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CD 2013
Aula 2
Henry MintzbergO que é Estratégia?
Estratégia como PLANO
A estratégia pode ser entendida como sendo um
curso de ação, algo intencional e planejado, através
do qual se buscam atingir determinados objetivos no
futuro.
Henry MintzbergO que é Estratégia?
Estratégia como PADRÃO
Corresponde ao padrão de comportamentos
adotados pela organização ao longo do tempo, na
busca por seus objetivos. Incorpora, portanto, o
conceito de estratégias emergentes.
Henry MintzbergO que é Estratégia?
Estratégia como POSIÇÃO
Refere‐se a como a empresa posiciona seus produtos
e componentes em um determinado mercado.
Henry MintzbergO que é Estratégia?
Estratégia como PERSPECTIVA
Refere‐se à maneira fundamental de uma
organização fazer às coisas.
Relaciona-se com a cultura, a ideologia e a
percepção interna da organização
Henry MintzbergO que é Estratégia?
Estratégia como TRUQUE
A estratégia pode ser aplicada com a finalidade de
confundir, iludir ou comunicar uma mensagem falsa
aos concorrentes.
Henry MintzbergEstratégias Emergentes
Henry MintzbergESCOLAS DE ESTRATÉGIA
Design
Planejamento
Posicionamento
Empreendedora
Cognitiva
Aprendizado
Poder
Cultural
Ambiental
Configuração
PRESCRITIVAS
DESCRITIVAS
INTEGRATIVA
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (01)
ESCOLA DO DESIGN
Entende a formação da estratégia como um processode concepção.
Sua estrutura básica foi desenvolvida nos anos 60 eseus conceitos tornaram-se os fundamentos doestudo da administração estratégica. Matriz SWOTé um produto desta escola, que sistematiza as raízesda administração estratégica.
Críticas: o modelo não oferece flexibilidade; nãoincorpora os processos de aprendizado; há aseparação entre formulação e implementação, o quetorna frágil o processo na sua totalidade.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (02)
ESCOLA DO PLANEJAMENTO
Entende a formação da estratégia como um processoformal.
Na década de 70, ocorreu o auge da utilização doPlanejamento Estratégico nas organizações. Asorganizações deveriam possuir um departamento deplanejamento estratégico responsável pelo processoformal do planejamento, com pessoal capacitadodiretamente ligado ao executivo principal.
Tem como contribuição a organização de umprocesso de planejamento estratégico e ofornecimento de instrumentos.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (02)
ESCOLA DO PLANEJAMENTO
Falácia da predeterminação: dificuldade para lidarcom problemas não previstos no planejamento.
Falácia do desligamento: dificuldade da altaadministração em conhecer profundamente arealidade dos demais níveis da organização (tático eoperacional).
Falácia da formalização: – no processo formal eseqüencial, não há subsídios para desenvolvimentoda estratégia propriamente dita, só um sistema queorganiza o exercício da gestão.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (02)
ESCOLA DO PLANEJAMENTO
Falácia do planejamento estratégico: consegueapenas coletar e organizar as informações, mas elenão é um método para geração de estratégias.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (03)
ESCOLA DO POSICIONAMENTO
Entende a formação da estratégia como um processoanalítico, fornecendo um conjunto de estratégias-chave – posições de mercado – a serem seguidas.
Seu grande autor é Michael Porter, com CompetitiveStrategy (Estratégia Competitiva), livro no qualpropõe uma técnica para fazer uma análisecompetitiva de indústrias.
Críticas: separação entre formulação eimplementação, a idéia de que a análise produz asíntese, focaliza essencialmente o aspecto econômico,não valoriza o processo de aprendizado.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (04)
ESCOLA EMPREENDEDORA
Entende a formação da estratégia como um processovisionário.
Enfatiza a intuição, a capacidade de julgamento, aexperiência e o perfil do líder. Seu conceitofundamental é a visão, a representação mental daestratégia pelo líder.
“a estratégia empreendedora é, ao mesmo tempo,deliberada e emergente: deliberada em suas linhasamplas e seu senso de direção, e emergente em seusdetalhes para que estes possam ser adaptadosdurante o curso”.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (05)
ESCOLA COGNITIVA
Entende a formação da estratégia como um processomental.
Preocupa-se em estudar como se dá o processo decriação de estratégias na mente dos gestores,utilizando-se dos processos conhecidos pelapsicologia cognitiva.
