adolescentes de baixa renda no ifms, desempenho...
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Trabalho de Conclusão de Curso 1
ADOLESCENTES DE BAIXA RENDA NO IFMS, DESEMPENHO ACADÊMICO DOS ESTUDANTES DO CAMPUS DOURADOS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE
20161
Ariana Trajano de Oliveira
RESUMO: O trabalho busca compreender o desempenho acadêmico de estudantes cotistas de baixa renda e beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) do IFMS, Campus de Dourados, averiguando se a renda familiar afeta diretamente o êxito ou fracasso escolar desses estudantes; além de fazer um levantando do perfil socioeconômico das famílias dos mesmos. A pesquisa seguiu uma abordagem de cunho qualitativo e quantitativo, respaldando-se no estudo bibliográfico, o qual subsidiou um maior aprofundamento acerca das concepções que norteiam o PBF e a implantação da Lei de Cotas; na análise documental, a qual deu suporte para o levantamento dos dados referentes ao desempenho dos estudantes, bem como ao delineamento do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias e oriundas de cotas. Pretendeu-se, a partir do desenvolvimento desta pesquisa, que os resultados alcançados sirvam de base para novas pesquisas e encaminhamento de ações que contribuam ainda mais com tais sujeitos. Palavras-chave: IFMS, Estudantes de Baixa Renda, Desempenho Acadêmico.
1 INTRODUÇÃO
Este estudo foi desenvolvido no âmbito do curso lato sensu, Especialização em
Educação, Pobreza e Desigualdade Social, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul (UFMS), na modalidade de Educação a Distância e tem como objetivo compreender a
relação entre a vulnerabilidade social e o desempenho acadêmico dos estudantes do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS), cotistas L1 e L2 e
beneficiários do PBF, ingressantes no ano de 2016 no Campus de Dourados.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS)
é uma instituição de educação superior, básica e profissional, pluricurricular, multicampi e
descentralizada, especializada na oferta de educação profissional, científica e tecnológica nas
diferentes modalidades de ensino. O IFMS foi implantado na expansão da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, com base na Lei n° 11.892, de 28 de dezembro
de 2008, a qual criou 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMS, 2014).
As atividades do IFMS iniciaram-se efetivamente em 2010, mais especificamente no
Campus de Nova Andradina, e os primeiros cursos ofertados foram os de técnicos de nível
1 Trabalho de Conclusão de Curso orientado pela Professora Me. Luciene Cléa da Silva, docente do Curso de Pedagogia, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Campus de Ponta Porã.
Trabalho de Conclusão de Curso 2
médio, integrados nas áreas de Agropecuária e Informática, este segundo também foi
disponibilizado na modalidade Proeja. Neste mesmo ano os campi de Aquidauana, Campo
Grande, Corumbá, Coxim e Ponta Porã, ofertaram cursos técnicos subsequentes à distância em
parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR). A partir de 2011 todos os campi supracitados
e mais o Campus Três Lagoas começam a ofertar os cursos presencias de educação profissional
técnica de nível médio integrado (IFMS, 2014). E em 2015 três novos campi também iniciaram
suas atividades, sendo eles: Dourados, Jardim e Naviraí.
O Campus Dourados ofertou inicialmente cursos técnicos a distância em parceria com
a prefeitura de Dourados e posteriormente ofereceu cursos de Formação Inicial e Continuada
(FIC) em Auxiliar Administrativo, Condutor Cultural Local, Desenhista de Produtos Gráficos
Web e Operador de Computador, e em fevereiro de 2016 iniciou as aulas de duas turmas do
curso Técnico Integrado de Nível Médio em Informática para Internet, estruturando uma turma
com oitenta (80) estudantes dessa modalidade. Atualmente a área de informática é o único e
principal eixo de expertise do Campus Dourados, por isso os cursos ofertados são voltados para
essa área do conhecimento.
