almanaque paraná numero 2 janeiro maio 2011

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Paraná - Ano 0 – N o . 2 – janeiro/maio 2011 Pesquisa, Organização, Layout e Publicação: José Feldman Contatos para sugestão e colaboração: [email protected] Índice deste Número - Paraná em Trovas Almirante Tamandaré – Bandeirantes – Campo Mourão – Castro – Cornélio Procópio – Curitiba –Joaquim Távora– Maringá Morretes Palmeira Paranaguá –Pinhais – Pinhalão – Piraí do Sul – Piraquara – Ponta Grossa – Rio Branco do Sul –São Mateus – Tomazina – União da Vitória - Cidades do Paraná: Paranavaí em Trovas - Hino de Paranavaí - Dinair Leite: Paranavaí em Trovas - Trovador do Bimestre: Olga Agulhon - Luiz Otávio: Decálogo de Metrificação

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Paraná - Ano 0 – No. 2 – janeiro/maio 2011

Pesquisa, Organização, Layout e Publicação: José Feldman Contatos para sugestão e colaboração: [email protected]

Índice deste Número - Paraná em Trovas Almirante Tamandaré – Bandeirantes –Campo Mourão – Castro – Cornélio Procópio – Curitiba –Joaquim Távora–Maringá – Morretes – Palmeira – Paranaguá –Pinhais – Pinhalão – Piraí do Sul – Piraquara – Ponta Grossa – Rio

Branco do Sul –São Mateus – Tomazina –União da Vitória - Cidades do Paraná: Paranavaí em Trovas - Hino de Paranavaí - Dinair Leite: Paranavaí em Trovas - Trovador do Bimestre: Olga Agulhon

- Luiz Otávio: Decálogo de Metrificação

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Paraná em Trovas

Almirante Tamandaré Minha mãe, que orava aqui, é nos céus que reza agora; foi no meu sonho que a vi aos pés de Nossa Senhora! +HARLEY CLOVIS STOCCHERO A Trova, chispa divina Bem igualzinha ao amor; É sublime, é bela, fina... Nos lábios do Trovador. WELLESLEY NASCIMENTO

Bandeirantes As lembranças de nós dois fui guardando nas caixinhas... Para descobrir depois... Que em verdade... Eram só minhas! ISTELA MARINA GOTELIPE LIMA

Cartas de amor escondidas, no meu baú de esperança, são testemunhas de vidas que ficaram na lembrança. JANETE DE AZEVEDO GUERRA Por nunca amar quem me ama e amar quem nunca me quis, as feridas do meu drama deixam dupla cicatriz... LUCÍLIA TRINDADE DECARLI

Nos versos que a vida escreve neste caderno – o destino, tua lembrança se atreve ser meu verso... clandestino!

MARIA LÚCIA DALOCE CASTANHO

Não me peças esperanças perdidas em vendavais, se eu não posso ter lembranças

do que eu já nem lembro mais! NEIDE ROCHA PORTUGAL

Campo Mourão A verdade só proclama quem pouco sabe, de fatos. O mundo é um grande anagrama: movem-se as letras e os atos. SINCLAIR POZZA CASEMIRO

Castro Saibamos as leis de cor, Façamos do lar um templo, Mas nada educa melhor Do que o nosso bom exemplo. HILDA KOLLER

Cornélio Procópio Velha foto esmaecida deixou lágrima de herança! Hoje a vejo colorida pelo cristal da lembrança! ÁTILA SILVEIRA BRASIL

Curitiba Sempre que ponho em meus versos as coisas do coração, os pensamentos, dispersos, tomam forma de oração! †ALDO SILVA JÚNIOR Deus nos deu inteligência, arbítrio e também saber. Não inverta esta sentença: Viva... e deixe-me viver! ANGELO BATISTA A passarada desperta canta louvores ao dia e a flor se dá por oferta

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enquanto o fruto anuncia. †ANTÔNIO SALOMÃO A mulher, eu sei, confesso, é luxo da natureza... Fruir seu corpo é acesso às loucuras da beleza! APOLLO TABORDA FRANÇA E na escalada da vida tenho uma grande ambição: de ser a amiga escolhida pra te levar pela mão. ARACELI FRIEDRICH Diz um sábio singular este aforismo, a valer: Deus criou o bem e o mal compete à gente escolher. ����ARGENTINA DE MELLO E SILVA Pinheiros ou araucárias, com formas de belas taças dão pinhas extraordinárias e ao pinhão rendemos graças! ����ARIANE FRANÇA DE SOUZA Tudo o que é bom, por um lado, pelo outro tem um custo. Mesmo Deus em se reinado antes de ser bom foi justo! CAMILO BORGES NETO No comércio, o cidadão, nunca vive sossegado. Quando escapa do ladrão, cai no golpe do fiado. CASSIANO SOUZA ENNES

