (vértice na origem) ou transladada (eixos paralelos aos

coordenados). Se o estudante traçar o gráfico de algumas parábolas da família,

poderá verificar melhor que o eixo de simetria pode ser o próprio eixo das ordenadas

(Gráfico 1) ou o eixo das abscissas ou paralelos a este (Gráfico 2). Podemos

também constatar que serão duas famílias de curvas a satisfazer as condições com

variação dos parâmetros, como no gráfico a seguir:

Gráfico 1: Parábolas com simetria no eixo das orden adas Fonte: Elaborado pelo autor

Page 33: Adilson Lopes de Oliveira

31

Gráfico 2: Parábolas com simetria no eixo das absci ssas ou eixos paralelos a este.

Fonte: Elaborado pelo autor

Sem o traçado do gráfico, a dificuldade seria grande para formalizar as

equações e a variação dos parâmetros.

Duas análises são requeridas na elaboração da equação: (I) qual é o formato

da equação, isto é, como as variáveis se comportam por meio das operações de

potência, de adição ou subtração de produto ou de divisão; (II) quais são os

parâmetros e sua variação para caracterizar as curvas da família. Os estudantes

apresentam dificuldade para diferenciar variáveis e parâmetros. Apenas fazem uma

identificação, sendo as variáveis as últimas letras do alfabeto, e os parâmetros,

geralmente, as primeiras.

Na pesquisa realizada, optamos por trabalhar com as 3 (três) cônicas,

enfatizando o tratamento gráfico, com a interpretação geométrica, por entender que,

no Ensino Médio, se o estudante aprender o conceito das cônicas em sua

visualização gráfica, teremos, no processo metodológico “em espiral”, no Ensino

Superior, isto é, a construção do conhecimento em níveis e, em contínua ampliação,

a continuidade do aprendizado.

A definição formal, baseada em “lugar geométrico”, e a dedução da equação

das cônicas podem ocorrer no nível superior, limitando-se, na Educação Básica, à

aprendizagem conceitual e à interpretação gráfica no tratamento geométrico.

Page 34: Adilson Lopes de Oliveira

32

Finalmente, é importante destacar a dissertação da Macena (2007), que

também contribuiu com a investigação em sala de aula para a aprendizagem das

secções cônicas com significado. Na nossa revisão bibliográfica, constatamos o

baixo número de investigação do ensino das cônicas.

Page 35: Adilson Lopes de Oliveira

33

3 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PCN E OS LIVR OS DIDÁTICOS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - PCNEM

mostram que o ensino deve ser direcionado para uma aprendizagem ativa, em que o

aprendiz, além de dominar os conceitos e ter capacidade de utilizar fórmulas, deve

desenvolver atitudes e valores. De acordo com o PCNEM (BRASIL, 2002, p. 83):

“Saber aprender é condição básica para prosseguir aperfeiçoando-se ao longo da

vida”.

O domínio dos conceitos matemáticos, das demonstrações, das definições é

importante para a construção de novos conceitos e isso permite ao estudante a

validação de intuições na construção de técnicas aplicadas em diversas situações.

De acordo com o PCNEM (BRASIL, 2002, p. 84), o estudante deve

“compreender os conceitos, procedimentos e estratégias Matemáticas que permitam

a ele desenvolver estudos posteriores e adquirir uma formação científica geral”. A

Matemática, diante disso, tem um papel importante no Ensino Médio, pois cabe a ela

a apresentação de novas informações e instrumentos que deem condições ao

estudante de continuar aprendendo.

O conhecimento matemático tem um papel significativo na formação do

indivíduo. É com ajuda dele que o estudante desenvolve sua capacidade de

raciocínio, de comunicação e o seu espírito crítico e criativo. Esse é um jogo de

conhecimento que, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs,

faz com que o estudante se sinta desafiado, adquira o espírito de pesquisa e

desenvolva ainda mais a capacidade de raciocínio e de autonomia.

As tecnologias de informação ajudam a formação do indivíduo, desde que o

mesmo interaja com a ciência e a tecnologia geradas na atual cultura tecnológica.

Ao pensar nessas tecnologias para a Matemática, há que se identificar os

diversos softwares educacionais e calculadoras em que os estudantes podem

explorar e aprimorar conceitos matemáticos. Os softwares de informática educativa

proporcionam experimentos e facilitam estratégias para resolver os diversos

problemas.

Para o estudo da Geometria Analítica, existem diversos softwares que

permitem ao estudante investigar situações que o levem a uma compreensão

Page 36: Adilson Lopes de Oliveira

34

geométrica e algébrica de uma curva, o que contribui para desenvolver diversas

habilidades como pensamento geométrico, estratégico e hierárquico.1

Essa estreita relação entre a Matemática e a tecnologia permite que o

estudante utilize essas ferramentas, mas sem deixar que elas constituam o centro da

questão, que é a aprendizagem dos conceitos. A velocidade com que se renovam

essas fontes de tecnologia exige do estudante uma preocupação maior em saber

lidar com múltiplas informações e em poder interagir com outras pessoas,

permitindo-lhe assim um maior desenvolvimento de raciocínio de percepção e de

competências para produção e transmissão de conhecimentos.

De acordo com o PCNEM (BRASIL, 2002), o computador pode ser um

excelente instrumento que facilita a investigação no processo de aprendizagem. O

estudante pode aprender com os seus próprios erros e, junto com outros estudantes,

trocar suas experiências e compará-las. Para isso, é fundamental a utilização de

softwares educacionais adequados ao conteúdo estudado.

Ainda segundo o PCNEM (BRASIL, 2002), a utilização da tecnologia de

informação promove mudanças consideráveis na área do conhecimento:

A denominada “revolução informática” promove mudanças radicais na área do conhecimento, que passa a ocupar um lugar central nos processos de desenvolvimento, em geral. É possível afirmar que, nas próximas décadas, a educação vá se transformar mais rapidamente do que em muitas outras, em função de uma nova compreensão teórica sobre o papel da escola, estimulada pela incorporação das novas tecnologias. (BRASIL, 2002, p. 6).

A escola se adapta a essa nova realidade, com mudanças que não se limitem

à instalação de novos meios de tecnologias de informação. O envolvimento do

professor e do estudante, nesse processo de mudança, na forma de aprendizagem,

permite a retirada do mesmo da condição de espectador passivo, garantindo-lhe

uma aprendizagem significativa com desenvolvimento do conhecimento intuitivo, em

direção ao conhecimento abstrato.

O conhecimento matemático a ser desenvolvido, segundo orientação dos

PCNs, requer competências, tais como: a abstração, a precisão, o rigor lógico.

1 Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Secretaria de Educação Básica - MEC

Page 37: Adilson Lopes de Oliveira

35

3.1 Livros didáticos

O livro didático é um importante material de auxílio ao professor e objeto de

estudo para o estudante. Em muitos casos, esse instrumento é deixado de lado por

diversos motivos, tais como: poucos exercícios, conteúdo pouco explorado e

exercícios sem aplicação prática.

A utilização de um livro didático de Matemática na terceira série do Ensino

Médio tem se tornado um grande desafio para professores e estudantes. Por ser

uma série que deixou de ser concluinte do Ensino Médio e passou a ter uma função

preparatória para provas que permitem o ingresso a uma universidade, o professor

procura adequar o conteúdo às exigências dessas provas, utilizando outros recursos

didáticos, tais como: apostilas, listas de exercícios, simulados, entre outros.

Os autores de diversas coleções para o Ensino Médio editaram o volume

único como mais uma alternativa a ser utilizada no Ensino Médio.

Com o objetivo de melhor entender esses livros didáticos e verificar o

tratamento dado ao estudo das cônicas, objeto de nossa pesquisa, optamos por

analisar três livros “volume 3” e dois livros “volume único”. São eles:

Livro Título Volume Autores Editora Ano

1 Matemática Contexto e aplicações

3 Luiz Roberto Dante Ática 2008

2 Matemática 3 Manoel Rodrigues Paiva Moderna 2009 3 Matemática

Ciência e Aplicações 3 Gelson Iezzi

Osvaldo Dolce Davi Degenszajn Roberto Périco Nilze de Almeida

Atual 2010

4 Matemática Único Luiz Roberto Dante Ática 2008

5 Matemática Único Gelson Iezzi Osvaldo Dolce David Degenszajn Roberto Périco

Atual 2007

A coleção do autor Manoel Rodrigues Paiva não possui o volume único;

portanto, nossa análise de volume único restringiu-se aos outros dois autores.

Page 38: Adilson Lopes de Oliveira

36

Foram levantados os seguintes questionamentos:

Q1 - O autor, ao iniciar o conteúdo, relata algum fato histórico com alguma

atividade que venha a despertar no estudante um interesse sobre o tema?

Q2 - Há uma preocupação em aplicar essa introdução no decorrer do

conteúdo?

Q3 - O tratamento dado à identificação de uma cônica é só algébrico?

Q4 - O autor propõe atividades explorando a forma geométrica de uma cônica?

Q5 - São apresentadas situações reais e cotidianas para o estudo de uma

cônica?

Q6 - Figuras são exploradas para a identificação de uma cônica?

Q7 - São feitas revisões de conteúdos necessários ao estudo de uma cônica?

Q8 - No estudo das cônicas, o autor faz alguma conexão com outros tópicos

de Matemática já estudados?

Q9 - Nos exercícios, são apresentadas situações contextualizadas com o

cotidiano?

Q10- O autor propõe atividades que exploram geometricamente o

reconhecimento de uma cônica?

Q11- O autor propõe a utilização de recurso tecnológico como instrumento de

aprendizagem para o estudante?

Questões

livro

Q1

Q2

Q3

Q4

Q5

Q6

Q7

Q8

Q9

Q10

Q11

1 Sim Sim Não Sim Sim Não Não Sim Sim Não Não

2 Sim Não Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Não

3 Não Não Sim Não Não Não Não Sim Sim Não Não

4 Não Sim Não Sim Não Não Não Sim Não Não Não

5 Não Não Sim Não Não Não Não Sim Não Não Não

Na tabela, as respostas “sim” foram dadas quando verificamos que o autor

atende às questões levantadas em todo conteúdo sobre cônicas.

Page 39: Adilson Lopes de Oliveira

37

Percebemos que o enfoque maior sobre o estudo das cônicas, dado pelos

autores, é algébrico, com uma forte tendência às equações das curvas. Entendemos

que tal procedimento deveria ser deixado para o curso superior e que a construção

geométrica, a visualização, o reconhecimento geométrico das cônicas é que

deveriam ter um maior destaque na terceira série do Ensino Médio.

O que os autores apresentam são figuras utilizadas apenas como ilustração,

deixando de lado a análise das curvas que elas representam.

Em nossa pesquisa, tivemos a preocupação de analisar as cônicas, a partir

de figuras/fotos que apresentavam curvas com formato de uma cônica. De acordo

com as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares

Nacionais – PCNEM.

Usar as formas geométricas para representar ou visualizar partes do mundo real é uma capacidade importante para a compreensão e construção de modelos para resolução de questões da Matemática e de outras disciplinas. Como parte integrante deste tema, o estudante poderá desenvolver habilidades de visualização, de desenho, de argumentação lógica e de aplicação na busca de solução de problemas. (BRASIL, 2002, p. 123).

Finalmente, pudemos concluir o seguinte sobre os livros analisados:

Volume 3

Autor: Luiz Roberto Dante

No início do capítulo, o autor menciona fatos históricos citando a importante

contribuição de Apolônio quanto ao “desenvolvimento dos conceitos das secções

cônicas, acrescentando aos estudos já existentes o fato de essas curvas poderem

ser obtidas a partir de um único sólido, o cone duplo...”, p.70. Em seguida, o autor

sugere duas atividades, sendo que a primeira incentiva o estudante a identificar

elementos e propriedades da Elipse e a segunda fala sobre as órbitas dos planetas

que Kepler2 deduziu sobre suas formas elípticas, Q1.

No iniciar do estudo de cada cônica, o autor faz referência ao que foi

apresentado na introdução, Q2. A partir daí, o autor passa a explorar a construção

2 Johannes Kepler , astrônomo que por volta de 1605 descobriu que os planetas descrevem órbitas elípticas em torno do sol. (PAIVA, 2002)

Page 40: Adilson Lopes de Oliveira

38

das cônicas, com o objetivo de especificar seus elementos e a definição da curva

como um lugar geométrico3·, Q3.