O ingresso para os cursos ocorrem por intermédio de edital público e processo de
seleção, sendo sorteio público no caso dos cursos FIC e exame de seleção no caso dos cursos
Técnicos Integrados de Nível Médio. E ambos os processos de entrada atendem plenamente aos
critérios estabelecidos na Lei nº 12.711, de agosto de 2012, mais conhecida como a Lei de
Cotas, a qual reserva 50% das vagas para estudantes de escolas públicas, estabelecendo ainda
outros critérios dentro deste.
Conforme prevê a referida Lei (BRASIL, 2012),
Art. 4. As instituições federais de ensino técnico de nível médio reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso em cada curso, por turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que cursaram integralmente o ensino fundamental em escolas públicas. Parágrafo único. No preenchimento das vagas de que trata o caput deste artigo, 50% (cinquenta por cento) deverão ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um salário-mínimo e meio) per capita. Art. 5. Em cada instituição federal de ensino técnico de nível médio, as vagas de que trata o art. 4º desta Lei serão preenchidas, por curso e turno, por auto declarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trabalho de Conclusão de Curso 3
Parágrafo único. No caso de não preenchimento das vagas segundo os critérios estabelecidos no caput deste artigo, aquelas remanescentes deverão ser preenchidas por estudantes que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escola pública.
Deste modo, o IFMS classifica os critérios para subdivisão das cotas da seguinte forma:
L1 – Candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário
mínimo que tenham cursado integralmente o Ensino Fundamental ou equivalente em escolas
públicas;
L2 – Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta
per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o Ensino
Fundamental ou equivalente em escolas públicas;
L3 – Candidatos com renda familiar bruta per capita superior a 1,5 salário mínimo e que
tenham cursado integralmente o Ensino Fundamental ou equivalente em escolas públicas;
L4 – Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta
per capita superior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o Ensino
Fundamental ou equivalente em escolas públicas.
As ações afirmativas são uma importante conquista para promover os direitos das
classes sociais subalternas, que historicamente foram discriminadas. E “[...] tais ações são
definidas como medidas redistributivas que visam a favorecer grupos vitimados pela exclusão
socioeconômica ou cultural, passada ou presente” (FERES JÚNIOR; ZONINSEIN, apud
AGUIAR; PIOTTO, 2015, p. 3).
Tais classes sociais, geralmente, são definidas pela condição de pobreza ou extrema
pobreza em que sobrevivem. Crespo (2002) busca conceituar o que é pobreza, destacando que: [...] a pobreza é um fenômeno multidimensional em que há a falta do que é necessário para o bem-estar material. Associa-se a esse conceito a falta de voz, poder e independência dos pobres que os sujeita à exploração; à propensão à doença; à falta de infra-estrutura básica, à falta de ativos físicos, humanos, sociais e ambientais e à maior vulnerabilidade e exposição ao risco (CRESPO, 2002, p.11).
Tais circunstâncias de vida geram falta de acesso a vários bens e serviços, e também às
próprias políticas públicas, assim o sujeito empobrecido fica impossibilitado de superar as
limitações que o cerca, criando desta forma um círculo contínuo de pobreza.
Entretanto, percebe-se que atualmente, após algumas medidas governamentais de cunho
emergencial, tais como o Programa Bolsa Família e a Lei de Cotas, as famílias pobres têm tido
maior acesso e permanência de seus filhos nas esferas das políticas públicas educacionais, o
Trabalho de Conclusão de Curso 4
que tem possibilitado, de alguma forma, transformações de muitas realidades, na qual os
sujeitos pobres têm conseguido melhorar sua formação acadêmica e, consequentemente, sua
realidade.
Além de promover um importante avanço na promoção do acesso e permanência
escolar, o Programa Bolsa Família, possibilita mais dignidade e cidadania a seus beneficiários,
posto que suas condicionalidades podem levar a uma escolarização mais longínqua para os
beneficiários menores de idade. De acordo com o que prescreve o artigo 3º da Lei 10.836, de
2004, que cria o Programa Bolsa Família: A concessão dos benefícios dependerá do cumprimento, no que couber, de condicionalidades relativas ao exame pré-natal, ao acompanhamento nutricional, ao acompanhamento de saúde, à frequência escolar de 85% (oitenta e cinco por cento) em estabelecimento de ensino regular, sem prejuízo de outras previstas em regulamento (BRASIL, 2004, grifo nosso).
