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Quando João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, ao serviço do rei de Portugal, fizeram o reconhecimento do Arquipélago da Madeira, em 1419, as ilhas já estariam referenciadas em mapas e livros mais antigos.
O “descobrimento”
Os navegadores portugueses encontraram no arquipélago terras íngremes, com vales profundos, rasgados pelas ribeiras, densos arvoredos e muitos pássaros.
O que encontraram os navegadores?
A Floresta Laurissilva, que ainda hoje se preserva na Madeira, deve ter inspirado o nome atribuído à ilha. A madeira foi o primeiro produto natural aproveitado pelos povoadores, quer para a edificação das habitações, quer para a construção de barcos.
A origem do nome
As ilhas começaram a ser povoadas por volta de 1425, por João Gonçalves Zarco (escudeiro do infante D. Henrique), Tristão Vaz Teixeira, na Madeira, e Bartolomeu Perestrelo, no Porto Santo, com gentes oriundas de Portugal, inicialmente da pequena nobreza e outros a cumprir penas de prisão em Lisboa.
O povoamento
Mais tarde, com o desenvolvimento das atividades económicas ligadas ao açúcar e ao vinho, chegaram grupos de povoadores do Algarve, do Minho, alguns mercadores estrangeiros, judeus e escravos.
(…) que resguardando ele como João Gonçalves Zarco, cavaleiro de sua casa, fora o primeiro homem que por seu mandado fora povoar as ditas ilhas.
O que dizem os documentos
Carta de confirmação da doação da capitania do Funchal,
Infante D. Henrique, 1450.
As ilhas foram divididas em capitanias e a colonização entregue a capitães-donatários, com poderes administrativos, judiciais e militares.
A colonização
A exploração económica do arquipélago começou por se basear na extração de recursos naturais, como a madeira. Mas, a pesca foi também uma opção de exploração para os primeiros povoadores, dada a abundância de peixe nas águas do arquipélago.
A exploração económica
O pastel e a urzela
Outros recursos económicosAs plantas tintureiras
Dragoeiro
Outros recursos económicosAs plantas tintureiras
Nas ilhas do arquipélago da Madeira foram introduzidos animais e sementes levadas da metrópole, como, por exemplo, cereais, videiras e, mais tarde, cana de açúcar.
A exploração económica– a agricultura e a pecuária
(…) Cadamosto, de visita ao arquipélago em 1455, da qual nos ficou o mais antigo testemunho de primeira mão acerca das atividades económicas madeirenses, relata-nos fundamentalmente o seguinte: o Porto Santo produz trigo e cevada para consumo dos habitantes, cria gado e exporta sangue de drago; quanto à ilha principal, ela produziria então trigo (…), carnes, tábuas de cedro e de teixo (exportadas para Portugal inteiro e outros países), vinhos bons, mesmo muitíssimo bons (…).
Dicionário de História de Portugal,Direção de Joel Serrão, Vol. IV,
Livraria Figueirinhas, 1981, Porto.
A exploração económica– a agricultura e a pecuária
O arquipélago da Madeira, devido à sua situação geográfica, no Atlântico, próximo da costa africana, passou a ter um importante papel no reabastecimento das naus em água e mantimentos.
O papel do arquipélago na expansão
O arquipélago da Madeira fica a cerca de 1000 km de Portugal continental, no oceano Atlântico, junto à costa ocidental africana.
Situação geográfica
Ilha da Madeira, ilha de Porto Santo, Desertas e Selvagens
Constituição
As ilhas do arquipélago são de origem vulcânica; por essa razão, o relevo é muito montanhoso, com vales profundos. O ponto mais alto é o Pico Ruivo. Os cursos de água são curtos, por isso lhes chamam ribeiras.
Traços morfológicos
As temperaturas da Madeira são amenas, influenciadas pelo oceano Atlântico e pela proximidade do continente africano. No entanto, a cordilheira central da ilha constitui uma barreira natural aos ventos húmidos do Norte. Por essa razão, podemos distinguir duas regiões climáticas:
Clima
a vertente Norte, com chuvas frequentes e temperaturas mais baixas;
a vertente Sul, com chuvas pouco frequentes e temperaturas mais elevadas.