Embora a fundamentação teórica desta escola sejaválida e consistente, ela aborda somente uma face dacomplexa tarefa de se administrar estrategicamente.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (06)
ESCOLA DO APRENDIZADO
Entende a formação da estratégia como um processoemergente.
Propõe que os estrategistas e as organizações devemaprender ao longo do tempo, enfrentando novassituações e encontrando maneiras de responderestrategicamente a elas.
A separação entre formulação e operacionalizaçãode estratégias não existe.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (07)
ESCOLA DO PODER
Entende a formação da estratégia como um processode negociação.
“A escola de poder abre o jogo e caracteriza aformação de estratégia como um processo aberto deinfluência, enfatizando o uso do poder e política paranegociar estratégias favoráveis a determinadosinteresses”.
“Se a formulação de estratégia pode ser um processode planejamento e análise, cognição e aprendizado,também pode ser um processo de negociação econcessões entre indivíduos, grupos e coalizões”.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (08)
ESCOLA CULTURAL
Entende a formação da estratégia como um processocoletivo.
Percebe a cultura organizacional como fatordeterminante na formulação estratégica: a culturareflete uma forma de pensar e agir de todo o grupo,integrando os indivíduos e grupos na organização.
A cultura influencia o estilo de pensar e, portanto,faz emergir um estilo de tomada de decisão. Aomesmo tempo, cria resistência natural à mudança,gerando obstáculos à elaboração de determinadasestratégias.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (09)
ESCOLA AMBIENTAL
Entende a formação de estratégia como um processoreativo.
Propõe que a formulação de estratégias deve serrealizada a partir da compreensão do conjunto deforças externas à organização, que compõem oambiente. Em síntese: a organização deve responderàs forças ambientais ou será eliminada do mercado.
Permite compreender o mercado a partir dametáfora do meio ambiente, e as mudançasorganizacionais como um mecanismo deaprendizagem e adaptação ao meio.
Henry MintzbergEscolas de Estratégia (10)
ESCOLA DA CONFIGURAÇÃO
Entende a formação de estratégia como um processode transformação.
Define “configuração” como o conjunto estável decaracterísticas que cada organização possui em umdado período de estabilidade.
A “transformação” é o processo pelo qual aorganização muda de configuração, para adaptar-seà mudança a fim de atingir novo período deestabilidade - um processo de ruptura, que, contudo,não destrói a organização, mas a impulsiona a semanter viva (ciclo de vida das organizações).
Questão de Prova - Cespe
A definição da estratégia como processo formal
caracteriza a escola ambiental, esteja ou não o processo
programado e definido em cronogramas.
E
Questão de Prova - Cespe
Uma organização que atribui ao seu principal executivo
a responsabilidade de elaborar todo o processo de
concepção das estratégias adota a filosofia da escola do
aprendizado.
E
Questão de Prova - Cespe
Segundo Mintzberg, a organização que forma sua
estratégia como um processo visionário adota a escola
do design.
E
Administração EstratégicaProcesso
Análise do Ambiente
Diretrizes Organiza-
cionais
Formulação da
Estratégia
Implemen-tação da
Estratégia
Controle estratégico
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Balanced Scorecard (BSC)
O conceito do Balanced Scorecard pode ser
traduzido livremente como “Indicadores
Balanceados de Desempenho”, ou “Placar
Balanceado de Indicadores”, por exemplo. Mais
conhecido pela sigla BSC, foi desenvolvido na
década de 1990 por dois professores da Harvard
Business School, David Norton e Robert Kaplan.
Inicialmente, este modelo de gestão surgiu como
ferramenta de avaliação de organizações,
concebido a partir da percepção de que apenas o
uso de indicadores financeiros ou econômicos seria
incapaz de predizer o êxito futuro de uma empresa.
Balanced Scorecard (BSC)
Os autores partiram de dois pontos para defender
a ideia de que o uso de indicadores financeiros ou
econômicos seria incapaz de predizer o êxito futuro
de uma empresa:
O cenário econômico emergente à época, cada
vez mais dinâmico;
A observação de que os indicadores financeiros
representavam dados passados da empresa, e não
o futuro.
Balanced Scorecard (BSC)
A partir dessa perspectiva, Kaplan e Norton
desenvolveram um modelo que continua a
valorizar os dados financeiros, porém, juntamente
com os demais dados que a representam.
