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O Diário de Mr. Darcy

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Page 1: Amanda Grange
Page 2: Amanda Grange
Page 3: Amanda Grange

Este e-book é um trabalho feito de fãs para fãs, proporcionando

assim o beneficio da leitura para aqueles que não compreendem

outras línguas.

A venda ou troca desses livros é expressamente proibida e

condenável em qualquer circunstancia.

Gostou do livro? Então por favor, considere seriamente a

possibilidade de comprá-lo quando ou se for lançado no Brasil.

Assim os autores continuam a escrever e Editoras a publicar.

Page 4: Amanda Grange

Sinopse:

Page 5: Amanda Grange

Julho

Page 6: Amanda Grange

Segunda, 1º de Julho Será que eu fiz a coisa certa estabelecendo Georgiana em Londres? O

verão estava se provando ser muito quente, e quando fui visitá-la, hoje pela

manhã, encontrei-a sem sua energia habitual. Acho que vou mandá-la para a

costa por uns dias.

Terça, 2 de Julho Eu disse a Hargreaves procurar por uma boa casa em Margate, ou talvez

em Ramsgate, para Georgiana. Eu gostaria de ir com ela, mas está sendo difícil

achar um novo administrador para substituir Wickham e eu não posso perder

tempo.

Wickham! É estranho que um homem possa nos fazer ter tantos

sentimentos contraditórios. O administrador de meu pai era um homem que

eu admirava e respeitava, mas seu filho é um homem que eu desprezo. Eu mal

posso acreditar que George e eu éramos amigos quando criança, mas George

era diferente naquela época.

Algumas vezes eu me perguntava como um menino que teve todas as

vantagens, que foi abençoado com boa aparência, maneiras e educação e filho

de um homem tão respeitável pode se tornar tão mal. Quando eu penso sobre

tudo o que ele dissipou desde a morte de seu pai...

Eu estou contente de não ter ouvido sobre ele recentemente. Nossas

reuniões de negócios ano passado foram desagradáveis. Quando ele me pediu

a herança que meu pai o deixou ele se ofendeu com a minha recusa, ainda que

soubesse muito bem que não tinha mais direito sobre ela, e que seu caráter o

deixava totalmente inadequado para a igreja.

Felizmente, um montante de dinheiro resolveu o problema. Eu

desconfiava que ele se aproximaria de mim quando acabasse, mas eu

finalmente o fiz entender que ele não receberia mais minha ajuda. Devido

Page 7: Amanda Grange

à amizade que um dia tivemos, eu dei a ele bastante, mas eu não vou mais

ajudá-lo. O único homem que pode ajudar George Wickham agora é ele

mesmo.

Sábado, 6 de Julho Hargreaves achou uma casa para Georgiana em Ramsgate, e a

companheira dela, Mrs Younge, a inspecionou. Ela achou a casa bem

adequada então eu aceitei. Ramsgate não é muito longe, e eu posso me

encontrar com Georgiana sempre que meus negócios permitirem. Eu tenho

certeza que o ar do mar irá revigorá-la e ela logo estará com boa energia

novamente.

Terça, 10 de Julho Eu não tinha percebido o quanto iria sentir falta da minha irmã. Eu

cresci acostumado a cuidar dela, mas ela está em boas mãos e estou

convencido de que ela irá se divertir. Eu jantei com Bingley essa noite. Ele

ainda está na cidade, mas estará viajando para o norte para ver sua família

semana que vem.

– Eu penso que, você sabe, Darcy, vou alugar uma casa para o inverno –

ele disse depois da janta.

– Na cidade?

Page 8: Amanda Grange

– Não, no campo. Eu acho que vou comprar uma propriedade. Caroline

está sempre me dizendo que eu deveria comprar uma, e eu concordo com ela.

Eu pretendo alugar uma primeiro, e depois, se eu gostar, eu compro.

– Eu acho que é uma idéia excelente. Vai te fixar em um lugar.

– Exatamente o que eu penso. Se eu tivesse uma casa pelo menos

metade tão boa quanto Pemberley eu não ficaria mudando tanto de lugar. Eu

poderia convidar uma companhia para ficar comigo ao invés de viajar o país

de ponta a ponta procurando.

– Aonde você pretende procurar? – Eu o perguntei enquanto terminava

minha bebida.

– Eu algum lugar no centro do país. Não muito para o norte nem muito

para o sul. Caroline recomendou Derbyshire, mas por que eu moraria em

Derbyshire? Se eu quiser visitar aquela parte do país eu poderia ficar em

Pemberley contigo. Eu disse para o meu agente procurar algo em

Hertfordshire ou pelas redondezas. Eu conto com você para inspecioná-la

comigo quando ele achar alguma coisa.

– Se você seguir com essa idéia eu vou ficar feliz em te ajudar.

– Você acha que eu não vou?

– Eu acho que assim que você achar alguém você vai mudar de idéia e

ficar em Londres. – Eu disse com um sorriso.

– Você me faz parecer bem inconstante – ele disse rindo. – Pensei que

fosse meu amigo.

– E eu sou.

– E mesmo assim você me acha capaz de abandonar meu plano? Minha

palavra de honra que não vou ser dissuadido tão facilmente e que nada me

fará desistir de ter uma casa no campo. Você vai me visitar?

– Claro.

– Eu você deve levar a Georgiana. Como ela está? Eu não a vejo há

meses. Eu tenho que ir com Caroline visitá-la.

– Ela não está em Londres. Eu a mandei para Ramsgate durante o verão.

– Muito sábio. Eu mesmo não agüento mais esperar para sair da cidade.

Page 9: Amanda Grange

Nós nos despedimos depois do jantar. Se Londres estivesse cheia, eu

não teria muita esperança de que Bingley se fixasse em um lugar, mas como a

cidade estava vazia de companhia feminina eu acho que ele possa conseguir

seguir com seu plano – a não ser que alguma jovem do norte consiga

impressioná-lo, fazendo-o ficar em casa até o natal.

Sexta, 12 de Julho Eu recebi uma carta de Georgiana essa manhã. É espirituosa e carinhosa,

e estou feliz que tive a idéia de mandá-la para a costa. Ela chegou bem em Ramsgate e fala sobre o seu contentamento com a casa:

É pequena comparada com meu estabelecimento de Londres, mas é

muito confortável e tem uma linda vista para o mar. Mrs Younge e eu estamos indo a praia hoje a tarde. Estou ansiosa para desenhar a costa, te mando quando estiver pronto.

Tua querida irmã, Georgiana. Eu dobrei a carta e estava quase colocando na mesa junto com as outras

quando reparei na caligrafia de uma das cartas anteriores. Eu a peguei para que pudesse comparar as duas. Ela fez um progresso enorme durante os últimos anos, tanto na forma da letra quanto na escrita. Entretanto, eu confesso que eu acho a letra antiga mais encantadora, apesar da escrita ser pobre e a ortografia ser horrível.

Enquanto eu relia sua carta antiga me lembrei do quanto estava preocupado dela não ser feliz no seminário, mas eu não precisava ter me preocupado. Ela gostou de seus professores e fez bons amigos lá. Eu tinha que sugerir que ela convidasse um deles para ficar com ela em Londres durante o outono. Se eu vou ajudar Bingley a achar sua propriedade, então um amigo irá

ser alguma companhia para Georgiana enquanto eu estiver fora.

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Terça, 16 de Julho Fui cavalgar com o Coronel Fitzwilliam no parque pela manhã. Ele me

disse que esteve em Rosings e viu Lady Catherine, e que ela nomeou um novo

pastor. Por um momento eu temi que pudesse ser George Wickham, sabendo

que se ele tivesse ouvido falar de uma vida rica em Rosings ele poderia ter

tentando se insinuar para minha tia.

– Qual é o nome do pastor? – Eu perguntei.

– Collins.

Eu respirei novamente.

– Um forte rapaz com ótimas maneiras – continuou ele. – Uma mistura

de efetividade e convencimento. Ele fala sobre glorificar a todos e a tudo, fala

sem parar e não diz coisa alguma. Não tem opinião própria, exceto a idéia de

sua própria importância, que é tão absurda quanto inabalável. De qualquer

forma minha tia gosta dele o suficiente. Ele exerce bem suas funções e é útil

para ela como companhia para jogar cartas.

– Ele é casado?

– Eu acredito que não vai demorar muito para ser.

– Ele está noivo então?

– Não, mas minha tia acha que ficar em Rosings é entediante com tão

poucas pessoas para entretê-la, e eu acredito que ela logo o dirá para se casar.

Uma nova recém casada será uma diversão e também ela terá alguém para...

ajudá-la,– ele disse com um sorriso irônico.

– Ela gosta de ter o que fazer – comentei, retornando seu olhar.

– E ela é tão confortável assim que as outras pessoas não têm muito que

fazer a não ser agradecê-la pelo conselho – ele completou.

Nós dois tivemos uma boa quantidade de conselhos de Lady Catherine.

A maioria deles foram muito bons, mas mesmo assim eu ficava

freqüentemente aliviado que Rosings não era em Derbyshire, e sim bem longe

em Kent.

– Como está a Georgiana? – ele perguntou, enquanto deixávamos o

parque e voltávamos para minha casa.

– Muito bem. Eu a mandei para Ramsgate durante o verão.

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– Ótimo. Está muito quente na cidade para ela. Está muito quente para

qualquer um,– ele disse. –Eu vou para Brighton semana que vem. É uma pena

que eu não vou poder vê-la, mas na próxima vez que eu estiver na cidade vou

fazer de tudo para visitá-la. Você vai se juntar a ela em Ramsgate?

– Ainda não. Tenho muito que fazer.

– Mas você irá para Pemberley?

– Mais pra frente esse ano, sim.

– Então deve se casar. Iria te fazer comprar um lugar próprio.

– Se eu achar uma agradável herdeira, eu posso considerar isso, mas no

momento estou aproveitando a vida de solteiro.

Com isso nós nos separamos; ele foi para suas barracas, e eu de volta pra

casa.

Domingo, 28 de Julho Finalmente meus negócios na cidade estão concluídos, e eu estou livre

para visitar Georgiana. Pretendo fazer isso logo amanhã e surpreendê-la.

Segunda, 29 de Julho Eu não tinha a mínima idéia, quando eu sai para ir a Ramsgate essa

manhã, do que estava me aguardando. O tempo estava bom e tudo prometia

que fosse um ótimo dia. Eu cheguei à casa da Georgiana e estava satisfeito de

achá-la limpa e bem cuidada. Fui anunciado pela empregada, a casa sendo

muito pequena para comportar uma equipe de empregados completa, e

encontrei a Mrs Younge na sala de estar. Me vendo entrar ela ficou

consternada.

– Mr. Darcy. Nós não te esperávamos hoje.

– Eu pensei em surpreender minha irmã. Onde ela está?

Page 12: Amanda Grange

– Ela está... fora... desenhando.

– Sozinha? – Eu perguntei.

– Oh, não, claro que não, com a empregada dela.

– Eu não te contratei para ficar sentada em casa enquanto minha irmã sai

com uma empregada. – Eu disse descontente.

– Eu normalmente teria a acompanhado, é claro, mas hoje eu fui

obrigada a ficar dentro de casa. Eu estava... indisposta. Eu... comi um peixe

estragado... fiquei muito mal. Entretanto Miss Darcy estava ansiosa para

continuar seu desenho, e o tempo estando bom eu não quis estragar seu

divertimento. Ela me pediu se poderia ir com a sua empregada, e eu não vi mal

algum nisso. A empregada dela não é uma moça, e sim uma mulher sensata.

Eu me tranqüilizei. Mrs Younge realmente parecia doente, apesar de eu

ainda não saber a verdadeira causa para sua palidez naquele momento.

– Para qual direção eles foram? – Eu perguntei. – Vou me juntar a ela.

Posso me sentar do lado dela enquanto desenha e depois podemos retornar

juntos.

Ela hesitou por um momento antes de dizer: – Elas pretendiam dobrar a

direita ao longo da costa para que a Miss Darcy pudesse terminar o esboço

que já tinha começado.

– Muito bem, eu vou segui-las e surpreendê-la.

Logo quando estava saindo vi Georgiana descendo a escada. Espantei-

me. Ela estava vestida com roupas para ficar em casa e não mostrava sinal

algum de ter estado fora desenhando. Eu estava quase perguntando a Mrs

Younge o porquê da enganação quando ela mesmo falou.

– Miss Darcy, eu pensei que você já tivesse saído – ela disse. – Teu irmão

veio visitar-te. – E então ela adicionou: – Lembre-se, um pouco de

determinação é tudo o que é preciso, e você conseguirá tudo o que seu

coração desejar.

Eu achei o discurso dela estranho, mas eu pensei que significasse que se

Georgiana se empenhasse ela seria capaz de terminar seu desenho para sua

satisfação. Como eu estava errado!

– Fitzwilliam – Georgiana disse, ficando pálida.

Page 13: Amanda Grange

Ela parou na escada e não desceu. Ela, repentinamente, pareceu muito

nova e incerta. Eu me preocupei e achei que ela estava se sentindo mal.

– O que aconteceu? Você está doente? – Eu perguntei. – O peixe, você

também comeu?

– Peixe? – ela perguntou desconcertada.

– O peixe estragado que a Mrs Younge comeu. Você também comeu?

– Oh, não. – Ela disse, contorcendo as mãos.

– Contudo você não está bem. – Eu disse, notando um rastro de suor em

sua testa e vendo o quão branca ela estava.

Eu peguei a sua mão e a levei para sala. Mrs Younge estava começando a

nos seguir quando eu disse: – Mande vir o médico.

– Eu não acho – Ela começou, mas eu a cortei.

– Minha irmã não está bem. Chame o médico.

Meu tom não a deixou escolha e ela foi. Eu fechei a porta.

Georgiana tinha ido até a janela, e estava mais pálida ainda.

– Aqui, – eu disse, oferecendo-a uma cadeira e ajudando ela a sentar.

Mas ela imediatamente levantou-se de novo.

– Não, eu não posso, – ela disse infeliz, – eu não posso te enganar, não

importa o que ele diga.

Eu estava assustado. – Não importa o que ele diz? – Eu repeti

confundido.

Ela concordou seriamente. – Ele diz que se você soubesse sobre isso iria

nos parar. – Ela disse deploravelmente.

– Quem, Georgiana?

– George, ela disse baixando a cabeça.

– George?

– Sim, George Wickham. Mrs Younge e eu o encontramos por acaso na

praia. Ele está passando o verão aqui. Nós conversamos e ele disse o quanto

sente pesar por vocês não se falarem mais. Eu também, eu preferia muito mais

quando vocês eram amigos. Não parece certo que tenha alguma coisa não

resolvida entre vocês. Fiquei aliviada quando ele falou que foi tudo um mal

entendido e que já estava resolvido, e que não havia nada, agora, para nos

deixar desconfortáveis. Ele me lembrou da época em que ele me sentava no

Page 14: Amanda Grange

meu pônei e me levava para passear pelo jardim, e da vez que ele me trouxe o

bolso cheio de frutos de cascalho, – ela disse com um sorriso. – Ele disse que

foi uma sorte termos nos encontrado e que significava que podíamos renovar

nossa amizade. Eu o disse que não gosto mais de frutos de carvalho, então ele

riu e disse que me traria diamantes ao invés deles.

– Ele disse? – Eu perguntei. – E o que a Mrs Younge disse disso?

– Ela disse que era perfeitamente adequado, para mim, entreter um

amigo da família. Caso contrário eu não teria feito – disse minha irmã.

– Entretê-lo? – Eu perguntei, me sentindo mais e mais alarmado.

– Sim. Ele janta aqui de vez em quando e nos acompanha ao longo do

dia se o dia está chuvoso. Ele joga xadrez bem como sempre jogou, mas eu

estou melhorando e já o derrotei duas vezes.

Tinha uma animação em sua face enquanto falava, mas ela hesitou

novamente vendo a minha expressão.

– Eu te desagradei.

– Não, – eu disse, me esforçando para manter a compostura. – Você não

fez nada errado.

– Eu não pretendia me apaixonar por ele, realmente não, – ela disse

implorando. – Eu sei que sou muito nova, mas ele me contou tantas coisas

agradáveis sobre o futuro que eu comecei a ver nosso casamento como uma

coisa já certa.

– Casamento? – Eu exclamei horrorizado.

– Ele... ele disse que me amava, e que ele se lembrava de quando eu dizia

que o amava também.

– Quando você disse isso? – Eu exigi.

– Quando eu caí do portão do pátio e ele me ajudou.

– Mas você tinha sete anos!

– Claro, foi apenas uma coisa infantil para se dizer naquela época, mas

quanto mais eu vi dele aqui, mais eu fiquei convencida de que estava

seriamente apaixonada por ele. Só que eu não gostava de pensar em enganar-

te. Eu queria que tudo fosse claro. Eu disse que ele deveria pedir minha mão

de maneira tradicional, mas ele disse que você não nos deixaria casar antes

que eu tivesse dezoito, e que isso seria desperdiçar três preciosos anos de

Page 15: Amanda Grange

nossa vida juntos. Ele disse que deveríamos fugir, e depois mandar-te uma

carta de Lake District.

– E você concordou com isso? – Eu perguntei, chocado.

Sua voz diminuiu.

– Eu pensei que soava como uma aventura. Mas agora que eu te vi, e sei

o quanto te desgosta, não parece ser uma aventura de modo algum.

– Não é. É uma fraude do menor tipo. Ele disse te amar com o intuito de

ganhar tua fortuna e de me ferir! Para te persuadir a esquecer amigos e família

e fugir com ele para tua total desgraça.

– Não!– Ele exclamou. – Não é assim. Ele me ama.

Eu vi medo nos olhos dele e não quis continuar.

Ela ver que o desonesto nunca a amou deve machucá-la. Mas eu não

podia deixá-la continuar com tamanho equívoco.

– Eu não quero te falar isso, Georgiana, – eu disse suavemente, – mas eu

devo. Ele não te ama. Ele te usou.

Com isso ela se quebrou. Eu estava paralisado com suas lágrimas. Eu não

sabia o que fazer, como confortá-la, e naquele momento, eu senti falta da

minha mãe mais do que nunca. Ela saberia o que fazer. Ela saberia o que dizer.

Ela saberia como confortar sua filha nessa situação. Eu só podia ficar sem fazer

nada esperando pelo seu sofrimento passar.

Quando suas lágrimas diminuíram, eu a entreguei meu lenço. Ela pegou

e assoou o nariz.

– Eu devo falar com a Mrs Younge e fazer com que ela saiba o que tem

acontecido por trás de suas costas, – eu disse. – Foi negligente dela não

perceber.

Alguma coisa na expressão da Georgiana me fez parar.

– Foi por trás das costas dela? – Eu perguntei.

Georgiana olhou para baixo. – Ela me ajudou a planejar a fuga.

Eu comecei a ficar com raiva.

– Ela ajudou, de fato?

Georgiana acenou miseravelmente. Me doeu o coração vê-la assim. A

alegria de minha irmã ser destruída por um homem tão sem valor!

Eu coloquei minha mão em seu ombro.

Page 16: Amanda Grange

– Não tenha medo, Georgie, – eu disse, com carinho. – Quando você for

mais velha, encontrará um homem que te amará por você mesma. Um

homem com um bom caráter, encantador, e respeitável que sua família

aprovará. Um homem que me pedirá sua mão da maneira apropriada. Não

terá necessidade de fugir. Você terá um casamento grandioso, com roupas

esplêndidas e uma lua-de-mel aonde você quiser.

Ela tentou sorrir, e colocou sua mão sobre a minha.

– Eu tenho sido um problema para você.

– Nunca, – eu disse suavemente.

Eu queria achar alguma coisa para distraí-la desse assunto infeliz. Eu dei

uma olhada no quarto e vi seus esboços.

– Isso está bem feito, – eu disse. – Eu vejo que você conseguir pegar os

barcos entrando no mar.

– Sim, eu tive que levantar bem cedo para conseguir vê-los. Os

pescadores ficaram surpresos por me ver sentada lá, – ela disse.

Eu fiquei contente de ver que ela colocou meu lenço de lado quando

pegou o desenho e de escutar sua voz mais forte.

– Talvez você queira terminá-lo. Consegue fazer dentro de casa ou

precisa sair novamente?

– Não. Eu posso fazê-lo aqui. Já sei o que falta.

– Bom. Então vou te deixar por alguns minutos enquanto falo com a Mrs

Younge.

– Você ficará com raiva dela? – Georgiana perguntou.

– Eu ficarei muito irritado com ela. Ela arrumará suas malas e deixará

essa casa em uma hora.

Minha conversa com a Mrs Younge não foi agradável. Primeiro ela

negou saber qualquer coisa sobre a amizade do Wickham com a minha irmã,

dizendo que ela nunca o deixou entrar na casa e que ela não o conhecia.

Escutá-la chamar minha irmã de mentirosa me deixou com mais raiva

ainda. Ela cedeu, por fim admitindo ter encorajado a amizade entre eles.

Depois, ainda descobri que Mrs Younge já conhecia Wickham e que planejou

o primeiro encontro entre eles. Ela o disse onde estariam todos os dias, para

que ele pudesse arranjar vários encontros “por acaso”. Depois disso, ela

Page 17: Amanda Grange

encorajou Georgiana a convidá-lo para casa e disse a ela tratá-lo primeiro

como um amigo e depois como um amante.

– E por que eu não deveria? – Ela perguntou quando eu a repreendi. –

Depois de ele ter sido tratado tão mal por você. Por que ele não deveria ter o

que não lhe foi pago e um pouco de diversão além disso?

Eu iria dar a ela uma hora para arrumar as malas, mas mudei de idéia.

– Você deixará essa casa imediatamente, – eu disse para ela friamente. –

Eu te enviarei suas coisas.

Ela estava começando a recusar, quando olhou para minha expressão e

viu que não seria inteligente. Ela resmungou maldições, mas colocou sua capa

e gorro, e então pegando sua cesta deixou a casa.

Quando minha raiva diminuiu, eu escrevi para Wickham, Mrs Younge

havia me dado o endereço, dizendo-o que ele devia deixar Ramsgate

imediatamente. Além disso, eu o disse que se ele tentar mais alguma vez ver

ou falar com a Georgiana eu o arruinaria.

Ainda estou irritado enquanto escrevo. Ele conseguiu fazer algo tão

secretamente. Ele usou Georgiana em seus planos, sua amiga de tempos mais

pacíficos... Ele perdeu toda sua decência. Eu estou tentado a expô-lo, mas se

eu fizer isso, a reputação da Georgiana terá prejuízo. Eu só posso esperar que

essa experiência o impeça de fazer qualquer coisa como essa novamente.

Page 18: Amanda Grange

Agosto

Page 19: Amanda Grange

Quinta, 1º de Agosto

Eu trouxe Georgiana de volta para Londres. Ela ficará comigo até eu

achar uma nova companhia para ela. Depois do problema com a Mrs

Younge, estou com medo de deixá-la, mas eu sei que precisa ser feito. Eu

não posso ficar sempre em Londres e ela não pode ficar sempre viajando

comigo. Ela deve estudar. Contudo, eu pretendo ter certeza de que não

vou ser enganado novamente. Eu não irei apenas olhar as referências, mas

irei visitar os antigos empregadores e me satisfazer com a honestidade e

adequação da companheira, antes de deixar Georgiana sob seu cuidado.

É um consolo, para mim, saber que enquanto Georgiana estiver em

Londres, ela terá o cuidado de um mordomo fiel e uma governanta. Eles

estão na família já há vários anos, e logo vão me alertar quando algo não

estiver certo. Eu não pretendo mandar Georgiana para fora da cidade

novamente a menos que eu possa ir com ela.

Quarta, 14 de Agosto – Eu descobri uma moça que pode ser boa para Georgiana, –

Coronel Fitzwilliam disse quando jantamos juntos essa noite.

Como ele tem a guarda de Georgiana comigo, eu o contei sobre o

que aconteceu em Ramsgate.

– Quem é ela?

– Mrs. Annesley. Ela vem de uma boa família, e o tempo dela com

meus amigos, os Hammonds, está terminando.

– Você já a encontrou?

Page 20: Amanda Grange

– Sim, em várias ocasiões. Eu sei que os Hammonds ficaram muito

satisfeitos com ela.

– Então eu ligarei para os Hammonds amanhã e verei o que pode ser

feito.

Quinta, 15 de Agosto Eu liguei para os Hammonds e descobri que a Mrs Annesley é uma

mulher gentil, de agradável aparência que me impressionou

favoravelmente com sua educação e discurso. Ela ficará com a Georgiana a

partir de semana que vem. Eu vou continuar na cidade por algumas

semanas para ter certeza de que ela é tão adequada quanto parece, e então

eu pretendo fazer várias visitas inesperadas durante os próximos meses

para me certificar de que tudo está em ordem.

Ao mesmo tempo, a amiga do colégio estará chegando em breve. Vai

ser bom para ela ter uma companhia da mesma idade.

Sexta, 23 de Agosto Mrs Annesley chegou hoje de manhã. Ela e Georgiana gostaram uma

da outra, e eu acho que a relação se provará boa. Ela está alegre por saber

que uma amiga da Georgiana está vindo para visitar, e ela já planejou

vários passeios com elas. Eu espero que isso complete a recuperação da

Georgiana do romance com o Wickham. Eu estou convencido de que até o

Natal ela já terá esquecido todo o incidente.

Page 21: Amanda Grange

Sexta, 30 de Agosto Agora que Georgiana está acomodada em Londres, eu sinto

confiança em deixá-la quando Bingley precisar de mim. Será promissor se

eu deixá-lo escolher sua própria propriedade, e ele escolher uma com rios

alagados, ou com ratos, ou com um aluguel altíssimo. Ele irá declarar o

capital e fechar o negócio com o agente antes mesmo de realizar o que fez.

E então ele irá me perguntar como se colocou em tal situação. É muito

melhor que eu o ajude com isso do que ter que resgatá-lo de um

compromisso.

Eu devo confessar que estou ansioso para vê-lo de novo. Eu estou

cansado de Londres, e estou ansioso para visitar o campo.

Page 22: Amanda Grange

Setembro

Page 23: Amanda Grange

Segunda, 2 de Setembro Eu recebi uma carta do Bingley.

Querido Darcy,

Eu encontrei uma propriedade em Hertfordshire que soa perfeita.

Bem localizada para eu viajar para Londres quando estiver com um bom

humor, ou para o norte da Inglaterra para visitar minha família, e não é

muito longe de Pemberly, então posso visitá-lo facilmente. O agente

recomenda um preço alto, mas eu sei muito pouco sobre esses assuntos e eu

gostaria do seu conselho. Você me encontraria lá?

Segunda, 9 de Setembro Eu parti de Londres hoje e me encontrei com Bingley em Netherfield

Park. Eu me esqueci de como ele é uma boa companhia; sempre pronto

para agradar e sempre alegre. Após um verão conturbado, é bom vê-lo

novamente.

– Darcy! Eu sabia que podia contar com você. Como foi seu verão?

Não tão difícil como o meu, eu suponho.

Eu não disse nada, e ele considerou como um assentimento.

– Caroline ficou me torturando esse últimos três meses, mas agora

que eu encontrei uma propriedade, eu espero que ela fique satisfeita.

Bingley estava maravilhado com tudo o que via. Ele disse como era

esplêndido e perguntou indiscretas perguntas, e andou com as mãos atrás

de suas costas como se ele tivesse morado lá os últimos vinte anos. Ele

estava satisfeito com a situação e com os cômodos principais, e satisfeito

como o agente, Senhor Morris, falou com aprovação.

Ele não perguntou nada sobre as chaminés, os entretenimentos, o

lago ou coisa alguma.

Page 24: Amanda Grange

– Isso são instrumentos? – Eu perguntei ao Senhor Morris.

– Ele me certificou que sim, mas eu chequei do mesmo jeito.

– Será fácil achar criados na vizinhança? Meu amigo trará algumas de

suas próprias pessoas, mas ele precisará de empregadas, jardineiros e

homens que cuidem dos cavalos dessa área.

– Ele não encontrará nenhuma dificuldade em achá-los em Meryton.

– Qual a sua opinião Darcy? – perguntou Bingley, quando

completamos o tour.

– O preço é realmente muito alto.

O Senhor Morris insistiu que era um preço justo, mas ele logo caiu

em si que era excessivo, e uma nova quantia foi determinada.

– Sobre minha honra, Darcy, eu não gostaria de permanecer contra

você quando sua mente está feita. O Pobre Senhor Morris também

concordou com você rapidamente, e se poupou o esforço de tentar

argumentar contra você! – Disse Bingley quando fechamos o contrato com

o agente.

Ele talvez ria, mas ele irá agradecer pelo meu cuidado quando ele

estiver bem instalado.

– Quando você pretende tomar posse? – Eu perguntei a ele.

– Quanto mais cedo eu puder.

– Você deveria mandar alguns de seus criados antes de você, para que

eles arrumem a casa para a sua chegada.

– Você pensa em tudo! Eu os mandarei aqui pelo fim da próxima

semana.

Eu estava contente que ele aceitou o meu conselho. Se não, ele teria

chegado ao mesmo tempo que os criados, e teria se perguntado porque o

jantar não estava pronto.

Page 25: Amanda Grange

Terça, 24 de Setembro – Darcy, bem vindo á minha propriedade! – disse Bingley quando eu

me juntei á ele em Netherfield Park esta tarde. Suas irmãs, Caroline e

Louisa, estavam com ele, como também estava o marido de Louisa, Mr

Hurst.

– A casa, a vizinhança, tudo é exatamente como eu desejava.

– A propriedade é muito boa, mas a vizinhança é pequena, com

poucas famílias. – Eu disse. – Eu lhe avisei.

– Há várias famílias aqui, – ele disse. – O suficiente para nós

convidarmos para um jantar, e o que mais queremos?

– Companhias sofisticadas? – Perguntou Caroline sarcasticamente. –

Assuntos interessantes?

– Eu tenho certeza que encontraremos tudo isso aqui, – disse

Bingley.

– Você deveria ter deixado eu lhe ajudar a escolher a casa, – disse

Caroline.

– Eu não precisava da sua ajuda, Darcy me ajudou, – disse Bingley.

– Ótimo. Eu só estava dizendo á Louisa essa manhã que você não

poderia ter achado lugar mais agradável que este. – Disse Caroline,

sorrindo para mim.

– Sobre minha honra, eu não consigo pensar em lugar melhor do que

Hertfordshire, – disse Bingley.

Ele está encantado com a vizinhança, mas eu penso que ele

achará tedioso se ele se instalar aqui por muito tempo. Mas é improvável,

entretanto. Bingley é tão inquieto, que provavelmente irá se mudar

novamente em um mês. Eu comentei isso com Caroline depois do jantar.

– Muito bom, – ela disse. – Até lá, nós seremos gratos de ter a

companhia um do outro.

Page 26: Amanda Grange

Quarta, 25 de Setembro Esse foi nosso primeiro dia completo em Netherfield Park. Caroline

planejou as coisas muito bem, e ela ficou lisonjeada quando eu comentei

que ninguém adivinharia que essa era uma casa alugada. Ela teve

problemas com os empregados contratados da vizinhança, mas é graças a

ela que a casa esta em perfeitas condições.

Quinta, 26 de Setembro As visitas da vizinhança começaram. É desagradável, mas já era o

esperado. Sir William e Lady Lucas vieram esta manhã. Bingley os achou

muito educados, levando em conta que Sir William se curvava a cada dois

minutos e mencionando que compareceu em St James’s.

Caroline suspeita que eles ficam se vangloriando por terem uma filha

solteira, nada atraente, que desejam ver casada, e Caroline disse á Bingley

assim quando eles partiram.

– Aposto que eles tem uma filha beirando os trinta anos e pretendem

falar que ela tem vinte e um! – ela o avisou.

Bingley riu.

– Eu estou certo que eles não tem filha alguma, e se tiverem, tenho

certeza de que ela é encantadora!

– Caroline está certa, – disse Louisa. – uma das empregadas me disse

que os Lucas têm uma filha chamada Charlotte. Charlotte não é casada e

tem vinte e sete anos.

– Isso não a impede de ser uma moça encantadora. Eu estou certo de

que ela é uma agradável senhorita. – Bingley protestou.

– E eu tenho certeza que ela tem um corpo comum e que está sempre

ajudando a mãe a fazer tortas. – Disse Caroline em uma voz cômica.

Page 27: Amanda Grange

– Bem, eu acho muito bom os Lucas virem nos visitar, e melhor ainda

eles nos convidarem para o baile em Meryton. – Disse Bingley.

– O baile de Meryton! Deus, me salve de bailes do campo. – Eu

comentei.

– Você tem estado muito acostumado com companhias superiores. –

Disse Caroline.

– Eu realmente tenho. Os bailes em Londres são cheios das pessoas

mais elegantes do país.

Por alguma razão, ela não sorriu com esse comentário. Eu me

pergunto porque, já que ela sorri de tudo que eu digo.

Sir William e Lady Lucas, não foram as únicas visitas que recebemos

hoje. Mr Bennet entrou logo em seguida deles. Ele parece ser um homem

gentil.

– Ele tem cinco filhas. – Disse Caroline quando ele foi embora.

– Lindas meninas, disse Mr Hurst, se gabando do conhecimento. –

Eu as vi em Meryton. A maioria delas são bonitas.

– Finalmente! – disse Bingley. – Eu sabia que tinha feito uma boa

escolha em me fixar em Netherfield. Terá várias moças para dançar.

– Eu sei o que está pensando, – Caroline disse ao ver minha

expressão. – Você está pensando que seria desagradável dançar com uma

garota do campo. Mas você não precisará. Charles fará um espetáculo de si

mesmo, sem dúvida. Mas você não precisará. Ninguém estará esperando

que você dance.

– Eu espero que não. – Eu disse. – A idéia de dançar com pessoas que

eu não conheço é insuportável para mim.

Bingley riu.

– Ora, Darcy, você não é assim. Você não é geralmente tão rígido. É o

clima. Espere a chuva parar e você estará disposto a dançar tanto quanto

eu.

Bingley era muito otimista.

Page 28: Amanda Grange

Segunda, 30 de Setembro Bingley e eu corremos ao redor da propriedade essa manhã. Ela foi

mantida em boas condições, e se ele pretende comprá-la, eu penso que

será adequada. Mas eu irei esperar para ver se ele se fixa aqui. É bem

provável que ele decida comprar uma propriedade em Kent, ou Cheshire,

ou Suffolk semana que vem.

Ele logo aconselhou que voltássemos.

– Eu pensei que talvez deveria fazer uma visita aos Bennet. – Ele disse

de forma relaxada, enquanto voltávamos para a casa.

– Ansioso para ver as Senhoritas Bennet? Eu perguntei.

Ele não considerou meu comentário.

– Eu sei que você pensa que eu me apaixono todas as semanas, mas é

só que eu acho que seria educado fazer uma visita ao Mr Bennet.

Nós nos separamos, ele para ir a Longburn, e eu para voltar a

Netherfield. Ele não demorou muito.

– Então, você viu as cinco lindas filhas que você tanto ouviu falar? –

eu perguntei quando ele retornou.

– Não, – ele disse despontado. – Eu sentei com Mr Bennet em sua

biblioteca por dez minutos mas não vi nenhuma das meninas.

Page 29: Amanda Grange

Outubro

Page 30: Amanda Grange

Terça, 1 de Outubro O espírito de Bingley foi revigorado quando ele recebeu um convite

da Senhora Bennet, o convidando para se juntar com a família pra um

jantar.

– Mas eu não posso ir! – ele disse cabisbaixo. – O jantar será amanhã,

e eu tenho que estar na cidade.

– Querido Bingley, ambos sobreviverão. Você os verá no baile de

Meryton.

Ele se animou ao ouvir. – Sim, eu verei.

Quarta, 2 de Outubro Bingley foi para a cidade hoje. É como eu pensava. Ele nunca irá se

acomodar no campo. Ele já está ficando entediado. Eu não ficaria surpreso

se ele desistisse de Netherfield antes do Natal.

Sábado, 12 Outubro Nós fomos ao baile em Meryton, e foi ainda pior do que eu imaginei.

Nós não estivemos lá por cinco minutos e eu ouvi uma mulher - eu me

recuso a chamá-la de senhorita - sussurando para outra que eu ganhava dez

mil por ano. Essa é uma das coisas que eu mais desgosto, ser cobiçado pela

minha riqueza. O comentário percorreu o salão inteiro, e eu me encontrei

sendo olhado como um pote de ouro. Eu não fiz nada para melhorar o meu

humor na noite. Com sorte, eu não me misturei com as pessoas locais. Nós

Page 31: Amanda Grange

formamos uma pequena roda, Caroline, Mrs e Mr Hurst e eu, na tentativa

de entretermos uns aos outros.

Bingley aproveitou a festa, como sempre faz. Ele, certamente, foi bem

recebido. Ele sempre é. Ele tem maneiras agradáveis, que o beneficia

aonde quer que vá. Eu ouvi vários comentários da pessoa agradável que ele

é e de seu rosto bonito. Eu, também, fui descrito com um homem bonito,

até eu desagradar Mrs Carlisle. Ela fez um comentário desagradável e eu

estava irritado com isso: não tinha se passado dois minutos quando ela

comentou que queria que sua filha tivesse os meus dez mil por ano, e

então, quando ela me apresentou sua filha, ela teve a audácia de dizer na

minha frente que ela considerava a riqueza sem importância para o

casamento, e que o que realmente importava era o sentimento.

Bingley dançou todas as danças, principalmente com o divertimento

de Caroline.

– Ele estará apaixonado novamente antes mesmo desta noite acabar.

– Ela disse.

Eu concordei. Eu nunca conheci um homem que se apaixona tão

facilmente. É só ele ver um rosto bonito e com boas maneiras que ele não

vê além disso.

Eu dancei uma vez com Mrs Hurst, mas os músicos eram tão ruins

que uma dança era o bastante. Eu evitei ser apresentado para outras jovens

e me contentei apenas andando pelo salão até Bingley parar de dançar.

Não digo que era fácil evitar parceiras. Tinham várias jovens sentadas pelo

salão. Uma delas era irmã da jovem que Bingley estava dançando, e

Bingley decidiu que queria me ver dançando com ela.

– Venha, Darcy, – ele disse. – Eu tenho que fazer você dançar. Eu

odeio ver você parado e sozinho, com essas estúpidas maneiras. Você faz

melhor se vier dançar!

– Eu realmente não devo. Suas irmãs estão acompanhadas e não há

outra jovem no salão, que diga que dançar não seria uma tortura– Eu disse,

em um humor que não poderia ser alterado por nada.

– Eu não seria tão rígido como você, nem por um reino inteiro!

Palavra de honra, eu nunca encontrei tantas jovens bonitas na minha vida.

Page 32: Amanda Grange

– Você está dançando com a única bonita do salão. – Eu o lembrei,

olhando para a irmã Bennet mais velha.

– Oh! Ela é a criatura mais bonita com quem eu já estive! Mas há

uma de suas irmãs sentada bem atrás de você, e ela é muito bonita, e eu me

atrevo a dizer, muito agradável. Deixe-me pedir para minha parceira lhe

apresentá-la.

– Qual você quer dizer? – Eu lhe perguntei, olhando ao redor. Eu

notei Miss Elizabeth Bennet, e então, encontrando seu olhar, eu fui

forçado a olhar para longe. – Ela é razoável, – eu admiti, – mas não é bonita

o bastante para me tentar, e eu não estou com humor para consolar jovens

que outros desdenham.