Como preconiza a Lei de criação do Programa, uma das condicionalidades é a
frequência escolar obrigatória, que precisa ser superior aos 75% necessários aos estudantes, na
faixa etária deste nível de ensino, para manutenção e aprovação dos mesmos, conforme
estabelecido na própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394,
de 1996 (BRASIL, 1996).
Enquanto o PBF aumenta as chances de permanência desses estudantes, oriundos de
famílias empobrecidas, pode-se considerar que através da implementação da Lei de Cotas o
IFMS tem conseguido minimizar a desigualdade de acesso, pois aumenta as chances dos
estudantes oriundos de escolas públicas de entrar para o ensino médio, profissional e
tecnológico.
Deste modo, entende-se que a pesquisa é relevante para compreender esse processo,
verificando se uma menor renda per capita afeta diretamente o desempenho acadêmico desses
estudantes, levando ao fracasso escolar (entendido apenas como notas baixas ou abaixo da
média) e consequentemente as retenções, e quais fatores externos ao ambiente escolar,
poderiam explicar esses índices ou se essa baixa renda não influenciará neste processo de
aprendizagem.
2 JUSTIFICATIVA TEÓRICA
Refletir acerca do desempenho acadêmico dos adolescentes de baixa renda, estudantes
do IFMS, do campus Dourados, leva-nos, em primeira instância, estabelecer o conceito de
Trabalho de Conclusão de Curso 5
pobreza que guiará nossas discussões, visto que almejamos investigar se tal condição interfere
ou não no rendimento escolar dos mesmos.
Segundo Pinzani e Rego (s/d), pobreza pode ser compreendida por um leque variável
de situações, sendo a mais popular e facilmente reconhecida, a falta de recurso financeiro
(dinheiro). No entanto, podemos enumerar muitas outras situações que caracterizam o
empobrecimento de um grupo ou de um indivíduo; não acesso aos serviços de saúde, de
educação, cultura e lazer, falta de perspectiva de vida, não capacitação para o mundo do
trabalho, renda variável (não ter uma carreira que proporcione estabilidade), etc. Além disso, diferentes regiões geográficas apresentam diferentes situações de carência: no caso brasileiro, as mais carentes são aquelas que, durante séculos, foram controladas politicamente por oligarquias locais poderosas e imersas na cultura da violência, do arbítrio e do privilégio – o coronelismo (PINZANI;REGO, s/d, p.20).
Leite (s/d) faz importantes reflexões acerca dos estudantes pobres, abordando os
estigmas que eles carregam no espaço escolar, enfatizando que: Quando falamos de crianças e jovens em situação de pobreza, muitas representações começam a aparecer. No caso das crianças pobres, o assistencialismo e o moralismo são matrizes que as apoiam. Sob o olhar assistencialista, as crianças pobres precisam ser cuidadas, educadas intelectual e moralmente, já que suas famílias – no caso, famílias pobres – “são desestruturadas, não têm educação”. Assim, a ideia do cuidado com a infância pobre nasce impregnada de um olhar autoritário e negativo; e, por esse motivo, durante muito tempo, as creches foram vistas como instituições de caridade, mantidas muitas vezes por igrejas ou por famílias abastadas que se sentem na obrigação religiosa de salvar essas “pobres crianças de seu destino” (LEITE, s/d, p.12).
A autora ressalta que o ambiente escolar, historicamente, é pensado e praticado numa
dinâmica homogeneizadora, acreditando-se que todos os estudantes de determinada classe/série
teriam as mesmas potencialidades e limitações, desencadeadas, principalmente devido à sua
precária condição de sobrevivência cotidiana. Não se leva em consideração as particularidades
dos diferentes sujeitos que compõem este espaço (LEITE, s/d).
