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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL CÉLIA REGINA DE OLIVEIRA Orientador - Prof. ILSO FERNANDES DO CARMO PRIMAVERA DO LESTE/2012

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CÉLIA REGINA DE OLIVEIRA

Orientador - Prof. ILSO FERNANDES DO CARMO

PRIMAVERA DO LESTE/2012

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL

A IMPORTANCIA DO JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CÉLIA REGINA DE OLIVEIRA

Orientador - Prof. ILSO FERNANDES DO CARMO

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Pós- Graduação em Psicopedagogia e Educação Infantil.”

PRIMAVERA DO LESTE/2012

Dedico este trabalho...

Dedicado às pessoas que sempre estiveram ao meu lado pelos caminhos da

vida, me acompanhando, apoiando e principalmente acreditando em mim.

Aos meus professores que me ensinaram nessa caminhada.

.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a...

A Deus, pela força espiritual para a realização desse trabalho.

A todos vocês por participarem desta minha etapa, pois direta, ou

indiretamente me fizeram crescer, tanto pessoalmente como profissionalmente.

A todo conhecimento apreendido nessas aulas não foram simplesmente

lançados, mas construídos.

RESUMO

A escolha do tema é motivado pela eficacia no processo ensino-

aprendizagem, e pela importancia dos jogos e brincadeiras, tendo um caminho

absolutamente infinito de descobertas a serem usadas em salas de aula. É poder

sorrir, gargalhar com situações vivenciadas através das brincadeiras contribuindo

para um eterno aprendizado conseguindo deixar fluir o imaginário e levar a criança a

ter curiosidade, que logo é respondida no decorrer de cada brincadeira que for

proposta. Um fator de entendimento humano é o lúdico, através desse contato as

crianças se interagem onde então o ser humano troca experiências e expõe tudo o

que há dentro de si. Na verdade é também o grande passaporte para viagem que

nos leva a entender o mundo atual e, cabe a escola a formação desses cidadãos.

Em um tratamento metodológico foi realizada pesquisa bibliográfica, onde os

jogos e as brincadeiras são um incremento eficiente no espaço escolar, de modo

geral trabalha a capacidade sócio-afetivo, cognitivo, lingüístico e a psicomotricidade

da criança, tendo assim uma valiosa contribuição para toda a vida do ser humano.

Com isso é preciso que os professores repensem suas práticas pedagógicas, pois

as mesmas devem promover uma aprendizagem de qualidade que venha ser

prazerosa para todos os envolvidos no processo de realização. Esse estudo mostrou

que as escolas estão se adaptando no quesito ensino das brincadeiras, porém ainda

é preciso a compreensão que o mesmo deve ser transmitido com significado e

adequação por parte de alguns educadores. Enfim os resultados foram

alcançados, os jogos e brincadeiras são um incremento eficiente e indispensável no

espaço escolar, de modo geral trabalha a capacidade afetiva, cognitiva, física, social,

emocional e a psicomotricidade da criança, sendo assim viabilizando uma educação

que respeite as características da infância.

Palavras-Chave: Brincar; Brinquedo; Educação Infantil; Prática Pedagógica.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................... 06

CAPÍTULO1- JOGOS E BRINCADEIRAS.......................................................... 08

1.1A Importância das brincadeiras no desenvolvimento infantil ......................... 09

1.2 Um olhar sem brincadeiras na educação infantil........................................... 12

CAPÍTULO- 2 AS BRINCADEIRAS DURANTE A INFANCIA............................ 15

2.1 Alguns Olhares de Estudiosos....................................................................... 19

2.2 O lúdico na formação do professor................................................................ 22

2.3 A criança, a educação e as brincadeiras...................................................... 23

2.4 Brincar como processo educativo.................................................................. 24

2.5 Aprender brincando........................................................................................ 26

2.6 O Desenvolvimento afetivo através do brincar ............................................. 29

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 31

REFERENCIAS....................................................................................................

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INTRODUÇÃO

Este trabalho traz uma ampla visão da importância dos jogos e brincadeiras

na formação da personalidade humana constatando que a educação infantil vem

sofrendo transformações ao longo dos anos o quanto é importante a lúdicidade para

o aprendizado e como os resultados são positivos na prática pedagógica, onde a

conscientização desta importância cabe ao educador, que se tornaresponsável pela

aprendizagem e deve trabalhar a criança em sua múltipla formação, nos aspectos

biológicos, sociais, cognitivos e afetivo- emocionais

Porém o objetivo geral deste trabalho é mostrar as variedades de

estímulos que oferecem, pela atmosfera de alegria encantamento que proporcionam

e, principalmente, pela presença de certas normas, o jogo e a brincadeira devem

fazer parte do cotidiano escolar nas diversas áreas do conhecimento oportunizando

o aluno no desenvolvimento atendendo às suas necessidades básicas no processo

ensino-aprendizagem. Com objetivos específicos que as escolas devem se

adaptar no quesito ensino brincar, sabendo exatamente o que é as brincadeiras e a

sua importância, compreender que o mesmo deve ser transmitido com significado e

adequação por parte de alguns educadores, certos que o brincar não é somente

passatempo, sendo ele o grande responsável para atuar de modo claro e ser

comprometido com os resultados de suas ações cabendo a ele reavaliação da

mesma quando necessário, onde o principal é a criança, a educação e o lúdico, e foi

realizada através de embasamento bibliográfico.

Portanto, para realizar este trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica,

fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites, bem como

pesquisa de grandes autores referente a este tema. Desta forma, este estudo

proporcionará uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida

do ser humano, e, em especial na vida da criança.

O presente artigo visa analisar a importância do brincar no desenvolvimento

e aprendizagem na educação infantil, sob a visão psicopedagógica. Tem como

objetivo conhecer o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados

para designar o ato de brincar, tornando também fundamental compreender o

universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita

a existência dos outros,estabelece relações sociais, constrói conhecimentos,

desenvolvendo-se integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona

no ensino-aprendizagem infantil. Ainda este estudo traz algumas considerações

sobre os jogos, brincadeiras e brinquedos e como influenciam na socialização das

crianças.

Para definir a brincadeira infantil, ressaltamos a importância do brincar para

o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural,

afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os pais,

educadores e sociedade em geral sobre à ludicidade que deve estar sendo

vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem

prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem, e ainda a

importância desta ludicidade nas intervenções e prevenções de problemas de

aprendizagem na visão da psicopedagogia. Neste contexto, o brincar na educação

infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo,

contribuindo na integração do indivíduo na sociedade.

Será tratado no primeiro capítulo, sobre os jogos e brincadeiras e sua

importância, porém no segundo capítulo, irá mostrar como seria a educação infantil

sem brincadeiras também citaremos sobre o desenvolvimento infantil, brincadeiras

como processo educativo, e o desenvolvimento afetivo através dos jogos e do

brincar. Tão fundamentais ao ser humano como o alimento que o faz crescer são os

brinquedos e os jogos. Vão muito além do divertimento. Servem como suportes para

que a criança atinja níveis cada vez mais complexos no desenvolvimento sócio-

emocional e cognitivo.