Caroline me entendia muito bem.

– Essa gente! – ela disse para mim. – Eles não tem estilo algum e

nenhuma elegância, e mesmo assim, estão todos tão confortáveis uns com

os outros! Eu tive que forçar um sorriso delicado enquanto Mary Bennet

foi descrita para mim como a garota mais talentosa da vizinhança. Se ela

fosse metade tão talentosa quanto Georgiana, eu ficaria muito surpresa.

– Isso seria realmente difícil. – Eu disse. – Georgiana tem um dom

incomum.

– Certamente ela tem. Eu a adoro. – disse Caroline – Eu afirmo que

ela é como se fosse uma irmã para mim.

Talvez em tempo, ela seja realmente irmã de Caroline. Não que eu

tenha dito alguma coisa disso á ela, Mas Bingley é um homem de boas

maneiras e com uma riqueza razoável, e fará um bom marido. Eu não

tenho intenção de arranjar um casamento para Georgiana antes que ela

complete vinte e um anos, mas depois do caso com George Wickham, eu

comecei a pensar que não seria uma má idéia casá-la mais cedo. Uma vez

casada com Bingley, ela estará salva do canalha do Wickham. Embora eu

não esteja certo se Meryton serviria para ela. Se Bingley incitar de partir, eu

vou encorajá-lo. Eu prefiro ter ela perto de mim, em Derbyshire, ou em

Cheshire, talvez. Então ela poderia me visitar em algumas horas se ela

pretender.

Nós finalmente voltamos para casa.

Page 33: Amanda Grange

– Eu nunca conheci pessoas mais agradáveis e tantas jovens bonitas

em minha vida. – Disse Bingley enquanto nos retiramos para a sala de

desenho. – Todos foram simpáticos e atenciosos. Não teve nenhuma

formalidade, ou rigidez. Eu logo me senti próximo com todos no salão.

Quanto a Senhorita Bennet, eu não posso imaginar um anjo mais belo.

Caroline me lançou um olhar cômico. Em Brighton, Bingley nos

disse que Miss Hart era a criatura mais encantadora que ele já viu. Em

Londres foi Miss Pargeter. Parece que em Meryton, Miss Bennet é a

escolhida.

– Ela é uma garota adorável, – Caroline disse.

– Ela é bonita. – Eu disse. É sempre bom apoiar Bingley quando está

nesse humor. –Mas ela sorri demais.

Terça, 15 de Outubro Bingley e eu percorremos a floresta hoje. Enquanto estávamos fora,

as Senhoritas Bennet esperavam Caroline e Louisa.

Sexta, 18 de Outubro Enquanto Bingley e eu estávamos cavalgando, Caroline e Louisa

foram de carruagem a Longburn fazer uma visita aos Bennets. Eu penso

que elas foram fazer amizade com as duas irmãs Bennets mais velhas. Fico

feliz que tenham alguma companhia enquanto estão aqui.

Page 34: Amanda Grange

Sábado, 19 de Outubro Um dia úmido. Após ter ficado confinado dentro da casa, é um alívio

sair para um jantar esta noite. Não foi melhor que o baile, as mesmas

pessoas deselegantes e os mesmos assuntos desinteressantes, mas teve a

vantagem de oferecer novidades.

Bingley sentou novamente com Miss Jane Bennet. Eles estavam

flertando, e como ele é agradável, eles formam um bom casal e não é

provável que ela se magoe pelas ações de Bingley.

– É uma pena que as outra garotas Bennet não possuam a mesma

beleza e maneiras da irmã mais velha. – Comentou Caroline depois do

jantar.

– É mesmo, – eu concordei.

– Eu não estou surpresa que você não pôde suportar a idéia de dançar

com Elizabeth Bennet no baile. Ela não tem nenhuma da beleza de sua

irmã.

– Ela dificilmente tem algum traço bonito em seu rosto, – eu

respondi. Olhando para ela, e estudando-a detalhadamente.

– Ora, Darcy, – disse Bingley, que se juntou conosco quando liberou

Miss Bennet á uma de suas irmãs. – Ela é uma garota muito bonita.

– Ela não se destaca de modo algum. – Eu respondi.

– Muito bem, pense como quiser. Ela é uma garota muito razoável, –

ele disse enquanto retornava a Jane Bennet.

Caroline continuava á criticar nossos vizinhos. Enquanto ela o fazia,

meus olhos começaram a observar Miss Elizabeth Bennet, e eu comecei a

perceber que não fui justo com ela. Apesar de seu rosto não ter traços

bonitos, as expressões de seus olhos negros, compensam. Eles lhe davam

uma animação que eu achei muito agradável. Eu me encontrei a

observando, e quando ela se levantou para sair da mesa, eu logo descobri

que ela era uma criatura agradável.

Page 35: Amanda Grange

Ela ainda não é bonita o suficiente para tentar um homem como eu,

mas ela possui mais beleza quando eu primeiramente a avaliei.

Page 36: Amanda Grange

Novembro

Page 37: Amanda Grange

Segunda, 4 de Novembro Outra festa. Foi inevitável, mas eu percebi que não estou indisposto

para tais coisas ultimamente como eu estava. E provaram uma mudança

em nossa roda particular. O baile de hoje foi na propriedade de Sir William

Lucas, Lucas Lodge.

– Prepare-se para ser reverenciado a cada dez minutos, – disse

Caroline enquanto entrávamos na casa.

– A cada cinco minutos. – disse Louisa.

– Sir William é uma pessoa muito agradável, – disse Bingley.

– Querido Charles, você acharia todos agradáveis se eles permitissem

que você encontrasse Miss Bennet em suas festas. – Eu disse.

– Ela é um anjo, – disse Bingley, nem um pouco desconfortável.

Ele logo se juntou á Miss Bennet. Mr Hurst dançou com Caroline, e

Louisa começou a conversar com Lady Lucas.

Eu notei que Miss Elizabeth Bennet estava lá, conversando com o

Coronel Forster. Sem realizar o que estava fazendo, eu me aproximei, e eu

não pude evitar de ouvir sua conversa. Ela estava com uma expressão

divertida, e quando ela está com esta expressão, há um certo brilho em seus

olhos. Eu observei isso, como também observei o rubor de animação que

adiciona beleza em suas maçãs do rosto. Sua complexidade é suave, e sua

pele é levemente bronzeada. Talvez não seja elegante como a pele de

Caroline, mas é agradável do mesmo jeito.

Ela logo deixou o Coronel Forster e logo foi procurar Miss Lucas. As

duas pareciam ser amigas. Eu estava preste a falar com ela, sentindo uma

urgência em ver aquele brilho nos seus olhos novamente, quando a própria

Elizabeth se dirigiu á mim.

Page 38: Amanda Grange

– Não concorda, Mr Darcy, que me expressei invulgarmente bem,

agora há pouco, quando estava propondo ao Coronel Forster para nos dar

um baile em Meryton?

– Com grande energia, – eu respondi surpreso. – Mas esse é um

assunto que torna qualquer senhorita enérgica.

– Você é severo conosco.

Isso foi dito com um olhar tão provocante, que eu não pude evitar de

sorrir. Seu comportamento não iria ser bem aceito em Londres, mas no

campo, é uma boa coisa para se olhar. É preciso variedade, afinal.

– Será logo a vez dela de ser atormentada. – Disse Miss Lucas, se

virando para mim. –Eu abrirei o piano, Eliza, e você sabe o que fazer.

Ela se recusou a princípio, dizendo que não iria tocar na frente

daqueles que devem estar acostumados com ótimos músicos, mas Miss

Lucas insistiu até ela ceder.

A performance de Elizabeth foi surpreendentemente boa. Não todas

as notas; eu acredito que boa parte delas estavam erradas. Mas tinha uma

suavidade no tom que soava agradável para meus ouvidos.

Eu estava começando a andar em direção a ela, eu realmente queria

continuar nossa conversa , quando ela abandonou o piano e com uma

chance – com sorte ou azar, não sei ao certo qual dessas – sua irmã mais

nova tomou seu lugar. Meu sorriso se desfez de meu rosto. Eu nunca ouvi

um performance mais desastrosa em minha vida, e eu não conseguia

acreditar que Miss Mary Bennet estava exibindo seu mísero talento para

tantas pessoas ouvirem. Se eu continuasse a ouvi-la mais um minuto, eu

acredito que eu diria a ela o quão ruim é sua performance.

Os problemas foram ficando maiores quando as duas irmãs mais

novas tiveram a oportunidade de dançar com alguns dos oficiais. Sua mãe

as olhava, com um grande sorriso no rosto, enquanto a mais nova flertava

com cada oficial que passava. Quão velha ela é? Ela não aparenta ter mais

do que quinze anos. Ela deveria estar na escola, não em um lugar público

onde ela pode desonrar a ela e sua família.

O comportamento dela esvoaçou toda a consideração que eu tinha

por Miss Elizabeth Bennet, e eu não lhe dirigi a palavra novamente.

Page 39: Amanda Grange

– Mas que agradável divertimento para os jovens está sendo, Mr

Darcy! – disse Sir William Lucas, se colocando ao meu lado. – Não tem

nada como dançar, afinal. Eu considero a dança o primeiro requinte nas

aprimoradas sociedades.

– Certamente, senhor, – eu respondi, enquanto meu olhar estava em

Miss Lydia Bennet, que estava dançando sem a menor decência. – e

também existe a vantagem de estar na moda entre as sociedades menos

aprimoradas do mundo. Qualquer selvagem pode dançar.

Sir William apenas sorriu, e me atormentou com uma longa conversa

sobre o assunto ‘dançar’, me perguntando se eu já dancei em St James’s. Eu

respondi delicado o suficiente, mas eu pensei que se ele mencionasse St

James’s mais uma vez, eu seria capaz de estrangulá-lo com sua própria

cinta. Enquanto meu olhar rondava o salão, eu vi Miss Elizabeth Bennet

vindo em minha direção. Apesar da falta de modos de suas irmãs, eu estava

preso novamente pela sua graciosidade, e eu pensei que se tivesse uma

pessoa no salão que eu gostaria de ver dançar, era ela.

– Minha querida Miss Eliza, porque você não está dançando? –

perguntou Sir William, como se ele lesse meu pensamento. – Mr Darcy,

permita-me apresentar essa jovem senhorita a você como um par muito

desejado. Você não pode se recusar a dançar, quando tanta beleza está

bem em sua frente.

Ele pegou a mão dela, e me surpreendeu dando-a para mim. Eu não

tinha pensado de eu mesmo dançar com ela, eu apenas pensei em vê-la

dançar, mas eu teria pego a mão dela se ela não tivesse retirado-a antes.

– Certamente, senhor, eu não tenho a menor intenção de dançar. Eu

lhe imploro para não pensar que eu só andei até aqui para suplicar por um

parceiro. – Ela disse.

Eu realizei que eu não queria desistir da proposta.

– Você me daria a honra de sua mão? – Eu perguntei, me

interessando mais do que qualquer outra coisa, pela sua relutância em

dançar comigo.

Sir William tentou persuadi-lá.

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– Embora esse cavalheiro deprecie divertimentos em geral, ele não

pode aceitar objeção, eu tenho certeza.

Um sorriso iluminou seus olhos, e se voltando para mim, ela disse: –

Mr Darcy é de uma delicadeza sem fim.

Aquele foi um sorriso desafiador; não tenho dúvidas sobre isso.

Mesmo ela dizendo que eu era de uma delicadeza sem fim, ela quis dizer

exatamente o contrário. Eu senti meu desejo de dançar com ela crescer. Ela

se auto-nominou como minha inimiga. E eu senti um desejo de conquistá-

la crescendo dentro de mim.

Porque ela me recusou? Porque ela me ouviu dizendo que ela não era

bonita o bastante para me tentar? Claro que sim! Me encontrei admirando

seu espírito. Meus dez mil por ano não significavam nada para ela

comparado ao desejo de vingança dela sobre mim.

Eu a observei andar para longe de mim, reparando a leveza de seus

passos, e a graciosidade de sua figura, e tentando me lembrar a última vez

que eu tinha estado tão bem.

– Eu posso imaginar o que está pensando, – disse Caroline, se

colocando ao meu lado.

– Não imagino como. – Eu disse.

– Você está pensando como seria insuportável passar várias noites

dessa maneira, em tal sociedade; e eu sou da mesma opinião que você. Eu

nunca fui tão atormentada! Eu daria tudo para ver a sua rigidez sobre eles!

– Sua adivinhação está totalmente errada, eu lhe asseguro. Minha

mente está mais aberta. Eu andei refletindo no imenso prazer que um par

de belos olhos no rosto de uma linda mulher pode proporcionar.

Caroline sorriu.

– E qual senhorita tem o crédito de proporcionar tal reflexo?

– Miss Elizabeth Bennet. – Eu respondi, enquanto a vi cruzar o salão.

– Miss Elizabeth Bennet! – ela exclamou. – Eu estou espantada. Há

quanto tempo ela tem sido a favorita? E quando devo lhe desejar

felicidades?

– Essa é exatamente a mesma pergunta que eu esperava que pudesse

responder, – eu disse a ela. – a imaginação de uma senhorita tem uma

Page 41: Amanda Grange

rapidez fantástica; salta de admiração para amor, de amor para

matrimônio, em um instante.

– Se está falando sério sobre isso, eu devo considerar o assunto como

praticamente certo. Você terá uma adorável sogra, certamente, e estou

certa que ela sempre estará com você em Pemberly.

Eu a deixei falar. É totalmente indiferente para mim o que ela diz. Se

eu desejo ter admiração por Miss Elizabeth Bennet, então eu terei, e nem

todos os comentário de Caroline irá me fazer pensar o contrário.

Terça, 12 de Novembro Bingley e eu jantamos com os oficiais esta noite. Existe um regimento

estacionado aqui, e eles são, na maior parte homens bem-educados e

inteligentes. Quando voltamos para Netherfield encontramos Miss Bennet

na casa. Caroline e Louisa tinham-na convidado para jantar. Ela veio à

cavalo, e, infelizmente, uma chuva torrencial a tinha encharcado

completamente. Não surpreendentemente, ela pegou um resfriado.

Bingley ficou prontamente preocupado, insistindo que ela deveria

ficar esta noite. Suas irmãs concordaram. Ela se retirou para dormir cedo, e

Bingley estava distraído o resto da noite.

Lembrei-me do fato de que ele ainda tem vinte e três anos, e essa

é uma idade indefinida. Ele está atualmente preocupado com a saúde de

Miss Bennet, e ainda antes do Natal ele estará em Londres, onde irá, sem

dúvida, esquecer tudo sobre ela.

Quarta-feira 13 de novembro Miss Bennet saiu mal estava a amanhecer, e Caroline e Louisa

insistiram para que ela ficasse em Netherfield, até que estivesse totalmente

recuperada. Elas insistiram tão veemente que não restou dúvidas, mas

Page 42: Amanda Grange

como o tempo está ruim, e não há nada para se fazer, exceto ficar dentro de

casa, elas estavam ansiosos para convencê-la a permanecer.

Bingley insistia em levar ao Sr. Jones, o boticário, ele saberia se ela

havia ou não melhorado.

– É realmente necessário? – Perguntei-lhe. – Suas irmãs parecem

pensar que nada mais é do que uma dor de garganta e dor de cabeça.

– Não se pode dizer o que uma dor de garganta e dor de cabeça

podem levar – disse Bingley.

O recado foi enviado ao Sr. Jones, e outro para a família de Miss

Bennet, e estabeleceu-se um pequeno-almoço.

Estávamos ainda no salão de café da manhã, algum tempo depois,

quando houve uma perturbação na sala. Caroline e Louisa levantaram os

olhos de seus copos de chocolate trocando olhares, perguntando uns aos

outros, e, em seguida, seu irmão.

– Quem iria chamar a esta hora e com este tempo? – perguntou

Caroline.

Ele perguntou e logo foi respondido quando a porta se abriu e Miss

Elizabeth Bennet foi entrando. Seus olhos estavam brilhantes e suas

bochechas vermelhas. Suas roupas e suas botas robustas estavam cobertas

de lama de sua caminhada.

– Miss Bennet! – exclamou o Sr. Hurst, olhando para ela como se ela

fosse uma aparição.

– Miss Bennet! – ecoou Caroline. – Você não veio a pé? – ela

perguntou, espantada, olhando para suas botas, e em sua anáguas, estava

seis centímetros de profundidade na lama.

– Sim – disse ela, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

– Andou três milhas tão cedo do dia! – disse Caroline, com um olhar

horrorizado para Louisa.

– E no tempo tão Ruim! – Louisa exclamou, voltando seu olhar.

Bingley não se espantou com tal atitude.

– Miss Elizabeth Bennet, que bom que você veio – disse ele, pulando

e cumprimentado com um aperto de mão. – Sua irmã está muito doente,

estou preocupado.

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Caroline compreendeu tal atitude.

– Realmente, Charles,não a preocupe – disse ela. Ela virou-se para

Miss Bennet. – Não é nada além de uma dor de cabeça e de garganta. Ela

não dormiu muito bem, e esta manhã seu mal estar aumentou. Ela está

febril, embora, e ela não está bem o suficiente para sair de seu quarto.

– Não é nada. Costumo sair no amanhecer. O frio e a chuva não me

incomodam. Onde está Jane? Posso vê-la?

– É claro – disse Bingley. – Vou levá-la até ela nesse instante.

Eu não podia deixar de pensar no brilhante exercício que tinha feito,

embora eu me perguntava se ela deveria ter andado tão longe sozinha. Se

sua irmã estava gravemente doente, talvez, mas e o frio?

Charles deixou o quarto com Miss Bennet. Caroline e Louisa,

sentindo que lhes incumbe como hospedeiras, seguiram. Bingley

rapidamente retornou, deixando suas irmãs com a enferma.

– Devemos partir logo, – eu disse, olhando para o relógio.

Tínhamos combinado de conhecer alguns dos oficiais para uma

partida de bilhar. Eu poderia dizer que Bingley não queria ir, mas o

convenci de que seria ridículo não sair de casa porque a amiga de sua

irmã teve um resfriado. Ele parecia estar prestes a protestar, mas tem o

hábito de ouvir-me e aceitou o conselho. Fiquei contente com isso.

Coronel Forster teria achado muito estranho se ele tivesse cancelado o

compromisso com tão pequeno pretexto.

Voltamos para casa no final da tarde e às seis e meia todos nos

sentamos para jantar. Miss Elizabeth Bennet era uma das convidadas. Ela

parecia cansada. A cor tinha desaparecido de seu rosto e seus olhos se

escureceram. Mas tão logo Bingley perguntou sobre sua irmã, para animá-

la.

– Como esta sua irmã? – Bingley perguntou.

– Eu tenho medo que ela não se recupere.

– Chocante! – disse Caroline.

– Estou triste em ouvir isso – disse Louisa.

Sr. Hurst resmungou.

– Eu não gosto de estar doente demais. – disse Louisa.

Page 44: Amanda Grange

– Igualmente. Não há nada pior – disse Caroline.

– Existe alguma coisa que eu possa fazer por ela? – perguntou

Bingley.

– Não, obrigada – respondeu ela.

– Não há nada que ela precisa?

– Não, ela tem tudo.

– Muito bem, mas você deve me deixar saber se há alguma coisa que

eu possa fazer por ela para aliviar seu sofrimento.

– Obrigado, eu vou – disse, emocionada.

– Você parece cansada. Esteve com ela o dia todo. Você deve deixar-

me ajudá-la com uma tigela de sopa, eu não quero você fique mal cuidando

de sua irmã.

Ela sorriu com sua bondade, e me abençoou. Ele tem uma facilidade

de modo que eu não possuo, e eu estava contente de vê-lo usar para ajudá-

la com o melhor dos pratos sobre a mesa.

– Eu devo voltar para Jane – disse ela, logo que o jantar tinha

acabado.

Eu preferiria que ela ficasse. Logo que ela saiu, Caroline e Louisa

começaram a ofende-la.

– Nunca vou esquecer sua aparência esta manhã. Ela realmente

parecia quase selvagem. – disse Louisa.

– Certamente, Louisa – retornou Caroline.

– Prestei atenção na anágua, seis centímetros de profundidade na

lama – disse Louisa.

Nisso Bingley explodiu.

– Sua anágua suja o bastante escapou meu conhecimento – disse ele.

– Você observou, estou certa, Sr. Darcy – disse Caroline. – Receio

que esta aventura tenha afetado um pouco sua admiração dos seus belos

olhos.

– Não de tudo – eu respondi. – Eles foram clareadas pelo exercício.

Caroline foi silenciada. Eu não vou deixar ofender Miss Elizabeth

Bennet perto de mim, mas tenho certeza que ela vai ofende-la pelas costas.

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– Eu tenho um respeito excessivo por Jane Bennet, ela é realmente

uma menina muito doce, e eu desejo com todo meu coração que ela

melhore. Mas com esse pai e mãe, e tais conexões baixas, tenho medo que

não há chance dele – disse Louisa.

– Eu acho que ouvi você dizer que seu tio é um advogado em

Meryton – comentou Caroline.

– Sim, e eles têm outro, que vive em algum lugar perto Cheapside –

disse Louisa.

– Se eles tivessem tios suficiente para preencher todos os Cheapside,

não faria um nada menos agradável – exclamou Bingley.

– Mas é preciso muito de reduzir sensivelmente suas chances de se

casar com homens de qualquer consideração no mundo – comentei.

Não faz nenhum mal lembrar Bingley da realidade. Ele quase foi

levado o ano passado e quase propôs a uma moça cujo pai era um padeiro.

Não há nada de errado com os padeiros, mas eles não pertencem à família,

e nem advogados ou pessoas que vivem em Cheapside.

– Bem colocado, Sr. Darcy – disse Caroline.

– Não poderia ter colocado isso melhor – rebateu o Sr. Hurst,

estimulando-se momentaneamente de seu estupor.

– Cheapside! – disse Louisa.

Bingley nada disse, mas caiu em melancolia.

Suas irmãs hoje visitaram a enfermaria, e quando desceu, Miss

Elizabeth Bennet estava com eles.

– Junta-se à nós nas cartas? – perguntou Sr. Hurst.

– Não, obrigada – disse ela, vendo o jogo.

Para começar, ela pegou um livro, mas aos poucos ela foi até a mesa

de cartas e assistiu ao jogo. Sua figura foi apresentada a vantagem que ela

estava por trás da cadeira de Caroline.

– Miss Darcy cresceu muito desde a Primavera? – perguntou

Caroline. – Ela vai ser tão alta quanto a mim?

– Eu acho que ela vai. Ela agora esta a cerca da altura de Miss

Elizabeth Bennet, ou melhor, mais alta.

Page 46: Amanda Grange

– Como eu espero vê-la outra vez! Suas feições, suas maneiras! E

extremamente realizada para sua idade!

– É surpreendente para mim como jovens senhoras podem ter

paciência para ser tão realizada, pois todas elas são – disse Bingley.

– Todas as moças acompanhadas! Meu caro Charles, o que você quer

dizer? – perguntou Caroline.

– Sim, todas elas, eu acho. Todas pintam quadros, cobrem a tela e

bolsas de liquido.

– Sua lista de medida comum de realizações tem muita verdade –, eu

disse, divertido. Fui informado que dezenas de jovens senhoras são

realizadas, somente para descobrir que elas não podem fazer mais do que a

pintura bonita. – Eu não posso orgulhar-me de saber mais do que meia

dúzia.

– Não, eu, tenho certeza – disse Caroline.

– Então você deve compreender muita coisa em sua idéia de uma

mulher realizada. – Disse Miss Bennet.

Eu imaginei isso, ou ela estava rindo de mim? Talvez, mas talvez não.

Eu fui picado a responder: – Sim, eu compreendo muito.

– Oh! certamente – disse Caroline.

Miss Bennet não se envergonhou, como eu tinha previsto que

aconteceria. Na verdade, enquanto Caroline listava as realizações de uma

mulher verdadeiramente realizada, eu vi distintamente um sorriso se

espalhando por todo rosto de Miss Bennet. Tudo começou em seus olhos,

quando Caroline começou dizendo: – A mulher deve ter um

conhecimento profundo de música, canto, desenho, dança e línguas

modernas ... – e se espalhou para a boca no momento em que Caroline

terminou: – Ela deve possuir um certo algo em seu ais e maneira de andar,

o tom de sua voz, seu endereço e expressões.

A falta de diversões de Miss Bennet irritou-me, e eu adicionei

severamente, – Para tudo isso, ela deve ainda acrescentar algo mais

substancial, na melhoria da sua mente através da leitura extensiva.

Page 47: Amanda Grange

– Eu não estou mais surpresa de que com o seu conhecimento

encontre apenas seis mulheres realizadas. Prefiro perguntar ao seu

conhecimento qualquer. – Disse Miss Bennet com uma gargalhada.

Eu deveria ter ficado irritado por seu atrevimento, mas de alguma

forma eu senti em resposta sorrisos de primavera em meus olhos. Parecia

um absurdo, de repente, que eu deveria esperar tanto do sexo oposto,

quando um par de belos olhos era tudo o que era necessário para conceder

a verdadeira felicidade. E uma felicidade que eu nunca senti ao ouvir uma

mulher cantar ou tocar piano, e eu duvido que se dia sentirei.

– É tão grave a seu próprio sexo, como duvidar da possibilidade de

tudo isso? – perguntou Caroline.

– Nunca vi essa capacidade, e gosto, e aplicação, e elegância, como

você descreveria, unidos.

Comecei a me perguntar se eu já tinha visto isso sozinho.

Caroline e Louisa levantaram as provocações, declarando que

conheciam muitas mulheres que responderam a essa descrição. Miss

Bennet dobrou a cabeça, mas não no reconhecimento da derrota. Ela fez

isso para que não vissem o sorriso que estava em seus lábios.

Foi só quando vi o sorriso dela que eu percebi que estava

contradizendo as suas próprias declarações anteriores, quando havia dito

que estas mulheres não existiam. Elas estavam agora dizendo que essas

mulheres eram comuns. Enquanto eu observava o sorriso de Miss Bennet

espalhando-se por seus olhos, pensei que nunca teria gostado dela, nem de

nossas conversas.

Sr. Hurst chamou sua esposa e sua irmã ao fim, chamando sua

atenção de volta ao jogo, e Miss Bennet retornou ao quarto de sua irmã

doente.

Percebi que há um forte laço entre ela e sua irmã. Não pude deixar de

pensar que Caroline e Louise não teriam sido atenciosas em esperar uma

à outra se uma delas estivesse doente; embora elas também sejam irmãs,

parece haver pouco afeto entre elas. É uma pena. O carinho da minha irmã

é uma das maiores alegrias da minha vida.

Page 48: Amanda Grange

– Eliza Bennet – disse Caroline, enquanto Miss Bennet se retirava da

sala, – é uma da moças que buscam ser apresentadas ao outro sexo, por

subestimar suas propriedades, e com muitos homens, ouso dizer, é bem-

sucedida. Mas, na minha opinião, é uma iniciativa insignificante, uma

muito significante arte.

– Sem dúvida, há uma maldade em todas as artes que, por vezes,

rebaixar senhoras é utilizado para admiração. Seja qual seja for tem

afinidade com a astúcia e é desprezível.

Aposentou-se da lista, e recuou em seu jogo.

Voltei para meu antigo quarto, me sentido insatisfeito com o dia.

Minha paz de costume havia desaparecido.

Eu encontrei-me a pensar, não no que faria amanhã, mas em

Elizabeth Bennet.

Quinta-feira 14 de novembro Eu tive uma lembrança do tempo da loucura de ser levado por um

par de belos olhos. Elizabeth enviou uma mensagem para sua mãe esta

manhã, pedindo-lhe para vir fazer seu próprio julgamento sobre o estado

de saúde de Miss Bennet. Após uma breve estada com a filha doente, Sra.

Bennet e suas duas filhas mais novas, que haviam acompanhado-a, aceitou

o convite de se juntar ao restante do grupo no café da manhã.

– Eu espero que Miss Bennet não esteja pior do que o esperado. –

Disse Bingley.

Ele tem estado preocupado com o caso, e nada conformado as sérias

instruções para a empregada, de tentar aumentar o conforto de Miss

Bennet.

– Na verdade eu tenho, Senhor – disse a Sra. Bennet. – Ela esta muito

doente para ser movida. Sr. Jones diz que não devemos pensar em movê-la.

Nós abusamos demais de sua bondade.

– Remove-la! – Choramingou Bingley! – Não devemos pensar.

Page 49: Amanda Grange

Caroline não pareceu satisfeita com sua observação. Eu acho que a

presença de uma inválida em sua casa está começando a irritá-la. Ela

passou muito pouco tempo como sua convidada, e se Elizabeth não tivesse

vindo, sua irmã teria se consumido em muita solidão em uma casa de

estranhos.

Caroline respondeu educadamente farta, contudo, dizendo que Miss

Bennet receberia toda a atenção.

Sra. Bennet impressionou a todos com o estado de sua filha doente,

em seguida, olhando em volta, observou que Bingley tinha escolhido bem

em alugar Netherfield.

– Você não vai pensar em desistir na pressa, eu espero, que você

tenha um contrato de aluguel mais curto. – Disse ela.

– Tudo que faço é feito com pressa. – Disse ele.

Isso levou a uma discussão de caráter, onde a Elizabeth confessou-se

a ser um caso a se estudar.

– O campo em geral pode oferecer poucos assuntos de tal estudo. –

Eu disse.

– Mas as pessoas se alteram tanto que há algo novo a ser observado

neles para sempre. – Ela voltou.

Falar com Elizabeth é como falar com ninguém. Isto não é uma

atitude comum, mas um exercício estimulante à mente.

– Sim, na verdade. – Disse a Sra. Bennet, assustando a todos nós. –

Asseguro-vos que é tão grande quanto acontece no campo como na

cidade. Eu não posso ver qualquer grande vantagem que Londres possa ter

sobre outro país, exceto as lojas e locais públicos. O campo tem grande

momentos agradáveis, não é, Sr. Bingley?

Bingley, tão fácil como sempre, disse que ele estava igualmente feliz

com qualquer um.

– Isso por que você direciona certo. Mas aquele cavalheiro, – ele

disse olhando para mim. – Pensa que o campo nada é.

Elizabeth tinha facilidade de ruborizar, informando a sua mãe que ela

estava equivocada, mas forçava a lembrar do fato de não haver momento

Page 50: Amanda Grange

de equívoco, gentilmente contudo, pode vencer a desvantagem de sua

mãe.

Sra. Bennet piorou e piorou, elogiando os costumes do Sr. Willian

Lucas de fazer comentários velados de “pessoas que são importantes e

nunca dizem nada”. o qual, suponho que ela me entenda.

O pior estava por vir. A menina caçula começou a admitir e pediu a

Bingley uma bola. Ele estava de bom humor e aceitou prontamente, depois

que a Sra. Bennet e sua duas filhas se despediram. Elizabeth retornou ao

quarto de sua irmã doente.

Caroline foi impiedosa quando ela havia se retirado.

– Eles jantam com vinte e quatro familiares! – ela disse. – Eu não sei

como parei de rir! E a pobre mulher pensa que é uma da sociedade.

– Eu nunca ouvia nada mais ridículo em toda minha vida. – disse

Louisa.

– Ou vulgar – disse Caroline. – E a caçula! Implorando por uma bola.

Eu não posso acreditar que a encorajou, Charles.

– Mas eu gosto de dar bolas – protestou Bingley.

– Você não deveria ter recompensado sua impertinência – disse

Louisa.

– Não, certamente. Você só vai torná-la pior. Apesar de como ela

poderia tornar-se pior que eu não sei. Kitty era terrível o suficiente, mas a

mais jovem garota - qual era o nome dela?

– Lydia – suplicou Louisa.

– Lydia! Claro, era isso! Para sê-lo para a frente. Você não gostaria

que sua irmã fosse tão à frente, estou certa, Sr. Darcy?

– Não, eu não – eu disse, mal satisfeito.

Comparar Georgiana com uma menina foi além de qualquer coisa

que eu poderia tolerar.

– E ainda assim elas têm a mesma idade – prosseguiu Caroline. – É

incrível como as duas meninas podem ser tão diferentes, uma elegante e

refinada, e a outra tão atrevida e ruidosa.

– Trata-se de sua educação – disse Louisa, – Com uma mãe tão

grosseira, como Lydia poderia ser qualquer coisa além de vulgar?

Page 51: Amanda Grange

– Essas pobres meninas – disse Caroline, sacudindo a cabeça.

– Elas são todos tocados com a vulgaridade mesmo, tenho medo.

– Não Miss Bennet! – protestou Bingley. – Você mesmo disse que ela

era uma menina doce.

– E assim ela é. Talvez você esteja certo. Talvez ela tenha escapado da

mancha de misturar com essas pessoas. Mas Elizabeth Bennet está

inclinada a ser petulante, embora ela tenha belos olhos – disse Caroline,

voltando seu olhar para mim.

Eu estava prestes a demitir Elizabeth dos meus pensamentos, mas

mudei de idéia. Eu não vou fazer isso para agradar Sra. Bingley, no entanto,

ser satírico com ela.

Na noite, Elizabeth se juntou a nós na sala. Eu tomei o cuidado de

não dizer mais do que um breve “Boa noite”, e depois peguei uma caneta e

comecei a escrever à Georgiana. Elizabeth, eu notei, pegou alguns

bordados no lado distante do quarto.

Eu mal tinha começado minha carta, quando Caroline começou a

cumprimentar-me sobre a regularidade de minha carta. Eu fiz o meu

melhor para ignorá-la, mas ela não era de ser dissuadida e continuou a

elogiar-me em cada turno. Bajulação é muito bom, mas um homem pode

cansar-se dela tão rapidamente quanto maldições. Eu não disse nada, no

entanto, já que eu não queria ofender Bingley.

– Tão encantada Miss Darcy ficará de receber tal carta! – Caroline

disse.

Eu a ignorei.

– Você escreve extraordinariamente rápido.

Eu era imprudente o suficiente para retaliar com – Você está

enganada. Eu escrevo muito lentamente.

– Ora, diga à sua irmã que eu espero vê-la.

– Eu já disse isso a ela uma vez, por seu desejo.

– Como você pode inventar para escrever assim mesmo? –

perguntou ela.

Page 52: Amanda Grange

Engoli a minha frustração e retomei meu silêncio. A noite úmida no

campo é um dos piores males que eu sei, especialmente na companhia

limitada, e se eu respondesse, temia que fosse rude.

– Diga à sua irmã que tenho o prazer de ouvir de sua melhora na

harpa ...

Rezo, que carta é esta? Eu quase respondi, mas deixou-me apenas no

tempo.

– ... e rezo que ela saiba que eu estou completamente em êxtase com

o lindo quadro, e que eu acho infinitamente superior ao da Sra. Grantley.

– Você vai me dar licença para adiar o seu êxtase até eu escrever de

novo? No momento eu não tenho espaço para fazer-lhes justiça.

Eu vi Elizabeth sorrir com isso, e enterrar a cabeça na sua costura. Ela

sorri facilmente, e eu estou começando a achar infecciosa. Eu estava quase

tentado a sorrir. Caroline, porém, não era para ser reprimida.

– Você sempre escreve tão longas e encantadoras cartas à ela, Sr.

Darcy?

– Elas são geralmente longas, – eu respondi, não sendo capaz de

evitar responder a sua pergunta. – Mas se é sempre encantadora, não sou

eu quem decide.

– É uma regra para mim, para que uma pessoa possa escrever uma

longa carta, com facilidade, não pode escrever mal, disse ela.

– Isso não pode ser um elogio para Darcy – interrompeu Bingley, –

porque ele não escreve fácil. Ele estuda demais para palavras de quatro

sílabas. Você não, Darcy?

– Meu estilo de escrita é muito diferente de seus trabalhos – eu

concordei.

– Minhas idéias fluem tão rapidamente que eu não tenho tempo para

expressa-las, por isso muitas de minhas cartas, por vezes, não transmitem

idéias em todos os meus correspondentes – disse Bingley.

– Sua humildade deve desarmar reprovação – disse Elizabeth, que

costura do lado dela.

– Nada é mais enganoso do que a aparência de humildade – eu disse,

Bingley sorriu do comentário, mas por baixo eu estava consciente de uma

Page 53: Amanda Grange

leve irritação que ela estava elogiando. – Muitas vezes, é apenas descuido

de opinião, e às vezes possuem uma indireta.

– E qual dos dois você chama meu pedacinho recente de modéstia? –

perguntou Bingley.

– O orgulho indireto – eu disse com um sorriso. – O poder de fazer

qualquer coisa com rapidez é sempre muito apreciado pelo possuidor, e

muitas vezes sem qualquer atenção para a falha de desempenho. Quando

você disse a Sra. Bennet, esta manhã que você já resolveu a situação em

Netherfield você deve ter ido em cinco minutos, você queria que fosse

uma espécie de elogio a si mesmo, mas não estou convencido de nenhuma

maneira. Se, como se estivesse montando seu cavalo, um amigo estava a

dizer, ‘Bingley, é melhor ficar até a próxima semana’, você provavelmente

faria isto.

– Você só tem provado por isso que o Sr. Bingley não faz justiça à sua

própria disposição. Você mostrou-lhe ter palavra, agora, muito mais do

que ele próprio – disse Elizabeth com uma risada.

– Estou extremamente satisfeito com a sua conversão que o meu

amigo diz que para um elogio sobre a doçura do meu temperamento –

disse Bingley alegremente.

Eu sorri, mas eu não estava tão satisfeito, apesar de por que isso

deveria ser eu não sei. Estou certo de que eu gosto muito de Bingley, e eu

fico sempre satisfeito quanto ao valor de outras pessoas, ele também.

– Mas Darcy pensaria o melhor de mim, se ao abrigo de tal

circunstância eu fosse desmentido, e fugiria tão rápido quanto eu pudesse!

– Ele acrescentou.

– Será que o Sr. Darcy, em seguida, consideraria a precipitação da sua

intenção original como expiação por sua obstinação em aderir a ela? –

Elizabeth perguntou brincando.

– Dou a minha palavra, eu não posso explicar o assunto. Darcy deve

falar por si mesmo.

Eu coloquei a minha pena, todos os pensamentos da minha carta

esquecida.

Page 54: Amanda Grange

– Você espera que me dê conta de parecer que você escolhe para

chamar de meu, mas o branco eu nunca reconheci. – Eu disse com um

sorriso.

– Ceder à persuasão de um amigo não é mérito de vocês – disse

Elizabeth.

Apesar de mim mesmo, senti-me atraído em sua brincadeira.

– Produzir sem convicção não é nenhum elogio à compreensão de

ninguém – eu devolvi.

– Você parece comigo, Sr. Darcy, não permitindo que nada influencie

sua amizade e afeto.

Eu vi Caroline olhando horrorizada por a nossa troca, mas eu estava

gostando da conversa estimulante de Elizabeth.

– Não seria oportuno organizar o grau de intimidade que subsistam

entre as partes antes de decidir? – Perguntei a ela.

– Por todos os meios – exclamou Bingley. – Vamos ter todas as

informações, não esquecendo a sua altura e tamanho comparativo, pois eu

garanto que se Darcy não fosse tão grande companheiro de altura eu não

deveria pagar-lhe a metade de tanta deferência. Declaro que não sei um

objeto mais terrível do que Darcy, em sua própria casa, especialmente, em

uma noite de domingo, quando nada há para fazer.