Segundo Dore e Lüscher (2011), a renda e as questões socioeconômicas do grupo
familiar, assim como o nível de educação dos pais são importantes fatores de êxito ou insucesso
escolar. O contexto familiar em que a criança/adolescente está inserida tem forte influência
sobre seu modo de vivenciar práticas educacionais.
O ambiente escolar poderá se tornar um local hostil e desanimador para essas
crianças/adolescentes, que se sentem inferiores em relação aos demais colegas, pois muitos dos
conteúdos trazidos para este espaço é relacionado a uma realidade não vivenciada por esses
alunos (BOURDIEU, 1966). Conforme definição do autor sobre a relação do Capital Cultural,
Trabalho de Conclusão de Curso 6
a herança cultura é ‘transmitida’ de geração em geração, e geralmente as famílias mais pobres
têm menos acesso aos bens culturais, como por exemplo: livros, teatro, cinema e museus. Com
um menor Capital Cultural recebido dos pais, as crianças mais pobres tendem a entender menos
os conteúdos socializados na escola.
Na contramão dessas variantes, que podem determinar o fracasso escolar do estudante
pobre, o PBF tenta minimizar possíveis resultados (negativos), principalmente quando estipula
que os filhos menores de idades dos beneficiários devem frequentar o espaço escolar para que
a família continue recebendo o auxílio financeiro.
Estudos recentes demostram que são reais os efeitos positivos do Programa no que tange
ao acesso e permanência dos estudantes. Camargo e Pazello (2014) apontam que pesquisas
como de De Janvry et al. (2007), Glewwe e Kassouf (2010) trazem em seus resultados que o
aumento na proporção de alunos beneficiários reduz, em média, a taxa de abandono.
Na realidade do ensino médio, os resultados também são expressivos, conforme
apresenta Fernandes: No Ensino Médio, a taxa de abandono também é menor para os beneficiários do PBF, destacando-se que a diferença entre os alunos beneficiários e não beneficiários é ainda maior. Enquanto a taxa de abandono dos alunos sem Bolsa Família é 11,3%, a taxa dos alunos com Bolsa Família é 7,4% (2014, p. 53).
Os autores ainda concluem que “[...] fica claro que escolas com maior porcentagem de
alunos oriundos de famílias beneficiadas pelo PBF necessitam de atenção especial por parte dos
gestores de políticas públicas” (CAMARGO; PAZELLO, 2014, p. 636).
3 METODOLOGIA
Para desenvolver esta pesquisa, optou-se por uma pesquisa de abordagem quanti-
qualitativa. Inicialmente foi feito estudo bibliográfico para melhor compreensão das normativas
e discussões em torno das ações afirmativas, aqui compreendidas como cotas para estudantes
oriundos de escolas públicas em subdivisões, e do Programa Bolsa Família, bem como para
melhor compreensão e aprofundamento teórico que pudesse dar respaldo ao contato com a
análise documental e a análise dos mesmos.
Em seguida, lançou-se mão da análise documental, a qual deu suporte para o
levantamento dos dados referentes ao desempenho dos estudantes, bem como ao delineamento
do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias e oriundas de cotas. Os dados quantitativos
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foram buscados juntos ao Núcleo de Gestão Administrativo e Educacional (NUGED) Campus
Dourados.
Posteriormente, procedemos à análise e reflexão acerca dos dados coletados, o que nos
possibilitou ampliar os diálogos e aprofundamentos teóricos, bem como clarear um pouco mais
as dúvidas que nos inquietavam em relação ao foco de nossa pesquisa.
Cabe mencionar ainda, que por questões éticas serão mantidos em sigilo os nomes ou
identificações acerca dos estudantes ou pessoas envolvidas neste processo.