Sol e chuva, distinção, desta Cidade Sorriso sob qualquer condição, me sinto no paraíso!!! CECÍLIA SOUZA ENNES

Não seja bobo, sorria das coisas que vê na vida. Faça uma trova por dia, que é saúde garantida. CECILIANO JOSÉ ENNES NETO

Ao meu Deus peço um favor, bom presente para o mundo: Um saco cheio de amor, daqueles que não tem fundo! CRISTIANE BORGES BROTTO

Salve Ano Novo! Risonho, feliz, tranquilo a chegar! Vem, como meu grande sonho: de a tudo e a todos amar! CYROBA BRAGA RITZMANN Hei de te fazer, mulher, a mais feliz companheira. Não por um dia sequer, senão pela vida inteira. GILBERTO FERREIRA Explode no firmamento um sol de raro esplendor, espargindo pelo vento, eflúvios de eterno amor! GLYCÍNIA DE FRANÇA BORGES

Minha mãe que eu adorava, para mim tão boa e linda com tanto amor me falava que lhe escuto a voz ainda! †HEITOR BORGES DE MACEDO Faça a criança feliz! Ensine a mesma a pensar. Dê-lhe na ponta do giz razão pra não fracassar! JOSIAS DE ALCÂNTARA

Bandeira da minha terra lindo pendão de esperança. O teu pavilhão encerra luta, heroísmo e bonança. +LORYS MARCHESINI É na tarde que desmaia, é numa canção dolente que a saudade se atocaia para apunhalar a gente. †LOURDES STROZZI Brincava feliz menina com a boneca na mão hoje cresceu, triste sina,

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brinca com meu coração. LUIZ HÉLIO FRIEDRICH Só, eu vivo bem comigo, pois sou boa companhia; nem preciso de um amigo para sentir harmonia. LYGIA LOPES DOS SANTOS Arrisca um olho no amor, nessa incerteza em que vais. Na vida, o maior perigo é precaver-se demais. MANOEL CLARO ALVES NETO

Ante as leis, às vezes, penso dessa Justiça que aceito, que embora exista um consenso, nem sempre o certo é o direito. MANUEL M. RAMIREZ Y ANGUITA Longe vão minhas andanças e,em meu trêmulo cansaço, tento fazer das lembranças ... bastão... e assim firmo o passo. MARIA CONCEIÇÃO FAGUNDES Ao longo desta jornada percorri "sobes e desces", mas sempre bem humorada envolvida em minhas preces! MARIA DE LOURDES AKEL

Glória que tenho na vida, ninguém pode duvidar: foi vencer os contratempos, sem aos outros melindrar. MARIA NICÓLAS É fácil de fazer trovas quando se tem grande amor. Mil idéias sempre novas descem dos céus em louvor! †MARITA FRANÇA Sobre a vida do vizinho, o porteiro argumenta... já faz dele um picadinho... se puder... joga pimenta! MARIZA SOARES DE AZEVEDO

Minhas trovas são singelas, sem marcas nem pedantismo, pois eu faço, assim, com elas, arautos do romantismo. MAURÍCIO NORBERTO FRIEDRICH A melhor sogra do mundo, que não é uma qualquer, encontrei-a num segundo e a dei pra minha mulher. NEI GARCEZ Se a saudade em mim subisse como me sobe a pressão, o dia em que eu não te visse me explodia o coração. ORLANDO WOCZIKOSKY

Curitiba, ninguém mais, não importa aonde eu vá, pode dar-me o que me dás: És a Flor do Paraná! RALF GUNTER ROTSTERN Depois da aviária e a suína, mais folga o aluno cobiça: quer que venha, repentina, a gripe bicho-preguiça! ROZA DE OLIVEIRA À primeira claridade, da manhã fresca e bonita, a nossa bela cidade desperta alegre e se agita. SERAFIM FRANÇA Estudar é necessário quanto o alimento tomar. Saber é chave do armário pra experiência acumular. VASCO TABORDA RIBAS

Pelo bem, lute na terra, com garra: seja tenaz; Pois é através da guerra que só se consegue a paz. VANDA ALVES DA SILVA Certas trovas são tão belas, dão tal encanto e prazer,

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que eu vejo, pensando nelas, quanto preciso aprender! VANDA FAGUNDES QUEIROZ Saudade vive e contesta, me acorda de madrugada, faz lembrar-me o fim da festa... o beijo... e a noite estrelada! VÂNIA ENNES Quando chora um trovador não é o seu pesar somente, canta, sofre e chora a dor colhida de toda gente. VICTORINA SAGBONI Seja estrela sorridente no seu modo de viver, e com força transcendente faça o bem acontecer! VIDAL IDONY STOCKLER No caminhar, vença o atalho da vida, exercite a messe, veja o exemplo do carvalho, demora a crescer, mas cresce! WALNEIDE FAGUNDES S. GUEDES Se a mãe, através do amor, traz no olhar perene brilho, é para que a própria dor não turve a estrada do filho. WANDIRA F. QUEIROZ

