alguns aspectos da crise urbana na america latina

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ALGUNS ASPECTOS DA CRISE URBANA NA AMERICA LATINA UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC Curso de Arquitetura e Urbanismo Santos, Milton. Ensaios Sobre a Urbanização Latino Americana. Capitulos 9 e 10. HTAAU. Latino Americana. Semestre 2014/2. Docente: Aline Savi. Acadêmicos: Áurio Cristiano, Murilo de Faveri e Vinícius dos Santos.

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  • ALGUNS ASPECTOS DA CRISE URBANA NA AMERICA LATINA

    UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC

    Curso de Arquitetura e Urbanismo

    Santos, Milton. Ensaios Sobre a Urbanizao Latino Americana. Capitulos 9 e 10.

    HTAAU. Latino Americana. Semestre 2014/2. Docente: Aline Savi. Acadmicos: urio Cristiano, Murilo de Faveri e Vincius dos Santos.

  • INTRODUO A expresso CRISE URBANA tem sido largamente utilizada por leigos e especialistas para exemplificar a situao atual das cidades. As CONSEQUNCIAS DA URBANIZAO tem criado um mal-estar sentido global e individualmente por cada cidado.

    Apesar da crise urbana no se apresentar da mesma maneira nos pases desenvolvidos em relao aos subdesenvolvidos, certos aspectos so comuns entre todos como, por exemplo, a congesto, a poluio ambiental, o anonimato, os custos psicolgicos e sociais pagos pelo indivduo.

    Os problemas possuem mesmas fontes em ambos pases, porm os resultados negativos nos subdesenvolvidos so fortificados. H sobretudo a questo da urbanizao descontrolada, uma massa desempregada ou subempregada, a desigualdade social, a carncia de servios gerais, moradias, alimentao, entre outros.

    Milton Santos

  • AS DIFERENAS DE RENDA Milton Santos

    A pobreza pode ser medida pelas enormes diferenas de renda constatadas, na maioria das vezes, nos pases do Terceiro Mundo e na Amrica Latina.

    Dados de um estudo realizado pelas Naes Unidas demonstram uma diferena de renda espantosa, sendo que, em 1965, 5% da populao dispunha de 31,5% da renda total.

    Em So Paulo, assim como em todas as outras cidades Latino Americanas, as diferenas so gritantes entre os nveis de renda familiar encontrados nas zonas suburbanas e na cidade propriamente dita.

  • AS DIFERENAS DE CONSUMO Milton Santos

    A partir da desigualdade social, surge tambm, as diferenas de consumo. A hiptese apresentada por Milton Santos demonstra o consumo privados por classes de renda na Amrica Latina em 1960. O resultado uma classe superior de 5% que consome 29% do total dos bens, 2 vezes mais que a classe mdia, que por sua vez, consome 2,7 vezes mais que a inferior.

    Os dados de consumo de servios, produtos e alimentos tambm so alarmantes quando analisados individualmente. Por exemplo, um indivduo de classe superior consome em produtos manufaturados 8,5 vezes mais que um outro da classe mdia, e 48 vezes mais que um indivduo de classe inferior.

  • SUBEMPREGO E DESEMPREGO Milton Santos

    O subemprego e desemprego tornaram-se um fenmeno banal nas cidades da Amrica Latina. Mesmo as cidades com forte potencial industrial no escapam deste fato. Dados apresentados por Milton Santos demostram o aumento no desemprego desde a dcada de 50 at 80, com uma perspectiva de 285 milhes de desempregados na Amrica Latina no ano 2000.

    Milton alerta para o fato de o crescimento populacional das cidade ser de 2 a 3%, de urbanizao 5 a 7% e de marginalidade 15 a 18%. Sendo que os jovens aparecem em larga escala nestas estatsticas.

    Um dos exemplos citados por Milton Kingston que, por conta do declnio do comrcio do acar, apresenta 15,5% de desempregados em 1946 e 18,4% em 1960.

  • O ENDIVIDAMENTO Milton Santos

    Segundo Milton Santos, o endividamento se torna uma regra geral para os pobres, que se endividam para consumir produtos manufaturados, servios e alimentos, ou ainda para tentar ascender socialmente como arteso, comerciante ou vendedor.

    Os dados apresentados por Milton demonstram despesas superiores s receitas no Mxico, Venezuela e Argentina, apesar de que este fato estende-se para toda Amrica Latina, principalmente para as classes inferiores. Por exemplo, em 1963, na Argentina, a metade mais pobre da populao recebeu 27,9% da renda total e gastou 34,4% do total do consumo.

    A alimentao um dos itens mais fundamentais no oramento da populao, entretanto um dos produtos que mais encarece a cada ano, contribuindo para o aumento do dficit na renda das famlias mais necessitadas.

  • A MARGINALIDADE E FAVELIZAO Milton Santos

    Em 1969, R. Vekemans e I. Fuenzalida estimam que havia em torno de 30 milhes de marginais na Amrica Latina. Mesmo as cidades mais dinmicas no escapavam desta situao.

    O fenmeno generalizado a todos os pases, industrializados ou agrcolas e a todas as cidades, prsperas ou no. Por volta de 1970, a aglomerao no Rio de Janeiro abrigava perto de 300 favelas, onde residiam quase um milho de habitantes (185.000 habitaes), e que representava naquele momento, um stimo da populao total. Na mesma poca, em Caracas, Venezuela, 730.000 pessoas viviam nas favelas, sobre um populao total de 2.000.000 habitantes.

  • AMONTOAMENTO Milton Santos

    O amontoamento o destino dos habitantes dos bairros pobres das cidades da Amrica Latina. As densidades nestes locais so altssimas comparadas em bairros de ocupao por parte da classe mdia e superior. As habitaes so em geral reduzidas e com poucos cmodos. Em dez pases, no incio dos anos 60, a percentagem de quartos ocupados por mais de trs pessoas eram de 5 a 19% para trs pases, de 20 a 34% para outros trs, e 35 a 49% para os quatros restantes. Sendo que em Point--Pitre, 47% das habitaes de um bairro pobre mediam menos que 24m.

    Outro fator importante para o amontoamento, alm da desigualdade social, seria o elevado nmero de membros por famlias na classe inferior. Em Medelln, famlias de seis pessoas ou mais representavam 44,71% do total do amontoamento.