4 ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Perfil Socioeconômico
O grupo analisados é formado por setenta e sete (77) estudantes de duas turmas do curso
Técnico em Informática para Internet Integrado ao Nível Médio, ingressantes no ano de 2016,
através de Exame de Seleção regido pelo Edital nº 028/2015 – PROEN/IFMS. Desse total,
dezoito adolescentes (23,37%) são ingressantes por cotas L1 e L2 – com renda per capita igual
ou inferior a um salário mínimo, comprovado através de documentação entregue no ato da
matrícula. Ainda, seis estudantes (7,79%) declararam receber o benefício do PBF, sendo três
ingressantes por ampla concorrência (AC), dois cotistas L2 e um cotista L4.
Para fins dessa pesquisa, considera-se o grupo de adolescentes de baixa renda todos os
dezoito cotistas L1 e L2 e mais quatro beneficiários do PBF – desconsiderou-se os dois
beneficiários do PBF que entraram pela cota L2, visto que já foram contabilizados –, totalizando
23 adolescentes.
Os estudantes e seus responsáveis são orientados a preencher os dados socioeconômicos
no ato da matrícula, e tal ação é realizada em um site específico:
sistemas.ifms.edu.br/questionario_socioeconomico/. Através desde sistema foi realizada a
consulta dos dados, os quais são apresentados a seguir.
Do total de estudantes, cinquenta e dois por cento (52%) são do sexo masculino,
enquanto quarenta e oito por cento (48%) são do sexo feminino. Entre os estudantes
adolescentes de baixa renda, temos quarenta e três por cento (43%) do sexo masculino e
cinquenta e sete por cento (57%) do sexo feminino. Nota-se um maior número de meninas entre
os adolescentes de baixa renda.
Trabalho de Conclusão de Curso 8
No que tange a idade escolar, conforme podemos observar no Gráfico 1 e Gráfico 2, a
maioria dos estudantes apresenta idade entre 14 e 15 anos (74%), seguido de um grupo de 22%
entre 16 e 17 e 4% acima de 18 anos – representando uma pequena parcela com distorção idade-
série. Esse número torna-se mais expressivo quando analisados apenas os adolescentes de baixa
renda, sendo o índice de distorção idade-série de 45% (41% entre 14 e 15 nos e 4% acima de
18).
Gráfico 1 Gráfico 2
Fonte: Dados da pesquisa, 2016. Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
Na autodeclaração de cor/raça, o Gráfico 3 e Gráfico 4 mostram que entre os cotistas, o
percentual de negros e indígenas autodeclarados (45%, sendo 18% preta, 23% parda e 4%
indígena) sobressai ao número de brancos (41%); enquanto comparado ao grande grupo, o
percentual de estudantes negros e indígenas autodeclarados (35%) é menor que o percentual de
brancos (45%). Vale ressaltar que um percentual considerável de estudantes não declarou
cor/raça, podendo ser causado pela não compreensão da questão ou outros fatores e, ainda,
mesmo cotistas autodeclarados preto, pardo ou indígena, no momento do preenchimento podem
ter marcado branco como opção.
74%
22%
4%
IDADE
14-15 DO TOTALDEESTUDANTESMATRiCULADOS- 77
55%
41%
4%IDADE
14-15 DO TOTALDE ADOLESCENTESDEBAIXARENDA- 23
Trabalho de Conclusão de Curso 9
Gráfico 3 Gráfico 4
Fonte: Dados da pesquisa, 2016 Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Dos dados da renda familiar, observou-se que grande parte dos estudantes não quiseram
declarar a renda familiar, percebe-se também que outro grupo expressivo é dos estudantes
pertencentes a famílias com renda superior a três mil, quinhentos e vinte reais (R$ 3.520,00),
conforme Gráfico 5.