O reconhecimento de uma cônica é feito, pelo autor, de forma algébrica,

dando ênfase à análise da equação do segundo grau em x e y. Entretanto, em

algumas atividades, são exploradas as formas geométricas em questões do

cotidiano para resolução das mesmas, Q4, Q5. Em vários momentos, são feitos, em

destaque, questionamentos e afirmações para reflexão, como verificamos:

A excentricidade indica quando a elipse se aproxima de um segmento ou de uma circunferência, conforme seu valor se aproxima de 1 ou de 0, respectivamente. (p. 79).

Se o plano for paralelo ao plano da base, obtemos uma circunferência, que também é uma seção cônica. (p. 78).

Quanto mais próximo de 1 for a excentricidade, mais a hipérbole se aproxima de duas retas paralelas (perpendiculares ao eixo real) E se a excentricidade for cada vez maior, tendendo ao infinito, a hipérbole se aproxima de duas semirretas opostas (com origem em A1 e A2). (p. 86).

Quanto aos exercícios propostos, o autor apresenta poucas questões

contextualizadas, dando enfoque maior a questões tradicionais de aplicação

algébrica, Q9.

Volume 3

Autor: Manoel Paiva

O autor apresenta o conteúdo de forma clara com diversas ilustrações que

permitem ao estudante visualizar curvas com o formato de uma cônica. Logo na

introdução do capítulo, o autor mostra a foto de uma ponte em que um dos cabos de

sustentação tem o formato de uma parábola. Em seguida, ele utiliza o recurso de

uma lanterna para mostrar as figuras cônicas e aproveita para relatar fatos históricos

que enriquecem a apresentação, constatado na coluna Q1 da tabela. Com esses

exemplos, além de outros apresentados no livro, o assunto torna-se mais atrativo

3 lugar geométrico É um conjunto de pontos que gozam de uma determinada propriedade P e que lhes é exclusiva. (OLIVEIRA; MORANDI, 1980)

Page 41: Adilson Lopes de Oliveira

39

para o estudante. Entretanto, as figuras não são exploradas para a identificação de

propriedades das cônicas, conforme verificado na coluna Q2 da tabela.

Da forma como o conteúdo é desenvolvido no livro, é permitido ao estudante

conjecturar, identificar e construir um conhecimento sobre as figuras cônicas.

Quando necessárias, são feitas revisões de conteúdos já estudados, Q7, com

ilustrações, que permitem um melhor entendimento do assunto.

Os exercícios são divididos em três etapas: de aplicação, contextualizadas e

de desafio, Q9. Além disso, é apresentado, no final do capítulo, um roteiro de

estudos com questões que incentivam o estudante a discutir sobre o assunto

estudado, Q4, Q6, como verificamos na página 293:

O que são figuras cônicas? Dê um exemplo de uma situação do cotidiano que apresente a forma elíptica. Dê um exemplo de uma situação do cotidiano que apresente a forma hiperbólica. Dê um exemplo de uma situação do cotidiano que apresente a forma parabólica.

Essa preocupação do autor é coerente com as questões levantadas na

pesquisa realizada.

Quanto ao reconhecimento de uma cônica, o autor utiliza a interseção de

planos, situações reais do cotidiano, além do reconhecimento algébrico em que a

identificação das curvas é feita a partir de uma equação do 2o grau em x e y,

inclusive em situações de rotação da figura geométrica no plano cartesiano, Q3, Q5.

Volume 3

Autor: Gelson Iezzi e outros

Os autores iniciam o conteúdo, explorando o conceito de uma superfície

cônica e demonstrando as curvas obtidas por Apolônio ao seccionar essa superfície

com planos em diversas posições. Como os autores não exploram essa introdução

no decorrer do capítulo, ela tornou-se apenas ilustrativa, Q1, Q2.

Page 42: Adilson Lopes de Oliveira

40

A identificação da cônica é feita apenas de forma algébrica, deixando de

explorar outras formas como a construção da curva, análise de figuras, dentre

outras, Q3.

Não há uma preocupação em apresentar uma situação real para que o

estudante perceba uma aplicação prática do que está sendo estudado, Q5.

Nas atividades, o autor apresenta exercícios com aplicação direta do

conteúdo estudado com poucos problemas contextualizados, Q9.

No final do livro, o autor demonstra, em seu “Manual do Professor”, uma

preocupação com diversas situações que não são contempladas no capítulo sobre

as cônicas. São trechos que, segundo o autor, foram tirados do parecer no 15/98 da

Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação:

História da Matemática (p. 6). O recurso à história, além de esclarecer ideias Matemáticas que estão sendo construídas pelos estudantes, tornando a aprendizagem significativa, coloca-os em contato com um processo do qual fazem parte o formular e testar hipóteses, o raciocínio indutivo, a analogia, a intuição e a criatividade na resolução de problemas enfrentados pela humanidade no decorrer do tempo.

Contextualização e aplicação a outras áreas de conhecimento (p. 7). O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o estudante da condição de espectador passivo.

Como recurso à história, o autor apresenta apenas uma aplicação no estudo

da Elipse, sobre “As órbitas de planetas e cometas” em que é explorado o conceito

de excentricidade.

No estudo da Hipérbole e da Parábola, não consta aplicação prática em que

são explorados conceitos e propriedades.

Concluímos que os autores se apressam muito em trazer soluções algébricas,

deixando de lado soluções geométricas. Na pesquisa, demonstramos a importância

dessas soluções geométricas para o aprendizado do estudante.

Page 43: Adilson Lopes de Oliveira

41

Volume único Autor: Luiz Roberto Dante

A introdução é feita como no livro 3 da coleção, também objeto de nossa

análise, porém de forma resumida, Q1. Nesse volume único, o autor mostra três

situações reais como exemplo. Entretanto, as situações apresentadas não são

exploradas durante o desenvolvimento do conteúdo, Q2.

Utilizando a construção da cônica, o autor identifica seus elementos e chega à

sua definição como um lugar geométrico. Entretanto, essas construções não são

exploradas nas atividades propostas pelo autor, Q4.

Os poucos exercícios, constantes no capítulo, não apresentam

contextualização e nem interdisciplinaridade, Q9, contraditoriamente, conforme

consta na página 3 do referido autor: “Priorizamos os exercícios e problemas que

envolvem contextualização, interdisciplinaridade e integração entre os temas

matemáticos”.

Algumas questões são apresentadas para reflexão do estudante, como é o

caso das propriedades de uma cônica. Apesar de ser uma importante alternativa

para a construção do conhecimento do estudante, tal fato não é reforçado nas

atividades propostas.

Volume único

Gelson Iezzi e outros

Os autores iniciam o assunto com uma aplicação prática, identificando as

curvas nas seções verificadas em uma superfície cônica, porém sem nenhum fato

histórico que permita ao estudante a construção do conhecimento proposto, Q1, Q2.

As definições são apresentadas formalmente com linguagem algébrica de

uma forma completa, não possibilitando ao estudante constatar e descobrir

características de uma cônica, Q3.

A maioria dos exercícios é de questões de provas de vestibulares de diversas

escolas de Ensino Superior que quase sempre enfocam mais a álgebra do que a

análise geométrica das cônicas, Q9.

Page 44: Adilson Lopes de Oliveira

42

No final do capítulo, os autores apresentam duas questões mais elaboradas,

também de provas de vestibular, sob a forma de desafio que, segundo os mesmos,

têm o objetivo de estimular a criatividade dos estudantes, porém sem nenhuma

contextualização.

Finalmente, nos dois livros de Matemática volume único, analisados, os

autores justificam a edição desses livros como alternativa para o Ensino Médio

visando atender a sequência diferenciada de conteúdos adotada nas diversas

escolas e a diversidade do número de aulas semanais de Matemática em cada

escola. Entretanto, em várias escolas, esses livros são adotados na terceira série do

Ensino Médio com o objetivo de evitar o uso de apostilas, muito comum em escolas

que fazem da terceira série um ano destinado à preparação dos estudantes para o

exame de vestibular.

Nesses livros de volume único, os conteúdos exigidos no Ensino Médio são

apresentados de forma resumida, o que ajuda, mas não resolve o problema do

material didático da terceira série. Muitas vezes, conteúdos que são pouco avaliados

em provas de vestibulares são tratados no livro de forma superficial fazendo com

que os estudantes não se interessem pelo assunto ou deixem de estudá-los.

Nesta análise, pudemos constatar que os autores Manoel Paiva e Luiz Dante,

nos volumes 3 das coleções, têm uma preocupação em despertar no estudante um

maior interesse na construção do conhecimento das figuras cônicas. Fatos

históricos, construção geométrica das curvas, situações reais de aplicação e

problemas contextualizados são aspectos que estão de acordo com os PCNs e que

mais nos chamaram a atenção.

Page 45: Adilson Lopes de Oliveira

43

4 ELABORAÇÃO DOS OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Pretendemos, com esta proposta investigativa guiada, elaborar Objetos de

Aprendizagem utilizando recursos computacionais, que servirão de apoio para uma

melhor aprendizagem quanto ao reconhecimento geométrico das cônicas e o seu

conceito. Lima et al. (2007, p. 39) citam que de acordo com Valente

a informática pode ser um recurso auxiliar para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem, no qual o foco da educação passa a ser o estudante, construtor de novos conhecimentos, em um ambiente Construtivista, Contextualizado e Significativo, definido por Schlunzen (2000), como um ambiente favorável que desperta o interesse do e o motiva a explorar, a pesquisar, a descrever, a refletir, a depurar as suas ideias. (VALENTE apud LIMA et al.,2007, p. 39)

Propomos, nessa pesquisa, um estudo das cônicas a partir de formas

identificadas em figuras/fotos de construções, de plantas, dentre outras encontradas

no dia a dia.

As atividades propostas contribuem para o aprendizado do estudante de uma

forma mais simples, com os objetivos de:

a) despertar o interesse para o estudo de figuras cônicas;

b) desenvolver a capacidade de investigação de conceitos matemáticos;

c) construir o conhecimento sobre as cônicas, com auxílio de um software

educativo;

d) interagir com os colegas promovendo discussões;

e) estabelecer conjecturas sobre o que está sendo estudado;

f) buscar soluções para facilitar a disseminação da atividade.

O tema Objeto de Aprendizagem cujo estudo é muito recente, não tem ainda

um consenso entre autores sobre sua definição. Entretanto, em todas as definições

que se verifica, é sempre enfocado o ensino, o conhecimento e a reutilização do

objeto, como fatores importantes para a constituição dele próprio.

Lima et al.(2007, p.40) citam que Wiley define OA como “qualquer recurso

digital que pode ser reusado para assistir a aprendizagem”.

Page 46: Adilson Lopes de Oliveira

44

Souza, Yonezawa e Silva (2007, p. 53) citam Wiley que:

descreve Objetos de Aprendizagem (OA) como elementos de um tipo de instrução, com base em computador, com base no paradigma de orientação a objetos, utilizado na área de ciência da computação. Objetos são representações de abstrações do mundo real. (WILEY apud SOUZA; YONEZAWA ;SILVA , 2007, p. 53)

Macêdo et al. (2007, p. 20) cita Bettio e Martins

Não há um limite de tamanho para um Objeto de Aprendizagem, porém existe um consenso de que ele deve ter um propósito educacional definido, um elemento que estimule a reflexão do estudante e que sua aplicação não se restrinja a um único contexto (BETTIO; MARTINS, apud MACÊDO et al. 2007, p. 20)

Entendemos que os Objetos de Aprendizagem devem favorecer a

aprendizagem de um determinado conteúdo. Para isso, o envolvimento do estudante

no processo de elaboração e execução do objeto é fundamental para se alcançar tal

objetivo.

Tarouco e Dutra (2007, p.88) mostram que “se deve pensar em cursos ou

unidades de aprendizagem em que os objetos de aprendizagem se insiram em um

contexto de interações entre professores e estudantes, bem como entre os próprios

estudantes”.