Joaquim Távora Saboreando a lembrança das artes de um meninote, me sinto outra vez criança roubando doces de um pote. ADILSON DE PAULA

Maringá A natureza protesta sempre que alguém a maltrata. Se matas uma floresta, vem o deserto e te mata! A.A. DE ASSIS Ao perder-se um grande amor

nosso coração dá um brado: – Por favor, tire essa dor! Oh, pranto! Fique calado!!! JOSÉ FELDMAN Neste mundo conturbado, todos nós, mesmo os ateus, temos encontro marcado no fim da vida com Deus. OLGA AGULHON

Morretes Maior riqueza que há, na trilha da nossa vida, bom filho certo será a fortuna garantida. †LUCIO DA COSTA BORGES

Palmeira Naquele instante do adeus do nosso encontro fortuito, teus olhos e os olhos meus, discretos, disseram muito. †HEITOR STOCKLER DE FRANÇA

Paranaguá Quando encontram-se as amigas, mil fofocas vão pro ar... Sob a transa das intrigas, se divertem: tudo ao par! WALDEREZ DE ARAÚJO FRANÇA

Pinhais Mãe... és luz do meu olhar! És minha flor preferida, induz meu ser a sonhar, até o fim da minha lida. LIGIA CRISTINA DE MENEZES

Pinhalão Se não houvesse o morrer diríamos que boa sorte; quem amaria o viver se não existisse a morte? ELIAS DOMINGOS Faço trovas noite e dia, minto à imaginação.

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Vivo, então, minha alegria na magia da ilusão. LAIRTON TROVÃO DE ANDRADE Estrela, linda estrelinha, sempre no céu a brilhar, sei muito bem que és só minha e logo vou te buscar. LÊDA TEREZINHA DE OLIVEIRA

Piraí do Sul Angústia é isto: este anseio, pássaro aflito, doente. Nem se sabe de onde veio pra sofrer dentro da gente! VERA VARGAS

Piraquara A Justiça para todos tem que ter rumo perfeito, sem artimanhas e engodos, prevalecendo o Direito. HORÁCIO PORTELLA

Ponta Grossa Vassoura de bruxa arrasa, é enorme a sua ação, depois de limpar a casa, inda vira condução! FERNANDO VASCONCELOS A Trova é tão pequenina mas quanta Beleza encerra, feliz de quem tem a sina

de espalhá-la pe la Terra!... SÔNIA DITZEL MARTELO

Rio Branco do Sul À minha mãe que voou, nas asas de um querubim, pedindo hoje aqui estou que do céu vele por mim. SARA FURQUIM

São Mateus do Sul Quem no lar planta o carinho sempre colhe muito mais: o filho molda o caminho pelas pegadas dos pais! GERSON CEZAR SOUZA

Tomazina No horizonte da fazenda, quando a lua apareceu todo o céu se fez em renda e cobriu o colo teu. CECIM CALIXTO

União da Vitória Nasci onde o vento bate e junto a um grande terreiro, ao lado um pé de erva-mate e um majestoso pinheiro. HELY MARÉS DE SOUZA

Cidades do Paraná: Trovando em Paranavaí

Paranavaí é um município localizado no Noroeste do estado do Paraná, principal centro da micro-região de Paranavaí. Fundada em 1951 a uma altitude de 503 m, a cidade é hoje centro de um município de 1 202,4 km² de área, onde vivem 81.595 habitantes (censo 2010), o que dá uma densidade demográfica de 68,30 h/km².

HISTÓRIA No início do século XVI, espanhóis e portugueses fizeram suas primeiras penetrações, quase ao mesmo tempo, desencadeando as primeiras lutas pela posse efetiva da terra. Assim,

