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Agência Facos - 28.02.2010 1 Dengue volta a preocupar a população santista Viaduto causa transtornos em São Vicente Árvore de cinco metros oferece perigo na Zona Noroeste Página 8 Jogo proibido continua em casas lotéricas Página 8 Mais de cem pessoas são atendidas em mutirão dentário Página 3 Atendimento em hospitais e venda de repelentes aumentam em razão do surto. Páginas 5, 6, e 7 Moradores reclamam do acúmulo de lixo e da presença de desocupados no local. Página 13 ANO 38 - nº 01 - Centro de Ciências da Comunicação e Artes - 28.02.2010 ANO 38 nº 01 Centro de Ciências da Comunicação e Artes 28.02.2010

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Agência Facos - 28.02.2010 1

Dengue volta apreocupar a população santista

Viaduto causa transtornosem São Vicente

Árvore de cinco metros ofereceperigo na Zona Noroeste

Página 8

Jogo proibido continuaem casas lotéricas

Página 8

Mais de cem pessoas sãoatendidas em mutirão dentário

Página 3

Atendimento em hospitais e venda de repelentes aumentam em razão do surto. Páginas 5, 6, e 7

Moradores reclamam do acúmulo de lixo e da presença de desocupados no local. Página 13

ANO 38 - nº 01 - Centro de Ciências da Comunicação e Artes - 28.02.2010ANO 38 nº 01 Centro de Ciências da Comunicação e Artes 28.02.2010

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Letícia Fernandes Villarinho

Na última semana de fevereiro, aconteceu mais uma reunião dos comerciantes da Rua do Peixe com representantes da Prefeitura de San-tos em conjunto com a Promotoria para defi nir como fi cará a situação iniciada em novembro do ano pas-sado, onde o restaurante Gotisso e o SENAI acionaram a Prefeitura contra a permanência dos boxes, que estão há dezessete anos no local.

Outro impasse é a liberação dos documentos para a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) assinar e liberar o terreno, que fi ca na Aveni-da Mário Covas, na Ponta da Praia, para o início das obras de um novo mercado. “Depois de tantas reuniões e nenhuma resposta, começamos a fi car com medo de não ter onde tra-balhar, pois ninguém falava nada”, disse José Bispo dos Santos, comer-

ciante há 17 anos na rua. A demo-ra ocorre pelo fato dos documentos irem para São Paulo, depois seguem para Brasília volta a São Paulo e che-ga a Santos.

“A prefeitura no começo não queria nos ajudar, mas nessa última reunião que tivemos com o promotor, ela se prontifi cou em cooperar. Mas ainda todo o custo que a Prefeitura vai ter na construção, depois será so-mado e dividido entre a gente”, disse José Roberto Mandu da Silva, traba-lhador na rua há quatro anos.

Na Avenida Mário Covas, no novo terreno, que antes abrigava um canteiro de obras de uma em-preiteira, não faltará espaço para abrigar os 24 boxes (sendo 22 de pescados e dois de gelo. Já que o espaço é maior que o habitado hoje, estará tudo conforme as normas da Vigilância Sanitária, que antes eram infringidas, custando multas diárias

à Prefeitura. “A mudança vai ser ótima, teremos tudo que é preciso para trabalhar com peixaria. E como o terreno é perto, a clientela vai con-tinuar a buscar nossos produtos”, comentou Elaine dos Santos Caval-canti, proprietária de um dos boxes.

Os trabalhadores esperam que essa situação seja resolvida o mais rápido possível, pois enfrentaram uma queda de procura após ser di-vulgado que eles não poderiam conti-nuar no local. “Eu mesma, quando vi na televisão fui comprar em outro lu-gar, pensei que eles não trabalhavam mais aqui”, disse Maria Aparecida Oli-veira, cliente na rua há dez anos.

Ainda não foi marcada uma pró-xima reunião para ser defi nida uma data exata para o início da constru-ção. Enquanto a situação não for re-solvida, o comércio na rua continua-rá normalmente e a Prefeitura estará isenta de pagar as multas.

Destino da Rua do Peixecontinua sem data marcada

Mayara Rached

Falta um pouco mais de um mês para a Páscoa e algumas lojas da região já estão com os ovos de cho-colate expostos nas prateleiras. Com altas temperaturas, os comerciantes têm uma nova preocupação e to-mam medidas para que o calor não interfi ra nas condições dos produtos comercializados.

Os supermercados são os que mais podem sofrer com essa situ-ação, afi nal, o seu prejuízo seria muito maior comparado a merca-dos menores que vendem em me-nor quantidade. Segundo a líder de atendimento do Hipermercado Extra em Santos, Juliana dos Santos Pinto, em princípio são 240 mil ovos para serem vendidos, mas não há riscos

deles derreterem. Ela explica isso afi rmando que a temperatura da loja permanece em média 24 graus. Já em época de Páscoa a tendência é essa temperatura diminuir em torno de 4 graus. Essa maior refrigeração preserva o chocolate.

Ainda de acordo com ela, apesar do derretimento não vir a se concreti-zar, as crianças não costumam exigir muito quanto ao seu formato ideal. O pequeno Otávio Muller, de 5 anos, afi rma essa questão dizendo que não se importa que o seu ovo de páscoa esteja derretido. Para ele, “o mais legal de tudo” é o brinquedo que costuma vir junto. A sua irmã Carolina Muller confi rma que isso não infl uencia para ele. Juliana dos Santos alega que para os adultos isso é diferente, mas que ninguém precisa se preocupar, pois

o supermercado consegue contornar essa situação e preservar os produtos.

O comércio desses ovos já está à tona. Isso é conveniente principal-mente àqueles que não gostam de deixar de fazer as compras de última hora garantindo o seu predileto sem correr o risco dele se esgotar. Juliana tem uma má notícia aos atrasados: “quanto mais perto do dia 4, mais gente adquirindo o seu chocolate”. Para aqueles que consideram essa parte da Páscoa uma tentação, os apaixonados pelo doce, Juliana con-fi rma a sua venda até uma semana depois do dia, portanto, se a von-tade continua, ainda haverá tempo para comprar. Caso ainda reste al-gum ovo na prateleira, ele passa a ser vendido por 50% do valor, isso quando não há devolução.

Altas temperaturas não prejudicam venda de ovos

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Carla Martuscelli Ontem, aproximadamente 120

pessoas receberam a segunda parte do tratamento para a implantação de próteses dentárias no Centro de Es-pecialidades Odontológicas da Zona da Orla/Intermediária. Os pacientes esperaram em média três horas para o atendimento, o que ocasionou aborrecimentos.