Gráfico 5
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Dos estudantes de baixa renda, o maior número percentual encontra-se na faixa de renda
entre R$ 801,03 e R$ 1.320,00 (29%). Quando somado aos declarados com renda até R$ 880,00
(9%), obtivemos um número bem expressivo de quase 40% do total desse grupo. Contudo, para
1%
45%
3%8%
24%
19%
COR/RAÇA
amarela branca
DO TOTALDEESTUDANTESMATRiCULADOS- 77
0%
41%
4%18%
23%
14%COR/RAÇA
amarela branca
DO TOTALDE ADOLESCENTESDEBAIXARENDA- 23
4%11%
8%
17%
9%
21%
30%
RENDAFAMILIAR
atéR$880,00 R$880,01- R$1.320,00
R$1,320,01- R$1.760,00 R$1,760,01- R$2.640,00
R$2.640,01- R$3520,00 AcimadeR$3520,01
Nãodeclarou
DOTOTALDEESTUDANTESMATRICULADOS-77
Trabalho de Conclusão de Curso 10
fins de cálculo de benefícios, é considerado também o número de integrantes do grupo familiar,
sendo relevante o valor per capita - tanto para os ingressantes por cotas, como para os
beneficiários do PBF, a renda total é dividida pelo número de integrantes da família.
Gráfico 6
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Para Barros, Carvalho e Franco (2003), a renda é um importante indicador de pobreza, [...] de todas as dimensões da pobreza, provavelmente a insuficiência de renda seja, de fato, a mais importante. Isso porque, atualmente, as famílias, na maior parte dos países do mundo, têm acesso aos meios necessários à manutenção de seu bem-estar através de mercados. Para participar desses mercados é preciso ter recursos monetários, de forma que a insuficiência de renda representa um bom indicador de carência das famílias (BARROS; CARVALHO; FRANCO, 2003, p.6).
Desta forma, podemos concluir que esse grupo está em desvantagem e em maior risco
social se equiparado com os demais estudantes, pois terá menor acesso aos bens e serviços
“educacionais”, que poderiam contribuir diretamente com seus estudos.
No que tange à escolaridade dos pais, o questionário considera apenas pai e mãe. Entre
os estudantes do grande grupo nota-se que a maioria dos estudantes não respondeu a esta
pergunta, entretanto dos que conseguiram ou quiserem preencher, verifica-se que o nível de
escolaridade das mães é maior do que a dos pais, ou seja, 56% das mães para 38% dos pais tem
escolaridade acima do ensino médio completo, assim como pode ser constatado nos gráficos a
seguir:
9%
29%
14%19%
0%
10%
19%
RENDAFAMILIAR
atéR$880,00 R$880,01- R$1.320,00 R$1,320,01- R$1.760,00
R$1,760,01- R$2.640,00 R$2.640,01- R$3520,00 AcimadeR$3520,01
DO TOTALDE ADOLESCENTESDEBAIXARENDA- 23
Gráfico 7
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Gráfico 8
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Gráfico 9
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Gráfico 10
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Como pode ser observado e analisado nos Gráficos de 9 a 10, percebe-se que o nível de
escolaridade dos pais dos estudantes de baixa renda é bem menor ao compararmos com a
escolaridade do grupo maior. Conforme apresenta o Gráfico 9, as mães apresentam um número
expressivo de pouca escolaridade, 59% não concluíram o ensino médio. E na mesma direção,
observam-se os resultados dos pais, 45% também não concluíram o ensino médio.
Segundo Bourdieu (1966), a herança familiar, tal como a escolarização dos pais - entre
outros fatores -, poderão impactar diretamente o êxito e fracasso escolar dos filhos. O autor
ressalta ainda que:
[...] as mesmas condições objetivas que definem as atitudes dos pais e dominam as escolhas importantes da carreira escolar regem também a atitude das crianças diante dessas mesmas escolhas, consequentemente, toda sua atitude com relação à escola (BOURDIEU, 1966, p. 47).