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o descobrimento, o desbravamento e o povoamento das terras que constituem hoje o estado do Paraná foram obra de castelhanos, portugueses e bandeirantes paulistas que, a partir de 1602, começaram a fazer suas primeiras "entradas" no sertão guairenho, trilhados ou caminhos fluviais e as "picadas" íngremes do sertão. Data do início dessas penetrações a abertura dos primitivos caminhos através do sertão conhecido pelas denominações de caminho de Peabiru, caminho fluvial do Cubatão, de Itupava e do Arraial e de Sorocaba a Viamão, por onde transitaram, no século XVI, Expedições das mais diversas. A partir de 1554, já existiam nas bacias dos rios Paranapanema, Ivaí, Tibagi, Piquiri e Paraná as "reduções" jesuíticas e as cidades espanholas de Ontiveros, Guaíra e Vila Rica do Espírito Santo. De qualquer forma, durante quase quatro séculos, a zona setentrional do Paraná ficou esquecida e abandonada, sendo visitada apenas por viajantes, bandeirantes e exploradores europeus. A região onde hoje se encontra o município de Paranavaí pertenceu em épocas sucessivas do povoamento às comarcas de Tibagi, Londrina, Rolândia, Apucarana e Mandaguari. Até o ano de 1928, a zona era completamente desabitada, constituída de terras devolutas de propriedade do Estado. A partir desta data foi que iniciou o povoamento e colonização da região. O único meio de comunicação até então existente era uma estrada antiga que, partindo de Presidente Prudente, no estado de São Paulo, cruzava o rio Paranapanema, em sentido leste-oeste, atingindo a localidade, onde surgiu, mais tarde, o município de Paranavaí. O primeiro núcleo populacional surgiu na antiga Fazenda Montoia, que se situava no mesmo local onde hoje se encontra a Fazenda Experimental do Estado. Aí, em 1930, já existia um Cartório do Registro Civil, o que significa que Montoia, naquela época, já era distrito judiciário. A partir de 1930, o povoamento deslocou-se rapidamente para a Fazenda Velha Brasileira (atual zona urbana de Paranavaí), em cujas terras virgens e férteis foi plantado nada menos de um milhão de cafeeiros. A inesgotável exuberância da terra da Fazenda Velha Brasileira atraiu, em curto lapso de tempo, pessoas de todos os quadrantes do país, que vieram, de uma ou outra forma,

contribuir para o progresso e desenvolvimento da cidade nascente. A Fazenda Velha Brasileira - surgindo sob inspiração de Dr. Lindolfo Collor, um dos líderes do movimento revolucionário de 1930 e autor da legislação trabalhista brasileira - veio a pertencer-lhe. Posteriormente foi transferida à Companhia Braviaco. Algum tempo mais tarde, por conta do Decreto No. 800 de 8 de abril de 1931, assinado pelo General Mário Tourinho, então Interventor Federal do Paraná, as terras de Paranavaí voltaram ao domínio do Estado, sendo autorizado o seu loteamento. Data dessa época o início da decadência da povoação e da localidade. Devido à burocracia existente, verificou-se um verdadeiro êxodo na população, que abandonava o patrimonio para fixar-se noutra localidade. Somente a partir de 1944, reiniciou-se o loteamento sob orientação do Dr. Francisco de Almeida Faria, quando, então se acredita, a localidade recebeu a denominação de Colônia Paranavaí, neologismo formado pela junção dos nomes dos rios Paraná e Ivaí. Considerando que a colônia estava ligada unicamente ao Estado de São Paulo, o Interventor Manoel Ribas resolveu determinar a abertura de um picadão que, partindo de Arapongas, ligasse Paranavaí ao resto do estado. Esse caminho foi novamente aberto e melhorado em 1939 pelo Capitão Telmo Ribeiro, e desde a sua abertura foi conhecida pela denominação de Estrada Boiadeira. Em virtude da Companhia Colonizadora haver retirado o apoio à localidade, caiu o desanimo sobre a população, ao ponto de desaparecer completamente e ser extinto o Distrito de Montoia. Assim, em 1944, a população de Montoia era inferior à existente em 1930. A partir de 1944, Paranavaí ressurgiu num surto de realizações e progresso sem interrupção, nem mesmo com as catastróficas geadas de 1953 e 1955. Para construir a primeira capela, foi derrubada a mata virgem. A primeira missa foi celebrada na casa de Waldomiro de Carvalho, nas proximidades da antiga estação Rodoviária. O fato ocorreu no dia 25 de dezembro de 1944, sendo celebrante o padre João Guerra. O município foi criado com o desmembramento de Mandaguari, pela Lei Estadual No. 790 de 14