As pessoas fi caram exaltadas e gritaram com funcionários e vo-luntários, por causa da demora, e a guarda municipal foi acionada para controlar a situação. O motivo do atraso foi a falta de dentistas. Como nem todos apareceram, outros fi ca-

Bruna Almeida

A exposição do Sítio Arqueo-lógico Bacharel, na Casa Martim Afonso em São Vicente, oferece aos visitantes uma viagem no tempo. A história da cidade e dos povos que habitavam a região antes mesmo da colonização é contada através de quadros de grandes pintores, como Benedito Calixto. Além disso, é possível encontrar vestígios de frag-mentos históricos, como restos de sambaquis, ossos humanos, peças confeccionadas em barro e louças, que confi rmam a história.

O Sítio foi encontrado a partir da construção de um prédio na Bi-quinha, na Praça 22 de janeiro. Du-rante a construção, ao lado da Casa Martim Afonso, foi encontrada uma parede de pedra histórica de vinte e cinco metros. Depois de pesquisas foi constatado que aquela parede

ram sobrecarregados. A maioria dos pacientes, como

a faxineira Maria Fátima da Costa, não entendeu o motivo da irrita-ção. “Vale a pena esperar, as pesso-as precisam valorizar o esforço dos dentistas e funcionários, eles estão aqui voluntariamente e as próteses são gratuitas”.

A seleção de pacientes é feita pelos próprios dentistas, que aten-dem nas policlínicas da Cidade. “Fui fazer apenas uma limpeza nos dentes e o dentista me perguntou se gostaria de trocar as próteses, é claro que aceitei”, conta a acompa-nhante de idosos, Alice Canelas.

O processo entre a seleção e o

Mutirão de prótesesgarante novos sorrisos

atendimento é demorado. Todos os entrevistados demoraram cerca de um ano para serem chamados. O aposentado Sidney Barroso de Paula relata as etapas do procedimento. “Após um ano de espera, no dia 6 de fevereiro, fi z os moldes necessários e hoje vim experimentar”. Ele ressal-ta o bem que as próteses vão trazer para sua autoestima.

O pedreiro José Carlos Nunes acha uma iniciativa maravilhosa e conta que o tempo de espera será compensado com um novo sorriso. “É preciso ter paciência, quem es-perou um ano pode esperar algu-mas horas, o importante é o resul-tado fi nal.”

Casa Martim Afonso oferecenovo passeio ao passado

poderia ter sido parte da Fortaleza da Vila de São Vicente, erguida por Martim Afonso. A construção do pré-dio então foi interrompida e os es-tudos começaram em todo o redor da parede. Após onze anos desta descoberta, a Casa Martim Afonso e a parede histórica foram tomba-das pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arquitetônico, Cultural e Turístico de São Vicente, o Condephasv. Além do sítio histó-rico em que a parede se encontrava, foram encontrados objetos de civi-lizações indígenas e de outras que viveram na região por volta de três mil anos atrás.

Na exposição é possível visitar o próprio sítio arqueológico e conhe-cer como está sendo feito este tra-balho. Para o coordenador da Casa Martim Afonso e historiador, Marcos Braga, a exposição hoje vem confi r-mar o que os livros nos disseram.

“As pessoas não estão acostumadas a visitar ruínas, mas as evidencia-ções vão trazer outro interesse à po-pulação. Antes, elas não tinham um pensamento muito concreto sobre a história, a ruína dá a relação concre-ta com a história da cidade”.

O trabalho de escavação e bus-ca por fragmentos é uma parceria entre a Prefeitura de São Vicente e o arqueólogo e professor da USP, Manuel Gonzalez. A exposição tem caráter permanente, mas vai sofrer uma pausa no dia 10 de março para a retomada das pesquisas no sítio e para a realização de outra exposi-ção. No meio do mês, ela será rea-berta ao público com mais novidades das novas escavações.

A Casa Martim Afonso fi ca na Praça 22 de Janeiro, na Biquinha, em São Vicente. A visita é monitora-da e gratuita e está aberta de terça a domingo, das 10 às 18 horas.

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Super Banca apoiacausa ecológica

Amanda Camargo

A Farmácia Popular do Brasil, no Campus Vila Nova da Católica Uni-Santos, inaugurada há dois meses e meio, agrada a população por dispo-nibilizar o acesso a medicamentos, como controle de colesterol e diabe-tes, mais baratos. Os medicamentos mais vendidos até o momento são para tratamentos de hipertensão, diabetes e controle de colesterol. Além de remédios, preservativos também são vendidos.

A farmacêutica Patrícia Bajerl Koshio diz que apesar da divulgação

de que não é permitida a venda de medicamentos sem receita, a popu-lação mais desavisada aparece. “As pessoas que vêm à farmácia sem prescrição médica são orientadas de que só podem adquirir medicamen-tos aqui mediante apresentação da receita.”

Apesar do intenso calor dos úl-timos dias, Patrícia afi rma que os medicamentos de hipertensão, por exemplo, não tiveram uma elevação nas vendas. O preço dos medica-mentos é bem vantajoso em relação a outras farmácias. Patrícia ressalta que a diferença é bem grande e os

medicamentos têm preços bastante acessíveis. Por exemplo, dez compri-midos do medicamento Metformina 850 mg, para tratamento de diabe-tes, custam R$ 0,30, e dez compri-midos de Maleato de Enalapril 10 mg, para tratamento de hipertensão arterial, custam R$ 0,60.”

João José da Silva, 35 anos, diz que compra na Farmácia Popular porque os remédios são mais bara-tos e o atendimento também é mui-to bom. A Farmácia Popular funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e aos sabádos, das 8 às 12 horas.

Farmácia Popularagrada população

Jessica Brandão Gonçalves

A Super Banca está arrecadan-do garrafas pet de todos os tipos e tamanhos. A campanha é para aqui-sição de matéria-prima para uma co-operativa de fabricação de vassouras ecológicas. Prossegue, desde o dia 4 de fevereiro, até o dia 31 de mar-ço, de segunda a sábado, das 6h30 às 19 horas e aos domingos, até as 14horas. A ação contribui para dimi-nuir a poluição e os possíveis focos de dengue por acúmulo de água, o que torna obrigatória a lavagem das garrafas para doação. A cada três garrafas doadas o contribuinte rece-be um cupom para concorrer a um kit ecológico e ganha um desconto na compra da vassoura.

Com doze garrafas pets é pos-sível fazer uma vassoura em cerca de 40 minutos. A meta de doações estava em cerca de 800 garrafas e já foi batida ontem, segundo Cesar Alves Malaco, 36 anos, ex aluno de Jornalismo da UniSantos, atual pro-prietário da Super Banca, que achou o projeto super interessante e é um

dos principais colaboradores.Ontem pela manhã o ex-vereador

Adelino Rodrigues, atual coordenador do CIDOC (Centro de Informação De-fesa e Orientação do Consumidor), 64, estava passando na Super Banca e afi rmou: “O projeto é uma iniciativa perfeita, logo que é esse lixo que está sendo reciclado e reaproveitado, que é um dos causadores das enchentes que estão acontecendo”. A professora de Educação Física Valéria Maria Ro-drigues Machado, 50 anos, disse “Sou totalmente adepta a reciclagem, tan-to que utilizo brinquedos reciclados nas atividades que aplico em minhas aulas” ela apoia a causa afi rmando que as vassouras são muito úteis e que as pessoas acabam decidindo comprar as convencionais apenas por causa do marketing ao invés de ter uma atitude ecológica.

