alcorÃo sagrado -...

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ALCORÃO SAGRADO http://www.coran.org.ar/portuges/Indices/indicesuras.htm EM NOME DE ALAH, O CLEMENTE, O MISERICORDIOSO INTRODUÇÃO ouvado seja Alah, Senhor do Universo, e que a paz e a misericórdia este- jam com o Mensageiro e toda a sua estirpe, seus companheiros e seus seguidores! O Alcorão é a palavra de Alah, revelada a Mohammad, desde a Surata da Abertura até a Surata dos Humanos, constituindo o derradeiro dos livros revelados à humanidade. Ele encerra, em sua totalidade, diversificadas nuanças, tais como: a felicidade, a reforma entre os homens, a concórdia no presente e no fu- turo; ele foi revelado, versículo por versículo, surata por surata, de acordo com as situações e os acontecimentos, no decorrer dos vente e três últimos anos da vida do Profeta Mohammad. Uma parte foi revelada antes da Hégira, em Makka, e outra de- pois, em Madina. Os versículos e as suratas revelados em Makka abrangem as normas da crença em Alah, em Seus Anjos, em Seus Livros, em Seus mensageiros e no Dia do Juízo Final. Os versículos e as suratas revelados em Madina dizem res- peito aos rituais e à jurisprudência. Nele há narrativas sobre os nossos antecessores e sobre os nossos sucessores, e é um árbitro entre nós. Há narrativas de povos anteriores, de séculos passados; há L

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ALCORO SAGRADO http://www.coran.org.ar/portuges/Indices/indicesuras.htm

EM NOME DE ALAH,

O CLEMENTE, O MISERICORDIOSO

INTRODUO

ouvado seja Alah, Senhor do Universo, e que a paz e a misericrdia este-jam com o Mensageiro e toda a sua estirpe, seus companheiros e seus seguidores!

O Alcoro a palavra de Alah, revelada a Mohammad, desde a Surata da Abertura at a Surata dos Humanos, constituindo o derradeiro dos livros

revelados humanidade. Ele encerra, em sua totalidade, diversificadas nuanas, tais como: a felicidade, a reforma entre os homens, a concrdia no presente e no fu-turo; ele foi revelado, versculo por versculo, surata por surata, de acordo com as situaes e os acontecimentos, no decorrer dos vente e trs ltimos anos da vida do Profeta Mohammad. Uma parte foi revelada antes da Hgira, em Makka, e outra de-pois, em Madina. Os versculos e as suratas revelados em Makka abrangem as normas da crena em Alah, em Seus Anjos, em Seus Livros, em Seus mensageiros e no Dia do Juzo Final. Os versculos e as suratas revelados em Madina dizem res-peito aos rituais e jurisprudncia.

Nele h narrativas sobre os nossos antecessores e sobre os nossos sucessores, e um rbitro entre ns. H narrativas de povos anteriores, de sculos passados; h

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histrias dos profetas, dos Mensageiros, dos povos, dos grupos, das pessoas, dos acontecimentos e do desenrolar da histria da civilizao; nele h explicaes e e-xemplos para aqueles que por ele queiram pautar suas vidas, e exortao para quem tem corao e est disposto a aceit-la, e a prestar testemunho. Ele revela a Lei imutvel de Alah, quer seja na perdio dos extraviados, quer seja na salvao dos encaminhados. Ele ensina que o mundo dos homens, no decorrer dos sculos, s benfico com a religio de Alah; que a humanidade, o que quer que faa, no alcanar a almejada felicidade se no se iluminar, guiando-se com a Mensagem Divina.

Nele h revelaes do futuro sobre o dia da Ressurreio, sobre a vida futura, no dia em que os homens se congregaro junto ao Senhor do Universo. "Aquele que fizer um bem, quer seja do peso de um tomo., v-lo-; e aquele que fizer um mal, quer seja do peso de um tomo, v-lo-."(99 Surata, versculos 7 e 8)

Nele h o julgamento dos problemas e das questes onde premente uma explica-o e uma diretriz do caminho a seguir, no que diz respeito s questes da crena e do pensamento, do carter e do comportamento, das relaes econmicas, dos ra-mos doutrinrios, dos julgamentos pessoais ou no: " humanos, j vos chegou uma prova convincente de vosso Senhor e vos enviamos uma translcida Luz."(4 Surata, versculo 174) "Recorda-lhes o dia em que faremos surgir uma testemunha de cada povo para testemunhar contra os seus, e te apresentaremos por testemu-nha contra os teus. Temos-te revelado, pois, o Livro que uma explanao de tudo, guia, misericrdia e auspcio para os muulmanos."(16 Surata, versculo 89) No h lei religiosa ou um problema, no que diz respeito ao mundo e vida dos homens, que no tenha nele uma soluo; ele um auxlio ao inesgotvel, guia, explicao e orientao para todos, quer seja em partes ou no todo: "J vos chegou de Alah uma Luz e um Livro Lcido."(5 Surata, versculo 15)

Sim, este fabuloso Alcoro a luz orientadora para a humanidade. Ele arrancou-a das trevas e transportou-a para luz, para a verdade e para a verdadeira senda. Foi o ponto de transformao na sua longa histria, tirando-a da vida atroz de corrupo e levando-a para a vida de liberdade, de religio e de orientao, e instituiu, no mundo todo, o direito e a compreenso, elevando a humanidade do mais baixo degrau os pncaros da perfeio, de maneira sobranceira.

As evidncias e os significados que o Alcoro abrange, j citados, s podem ser en-tendidos atravs de explicaes do texto alcornico e de seus versculos. Tal expli-cao uma pesquisa sobre a vontade de Alah, sobre o conhecimento dessa vonta-de atravs de Suas palavras no Alcoro, de acordo com a capacidade humana. A cincia da exegese nasceu dbil e cresceu paulatinamente at alcanar a maturida-de, e seguir formidavelmente neste diapaso que conhecemos hoje. Na poca da revelao do Alcoro, enquanto o Profeta vivia, no havia necessidade para a expli-cao dos versculos, nem a regulamentao dessa cincia, porque o texto, na sua totalidade, era claro, compreensvel para o Profeta e seus Companheiros. Apesar disso, o Profeta explicava alguns versculos e algumas pronncias que podiam cau-sar ambigidades; tambm os Companheiros do Profeta e alguns adeptos assim o fizeram. Isto porque poderia haver m interpretao, quaisquer que fossem as ra-zes que teriam de se desenrolar na alvorada de um povo progressista, em forma-o, que iria se expandir atravs de conquistas, enriquecendo sua existncia com acontecimentos histricos, discusses doutrinrias e pesquisas em jurisprudncia e poltica.

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O Alcoro era e continua sendo o centro da cultura islmica, dos movimentos filos-ficos e de todas as suas atividades intelectuais; seus versculos estimulam a nele pensarmos. Disse o Altssimo: "Eis o Livro que te revelamos, para que os sensatos recordem seus versculos e neles meditem."(38 Surata, versculo 29) Disse mais: "No meditam, acaso, no Alcoro? Se fosse de outra origem que no de Alah, have-ria nele muitas discrepncias."(4 Surata, versculo 82) E disse ainda: "No meditam, acaso, no Alcoro, ou que seus coraes so insensveis?"(47 Surata, versculo 24.)

Sua explicao nada mais do que o resultado de meditao e de deliberao. O ponto de vista dos doutos na matria, bem como seus mtodos, so diversificados. Alguns, levados pela simpatia doutrinria, apegaram-se explicao dos versculos, nesse sentido. Outros, levados pela simpatia lingstica, eloqente, estilstica e lite-rria, enredaram-se tambm, nesse particular; o mesmo aconteceu com os simpati-zantes da jurisprudncia. Outros, ainda, apegaram-se explicao das narrativas. Nesse particular, houve aqueles que se prolongaram na explicao, at a prolixidade estafante, e outros restringiram-na sucintez chocante, e outros, ainda, quedaram-se no meio-termo. Deles, houve quem tendesse para a explicao pessoal, e outros ainda no estilo esdrxulo; outros em estilo claro. De tudo isso resultou uma grande riqueza cientfica e um movimento intelectual considervel, que elevam glorificam um povo que serve ao Livro de seu Senhor, quer seja em decor-lo, preserv-lo explic-lo, quer seja em examin-lo, elev-lo e consagr-lo ao longo de catorze sculos, que sero seguidos por muitos outros, at que tudo que h no universo comparea pe-rante o Criador: "Ns revelamos a Mensagem e somos Seu Preservador"(15 Sura-ta, versculo 9) "Este o Livro (o Alcoro) veraz por excelncia. A falsidade no se aproxima dele nem pela frente, nem por trs, porque a revelao do Prudente, Laudabilssimo."(41 Surata, versculo 41-42)

Todas as importantes religies do mundo so baseadas nos seus Livros Sagrados, os quais so freqentemente atribudos a revelaes divinas. Seria pattico se, por algum infortnio, uma delas viesse a perder o texto original da revelao; a substitui-o jamais poderia estar em inteira conformidade com o que fora perdido. Os br-manes, os budistas, os judeus, os masdestas e os cristos podem comparar o m-todo empregado para a preservao dos ensinamentos bsicos de suas respectivas religies com o mtodo dos muulmanos. Quem lhes escreveu os livros? Quem lhos transmitiu de gerao a gerao? Ser a transmisso provinda de textos originais ou apenas traduo? No haveriam as guerras fratricidas causado dano s cpias dos textos? No haver contradies internas ou lacunas cujas referencias so encon-tradas em outro lugar? Estas so algumas das questes que podero ser aventadas, e isso requer respostas satisfatrias.

No tempo em que emergiam o que ns chamamos de as Grandes Religies, os ho-mens no apenas confiaram em suas memrias, mas tambm inventaram a arte de escrever, para preservarem sues pensamentos, assinalando, de modo mais premen-te do que fariam as memrias individuais dos serres humanos que,, afinal de contas, tm um limitado ciclo de vida.

Mesmo assim, nenhum destes dois meios infalvel quando tomados separadamen-te. uma questo de experincia cotidiana o ato de que, quando se escreve algo e ento se o revisa, encontram-se mais ou menos erros inadvertidos, omisso de le-tras ou mesmo de palavras, repetio de relatos, uso de palavras contrrias quelas pretendidas, erros gramaticais etc., sem falar nas mudanas de opinio do escritor,

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que tambm corrige seu estilo, seus pensamentos, seus argumentos e, s vezes, reescreve todo o documento. O mesmo acontece quanto faculdade da memria. Aqueles que tm obrigao ou habilidade em aprender de cor algum texto, para reci-t-lo mais tarde, especialmente quando isso envolve longussimas passagens, sa-bem que s vezes suas memrias falham durante a recitao: pulam passagens, misturam umas com as outras, ou no se lembram de toda a seqncia; s vezes o texto correto permanece na subconscincia e relembrado no ltimo momento, ou no rebuscamento da memria por indicao de outrem, ou ao ser consultado o texto em documento escrito.

O Profeta do Islam, Mohammad, de memria privilegiada, empregava ambos os m-todos simultaneamente, um ajudando o outro, reforando a integridade do texto e diminuindo ao mnimo as possibilidades de erro.

Os ensinamentos islmicos so baseados no que o Profeta Mohammad disse ou fez. Ele prprio ditou certos textos a seus escribas, o que chamamos de Alcoro; outros textos foram compilados por seus companheiros, na maioria das vezes por iniciativa prpria; e a esses escritos chamamos de Tradio.

A palavra Alcoro literalmente significa "leitura por excelncia" ou "recitao". En-quanto o ditava a seus Companheiros, o Profeta lhes assegurava que era a Revela-o Divina que ele havia recebido. Ele no ditou tudo de uma s vez: as revelaes chegavam-lhe em fragmentos, de tempos em tempos. To logo ele recebia uma, costumava comunic-la a seus companheiros e pedir-lhes no somente que a pren-dessem de cor para que a recitassem durante a prtica das oraes -, mas tam-bm que a escrevessem e que multiplicassem as cpias. Em tais ocasies, ele indi-cava o lugar preciso da nova revelao no texto; no era dele a compilao cronol-gica. No de admirar a precauo e o cuidado tomados para a preciso, levando-se em considerao o padro da cultura dos rabes daquele tempo.

razovel acreditarmos que as primeirssimas revelaes recebidas pelo Profeta no foram imediatamente submetidas escrita, pela simples razo de que no havi-a, ainda, companheiro algum ou aderentes. Estas primeiras partes no eram nem longas, nem numerosas. No havia risco de que o Profeta pudesse esquec-las, umas vez que ele as recitava freqentemente em suas oraes e em conversar pro-selticas.

