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VIII EPEA - Encontro Pesquisa em Educação Ambiental Rio de Janeiro, 19 a 22 de Julho de 2015
Realização: Unirio, UFRRJ e UFRJ
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ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA E INTELIGÊNCIA NATURALISTA: A
CONTRIBUIÇÃO DE CAPRA E GARDNER PARA A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
CRISTHIANE DA SILVA CAVALCANTE
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO
Resumo: Uma vez delineados os estudos em Educação Ambiental, considerando as
grandes contribuições obtidas ao longo dos últimos anos, dois grandes teóricos do
panorama educacional mundial trazem em seus discursos uma sintonia de ideias e
concepções entrelaçadas, voltadas a temática ambiental. Confirmando assim a
importância da alfabetização ecológica proposta por Fritjof Capra e a compreensão a
cerca da inteligência naturalista proposta por Howard Gardner podemos observar uma
contribuição para as discussões no panorama ambiental. A problemática em questão que
origina a temática deste ensaio teórico, resulta em um entrave no âmbito da educação
relacionada a fragmentação dos saberes, mas vai além disso quando também se refere a
algo mais grave a fragmentação do ser humano com a natureza. Nesse sentido, perceber
o ser humano como parte do ambiente tem sido algo pertinente a ser abordado na
formação de professores para a disseminação da educação ambiental no âmbito escolar.
Palavras-chave: Alfabetização ecológica. Educação ambiental. Formação. Inteligência
Naturalista.
Abstract: Once the studies outlined in Environmental Education, considering the large
contributions received over the last few years, two major theorists of the world
educational panorama bring in their speeches one line of interwoven ideas and concepts,
focused on environmental issues. Thus confirming the importance of ecological literacy
proposed by Fritjof Capra and understanding about the naturalist intelligence proposed
by Howard Gardner can observe a contribution to environmental education. The issue in
question originating the theme of this theoretical essay, results in an obstacle in the
context of related education fragmentation of knowledge, but goes beyond that when
also refers to something more serious fragmentation of the human being with nature. In
this sense, see the human being as part of the environment has been something relevant
to be addressed in teacher education for the dissemination of environmental education in
schools.
Keywords: Ecological Literacy. Environmental education. Training. Naturalistic
Intelligence.
1. Introdução: A temática ambiental se faz presente em nosso cotidiano cada vez mais
ampliando as discussões e fomentando estudos voltados para a educação ambiental.
Este ensaio teórico aborda o amadurecimento das bases e o desenvolvimento de
metodologias voltadas para a prática em educação ambiental voltados a professores das
séries iniciais do ensino fundamental, tendo por base um dialogo entre Fritjof Capra1 e
Howard Gardner2. A partir desta contribuição de ambos teóricos podemos pensar em
estratégias pedagógicas, que com base em uma formação de professores possa fornecer
1 Cientista e escritor, bem como um educador e ativista ambiental, autor dos livros: O Ponto de Mutação,
O Tao da Física, Conexões Ocultas e autor-colaborador de Alfabetização Ecológica. 2 Psicólogo cognitivo e educacional estado-unidense, ligado à Universidade de Harvard e conhecido em
especial pela sua teoria das inteligências múltiplas.
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bases teóricas e metodológicas com relação ao meio ambiente, formando-os como
sujeitos ecológicos formadores de sujeitos críticos para as questões ambientais atuais.
Vivemos, portanto, em busca de novas formas de viver em que tudo seja mais
prático e simples e essa busca desenfreada por tal objetivo remete o ser humano a uma
relação de estranhamento e afastamento de nossas essências naturais.
'Essa postura nos posicionou diante uma relação de caos com a natureza, o
humano querendo cada vez mais se tornar máquina, esquecendo-se de sua essência
orgânica, nossas sociedades competitivas e capitalistas almejam o progresso
negligenciando o aspecto natural do qual viemos.
Segundo Prigogine (1997), sistemas não podem evoluir, ou seja, gerar novos
padrões em estados de equilíbrio ou próximos do equilíbrio. Reconhecendo a teoria do
caos em que nos encontramos, podemos refletir e observar o que talvez na mais perfeita
ordem não fosse visível, que seria uma nova postura a ser praticada por nós cidadãos
planetários em um era acometida por problemas em diversas ordens. Imaginemos que um professor ao se deparar com um aluno em processo de
construção do conhecimento, em que o mesmo ainda não domina determina aptidão
para tal saber e este professor o provoca na busca de respostas para compreender este
novo conhecimento, de que maneira ele, o professor, o faz? Gerando um desconforto,
uma dúvida, um caos em seus pensamentos e sua inquietação na busca pela resposta, ou
seja, o caos ocasionado no processo de criação do conhecimento culminará no domínio
do saber adquirido pelo aprendente.