Ou seja: o futuro de uma organização não depende
somente do seu patrimônio, fluxo de caixa ou
outras variáveis de natureza financeira ou
econômica. Importam, também, aspectos como a
visão dos clientes, os relacionamentos com
fornecedores, a qualificação e o envolvimento dos
funcionários, os tipos de tecnologia empregados, o
grau de inovação promovida pela empresa.
Balanced Scorecard (BSC)
Os autores defendem que fatores integrados
alinhados aos objetivos podem aumentar o
desempenho e trazer resultados financeiros.
Por isso mesmo, desde a década de 1990 o modelo
do BSC tem sido aperfeiçoado, tornando-se um
referencial para a mensuração do desempenho e da
gestão da estratégia das organizações.
Atenção: o BSC evoluiu como um sistema de
gestão, e não somente um sistema de medidas, com
vistas a habilitar as organizações a delinear sua
estratégia e traduzi-la em ações.
Balanced Scorecard (BSC)
Em uma descrição sintética e objetiva, podemos
dizer que o BSC é:
Um instrumento gerencial para suportar a gestão
estratégica...
Que alcança seu alvo por meio do apoio contínuo
da liderança da organização e pela visão
integradora...
Que considera os objetivos estratégicos da
empresa em 4 perspectivas: financeira,
mercadológica (cliente), processos internos e
aprendizado e crescimento.
Balanced Scorecard (BSC)
Kaplan e Norton ressaltam que o sucesso da
empresa depende do apoio e da infraestrutura
adequada (pessoas, sistemas e procedimentos
organizacionais) aos objetivos financeiros, dos
clientes e dos processos internos.
Para o BSC, essa adequação deve ser realizada a
partir da capacitação dos funcionários, da melhora
da tecnologia de informações e da adequação dos
procedimentos e das rotinas da empresa (que
integram a perspectiva do aprendizado e
crescimento).
Balanced Scorecard (BSC)
Encadeamento entre as perspectivas:
O APRENDIZADO E O CRESCIMENTO poderão
assegurar as condições para que, de forma contínua,
sejam melhorados os processos internos;
A melhoria dos PROCESSOS INTERNOS pode
propiciar o crescimento da organização em termos de
qualidade percebida pelos clientes, criando um melhor
posicionamento de mercado;
As melhores vantagens competitivas, percebidas pelos
CLIENTES, deverão se traduzir em lucratividade,
rentabilidade, maior participação no mercado - enfim,
devem gerar melhores resultados... FINANCEIROS!
(Prova CESPE / TCU 2008):
O balanced scorecard é uma ferramenta de gestão
por meio da qual uma organização identifica e
equilibra metas associadas em diferentes
perspectivas, harmonizando seus compromissos de
curto prazo com os objetivos de longo prazo.
C
Questão de Prova - Cespe
Balanced Scorecard (BSC)
Considerando a utilização do modelo como um
sistema de gestão estratégica, podemos ressaltar
cinco linhas de ação que devem permitir a uma
organização tornar-se “orientada à estratégia”:
1. A estratégia deve ser traduzida em termos
operacionais, de forma que toda a organização
possa compreendê-la.
2. A organização deve estar alinhada à estratégia,
por meio do comprometimento de todos.
Balanced Scorecard (BSC)
3. A estratégia deve ser tratada como dever de todos,
de forma que as contribuições pessoais permitam
a implantação da estratégia.
4. A estratégia deve ser tratada como um processo
contínuo, sobretudo por meio do aprendizado
permanente e das correspondentes revisões
sistemáticas dos planos, objetivos e cursos de
ação.
5. A adoção do modelo, que implica mudança de
gestão, deve envolver a mobilização da
organização, por meio da orientação da liderança
executiva.
BSC x PE
O BSC e o Planejamento estratégico podem atuar como
ferramentas complementares, mas diferentes entre si.
O Planejamento estratégico está associado à definição
da missão, da visão, dos valores, dos objetivos e mesmo
das estratégias gerais de uma organização.
O BSC parte da visão e das estratégias, de forma a tirá-
las do papel e transformá-las em ação dentro das
organizações, propiciando meios para que sejam
projetados e controlados os avanços em perspectivas
equilibradas. Para isso, claro, devem ser empregados
indicadores em todas as perspectivas, afinal, é preciso
medir para gerenciar.