O presente trabalho surgiu da preocupação com o repensar do processo

educacional, onde temos, em nossas mãos, alunos ativos, inquietos e participantes

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CAPÍTULO 1- JOGOS E BRINCADEIRAS

Ao longo da história da humanidade, foram inúmeros os autores que se

interessaram, direta ou indiretamente, pela questão do brincar, do jogo, do

brinquedo e da brincadeira. O jogo pelo ponto de vista educacional, segundo

ANTUNES (2003), significa divertimento, brincadeira, passatempo, pois em nossa

cultura o termo jogo é confundido com competição. Ainda o autor relata que os jogos

infantis pode até incluir uma ou outra competição, mas visando sempre a estimular o

crescimento e aprendizagem com relação interpessoal, entre duas ou mais pessoas

realizada através de determinadas regras, ainda que jogo seja uma brincadeira que

envolve regras.

A brincadeira, segundo PIAGET (1975), é para a criança um espaço de

investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo.

Brincar é uma forma de a criança exercitar sua imaginação. A imaginação é uma

forma que permite às crianças relacionarem seus interesses e suas necessidades

com a realidade de um mundo que pouco conhecem. A brincadeira expressa a forma

como uma criança reflete, organiza, desorganiza, constrói,destrói e reconstrói o seu

mundo.

O brincar está presente em diferentes tempos e lugares e de acordo com o

contexto histórico e social que a criança está inserida. A brincadeira é recriada com

seu poder de imaginação e criação.

As brincadeiras de outros tempos estão presentes nas vidas das crianças,

com diferentes formas de brincar, porque hoje, nós temos diferentes espaços

geográficos e culturais. Mas que relação podemos fazer do brincar com o

desenvolvimento, a aprendizagem, a cultura e como incorporar a brincadeira em

nossa prática. O brincar é natural na vida das crianças. É algo que faz parte do seu

cotidiano e se define como espontâneo, prazeroso e sem comprometimento.

Segundo WAJSKOP (2007), a brincadeira, desde a antiguidade, era utilizada

como um instrumento para o ensino, contudo, somente depois que se rompeu o

pensamento românico passou-se a valorizar a importância do brincar, pois antes, a

sociedade via a brincadeira como uma negação ao trabalho e como sinônimo de

irreverência e até desinteresse pelo que é sério. Mas mesmo com o passar do tempo

o termo brincar ainda não está tão definido, pois ele varia de acordo com cada

contexto, os termos brincar, jogar e atividade lúdica serão usados como sinônimos.

Estudos atuais, segundo CARNEIRO (2007), têm se preocupado em

observar a infância e suas brincadeiras visando compreender as formas de

sociabilidade da criança e seu diálogo com a cultura adulta. Assim, percebeu-se que

a criança, sua infância e sua produção cultural são dignas de serem estudadas em si

mesmo e não apenas baseados no que os adultos pensam dela. O processo de

socialização que antes era entendido como uma espécie de preparação para a fase

adulta passou a focar as práticas da criança e suas experiências de autonomia. A

brincadeira é uma das linguagens que se destacam na infância e é através dela que

a criança significa e ressignifica o mundo, constituindo suas práticas culturais.

VYGOTSKY (1998), relata sobre o papel do brinquedo, sendo um suporte da

brincadeira e ainda o brinquedo tendo uma grande influência no desenvolvimento da

criança, pois o brinquedo promove uma situação de transição entre a ação da

criança com objeto concreto e suas ações com significados.

VYGOTSKY (1998), acentua o papel ao ato de brincar na constituição do

pensamento infantil, pois é brincando, jogando, que a criança revela seu estado

cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma

relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.

O brincar se torna importante no desenvolvimento da criança de maneira

que as brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida da criança

desde os mais funcionais até os de regras. Estes são elementos elaborados que

proporcionarão experiências, possibilitando a conquista e a formação da sua

identidade. Como podemos perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes

inesgotáveis de interação lúdica e afetiva.

1.1 A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Entendemos a importância da interação com os jogos e as brincadeiras de

exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro

prazer, por ter apreciado seus efeitos.

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Segundo PIAGET (1975), o jogo constitui-se em expressão e condição para

o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem

transformar a realidade.

Ao ensinar, segundo PIAGET (1998), deve-se ter presente os dois lados do

processo de conhecimento. Um deles é que, ao aprender, o sujeito assimila o que é

novo ao conjunto de conhecimentos já adquiridos; o outro é que isto favorece o

desenvolvimento de estruturas cognitivas. Saber a este respeito nos conduz a uma

visão de ensino como processo, que pressupõe o desenvolvimento das estruturas

cognitivas como fator que permite ao aluno o acesso a conhecimentos cada vez

mais elevados.

O brincar se torna importante no desenvolvimento da criança de maneira

que as brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida da criança

desde os mais funcionais até os de regras. Estes são elementos elaborados que

proporcionarão experiências, possibilitando a conquista e a formação da sua

identidade. Como podemos perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes

inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Para uma aprendizagem eficaz é preciso

que o aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos. E o jogo é um

excelente recurso para facilitar a aprendizagem, neste sentido, CARVALHO (1992,

p. 28) afirma que:

[...] o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo.

As ações com o jogo devem ser criadas e recriadas, para que sejam sempre

uma nova descoberta e sempre se transformem em um novo jogo, em uma nova

forma de jogar. Quando a criança brinca, sem saber fornece várias informações ao

seu respeito, no entanto, o brincar pode ser útil para estimular seu desenvolvimento

integral, tanto no ambiente familiar, quanto no ambiente escolar. É brincando que a

criança aprende a respeitar regras, a ampliar o seu relacionamento social e a

respeitar a si mesmo e ao outro. Por meio do universo lúdico que a criança começa

a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e discordar de opiniões,

exercendo sua liderança, e sendo liderados e compartilhando sua alegria de brincar.

VYGOTSKY (1998), toma como ponto de partida a existência de uma

relação entre um determinado nível de desenvolvimento e a capacidade potencial de

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aprendizagem. Defende a ideia de que, para verificar o nível de desenvolvimento da

criança, temos que determinar pelo menos, dois níveis de desenvolvimento. O

primeiro deles seria o nível de desenvolvimento efetivo, que se faz através dos

testes que estabelecem a idade mental, isto é, aqueles que a criança é capaz de

realizar por si mesma, já o segundo deles se constituiria na área de desenvolvimento

potencial, que se refere a tudo aquilo que a criança é capaz de fazer com a ajuda

dos demais, seja por imitação, demonstração, entre outros. Assim, significa que a

criança pode fazer hoje com a ajuda dos adultos ou dos iguais certamente fará

amanhã sozinha.