Souza, Yonezawa e Silva (2007, p. 52) citam Papert que:

afirma que o professor deve buscar meios para promover a aprendizagem segundo um enfoque mais intervencionista e que propicia aos estudantes estabelecer conexões entre as estruturas existentes, com o objetivo de construir estruturas novas e mais complexas. (PAPERT apud SOUZA;YONEZAWA; SILVA 2007, p. 52)

Para a constituição dos Objetos de Aprendizagem nessa pesquisa, optamos

por dividi-la em duas etapas:

Page 47: Adilson Lopes de Oliveira

45

PRIMEIRA ETAPA

Aplicação de três atividades investigativas guiadas a um grupo selecionado

de 20 estudantes cujo objetivo era que eles constituíssem um Objeto de

Aprendizagem e o aplicassem a um conjunto ampliado de estudantes.

Para os estudantes que participaram da primeira etapa, foi dada a opção de

escolha do software educativo a ser utilizado. Isso é corroborado por Costa (2001, p.

47) que define o software educativo como

uma classe de software educacional cujo objetivo é o de favorecer os processos de ensino-aprendizagem. O que diferencia o SE de outras classes de software educacional, é o fato de ser desenvolvido com a finalidade de levar o estudante a construir determinado conhecimento relativo a um conteúdo didático. (COSTA, 2001, p. 47)

A escolha do software educativo, quando feita pelos estudantes, é

fundamental para que eles se sintam motivados e possam manuseá-lo com maior

facilidade. Compete ao professor a orientação apresentando opções de softwares.

Nessa pesquisa, o professor pesquisador sugeriu dois softwares educativos: o

GeoGebra e o Winplot. Tanto um quanto o outro permite a construção e a análise de

figuras geométricas.

Em todas as atividades, apresentamos o título, os objetivos e a metodologia

utilizada.

Atividade 1 : Análise dos softwares GeoGebra e Winplot

Objetivo :

Identificar o software que será utilizado para desenvolver as atividades.

Metodologia :

Iniciaremos a atividade instalando nos computadores, dois softwares

educativos, Geogebra e Winplot, de domínio público.

Page 48: Adilson Lopes de Oliveira

46

Após a instalação dos softwares, o estudante deverá verificar os diversos

comandos de cada software, utilizá-los, e finalmente fazer a opção daquele que

melhor se adaptou.

Atividade 2 : Elipse Objetivos :

• Construir uma Elipse utilizando os comandos do programa GeoGebra.

• Identificar o centro da Elipse, seus eixos e suas propriedades.

• Escrever os procedimentos utilizados para cada item da atividade, visando

à elaboração de um Objeto de Aprendizagem.

Metodologia: A atividade deve ser executada em dupla.

Os estudantes devem verificar na tela inicial do software os comandos

necessários para a execução de cada item da atividade.

Nesta atividade, os estudantes devem descobrir as opções de comandos e

executá-los.

As dúvidas devem ser discutidas em cada dupla sem intervenção do

professor pesquisador.

Cada dupla deve registrar os procedimentos utilizados em cada item da

atividade. Ao final, os grupos apresentarão a conclusão sobre a cônica estudada.

Atividade 3 : Reconhecimento de uma Elipse e estudo de suas simetrias e excentricidade

Objetivos :

• Reconhecer uma Elipse utilizando os comandos do programa GeoGebra.

• Verificar as simetrias existentes.

• Identificar os eixos: maior e menor.

• Analisar a excentricidade.

Page 49: Adilson Lopes de Oliveira

47

• Escrever os procedimentos utilizados para cada item da atividade, visando

à construção de um Objeto de Aprendizagem.

• Construir um Objeto de Aprendizagem que permita ao conjunto ampliado

de estudantes chegarem ao conceito de uma Elipse.

Metodologia:

Cada dupla deve transferir para o GeoGebra o arquivo da figura ou foto

escolhida a fim de verificar se o formato da curva existente nele é uma Elipse.

Utilizando o software GeoGebra, os estudantes devem analisar se

figuras/fotos trazidas por eles têm o formato de uma Elipse.

Assim como na primeira atividade, os estudantes devem escrever os

procedimentos utilizados para a verificação da cônica.

O tempo destinado à realização da atividade é de uma hora.

Atividade 4 : Objeto de Aprendizagem - Reconhecimento de uma Elipse

O Objeto de Aprendizagem foi elaborado pelo grupo de estudantes que

participou das três atividades investigativas guiadas. O professor pesquisador atuou

como orientador na construção do Objeto de Aprendizagem.

Na execução da atividade, esses estudantes atuaram como monitores e, ao

final, eles e o professor pesquisador avaliaram o resultado obtido.

A proposta de pesquisa se torna inovadora quando o professor pesquisador

não se antecipa aos estudantes, criando um Objeto de Aprendizagem, mas

propondo aos mesmos, através de uma atividade investigativa, que cheguem ao

objeto por meio de descobertas, formulação de hipóteses e conjecturas. Com isso,

estamos contribuindo para a melhoria de sua aprendizagem, pois

o estudante aprende quando mobiliza os seus recursos cognitivos e afetivos com vista a atingir um objetivo. Esse é, precisamente, um dos aspectos fortes das investigações. Ao requerer a participação do estudante na formulação das questões a estudar, essa atividade tende a favorecer o seu envolvimento na aprendizagem. (PONTE, 2003, p. 23).

Page 50: Adilson Lopes de Oliveira

48

Durante a pesquisa realizada nas três primeiras atividades, o professor

pesquisador observou as diversas opções encontradas pelos estudantes no

software GeoGebra, para executar as atividades propostas. Foi a partir dessa

diversidade de opções que os estudantes monitores elaboraram o Objeto de

Aprendizagem, para ser aplicado ao conjunto ampliado de estudantes.

Eles optaram por elaborar um Objeto de Aprendizagem, permitindo a

utilização de comandos do software com fácil visualização e que levavam os

estudantes a concluir o conceito de uma Elipse. Tais comandos são verificados na

parte superior da tela inicial do GeoGebra, conforme figura.

Figura 1: parte superior da tela inicial do GeoGebr a

Fonte: software GeoGebra

Objetivos :

• Construir uma Elipse utilizando os comandos do software “GeoGebra”.

• Identificar o centro da Elipse, seus eixos e sua excentricidade.

• Identificar em uma figura/foto uma curva com o formato de Elipse.

Metodologia : A atividade deve ser executada em grupos de três estudantes e cada

estudante monitor deve acompanhar dois grupos.

As dúvidas devem ser sanadas pelos estudantes monitores sob o

acompanhamento do professor pesquisador.

Os estudantes monitores devem orientar os grupos sobre a utilização do

arquivo com a figura/foto para análise da curva com formato de Elipse existente nele.

Ao final da atividade, o professor pesquisador e os estudantes monitores

farão uma avaliação do Objeto de Aprendizagem executado.

Page 51: Adilson Lopes de Oliveira

49

SEGUNDA ETAPA

Aplicação de três objetos de aprendizagem elaborados pelo professor

pesquisador.

Na segunda etapa, os estudantes executaram a atividade sem o

acompanhamento dos estudantes monitores. Pelo que havíamos avaliado na

pesquisa, até o momento, os estudantes já tinham adquirido conhecimento suficiente

quanto ao manuseio do software GeoGebra para o reconhecimento de uma cônica.

Diante disso, nos três objetos de aprendizagem, da segunda etapa, os estudantes

utilizaram outros comandos existentes no GeoGebra e disponíveis na parte inferior

da tela inicial, no item “Comando”, conforme figura.

Figura 2 - página inicial do software GeoGebra Fonte: software GeoGebra

Page 52: Adilson Lopes de Oliveira

50

Atividade 5 : Objeto de Aprendizagem – Estudo da Elipse Objetivos :

• Construir uma Elipse utilizando outros comandos do software “GeoGebra”.

• Identificar em uma figura/foto o formato de uma Elipse.

• Identificar propriedades da Elipse.

Atividade 6 : Objeto de Aprendizagem – Estudo da Hipérbole

Ao constituir o Objeto de Aprendizagem sobre o estudo da Hipérbole, o

professor pesquisador considerou o fato de os estudantes já terem adquirido, com o

estudo da Elipse, um conhecimento satisfatório do software GeoGebra. Isto permitiu

que os mesmos pesquisassem as melhores opções de comandos para se chegar ao

conceito e reconhecimento de uma hipérbole.

Nesta fase da pesquisa, os estudantes ainda não tinham nenhum

conhecimento sobre outra cônica além da Elipse.

Objetivos:

• Construir uma Hipérbole.

• Identificar seus eixos, focos, sua excentricidade e suas assíntotas.

• Identificar em uma figura/foto o formato de uma Hipérbole.

• Identificar na figura/foto propriedades da Hipérbole.

Metodologia :

O Objeto de Aprendizagem foi desenvolvido para ser feito em grupos de três

estudantes.

Page 53: Adilson Lopes de Oliveira

51

Nos itens, o estudante poderá optar por utilizar o comando do GeoGebra que

achar conveniente, desde que o leve à construção da Hipérbole e ao

reconhecimento da curva no arquivo contendo a figura/foto.

Atividade 7 : Objeto de Aprendizagem – Estudo da Parábola

Objetivos:

• Construir uma parábola utilizando os comandos do software “GeoGebra”.

• Identificar seu eixo, foco e reta diretriz.

• Verificar sua excentricidade.

• Identificar em uma figura/foto o formato de uma parábola.

• Identificar propriedades da parábola.

Metodologia :

O Objeto de Aprendizagem foi desenvolvido para ser feito em grupos de três

estudantes.

A atividade prevista em cada item do objeto poderá ser feita utilizando os

comandos que o grupo achar conveniente.

Page 54: Adilson Lopes de Oliveira

52

5 APLICAÇÃO E ANÁLISE

Os sujeitos da investigação foram estudantes da terceira série do Ensino

Médio do Colégio Marista Dom Silvério. Trata-se de uma escola, situada em Belo

Horizonte, que mantém um ensino visando à formação integral do estudante, sem

deixar de se preocupar com sua excelência acadêmica.

Na primeira e na segunda série do Ensino Médio, os estudantes intensificam

seus estudos visando ao vestibular nas diversas universidades do País. Na terceira

série, esses estudantes são separados em quatro áreas de conhecimento:

Biomédicas, Exatas, Humanas e Humanas Gerenciais, o que permite um maior

aprofundamento dos conteúdos específicos para cada área.

No início, foram selecionados vinte estudantes das diversas áreas de

conhecimento, com disponibilidade fora do horário normal de aulas e com interesse

em estudar as cônicas, utilizando programas de computadores que tratam da

geometria analítica e que são de domínio público, isto é, free. São softwares de

geometria dinâmica cujo “suporte tecnológico permite o desenho, a manipulação e a

construção de objetos geométricos, facilita a exploração de conjecturas e a

investigação de relações que precedem o uso do raciocínio formal.” (PONTE, 2003,

p. 83)

O objetivo desse trabalho foi o de elaborar, com a participação desses vinte

estudantes, Objetos de Aprendizagem para o estudo e para a compreensão das

cônicas. A participação dos estudantes foi uma estratégia adotada para que eles

tivessem um maior envolvimento na elaboração do Objeto de Aprendizagem.

Segundo Ponte (2003, p. 23): “Ao requerer a participação do estudante na

formulação das questões a estudar, essa atividade tende a favorecer o seu

envolvimento na aprendizagem”.

Dos vinte estudantes selecionados, doze compareceram e fizeram o trabalho

de multiplicadores, que foram denominados estudantes monitores. Iniciamos essa

pesquisa com atividades investigativas, aplicadas em quatro encontros com os

estudantes selecionados. Após a análise de cada uma delas, foi elaborado, com a

participação dos estudantes, um Objeto de Aprendizagem referente a cada atividade

investigada. Esses Objetos de Aprendizagem foram aplicados aos demais

estudantes da terceira série do Ensino Médio.

Page 55: Adilson Lopes de Oliveira

53

Para que pudéssemos dar início ao desenvolvimento das atividades,

propusemos aos estudantes, em um primeiro encontro, que instalassem em seus

computadores os programas “GeoGebra” e “Winplot”. Em seguida, solicitamos que

manipulassem os programas e identificassem aquele com o qual encontrassem

maior familiaridade.

A opção por trabalhar com computadores dos próprios estudantes foi em

função da dificuldade de locomoção para o laboratório de informática do Colégio que

fica em prédio separado, além do melhor aproveitamento do tempo disponibilizado

para a execução da atividade.