Praticando... (1)
O Balanced Scorecard foi desenvolvido por Kaplan e Norton no
início da década 90, a partir da constatação de que os métodos
tradicionais de acompanhamento do desempenho das
organizações não eram suficientes para atender ao grau de
complexidade e dinamismo do ambiente empresarial
contemporâneo. Os vetores usados na avaliação de desempenho do
BSC são:
(A) o financeiro, o comportamental, o cultural e o educacional.
(B) no âmbito interno, as forças e as fraquezas da organização e,
no âmbito externo, as oportunidades e as ameaças ao sucesso da
organização.
Praticando... (1)
(C) o explicativo, o normativo, estratégico e o tático-operacional.
(D) a visão e a missão atribuídas à organização, a análise do
ambiente externo e interno, a formulação de metas, objetivos e
estratégias e a implementação.
(E) o financeiro, os clientes, os processos internos e o aprendizado
e crescimento.
E
Praticando... (2)
Considere as seguintes afirmativas sobre o BSC (Balanced
Scorecard).
I. O BSC tem como principal característica possibilitar o
acompanhamento da estratégia por meio de indicadores de
desempenho.
II. O BSC tem como principal característica avaliar a priorização
dos problemas encontrados dentro da entidade.
III. O BSC mostra a importância relativa de diferentes aspectos de
um problema, porém de difícil identificação de quais aspectos
devem ser solucionados primeiro.
Praticando... (2)
Está correto o que se afirma APENAS em
A) I
B) I e II.
C) II.
D) II e III.
E) III.
A
Mapa Estratégico
Kaplan e Norton propuseram a utilização do mapa
estratégico do BSC para explicitar a estratégia,
demonstrando como os diferentes indicadores se
alinham em cadeias lógicas de causa e efeito,
conectando-se aos resultados projetados.
Podemos compreender o mapa estratégico como
uma forma gráfica de expressar o processo de
transformação de ativos intangíveis (que se iniciam
na perspectiva de aprendizado e crescimento) em
resultados tangíveis para clientes e proprietários.
Mapa Estratégico
O mapa estratégico deve ser um instrumento
central da gestão da estratégia organizacional,
acompanhado pela alta administração e
compartilhado com todos os níveis hierárquicos.
Ele deve alinhar o cotidiano operacional com as
diretrizes que devem conduzir a resultados
planejados e à realização de uma visão de futuro,
com a definição de objetivos, indicadores,
metas e iniciativas.
Elaborando o Mapa
1. DEFINIÇÃO DAS PERSPECTIVAS:
A organização precisa pensar nas perspectivas
como uma cadeia de valor vertical, que parte dos
elementos de base e vai gerando resultados nos
níveis seguintes, até os grandes objetivos e, ao final,
a visão estratégica.
A organização deverá identificar as perspectivas
mais adequadas ao seu caso específico.
Elaborando o Mapa
2. IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETOS EM CADA
PERSPECTIVA:
Para todas as perspectivas, é preciso pensar em um
conjunto de objetos aos quais estarão relacionados
os objetivos. Por exemplo: na perspectiva dos
clientes, é preciso definir quem são os beneficiários
diretos, os produtos, as formas de acesso aos
serviços; na perspectiva dos processos internos,
quais são os grupos de processo, em que
organizações eles são realizados, etc.
Elaborando o Mapa
3. ENUNCIAÇÃO DOS OBJETIVOS:
Enunciar objetivos de resultado e esforço,
associados às perspectivas escolhidas e aos objetos
identificados em cada uma delas.
Os objetivos servem, entre outras coisas, para:
orientar a gestão e medir o seu desempenho;
identificar prioridades; permitir sinergias internas
e evitar indefinições; servir como critérios para
avaliação; ajudar a concretizar os esforços.
Elaborando o Mapa
4. DEFINIÇÃO DE INDICADORES E METAS:
Após a definição dos objetivos de cada perspectiva,
é necessário apontar os indicadores e as respectivas
metas.
Os indicadores podem ser compreendidos como
métricas que fornecem informações e subsidiam a
avaliação da organização, contemplando três
aspectos cruciais: controle, comunicação e
melhoria.
Elaborando o Mapa
4. DEFINIÇÃO DE INDICADORES E METAS:
No contexto do BSC, há 2 tipos básicos:
1. Indicadores Lag (Resultados): medem
resultados já realizados, enfatizando o
desempenho final de atividades e processos.