Na visão de VYGOTSKY (1998), o jogo simbólico é como uma atividade

típica da infância e essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da

aquisição da representação simbólica, impulsionada pela imitação. Desta maneira, o

jogo pode ser considerado uma atividade muito importante, pois através dele a

criança cria uma zona de desenvolvimento proximal, com funções que ainda não

amadureceram, mas que se encontra em processo de maturação, ou seja, o que a

criança irá alcançar em um futuro próximo. Aprendizado e desenvolvimento estão

inter-relacionados desde o primeiro dia de vida, é fácil concluir que o aprendizado da

criança começa muito antes de ela freqüentar a escola. Todas as situações de

aprendizado que são interpretadas pelas crianças na escola já têm uma história

prévia, isto é, a criança já se deparou com algo relacionado do qual pode tirar

experiências.

Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil o brincar,

segundo LUKESI (2005), é um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto

que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A

proposta do lúdico é promover uma alfabetização significativa na prática

educacional, é incorporar o conhecimento através das características do

conhecimento do mundo. O lúdico promove o rendimento escolar além do

conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Entretanto, compreender a

relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não

interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico proporciona. Portanto, o

brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade

lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida

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por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo processo,

fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões.

Para VYGOTSKY (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos,

brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a

pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas

pelo adulto. O lúdico pode ser utilizado como uma estratégia de ensino e

aprendizagem, assim o ato de brincar na escola está relacionada ao professor que

deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo

sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e para o desenvolvimento

da criança.

Com isso, é possível entender que o brincar auxilia a criança no processo de

aprendizagem. Ele vai proporcionar situações imaginárias em que ocorrerá no

desenvolvimento cognitivo, facilitando a interação com pessoas as quais contribuirão

para um acréscimo de conhecimento.A essas ideias associamos nossas convicções

sobre o brincar como prática pedagógica, sendo um recurso que pode contribuir não

só para o desenvolvimento infantil, como também para o cultural. Brincar não é

apenas ter um momento reservado para deixar a criança à vontade em um espaço

com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos ensinar e aprender muito

com elas. A atividade lúdica permite que a criança se prepare para a vida, entre o

mundo físico e social. Observamos, deste modo que a vida da criança gira em torno

do brincar, é por essa razão que pedagogos têm utilizado a brincadeira na

educação, por ser uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se

uma forma de construção de conhecimento.

1.2 A UM OLHAR SEM BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

SNEYDERS (1996, p.36), afirma que "Educar é ir em direção à alegria".

Uma vida sem alegria se torna chata, monótona, triste; com a educação não é

diferente. Educação sem ludicidade é desinteressante, é desestimulante; é ruim para

o professor e pior ainda para a criança. É de fundamental importância o uso de jogos

e brincadeiras ao longo do processo pedagógico porque os conteúdos podem ser

ministrados de forma agradável e cativante.

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O conhecimento através da ludicidade pode auxiliar a criança a obter melhor

desempenho na sua aprendizagem. São muitas as vantagens de se educar

ludicamente e, dentre elas, podemos, conforme CARNEIRO (2007), citar: a melhoria

da capacidade cognitiva da criança, a potencialização da sua capacidade

psicomotora, bem como, da sua capacidade de relacionar-se com seus grupos de

iguais. A escola deve compreender que ela mesma, por um determinado tempo da

história pedagógica, foi um dos instrumentos da imobilização da vida, e que esse

tempo já terminou. A evolução do próprio conceito de aprendizagem sugere que

educar passe a ser facilitar a criatividade e, deve-se abandonar de vez, a idéia de

que apreender significa a mesma coisa que acumular conhecimentos sobre fatos,

dados e informações isoladas numa autêntica sobrecarga da memória. Educar

significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens

orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das

capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma

atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos

conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Entende-se que educar

ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir

passivamente. Educar é um ato consciente e planejado, é tornar o indivíduo

consciente, engajado e feliz no mundo. É seduzir os seres humanos para o prazer

de conhecer. É resgatar o verdadeiro sentido da palavra "escola", local de alegria,

prazer intelectual, satisfação e desenvolvimento.

A importância da atividade lúdica no desenvolvimento educacional da

criança. A ludicidade, segundo LUKESI (2005), é de extrema relevância para o

crescimento integral dos pequenos, é importante que o educador "coloque para fora"

a criança que há dentro de si, assim ele poderá sentir prazer no brincar juntamente

com suas crianças.Os jogos fornece à criança um desenvolvimento sadio e

harmonioso. Ao brincar, a criança aumenta sua auto estima e independência;

estimula sua sensibilidade visual e auditiva, porque através dele, a criança pode

conhecer, compreender e construir seus conhecimentos, tornando-se cidadã deste

mundo.

A educação, para FRIEDMANN (2006), contribui integralmente e influencia

na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento

permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em

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uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca,

criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte

compromisso de transformação e modificação do meio.

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CAPÍTULO 2 – AS BRINCADEIRAS DURANTE A INFÂNCIA

É através das brincadeiras, segundo CARVALHO (1992), que a criança

explora o meio em que vive e aprende mais sobre os objetos da cultura humana;

também é pelas brincadeiras que a criança internaliza regras e papéis sociais e

passa a ser apta a viver em sociedade. Mas, outro aspecto de grande relevância

refere-se ao fato de que as brincadeiras possibilitam um salto qualitativo no

desenvolvimento da psique infantil, pois através das brincadeiras as crianças têm a

possibilidade de desenvolver as funções psicológicas superiores como atenção,

memória, controle da conduta, entre os aspectos.

As crianças refletem no jogo dramático, conforme ANTUNES (2003), toda a

diversidade da realidade que as circunda: reproduzem cenas da vida familiar e do

trabalho, refletem acontecimentos relevantes como os vôos espaciais etc. A

realidade, ao ser representada nos jogos infantis, converte-se em argumento do jogo

dramático.

Quanto mais ampla for a realidade que as crianças conhecem, tanto mais amplos e variados serão os argumentos de seus jogos. Por isso, um pré-escolar mais novo tem um número de argumentos mais limitados do que outro mais velho. A crianças de 5 a 6 anos brincam de convidados, filhos e mães, mas também de construir uma ponte ou de lançar uma nave espacial. (MUKHINA, 1996, p. 156-157).

A brincadeira, para CARVALHO (1992), é uma necessidade do ser humano

em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento

do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, sócio cultural,

colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita

os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do

conhecimento, é um assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional,

principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e

seu uso permitir um trabalho pedagógico que possibilita a produção do

conhecimento. O jogo é o domínio da criança. Para ela, é o método natural de

compreender o mundo, uma criança que aprende a construir um castelo de areia, ao

mesmo tempo, ela aprendeu a construir sua confiança e sua independência, para

ela foi um aprendizado que aconteceu naturalmente seria ótimo se todas fossem

assim. Por isso precisamos injetar experiência de jogos significativos na vida de

nossas crianças. Ele tem um papel integral para um desenvolvimento sadio. Além de

ensinar o jogo reduz o estresse e abre a mente para criatividade e ajuda a educar as

crianças a respeito do caráter.