Eu sorri, mas fiquei ofendido, no entanto. Eu temia que houvesse um

grão de verdade no que disse Bingley, e eu não queria que Elizabeth

conhecesse-a.

Elizabeth olhou como se quisesse rir, mas não o fez. Espero que ela

não tenha medo de mim. Mas não. Se ela estivesse com medo de mim, ela

não iria rir tanto!

– Eu vejo o seu esquema, Bingley – eu disse, colocando de lado sua

observação. – Você não gosta de um argumento, e quero esse silêncio.

– Talvez, eu faça – Admitiu Bingley.

A animação tinha saído da conversa, e um constrangimento

prevaleceu. Elizabeth voltou para seu trabalho de costura, e eu retornei à

minha carta. O relógio marcou em cima da lareira. Eu terminei minha carta

e coloquei-a de lado. O silêncio continuava.

Page 55: Amanda Grange

Para quebrá-lo, indaguei às senhoras sobre favorecer-nos com

algumas músicas. Caroline e Louisa cantaram, e eu encontrei meu olhar

vagando para Elizabeth. Ela não é bonita, e ainda assim eu acho que prefiro

olhar para o rosto dela, do que qualquer outro. Ela não é graciosa, e ainda

assim suas maneiras me agradam mais do que qualquer outra que eu

conheci. Ela não é prendada, e ainda assim ela tem uma inteligência que faz

dela uma debatedora animada, e torna sua conversa estimulante. É um

longo tempo desde que tive a cerca com as palavras, na verdade não tenho

a certeza que eu já fiz isso antes, e ainda com ela eu sou frequentemente

envolvido em um duelo de esperteza.

Caroline começou a desempenhar um ar escocês animado, e movido

por um impulso súbito eu disse: – Você não sente uma grande tendência,

Miss Bennet, para aproveitar essa oportunidade de dançar um carretel1?

Ela sorriu, mas não respondeu. Achei seu silêncio enigmático. Ela

é uma esfinge, enviada para me atormentar? Ela deve ser, em prol de meus

pensamentos geralmente não tão poéticos.

Em vez de me desagradar, seu silêncio só me inflamou mais, e eu

repeti a pergunta.

– Oh! – Disse ela. – Ouvi-o antes, mas não foi possível determinar o

que dizer em resposta. Você me queria, eu sei, para dizer ‘Sim’, de modo

que você pudesse ter o prazer de desprezar o meu gosto, mas eu sempre

tenho o prazer em derrubar esse tipo de esquema. Eu tive portanto que

compor minha mente para lhe dizer, que eu não quero dançar um carretel

em tudo – e agora despreze-me, se você ousar.

Eu realmente pareço tão perverso com ela? Eu me perguntava. E

ainda não pude deixar de sorrir para ela saindo da posição defensiva para o

ataque, e sua coragem em pronunciá-la.

– Na verdade eu não me atrevo. – Eu disse.

Ela olhou surpresa, como se tivesse esperado uma réplica de corte, e

eu estava contente de tê-la surpreendido, ainda mais porque ela está

sempre me surpreendendo.

Page 56: Amanda Grange

Acho ela muito sedutora, e se não fosse a inferioridade de sua posição

na vida, eu acredito que eu poderia estar em algum perigo, porque eu

nunca estive tão fascinado por uma mulher na minha vida.

Foi a intervenção de Caroline que quebrou minha linha de

pensamento e impediu-me de dizer algo que eu poderia mais tarde

lamentar.

– Espero que sua irmã não esteja se sentindo muito mal – disse

Caroline. – Eu acho que deveria ir até seu quarto e ver como ela está.

– Eu irei por você – disse Elizabeth. – Pobre Jane. Eu deixei-a sozinha

por muito tempo.

Eles foram lá pra cima, e eu fiquei a pensar se Caroline tinha voltado

a atenção de Elizabeth para sua irmã deliberadamente, e pensar o quão

perto eu tinha chegado de trair meus sentimentos.

Sexta–Feira,15 de

Novembro Era uma bela manhã, e Caroline e eu fizemos um passeio pelos

arbustos.

– Eu desejo muitas felicidade em seu casamento, – Ela disse

enquanto caminhávamos ao longo da trilha.

Eu queria que ela deixasse o assunto, mas temo que há pouca chance

disso. Ela foi me provocando sobre o suposto casamento por dias.

– Espero, porém, que você dará à sua sogra algumas dicas, quando

este evento desejável ocorrer, assim como a vantagem de conter sua língua,

e se você pode compreender isso, curará as jovens meninas de correr atrás

dos oficiais.

Eu sorri, mas fiquei irritado. Ela tinha batido na mesma razão de que

eu não poderia seguir meus sentimentos. Eu nunca poderia ter a Sra.

Page 57: Amanda Grange

Bennet como sogra. Seria insuportável. E, enquanto as meninas mais

jovens, para torná-las irmãs para Georgiana – não, não poderia ser feito.

– Você nada propôs para a minha felicidade doméstica? – eu

perguntei, não a deixando ver a minha irritação, pois só iria fazê-la piorar.

– Não deixe os retratos de seu Tio e Tia Philips serem colocados na

galeria de Pemberley. Quanto à sua imagem de Elizabeth, você não deve

tentar tê-la levado, para que o pintor possa fazer justiça a esses belos olhos?

– ela disse com uma voz engraçada.

Eu ignorei sua brincadeira, e imaginei o retrato de Elizabeth

pendurado em Pemberley. Imaginei um outro retrato pendurado ao lado,

de Elizabeth e eu. O pensamento era agradável para mim e sorri.

– Isso não seria fácil, para pegar a expressão dela, mas a sua cor e

forma, e os cílios, tão extraordinariamente finos, podem ser copiados. – Eu

meditava.

Caroline não estava satisfeita, eu achei que eu estava contente de

atormentá-la. Ela estava prestes a responder, quando encontramos por

outro caminho com Louisa e Elizabeth.

Caroline ficou constrangida, e assim ela poderia ficar. Eu

também,estava desconfortável. Eu não pensava que Elizabeth tinha ouvido

Caroline, mas mesmo se tivesse, não a teria perturbado. Ela não tinha sido

perturbada quando ela tinha ouvido uma observação inclemente de mim

na assembléia.

Quando olhei para ela, de repente eu estava consciente do fato de

que ela era uma convidada na casa. Eu estava tão ocupado pensando nela

que eu tinha esquecido que ela estava com Bingley. Senti uma pontada

desconfortável quando eu percebei que ela não havia se encontrado com

algum calor ou amizade durante sua estadia. Para ter certeza, ela havia se

encontrado com delicadeza em sua face, mas a mesma polidez havia

faltado logo que ela estava de costas. Nunca me senti tão fora de simpatia

com Caroline... ou simpatia com Louisa, para ela pelo menos, deveria ter

tido o cuidado de perguntar à Elizabeth se ela se importava de fazer uma

caminhada. Eu me censuro por isso. Eu não era avesso a admirar os olhos

Page 58: Amanda Grange

dela, mas eu tinha feito pouco para fazer a sua estadia em Netherfield mais

agradável.

As próximas palavras de Louisa desfizeram meus sentimentos de

caridade para com ela, entretanto. Dizendo: – Você usou-nos

abominavelmente mal, em fugir, sem nos dizer que estava saindo. – Ela

segurou meu braço e saiu deixando Elizabeth sozinha.

Eu fiquei envergonhado, e disse uma vez: – A caminhada não é longa

o suficiente para nossa festa. É melhor entrar na avenida.

Mas Elizabeth, que não foi, no mínimo mortificada por ter sido usada

para o mal, apenas sorriu maliciosamente e disse que estávamos tão bem

juntos do grupo que seria estragada por um quarto. Então, desejando-nos

adeus ela fugiu alegremente, como uma criança que de repente se vê livre

da sala de aula. Enquanto eu assisti-a correr, senti-me levantar o ânimo. Eu

também, estava de repente livre, livre da dignidade travada da minha vida,

e eu ansiava por correr atrás dela.

– Miss Eliza Bennet se comportou tão mal quanto suas irmãs mais

novas – disse Caroline ironicamente.

– Ela não se comportou tão mal como nós, no entanto, – eu retornei,

irritado. – ela é convidada na casa de seu irmão, e, como tal, tem direto à

nosso respeito. Ela não deveria sofrer nossa negligência, nem sofrer abuso

enquanto ela estiver de costas.

Caroline olhou espantada e irritada, mas minha expressão era tão

ameaçadora que ela calou-se. Bingley poderia reclamar da minha expressão

terrível, mas ele têm seus usos.

Voltei a olhar para Elizabeth, mas ela já tinha passado fora da vista.

Eu não a vi novamente até o jantar. Ela desapareceu logo em seguida, para

ver sua irmã, mas quando Bingley e eu associamo-nos às senhoras na sala

de visitas nós a achamos ali.

Os olhos de Caroline se voltaram para mim imediatamente. Eu podia

ver que ela estava apreensiva. Eu tinha falado com ela bruscamente no

início do dia, e não disse uma palavra para ela depois. Eu dei-lhe um olhar

frio e então voltei minha atenção para Miss Bennet, que estava bem o

suficiente para estar lá embaixo, e que estava sentada ao lado de sua irmã.

Page 59: Amanda Grange

Bingley ficou encantado ao ver que Miss Bennet estava se sentindo

melhor. Ele mexia ao seu redor, certificando-se de que o fogo estava alto o

suficiente e que ela não estava em uma corrente de ar. Minha expressão

suavizou. Eu podia sentir que ele está fazendo isso. Ele estava tratando dela

com todo o cuidado e atenção que ela merecia, e eu fui lembrado porque

eu gosto muito dele e estou feliz em chamá-lo de amigo. Suas maneiras

podem ser tão agradáveis fazendo-o um objetivo para qualquer um que

deseja influenciá-lo, mas as mesmas complacentes maneiras fazem dele um

companheiro agradável e um cálido anfitrião. Era evidente que Elizabeth

pensava assim também. Eu senti que, depois de nossa disputa, nós

tínhamos encontrado um terreno comum.

Caroline fingiu prestar atenção ao inválido, mas na verdade estava

mais interessada em meu livro, que eu tinha pego quando decidi não jogar

cartas.

– Eu declaro que não há prazer, como ler um livro! – Ela disse,

ignorando o seu próprio em favor dos meus.

Eu não respondi. Eu estava fora de simpatia para com ela. Em vez

disso, eu estudiosamente apliquei-me ao meu livro, o que foi uma pena,

porque eu teria gostado de observar Elizabeth. A luz do fogo brincando em

sua pele era uma visão fascinante.

Ao descobrir que ela não poderia fazer-me falar, Caroline perturbou

seu irmão falando sobre sua bola, antes de dar uma volta ao redor da sala.

Ela estava inquieta, e ansiosa por atenção. No entanto, eu não a dava. Ela

me ofendeu, e eu não estava pronto para perdoá-la deste delito.

– Miss Eliza Bennet, permita-me persuadi-la a seguir o meu exemplo

e dar uma volta no quarto.

Eu não poderia lhe ajudar. Olhei para cima. Eu vi um olhar de

surpresa cruzar o rosto de Elizabeth, e eu queria saber se as minhas

palavras e de Caroline tinham afetado seu comportamento, alfinetado sua

consciência sobre o seu tratamento de convidado de seu irmão. Mas não

há tal coisa. Ela só queria a minha atenção, e ela tinha sido inteligente o

suficiente para perceber que este era o caminho para alcançá-lo.

Inconscientemente, eu fechei meu livro.

Page 60: Amanda Grange

– Sr. Darcy, não vai se juntar a nós? – Disse Caroline.

Eu recusei.

– Existem apenas duas razões pelas quais vocês gostariam de

caminhar juntas, e minha presença iria interferir com as duas. – Eu disse.

Meu sorriso não visava Caroline, mas a Elizabeth.

– O que você quer dizer? – Caroline perguntou, espantada. – Miss

Eliza Bennet, você sabe?

– Não de tudo – foi sua resposta. – Mas depende dele, ele quer ser

severo para nós, e nossa forma mais segura de desapontá-lo será não

perguntar nada sobre isso.

Senti meu sangue agitar. Ela lutava comigo, apesar de que ela estava

falando com Caroline, e eu estava gostando da experiência.

Caroline, porém, não podia lutar. Caroline só podia dizer: – Eu

preciso saber o que ele significa. Venha, Senhor Darcy, explique-se.

– Muito bem. Está confiando tanto em si e ter casos secretos para

discutir, ou você está consciente de que suas figuras parecem ter maior

vantagem em pé, se o primeiro, eu deveria estar completamente em sua

maneira, e se o segundo, Eu posso admirá-lo muito melhor do que sentar

perto do fogo.

– Oh, chocante! – Caroline exclamou. – Como vamos puni-lo por tal

discurso?

– Nada é tão fácil, se você tem tão somente a inclinação – disse

Elizabeth com um brilho nos olhos. – Provocá-lo, rir dele. Íntima como

você está, você precisa saber como deve ser feito.

– Provocar a calma de humor e presença de espírito! E quanto ao

riso, não vamos nos expor, por favor, tentando rir, sem um tema. Sr. Darcy

pode abraçar a si mesmo.

– O Sr. Darcy não é para rir! – Elizabeth chorou. – Isso é uma

vantagem incomum. Eu adoro uma risada.

E eu também mas eu não gosto de ser ridicularizado. Eu não podia

dizer isso, porém.

Page 61: Amanda Grange

– Miss Bingley me deu crédito maior do que pode ser – disse. – O

mais sábio dos homens pode ser tornado ridículo por uma pessoa cujo

primeiro objetivo na vida é uma piada.

– Eu espero que eu nunca zombaria do sábio ou bom – ela retrucou.

– Loucuras e absurdos divertem-me, porém estes, eu suponho, são

precisamente os que você está fora.

– Talvez isso não seja possível para qualquer um. Mas foi o estudo da

minha vida, para evitar aquelas fraquezas que muitas vezes expõem uma

compreensão forte ao ridículo.

– Tal como vaidade e orgulho.

– A vaidade, sim. Mas onde há uma verdadeira superioridade da

mente, o orgulho estará sempre sob uma boa regulamentação – disse.

Elizabeth virou-se para esconder um sorriso.

Eu não sabia por que deveria ser, mas seu sorriso me machucou.

Creio que me fez pavio curto, pois quando ela disse: – Sr. Darcy não tem

defeito. Ele detém-se sem disfarce.

Fiel à minha decisão, eu paguei Elizabeth sem aviso quando ela

entrou na sala com sua irmã mais tarde, esta manhã, quando Bingley e eu

tínhamos retornado do nosso passeio. Depois que os cumprimentos

tinham sido trocados, Miss Bennet pediu emprestado o transporte à

Bingley.

– Minha mãe não pode ceder nosso transporte até terça-feira, porém

estou bastante recuperada e nós não podemos abusar de sua hospitalidade

por mais tempo – disse ela.

Eu me senti numa mistura de emoções: alívio que Elizabeth em breve

estaria afastada de Netherfield, e lamento de que eu não seria capaz de falar

com ela por algum tempo.

Bingley não concordou com Miss Bennet.

– Querida Jane, é claro que você deve ficar – disse Caroline. Eu

detectei uma frieza em sua voz, e não foi surpresa quando ela acrescentou:

– Nós não podemos pensar em deixá-la sair antes de amanhã.

Uma estadia de mais de um dia extra não agradou-a.

Page 62: Amanda Grange

Bingley pareceu surpreso, mas Miss Bennet concordou com esta

sugestão.

– Mesmo amanhã ainda é muito cedo – protestou Bingley.

– É muito gentil de sua parte, mas temos de deixá-los – disse Miss

Bennet.

Ela é uma garota doce, mas ela também pode ser firme, e nada que

Bingley pudesse dizer abalaria sua determinação.

Eu estava consciente da necessidade de estar em guarda durante este

último dia. Eu tinha prestado muita atenção em Elizabeth durante sua

estadia, e eu fui tardiamente ciente de que poderia ter dado origem à

expectativas. Resolvi suprimi-las, caso todas as expectativas já estivessem

formadas. Eu quase não falei dez palavras com ela ao longo do dia, e

quando eu, infelizmente, fui deixado sozinho com ela durante meia hora,

dediquei-me ao meu livro e a não olhar para cima uma vez.

Domingo, 17 de Novembro Nós todos comparecemos ao culto da manhã, e depois a Srtª Bennet

partiu.

– Querida Jane, a única coisa que pode resignar-me à sua saída é o

conhecimento que você está bem afinal. – Disse Caroline, aproveitando a

afetuosa partida de sua amiga.

– Eu sou um homem egoísta. Se não fosse pelo fato de que você

sofreu, eu quase teria sido feliz por você ter um resfriado. – disse Bingley

calorosamente, apertando a mão de Jane. – Permitiu-me estar com você

todos os dias, durante quase uma semana. – Ele, pelo menos, fez a sua

estadia agradável, e teve o cuidado de entretê-la sempre que ela estava lá

embaixo. É fácil ver porque Bingley fez dela a sua paquera. Ela tem uma

doçura e uma abertura de maneira que a faz agradável, embora seus

sentimentos não são o tipo de ser profundamente alcançados. Não

Page 63: Amanda Grange

importa o quão animado e charmoso Bingley seja, ele não precisa ter medo

de suas intenções serem mal interpretadas.

– E a Srta. Eliza Bennet. – disse Caroline, com um largo sorriso. –

Tem sido assim encantador ... tê-la aqui.

Elizabeth percebeu a hesitação e seus olhos brilhavam com alegria.

Ela respondeu suficientemente educada, no entanto.

– Srta. Bingley. Foi bondoso de você me receber aqui.

Para Bingley, ela deu uma calorosa despedida.

– Obrigado por tudo que você tem feito por Jane. – disse ela. – Ver

que ela estava tão bem cuidada fez uma grande diferença para mim. Nada

poderia ter sido melhor do que sua proteção ao calor, ou sua mudança nas

cortinas para evitar correntes de ar, ou o sua instrução às empregadas para

fazerem alguns pratos saborosos para Jane tentar comer.

– Eu só lamento não poder ter feito mais. – disse ele. – Espero em

breve nos vermos em Netherfield novamente.

– Eu espero que sim, também.

Ela se virou para mim.

– Srta. Bennet. – eu disse, fazendo para ela uma fria reverência.

Ela pareceu surpresa por um momento, depois um sorriso apareceu

em seus olhos, e ela me deixou uma reverência, respondendo em tons

imponentes: – Sr. Darcy.

Ela quase me tentou a sorrir. Mas eu treinei minha fisionomia em

uma expressão severa e me afastei.

O pequeno destacamento então se separou. Bingley escoltou a duas

jovens para o transporte e ajudou-as a entrar. Minha frieza não tinha

amortecido o espírito de Elizabeth durante um minuto. Eu estava feliz por

isso - antes de lembrar-me que o espírito de Elizabeth não era a minha

preocupação.

Voltamos para a sala.

– Bem! – disse Caroline. – Elas se foram.

Eu não respondi.

Ela virou-se para Louisa e imediatamente começou a falar de

assuntos domésticos, esquecendo tudo sobre sua suposta amiga.

Page 64: Amanda Grange

Embora eu escreva isto, eu acho que eu estou contente que Elizabeth

se foi. Agora, talvez eu possa pensar nela como Srta. Elizabeth Bennet

novamente. Eu quero me aprofundar nos pensamentos mais racionais,

assim não vou ter que sofrer mais das chacotas de Caroline.

Segunda-Feira,18 de

Novembro Enfim, um dia racional. Bingley e eu examinamos o canto sul de suas

terras. Ele parece interessado em comprar a fazenda e diz que está pronto

para estabelecer-se. No entanto, ele não esteve aqui muito tempo e eu não

acredito que suas intenções sejam fixas até que tenha passado um inverno

aqui. Se ele gostar, depois disso, eu acredito que poderia ser o lugar para

ele.

Caroline estava encantadora esta noite. Sem Srta. Elizabeth Bennet

em casa ela não me provoca, e passamos uma noite agradável jogando

cartas. Eu não lembrei da Srta. Elizabeth em tudo. Eu acredito que

dificilmente pensei nela uma meia dúzia de vezes durante todo o dia.

Quinta –feira, 19 de

Novembro – Eu acho que deveríamos andar em volta do resto da propriedade

hoje. – eu disse à Bingley esta manhã.

– Mais tarde, talvez.– ele disse. – Eu pretendo cavalgar ao longo do

riacho esta manhã para depois perguntar sobre a saúde da Srta. Bennet.

Page 65: Amanda Grange

– Você a viu apenas anteontem. – eu comentei com um sorriso;

Bingley nas garras de seu flerte é muito divertido.

– O que significa que eu não a vi ontem. Isto é tempo e eu fui

negligente. – respondeu ele, combinando o meu tom. – Você vai vir

comigo?

– Muito bem. – eu disse.

Um instante depois me arrependi, mas fiquei então irritado comigo

mesmo por minha covardia. Eu posso certamente sentar-me com a Srta.

Elizabeth Bennet por dez minutos sem cair vítima de uma certa atração, e,

além disso, não há certeza de que eu vou vê-la. Ela poderia muito bem

estar em casa.

Marchamos para fora depois do almoço. Nosso caminho nos levou

através de Meryton, e vimos o objeto do nosso passeio na rua principal.

Srta. Bennet estava tomando o ar com suas irmãs. Ao ouvir os cascos dos

nossos cavalos ela olhou para cima.

– Eu estava cavalgando para ver como você estava, mas eu posso ver

que você está muito melhor. Estou feliz por isso. – disse Bingley, tocando

seu chapéu.

– Obrigada. – disse ela, com um sorriso fácil encantador.

– Você perdeu sua palidez, e tem um pouco de cor em suas

bochechas.

– O ar fresco me fez bem. – disse ela.

– Você entrou Meryton? – ele perguntou.

– Sim.

– Vocês não se cansaram, espero? – acrescentou com uma careta.

– Não, obrigada, o exercício foi benéfico. Eu passei tanto tempo

dentro de casa que eu estou feliz por estar fora de novo.

– Meus sentimentos são exatamente os mesmos. Quando eu estou

doente, eu não posso esperar para estar fora das portas, logo que eu esteja

bem o suficiente.

Enquanto eles continuavam desse modo, com Bingley olhando tão

feliz como se Srta. Bennet tivesse escapado das garras do tifo1 em vez de

um resfriado insignificante, eu evitava olhar para Elizabeth. Eu deixei meus

Page 66: Amanda Grange

olhos flutuarem pelo resto do grupo em vez disso. Eu vi as três jovens

garotas Bennet, uma delas carregando um livro de sermões e as outras duas

rindo juntas, e um jovem abrutalhado a quem eu não tinha visto antes. Por

sua vestimenta ele era um clérigo, e ele parecia estar em assistência às

senhoras. Eu estava apenas refletindo que talvez sua presença explicaria

porque Srta. Marry Bennet estava segurando um livro de sermões, quando

recebi uma surpresa desagradável, ou melhor um choque terrível. Na

ponta do grupo havia dois cavalheiros ainda. Um deles foi o Sr. Denny, um

oficial que Bingley e eu já conhecíamos. O outro foi George Wickham.

George Wickham! Que homem odioso, que traiu a crença do meu

pai nele e quase arruinou a minha irmã! Ser forçado a encontrá-lo

novamente, em tal tempo e lugar.... Foi abominável.

Eu pensei que tinha me acertado com ele. Eu pensei que nunca teria

que vê-lo novamente. Mas lá estava ele, conversando com Denny, como se

não tivesse uma preocupação no mundo. E eu suponho que ele não tinha,

pois ele nunca se preocupou com nada em sua vida, a menos que fosse ele

mesmo.

Ele virou a cabeça para mim. Eu me senti ficar branco, e vi-o ficar

vermelho. Nossos olhos se encontraram. Raiva, nojo e desprezo atirei para

ele. Mas, recuperando-se rapidamente, atirou sua perversa impertinência

para mim. Ele teve a audácia de tocar o seu chapéu. De tocar o chapéu!

Para mim! Eu teria me afastado, mas eu tinha muito orgulho de criar uma

cena, e eu me forcei a retornar sua saudação.

Minha cortesia foi para nada, entretanto. Pegando um vislumbre de

Srta. Elizabeth Bennet fora do canto do meu olho, eu vi que ela tinha

notado nosso encontro, e ela não foi enganada nem um instante. Ela sabia

que algo estava muito mal entre nós.

– Mas não devemos mantê-lo. – ouvi dizer Bingley.

Eu senti, ao invés de ver, ele voltar em minha direção.

– Venha, Darcy, devemos estar chegando lá.

Eu estava muito disposto a conformar-me com a sua sugestão. Nós

oferecemos um adeus às Senhoras e cavalgamos.

Page 67: Amanda Grange

– Ela está se sentindo muito melhor, e acredita-se estar muito bem

novamente.– disse Bingley.

Eu não respondi.

– Ela parecia bem, eu penso. – disse Bingley.

Novamente, eu não tinha resposta.

– Há algo de errado? – perguntou Bingley, por último pegando meu

humor.

– Não, nada. – eu disse logo.

– Não, Darcy, você não é assim. Alguma coisa está incomodando

você.

Mas eu não ia ser desenhado. Bingley não sabe nada sobre o

problema que tive com Wickham durante o verão, e eu não quero

esclarecê-lo. A tolice de Georgiana ia lançar uma sombra sobre sua

reputação se fosse conhecida, e estou determinado de que Bingley nunca

ouviria falar nisso.

Quarta–feira, 20 de novembro Eu montei cedo essa manhã, sem perguntar a Bingley se ele

escolheria ir comigo, por que eu queria estar comigo próprio. George

Wickham, em Meryton!

Ele roubou o prazer de minha visita. Pior ainda, eu estou assombrado

por um vislumbre de memória, uma coisa tão pequena que eu mal posso

estar certo se isso é real. Mas isso não vai me deixar, e preencher meus

sonhos. É isso: quando eu andei até as senhoras ontem, eu pensei ter visto

uma expressão de admiração no rosto de Elizabeth enquanto ela olhava

para Wickham.

Certamente ela não pode preteri-lo a mim!

Page 68: Amanda Grange

O que eu estou dizendo? Os sentimentos dela por mim são

desimportantes. Como são os sentimentos dela por George Wickham. Se

ela deseja admirá-lo, é preocupação dela.

Eu não posso acreditar que ela ainda irá admirá-lo quando ela o

decifrar, e decifrá-lo ela irá. Ele não mudou. Ele ainda é o esbanjador inútil

que ele sempre foi, e ela é muito inteligente para ser enganada por muito

tempo.

E ,no entanto, ele tem um rosto bonito. As senhoras sempre

admiraram isso. E ele tem maneiras simples e um estilo de discursar que o

faz bem querido entre aqueles que não o conhecem, considerando que

eu...

Eu não posso acreditar que eu estou me comparando a George

Wickham! Eu devo estar louco. E ainda assim se Elizabeth... Eu não devo

pensar nela como Elizabeth.

Se ela escolher nos comparar, então que assim seja.

Isso irá provar que ela está abaixo da minha consideração, e eu não

serei mais incomodado por pensamentos sobre ela.

Quinta – feira, 21 de

novembro Bingley declarou sua intenção de ir para Longbourn para entregar aos

Bennet um convite de seu baile. Caroline e Louisa avidamente

concordaram em ir com ele, mas eu declinei, dizendo que eu tinha algumas

cartas para escrever. Caroline imediatamente declarou que ela tinha

algumas cartas para escrever, também, mas Bingley disse a ela que eles

podiam esperar até que ela retornasse. Eu estava grato. Eu não queria

companhia hoje. Eu não posso manter meus pensamentos de George

Page 69: Amanda Grange

Wickham. Da conversa local, eu apanhei que ele esta pensando em aderir

ao regimento. Sem duvidas ele acha que ficará bem em um casaco

vermelho.

Pior ainda, Bingley incluiu todos os oficiais em seu convite para

Netherfield, e eu temia Wickham podia se juntar a eles. Eu não tenho

desejo em vê-lo, e no entanto eu não irei evitar o baile. Não cabe a mim

para evitá-lo. Ele é um patife e um vilão, mas eu não irei chatear Bingley

recusando-me a atender a seu baile.

Sexta – feira, 22 de novembro Um dia chuvoso. Eu estava capaz de passear fora com Bingley esta

manhã, mas então a chuva caia e nós fomos obrigados a ficar dentro. Nós

passamos o tempo conversando sobre o estado e os planos de Bingley para

isso. As irmãs dele deram-nos o beneficio de suas visões das alterações

necessárias na casa e o tempo passou prazeroso suficiente, entretanto eu

senti a falta da companhia vívida de Elizabeth.

Sábado, 23 de novembro Outro dia chuvoso. Caroline estava em um humor provocador. Eu

estava grato que Elizabeth não estava aqui, ou ela iria ter certamente que

suportar o peso do humor doentio de Caroline. Bingley e eu nos retiramos

para a sala de bilhar. É uma coisa boa que uma casa possua uma, ou eu

acredito que nos deveríamos ter estado terrivelmente entediados.

Page 70: Amanda Grange

Domingo, 24 de novembro Eu recebi uma carta de Georgiana esta manhã. Ela esta indo bem com

seus estudos, e ela está feliz. Ela esta começando uma nova peça com o

mestre de musica dela, um homem que eu estou feliz em dizer que está

quase em sua senilidade, e ela esta se divertindo.

A chuva continua. Caroline e Louisa se divertiram decidindo o que

elas iriam vestir para o baile, enquanto Bingley e eu discutimos a guerra. Eu

estou começando a achar o país cansativo. Em casa, em Pemberly, eu

tenho muito para me ocupar, mas aqui há pouco a fazer além de ler ou

jogar bilhar quando o tempo está ruim.

Eu estarei interessado em ver se este período de clima úmido

dissuade Bingley de comprar Netherfield. Uma propriedade rural na luz do

sol é uma coisa muito diferente de uma propriedade rural na chuva.

Segunda – feira, 25 de

novembro Eu estou grato pelo baile. Pelo menos, se nós tivermos outro dia

chuvoso amanhã, nós iremos ter alguma coisa para nos ocupar.

Page 71: Amanda Grange

Terça – feira, 26 de

novembro A manhã estava chuvosa e eu a passei escrevendo cartas. Esta tarde,

Bingley e suas irmãs estavam envolvidos nos preparos finais para o baile.

Eu tinha pouco a fazer e estava aborrecido por me encontrar pensando na

Srta. Elizabeth Bennet, tanto que quando a festa em Longbourn começou

esta noite, eu me encontrei procurando por ela. Eu pensei que a tivesse

posto fora da minha mente, mas eu não sou tão insensível a ela como eu

tinha suposto.

– Jane está formosa, – disse Caroline, enquanto o irmão dela movia-

se a frente para cumprimentar Srta. Bennet.

– É uma pena que o mesmo não possa ser dito da irmã dela, – disse

Louisa. – O que a Srta. Elizabeth Bennet está vestindo ?

Caroline a considerava com um olhar divertido.

– Srta. Eliza Bennet despreza a moda, e está usando um vestido que é

três polegadas mais longo e usa uma grande quantidade de rendas. Você

não acha isso, Sr. Darcy?

– Eu não sei nada sobre a moda das senhoras, – eu disse, – mas ela

parece muito bem para mim.

Caroline foi silenciada, mas apenas por um momento.

– Eu gostaria de saber por quem ela pode estar procurando. Ela

certamente está procurando por alguém.

– Ela provavelmente está procurando pelos oficiais. – Disse Louisa.

– Então ela não é tão rápida quanto as irmãs dela, por já terem

encontrados eles, – disse Caroline.

As jovens garotas tinham corrido ruidosamente pelo salão de baile, e

estavam cumprimentando os oficiais com risadas e guinchos.

– Se elas se moverem mais perto do Sr. Danny, elas irão sufocá-lo! –

observou Louisa.

Page 72: Amanda Grange

– Você não iria gostar de ver sua irmã se comportando de tal jeito

com os oficiais, eu estou persuadida, – disse Caroline, virando-se para

mim.

Ela não quis me ferir, e no entanto sua observação não podia ter sido

menos bem escolhida. Isso mandou meus pensamentos para Georgiana, e

dali para Wickham que estava vestindo um casaco vermelho. Não, eu não

gostaria de ver isso, mas eu estava desconfortavelmente ciente que se eu

não tivesse chegado em Ramsgate sem aviso, isso poderia quase ter se

passado.

Caroline olhou alarmada enquanto minha face ia ao branco, mas

consegui responder friamente o suficiente: – Você está comparando minha

irmã a Lydia Bennet?

– Elas têm a mesma idade! – disse Louisa, com um trinado de riso.

– Não, é claro que não! – Disse Caroline rapidamente, percebendo

que ela havia cometido um engano. – Não deve haver comparação. Eu quis

apenas dizer que as garotas Bennet estão acostumadas a agir como

selvagens.

Eu dei um frio aceno, e depois me movi para longe dela, esperando

que os olhares de Elizabeth ao redor do salão de baile tenham sido para

mim. Enquanto eu me esvaia perto dos oficiais, eu ouvi Denny dizendo a

Srta. Lydia Bennet que Wickham não estava lá por ele ter sido forçado a

sair da cidade por uns poucos dias.

– Oh! – ela disse, seu rosto desmoronando.

Elizabeth tinha se unido a eles e ela, também, pareceu desapontada.

Eu lembrei do olhar que ela tinha dirigido a Wickham em Meryton e eu

senti minhas mãos se fecharem enquanto eu compreendia com uma

desagradável surpresa que quando ela tinha adentrado o salão de baile, ela

tinha estado procurando por Wickham, e não por mim.

– Não vejo quais possam ser esses assuntos importantes que o

afastam em uma altura destas, não fosse o fato de ele querer evitar um

certo cavalheiro que aqui se encontra também, – eu ouvi Sr. Denny dizer.

Então ele tinha tornado-se covarde, não tinha?

Page 73: Amanda Grange

Eu não poderia perguntar a ele. Coragem nunca foi parte do caráter

de Wickham.

Impondo aos ingênuos, enganando os inocentes e seduzindo jovens

garotas, estes eram os seus fortes.

Mas certamente Elizabeth não era ingênua?

Não. Ela tão era facilmente de se deixar levar. Ela pode não tê-lo

descoberto ainda, mas eu estava confiante que ela o iria fazer.

No entretanto, eu não quero perder a oportunidade de conversar

com ela.

Eu continuei andando em direção a ela.

– Eu estou grato em vê-la aqui. Eu espero que tenha tido uma viagem

prazeirosa? – eu perguntei. – Desta vez, eu espero que você não tenha tido

que andar!

– Não, eu agradeço a você, – ela disse rigidamente. – eu vim na

carruagem.

Eu me perguntei se a teria ofendido. Talvez ela tenha interpretado a

minha observação como uma descortesia a incapacidade de sua família

para manter os cavalos exclusivamente para o seu transporte. Eu tentei

reparar o dano de minha primeira observação.

– Você está ansiosa para o baile?

Ela virou-se e me olhou diretamente.

– É a companhia que faz um baile, Sr. Darcy. Eu aprecio qualquer

entretenimento no qual meus amigos estejam presentes.

– Então eu estou certo que você apreciará sua noite aqui, – eu disse.

Ela se virou com um grau de mau-humor que me chocou. Ela nem

sequer conseguiu superá-lo quando conversava com Bingley, e eu resolvi

que eu estava terminado com ela. Deixá-la preferir Wickham a mim. Eu

não queria nada mais a fazer com ela. Ela deixou suas irmãs para falar com

sua amiga Srta. Lucas, e depois a mão dela foi solicitada pelo pesado jovem

clérigo que eu tinha visto com ela em Meryton. Apesar de minha raiva, eu

não pude evitar sentir por ela. Eu tinha visto a exposição de dança mais

mortificante da minha vida. Pela expressão dela, eu poderia dizer que ela

sentia o mesmo. Ele ia para a esquerda quando devia ir para a direita. Ele ia

Page 74: Amanda Grange

para trás quando ele deveria ter ido para a frente. E no entanto, ela dançou

tão bem como se estivesse dançando com um parceiro especialista.

Quando eu a vi deixando o compartimento, eu estava movido a pedir

a próxima dança. Eu fui frustrado nisso por ela dançando com um dos

oficiais, mas depois eu fui para em frente e pedi a dança seguinte. Ela olhou

surpresa, e eu senti o mesmo, logo depois que eu tinha pedido a mão dela

eu me perguntei no que eu estava. Eu não tinha decidido a não notar mais

a presença dela? Mas eu tinha feito. Eu tinha dito, e eu não poderia retirar

minha oferta.

Ela aceitou, embora mais por surpresa do que qualquer outra coisa,

eu acho. Eu não podia encontrar nada para dizer a ela, e me afastei,

determinado a passar meu tempo com pessoas mais racionais até que fosse

o momento da dança começar. Saímos na pista. Houve olhares de espanto

de todos ao nosso redor, embora eu esteja certo de não saber o porquê. Eu

posso ter escolhido não dançar na assembléia, mas isso é uma situação

bem diferente de um baile privado. Eu tentei pensar em algo para dizer,

mas eu me encontrei incapaz de falar. Isso me surpreendeu. Eu nunca

tinha estado em prejuízo antes. Para ser preciso, eu nem sempre acho fácil

falar com aqueles que eu não conheço, mas eu geralmente penso em pelo

menos uma brincadeira. Eu acredito que a hostilidade que eu senti vindo

de Elizabeth roubaram-me de meu senso.

Finalmente, ela disse: – Esta é uma dança agradável.

Proveniente de uma mulher cuja inteligência e vivacidade me

deleitam, foi uma seca observação, e eu não dei resposta.

Depois de uns poucos minutos, ela disse:

– É sua vez de se pronunciar, Sr. Darcy. Como eu já falei sobre a

dança, o senhor deve agora se referir ao comprimento da sala ou ao

numero de pares que aqui se encontram.

Isto era mais como Elizabeth.

– Eu direi o que quiser que eu diga, – eu retornei.

– Muito bem. Por agora, essa resposta serve. Talvez, de passagem, eu

devesse observar que os bailes particulares são muito mais agradáveis que

os bailes públicos. Mas chegou o momento de permanecermos calados.

Page 75: Amanda Grange

– Então a senhora conversa por regra enquanto dança?

– Por vezes, sim. Penso que se deve falar sempre, por pouco que seja.

E todavia, no interesse de alguns, a conversa deveria ser de tal modo

direcionada que lhes permitisse dizerem o mínimo possível.’

– No caso presente está falando sobre seus sentimentos, ou, pelo

contrario, supõe estar falando dos meus?

– Ambos – ela respondeu travessamente.

Eu não pude evitar sorrir. Era essa travessura que me atraia. Era

provocativa sem ser impertinente, e eu nunca tinha passado isso com outra

mulher antes. Ela ergue seu rosto de tal maneira quando ela faz um de seus

comentários brincalhões que eu sou tomado por uma vontade urgente

compulsiva de beijá-la. Não que eu me daria a tal impulso, mas está lá a

mesma coisa.

– Eu sempre vi uma grande similaridade nos rumos de nossas

mentes, – ela foi adiante. – Nós estamos cada um sozinho, disposição

taciturna, sem vontade de falar, a menos que nós esperamos dizer alguma

coisa que vá surpreender a sala inteira, e ser proferida para a posteridade

com toda a tagarelice de um provérbio.