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de dezembro de 1951, e solenemente instalado em 14 de dezembro de 1952, com a posse do seu primeiro prefeito municipal, o médico Dr. José Vaz de Carvalho, e instalação da primeira Câmara Municipal. Na época de sua autonomia, o município de Paranavaí era formado apenas por dois distritos: Catarinenses e Porto São José. A administração de José Vaz de Carvalho imprimiu tal progresso no município que, já em 1953, pela Lei Estadual No. 1542, de 14 de dezembro, era elevado à categoria de Comarca, sendo instalada como Comarca de 2ª entrância em 1º de março de 1954, tendo como primeiro Juiz de Direito, Dr. Sinval Reis e primeiro Promotor Público, Dr. Carlos Alberto Manita. Em 1956, no concurso promovido pela associação Brasileira dos Municípios, Paranavaí foi classificada, recebendo o Diploma de Honra, como um dos cinco municípios de maior progresso e desenvolvimento em todo o Brasil. O vertiginoso progresso do município foi de tal maneira impressionante que pela Lei No. 253, de 26 de novembro de 1954, Paranavaí foi desmembrada, saindo do seu território os seguintes municípios autônomos: Querência do Norte, Santa Cruz do Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, Loanda, Nova Londrina, Terra Rica, Paraíso do Norte, Tamboara e São Carlos do Ivaí. Em 1956, foi criada a Comarca de Loanda, constituída dos cinco primeiros municípios, enquanto os outros foram instalados após a realização das eleições a 3 de outubro de 1955. Geografia O município tem como limites o estado de São Paulo a norte e os municípios de Santo Antônio do Caiuá, São João do Caiuá e Alto Paraná a leste, Tamboara, Nova Aliança do Ivaí e Mirador a sul e Amaporã, Guairaçá e Terra Rica a oeste. Ensino Superior e Técnico UNIPAR - Universidade Paranaense. UEPR - FAFIPA - Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (Agora - Universidade Estadual do Paraná). FATECIE - Faculdade de Tecnologia e de Ciências do Norte do Paraná. UA do Brasil - Universidade Aberta do Brasil.

IFPR - Instituto Federal do Paraná. Campus de Paranavaí. UFPR - Universidade Federal do Paraná - Instituto de Pesquisa de Cana-de-Açúcar. Hospitais e Centros de Saúde A citricultura é uma das mais recentes alternativas agrícola da região. Apesar de nova, ela veio com muita força e transformou Paranavaí no maior produtor de laranjas do Paraná. A safra 2002/2003 produziu 6 milhões de caixas de laranja (estimativa baseada na quantidade vendida para as duas indústrias instaladas no município). A Paraná Citrus (antiga Citrocoop) e a Citri - Indústria, Comércio e Exportação LTDA - são as responsáveis pela transformação da laranja. Praticamente todo o suco produzido nas indústrias é exportado. Dois outros sub-produtos da laranja, - óleo essencial e o D'limoneno - também são exportados. No mercado interno, o suco abastece as indústrias de refrigerantes. Além disto, a laranja in natura é comercializada nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A região de Paranavaí também produz mandioca, algodão, café, bicho-da-seda, pecuária, abacaxi e soja. Dessas, a produção de mandioca é a mais significativa. É a segunda maior do estado e ocupa 30 mil hectares. A produtividade da região é duas vezes superior que a média nacional. Na região se colhe, em média, 30 ton. por hectare. A média brasileira é de 13 Ton por Hectare. O café ocupa 14 mil hectares de lavouras. Este número aumenta a cada dia com a implantação do sistema de café adensado, que está trazendo de volta a cafeicultura para o Noroeste do estado. O bicho da seda é uma cultura que gera muitos empregos. São duas mil toneladas de casulos de bicho da seda produzidos na região, comercializados nas indústrias de fiação de seda. A avicultura, por meio da empresa Avícola Felipe S/A também e grande geradora de renda e empregos para toda cidade e região. A empresa abate 110 mil aves/dia e gera cerca de 2000 empregos diretos e 6000 indiretos.

A principal atividade da região é a pecuária de corte. As pastagens ocupam 75% da área da região. O rebanho é de aproximadamente 1

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milhão e 100 mil cabeças e a raça predominante é a nelore.

Na região, também é forte a criação de búfalos. É o segundo maior rebanho de bubalinos do Paraná.

Paranavaí conta com uma estrutura de pesquisas e difusão de tecnologia. O Iapar - Instituto Paranaense de Assistência Rural e a Estação Experimental de Cana-de-Açúcar da Universidade Federal do Paraná representam um avanço tecnológico para a agricultura da região. Cultura Paranavaí conta com um dos mais modernos teatros do Paraná. O Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa, que foi inaugurado na noite de primeiro de abril de 2003 com o espetáculo O Segundo Sopro, do Balé Teatro Guaíra. O Teatro está no Centro Cultural Rodrigo Ayres, possui 357 lugares, palco em estilo italiano, três camarins e ar condicionado central. A obra tem ainda um elevador para pessoas deficientes e um moderno sistema de som. O Femup - Festival de Música, Poesia e Contos de Paranavaí é um dos únicos do gênero no Brasil e é realizado há mais de 45 anos. Principais indústrias da cidade são: Cocamar/Sucos Paraná Citrus, Citri agroindustrial, Navi Carnes, Yoki alimentos, Gessopar Decorações, Projeluz Iluminação, Mister Frango, Refrigerantes Garoto, Troncos e balança Beckhauser, Mathie jeans, Textilpar, Ivo

Recap (cronnus pneus), Maria Valentina (grupo morena rosa), Incopostes, Fantuci Jóias e em breve será inaugurada a Usina de Cana-de-Açúcar Brazcana central energética e a INCOEP - Indústria de Óleos Paranavaí.