Os brinquedos orientam as brincadeiras, trazem-lhe matéria. Algumas pessoas são tentadas a dizer que eles a consideram, mas, então, toda a brincadeira está condicionada pelo meio ambiente. Só se pode brincar com o que se tem, e a criatividade, tal como evocamos, permite, justamente, ultrapassar esse ambiente, sempre particular e limitado. O educador pode, portanto, construir um ambiente que estimule a brincadeira em função dos resultados desejados. Não se certeza de que a criança vá agir, com esse material, como desejaríamos, mas aumentamos, assim, as chances de que elas o façam, um universo sem certezas, só podemos trabalhar com probabilidades. (FRIEDMANN, 2006, p. 84).

Na brincadeira, vivenciamos concretamente a elaboração e negociação de

regras de convivência assim como a elaboração de um sistema de representação

dos diversos sentimentos das emoções e das construções humanas. Isso ocorre

porque a motivação da brincadeira é sempre individual e dependem dos recursos

emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação

social. Por meio da repetição de determinadas ações imaginárias, que se baseiam,

mas polaridades presença/ausência, bem/mal, prazer/desprazer,

passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito, etc.; segundo

FAGALI (1993), as crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e

sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.

Para VIGOTSKY (2007), o brincar se materializa pela vontade da criança

agir, de buscar satisfazer necessidades que não poderiam ser atendidas de

imediato. Este processo é mais facilmente visível nas crianças de idade pré-escolar,

que criam situações imaginárias para suprir seus desejos. As crianças muito

pequenas não têm esta capacidade, sendo distraídas pelos adultos para

esquecerem o objeto de desejo. O autor explica que:No início da idade pré-escolar,

quando surgem os desejos que não podem ser imediatamente satisfeitos ou

esquecidos, e permanece ainda a característica do estágio precedente de uma

tendência para a satisfação imediata desses desejos, o comportamento da criança

muda. Para resolver esta tensão, a criança em idade pré-escolar envolve-se num

mundo ilusório e imaginário, onde os desejos não realizáveis podem ser realizados,

e esse mundo é o que chamamos de brinquedo.

Assim, na brincadeira a criança atua como se fosse capaz de realizar

determinadas ações, ainda distantes. É através desta que a criança potencializa o

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seu saber. O que infere dizer que, quanto mais se brinca, mais se aproxima do real.

VIGOTSKY (2007) é categórico ao afirmar que o brinquedo cria uma zona de

desenvolvimento proximal na criança, o que a leva a construir conhecimentos, e é

enfático ao considerar que o brinquedo se constitui como o mais alto nível de

desenvolvimento pré-escolar.

VIGOTSKY (2007, p. 122), certifica de maneira coerente a sua posição, ao

defender que: "criança desenvolve-se, essencialmente através da atividade de

brinquedo. Somente nesse sentido o brinquedo pode ser considerado uma atividade

condutora que determina o desenvolvimento da criança.” Portanto, é preciso ter este

olhar científico sobre o brinquedo, destituindo-se de uma concepção espontaneísta,

que o considera como um mero passatempo infantil. Com uma visão histórico-social

por parte dos educadores sobre o brincar, fica mais claro a importância do seu

estímulo no cotidiano da Educação Infantil. A brincadeira é a atividade principal da

infância, assim elucidando que a atividade principal não está diretamente ligada à

freqüência com que acontece, mas primordialmente, à influência que se tem no

desenvolvimento da criança, ressaltando que a brincadeira cria as zonas de

desenvolvimento proximal, aspecto crucial no processo de sua aprendizagem. Expõe

que na brincadeira ocorrem mudanças significativas no psiquismo infantil,

possibilitando o aparecimento de formas superiores de pensamento.

O teórico pontua que as conquistas já efetivadas pela criança se encontra no

nível de desenvolvimento real, que se caracteriza pelo aprendizado retrospectivo, o

qual as escolas insistem em direcionar suas ações, corroborando para poucos

avanços pela criança no seu desenvolvimento.As conquistas que estão por vir

encontram-se no nível potencial, e tem caráter prospectivo. Os educadores têm

neste conceito um relevante auxílio no processo de ensino-aprendizagem, pois

aponta pistas sobre como levar a criança a avançar. Se o educador estiver atento ao

que a criança já sabe e ao que está prestes a saber, terá indícios significativos para

fazer a intervenção pedagógica, criando estratégias mais adequadas para atender o

ritmo de aprendizagem da criança.

Para ampliar as reflexões sobre as brincadeiras, faz-se um recorte do

pensamento de Piaget. A visão piagetiana defende o lúdico no seu aspecto voltado

para a construção de conhecimento. O seu objeto de estudo foi a epistemologia

genética, a gênese do conhecimento humano. Em relação à posição de Piaget no

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que concerne à brincadeira, Luckesi diz que: para este autor, os jogos, como

atividade lúdicas, servem de recursos de auto desenvolvimento, Piaget vê os jogos

como atividades que vão propiciando o caminho interno para a construção da

inteligência e dos afetos, na medida em que se manteve atento a sua permanente

pergunta: como o conhecimento se dá, ou seja, como é construída a capacidade do

conhecer, que é interna? (LUCKESI, 2005, p. 11)

Assim, PIAGET (1995), referenda a brincadeira como uma forma da criança

agir sobre o mundo que a cerca, construindo conhecimentos a partir desse agir. A

construção do conhecimento acontece pela relação dialética entre o sujeito e seu

meio, visando a adaptação. Este processo se dá mediante o amadurecimento de

estruturas cognitivas, denominadas por Piaget como estágios de desenvolvimento.

De acordo com LUCKESI (2005), Piaget determina que cada estágio traz

características específicas, obedecendo uma seqüência. Só se passa para o estágio

posterior quando as estruturas do estágio anterior já estão amadurecidas. Por

exemplo, uma criança no estágio sensório-motor (de 0 a 2 anos em média) tem suas

ações direcionadas pelo movimento e sensação, então, manipular objetos, sentir

suas características físicas, correr, pular, entre outras ações, dominam este estágio.

Quando está pronta, começa a agir sobre o meio de outra forma.

A brincadeira, para FAGALI (1993), expressa a forma como uma criança

reflete, ordena, desorganiza, destrói e constrói o mundo á sua maneira. São também

um espaço onde a criança pode expressar, de modo simbólico suas fantasias, seus

desejos, medos, sentimento agressivos e os conhecimento que vai construindo, a

partir das experiências que vivem. Brincar é uma realidade cotidiana na vida das

crianças e, para que elas brinquem, é suficiente que não sejam impedidas de

exercitar sua imaginação.