Primeira atividade

Em um segundo encontro, os estudantes fizeram a primeira atividade cujo

objetivo era o de verificar a preferência deles quanto ao software a ser utilizado. É

importante ressaltar que nenhum desses estudantes tinha utilizado os softwares

propostos anteriormente.

Verificamos que todos optaram por utilizar o software GeoGebra, com

algumas justificativas:

“GeoGebra, porque ele é mais simples, tem comandos diretos e é mais

dinâmico.”

“GeoGebra, pois as funções e ferramentas têm mais fácil acesso e são

autoexplicativas.”

“O GeoGebra, por ter uma interface mais amigável, mais simples de ser

compreendida à primeira vista, mais recursos na tela principal.”

“GeoGebra, pois os comandos são mais objetivos e organizados.”

Nesse mesmo encontro, propusemos aos estudantes que se organizassem

em duplas, para que pudessem desenvolver a segunda atividade, cuja duração

estava prevista para uma hora. Dessa forma, foram criados os grupos: G1, G2, G3,

G4, G5 e G6.

A opção de se trabalhar em grupo foi para favorecer o trabalho colaborativo,

dentro de um relacionamento social entre os estudantes, incentivando discussões

entre os membros de cada grupo, pois “no caso em que os estudantes trabalham em

Page 56: Adilson Lopes de Oliveira

54

grupo, as interações que se geram entre eles são determinantes no rumo que a

investigação irá tomar.” Ponte (2003, p. 29)

O desenvolvimento da atividade em duplas permitiu que eles discutissem

sobre os aplicativos do software e encontrassem soluções para as questões

propostas. O mais interessante foi que cada participante do grupo tentava convencer

o outro, e até mesmo o professor, sobre as estratégias adotadas para a realização

da atividade.

Figura 3: Grupo de estudantes executando a primeira atividade Fonte: Foto do autor

Nessa atividade, a expectativa era a de que os estudantes chegassem ao

conceito de uma Elipse, sem conhecer a definição e a equação da mesma.

No início do processo de identificação da cônica, foi proposta uma atividade

com construção de pontos, segmentos e retas, até que, por meio dos recursos

disponibilizados no GeoGebra, os estudantes conseguissem identificar a curva.

Page 57: Adilson Lopes de Oliveira

55

Em cada etapa dessa atividade, os estudantes verificavam a tarefa e

escreviam os procedimentos utilizados para a construção do que foi solicitado,

conforme demonstrado por um dos grupos de estudantes.

Todos os gráficos foram construídos pelos estudantes sem a participação do

professor pesquisador.

Segunda atividade

Elipse

Atividade : Construção da Elipse

Item 1:

Identifique pontos nos quatro quadrantes do plano cartesiano.

Grupo G1:

1o quadrante: (2, 3)

2o quadrante: (-1, 2)

3o quadrante: (-2, -2)

4o quadrante: (1, -1)

Este item teve como principal objetivo a familiarização dos comandos

existentes no GeoGebra e a verificação de conceitos básicos da Geometria Analítica

no plano, tais como a localização de pontos no plano cartesiano. Os grupos

utilizaram diversos recursos do software para executar o primeiro item da atividade,

sem orientação do professor pesquisador.

Item 2:

Marque os pontos (-3, 4) e (2, 4), construa um segmento com estas

extremidades, verifique sua medida e escreva o resultado encontrado.

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56

Gráfico 3: Segmento de reta construído pelo grupo 1 Fonte: Dados do autor

Grupo G1: “a=5u”

Escreva o procedimento utilizado para construir o segmento e encontrar sua

medida.

Grupo G1: “Primeiramente, utilizamos a ferramenta “novo ponto” e criamos os

dois pontos desejados. Depois disso, recorremos à ferramenta “segmento definido

por dois pontos” e selecionamos os pontos (-3, 4) e (2, 4). Com isso, o programa

criou o segmento e sua medida foi obtida ao selecionar a ferramenta “Distância,

Comprimento e Perímetro” e clicar no segmento.”

Nesse item da atividade, os grupos desenvolveram corretamente o que foi

solicitado. Nenhuma orientação foi dada pelo professor pesquisador quanto à

utilização dos comandos do software.

Item 3:

Construa uma Elipse utilizando os pontos (-3, 4) e (1, 4), chamados focos da

Elipse.

Page 59: Adilson Lopes de Oliveira

57

Grupo G1:

Gráfico 4: Elipse construída pelo grupo 1 Fonte: Dados do autor

Escreva o procedimento utilizado para construir a Elipse.

Grupo G1: “Utilizamos a ferramenta ‘Elipse’ e selecionamos os pontos (-3, 4)

e (1, 4) como focos da Elipse. Depois disso, marcamos outro ponto qualquer para

delimitar o tamanho da Elipse”.

Na execução desse item, alguns grupos utilizaram o menu situado na parte

superior da tela e outros procuraram na lista de comandos que o programa

disponibiliza na parte inferior da tela. Os estudantes que optaram por verificar a lista

de comandos perceberam que o software apresentava uma relação algébrica com a

figura construída.

Item 4:

Identifique o centro da Elipse.

Grupo G1: “(-0.5, 4)”

Page 60: Adilson Lopes de Oliveira

58

Escreva o procedimento utilizado para determinar o centro da Elipse.

Grupo G1: “ Utilizamos a ferramenta ‘comando’, no lado direito do vídeo e

selecionamos ‘centro’”.

Os grupos utilizaram a ferramenta comando para construir a Elipse e

socializaram esse procedimento com os demais grupos. Dessa forma, eles puderam

identificar o centro da Elipse de diversas maneiras.

Item 5:

Construa uma reta com os dois focos da Elipse.

Escreva o procedimento utilizado para construir a reta.

Grupo G1: “ Utilizamos a ferramenta ‘reta’ e selecionamos os dois focos da

Elipse anteriormente criada”.

A partir do item 5, os estudantes começaram a compreender o que

representavam os focos da Elipse. Houve manifestações de grupos mais adiantados

na execução da atividade quanto ao comportamento da Elipse, quando se

consideravam focos mais próximos e mais distantes entre si.

Item 6 :

Encontre os pontos de interseção da reta com a Elipse.

Grupo G1 : “(2, 4) e (-4, 4)”

Escreva o procedimento utilizado para encontrar os pontos de interseção.

Grupo G1: “ Utilizamos a ferramenta ‘Interseção de Dois Objetos’ para marcar

os pontos de interseção. As coordenadas destes pontos foram obtidas ao observar a

“zona algébrica”, localizada à esquerda do programa.”

Page 61: Adilson Lopes de Oliveira

59

Neste item, percebemos claramente que os estudantes já estavam se

familiarizando com os comandos e com a relação algébrica identificada no

GeoGebra.

Alguns grupos marcaram no gráfico os pontos de encontro, sem utilizar o

comando de interseção.

Item 7:

Encontre a distância entre os dois pontos de interseção – eixo maior da

Elipse.

Grupo G1 : “d= 6,84 u”

Item 8:

Trace a reta mediatriz do segmento cujas extremidades são os focos da

Elipse.

Grupo G1:

Gráfico 5: mediatriz construída pelo grupo 1

Fonte: Dados do autor

Escreva o procedimento utilizado para encontrar a reta mediatriz.

Page 62: Adilson Lopes de Oliveira

60

Grupo G1 : “Utilizamos a ferramenta ‘Mediatriz’ e selecionamos os dois focos”.

Os estudantes tiveram um pouco de dificuldade para traçar a mediatriz.

Apesar do conceito de mediatriz já ter sido estudado tanto na geometria plana

quanto na geometria analítica durante o ano, vários estudantes o desconheciam.

Para que pudessem dar continuidade à atividade, o professor pesquisador

esclareceu que se poderia entender a mediatriz como sendo uma reta perpendicular

ao segmento, passando pelo seu ponto médio.

Este conceito de mediatriz proporcionou aos estudantes um maior

entendimento ao dar continuidade à atividade.

Item 9:

Escreva os pontos de interseção da reta mediatriz com a Elipse.

Grupo G1 : “(-0.5, 1.66) e (-0.5, 6.34)”

Item 10:

Determine a distância entre os dois pontos encontrados – eixo menor da

Elipse.

Grupo G1 : “d=4,68 u”

Item 11:

Calcule a soma das distâncias de um ponto qualquer da Elipse aos dois focos

e compare o resultado com a medida do eixo maior.

Page 63: Adilson Lopes de Oliveira

61

Grupo G1:

Gráfico 6: soma das distâncias de um ponto qualquer aos focos da Elipse, construído pelo

grupo 1 Fonte: Dados do autor

Item 12:

Escreva as conclusões do resultado encontrado.

Grupo G1: “Concluímos que a soma das distâncias de um ponto qualquer da

Elipse aos focos tem o mesmo valor que a medida do eixo maior.”

Esta também foi a conclusão dos demais grupos de estudantes, sendo que,

em alguns casos, verificou-se uma pequena diferença entre a soma das distâncias

dos pontos aos focos e a medida do eixo maior e que foi assim justificada:

Grupo G2 : “Concluímos que a soma das distâncias de um ponto qualquer da

Elipse aos focos tem o mesmo valor que a medida do eixo maior. Como nossas

medidas não foram perfeitas, observamos que existe uma pequena margem de erro

devido à falta de precisão do cursor do mouse.”

Grupo G4: “ O resultado é praticamente igual, pois os valores foram 5,48 e

5,49. Assim, pode-se considerar que a soma das distâncias de um ponto qualquer

da Elipse é igual ao eixo maior da Elipse.”

Page 64: Adilson Lopes de Oliveira

62

Grupo G5: “ A distância entre qualquer ponto da Elipse e os focos da mesma

é igual ao valor do eixo maior. Considera-se um erro de 0,01 u.m.”

Nessa segunda atividade, percebemos uma mudança considerável no

envolvimento dos estudantes para sua execução. Segundo eles, a descoberta da

representação gráfica da Elipse e do seu conceito foi o que marcou essa atividade.

A participação e a elaboração da atividade investigativa, passando por vários

passos, sem receber pronto o conceito e uma fórmula de cálculo foi surpreendente,

pois há na terceira série do Ensino Médio uma ansiedade para o imediatismo e o

processo de soluções prontas, porque o “fantasma” do vestibular gera diversas

cobranças da escola, da família e até mesmo do próprio estudante. Apesar de todas

essas variáveis, verificamos que essa primeira atividade incentivou a investigação e

propiciou uma aprendizagem na qual o estudante passou da posição de agente

passivo para agente ativo, pois

o estudante precisa ultrapassar o papel de passivo, de escutar, ler, decorar e de repetidor fiel dos ensinamentos do professor e tornar-se criativo, crítico, pesquisador e atuante, para produzir conhecimento. Em parceria, professores e estudantes precisam buscar um processo de auto-organização para acessar a informação, analisar, refletir e elaborar com autonomia o conhecimento. (MORAN, 2000, p. 71).

Nesse processo participativo de ensinar e aprender, o estudante passou a se

motivar com o uso da tecnologia nas aulas de Matemática.

Segundo Moran (2000, p. 28), “podemos vivenciar processos participativos de

compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribuído) por meio de

comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante”.

Para aplicação da terceira atividade, o professor pesquisador solicitou aos

estudantes que trouxessem fotos ou figuras com curvas parecidas com a Elipse para

que pudessem verificar se realmente tratava-se de uma Elipse. Nessa terceira

atividade, além do reconhecimento de uma Elipse, os estudantes monitores teriam

que identificar simetrias e excentricidade. Novamente, não foram fornecidas a

definição e a interpretação desses dois conceitos, os quais foram conhecidos “via

descoberta”.

Como na segunda atividade, os procedimentos utilizados para sua execução

foram registrados.

Page 65: Adilson Lopes de Oliveira

63

Terceira atividade

Reconhecimento de uma Elipse e estudo de suas simetrias e excentricidade

Item 1:

Identifique na barra de ferramentas do Geogebra – “incluir imagem” e inclua a

imagem que você pesquisou.

Figura 4: “Dente-de-leão” apresentada pelo grupo 5

Fonte: Foto do autor

Escreva o procedimento utilizado para incluir a imagem

Grupo G5: “Clique na opção ‘Incluir imagem’ e, logo em seguida, selecione

um ponto qualquer no plano. Depois, localize o arquivo da imagem e o selecione”.