Este exemplo pode ilustrar a atual situação em que nos encontramos. Como
saber o que é necessário à sobrevivência dos dias de hoje em meio ao caos que assola e
alastra a humanidade envolta em um sistema capitalista que nega nossas origens
naturais, orgânicas e humanas?
A partir desta dúvida que paira em nossas mentes e imersos na realidade citada,
podemos compreender novas soluções para amenizar o “ x da questão”, passamos a
enxergar através da cortina de fumaça, desenvolvemos nossos sentidos, percepções e
aptidões para alcançar uma resposta que nos remeta a uma mudança de realidade, de
situação que gere melhorias e sobrevivência aos padrões de vida igualitários e não
prejudicais a nossa sobrevivência.
Ao conhecer as teorias dos grandes cientistas de nossa época, os quais já
evidenciam que o caos gera uma ordem e uma nova postura de pensamentos podemos
compreender que estamos diante de uma nova fase em que podemos e devemos assumir
nossa postura comprometida com a busca por uma ciência que contemple um modo de
vida menos prejudicial ao planeta, menos distante de nossa origem natural de ser
biológico.
A partir desta realidade e faz necessária uma nova modalidade de aprendizagem
na qual um ensino voltado para o aspecto ambiental seja incorporado na prática
pedagógica de forma contextualizada com a realidade que necessitamos a cada dia.
Atualmente podemos a partir da realidade que temos hoje observarmos uma
fragmentação dos fatos, dos conhecimentos, das informações não se conecta para a
obtenção de uma visão do todos os indivíduos não percebem a relação de dependência
dos casos entre si.
Estamos condicionados a um sistema que perturba a visão sistêmica das relações
socioambientais, da nossa relação de dependência como o ambiente, cada vez mais o ser
humano se considera a parte deste processo.
Com relação a este ponto Capra (2006) nos diz que: temos dificuldade para
pensar em termos sistêmicos porque vivemos numa cultura materialista, tanto com
respeito a seus valores quanto à sua visão de mundo essencial.
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Antes de tudo, podemos repensar como e porque a educação se torna tão
fundamental para este estudo, uma vez que a relação que o homem estabelece com o
meio ambiente perpassa pela via educativa e destacamos o processo educativo como
alicerce da construção para uma sociedade em que os sujeitos tenham a capacidade de
estabelecer comportamentos e ações que tragam benefícios para os indivíduos viverem
em situação de equidade socioambiental.
Em Capra (2006) temos que a sobrevivência da espécie humana dependerá de
nossa alfabetização ecológica (conhecimento dos princípios básicos da ecologia), ou
seja, da nossa capacidade para entender tais princípios (interdependência, reciclagem,
parceria, flexibilidade, diversidade) e a sustentabilidade, como consequência de todos.
Perante essa nova demanda do cenário pós-moderno, é evidente que o panorama
educacional necessita repensar suas práticas e posturas, o papel da escola, a formação de
seus docentes de acordo com a nova necessidade de se repensar os processos de ensino
e aprendizagem dentro deste novo universo.
Observamos desta forma que se faz necessária uma nova modalidade de
aprendizagem na qual um ensino voltado para o aspecto ambiental seja incorporado na
prática pedagógica de forma contextualizada com a realidade que necessitamos a cada
dia.
Partindo deste pressuposto, temos uma abordagem de caráter filosófico ao nos
deparar com a teoria de Capra sobre “alfabetização ecológica”, teoria esta que possui
relevância a partir do momento em que evidencia uma formação ecológica do sujeito.
As crianças atualmente não se percebem integralmente como indivíduos da
espécie homo sapiens e que nossa espécie é parte integrante e atuante do ambiente e que
com isso é preciso torná-las consciente de suas ações sobre o meio (Capra 2006).
A relação entre o aspecto cognitivo associado aos aspectos de vida do individuo,
nos apresenta um víeis para um melhor entendimento de como o processo de ensino e
aprendizagem devam ser flexíveis para que assim possam se adaptar a um processo de
conhecimento que ao invés de dissociar o saber contribua para as reais necessidades da
sociedade.
Atualmente observamos o quão nos encontramos rodeados de situações de
inúmeras naturezas e que para isso precisamos compreender que toda essa gama de
acontecimentos que permeia nosso cotidiano está relacionada de forma transdisciplinar.
E assim vemos que o individuo deva cada ver mais está adaptado a compreender
de forma sistêmica como estamos envoltos em uma forma complexa de vida.