Brincar não é perda de tempo. A criança que não brinca é como um peixe

fora da água. Os brinquedos, Os brinquedos, para PIAGET (1978), possibilitam o

desenvolvimento integral da criança porque ela se envolve efetivamente e

socialmente; tudo isso acontece de maneira envolvente, onde a criança cria e recria

normas e constrói alternativas para resolver entraves que surgem no ato do

brincar.O ato de brincar é muito mais um processo do que um produto. O brinquedo

facilita a apreensão da realidade. Brincar é atividade e experiência: exige

movimentação física. O brincar requer da criança participação completa, e essencial

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dinâmico e possibilita o surgimento de comportamentos espontâneos; padrões e

normas podem ser criados: há liberdade para se tomar decisões. A essência da

infância é o brinquedo; ele é o transporte para o crescimento, é também um meio

muito natural que permite à criança explorar o mundo, possibilitando-lhe descobrir-

se, conhecer seus sentimentos e sua forma de agir e reagir.

2.1 ALGUNS OLHARES DE ESTUDIOSOS

Entre os estudiosos, segundo PIAGET (1995), apresentar a influência do

brinquedo e as vantagens que a brincadeira traz para o desenvolvimento da criança,

localizar as dificuldades encontradas pelos educadores em utilizar a brincadeira

como ferramenta pedagógica e se a brincadeira pode propiciar as condições para

um desenvolvimento saudável da criança. Temos algumas idéias desses autores e

declarações de como é conflituosa a idéia da literatura no geral principalmente na

educação infantil e analisando suas opiniões podemos concluir e formular nosso

conceito. A partir de muitos referenciais teóricos, será possível observar uma série

de conceitos importantes, visando o bom desenvolvimento da aprendizagem da

criança de 0 a 6 anos e o papel de pais e educadores nesta função tão importante

que é educar uma criança.

Além de incentivar a conscientização dos pais e educadores sobre um

trabalho conjunto para a introdução do brinquedo na aprendizagem da criança.

Os professores podem guiá-las proporcionando-lhes os materiais apropriados mais o essencial é que, para que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descobrisse por si mesma, permanecerá com ela. (Jean Piaget, 1995, p. 18)

Destinado a estimular cada um dos sentidos. Para atingir esse objetivo,

segundo PIAGET (1998), necessitou pesquisar uma série de recursos e projetou

diversos materiais didáticos para possibilitar a aplicação do método, durante muito

tempo, confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse contexto, o aluno era um

agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor. Educar é acima de

tudo a inter-relação entre os sentimentos, os afetos e a construção do conhecimento.

Segundo este processo educativo, a afetividade ganha destaque, pois acreditamos

que a interação afetiva ajuda mais a compreender e modificar o raciocínio do aluno.

19

E muitos educadores têm a concepção que se aprende através da repetição, não

tendo criatividade e nem vontade de tornar a aula mais alegre e interessante,

fazendo com que os alunos mantenham distantes, perdendo com isso a afetividade

e o carinho que são necessários para a educação.A criança necessita de

estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma

maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com professor-

aluno, ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o

educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-

se um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil

(BRASIL,1998), a partir da importância da ludicidade que o professor deverá

contemplar jogos, brinquedos e brincadeiras, como princípio norteador das

atividades didático-pedagógicas, possibilitando à criança uma aprendizagem

prazerosa. Assim, a ludicidade tem conquistado um espaço na educação infantil.

SANTOS (2002), refere-se ao significado da palavra ludicidade que vem do

latim ludus e significa brincar. Onde neste brincar estão incluídos os jogos,

brinquedos e brincadeiras, tendo como função educativa do jogo o aperfeiçoamento

da aprendizagem do indivíduo. SANTOS (2002), acrescenta que educar não se

limita a repassar informações ou até mesmo mostrar um caminho que o educador

considera o mais certo, mas sim em ajudar a pessoa a tomar consciência de si

mesma, dos outros e da sociedade. Ainda, é oferecer várias ferramentas para que a

pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus

valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá

encontrar.

Ao assumir a função lúdica e educativa, a brincadeira, segundo SANTOS

(2002), propicia diversão, prazer, potencializa a exploração, a criação, a imaginação

e a construção do conhecimento. Brincar é uma experiência fundamental para

qualquer idade, principalmente para as crianças da Educação Infantil. Dessa forma,

a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo professor apenas para

recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que faça parte do plano de

aula da escola. Portanto, cabe ao educador criar um ambiente que reúna os

elementos de motivação para as crianças. Criar atividades que proporcionam

conceitos que preparam para a leitura, para os números, conceitos de lógica que

20

envolve classificação, ordenação, dentre outros. Motivar os alunos a trabalhar em

equipe na resolução de problemas, aprendendo assim expressar seus próprios

pontos de vista em relação ao outro. O processo de ensino e aprendizagem na

escola deve ser construído, então, tomando como ponto de partida o nível de

desenvolvimento real da criança, num dado momento e com sua relação a um

determinado conteúdo a ser desenvolvido, e como ponto de chegada os objetivos

estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível de

conhecimentos e habilidades de cada grupo de crianças. O percurso a ser seguido

nesse processo estará demarcado pelas possibilidades das crianças, isto é, pelo seu

nível de desenvolvimento potencial.

A partir da leitura desses autores podemos verificar que a ludicidade, as

brincadeiras, os brinquedos e os jogos são meios que a criança utiliza para se

relacionar com o ambiente físico e social de onde vive, despertando sua curiosidade

e ampliando seus conhecimentos e suas habilidades, nos aspectos físico, social,

cultural, afetivo, emocional e cognitivo, e assim, temos os fundamentos teóricos para

deduzirmos a importância que deve ser dada à experiência da educação infantil.

Segundo PIAGET (1975, p. 46), o “conceito como jogo, brinquedo e

brincadeira são formados ao longo de nossa vivência. É a forma que cada um utiliza

para nomear o seu brincar.”

Por meio da psicologia, temos conhecimento, segundo PIAGET (1975),

que, além de ser genético, o brincar é fundamental para o desenvolvimento

psicossocial equilibrado do ser humano.

VIGOTSKY (1984), apud WAJSKOP (2007), afirma que, é na brincadeira

que a criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar experiências que

vão além de sua idade e realidade, fazendo com que ela desenvolva sua

consciência. Dessa forma, é na brincadeira que se pode propor à criança desafios e

questões que a façam refletir, propor soluções e resolver problemas. Brincando, elas

podem desenvolver sua imaginação, além de criar e respeitar regras de organização

e convivência, que serão, no futuro, utilizadas para a compreensão da realidade. A

brincadeira permite também o desenvolvimento do autoconhecimento, elevando a

autoestima, propiciando o desenvolvimento físico-motor, bem como o do raciocínio e

o da inteligência.