Há cinco anos a professora Sil-vania Aparecida S. Ramos, 50 anos, líder da Pastoral da Criança criou a cooperativa “Revitalizando o patri-mônio humano” em parceria com o artesão carioca José Barbosa e se tornou coordenadora. Barbosa for-

neceu as técnicas do processo de fabricação de vassouras e escovas de banheiro ecológicas. As vassou-ras ecológicas têm sido fonte de ren-da dessa cooperativa que possui 19 pessoas, em sua maioria mulheres, de 45 a 50 anos, no lugar de serem benefi ciadas com cestas básica na Pastoral como antigamente.

O projeto é uma homenagem a Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, que morreu em um terremoto no Haiti, tem o patrocínio da Petrobrás, da Prefeitura Municipal de Santos e faz parceria com o Lojão de Apare-cida e Jaú Materias que fazem a ar-mazenação e a entrega das garrafas respectivamente.

As vassouras são encontradas na Super Banca, na Avenida Alexan-dre Martins, 139, no bairro Aparecida em Santos, em lojas de produtos de limpeza, supermercados, entre ou-tros lugares. Segundo Silvania a coo-perativa ainda precisa de mais postos de venda. E a cooperativa “Revitali-zando o patrimônio humano” fi ca na Rua Marques de Herval,24.

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Pneu ecológico ajuda apreservar o Meio AmbienteFabiana Pardini Blanco

Uma forma encontrada para

causar menos impacto ao meio am-biente é o pneu ecológico que reu-tiliza as carcaças de pneus usados, diminuindo assim o seu custo. Nesse processo, chamado vulcanização, é adicionada uma nova banda de ro-dagem, onde a carcaça é colocada em um forno onde há altas pressões e temperaturas para unir as duas partes. Quanto maior esse processo, mais dura fi ca a borracha, por ou-tro lado, quando ela é mais mole, a durabilidade é menor que é o que ocorre com o pneu ecológico.

O proprietário da loja Mil Rodas do Litoral, Rogério Heriques Parrei-ra, explica que o pneu convencional é composto por arames e malha de aço e terminada a parte de aço, a borracha é colocada por cima. Já no ecológico ou ‘remold’ é reaproveitada a parte estrutural do pneu convencio-nal, ou seja, o aço e as lonas, e co-locado uma nova capa de borracha.

O custo do pneu ecológico é

aproximadamente 40% a 50% do convencional e varia de acordo com o aro.Um pneu com o aro 14 custa em média R$ 120, enquanto o novo custa de R$ 250 a R$ 350. E sua du-rabilidade é 30% menor do que o convencional, esclarece Parreira.

Nem todos os pneus servem para serem reutilizados devido aos gastos, apenas cerca de 50%. Po-rém, há outras formas de uso para os pneus, como bóias para amor-tecer o impacto entre os navios e o atracadouro. Em alguns casos, se-param a borracha e a lona da parte de metal e trituram para usar na usina de asfalto, e a parte metálica (malha de aço da banda de roda-gem) volta para as fábricas para ser reciclada.

Parreira ainda afi rma que em carros mais luxuosos, como Merce-des, há uma nova espécie de pneu, o ‘Run-Flat’, que é um pneu que pode furar e cortar que não perde a dirigibilidade, podendo circular por mais 600 km. Por isso, esses carros não possuem mais estepes. O valor

desse pneu é alto, podendo custar em média 1.500 reais cada pneu.

Por outro lado, o funcionário da Dpaschoal, Leandro Matias, afi rma que o pneu ecológico está saindo de circulação e que a própria loja da Dpaschoal não vende. O mecânico da loja Gatto Auto-Peças, Antônio Soares Leite, diz que um pneu eco-lógico roda em torno de 30 mil qui-lômetros. E explica que o pneu con-vencional prejudica o Meio Ambiente por casa do tempo de decomposição da borracha e a energia utilizada no processo de vulcanismo. Além disso, com o reaproveitamento da carcaça há uma economia de 70% de ener-gia e matéria-prima

O empresário João Lorenzo Veloso afi rma que sabia da existên-cia de pneus ecológicos, mas que não os compra, pois acaba tendo mais problemas que o convencio-nal, como no caso da durabilidade. “Embora o pneu convencional cus-te mais, ele dura mais também e acredito que as chances de defei-tos também são menores.”

Lincoln Spada

No primeiro trimestre de 2010, Santos teve mais de 130 casos de dengue, conforme o site da Prefei-tura de Santos. Para combater a do-ença, borracheiros tomam medidas de prevenção. Nas borracharias vi-sitadas na manhã de ontem, todos os pneus empilhados estavam em bom estado e em áreas cobertas. As medidas benefi ciam quem mora per-to do estabelecimento, constatando que não teve casos de dengue nas proximidades.

O dono da A. D. Pneus do Bra-

Borracharias se previnemcontra mosquito

sil (Av. Carvalho de Mendonça 326), Antonio Carlos, conta que depois de contrair dengue no início de feverei-ro, ele teve ainda mais cautela em seu trabalho. Diariamente ele aplica veneno nos 300 pneus.

A Borracharia Canal 2 AutoCenter (Av. Dr. Bernardino de Campos 486) funciona em espaço aberto, conten-do poças de água durante as chuvas. Por sua vez, há uma área separada e coberta para os 40 pneus. O respon-sável pelo ponto comercial, Nelson Anastácio, afi rma: “semanalmente coloco sal grosso ou creolina naquele galpão”, apontando para o local desti-

nado exclusivamente aos pneus.Ao contrário desses estabeleci-

mentos, normalmente a São Judas Center Pneus (Rua Joaquim Távora, 94) recebe vistorias da Prefeitura. Dois pneus desgastados expostos ao ar livre recepcionam os clientes ao estabelecimento que funciona há 32 anos. Embora isso, os borrachei-ros Pedro Ângelo Soares, 58 anos, e João de Souza, 62 anos, tomam as devidas providências. Pedro explica como não juntar água nas plantas e nos 150 pneus. Com 45 anos de profi ssão, João declara: “eu não con-tribuo para a dengue”.

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Jéssica Amato

Ofi cinas automotivas lucraram de 5 a 15 % com as enchentes dos últi-mos dias devido a falta de manuten-ção preventiva dos carros. Os proble-mas que atingem não só o motor, mas também a parte elétrica, podem ser previstos se houver um trabalho de base com o mecânico de confi ança.