Desta forma a discussão a cerca da alfabetização ecológica difundida por Fritjof
Capra e a inteligência naturalista proposta por Howard Gardner se encontram no novo
panorama de compreensão para novas posturas relativas a um processo de
aprendizagem comprometido com a relação dos indivíduos com o mundo em seu
aspecto holístico propiciando a Educação Ambiental um novo referencial teórico que
pode contribuir para a forma de compreender e nortear novas ações voltadas a um
universo educacional comprometido com o todo.
Com isso a luz das reflexões surgidas a partir da teoria das inteligências
múltiplas (GARDNER 1995) podemos observar um elo entre a necessidade de se ter
uma alfabetização ecológica considerando-se a inteligência naturalista proposta por
Howard Gardner como alicerce para construção do sujeito ecológico.
Podemos, portanto, perceber um elo entre a teoria filosófica de Capra ao propor
uma alfabetização ecológica e a teoria cognitiva de Gardner em reconhecer que
possuímos inteligências que podem ser ativadas para determinada finalidade de acordo
com nossas necessidades.
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Compreendemos, portanto, que é possível estabelecer uma relação a partir da
alfabetização ecológica e inteligência naturalista com a finalidade de contribuir para
implementação da educação ambiental.
De acordo com Gardner (2000) podemos compreender a inteligência como um
potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário
cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa
cultura (...) e tais inteligências são potenciais – neurais presumivelmente – que poderão
ser ou não ativadas, dependendo dos valores de uma cultura específica, das
oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos
e/ou suas famílias, seus professores e outros.
Com isso a luz das reflexões surgidas a partir da teoria das inteligências
múltiplas (GARDNER, 1995) podemos fazer um elo entre a necessidade de se ter uma
alfabetização ecológica considerando-se a inteligência naturalista proposta por Howard
Gardner como alicerce para construção do sujeito ecológico
Podemos, portanto, perceber um elo entre a teoria filosófica de Capra ao propor
uma alfabetização ecológica e a teoria cognitiva de Gardner ao reconhecer que
possuímos inteligências que podem ser ativadas para determinada finalidade de acordo
com nossas necessidades.
Esse diálogo torna-se claro nos dois autores, primeiramente em Gardner (2000)
ao afirmar que reconhecendo nossa individualidade, podemos descobrir nosso vínculo
comum mais profundo – que somos todos um produto conjunto da evolução natural e
cultural. Torna-se necessário, portanto, possuirmos uma postura de forma complementar
e sinérgica, para assegurar a sobrevivência da natureza e da cultura para as gerações
futuras.
Capra (2006) quando afirma que entender as coisas sistemicamente significa,
literalmente, colocá-las dentro de um contexto e estabelecer a natureza de suas relações.
Em Leff (2001), notamos que é preciso estabelecer uma racionalidade ambiental,
um saber ambiental e para se cultivar esse conhecimento é necessário associar as áreas
de conhecimento para que haja intercâmbios teóricos entre as ciências.
Ao nos deparamos com essa realidade consequência de modo de vida cada vez
mais afastado do aspecto ambiental, razão de nossa existência nos encontramos perante
a uma urgente necessidade de busca por melhores estratégias de ensino que contribuam
para a educação ambiental, uma vez que se faz pertinente diante tal problemática.
Diante disto (Capra 2006) aponta que a sobrevivência da espécie humana
dependerá de nossa alfabetização ecológica (conhecimento dos princípios básicos da
ecologia), ou seja, da nossa capacidade para entender tais princípios (interdependência,
reciclagem, parceria, flexibilidade, diversidade) e a sustentabilidade, como
consequência de todos.
Além de que em se tratando de novos paradigmas no campo das ciências temos
visto que a maneira de se interpretar os fatos de maneira isolada tem nos levado a uma
forma errônea pela qual ao invés de integrar temos fragmentado cada vez não apenas
nossos conhecimentos, mas nossa forma de nos vermos no mundo.
A este respeito, Capra (2006), nos afirma que mais estudamos os principais
problemas de nossa época, mais somos levados a perceber que eles não podem ser
entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão
interligados e são interdependentes.
A partir deste contexto a alfabetização ecológica pode ser trabalhada através da
teoria da inteligência naturalista – uma vez que temos cada vez mais indivíduos
dissociados do meio ambiente – o fato de abordar a alfabetização ecológica teoria
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defendida por Capra em um universo em que o público alvo encontra-se condicionado a
não reconhecer o valor intrínseco do aspecto ambiental para a sua sobrevivência.