21

2.2 O LUDICO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

A ludicidade como um estado de inteireza, de estar pleno naquilo que faz com prazer

pode estar presente em diferentes situações de nossas vidas. Diante disso aparece uma outra

questão: não se pode distinguir formação pessoal da formação profissional. Quando

pretendemos compreender a ação docente, temos que considerar, sobretudo, que o

processo de formação do professor é um crescente e um contínuo. Portanto, a dimensão

lúdica na formação do profissional, segundo SANTOS (2002), é parte integrante de todo

o processo, que é amplo, complexo e integral. É algo indissociável de auto-formação na relação

concreta entre o estudo (técnico), entre a reflexão individual e entre a interação

coletiva. Isto dentro de um confronto de idéias e troca de experiências vivenciadas. Há, porém,

nessas reflexões, uma dimensão dicotômica; pois o que se percebe no processo de intinerância

acadêmica do professor é que ele gira quase sempre em torno de questões epistemológicas e

metodológicas, não atentando para o aspecto humano / pessoal, ontológico que também faz parte

do desenvolvimento. Este, por sua vez, deve ser o ponto prioritário, pois os sentimentos, assim

como as leituras de mundo desse professor vão caracterizar e orientar muito sua prática

pedagógica.

A importância do processo educativo lúdico na educação infantil, visto que

jogos e brincadeiras são, conforme estudiosos, experiências afetivas mútuas para o

ambiente e devem ser consagradas nas crianças em fase escolar. Embasada por

significativos referenciais teóricos, a proposta apresentada permite afirmar a

existência de jogos e brincadeiras infantis no processo que aumentam rendimento

no processo escolar. Os professores de educação infantil é importante nos mostrar

que os jogos, as brincadeiras e os brinquedos exercem no desenvolvimento da

criança. Para isso se faz necessário saber o significado do brincar, conceituar os

principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também

fundamental analisar o papel do educador neste processo lúdico, e ainda, os

benefícios que o brincar proporciona.

A concepção de infância e Educação Infantil, demonstrando a evolução

histórica do sentimento de infância e sua repercussão no atendimento às crianças

pequenas. As transformações ocorridas no campo da Educação Infantil estão

estritamente ligadas à visão que se tem da criança. De um quase anonimato,

conforme WAJSKOP (2007), a criança passa a ser percebida de uma forma

romântica e evolui para um sujeito histórico-cultural, com status de cidadão. Diante

22

desse panorama, a Educação Infantil teve que acompanhar as novas

especificidades no tratamento destinado às crianças, originando um novo perfil de

educador, que tem que se apropriar dos pressupostos pedagógicos necessários

para o desenvolvimento de uma prática docente de qualidade.

A criança, ser da natureza, não portadora da razão adulta, marcada pelos atributos

da sensibilidade, emoção e imaginação submete-se à direção do adulto que deve

moldá-la de acordo com as diretrizes por ele determinadas. (PIAGET, 1995, p. 36).

Na atuação como docente o resgate da dimensão lúdica nas disciplinas

psicomotricidade e recreação, para PIAGET (1978), faz-se sempre presente. Cada

uma delas com suas especificidades e exigências próprias de sua intervenção, no

entanto, ambas se lançam a compreensão e entendimento do desenvolvimento e

aprendizagem da criança. Essa temática é explorada por um viés que ‘convida’ ao

aluno a adentrar na dimensão lúdica. O brincar fica muito próximo como

possibilidade real. Tanto nas graduações como nos cursos de formação continuada

com professores, encontramos adultos desconcertados com o reconhecimento

espaço-temporal de algo: ‘novo’, ‘infantil’, ‘assustador’, ‘não inteligente’, etc. Estes

não percebem, em um primeiro momento, como um espaço de conquista, de prazer,

de lazer, de reconhecimento. É na maioria das vezes e para a maioria dos

professores em formação muito estranho. Toda essa vivência constatada teve

desdobramentos que contribuíram de modo significativo para a vida pessoal e a

práxis profissional destes professores, a revelar a importância de garantir na

formação docente a dimensão lúdica do professor; não limitando a compreensão

desta a uma compreensão de técnicas instrumentais destinadas a criança. Ao

contrário, o professor podendo perceber o prazer de brincar, o prazer do

divertimento como uma característica de sua existência. Criador e construtor de

situações lúdicas próprias. Ampliando seu repertório vivencial único e intransferível.

2.3 A CRIANÇA, A EDUCAÇÃO E AS BRINCADEIRAS

Para compreender a experiência da brincadeira como um fenômeno cultural

é preciso, segundo SNEYDERS (1996), perceber que as crianças percebem o

mundo através das experiências que adquirem quando brincam, interagindo com

outras crianças e com os adultos. Assim, ela experimenta suas emoções e elabora

suas experiências. A figura do adulto funciona como referência, sendo suas ações

23

reproduzidas, mas com um sentido próprio e essencial ao processo de apreensão do

mundo pela criança.

Temos várias razões para brincar, pois sabemos que é extremamente

importante para o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. É

brincando que a criança expressa vontades e desejos construídos ao longo de sua

vida, e quanto mais oportunidades a criança tiver de brincar mais fácil será o seu

desenvolvimento. Segundo

Para CARNEIRO e DODGE (2007, p. 59), “... o movimento é, sobretudo para

criança pequena, uma forma de expressão e mostra a relação existente entre ação,

pensamento e linguagem.” A criança consegue lidar com situações novas e

inesperadas, e age de maneira independente, e consegue enxergar e entender o

mundo fora do seu cotidiano.

O ato de brincar inserido na prática do professor de Educação Infantil,

esclarecendo e analisando a partir dos teóricos o valor atribuído ao ato de brincar e

o espaço reservado para o mesmo no processo de ensino-aprendizagem. Para

tanto, foi embasado em pesquisas bibliográficas com uma linha qualitativa e de

caráter exploratório em que foi possível ter como resultado a descrição do valor ao

ato de brincar como também a prática pedagógica devida dos professores de

Educação Infantil, uma vez que a brincadeira faz parte da infância da criança e que

muitas vezes esse ato é ignorado pelo professor. Brincando, a criança está

continuamente redescobrindo a si mesma, pois o brincar é uma atividade de

aprendizagem.

2.4 BRINCAR COMO PROCESSO EDUCATIVO

Em relação aos benefícios do brincar, podemos dizer que estão ligados ao

desenvolvimento infantil. Tanto o brincar pelo brincar, quanto o brincar dirigido

(jogos), faz bem à criança e ao seu desenvolvimento em todos os aspectos. Como já

mencionamos anteriormente são inúmeros os benefícios causados pelo brincar,

sendo eles alguns aqui citados, deixam as crianças mais felizes e alegres, bem

como as diverte, desenvolve habilidades físicas, ensina a respeitar as regras, ajuda

na socialização, no aprendizado, na criatividade, na relação com o próximo. Mas

cabe uma observação, é extremamente importante divulgar entre os pais,

24

responsáveis, profissionais da educação, os benefícios que o brincar traz para o

desenvolvimento das crianças. Quando as crianças são estimuladas, o

reconhecimento dos benefícios tem um valor muito maior. E conforme já foram

citados anteriormente, os pais podem exercer um papel importantíssimo no brincar

de seus filhos.

Citamos CARNEIRO e DODGE (2007, p.201), que afirmam que:

Ao estimular as crianças durante a brincadeira, os pais tornamse mediadores do processo de construção do conhecimento, fazendo com que elas passem de um estágio de desenvolvimento para outro. Também, ao brincar com os pais, as crianças podem se beneficiar de uma sensação de maior segurança e liberdade para exploração, além de se sentirem mais próximas e mais bem compreendidas, o que pode contribuir para o melhor desenvolvimento de sua auto-estima e independência.