Proprietário de uma ofi cina me-cânica no bairro Vila Mathias, José Erick Bastos Carneiro, 46 anos, que tem 25 anos de profi ssão, diz que para amenizar os danos causados pelas enchentes faz “um trabalho educativo de prevenção com os clientes para diminuir custos, preser-var o carro e trazer mais segurança não só para quem dirige”.Antes disso os carros chegavam na ofi cina com

problemas sérios tendo que conser-tar praticamente tudo e o preço fi ca-va muito mais alto. Além de fazer o serviço de prevenção, ele dá suporte fora da ofi cina disponibilizando o seu email e telefone para esclarecer as dúvidas de seus clientes.

O problema mais comum nos veículos que passam por enchen-tes é o cálcio hidráulico, que ocor-re quando entra água no motor, e é também o serviço mais caro ofereci-do na ofi cina, que pode chegar em média a R$ 6 mil.

O mecânico Willian de Santos Salor, 35anos, que trabalha há 23 anos na profi ssão, diz que “existem carros em que a tomada de fi ltro de ar é mais baixo e por isso esses dão mais problemas”.

O proprietário de uma ofi cina

mecânica, na Encruzilhada, Raimun-do Santos Galvão,53 anos, que atua na área há 43 anos, diz que o mo-vimento aumentou muito devido às chuvas. “Não faço o trabalho de pre-venção e ninguém faz”.

Frente fria - A frente fria que chegou à Baixada Santista provocou muita chuva e transtornos. Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão tive-ram dezenas de ruas alagadas. A De-fesa Civil de Santos decretou estado de atenção ao constatar o encharca-mento do solo. Diversas avenidas da Zona Noroeste,em Santos, perma-neceram alagadas e todos os canais da região transbordaram durante a madrugada de quinta-feira por conta da alta da maré. Na Cidade, das 3 às 6 horas, choveu o correspondente a uma semana de um mês chuvoso.

Oficinas Automotivaslucram com as enchentes

Jéssyca Rolemberg Gomes

O aumento no número de casos de dengue está levando a população santista aos hospitais, centros clí-nicos e prontos-socorros de toda a Cidade. Com essa crescente, os hos-pitais vêm registrando um grande número de atendimentos.

De acordo com o site da Pre-feitura de Santos, a Seviep (Seção de Vigilância Epidemiológica), já são 132 casos confi rmados até o mo-mento, número esse que ultrapas-sa o total registrado em todo o ano passado(130 casos). Com o aumen-to nos casos de dengue, aumentam também a procura dos pacientes pelos hospitais, gerando com isso fi las enormes e bastante demora no atendimento. Esse “privilégio” não se dá apenas a quem procura por hospitais de rede pública, mas também é constatado na rede par-

ticular de saúde. A autônoma Lucéia Malta comentou que teve uma série de problemas tanto no tempo de es-pera quanto no atendimento. “ De-morei mais de duas horas para ser atendida na área particular no Santo Amaro, e, além disso, o médico não me deu atenção nenhuma, achei um absurdo isso acontecer em um aten-dimento particular”, disse.

Segundo o médico Newton Al-meida, plantonista do Pronto Aten-dimento da Unimed, o movimento cresceu desde o início de fevereiro. “ Mais de 50% dos pacientes que chegam ao pronto-socorro são sus-peitas de dengue, e pelo crescente movimento foi colocado mais um clí-nico geral no quadro de médicos do hospital”, conta.

Ele explica ainda que o espaço físico do Pronto Atendimento já está fi cando limitado, que nos períodos do dia com maior fl uxo de pacientes,

a equipe de médicos e enfermeiros tenta dar preferência no atendimen-to de crianças e idosos.

No hospital Infantil Gonzaga, a recepcionista Adelaide Assunção explicou que o aumento nos atendi-mentos ocorreu nos últimos 20 dias. “ Houve na última semana a neces-sidade de um reforço no quadro de médicos do pronto-socorro em de-corrência da dengue. Notamos tam-bém o grande número de atendimen-tos de pacientes de outras cidades da região, como Guarujá”, comenta.

Já no pronto-socorro do Hos-pital São Lucas o número de aten-dimentos mudou, porém o quadro de médicos e enfermeiros não foi reforçado. “Tivemos um aumento considerável no número de atendi-mentos, e com isso as reclamações de demora no atendimento são mais decorrentes”, explicou a recepcionis-ta Jaqueline do Carmo.

Dengue volta a assustarmoradores de Santos

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Juliana Ribeiro Vicente

Na última quinta-feira, foi rea-lizada a posse da nova diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Santos - SINDEST. Durante sete anos, o sindicato passou por diver-sos problemas judiciais em relação à realização de uma eleição. Agora, os novos dirigentes, que são prati-camente os mesmos que fundaram o sindicato em 1989, planejam uma reestruturação física e a melhoria dos serviços de assistência social oferecida aos associados.

Em dezembro de 2009, José Roberto Mota foi destituído do man-dato de interventor, pois não reali-zou as eleições dentro do prazo de 90 dias, como manda a lei. Tal atitu-de fez com que toda a antiga direto-ria fosse retirada do sindicato pela força policial. Assim, foi instalada uma comissão temporária designa-da pela justiça, até que ocorressem

SINDEST ganha novadiretoria em 2010

novas eleições.Agora na presidência, Fábio

Marcelo Pimentel, 48, comenta so-bre as mudanças que a nova dire-toria planeja para os próximos cinco anos. Primeiramente, pretende re-organizar a estrutura física do sindi-cato, pois algumas modifi cações pre-cisam ser feitas. Colocar a categoria novamente na luta pelos direitos dos servidores e melhorar a assistência social oferecida aos associados. Al-guns serviços são oferecidos, como atendimento odontológico e uma lan-house.

Percalços - Em 2003, ocor-reu a primeira tentativa de eleição. Dentre diversos percalços, a justi-ça estadual anulou as eleições. De acordo com a cláusula estatutária, quando há alguma pendência judi-cial, o último presidente do sindica-to fi ca como interventor, assumindo novamente a presidência até que ocorram novas eleições.

Após algumas eleições anula-das, em 2005 ocorreu a reforma ju-diciária e através da emenda 45, o que antes tornava essa situação um caso da justiça estadual, se tornou um problema da justiça federal. Atra-vés dessa nova lei, também entrou em jogo a antecipação de tutela, que é uma espécie de adiantamen-to da sentença, para a possibilidade do julgamento demorar muitos anos para ocorrer.

Nessa situação, a antecipação de tutela, a expectativa era que o interventor em atividade, José Ro-berto Mota, realizasse uma nova eleição dentro do prazo de 90 dias. Caso isso não ocorresse se daria uma destituição do mandato de in-terventor. Como não foi cumprida a ordem dada pela justiça, em 10 de dezembro de 2009, toda a dire-toria foi retirada pela polícia sem o direito de levar nenhum documen-to do sindicato.