Neste item, os estudantes não se contiveram em realizar a atividade apenas

no grupo e passaram a discutir com os demais grupos alternativas para inserir a

foto/figura no software GeoGebra. Foi uma discussão proveitosa e várias fotos foram

analisadas pelos diversos grupos.

Page 66: Adilson Lopes de Oliveira

64

Um dos grupos trouxe a foto de uma flor chamada “dente de leão” 4para ser

analisada.

Item 2:

Como verificar se a curva apresentada na figura é ou não uma Elipse?

Grupo G4: “A figura deve ter o valor das somas das distâncias aos focos a

qualquer ponto da Elipse igual ao valor do eixo maior da figura.”

Grupo G3: “Para verificar se a curva é uma Elipse, seleciona-se a ferramenta

“Cônica Definida por Cinco Pontos.” Então se define esses cinco pontos na curva da

figura. Após isso, pela equação do objeto, pode-se confirmar que é uma Elipse.”

Grupo G6: “ Utilizamos a ferramenta “Cônica passando por 5 pontos” e

marcamos 5 pontos da curva descrita pela figura. Depois, na zona algébrica,

colocamos o mouse acima do objeto criado e o programa nos forneceu o nome da

curva.”

Grupo G1: “Primeiro fizemos uma reta, depois, usando a ferramenta “Elipse”,

criamos uma Elipse que coube perfeitamente na imagem.”

O objetivo desse item era verificar se os estudantes conseguiriam identificar

uma Elipse a partir do conceito que eles concluíram na segunda atividade. Ao invés

de verificar se a soma das distâncias de qualquer ponto da Elipse, aos focos, tinha o

mesmo valor do comprimento do eixo maior, conforme conclusão relatada por eles,

vários grupos entenderam que deveria construir uma Elipse sobre a figura,

prejudicando assim o item seguinte da atividade. Isto demonstrou que esses itens da

atividade não ficaram claros para os estudantes.

4 Dente de leão é o nome vulgar de várias espécies pertencentes ao gênero botânico Taraxacum, das quais a mais disseminada é a Taraxacum officinale. É uma planta medicinal herbácea conhecida no Brasil também pelos nomes populares: taráxaco , amor-de-homem , amargosa , alface-de-cão ou salada-de-toupeira Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Dente-de-le%C3%A3o, Acesso em 20 mar 2011.

Page 67: Adilson Lopes de Oliveira

65

Item 3:

A partir da sua resposta do item 2, construa sobre a figura uma Elipse.

Gráfico 7: Elipse construída sobre o dente-de-leão construído pelo grupo 5 Fonte: Dados do autor

Escreva o procedimento utilizado para construir a Elipse.

Grupo G4: “Clique no sétimo ícone e escolha a opção “cônica definida por

cinco pontos” e marque os pontos na figura.”

Grupo G1: “Criamos dois focos e um ponto sobre a Elipse.”

Grupo G5: “Tente criar, sobre a figura, um círculo. Observe o resultado e,

após, use a ferramenta ‘cônica definida por 5 pontos’ para construir a figura no

plano. Tire suas conclusões. Se necessário, exiba os pontos da cônica e compare-

os.”

Item quatro:

Faça movimentos com a Elipse utilizando o recurso disponível na barra de

ferramentas do Geogebra.

Page 68: Adilson Lopes de Oliveira

66

Escreva o procedimento utilizado para movimentar a Elipse:

Grupo G5: “Selecionar a opção “Mover” aplicar sobre os objetos da elipse

(ponto, curva) e arrastá-los.”

Grupo G3: “Selecione um ponto qualquer na Elipse e arraste este ponto para

qualquer lado.”

Grupo G1: “Utilizamos a movimentação de focos para mover os focos.”

Essa diversidade de comandos do GeoGebra permitiu que os estudantes

investigassem alternativas para execução da atividade.

Item 5:

Utilizando os focos, faça o movimento da Elipse e escreva sua conclusão.

Grupo G5: “Independente da movimentação de um dos focos, mantém-se a

soma das distâncias de qualquer ponto da Elipse a seus focos, ou seja, a soma das

distâncias dos focos a qualquer ponto da Elipse é igual ao valor do eixo maior.”

Grupo G3: “De acordo com a movimentação dos focos, a Elipse pode ficar

mais magra ou mais gorda. Ao afastarmos o foco, ela fica mais magra e, ao

aproximarmos, mais gorda.”

Mesmo desconhecendo o conceito de excentricidade, a atividade permitiu que

eles analisassem essa característica da Elipse.

Item 6:

Procure mover a Elipse, com o objetivo de sobrepô-la na figura inserida.

Page 69: Adilson Lopes de Oliveira

67

Gráfico 8: Elipse sobreposta no dente-de-leão const ruído pelo grupo 5 Fonte: Dados do autor

Qual a sua conclusão sobre a curva existente na fotografia?

Grupo G2: “Concluímos que a imagem é uma Elipse.”

Todos os grupos chegaram à mesma conclusão

Item 7:

Construa o eixo maior e menor da Elipse.

Identifique as simetrias existentes na Elipse.

Grupo G4: “Podemos notar uma simetria na Elipse em relação aos seus

eixos. O ponto de interseção entre o eixo maior e o menor divide estas retas

exatamente no meio, criando um eixo de simetria.”

Grupo G1: “Os eixos de simetria da Elipse são os eixos: menor e maior.”

Nem todos os grupos conseguiram identificar as simetrias existentes.

Page 70: Adilson Lopes de Oliveira

68

Alguns estudantes disseram que não sabiam reconhecer uma simetria no

gráfico. Diante disso, o professor pesquisador interrompeu a atividade e esclareceu

o significado de uma simetria, tornando, a partir daí, possível a identificação das

mesmas.

Item 8:

Na Elipse, construa um segmento cujos extremos sejam um dos focos e uma

das extremidades do eixo menor.

Item 9:

Identifique o ângulo agudo formado pelo segmento construído e pelo eixo

maior.

Grupo G2: “59o19’”

Escreva o procedimento utilizado para construir o ângulo.

Grupo G4: “Selecione o oitavo item da barra de ferramentas e escolha a

opção ‘ângulo’. Selecione três pontos no desenho, sendo que o ponto do meio é

aquele que possui o ângulo a ser descoberto.”

Grupo G3: “Utilizei a ferramenta ângulo, que se encontra na parte superior da

janela e selecionei o segmento construído e o eixo maior.”

Grupo G2: “ Usamos a ferramenta ângulo e clicamos sobre os três pontos

desejados.”

Alguns estudantes encontraram dificuldade em marcar o ângulo desejado.

Entretanto, com a troca de experiências entre os grupos, foi possível identificar o

ângulo.

Page 71: Adilson Lopes de Oliveira

69

Item 10:

Aumente e diminua o ângulo e descreva o que acontece com a Elipse.

Grupo G4: “A Elipse muda a sua forma, conforme eu mudo o ângulo.”

Grupo G1: “ Ao diminuir o ângulo, a Elipse se achata. Ao aumentar, ela se

aproxima cada vez mais de um círculo.”

Os estudantes começaram a relacionar esse comportamento com o que havia

sido feito no item 5 da atividade.

Item 11:

No triângulo retângulo formado pelo semieixo menor (b), pelo segmento que

determina a metade da distância focal (c) e pelo segmento que une um dos focos da

Elipse e uma extremidade do eixo menor (a), o que acontece com a razão “c/a”,

chamada excentricidade da Elipse, quando aumentamos e diminuímos o ângulo

construído.

Grupos de estudantes:

Grupo G4: “A razão c/a varia quando aumentamos e diminuímos o ângulo

construído. Isso faz com que a excentricidade da Elipse também varie ficando mais

“achatada” ou mais “gorda”. Quanto mais gorda, mais próxima de uma circunferência

a Elipse está.”

Grupo G3: “Quando aumentamos o ângulo construído, a razão c/a diminui,

tendendo a 0. Quando diminuímos o ângulo construído, a razão c/a aumenta,

tendendo a 1.”

Page 72: Adilson Lopes de Oliveira

70

Item 12:

Qual a conclusão encontrada sobre a excentricidade de uma Elipse?

Grupo G4: “A excentricidade da Elipse se dá pelo cosseno do ângulo

formado por c e a. Esse cosseno varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de

zero esse valor de c/a for, mais próximo de ser uma circunferência esta Elipse está.”

Grupo G2: “Quanto menor a excentricidade da Elipse, mais próxima da

circunferência a Elipse está.”

Grupo G3: “A excentricidade é dada pelo cosseno e varia de 0 a 1. Se a

excentricidade se aproxima de 0, a Elipse tende a uma circunferência.”

Verificamos, nessa atividade, que os estudantes multiplicadores encontraram

poucas dificuldades em executar a tarefa. Uma das alunas que participou dessa

atividade trouxe a foto de uma “traqueia” para análise. Segundo ela, em uma

primeira análise, não conseguiu identificar o formato de uma Elipse. Entretanto,

depois de utilizar alternativas de verificação apresentadas pelos demais grupos, ela

concluiu que se tratava de uma Elipse.

Outras figuras/fotos foram apresentadas para análise: “dente de leão”, “arco

do triunfo”, “estádio de futebol”, dentre outras. Cada grupo verificou uma figura e, a

partir daí, iniciamos o processo de criação do primeiro Objeto de Aprendizagem5,

quarta atividade, a ser aplicado aos demais estudantes da terceira série do Ensino

Médio.

Quarta Atividade

Esse Objeto de Aprendizagem foi aplicado em turmas de 50 estudantes,

divididas em grupos de três estudantes e acompanhadas pelos estudantes

multiplicadores/monitores e pelo professor pesquisador.

5 Objeto de Aprendizagem, Apêndice D, aplicado em turmas de cinquenta estudantes da área de exatas, biológicas e humanas.

Page 73: Adilson Lopes de Oliveira

71

Em todas as turmas, a participação dos estudantes, nessa quarta atividade,

foi muito produtiva e os estudantes multiplicadores, que participaram da elaboração

do Objeto de Aprendizagem, tiveram a oportunidade de “demonstrar”, aos demais

colegas, propriedades da Elipse verificadas nas fotos de curvas que eles mesmos

identificaram.

Após o término da quarta atividade, reunimos com os estudantes

multiplicadores e fizemos uma avaliação do trabalho desenvolvido. Verificamos que

vários grupos encontraram certa dificuldade com alguns conceitos de geometria,

como o caso do conceito de mediatriz. Percebemos também que os estudantes das

áreas de exatas e biológicas tiveram menos dificuldade do que os estudantes da

área de humanas.

Após a avaliação feita com os estudantes multiplicadores, analisamos os

Objetos de Aprendizagem, que todos os estudantes da terceira série de Ensino

Médio usaram. Verificamos que a sequência adotada nessa atividade levou os

estudantes a concluírem que a soma das distâncias de um ponto qualquer,

pertencente à Elipse, aos focos, é sempre a mesma e igual ao eixo maior.

Entretanto, a identificação da curva, um dos itens da atividade, foi feita de diversas

formas, como demonstrado abaixo, por diversos grupos:

“Uma Elipse é uma cônica com 2 focos na qual a soma das distâncias de

qualquer ponto da figura aos focos é igual ao seu eixo maior.”

“A soma das distâncias de um ponto qualquer na Elipse a seus focos é

sempre igual ao valor do eixo maior da Elipse.”

“Uma figura arredondada que possui dois focos equidistantes do eixo da

Elipse.”

“Para identificar uma Elipse, é necessário verificar se a medida do eixo maior

é a mesma da soma das distâncias de um ponto qualquer aos dois focos.”

“Quando a soma das distâncias de um ponto até os dois focos for a mesma,

se trata de uma Elipse.”

Page 74: Adilson Lopes de Oliveira

72

“A distância entre as interseções do eixo menor com a Elipse aos focos é

igual à metade do eixo maior.”

“Para identificar uma Elipse, é necessário um eixo formado por duas retas

perpendiculares formadas por 2 pontos pertencentes a uma das retas, com distância

equivalente ao eixo. Além disso, são necessários dois focos que têm a mesma

distância da mediatriz. E os pontos não devem pertencer à Elipse e pertencer à outra

reta do eixo.”

“Forma geométrica em que a soma das distâncias de qualquer ponto aos

focos é igual ao eixo maior.”