Eu estava inquieto, não certo se eu ria ou se me sentia aflito. Se isso

fosse parte da sua brincadeira, então eu acharia divertido, mas e se ela

achasse que era verdade? Eu teria sido tão taciturno quando eu tinha

estado com ela? Eu pensei antes na reunião em Meryton, e nos dias mais

cedo em Netherfield. Eu não tinha talvez me mantido para encantá-la, mas

então eu nunca o fiz. Eu tinha sido, talvez, abrupto, ao começar, mas eu

pensei ter reparado esta questão no fim da estadia dela em Netherfield. Até

o último dia. Eu me lembrei de meu silêncio, e minha determinação em

não conversar com ela. Eu me lembrei de ter me congratulado por não

dizer mais do que dez palavras para ela, e permanecendo

determinadamente em silêncio quando fui deixado a sós com ela por quase

meia hora, fingindo estar absorvido em meu livro.

Eu tinha estado certo em permanecer em silêncio, eu pensei. Então

imediatamente depois eu pensei que eu tinha estado errado. Eu tinha

estado ambos, certo e errado: certo se eu desejava quebrar qualquer

Page 76: Amanda Grange

expectativa que pudesse ter surgido durante o curso da visita, mas errado

se eu desejava ganhar sua benevolência, ou ser educado. Eu não estou

acostumado a ser tão confuso. Eu nunca estive, antes de conhecer

Elizabeth.

Eu fiquei consciente do fato que eu estava de novo em silêncio, e eu

sabia que devia dizer alguma coisa para não confirmar a suspeita dela de

que eu era deliberadamente taciturno.

– Isso não é impressionante semelhança do seu próprio caráter, eu

estou certo, – eu disse, minha inquietude refletida no tom de minha voz,

pelo que eu não sabia se estava divertido ou machucado.

– Quão perto pode estar de mim, eu não posso dizer. Você acha isso

um retrato fiel, sem dúvida.

– Eu não devo decidir sobre a minha própria performance.

Nós caímos em um silêncio desconfortável. Ela me julgava? Ela me

desprezava? Ou ela estava brincando comigo? Eu não podia decidir.

Em extensão, eu falei a ela sobre sua viagem para Meryton, e ela

respondeu que ela e suas irmãs fizeram um nova amizade lá.

Eu congelei. Eu sabia a quem ela se referia. Wickham! E o jeito que

ela fala sobre ele! Não com desprezo mas com simpatia-afeição. Eu temi

que ela fosse adiante, mas alguma coisa em minhas maneiras a fez

permanecer em silêncio. Eu sabia que devia ignorar o problema. Eu não

tinha que me explicar para ela. E, no entanto, eu me encontrei dizendo a

ela: – Sr. Wickham é abençoado com tais maneiras felizes que o podem

garantir de fazer amigos. Se ele pode igualmente ser capaz de mantê-los é

menos certo.

– Ele tem sido tão desafortunado em ter perdido a sua amizade, e em

uma maneira que ele sofrerá por toda a sua vida.

O que ele terá dito a ela? O que ele terá contado a ela? Eu desejava

contar a ela a realidade da situação, mas eu não poderia fazê-lo por temer

machucar Georgiana.

Mais uma vez o silêncio caiu. Fomos resgatados pelo Sr. William

Lucas que deixou escapar uma observação que tirou Wickham de minha

mente. Por isso, pelo menos, eu devo agradecê-lo. Ele nos cumprimentou

Page 77: Amanda Grange

em nossa dança e depois, olhando para Srta. Bennet e Bingley, ele disse

que esperava ter o prazer de ver isso se repetir com freqüência quando um

certo desejável evento tomasse lugar.

Eu estava assustado. Mas não havia engano em seu significado. Ele

achava que era possível, talvez certo, que Miss Bennet e Bingley iriam

casar. Eu os assisti dançando e eu não podia ver nada que indicasse tal

conclusão. No entanto, se isso era comentado deles, então eu sabia que o

problema era sério. Eu não podia deixar Bingley por em perigo a reputação

de uma moça, não importa quão agradável fosse o flerte. Me recuperando,

eu perguntei a Elizabeth o que nós tínhamos estado conversando.

Ela respondeu, – nada na verdade.

Eu comecei a falar com ela sobre livros. Ela não iria admitir que nós

podíamos compartilhar os mesmos gostos, eu declarei que então, pelo

menos, nós teríamos sobre o que conversar. Ela afirmou que não poderia

falar sobre livros em um salão de baile, mas eu pensei que não era isso que

a estava impedindo. O problema era que a sua mente estava em outro

lugar.

De repente, ela disse para mim, – Me recordo de tê-lo ouvido afirmar,

Mr. Darcy, que dificilmente perdoa, e que, uma vez suscitado, seu

ressentimento é implacável. Suponho que seja escrupuloso quanto às

circunstâncias que originam esse ressentimento?

Ela estaria pensando em Wickham? Ele teria lhe dito sobre a

indiferença entre nós? Ela parecia genuinamente ansiosa em ouvir minha

resposta, e eu a tranqüilizei.

– Eu sou – eu disse firmemente.

Mais perguntas se seguiram, até que eu perguntei a onde tendiam

todas essas perguntas.

– Apenas para uma mera ilustração de seu caráter – tentando

disfarçar o tom grave com o qual até agora falara – estou apenas tentando

decifrá-lo.

Então ela não estava pensando em Wickham. Eu estava agradecido.

– E quais resultados a que chegou? – eu não pude evitar em

perguntar.

Page 78: Amanda Grange

Ela abanou a cabeça.

– Pouco consegui. São tão diversas as opiniões a seu respeito q me

sinto totalmente confusa.

– Eu posso prontamente acreditar nisso, – eu disse, pensando com

um sentimento de depressão em Wickham. Eu adicionei, em um impulso,

– contudo, desejaria que neste presente momento não se debruçasse no

estudo do meu caráter, pois receio que o resultado não seria muito

lisonjeiro.

– Mas, se não o deslindo agora, eu posso nunca mais ter outra

oportunidade.

Eu tinha suplicado por clemência. Eu não iria suplicar de novo. Eu

respondi friamente, rigidamente.

– Não pretendo de modo algum constituir entrave a seu prazer.

Nós terminamos a dança como começamos, em silêncio. Mas eu não

podia ficar zangado com ela por muito tempo. Ela havia sido convencida

de alguma coisa por George Wickham, isso estava bem claro, e ele era

incapaz de falar a verdade, ela não tinha dúvidas, sujeita a uma série de

mentiras. Enquanto nós deixávamos o compartimento, eu tinha perdoado

Elizabeth, e direcionado minha raiva em vez para Wickham.

O que ele teria dito a ela? Eu gostaria de saber.

E quanto me teria danificado em sua estima?

Eu fui salvo destas inquietantes reflexões, pela visão de um pesado

jovem homem curvando-se em frente a mim e implorando para perdoá-lo

por estar se apresentando ele próprio. Eu estava a ponto de virar-me e ir

embora quando me lembrei de tê-lo visto com Elizabeth, e eu me

encontrei curioso com o que ele poderia ter a dizer.

– Não está entre as formas estabelecidas de cerimônia entre os leigos

apresentarem-se por si próprios, eu estou consciente, mas eu sou

lisonjeado que as regras que governam o clero são bastante diferentes, na

verdade, considero o cargo clerical como iguais no ponto de dignidade

com a mais alta categoria social do reino, e assim eu tinha que vir me

apresentar para você, uma apresentação em que, estou convencido, não

será considerada impertinente quando você souber quem é minha nobre

Page 79: Amanda Grange

benfeitora, a senhora que gentilmente me ofereceu uma vida magnânima,

não é outra senão sua estimável tia, Lady Catherine de Bourgh. Foi ela que

preferiu-me a valiosa reitoria de Hunsford, onde está meu dever, onde está

o meu direito, ou melhor, a minha vontade, para realizar cerimônias que

devem, por sua própria natureza, recair sobre o incumbente.

Ele assegurou-me com um sorriso obsequioso.

Eu olhei para ele em perplexidade, me perguntando se ele poderia ser

completamente são. Parecia que ele realmente acreditava que um clérigo

poderia ser igual ao Rei da Inglaterra, embora não fosse minha tia, pelo seu

discurso repleto de efusões de gratidão e louvor de sua nobreza e

condescendência. Achei-o uma esquisitice; mas minha tia, contudo, tinha

evidentemente o considerado digno da vida, e como ela o conhecia melhor

do que eu, eu poderia apenas supor que ele deveria ter virtudes das quais

eu sabia nada a respeito.

– Estou certo que minha tia não poderia conceder um favor

indignamente, – eu disse educadamente, mas com frieza suficiente para

preveni-lo em não dizer mais nada. Ele não se deteve entretanto, e

começou um segundo discurso que foi mais longo e mais enredado do que

o primeiro. Enquanto ele abria a boca para tomar fôlego, eu fiz um

cumprimento e fui embora. Absurdo tem seu lugar, mas eu não estava no

humor para me divertir com isso, tão cedo depois de afastar-me de

Elizabeth.

– Eu vejo que você conheceu o estimável Sr. Collins, – Caroline me

disse enquanto íamos para a ceia. – Ele é outro dos parentes dos Bennet.

Realmente, eles parecem ter a mais extraordinária coleção. Eu acho que

este supera até mesmo o tio de Cheapside. O que você acha, Sr. Darcy?

– Nós todos temos parentes dos quais não nos orgulhamos. – Eu

disse.

Isso deu uma pausa a Caroline. Ela gosta de esquecer que seu pai fez

fortuna no comércio.

– Muito verdadeiro – ela respondeu.

Eu pensei que ela tinha adquirido algum senso, mas um momento

depois ela disse:

Page 80: Amanda Grange

– Eu estava agora há pouco conversando com Srta. Eliza Bennet. Ela

parece ter desenvolvido um gostar extraordinário por George Wickham.

Eu não sei se você percebeu, mas ele está incorporado a milícia daqui. É de

todas as coisas a mais irritante que você deva ser confrontado com um

homem como George Wickham. Meu irmão não queria convidá-lo, eu sei,

mas ele sentiu que não podia fazer uma exceção dele no convite para os

outros oficiais.

– Isso teria parecido particular – eu admiti.

Bingley não podia ser responsabilizado da situação.

– Eu sei que Charles ficou bastante grato quando Wickham se retirou

do caminho. Charles não desejaria desconcertá-lo de nenhuma forma.

Sabendo que Wickham não é homem para ser confiado, eu avisei a Lizza

Bennet sobre ele, contando a ela que eu soube que ele havia se

comportado de forma infame com você, apesar de eu não ter todos os

detalhes...

Ela pausou, mas se ela estava com expectativas que eu a esclarecesse,

ela estava para ser desapontada. Meus acordos com Wickham nunca

seriam tornados públicos, nem disse a ninguém que realmente já não

soubesse deles.

– ...mas ela ignorou meu aviso e saiu em sua defesa de modo

selvagem.

Eu estava a ponto de por um fim na conversa dela, como se isso não

estivesse me causando um pouco de dor, quando outra voz penetrou o

murmúrio de conversas. Eu reconheci o tom de voz estridente de uma só

vez. Era da Sra. Bennet. Eu não tinha nenhum desejo em ouvir a conversa

dela, mas era impossível não ouvir o que ela dizia.

– Ah! Ela tão bonita que eu sabia que ela não poderia ser tão bela por

nada. Minha adorável Jane. E Sr. Bingley! Que homem maravilhoso. O ar

da moda. E de maneiras tão educadas. E então, é claro, há Netherfield. É a

distância certa para nós, ela não ira gostar de ficar tão perto, não com seu

próprio estabelecimento para cuidar e ainda tomará pouco tempo para que

venha nos visitar na carruagem. Ouso dizer que ela terá uma carruagem

muito boa. Provavelmente duas boas carruagens. Ou talvez três. O custo

Page 81: Amanda Grange

de uma carruagem não é nada para um homem com cinco mil libras por

ano.

Encontrei-me a crescer rigidamente enquanto ouvia a sua execução.

– E depois, as irmãs dele são tão afeiçoadas a ela.

Eu estava grato que a atenção de Caroline havia sido reclamada por

um jovem homem que estava a sua esquerda, e com isso ela não tinha

ouvido. A predileção dela por Jane evaporaria assim que ela soubesse para

onde os pensamentos da Sra. Bennet estavam tendendo. Mas isso não era

só os pensamentos da Sra. Bennet. Os pensamentos do Sr. William tinham

estado correndo para a mesma direção.

Eu olhei ao longo da mesa, e vi Bingley conversando com a Srta.

Bennet. Suas maneiras eram abertas, como sempre, mas eu pensei que eu

ter detectado algo mais do que o habitual em conta. De fato, por mais

tempo que eu o observei, mais eu fiquei certo de seus sentimentos

comprometidos. Eu observei Srta. Bennet e embora eu pudesse dizer que

ela estava satisfeita em conversar com ele, ela não dava sinais de seus

sentimentos estarem ligados. Eu respirei mais aliviado. Se eu pudesse

remover Bingley da vizinhança, eu tinha certeza que ele iria esquecê-la em

breve, e ela o esqueceria.

Se isso fosse a respeito somente da Srta Bennet eu não estaria tão

preocupado com o pensamento de Bingley se casando com ela, mas não se

tratava apenas da Srta Bennet, se tratava da mãe dela, que era uma

fofoqueira descontrolada, e de seu pai indolente, e de suas três jovens

irmãs que eram tolas ou flertavam comumente, seu tio de Cheapside, e seu

tio advogado, e no topo de tudo isto, sua estranha conexão com o

obsequioso clérigo...

Enquanto eu ouvia a Sra Bennet, eu senti que se aproximava o

momento que eu deveria intervir. Eu não poderia abandonar meu amigo a

tal sorte, quando um pouco de esforço da minha parte iria livrá-lo de tal

situação. Eu estava certo que com poucas semanas em Londres, ele

encontraria um novo namorico rápido.

– Eu apenas espero que você seja tão afortunada, Lady Lucas – Sra.

Bennet continuou, embora evidentemente acreditando que não havia

Page 82: Amanda Grange

chances de sua vizinhança compartilhar da boa sorte dela. – Ter uma filha

tão bem casada, que coisa maravilhosa!

A ceia tinha terminado. E foi seguida por uma mostra de Mary

Bennet, que estava cantando tão mal quanto tocando. Para piorar a

situação quando seu pai a removeu do piano, ele o fez de tal maneira que

faria uma pessoa decente corar.

– Isso irá fazer muito bem, criança. Você já nos deleitou o suficiente.

Deixe que as outras jovens moças tenham tempo para se exibir.

Já houve uma fala mais mal-avaliada?

A noite poderia não terminar tão cedo, mas por alguma coincidência

ou artifício, não sei qual dos dois, a carruagem dos Bennet foi a ultima a

chegar.

– Senhor, como estou cansada! – exclamou Lydia Bennet, dando um

enorme bocejo que manteve Caroline e Louisa trocando olhares satíricos.

Sra. Bennet não ficara quieta, e falou incessantemente. Sr Bennet não

fez esforço para reprimi-la, e esse foi um dos quinze minutos mais

desconfortáveis da minha vida. Salvar Bingley de tal companhia se tornou

mais importante em minha mente.

– Você virar a um jantar de família conosco, eu espero, Sr. Bingley? –

disse Sra. Bennet.

– Nada me daria mais prazer. – Ele disse. – Eu tenho alguns negócios

a tratar em Londres, eu esperarei por você logo que eu retornar.

O conhecimento me deleitou. Isso significava que eu não precisaria

pensar em um modo de removê-lo da vizinhança, por que se acontecer de

ele permanecer em Londres, então o contato com a Srta. Bennet será

quebrado e ele não pensará mais nela. Eu tencionava falar com Caroline,

para ter certeza que os sentimentos de Jane não estavam comprometidos, e

seu eu encontrasse, como eu suspeitava, que eles não estavam, então eu

poderia sugestionar que nos mudássemos para Londres com Bingley para

persuadi-lo a continuar lá.

Um inverno na cidade iria curá-lo de seus afetos, e deixá-lo livre para

conceder-lhes um objeto mais digno.

Page 83: Amanda Grange

Quarta – feira, 27 de

novembro Bingley foi para Londres hoje.

– Caroline eu desejo falar com você, – eu disse, quando ele tinha

partido.

Caroline olhou acima de seu livro e sorriu.

– Eu estou a sua disposição.

– É sobre a Srta. Bennet que eu desejo falar.

O sorriso dela diminuiu, e eu senti que estava certo pensando que a

afeição dela por sua amiga estava em declínio.

– Houve várias alusões feitas no baile, sugestionando que alguns

novos vizinhos de Bingley estavam esperando um casamento que terá

lugar entre ele e a Srta. Bennet.

– O quê! – guinchou Caroline.

– Eu pensei que isso fosse angustia você. Eu não vejo nada nas

maneiras da Srta. Bennet que me faça pensar que ela esteja apaixonada,

mas eu quero o seu conselho. Você a conhece melhor do que eu. Você tem

sido sua confidente. Ela entretém sentimentos ternos pelo seu irmão? Por

que se assim for, estes sentimentos não devem ser desprezados.

– Ela não possui nenhum dentre todos. – Disse Caroline, assentando

em minha mente o resto.

– Você está certa disto?

– Eu estou de fato. Ela tem falado de meu irmão várias vezes, mas

apenas em termos que ela usa para todos os outros homens jovens de seu

conhecimento. Porque, eu tenho certeza que ela nunca pensou em Charles

Page 84: Amanda Grange

sob esse aspecto ela sabe que ele não pretende se resolver em Netherfield,

e ela está simplesmente divertindo-se enquanto ele está aqui.

– Isso é como eu penso. Mas os sentimentos de Bingley estão justo

no caminho de ser comprometido.

– Eu tenho tido o mesmo temor. Se ele for tolo o suficiente para se

aliar com aquela família, ele irá arrepender-se para sempre.

– Ele irá. Eu penso que nós devemos separá-los, antes do

comportamento deles dar origem para ainda mais expectativas. Se isso

acontecer, chegará o momento em que essas expectativas devam ser

satisfeitas, ou a reputação da senhora irá sofrer dano irreparável.

– Você está com a razão. Nós não devemos danificar a reputação de

nossa querida Jane. Ela é uma menina tão doce. Louisa e eu estamos em

seu dote. Ela não deve ser prejudicada.

Sr. Hurst nos interrompeu naquele momento.

– Vem jantar com os oficiais? – ele perguntou. – Eles me convidaram

para ir junto. Estou certo que você será bem vindo.

– Não. – Eu disse. Eu queria terminar a minha conversa com

Caroline.

Hurst conseguiu um encolher de ombros indolente e chamou pela

carruagem.

– Eu proponho que nós sigamos Bingley para Londres. Se nós

ficarmos lá, ele não terá motivos para retornar, – eu disse.

– Um plano excelente. Eu irei escrever para Jane amanhã. Eu não

direi nada extraordinário, mas eu irei deixá-la saber que Charles não estará

retornando este inverno, e eu irei desejá-la divertimento de seus muitos

beijos este Natal.

Quinta feira,28 de Novembro A carta de Caroline foi escrita e enviada esta manhã, pouco antes de

partirmos para Londres.

Page 85: Amanda Grange

– Ouvi a coisa mais estranha em Meryton ontem a noite –, disse Sr

Hurst assim que a carruagem sacudiu no caminho a Londres.

Não prestei muita atenção, mas na continuação dele,me peguei

escutando ele.

– A garota Bennet, qual era o nome dela?

– Jane – forneceu Louisa.

– Não,não ela,a outra.Aquela com a camisa de criança.

– Ah,você quer dizer Elizabeth.

– É esta. Recebeu uma oferta do sacerdote.

– Uma oferta? Do sacerdote? O que você quer dizer? – pediram

Caroline e Louisa juntas.

– Uma oferta de casamento.Collins. Esse era o nome dele.

– Sr Collins! Que delicioso! – disse Louisa.

– Parece que Sr Collins é outro admirador de bons olhos, – disse

Caroline olhando para mim satiricamente. – Acho que eles ficarão bem

juntos. Um é todo impertinente e o outro é todo estúpido.

Eu não tinha percebido, até ouvir isso, o quão longe meus

sentimentos tinham ido. A idéia de Elizabeth casando com Sr Collins era

mortificante, e dolorosa de um jeito que eu não tinha imaginado. Eu

rapidamente recobrei as forças. Hust deve estar enganado. Ela não se

rebaixaria tanto. Ficar presa a aquele estúpido pelo resto de sua vida...

– Você deve estar enganado. – eu disse.

– Não enganado ao todo, – disse Hurst – Consegui isso de Denny.

– Não é um mal casal, – disse Louisa considerando. – De fato é um

dos bons. Há cinco filhas, todas solteiras, e o estado deles está vinculado,

eu acredito.

– Vinculado a Collins. – disse Sr Hurst.

– Tanto melhor,– disse Louisa, –A Senhorita Eliza Bennet não terá

que deixar sua casa, e suas irmãs terão um lugar para morar quando o pai

delas morrer.

–E também a mãe delas,– disse Caroline alegremente. –Que

encantador ficar confinada com Senhora Bennet pelo resto da vida delas!

Page 86: Amanda Grange

Nunca gostei menos de Caroline. Eu não desejaria um destino assim

para ninguém, e certamente não para Elizabeth. Ela sofre pro sua mãe. Eu

tinha visto isso. Ela enrubescia toda a vez que sua mãe revelava suas

bobagens. Ser forçada a aturar tal humilhação pelo o resto de sua vida...

– Mas fico imaginando porque ele não pediu a Jane. – Disse Louisa.

– Jane? – perguntou Caroline.

– Sim. Ela é a mais velha.

Caroline olhou para mim. Eu sabia o que ela estava pensando. Sr

Collins não pediu a Jane porque Senhora Bennet levou ele a crer que Jane

estava perto de casar com Bingley.

– Me atrevo a dizer, com o estado implicado,que ele pensou que

podia ter sua escolha. – disse Caroline. – A insolência de senhorita Eliza

Bennet deve ter recorrido a ele,apesar de eu não estar certa de que ela daria

uma boa esposa para um sacerdote. O que você diz, Sr Darcy?

Eu não disse nada,por medo de dizer algo que eu me arrependeria.

Não podia me permitir admirar Elizabeth, então o que importava se outro

homem o fizesse? Mas percebi que meus punhos estavam cerrados e,

olhando pra baixo, percebi que meus dedos tinham ficado brancos.

Ela olhou pra mim, esperando uma resposta, porém, e ao menos eu

disse, mais para satisfazer meus próprios sentimentos que os dela: – Pode

vir a ser nada. Denny pode estar enganado.

– Não vejo como, – disse Caroline – ele é tão insensível como ladrões

com Lydia. Ele sabe de tudo que acontece naquela casa, me atrevo a dizer.

– Lydia é uma criança, e pode estar errada, – me ouvi dizer.

– Denny não conseguiu isso de Lydia, – disse Sr Hurst. – Conseguiu

da tia. A tia mora em Meryton. Disse a Denny ela mesma. A casa toda está

uma bagunça, ela disse. Primeiro Sr Collins pediu a Elizabeth, então

Elizabeth disse que não o teria.

– Não terá ele?

Ouvi esperança em minha voz.

– O recusou. A mãe está histérica. O pai do lado dela, – disse Sr

Husrt.

Page 87: Amanda Grange

Deus abençoe Sr Bennet! Pensei, preparado para perdoar ele por

todos os outros casos de negligencia.

– Se ela não mudar de idéia e o ter, ele vai ter a garota Lucas, – disse

Sr Hurst.

– Como você sabe? – pediu Caroline surpresa.

– A tia disse, ‘Se Lizzy não ficar de olho,Charlotte o terá.’ ela disse.

‘Ele tem que casar,seu protetor disse para ele,e uma garota e tão boa

quanto outra no fim.’

Eu respirei novamente. E foi apenas quando o fiz que percebi o quão

profundamente atraído por Elizabeth eu estava. Era bom eu estar indo para

Londres. Eu tinha salvado Bingley de um casamento imprudente, não

podia fazer menos por mim. Uma vez fora da vizinhança de Elizabeth, eu ia

parar de pensar nela. Eu ia engatar uma conversa racional com uma mulher

racional, e não iria mais pensar em seu humor atrevido.

Chegamos em Londres em boa hora. Bingley estava surpreso em nos

ver.

– Não queríamos que você ficasse sozinho aqui,e ter que gastar seu

tempo livre em um hotel desconfortável, – disse Caroline.

– Mas meus negócios só durarão alguns dias! – ele disse surpreso.

– Espero que você não vá antes de ver Georgina, – eu disse. – Sei que

ela gostaria de vê-lo.

– Querida Georgina, – disse Caroline. – Diga que podemos ficar na

cidade por uma semana,Charles.

– Não sei por que não poderia ficar um dia extra ou dois. – ele

concordou. –Gostaria de ver Georgina por mim mesmo. Me

diga,Darcy,ela cresceu muito?

– Você não a reconheceria, – eu disse. – Ela não é mais uma garota.

Ela está no caminho de se tornar uma mulher.

– Mas ainda jovem o bastante para apreciar o natal? – Perguntou

Caroline.

Eu sorri. – Acredito que sim. Você deve ficar e celebrar conosco.

– Não ficaremos aqui tanto tempo, – disse Bingley.

– O que? E perder o natal com Darcy e Georgina?– pediu Caroline.

Page 88: Amanda Grange

– Mas eu prometi jantar com os Bennet. – ele disse. – Senhora

Bennet me pediu em particular, e da maneira mais educada.

– Você vai abandonar os velhos amigos pelos novos? – chorou

Caroline. –Senhora Bennet disse que você poderia jantar com a família

dela a qualquer hora. Eu mesma a ouvi dizer. Os Bennet vão estar lá depois

do natal.

Bingley pareceu incerto, mas então ele disse: – Muito bem.

Ficaremos na cidade para o natal. – Ele começou a ficar mais alegre. –

Devo dizer que vai ser boa diversão.É sempre melhor celebrar o natal

quando tem crianças na casa.

Isso não predizia bem os sentimentos dele por Georgina, mas me

confortei com o fato de ele não a ter visto há muito tempo, e embora ela

pareça uma criança da ultima vez que se viram, ela agora estava claramente

se tornando uma jovem mulher.

– E uma vez terminado, nós iremos a Hertfordshire para o ano novo,

– ele disse. – Irei escrever a senhora Bennet e contar nossos planos.

– Não há necessidade disso, – disse Caroline. – Irei escrever a ela

hoje. Eu mesma direi a ela.

– Mande ela meus comprimentos, – disse Bingley.

– Eu irei.

– E diga a ela que estaremos em Hertfordshire em Janeiro.

– Me certificarei disso.

– Me recomende a familia dela.

– Com certeza.

Ele teria ido, mas eu interrompi dizendo: – Então está decidido.

Caroline deixou a sala para escrever a carta. Louisa e seu marido

também foram, e Bingley e eu ficamos a sós.

– Um natal para aguardar, e um ano novo para aguardar ainda mais,–

disse Bingley.

– Você gosta da senhorita Bennet,– observei.

– Nunca conheci uma garota que eu gostasse a metade.

Eu sentei, e Bingley se sentou na minha frente.

Page 89: Amanda Grange

– E ainda não acho que ela daria uma boa esposa para você. – Eu

disse pensativo.

– O que você quer dizer? – ele perguntou surpreso.

– As baixas conexões dela...

– Não pretendo me casar com as conexões dela! – Bingley disse com

um riso.

– Um tio que é advogado,e outro que vive em Cheapside. Eles não

podem adicionar nada na sua conseqüência. E no fim,vão reduzir isso.

O sorriso de Bingley desapareceu.

– Não vejo que isso importa. Que necessidade eu tenho de

conseqüência?

– Todo cavalheiro precisa de conseqüência. E também há as irmãs.

– Senhorita Elizabeth é uma garota encantadora.

Ele me acertou no meu ponto fraco. Mas eu estava firme comigo

mesmo e me recuperei.

– As irmãs dela são, na maior parte, ignorantes e vulgares. A mais

jovem é puro flerte.

– Não há necessidade de nós as ver, – disse Bingley.

– Meu caro Bingley,você não pode viver em Netherfield e não as ver.

Elas sempre estarão lá. Assim como a mãe delas.

– Então não moraremos em Netherfield. Eu ainda não comprei a

casa. É apenas alugada. Nós veremos outro lugar.

– Mas Jane concordará com isso?

Sua expressão mudou.

– Se ela sente uma grande atração por você, talvez ela possa ser

persuadida a deixar a vizinhança. – eu disse.

– Você acha que ela não sente? – pediu Bingley incerto.

– Ela é uma garota encantadora, mas ela não mostrou mais prazer na

sua companhia do que com outro homem.

Ele mordeu seu lábio.

– Pensei que... ela parecia satisfeita em conversar comigo... Prefiro

pensar que ela estava mais satisfeita comigo do que com outro homem.

Quando dançamos juntos...

Page 90: Amanda Grange

– Vocês dançaram duas vezes em cada baile, e ela dançou duas vezes

com outro homem.

– Ela dançou, – ele admitiu, – mas eu achei que era só porque seria

rude recusar.

– Talvez teria sido rude ela recusar você.

– Você acha que ela dançou comigo apenas para ser educada? – ele

perguntou com temor.

– Não iria tão longe. Acho que ela gostou de dançar com você, de

falar com você, e flertar com você. Mas acho que não gostou mais do que

com outro homem, e agora que você não esta em Hertfordshire...

– Eu preciso voltar, – ele disse, se levantando. –Eu sabia.

– Mas se ela está indiferente, você só se dará dor.

– Se ela está indiferente. Você não sabe se ela está.

– Não, eu não sei, mas eu observei ela de perto, e eu não pude ver um

pingo de afeto particular.

– Você observou ela? – ele perguntou surpreso.

– Sua singularidade com ela começou a chamar atenção. Outros

notaram além de mim. Se tivesse ido mais longe, você seria obrigado a

fazer um pedido a ela.

– Eu gostaria de fazer um pedido a ela,– ele me corrigiu, então

hesitou. –Você acha que ela teria aceitado?

– Claro. Seria um bom casamento para ela. Você tem uma renda

considerável, e uma bela casa. Ela estaria estabelecida perto da família dela.

Não teria como recusar. Mas você gostaria de se casar por essas razões?

Ele parecia duvidoso.

– Eu preferia me casar por mim mesmo, – ele admitiu.

– E você irá,um dia.

Ele sentou novamente.

– Ela era boa demais pra mim, – ele disse melancólico.

– Dificilmente, mas a afeição dela não está comprometida, qual é a

razão de casar? Você conhecerá outra garota, tão doce quanto senhorita

Bennet, mas uma que possa retribuir seus sentimentos em todas as

medidas. Londres é cheia de jovens senhoritas.

Page 91: Amanda Grange

– Mas não tenho interesse em outras jovens senhoritas.

– Em tempo, você terá.

Bingley não disse nada, mas eu estava calmo. Ele irá esquecê-la antes

do inverno acabar.

Eu estava satisfeito que ele expressou interesse de ver Georgina

novamente. Ele a conhece a muito mais tempo que ele conhece senhorita

Bennet, e uma nova conhecida não pode segurar o mesmo lugar nas

afeiçoes dele como uma velha, particularmente quando ele ver quanto

Georgina cresceu. O casamento será aceito em ambos os lados, e me

agrada que será um feliz.

Page 92: Amanda Grange

Dezembro

Page 93: Amanda Grange

Quinta-feira 05 de dezembro Bingley veio jantar comigo hoje. Ele tinha estado ocupado na semana

passada, mas chegou pontualmente esta noite e estava muito encantado

com Georgiana.

– Ela está se transformando em uma beleza, – ele me disse. – E ela

está tão realizada, – acrescentou ele, quando ela tocou para nós depois do

jantar.

Ela está. Eu tinha quase esquecido o que é ouvir uma excelente

canção, e eu não podia deixar de estremecer no interior quando eu pensei

em Mary Bennet tocando e compará-la de Georgiana. Elizabeth estava

fazendo doce, é verdade, embora essa era a qualidade que me fez querer

ouvir.

Sexta-feira 06 de dezembro Caroline veio ver Georgiana, esta manhã, e eu tive que entretê-la até

a lição de música de minha irmã acabar. Charles estava muito encantado

com Georgiana na noite passada, ela comentou. Ele disse que Georgiana é

uma das mulheres mais bonita, jovem e talentosa de seu conhecimento.

Fiquei bem satisfeito. Caroline parecia satisfeita, também. Eu acho

que ela não seria avessa ao casamento entre eles.

– Você vai visitar sua tia em Kent antes do Natal? – Ela perguntou.

Page 94: Amanda Grange

– Não. Acho que não, embora eu provavelmente vá visitá-la na

Páscoa.

– Cara lady Catherine – disse Caroline, afastando as luvas. – Como

eu espero encontrá-la. Rosings é uma bela casa de todas as opiniões.

– Sim. É realmente muito bela.

– Essa parte agradável do país.

– É.

– Sugeri a Charles que ele deve procurar uma casa. Eu ficaria feliz de

viver em Kent. Mas ele sentiu que Hertfordshire era o melhor lugar. Uma

pena. Ele teria evitado certas complicações se tivesse se estabelecido em

outro lugar.

– Ele está livre delas agora, no entanto.

– Sim, graças à sua intervenção. Ele tem sorte de ter um amigo

assim. Gostaria de encontrar um, é um grande conforto saber que esse

amigo estaria olhando por mim. – Ela disse, olhando para mim.

– Você tem seu irmão.

Ela sorriu. – Claro, mas Charles ainda é um menino. Às vezes precisa-

se de um homem, alguém de profundidade e maturidade, que conhece os

caminhos do mundo e sabe como viver.

– Você não tem planos de se casar?

– Gostaria, se eu conhecesse um cavalheiro direito.

– Agora que você está em Londres, você terá mais chance de

conhecer pessoas. Bingley tem meios para organizar alguns bailes, eu

sei. Eu incentivei-o. Quanto mais rostos bonitos ele ver nas próximas

semanas melhor. E para você, vai alargar o seu círculo social.

– Não é tão restrito. Nós jantamos com mais de vinte e quatro

famílias, você sabe, – ela observou sarcasticamente.

Lembrei-me dos Bennets, como ela pretendia, mas se ela soubesse a

forma exata dos meus pensamentos eu duvido que ela estaria tão

satisfeita. Não importa o que eu faço, a cada conversa parece lembrar-me

de alguns deles de algum modo. É uma sorte que eu parei de pensar em

Elizabeth, caso contrário os Bennets nunca sairiam fora da minha mente.

Page 95: Amanda Grange

Sábado 07 dezembro Bingley esta ocupando a si mesmo com negócios e esta de bom

humor, apesar de agora e depois eu pegar um olhar melancólico em seus

olhos.

– Você tem certeza que ela não sentia nada por mim?– Ele pediu esta

noite, quando as senhoras se retiraram depois do jantar. Eu não preciso

perguntar de quem ele queria dizer.

– Tenho certeza disso. Ela gostava de sua companhia, mas nada

mais.

Ele balançou a cabeça.

– Eu pensei que ela não podia... como... mesmo assim, eu esperava ...

mas é como você diz. Ela vai se casar com alguém de Meryton, eu

espero. Alguém que ela conhece toda a sua vida.

– Muito provavelmente.

– Não alguém que ela apenas conheceu.

– Não.

– Ela não vai sentir minha falta, agora estou indo.

– Não.

Ele ficou em silêncio.

– Há muito a ser dito para se casar com uma pessoa que conheceu

toda a vida, ou, no mínimo, por um longo tempo. – Eu disse.

– Sim, acho que há, – disse ele, mas sem nenhum entusiasmo.

– Seus defeitos são já conhecidos, e não pode haver surpresas

desagradáveis. – Eu continuei.

– É como você diz.

– E é bom saber, assim como, sua família. Georgiana vai se casar com

alguém que ela conhece, eu espero. – Eu disse.

– Sim, seria uma coisa boa, – disse Bingley, mas sem interesse real.

Page 96: Amanda Grange

Uma pena. Eu pensei que suas afeições estavam voltando nessa

direção. No entanto, tenho feito o ponto, e no futuro ele pode se lembrar

dela.

Terça-feira 10 de dezembro Peguei as pérolas de minha mãe e reformei para Georgiana, e

pretendo dar a ela como um presente. Ela é velha o suficiente para elas

agora, e eu acho que vai ficar bem nela. Enquanto eu estava na Howard &

Gibbs1, perguntei sobre ter o resto das jóias da minha mãe reformadas. É

de boa qualidade, e muitas estão na mesma família há gerações. Eu arrumei

os brincos de pérola e o broche final a ser reposto imediatamente, e darei a

Georgiana para seu próximo aniversário. Eu organizei outras peças de

jóias, para que possam ser examinadas e feito novos esboços. Os esboços

podem ser alterados para acomodar a qualquer moda e as peças podem ser

redefinidas para quando Georgiana tiver idade o suficiente para usá-las.

Quinta-feira 12 dezembro Jantei com Bingley e suas irmãs. Durante o decorrer da noite falamos

das festividades de Natal. Haverá grandes festas para nós comparecermos,

mas nos dias seguintes ao Natal eu gostaria de organizar algumas pequenas

festas privadas com Bingley, de modo que Georgiana possa participar.

– Eu pensei que teria uma dança pequena no dia vinte e três,– eu

disse, –e, em seguida, charadas na véspera de Natal.

– Uma excelente idéia. – Disse Caroline.

1 joalheria

Page 97: Amanda Grange

– Eu convidei o coronel Fitzwilliam, que nos fará quatro cavalheiros e

três senhoras. Você acha que eu deveria convidar mais senhoras? –

Perguntei a Caroline.

– Não. – Ela disse enfaticamente. – Sr. Hurst nunca dança, o que nos

deixa com três casais.

Meus pensamentos voltaram ao baile de Blingley, em Netherfield,

onde eu dancei com Elizabeth.

– Você já decidiu quando Georgiana vai sair2? – Caroline perguntou

como se estivesse lendo minha mente.

– Não até que ela tenha dezoito anos, talvez mais tarde.

– Dezoito anos é uma idade boa. Ela terá deixado a sala de aula para

trás e superado sua timidez, mas será a flor fresca da juventude. Ela vai

quebrar um grande número de corações.

– Espero que ela não quebre nenhum. Eu quero que ela seja feliz, e se

acontecer dela encontrar um homem bom em sua primeira temporada, eu

estarei contente de vê-la resolvida.

Caroline olhou para Bingley.

– Em dois anos, então, devemos esperar que ela encontre alguém

digno dela. Alguém com um temperamento fácil, que é generoso e gentil.

– Isso seria a mesma coisa.

– Entretanto, será bom para ela ter a companhia de um homem bem-

apessoado jovem, de modo que se acostume com companhia masculina e

não se torne a língua presa, quando na presença de cavalheiros. Ela nunca é

a língua presa com Charles, mas parece desfrutar de sua companhia. –

Disse Caroline.

– Que é que você está dizendo? – Perguntou Bingley, que estava

falando com Louisa, mas que olhou para cima quando ouviu seu nome.

– Eu estava dizendo que Georgiana é sempre sociável com você.

Darcy quer que ela desfrute de alguns espetáculos adultos neste Natal, e

estou certo de que ele pode confiar em você para dançar com ela.

2 significa freqüentar os bailes da sociedade, ela perguntou quando ela irá ao primeiro baile é nessas temporadas que se

arranjam os casamentos.

Page 98: Amanda Grange

– Nada me daria maior prazer. Ela está se tornando uma beleza,

Darcy.

Fiquei satisfeito.