Paula Moreira de Oliveira

A dengue tem sido uma grande preocupação para a Baixada Santista nas últimas semanas. Em razão das difi culdades que a região tem enfren-tado com o aumento dos casos da doença (lotação dos prontos socorros e hospitais), autoridades dizem que a prevenção é a melhor alternativa. Entre elas, está o uso de repelente, o que já se comprova com o aumen-to de 20 a 30% na venda dos pro-dutos. Segundo o balconista Joelcio

Vendas de repelentesaumentam em Santos

Cipriano, do Drogão Super, o surto de dengue fez aumentar as vendas. “Nós vendíamos em média quinze por mês, hoje vendemos trinta a mais compa-rado ao mês passado”.

A dona-de-casa Dolores Sil-va Teles, de 43 anos, disse que faz questão de recorrer ao repelente. “Comprei dois, pois quero minha família livre dessa doença”, disse. Segundo ela, seu marido já teve dengue há três anos e sabe como é difícil o processo de tratamento.

A farmacêutica Cícera Fernan-

des, da Poupa Farma localizada na Avenida Conselheiro Nébias, diz que as vendas de repelentes aumentaram em seu estabelecimento. “De um mês pra cá, posso dizer que as ven-das tiveram um acréscimo de 15%, inclusive de remédios como parace-tamol, que não oferece risco para quem está com suspeita de dengue”. Ela ainda faz um alerta para que o consumidor, antes de comprar o pro-duto, faça o teste em uma pequena área do corpo. O preço dos repelen-tes varia de R$ 8,00 a R$ 18,00.

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8 Agência Facos - 28.02.2010

José Claudio Pimentel

Desde setembro de 2009, os moradores da Rua Francisco de Barros Mello, na Zona Noroeste, em Santos, convivem com um pro-blema que, até hoje, não teve solu-ção. Uma árvore da espécie Ficus de aproximadamente cinco metros de altura, localizada no pátio da esco-la estadual Paulo Filgueiras, ameaça cair a qualquer instante colocando em risco as casas e a vida das pes-soas que estão em seu entorno.

De acordo com a dona de casa Claudia Nascimento, que mora há 20 anos na região, as autoridades já foram acionadas diversas vezes e mesmo com a aparente mobilização da Defesa Civil, Bombeiros e Prefei-tura de Santos, a situação continua a mesma. “Eles disseram que o a es-cola é quem deveria tomar uma pro-videncia”, ressalta. Mais da metade da residência dela está ameaçada.

Ficus ameaça segurançade moradores

O sargento aposentado da Po-lícia Militar, Agostinho Pereira, mos-trou à reportagem todos os requeri-mentos de solicitação feitos por ele. Em um só dia ele passou pelo Horto Florestal para solicitar a poda da ár-vore, na Ouvidoria Municipal e Defe-sa Civil requerendo uma vistoria de segurança. Em nenhum dos lugares obteve sucesso. “Quando cheguei aqui, eu conseguia ver o mar”, expli-ca Agostinho fazendo referência às mudanças ocorridas na Zona Noro-este durante os 30 anos que está lá.

Nos dias de chuvas a situação se agrava. “As pessoas que não pos-suem comportas em suas residên-cias acabam perdendo tudo”, é o que diz a dona de casa Edna Ribeiro. Segundo ela, quando chove a rua fi ca submersa e o solo em torno da árvore fi ca encharcado, deixando-a totalmente suscetível.

Por enquanto, todas as decisões fi cam em torno de promessas e muita

burocracia. O presidente da Socieda-de de Melhoramentos do centro co-munitário da região, Pedro Estevão, disse que o Governo do Estado em parceria com a Prefeitura se compro-meteu a realizar vários investimentos na região. De acordo com ele, o braço do Rio Bugre que corta o local passa-rá pelo processo de macrodrenagem, diminuindo o excesso de água no solo e facilitando a escoação.

Em relação à árvore, os mora-dores afi rmam que a alegação do Corpo de Bombeiros é de que só pode tomar alguma atitude a par-tir do momento em que a queda acontecer. Quanto a poda, como forma de contenção do acidente, a responsabilidade é empurrada entre a concessionária de energia, CPFL, para Horto Florestal e Prefeitura. A escola estadual também já enviou um ofício de solicitação para o Go-verno do Estado, mas nada foi feito até o momento.

Luiz Linna

Após o incidente da semana passada em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a Caixa Econô-mica Federal (CEF) reforçou a proi-bição às casas lotéricas de fazerem apostas referente a bolões. A Caixa enviou nessa semana uma nota que explica a proibição dos jogos. Os bo-lões não estão previstos na Norma Geral dos Concursos de Prognósticos emitida pelo Ministério da Fazenda, e nas circulares emitidas pela CEF. A nota esclarece que o comprovante emitido pelo terminal de apostas é o único documento que habilita o re-cebimento de prêmios. A Caixa afi r-ma que as casas que tiverem bolões

Bolões ilegais aindasão feitos em Santos

serão devidamente multadas com o risco de perder a licença de loteria.

Ontem, pela manhã, ainda era possível encontrar bolões à dispo-sição de jogadores. Em uma loté-rica situada no bairro do Gonzaga, este tipo de aposta estava sendo feita. Com receio de se identifi car, uma funcionária revelou que para ela o jogo era legal, pois o papel era da Caixa, afi rmou. “A Caixa nunca multou ou fi scalizou os bo-lões”. Em outras duas que não fa-zem bolão, os funcionários foram omissos e não quiseram se pro-nunciar sobre o caso.

O aposentado Floriolano da Silva, 67 anos, diz que não é con-tra nem a favor do bolão. “Não sou

contra nem a favor, para mim é uma aposta de risco que a pessoa tem de seguir se ela se sujeitar a isso. Ela que sabe se é certo ou er-rado, para mim é indiferente”. Mas ressalta que já apostou e aposta por meio de bolões. “Eu aposto eventualmente, quando o acumu-lado está bem alto”, diz. O aposen-tado Jorge Guilherme Neves Alva-rez, 61 anos, não costuma jogar, então acha indiferente ter ou não ter o bolão. “Não costumo jogar nos bolões, pois não é da Caixa Federal, então sempre fi co com um pé atrás com esses jogos. Não é garantido que você terá o prêmio e após o acontecimento no Rio Gran-de do Sul aí que não jogo mesmo”.

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Vanessa Luiz

Após a realização das inscrições para o curso gratuito, a Educafro ini-ciará seu ano letivo. O projeto que foi inaugurado em Santos no ano de 2002 conta atualmente com 255 uni-dades nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Fe-deral e Santa Catarina.

A unidade do núcleo Quilombo é formada por voluntários e as au-las são realizadas em escolas públi-cas, todos os sábados das 8h30 as 18h30. Nessa semana a coordena-ção irá anunciar qual escola em que as aulas serão administradas – Ponta da Praia ou Aparecida.