“Uma Elipse é identificada a partir de dois focos nos quais uma reta que

passa por eles intercepta com a Elipse. A medida da distância dos pontos de

interseção determina o eixo maior: que é necessariamente igual à soma da distância

de qualquer ponto da Elipse aos dois focos.”

“A Elipse é uma figura geométrica em que a soma das distâncias de

qualquer ponto, pertencente à Elipse. a dois pontos simétricos, denominados focos é

sempre igual ao eixo maior, portanto constante.”

“Para identificar uma Elipse, é necessário um eixo formado por duas retas

perpendiculares formadas por quatro pontos pertencentes às retas com distância

equivalente dos eixos. Além disso, são necessários dois focos que têm uma mesma

distância da mediatriz. Os pontos não devem pertencer à Elipse e sim à outra reta do

eixo.”

“Uma Elipse é definida como uma figura oval que possui dois eixos: um

maior e outro menor, dois focos e um centro que é a interseção dos eixos.”

No último item do Objeto de Aprendizagem, foi solicitado que os estudantes

verificassem em fotos de arquivos disponibilizados para eles, se era possível

identificar uma Elipse e, em caso afirmativo, especificar a medida do eixo maior, do

eixo menor e do centro.

Page 75: Adilson Lopes de Oliveira

73

Nesse item, a participação dos estudantes monitores foi muito importante

para a identificação da curva e verificação dos pontos solicitados.

No final da atividade, os monitores utilizaram a foto de uma “traqueia” para

apresentar, em cada turma, seu formato de Elipse, bem como as propriedades

verificadas.

Figura 5: Foto de uma traqueia apresentada pelo gru po um

Fonte: Arquivo do autor

Quinta atividade

Como quinta atividade, o segundo Objeto de Aprendizagem6, elaborado com

a participação dos estudantes multiplicadores, foi aplicado aos demais estudantes

da terceira série do Ensino Médio. Nele foi proposto que construíssem uma Elipse e

identificassem o eixo maior, o eixo menor, o centro, a excentricidade e as simetrias

existentes nela.

Nessa atividade, os estudantes encontraram um pouco de dificuldade em

função do desconhecimento de conceitos geométricos e trigonométricos. Foi o

momento em que interrompemos a atividade para esclarecer esses conceitos. Após

os esclarecimentos necessários, os estudantes concluíram a atividade. 6 Objeto de Aprendizagem: Reconhecimento de uma Elipse e estudo de suas simetrias e excentricidade. Apêndice E

Page 76: Adilson Lopes de Oliveira

74

Ao analisar os Objetos de Aprendizagem feitos pelos estudantes, concluímos

que a maioria deles não encontrou problemas para a execução da atividade.

Um dos grupos de trabalho apresentou o seguinte resultado:

Gráfico 9: Elipse construída pelo grupo 3 Fonte: Dados do autor

• “D= (-0.5, 1.55) e E= (-0.5, 6.45)”

• Ângulo GB̂E = “44,42o”

• Excentricidade = “0,71”

• Conclusão sobre excentricidade:

“A excentricidade, quanto mais próxima de 1, a Elipse é mais achatada,

quanto mais próxima de 0, ela se aproxima de uma circunferência.”

Alguns grupos tiveram dificuldade em citar o ângulo cujo cosseno é a

excentricidade da Elipse, conforme demonstrado a seguir:

“Para encontrar a excentricidade, devemos calcular o cosseno do ângulo

formado entre a interseção do eixo menor com a Elipse passando por um dos focos,

chegando ao centro.”

Page 77: Adilson Lopes de Oliveira

75

“Ela é o cosseno do ângulo entre o semieixo menor e o eixo maior.”

“A excentricidade é o cosseno do ângulo formado entre a interseção do eixo

menor com a Elipse, passando por um dos focos, chegando ao centro.”

Sexta atividade

Hipérbole

Como sexta atividade, foi aplicado o Objeto de Aprendizagem7 que tem como

principal objetivo a construção e a identificação de propriedades de outra cônica, a

Hipérbole.

Esse Objeto de Aprendizagem não foi elaborado com a participação dos

estudantes multiplicadores. A intenção era verificar qual seria o comportamento de

toda turma diante de uma atividade que era desconhecida por todos.

O resultado não foi o mesmo alcançado na atividade de análise da Elipse, em

que o envolvimento dos estudantes na realização da atividade demonstrou a

importância do papel exercido pelos estudantes multiplicadores.

Optamos, então, por analisar os Objetos de Aprendizagem dos estudantes

das turmas da área de exatas, uma vez que esses estudantes apresentaram maior

interesse e facilidade durante a execução da atividade.

Como nos outros Objetos de Aprendizagem, à medida que o estudante foi

desenvolvendo a atividade, ele chegava a um conceito que lhe permitia reconhecer

uma Hipérbole, como foi verificado na atividade seguinte, desenvolvida por um dos

grupos de estudantes.

7 Objeto de Aprendizagem: Construção de uma hipérbole e identificação de propriedades. Apêndice F

Page 78: Adilson Lopes de Oliveira

76

Gráfico 10: Hipérbole construída por um grupo da tu rma de exatas

Fonte: Dados do autor

Nesta atividade, os estudantes concluíram que:

“A diferença entre a distância de um ponto qualquer da hipérbole até um dos

focos e a distância desse ponto até o outro foco sempre será igual ao eixo real.”

A excentricidade também foi verificada a partir de outras construções feitas na

Hipérbole, conforme verificado no Objeto de Aprendizagem (Apêndice F).

No item questionado sobre o que se podia concluir em relação à

excentricidade de uma Hipérbole, alguns estudantes encontraram dificuldade,

procurando responder utilizando a mesma sequência de atividades do Objeto de

Aprendizagem que os levou a chegar ao valor da excentricidade da Hipérbole.

Outros estudantes concluíram ser o valor da excentricidade da Hipérbole maior do

que uma unidade.

Ao mover um ponto sobre a hipérbole, conforme solicitado no último item da

atividade, os estudantes concluíram que:

Page 79: Adilson Lopes de Oliveira

77

“Quanto maior a excentricidade da Hipérbole, maior a abertura da Hipérbole,

e quanto menor a excentricidade, menor a abertura. A excentricidade varia de 1 ao

infinito.”

“A excentricidade da Hipérbole é sempre maior que 1 e é a secante do ângulo

formado pela assíntota e pela metade do eixo real.”

Essa sexta atividade, realizada no início do mês de novembro, não teve o

mesmo nível de resultado positivo como o da atividade sobre Elipse, que foi aplicada

durante o mês de outubro.

Ao questionar os estudantes tivemos alguns posicionamentos:

“Estou preocupado com a prova do ENEM, e esse assunto não cai na prova.”

“Esse assunto só cai na prova aberta da Federal.”

“Você devia ter trabalhado esse assunto em dezembro.”

Essas e outras argumentações feitas pelos estudantes foram verificadas

principalmente nas turmas das áreas de humanas.

Na turma da área de exatas, onde foram analisados os Objetos de

Aprendizagem, o resultado foi melhor.

Ao verificar, em fotos/figuras, o formato de uma Hipérbole, alguns grupos

apresentaram figuras para análise. Um deles identificou o formato de uma Hipérbole

em uma figura de um livro de Matemática para a terceira série do Ensino Médio.

Nessa figura, apresentada abaixo, os estudantes do grupo identificaram o formato

de uma Hipérbole, sua distância focal, o eixo real, o eixo imaginário e a

excentricidade.

Page 80: Adilson Lopes de Oliveira

78

Figura 6: Torre de Refrigeração de Usinas Nucleares apresentada por um grupo da turma de exatas.

Fonte: MANOEL PAIVA, 2009, vol.3.

No momento em que este grupo de estudantes mostrou aos demais colegas a

figura com a identificação da Hipérbole, fizemos alguns comentários sobre a figura,

mostrando que a forma da torre era de uma Hiperbolóide, obtida pela rotação da

Hipérbole em torno do eixo imaginário.

Sétima atividade

Parábola

Para a sétima atividade, foi elaborado um Objeto de Aprendizagem8 que teve

como objetivo a construção de uma parábola e a identificação de propriedades.

A atividade foi realizada no início do mês de dezembro e foram analisados os

Objetos de Aprendizagem dos estudantes das turmas da área de exatas.

Com o conhecimento que os estudantes adquiriram ao estudar a Elipse e a

Hipérbole, utilizando o GeoGebra, tornou-se possível a elaboração de um Objeto de

8 Objeto de Aprendizagem: Construção de uma parábola e identificação de propriedades- Apêndice G

Page 81: Adilson Lopes de Oliveira

79

Aprendizagem com comandos que permitiam ao estudante chegar ao conceito da

cônica sem a necessidade de detalhamento das construções de retas, de pontos, de

distâncias, dentre outras.

Alguns grupos de estudantes, questionados na atividade proposta sobre o

conceito de parábola, responderam:

“Todos os pontos da Parábola estão equidistantes do foco e da reta diretriz.”

“Curva na qual a distância de reta diretriz a qualquer ponto da curva é igual à

distância deste mesmo ponto ao foco da parábola.”

“Uma parábola é um conjunto de pontos em que a distância entre um ponto

qualquer à reta diretriz e a distância dele ao foco é igual.”

Todos os grupos conseguiram construir a parábola, conforme figura abaixo,

apresentada por um dos grupos.

Gráfico 11: Parábola construída por um grupo da tur ma de exatas Fonte: Dados do autor

Page 82: Adilson Lopes de Oliveira

80

Nesta atividade, foi também questionado sobre a excentricidade, em que

todos responderam que a excentricidade, identificada pela razão entre a distância de

um ponto da parábola à reta diretriz e a distância do mesmo ponto ao foco, era

sempre igual a uma unidade.

Quanto à existência de simetria na parábola construída, os estudantes

identificaram a simetria e que era em relação ao eixo das abscissas.

Para verificar se era possível identificar uma parábola em uma foto/figura,

sugerimos aos estudantes uma foto dos Arcos Parabólicos de La Casa Millá, em

Barcelona.

Figura 7: LaPedreraParabola Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro : LaPedreraParabola.jpg 9 Acesso em: 10 dez.2010

Após análise, um dos grupos de estudantes apresentou o resultado. Os

estudantes não identificaram uma parábola no formato da curva. Houve uma série

de discussões, inclusive com identificação da curva como sendo parte de uma

Elipse.

9 Arcos com forma de catenária bajo la terraza de la Casa Milá (o La Pedrera) em Barcelona, Espanha.

Page 83: Adilson Lopes de Oliveira

81

Ao final da discussão, fizemos uma intervenção, chamando atenção para que,

ao construir uma cônica, utilizando cinco pontos, o GeoGebra procura identificar uma

das três cônicas: a Elipse, a Hipérbole ou a Parábola, e isto pode deixar de

reconhecer curvas muito próximas dessas cônicas, como a curva chamada

“catenária”10. Nesse caso, a curva apresentada para discussão é uma catenária e

aparentava ser uma parte de uma Elipse.

Nessa atividade, foi possível perceber que os estudantes aprenderam a

reconhecer uma cônica a partir de seu conceito. Eles demonstraram ter

compreendido os conceitos geométricos necessários para a construção das cônicas

e também ter adquirido um conhecimento para utilização do software GeoGebra.

10 Catenária descreve uma família de curvas planas semelhantes às que seriam geradas por uma corda suspensa pelas suas extremidades e sujeitas à ação da gravidade. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Caten%C3%A1ria, Acesso em 20 mar 2011

Page 84: Adilson Lopes de Oliveira

82

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão investigada se referiu à busca de uma nova metodologia para o

estudo das cônicas no Ensino Médio, por meio de atividades investigativas para a

construção de um Objeto de Aprendizagem. Com privilégio, enfatizou-se o estudo

conceitual das cônicas. Partindo da atividade dos estudantes, com sua intuição,

levantamentos de conjecturas, interação professor/estudante, estudante/estudante

foi feito um convite aos estudantes para “o fazer matemática”, substituindo o simples

receber matemática freiriano, evitando a educação bancária do depositar do

professor no estudante.