Alguns fatos da histria do-nos a idia do que aconteceu. mar Ibn al Khattab considerado a quadragsima pessoa a abraar o Islam. Isso se refere ao ano quinto da Misso (oito antes da Hgira). Mesmo em uma data primordial existiam cpias escritas de certas suratas do Alcoro e, como Ibn Hicham relata, foi devido ao pro-fundo efeito produzido pela leitura acurada de alguns versculos da vigsima Surata que mar abraou o Islam. No sabemos precisamente o tempo em que a prtica de escrever o Alcoro comeou; contudo, h informaes precisas de que durante os remanescentes dezoito anos da vida do Profeta, o nmeros dos muulmanos, como tambm das cpias do texto Sagrado, continuou aumentando dia a dia. Como o Profeta recebia as revelaes em fragmentos, era natural que o texto revelado se referisse aos problemas do dia. Se acontecesse um de seus companheiros morrer, a revelao consistiria em promulgar a lei da herana; no seria de lei penal, tratando de roubo, por exemplo, a ser revelada no momento. As revelaes continuaram du-rante a inteira vida missionria de Mohammad, treze anos em Makka e dez em Ma-

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dina. Uma revelao consistia s vezes de uma inteira Surata, curta ou longa, e s vezes de apenas uns poucos versculos.

A natureza das revelaes impunha ao Profeta repeti-las constantemente em suas recitaes, e revisar continuamente a forma que as colees dos fragmentos teria que tomar. Todos os doutos afirmam, com autoridade, que o Profeta recitava todos os anos, no ms de Ramadan, perante o anjo Gabriel, aparte do Alcoro at ento revelada, e que no ltimo ano de sua vida Gabriel pediu-lhe que o recitasse inteiro duas vezes. O Profeta concluiu, desde ento, que iria, em breve, despedir-se da vi-da. O Profeta costumava revisar, nos meses do jejum, os versculos e as suratas, e coloc-las em sua seqncia adequada. Isto era necessrio por causa da continui-dade das novas revelaes. tambm sabido que o Profeta tinha o hbito de cele-brar uma prtica adicional de orao durante os meses do jejum, todas as noites, s vezes mesmo em congregao, na qual ele recitava o Alcoro do princpio ao fim, tarefa esta que era completada ao cabo de um ms. Esta prtica, chamada de Ta-rawih, continua a ser observada com grande devoo at estes nossos dias.

Quando o Profeta deu seu ltimo suspiro, uma rebelio estava tomando vulto em certas partes do pas. Tentando debel-la, vrias pessoas que conheciam o Alcoro de cor tombaram. O Califa Abu Bakr sentiu a urgncia da codificao do Alcoro, e a tarefa foi cumprida um ms depois da morte do Profeta.

Durante seus ltimos anos de vida, o Profeta costumava usar Zaid Ibn Sbet como principal amanuense, para tomar em ditado as revelaes recentemente recebidas. Abu Bakr encarregou a mesma pessoa da tarefa de preparao de uma cpia condi-zente de todo o texto, em forma de livro. Havia ento em Madina vrios Huffaz (a-queles que sabiam todo o Alcoro de cor), e Zaid era um deles. Sob a direo do Califa, Zaid transcreveu o texto escrito em pergaminhos ou pedaos de couro, nas omoplatas das reses, nos ossos, nas pedras polidas e mesmo em pedaos de por-celana.

A cpia condizente, assim preparada, foi chamada de Musshaf (encadernao). Esta foi conservada sob a prpria custdia do Califa Abu Bakr e, depois dele, por seu su-cessor, mar Ibn al Khattab. Nesse meio tempo o estudo do Alcoro foi encorajado em toda parte do Imprio Muulmano. O Califa mar sentiu a necessidade de enviar cpias do texto autntico aos centros provincianos a fim de evitar as divergncias; mas foi deixado a seu sucessor, Otman, continuar com a tarefa. Um de seus coman-dantes, Huzaifa Aliaman, havendo voltado de uma viagem pelas vastas terras con-quistadas pelos muulmanos, relatou que havia encontrado divergentes cpias do Alcoro e que havia, s vezes, desentendimento entre os diferentes mestres do Li-vro, concernente a isso. Otman fez imediatamente com que a cpia preparada para Abu Bakr fosse confiada a uma comisso presidida pelo acima mensionado Zaid Ibn Sbet, para a reproduo de sete cpias; ele autorizou-lhes a reviso da pronncia, se necessrio. Quando a tarefa foi concluda, o Califa efetuou uma recitao pblica da nova edio perante os doutos presentes na capital, perante os companheiros do Profeta, e ento enviou estas cpias aos diferentes centros do vasto mundo islmi-co, ordenando que dali por diante todas as cpias fossem baseadas na edio au-tntica. Ele ordenou a destruio das cpias que, de algum modo, se desviassem do texto assim oficialmente estabelecido.

concebvel que as grandes conquistas militares dos primeiros muulmanos indu-zissem alguns espritos hipcritas a proclamarem sua impulsiva converso ao Islam

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por motivos materiais, e para tentar danific-lo de maneira clandestina. Eles fabrica-ram verses do Alcoro com interpolaes. As "lgrimas de crocodilo", que foram derramadas pela destruio das cpias no autenticadas do Alcoro, por ordem do Califa Otman, somente poderiam Ter sido de tais hipcritas. sabido que o Profeta s vezes ab-rogava certos versculos que haviam sido comunicados previamente ao povo, e isso era feito para fortificar as novas Revelaes Divinas. Houve Compa-nheiros que aprenderam a primeira verso, sem contudo estarem cientes das lti-mas modificaes, tanto por causa da morte do Profeta como por suas residncias fora de Madina. Estes devem Ter deixado cpias a seus descendentes, as quais, embora autnticas, estavam ultrapassadas. Ainda, alguns muulmanos tinham o h-bito de pedir ao Profeta que explicasse certos termos empregados no texto sagrado e anotar tais explicaes nas margens de suas cpias do Alcoro, a fim de no es-quecerem delas. As cpias feitas mais tarde, com base nesses textos anotados, causariam s vezes confuses na questo do texto e do glossrio. A despeito da or-dem do Califa Otman, para que se destrussem os textos inexatos, existia, nos scu-los III e IV da Hgira, assunto bastante para a compilao de volumosas obras, constituindo as "variaes do Alcoro". Estas chegaram at ns, mas um apurado estudo mostra-nos que tais variantes eram arbica, que no possua vogais, nem se podia distinguir entre as letras semelhantes, nem davam idia das mesmas, sendo meros pontos, como feito agora. Alm disso existiam diferentes dialetos em dife-rentes regies, e o Profeta havia permitido aos muulmanos de tais regies recita-rem de acordo com suas algaravias, e mesmo substituir as palavras que estavam alm de sua argcia, por sinnimos que conhecessem melhor. Esta foi uma medida imergente de graa e clemncia. No tempo do Califa Otman, contudo, a instruo pblica havia-se desenvolvido suficientemente, e fez-se necessrio que aquelas concesses no fossem mais toleradas, pois o Texto Sagrado seria afetado e as va-riantes da leitura se radicariam.

As cpias do Alcoro enviadas por Otman aos chefes das provncias gradualmente desapareceram nos sculos subseqentes; apenas uma delas, que presentemente se encontra em Tashkent, chegou at ns. O governo czarista da Rssia havia pu-blicado em uma reproduo fac-smile; constata-se haver uma completa identidade entre essa cpia e o texto em uso noutras ocasies. A mesma cpia fiel do ma-nuscrito existente do Alcoro, tanto completo como fragmentado, datando do primei-ro sculo da Hgira.

O Alcoro dirigido a toda humanidade, sem distino de raa, cor, religio ou tem-po. Ainda mais, ele procura guiar a humanidade em todas as sendas da vida: espiri-tuais, materiais, individuais e coletivas. Ele contm diretrizes para a conduta do che-fe do Estado, bem como do homem comum; do rico, bem como do pobre; diretrizes para a paz, bem como para a guerra; tanto para a cultura espiritual como para o co-mrcio e bem-estar material. O Alcoro busca principalmente desenvolver a perso-nalidade do indivduo: Cada ser ser pessoalmente responsvel perante seu Cria-dor. Para tal propsito, o Alcoro no somente fornece ordens, porm tenta ainda convencer. Ele apela para a razo do homem e relata histrias, parbolas e metfo-ras. Descreve os atributos de Alah, que Um, Criador de tudo, Onisciente, Onipo-tente, Ressuscitador dos mortos e Observador de nosso comportamento terreno; Justo, Clemente.(vide nota da 7 Surata, versculo 180) O Alcoro indica ainda o modo de aprazermos a Alah, apontando quais as melhores oraes, quais os deve-res do homem com respeito a Ele, a seus semelhantes e a seu prprio ser; ele d destaque ao fato de que no nos pertencemos, outrossim, pertencemos a Alah. O Alcoro fala das melhores normas relacionadas com a vida social, comercial, matri-

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monial, com a herana, com o direito penal, com o direito internacional, e assim por diante. Todavia, o Alcoro no um livro, no senso comum; a coleo das pala-vras de Alah, reveladas de tempos em tempos, durante vinte e trs anos, a Seu Mensageiro, escolhido entre os seres humanos. O Soberano d Suas instrues a Seu vassalo; portanto, h certas nuanas compreendidas e implcitas; h repeties, e mesmo mudanas nas formas de expresso. Deste modo, Alah fala s vezes na primeira pessoa e s vezes na terceira. Ele diz "Eu", bem como "Ns" e "Ele", po-rm, jamais "Eles". uma coleo de revelaes enviadas de ocasies em ocasi-es; e devemos, por isso, l-lo mais e mais, a fim de melhor aquilatarmos os seus significados. Ele possui diretrizes para todos, em todos os lugares e para todos os tempos.

O estilo e a dico do Alcoro so magnficos e apropriados para a sua qualidade Divina. Sua recitao comove o esprito at daqueles que apenas o ouvem sem en-tend-lo. Com o passar do tempo, o Alcoro tem, em virtude de sua reivindicao de origem divina, desafiado a todos a criarem, conjuntamente, mesmo uns poucos ver-sculos iguais aos que ele contm. Tal desafio porm tem permanecido sem respos-ta at os nossos dias.

H algumas diferenas intrnsecas entre o Alcoro e os livros precedentes. Tais dife-renas podem ser sucintamente estipuladas, como segue:

1. Os textos originais da maior parte dos primitivos Livros Divinos foram em sua qua-se totalidade perdidos, sendo que somente as suas tradues existem hoje. O Alco-ro, por outro lado, existe hoje exatamente como foi revelado ao Profeta; nem uma palavra mais ainda, nem uma letra sequer foi trocada. Encontra-se disposio, em seu texto original, fazendo com que a Palavra de Alah seja preservada agora, bem como por todo o porvir.

2. Nos primitivos Livros Divinos os homens mesclaram suas palavras com as pala-vras de Alah; porm, no Alcoro encontra-se to-somente as palavras de Alah em suas prstinas purezas. Isto admitido, mesmo pelos oponentes ao Islam.

3. No se pode dizer, com base na autntica evidncia histrica, em relao a ne-nhum outro Livro Sagrado possudo por diferentes povos, que ele realmente perten-ce ao mesmo profeta a quem atribudo. No caso de alguns deles, mesmo isto no sabido. Em que poca e a que profeta eles foram revelados? Quanto ao Alcoro, as evidncias que existem de que foi revelado a Mohammad so to vultosas, to convincentes, to slidas e completivas, que mesmo o mais ferrenho crtico do Islam no pode lanar dvidas sobre isso. Tais evidncias so to vastas e detalhadas, que sobre muitos versculos do Alcoro, mesmo a ocasio e o local de suas revela-es, podem ser conhecidos com exatido.