Segunda-feira 16 dezembro Esta casa parece festiva. Georgiana tem ajudado a Sra. Annesley a

decorá-la com um pouco de azevinho, dobrando partes da vegetação por

trás das imagens e em todos os castiçais. Ela sempre gostou de fazer isso,

desde que ela era uma criança. Quando cheguei, encontrei-a adornando a

janela da sala de estar com mais vegetação.

– Eu pensei que teríamos uma dança em poucos dias. – Eu disse.

Ela corou.

– Apenas uma pequena, com nossos amigos íntimos, – eu a

tranquilizei.

– Talvez você gostaria de alguma nova fita para cortar sua musselina.

– Disse a Sra. Annesley a Georgiana.

– Ah, sim. – Ela disse me olhando com esperança.

– Você deve comprar o que você precisa. – Eu respondi.

Eu estava prestes a dizer que ela deve comprar um novo leque

quando eu pensei melhor. Vou comprar um para ela eu mesmo, e

surpreendê-la com ele.

Quarta-feira 18 de dezembro

Page 99: Amanda Grange

Hoje tivemos neve. Georgiana estava tão animada como uma criança,

e eu a levei para o parque. Caminhamos pelos caminhos brancos e ela

voltou para casa com o rosto corado e saudável apetite.

Não pude deixar de lembrar como ruborizada Elizabeth parecia após

sua caminhada para Netherfield. Seus olhos tinham estado brilhante, e sua

pele tinha sido iluminada pelo exercício.

Onde ela está agora? Ela está passeando ao redor do campo de sua

casa, na neve? Ela está em casa organizando azevinho, como Georgiana

organiza aqui? Ela está ansiosa para o Natal? Se eu não tivesse mantido

Bingley em Netherfield, todos nós poderíamos estar lá agora... o que teria

sido um erro muito grave. É melhor para todos nós que estejamos em

Londres.

Segunda-feira, 23 de

dezembro Nós tivemos a nossa dança, esta noite, e eu estava satisfeito de ver

Georgiana se divertindo. Ela dançou duas vezes com Bingley, uma vez com

o coronel Fitzwilliam e depois comigo mesmo.

– Georgiana se move com graça extraordinária, – disse Caroline.

Foi um assunto que não poderia deixar de me agradar.

– Você acha?

– Eu acho. Foi excelente idéia de realizar uma dança privada. É bom

para ela praticar esses tipos de ocasiões. Você dança muito bem, Sr. Darcy.

Você e eu juntos podemos definir-lhe um exemplo. Charles e eu estamos à

sua disposição se você desejar realizar outra noite como essa. Pode não

significar muito para Georgiana, mas será bom ver os outros dançar, e vai

ajudá-la a conseguir confiança e equilíbrio.

Lembrei-me de outro momento em que ela tinha me elogiado,

dizendo o quão bem eu escrevia minhas cartas. Lembrei-me da cena

exatamente. Tinha sido em Netherfield, e Elizabeth tinha estado conosco.

Page 100: Amanda Grange

Senti dentro de mim uma vibração quando eu pensei nela. Raiva, talvez, ela

assim tenha me enfeitiçado?

A nossa dança terminou. Os nossos convidados nos deixaram, e eu

tive a satisfação de ver Georgiana retirar-se para a cama, cansada, mas feliz.

Ela se esqueceu completamente de George Wickham, estou certo

disso. Enquanto nada lembrar ele, eu não acredito que ela vai pensar nele

novamente.

Terça-feira, 24 de dezembro Tivemos o nosso jogo de charadas, após o jantar desta noite. Fiquei

contente quando Caroline pensou em sugerir que Georgiana e Bingley

trabalhassem sua charada juntos. Eles se retiraram para um canto da sala, a

cabeça perto o suficiente para ser quase se tocando. Era uma visão mais

agradável. As charadas foram muito agradáveis, e depois que nós já

tínhamos feito tudo, fomos para a ceia.

– Você sabe Darcy, eu pensei que estaríamos passando o Natal em

Netherfield este ano. – Bingley, disse com um suspiro. –Tinha sido o meu

plano quando eu assumi a casa. Eu me pergunto o que eles todos estão

fazendo agora.

Achei mais sensato voltar seus pensamentos longe dessa direção.

– O mesmo que estamos fazendo aqui. Pegue um pouco mais de

venison3.

Ele fez como eu sugeri, e não disse mais nada sobre Netherfield.

3 carne de veado

Page 101: Amanda Grange

Quarta-feira 25 de dezembro Eu nunca apreciei mais o dia de Natal. Nós fomos para a igreja esta

manhã e esta noite nós jogamos pudim de bala e snapdragon4. Quando

fizemos isso eu notei uma mudança em Georgiana. No ano passado, ela

jogou como uma criança, desfrutando a novidade de colocar as mãos em

chamas de arrebatar uma passa queima, e soprando em seus dedos quando

ela não era rápida o suficiente para sair ilesa. Este ano, ela jogou para me

agradar. Eu podia ver nos olhos dela. Eu me pergunto se Elizabeth joga

pudim de bala e snapdragon. Eu me pergunto se ela queimou os dedos

quando pegou as passas fora das chamas.

Sábado 28 de dezembro – Gostaria de saber se você não pensa em se casar com Miss Bingley,

– disse ao coronel Fitzwilliam quando nós cavalgamos juntos esta manhã.

– Miss Bingley?

– Ela é uma moça rica, e você precisa de herdeiro.

Ele balançou a cabeça.

– Não quero casar com Miss Bingley.

– Ela é charmosa e elegante, graciosa e bem educada.

– Ela é todas essas coisas, mas eu não posso casar com ela. Ela é uma

mulher fria. Quando eu casar, eu gostaria de alguém que vai me olhar, ao

invés de alguém que vai olhar para meu nome de família.

– Eu nunca soube que você procurava isso em uma esposa. – Eu disse

surpreso.

– Como filho mais novo, tive de olhar para os outros toda a minha

vida. Gostaria de experimentar a situação do outro lado!

4 * http://en.wikipedia.org/wiki/Snap-dragon_(game)

Page 102: Amanda Grange

Ele falou alegremente, mas eu acho que havia alguma verdade no que

ele disse. Marchamos em silêncio por algum lugar apreciando a paisagem

coberta de neve.

– Quanto tempo você ficará na cidade? – Perguntei-lhe.

– Não muito. Tenho negócio que exige minha atenção em Kent. Eu

penso saldar minha consideração a Lady Catherine enquanto eu estou lá.

Devo dizer-lhe que você estará visitando ela na Páscoa?

– Sim. Vou visitá-la, como de costume. Quando você vai voltar para a

cidade?

– Em breve. Eu espero. Antes da Páscoa, certamente.

– Então você deve jantar comigo quando voltar.

Page 103: Amanda Grange

Janeiro

Page 104: Amanda Grange

Sexta-feira, 3 de Janeiro Um acontecimento muito desagradável aconteceu. Caroline recebeu

uma carta de Miss Bennet.

– Ela escreve que está vindo para Londres, – Caroline exclamou. –

Ela ficará com sua tia e seu tio em Gracechurch Street. Pela data de sua

carta, acredito que ela já esteja aqui.

– Não é uma coisa que eu gostaria que acontecesse, – eu disse. –

Bingley parece ter se esquecido dela. Se ele a ver novamente, sua

admiração por ela irá retornar.

– Ele não precisa saber da visita dela, – Caroline disse.

Eu concordei com isso. – Eu duvido que eles encontrem um ao

outro, — Eu disse.

– Talvez eu não deva responder à carta dela. Ela não ficará na cidade

por muito tempo, e ela simplesmente pensará que a carta foi perdida.

Melhor ela pensar isso, ao invés de pensar que não é bem-vinda aqui. Ela é

uma garota adorável, e eu não tenho desejo algum de magoar seus

sentimentos, mas o amor pelo meu irmão é mais intenso, e eu preciso fazer

o que for possível para salvá-lo de uma união imprópria.

Eu concordava com seus pensamentos, mas eu percebi que não

estava confortável em minha mente. Qualquer coisa maldosa ou indireta é

detestável para mim. Mas Caroline está certa. Nós não podemos permitir

que Bingley sacrifique sua vida no altar com uma família vulgar, e é apenas

uma pequena mentira afinal.

Page 105: Amanda Grange

Segunda-feira, 6 de Janeiro Georgiana está se desenvolvendo como eu imaginei. Seus feitos, sua

postura, suas maneiras são como eu gostaria de ver. Eu não sabia como

proceder quando ela foi deixada a meus cuidados, mas estou lisonjeado

que ela está se tornando a jovem mulher que minha mãe desejava que ela

fosse.

Terça-feira, 7 de janeiro Eu tive uma surpresa quando fui visitar Caroline e sua irmã hoje, com

o objetivo de entregar uma carta de Georgiana. Enquanto eu me

aproximava da casa, eu vi Jane Bennet saindo.

– O que aconteceu aqui? – Eu perguntei quando entrei na casa.

Caroline parecia de mau humor.

– A coisa mais desagradável. Jane Bennet esteve aqui. Eu pensei que

ela teria voltado para o campo por agora, mas parece que ela pretende

extender sua estadia.

– Que má sorte! O que você disse a ela?

– Eu mal sei o que eu disse. Ela me surpreendeu. Ela disse que tinha

escrito para mim e respondi que nunca recebi a carta. Ela perguntou de

Bingley. Eu disse a ela que ele estava bem, mas ele estava tão

frequentemente com você, que eu mal o via. Disse a ela como Georgiana

está crescida, e que iríamos vê-la no jantar esta noite. Então eu disse que

Louisa e eu estávamos prestes a sair. Depois disso ela não poderia ficar.

– Você terá que retribuir a visita, – Eu disse.

– Isso não poderá ser evitado. Mas eu não ficarei muito tempo, e eu

espero que pelas minhas maneiras ela perceba que mais nenhuma

intimidade é para ser esperada. Charles quase a esqueceu. Em mais

algumas semanas ele estará fora de perigo.

Page 106: Amanda Grange

– Eu não tenho tanta certeza disso. Ele ainda a menciona algumas

vezes. Ele se recompõe quando vê minha expressão, mas não é seguro ele

pensar nem em Miss Bennet, nem em Hertfordshire.

Terça-feira, 21 de Janeiro Caroline fez sua visita a Miss Bennet esta manhã. Foi de uma curta

duração, e ela utilizou seu tempo para dizer a Miss Bennet que Bingley não

está certo de voltar á Hertfordshire, e talvez desista de Netherfield.

Quando ela partiu, ela não mencionou em ver Jane novamente, e agora ela

me diz que está extremamente certa de que Miss Bennet não a visitará

novamente.

Um dia Bingley será grato pelo nosso cuidado. É somente esse

pensamento que me conforta da atrocidade que fomos forçados a fazer.

Page 107: Amanda Grange

Fevereiro

Page 108: Amanda Grange

Sábado – 1 de fevereiro – Caroline sugeriu que nos fossemos para Bath pela primavera, –

disse Bingley esta manhã. – Talvez eu possa pegar uma casa lá, – ele

adicionou.

Eu pensei que era um sinal encorajador que ele tivesse esquecido

Hertfordshire.

– Isso é uma excelente idéia, – eu disse.

– Você gostaria de vir conosco? – ele perguntou.

– Eu tenho que ir para Pemberly e certificar-me que Johnson tem

tudo bem em mãos. Há um numero de mudanças que eu desejo fazer para

o funcionamento da casa da fazenda e algumas outras melhorias que eu

gostaria de fazer na propriedade.

– Então eu o verei de novo no verão.

Sexta-feira, 7 de fevereiro Coronel Fitzwilliam tinha retornado da cidade e ele jantou comigo

esta noite, me trazendo todas as noticias de Rosings. Ele me disse que Sr.

Collins havia tomado a uma esposa. Eu prendi minha respiração,

esperando que Hurst estivesse certo quando ele disse que Elizabeth havia

recusado o Sr. Collins.

– Ela parece um bom tipo de garota, embora eu deva dizer mulher.

Ela aparenta estar próximo aos trinta, – disse meu primo.

Eu soltei a respiração.

– Mas isso deve ser uma coisa boa, – ele prosseguiu. – Minha tia

poderia intimidar uma mulher jovem com a sua...

– Interferência?

Page 109: Amanda Grange

– Prestatividade, – ele disse com um sorriso torto. – Mas Sra. Collins

aceita os conselhos de Lady Catherine sem um barulho.

– Eu acredito que eu possa a ter conhecido em Hertfordshire. Qual

era o sobrenome dela?

– Lucas. Srta Charlotte Lucas.

– Sim eu a conheci e a sua família. Eu estou grato que ela esteja bem

estabilizada. Sr. Collins pode não ser o marido mais sensato, mas ele pode

provê-la com uma vida confortável.

E eu podia prover Elizabeth com uma muito melhor. Mas eu não iria

pensar sobre isso. Eu estou resolvido a nunca pensar nela novamente.

Page 110: Amanda Grange

Março

Page 111: Amanda Grange

Sexta - feira, 28 de março Eu recebi uma carta de Lady Catherine, nessa manhã, contando-me

que estava ansiosa para me ver. Eu fiquei surpreso ao ler a seguinte

passagem em sua carta.

A senhora Collins terá uma irmã a ficar com ela, Maria, e uma amiga, a senhorita Elizabeth Bennet.

Fiquei em choque ao saber que Elizabeth estava na parsonage.

Eu acredito que você conhece ambas. Sir William Lucas também esteve aqui, mas ele já voltou para casa. Miss Elizabeth Bennet tem ótimas coisas a seu favor, mas ele nunca teve a vantagem de uma governanta, o que não é de se admirar. Uma governanta é necessária em uma família de meninas, eu disse- lhe. O senhor Collins estava plenamente de acordo comigo. Quatro sobrinhas da senhora Jenkinson estão muito bem situadas em meu meio.

As irmãs Bennet estão todas fora. Eu não sei o que sua mãe poderia pensar disso. Cinco irmãs, todas fora! É muito estranho. E as irmãs mais novas estão fora antes da mais velha estar casada. Uma casa muito mal regulada. Se a senhora vivesse mais perto, eu poderia dizer- lhe isso. Gostaria de encontrar para ela uma governanta, e ela estaria grata a

Page 112: Amanda Grange

mim sem dúvida pela minha recomendação. Ela gerenciaria sua casa doente.

A senhorita Bennet dá suas opiniões muito decididamente para alguém tão jovem. Seu ponto de vista sobre sua família é extraordinário. Ela declarou que seria muito difícil que suas irmãs mais novas esperassem até que suas irmãs casassem antes de aparecerem para sociedade.

Eu me encontrei sorrindo por isso. Eu nunca ouvi ninguém, homem

ou mulher, gracejar com Lady Catherine antes, e jogar com ela dessa

maneira! Pois é, sem dúvida, muito difícil as meninas mais nunca terem

pensado desta forma antes.

Talvez eu esteja errado de ter ficado surpreso de Elizabeth estar na

parsonage. Talvez eu devesse estar satisfeito. Isso me dará a oportunidade

perfeita para demonstrar que ela já não tem qualquer influência sobre

mim. Será um prazer para mim, saber que eu posso estar em sua

companhia sem ter sentimentos impróprios, e eu serei capaz de me felicitar

por ter me poupado, assim como Bingley, a partir de um apego mais

imprudente.

Page 113: Amanda Grange

Abril

Page 114: Amanda Grange

Quinta-feira 03 de abril Jantei com o coronel Fitzwilliam no meu clube hoje. Decidimos que

vamos viajar juntos para Rosings.

Segunda-feira 07 de abril Meu primo e eu tivemos uma viagem agradável em Kent e após

observações a conversa virou-se para o casamento novamente.

– Eu sou de uma época do agora quando eu sinto, eu devo resolver, e

ainda assim o casamento é um risco perigoso. – Ele disse. – É tão fácil dar

um passo em falso e, em seguida, ser forçado a conviver com ele.

– É. – Eu concordei, pensando em Bingley. – Tenho recentemente

salvo um dos meus amigos de dar um passo em falso.

– Sério?

– Sim. Ele arranjou uma casa no campo, onde conheceu uma moça

de baixas conexões5. Ele ficou muito encantado com ela, mas felizmente os

negócios o obrigaram a retornar a Londres por um tempo. Percebendo o

perigo, suas irmãs e eu o seguimos para Londres e convencemos a

continuar.

– Então você o salvou de um casamento muito imprudente.

– Eu salvei.

– Ele vai agradecer por isso quando acabar. Não é agradável acordar

de um sonho e encontrar-se preso em um pesadelo.

5 Pessoas pouco Influentes, com pouco dinheiro e sem prestigio social

Page 115: Amanda Grange

Estou esperançoso com a sua opinião. Eu respeito sua opinião, e

é reconfortante saber que ele se sente como eu sobre o assunto. Chegamos

a Rosings esta tarde, e a beleza do parque me surpreendeu de novo. Não é

admirável como Pemberley, mas parece muito bem, na Primavera.

Passamos o Sr. Collins em nosso caminho para casa, e eu acredito que ele

estava olhando para nós. Ele curvou-se como nós passamos, e em seguida

correu em direção ao presbitério para compartilhar as notícias com seus

detentos. Eu encontrei-me perguntando se Elizabeth estava dentro de

casa, e como ela se sentiria com a notícia da nossa chegada.

Terça-feira 08 de abril Mr. Collins nos visitou esta manhã para prestar seu respeito. Ele me

encontrou com o coronel Fitzwilliam. Minha tia estava passeando com a

minha prima, Anne.

– Mr. Darcy, é uma honra encontrá-lo novamente. Tive a boa sorte,

de conhecê-lo em Hertfordshire, quando eu estava com minhas belas

primas. Eu não era casado, como minha querida Charlotte que ainda não

tinha consentido ser minha esposa. Desde o primeiro momento que a vi eu

sabia que ela não teria vergonha do presbitério em Hansford, e seria um

prazer para minha estimada Patrona6, Lady Catherine de Bourgh, que tem

a honra e distinção de ser a sua tia mais reverenciada, com sua humildade e

simpatia. Na verdade, Lady Catherine teve a amabilidade de dizer...

– Você está retornando ao presbitério? Eu perguntei, encurtando o

seu derrame.

Ele parou por um instante, depois disse:

– Na verdade estou.

– É uma bela manhã. Vamos andar com você. O que você acha? –

Perguntei ao coronel Fitzwilliam.

– Certamente.

6 * Guardiã, Benfeitora

Page 116: Amanda Grange

Partimos. Mr. Collins contou sobre as belezas do parque para nós,

cheio de expressões de gratidão humilde pela nossa condescendência em

visitar sua casa pobre. Eu deixei minha mente vagar. Será que Elizabeth

mudou desde o Outono? Será que ela se surpreenderia a me ver? Não. Ela

sabia da minha visita. Será que ela ficaria satisfeita ou o contrário?

Satisfeita, claro. Familiarizar-se com um homem da minha posição deve

ser desejável para ela.

Nossa chegada foi anunciada pelo sino da porta, e logo depois

entramos na sala. Eu presto os meus cumprimentos a Sra. Collins, e ela

deu-me boas-vindas. Elizabeth deixou cair uma reverência.

Ela é muito mais do que ela sempre foi, mas o prazer da experiência

de vê-la me pegou de surpresa. Eu pensei que tinha admitido o meu

sentimento por ela, e, claro, eu tenho. Foi exatamente por isso que o

primeiro instante de vê-la me pegou de surpresa.

– A casa é do seu agrado, espero? – Eu perguntei a Sra. Collins.

– Sim, de fato é. – Ela disse

– Estou contente. Minha tia fez algumas melhorias nos últimos

tempos, eu sei. E o jardim? Você gosta de aspecto?

– É muito agradável.

– Bom.

Eu diria mais, mas eu encontrei a minha atenção se desviando para

Elizabeth. Ela estava conversando com o coronel Fitzwilliam, em sua

forma habitual, fácil e gratuita. Eu não conseguia decidir se gostei ou não.

Ela tinha liberdade para falar com o meu primo, e se encantar por ele, mas

eu me sentia insatisfeito ao ver o quanto ele gostava de sua companhia, e

pior ainda, ao ver o quanto ela gostava dele. Finalmente eu percebi que

estava perdido em meus pensamentos, e eu fiz um esforço para ser

civilizado.

– Sua família está bem, espero Miss Bennet? – Eu perguntei.

– Sim, obrigado. – Ela respondeu. Ela fez uma pausa e depois disse. –

Minha irmã Jane foi à cidade nestes três meses. Você nunca encontrou

com ela por lá?

Fiquei desconcertado, mas eu respondi com calma o suficiente.

Page 117: Amanda Grange

– Não. Eu não tive a sorte.

Voltei em silêncio, insatisfeito com a volta que a conversa tinha

tomado, e logo depois o meu primo e eu nos despedimos.

Dia de Páscoa de Abril,

Domingo, 13 Eu não tinha visto Elizabeth desde a minha visita ao presbitério, mas

eu vi esta manhã na igreja. Ela estava muito bem. O sol da manhã tinha

posto cor em seu rosto e seus olhos brilharam.

Após o serviço, Lady Catherine parou para falar com Mr. Collins. Ele

sorriu enquanto ela caminhava na direção dele.

– Seu sermão era muito longo – disse Lady Catherine. – Vinte

minutos é tempo suficiente para instruir o seu rebanho.

– Sim, Lady Catherine, eu -

– Você não fez nenhuma menção de sobriedade. Você deveria ter

feito. Tem havido muita bebedeira de tarde. É o trabalho do pastor cuidar

do corpo de seus paroquianos, bem como suas almas.

– É claro, senhora -

– Havia muitos hinos. Eu não gostaria de ter acima de três hinos em

um serviço de Páscoa. Eu sou muito musical e o canto é a minha alegria.

Mas três hinos são suficientes.

Ela começou a caminhar até a carruagem, e o Mr. Collins a seguiu.

– Sim, Lady Catherine, eu -

– Um dos bancos tem caruncho. Notei quando eu passava. Você irá

vê-lo.

– Imediatamente, Lady – ele disse.

Page 118: Amanda Grange

– E você vai vir jantar conosco esta noite. Mrs. Collins virá com você,

assim como Miss Lucas e Miss Elizabeth Bennet. Nós vamos fazer um

cartão de mesa.

– Que bom. – Disse ele, curvando-se e esfregando as mãos.

– Vou enviar a carruagem – e o lacaio fechou a porta.

Eu encontrei-me ansioso para a chegada de Elizabeth em Rosings,

mas rapidamente esmaguei o sentimento.

Eles chegaram pontualmente e, porque eu sabia do perigo de falar

com ela, eu passava o tempo conversando com minha tia. Nós falamos das

nossas relações diferentes, mas eu não poderia parar de vaguear os meus

olhos para Elizabeth. Sua conversa era de um tipo mais animado. Ela

estava falando com o coronel Fitzwilliam, e como eu vi a animação dos

seus traços, descobri que era difícil tirar os olhos de lá.

Minha tia também ficou olhando para eles, até que, finalmente, ela

disse.

– O que é que vocês estão falando? O que você está dizendo Miss

Bennet? Deixe-me ouvir o que é.

O coronel Fitzwilliam respondeu que eles estavam falando de

música. Minha tia entrou na conversa, elogiando as habilidades de

Georgiana no piano, em seguida, mortificando-me, convidando Elizabeth

para a prática do piano na sala de Mrs. Jenkinson. Convidar um convidado

para jogar no piano na sala do companheiro? Eu não tinha pensado a

minha tia podia ser tão mal-educada.

Elizabeth olhou surpresa, mas não disse nada, apenas seu sorriso

mostrando o que ela pensava.

Quando o café acabou, Elizabeth começou a tocar e lembrei o prazer

que tinha em seu toque antes, eu andei mais para o lado dela. Seus olhos

foram clareados pela música, e coloquei-me numa posição em que eu

podia ver o jogo da emoção sobre seu rosto.

Ela notou. Na primeira pausa na música, ela se virou para mim com

um sorriso e disse:

– Você quer me assustar, Mr. Darcy, vindo em todo o estado

presente para me ouvir. Mas eu não ficarei alarmada, embora sua irmã

Page 119: Amanda Grange

toque tão bem. Existe em mim uma persistência que a vontade dos outros

é incapaz de intimidar. Nesses momentos minha coragem não se faz

ignorada.

- Não vou dizer que você está enganada. - Eu respondi. - Pois nunca a

senhora poderia realmente acreditar que eu tivesse a intenção de alarmá-la.

Tenho o prazer de conhecê-la já há bastante tempo para saber que gosta

ocasionalmente de exprimir opiniões que de fato não são suas.

Quando esse discurso me veio não sei. Não estou acostumado a fazer

intercâmbios brincalhões, mas há algo na personalidade de Elizabeth, que

me ilumina.

Elizabeth riu bastante, e eu sorri, sabendo que nós dois estávamos

apreciando o câmbio. Tão bem que eu estava gostando que tivesse

esquecido o meu cuidado e deu-me mais para a apreciação do momento.

– Seu primo lhe dará uma noção muito boa de mim. – Ela disse para

o coronel Fitzwilliam. Virando-se para mim, ela disse. – É uma falta de

generosidade de sua parte mencionar aqui tudo o que descobriu sobre

minhas fraquezas em Hertfordshire - e deixar-me dizer, muito imprudente

- por isso está a provocar-me a retaliar, e receio dizer coisas que

escandalizem seus parentes.

Eu sorri.

– Eu não tenho medo de você.

Seus olhos brilharam na minha observação.

O coronel Fitzwilliam implorou para ser dito como eu me comporto

entre estranhos.

– Você deve ouvir tudo, – então disse Elizabeth. – Mas prepare-se

para algo muito terrível. A primeira vez que o vi em Hertfordshire, foi em

um baile. E nesse baile, o que você acha que ele fez? Ele dançou apenas

quatro danças!

Em seus olhos, a minha recusa de dança tornou-se ridícula, e eu vi a

mim mesmo, pela primeira vez. Para passada acerca de todo o meu

orgulho, em vez de me divertir como qualquer homem bem

regulamentado teria feito. Um absurdo! Eu não iria tolerar tal provocação,

Page 120: Amanda Grange

e ainda havia algo em sua maneira a retirar qualquer ferroada, e em vez

disso torná-la motivo de riso.

Foi neste momento que percebi que tinha tido poucas risadas em

minha vida ultimamente. Eu tinha tomado as responsabilidades de um

homem quando meu pai morreu, e tinha me orgulhado de descarregar-los

bem, como meu pai teria feito. Eu tendia a minha propriedade, olhava para

o meu bem-estar e dos moradores, desde que para a saúde da minha irmã,

a felicidade e a educação, visto que o sustento do meu patrocínio e

descarga fielmente o meu negócio. Até reunião que Elizabeth tinha sido o

suficiente, mas agora eu vi como maçante minha vida tinha sido. Tinha

sido muito requisitado. Também.

Bem regulamentados. Só agora comecei a vê-lo, e ele caiu, os

sentimentos dentro de mim eram totalmente diferentes de qualquer outro

que eu tinha conhecido. Quando eu ri, minha vida ficou mais leve.

– Eu não tinha naquela época a honra de conhecer qualquer mulher

na assembléia além do meu próprio partido. – Salientei, pegando o tom.

– É verdade: e ninguém pode ser introduzido no salão.

– Talvez eu devesse ter solicitado uma apresentação, mas considero-

me mal qualificado para recomendar-me a desconhecidos.

Ela brincou comigo, perguntando como era que um homem de bom

senso e educação não poderia fazê-lo, e o coronel Fitzwilliam se juntou a

ela, dizendo que eu não me dou ao trabalho.

– Eu certamente não tenho o talento que algumas pessoas possuem,

de conversar facilmente com os que eu nunca vi antes. Eu não posso pegar

o tom da conversa, ou parecem interessados na causa, como muitas vezes

eu vejo feito, eu concordei.

– Meus dedos não se movem sobre este instrumento de forma

magistral como de muitas mulheres, eles não tem a mesma força e a

mesma rapidez, nem possuem mesma força de expressão, mas disso culpo

só a mim, pois nunca me dei ao trabalho de praticar.

Eu sorri.

– Você está absolutamente certa.

Neste momento, Lady Catherine nos interrompeu.

Page 121: Amanda Grange

– O que você está falando, Darcy?

– Da música, – eu disse.

Lady Catherine se juntou a nós no piano.

– Miss Bennet não tocaria mal se ela praticasse mais, e pudesse ter

um mestre de Londres, – declarou a tia. - Ela tem uma noção muito boa de

dedilhado, embora o bom gosto não seja igual ao de Anne. Anne teria sido

uma artista maravilhosa, se sua saúde lhe permitisse aprender.

Eu mal podia ouvi-la. Eu estava assistindo a Elizabeth. Ela recebeu os

comentários da minha tia com civismo notável, e, a pedido do coronel

Fitzwilliam e eu, ela manteve-se no instrumento até que a carruagem

estava pronta para tomar o partido de origem.

Eu pensei que tinha me livrado de minha admiração por ela. Eu

pensei que tinha esquecido. Eu estava errado.

Segunda-feira 14 de abril Eu estava dando uma volta a pé pela região esta manhã, quando

meus passos levaram-me inconscientemente para o presbitério.

Encontrando-me de fora, eu não poderia, com toda educação, passar,

eu chamei para dar os meus respeitos. Para meu espanto, descobri

Elizabeth lá sozinha. Ela parecia tão surpresa quanto eu estava, mas ela não

estava, creio eu, descontente. Por que ela deveria estar? Deve ser

satisfatório para ela pensar que ela me cativou. Ela oferece-me uma

cadeira, e eu não tenho escolha a não ser sentar-me.

– Peço desculpa por esta intromissão, – eu disse, sentindo a

estranheza da situação, e querendo ter certeza que ela sabia que não tinha

sido de propósito. - Eu pensei que todas as senhoras deveriam estar aqui

dentro.

– Mrs. Collins e Maria foram resolver negócios na vila. – Ela

respondeu.

Page 122: Amanda Grange

– Ah.

– Lady Catherine está bem? – Ela disse, finalmente.

– Sim. Agradeço a você. Ela esta.

Fez-se silêncio

– E a senhorita de Bourgh? Ela, também, está bem?

– Sim. Agradeço a você. Ela esta.

– E o coronel Fitzwilliam? – Ela perguntou.

– Sim. Ele também está bem.

Outro silêncio caiu.

– Com que precipitação deixaram todos Netherfield em novembro

passado, Mr. Darcy! – Ela começou por último. – Deve ter sido uma

surpresa muito agradável para o Mr. Bingley revê-los a todos tão cedo,

pois, se não me engano, ele partira no dia anterior. Ele e suas irmãs

estavam bem, eu espero, quando você saiu de Londres?

– Perfeitamente, – eu lhe agradeço.

– Pelo que me foi dado entender, Mr. Bingley não tem intenção de

voltar a Netherfield?

– Eu nunca o ouvi dizer tal coisa, mas é provável que daqui para o

futuro ele lhe dedique menos tempo. Ele tem muitos amigos, e ele está em

um momento da vida quando os amigos e os compromissos aumentam

continuamente.

– Se ele tenciona passar tão pouco tempo em Netherfield, seria

preferível para a vizinhança que ele desistisse inteiramente do lugar, pois

então outra família poderia se instalar lá. Contudo, talvez o Mr. Bingley

tenha pensando menos na conveniência dos vizinhos do que em sua

própria, e, nesse caso, não teremos mais do que aguardar que ele, baseado

nesse mesmo princípio, a conserve ou desista dela.

Eu não gostei do assunto, mas respondi igualmente.

– Não me surpreenderia que ele optasse pele desistência, mal se lhe

oferecesse uma oportunidade vantajosa.

Eu deveria ter deixado o presbitério em seguida. Eu sabia

disso. Ainda assim não conseguia me afastar. Havia algo sobre a forma de

Page 123: Amanda Grange

seu rosto, que convidou os meus olhos a segui-lo, e algo sobre a maneira

como seu cabelo caia que me fez querer tocá-lo.

Ela não disse nada, e mais uma vez, houve silêncio.

Eu não podia dizer o que estava na minha mente e ainda assim eu

achei que não poderia sair.

– A casa parece ser muito confortável. – Eu disse.

– Sim, é.

– Deve ser agradável para a Mrs. Collins ter sua casa a uma distância

relativamente pequena da de seus pais e amigos.

– Uma distância pequena, diz o senhor? – Ela perguntou surpresa. –

É quase cinquenta milhas.

– E que são cinquenta milhas em uma estrada boa? Pouco mais de

meio dia de viagem.

– Eu nunca consideraria a distância como uma das vantagens de

casar-se, – exclamou Elizabeth.

– É uma prova de sua afeição por Hertfordshire. Qualquer lugar que

não se encontre nas proximidades de Longbourn lhe deve parecer

longínquo, – eu disse.

– Não quis com isso dizer que uma mulher não deva morar um

pouco longe da família.

Ah. Ela sabia dos males de suas relações e não seria tristeza escapar

deles. Quando se casar, ela iria deixá-los para trás.

– Mas estou convencida que minha amiga não iria chamar isso de

perto de sua família com metade da distância atual. – Ela continuou.

– Mas a senhora não pode alimentar em si sentimento tão bairrista, –

eu disse, puxando minha cadeira para frente um pouco quando eu falei,

pois eu senti uma vontade imensa de ficar perto dela. – Não poderá viver

sempre em Longbourn.

Ela olhou surpresa, e eu estava parado. Eu tinha quase sido levado

pela admiração e tentado em dizer que ela poderia ter qualquer objeção à

vida em Pemberley, mas eu tinha ido muito rápido e eu estava grato por

isso. Seu olhar de surpresa me salvou de me comprometer com um curso

Page 124: Amanda Grange

de ação que, certamente, lamentaria. Eu puxei a minha cadeira para trás e

peguei um jornal, olhei por cima dele.

– Você está satisfeita com Kent? – Eu perguntei com frieza o

suficiente para comprimir qualquer esperança com que ela poderia ter se

divertido com o meu mau julgamento.

– É muito agradável, – ela disse, olhando para mim, perplexa.

Eu embarquei em uma discussão sobre o condado, até que fomos

salvos da necessidade de mais conversa com o retorno da Mrs. Collins e

Maria. Elas se surpreenderam ao me ver ali, mas expliquei meu erro eu

fiquei só mais alguns minutos e depois voltei para Rosings.

Terça-feira 15 de abril

Elizabeth me enfeitiçou, estou muito mais em perigo aqui do que eu

já estava em Hertfordshire. Lá, eu tinha a família constantemente diante de

mim, lembrando-me como seria impossível um casamento entre nós. Aqui,

eu só a tenho. Sua vivacidade, sua alegria, seu bom humor, todos me

tentam a abandonar o autodomínio e declarar-me, mas eu não devo fazê-

lo. Não sou só eu que tenho a considerar. Eu tenho a minha irmã.

Expor Georgiana a vulgaridade das Mrs. Bennets seria um ato de

crueldade que nenhuma devoção fraternal permitiria. E apresentar a

Georgiana, como irmã de Mary, Kitty e Lydia Bennet seria

repugnante. Tê-la influenciada por elas, forçá-la a companhia delas - não

poderia ser de outra forma, se eu fosse fazer Elizabeth minha esposa - seria

imperdoável. Pior ainda, ela pode ser forçada a ouvir sobre George

Wickham, que é o favorito das meninas mais jovens. Não, eu não posso

fazer isso. Eu não vou fazê-lo.

Devo ter cuidado, então, em não deixar escapar uma palavra em

companhia de Elizabeth. Eu não devo deixá-la saber como me sinto. Ela

suspeita de minha predileção, estou certo. De fato, por sua natureza

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animada, ela foi incentivada, e não duvido que ela esteja esperando por

mim para falar. Se ela se casar comigo, ela seria retirada de sua esfera e

elevada à minha. Ela se juntaria em casamento a um homem de caráter

superior e compreensão, e ela seria senhora de Pemberley. Um homem do

meu caráter e reputação, riqueza e posição seduziria qualquer mulher. Mas

nunca deveria ser seduzido.

Quinta-feira 17 de abril Eu não sei o que acontece comigo. Eu deveria estar evitando

Elizabeth, mas todos os dias quando o coronel Fitzwilliam vai para o

presbitério, eu vou com ele. Eu não posso negar-me o prazer de olhar para

ela. Seu rosto não é bonito, mas me persegue.

Tive determinação suficiente para não dizer nada, por medo de dizer

muito, mas meu silêncio começou a ser notado.

– Por que você fica em silêncio quando vamos para o presbitério? –

Perguntou coronel Fitzwilliam quando voltamos para casa hoje. – Não

parece você, Darcy.

– Não tenho nada a dizer.

– Agora vem! Eu vi você falar com os bispos e lavradores. Você

sempre pensa em algo para dizer-lhes, por mais que você proteste que você

ache difícil conversar com estranhos. No entanto, quando você vai para o

presbitério, você não abre a boca. É muito descortês de sua parte. O

mínimo que você poderia fazer é perguntar sobre as galinhas de Mrs.

Collins, e perguntar ao Mr. Collins como seus sermões estão, e se você não

consegue pensar em nada para dizer para as moças, você sempre pode falar

sobre o tempo.

– Vou tentar fazer melhor da próxima vez.

Mas como eu disse isso, percebi que não deveria ir ao presbitério

novamente. Se eu falar com Elizabeth, não há como dizer onde levará. Ela

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me olha maliciosamente, às vezes, e tenho certeza que ela está me

esperando para declarar-me.

Será que um casamento entre nós seria realmente tão

impossível? Pergunto-me, mas enquanto eu me pergunto, uma imagem de

sua família se ergue diante de mim, e eu sei que seria. E assim estou

determinado a permanecer em silêncio, porque se eu me entregar a um

momento de fraqueza, vou me arrepender pelo resto da minha vida.

Sábado 19 de abril Eu permaneci fiel a minha determinação de não visitar o presbitério,

mas minhas boas intenções foram frustradas pela minha tendência a andar

pelo parque, e três vezes agora eu vi a Elizabeth. A primeira vez foi por

acaso, a segunda e terceira vez, eu me encontrava lá querendo ou não. Sem

fazer nada mais do que tirar o meu chapéu e depois perguntando de sua

saúde na primeira vez, eu vim para dizer mais, e esta manhã eu traí o meu

pensamento a um nível alarmante.

– Você está gostando da sua estadia no Hunsford, espero? –

Perguntei a ela quando eu a encontrei.

Foi uma pergunta inocente.

– Sim, estou obrigada.

– Você encontrou Mr. e a Mrs. Collins em boa saúde?

– Encontrei.

– E feliz, eu confio?

– Creio que sim.

– Rosings é uma bela casa.

– É, mas é difícil encontrar meu caminho. Eu me perdi em uma ou

duas ocasiões. Quando eu tentei encontrar a biblioteca, eu entrei na sala de

estar em seu lugar.

Page 127: Amanda Grange

– Não é de se esperar que você encontre todos os caminhos de uma

vez. Da próxima vez que você visitar Kent, você terá uma oportunidade

melhor de se familiarizar com ele.

Ela olhou-me espantada, e me repreendi por dentro. Eu tinha quase

traído meus sentimentos, que nesse período incautos havia sugerido a

idéia de que a próxima vez que ela visitasse Kent ela iria ficar em Rosings, e

como ela poderia fazer isso a menos que ela fosse minha esposa? Mas na

verdade, esta cada vez mais e mais difícil ser prudente. Eu deveria partir de

uma vez e colocar-me fora de perigo. Mas se eu fizer, só irá despertar

comentários, por isso devo sofrer um pouco mais. O coronel Fitzwilliam e

eu breve estaremos indo e estarei seguro.

