adriana gregolin mulheres fumicultura
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MULHERES NA FUMICULTURA
Adriana Gregolin
Características gerais
Em 2007 as mulheres representavam41% do emprego total na agricultura
no mundo.
• Na África mulheres executam 80% dos trabalhos domésticos rurais: recolha de lenha e de água; preparação das refeições; transformação e o armazenamento dos alimentos; as compras de casa.
• As mulheres fornecem quase 90% da madeira destinada ao consumo das famílias e 70% de madeira destinada àvenda.
• Nas Caraíbas e na África subsaariana as mulheres produzem até 80% dos gêneros alimentícios básicos.
• Na África subsaariana, as mulheresasseguram 60% da economia informal, constituem cerca de 70% de toda a mão-de-obra agrícola e produzem 90% da comida.
• Em 15 países de UE, as mulheres sãoproprietárias de 20% das terrasagrícolas, contra 77% para os homens e3% para o governo.
• Na Índia e Tailândia, as mulheresrepresentam menos que 10% dos proprietários de terras.
• Em vários países da África subsaariana e da América Latina, o número dos agregadosfamiliares encabeçados por uma mulher estáaumentando, devido ao êxodo rural masculino, ao divórcio, às doenças(especialmente SIDA) e aos conflitos (FAO, 2012).
População Total Brasil
Residentes emarea urbana
Residentes no rural
190.732.694 84,35% 160.879.708
15,65% 29.852.986
MULHERES NO RURAL – 14.299,580 REPRESENTAM 47,9%
• O trabalho da mulher e� visto como uma extensa�o do seu papel de ma �e/esposa/dona-de-casa que se superpo�e a � ativi- dade agropecua�ria –principalmente na horta e no quintal.
• Estas atividades sa �o majoritariamente exercidas pelas mulheres e marcam a diferenciacGa�o no mundo rural dos sexos feminino e masculino.
• No plano simbólico o trabalho da mulher no rural, ainda, é caracterizado, como trabalho complementar, ajuda da mulher.
• Existência de uma ideologia patriarcal, permanecendo uma supremaciamasculina sobre o feminino. Marcaprofunda na sociedade.
Invisibilidade do trabalho da mulher no setor agrícola
• Fornecer cuidados• Ocupar-se dos outros• Não consagrar-se à economia de
mercado
CADEIA PRODUTIVA DO TABACO NO BRASIL HISTÓRICO
CADEIA PRODUTIVA DO TABACO NO BRASIL HISTÓRICO
Produção de Tabaco no BrasilRegião Nordeste – 4% Região Sul – 96%
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Quem Produz o Tabaco Brasileiro?
98% do tabaco brasileiro é produzido por agricultoresfamiliares localizados em 700 dos 5.561 municípios.
Imagem: Gazeta do Povo, 04/08/2008
Produção de tabaco
Colheita
Secagem
Mulheres na Classificação do tabaco
Imagem das mulheres ao consumo
Empresas Integradoras na produção de tabacoPRINCIPAIS EMPRESAS NO BRASIL
Produtores Integrados Características
SOUZA CRUZ (BAT) 40 mil fumicultores 62% do mercado de cigarros brasileiro
PHILIP MORRIS 17 mil fumicultores 15,6% do cigarro consumido no mundo
ALIANCE ONE Brasil Exportadora de Tabacos
35,5 mil fumicultores 95% da produção é para exportação
CTA 14 mil fumicultores integrados
Exporta 90% do tabaco beneficiado
UNIVERSAL LEAF TOBACOS 42,5 mil fumicultores Maior exportadora de tabaco
Kannenberg e Cia (Japan Tobacco International)
10,8 mil produtores Produz e comercializa marcas de cigarros conhecidas internacionalmente
Brasfumo Indústria Brasileira de Fumos Ltda
5.900 produtores Capital nacional
Marasca Alguns milhares de produtores
Beneficia fumo
Premium Tabacos Brasil 5 mil fumiculltores Atua basicamente na exportação
Organização Internacional de representação do setor - ITGA
OBJETIVO – Apoiar a implementação de projetos de
extensão rural, formação e pesquisa para o
desenvolvimento de estratégias de diversificação
produtiva em propriedades de agricultores familiares
que produzem fumo, buscando novas oportunidades
de geração de renda e qualidade de vida das
famílias.
Programa de Diversificação em Áreas
Cultivadas com Tabaco
Ações Nacionais:
�75 projetos de Ater, capacitação e pesquisa em execução
� 25 milhões investidos
�45 mil famílias beneficiadas (80 mil pessoas);
�600 municípios com ações do Programa
�Gestão descentralizada do Programa – Rede Temática de
Diversificação (25 instituições)
Colaboração Internacional:�Participação na função de país facilitador do Grupo de Trabalho dos
artigos 17 & 18 da CQCT.
�Desenvolvimento da matriz para estudos comparativos sobre as
alternativas produtivas ao tabaco.
�Realização da 1ª Reunião do GT internacional – fevereiro de 2007
�Organização e realização da 5ª reunião do GT internacional no Brasil em
2013.