A coordenadora geral do núcleo Quilombo Pai Felipe, Maria Augusta

de França Oliveira, conta que Frei Davi Raimundo foi o fundador do projeto em 1993, no Rio de Janeiro. Augusta ressalta o compromisso dos voluntários com o curso. “Aula vaga não existe aqui”.

Os critérios para a seleção dos alunos são sua renda, idade e etnia. Há preferência para os que estejam afastados há mais tempo do ensino, com o objetivo de inclusão social e os afrodescendentes. A coordena-dora acredita que as cotas são ne-cessárias para preparar os que têm menos chance.

Apenas estudantes de escolas públicas ou os que estudaram com bolsas de 100% podem se inscrever. Anualmente são recebidas por volta de 100 a 150 inscrições, sendo que

Educação é prioridadedo projeto Educafro

o curso oferece 50 vagas. O projeto é conveniado a universidades parti-culares da região. No ano passado 16 alunos passaram em universida-des públicas ou conseguiram bolsas integrais nas particulares.

Auxiliar de limpeza, Jaqueli-ne Cristina Cabral, 25 anos, que terminou o ensino médio no ano de 2002, tem o objetivo de passar em um concurso público e acredita que o projeto seja uma boa opor-tunidade.

Seis estudantes da Educafro foram cursar medicina em uma uni-versidade federal de Cuba, pois o projeto também tem parceria com universidades no exterior. Para mais informações a Educafro disponibiliza o site www.educafro.org.br.

Juliana Vieira

Encontrar nascidos no dia 29 de fevereiro é difícil. Porém, algumas pessoas têm de lidar com a circuns-tância de fazer aniversário somente nos anos bissextos e assim comemo-rar a data um dia antes ou depois.

É o caso da artesã Waldenize Silva Fernandez que nasceu no dia 29 de fevereiro de 1960. Naquela época, os pais tinham a opção de re-gistrar os bebês nascidos nesta data, nos dias 28 de fevereiro ou primeiro de março. “Meu pai escolheu o dia 28 porque continuava no mesmo mês”, contou Waldenize. Hoje é obri-gatório que o pai faça o registro com a data que consta na declaração ex-pedida pela maternidade ou médico que fez o parto.

Por isso, a produtora de multí-midia, Brunna Louise, 22 anos, é re-

A particularidade de nascer em 29 de fevereiro

gistrada no dia 29 e adora fazer ani-versário nesse dia. Para ela, é uma situação quase única. “Temos o nos-so próprio calendário”, comentou. Na infância, ela se lembra de achar estranho quando seus amigos mos-travam o aniversário no calendário e o dela não aparecia, mas que não fi cava triste por isso.

Cada uma comemora em uma data. “Nasci depois do dia 28 então prefi ro comemorar no dia primeiro de março, que no ano bissexto seria 29”, disse Brunna. A artesã Waldeni-ze prefere festejar no dia em que foi registrada, mas não deixa de fazer festas e reunir familiares e amigos, quando o ano é bissexto, pois espe-rou quatro anos para apagar as veli-nhas na data correta.

É comum escutar que quem nas-ce nessa data só envelhece de quatro em quatro anos. “As pessoas falam

tanto que não envelhecemos que a gente chega a acreditar”, afi rmou a produtora. Waldenize, com 50 anos, brinca até hoje com os colegas que ela é muito jovem e pede para eles fazerem as contas de quantos anos ela teria se comemorasse só nos anos bissextos e todos fi cam confusos.

Quando adulto é mais fácil en-tender o que acontece, mas as crian-ças tendem a estranhar, pois não têm o dia do seu aniversário e não podem fazer as festas. A psicóloga e professora Eliana Bruno Ferreira de Almeida explicou que o comporta-mento das crianças pode ser estra-nho, algumas podem não aceitar, já que a maioria dos amigos não pas-sa pela mesma situação, mas que difi cilmente esse problema causará uma doença psíquica na criança. “Quando crescem, aceitam e fazem até brincadeiras”, completou Eliana.

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Mayra Veríssimo Ruas

O ‘stand up comedy’ é um gêne-ro no qual o artista utiliza assuntos comuns para faezr humor ajustando-o ao seu público. Este estilo está ga-nhando espaço na Baixada Santista por meio de apresentações. O grupo Comédia na Areia é um exemplo do estilo que esta evoluindo e abre um espaço chamado ‘open mic’, no qual pessoas que estão iniciando têm a oportunidade de expor seu talento.

O grupo começou com André Garrido, que se interessava pelo esti-lo e resolveu iniciar com o gênero na região, pois aqui este ainda não era conhecido. Com o tempo conheceu outros que tinham a mesma proposta e se uniram concretizando a existência do grupo. O nome foi dado por ele

pelo fato de ser formado por humoris-tas da Baixada Santista. Hoje os inte-grantes são André Garrido, Luiz Lavor, Fabio Barros e Luciano Cidade. A es-treia do grupo foi em 4 de novembro de 2009, no Cheers Pub, onde estão se apresentando todas as quartas-feiras.

Segundo Fábio Figueiredo Bar-ros este é um meio pelo qual cada um pode expressar seu talento e ga-nhar espaço. Em São Paulo já é um estilo bem mais conhecido e divul-gado. O projeto ‘open mic,’ ofereci-do pelo grupo, lança a oportunidade para novos talentos dando a facilida-de de aprender tanto em relação a textos quanto em presença de palco. O iniciante deve apenas enviar seu texto de no mínimo 5 minutos de apresentação para o email ou orkut do grupo ou entregar nos próprios

Stand Up é oportunidadepara novos talentos

shows. O estilo teve maior divulga-ção com o programa de humor CQC transmitido pela Band e assim pas-sou a atingir um público maior, inde-pendente de idade, sexo ou religião.

Hoje, o grupo conta com a par-ticipação especial do palhaço pudim que integra o show com números di-ferentes dando uma cara nova para a apresentação. “É uma partcipação importante que nos traz ensinamen-tos e novas experiências, pois ele está bem mais tempo envolvido com o mundo do humor”, diz Fabio Barros.

Para entrar em contato com o grupo, basta acessar o orkut, perfi l ou comunidade, Comédia na Areia, por meio do twiter @comedianaa-reia ou até mesmo pelo blog www.comedianaareia.blogspot.com, onde há textos, fotos e agenda do grupo.

Paula Ribeiro

Com o slogan: “O combate não pode parar”, a Prefeitura de Santos montou ontem um estande em fren-te ao Aquário de Santos, para infor-mar a população sobre como evitar a proliferação do Aedes Aegypti. Com panfl etos, saquinhos de lixo para carros e até maquete para ilustrar melhor os locais de foco do mos-quito, os agentes mostravam a to-dos que aparecessem os processos de desenvolvimento do mosquito da dengue: ovo, larva, pupa e adulta.