4. Os primitivos Livros Divinos foram revelados em lnguas que esto mortas desde h muito tempo. Na era presente, nao ou comunidade alguma fala tais lnguas e h apenas umas poucas pessoas que se jactam de compreend-las. Destarte, mesmo que tais Livros existissem hoje em suas formas originais e inadulteradas, se-ria virtualmente impossvel, em nossa era, compreender e interpretar corretamente suas injunes, bem como p-las em prtica em sua forma requerida. A lngua do Alcoro, por outro lado, uma lngua viva; milhes de pessoas falam-na e outro tan-to a compreende. Ela est sendo ensinada e aprendida em quase todas as universi-dades do mundo; todas as pessoas podem aprend-la, e aquele que no tem tempo

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para isso pode, em qualquer parte, deparar com quem conhea a lngua, que lhe explique o significado do Alcoro.

5. Cada um dos Livros Sagrados existentes, encontrados entre as diferentes naes do mundo, foi dirigido a um povo em particular. Cada um deles contm um nmero de ditames que parece Ter sido dirigido a um perodo da histria em particular e que supria to-somente as necessidades daquela era. Tais necessidades no so vli-das hoje, nem tampouco podem ser aplainadas e propiciamente vertidas para a pr-tica. Depreende-se disto que tais livros eram dirigidos queles povos em particular e nenhum deles para o mundo. Ademais, eles no foram revelados para serem segui-dos permanentemente, mesmo pelo povo para o qual foram revelados; restringiam-se a influenciar somente sobre um certo perodo. Em contraste a isso, o Alcoro dirigido a toda humanidade; no se pode suspeitar que injuno alguma tenha sido dirigida a um povo em especial. Do mesmo modo, todos os ditames e injunes no Alcoro so os mesmos que podem ser aplicados em todos os lugares e em todas as pocas. Este fato vem provar que o Alcoro dirigido ao mundo inteiro, constitu-indo-se em eterno cdigo para a vida humana.

6. No h negar o fato de que os precedentes Livros Divinos cultuavam o bem e a virtude, ensinavam tambm os princpios da moralidade e da veracidade, e apresen-tavam uma maneira de viver consentnea com a vontade de Alah. Contudo, nenhum deles era suficientemente compreensivo para englobar tudo quanto fosse necessrio para uma vida humana virtuosa, sem nada suprfluo, sem nada carente. Alguns de-les excediam em um aspecto, alguns em outros. o Alcoro, e to-somente o Alco-ro, que cultua no apenas tudo o que havia de magnfico nos livros precedentes, porm, ainda, aperfeioa os desgnios de Alah e os apresenta em sua totalidade, de-lineando uma norma de vida que compreende tudo o que necessrio para o ho-mem nesta terra.

Os pensamentos se renovam e as culturas se proliferam; a vida evolui e a colheita intelectual da humanidade aumenta a cada dia, e quanto mais a humanidade evolui, mais unida e mais mesclada fica. Os veculos de comunicao em muito ajudam nis-so, como se quisessem corroborar as palavras do Alcoro:

" humanos, em verdade, Ns vos criamos de macho e fmea e vos dividimos em povos e tribos para reconhecerdes uns aos outros."(49 Surata, versculo 13)

No que diz respeito traduo do Alcoro para outros idiomas, dando oportunidade a que outros povos, na pluralidade de suas lnguas e cores, possam conhecer a Mensagem de Mohammad, os doutos na matria dizem: "a Mensagem de Moham-mad para a humanidade em geral, e, sendo ele rabe, essa mensagem pode al-canar os no-rabes, atravs de tradues que substituiro o original. Todavia, de-ve ser uma traduo impecvel, correta, concordante, para que se possa coibir a tra-jetria de muitas tradues incorretas e preambuladas de fbulas irreais".

Como o Livro de Alah um mar sem porto, com profundeza ignorada, esforamo-nos em Ter como base para a nossa verso uma explicao em estilo contempor-neo, fcil, simples, clara, solerte, sucinta, livre das divergncias doutrinrias, dos a-paratos artsticos, dos prembulos e dos problemas lingsticos, para que isso nos facilitasse e auxiliasse de uma maneira satisfatria, a traduo.

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E foi a paixo pelo Islam, o grande desejo de lhe til ns que somos um de seus adeptos -, que nos levou a enfrentar a empresa de traduzir o Alcoro Sagrado. De-pois de muito trabalho, de muita perseverana, e de termos vencido o desnimo que chegou a nos invadir por dificuldades vrias, sai este, g raas ao Altssimo. Imbudo de fora de fora de vontade, seguimos avante, derrubando obstculos, vencendo etapas, auxiliado pela graa Divina. Para tanto, tivemos de recorrer vrias fontes, consultar vrias interpretaes, antigas e modernas. Estivemos trabalhando frente a obras como: "Ahcam al Coran" (As Mximas do Alcoro), de Abu Bakr ar Razi; "Ah-cam al Coran (As Mximas do Alcoro), de Abu Bakr al Arabi; "Muntakhab Ahcam al Coran" (Coletnea de Mximas do Alcoro), de Abu Abdullah al Kurtubi; "Ahcam al Coran ( As Mximas do Alcoro), de Abul Hassan at Tabari; "At Tafsir al Wdhih" (A Exegese Inteligvel), de Mohammad Mahmud Hijazi; "Al Coran al Mufassar" (O Alco-ro Explicado), de Mohammad Farid Wajdi; "Tafsir al Manar" (A Exegese da Luz), de Mohammad Rachid Rida; "Al Muntakhab fi Tafsir al Coran al Carim" ( O Seleto na Exegese do Sagrado Alcoro), publicado pelo Conselho Superior dos Assuntos Is-lmicos do Cairo; "The Holy Kuran" (O Alcoro Sagrado), traduo de Maulana Ab-dur-Rahim Tariq; "Safwat al Bayan li Maani al Coran (Gema do Discernimento das Exegeses do Alcoro), de Hassanain Mohammad Makhluf ; "The Meaning of the Glo-rius Koran" (O Alcoro Glorioso), uma traduo explanatria de Mohammad Marmu-duke Pickthall; "Al Mujan al Mufahrass li Alfaz al Coran al Carim" ( ndice dos ter-mos do Sagrado Alcoro), de Mohammad Fuad Abdel Baqui, "The Holy Koran, Translation and Commentary" ( O Alcoro Sagrado, Traduo e Comentrios), de A. Youssef Ali.

Na maioria dos casos seguimos as exegeses do Conselho Superior dos Assuntos Islmicos e do Professor Mohammad Mahmud Hijazi, por se situarem entre as que mais se coadunavam com os requisitos necessrios. Por fim, quando ainda na per-manncia de dvida a respeito do significado de algum termo, recorremos ajuda inestimvel de S. E. Dr. Abdalla Abdel Chakur Kamel, Diretor do Centro Islmico do Brasil e Coordenador dos Assuntos Islmicos da Amrica Latina, que muito nos auxi-liou neste sentido; a ele vo aqui nossos agradecimentos.

Queremos render os nossos mais sinceros agradecimentos ao Sr. Jorge Boucher, que lutou conosco, pesquisando, consultando, comparando e encontrando termos que ia ao encontro do sentido preciso, participando tambm conosco das cinco revi-ses que efetuamos dos originais. Finalmente, agradecemos a todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, participaram na compilao deste livro, desde datil-grafos, digitadores, at impressores.

O nosso muito obrigado a todos.

Samir El Hayek

So Paulo, 1415 H. 1994 d.C.

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NDICE N da Surata Nome Traduo

1 AL-FTIHA A Abertura

2 AL BCARA A Vaca

3 AL IMRAN A Famlia de Imran

4 AN NISS As Mulheres

5 AL MIDA A Mesa Servida

6 AL ANAM O Gado

7 AL ARAF Os Cimos

8 AL ANFAL Os Esplios

9 AT TAUBAH O Arrependimento

10 YUNIS Jonas

11 HUD Hud

12 YOUSSIF Jos

13 AR RAD O Trovo

14 IBRAHIM Abrao

15 AL HIJR Alhijr

16 AN NAHL As Abelhas

17 AL ISR A Viagem Noturna

18 AL CAHF A Caverna

19 MRIAM Maria

20 TAHA Taha

21 AL ANBIY Os Profetas

22 AL HAJJ A Peregrinao

23 AL MUMINUN Os Fiis

24 AN NUR A Luz

25 AL FURCAN O Discernimento

26 ACH CHUAR Os Poetas

27 AN NAML As Formigas

28 AL CASSAS As Narrativas

29 AL ANKABUT A Aranha

30 AR RUM Os Bizantinos

31 LUCMAN Lucman

32 AS SAJDA A Prostao

33 AL AHZB Os Partidos

34 SAB Sab

35 FTER O Criador

36 YA SIN Y Sin

37 AS SFAT Os Enfileirados

11

38 SAD A Letra Sad

39 AZ ZMAR Os Grupos

40 GHFER O Remissrio

41 FSSILAT Os Detalhados

42 AX XURA A Consulta

43 AZ ZKHRUF Os Ornamentos

44 AD DUKHAN A Fumaa

45 AL JSSIYA O Genuflexo

46 AL AHCAF As Dunas

47 MOHAMMAD Mohammad

48 AL FATH O Triunfo

49 AL HUJJURAT Os Aposentos

50 CAF A Letra Caf

51 AZ ZRIAT Os Ventos Disseminadores

52 AT TUR O Monte

53 AN NAJM A Estrela

54 AL CAMAR A Lua

55 AR RAHMAN O Clemente

56 AL WQUIA O Eventos Inevitvel

57 AL HADID O Ferro

58 AL MUJDALA A Discusso

59 AL HAXR O Desterro

60 AL MUMTAHANA A Examinada

61 AS SAF As Fileiras

62 AL JUMUA A Sexta-Feira

63 AL MUNFICUN Os Hipcritas

64 AT TAGHBUN As Defraudaes Recprocas

65 AT TALAC O Divrcio

66 AT TAHRIM As Proibies

67 AL MULK A Soberania

68 AL CALAM O Clamo

69 AL HCCA A Realidade

70 AL MAARIJ As Vias de Ascenso

71 NUH No

72 AL JIN Os Gnios

73 AL MUZAMIL O Acobertado

74 AL MUDASSIR O Emantado

75 AL QUIMA A Ressurreio

76 AL INSAN O Homem

77 AL MURSALAT Os Enviados

12

78 AN NABA A Notcia

79 AN NZIAT Os Arrebatadores

80 BAA O Austero

81 AT TAQIR O Enrolamento

82 AL INFITAR O Fendimento

83 AL MUTAFFIFIN Os Fraudadores

84 AL INXICAC A Fenda

85 AL BURUJ As Constelaes

86 AL TRIC O Visitante Noturno

87 AL ALA O Altssimo

88 AL GHXIYA O Evento Assolador

89 AL FAJR A Aurora

90 AL BALAD A Metrpole

91 AX XAMS O Sol

92 AL LAIL A Noite

93 ADH DHUH As Horas da Manh

94 AX XARH O Conforto

95 AT TIN O Figo

96 AL ALAC O Cogulo

97 AL CADR O Decreto

98 AL BAYINAT A Evidncia

99 AZ ZALZALA O Terremoto

100 AL ADYAT Os Corcis

101 AL CRIA A Calamidade

102 AT TACUR A Cobia

103 AL ASR A Era

104 AL HMAZA O Difamador

105 AL FIL O Elefante

106 CORAIX Os Coraixitas

107 AL MUN Os Obsquios

108 AL CAUAR A Abundncia

109 AL CFIRUN Os Incrdulos

110 AN NASR O Socorro

111 AL MASSAD O Esparto

112 AL IKHLSS A Unicidade

113 AL FALAC A Alvorada

114 AN NS Os Humanos

13

O SIGNIFICADO DOS VERSCULOS DO ALCORO SAGRADO

"AL-FTIHA"

(A ABERTURA) (1)

Revelada em Makka; 7 versculos

1 SURATA

1. Em nome de Alah, o Clemente, o Misericordioso.(2)

2. Louvado seja Alah, Senhor(3) do Universo,

3. Clemente, o Misericordioso,

4. Soberano do Dia do Juzo.

5. S a Ti adoramos e s de Ti imploramos ajuda!

6. Guia-nos senda reta,

7. senda dos que agraciaste, no dos abominados, nem dos extraviados(4).