Terça-feira 22 de abril Estou atormentado. Depois de todas minhas promessas para mim

mesmo. Depois de toda a minha determinação, isso - isso! - É o

resultado. Eu não posso acreditar nos acontecimentos das últimas poucas

horas. Se eu pudesse colocar a culpa em uma febre, mas não há dúvida do

que aconteceu. Eu ofereci minha mão a Elizabeth Bennet.

Eu não deveria ter ido vê-la. Eu não tinha necessidade de fazê-lo,

simplesmente porque ela não se juntou a nós para o chá. Ela tinha uma dor

de cabeça. Que mulher não sofre de dores de cabeça?

No começo eu bebia meu chá com minha tia, meus primos e Mr. e

Mrs. Collins, mas todo o tempo meus pensamentos estavam em

Elizabeth. Ela estava sofrendo? Ela estava realmente doente? Eu poderia

fazer alguma coisa para ajudá-la?

Na última vez, não pude conter-me mais. Enquanto os outros

falavam da comunidade, eu declarei que precisava de um pouco de ar

fresco e manifestei a minha intenção de fazer uma caminhada. Eu pouco

sabia se eu queria visitar a paróquia ou não quando saí de Rosings. Meu

coração queria seguir em frente, mas minha razão me encorajava a voltar, e

Page 128: Amanda Grange

ao mesmo tempo meus pés continuavam, até que por ultimo encontrei-me

à porta do presbitério.

Ao perguntar se a senhorita Bennet estava, me foi mostrado o salão,

onde ela olhou surpresa quando me viu entrar . Eu mesmo estava

surpreso. Comecei suficientemente racional. Perguntei sobre sua saúde e

ela respondeu que não estava muito mal. Sentei-me. Levantei-me. Eu

andava pela sala. É a última vez não posso contê-lo mais.

– Em vão tenho lutado. – As palavras saíram antes que eu pudesse

detê-las. "Não faça isso", continuei. – Meus sentimentos não podem ser

reprimidos e permita-me dizer-lhe que a admiro e a amo ardentemente.

Pronto. Ele foi para fora. O segredo que eu tinha carregado tanto

tempo havia encontrado sua voz, e empurrado o seu caminho para a luz do

dia.

Ela me encarou, corada, em um silêncio. Como poderia não ser? Não

havia nada para ela dizer. Ela só tinha que ouvir minha declaração e, em

seguida, aceitar-me. Sabendo que eu tinha caído sob seu feitiço, ela sabia

muito bem que a porta de Pemberley estaria aberta para ela, e o mundo da

sociedade seria dela.

– Não tenho a pretensão de ser ignorante sobre sua natureza de

baixas conexões, de sua inferioridade e falta de valor. – Eu disse, mal

acreditando que tinha permitido que meu amor por ela tivesse superado

tais sentimentos naturais, mas sim dirigido para frente emoções que eram

impossíveis de controlar. – Depois de passar várias semanas em

Hertfordshire, seria loucura fingir que não seria uma degradação aliar-me a

tal família e só a força da minha paixão me permitiu colocar esses

sentimentos de lado.

Eu falei, o quadro dos Bennets subiu diante dos meus olhos, e eu

achei que não era muito falar com Elizabeth como a mim mesmo,

pensando em voz alta todos os pensamentos que me atormentaram

durante as últimas semanas e meses.

– Sua mãe, com sua vulgaridade e língua tagarela, o seu pai, com sua

recusa obstinada em conter os excessos selvagens de suas irmãs mais

novas. Ser associado a essas garotas! – Eu disse, recordei-me de Mary

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Bennet cantando na assembléia. – O melhor deles uma menina, lenta

maçante com nenhum gosto e sentido, e o pior as bobas, mimadas e

egoístas, não encontrando nada melhor para fazer com seu tempo do que a

correr atrás dos oficiais, – eu continuei, lembrando-me de Lydia e Kitty no

baile de Netherfield. – Um tio, um advogado e outro que vive em

Cheapside, – continuei, meus sentimentos fluindo em frente como uma

correnteza. – Eu senti toda a impossibilidade de tal união nestas varias

semanas. Minha razão se revoltou, ou melhor, a minha própria natureza se

revoltou. Eu sei que eu estou ferindo ligações familiares e o orgulho da

família. Que eu deveria desviar tais sentimentos por alguém tão indigna de

mim, é uma fraqueza que eu desprezo, e ainda não consigo derrotar meus

sentimentos. Levei-me a Londres e mergulhei no trabalho e satisfação, mas

nada disso removia a memória de você da minha mente, – disse, virando-

me para olhá-la e deixar meus olhos permanecerem em seu rosto. – Meu

apego tem sobrevivido a todos os argumentos equilibrados, que

sobreviveu a longa separação que em vez de curá-lo, só o tornou mais forte,

e tem resistido a minha determinação em erradicá-lo. Não importa os

meus sentimentos mais racionais, isso não será negado. É tão forte que eu

estou disposto a esquecer as falhas de sua família, a baixeza de suas

conexões e a dor que sei que devo causar em minha família e amigos,

pedindo-lhe para casar comigo. Eu só espero que meus esforços agora

sejam recompensados. – Eu disse. – Liberta-me de minha apreensão.

Tranqüiliza minhas ansiedades. Diga-me, Elizabeth, que será minha

esposa.

Meu discurso foi apaixonado. Eu nunca tinha feito isso para qualquer

outro ser humano, eu tinha descoberto a minha alma. Eu tinha mostrado a

ela todos os meus medos e ansiedades, os meus argumentos e brigas, e

agora eu esperava por sua resposta. Não poderia ser demorada. Ela estava

esperando a minha declaração, esperando, eu tinha certeza disso. Ela não

podia ignorar a minha atração, e qualquer mulher estaria contente de ter

ganhado a mão de Fitzwilliam Darcy. Restava para ela dizer à palavra que

nos uniria e a coisa seria feita.

Page 130: Amanda Grange

E ainda, para meu espanto, o sorriso que eu esperava ver no rosto

dela não apareceu. Ela não disse: "Você faz-me muito honrada Mr. Darcy.

Estou lisonjeada, ou melhor, satisfeita com a sua declaração, e eu sou grata

a você por sua condescendência. Meus parentes. A Situação de vida, suas

loucuras e vícios, não podem esperar para lhe trazer satisfação, e estou

sensibilizada pela honra que me deu em vista as fraquezas, a fim de pedir-

me para ser sua esposa. É, portanto, com um humilde senso de dever que

aceito a sua mão."

Ela nem sequer disse um simples "sim".

Em vez disso, suas bochechas coraram, e com a voz mais indignada

possível ela disse:

– Em casos como este, creio que é costume exprimir a nossa gratidão

pelos sentimentos que nos são confessados, qualquer que seja a

incapacidade de os retribuir. É natural o sentimento de obrigação, e, se eu

me sentisse de qualquer modo reconhecida, não deixaria de lhe agradecer.

Mas nada disso me é possível; nunca desejei sua boa opinião, que alias o

senhor me confere contra sua vontade. Custa-me decepcionar alguém.

Não é propositalmente que o faço e só me resta esperar que a decepção

não dure muito. Os sentimentos que, segundo o senhor me disse, o

impediram durante muito tempo de reconhecer seu amor hão de socorrê-

lo facilmente após a presente explicação.

Olhei para ela com espanto. Ela recusou-me! Nunca imaginei que

poderia fazê-lo. Nem uma só vez em todas as noites quando tinha ficado

acordado, me dizendo o quão impossível tal união seria, eu tinha

imaginado este resultado.

Este seria o fim de todas as minhas lutas? Ser rejeitado? E de tal

maneira! Eu! Um Darcy! Sendo respondida como se eu fosse um caçador

de fortuna ou um pretendente indesejável. Minha surpresa rapidamente

deu lugar ao ressentimento. Estava tão ressentido que não iria abrir a

minha boca até que acreditasse ter dominado minha emoção.

– Eis a única resposta a que eu tinha direito e com a qual tenho de me

contentar! Desejaria, talvez, ser informado da razão por que me rejeita

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assim, sem a menor tentativa de delicadeza de sua parte. Mas não tem

importância.

– Também eu poderia perguntar. – Ela respondeu acaloradamente, –

porque com um intuito tão evidente de ofender e insultar-me, resolveu o

senhor dizer-me que gostava de mim contra sua vontade, contra sua razão

e mesmo contra seu caráter? Se é que realmente cometi essa falta. Mas

tenho outros motivos para me sentir ferida. O senhor conhece-os bem. Se

acaso meus sentimentos não me indispusessem contra o senhor, se eles lhe

fossem indiferentes ou mesmo favoráveis, está convencido de que

qualquer consideração me inclinaria a aceitar um homem que arruinou

talvez para sempre a felicidade de minha irmã querida?

Senti-me mudar de cor. Então, ela tinha ouvido falar disso. Eu

esperava que não tivesse. Não se pode esperar para fazê-la pensar bem de

mim. Mas eu não tinha nada para me envergonhar eu agi no melhor

interesse de meu amigo.

– Tenho mil e uma razões para pensar mal do senhor. Nenhum

motivo pode desculpar o ato injusto e mesquinho que praticou. Ela seguiu

em frente.

Senti minha expressão endurecer. Injusto? Mesquinha? É claro que

não.

– O senhor não ousará, não poderá negar que foi o principal, se não o

único, agente na separação daquelas duas pessoas e em expô-las á censura

e ao ridículo do mundo, uma delas por capricho e instabilidade e a outra

pela decepção de suas esperanças, envolvendo-os em uma situação

extremamente embaraçosa.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Capricho e

instabilidade? Quem iria julgar Bingley caprichoso por se retirar a Londres

quando tinha negócios a resolver?

Zombar por esperanças desapontadas? Miss Bennet não tinha

esperanças, se não tivesse sido plantada em sua mente por sua mãe, que

não podia ver mais de cinco mil libras por ano de Bingley. Sofrimento

humano sério? Sim, era isso que Bingley teria sofrido se tivesse expressado

seus sentimentos. Ele teria se associado a uma mulher que é indigna dele.

Page 132: Amanda Grange

– Não desejo negar que fiz tudo o que pude para separar meu amigo

de sua irmã; nem tampouco negarei que me alegro com esse êxito. Fui

mais previdente para com ele do que para comigo próprio.

Elizabeth ignorou meu comentário, disse.

– Mas não é apenas daí que data minha antipatia. Muito antes disso

eu já tinha opinião formada a seu respeito. Seu caráter foi-me revelado há

alguns meses atrás por Mr. Wickham. Sobre este assunto, o que você tem a

dizer? Em que ato imaginário de amizade aqui você pode se defender? Ou

em que você pode deturpação aqui impor sobre os outros?

Wickham! Ela não poderia ter encontrado um nome mais calculado

para ferir e, ao mesmo tempo, me enojar.

– A senhora denota um ávido interesse por esse cavalheiro, – eu

comentei em agitação.

Lamentei as palavras assim que elas foram ditas. O que era para mim,

se ela mostrasse interesse em George Wickham? Após a sua recusa de

minha mão, nada sobre Elizabeth tinha qualquer direito de cada vez mais

me interessar.

E ainda intensificou a mortificação que senti e encontrei uma nova

emoção em meu peito, o mais indesejado. Ciúme. Achei intolerável ela

preferir George Wickham a mim! Ela deve ser capaz de ver que através de

seu sorriso exterior há um coração negro embaixo.

– Qual a pessoa que conheça seu infortúnio pode deixar de se

interessar por ele?

– Seu infortúnio! – Eu repeti. Que mentiras ele teceu para ela?

Wickham, quem tinha tudo. Quem tinha sido o favorito e mimado na

infância, apesar disso, tinha se transformado em um dos mais libertinos e

gastadores jovens do meu conhecimento. Eu pensei no dinheiro que meu

pai tinha gastado com ele, as oportunidades que teve e com a ajuda que eu

mesmo tinha dado a ele. Eu não poderia ajudar meus lábios se enrolando.

Como eu pensei no dinheiro em que meu pai investiu nele, as

oportunidades que ele teve e a ajuda que eu mesmo dei, eu não consegui

evitar de dar um pequeno sorriso.

– Sim, suas infelicidades foram tamanhas.

Page 133: Amanda Grange

– E por suas mãos, – ela disse irritada. – Você o rebaixou ao seu atual

estado de pobreza. Você reteu a herança, que sabia que foi designada a ele.

Você o privou dos melhores anos de sua vida, da independência que nunca

teve. Você fez tudo isso! E ainda assim, você consegue tratar o assunto de

suas infelicidades com desprezo e ironia.

– E essa, é a sua opinião sobre mim! Assim é como você me avalia!

Eu lhe agradeço por explicar tão claramente. Minha culpa, de acordo com

seu pensamento, é imensa! Mas talvez essas ofensas seriam poupadas, se o

seu orgulho não tivesse sido ferido pela minha honesta confissão dos

escrúpulos que me impediram de tomar uma posição. Mas acima de tudo

está meu aborrecimento. Eu não estou envergonhado dos sentimentos que

expus. Eles eram sinceros e justos. Você esperava que eu regozijasse da

inferioridade de sua família? Me parabenizar na esperança de uma relação,

onde as condições são tão inferiores a minha?

Ela estava ficando irritada igual á mim, ainda assim, ela se controlou

o suficiente para responder.

– Você está enganado, Sr. Darcy, se supõe que o modo de sua

declaração me afetou de alguma outra maneira, a não ser a preocupação

que eu poupei de recusá-lo, caso você tivesse agido de uma maneira mais

cavalheiresca.

Eu senti um choque imenso. Caso eu tivesse agido de uma maneira

mais cavalheiresca? Quando eu não fui cavalheiro?

– Você não poderia ter-me feito a proposta de qualquer outra

maneira que eu aceitaria.

Eu não conseguia acreditar. Ela nunca poderia ter aceitado minha

mão? Nunca aceitar uma conexão com a família Darcy? Nunca aceitar

todos os benefícios que teria como minha esposa? Isso era loucura. E para

culpar, não a minha postura, mas a minha pessoa! Eu a olhei imensamente

incrédulo.

Mas ela não tinha terminado.

– Desde o começo, desde o primeiro momento e posso dizer, quando

lhe conheci, suas maneiras me impressionaram com sua arrogância, seu

egoísmo e indiferença com os sentimentos dos outros. Essa impressão foi

Page 134: Amanda Grange

tão intensa que elevou uma antipatia imediata; e isso foi um mês antes de

perceber que você seria o último homem no mundo em que me

convenceriam a casar.

Eu senti a surpresa dar lugar a raiva, e raiva para humilhação. Minha

sentença estava completa agora.

– Penso que já disse o bastante, madame, – Eu disse secamente. Eu

compreendo perfeitamente seus sentimentos, e só tenho a me

envergonhar o que eu mesmo pude ser. Me perdoe por ter tomado tanto

do seu tempo – e para provar que eu era, que ainda sou depois de todos os

insultos, um cavalheiro. E aceite meus melhores votos para sua saúde e

felicidade.

Então, tendo demonstrado a mim mesmo meu último discurso

orgulhoso, Eu deixei o aposento.

Eu retornei a Rosings, andando cegamente, não vendo nada ao meu

redor, vendo apenas Elizabeth. Elizabeth me dizendo que estraguei a

felicidade de sua irmã. Elizabeth me dizendo que arruinei a vida de George

Wickham. Elizabeth me dizendo que não me comportei como um

cavalheiro. Elizabeth, Elizabeth, Elizabeth.

Eu não pronunciei uma palavra no jantar. Eu não via nem ouvia nada,

não sentia o gosto de nada. Eu apenas pensava nela.

Por mais que me esforçasse, eu não conseguia tirar suas acusações de

minha cabeça. A culpa de que eu arruinei a felicidade de sua irmã, mesmo

agindo com a melhor das intenções. A acusação de que eu arruinei a vida

de Wickham era um outro assunto. Isso manchava minha honra, e eu não

podia deixar desse jeito.

– Um jogo de cartas, Darcy? – perguntou Coronel Fitzwilliam,

quando Lady Catherine e Anne se retiraram para descansar.

– Não. Obrigado. Eu tenho uma carta a escrever.

Ele me olhou com curiosidade mas não disse nada. Eu me retirei para

meu quarto e peguei minha pena. Eu tinha que me defender. Eu tinha que

responder á acusação. Eu tinha que mostrar á ela que estava errada. Mas

como?

Querida Miss Bennet

Page 135: Amanda Grange

Eu rabisquei as linhas assim que as escrevi. Ela não era minha querida

Miss Bennet. Eu não tinha o direito de chamá-la de querida.

Eu amassei meu pedaço de papel e joguei-o longe.

Miss Bennet

O nome me concebia a idéia de sua irmã. Não iria funcionar.

Eu joguei um segundo pedaço de papel.

Miss Elizabeth Bennet

Não.

Eu tentei de novo.

Madame, você me acusou de

Ela não irá ler assim.

Não fique apreensiva, Madame, em receber esta carta, que se possa

conter alguma repetição daqueles sentimento, ou uma renovação daquelas

propostas que noite passada foram tão repulsivas à você.

Melhor.

Eu não escrevo com intenção alguma de lhe machucar, ou me

desculpando por coisas, que para felicidade de ambos, não podem ser

esquecidas muito cedo.

Sim. A escrita foi formal mas não muito severa. Deve despreocupá-la

imediatamente e convencê-la á continuar. Mas o que escrever a seguir?

Como colocar em palavras o que eu tenho a dizer?

Eu larguei minha pena e andei em direção a janela. Eu olhei para o

parque enquanto reunia meus pensamentos. A noite estava calma. Não

tinham nuvens, e a lua era vista brilhantemente no céu. Abaixo desta

mesma lua, estava Elizabeth.

O que ela estava pensando? Estaria pensando sobre mim? Sobre

minha proposta? Sobre meus pecados?

Meus pecados! Eu não tinha pecados. Eu retornei a minha mesa e li o

que tinha escrito. Eu peguei minha pena e continuei. As palavras fluíram

facilmente.

Duas ofensas de naturezas muito diferentes, e de maneira alguma de

danos iguais, você me acusou noite passada. A primeira menção,

independente dos sentimentos de ambos, foi a de que eu separei o Sr.

Page 136: Amanda Grange

Bingley de sua irmã: e a outra, que eu arrunei a felicidade certa e privei as

perspectivas do Sr. Wickham.

Privei as perspectivas daquele canalha! Eu lhe dei todo benefício, e

ele me retribuiu em tentar arruinar minha irmã. Mas a primeira acusação

deve ser dita primeiro.

Eu voltei a pensar no outono, quando eu cheguei pela primeira vez

em Hertfordshire. Fora apenas alguns meses atrás, e ainda assim parecia

passada uma vida.

Eu não estava há muito tempo em Hertfordshire, antes de perceber,

como outros, que Bingley preferiu sua irmã mais velha, do que qualquer

outra mulher no país. Eu observei o comportamento de meu amigo

atentamente; e eu pude perceber então que sua preferência pela Miss

Bennet era além do que alguma vez já testemunhei.

Eu observei sua irmã também. Seu olhar e suas maneiras eram alegres,

abertas e delicadas como sempre, mas sem indicar uma preferência

especial, e eu permaneci convencido com o passar da noite que embora ela

recebeu as atenções de Bingley com prazer, ela não demonstrou um

sentimento recíproco. Se você não partilha o mesmo pensamento que eu,

então eu devo estar errado. Se é assim, se eu cometi tamanho erro, em

causá-la dor, seu ressentimento não foi sem razão.

Eu fui caridoso, permitindo Elizabeth em expor seus sentimentos, e

sua defesa a favor de sua irmã, mas eu também devo ser caridoso comigo

mesmo.

...o querer de uma união não poderia ser tão bom e mau para meu

amigo como para mim. Mas tinham outras causas para rejeição.

Eu hesitei. Eu já expressei esses sentimentos antes, pessoalmente. As

palavras de Elizabeth voltaram em minha cabeça. “Caso você tivesse agido

de uma forma mais cavalheiresca.” Era não ser cavalheiro listar os defeitos

de sua família? Minha raiva aumentou. Não, era nada se não a verdade. E

eu iria dizer a verdade. Eu já dei motivos para ela ter repulsa a mim. Eu não

tinha mais nada a perder.

Essas causas devem ser declaradas brevemente. A situação da família

de sua mãe, mas que não era nada em comparação da total incinveniência,

Page 137: Amanda Grange

tão frequentemente imposta por ela, suas três irmãs menores, e

ocasionalmente pelo seu pai. Me perdoe. Me causa dor ofendê-la.

Forma mais cavalheiresca? Eu pensei, enquanto escrevia as palavras.

Eu implorei seu perdão. O que poderia ser mais gentil que isso?

...que sirva de consolo que, o fato de que você e sua irmã mas velha

sempre se comportaram de modo diferente, demonstra a sensatez e o

caráter de ambas.

Não apenas gentil mas também educado, eu pensei, muito satisfeito.

Bingley partiu de Netherfield para Londres, no dia seguinte, como

você, tenho certeza, que se lembra.

Eu parei por um momento. Minha consciência me incomodou. Eu

me comprtei de uma maneira indireta. Isso me preocupou no momento,

que tal ato era repugnante para mim, e mesmo assim eu o fiz.

A parte na qual eu agi será agora explicada.

Eu parei de novo. Mas a carta deve ser escrita, e a noite estava se

arrastando.

A inquietude da irmã de Bingley fora igualmente despertada e logo

descobrimos que os nossos sentimentos, coincidiam a esse respeito;

convencidos ambos de que devíamos agir rapidamente, resolvemos

acompanhá-lo a Londres. Foi o que fizemos. E lá tomei a meu cargo a

incumbência de revelar ao meu amigo as conseqüências desastrosas da

escolha que fizera. No entanto, por mais que esta advertência possa ter-lhe

abalado a resolução, não creio que teria sido suficiente para impedir o

casamento, se não tivesse sido apoiada pela afirmação, que não hesitei em

fazer, de que a sua irmã lhe era indiferente. Ele acreditava até aquele

momento que Miss Jane correspondia à sua afeição sinceramente, se não

com igual intensidade. Mas Bingley é por natureza muito modesto, e além

disso tem mais confiança no meu julgamento do que no seu próprio.

Convencê-lo, portanto, de que se tinha enganado não foi muito difícil.

Persuadi-lo, em seguida, de que não devia voltar para o Hertfordshire,

depois de firmado o primeiro ponto, foi coisa de um instante. Não me

arrependo de tê-lo feito.

Page 138: Amanda Grange

Não, realmente não posso. Poupei a ele um destino que não me

poupou e eu ainda não estava confortável. Eu tinha agido mal, devo

confessar. Minha honra exigia.

Existe apenas uma parte da minha conduta que não me satisfaz. É que

condescendi em usar de certos artifícios para esconder de Bingley o fato de

sua irmã se encontrar em Londres. Sabia dessa presença, bem como Miss

Bingley, mas o seu irmão até agora ainda não sabe. É possível que eles

pudessem ter-se encontrado sem outras conseqüências; mas o seu afeto

não me pareceu suficientemente extinto para que ele pudesse ver a sua

irmã sem correr algum perigo. Talvez esse artifício seja indigno de mim.

Mas o que está feito, está feito. E a minha intenção foi a melhor possível.

Sobre este assunto nada mais tenho a dizer, nem outra explicação a dar. Se

feri os sentimentos da sua irmã, foi sem a intenção de fazê-lo, e, embora os

motivos que inspiraram a minha conduta lhe pa¬reçam naturalmente

insuficientes, não vejo ainda razões para condená-los.

Eu tinha escrito a parte mais fácil da carta. A parte mais difícil ainda

estava por vir. Eu tinha o direito de ir mais longe? Os incidentes que eu

tinha de relacionar não só dizem respeito a mim mesmo, abrange a minha

irmã, minha querida Georgiana. Se elas se tornarem públicas... mas acho

que não teria apreensão disso. Elizabeth não diria a ninguém, certamente

não se eu pedisse para se manter em silêncio e ela tinha que saber.

Mas ela tem que saber de tudo? Será que ela tem que saber da

fraqueza de minha irmã? Lutei comigo mesmo. Voltei mais uma vez para a

janela. Eu assisti a lua velejar sobre o céu sem nuvens. Se ela não soubesse

da fraqueza de minha irmã, então não poderia saber da traição de

Wickham, pensei, e era para lhe dizer isso que eu tinha começado a carta.

Eu poderia fingir que era para responder à acusação de ser a causa da

infelicidade de sua irmã, mas eu sabia no meu coração que era porque eu

queria me exonerar de toda a culpa na minha conduta para George

Wickham.

Eu não podia suportar a idéia de ele ser seu favorito, ou o

pensamento dele ser nada valorizado ao seu lado.

Retomei a minha carta.

Page 139: Amanda Grange

Com relação à outra acusação, a mais grave, a que diz respeito a Mr.

Wickham, só poderei refutá-la, expondo-lhe toda a história das suas

relações com a minha família. Ignoro se ele formulou alguma acusação

particular à minha pessoa; mas acerca da verdade do que vou relatar posso

dar mais de uma testemunha insuspeita.

O coronel Fitzwilliam pode atestar para mim, eu disse sobe minha

respiração.

Mas como contar a história? Como organizar os incidentes da vida de

Wickham em algum conjunto coerente? E como escrevê-lo de tal maneira

a minha hostilidade como todas as tonalidades do mundo? Para ser justo,

mesmo para ele.

Eu pensei. Na última vez que eu continuasse a escrever.

Mr. Wickham é o filho de um homem muito respeitável, que durante

muitos anos geriu todos os bens da propriedade de Pemberley; a fidelidade

com que sempre se desincumbiu das suas funções mereceu naturalmente a

gratidão do meu pai. E para com George Wickham, que era o seu afilhado,

meu pai se mostrou sempre generoso, dedicando-lhe uma grande afeição.

Pagou os seus estudos num colégio e mais tarde em Cambridge. Auxílio

importante, pois o pai de Mr. Wickham, que as extravagâncias da esposa

privavam quase sempre do necessário, não estava em condições de dar ao

filho uma educação liberal. Meu pai não só gostava muito da com¬panhia

de George Wickham, cujas maneiras, aliás, eram sempre muito atraentes,

mas tinha por ele a maior admiração e, alimen¬tando a esperança de que o

rapaz abraçasse a carreira eclesiás¬tica, tencionava reservar-lhe um lugar

na mesma. Quanto a mim, há já muitos anos que comecei a pensar de

maneira dife¬rente a respeito dele. As suas inclinações viciosas, a falta de

escrúpulos, que ele tinha o cuidado de esconder do seu melhor amigo, não

poderiam passar despercebidas a um rapaz da sua idade, que o observava e

tinha a oportunidade de vê-lo em momentos de descuido. Aqui

novamente, terei de magoá-la...

Qual a profundidade que vai seu sentimento? Eu me perguntava. Eu

golpei o papel com a minha pena e apaguei a página. Foi assim que marcou

através de travessias e adições, no entanto, eu sabia que teria de reescrevê-

Page 140: Amanda Grange

la antes de apresentá-la a Elizabeth e eu apago o borrão sem prestar

atenção.

...Até que ponto não sei. Só a senhora mesma poderá dizê-lo. Mas,

quaisquer que sejam os sentimentos que Mr. Wickham lhe tenha

inspirado, a suspeita que alimento acerca da natureza desses sentimentos

não me impedirá de lhe revelar o verdadeiro caráter daquela pessoa.

Acrescento mesmo outro motivo.

Um motivo para mantê-la segura, querida Elizabeth.

Encontrei-me pensando no que poderia ter sido. Se ela tivesse

aceitado, eu poderia estar dormindo profundamente, com a expectativa de

subir para uma manhã feliz passada na companhia dela. Ao invés disso, não

conseguia dormir, escrevendo à luz de uma vela e o brilho do luar que

entrava pela janela.

Eu levei a minha pena, dizendo a ela como meu pai, em seu

testamento, tinha me pedido para dar uma vida valiosa a Wickham, que

por sua fez tinha decidido não querer entrar na igreja e havia pedido

dinheiro em troca.

Meu excelente pai morreu há cerca de cinco anos e a sua afeição por

Mr. Wickham foi até o fim tão firme que me recomendou particularmente

no tes¬tamento que me encarregasse de promover o seu adiantamento na

carreira que tinha escolhido, e manifestou o desejo de que um posto

importante, à disposição da família, lhe fosse dado, assim que vagasse, caso

Mr. Wickham se ordenasse. Deixou-lhe também um legado de mil libras.

O pai dele não sobreviveu muito tempo ao meu, e meio ano depois desses

acontecimentos Mr. Wickham me escreveu, informando-me que resolvera

não tomar ordens. Dizia-me também que esperava que eu não achas¬se

despropositado o desejo de uma compensação pecuniária mais imediata,

em lugar do posto do qual não poderia agora se beneficiar. Acrescentou

que tinha intenção de estudar direito, e que eu devia compreender que os

juros de mil libras não eram suficientes para o seu sustento e os seus

estudos. Apesar do meu desejo de acreditar na sinceridade dele, não o

conseguia. Mas de qualquer modo mostrei-me perfeitamente disposto a

aceder à sua proposta. Eu sabia que Mr. Wickham não devia ser pastor. O

Page 141: Amanda Grange

negócio foi portanto logo arranjado. Ele desistiu de toda proteção relativa

à sua entrada na Igreja, mesmo se estivesse algum dia em situação de

recebê-la, e aceitou em troca a quantia de três mil libras. Todas as nossas

relações a partir dessa época ficaram interrompidas. O que eu sabia a

respeito dele era suficiente para não o desejar como amigo. E portanto eu

não o convidava para vir a Pemberley, nem andava em companhia dele na

cidade.

Racionalmente colocado. Ela não podia tomar a exceção como

moderação, embora eu tivesse de escrevê-lo cinco vezes para conseguir tal

resultado.

Creio que durante esse tempo ele ficou em Londres, mas o seu

estudo de direito foi um mero pretexto. Livre agora de toda obrigação, ele

levava uma vida de dissipação. Durante três anos pouco ouvi falar nele.

Mas, ao falecer a pessoa que ocupava o posto que outrora lhe fora

destinado, ele tornou a escrever, solicitando a sua apresentação para o dito

lugar. Sua atual situação, dizia ele, e eu não tive dificuldade em acreditá-lo,

era extremamente precária. Descobrira que o estudo de direito era pouco

proveitoso e estava agora absolutamente resolvido a tomar ordens, se eu o

apresentasse para o posto em questão, coisa de que ele não duvidava, pois

estava informado de que não havia outro pretendente e eu não poderia ter

esquecido as intenções do meu venerando pai; creio que não há de me

censurar por lhe ter recusado aquela pretensão e re¬jeitado todas as novas

tentativas no mesmo sentido. O ressentimento que ele manifestou foi

muito violento, dada a situação precária em que se encontrava. E, sem

dúvida, os insultos de que me cobriu ao falar a meu respeito com outras

pessoas foram tão violentos quanto as recriminações que me dirigiu.

Depois desse período, todas as relações de mera formalidade foram

cortadas. Como ele viveu, não sei. Mas no último verão tornou a aparecer

no meu caminho da forma mais desagradável possível.

Sim. No Verão passado. Eu fui para o lado da sala. Eu tinha trazido

uma garrafa comigo, e um copo. Eu servi-me de um uísque e bebi. O fogo

havia sido aceso contra o frio da Páscoa, mas há muito havia saído, e eu

precisava do whisky para me aquecer.

Page 142: Amanda Grange

Eu não queria escrever a próxima parte da carta, mas tinha que ser

feito. Tentei colocá-lo fora, mas o relógio sobre a lareira estava passando e

eu sabia que tinha que terminar o que tinha começado. Devo, no entanto,

pedir-lhe segredo. Que ela iria conceder-lhe eu não tinha dúvida. Ela tinha

uma irmã a quem amava ternamente. Ela iria entender o amor e o carinho

que eu tinha pela minha.

Eu disse-lhe do encontro de Georgiana com Wickham em Ramsgate,

e do jeito que ele tinha se jogado em cima de suas afeições, convencendo-a

concordar com uma fuga.

Devo agora mencionar certas circunstâncias que eu mesmo desejaria

esquecer e que só uma obrigação tão forte quanto a atual me poderia

induzir a relatar para qualquer outra pessoa. Depois de ter dito isto, confio

inteiramente na sua discrição. Minha irmã, que é dez anos mais moça do

que eu, foi deixada em tutela ao sobrinho de minha mãe, Coronel

Fitzwilliam, e a mim próprio. Há um ano atrás saiu do colégio e foi morar

em Londres em companhia de uma senhora encarregada de superintender

a sua educação; e no verão passado foi com aquela senhora para Ramsgate.

Mr. Wickham, sem dúvida propositadamente, partiu para o mesmo lugar;

depois se descobriu que havia um entendimento prévio entre ele e Mrs.

Younge, pessoa a respeito de cujo caráter infelizmente nos enganamos.

Graças ao auxílio e conivência desta pessoa, ele se aproximou de

Georgiana, em cujo coração por natureza afetivo ainda era muito vivida a

impressão da bondade com que ele a tratara em criança. Ela se deixou

persuadir de que estava apaixonada e consentiu em ser raptada. Como a

moça tinha apenas quinze anos, essa loucura é até certo ponto escusável.

Tenho o consolo de poder acrescentar que soube disto por ela própria.

Cheguei a Ramsgate, inesperadamente, um ou dois dias antes da projetada

fuga. E Georgiana, incapaz de suportar a idéia de desgostar e ofender um

irmão que ela considerava quase como um pai, confessou-me tudo. A

senhora pode bem imaginar como me senti e como agi. Para não

prejudicar a reputação da minha irmã e não ofender os seus sentimentos,

eu me abstive de qualquer ato de represália em público. Mas escrevi para

Mr. Wickham, que partiu imediatamente. Mrs. Younge foi naturalmente

Page 143: Amanda Grange

despedida. Sem dúvida, o fito principal de Mr. Wickham era de se

apoderar da fortuna da minha irmã, que é de trinta mil libras. Mas não

posso deixar de pensar que o desejo de se vingar de mim tenha também

influído fortemente nele.

Sentei-me, cansado. Eu tinha chegado ao fim. Agora tudo que restava

para mim era desejar-lhe bem.

Esta é uma narrativa fiel dos acontecimentos que nos con¬cernem a

ambos; e se não a rejeitar como absolutamente falsa, espero que me

absolva daqui por diante da falta de ter agido com crueldade para com Mr.

Wickham. Não sei de que maneira ele se impôs à sua atenção, nem as

falsidades que usou para isto. Mas o êxito que alcançou não é de espantar,

dada a sua ignorância de tudo o que acontecera antes. Não estava em seu

poder desmascarar estas falsidades e o seu temperamento não é inclinado à

desconfiança. Talvez a senhora se surpreenda de eu não lhe ter dito isto

ontem, mas naquele momento não tinha suficiente domínio sobre mim

mesmo para decidir o que devia e o que não devia revelar. Quanto à

verdade de tudo o que ficou aqui relatado, posso apelar particularmente

para o testemunho do Coronel Fitzwilliam, que, dado o nosso parentesco e

constante intimidade e sobretudo a sua qualidade de executor

testamentário de meu pai, conhece necessariamente todos os detalhes

desses acontecimentos. Se a antipatia que tem por mim privar de valor as

minhas asserções, a mesma causa não a poderia impedir de confiar no meu

primo, e para que haja a possibilidade de consultá-lo procurarei entregar-

lhe a presente carta de manhã. Acrescentarei apenas: Deus a abençoe!

Fitzwilliam Darcy

Assim foi feito.

Olhei para o relógio. Era duas e meia. Eu tinha a cópia da carta em

uma mão legível, que ela pudesse ler, mas eu estava cansado. Decidi

descansar.

Me despi lentamente e fui para a cama.

Page 144: Amanda Grange

Quarta-feira 23 de abril Esta manhã eu acordei com o amanhecer. Eu dormi novamente,

até que meu criado me despertou. Levantei-me rapidamente, em seguida,

fiz uma cópia legível da minha carta. Fiz meu caminho para a sala o coronel

Fitzwilliam. Ele estava em seu roupão, quando cheguei, prestes a ser

barbeado por seu criado.

– Preciso falar com você. – Eu disse.

– Há esta hora? – Ele perguntou, rindo.

– Preciso de sua ajuda.

Seu olhar mudou. Ele liberou o criado.

– Você a tem. – Ele disse.

– Eu preciso que você faça algo por mim.

– Diga.

– Eu preciso de você para testemunhar os fatos relatados na carta.

Ele me olhou com surpresa.

– Eles contêm elementos das relações de Wickham com minha irmã.

Ele franziu o cenho.

– Eu acho que você não devia divulgá-los a ninguém.

– Eventos tornaram imperativo que eu faça. Em curtos termos eu lhe

contei o que tinha se passado, que eu tinha proposto a Elizabeth e fui

recusado.

– Recusado? – Ele interrompeu. – Bom Deus, o que pode ter dito a

ela para que recusasse você?

– Nada. Eu disse apenas o que qualquer homem sensato teria dito. –

Eu respondi. – Eu disse-lhe da luta que tinha em vista a inferioridade das

suas ligações, o comportamento indesejável de sua família, a baixeza de sua

situação na vida...

– Só o que qualquer homem sensato teria dito? – Ele perguntou

surpreso. – Darcy, este não é você. Você não pode ter administrado isso

Page 145: Amanda Grange

tão mal. Insultar uma mulher e depois esperar que ela se casasse com

você?

Fiquei surpreso com sua reação.

– Eu só falei a verdade.

– Se todos falassem a verdade haveria uma grande dose de

infelicidade no mundo, e particularmente em tal momento. Algumas

coisas são melhores quando não ditas.

– E eu abomino uma pessoa estúpida! – Ele se voltou, meio sorrindo,

meio exasperado. Tornou-se sério. – Mas a oferta a Miss Bennet... confesso

que me tomou de surpresa. Eu não tinha idéia de seus sentimentos eram

noivar.

– Cuidei para que você não soubesse. Eu não quero que ninguém

saiba. Eu pensei que poderia acabar com eles.

– Mas eles eram fortes demais para você?

Concordei, e embora eu não tivesse admitido isso a ninguém senão a

mim, eles ainda estavam. Não importa. Gostaria de conquistá-los. Eu não

tive escolha.

– Você testemunha para mim? Vai estar disponível a ela, se ela

quiser? – Perguntei-lhe.

– Você tem certeza que ela não vai dizer nada a ninguém?

– Tenho certeza.

– Muito bem. Então sim, eu vou.

– Muito obrigado. E agora devo deixá-lo. Espero colocar esta carta

em sua mão, esta manhã. Ela caminha no parque depois do café da manhã.

Espero encontrá-la lá.

Deixei-o com seu criado e sai para o parque. Eu não tinha tempo para

esperar. Vi Elizabeth e caminhei em sua direção. Ela hesitou, e eu acredito

que ela teria se virado, se pudesse, mas ela sabia que eu a tinha visto.

Caminhei na direção dela propositalmente.

– Eu tenho andado no bosque há algum tempo, na esperança de

encontrá-la. Será que você me faria à honra de ler essa carta?

Eu coloquei na mão dela. E então, antes que ela pudesse entregá-la de

volta para mim, eu fiz uma ligeira curva e me afastei.