Podemos, portanto, perceber um elo entre a teoria filosófica de Capra ao propor
uma alfabetização ecológica e a teoria cognitiva de Gardner ao reconhecer que
possuímos inteligências que podem ser ativadas para determinada finalidade de acordo
com nossas necessidades.
Esse diálogo torna-se claro nos dois autores, primeiramente em GARDNER
(2000) ao afirmar que reconhecendo nossa individualidade, podemos descobrir nosso
vínculo comum mais profundo – que somos todos um produto conjunto da evolução
natural e cultural.
E também em Capra (2006) quando afirma que entender as coisas
sistemicamente significa, literalmente, colocá-las dentro de um contexto e estabelecer a
natureza de suas relações. Sendo assim, compreendendo que uma alfabetização
ecológica se faz pertinente, podemos a partir da compreensão de que podemos identifica
e desenvolver uma inteligência naturalista nos indivíduos pode assim com esta junção
fornecer uma contribuição de como melhor desenvolver práticas coerentes à educação
ambiental.
Envoltos nesta realidade, nos defrontamos perante uma sociedade que necessita
da construção de um novo saber pautado numa melhor compreensão a cerca dos
processos de ensino e aprendizagem que permeiam o processo educativo vigente, se
apresenta de forma oportuna identificar práticas que não sejam apenas de caráter
tecnicista da questão educacional, ir além, perceber enfim que se faz de suma
importância reconhecer o quão importante é estabelecer novas práticas voltadas a uma
pedagogia que considere a forma como o individuo se relaciona com o todo.
A partir deste aspecto a Educação Ambiental passa a obter uma nova dimensão,
na qual pode contar com a contribuição de novas práticas educativas que tem por
característica uma interação com formas de ensino e aprendizagem comprometidas com
as ações dos indivíduos e do mundo que nos cerca. A tese aqui mencionada busca
demonstrar que a utilização da abordagem da alfabetização ecológica pode ser
enriquecida com a teoria da inteligência naturalista culminando assim para uma
contribuição em relação as metodologias em educação ambiental.
Atendo-nos a uma nova postura educativa da qual a Educação Ambiental se
manifesta como eixo norteador para novas posturas relativas a nova forma de ver o
mundo, além de nos encontramos em uma urgência de informação de como se portar em
nosso habitat natural que se encontra em conflito com um sistema que o degrada cada
vez mais de forma irresponsável, portanto uma nova forma de aprendizagem se faz
necessária aos dias atuais.
A este respeito podemos concordar com Lovelock (2006) quando afirma que
além dos aspectos pedagógicos, precisamos com urgência, incentivar um maior respeito
pela condição humana, compreender o direito de cada ser que habita este planeta.
Em Assmann (1998), observamos que é preciso ver as coisas de um modo mais
abrangente, perceber com nitidez o quanto é importante examinar o processo de
aprendizagem e compreender a íntima relação que existe entre cognição e vida.
Fazer com que os indivíduos se percebam como seres biopsicossocial é a
necessidade da educação atualmente, com isso entendemos que o processo de ensino e
aprendizagem da Educação Ambiental permeia em um novo campo em que as
mudanças de paradigmas estão no centro da busca de novas formas de conhecimento,
preconiza-se novas posturas com relação a construção de novos processos pedagógicos
encontram-se a procura de novas formas de mecanismos de aprendizagem.
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A Educação Ambiental traz em sua essência uma nova postura de se pensar uma
educação contextualizada de com o panorama ambiental que posiciona o sistema
educacional perante uma nova necessidade de saber, de conhecimento necessário ao
desenvolvimento de toda sociedade e vem ser um elo significativo entre as relações
humanas e a interação dos indivíduos no habitat natural é de suma importância para o
desenrolar de novas posturas dos indivíduos atualmente.
Compreender que a Educação Ambiental é uma necessidade para formação
humana já se faz presente no universo do saber cientifico do panorama educativo, mas a
compreensão apenas não basta para que tal necessidade seja contemplada de forma
coerente com nossa realidade. É preciso compreender a questão ambiental além de suas
dimensões biológicas, químicas e físicas, enquanto questões sociopolíticas como afirma
Abílio (2005).
Em Abílio (2008), podemos perceber uma definição da EA como processo
educativo idêntico à educação formal, só que dando-lhe uma dimensão ambiental
contextualizada e adaptada à realidade interdisciplinar, vinculada aos temas ambientais
locais e globais. Essa definição proposta por Abílio nos lança perante um novo processo
de emancipação do contexto ambiental permeando a educação atualmente, o mesmo
enfoca que é necessário uma educação acoplada com os contextos ambientais de forma
local e global.