HINO DE PARANAVAÍ

Quando te vemos hoje assim radiosa Teus filhos agitados no labor Lembramos da empreitada gloriosa Que calejou as mãos do lavrador E fez romper da terra generosa Os ricos frutos do progresso e amor Nasceste sobre o signo da vitória Que os filhos teus souberam conquistar És a um só tempo a evolução e a glória Cidade que não pode mais parar Ó Paranavaí dos cafezais Simétricos em flor sobre a paisagem De belos e de extensos matagais Planícies verdejantes de pastagem Da glória tu chegaste até os umbrais Salve teus filhos que na faina ardente Sob teu solo ainda hostil e agreste Traçaram teu destino florescente Salve ó cidade que te engrandeceste Ó bela capital do noroeste Fontes: Wikipedia Prefeitura Municipal de Paranavaí

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Paranavaí em Trovas

por Dinair Leite

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Trovadora do Bimestre:

Olga Agulhon

Harley Clóvis Stocchero nasceu em

Tamandaré/PR, em 1926, filho de Bortolo Ferreira Stocchero e Hercília de Oliveira Stocchero.

Estudou na PUC-PR. Foi professor e advogado. Funcionário fazendário estadual,

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Exerceu cargos diretivos da Escola Normal Dr. Cícero Silva, no interior do estado e FIDES (PROMOPAR), em Curitiba. Delegado da UBT de Almirante

Tamandaré, sócio da seção UBT-Curitiba, da Academia de Cultura de Curitiba, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, da Soberana Ordem do Sapo e sócio efetivo da Academia de Letras José de Alencar ocupando a cadeira n.5, na qual foi vice-presidente. Foi presidente do Centro de Letras do Paraná. Cadeira

n.6 da Academia Paranaense de Letras, cadeira n.12 da Academia Paranaense de Poesia e cadeira 17 da Academia Sul-Brasileira de Letras. Recebeu o título de Vulto Emérito,

pela Câmara Municipal de Almirante Tamandaré em 1994. Possui medalhas e diplomas de

concursos de trovas. Possui dois livros publicados: Ermida Pobre (poesia); e Os Dois Mundos (poesia, mensagens e cronicas). Faleceu em 23 de março de 2005.

Anda nua pelo quarto, provoca, e diz que não quer... - E o marido? – Esse anda farto... das pirraças da mulher.

As dores e os desencantos, lancem ao pó das estradas... - Façam dos lares recantos que lembrem contos de fadas!

Carrego pouca bagagem porque, na vida, aprendi que, mesmo longa a viagem, preciso apenas de ti.

Como enchente, o amor invade as margens do coração... - Quando passa a tempestade, só nos sobra a solidão! Diante do encanto desfeito por promessas não cumpridas, eu sempre encontro outro jeito de entrelaçar nossas vidas.

Mantinhas longe o olhar, e eu, tola, não percebi... Mesmo dizendo me amar, aos poucos eu te perdi.

Meus sonhos não morrerão! São em verso eternizados. Não deixe os seus, meu irmão, em baús, abandonados.

Mil sonhos num embornal, tantas pedras no caminho... Era a sina do “imortal” que nunca encontrou seu ninho. Mira a “boneca” o “pendão” que a contempla lá de cima... – É o milho em fecundação pra safra que se aproxima!

Não a agüentou... fez no mato; estava cheia a bexiga... Quanta má sorte! Que chato! Era uma moita de urtiga... Não há fronteira na vida que separe um grande amor, quando a ponte foi erguida pelas mãos do Criador.

Na roça em trabalho duro aos filhos sonhou bem mais... - Pra colher melhor futuro plantou livros e jornais! Natal! A ceia na mesa e os presentes que trocamos não refletem a grandeza da data que celebramos.

Neste mundo conturbado, todos nós, mesmo os ateus, temos encontro marcado no fim da vida, com Deus.

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No colo do solo bruto, se a semente é bem tratada, por prêmio colhe-se o fruto da esperança ali plantada.

Quando é longa e dura a estrada, nós sempre aprendemos tanto, que as conquistas, na chegada, têm sempre o dobro do encanto

Quando o amor fica em ruína, sem chão, paredes... ou teto, o alicerce nos ensina que só o carinho é concreto.

Se esta terra é "mãe gentil" e a vida nos nega o pão, é porque falta ao Brasil

investir na Educação.

Tamanha “sorte” me arrasa que, se concorro sozinha, o carteiro troca a casa, e entrega o prêmio à vizinha.

Tremenda surpresa aguarda o marido certo dia: - na cama dele uma farda, dentro do armário o vigia! Viajei pelo mundo inteiro e nunca mais pude achar o que no instante primeiro encontrei em seu olhar! …

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Luiz Otávio Decálogo de Metrificação

(É o resumo de um ensaio e de um relatório, ambos sobre metrificação, de autoria de LUIZ OTÁVIO com a colaboração de 53 trovadores de diversas seções da UBT (União Brasileira dos Trovadores) e também de Portugal)

DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO

1) - As sílabas são contadas até a última tônica do verso.