É importante ressaltar que ao referir-me ao brincar na formação de

professores em uma dimensão lúdica, compreendo que sua práxis pedagógica se

influencia pelo novo conceito ‘experimentado’. Que o mesmo não representa uma

sistematização de conteúdos e ou atividades lúdicas a serem dinamizadas. Antes, o

que se propõe é uma ampliação no modo ser da pessoa do professor.

Destaco a visão de D’ÁVILA (2006, p.18), pertinente para esse

entendimento: Em primeiro lugar precisamos diferenciar ludicidade de atividade

lúdica: o centro da ludicidade, segundo a concepção que defendemos aqui, reside

no que se vivencia de forma plena em cada momento. Ou seja, no ensino lúdico,

significa ensinar um dado objeto de conhecimento na dança da dialética entre

focalização e ampliação do olhar. Sem perder o foco do trabalho, entregar-se a ele.

Muitas experiências de ensino em que se entremeiam atividades lúdicas

deixam margem, segundo SANTOS (2002), para uma dicotomia entre conteúdo

curricular e ludicidade. A realização de atividades lúdicas na sala de aula não

significa dizer que se está ensinando ludicamente, se este elemento aparece como

acessório. O ensino lúdico é aquele em que se inserem conteúdos, métodos

criativos e o enlevo em se ensinar e, principalmente, aprender. A relação humana

experimentada entre professor e aluno é sempre mais importante que o brincar e o

brinquedo. Deste modo a relação que se estabelece entre o professor formador e o

professor em formação se torna um laboratório fértil de possibilidades do lúdico,

como base existencial construída. A relação construída com os professores nessa

25

formação lúdica revela mudança comportamental e do próprio discurso sobre o

brincar e a concepção de criança.

Assim, a importância do prazer do espaço destinado ao prazer do brincar na

escola pode e deve ser resgatado pelo profissional de educação comprometido com

o desenvolvimento biopsicossocial da criança. Nessa etapa do processo de

compreensão do fazer pedagógico dos professores assistidos pelo projeto através

das oficinas lúdicas, é o de planejar junto com eles as aulas destinadas ao lúdico na

sala de aula. A etapa final do projeto consistiu em avaliar os resultados quanto a

visão de mundo do professor no contexto educacional: como percebem o lúdico; que

mudanças são compreendidas desde a primeira etapa diagnóstica; que resultados a

sistematização das atividades, aliados as oficinas e intervenções lúdicas surgiram.

2.5 APRENDER BRINCANDO

A educação para obter um ensino mais eficiente, segundo PIAGET (1995),

aperfeiçoou novas técnicas didáticas consistindo numa prática inovadora e

prazerosa. Dentre essas técnicas temos o lúdico, um recurso didático dinâmico que

garante resultados eficazes na educação, apesar de exigir extremo planejamento e

cuidado na execução da atividade elaborada. O jogo é a atividade lúdica mais

trabalhada pelos professores atualmente, pois ele estimula as várias inteligências,

permitindo que o aluno se envolva em tudo que esteja realizando de forma

significativa. Através do lúdico o educador pode desenvolver atividades que sejam

divertidas e que, sobretudo ensine os alunos a discernir valores éticos e morais,

formando cidadãos conscientes dos seus deveres e de suas responsabilidades,

além de propiciar situações em que haja uma interação maior entre os alunos e o

professor numa aula diferente e criativa, sem ser rotineira. A princípio, a explanação

desse trabalho tem como objetivo mostrar a importância de se trabalhar o lúdico na

esfera escolar para a obtenção de qualidade no processo educacional. E para que

essa aprendizagem aconteça de forma significativa e dinâmica, o professor tem

como apoio a técnica dos jogos. Assim, a criança estabelece com os jogos e as

brincadeiras uma relação natural e consegue extravasar suas tristezas e alegrias,

angústias, entusiasmos, passividades e agressividades, é por meio da brincadeira

que a criança envolve-se no jogo e partilha com o outro, na visão psicopedagógica

26

isso auxilia na prevenção e diagnóstico de problemas de aprendizagem, pois a

psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as

realidades interna e externa da aprendizagem.

O lúdico é um desses métodos que está sendo trabalhado na prática

pedagógica, contribuindo para o aprendizado do alunado possibilitando ao educador

o preparo de aulas dinâmicas fazendo com que o aluno interaja mais em sala de

aula, pois cresce a vontade de aprender, seu interesse ao conteúdo aumenta e

dessa maneira ele realmente aprende o que foi proposto a ser ensinado,

estimulando-o a ser pensador, questionador e não um repetidor de informações.

A criança, ao brincar, segundo PIAGET (1998), desenvolve sua capacidade

de refletir sobre os fatos reais de formas cada vez mais abstratas, bem como

constrói sua realidade, tanto pessoal quanto social. Brincando, a criança

conscientiza-se de si mesma como ser agente e criativo. A relação do brincar produz

e reproduz emoções, possibilitando nomear e organizar um mundo de caos para um

mundo de descobertas, facilitando a abertura para o campo cognitivo.Baseando-se

na pedagogia, pode-se dizer ainda que o brincar é a forma mais fácil e real para se

estabelecer relações afetivas com a criança, transmitindo-lhe segurança e confiança

para que a sua introdução no processo de escolarização seja saudável e prazerosa,

sem sofrimentos e culpas. Através do brincar e das gratificações efetivas que

acompanham esta atividade, a criança dá vazão à sua ânsia de conhecer e

descobrir.

Enquanto brinca, segundo PIAGET (1975), a criança está consciente de que

está representando um objeto, situação ou fato, mas, ao mesmo tempo, está

inconsciente de que esteja representando algo que lhe escapa por estar fora do

campo de sua consciência no momento. A brincadeira simbólica, como as demais

manifestações simbólicas, daria à criança condições de aprender a lidar com suas

emoções e afetos.

É particularmente interessante observar um processo análogo nas crianças,

com alternância de movimentos com predomínio de abertura, e outros de

fechamento, tanto em nível físico-funcional, como em nível simbólico-representativo.

Através da observação das brincadeiras das crianças, constata-se realmente que a

cada abertura ao meio corresponde um movimento complementar de interiorização,

evidenciando-se a organização interna da ação.

27

As brincadeiras, segundo PIAGET (1973), fazem parte do patrimônio lúdico-

cultural, traduzindo valores, costumes, forma de pensamentos e aprendizagem. Os

jogos e as brincadeiras fornecem à criança de sete a dez anos a possibilidade de ser

um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos

graus de autonomia frente às estimulações do seu ambiente. A intervenção do

professor é necessária e conveniente no processo de ensino-aprendizagem, além da

interação social ser indispensável para o desenvolvimento do pensamento. As

incitações do professor ajudam as crianças na reflexão sobre suas próprias ações.