14

"AL BCARA"

(A VACA)

Revelada em Madina, 286 versculos.

2 SURATA

Em nome de Alah, o Clemente, o Misericordioso.

1. Alef, Lam, Mim(5).

2. Eis o livro que indubitavelmente a orientao dos temente a Alah;

3. Que crem no incognoscvel, observam a orao e gastam daquilo com que os agraciamos;

4. Que crem no que te foi revelado ( Mohammad), no que foi revelado antes de ti e esto persuadidos da outra vida.

5. Estes possuem a orientao do seu Senhor e estes sero os bem-aventurados.

6. Quanto aos incrdulos, tento se lhes d que os admoestes ou no os admoes-tes; no crero.

7. Alah selou os seus coraes e os seus ouvidos; seus olhos esto velados e sofrero um severo castigo.

8. Entre os humanos h os que dizem: Cremos em Alah e no Dia do Juzo Final. Contudo, no so fiis(6).

9. Pretendem enganar Alah e os fiis, quando s enganam a si mesmos, sem se aperceberem disso.

10. Em seus coraes h morbidez, e Alah os aumentou em morbidez, e sofrero um castigo doloroso por suas mentiras.

11. Se lhes dito: No causeis corrupo na terra, afirmaram: Ao contrrio, somos conciliadores.

12. Acaso, no so eles os corruptores? Mas no o sentem.

13. Se lhes dito: Crede, como crem os demais humanos, dizem: Temos de crer como crem os nscios? Em verdade, eles sos os nscios, porm no o sa-bem.

14. Em quando se deparam com os fiis, asseveram: Cremos. Porm, quando a ss com os seus sedutores, dizem: Ns estamos convosco; apenas zombamos deles.

15

15. Mas Alah escarnecer deles e os abandonar, vacilantes, em suas transgres-ses.

16. So os que trocaram a orientao pelo extravio; mas tal troca no lhes trouxe proveito, nem foram iluminados.

17. Parecem-se com aqueles que fez arder um fogo; mas, quando este iluminou tudo que o rodeava, Alah extinguiu-lhes a luz, deixando-os sem ver, nas trevas.

18. So surdos, mudos, cegos e no se retraem (do erro).

19. Ou como (aquele que, surpreendidos por) nuvens do cu, carregadas de chu-va, causando trevas, troves e relmpagos, tapam os seus ouvidos com os dedos, devido aos estrondos, por temor morte; mas Alah est inteirado dos incrdulos.

20. Pouco falta para que o relmpago lhes ofusque a vista. Todas as vezes que brilha, andam merc do seu fulgor e, quando some, nas trevas se detm e, se Alah quisesse, priv-los-ia da audio e da viso, porque Onipotente.

21. humanos, adorai o vosso Senhor, Que vos criou, bem como aos vossos an-tepassados, qui assim tornar-vos-eis virtuosos(7).

22. Ele fez-vos da terra um leito, e do cu um teto, e envia do cu a gua, com a qual faz brotar os frutos para o vosso sustento. No atribuais rivais(8) a Alah, conscientemente.

23. E se tendes dvidas a respeito do que revelamos ao Nosso servo (Moham-mad), componde uma surata semelhante dele (o Alcoro), e apresentai as vossas testemunhas, independentemente de Alah, se estiverdes certos.

24. Porm, se no o dizerdes e certamente no podereis faz-lo temei, ento, o fogo infernal cujo combustvel sero os idlatras e os dolos; fogo que est preparado para os incrdulos.

25. Anuncia ( Mohammad) os fiis que praticam o bem que obtero jardins, abai-xo dos quais correm os rios. Toda vez que forem agraciados com os seus fru-tos, diro: Eis aqui o que nos fora concedido antes! Porm, s o ser na apa-rncia. Ali tero companheiros imaculados e ali moraro eternamente(9).

26. Alah no Se furta em exemplificar com um insignificante mosquito(10) ou com algo maior ou menor do que ele. E os fiis sabem que esta a verdade ema-nada de seu Senhor. Quanto aos incrdulos, asseveram: Que querer signifi-car Alah com tal exemplo? Com isso desvia muitos e encaminha muitos outros. Mas, com isso, s desvia os depravados.

27. Que violam o pacto com Alah, depois de o terem concludo; separam o que A-lah tem ordenado manter unido e fazem corrupo na terra. Estes sero des-venturados.

28. Como ousais negar a Alah, uma vez que reis inertes e Ele vos deu a vida, de-pois vos far morrer, depois vos ressuscitar e ento retornais a Ele?

16

29. Ele foi Quem vos criou tudo quando existe na terra; ento, dirigiu Sua vontade at o firmamento do qual fez, ordenadamente, sete cus, porque Onisciente.

30. (Recorda-te Profeta) de quando teu Senhor disse aos anjos: Vou instituir um legatrio na terra! Perguntaram-Lhe: Estabelecers nela quem al far corrup-o, derramando sangue, enquanto ns celebramos Teus louvores, glorifican-do-Te? Disse (o Senhor): Eu sei o que vs ignorais.

31. Ele ensinou a Ado todos os nomes e depois apresentou-os aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim e estiverdes certos(11).

32. Disseram: Glorificado sejas! No possumos mais conhecimentos alm do que Tu nos proporcionaste, porque somente Tu s Prudente, Sapientssimo.

33. Ele ordenou: Ado, revela-lhes os seus nomes. E quando ele lhes revelou os seus nomes, asseverou (Alah): No vos disse que conheo o mistrio dos cus e da terra, assim como o que manifestais e o que ocultais?

34. E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Ado! Todos se prostraram, exceto Lcifer(12) que, ensoberbecido, se negou, e incluiu-se entre os incrdu-los.

35. Determinamos: Ado, habita o Paraso(13) com a tua esposa e desfrutai dele com a prodigalidade que vos aprouver; porm, no vos aproximeis desta rvo-re, porque vos contareis entre os inquos.

36. Todavia, Sat os seduziu, fazendo com que sassem do estado (de felicidade) em que se encontravam. Ento dissemos: Descei!(14) Sereis inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residncia e gozo transitrios.

37. Ado obteve do seu Senhor algumas palavras de inspirao(15), e Ele o perdo-ou, porque o Remissrio, o Misericordioso.

38. E ordenamos: Descei todos aqui! Quando vos chegar de Mim a orientao, a-queles que seguirem a Minha(16) orientao no sero presas do temor, nem se atribularo.

39. Aqueles que descrerem e desmentirem os Nossos versculos sero os conde-nados ao inferno, onde permanecero eternamente.

40. israelitas, recordai-vos das Minhas mercs, com as quais vos agraciei. Cum-pri o vosso compromisso, que cumprirei o Meu compromisso, e temei somente a Mim.

41. E crede no que revelei, e que corrobora a revelao que vs tendes; no sejais os primeiros a neg-lo, nem negocieis as Minhas leis a vil preo, e temei a Mim, somente,

42. E no disfarceis a verdade com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.

43. Praticai a orao pagai o zakat(17) e genuflecti, juntamente com os que genu-flectem.

17

44. Ordenais, acaso, s pessoas a prtica do bem e esqueceis, vs mesmos, de faz-lo, apesar de lerdes o Livro? No raciocinais?

45. Amparai-vos na perseverana e na orao. Sabei que ela (a orao) carga pesada, salvo para os humildes,

46. Que sabem que encontraro o seu Senhor e a Ele retornaro.

47. Israelitas, recordai-vos das Minhas mercs, com as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos contemporneos.

48. E temei o dia em que nenhuma alma poder advogar por outra, nem lhe ser admitida intercesso alguma, nem lhe ser aceita compensao, nem ningum ser socorrido!

49. Recordai-vos de quando vos livramos do povo do Fara, que vos infligia o mais cruel castigo, degolando os vossos filhos e deixando com vida as vossas mu-lheres. Naquilo tivestes uma grande prova do vosso Senhor.

50. E de quando dividimos o mar e vos salvamos, e afogamos o povo do Fara, enquanto olhveis.

51. E de quando institumos o pacto das quarenta noites de Moiss(18) e que vs, em sua ausncia, adorastes do bezerro, condenando-vos.

52. Ento, indultamo-vos, depois disso, para que ficsseis agradecidos.

53. E de quando concedemos a Moiss o Livro e o Discernimento, para que vos orientsseis!

54. E de quando Moiss disse ao seu povo: povo meu, por certo que vos conde-nastes, ao adorardes o bezerro. Voltai, portanto, contritos, penitenciando-vos para o vosso Criador, e imolai-vos mutuamente(19). Isso ser prefervel, aos o-lhos do vosso Criador. Ele vos absolver, porque o Remissrio, o Misericor-dioso.

55. E de quando dissestes: Moiss, no creremos em ti at que vejamos Alah claramente! E a centelha vos fulminou, enquanto olhveis.

56. Ento, vos ressuscitamos, aps a vossa morte, para que assim, talvez, Nos agradecsseis.

57. E vos agraciamos, com as sombras das nuvens e vos enviamos o man(20) e as codornizes, dizendo-vos: Comei de todas as coisas boas com que vos agra-ciamos! (Porm, o desagradeceram) e, com isso, no Nos prejudicaram, mas prejudicaram a si mesmos.

58. E quando vos dissemos: Entrai nessa cidade(21) e comei com prodigalidade do que vos aprouver, mas entrai pela porta, prostrando-vos, e dizei: Remisso! Ento, perdoaremos as vossas faltas e aumentaremos a recompensa dos ben-feitores.

18

59. Os inquos permutaram as palavras por outras que no lhe haviam sido ditas, pelo que enviamos sobre eles um castigo do cu, por sua depravao.

60. E de quando Moiss Nos implorou gua para o seu povo, e lhe dissemos: Gol-peia a rocha com o teu cajado! E de pronto brotaram dela doze(22) mananciais, e cada grupo reconheceu o seu. Assim, comei e bebei da graa de Alah, e no cismeis na terra, causando corrupo.

61. E de quando dissestes: Moiss, jamais nos conformaremos com um s tipo de alimento! Roga ao teu Senhor que nos proporcione tudo quanto a terra pro-duz: suas hortalias, seus pepinos, seus alhos, suas lentilhas e suas cebolas! Perguntou-lhes: Quereis trocar o melhor pelo pior? Pois bem: Voltai para o Egi-to(23), onde terei que implorais! E foram condenados humilhao e indign-cia, e incorreram na abominao de Alah; isso, porque negaram os versculos os versculos de Alah e assassinaram injustamente os profetas. E tambm porque se rebelaram e foram agressores.

62. Os fiis, os judeus, os cristos, e os sabeus, enfim todos os que crem em A-lah, no Dia do Juzo Final, e praticam o bem, recebero a sua recompensa do seu Senhor e no sero presas do temor, nem se atribuiro.

63. E de quando exigimos o vosso compromisso e levantamos acima de vs o Monte(24), dizendo-vos: Apegai-vos com firmeza ao que vos concedemos e ob-servai-lhe o contedo, qui (Me) temais.

64. Apesar disso, recusaste-lo depois e, se no fosse pela graa de Alah e pela Sua misericrdia para convosco, contar-vos-eis entre os desventurados.

65. J sabeis o que ocorreu queles, dentre vs, que profanaram o sbado; a es-ses dissemos: "Sede smios desprezveis!"(25)

66. E disso fizemos um exemplo para os seus contemporneos e para os seus descendentes, e uma exortao para os tementes a Alah.

67. E de quando Moiss disse ao seu povo: Alah vos ordena sacrificar uma vaca. Disseram: Zombas, acaso, de ns? Respondeu: Guarda-me Alah de contar-me entre os insipientes!

68. Disseram: Roga ao teu Senhor para que nos indique como ela deve ser. Expli-cou-lhes: Ele afirma que h de ser uma vaca que no seja nem velha, nem no-va, de meia-idade. Fazei, pois, o que vos ordenado.

69. Disseram: Roga ao teu Senhor, para que nos indique a cor dela. Tornou a ex-plicar: Ele diz que tem de ser uma vaca de cor jalne que agrade os observado-res.

70. Disseram: Roga ao teu Senhor para que nos indique como deve ser, uma vez que todo bovino nos parece igual e, se a Alah aprouver, seremos guiados.