2) - As pontuações não impedem as junções de sílabas.

3) - Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos, (ou seja: não usar "suarabacti").

Exemplo: “ig-no-ro” e não “i-gue-no-ro”

4) - Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte. § único - Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e desagradáveis.

Exemplo: Ventura única – venturúnica.

5) - Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.

§ único - Nos casos em que se prefira a junção "forte + fraca", deve-se ter sempre o cuidado de evitar sons desagradáveis: "mais que tu/ardo" ou formar novas palavras: vi/a moça

6) - Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.

§- Não deve haver mais de uma vogal forte.

§- No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3* lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por elisão, e não por sinalefa (ditongação). Assim, estará certo:

"é a ambição que nos prende”, e não se pode unir as três vogais de "e a / intima palavra".

§- Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de quatro e até de cinco vogais.

7) - Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas: "E eu".

As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis): "a distância infinita", e são repelidas nos ditongos decrescentes: "Eu sou/a que no mundo …

§ Único - Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais fortes aos ditongos, quando essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.

Aceita-se: "será auspiciosa", e é inaceitável: "terá/auto".

8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas), a sinérese é de uso facultativo.

Exemplo: "ci/ú/me" ou "ciú/me"; “po/e/ta” ou “poe/ta”.

§ Único - Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese. Geralmente, são formados pela vogal "a" seguida das vogais "a", "e" ou "o". Exemplo: Sa/ara, a/éreo, a/orta, ou,

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em alguns casos, da mesma vogal "a" seguida das semi-vogais "i" ou "u" tônicas, como em: "para/íso, "ba/ú".

9) - Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas) seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese ("tua", "lua", "frio", "rio" etc., e sim, "tu/a", "su/a","fri/o", "ri/o", etc.)

§ Único - Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.

10) - 0 uso da aférese ("inda", etc), síncope ("pra", etc), apócope ("mui", etc) e de ectilípse (com a, com o, com as, com os) é facultativo.

§ 1º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco usada. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada.

Exemplo: "com amor".

§ 2º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais tônicas não será aceita. Exemplo: "com esta".

§ 3º - A junção de fonemas anasalados "am", “em”, "im", etc., com vogais átonas ou tônicas não será aceita.

Exemplo: "formaram" / idéias", "cantaram / hinos" etc.

§ 4º - É preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade dos leitores e dos ouvintes.

GLOSSÁRIO - Por ordem alfabética, para melhor

compreensão do Decálogo de Metrificação.

AFÉRESE - Supressão de sílabas ou fonema inicial ("/inda").

APÓCOPE - Supressão de sílaba ou fonema final ("mui/“).

CRASE - Fusão de duas vogais numa só ("a alma") ("e este").

DIÉRESE - Transformação de um ditongo num hiato ("sa/u-da-de").

DITONGO - Fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba.

("sai") ("falei") ("Niterói")

DITONGO CRESCENTE - Semivogal + vogal (“pátria”) (“gênio”) (“diabo”).

DITONGO DECRESCENTE - Vogal + semivogal (“pão”) (“meu”) (“dourado”)

ECTLIPSE - Supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação (sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. ("com o") ("com amor")

ELISÃO - supressão da vogal átona no final de uma palavra. ("Ela estava" = "Elestava").

ENCONTROS CONSONANTAIS - Duas consoantes unidas:

A. inseparáveis - ("bl - bloco”) ("fl - "flor") ou "grupos consonantais".

B. separáveis ("gn - ignóbil”) ("bs – observar”) ou "encontros consonantais disjuntos".

HIATO - uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-base. ("re/eleger") (“ca/olho”) (“a/éreo) (Rocha Lima);

Encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes. (“Sa/ara”) (“podi/a”) (“sa/úde”) (Cegalla).

ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES - “designação de Luiz

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Otávio” - Encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda forte. (“di/a”) (“tu/a”) (“ri/o”) (“fri/o”)

JUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - No sentido generalizado para traduzir a união de sílabas métricas, Abrange pois, os diferentes processos de diminuição de sílabas poéticas. comumente e erradamente empregada pela maioria dos poetas como elisão. Ver no Glossário, os vários processos ou métodos para diminuir as sílabas métricas ou processos de fazer a junção de sílabas: crase, elisão, sinalefa, sinérese, aférese, síncope, apócope e ectilipse.

POSTJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção posterior a uma sílaba ou palavra.

PREJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção anterior a uma sílaba ou palavra.