2. Indicadores Lead (Tendências): servem ao
monitoramento das atividades e dos processos,
acompanhando as tendências de desempenho.
Elaborando o Mapa
4. DEFINIÇÃO DE INDICADORES E METAS:
Após a definição dos indicadores, a eles serão
associadas metas, que permitirão quantificar os
índices desejáveis.
As metas enunciadas devem preencher um
conjunto de requisitos, como serem realistas e
desafiadoras, diretas, negociáveis e baseadas em
informações (como séries históricas, tendências
analisadas ou benchmark).
Elaborando o Mapa
5. DEFINIÇÃO DAS INICIATIVAS:
Devem ser identificadas as iniciativas que
permitirão a implementação da estratégia,
considerando três tipos:
1. Processos
2. Projetos
3. Eventos
Futuro: Incertezas...
“Quando a exposição de Paris se encerrar, ninguém
mais ouvirá falar em luz elétrica.” (ErasmusWilson, Univ. de Oxford, 1879)
“A televisão não dará certo. As pessoas terão de
ficar olhando sua tela, e a família americana média
não tem tempo para isso.” (The New York Times, 18 de abril de 1939, na apresentação
do protótipo de um aparelho de TV)
“Acredito que há mercado mundial para cerca de
cinco computadores.” (Tomas J.Watson, chairman da IBM, 1943)
Diante da Incerteza...
O homem e as organizações tem opções:
Construir o futuro
Influenciar na construção do futuro
Preparar-se para o futuro
Reduzir os riscos do futuro incerto
Abordagem Projetiva
Na abordagem PROJETIVA, trabalha-se com a
hipótese de que os fatores irão se comportar de
maneira semelhante ao que ocorreu no passado.
Assim, ao se conhecer seu comportamento até o
momento presente, seria possível predizer seu estado
futuro.
Em outras palavras, seria possível, a partir de
modelos racionais, mecanicistas e determinísticos,
prever o cenário futuro.
Abordagem Prospectiva
Na abordagem PROSPECTIVA, parte-se do
princípio de que tal determinismo não existe, sendo o
mundo real caracterizado por variáveis cujo
comportamento é probabilístico.
Deve-se considerar uma multiplicidade de cenários
futuros, a partir da análise de um conjunto de fatores
que se afetam mutuamente, empregando ferramentas
que não se limitam ao cálculo lógico sem riscos, mas
que considera as probabilidades relacionadas a
eventos futuros e suas possíveis consequências.
Atitude Prospectiva
Segundo Berger, é necessário:
Olhar longe
Preocupar-se com o longo prazo
Olhar amplamente, tomando cuidado com asinterações
Olhar a fundo até encontrar os fatores e tendênciasque são realmente importantes
Arriscar, porque as visões de horizonte distantespodem fazer mudar nossos planos
Levar em conta o gênero humano, grande agentecapaz de modificar o futuro
Cenários
“Conjunto formado pela descrição, de forma
coerente, de uma situação futura e do
encaminhamento dos acontecimentos que permitam
passar da situação de origem à situação futura.”
(Michel Godet)
Cenários
Cenários são narrativas plausíveis sobre o
futuro, logicamente consistentes e estruturadas, que
propiciam descrições alternativas sobre o
comportamento de um conjunto de variáveis
selecionadas, as quais representam contingências
passíveis de acontecerem em um determinado
horizonte de tempo.
Métodos
Há vários métodos (ex.: Godet, Porter, Grumbach),
apresentando características fundamentais em
comum:
◦ Atitude prospectiva
◦ Múltiplos cenários
◦ Ênfase nos Atores
Prospectando o Futuro
ESTRATÉGIAS DOS ATORES:
É preciso considerar como os diversos atores se
movimentam no ambiente, em busca da realização
de suas estratégias e do alcance de seus objetivos.
As estratégias dos atores se cruzam, de forma que
confrontos, antecipações e outras formas de
interação são consideradas no cálculo de ação de
cada um.
(Michel Godet)
Prospectando o Futuro
TENDÊNCIAS DE PESO:
Referem-se a eventos cuja perspectiva de direção é
suficientemente consolidada e visível, de forma a se
admitir sua permanência no período considerado.