A Educação Ambiental deve ocorrer de maneira relacionada com a ação do
homem e suas causas, podemos compreendê-la ainda como uma mudança de valores no
âmbito social.
De acordo com a conceituação de Educação Ambiental Branco (2003) nos afirma
que seria a educação ambiental um conjuntos de iniciativas educacionais de todos os
setores da sociedade, na busca de uma consciência ambiental.
POR UMA EDUCAÇÃO ALÉM DOS MUROS ESCOLARES
“Eu acho que aquela parte da educação que tem início nas salas de
aulas deveria nos preparar para entender a nossa participação na teia
da vida – que nenhuma pessoa é uma ilha e nem deveria querer ser” .
(CAPRA, 2006, p. 135)
Estamos diante um novo processo de transformação da educação, aos pouco se
faz necessário reorientar o modo como os indivíduos vivem e educam as futuras
gerações. A escola, a sociedade e a comunidade precisam perceber que a forma como
levam suas crianças a atingir seus níveis de desenvolvimento humano deve atualmente
passar por um contexto entrelaçado com vários aspectos.
Educar hoje é perceber que a educação vai além dos muros e bancos escolares, o
sujeito atualmente precisa estar inserido pedagogicamente em seu contexto geográfico,
político, social, ambiental, econômico e cultural para que possam pensar de forma
sistêmica e perceber que tudo não se trata de uma grande rede em que todas as partes
estão entrelaçadas.
A educação encontra-se diante um desafio: nossas crianças tem consciência que
existe uma dinâmica fora da sala de aula? Que somos moradores do mesmo lar
independente do lugar em que nos encontramos? Temos crianças com tal consciência e
visão de mundo?
Freire (1979) aponta que o ensino deve ser baseado no diálogo que busque um
conhecimento participativo e transformador, que a vivência e a realidade sirvam para
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enxergar e ler o mundo, este fato precisa ser considerado para que a real aprendizagem
se realize.
Capra (2006) ao propor uma pedagogia que facilite o entendimento da
compreensão do mundo através dos princípios da ecologia, como sendo base para que
os indivíduos cultivem um respeito a natureza, enfoca uma abordagem de caráter
multidisciplinar baseada na experiência e na participação.
Podemos observar que a leitura de mundo tanto difundida por Freire comunga
quase que simultaneamente com a tomada de consciência de Capra ao afirmar que o ser
humano toma conhecimento a partir de sua visão d emundo que nós mesmos fazemos
parte da teia da vida.
Estamos diante, portanto, de uma afirmação: a crise ecológica é em parte uma
crise da educação. Há muito tempo fomos influenciados pela ciência a possuir uma
visão de mundo pautada no modelo cartesiano, o qual a ciência procurava suas razões
absolutas, suas convicções comprovadas em laboratório e teorias desencontradas com
outros aspectos importantes, mas que por se encontra na maioria das vezes no campo
das ideias ou da filosofia não se tornou parte considerável do mundo cientifico.
Esta forma de ver o mundo moldou a educação durante séculos, nos tornando
racionais a ponto de cada vez mais nos afastando de uma compreensão holística, de um
pensamento sistêmico e de uma visão de mundo menos fragmentada.
Podemos, então compreender que a necessidade atualmente é que em outras
palavras os indivíduos precisam ser ecologicamente alfabetizados, pois assim teríamos
uma transformação mais profunda no conteúdo, no processo e no alcance de uma
pedagogia em todos os níveis de ensino, baseada numa teoria prática que tem como
fundamento o pensamento sistêmico, a ecologia e a educação.
O conceito de alfabetização ecológica é difundido por Capra como uma
pedagogia pautada no pensamento ecológico de compreender a vida e no pensamento
sistêmico o qual afirma que todos estamos inseridos numa grande teia da vida.
Segundo Capra (2006), o termo Alfabetização Ecológica reconhece que:
O desequilíbrio dos ecossistemas reflete um desequilíbrio
anterior da mente, tornando-se uma questão fundamental nas
instituições voltadas para o aperfeiçoamento da mente. Em outras
palavras a crise ecológica é em todos os sentidos, uma crise da
educação; É da educação, não está meramente na educação; Toda
educação é Educação Ambiental (...) com a qual por inclusão ou
exclusão ensinamos aos jovens que somos parte integral ou separada
do mundo natural; A meta não é o mero domínio de matérias
especificas, mas estabelecer ligações entre a cabeça, a mão, o coração
e a capacidade de reconhecer os diferentes sistemas.(página 11).
Desta forma, percebemos que alfabetizar um sujeito ecologicamente se faz
necessário de no mínimo uma compreensão sobre os princípios básicos da ecologia, de
ecologia humana e dos conceitos de sustentabilidade, favorecendo ainda uma
aprendizagem para a solução de problemas.