A educadora Ana Lúcia Fernan-des Bueno, que direcionava as in-formações no local, falou que a po-pulação está bem informada sobre os cuidados que se deve tomar com a doença, mas que nunca é demais. “Todos os fi ns de semana temos eventos, a dengue se combate to-dos os dias”.

Ela conta que uma das preocu-pações mais recentes é com os mais novos. “A dengue atinge crianças também, temos registros de óbitos em Santos, uma criança de sete e outra de cinco anos. As pessoas ba-nalizam muito essa doença sendo que precisam dar mais atenção”.

Queremos mostrar à população que não há difi culdade na preven-ção da doença, é simples, diz ela. Ana explica que para prevenir basta limpar as calhas, pratinhos de fl ores com esponja e encher com areia, es-correr água de pneus, colocar lixos em sacos plásticos e tampar a caixa d’água. “A água sanitária é outra so-lução para o problema”. Como um dos panfl etos distribuídos afi rma: “Sem ovo, não há mosquito.”

A enfermeira Denise Victor San-tos acredita que a população está bem informada, mas o problema é que muitas pessoas não levam a

Prefeitura diversifica açõesno combate à dengue

sério. “Há muita informação pela Ci-dade e até na televisão, mas muitas pessoas tratam com descaso”. Denise também coloca que essa conscien-tização deve continuar. Seu fi lho de cinco anos também ajuda no comba-te. “Água parada não pode”, diz ele.

O combate se estende pelo fi m de semana. Hoje, das 9 às 14 horas, no supermercado Comprebem da Avenida Bernardino de Campos e, de acordo com Ana, durante o jogo entre Santos e Corinthians, será exi-bido no telão um fi lme sobre elimi-nação dos criadouros do mosquito e pendurada uma faixa com o slogan da campanha. A partir dessa sema-na a campanha educativa começa na televisão, rádio, internet e escolas municipais.

Outras informações consulte o site www.combatadengue.com.br ou o telefone do disk saúde 0800 61 1997.

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Vinício Mancuso

Há exatamente 10 meses o Co-rinthians batia o Santos em plena Vila Belmiro por 3x1, pela fi nal do Campeonato Paulista de 2009, com direito a espetáculo do fenômeno Ronaldo. Hoje às 17 horas, o Santos busca a revanche contra o rival, em jogo válido também pelo Campeo-nato Paulista, no mesmo “palco”, mas com ingredientes diferentes. Entre eles, estão o alto custo dos ingressos e a divisão de opiniões que eles causam.

O alvinegro praiano conta com o ataque mais positivo da competi-ção, Robinho, que não participará do clássico devido ao compromisso pela seleção brasileira, Neymar e companhia, fazem a festa dos tor-cedores e apreciadores do “futebol moleque”. Já o alvinegro da capi-tal tem a melhor defesa e um time experiente, sem falar do diferencial Ronaldo. Tal cenário levou o atual presidente do Santos, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, a elevar os preços dos ingressos, preços que vão de R$ 80,00 (R$ 40,00 meia) a R$ 200 (R$ 100,00 meia), além dos camarotes que custam R$ 250,00. Essa decisão da diretoria santista divide opiniões, e a justifi cativa do presidente, de que para se manter um time forte é necessário pagar por ele, não con-venceu a todos os torcedores.

O estudante Weslei Martins da Silva, torcedor do Santos e morador

Ingresso caro divideopiniões de torcedores

da Cidade, não considera correta a atitude da diretoria, e afi rma que o torcedor mais assíduo é quem sai prejudicado. “Venho sempre à Vila, o time bem ou mal, e quando surge a oportunidade de curtir um clássi-co o torcedor acaba sendo lesado.” Além disso, acredita que a ausência de Robinho no clássico é outro mo-tivo para manter o preço antigo dos ingressos (R$ 30,00). “O time vem bem sim, mas faltou lembrar o “Ál-varo“ que a principal estrela do time não vai jogar”.

Já o comerciante Edvaldo Men-des, 43 anos, que organizou uma viagem com torcedores de Maringá para ver o jogo, não vê problemas no aumento do preço, e credita isso ao ótimo futebol do time no começo de temporada. “O time vem dando show, a torcida tem que entender, e o jogo tem de ser aqui na Vila Bel-miro, é o alçapão do Peixe”. E com-plementou: “Venho com esse pes-soal a jogos do Santos desde muito tempo, em clássicos estamos sem-pre aqui. Com Robinho, sem Robi-nho, viemos aqui para ver o glorioso alvinegro praiano”.

O movimento nas bilheterias da Vila ontem pela manhã começou a se intensifi car apenas às 11 horas, mesmo assim, ainda não existiam fi las para adquirir os ingressos. Lem-brando que só é liberado apenas um bilhete por espectador.

Antigo Problema - A ques-tão dos ingressos na Vila Belmiro

tem histórico em causar polêmicas e problemas para os torcedores. Em clássicos, velhos problemas teimam em aparecer. Um dos comissários do Santos, Carlos Marquezane de Sene, experiente e conhecido na Vila, con-fi rmou que apenas 400 ingressos fo-ram disponibilizados para a torcida corinthiana de Santos, ingressos es-ses vendidos e já esgotados na quin-ta-feira, no estádio Urico Mursa. Dis-se também que a diretoria do time da capital mandou de volta 1.000 in-gressos que seriam vendidos em São Paulo, por causa do preço estipulado.

Marquezane acredita que o clássico merecia um palco maior. “Apesar de gostar muito da Vila Bel-miro, um jogo com esse porte de-veria ser no Morumbi, mesmo com mando do Santos, e o preço dos ingressos mantidos, seria um espe-táculo muito mais bonito, e também rentável para o clube.”

Pelo menos um outro antigo problema, esse recorrente em qual-quer estádio do Brasil, foi inibido com essa valorização: a atividade dos cambistas. Marquezane afi rma que infelizmente essa atividade é comum também na Vila, mas res-salva: “Aqui nenhum comissário tem ‘esquema’ com eles, se eles atuam, é longe daqui, porque chamamos a polícia se percebermos esse tipo de movimentação. Esse preço do in-gresso deixa o cambista com medo, eles não querem ‘morrer’ com bilhe-tes de R$80,00 na mão”.

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Pedro Nogueira

Hoje em dia é essencial o ser humano manter uma vida saudá-vel, praticando exercícios e man-tendo uma alimentação balancea-da. Para a população da terceira idade não é diferente. Os idosos, pelo tempo já vivido e o corpo mais desgastado, se tornam mais vulne-ráveis a lesões ou doenças. Por isso, eles precisam pensar em uma vida saudável, ingerindo medicamentos quando preciso.