Podem ser entendidas como movimentos bastante
prováveis de um ator ou variável dentro do
horizonte de análise.
(Michel Godet)
Prospectando o Futuro
FATOS PRÉ-DETERMINADOS:
Referem-se aos eventos conhecidos e certos, cuja
solução ou controle pelo sistema ainda não se
efetivou.
Têm potencial de interferir no comportamento de
diversas variáveis.
(Michel Godet)
Prospectando o Futuro
FATOS PORTADORES DO FUTURO:
Referem-se a fatos que representam um ínfimo
sinal a partir da sua dimensão presente, mas
potencialmente imenso.
São fatos que podem sinalizar:
◦ incertezas críticas
◦ surpresas inevitáveis
◦ wild cards
(Michel Godet)
Atributos dos Cenários
Não se deve construir um único cenário, mas sim
um conjunto de alternativas, com no mínimo duas
opções – em outras palavras, os cenários devem ser
PROBABILÍSTICOS;
Os cenários descritos devem ser PLAUSÍVEIS,
ou seja, sua elaboração deve se basear em um
processo lógico, que considere as diversas relações
encadeadas de causas e efeitos;
Os cenários devem ser internamente
CONSISTENTES, ou seja, os elementos que
integram um dado cenário devem ser compatíveis e
logicamente coerentes entre si;
Atributos dos Cenários
Os cenários devem ser RELEVANTES para a
organização, trazendo conceitos e informações
úteis, compreensivas e inovadoras. Os cenários
devem propiciar uma VISÃO NOVA e original dos
temas e questões contemplados no processo de
análise estratégica, de forma a constituir uma
alternativa efetiva de futuro;
Os cenários devem se concentrar no FOCOdelineado pela organização, embora eles não
precisem ser restritos;
Os cenários devem ser TRANSPARENTES,
criando condições para que sua descrição seja
compreensível para as partes interessadas.
Questão de Prova
(Esaf) A elaboração de cenários é um procedimento de
aprendizado sobre o futuro. Nesse contexto, cenários
são narrativas plausíveis sobre o futuro, consistentes e
cuidadosamente estruturadas em torno de idéias, com
propósitos de sua comunicação e de sua utilidade
como, por exemplo, no apoio ao planejamento
estratégico. O processo de construção de cenários leva
a uma melhor compreensão das nossas percepções e a
uma melhor avaliação dos impactos que julgamos
relevantes.
Sobre o tema, é correto afirmar que os cenários devem
possuir os seguintes atributos, exceto:
Questão de Prova
a) Claros: devem ser transparentes a fim de facilitar
sua compreensão e o entendimento de sua lógica.
b) Determinísticos: devem possibilitar a predição
exata do futuro, de modo a otimizar a tomada de
decisões por parte do gestor
c) Focados: devem ser amplos sem perder o foco da
área de negócios.
d) Plausíveis: aqueles que não tiverem relação
plausível com o presente devem ser descartados.
e) Relevantes: devem produzir uma visão nova e
original dos temas abordados
Bases do PES
“O estrategista não tenta predizer o que fará o
adversário; trata apenas de enumerar
possibilidades para que possa preparar-se para
enfrentá-las... o planejamento não repousa na
capacidade de predição, mas na capacidade de
previsão”
“O planejamento é um cálculo que precede e
preside a ação para criar o futuro, não para
predizê-lo”
(Carlos Matus)
Bases do PES
O planejamento tradicional tem como base uma
teoria do controle de um sujeito sobre o sistema.
Afirma explicitamente que a realização do
planejamento exige um certo grau de controle.
Trata-se de uma concepção autoritária de
planejamento.
No PES, o ator que planeja, em um jogo, é apenas
um ator a mais, por mais poderoso que seja.
Bases do PES
O planejamento tradicional projeta o futuro como
um “deve ser” único, produto de um cálculo
voluntarista sem correspondente processamento
dos problemas de viabilidade política que acarreta.
No PES, o “deve ser” do plano abarca vários
planos em diferentes cenários, várias apostas que
devem ser submetidas a um exame de
confiabilidade. O plano necessário compõe-se de
vários planos capazes de lidar com a incerteza.
Diagnóstico x Situação
O planejador tradicional vale-se do conceito de
diagnóstico para explicar a realidade. O analista
deve ser objetivo, científico e rigoroso, para
descobrir a verdade e construir um plano para
mudá-la. O diagnóstico, nesse caso, deve ser único e
válido para todos.