Assim, a pesquisa realizada demonstra que, quando um conteúdo é

construído em parceria com os estudantes, transformando-os em agentes ativos no

processo de ensino e aprendizagem, o resultado é bastante eficaz. Segundo

Masseto (2000), o professor, nesse processo, é um facilitador e incentivador que faz

a ponte entre o aprendiz e a sua aprendizagem. Tal procedimento, além de propiciar

um melhor entendimento do conteúdo a ser explorado, ajuda o professor a

estabelecer pontes entre a reflexão e a ação, entre experiência e a conceituação, o

que nos leva a aprender cada vez mais, de acordo com Moran (2000).

A orientação no estudo da Matemática passa a ocupar uma etapa de

destaque no processo de aprendizagem do estudante. O professor deixa de ser um

simples repassador de conteúdo, passando a propor desafios aos estudantes dentro

de um espírito interrogativo, diante das ideias matemáticas, conforme Ponte (2003).

Nessa perspectiva, o estudo das cônicas, em nossa pesquisa, facilitou a

visualização da figura e a identificação de suas características, a partir da

representação gráfica, explorando o pensamento geométrico em situações

vivenciadas no cotidiano.

A inovação nesse trabalho foi a participação intensiva dos estudantes na

elaboração de um Objeto de Aprendizagem. Utilizando o GeoGebra puderam, sem

nenhum conhecimento sobre o tema, investigar e construir um OA que permitiu

conceituar uma Elipse. O acompanhamento do professor pesquisador foi

fundamental para que conceitos matemáticos não fossem utilizados de forma

equivocada.

Page 85: Adilson Lopes de Oliveira

83

Ao realizar essa experiência, verificamos a facilidade encontrada pelos

estudantes em explorar um software matemático, além de seu envolvimento e de

sua insistência para visualizar o gráfico e chegar ao conceito de uma cônica.

A metodologia inovadora de repasse e troca entre os estudantes pelas três

primeiras atividades investigativas, aplicadas a um grupo selecionado de estudantes

e a sua elaboração, proporcionou condições, por meio de tentativas, para que

encontrassem, no GeoGebra, os comandos que os levassem à construção de

pontos, segmentos, retas, retas perpendiculares, dentre outros, necessários para se

chegar à construção de uma Elipse.

Como a atividade foi desenvolvida em duplas, verificamos que as discussões

ocorridas em cada dupla, e entre elas, permitiram que se chegasse à construção da

Elipse por diversos caminhos. Ressaltamos a diversidade de soluções encontradas

como resultado do trabalho interativo e da possibilidade de experimentar sem uma

exposição prévia do professor.

Na atividade em que os estudantes identificaram a Elipse em figuras/fotos

trazidas por eles, houve uma efetiva integração do saber escolar e não escolar, a

realidade adentrando a sala de aula.

Percebemos que houve um avanço mais significativo no processo de

aprendizagem do conteúdo proposto. Isto nos leva a aceitar a didática da ação para

a elaboração conceitual, isto é, a importância de se construir um conceito

matemático antes de defini-lo. No nosso entendimento isto não significa dar mais ou

menos importância às definições, mas sim permitir um maior e melhor entendimento

delas. De acordo com Pais (2001), ao aprender o significado de um conceito,

extrapola-se o texto formal de uma definição.

O Objeto de Aprendizagem, elaborado pelos estudantes selecionados e

aplicado aos demais colegas da série, permitiu que esses estudantes tivessem uma

oportunidade de socializar o conhecimento adquirido, esclarecendo dúvidas e

mostrando as diversas opções encontradas para a identificação da Elipse.

Na aplicação dos outros OAs, que permitiram identificar e conceituar a

Hipérbole e a Parábola, os estudantes demonstraram novamente a importância de

se construir o conceito de uma cônica e, a partir daí, analisar e identificar suas

propriedades. Nessa experiência, percebemos que as dificuldades encontradas,

principalmente na Hipérbole, eram transformadas em desafios, sempre com alguma

Page 86: Adilson Lopes de Oliveira

84

alternativa para solução do problema, pois a Hipérbole, pela sua forma assintótica,

traz maiores dificuldades de construção.

Os problemas propostos em livros didáticos do Ensino Médio, enfatizando

mais a construção, a identificação e o conceito de cada cônica, não trazendo o

estudo algébrico dessas curvas, poderiam oportunizar mais tempo ao professor do

Ensino Médio de exploração conceitual, cabendo ao Ensino Superior tratar das

equações e de seus parâmetros.

O uso do computador nessa pesquisa, além de ter sido facilitador, foi mais um

incentivador para descobertas e conclusões construídas dentro de um espírito

participativo e envolvente tanto para o estudante quanto para o professor.

É importante salientar que o uso das tecnologias para a aprendizagem de

conceitos, como os das cônicas, não tem o objetivo de eliminar métodos tradicionais

de aulas expositivas. Elas ajudam a compreensão dessas aulas quando se pretende

construir o conhecimento do conteúdo proposto na mesclagem de processos. Além

disso, estimula o professor a percorrer novos caminhos que visam à aprendizagem

do estudante.

A diversificação de métodos pode trazer um movimento na efetivação da

didática. Assim, a exposição junto à aula dialogada e interativa pode constituir

parâmetro de flexibilização na elaboração do saber, já construído e a construir.

Em suma, podemos sintetizar essas considerações finais em 2(duas)

importantes conclusões:

A primeira a que chegamos, após a pesquisa realizada, é de que, no Ensino

Médio, podemos privilegiar o estudo de conceitos sobre as cônicas, permitindo ao

estudante analisar e identificar uma cônica sem a necessidade de chegar à sua

equação.

Uma segunda conclusão, não menos importante, foi em função do

aprendizado adquirido nessa pesquisa, que incluímos em nossa atividade como

professor, esse formato didático diferenciado para o ensino da Matemática. A nossa

aula que sempre teve a função de repassar conteúdos adquiridos passou a ser um

momento de discussão, de troca de experiências, da vivência de situações

problematizadoras e de investigação. Isto não significa que houve um rompimento

com a aula expositiva, mas sim uma importante contribuição para que a exposição

de conteúdos seja enriquecida com compartilhamento de ideias, proporcionando

uma maior aproximação entre o professor e o estudante, visando à construção de

Page 87: Adilson Lopes de Oliveira

85

conteúdos matemáticos, procurando mais a presença do educador do que

simplesmente o professor que ensina.

Page 88: Adilson Lopes de Oliveira

86

REFERÊNCIAS

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Page 90: Adilson Lopes de Oliveira

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MOTA, Janine Freitas. Um estudo de planos, cilindros e quádricas exploran do seções transversais na perspectiva da habilidade de visualização com o software WINPLOT. 2010. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática ) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. OLIVEIRA, Afonso Soares de; MORANDI, Henrique Morais. Matemática Prática e Instrumental , vol. 3, São Paulo: Lê, 1980 PAIS, Luiz Carlos, Didática da Matemática: uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, 128 p. PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática: vol. 3. São Paulo: Moderna, 2002. PONTE, João Pedro da; BROCARDO, Joana; OLIVEIRA, Hélia. Investigações Matemáticas na sala de aula . Belo Horizonte: Autêntica, 2003, 152 p. SOUZA, Aguinaldo Robinson de et al. Desenvolvimento de habilidades em tecnologias da informação e comunicação (TIC) por meio de objetos de aprendizagem. In: PRATA, Carmem Lúcia; NASCIMENTO, Anna Christina Aun de Azevedo (orgs). Objetos de Aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico. Brasília: MEC, SEED, 2007, p.49-57. SOUZA, Maria de Fátima C. de et al. Desenvolvimento de habilidades em tecnologias da informação e comunicação (TIC) através de objetos de aprendizagem. In: PRATA, Carmem Lúcia; NASCIMENTO, Anna Christina Aun de Azevedo (orgs). Objetos de Aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico. Brasília: MEC, SEED, 2007, p.59-69. TAROUCO, Liane M. R.; DUTRA, Renato. Padrões e interoperabilidade. In: PRATA, Carmem Lúcia; NASCIMENTO, Anna Christina Aun de Azevedo (orgs). Objetos de Aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico. Brasília: MEC, SEED, 2007, p.81-92. VALENTE, J. A. Formação de educadores para o uso da informática na escola. Campinas (SP): UNICAMP, 2003. VAZ, Ieda do Carmo. Os conceitos de limite, derivada e integral em livr os didáticos de Cálculo e na perspectiva de professore s de matemática e de disciplinas específicas em cursos de engenharia. 2010. 177f. Dissertação (Mestrado) - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais.

Page 91: Adilson Lopes de Oliveira

89

APÊNDICES

• ATIVIDADES

• OBJETOS DE APRENDIZAGEM

Page 92: Adilson Lopes de Oliveira

90

APÊNDICE A - Análise dos softwares GeoGebra e Winpl ot

I Objetivo:

Identificar o software que será utilizado para desenvolver as atividades.

II Metodologia:

Iniciaremos a atividade instalando dois softwares educativos, Geogebra e Winplot,

de domínio público, nos computadores.

Após instalação dos softwares o aluno deverá verificar os diversos comandos de

cada software, utilizá-los, e finalmente fazer a opção daquele que melhor se

adaptou.

III Atividade:

um) Você encontrou dificuldade para instalar os programas GeoGebra e Winplot no

computador?

__________________________________________________________________ 2) Se sua resposta foi positiva, faça suas observações sobre o problema

encontrado.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3) Ao verificar os programas qual deles você encontrou maior facilidade para

manipular os comandos? (Justifique sua resposta)

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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91

APÊNDICE B – Estudo da Elipse no GeoGebra

I. Objetivos:

• Construir uma Elipse utilizando os comandos do programa GeoGebra

• Identificar o centro da Elipse, seus eixos e suas propriedades.

• Escrever os procedimentos utilizados para cada item da atividade, visando à

elaboração de um objeto de aprendizagem.

II. Metodologia:

A atividade deve ser executada em dupla.

Os alunos devem verificar na tela inicial do software os comandos

necessários para a execução de cada item da atividade.

Nesta atividade, os alunos devem descobrir as opções de comandos e

executá-los.

As dúvidas devem ser discutidas em cada dupla sem intervenção do

professor pesquisador.

Cada dupla deve registrar os procedimentos utilizados em cada item da

atividade. Ao final, os grupos apresentarão a conclusão sobre a cônica verificada.

III Atividade 1) Identifique pontos nos quatro quadrantes do plano cartesiano

1o quadrante:

2o quadrante:

3o quadrante:

4o quadrante:

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92

Escreva o procedimento utilizado para identificar os pontos

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Marque os pontos (-3, 4) e (2, 4), construa um segmento com estas

extremidades, verifique sua medida e escreva o resultado encontrado.

_________________________________________________________________ Escreva o procedimento utilizado para construir o segmento e encontrar a sua

medida.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3) Construa uma Elipse utilizando os pontos (-3,4) e (1, 4), chamados focos da

Elipse.

Escreva o procedimento utilizado para construir a Elipse

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4) Identifique o centro da Elipse ___________________________________________________________________ 5) Construa uma reta com os dois focos da Elipse Escreva o procedimento utilizado para construir a reta

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6) Encontre os pontos de interseção da reta com a Elipse

___________________________________________________________________

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93

Escreva o procedimento utilizado para encontrar os pontos de interseção

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7) Encontre a distância entre os dois pontos de interseção – eixo maior da Elipse.

__________________________________________________________________ 8) Trace a reta mediatriz do segmento cujas extremidades são os focos da Elipse

Escreva o procedimento utilizado para encontrar a reta mediatriz

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9) Encontre os pontos de interseção da reta mediatriz com a Elipse __________________________________________________________________ 10) Determine a distância entre os dois pontos encontrados – eixo menor da

Elipse.

___________________________________________________________________ 11) Calcule a soma das distâncias de um ponto qualquer da Elipse aos dois focos

e compare o resultado com a medida do eixo maior.

Escreva as conclusões do resultado encontrado

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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94

APÊNDICE C - Reconhecimento de uma Elipse e estudo de suas simetrias e

excentricidade

I Objetivos:

• Reconhecer uma elipse utilizando os comandos do programa GeoGebra.

• Verificar as simetrias existentes.

• Identificar os eixos: maior e menor da Elipse.

• Analisar a excentricidade da Elipse.

• Escrever os procedimentos utilizados para cada item da atividade, visando à

construção de um objeto de aprendizagem.