Segundo Orr (2006)
Qualquer que seja a situação da nossa pesquisa pedagógica, a
vida da mente é e continuará sendo um processo misterioso e fortuito,
só um pouco influenciado pela educação formal ( as vezes sem
nenhum efeito positivo) (p. 11)
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Com essa afirmativa de Orr, compreendemos que a forma como nossa mente
aprende e absorve o mundo que está a nossa volta se dá de maneira complexa em que
muitas vezes as vivencias dentro da escola, no campo da educação formal pouco
significam para uma aprendizagem pertinente e necessária ao contexto mundial em que
estamos inseridos atualmente.
INTELIGÊNCIA NATURALISTA: NECESSÁRIA A ALFABETIZAÇÃO
ECOLÓGICA?
Como a natureza manufatura superfícies (como as conchas dos
moluscos) que são mais duras do que a cerâmica produzida pela nossa
alta tecnologia e fios de seda (fiados pelas aranhas) que são cinco
vezes mais resistentes do que o aço? (CAPRA, 2006, p. 14)
Considerada um das últimas inteligências a ser descoberta e estudada pelo
psicólogo e neurocientista Howard Gardner surgindo de uma teoria intitulada:
Inteligências Múltiplas (1983), a inteligência naturalista é a oitava inteligência apontada
por Gardner em seus estudos.
Os estudos relacionados a inteligência apontam Alfred Binet (1857- 1911) como
um de seus percussores, médico e psicólogo, Binet passou a desenvolver pesquisas no
campo da avaliação da inteligência medindo as habilidades dos indivíduos.
Seu campo de estudo foram inicialmente as escolas primarias francesas a qual
apresentavam interesse em conhecer o nível de conhecimento de suas crianças. A partir
desta realidade Binet criou um instrumento que almejava identificar nas crianças as
habilidades linguísticas e matemáticas, pois estas eram as mais valorizadas pelos
institutos de educação da França na época.
Desde então vários testes com o objetivo de identificar os níveis, os tipos, as
habilidades e potenciais de inteligência passaram a surgir e ter sua importância no
campo da educação como forma de contribuir e direcionar a aprendizagem humana.
Surge, portanto a “Escala de Inteligência de Stanford-Binet”, desenvolvida pela
Universidade de Stanford na Califórnia. Mesmo com o surgimento de tal experimento
Binet declarou que a inteligência se tratava de algo muito complexo para ser medido de
forma tão exata.
Gardner em 1989, vai mais além ao afirmar que a inteligência e suas habilidades
cognitivas são bem mais complexas, pois nosso sistema nervoso é capaz de processar
diferentes tipos de informações, além de atuar diferentemente a partir de habilidades
que possuem mais ou menos importância em determinadas culturas.
Portanto, a partir da teoria das Inteligências Múltiplas propostas por Gardner,
somos levados a pensar que a inteligência define um sujeito dependendo de sua
realidade, o contexto em que está inserido e que uma inteligência não deve se sobrepor a
outra, e sim que os indivíduos possam ter a possibilidade de experimentar todas e,
talvez caso se identifique com uma ou mais inteligência do que as demais que estas
sejam trabalhadas a ponto de atingir níveis satisfatórios para o seu desenvolvimento.
E essa questão é evidenciada por Gardner quando ele evidencia que:
O ponto essencial na teoria das IM, é que não existe apenas uma
capacidade mental subjacente. Ao invés, várias inteligências,
funcionando em combinação, são necessárias para explicar como os
seres humanos assumem papéis diversos, como físicos, fazendeiros,
feiticeiros, dançarinos (GARDNER, 2000, p.61).
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Desta forma, notamos que a teoria das IM busca compreender os tipos de
habilidades cognitivas dos indivíduos, com o intuito de reconhecê-las como parte do
desenvolvimento humano e não como uma classificação severa e taxativa em que define
se um individuo terá predisposição para certas áreas ou outras. Compreende-se ainda
que a partir das IM os indivíduos possam ter múltiplas capacidades.
Gardner ao demonstrar a inteligência naturalista nos comprova que esta se
apresenta da seguinte forma:
(...) a inteligência do naturalista é tão arraigada como as outras
inteligências. Há, para começar, as capacidades essências para
reconhecer exemplos como membros de um grupo (mais formalmente,
de uma espécie); para distinguir entre os membros de uma espécie;
para reconhecer a existência de outras espécies próximas; e para
mapear as relações, formal ou informalmente, entre as várias espécies.