71. Disse-lhes: Ele diz que tem de ser uma vaca mansa, no treinada para labor da terra ou para rega dos campos; sem defeitos, sem manchas. Disseram: A-gora falaste a verdade. E a sacrificaram, ainda que pouco faltasse para que no o fizessem.

19

72. E de quando assassinastes um ser e disputastes a respeito disso; mas Alah revelou tudo quanto ocultveis.(26)

73. Ento ordenamos: Golpeai-o (o morto), com um pedao dela (rs sacrificada). Assim Alah ressuscita os mortos vos manifesta os seu sinais, para que racioci-neis.(27)

74. Apesar disso os vossos coraes se endurecem; so como as rochas, ou ain-da mais duros. De algumas rochas brotam rios e outras se fendem e delas ma-na a gua, e h ainda outras que desmoronam, por temor a Alah. Mas Alah no est desatento a tudo quanto fazeis.

75. Aspirais, acaso, a que os judeus creiam em vs, sendo que alguns deles escu-tavam as palavras de Alah e, depois de as terem compreendido, alteravam-nas conscientemente?

76. Quando se encontram(28) com os fiis, declaram: Cremos! Porm, quando se renem entre si, dizem: Relatar-lhes-eis o que Alah vos revelou para que, com isso, vos refutem perante o vosso Senhor? No raciocinais?

77. Ignoram, acaso, que Alah sabe tanto o que ocultam, como o que manifestam?

78. Entre eles h iletrados que no compreendem o Livro, a no ser segundo os seus desejos, e no fazem mais do que conjecturar.

79. Ai daqueles que copiam o Livro, (alterando-o) com as suas mos, e ento di-zem: Isto emana de Alah, para negoci-lo a vil preo. Ai deles, pelo que as su-as mos escreveram! E ai deles, pelo que lucraram!

80. E asseveram: O fogo no vos atormentar, seno por dias contados. Pergunta-lhes: Recebestes, acaso, de Alah um compromisso? Pois sabei que Alah ja-mais quebra o Seu compromisso. Ou dizeis de Alah o que ignorais?

81. Qual! Aqueles que lucram por meio de um mal e esto envolvidos por suas fal-tas sero os condenados ao inferno, no qual permanecero eternamente.

82. Os fiis, que praticam o bem, sero os diletos do Paraso, onde moraro eter-namente.

83. E de quando exigimos o compromisso dos israelitas(29), ordenando-lhes: No adoreis seno a Alah; tratai com benevolncia vossos pais e parentes, os r-fos e os necessitados; falai ao prximo com doura; observai a orao e pa-gai o zakat. Porm, vs renegastes desdenhosamente, salvo um pequeno n-mero entre vs.

84. E de quando exigimos nosso compromisso, ordenando-vos: No derrameis o vosso sangue, nem vos expulseis reciprocamente de vossas casas; logo o con-firmastes e testemunhastes.

85. No entanto, vede o que fazeis: estais vos matando; expulsais das vossas ca-sas alguns de vs, contra quem demonstrais injustia e transgresso; e quan-do os fazeis prisioneiros, pedis resgate por eles, apesar de saberdes que vos era proibido bani-los. Credes, acaso, em uma parte do Livro e negais a outra?

20

Aqueles que, dentre vs, tal cometem, no recebero, em troca, seno avilta-mento, na vida terrena e, no Dia da Ressurreio, sero submetidos ao mais severo dos castigo. E Alah no est desatento em relao a tudo quanto fa-zeis.

86. So aqueles que negociaram a vida futura pela vida terrena; a esses no lhes ser atenuado o castigo, nem sero socorridos.

87. Concedemos o Livro a Moiss, e depois dele enviamos muitos mensageiros, e concedemos a Jesus, filho de Maria, as evidncias, e o fortalecemos com o Esprito da Santidade(30). Cada vez que vos era apresentado um mensageiro, contrrio aos vossos interesses, vs vos ensoberbeceis! Desmenteis uns e assassinveis outros.

88. Disseram: Nossos coraes so insensveis!(31) Qual! Alah os amaldioou por sua incredulidade. Quo pouco acreditam!

89. Quando, da parte de Alah, lhes chegou um Livro (Alcoro), corroborante do seu apesar de antes terem implorado a vitria sobre os incrdulos quando lhes chegou o que sabiam, negaram-no. Que a maldio de Alah caia sobre os mpios!

90. A que vil preo se venderam, ao renegarem o que Alah tinha revelado! Fize-ram-no injustamente, inconformados de que Alah revelasse a Sua graa a quem Lhe aprouvesse, dentre os Seus servos. Assim, atraram sobre si abomi-nao aps abominao. Os incrdulos sofrero um castigo afrontoso.

91. Quando lhes dito: Crede no que Alah revelou! Dizem: Cremos no que nos foi revelado. E rejeitam o que est alm disso (Alcoro), embora seja a verdade corroborante da que j tinham. Dize-lhes: Por que, ento, assassinastes os profetas de Alah, se reis fiis?

92. J Moiss vos havia apresentado as evidncias e, em sua ausncia, adorastes o bezerro, condenando-vos.

93. E quando aceitamos o vosso compromisso e elevamos o Monte acima de vs, dizendo-vos: Recebei com firmeza tudo quanto vos concedermos e escutai!, disseram: J escutamos, porm nos rebelamos! E, por sua incredulidade, im-buram(32) os seus coraes com a adorao do bezerro. Dize-lhes: Quo de-testveis o que vossa crena vos inspira, se que sois fiis!

94. Dize-lhes: "Se a ltima morada, ao lado de Alah, exclusivamente vossa em detrimento dos demais, desejai ento a morte, se estiverdes certos."

95. Porm, jamais a desejariam, por causa do que cometeram as suas mos; e Deu bem conhece os inquos.

96. Tu os achars mais vidos de viver do que ningum, muito mais do que os id-latras, pois cada um deles desejaria viver mil anos; porm, ainda que vivessem tanto, isso no os livraria do castigo, porque Alah bem v tudo quanto fazem.

21

97. Dize-lhes Quem for inimigo(33) de Gabriel, saiba que ele, com o beneplcito de Alah, impregnou-te (o Alcoro) no corao, para corroborar o que foi revelado antes; orientao e alvssaras de boas novas para os fiis.

98. Quem for inimigo de Alah, de Seus anjos, dos Seus mensageiros, de Gabriel e de Miguel, saiba que Alah adversrio dos incrdulos.

99. Revelamos-te lcidos versculos e ningum ousar neg-los, seno os depra-vados.

100. Ser possvel que, cada vez que contraem um compromisso, haja entre eles um grupo que o quebre? Em verdade, a maioria no cr.

101. E quando lhes foi apresentado um Mensageiro (Mohammad) de Alah, que cor-roborou o que j possuam, alguns dos adeptos do Livro (os judeus) atiraram s costas o Livro de Alah, como se no o conhecessem.

102. E seguiram o que os demnios apregoavam, acerca do Reinado de Salomo. Porm, Salomo nunca foi incrdulo, outrossim foram os demnios que incor-reram na incredulidade. Ensinaram aos homens a magia e o que foi revelado aos dois anjos, Harut e Marut(34), na Babilnia. Ambos, a ningum instruram, se quem dissessem: Somos to somente uma prova; no vos torneis incrdu-los! Porm, os homens aprendiam de ambos como desunir o marido da sua esposa. Mas, com isso no podiam prejudicar ningum, a no ser com a anu-ncia de Alah. Os homens aprendiam o que lhes era prejudicial e no o que lhes era benfico, sabendo que aquele que assim agisse, jamais participaria da ventura da outra vida. A que vil preo se venderam! Se soubessem...

103. Todavia, se tivessem acreditado, e temido, teriam obtido a melhor recompensa de Alah. Se o soubessem!...

104. fiis, no digais (ao Profeta Mohammad): "Raina"(35), outrossim dizei: "Arzur-na" e escutai. Sabei que os incrdulos sofrero um doloroso castigo.

105. Aos incrdulos, dentre os adeptos do Livro, e aos idlatras, agradaria que no vos fosse enviada nenhuma merc do vosso Senhor; mas Alah outorga a Sua Clemncia exclusivamente a quem Lhe apraz, porque Agraciante por exce-lncia.

106. No ab-rogamos nenhum versculo(36), nem fazemos com que seja esquecido (por ti), sem substitu-lo por outro melhor ou semelhante. Ignoras, por acaso, que Alah Onipotente?

107. Porventura, no sabes que a Alah pertence o reino dos cus e da terra e que, alm de Alah, (vs) no tereis outro protetor, nem defensor?

108. Pretendeis interrogar o vosso Mensageiro, como anteriormente foi interrogado Moiss? (Sabei que) aquele que permuta a f pela incredulidade desvia-se da verdadeira senda.

109. Muitos dos adeptos do Livro, por inveja, desejariam fazer-vos voltar incredu-lidade, depois de terdes acreditado, apesar de lhes ter sido evidenciada a ver-

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dade. Tolerai e perdoai,(37) at que Alah faa cumprir os Seus desgnios, por-que Alah Onipotente.

110. Observai a orao, pagai o zakat e sabei que todo o bem que apresentardes para vs mesmo, encontrareis em Alah, porque Ele bem v tudo quando fa-zeis.

111. Disseram: Ningum entrar no Paraso, a no ser que seja judeu ou cristo. Tais so as suas idias fictcias. Dize-lhes: Mostrai vossa prova se estiverdes certos.

112. Qual! Aqueles que se submeteram a Alah e so caritativos obtero recompen-sa, em seu Senhor, e no sero presas do temor, nem se atribularo.

113. Os judeus dizem: Os cristos no tm em que se apoiar! E os cristos dizem: O judeus no tm em que se apoiar!, apesar de ambos lerem o Livro. Assim tambm os nscios dizem coisas semelhantes. Porm, Alah julgar entre eles, quanto s suas divergncias, no Dia da Ressurreio.

114. Haver algum mais inquo do que aquele que impede(38) que o nome de Alah seja celebrado em santurios e se esfora por destru-los? Estes no deveriam adentr-los seno, temerosos; sobre eles recair, pois, o aviltamento deste mundo e, no outro, sofrero um severo castigo.

115. Tanto o levante como o poente pertencem a Alah e, aonde quer que vos diri-jais, notareis o Seus Rosto(39), porque Alah Munificente, Sapientssimo.

116. Dizem (os cristos): Alah adotou um filho! Glorificado seja! Pois a Alah perten-ce tudo quanto existe nos cus e na terra, e tudo est consagrado a Ele(40).

117. Ele o Originador dos cus e da terra e, quando decreta algo, basta-Lhe dizer: "Seja!" e ele .

118. Os nscios dizem: "Por que Alah no fala conosco, ou nos apresenta um si-nal?" Assim falaram, com as mesmas palavras, os seus antepassados, porque os seus coraes se assemelham aos deles. Temos elucidado os versculos para a gente persuadida.

119. Por certo ( Mensageiro) que te enviamos com a verdade, como alvissareiro e admoestador, e que no sers responsabilizado pelos rprobos.

120. Nem os judeus, nem os cristos, jamais esto satisfeitos contigo, a menos que abraces os seus credos. Dize-lhes: "Por certo que a orientao de Alah a O-rientao!" Se te renderes aos seus desejos, depois de te Ter chegado o co-nhecimento, fica sabendo que no ters, em Alah, Protetor, nem Defensor.

121. Aqueles a quem concedemos o Livro recitam-no como ele deve ser recitado. So os que acreditam nele; porm, aqueles que o negarem sero desventura-dos.

122. israelitas, recordai-vos das Minhas mercs com as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos contemporneos.

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123. E temei o dia em que nenhuma alma poder advogar por outra alma, nem lhe ser aceita compensao, nem lhe ser admitida intercesso alguma, nem nin-gum ser socorrido.

124. E quando o seu Senhor ps prova Abrao, com certos mandamentos, que ele observou, disse-lhe: "Designar-te-ei Imam(41) dos homens." (Abrao) per-guntou: E tambm o sero os meus descendentes? Respondeu-lhe: Minha promessa no alcanar os inquos.