Juntos e com afeto, aluno e professor podem transformar o conhecimento em um

processo contínuo de construção. Cabe ao professor criar situações adequadas para

provocar curiosidade na criança e estimular a construção de seu conhecimento.

Pode-se perceber nesse momento, a importância de se proporcionar à criança de

sete a dez anos a vivência de situações concretas com jogos diversos e múltiplas

atividades que favoreçam a construção de um ambiente alfabetizador. A tarefa

essencial do educador deve estar voltada para seduzir o aluno, para que ele deseje

e, desejando, aprenda. Os jogos também contribuem para o desenvolvimento do

pensamento lógico-matemático. Através deles, criam-se situações de aprendizagem

para a criança. “O ensino da matemática fundir-se-á à aprendizagem natural,

espontânea e prazerosa que as crianças experimentam desde o nascer.” (FAGALI e

DEL RIO DO VALE (1993, p. 15). Os jogos desafiam o pensamento da criança,

provocando desequilíbrio, proporcionando descobertas e invenções, não a

memorização mecânica.

É preciso dizer que a brincadeira acontece onde quer que a criança se

encontre, independentemente do local. Basta um pequeno estímulo para que sua

imaginação leve para um mundo repleto de criatividade. Os jogos e as brincadeiras

são tão importantes e fundamentais para a criança quanto o alimento que a faz

crescer. Pois, além do divertimento, serve como suporte para que a criança na fase

escolar alcance o seu desenvolvimento social, emocional, cognitivo e afetivo.

Sendo assim, o tema em discussão – O jogo e a brincadeira no

desenvolvimento infantil – tem como objetivos, definir e distinguir o jogo e a

brincadeira, analisar suas contribuições no desenvolvimento das crianças e

compreender o jogo e a brincadeira como recurso pedagógico. Os professores

devem acreditar na capacidade dos jogos e das brincadeiras, tendo a criança, como

28

ser ativo, pensante e participante, que aprecia as novidades e também aprende

brincando. Isso foi dito porque muitos professores não concordam que essa

metodologia de aprendizado funcione.

Dessa forma, jogo é essencial na vida da criança, pois se constitui em

expressão e condição para o desenvolvimento infantil. Quando a criança joga, ela

assimila e pode transformar a realidade em que vive. MOYLES (2006), afirma que o

brincar promove grandes possibilidades de aprendizagem na criança, com as quais

suscita o sentimento de satisfação e tornando-a mais clara. O professor deve

proporcionar situações e brincadeiras de modo livre e dirigido, que tendem a atender

as necessidades de aprendizagem das crianças. De forma que as ações e

atividades lúdicas são iniciadas e mediadas pelo educador. O brincar é fundamental

e característico na faixa etária dos dois aos seis anos de idade. Desde o período de

recém-nascido, a adaptação da criança ao mundo exterior se faz primeiro pelas suas

ações reflexivas, que darão início a esquemas sensório motores fundamentais para

o desenvolvimento do jogo na vida do ser humano.

2.6 O DESENVOLVIMENTO AFETIVO ATRAVÉS DO BRINCAR

Desde que a criança nasce conforme VYGOTSKY (2007), o ambiente

precisa satisfazer suas necessidades básicas de afeto, apego, segurança, disciplina

e comunicação, visto que é nele que se estrutura a mais importante forma de

aprendizagem: a de estabelecer vínculos, isto é, a capacidade de se relacionar, haja

vista que o ser humano é um ser social.

Através do desenvolvimento e interação da criança com o meio e com o

grupo social ao qual pertence, segundo WAJSKOP (2007), são desenvolvidas a sua

identidade, o seu valor, a auto-imagem positiva, e sua personalidade. A afetividade

é bastante relevante no processo de construção do conhecimento, pois, por meio

dela, a criança pode ser influenciada na escolha de seus objetivos. Alguns dos

afetos mais comuns na vida da criança como: medo, agressividade, amor, ódio,

insegurança, tensão, podem ser um canal, para que o professor encaminhe a

criança em seu processo de desenvolvimento. A motivação também é um fator muito

importante na vida da criança. Se ela for motivada sempre que estiver produzindo

algo, tanto na escola como em casa, se ela for motivada pelos professores,

29

funcionários da escola, pais, irmãos, ela terá um rendimento muito mais significativo

e vai se esforçar para se desenvolver em atividades mais complexas. Por outro lado,

se a criança estiver passando por problemas familiares ou outras perturbações, ela

sofrerá um bloqueio geral na sua vida e isso afetará seu desenvolvimento e

rendimento escolar.

FRIEDMANN (2006, p.68), afirma que:

A oportunidade de a criança expressar seus afetos e emoções através do brincar só é possível num ambiente e espaço que facilitem a expressão. A tarefa de criar essas condições, no entanto, é de professor. Depois da necessidade de afeto, de ser aceita, nenhuma outra é tão intensa, na criança, como a necessidade do jogo. Através dele, desenvolvem-se a espontaneidade, a inteligência, a linguagem, a coordenação, o autocontrole, o prazer de realizar algo, a autoconfiança. O jogo pode ser um caminho interessante para a criança experimentar, organizar suas experiências, estruturar a inteligência para construir, aos poucos, a sua personalidade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfim a importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e

brincadeiras na prática pedagógica pré-escolar é uma realidade que se impõe ao

professor. Brinquedos não devem ser explorados só como lazer, mas também como

elementos bastante enriquecedores para promover a aprendizagem. Os professores

precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes

contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender a pensar, para o

desenvolvimento motor e sócio-afetivo onde brincar na educação infantil é o

processo fundamental do ensino, com a metodologia adequada usada neste,

desenvolvemos fatos, criamos situações, exigimos e conseguimos interagir com o

meio que vivemos,é lindo ver que cada criança tem o seu jeito de aprender, de soltar

sua imaginação.

Os jogos e brincadeiras, enquanto recurso pedagógico na aprendizagem

deve ser encarado de forma séria, competente e responsável, tanto para

educadores em trabalhos escolares, quanto para psicopedagogos nas intervenções

de problemas de aprendizagem. Usado de maneira correta, poderá oportunizar ao

educador e ao educando, importantes momentos de aprendizagens em múltiplos

aspectos. Na visão da psicopedagogia a importância na aprendizagem, o lúdico vem

favorecendo de forma eficaz o pleno desenvolvimento das potencias criativas das

crianças, cabendo ao profissional intervir de forma adequada, sem atrapalhar a

criatividade da criança. Respeitando o desenvolvimento do processo lúdico, o

psicopedagogo poderá desenvolver novas habilidades no repertório da

aprendizagem e na prevenção e intervenção de futuros problemas de aprendizagem

infantil.

Durante a brincadeira, a criança estabelece decisões, resolve seus conflitos,

vence desafios, descobre novas alternativas e cria novas possibilidades de

invenções.O jogo passa a ter mais significado quando o professor proporciona um

trabalho coletivo de cooperação e socialização.

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