SEMIVOGAIS - São os fonemas "i" e "u", quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba com ela. Assim em "pai" e em "mau", o "i" e o “u" funcionam com valor de consoante; em "lu/ta" e em vi/da", funcionam com função de vogal.

SÍLABA OU MÉTRICA ou SÍLABA POÉTICA - São sílabas usadas nos versos, têm contagem diferente das sílabas gramaticais.

SINALEFA - Fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo (“Este amor = Esteamor").

SÍNCOPE - Supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra ("p/ra").

SINÉRESE - Transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. ("ci/ú/me em ciú/me").

SUARABACTI - Aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos encontros

consonantais disjuntos" ("i/gui/no/rar") – Luiz Otávio.

TÔNICA - Sílaba forte, acentuada.

VOGAIS - Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se distinguem entre si por seu timbre característico" - Rocha Lima.

VOGAL FORTE ou FRACA - A vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou do verso.

TROVAS DEMONSTRATIVAS Da aplicação das dez regras da Metrificação

Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes casos de aplicações das dez regras da METRIFICAÇÃO. Têm, pois, finalidade puramente didática. Devemos observar em cada uma, pela numeração, a aplicação da Regra de número correspondente.

1ª regra - Última Tônica Poderá a força elétrica de um sábio computador ensinar contagem métrica mas não faz um trovador...

2ª regra - Pontuação

Pensa em calma! Evita errar, Injusto é se nos reprovas, Pois não queremos mudar o modo de fazer trovas

3ª regra - Encontros Consonantais Você pode acreditar ter a pura convicção

que a ninguém vou obrigar a ter a minha opinião...

4ª regra - Vogal Fraca + Fraca (ou forte)

Podes crer és muito injusto e estás longe da verdade; pois na Trova, a todo cust,o defendo a espontaneidade...

5ª regra - Vogal Forte + Fraca É uma história bem correta

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em tudo o ensino é preciso, no entanto, só / o poeta

quer ser gênio de improviso...

6ª regra - Junção de Três Vogais Esta é uma Trova indiscreta, convenções, mal amparadas,

induzem muito poeta a convicções enraizadas.

7ª regra - Ditongos Para medir nossos versos, se o ouvido fosse o juiz,

em nossos “metros” diversos ninguém poria o nariz...

8ª regra - Encontros Vocálicos Ascendentes (***)

Na Trova, soneto ou poema, em toda a parte do mundo, se a Forma é o seu di/adema Su/a alma é sempre o fundo!

9ª regra - Encontros Vocálicos Descendentes

As dúvidas são pequenas, não sejas tão pessimista, dá-me a tu/a ajuda, apenas, e será bela a conquista.

10ª regra - Licenças – Aféreses - Síncopes – Apócopes - Ectlipses. É mui/to feio criticar(apócope)

a/inda que seja um direito (aférese) p/ra ser justo, aulas vem dar (síncope) Com/ o teu plano sem defeito...

(ectlípse)

(***) Na trova de exemplo, da REGRA 8, ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES, Luiz Otávio dá as duas formas de contagem de sílabas:

– poe/ma e di/a/dema, entretanto isto é feito apenas como um exemplo pois:

NÃO SE PODE USAR AS DUAS CONTAGENS NA MESMA TROVA.

UMA FRASE DE LUIZ OTÁVIO PARA DECORAR AS DEZ REGRAS "Tendo Paciência e Estudo Você Versejará Tecnicamente Direito Encontrando Estética e Lirismo."

Nesta frase temos:

T = tônica;

P = pontuação;

E = encontros consonantais;

V = vogal fraca;

V = vogal forte;

T = três vogais;

D = ditongos;

E = encontros vocálicos ascendentes;

E = encontros vocálicos descendentes;

L = licenças poéticas).

OBSERVAÇÃO – Este DECÁLOGO foi aprovado pelo Conselho Nacional da UBT e é, portanto, o melhor guia, tanto para aqueles que concorrem como para aqueles que julgam.

A UBT (União Brasileira de Trovadores) sente-se orgulhosa em proporcionar a oportunidade a um grande número de trovadores de conhecer o DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO onde, além de LUIS OTÁVIO, colaboraram grande nomes da Trova, entre outros podemos citar: Carlos Guimarães; Carolina Ramos; Lilinha Fernandes; Helvécio Barros; Vera Vargas; Milton Nunes Loureiro; Sávio Soares de Souza; Manita; Joubert A. Silva; Vasques Filho; David de Araújo; Rodolpho Abbud; Jacy Pacheco; Ivo dos Santos Castro; Micaldas Corrêa e Dimas Lopes de Almeida (Portugal).

Visite o site Falando de Trova (www.falandodetrova.com.br) , criado pelo trovador José Ouverney: Trovas, Resultados de Concursos, Concursos em Andamento, Artigos, Colaboradores, etc. – sempre atualizado.