125. Lembrai-vos que estabelecemos a Casa(42), para o congresso e local de segu-rana para a humanidade: Adotai a Estncia de Abrao por oratrio. E estipu-lamos a Abrao e a Ismael, dizendo-lhes: "Purificai Minha Casa, para os cir-cundantes (da Caaba), os retrados, os que genuflectem e se prostram(43).

126. E quando Abrao implorou: senhor meu, faze com que esta cidade seja de paz, e agracia com frutos(44) os seus habitantes que crem em Alah e no Dia do Juzo Final! Alah respondeu: Quanto aos incrdulos dar-lhe-ei um desfrutar transitrio e depois os condenarei ao tormento infernal. Que funesto destino!

127. E quando Abrao e Ismael levantaram os alicerces da Casa, exclamaram: Senhor nosso, aceita-a de ns pois Tu s Oniouvinte, Sapientssimo.

128. Senhor nosso, permite que nos submetamos a Ti e que surja, da nossa des-cendncia, uma nao submissa Tua vontade. Ensina-nos os nossos ritos e absolve-nos, pois Tu o Remissrio, o Misericordiosssimo.

129. Senhor nosso, faze surgir, dentre eles, um Mensageiro, que lhes transmita as Tuas leis e lhes ensine o Livro, e a sabedoria, e os purifique, pois Tu s o Poderoso, o Prudentssimo.

130. E quem rejeitaria o credo de Abrao, a no ser o insensato? J o escolhemos (Abrao), neste mundo e, no outro, contrar-se- entre os virtuosos.

131. E quando o seu Senhor lhe disse: Submete-te a Mim!, respondeu: Eis que me submeto ao Senhor do Universo!

132. Abrao legou esta crena aos seus filhos, e Jac aos seus, dizendo-lhes: filhos meus, Alah vos legou esta religio; apegai-nos a ela, e no morrais sem serdes submissos (a Alah).

133. Estveis, acaso, presentes,(45) quando a morte se apresentou a Jac, que per-guntou aos seus filhos: Que adorareis aps a minha morte? Responderam-lhe: Adoraremos a teu Alah e o de teus pais: Abrao, Ismael e Isaac; o Alah nico, a Quem nos submetemos.

134. Aquela uma nao que j passou; colher o que mereceu e vs colhereis o que merecerdes, e no sereis responsabilizados pelo que fizeram.

135. Disseram: Sede judeus ou cristos, que estareis bem iluminados. Responde-lhes: Qual! Seguimos o credo de Abrao, o monotesta(46), que jamais se con-tou entre os idlatras.

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136. Dizei: Cremos em Alah, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abrao, a Ismael, a Isaac, a Jac e s tribos; no que foi concedido a Moiss e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; no fazemos distino alguma entre eles, e nos submetemos(47) a Ele.

137. Se crerem no que vs credes, iluminar-se-o; se se recusarem, estaro em cis-ma(48). Alah ser-vos- suficiente contra eles, e Ele o Oniouvinte, o Sapients-simo.

138. Eis aqui a religio(49) de Alah! Quem melhor que Alah para designar uma religi-o? Somente a Ele adoramos!

139. Pergunta-lhes: Discutireis conosco sobre Alah. Apesar de ser o nosso e o vos-so Senhor? Somos responsveis por nossas aes assim como vs por vos-sas, e somos sinceros para com Ele.

140. Podeis acaso, afirmar que Abrao, Ismael, Isaac, Jac e as tribos eram judeus ou cristos? Dize: Acaso, sois mais sbios do que Alah o ? Haver algum mais inquo do que aquele que oculta um testemunho recebido de Alah? Sabei que Alah no est desatento a quanto fazeis.

141. Aquela uma nao que j passou; colher o que mereceu vs colhereis o que merecerdes, e no sereis responsabilizados pelo que fizeram.

142. Os nscios dentre os humanos perguntaro: Que foi que os desviou de sua tradicional quibla(50)? Dize-lhes: S a Alah pertencem o levante e o poente. Ele encaminhar senda reta a quem Lhe apraz.

143. E, deste modo, ( muulmanos), contribumo-vos em uma nao de centro(51), para que sejais, testemunhas da humanidade, assim como o Mensageiro e se-r para vs. Ns no estabelecemos a quibla que tu ( Mohammad) seguis, seno para distinguir aqueles que seguem o Mensageiro, daqueles que deser-tam, ainda que tal mudana seja penosa, salvo para os que Alah orienta. E A-lah jamais anularia vossa obra, porque Compassivo e Misericordiosssimo para a humanidade.

144. Vimos-te ( Mensageiro) orientar o rosto para o cu(52); portanto, orientar-te-emos at a quibla que te satisfaa. Orienta teu rosto (ao cumprir a orao) para a Sagrada Mesquita (de Makka)! E vs (crentes), onde quer que vos encon-treis, orientai vossos rosto at ela. Aqueles que receberam o Livro, bem sabem que isto a verdade de seu Senhor; e Alah no est desatento a quanto fa-zem.

145. Ainda que apresentes qualquer espcie de sinal ante aqueles que receberam o Livro, jamais adotaro tua quibla nem tu adotars a deles; nem tampouco eles seguiro a quibla de cada um mutuamente. Se te rendesses aos seus desejos, apesar do conhecimento que tens recebido, contar-te-ias entre os inquos.

146. Aqueles a quem concedemos o Livro, conhecem-no como conhecem a seus prprios filhos, se bem que alguns deles ocultam a verdade, sabendo-a.

147. (Esta a) Verdade emanada de teu Senhor. No sejas dos que dela duvidam!

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148. Cada qual tem um objetivo traado por Ele. Empenhai-vos na prtica das boas Aes, porquanto, onde quer que vos acheis, Alah vos far comparecer, a to-dos, perante Ele, porque Alah Onipotente.

149. Aonde quer que te dirijas ( Mohammad), orienta teu rosto para a Sagrada Mesquita, porque isto a verdade do teu Senhor e Alah no est desatento a quanto fazeis.

150. Aonde quer que te dirijas, orienta teu rosto para a Sagrada Mesquita. Onde quer que estejais ( muulmanos), voltai vossos rostos na direo dela, para que ningum, salvo os inquos, tenha argumento com que refutar-vos. No te-mais! Temei a Mim, a fim de que Eu vos agracie com Minhas mercs, para que vos ilumineis.

151. Assim tambm escolhemos(53), dentre vs, um Mensageiro de vossa raa para vos recitar Nossos versculos, purificar-vos, ensinar-vos o Livro e a sabedoria, bem como tudo quanto ignorais.

152. Recordai-vos(54) de Mim, que Eu Me recordarei de vs. Agradecei-Me e no Me sejais ingratos!

153. fiis, amparai-vos na perseverana e na orao, porque Alah est com os perseverantes.

154. E no digais que esto mortos aqueles que sucumbiram(55) pela causa de Alah. Ao contrrio, esto vivos, porm vs no percebeis isso.

155. Certamente que vos poremos prova mediante o temor, a fome, a perda dos bens, das vidas e dos frutos. Mas tu ( Mensageiro), anuncia (a bem-aventurana) aos perseverantes

156. Aqueles que, quando os aflige uma desgraa, dizem: Somos de Alah e a Ele retornaremos

157. Estes sero cobertos pelas bnos e pela misericrdia de seu Senhor, e es-tes so os bem encaminhados.

158. As colinas de Assafa e Almarwa(56) fazem parte dos rituais de Alah e, quem pe-regrinar Casa(57), ou cumprir a umra(58), no cometer pecado algum em per-correr a distncia entre elas. Quem fizer espontaneamente alm do que for o-brigatrio, saiba que Alah Retribuidor, Sapientssimo.

159. Aqueles que ocultam as evidncias e a Orientao que revelamos, depois de as havermos elucidado aos humanos, no Livro, sero malditos por Alah e pelos imprecadores(59),

160. Salvo os que se arrependeram, emendaram-se e declararam (a verdade); a estes absolveremos porque somos o Remissrio, o Misericordiosssimo.

161. Sobre os incrdulos, que morrem na incredulidade, cair a maldio de Alah, dos anjos e de toda humanidade.

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162. Que pesar sobre eles eternamente(60). O castigo no lhes ser atenuado, nem lhes ser dado prazo algum.

163. Vosso Alah e Um s. No h mais divindade alm dEle, o Clemente, o Miseri-cordiosssimo(61).

164. Na criao dos cus e da terra; na alterao do dia e da noite; nos navios que singram o mar para o benefcio do homem; na gua que Alah envia do cu, com a qual vivifica a terra, depois de haver sido rida e onde disseminou toda a espcie animal; na mudana dos ventos; nas nuvens submetidas entre o cus e a terra, (nisso tudo) h sinais para os sensatos(62).

165. Entre os humanos h aqueles que adotam, em vez de Alah, rivais (a Ele) aos quais professam igual amor que a Ele; mas os fiis s amam fervorosamente a Alah. Ah, se os inquos pudessem ver (a situao em que estaro) quando vi-rem o castigo (que os espera!), concluiro que o poder pertence a Alah e Ele Severssimo no castigo.

166. Ento, os chefes negaro os seus proslitos, viro o tormento e romper-se-o os vnculos que os uniam.

167. E os proslitos diro: Ah, se pudssemos voltar ( terra), repudi-los-amos como eles nos repudiaram! Assim Alah lhes demostrar que suas aes so a causa de seus lamentos, e jamais se salvaro do fogo infernal.

168. humanos, desfrutai de todo o lcito(63) e do que a terra contm de salutar e no sigais os passos de Satans, porque vosso inimigo declarado.

169. Ele s vos induz ao mal e obscenidade e a que digais de Alah o que ignorais.

170. Quando lhes dito: Segui o que Alah revelou! Dizem: Qual! S seguimos as pegadas dos nossos pais! Segui-las-iam ainda que seus pais fossem destitu-dos de compreenso e orientao?

171. O exemplo de quem exorta os incrdulos semelhante ao daquele que chama as bestas, as quais no ouvem seno gritos e vozerios. So surdos, mudos, cegos, porque so insensatos.

172. fiis, desfrutai de todo o bem com que vos agraciamos e agradecei a Alah, se s a Ele adorais.

173. Ele s vos vedou a carnia(64), o sangue, a carne de suno e tudo o que for sa-crificado sob invocao de outro nome que no seja de Alah(65). Porm, quem, sem inteno nem abuso, for impelido a isso, no ser recriminado, porque A-lah Indulgente, Misericordiosssimo.

174. Aqueles que ocultam o que Alah revelou no Livro, e o negociam a vil preo, no saciaro suas entranhas seno com fogo infernal. Alah no lhes falar no Dia da Ressurreio nem dos purificar, e sofrero um doloroso castigo.

175. So aqueles que trocam a Orientao pelo extravio, e o perdo pelo castigo. Que resistncia havero de ter suportar o fogo infernal!

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176. Isso, porque Alah revelou o Livro com a verdade e aqueles que disputaram so-bre ele incorreram em profundo cisma.

177. A virtude no consiste s em que orientais vossos rostos at ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude a de quem cr em Alah, no Dia do Juzo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribuiu seus bens em caridade por amor a Alah, entre parentes, rfos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos (escravos). Aqueles que observam a orao, pagam o zakat, cumprem os compromissos contrados, so pacientes na misria e na adversidade, ou durante os combates, esses so os verazes, e esses so os tementes (a Alah).

178. fiis, est-vos preceituado o talio(66) para o homicdio(67): livre por livre, es-cravo por escravo, mulher por mulher. Mas, se o irmo do morto perdoar o as-sassino,(68) devereis indeniz-lo espontnea e voluntariamente. Isso uma mi-tigao e misericrdia de vosso Senhor. Mas quem vingar-se, depois disso, so-frer um doloroso castigo.

179. Tendes, no talio, a segurana da vida, sensatos, para que vos refreeis.

180. Est-vos prescrito que quando a morte se apresentar a algum de vs, se deixar bens, que faa testamento eqitativo em favor de seus pais e parentes; este um dever dos que temem a Alah.

181. E aqueles que o alterarem, depois de o haverem ouvido, estaro cometendo (grave) delito. Sabeis que Alah Onipotente, Sapientssimo.

182. Mas quem, suspeitando parcialmente ou injustia(69) da parte do testador, e-mendar o testamento para reconciliar as partes, no ser recriminado porque Alah Indulgente, Misericordiosssimo.