Evidentemente a importância de uma inteligência naturalista está bem
comprovada na história evolucionária, onde a sobrevivência de um
organismo depende de sua habilidade de distinguir entre espécies
semelhantes, evitando algumas (predadoras) e investigando outras
(para servir de presa ou brinquedo). A capacidade do naturalista se
apresenta não só nos primatas evolucionariamente próximos dos seres
humanos; as aves também podem discernir as diferenças entre
espécies de plantas e animais (inclusive diferenças que não existam
em seu ambiente esperado, “normal”) e até reconhecer as formas
humanas numa fotografia. (GARDNER, 2000, p. 65,66).
A partir desta afirmação, reconhecemos que a inteligência naturalista descrita
por Gardner representa e esta comprovada ao logo da história da evolução humana
atrelada a capacidade de sobrevivência dos seres vivos como o mecanismo cognitivo na
sua capacidade e habilidade em reconhecer determinadas formas de comportamento que
lhe favoreça condição essencial a vida.
Em Capra (2006), notamos que atualmente precisamos ter a capacidade de
resolver problemas sistematicamente, associados a uma rede de aspectos das mais
variadas origens, é necessário sermos alfabetizados ecologicamente e para que isso
ocorra precisamos reconhecer o nosso tipo de inteligência, as nossas capacidades
cognitivas e habilidade que nos aproxime desta aprendizagem tão necessária a nossa
sobrevivência.
A alfabetização ecológica comunga paralelamente a inteligência naturalista
quando percebemos que reconhecer que uma nova forma de moldar uma educação
necessária e comprometida com a realidade mundial vivenciada atualmente, consiste em
alfabetizar nossas crianças não apenas em letras, números e códigos, mas também uma
alfabetização que faça uso de nossas raízes naturais, demonstrando que além de
indivíduos letrados devemos ser antes de tudo alfabetizados a partir do nosso meio
natural, fortalecendo assim a formação de um sujeito biopsicossocial.
Para tal situação Gardner aponta que
Até agora a maioria das escolas na maioria das culturas
enfatizou uma certa combinação de inteligências linguísticas e lógicas.
Indubitavelmente, esta combinação é importante para dominar a
agenda da escola, mas fomos muito longe ao ignorar as outras
inteligências. Ao minimizar a importância das outras inteligências
dentro e fora da escola, nós levamos muitos estudantes, que fracassam
em exibir a mistura “adequada”, à crença de que são tolos, e não
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tiramos vantagens dos modos nos quais as múltiplas inteligências
podem ser exploradas para atingir as metas da escola e da cultura mais
ampla. (GARDNER, 1994, p. 74).
Sendo assim, compreendemos que a inteligência naturalista se faz presente no
processo de compreensão e implementação da alfabetização ecológica, uma vez que a
educação atualmente tem a necessidade de mudar a insistência de um ensino baseado
ainda no modelo cartesiano e passar a nutrir suas diretrizes em uma educação vinculada
ao pensamento sistêmico que consiste em perceber que tudo a nossa volta está
interligado e essa visão de mundo precisa ser compreendida desde de cedo nos
indivíduos proporcionado assim uma alfabetização de caráter ecológico.
Potencializar e trabalhar as habilidades das crianças reconhecendo que estas
podem vir a desenvolver uma inteligência naturalista ou reconhecer que algumas já
evidenciam em si características da mesma é antes de mediar sua pontenciabilidade
reconhecer que o desenvolvimento da inteligência naturalista é tão primordial ao
desenvolvimento do ser humano como inseri-lo no mundo das letras.
Com isso a alfabetização ecológica traz em sua essência uma pedagogia que
reconheça como desenvolver a capacidade dos indivíduos compreenderem que também
fazem parte do sistema natural do planeta, que não são seres a parte desta, e que
convivendo com ela devem ter a sensibilidade de reconhecer que seu comportamento
está intrinsicamente associado à vida natural.
Capra demostra a este respeito que
A educação por uma vida sustentável estimula tanto o
entendimento intelectual da ecologia como cria vínculos emocionais
com a natureza. Por isso, ela tem mais probabilidade de fazer com que
nossas crianças se tornem cidadãos responsáveis e realmente
preocupados com a sustentabilidade da vida; que sejam capazes de
desenvolver uma paixão pela aplicação dos seus conhecimentos
ecológicos à reformulação de nossas tecnologias e instituições sociais,
de maneira a preencher a lacuna existente entre a prática humana e aos
sistemas da natureza ecologicamente sustentáveis. (CAPRA, 2006, p.
15).