Para o PES, o que há é um jogo entre vários atores.
A explicação é uma leitura dos dados e informações
que expressam a realidade, em que cada ator retira
da realidade uma interpretação dos fatos. Toda
declaração é explicada por um ser humano que tem
seus valores, suas ideologias e seus interesses.
Setores x Problemas
O planejamento tradicionalmente apoia-se em
setores, mas o conceito de “setor” é uma imposição
analítica, genérica e distante da realidade.
O PES, por sua vez, considera que a realidade gera
problemas, ameaças e oportunidades. Assim, o
planejamento situacional, para aproximar-se da
realidade, atua com o conceito prático de
“problema” – lembrando, inclusive, que os
problemas costumam cruzar os setores.
Definindo os Problemas
Não se deve confundir "problema" com um
simples "mal-estar".
Mal-estar é uma "obra aberta", podendo
representar o nome de um problema, mas sujeito a
inúmeras interpretações para um mesmo jogador,
o que implica ambiguidade.
O primeiro passo do PES consiste em descrever o
problema, enumerando de forma objetiva e precisa
os fatos que demonstram que o problema existe.
Definindo os Problemas
A declaração do problema deve atender aos seguintes
requisitos:
Causar mal-estar;
Ser evitável e estar sob a governabilidadede quem está planejando;
Haver a vontade política de resolvê-lo.
Definindo os Problemas
O problema deve ser definido por Vetores Descritivos
do Problema (VDPs).
Os VDPs devem satisfazer os seguintes requisitos: serem
precisos e monitoráveis; cada descritor deve ser
necessário à descrição do problema; o conjunto dos
descritores devem ser suficientes para conter, em uma
única explicação, as várias interpretações possíveis;
nenhum descritor deve-se referir à causa ou às
consequências; não deve haver relação causal entre os
descritores; e nenhum descritor deve repetir, ainda que
de outro modo, o que foi dito por outros descritores.
Definindo os Problemas
Exemplo:
PROBLEMA: Escassez de água potável no Lago Sul
ATOR: Presidente da Associação de Moradores
V.D.P.:
1. D1 = o bairro recebe água durante seis horas, apenas três
dias por semana.
2. D2 = 80% das casas do bairro não dispõem de serviço de
água encanada.
Momentos do PES
1. Explicar como nasce e se desenvolve o problema.
2. Fazer planos para atacar as causas do problema
mediante operações.
3. Analisar a viabilidade política do plano ou
verificar o modo de construir sua viabilidade.
4. Atacar no problema na prática, realizando as
operações planejadas
Momentos do PES
MOMENTO EXPLICATIVO:
Busca compreender a realidade identificando os
problemas que os atores sociais declaram.
Trabalha nos tempos verbais: “foi”, “é”, “tende a
ser”.
Começa com a enumeração e seleção dos
problemas, a análise do macroproblema, a
identificação dos atores relevantes e termina com
a explicação sistêmica de cada problema por um
diagrama situacional.
Momentos do PES
MOMENTO NORMATIVO-PRESCRITIVO:
Refere-se ao modo como se formula o plano e
trabalha com a forma verbal “deve ser”. É o
ponto onde se baseia a grande aposta do plano.
Começa com o desenho prévio das operações e a
avaliação prévia das variantes, invariantes e
surpresas próprias do plano global e de cada
problema, a formulação de cenários e planos de
contingência, e a orçamentação das operações.
Momentos do PES
MOMENTO ESTRATÉGICO:
Refere-se ao modo de examinar a viabilidade
política do plano e/ou do processo de construção
de viabilidade política.
Seu propósito é formular propostas estratégicas,
para tratar as operações como um processo de
produção política em parte cooperativa e em
parte conflitiva entre os atores.
Momentos do PES
MOMENTO TÁTICO-OPERACIONAL:
Refere-se à ação com o suporte do plano. Tem a
finalidade de criar um processo contínuo, sem
rupturas, entre os três momentos anteriores e a
ação diária.
Trata também de recalcular o plano e de
aprimorá-lo de acordo com as circunstâncias do
momento da ação e do detalhe operacional que a
prática exige.