183. fiis, est-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito(70) a vossos antepas-sados, para que temais a Alah.

184. Jejuareis(71) determinados dias; porm, quem de vs no cumprir jejum, por achar-se enfermo ou em viagem(72), jejuar, depois, o mesmo nmero de dias. Mas quem, s custa de muito sacrifcio, consegue cumpri-lo, vier a quebr-lo, redimir-se-, alimentando um necessitado; porm, quem se empenhar em fa-zer alm do que for obrigatrio, ser melhor. Mas, se jejuardes, ser prefervel para vs, se quereis sab-lo.

185. O ms de Ramadan foi o ms em que foi revelado o Alcoro, orientao para a humanidade e vidncia de orientao e Discernimento. Por conseguinte, quem de vs presenciar o novilnio deste ms dever jejuar; porm, quem se achar enfermo ou em viagem jejuar, depois, o mesmo nmero de dias. Alah vos de-seja a comodidade e no a dificuldade, mas cumpri o nmero (de dias), e glori-ficai a Alah por ter-vos orientado, a fim de que (Lhe) agradeais.

186. Quando Meus servos te perguntarem de Mim, dize-lhes que estou prximo e ouvirei o rogo do suplicante quando a Mim se dirigir. Que atendam o Meu apelo e que creiam em Mim, a fim de que se encaminhem.

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187. Est-vos permitido, nas noites de jejum, acercar-vos de vossas mulheres, por-que elas so vossas vestimentas(73) e vs o sois delas. Alah sabe o que vs fazeis secretamente; porm, absorveu-vos e vos indultou. Acercai-vos agora delas e desfrutai do que Alah vos prescreveu. Comei e bebei at alvorada, quando podereis distinguir o fio branco do fio negro. Retornai, ento ao, jejum, at ao anoitecer, e no vos acerqueis delas enquanto estiverdes retrados nas mesquitas. Tais so as normas de Alah; no as transgridais de modo algum. Assim Alah ilucida os Seus versculos aos humanos, a fim de que O temam.

188. No consumais as vossas propriedades em vaidades, nem as useis para su-bornar os juizes, a fim de vos apropriardes ilegalmente, com conhecimento, de algo dos bens alheios(74).

189. Interrogar-te-o sobre os novilnios(75). Dize-lhes: Servem para auxiliar o ho-mem no cmputo do tempo e no conhecimento da poca da peregrinao. A virtude no consiste em que entreis nas casas pela porta traseira; a verdadeira virtude a de quem teme a Alah, para que prospereis(76).

190. Combatei,(77) pela causa de Alah, aqueles que vos combatem; porm, no pra-tiqueis agresso, porque Alah no estima os agressores.

191. Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguio mais grave do que o homicdio. No os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada(78), a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal ser o castigo dos incrdulos.

192. Porm, se desistirem, sabei que Alah Indulgente, Misericordiosssimo.

193. E combatei-os at terminar a perseguio e prevalecer a religio de Alah. Po-rm, se desistirem, no haver mais hostilidades, seno contra os inquos.

194. Se vos atacarem um ms sagrado, combatei-os no mesmo ms(79), e todas as profanaes sero castigadas com a pena de talio. A quem vos agredir, re-chaai-o, da mesma forma; porm, temei a Alah e sabei que Ele est com os que O temem.

195. Fazei dispndios(80) pela causa de Alah, sem permitir que as vossas mo con-tribuam para vossa destruio, e praticai o bem, porque Alah aprecia os benfei-tores.

196. E cumpri a peregrinao e a Umra(80-a), a servio de Alah. Porm, se fordes impedidos disso, dedicai uma oferenda do que vos seja possvel e no corteis os vossos cabelos at que a oferenda tenha alcanado o lugar destinado ao seu sacrifcio. Quem de vs se encontrar enfermo, ou sofrer de alguma infec-o na cabea, e a raspar, redimir-se- mediante o jejum, a caridade ou a ofe-renda. Entretanto, em condio de paz, aquele que realizar a Umra antes da peregrinao, dever, terminada esta, fazer uma oferenda daquilo que possa. E quem no estiver em condies de faz-lo, dever jejuar trs dias, durante a peregrinao, e sete, depois do seu regresso, totalizando dez dias. Esta peni-tncia para aquele que no reside prximo ao recinto da Mesquita Sagrada. Temei a Alah e sabei que Severssimo no castigo.

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197. A peregrinao realiza em meses determinados(81). Quem a empreender, deve-r abster-se das relaes sexuais, da perversidade e da polmica. Tudo o que fizerdes de bom Alah o saber. Equipai-vos de provises, mas sabei que a me-lhor proviso a devoo. Temei-Me, pois, sensatos.

198. No serei censurados se procurardes a graa do vosso Senhor (durante a pe-regrinao). Quando descerdes do monte Arafat, recordai-vos de Alah perante os Monumento Sagrado(82) e recordai-vos de como vos iluminou, ainda quando reis, antes disso, dos extraviados.

199. Descei, tambm, de onde descem(83) os demais, e implorai perdo de Alah, porque Indulgente, Misericordiosssimo.

200. Quando celebrardes os vossos ritos, recordai-vos de Alah como vos recordar dos vosso pais(84), ou com mais fervor. Entre os humanos h aqueles que di-zem: " Senhor nosso, concede-nos o nosso bem-estar terreno!" Porm,, no participaro da ventura da outra vida.

201. Outros dizem: " Senhor nosso, concede-nos a graa deste mundo e do futu-ro, e preserva-nos do tormento infernal!"

202. Estes, sim, lograro a poro que tiverem merecido, porque Alah Destro em ajustar contas.

203. Recordai-vos de Alah em dias contados(85). Mas, quem se apressar em (deixar o local) aps dois dias, no ser recriminado; tampouco pecar aquele que se atrasar, se for temente a Alah. Temei a Alah, pois, e sabei que sereis reunidos perante Ele.

204. Entre os homens h aquele que, falando da vida terrena, te encanta, invocan-do Alah por Testemunha de tudo quanto encerra o seu corao embora seja o mais encarniado dos inimigos (dEle).

205. E quando se retira, eis que a sua inteno percorrer a terra para causar a corrupo, devastar as semeaduras e o gado, mesmo sabendo que a Alah desgosta a corrupo.

206. Quando lhe dito que tema a Alah, apossa-se dele a soberbia, induzindo-o ao pecado. Mas o inferno ser-lhe- suficiente castigo. Que funesta morada!

207. Entre os homens h tambm aquele que se sacrifica para obter a complacn-cia de Alah, porque Alah Compassivo para com os servos.

208. fiis, abraai o Islam na sua totalidade e no sigais os passos de Satans, porque vosso inimigo declarado.

209. Porm se tropeardes, depois de vos terem chegado as evidncias, sabei que Alah Poderoso, Prudentssimo.

210. Aguardam eles que lhes venha o Prprio Alah, na sombra dos cirros, juntamen-te com os anjos e, assim, tudo esteja terminado? Sabei que todo retornar a Alah(86).

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211. Pergunta aos israelitas(87) quantos sinais evidentes lhes temos mostrado. Mas quem deturpa conscientemente as mercs de Alah, depois de lhas terem che-gado, saiba que Alah Severssimo no castigo(88).

212. Foi abrilhantada a vida terrena aos incrdulos e, por isso, zombam dos fiis; porm, os tementes prevalecero sobre eles no Dia da Ressurreio, porque Alah agracia imensuravelmente quem Lhe apraz(89).

213. No princpio os povos constituam uma s nao. Ento, Alah enviou os profe-tas como alvissareiros e admoestadores e enviou, por eles, o Livro, com a ver-dade, para dirimir as divergncias a seu respeito, depois de lhes terem chega-do as evidncias, por egostica contumcia. Porm, Alah, com a Sua graa, o-rientou os fiis para a verdade quanto quilo que causa das suas divergn-cias; Alah encaminha quem Lhe apraz senda reta.

214. Pretendeis, acaso, entrar no Paraso, sem antes terdes de passar pelo que passaram os vossos antecessores? Aoitaram-nos a misria e a adversidade, que os abalaram profundamente, at que, mesmo o Mensageiro e os fiis, que com ele estavam, disseram: Quando chegar o socorro de Alah? Acaso o so-corro de Alah no est prximo?

215. Perguntam-te que parte devem gastar (em caridade). Dize-lhes: Toda a carida-de que fizerdes, deve ser para os pais, parentes, rfos, necessitados e viajan-tes (desamparados). E sabei que todo o bem que fizerdes, Alah dele tomar conscincia.

216. Est-vos prescrita a luta (pela causa de Alah), embora o repudieis. possvel que repudieis algo que seja um bem para vs e, qui, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Alah sabe todo o bem que fizerdes, Alah dele tomar conscincia.

217. Quando te perguntarem se lcito combater no ms sagrado(90), dize-lhes: A luta durante este ms um grave pecado; porm, desviar os fiis da senda de Alah, neg-Lo, privar os demais da Mesquita Sagrada e expulsar dela (Makka) os seus habitantes mais grave ainda, aos olhos de Alah, porque a persegui-o pior do que o homicdio. Os incrdulos, enquanto puderem, no cessaro de vos combater, at vos fazerem renunciar vossa religio; porm, aqueles dentre vs que renegarem a sua f e morrerem incrdulos tornaro as suas o-bras sem efeito, neste mundo e no outro, e sero condenados ao inferno, onde permanecero eternamente.

218. Aqueles que creram, migraram e combateram pela causa de Alah podero es-perar de Alah a misericrdia, porque Alah Indulgente, Misericordiosssimo.

219. Interrogam-te a respeito da bebida inebriante(91) e do jogo de azar HREF="file2.htm#92">92); dize-lhes: Em ambos h benefcios e malefcios pa-ra o homem; porm, os seus malefcios so maiores do que os seus benef-cios. Perguntam-te o que devem gastar (em caridade). Dize-lhes: Gastai o que sobrar das vossas necessidades. Assim Alah vos elucida os Seus versculos, a fim de que mediteis,

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220. Nesta vida e na outra. Consultar-te-o a respeito dos rfos; dize-lhes: Fazer-lhes o bem o melhor. E se misturardes vossos assuntos com os deles, sero vossos irmos; sabei que Alah distingue o corrupto do benfeitor. Porm, se A-lah quisesse, Ter-vos-ia afligido, porque Poderoso, Prudentssimo.

221. No desposareis as idlatras at que elas se convertam, porque uma escrava fiel prefervel a uma idlatra, ainda que esta vos apraza(93). Tampouco con-sintais no matrimnio das vossas filhas com os idlatras, at que estes se te-nham convertido, porque um escravo fiel prefervel a um livre idlatra, ainda que este vos apraza. Eles arrastam-vos para o fogo infernal; em troca, Alah, com Sua benevolncia, convoca-vos ao Paraso e ao perdo e elucida os Seus versculos aos humanos, para que Dele recordem.

222. Consultar-te-o acerca da menstruao; dize-lhes: uma impureza(94). Abs-tende-vos, pois, das mulheres durante a menstruao e no vos acerqueis de-las at que se purifiquem; quando estiverem purificadas, aproximai-vos ento delas, como Alah vos tem disposto, porque Ele estima os que arrependem e cuidam da purificao.

223. Vossas mulheres so vossas semeaduras. Desfrutai, pois, da vossa semeadu-ra, como vos apraz; porm, praticai boas obras antecipadamente, temei a Alah e sabei que compareceis perante Ele. E tu ( Mensageiro), anuncia aos fiis (a bem-aventurana).

224. No tomeis (o nome de) Alah como desculpa, em vosso juramento, para no serdes benevolentes, devotos e reconciliardes os homens, porque Alah Oni-ouvinte, Sapientssimo.

225. Alah no vos recriminar por vossos juramentos involuntrios(95); porm, res-ponsabilizar-vos- pelas intenes dos vossos coraes. Sabei que Alah Tolerante, Indulgentssimo.

226. Aqueles que juram abster-se das suas mulheres devero aguardar um prazo de quatro meses. Porm, se ento voltarem a elas, saibam que Alah Indul-gente, Misericordiosssimo.