Page 146: Amanda Grange

Os meus sentimentos quando voltei a Rosings não disse nada.

É difícil saber o que eram. Imaginei-a ler a carta. Será que ela acreditaria

em mim? Será que ela pensaria melhor de mim? Ou será que ela rejeitaria

como uma invenção?

Eu não tinha como saber.

Minha visita à minha tia está chegando ao fim. Vou embora

amanhã com o meu primo. Eu não podia ir sem despedir-me dos que estão

no presbitério, mas estava apreensivo sobre a visita. Como Elizabeth iria

olhar? O que ela diria? O que eu diria?

Não houve chance, Elizabeth não estava lá. Eu disse tudo o que era

bom para o Mr. e Mrs. Collins e, em seguida, despedi-me.

O coronel Fitzwilliam foi mais tarde, permanecendo uma hora assim

Elizabeth poderia ter uma chance de falar com ele, se ela quisesse isso, mas

não retornou. Só espero que ela tenha aceitado que eu lhe disse a verdade,

e que seus sentimentos em relação a mim fossem menos hostis. Mas

qualquer outro tipo de sentimentos... não tinha mais nenhuma esperança.

Quinta-feira 24 de abril Eu estou em Londres novamente. Depois de todos os eventos

imprevisíveis em Rosings acho que aqui, pelo menos, as coisas ainda são as

mesmas. Georgiana tinha aprendido um soneto novo que rendeu uma

bolsa. Ela também fez um desenho muito bom da Sra. Annesley. Mas,

apesar de tudo Londres não mudou, acho que fui eu. Não sou mais feliz

aqui. Minha casa parece solitária. Eu nunca tinha percebido o quão grande

ele é, ou quão vazia. Se as coisas tivessem corrido de outra forma... mas não

ocorreram.

Eu tenho muito a fazer, e em breve vou estar muito ocupado para

pensar no passado. Durante o dia, tenho negócios que devem ser

atendidos, e à noite eu quero participar de todas as festas e bailes para o

qual fui convidado. Eu não vou permitir que os eventos das últimas

Page 147: Amanda Grange

semanas me descomponham. Eu tenho sido um tolo, mas eu não vou ser

um tolo, não mais. Estou determinado a esquecer Elizabeth.

Sexta-feira 25 de abril – Mr. Darcy! Que bom que você compareceu a nossa pequena

reunião! Disse Lady Susan Wigham quando entrei em sua casa esta noite.

Era confortável estar de volta em um mundo de elegância e bom

gosto, sem uma pessoa vulgar para mortificar-me. O salão estava cheio de

pessoas refinadas, muitos dos quais eu tinha conhecido toda a minha vida.

– Deixe-me apresentar-lhe a minha sobrinha, Cordelia. Ela está

visitando-me no país. Ela é uma menina encantadora, e uma graciosa

bailarina.

Ela apresentou Miss Farnham, uma beleza loira de dezenove ou vinte

anos de idade.

– Gostaria de dançar, Miss Farnham? – Eu perguntei.

Ela corou lindamente e sussurrou:

– Obrigado, sim.

Quando a levei para a pista, encontrei meu pensamento se afastar ao

baile de Netherfield, mas rapidamente controlei-os e me fiz pensar em

Miss Farnham.

– Você esta na cidade há muito tempo? – Perguntei a ela.

– Não, não muito, – ela disse.

Pelo menos, eu acredito que foi o que ela disse. Ela tem o hábito de

sussurrar o que torna difícil ouvi-la.

– Você está gostando de sua estadia?

– Sim, eu te agradeço.

Ela recaiu em silêncio.

– Você tem feito alguma coisa de interesse? – Eu perguntei.

– Não, não realmente, – ela disse.

– Você foi ao teatro, possivelmente?

– Sim.

Ela não disse mais nada.

Page 148: Amanda Grange

– Que peça você viu? – Eu a persuadi.

– Eu não me lembro.

– Você tem ido a um dos museus, possivelmente? – Eu perguntei,

pensando que a mudança de assunto poderia estimulá-la.

– Eu não sei. Museu é um edifício grande com colunas externas? Se

assim for, eu estive lá. Eu não gostei. Estava muito frio e tinha correntes de

ar.

– Talvez você prefira ler livros a visitar museus? – Perguntei a ela.

– Não em especial, – ela sussurrou. – Os livros são muito difíceis, não

são? Eles têm tantas palavras em si.

– É uma das suas falhas inegáveis.

Elizabeth teria sorrido, mas não havia humor na voz de Miss

Farnham quando ela sussurrou:

– Isso é exatamente o que eu penso.

Nós ficamos em silêncio, mas ao perceber que meus pensamentos

estavam começando a virar para Elizabeth, resolvi persistir.

– Talvez, você goste de desenhar? – Perguntei a ela.

– Não muito, – disse ela.

– Há algo que você gosta de fazer? – Eu perguntei, ouvindo a nota de

irritação na minha voz.

Ela olhou para mim com mais animação.

– Oh, sim. Na verdade, existe. Eu gosto de brincar com meus

gatinhos. Eu tenho três deles, Spot, Patch e Stripe7. Spot tem uma mancha

preta, mas caso contrário, ele é totalmente branco. Patch tem um pedaço

branco no pelo preto e Stripe –

– Deixe-me adivinhar. Ele tem uma listra?

– Por que, você já viu? – Ela perguntou com espanto.

– Não.

– Você deve ter visto, ou então como você poderia saber? – Ela disse,

de olhos arregalados. – Eu acho que minha tia deve ter mostrado a você

quando eu estava fora.

Ela continuou a falar de seus filhotes até que a dança acabou.

7 *Tradução Spot: mancha, Patch: pedaço, Stripe: listra

Page 149: Amanda Grange

Eu não deixei a minha falta de sucesso com minha primeira parceira,

sacudir a minha vontade de me divertir, e dançava cada dança. Voltei para

casa satisfeito que não tivesse pensado Elizabeth acima de duas ou três

vezes durante toda a noite.

Será que ela pensa em mim sempre? Será que ela, talvez, pense em

minha carta? Estou convencido de que ela acreditou em mim quando

falava de Wickham, por que não pediu explicação a meu primo sobre isso,

mas ela entende por que falei com ela como fiz quando ofereci-lhe a minha

mão? Ela deve. Ela não pode ser inconsciente de sua baixa posição na vida,

e no conceito que ela tem, sem dúvida, decidiu que não era condizente

com um cavalheiro falar com ela de tal maneira. Ela deve ter percebido que

eu estava certo de fazê-lo.

E o que de seus sentimentos sobre a forma como lidei com afeto da

irmã? Ela vê agora, eu espero, que atuei pelo melhor. Ela não pode deixar

de entender, ou a reconhecer que o que eu fiz foi certo.

Quanto a George Wickham, ela sabe agora o canalha que ele é. Mas

será que ela ainda tem sentimentos por ele? Será que ela ainda prefere a

sua companhia a minha? Ela está rindo com ele neste momento, na casa da

tia? Será que ela pensa que é melhor falar com um homem que tem toda a

aparência de nobreza, do que aquele que tem verdadeiro valor?

Se ela se casar com ele...

Eu não vou pensar nisso. Se eu fizer, eu vou enlouquecer.

Page 150: Amanda Grange

Maio

Page 151: Amanda Grange

Quarta-feira, 7 de Maio Eu encontrei Bingley no baile da Senhorita Jessop esta noite. Ele

estava no norte, visitando sua família, e agora ele retornou à cidade.

– Darcy! Eu não esperava encontrá-lo aqui.

– Eu também não.

– Você aproveitou sua estadia com sua tia?

– Ocorreu tudo bem. – Eu respondi. – Você aproveitou sua estadia

no norte?

– Sim, – ele disse, mas tinha tristeza em sua voz.

Eu fiz mal em separar Bingley da Senhorita Bennet? Eu me pergunto.

Ele não encontrou nenhuma nova pretendente, e embora ele tenha

dançado a noite inteira, ele não convidou nenhuma moça para dançar mais

que duas vezes.

Minha própria noite não foi muito agradável. Eu fui abordado pela

Senhora Pargeter logo quando cheguei.

– Darcy! Onde esteve se escondendo? Você deve ir para o campo nos

visitar. Ver as pretendentes. Margaret mostrará a você. Margaret!– ela

chamou.

Margaret se juntou a nós. Eu me lembro do comentário de Caroline

do ano passado, que a Senhorita Pargeter passara tanto tempo com cavalos

que ela lembrava um.

– Eu deveria ter ter lhe mostrado às pretendentes muito tempo atrás,

Darcy, – Senhora Pargenter disse. – Margaret vêm de uma família nobre.

Excelente pedigree. Um bom negócio.

Margaret me olhou com interesse.

– Algum caso de loucura na família? – ela me perguntou.

– Nenhum que eu tenha conhecimento.

– Alguma doença?

– Minha prima possui problemas com o pulmão. – Eu respondi.

– Certamente possui. Anne de Bourgh. Me esqueci disso. – Disse a

mãe dela. – Melhor continuar procurando, Margaret.

Page 152: Amanda Grange

Seria desnecessário convidar Margaret para dançar depois deste

acontecimento. Eu fiz par com várias outras senhoritas que eram divertidas

o bastante, mas como Bingley, eu não convidei ninguém mais de uma vez.

Quinta-feira, 15 de Maio Bingley jantou comigo e com Georgiana esta noite. Eu desisti de

qualquer pensamento em investir em suas uniões. Ela fica mais adorável

cada dia que passa, mas eu estou certo de que suas personalidades nunca

iam ser compatíveis. Existem também outros impedimentos para a união.

Bingley estava distraído pela maior parte da noite. Poderá ser que ele ainda

não se esqueceu da Senhorita Bennet?

O que eu disse para Elizabeth, referente a irmã dela? Eu não consigo

me lembrar. Eu lutei para tentar lembrar as palavras. Eu fui arrogante? Eu

fui rude? Não fui cavalheiro? Não, com certeza não fui. Mas alegar que sua

irmã não é a perfeita união para Bingley... Estou começando a pensar que

estava errado. Ela tem uma boa personalidade, e um adorável

temperamento que combina com o dele. Mas a família dela... não, não

daria certo. Eu estava pronto para vigiá-los pessoalmente. Eu me permiti o

mesmo com Elizabeth. Sim, e ela me tratou rudemente por isso.

Eu me despertei de meus pensamentos.

– Eu e Georgiana estamos preparando um piquenique para o mês

que vem, Bingley, — Eu disse.

– Isso parece-me muito agradável.

– Você ainda estará na cidade?

– Sim.

– Então você deverá vir.

– Sim, Senhor Bingley, seria muito agradável. — Disse minha irmã

timidamente.

Page 153: Amanda Grange

– Eu fico encantado. Caroline e Louisa estarão na cidade, e o Senhor

Hurst também.

Eu tentei esconder minha falta de entusiasmo e disse: – Você deve

trazê-los com você.

Page 154: Amanda Grange

Junho

Page 155: Amanda Grange

Sábado 07 de junho Tivemos tempo bom para o nosso piquenique. Fomos para o campo

e comemos debaixo dos galhos de um velho carvalho.

Georgiana estava muito tímida em primeiro lugar, mas recebeu com

prazer seus convidados, civilidade e facilidade crescente. Depois do

almoço, tive o prazer de ver Caroline ir lá e conversar com Georgiana,

minha irmã estava naquele momento sozinha. Fui até elas e parabénizei

Georgiana por seu sucesso.

– Estou feliz por ter agradado você – ela disse.

– Eu estava dizendo a Georgiana como ela esta com boa aparência –

disse Caroline. – Você, também, esta com boa aparência, Mr. Darcy. O

clima mais quente combina com você.

Por alguma razão, seu cumprimento me irritou. Eu disse apenas:

– Combina com todos nós.

– Georgiana estava me dizendo que você visitou Rosings na Páscoa.

Miss Elizabeth Bennet participou da comemoração, eu ouvi.

– Sim, participou.

– E como estavam os seus belos olhos? – Perguntou Caroline.

– Eles estavam tão brilhantes como sempre.

Ela sorriu, mas a resposta não pareceu agradá-la.

– Eu entendi que havia algo desagradável pouco para o fim de sua

estadia.

Ela poderia ter ouvido nada de Georgiana, mas eu queria saber se o

coronel Fitzwilliam tinha dito algo de indiscreto. Eu não iria satisfazer sua

curiosidade.

– Não. Nada em geral.

Depois de um momento, ela começou novamente.

– Passei por Longbourn recentemente.

Eu não disse nada, mas meu interesse foi capturado.

Page 156: Amanda Grange

– É por isso que pensei que tinha havido algum pequeno desagrado –

ela disse.

Ah. Então não foi o meu primo. Eu pensei que não houvesse sido.

– Participou de almoço na pousada e os servos foram fofocar com

vontade. O Mr. Collins tinha escrito para Mr. e Mrs. Bennet. Disse-lhes de

sua surpresa ao vê-lo em Rosings, e sua carta disse algo sobre Miss

Elizabeth Bennet ter ficado doente.

– Ele não pode ter sido surpreendido com a minha visita, costumo

visitar Rosings. Quanto à doença Miss Elizabeth Bennet, me lembro nada

mais do que uma dor de cabeça. – Eu disse. – O médico foi chamado?

Seu sorriso caiu um pouco.

– Não, eu acho que não.

– Não pode ter sido de grande assunto então – eu observei.

Ela tentou de novo.

– Ouvi dizer que George Wickham está noivo...

Senti-me empalidecer ao som do nome e mais pálido ainda no

conhecimento de que ele esta noivo. Ele não poderia estar noivo de

Elizabeth. Certamente, depois de tudo que eu tinha dito, ela não aceitaria a

sua mão em casamento? Não depois que ela se recusou a minha. A não ser

que ela não tenha acreditado em mim.

– ...por uma herdeira, continuou Caroline.

Senti minha cor começar a retornar. Se ele estava noivo de uma

herdeira, o meu medo de que ele estivesse noivo de Elizabeth era

infundado. Senti alívio correr através de mim. Mas o meu alívio foi de curta

duração.

– Mas a família dela a retirou de sua vizinhança, – disse Caroline. –

Eu me pergunto por quê?

Ela esperou que eu dissesse. Ela sabia apenas que Wickham se

comportava mal em relação a mim e estava esperando por mim para lhe

dizer mais, mas eu não fiz assim. Fiquei triste por minha irmã, que estava se

mexendo desconfortavelmente ao meu lado. Para ser lembrado de

Wickham era infeliz.

Page 157: Amanda Grange

– Miss Howard não tem ninguém para conversar, – eu disse para

Georgiana. – Eu acredito que você deveria ir e perguntar como ela esta.

Georgiana recuou, gratidão.

– Uma menina tão bonita, – disse Caroline ao vê-la ir. – E tão

elegante. Ela tem a mesma idade de Miss Lydia Bennet e ainda o quão

diferente as duas meninas são. Lydia foi para Brighton, eu ouvi, – Caroline

adicionou de maneira engraçada. – Ela está determinada a perseguir os

oficiais e se eles forem enviados para a França, ela provavelmente vai pegar

o primeiro navio.

Eu queria que ela não falasse dos Bennets, mas eu não podia impedi-

la sem uma razão particular. Eu não gostei de ouvi-la insultando Miss

Lydia Bennet, não importa o quanto justificada é a censura. Para alguém

insultado nunca soa bem.

Como eu pensei, senti-me inquietar. Eu tinha insultado Lydia, de tal

maneira e sua irmã. Foi um pequeno assombro que Elizabeth não tinha

gostado de ouvir. Eu tinha me cumprimentado, no momento de minha

honestidade, mas comecei a concordar com meu primo, que algumas

coisas, não importa quão sincero, é melhor não dizer.

– Seu pai sem dúvida sente que o ar do mar vai fazer bem a família, –

eu comentei.

Mas Caroline não estava se reprimindo.

– Seu pai não vai levá-la. Ele gosta de ter qualquer problema onde sua

família esta preocupada.

– Ele deixou-a ir para Brighton no cuidado de sua mãe? – Perguntei,

antes que eu pudesse me parar.

– Lydia não foi com a mãe. Ela foi sozinha, na companhia do coronel

e Mrs. Forster.

Eu não podia acreditar que, mesmo o Mr. Bennet seria tão negligente

a ponto de deixar uma menina do temperamento de Lídia ir a um

balneário sem sua família. Ela certamente é a desgraça deles e assim a

desgraça de Elizabeth. Minha pobre Elizabeth! Como eu sentia por ela, e

como eu protestava contra a injustiça da situação. O nome dela seria

manchado por uma irmã sobre a qual ela não tinha controle.

Page 158: Amanda Grange

E ainda assim, pensei que era injusto, eu tinha manchado-a com as

falhas de sua família e eu não lhe disse que ela estava abaixo de meu

conhecimento, pois suas irmãs se comportaram mal?

Acho difícil acreditar que eu era tão mesquinho, mas sei que esse era

o caso. O que ela me disse? Que eu estava não condizente com um

cavalheiro? Como bem o comentário foi merecido. Se eu tivesse ido para

lhe dizer que nunca queria vê-la novamente, pois isso poderia ter sido uma

desculpa para ela ver que mantive ela em baixa estima, mas para dizer que

ela não era igual a mim, para dizer que eu me rabaixaria para ligar-me a ela,

e depois tive a audácia de pedir sua mão! E perguntar de tal forma, quando

pensei que tinha qualquer expectativa de ser aceito! Eu não posso acreditar

que eu, que sempre me orgulhei de minha justiça e bom senso, poderia ter

me comportado tão mal.

Para desviar Caroline de qualquer discussão mais aprofundada dos

Bennet, perguntei-lhe sobre seu irmão. Ela me contou sobre seus negócios

no norte do país e disse com prazer que eles iam ser convidado a

Pemberley novamente para o verão.

Eu assisti Bingley enquanto falávamos de assuntos gerais, interessado

em saber se ele apontaria qualquer jovem de suas atenções. Novamente,

ele não fez. Ele falou com todas as mocinha de lá, riu, era alegre e ainda

havia algo em sua maneira que era reservada, como se contesse uma

pequena parte de si mesmo para trás.

– Será que o seu irmão tem um flerte no norte? – Perguntei a

Caroline.

– Não. Ninguém em especial.

– Você não acha que ele ainda tem sentimentos por Miss Bennet?

– Nada no mundo, ela respondeu decididamente.

Mas acho que ela está errada. Eu queria vê-lo para ter certeza, mas

uma vez estou convencido, eu quero falar com ele e dizer-lhe que eu estava

errado sobre Jane sendo indiferente a ele. Preciso consertar o dano que

tenho feito.

Page 159: Amanda Grange

Segunda - feira, 23 de Junho Eu presenteei Georgina com um novo guarda-sol esta manhã, e eu

fiquei satisfeito em ver quanto prazer isso a proporcionou.

A cor estava particularmente voltando para seu semblante.

Enquanto eu pensava nisso, eu não podia ajudar meus pensamentos

indo para Elizabeth. Sua tez estava sempre saudável. Ela gostava do ar livre,

e estava sempre caminhando, o que iluminava seus olhos e fazia o rosto

dela brilhar.

Onde ela está agora? Ela está em Longbourn? Será que ela pensa em

mim? Ela me despreza, ou terá ela me perdoado?

Quarta – feira, 25 de Junho Eu estou agora convencido que Bingley ainda está apaixonado por

Jane. Eu o tenho observado por mais de seis semanas, e eu sei que a hora se

aproxima rápido quando eu devo contá-lo o que eu tenho feito. Ocupar-

me de dizê-lo quem ele deve ou não deve casar-se foi um ato de arrogância,

e empregar a arte do engano para conduzir do meu jeito foi impertinência

do pior tipo.

– Você parece pensativo, Darcy, – disse Coronel Friztwilliam vindo

para o meu lado. – Tem Bingley feito alguma coisa para preocupá-lo?

– Não. Sou eu que tenho feito alguma coisa para preocupá-lo.

– Oh?

– Eu acho que eu falei a você uma vez de um amigo que eu tinha

salvado de um casamento desastroso. Eu estou começando a pensar que eu

estava errado em interferir.

– Pareceu para mim, entretanto que você estivesse feito a ele um

serviço.

Page 160: Amanda Grange

– E eu pensei, no momento, mas ele tem perdido o interesse em

jovens damas desde então.

– O jovem homem era Bingley, não era ele?

Eu admiti isso.

– Ele é jovem. Ele ira encontrar mais alguém.

– Eu não estou tão certo. No momento eu pensei que eu estivesse

agindo por gentileza, mas eu vejo isso diferente agora. Isso foi intromissão.

– Então você está em harmonia com a Srta. Bennet.

– Srta. Bennet? – eu perguntei.

– Sim, Srta. Elizabeth Bennet. Ela era da opinião que isso fosse

intromissão também. Oh, nada a temer. – Ele disse enquanto via a minha

expressão. – Eu não dei a ela indicações, apenas que você tinha salvado

Bingley de um desastroso compromisso. Eu não mencionei o nome da

dama, alias eu não o conheço. Você não precisa temer que ela possa ter

conhecido a família.

Eu não disse nada. De fato, eu estava muito horrorizado para falar.

Então Elizabeth tinha ouvido de minha interferência, e ela tinha ouvido

isso de forma parabenizada, com meu primo, em toda inocência, contando

a ela como eu tinha sido útil.

É uma pequena surpresa ela ter sido tão zangada comigo no

presbitério. Eu só me pergunto agora que ela não esteja ainda mais furiosa.

Eu começo a ver claramente por que ela me recusou. E ver que, através do

meu próprio orgulho, arrogância e estupidez, eu tinha perdido a mulher

que eu amo.

Sexta-feira 4 de julho Eu estou incerto sobre o ato. Se eu disser para Bingley que a

senhorita Bennet é parcial a ele, posso fazer mais mal que bem. Já faz dois

meses que falei com Elizabeth sobre o assunto, e é possível que nesse

tempo, Jane tenha encontrado outro jovem para o amor.

Page 161: Amanda Grange

Decidi que não lhe contarei sobre os afetos da senhorita Bennet, mas

incentivarei a voltar a Netherfield após sua visita a Pemberley. Se ela tem

algum sentimento por ele, irá logo descobrir isso.

Quando Elizabeth me repreendeu pela infelicidade de sua irmã, eu

pensei que era melhor do que ela me repreendendo pelo infortúnio de

Wickham, mas começo a achar que não é assim. Agora sei um pouco sobre

o que Jane sofreu, sentindo o vazio que senti nos últimos dois meses, então

estou realmente arrependido.

Segunda-feira 7 de julho – Como está silencioso agora que o Sr. Bingley e suas irmãs foram

fazer uma visita a seu primo. – disse a senhora Annesley quando nos

sentamos juntos após o jantar.

– Iremos vê-los novamente antes do tempo. – Disse Georgiana,

enquanto se sentava perto da janela com seu bordado. – Eles virão para

Pemberley conosco.

– Eu entendo que é uma local muito bom. Estou olhando a frente

para ver Pemberley. – disse Sra Annesley.

Com essa gentil sentença ela convenceu minha irmã a contar-lhe

sobre isso, e eu pensei como tinha sorte em encontrá-la. Ela ajudou

Georgiana a crescer na confiança e, entre nós, orientará minha irmã a ser

uma mulher segura e feliz.

Terça-feira 8 de julho Voltei para Pemberley hoje, pois queria dar a senhora Reynolds a

noticia da minha iminente visita e informá-la de quantas pessoas trarei. Eu

poderia ter escrito, mas a nossa conversa na noite passada enche-me de um

desejo de vê-la novamente.

Page 162: Amanda Grange

Como eu ia no lodge e andava pelo parque, não poderia deixar de

pensar: aqui eu poderia ter trazido Elizabeth. Eu montei através da

madeira, seguindo a trilha acima até chegar ao topo. Parei meu cavalo e

pousei meus olhos na minha casa em Pemberley, ao longo do vale.

Meu olhar correu por cima da casa, suas pedras brilhando no sol,

sobre o córrego em frente a ele e o cume arborizado atrás.

Elizabeth poderia ter sido amante disso tudo. Mas ela recusou minha

mão. Ela não havia permitido quaisquer considerações de riqueza a atingi-

la, e eu, honrá-la. Eu não sabia se alguma mulher já agira assim antes.

Eu senti novamente toda a miséria e a dor de tê-la perdido.

Eu montei, diminuindo a vontade e atravessei a ponte até a porta.

Depois que desmontei e parei em frente a casa, percebi o quanto eu a

valorizaria como minha esposa, quanto teria valorizado como minha

mulher, como a vivacidade de seu espírito teria amolecido o meu próprio e

sua falta de meu orgulho impróprio temperado.

Dentro, encontrei uma casa bem cuidada e a Sra Reynolds ficou

satisfeita em saber que eu a visitaria com um grupo de amigos em agosto.

– Vai ser bom ver a senhorita Georgiana de novo, senhor.

Ela olhava para frente e aceitou minha mão, Georgiana poderia viver

aqui novamente, não por conta própria, mas com sua família. Ela e

Elizabeth teriam sido irmãs... Mas não devo me torturar.

Fui à fazenda com Johnson e vi que ele tinha providenciado a

reparação. Ele é um grande trunfo para a fazenda e estou feliz de tê-lo.

Quando voltei para casa, a Sra. Reynolds tinha elaborado um plano

de quartos, alojando Bingley e as irmãs nas câmaras de costume. Eles

voltarão comigo na volta.

Ela também elaborou uma seleção de pratos e menus. Eu lhe dei a

minha aprovação e passei a noite a discutir com ela algumas mudanças que

gostaria de fazer na ala leste, antes de ir para cama.

Page 163: Amanda Grange

Sexta-feira 18 de julho Voltei para a cidade e, pretendo terminar meus negócios antes de

passar o verão em Pemberley.

Sábado 19 de julho Fiquei surpreso de ver hoje Bingley quando eu estava andando no

parque.

– Eu pensei que você estava visitando seu primo. – disse a ele.

– Eu estava, mas voltei uma semana mais cedo. Você está certo sobre

mim, perceba, sou inconstante.

Fiquei feliz com a abertura que ele me ofereceu.

– Eu pensei, no assunto, talvez você tivesse. – Eu arrisquei.

– Oh?

Ele não disse mais nada, mas eu podia ver aonde seus pensamentos

iam.

– Eu te disse que eu visitei Rosings na Páscoa? – perguntei. – Fui para

ficar com minha tia, Lady Catherine de Bourgh.

– Sim, creio que ouvi algo. – disse Bingley sem interesse. – A senhora

Catherine está bem?

– Sim, obrigado. Ela estava com boa saúde e espírito. Ela está com

visitantes, uma parte de Longbourn.

Ele mudou de cor neste momento.

– Longbourn? Eu não sabia disso. O que eles estavam fazendo em

Kent? – Ele perguntou, enquanto entrávamos no parque.

– Estavam visitando a reitoria. Talvez você se lembre do Sr. Collins,

um homem pesado e jovem que foi reitor da paróquia da minha tia?

– Não, eu não lembro.

– Ele estava hospedado no Longbourn antes do Natal. Frequentou a

Netherfield, com o Bennet.

Page 164: Amanda Grange

– Ah, agora eu me lembro. Houve um boato que ele foi se casar com

Elizabeth Bennet.

– Não era nada além de um rumor. – Graças a Deus, eu pensei. – Ele

encontrou uma mulher, de qualquer forma, e se casou com Charlotte

Lucas.

– A encantadora filha de Sir William? – perguntou Bingley, virando-

se para mim.

– Sim.

– Uma boa jogada. – disse ele, satisfeito. – Eu sei que ela queria seu

próprio estabelecimento. Estou feliz por ela. Ela estava de bom humor

quando você a viu?

– Sim. Ela tinha razão para estar. Sua família ia fazer-lhe uma visita. O

pai e a irmã estavam com ela. Sir William ficou apenas uma semana, mas

sua irmã Maria permaneceu com ela por mais tempo. – Fiz uma pausa. –

Ela tinha outra visitante, a senhorita Elizabeth Bennet.

Começou, mas disse somente: – Sim, eu acredito que eles eram

amigos. – após o momento em que ele disse. – Ela estava bem?

– Ela estava.

– Eu gostei de muito da senhorita Elizabeth Bennet. Ela é uma garota

tão quanto eu poderia desejar encontrar. E seus pais, eles estão bem?

– Sim, eu acredito que sim

– E suas... irmãs? – ele perguntou, ignorando o meu olhar

cuidadosamente.

– Elas estão bem, apesar de faltar a senhorita Bennet, que eu acredito

que não estava em espíritos.

– Não? – ele perguntou entre a esperança e a preocupação.

– Não – eu disse com firmeza.

– Ela perdeu sua irmã, talvez. Ela gostava muito dela, e que não

queria se separar.

– Ela esteve em baixo astral antes de sua irmã a deixar.

– Ela perdeu Caroline, então. Elas foram muito vistas, quando

estávamos todos em Netherfield, e eram amigas.

Page 165: Amanda Grange

– Talvez. Mas não é comum uma moça a cair em desânimo, porque

sua amiga já casou.

– Não.

Ele hesitou, depois disse: – O que você acha, Darcy? Devo desistir de

Netherfield?

– É isso o que você deseja fazer?

– Estou indeciso. É uma bela casa e um belo país, e a vida social era

boa, embora, talvez, não o que você está acostumado. – ele disse com um

traço de ansiedade.

– Talvez não, mas havia várias pessoas que deixaram o bairro muito

agradável.

– De fato. Sir William apresentou St James’s.

– Eu não estava pensando em Sir William.

Embora eu devesse estar ajudando meu amigo, eu não poderia evitar

uma imagem crescente de Elizabeth diante dos meus olhos.

– Eu talvez vá lá por algumas semanas para o fim do verão. O que

você acha dessa idéia? – ele perguntou.

– Eu acho que é uma idéia excelente.

– Então acho que vou depois da minha visita a Pemberley.

Eu não disse mais nada. Eu não queria dar-lhe muita esperança, Jane

deveria ter colocado sua mágoa de lado e se apegado aos jovens vizinhos.

Mas se ele retorna ao bairro, em seguida, em muito pouco tempo irá

mostrar-lhes se estão destinados a ficar juntos, e desta vez, não vou ser tão

impertinente para interferir.

Page 166: Amanda Grange

Agosto

Page 167: Amanda Grange

Domingo 03 de agosto Bingley e suas irmãs se juntaram a mim e Georgiana logo após o café

da manha e partimos para Pemberley. Para começar, Caroline falou de sua

visita à sua prima, mas depois a conversa virou-se para os elogios.

– Que bela carruagem você tem, Mr. Darcy. – Disse ela, enquanto

estava tagarelando pelas ruas. – Charles não tem nada parecido. Eu

continuo dizendo que ele deveria comprar algo neste estilo.

– Minha querida Caroline, se eu comprasse tudo o que você quisesse

que eu comprasse, eu estaria falido até o final do ano! – Disse Bingley.

– Bobagem. Cada cavalheiro deve ter a sua carruagem, ele não deve,

Mr. Darcy? – Ela perguntou.

– É certamente útil. – Admiti.

– Darcy, eu confiei em você para tomar minha parte! Eu tinha certeza

que você pensaria ser uma extravagância.

– Se você pensa em viajar muito, então é mais barato do que

contratar uma carruagem.

– Aí está você. – Disse Caroline, dirigindo um sorriso para mim. –

Mr. Darcy concorda comigo. O quão amigável é quando duas pessoas têm

apenas um pensamento. Você deve ter assentos revestidos nesta cor,

Charles. – Ela disse, olhando os assentos.

– Vou ter certeza que estarão em uma cor totalmente diferente. – Ele

respondeu. – Caso contrário, eu não saberei qual é a minha carruagem e

qual é de Darcy.

– Como é confortável. – Disse Caroline. – Não é, Georgiana? – Ela

perguntou, apelando para a minha irmã.

– Sim, é. – Disse Georgiana.

– E como bem arqueada é. Charles, você deve se certificar que sua

carruagem utilize apenas estas molas.

Page 168: Amanda Grange

– Se eu fizer isso, a carruagem de Darcy ficará desconfortável sem

elas.

– E você deve ter uma escrivaninha incorporada à carruagem.

– Eu não gosto de escrever cartas quando estou parado, e não tenho

intenção de fazê-lo enquanto sou sacudido por todos os caminhos

estreitos e buracos.

– Mas seus companheiros de viagem podem gostar de escrever. O

que você diz, Georgiana? Não seria útil?

– Sim. – Minha irmã se aventurou.

– Aí está você, Charles. Georgiana acha que seria útil, e não apenas

para escrever, tenho certeza. Também seria útil para desenhar. Como é

que o seu desenho esta progredindo? – Ela perguntou a Georgiana.

– Bem, obrigado.

– Minha irmã me deu um esboço do Hyde Park na semana passada. –

Eu disse.

– E era agradavelmente bonito? – Caroline perguntou.

– Foi muito bem feito, de fato. – Eu disse com um sorriso caloroso.

– Lembro-me de meus tempos de escola. Como eu gostava de

desenho! Você deve me deixar ver o desenho, Georgiana.

– Eu o deixei em Londres. – Minha irmã disse.

– Não importa. Vou vê-lo na próxima vez que nos encontrarmos.

Viajamos em etapas fáceis e paramos para passar a noite no touro

negro. É uma pousada respeitável. A comida é boa e os quartos

confortáveis. Eu disse ao meu cocheiro para me acordar cedo. Tenho

algumas cartas para escrever, antes de viajar.

Terça-feira 05 de agosto Eu não posso acreditar. Eu vi Elizabeth. Eu dificilmente sei o que

estou escrevendo. Era tão estranho.

Estávamos voltando para Pemberley, Bingley, suas irmãs, Mr. Hurst,

Georgiana e eu, quando paramos para almoçar em uma pousada. O dia

estava quente e as senhoras estavam cansadas. Eles não queriam prosseguir

Page 169: Amanda Grange

viagem e, na verdade eu tinha dito a minha empregada que não

chegaríamos até amanhã. Mas eu estava inquieto. E decidi ir em frente, ou

seja, ver Johnson e colocar alguns dos negócios imobiliários fora do

caminho antes de meus convidados chegarem.

Eu andava para Pemberley. Era uma bela tarde e eu gostei do passeio.

Eu estava saindo dos estábulos e andando na volta para frente da casa

quando parei antes de chegar. Perguntava-me se estava tendo alucinações.

O dia estava quente e me perguntava se tinha pegado muito sol.

Lá na minha frente estava uma figura que eu conhecia bem. Era

Elizabeth.

Ela estava caminhando pelo gramado até o rio, na companhia de duas

pessoas que não conhecia. Naquele momento ela se virou para olhar para

trás. Ela me viu. Eu fiquei preso ao chão. Estávamos dentro de vinte metros

um do outro. Não havia dúvida de escapar, mesmo se eu quisesse. Nossos

olhos se encontraram e a vi corar. Senti meu próprio semblante esquentar.

Finalmente me recuperei. Avancei em direção a ela. Ela virou-se

instintivamente, mas parando na minha abordagem, ela recebeu os meus

cumprimentos com grande embaraço. Eu sentia por ela, e teria sido mais

fácil para ela se eu pudesse.

Quando falei com ela, eu não podia deixar de pensar o que ela estava

fazendo lá. Estar em Pemberley! Parecia tão estranho, mas ao mesmo

tempo tão certo.

– Espero que você esteja bem? – Eu perguntei.

– Sim, obrigado. – Ela disse, ruborizada, e incapaz de encontrar meu

olhar.

– E sua família?

Assim que eu disse a vi corar mais profundamente e senti um rubor

comparecendo em minha face. Eu não tinha o direito de perguntar de sua

família, depois de ter abusado deles tão violentamente a sua cara, mas ela

me respondeu suficientemente educada.

– Eles estão bem, obrigado.

– Há quanto tempo você saiu de Longbourn?

– Quase um mês.

Page 170: Amanda Grange

– Você tem viajado?

– Sim.

– Você está gostando, eu espero?

– Sim.

Repeti-me três vezes mais, perguntando-lhe se ela estava gostando,

até que senti que era melhor eu ficar calado, pois não conseguia pensar em

nada sensato a dizer. Depois de alguns momentos recordei-me e despedi-

me. Encontrar Elizabeth, aqui, em Pemberley! E encontrá-la querendo

falar comigo. Ela tinha estado constrangida, mas não tinha se afastado. Ela

respondia a tudo com mais civilidade do que eu merecia.

O que ela estava pensando? Eu me perguntava. Será que ela estava

contente por ter me encontrado? Mortificada? Indiferente? Não, não o

último. Ela corou quando me aproximei. Ela estava com raiva, talvez, mas

não indiferente.

O pensamento me deu esperança. Entrei na casa, mas em vez de fazer

o caminho do quarto do mordomo me encontrei indo para a sala de

desenho. Ela não tinha estado à vontade, isso era claro, e eu não tinha feito

nada para ajudá-la. Estava tão tomado de surpresa e a variedade de outras

emoções que não me atrevo a colocar um nome, que eu tinha estado

incoerente.

Um cavalheiro teria a deixado à vontade. Um cavalheiro teria feito

ela se sentir em casa. Um cavalheiro teria pedido para ser apresentado a

seus companheiros. Como muito abaixo dessa marca eu tinha caído!

Resolvi emendar as questões de uma vez. Sai para o jardim e indaguei de

um dos jardineiros por qual caminho os visitantes tinham ido, e fui atrás

deles.

Eu os vi na beira do rio. Aproximei-me. Nunca tive uma caminhada

que pareceu tão longa. Ela estaria feliz em me ver? Eu esperava, pelo

menos que ela não estivesse ofendida. Deparei-me com ela. Ela começou a

falar de uma só vez, com mais facilidade do que anteriormente.

– Mr. Darcy. Você tem uma propriedade deleitável aqui. A casa é um

charme, e a região e muito agradável.

Page 171: Amanda Grange

Ela parecia a ponto de ir, de tão vermelha. Eu acredito que nós dois

pensamos o mesmo: a casa agora podia ser dela, se ela tivesse aceitado a

minha mão.

Para ajudá-la com seu sofrimento, eu disse:

– Você pode me dar à honra de me apresentar aos seus amigos?

Ela olhou surpresa e sorriu. Havia um traço de malicia nele, e logo

que eu vi, eu percebi o quanto eu tinha perdido dela.

– Mr. Darcy, permita-me apresentar a minha tia e meu tio, Mr. e Mrs.

Gardiner, – Disse ela.

Entendi a causa de seu sorriso maroto imediatamente. Estes eram os

parentes que eu tinha criticado muito, no entanto eu tinha errado a

desprezá-los. Eles não eram de baixas conexões como eu tinha estado

temendo. Na verdade, antes dela me apresentar entendi que eram pessoas

de costumes.

– Nós estávamos voltando para casa. – Disse o Mr. Gardiner. – O

passeio tem cansado minha esposa.

– Permita-me caminhar de volta com você.

Nós caímos no passo.

– Você tem uma boa propriedade aqui, Mr. Darcy.

– Muito obrigado. Eu acredito em ser um dos melhores da Inglaterra,

mas então eu sou parcial!

Mr. e Mrs. Gardiner riram.

– Seu empregado tem me mostrado a truta do rio. – Disse Mr.

Gardiner.

– Você gosta de pescar?

– Sim, quando tenho oportunidade.

– Então você tem que pescar aqui tão frequentemente quanto

você escolher.

– Isso é muito gentil da sua parte, mas eu não trouxe meus

instrumentos.

– Há muita coisa aqui. Você deve usá-lo quando você vier. – Eu parei.