13%4%
7%
23%
8%6%
19%
20%
ESCOLARIDADEDAMÃE
Fundamenta
lIncompleto
Fundamenta
lCompleto
Médio
Incompleto
Médio
Completo
Superior
Incompleto
Superior
Completo
19%
3%
6%
17%
8%4%9%
34%
ESCOLARIDADEDOPAIFundamental
Incompleto
Fundamental
Completo
Médio
Incompleto
Médio
Completo
Superior
Incompleto
Superior
Completo
36%
14%9%
18%
4%0%5%
14%ESCOLARIDADEDAMÃE
Fundamental
Incompleto
Fundamental
Completo
MédioIncompleto
MédioCompleto
SuperiorIncompleto
SuperiorCompleto
27%
9%
9%9%5%
0%
0%
41%
ESCOLARIDADEDOPAIFundamental
Incompleto
Fundamental
Completo
Médio
Incompleto
MédioCompleto
Superior
Incompleto
Superior
Completo
4.2 Rendimento escolar
Os dados sobre o rendimento escolar versam sobre o primeiro semestre dos estudantes
no curso pesquisado. Cabe destacar que nesse período os estudantes cursaram todas as unidades
curriculares obrigatórias ao primeiro semestre, totalizando 11, entre unidades curriculares do
núcleo comum, parte diversificada e formação específica, a saber: Língua Portuguesa e
Literatura Brasileira, Matemática, Geografia, História, Filosofia, Sociologia, Educação Física,
Química, Informática Aplicada, Fundamentos de Lógica e Programação de Computador e
Ferramentas de Desenho Gráfico para Web.
Conforme o Projeto Pedagógico de Curso (2016), o regime de ensino é semestral, e a
aprovação por unidade curricular é condicionada a média maior ou igual a 7,0 e frequência
maior ou igual a 75%. Ainda, para fins de rematrícula, o estudante que obtiver reprovação em
unidades curriculares que totalizem carga horária semanal maior que 11 horas/aula será
considerado retido, sendo obrigatória a rematrícula apenas nas unidades curriculares
reprovadas.
No Gráfico 11, apresenta-se a quantidade de disciplinas reprovadas do total de
estudantes. Observa-se que o valor mais expressivo é entre os estudantes sem nenhuma
reprovação (45%), entretanto mais da metade dos estudantes apresentaram reprovações, sendo
a maioria (20%) em mais de três unidades curriculares, seguido por apenas uma reprovação
(14%), duas reprovações (12%) e três reprovações (9%).
Gráfico 11
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
No grupo de estudantes de baixa renda, observa-se que apenas 18% obtiveram
aprovação sem nenhuma reprovação em unidade curricular. Enquanto o número de reprovações
em mais de três disciplinas é muito expressivo (50%), seguido de três reprovações (14%) e uma
reprovação (14%) e duas reprovações (4%).
Gráfico 12
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
No que diz respeito às retenções, o Gráfico 13 e o Gráfico 14 trazem, respectivamente,
o percentual de retidos no grande grupo e percentual de retidos no grupo de adolescente de
baixa renda.
Gráfico 13
Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.
Gráfico 14
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
55%
45%
ESTUDANTESRETIDOS
Totaldeestudantesnãoretidos
Trabalho de Conclusão de Curso
A partir dos gráficos acima, observa-se que o percentual de estudantes retidos é maior
no grupo de adolescentes de baixa renda (45%), o que era de se esperar considerando o grande
percentual com reprovações em mais de três disciplinas (Gráfico 12), e essa ligação é
extremamente direta entre as duas situações; reprovações e retenção. Sendo visivelmente bem
mais expressiva a quantidade de retidos entre os estudantes de baixa renda, quando igualados
ao total de estudantes, o que demostra um menor desempenho acadêmico deste grupo.
O IFMS, tentando estabelecer medidas/ações de permanência e êxito, formulou um
documento denominado: Planejamento Estratégico Institucional de Permanência e Êxito dos
Estudantes do IFMS (PEIPEE). Realizado com a participação da comunidade escolar, tal
documento faz importantes reflexões sobre reprovações e retenções, conforme podemos
observar no trecho que segue: Quando questionados sobre os problemas socioeconômicos que levam à retenção/reprovação do estudante do IFMS, foram apontadas por estudantes, docentes e técnico-administrativos, como principais causas de retenção/reprovação: Dificuldade de conciliar o estudo com o trabalho, considerado relevante (26,8%), muito relevante (19,5%) e determinante (13,2%); Dificuldade financeira, considerado relevante (32,2%) muito relevante (18,5%) e determinante (12,2%) (IFMS, 2016, p.33).