227. Mas se revolverem divorciar-se, saibam que Alah Oniouvinte, Sapientssi-mo(96).

228. As divorciadas aguardaro trs menstruao e, se crem em Alah e no Dia do Juzo Final, no devero ocultar o que Alah criou em suas entranhas. E seus esposos tm mais direito de as readmitir, se desejarem a reconciliao(97), por-que elas tem direitos equivalentes aos seus deveres, embora os homens te-nham um grau sobre elas(98), porquanto Alah Poderoso, Prudentssimo.

229. O divrcio revogvel(99) s poder ser efetuado duas vezes. Depois, tereis de conserv-las convosco dignamente ou separar-vos com benevolncia. Est-vos vedado tirar-lhes algo de tudo quanto lhes haveis dotado, a menos que ambos temam contrariar as leis de Alah(100). Se temerdes (vs juizes) que am-bos as contrariem, no sero recriminados, se ela der algo pela vossa liberda-de. Tais so os limites de Alah, no os ultrapasseis, pois; aqueles que os ultra-passarem sero inquos.

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230. Porm, se ele se divorciar irrevogavelmente dela,(101) no lhe ser permitido tom-la de novo por esposa legal at que se tenha casado com outro e tam-bm se tenha divorciado deste; no sero censurados se se reconciliarem, desde que sintam que podero observar as leis de Alah. Tais so os limites de Alah, que Ele elucida para os sensatos.

231. Quando vos divorciardes(102) das mulheres, ao terem elas cumprido o seu per-odo prefixado, tomai-as de volta eqitativamente, ou liberta-as eqitativamente. No as tomeis de volta com o intuito de injuri-las injustamente, porque quem tal fizer condenar-se-. No zombeis dos versculos de Alah e recordai-vos das Suas mercs para convosco e de quanto vos revelou no Livro, com sabedoria, mediante o qual vos exorta. Temei a Alah e sabei que Alah Onisciente.

232. Se vos divorciardes das mulheres, ao terem elas cumprido o seu perodo prefi-xado, no as impeais(103) de renovar a unio com os seus antigos maridos, se ambos se reconciliarem voluntariamente. Com isso se exorta a quem dentre vs cr em Alah e no Dia do Juzo Final. Isso mais puro e mais virtuoso para vs, porque Alah sabe e vs ignorais.

233. As mes (divorciadas) amamentaro os seus filhos durante dois anos inteiros, aos quais desejarem completar a lactao, devendo o pai mant-las e vesti-las eqitativamente. Ningum obrigado a fazer mais do que est ao seu alcance. Nenhuma me ser prejudicada por causa do seu filho, nem tampouco o pai, pelo seu. O herdeiro do pai tem as mesmas obrigaes; porm, se ambos, de comum acordo e consulta mtua, desejarem a desmama antes do prazo esta-belecido, so sero recriminados. Se preferirdes tomar uma ama para os vos-sos filhos, no sereis recriminados, sempre que pagueis, estritamente, o que tiverdes prometido. Temei a Alah e sabe que Ele v tudo quanto fazeis.

234. Quanto queles, dentre vs, que falecerem e deixarem vivas, estas devero aguardar quatro meses e dez dias(104). Ao cumprirem o perodo prefixado, no sereis responsveis por tudo quanto fizerem honestamente das suas pessoas, porque Alah est bem inteirado de tudo quanto fazeis.

235. Tampouco sereis censurados se fizerdes aluso a uma proposta de casamento e estas mulheres, ou pensardes em faz-lo. Alah bem sabe que vos importais com elas; porm, no vos declareis a elas indecorosamente; fazei-o em termos honestos e no decidais sobre o contrato matrimonial at que haja transcorrido o perodo prescrito; sabei que Alah conhece tudo quanto ensejais. Temei-O, pois, e sabeis que Ele Tolerante, Indulgentssimo.

236. No sereis recriminados se vos divorciardes das vossas mulheres antes de as haverdes tocado ou fixado o dote; porm, concedei-lhes um presente; rico, se-gundo as suas posses, e o pobre, segundo as suas, porque conceder esse presente obrigao dos benfeitores.

237. E se vos divorciardes delas antes de as haverdes tocado, tendo fixado o dote, corresponder-lhes- a metade do que lhes tiverdes fixado, a menos que, ou e-las abram mo (disso)(105), ou faa quem tiver o contrato matrimonial em seu poder(106). Sabei que o perdo est mais prximo da virtude e no esqueais da liberalidade entre vs, porque Alah bem v tudo quanto fazeis.

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238. Observai as oraes, especialmente as intermedirias,(107) e consagrai-vos fer-vorosamente a Alah.

239. Se estiverdes em perigo, orai andando ou cavalgando; porm, quando estiver-des seguros, invocai Alah, tal como Ele vos ensinou o que no sabeis.

240. Quanto queles, dentre vs, que faleceram e deixarem vivas, a elas deixaro um legado para o seu sustento durante um ano, sem que sejam foradas a a-bandonar suas casas. Porm, se elas voluntariamente as abandonarem, no sereis responsveis pelo que fizerem, moderadamente, de si mesmas, porque Alah Poderoso, Prudentssimo.

241. Proporcionar o necessrio s divorciadas (para sua manuteno) um dever dos tementes.

242. Assim Alah vos elucida os Seus versculos para que raciocineis.

243. No reparastes naqueles que, aos milhares, fugiram das suas casas por temor morte? Alah lhes disse: Morrei! Depois os ressuscitou, porque Agraciante para com os humanos; contudo a maioria no Lhe agradece.

244. Combatei pela causa de Alah e sabei que Ele Oniouvinte, Sapientssimo(108).

245. Quem estaria disposto a emprestar a Alah, espontaneamente, para que Ele se multiplique infinitamente? Alah restringe ou prodigaliza a Sua graa, e a Ele re-tornareis.

246. No reparastes ( Mohammad) nos lderes dos israelitas que, depois da morte de Moiss(109), disseram ao seu profeta: Designa-nos um rei, para combater-mos pela causa de Alah. E ele perguntou: Seria possvel que no combats-seis quando vos fosse imposta a luta? Disseram: E que escusa teramos para no combater pela causa de Alah, j que fomos expulsos dos nossos lares e afastados dos nossos filhos? Porm, quando lhes foi ordenado o combate, quase todos o recusaram, menos uns poucos deles. Alah bem conhece os inquos.

247. Ento, seu profeta lhes disse: Alah vos designou Talut(110) por rei. Disseram: Como poder ele impor a sua autoridade sobre ns, uma vez que temos mais direto do que ele autoridade, e j que ele nem sequer foi agraciado com bas-tantes riquezas? Disse-lhes: certo que Alah o elegeu sobre vs, concedendo-lhe superioridade fsica e moral. Alah concede a Sua autoridade a que Lhe a-praz, e Magnificente, Sapientssimo.

248. E o seu profeta voltou a dizer: O sinal da sua autoridade consistir em que vos chegar a Arca da Aliana(111), conduzida por anjos, contendo a paz do vosso Senhor e algumas relquias, legadas pela famlia de Moiss e de Aaro. Nisso terei um sinal, se sois fiis.

249. Quando Saul partiu com o seu exrcito, disse: certo que Alah vos provar, por meio de um rio. Sabei que quem nele se saciar no ser dos meus; s-lo- quem no tomar de suas guas mais do que couber na concavidade da sua mo. Quase todos se saciaram, menos uns tantos. Quando ele e os fiis atra-vessaram o rio, (alguns) disseram: Hoje no podemos com Golias e com seu

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exrcito. Porm, aqueles que creram que deveriam encontrar Alah disseram: Quantas vezes um pequeno grupo venceu outro mais numeroso, pela vontade de Alah, porquanto Alah est com os perseverantes!

250. E quanto se defrontaram com Golias e com o seu exrcito, disseram: Senhor nosso, infunde-nos constncia, firma os nossos passos e concede-nos a vitria sobre o povo incrdulo!

251. E com a vontade de Alah os derrotaram; Davi matou Golias(112) e Alah lhe ou-torgou o poder e a sabedoria e lhe ensinou tudo quanto Lhe aprouve. Se Alah no contivesse aos seres humanos, uns, em relao aos outros, a terra se cor-romperia; porm, Ele Agraciante para com a

(Est incompleto no Alcoro)

252. Tais so os versculos de Alah que realmente te ditamos, porque s um dos mensageiros.

253. De tais mensageiros preferimos uns aos outros. Entre eles, se encontram a-queles a quem Alah falou, e aqueles que elevou em dignidade. E concedemos a Jesus, filho de Maria, as evidncias, e o fortalecemos com o Esprito da San-tidade. Se Alah quisesse, aqueles que os sucederam no teriam combatido en-tre si, depois de lhes terem chegado as evidncias. Mas discordaram entre si; uns acreditaram e outros negaram. Se Alah quisesse, no teriam digladiado; porm, Alah dispe como quer.

254. fiis, fazei caridade com aquilo com que vos agraciamos, antes que chegue o dia em que no haver barganha, amizade, nem intercesso. Sabei que os incrdulos so inquos.

255. Alah(113)! No h mais divindade alm dEle, Vivente, Subsistente(114), a Quem jamais alcana a inatividade ou o sono; dEle tudo quanto existe nos cus e na terra. Quem poder interceder junto a Ele, sem a Sua anuncia? Ele conhe-ce tanto o passado como o futuro, e eles (humanos) nada conhecem a Sua ci-ncia(115), seno o que Ele permite. O Seu Trono(116) abrange os cus e a terra, cuja preservao no O abate, porque o Ingente, o Altssimo.

256. No h imposio quanto religio(117), porque j se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Alah, Ter-se- apegado a um firme e inquebrantvel sustentculo, porque Alah Oniouvinte, Sapientssimo.

257. Alah o Protetor dos fiis; Quem os retira das trevas e os transportam para a luz; ao contrrio, os incrdulos, cujos protetores so os sedutores, para que os arrastam da luz, levando-os para as trevas, sero condenados ao inferno onde permanecero eternamente.

258. No reparaste naquele que disputava com Abrao(118) acerca de seu Senhor, por lhe haver Alah concedido o poder? Quando Abrao lhe disse: Meu Senhor Quem d a vida e a morte! retrucou: Eu tambm dou a vida e a morte. Abra-o disse: Alah faz sair o sol do Oriente, faze-o tu sair do Ocidente. Ento o in-crdulo ficou confundido, porque Alah no ilumina os inquos.(119)

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259. Tampouco reparastes naquele que passou por uma cidade em runas(120) e conjecturou: Como poder Alah ressuscit-la depois de sua morte? Alah o manteve morto durante cem anos; depois o ressuscitou e lhe perguntou: Quan-to tempo permaneceste assim? Respondeu: Permaneci um dia ou parte dele. Disse-lhe: Qual! Permaneceste cem anos. Observa a tua comida e a tua bebi-da; constata que ainda no se deterioraram. Agora observa teu asno (no res-ta dele mais do que a ossada); isto para fazer de ti um exemplo para os hu-manos. Observa como dispomos os seus ossos e em seguida os revestimos de carne. Diante da evidncia, exclamou: Reconheo que Alah Onipotente!

260. E de quando Abrao implorou: Senhor meu, mostra-me como ressuscitas os mortos; disse-lhe Alah: Acaso, ainda no crs? Afirmou: Sim, porm, faze-o, para a tranqilidade do meu corao. Disse-lhe: Toma quatro pssaros, treina-os para que voltem a ti, e coloca uma parte deles(121) sobre cada montanha; chama-os, em seguida, que viro, velozmente, at ti; e sabe que Alah Pode-roso, Prudentssimo.

261. O exemplo daqueles que gastam os seus bens pela causa de Alah como o de um gro que produz sete espigas, contendo cada espiga cem gros. Alah multiplica mais ainda a quem Lhe apraz, porque Munificente, Sapientssimo.

262. Aqueles que gastam os bens pela causa de Alah, sem acompanhar a sua cari-dade com exprobao ou agravos, tero a sua recompensa ao lado do Senhor e no sero presas do temor, nem se atribularo.

263. Uma palavra cordial e uma indulgncia so preferveis caridade seguida de agravos, porque Alah , por Si, Tolerante, Opulentssimo.

264. fiis, no desmereais as vossas caridades com exprobao ou agravos como aquele que gasta os seus bens, por ostentao, diante das pessoas que no