E esse entendimento intelectual da ecologia mencionado acima faz menção a
inteligência naturalista proposta por Gardner ao afirmar que os sujeitos com potencial e
tendências a esta inteligência se configuram em sujeitos que terão maior possibilidade
de reconhecer e tentar solucionar problemas tão presentes na sociedade atualmente,
problemas de caráter ecológico, socioambiental.
Morin (2003) em sua obra Os sete saberes necessários à educação do futuro, e
um desses saberes necessários a educação do futuro será a compreensão de nossa
condição planetária, como afirma que esse fenômeno que estamos vivendo hoje, em que
tudo está conectado, é outro aspecto que o ensino ainda não se deu conta.
Assim como o planeta e seus problemas, a aceleração histórica, a quantidade de
informação que não conseguimos processar e organizar. Este ponto é importante porque
existe, neste momento, um destino comum para todos os seres humanos. O crescimento
da ameaça letal se expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, a ameaça ecológica,
a degradação da vida planetária. Ainda que haja uma tomada de consciência de todos
esses problemas, ela é tímida e não conduziu ainda a nenhuma decisão efetiva. Por isso,
faz-se urgente a construção de uma consciência planetária.
Morin ainda demonstra que
11
A educação deve favorecer a aptidão natural da mente em
formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata,
estimular o uso total da inteligência geral. Este uso total pede o livre
exercício da curiosidade, a faculdade mais expandida e a mais viva
durante a infância e a adolescência que com frequência a instrução
extingue e que, ao contrario e que ao contrario se trata de estimular,
ou caso, esteja adormecida acordá-la. (MORIN, 2000, p.39)
Torna-se, portanto, evidente que o estímulo a inteligência pautada na resolução de
problemas relacionados a época em que estamos vivendo, época esta marcada por uma
crise ecológica em que o sujeitos não foram alfabetizados além de tudo de forma
ecológica e tão sua inteligência naturalista não foi potencializada, nos vemos portanto,
perante aos frutos dessa educação descontextualizada com o mundo.
É importante salientar que inteligência naturalista, portanto, se configura da
seguinte forma
Neste sentido, a inteligência naturalista - como as outras
inteligências – é “supra-sensorial”. Por outro lado, a inteligência
naturalista pode parecer apenas o exercício da nossa inteligência
logico-matemática – capacidade de categorizar. Mas essa analise
redutiva também não funciona. Mas essa analise redutiva também não
funciona. A descriminação entre duas entidades é anterior a sua
classificação, e na verdade, qualquer esquema de classificação
biológico é sempre secundário a alguns critérios percebidos. Como
regra prática podemos invocar a seguinte sequência: primeiro,
percebemos os objetos por um ou mais modalidades dos sentidos; a
seguir, fazemos alguma distinção consequente pelo uso da inteligência
naturalista; por fim, classificamos (e talvez, reclassificamos) de
acordo com critérios lógicos específicos (GARDNER, 2005, p. 48).
Despertar, fomentar e favorecer uma inteligência de caráter naturalista é
contribuir para a alfabetização ecológica de sujeitos comprometidos com sua condição
de cidadão planetário.
A alfabetização ecológica aliada à teoria das IM especificamente à inteligência
naturalista, pode ser a chave para a implementação de uma mudança duradora na
educação necessária atualmente.
O estímulo a uma inteligência naturalista servirá como elo entre a alfabetização
ecológica e a educação sistêmica que representa uma grande mudança além de
abrangente, pois envolve uma série de fatores como: ambiente, estruturas, padrões de
economia e comunicação, valores e prioridades.
O caminho é longo e, além disso, precisamos juntar os pedaços de uma educação
que foi fragmentada ao longo dos tempos. É preciso ainda compreender as novas formas
de desenvolver a formação humana, analisando sua forma de ver o mundo, sua
inteligência, como se dão as aprendizagens e quais as melhores maneiras de solucionar
os problemas.
Desta forma, a educação das crianças para um mundo que seja capaz de perceber
que o estamos diante uma crise que necessita cada vez mais de indivíduos conscientes
de sua condição terrena, que seja capaz de formular soluções de sobrevivência e
permanência da espécie humana, sem atingir o ambiente natural de forma agressiva e
inconsequente.
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O conhecimento científico aliado ao pensamento sistêmico corrobora para uma
nova compreensão do sujeito que faz uso de suas inteligências em busca da plenitude do
desenvolvimento das capacidades cognitivas do ser humano.
A alfabetização ecológica fazendo uso da inteligência naturalista fornece como
produto uma pedagogia pautada no saber ambiental, que todos nós como seres
biopsicossociais somos capazes de desenvolver, ou como afirmou Morin, somos
capazes de despertá-lo.
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