É recomendado às pessoas da terceira idade uma alimentação que inclua alimentos de todos os grupos

Idosos buscam manteruma vida saudável

(lipídios, gorduras, proteínas, carboi-dratos, fi bras, vitaminas e sais mine-rais), sempre se alimentando de 4 a 6 vezes ao dia. Isso sem contar com a água que é de extrema importân-cia para o organismo, sendo 8 copos a quantidade mínima por dia.

“Nesse verão, com o alto índi-ce de óbitos de idosos, não deixo de ingerir líquido em geral, princi-palmente água. Isso sem contar as inúmeras frutas e cereais, que fazem muito bem a minha saúde, regulando o bom funcionamento in-testinal”, afi rma o aposentado Fer-nandes Fernandez, 78, que diz ter uma alimentação balanceada.

Além de manter uma alimenta-ção benéfi ca à saúde, é necessário fazer atividades físicas aeróbicas como: caminhar, trotar, correr e alongar. Porém, quando estes abu-sam muito do seu corpo, acabam se lesionando, daí é necessário a bus-ca por remédios. A aposentada Te-resinha de Jesus Gomes, critica os preços dos remédios, comparando com o valor que recebe de aposen-tadoria. ”Recebo R$ 510,00 por mês e acabo gastando quase a metade de meu salário em compras de re-médios. Isso é um absurdo. Até os remédios genéricos aumentaram o preço, enfatiza Terezinha.”

Pablo Oliveira Franco Menin

A forte chuva dos últimos dias na região Sudeste infl uenciou na co-lheita de verduras. Plantações foram perdidas fazendo os preços quase duplicarem. A distribuição fi cou ir-regular. Comerciantes aumentaram os preços para não fi carem com prejuízos. Já as frutas não sofreram aumento de preço e continuam está-veis, explica a comerciante do Mer-cado Municipal, Odeti Ferreira.

“Banana, laranja e mamão es-tão com ótimo preço e qualidade. Nos supermercados as frutas e ver-duras são compradas em grandes

quantidades, sendo assim, elas es-tragam com mais facilidade e nem sempre estão frescas” diz Odeti. “Aqui no Mercado Municipal sempre compramos tudo fresco e de ótima qualidade, não deixamos nada pas-sar do ponto”, completa.

As verduras que mais tiveram alta foram a alface e o tomate. O al-face americano custava R$ 1,50, su-biu para R$ 2,00. O tomate italiano foi de R$ 2,50 para R$ 3,60 o quilo, segundo a comerciante Edna Sueco Yogui. “Apesar da alta do preço das verduras não perdi minha clientela, que vem sempre aqui”, explica.

Uva, laranja, banana, mamão e

pêssego são algumas das frutas ven-didas na banca do comerciante Luzi-nalvo Nunes da Silva. A maioria de suas mercadorias vem do Nordeste, e as chuvas de verão não afetaram no preço. A caixa de laranja está custando hoje R$ 32,00 e, em de-zembro de 2009, custava cerca de R$ 38,00, afi rma Nunes.

O casal Maria Aparecida Pereira e Agostinho Pereira reclama. “Apesar do preço alto, verdura é essencial no nosso dia-a-dia. O melhor lugar para comprar frutas e verduras é na feira ou no Mercado Municipal, nun-ca compro em supermercados”, diz Aparecida.

Chuva altera preço das verduras

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AGÊNCIA FACOS - Órgão Laboratorial do 3º semestre do Curso de Jornalismo do Centro de Ciências da Comunicação e Artes da Universidade Católica de Santos - UniSantos.Diretor: Prof. Roberto Hage Chain.Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Paulo Bornsen.Professores Responsáveis: Tereza Cristina Tesser e Robnaldo Fidalgo Salgado (texto). - Claudio Le-mos (diagramação).Equipe de Fechamento: Carla Martuscelli, Jéssyca Rolemberg Gomes, Lincoln Spada, Luiz Linna e Mayra Veríssimo Ruas.Técnico de Laboratório (Redação): Tércio Simei Gonçalves.As matérias aqui veiculadas não representam necessariamente a opinião dos dirigentes da Universidade.

Expediente

Vinícius Augusto Nascimento

O Viaduto Mário Covas, que in-terliga as duas pontas da Avenida Nações Unidas, cortada pela Rodo-via dos Imigrantes, gera transtornos para moradores da região. Sem fi s-calização, debaixo do viaduto há um grande depósito de entulhos, móveis velhos e até animais mortos. Morado-res reclamam que em dias de fortes chuvas as casas são invadidas pelas águas, junto com o lixo, desocupa-dos e marginais também ocupam o espaço, que tem causado apreensão.

“Quando anoitece, mendigos, drogados e muita insegurança do-minam a região”, afi rma a dona de casa Renata Oliveira Machado, 42 anos. Ela ainda acrescenta que de-pois da construção do viaduto sua vida se tornou mais difícil. “Tive que reforçar a segurança da minha casa, grades, portões reforçados e até cer-ca elétrica no telhado instalei com medo dos assaltos, fora a poeira, o

Vizinhos de viaduto convivem com abandono e medo

barulho e fumaça que invade minha casa”, relata.

O aposentado Romeu Batista de Souza, morador da região há mais de 30 anos, diz que antes, sem o viadu-to, era mais prático para atravessar a via. “Hoje, os carros e caminhões descem numa velocidade desrespei-tando o limite e o pedestre. Do jei-to que foi construído, só atrapalha a vida da comunidade. Depois das chu-vas, são formadas poças de água, que viram criadouros de mosquitos, inclusive da dengue”, desabafa.

Rosângela Silva Nascimento, 23 anos, convive com os trans-tornos de um vizinho indesejável. “Filmei as janelas do meu quarto, porque as pessoas que passam pelo viaduto conseguem enxergar por dentro da minha casa. A visão que tenho hoje quando abro a janela é simplesmente o concreto da cons-trução”. Eu e minha família só não mudamos daqui porque não conse-guimos vender nossa casa pelo pre-

ço que vale”, conclui. O aposentado Amino Fortaleza

reclama que há dez anos foi obriga-do a fechar seu comércio, por cau-sa do muro que separa a rodovia, obrigando pedestres a atravessarem pelo viaduto. “Esse muro dividiu os bairros Bitaru e Vila Margarida, atra-palhando o comércio local. Junto com isso, há o acúmulo de lixo que atrai ratos e mau cheiro. Tive que demitir os 25 funcionários da minha padaria e fechar as portas”, fi naliza.

Já o comerciante Paulo Pereira defende o viaduto. “Ninguém pode negar a importância da passagem. Antes do viaduto, era muito difícil atravessar, pois o semáforo era de-morado, hoje com a obra fi ca muito mais fácil o acesso aos bairros e ir para outras cidades”. Para o comer-ciante existe solução. “Se ao invés do viaduto fossem construídas pas-sagens de nível como as que existem na Via Expressa Sul, em Praia Gran-de, acho que fi caria melhor”, diz.