Planejamento Governamental
Introdução
Segundo o PPA 2008-2011:
“O Brasil é um país com tradição em planejamento
governamental. Contudo, o ambiente adverso das décadas de
80 e 90, marcadas pelos desequilíbrios macroeconômicos,
resultou no declínio da importância da função planejamento
no âmbito do setor público.”
“Nesse período, todos os esforços voltaram-se para a gestão
do curto prazo, enfrentamento da inflação e do desequilíbrio
fiscal, o que promoveu o enfraquecimento do planejamento e
da capacidade técnica existente na área.”
“Uma vez estabilizada a economia no final dos anos 90, a
função planejamento começa a ser resgatada dentro de uma
nova abordagem, alinhada às tendências internacionais.”
Planejamento Governamental
Introdução
“O planejamento adquire importância como ferramenta de
gestão para melhorar a qualidade da aplicação dos recursos
públicos disponíveis e para estimular a participação da
iniciativa privada em investimentos de interesse público.”
“Ainda que esse resgate tenha começado a se materializar ao
fim da década de 90, o marco legal desse movimento tem
início com a Constituição 1988, que institui o PPA como
instrumento de planejamento integrado ao orçamento.”
“A partir desse marco, a legislação brasileira passa a
destacar o planejamento como pressuposto de uma gestão
fiscal responsável, exigindo que o gestor público planeje suas
ações, de modo transparente, visando ao aumento da
eficiência da ação governamental e ao alcance de resultados.”
Longo Prazo
Estratégia de DesenvolvimentoProjeto Nacional: 15, 20 ou 50 anos
Médio Prazo
Plano de
DesenvolvimentoPlanos quinqüenais
PND, PPA
Curto Prazo
Orçamento
Anual
Estratégico
Atividades
PPA
Projetos
Plano
PND
Ciclo Integrado de
Planejamento e Orçamento
Plano plurianual - PPAPlanos nacionais,
regionais e setoriais
Lei de diretrizes
orçamentárias - LDO
Elaboração da proposta
orçamentária anual -
LOA
Discussão,votação e aprovação
da lei orçamentária anual
Execução orçamentária
e financeira
Avaliação da execução de
Programa, orçamentária e
financeira
Sistema de Planejamento
e Orçamento Federal
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Lei Complementar de Finanças Públicas e LRF
PPA – Plano Plurianual
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei Orçamentária Anual
Orçamento Fiscal
Orçamento da Seguridade
Orçamento de Investimentos
Constituição Federal
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
República:
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento previstos nesta Constituição.
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
PPA
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá,
de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas
da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos
programas de duração continuada.
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados
em consonância com o plano plurianual e apreciados
pelo Congresso Nacional.
PPA
Princípios:
◦ Identificação clara dos objetivos e das prioridades do Governo;
◦ Integração do planejamento e do orçamento;
◦ Promoção da gestão empreendedora;
◦ Garantia da transparência;
◦ Estímulo às parcerias;
◦ Gestão orientada para resultados; e
◦ Organização das ações de Governo em programas.
Questão de Prova
(Esaf/2008) As afirmativas a seguir se referem ao Plano Plurianual
(PPA).
I. É um instrumento mediador entre o planejamento de longo prazo e
os orçamentos anuais que consolidam a alocação dos recursos
públicos a cada exercício.
II. O elemento organizativo central do PPA é o Programa, entendido
como um conjunto articulado de ações orçamentárias, na forma de
projetos, atividades e operações especiais, e ações não-orçamentárias,
com intuito de alcançar um objetivo específico.
III. O impacto dos programas é analisado anualmente a partir de
avaliações externas conduzidas por uma equipe de especialistas
independentes.
IV. É revisto periodicamente, adotando a estratégia de programação
deslizante (Rolling Plan).
Questão de Prova
Estão corretas:
a) As afirmativas I, II, III e IV.
b) Apenas as afirmativas I, II e IV.
c) Apenas as afirmativas I, II e III.
d) Apenas as afirmativas II, III e IV.
e) Apenas as afirmativas I e II.
Gabarito: B
Finalidade
Art. 2º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal
tem por finalidade:
I - formular o planejamento estratégico nacional;
II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de
desenvolvimento econômico e social;
III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias
e os orçamentos anuais;
IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento
federal;
V - promover a articulação com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, visando a compatibilização de
normas e tarefas afins aos diversos Sistemas (...)
Planejamento Público
Níveis de Planejamento
PPA 2012-2015