Ações do Programa
Visão dos produtores
“Na realidade ninguém gosta de plantar fumo. Até hoje nunca ouvi dizer que um agricultor se sente bem na atividade”. Ex-fumicultor Gilmar Cognacco – Leoberto Leal/SC.
Plantava 160 mil pés de tabaco. Substituiu por sistema agroecológico, altamente Diversificado com apoio da ATER do Programa de Diversificação – MDA, executado pelo CEPAGRO/SC.
A renda de Gilmar com a produção de alimento é de R$ 6 mil por mês. “Com o fumo, não teria uma renda dessa nunca”.
“Do fumo eu só tenho experiência ruim, eu não quero mais voltar”. Ex-fumicultor, Reguinald Melcher – São Bonifácio/SC.
“ Se fosse para eu viver do fumo, eu já tinha ido embora para a cidade”, disse Reguinald, ao afirmar que se manteve no campo por causa da diversificação.
“Minha maior alegria hoje é não ter mais que cuidar de estufa de fumo, trabalhar com bomba de veneno nas costas (…) ficar dias não podendo dormir direito cuidando da temperatura das estufas para secar o fumo”. Reguinald
Caminhão recursos PRONAF
MDA/SAF
ATER –CEPAGROPrograma de
Diversi-ficação
Renda líquida por safra = 2 mil reais
Reserva legal gerando renda
Casal abandona produção de fumo por cultivo de alimentos orgânicos - Valdecir Murceski, 26 anos,
e Cristina Will Murceski, 24 anos – Nova Trento/SC.
“Os nossos filhos estão a caminho, que bom pensar que eles não vão conviver com o fumo. Agora, está bem melhor, se estivéssemos na roça de fumo não teríamos nem como cuidar do futuro dos nossos filhos" declara Cristina.
Diversificação garante mais renda para família de Dom Feliciano - Rio Grande do Sul-Alex Gawlinski, 25 anos e Patrícia Gawlinski, 22 anos.
“Desde os 12 anos planto fumo, não tenho mais vontade de trabalhar nas lavouras. A diversificação tornou o serviço mais leve. Minha vontade agora éplantar só verdura e fruta" declara Alex.
Consórcio pepino e uva
ATER Prefeitura
MDA
Produção de uva em área de tabaco muda realidade de família de Sertão Santana / RS. Luciano Bortolatti, 39 anos e Regina Lúcia Bortolatti, 46 anos e Igor Bortolatti, 18 anos.
“É complicado se dedicar aos estudos trabalhando com o fumo, o serviço dura dia e noite. Chega um pico de produção de 24 horas de trabalho. Sem o fumo tive mais tempo para estudar e passei no vestibular” Igor - Geografia (UFRGS).
“A produção média da vinícola é de sete mil litros de vinho, gerando renda de R$ 40.000,00”.
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“A diversificação dá mais dinheiro do que o fumo. Sempre tá entrando dinheiro, se não é da uva, é do arroz ou da carne de ovelha. Não tinha mais como depender apenas do fumo” - Luciano.
Arroz, peixe, ovelhas, uva, hortaliças. Diversificação garante renda mensal.
Programa do MDA impulsiona diversificação de cultura em Dom Feliciano / RS - Familia
Estanieski
Redução da área de tabaco na ordem de 50% Plantava 8 ha, em 2011 Plantou somente 4,3 ha.
Milho, feijão, batata doce, couve, tomate, laranja, uva, pepino, leite, alface, repolho, peixe.
Foco na ATER
CHAMADA PÚBLICA ATER PARA MUNICÍPIOS
FUMICULTORES REGIÕES SUL E NORDESTE
10.000 UPF – R$ 11.469.187,20.
Temas da Chamada:
� Atividades Produtivas Diversificadas e
Sustentáveis;
� Gestão da Unidade Familiar de Produção;
� Organização Social e Comercialização.
� Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco
Atividades com os produtores� Diagnósticos UPF.
� Planejamento Participativo.
� Visitas técnicas; Reuniões.
� Dias de Campo.
� Cursos, intercâmbios, seminários.
Desafios para as mulheres nafumicultura
• Capacitação para mudança no sistema de produção• Acesso a crédito para produção e aquisição de terra• Assistência técnica orientada para maior segurança
no trabalho nas propriedades• Ampliar a participação das mulheres nas decisões de
produção, comercialização e agregação de valor• Acesso a informações sobre os problemas do
tabagismo, doença da folha verde do tabaco e tratamento.
• Integração de políticas públicas• Combate à exclusão social – neste ano 17 países
reuniram-se para defenderem a autonomia das mulherestrabalhadoras rurais.
• Superação da linha da pobreza – 54% das trabalhadoras rurais dos 33 países da região das Américas (FAO, 2012).
• Estabelecer uma distinção entre os papéis, as exigências e as prioridades dos homens e mulheres.
Desafios institucionais
Exploraçãode nichos de mercado pela
indústria: tabaco
orgânico