O documento faz ainda outras análises, estabelecendo “categorias de fatores, sendo:
Fatores relacionados à organização didático-pedagógica; Fatores relacionados ao desempenho
acadêmico; Fatores relacionados a problemas socioeconômicos” (IFMS, 2016, p.21).
E os principais fatores da retenção estão ligados a falta de hábitos de estudos,
dificuldade nas habilidades de estudos e dificuldade de adaptação aos estudos na área do curso
- disciplinas técnicas (IFMS, 2016).
Certamente muitos fatores podem influenciar direta e indiretamente o desempenho
acadêmico de todos os estudantes, entretanto é possível salientar, de acordo com o que foi
pesquisado até então, que quanto menor a renda, maior são as dificuldades encontradas pelos
estudantes para obterem êxito em seus estudos.
4.3 Desistências e evasão
Um terceiro aspecto a considerar na análise dos dados é o percentual de desistência e
evasão dos estudantes. O Gráfico 15 e Gráfico 16 apresentam os percentuais de desistência e
evasão no grande grupo e no grupo de adolescentes de baixo rendimento, respectivamente.
Trabalho de Conclusão de Curso
16
Gráfico 15
Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.
Gráfico 16
Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.
Ao compararmos as desistências/evasões dos estudantes de baixa renda com o grupo
maior, nota-se que os dados negativos prevalecem entre os estudantes de baixa renda,
novamente. Mesmo com índices relativamente baixos nos dois grupos.
91%
9%
ESTUDANTES
DESISTENTES/EVADIDOS
Totalde
estudantes
frequentes
Totalde
estudantes
desistentes/ev
adidos
85%
15%
ESTUDANTES
DESISTENTES/EVADIDOS
Totalde
estudantes
frequentes
Totalde
estudantes
desistentes/evad
idos
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O PEIPEE traz ainda importantes dados acerca da relação entre evasão e retenções,
destacando que: [...] é possível perceber uma relação intrínseca entre a retenção e a evasão. As dificuldades de adaptação à vida estudantil ou habilidades de estudo que aparecem como relevantes nos motivos da evasão, são também considerados relevantes quando se questiona os fatores que levam à retenção. O levantamento mostra, ainda, que a própria retenção, acaba sendo um motivo bastante relevante para a decisão de abandonar o curso (IFMS, 2016, p.21).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisarmos todos os dados coletado, bem como a articulação destes com a teoria que
respaldou tal estudo, foi possível observar que entre os estudantes de baixa renda encontramos
os maiores índices que reprovações, retenções e até mesmo evasões. Fatores que estão
fortemente ligados, e acabam por estabelecer trajetórias acadêmicas semelhantes, conforme o
próprio PEIPEE observa.
Certamente vários fatores vão influenciar o desempenho acadêmico de cada estudante,
entretanto muitos autores enfatizam os muitos empecilhos que crianças e adolescentes pobres
vão enfrentar no processo de escolarização. Questões relacionadas ao “Capital Cultural”, ao
processo de moralização, falta de acesso aos bens e serviços, dentre muitos outros que, de certa
forma, influenciam na trajetória educativa de muitos jovens da nossa sociedade brasileira.
Desta forma, concluímos que os estudantes cotistas e beneficiários do PBF, ingressantes no
primeiro semestre 2016, no Campus Dourados, obtiveram um menor desempenho acadêmico
em relação ao total de estudantes matriculados. Ficando evidente que a pouco, ou baixa renda
influencia a trajetória acadêmica de um número expressivo de estudantes.
Certamente as Políticas de amparo financeiro, tal como Programa Bolsa Família e
Assistência Estudantil ou como o Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) são
importantes aliadas na manutenção dos gastos familiares para a permanência desses estudantes
nas instituições de ensino, minimizando evasões deste grupo e contribuindo para seu êxito
acadêmico.
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