agricultora do semiárido potiguar vê na agricultura familiar a esperança de um recomeço
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A agricultora Angelina Pinheiro da Silva, de 65 anos, se destaca por sua produção e trabalho na lida do campo. Dona Angelina, tem um dos quintais mais diversificados da Vila Ceará, com a presença de plantas medicinais, árvores frutíferas, cultivo de hortaliças, plantas ornamentais e criação de aves. Conquistou a cisterna enxurrada do P1+2 da ASA com apoio do MDS. O Programa está sendo executado no município pela COOPERVIDA.TRANSCRIPT
Agricultora do semiárido potiguar vê na agricultura
familiar a esperança de um recomeço.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 8 • nº1914
Julho/2014
Serra do Mel
Em meio a grande diversidade de experiências desenvolvidas no semiárido brasileiro, no
município de Serra do Mel-RN, mais precisamente na Vila Ceará, a agricultora Angelina Pinheiro
da Silva, de 65 anos, se destaca por sua produção e trabalho na lida do campo, garantindo a
soberania, segurança alimentar e nutricional de sua família.
Com a morte de seu pai, dona Angelina perdeu a
vontade de continuar morando em Ceará-Mirim(RN), onde
nasceu e se criou. Sua história na região inicia-se no ano de
1981, quando juntamente com seu marido, Raimundo Pedro
da Silva, 63 anos, mudou-se para o assentamento de Serra
do Mel, com intuito de recomeçar sua vida. Assim, viu na Vila
Ceará a esperança de recomeço, sem perder seus hábitos
de cultivo da terra.
A forma como ela descreve sua vida e seu jeito de conviver no semiárido, bem como o
carinho e conhecimento que demonstra enquanto agricultora no cuidado do seu quintal, tornam
evidente sua sabedoria sobre a agricultura familiar.
Dona Angelina e suas hortaliçasCom orgulho a agricultora mostra seu pé de romã
Aqui é minha vida, quando estou perto delas me sinto realizada
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Rio Grande do Norte
Atualmente, dona Angelina, tem um dos quintais
mais diversificados da Vila Ceará, com a presença de
plantas medicinais, entre elas, o cultivo de hortelã, erva-
cidreira, capim santo, arruda, babosa, manjericão e
camomila.
Além de árvores frutíferas como, a cajarana,
seriguela, coqueiro, amora, acerola, pitanga, manga,
laranja, limão, banana, maracujá e mamão, cultiva
hortaliças, plantas ornamentais e trabalha a criação de
aves em sua propriedade.
Dona Angelina desenvolve também, com seu esposo, a meliponicultura.Tendo como foco
a criação de abelha Jandaira, essa espécie é nativa da região e o seu mel é conhecido por ser
belo, saboroso, raro e medicinal, utilizado algumas vezes para tratamento de doenças
bacterianas, como dores de ouvido, conjuntivite entre outras. Nisso a agricultora enfatiza a
importância da atividade.
Outra conquista em sua vida, segundo dona Angelina, foi a área composta por alguns pés
de cajueiro retirando destes o sustento de sua família com a venda do caju e o beneficiamento da
castanha. A agricultora relata que não tem vontade de sair do campo e que aprendeu tudo que
sabe com seus pais, que eram agricultores. Hoje, posso dizer que estou realizada.
Fez questão de enfatizar várias vezes que era ela que cuidava de tudo: "Sou eu quem
planto, sou eu quem rego, sou eu quem colho e faço com gosto, tenho ciúmes das minhas
plantinhas, meus netos já sabem e não chegam nem perto". Brinca a agricultora.
Mesmo com todas as dificuldades de escassez de água no município, dona Angelina
consegue provar que com armazenamento de água e um pouco de criatividade pode-se plantar e
colher seus próprios frutos e conviver no semiárido. "Espero com ansiedade a vinda da cisterna
do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), pois quero cuidar e ampliar ainda mais os meus
cultivos, isso aqui é minha vida, não sei viver sem” relata a agricultora emocionada.
Dona Angelina conquistou a cisterna enxurrada do P1+2 da Articulação Semiárido
Brasileiro (ASA) com apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
O Programa está sendo executado na região pela COOPERVIDA.
RealizaçãoApoio
Espero ansiosa por minha cisterna, para poder cuidar sempre dos meus cultivos
Em toda tardinha minhas galinhas se reúnem no puleiro
Sou apicultora juntamente com o meu marido e isso me deixa muito feliz