• Construir um Objeto de Aprendizagem que permita ao conjunto ampliado de

alunos chegarem ao conceito de uma Elipse

II Metodologia:

Cada dupla deve transferir para o GeoGebra o arquivo da figura ou foto

escolhida a fim de verificar se o formato da curva existente nele é uma Elipse.

Utilizando o software GeoGebra os alunos devem analisar se figuras/fotos

trazidas por eles tem o formato de uma elipse.

Assim como na primeira atividade, os alunos devem escrever os

procedimentos utilizados para a verificação da cônica.

O tempo destinado à realização da atividade é de uma hora.

III Atividade:

1) Identifique na barra de ferramentas do GeoGebra –“incluir imagem” e inclua a

imagem que você pesquisou.

Escreva o procedimento utilizado para incluir a imagem.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

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95

2) Como você verifica se a curva apresentada na figura é ou não uma Elipse?

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

3) A partir da sua resposta do item 2, construa sob a figura uma Elipse. Escreva

o procedimento utilizado para construir a Elipse.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

4) Faça movimentos com a Elipse utilizando recurso disponível na barra de

ferramentas do GeoGebra.

Escreva o procedimento utilizado para movimentar a Elipse

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

Utilizando os focos, faça o movimento da Elipse e escreva sua conclusão.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

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96

5) Procure mover a Elipse com objetivo de sobrepô-la na figura inserida. Qual a

sua conclusão sobre a curva existente na fotografia?

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

6) Construa o eixo maior e menor da Elipse.

7) Identifique as simetrias existentes na Elipse.

___________________________________________________________

__________________________________________________________

8) Na Elipse, construa um segmento cujos extremos são: um dos focos e uma

das extremidades do eixo menor.

9) Identifique o ângulo agudo formado pelo segmento construído e pelo eixo

maior.

Escreva o procedimento utilizado para construir o ângulo.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

10) Aumente e diminua o ângulo e descreva o que acontece com a Elipse.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

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97

11) No triângulo retângulo formado pelo semieixo menor (b), pelo segmento que

determina a metade da distância focal (c) e pelo segmento que une um dos focos da

Elipse e uma extremidade do eixo menor (a), o que acontece com a razão c/a,

chamada excentricidade da Elipse, quando aumentamos e diminuímos o ângulo

construído.

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

12) Qual a conclusão encontrada sobre a excentricidade de uma Elipse?

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

___________________________________________________________

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98

APÊNDICE D - Objeto de Aprendizagem: Reconhecimento de uma Elipse

I Objetivos:

• Construir uma Elipse utilizando os comandos do software “GeoGebra”.

• Identificar o centro da Elipse, seus eixos e sua excentricidade.

• Identificar em uma figura/foto uma curva com o formato de Elipse.

II Metodologia:

A atividade deve ser executada em grupos de três alunos e cada aluno

monitor deve acompanhar dois grupos.

As dúvidas devem ser sanadas pelos alunos monitores sob o

acompanhamento do professor pesquisador.

Os alunos monitores devem orientar os grupos sobre utilização do arquivo

com a figura/foto para análise da curva com formato de Elipse existente nele.

Ao final da atividade, o professor pesquisador e os alunos monitores farão

uma avaliação do Objeto de Aprendizagem executado.

III Atividade:

1) Acesse o programa “GeoGebra”.

2) Na parte superior do vídeo clique em “Exibir”; em seguida, no item “Malha” e no

item “Janela de Álgebra”.

3) Marque um ponto em cada quadrante do plano cartesiano.

1o quadrante: ...............

2o quadrante: ...............

3o quadrante: ...............

4o quadrante: ...............

4) Na parte superior, clique em “Arquivo” e, em seguida, no item “Novo”.

5) Na parte superior, clique no 2o quadro (novo ponto) e marque os pontos (-4, 2) e

(4, 2).

6) Utilizando o quadro seguinte, construa um segmento unindo os dois pontos.

Page 101: Adilson Lopes de Oliveira

99

7) No oitavo quadro, identifique o comprimento do segmento traçado.

Resultado: ...............

8) Verifique no sétimo quadro a opção “Elipse” e construa uma Elipse, utilizando os

pontos (-4, 2) e (4, 2) como seus focos e um terceiro ponto não pertencente à

reta que contém os focos.

Terceiro ponto: ..............

9) Verifique no terceiro quadro a opção “Reta Determinada por dois Pontos” e

construa uma reta passando pelos da Elipse.

10) Verifique no segundo quadro “Interseção de dois objetos” e determine a

interseção entre a Elipse e a reta construída.

Pontos de interseção: ................... .....................

11) Encontre a distância entre os dois pontos de interseção, que é identificada como

eixo maior da Elipse.

Eixo maior: ................

12) Utilizando o quarto quadro, construa uma mediatriz do eixo maior da Elipse.

13) Encontre a interseção do eixo maior com a mediatriz, que é o centro da Elipse.

Centro de Elipse: ...............

14) Determine a interseção da mediatriz com a Elipse.

Pontos de Interseção: ...................... .......................

15) Determine a distância entre os dois pontos encontrados, que é identificada como

eixo menor da Elipse.

Eixo menor: ....................

16) Identifique um ponto qualquer na Elipse e calcule as distâncias desse ponto aos

focos, some o resultado e compare com a medida do eixo maior.

17) Repita esse procedimento com outro ponto qualquer, pertencente à Elipse.

18) Escreva suas conclusões sobre o resultado encontrado.

19) A partir do que foi estudado com o auxílio do GeoGebra, como você identifica

uma Elipse?

20) Utilizando o arquivo com a foto, que foi disponibilizada para você, verifique se a

curva existente nela tem um formato de Elipse. Caso tenha, identifique o eixo

maior, eixo menor, centro e a distância entre os focos.

Eixo maior: .........

Eixo menor: ........

Centro: ...........

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100

APÊNDICE E - Objeto de Aprendizagem – Estudo da Eli pse

I Objetivos:

• Construir uma Elipse utilizando outros comandos do software “GeoGebra”.

• Identificar em uma figura/foto o formato de uma Elipse.

• Identificar propriedades da Elipse.

II Metodologia:

O Objeto de aprendizagem foi desenvolvido para ser feito em grupos de três

alunos.

Será utilizada alternativa de comandos para a execução dos itens propostos

no Objeto.

Os alunos já tiveram acesso ao software na atividade quatro, com orientação

dos alunos monitores; portanto, o trabalho será desenvolvido pelos grupos, onde o

aluno monitor será mais um integrante desse grupo.

III Atividade:

1) Acesse o programa “GeoGebra”.

2) Na parte inferior da tela “Entrada” escreva o ponto A= (-3, 4) e tecle “enter”.

Repita o processo com os pontos B= (2,4) e C= (3,4).

3) Localize no lado direito da parte inferior da tela a palavra “Comando”, clique

em “Elipse”. Na linha de Entrada, em que aparece “Elipse”, escreva dentro dos

colchetes as letras A,B,C. Tecle “enter”

4) Construa o eixo menor da Elipse.

5) Utilizando a linha de comando determine os pontos de interseção da Elipse

com o eixo menor.

D=(....,....) e E=(....,....)

6) Construa o eixo maior da Elipse

7) Encontre o ponto G centro da Elipse

8) Determine o ângulo EGB

Medida do ângulo EGB:........

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101

9) Determine a excentricidade da Elipse

10) O que se pode concluir sobre a excentricidade de uma Elipse?

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

11) Identifique as simetrias existentes na Elipse:

Simétrico em relação à reta x=....

Simétrico em relação à reta y = ...

12) Utilizando o arquivo com a foto, verifique se a curva existente nela tem o

formato de uma Elipse. Caso tenha especifique:

Eixo maior:.............

Eixo menor: ............

Focos:........

Excentricidade: .....

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102

APÊNDICE F - Objeto de Aprendizagem – Estudo da Hip érbole

I Objetivos:

• Construir uma Hipérbole.

• Identificar seus eixos, focos, sua excentricidade e suas assíntotas.

• Identificar em uma figura/foto o formato de uma Hipérbole.

• Identificar na figura/foto propriedades da Hipérbole.

II Metodologia:

O Objeto de aprendizagem foi desenvolvido para ser feito em grupos de três

alunos.

Nos itens, o aluno poderá optar por utilizar o comando do GeoGebra que

achar conveniente, desde que o leve à construção da Hipérbole e ao

reconhecimento da curva no arquivo contendo a figura/foto.

III Atividade: 1) Acesse o programa GeoGebra

2) Escolha três pontos.

A= (.....,.....)

B= (.....,.....)

C= (.....,.....)

3) Construa a Hipérbole, conhecendo os pontos A, B e C.

Verifique em “Comando” o item “foco” e Identifique os focos da Hipérbole.

.................... ..................

4) Calcule a diferença das distâncias do ponto pertencente à Hipérbole aos seus

focos.

............................

5) Verifique a interseção da reta que passa pelos focos com a Hipérbole.

D=(....,....)

E= (....,....)

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103

6) Determine o comprimento do segmento que une os dois pontos de interseção,

chamado eixo real da Hipérbole.

.......................

7) Compare o resultado encontrado com a diferença das distâncias do ponto

pertencente à Hipérbole aos seus focos.

8) Repita o item 3 com outro ponto da Hipérbole.

9) Tire suas conclusões e escreva como você identifica uma Hipérbole.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

__________________________________________________________________

10) Construa a mediatriz do eixo real

11) Determine o ponto de interseção “F” da mediatriz com o segmento DE, centro

da Hipérbole.

12) Construa uma circunferência com centro em F e raio FB

13) Construa, utilizando “Comando”, na parte inferior da tela, as “Assíntotas” da

Hipérbole.

14) Encontre a interseção das “Assintótas” com a circunferência.

(.....,.....)

(.....,.....)

(.....,.....)

(.....,.....)

15) Construa o retângulo cujas extremidades são os pontos de interseção das

assíntotas com a circunferência.

16) A interseção dos lados do retângulo, paralelos ao eixo real, com a mediatriz

forma um segmento que é chamado eixo imaginário da Hipérbole.

17) Determine o comprimento desse eixo imaginário.

......................

18) Calcule a razão entre a metade da distância entre os focos e a metade do

eixo real. O resultado encontrado é o valor da excentricidade da Hipérbole.

Excentricidade = ............

19) Identifique a relação existente entre a excentricidade, a assíntota e o eixo real

da Hipérbole?

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104

20) O que se pode concluir sobre a excentricidade de uma Hipérbole?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

21) Utilizando o comando “Mover” no primeiro quadro na parte superior da tela,

clique em ponto da Hipérbole, faça movimentos com ele e tire suas conclusões

sobre a excentricidade da Hipérbole.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

22) Utilizando o arquivo com a foto, verifique se a curva existente nela tem o formato

de uma Hipérbole.

Justifique sua resposta:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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105

APÊNDICE G - Objeto de Aprendizagem – Estudo da Par ábola

I Objetivos:

• Construir uma parábola utilizando os comandos do software “GeoGebra”.

• Identificar seu eixo, foco e reta diretriz.

• Verificar sua excentricidade.

• Identificar em uma figura/foto o formato de uma parábola.

• Identificar propriedades da parábola.

II Metodologia:

O Objeto de aprendizagem foi desenvolvido para ser feito em grupos de três

alunos.

A atividade prevista em cada item do objeto poderá ser feita utilizando os

comandos que o grupo achar conveniente.

III Atividade:

1) Construa uma reta que passa por A=(-2,0) e O=(0,0).

2) Construa uma perpendicular AO, no ponto A=(-2,0).

3) Marque o ponto B=(2,0).

4) Verifique em “Comando” o item “parábola” e construa uma parábola, com foco

no ponto B e a reta perpendicular ao eixo x, AO, como reta diretriz.

5) Marque um ponto na parábola e verifique a distância desse ponto à reta

diretriz e a distância dele ao foco.

6) Repita o processo com mais pontos.

7) Qual foi a conclusão a que você chegou sobre o conceito de uma parábola?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

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106

8) Determine a razão entre a distância do ponto pertencente à parábola até a

reta e a distância desse ponto ao foco.

............ (Excentricidade da Parábola)

9) Existe alguma simetria na parábola construída?

.............

Em relação a quem?

............ .....................

10) Utilizando o arquivo com a foto, verifique se a curva existente nela tem o

formato de uma parábola.

Justifique sua resposta:

______________________________________________________________

______________________________________________________________