– Esse é um bom trecho do rio. – Eu disse, apontando para um dos

melhores trechos para a truta.

Page 172: Amanda Grange

Eu vi Elizabeth e sua tia trocarem olhares, e não pude deixar de notar

o olhar de espanto de Elizabeth. Ela me acha incapaz de ser educado?

Talvez. Eu tinha dado pouca evidência disso, em Hertfordshire. Não pude

deixar de olhar para ela, pensava enquanto falava com seu tio. Seu rosto,

seus olhos, sua boca, todos me seguraram. Eu pensei que ela parecia bem,

embora ela parecesse envergonhada, não vi nenhuma hostilidade em sua

expressão.

Depois de pouco tempo, Mrs. Gardiner pegou o braço do marido, e

eu fui deixado para andar com Elizabeth.

– Eu não sabia que você estaria aqui. – Ela começou de uma vez. –

Minha tia tinha uma fantasia de ver Pemberley. Ela morava no bairro,

quando ela era uma menina. Mas foi-nos dito que não voltaria até amanhã.

Então, ela descobriu isso, e tinha vindo apenas no entendimento de

que não iria me ver. Meu espírito se afundou, mas ressuscitou quando eu

percebi que o destino a tinha jogado em minhas mãos. Estaria com

Georgiana na pousada, em vez de estar aqui com Elizabeth.

– Essa era a minha intenção, mas uma questão a ser resolvida com o

meu mordomo me trouxe aqui algumas horas antes de meus

companheiros. Eles vão se juntar a mim amanhã cedo, e entre eles virão

algumas pessoas que a conhecem, Mr. Bingley e sua irmã.

Eu não conseguia parar de pensar em tudo o que se passara entre nós

sobre o assunto de Bingley, e adivinhei seus pensamentos tendiam na

mesma direção. Eu me perguntei se eu deveria dizer alguma coisa, dar-lhe

algumas indicações sobre a minha oportunidade de sentimento, mas eu

não sabia como começar.

Em vez disso, eu disse: – Você vai me permitir, ou eu peço

demasiado, em apresentar a minha irmã ao seu conhecimento durante a

sua estadia em Lambton?

– Eu gostaria muito disso.

Havia um calor em sua voz, e no sorriso que o acompanhou, que

muito aliviou meus medos.

Page 173: Amanda Grange

Caminhamos em silêncio, com mais facilidade do que antes. O ar não

era tão tenso, e era tranqüilo entre nós, pelo menos sem mais

constrangimento.

Chegamos à carruagem. Sua tia e tio ficaram de alguma forma para

trás.

– Você vai entrar na casa? Gostaria de um refresco?

– Não, obrigado. – Ela disse. – Eu devo esperar minha tia e meu tio.

Fiquei desapontado, mas eu não iria pressioná-la.

Eu tentei pensar em algo para dizer. Eu queria dizer a ela o quão

errado eu estava. Ela, também, parecia que queria falar, mas o que ela

queria dizer eu não sabia.

Enfim, ela começou, mas foi só para dizer: – Derbyshire é um lindo

condado.

– Já viu muito disso?

– Sim. Estamos vindo de Matlock e Dove Dale.

– Eles também valem a pena ver.

Minha conversa era fútil. A dela era um pouco melhor. Havia tanta

coisa que estava tácito entre nós, mas agora não era o momento. Talvez,

em poucos dias, quando vier a conhecer melhor uns aos outros

novamente...

Sua tia e tio se aproximaram. Convidei-os para um refresco, mas eles

recusaram. Entreguei as senhoras na carruagem e foram embora. Eu assisti

durante um tempo que poderia sem a minha particular relação aparente, e

depois caminhei lentamente para a casa.

Eu não tinha dito nada do que eu queria dizer, mas o conhecimento

que eu estaria vendo Elizabeth novamente me sustentou.

Meu espírito estava mais leve do que tinha estado em um tempo

muito longo.

Quinta-feira, 7 de Agosto Sr Gardiner chegou esta manhã e levei-o até o rio, juntamente com

alguns outros convidados de minha casa. Ele tem conhecimento sobre

Page 174: Amanda Grange

pesca, e eu forneci a ele aparelhos de modo que possa tentar sua sorte em

capturar alguma coisa. Meus outros convidados tinham trazido os seus

próprios. Eu estava prestes a me juntar a eles quando uma observação

casual do Sr Gardiner me fez mudar de idéia.

– Foi muito educado de sua irmã satisfazer-nos com uma visita

ontem, Sr Darcy. Minha esposa e sobrinha ficaram muito impressionadas

pela atenção – ele disse. – Elas resolveram retornar a ligação esta manhã.

– Isto é muito gentil da parte delas – eu disse, quando pude dominar

minha surpresa.

– Elas não queriam ser opostas em qualquer atenção.

– Eu espero que aproveitem sua pesca – eu disse para os cavalheiros.

– Se você me dá licença, tenho que retornar para a casa.

Meus convidados murmuraram cortesias, supondo que eu tinha

negócios para tratar, mas eu vi o olhar de compreensão no rosto do Sr

Gardiner. Então ele sabia. Eu não estava surpreso. Não tomei o cuidado de

guardar meus sentimentos quando visitei sua sobrinha. Eu estou além

fingindo uma falta de interesse.

Voltei para casa e entrei no salão. Meus olhos foram imediatamente

para Elizabeth. Eu soube imediatamente que ela pertencia ali. Enquanto eu

a observava, vi um futuro estendido à minha frente, um futuro em que eu

via Elizabeth e eu morando em Pemberley. Eu queria isso mais do que eu

sempre quis alguma coisa, e eu só esperava que ela quisesse o mesmo.

– Senhorita Bennet, Sra Gardiner, é muito gentil da parte de vocês

chamarem minha irmã tão logo – eu disse.

– Oh sim, muito gentil – disse Georgiana, ruborizando. – Eu não

esperava.

– Nós não poderíamos agir de outro modo, após a sua gentileza em

nos receber – disse Sra Gardiner para Georgiana.

Georgiana ruborizou novamente, mas eu tinha olhos apenas para

Elizabeth. Seu olhar encontrou o meu. Ela desviou o olhar, embaraçada, e

eu ainda pensei em ter visto uma recepção em seus olhos antes de ela se

afastar.

Page 175: Amanda Grange

Carolina e Louisa estavam sentadas em silêncio, sem fazer qualquer

contribuição para a conversa e deixando Georgiana realizar suas funções

como anfitriã sozinha.

Sra Annesley a ajudou, dizendo para Elizabeth:

– As áreas em Pemberley são muito finas. Acredito que você as viu há

poucos dias?

– Sim, nós desfrutamos muitíssimo andando em volta delas. – Disse

Elizabeth. – As árvores são muito belas – Ela olhou para fora da janela para

algumas espécies.

– Elas são castanheiras espanholas – Georgiana disse suavemente,

satisfeita de ser capaz de acrescentar algo na conversa.

– Elas têm estado aqui muito tempo? – perguntou Elizabeth virando-

se em direção a ela corajosamente.

– Oh sim, elas são muito antigas.

Georgiana olhou para mim por aprovação e eu sorri a ela. Ela não

tinha muita experiência em receber convidados, e ninguém em todas as

recepções a quem ela não conhece, mas ela absolveu-se muito bem.

Caroline evidentemente sentiu que tinha estado em silêncio tempo

suficiente.

– Ora, Senhorita Eliza, as milícias não foram removidas de Meryton?

Elas devem ser uma grande perda para sua família.

Eu nunca a tinha ouvido falar com esse veneno. Seus comentários

irônicos eram geralmente pronunciados com alguma aparência de um

sorriso, e não havia nenhum humor sobre eles hoje, e eu percebi pela

primeira vez como verdadeiramente venenosa Caroline pode ser.

Eu vi a angústia de Elizabeth. Mil lembranças inundaram minha

mente. Meus próprios comentários mesquinhos sobre suas irmãs mais

novas; seu rosto enquanto ela jogava uma acusação arruinando Wickham

para mim; minha retaliação furiosa; e então minha carta.

Eu sentia por ela, mas ela não tinha necessidade da minha ajuda para

repelir o ataque. Após um momento de angústia ela respondeu: – É

sempre triste perder a companhia de pessoas inteligentes e bem-

humoradas. Há aqueles que entram em uma vizinhança com uma visão de

Page 176: Amanda Grange

ridículo em tudo que vêem, ou com intenção de formar falsas amizades

com o que ocupar seu tempo mesmo sem pensar nos sentimentos

daqueles que devem permanecer. Mas tivemos sorte com os oficiais. Eles

foram finos e bem educados. Eles nos deram alegrias quando estavam

conosco, e nada mais além de lembranças agradáveis quando eles partiram.

Eu me prendo no olhar de Elizabeth e sorrio. Caroline estava em

silêncio, minha irmã ficou aliviada do constrangimento agudo que ela

tinha experimentado quando lembrou as palavras de Caroline para George

Wickham. Fiquei aliviado de um grande fardo. Por sua maneira calma eu

acredito que o afeto de Elizabeth com Wickham acabou.

A visita chegou ao fim, mas eu não poderia deixar Elizabeth ir.

– Você deve deixar-me ver a carruagem – digo, como a senhora

Gardiner subiu para gozar as suas férias.

– Obrigada. – ela disse.

Eu andei com eles, contente com a oportunidade de ficar com

Elizabeth. A tia andou um pouco a frente, para que eu pudesse falar com

ela sozinho.

– Espero que você tenha desfrutado dessa manhã.

– Sim, obrigada, eu tenho.

– Eu espero ver você aqui novamente.

Tínhamos chego a carruagem, poderia não ter dito mais nada. Mas

meus sentimentos estavam em meu olhar. Ela corou e olhou para baixo, da

confusão, eu espero. Ainda há alguma estranheza entre nós, mas isso vai

passar, e então eu vou descobrir se seus sentimentos em relação a mim

ainda são o que eram na Páscoa.

Eu coloquei a Sra. Gardiner na carruagem. E coloquei Elizabeth atrás

dela, e o carro se afastou. Pouco sabia que quando retornasse a Pemberley,

iria realizar tanto interesse em mim. Eu logo teria uma nova amante, eu

espero.

Eu olhei por todo o gramado extenso e imaginei meus filhos indo

para o rio pescar. Eu olhei para a casa e vi minhas filhas voltando de uma

caminhada, suas anáguas cobertas de lama. Se eu pudesse ter certeza do

que viria a acontecer, eu acho que realmente tenho sorte.

Page 177: Amanda Grange

Eu estava relutante em voltar ao salão, mas sabia que precisava fazê-

lo, Eu não poderia deixar Georgiana sozinha com Caroline e Louisa. Elas

não fizeram nada para ajudá-la durante a visita de Elizabeth, e de fato

tinham aumentado à sua angustia. Se fosse possível convidar Bingley para

Pemberley sem suas irmãs, o faria de bom grado.

– Como parecia muito doente o olhar de Miss Eliza Bennet essa

manhã – Caroline disse, logo que entrei na sala. – Ela se tornou tão

marrom e rústica. Louisa e eu concordamos que não deveríamos tê-la

conhecido novamente.

Ficou claro para mim que os comentários de Caroline foram

inspirados pelo ciúme. Eu me perguntava, na ocasião, se ela imaginava-se a

próxima Sra. Darcy, mas rejeitei a idéia. Agora tenho certeza disso. Eu

estava determinado a não deixar seus comentários mal-humorados

estragar minha felicidade, no entanto.

– Eu não vi nada diferente nela, exceto que está bem bronzeada,

nenhum milagre, apenas consequência de sua viagem de verão.

– Por minha parte – ela continuou maldosamente. – Devo confessar

que eu nunca poderia ver qualquer beleza nela.

Quando ela passou a criticar o nariz de Elizabeth, seu queixo, pele,

dentes eu ficava cada vez mais irritado, mas não disse nada, mesmo quando

ela acrescentou: – E quanto a seus olhos, que tem sido chamado às vezes

de bom, nunca pude perceber nada de extraordinário neles.

Ela me olhou desafiadoramente, mas fiquei em silenciosa

determinação.

– Eu me lembro de você dizer, uma noite, depois de terem jantado

em Netherfield: “Ela é uma beleza! Eu deveria chamá-la rapidamente de a

mãe da sagacidade”.

– Sim - respondi, sem conseguir me conter – Mas isso foi quando eu

apenas a conhecia, pois faz muitos meses que eu a considerava como uma

das mais belas mulheres que já conheci.

E assim dizendo, saí da sala.

Page 178: Amanda Grange

A impertinência de Caroline ultrapassou todos os limites. Se ela não

fosse a irmã de Bingley eu diria para ela sair. Insultar Elizabeth para mim!

Ela deve estar longe de ciúmes, de fato.

Mas ela não consegue acabar com minha felicidade. Eu amo

Elizabeth.

Agora só me resta saber se Elizabeth me ama.

Sexta feira, 08 de Agosto Eu não pude dormir noite passada, mas, desta vez, a causa foi

felicidade. Eu acho q Elizabeth não se opõe a mim. Em tempo, eu acho que

ela pode vir a gostar de mim. Agradeço ao feliz destino que a trouxe a

Derbyshire, e o ainda mais feliz que me fez seguir a frente de meus

convidados, a tempo de encontrá-la. Em Londres eu tentei esquecê-la, mas

foi impossível. Agora, eu devo tentar conquistá-la.

Assim, esta manhã, eu fui à hospedaria, esperando ficar com ela. Um

criado conduziu-me ao salão. Enquanto subia me perguntei qual seria sua

expressão quando eu entrasse na sala. Por esta, eu poderia saber muito.

Um sorriso mostraria que sou bem vindo. Constrangimento me daria

esperança. Um olhar frio me destroçaria completamente.

A porta se abriu. Mas ao invés de ver Elizabeth sentada com sua tia,

eu a vi se lançando para a porta, com o rosto pálido e maneiras agitadas. Eu

comecei pensando que uma grande calamidade teria caído sobre ela para

causar tal aparência, mas antes de eu ter a chance de falar ela virou seus

angustiados olhos para mim e exclamou: – Perdoe-me, mas devo deixá-lo.

Eu devo encontrar Sr. Gardiner neste momento, por um assunto que não

pode ser adiado. Eu não tenho um instante a perder!

– Bom Deus! Qual é o assunto? – Eu perguntei ansioso por ser útil a

ela. Logo que as palavras saíram, eu percebi quão inúteis elas foram.

Page 179: Amanda Grange

Reprimindo-me, eu disse: – Deixe-me, ou deixe o criado, ir atrás de Sr.

Gardiner. Você não está bem o suficiente; você não pode ir pessoalmente.

– Oh, sim, o criado. – Ela o chamou de volta e disse sem fôlego: –

Você deve encontrar meu tio. Busque-o de uma vez. É um assunto de

máxima urgência. Envie um garoto. Explique a ele que sua sobrinha o

necessita imediatamente. Avise minha tia. Ela deve vir também.

O criado prometeu fazê-lo e saiu do quarto.

Eu vi os joelhos de Elizabeth tremendo e avancei pronto para

emprestar-lhe minha ajuda, mas ela se sentou antes que eu pudesse chegar

a ela, parecendo tão miseravelmente doente que eu não poderia deixá-la,

mesmo se eu quisesse.

– Deixe-me chamar sua criada. – Eu disse gentilmente, sentindo-me

de repente inútil. Eu não sei nada sobre ajudar senhoritas em tais

circunstâncias. Bateu-me um pensamento súbito. – Um copo de vinho, eu

devo buscar um pra você?

– Não, obrigada, – ela disse. Eu a vi lutando consigo mesma e

controlando o pior de sua agitação. – Eu estou muito bem. Estou apenas

aflita por algumas más notícias que acabei de receber de Longbourn.

Ela explodiu em lágrimas. Eu ansiava por ir até ela e confortá-la. Eu

ansiava por colocar meus braços a sua volta e amenizar sua dor. Mas eu

não podia fazer nada. Pela primeira vez em minha vida eu amaldiçoei a

polidez, as boas maneiras e a educação. Elas sempre pareceram tão

importantes para mim, mas agora elas pareciam menos valorosas porque

estavam me mantendo afastado de Elizabeth.

Um momento a mais e eu acredito que teria jogado as convenções ao

vento, mas ela se recuperou e disse: – Eu recebi uma carta de Jane com

notícias terríveis. Minha irmã mais nova deixou todos os seus amigos,

fugiu, colocou-se sob o poder – de Sr. Wickham. Eles fugiram juntos de

Brighton. Você o conhece muito bem para ter dúvidas quanto ao resto. Ela

não tem dinheiro, conexões, nada que possa tentá-lo, ela está perdida para

sempre.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Esta foi, de fato, uma

traição. Roubar uma jovem garota de seus parentes e amigos. E ele ainda

Page 180: Amanda Grange

tinha feito isso antes, ou, pelo menos, ele tentou fazê-lo e teria conseguido

se não houvesse sido frustrado na tentativa.

– Quando eu penso que poderia ter evitado isso! Eu que sabia o que

ele era. – Ela disse.

Não, eu queria dizer. Você não é culpada. Eu devia ter feito sua

índole conhecida. Mas as palavras se derramavam dela em uma torrente, e

eu não pude fazer nada, exceto deixá-la falar. Ao menos, seu fluxo chegou

ao fim.

– Mas isso é certo? Absolutamente certo? – Eu perguntei.

Notícias correm rápido, especialmente más notícias, mas elas

geralmente são distorcidas ao longo do caminho. Eu não poderia pensar

que Wickham iria fugir com a Srta. Lydia Bennet. Ela não possui nada para

tentá-lo, e ele não tem nenhum acerto de contas com os Bennets. Ele deve

saber que tal comportamento vai torná-lo um pária. Foi um preço muito

alto a pagar pelo prazer de desposar uma garotinha tola com nenhum

nome e nenhuma fortuna. E então, de fato, como ele poderia se casar com

ela? Ela é menor de idade. Ele poderia levá-la para Gretna Green, mas a

viagem teria altos custos e eu sei que ele não poderia gastar a metade deste

montante a menos que sua noiva fosse uma herdeira considerável.

– Eles deixaram Brighton juntos no sábado à noite e foram rastreados

até Londres, mas não além; eles certamente não foram para a Escócia.

Eu comecei a formar uma idéia do que deve ter acontecido. Wickham

conhece Londres. Ele sabe onde poderia se esconder. E quando ele tiver

obtido seu prazer, ele poderia abandonar a Srta. Lydia Bennet

impunemente.

Tudo isso sucedeu por meu insuportável orgulho. Se eu houvesse

tornado o caráter de Wickham conhecido isso poderia não ter acontecido,

mas eu desdenhava fazer isso, e em conseqüência eu machuquei a mulher

que eu amo.

– O que foi feito, o que foi tentado para recuperá-la? – Eu perguntei.

Eu precisava saber, então eu poderia determinar a melhor forma de

usar o meu tempo, e como conduzir minha própria busca. Eu não

descansaria até que a irmã de Elizabeth tivesse retornado para ela.

Page 181: Amanda Grange

– Meu pai se foi para Londres, e Jane escreveu para implorar a

imediata assistência de meus tios, nós partiremos, eu espero, dentro de

meia hora.

Meia hora! Depois de todas as minhas esperanças, perder Elizabeth

tão cedo, mas certamente isso deve ser feito.

– Como tal homem procede? Como eles ainda serão descobertos? Eu

não tenho a menor esperança. Isso é horrível em todas as formas.

Eu não podia dizer nada, fazer nada, mas dar a ela a minha compaixão

silenciosa e esperar que isso a fortalecesse. Eu desejava abraçá-la, mas seu

tio devia estar retornando a qualquer minuto, e fazer isso tornaria a

situação pior.

– Quando meus olhos foram abertos para sua verdadeira reputação?!

Oh! Se eu soubesse o que eu deveria, o que eu me atreveria a fazer! Mas eu

não sabia. Tinha medo de ir demasiado longe. Desgraçado, desgraçado

engano!

Eu sabia que ela devia querer que eu me fosse. Fui eu quem a obrigou

a guardar segredo; eu quem disse que ela não devia contar a ninguém. E

este foi o resultado. Uma irmã arruinada, uma família tumultuada... Ela não

iria olhar para mim. Eu não estava surpreso. Eu dirigi algumas palavras

incoerentes, desculpando minha estadia e alegando que esta foi devido à

preocupação.

– Esta infeliz questão irá, eu temo, privar minha irmã do prazer de vê-

la em Pemberley hoje?

Tão logo eu falei, percebi quão ridículas as palavras eram.

Certamente isso iria impedir. Ela não pareceu prestar atenção, no entanto,

ela respondeu-me diretamente.

– Oh, sim. Tenha a bondade de se desculpar por nós com a Srta.

Darcy. Oculte a terrível verdade o máximo possível. Eu sei que não pode

ser por muito tempo.

– Você pode confiar na minha discrição. Desculpe-me por ter

chegado a isso, eu desejo a você uma feliz conclusão para estes eventos tão

logo seja possível.

Page 182: Amanda Grange

Porque se um arranjo feliz é possível, eu vou efetuá-lo de qualquer

forma, eu acho.

Com isso, eu a deixei com sua solidão e retornei a Pemberley.

– Você saiu de casa cedo, – disse Caroline assim que entrei no salão.

– Você estava visitando a Srta. Eliza Bennet, possivelmente?

Eu vi o ciúme em seus olhos, e o ouvi em sua voz. Eu não havia

percebido até aquele momento o quão profundamente ela me queria. Ou

talvez seja mais justo dizer, o quanto ela queria Pemberley. Sem isso, ela

teria me considerado como nada. Minha caligrafia poderia ser a melhor do

mundo que ela não teria pensado em nenhum comentário para encaixar

nisso.

– Sim, eu estava, – eu devolvi.

– E como ela está essa manhã?

– Ela está muito bem.

– E nós vamos vê-la mais tarde, eu suponho? Como essas pessoas do

campo são aborrecidas com suas visitas.

– Não, ela não virá.

– Não más notícias de casa, eu espero? – Perguntou Caroline. –

Lydia Bennet não teria fugido com um dos oficiais?

Eu comecei, mas então me controlei. Ela não poderia ter ouvido

sobre isso. Elizabeth não contou a ninguém além de mim. As palavras de

Caroline eram resultado de despeito, e seu acerto não foi mais que sorte.

– Ou então sua talentosa irmã, Mary, não foi? Visitou Lydia em

Brighton e atraiu a atenção do Príncipe de Gales? Talvez ele tenha

convidado toda a família para estar com ele, e então eles poderão partilhar

de seu triunfo enquanto ela o diverte no Pavilhão da Marinha. – Ela disse

em uma voz divertida.

– Seu tio teve que levá-la para casa. Ele foi obrigado a encurtar suas

férias, pois um assunto urgente de negócios o chamou de volta a Londres.

– Esses homens da cidade e seus assuntos urgentes, – disse Caroline,

convenientemente esquecendo, como é seu costume, que a fortuna de seu

pai proveio do comércio.

Page 183: Amanda Grange

– Este é o resultado de ter um tio em Cheapside, – disse Louisa. –

Compadeço-me da Srta. Eliza Bennet. Deve ser mortificante ter as férias

abreviadas por causa de negócios.

– Isso me lembra que eu também tenho negócios a atender, que eu

tenho negligenciado por tempo demais, – eu disse abruptamente. – Vocês

irão me dar licença por alguns dias, eu estou certo.

– Você está indo para Londres? – Perguntou Bingley.

– Sim.

– Que boa idéia. Eu iria amar alguns dias em Londres, – disse

Caroline.

– Com todo esse calor? – Perguntou Louisa.

– O calor não é nada, – ela disse.

– Seus negócios não podem esperar? – Perguntou-me Bingley. – Eu

mesmo terei que ir a Londres no final do mês. Nós poderíamos ir juntos.

– Infelizmente isso é urgente. Fique e aproveite Pemberley. Há uma

profusão de coisas para você fazer aqui, e minha irmã irá se certificar de

que seja bem tratado. Eu não ficarei fora por muito tempo.

– Eu acho que vou tirar proveito da oportunidade de ir a Londres

com você e fazer algumas compras, – disse Caroline, levantando-se. – Eu

irei consultar minha costureira. Você não tem objeções a me levar com

você na carruagem, estou certa.

– Você não desejaria deixar Georgiana, – eu disse. – Eu sei o quanto

você aprecia sua companhia.

Caroline foi silenciada. Ela havia elogiado muito a Georgiana, ou

então ela apreciava dizê-lo, e ela não poderia me seguir sem revelar a

falsidade de sua amizade. Ela podia trair a Srta. Bennet, mas ela não

gostaria de trair Georgiana, especialmente desde que eu sei o plano

fermentado em sua cabeça, similar a um que uma vez eu cogitei, de

Georgiana tornando-se sua cunhada.

Eu senti um momento de remorso por abandonar minha irmã em

uma companhia de natureza tão prejudicial, mas refleti que ela teria sua

música e seus esboços para ocupá-la, teria Bingley para entretê-la, e

também a Srta. Annesley, então não seria tanta provação. Além disso, eu

Page 184: Amanda Grange

não tenho escolha. Eu tenho que encontrar Wickham e reparar o dano que

ele causou.

Eu queria partir imediatamente, mas vários preparativos tinham que

ser feitos, e eu resolvi partir na primeira hora da manhã.

Sábado, 09 de agosto Eu cheguei a Londres hoje e sabia aonde começar minha busca: Srta.

Younge. Foi afortunado que eu a tivesse despedido sem dar-lhe a chance

de empacotar suas malas, porque isso significava que ela teve que deixar

um endereço para onde elas pudessem ser enviadas. Eu encontrei isso

rápido o suficiente, uma ampla casa na Rua Edward.

– Sr. Darcy! – Ela disse perplexa ao abrir a porta. Então se tornou

desconfiada. – O que você está fazendo aqui? Se é para me acusar de haver

roubado os talheres de prata quando eu deixei Ramsgate, então é uma

mentira. Eu desconfio de Watkins –

– Minha visita não tem nada a ver com talheres, – eu disse, grato por

este ser um problema doméstico do qual eu fui poupado. – Eu posso

entrar?

– Não, você não pode. – Ela disse, erguendo-se e puxando o xale

sobre seus ombros. – É sorte eu ter um teto sobre minha cabeça após você

ter me expulsado tão cruelmente, sem nem mesmo uma referência. Eu não

tinha nenhum lugar para ir –

– Mas você parece ter feito bem por si mesma. – Eu observei. – Diga-

me, Srta. Younge, como você pôde conseguir uma casa como esta?

Ela umedeceu seus lábios. – Foi-me deixado um legado, – ela disse. –

E foi uma boa coisa, depois –

– Eu estou procurando por George Wickham, – eu disse, não

querendo perder mais tempo ouvindo suas mentiras e decidindo que seria

inútil tentar persuadi-la a deixar-me entrar.

Ela pareceu surpresa. – Sr. Wickham?

– Sim, George Wickham.

Page 185: Amanda Grange

Ela pronunciou indistintamente. – Eu não o vi, – ela disse.

Era óbvio que ela estava mentindo, mas eu sabia que não poderia

obter nada mais no momento.

– Diga-lhe que eu o estou procurando. Eu a procurarei depois. Bom

dia!

Eu sabia que, eventualmente, a ganância faria com que ela me

buscasse. E com isso, eu voltei a Casa Darcy.

Segunda feira, 11 de agosto A Srta. Younge veio me ver esta manhã, como eu sabia que ela faria.

– Você disse que estava procurando pelo Sr. Wickham? – Ela

perguntou, quando meu mordomo a introduziu.

– Eu estou.

– Eu sei onde ele está. Aconteceu de eu encontrá-lo por acaso ontem

no parque. – Ela disse. – Eu mencionei que você estava na cidade, e ele

disse que estaria encantado em encontrá-lo.

Ele acha que pode tirar dinheiro de mim, sem dúvida.

– Muito bem. Qual é o seu endereço?

– Bem, agora, me deixe pensar. Era um nome engraçado. – Ela disse,

estendendo sua mão.

Eu pus um soberano (moeda) nela.

– Se eu apenas me lembrasse.

Eu dei a ela cinco soberanos, mas ao menos eu descobri o que eu

queria.

Eu fui imediatamente ao endereço que ela me deu, e encontrei

Wickham a minha espera.

– Meu querido Darcy, – ele disse ao ver-me entrar. – Que bom que

você encontrou tempo para me visitar.

Page 186: Amanda Grange

Eu olhei suas habitações. Elas eram pequenas e precárias, e me

mostraram que sua situação devia ser desesperadora. Eu estava satisfeito,

eu sabia que isso poderia fazê-lo mais complacente.

– Sente-se, – ele disse.

– Eu prefiro ficar de pé.

– Como você desejar.

Ele se sentou comodamente na cadeira, descansando suas pernas

sobre o braço (da cadeira).

– O que o traz aqui? – Ele perguntou me dirigindo um sorriso.

– Você sabe o que me traz.

– Eu confesso que estou perdido. Você decidiu dar-me um benefício,

talvez, e veio para contar as boas novas?

Sua insolência me irritou, mas eu mantive meu temperamento.

– Eu vim para te dizer o que sua própria consciência deveria ter dito,

que você nunca deveria ter raptado a Srta. Bennet.

– Srta. Bennet? – Ele perguntou, fingindo espanto. – Mas eu não vi a

Srta. Bennet. Eu estive em Brighton, e ela se manteve em Longbourn.

– Srta. Lydia Bennet.

– Ah, Lydia. Eu não raptei Lydia. Ela veio comigo por sua livre

vontade. Eu deixei Brighton conforme meus credores estavam se tornando

muito insistentes, e Lydia sugeriu vir comigo. Eu tentei dissuadi-la. Para

ser verdadeiro, Darcy, ela me aborrece. Ela é tão fácil de conquistar. Ela

convenceu-se que eu era o homem mais bonito do regimento, e a coisa

estava feita. Eu disse a ela que eu não tinha dinheiro, mas ela não se

importou. “Eu tenho certeza que você terá um dia,” ela disse. “Senhor, que

graça!” Eu fiquei tão cansado de suas súplicas que foi mais fácil trazê-la

comigo do que fazê-la ficar. Além disso, ela tem seus usos, – ele disse

imprudentemente.

Naquele momento a porta se abriu, e Lydia em pessoa entrou.

– Senhor! Que surpresa! Sr. Darcy. – Ela disse, dirigindo-se para

Wickham. Ela ficou ao lado de sua cadeira e descansou uma mão em seu

ombro.

Page 187: Amanda Grange

– Sr. Darcy veio me repreender por havê-la raptado, – disse

Wickham, cobrindo a mão dela com a dele.

Ela riu para mim.

– Meu querido Wickham não me raptou. Por que ele deveria? Eu

estava impaciente por ver Londres. Eu disse que ele devia trazer-me com

ele. Que divertido tem sido!

– Você não pensou em sua família? – Eu perguntei a ela friamente. –

Eles estão preocupados com você desde que deixou os cuidados do

Coronel Foster. Eles não fazem idéia de onde você está.

– Senhor, eu me esqueci de escrever, – disse Lydia. – Eu tenho estado

tão ocupada com meu querido Wickham. Nós tivemos cada momento!

Mas não se preocupe. Eu escreverei assim que nós nos casarmos. Que

divertido será, assinar meu nome, Lydia Wickham!

Ela apertou a mão dele e ele, o cachorro insolente, puxou-a para seu

colo e a beijou, então sorriu para mim enquanto a acariciava.

– Então você vê, Darcy, sua preocupação é mal colocada, – ele disse.

As palavras de Lydia me contaram uma coisa: que pelo menos ela

esperava casar-se. Eu senti que ela estaria menos ansiosa em permanecer

com ele se ela soubesse que Wickham não tem essa intenção. Eu não acho

que ele vá contar a ela, contudo – por que ele perderia uma companhia

ardente? – então eu senti a necessidade de fazê-lo eu mesmo.

– Eu gostaria de conversar com a Srta. Bennet a sós, – eu disse a

Wickham.

– Muito bem, – ele disse, tirando-a de seu colo. – Tente e fale com ela

para ir para casa com você, se puder. Ela é uma mulher sem reputação. Mas

eu não entendo porque o destino dela importa pra você, – ele adicionou

quando ela se levantou.

– Importa porque eu deveria ter feito sua reputação conhecida em

Meryton e não fiz. Teria sido impossível para você comportar-se de tal

forma se seu verdadeiro eu fosse conhecido.

– Talvez, – ele disse, – mas eu não acredito que esta seja a razão. Eu

duvido que você tivesse me seguido se eu houvesse fugido com Maria

Lucas.

Page 188: Amanda Grange

Eu não recuei. Se eu o deixasse perceber que eu tinha uma razão

pessoal para buscá-lo, ele dificultaria a compra a qualquer preço.

– Fique, – disse Lydia, arrebatando sua mão enquanto ele andava

para a porta.

– Sr. Darcy quer falar com você a sós. Ele teme que eu esteja

mantendo você aqui contra vontade, e ele quer dar a você a oportunidade

de ir para casa com ele.

– Como se eu desejasse retornar à velha e abafadiça Longbourn, – ela

disse, entrelaçando os braços ao redor de seu pescoço e beijando-o nos

lábios.

Ele colocou seus braços em torno dela e retribuiu seu beijo, então me

olhou sarcasticamente antes de deixar a sala.

– Ele não é lindo? – Perguntou Lydia, assim que a porta se fechou

atrás dele. – Todas as garotas estavam loucas por ele em Meryton, e a Srta.

King teria se casado com ele se seu guardião não tivesse posto um fim

nisso. Foi o mesmo em Brighton. Qualquer número delas teria fugido com

ele. Srta. Winchester –

– Srta. Bennet, você não pode ficar aqui, – eu a interrompi.

– Isto é um pouco pobre, para ser clara, mas nós teremos algo melhor

por perto. Eu gostaria de sua ajuda solícita, Sr. Darcy.

– Sim? – Eu perguntei, esperando que ela tivesse entendido, pelo

menos.

– O que você acha? Eu não posso decidir. Meu querido Wickham

parecerá melhor em seu casaco azul ou em seu vermelho?

– Srta. Bennet, – eu vociferei. – Você não pode ficar aqui com

Wickham. Ele não tem intenção de se casar com você. Eu sei que ele disse

que tem, mas foi uma mentira, para fazê-la fugir com ele.

– Ele não me fez fugir com ele, eu o fiz fugir comigo. Brighton estava

chatíssimo, – ela disse com um bocejo. – Coronel Foster era tão sufocante.

Ele não me deixou ir à metade das coisas que eu queria, e eu tive que me

esgueirar pelo acampamento em duas ocasiões para comparecer às festas

de Wickham. Denny me ajudou. Eu me vesti como um homem. Você

deveria ter me visto. Minha própria mãe não teria me reconhecido.

Page 189: Amanda Grange

– Sua reputação estará arruinada! Ele irá abandoná-la assim que se

cansar de você, e você será deixada em Londres sem protetor, sem

dinheiro e nenhum lugar pra ir. Volte comigo agora, e eu farei o que puder

para persuadir sua família a recebê-la.

– Senhor! Eu não quero voltar para casa! Eu morreria de

aborrecimento. Eu estou certa de que nós iremos nos casar uma hora ou

outra, e se não, isso não significa muito, – ela disse.

Ela estava impassível Ela não o deixaria. Uma vez que tais são seus

sentimentos, eu não poderia fazer nada a não ser tentar e ter certeza de que

o casamento se realizaria.

Wickham voltou para a sala, carregando uma garrafa em uma mão e

um copo na outra. Ele colocou seu braço ao redor de Lydia e ela se voltou

para beijá-lo imediatamente.

– Bem, Darcy? Você a persuadiu a deixar-me? – Ele perguntou,

depois do feito.

– Ela perdeu todo o senso, – eu disse furiosamente, – mas desde que

ela não vai deixá-lo, você deve casar-se com ela.

– Convenhamos, Darcy. Você sabe que eu não posso fazer isso. Meus

bolsos estão vazios. Eu tenho dívidas por todo o país. Há notas não pagas

em Meryton, e piores em Brighton. Eu preciso muito de uma herdeira.

– Você escutou isso? – Eu pedi a Srta. Bennet.

Ela apenas encolheu os ombros.

– Isso não significa nada. Uma herdeira poderia trazer-nos algum

dinheiro, então nós poderíamos ter uma casa melhor, – ela disse.

Foi apenas por Elizabeth que eu fiquei. Minha inclinação foi ir

embora e deixar sua irmã para a vida que ela fez para si mesma. Mas pensar

na face pálida de Elizabeth me conteve.

– Encontre-me no meu clube amanhã, – eu disse para Wickham.

– Meu querido Darcy, você sabe que eu não sou bem vindo lá.

– Eu garantirei que você seja admitido.

Ele pareceu surpreso, mas disse: – Muito bem.

Quando eu deixei a casa, a lembrança de seu insolente sorriso veio

comigo.

Page 190: Amanda Grange

Quinta feira, 14 de agosto Eu encontrei Wickham no meu clube e as negociações começaram.

– Você deve casar-se com ela, – eu disse a ele bruscamente.

– Se eu fizer isso, eu desistirei para sempre de qualquer chance de

fazer fortuna através do casamento.

– Você a arruinou, – eu disse. – Isso não significa nada pra você?

Ele cruzou os tornozelos e se reclinou na cadeira. – Ela arruinou a si

mesma, – ele disse.

Um garçom passou e ele pediu um whisky. Eu não reagi, sabendo que

ele fez aquilo para me aborrecer.

– Quanto você deve? – Eu perguntei indo direto ao coração da

questão.

– Várias centenas de libras.

– Se isso é verdade ou não, eu não quero saber. Se você der suas notas

ao meu agente, ele irá pagá-las para você. Em troca, você irá se casar com

Lydia.

– Convenhamos, se você está tão ansioso por vê-la casada, ela deve

valer muito mais que isso. É a Srta. Bennet que capturou sua afeição, ou é a

adorável Elizabeth?

– Eu estou fazendo isso para minha própria consciência, – eu disse.

Ele riu na minha cara.

– Nenhum homem vai tão longe para aplacar sua própria

consciência. Deixe-me adivinhar. É a linda Jane Bennet. Doce, linda Jane.

Ela será um acréscimo esplêndido para Pemberley. Eu o parabenizo,

Darcy.

– Eu não tenho nenhuma intenção de me casar com a Srta. Bennet.

– Então, é Elizabeth.

Eu não disse nada, mas ele deve ter adivinhado por minha expressão.

Page 191: Amanda Grange

– Ah! Então é isso! Sua animação o cativou. Eu não teria imaginado.

Você é tão pomposo, Darcy, mas dizem que os opostos se atraem.

Ele tinha uma mão favorável, e ele estava apreciando usar isto.

– Tenha cuidado, – eu o precavi. – Eu farei muito para salvar Lydia

Bennet da desgraça, mas se você for muito longe, ao invés de ter seus

débitos pagos e algo mais além, você se encontrará sendo perseguido por

cada credor de Brighton, e talvez, o exército, pois eu darei a eles seu

endereço.

– Eu posso ir para Bath, ou Lyme, ou o Distrito dos Lagos, – ele disse.

– Eu não tenho que viver aqui. – Mas eu poderia dizer que ele não teria

disposição para uma viagem mais distante.

– Faça isso, – eu disse, blefando. Levantei-me e fui em direção a

porta.

– Espere, – ele disse.

Eu parei.

– Eu me casarei com ela –

– Bom, – eu disse, sentando-me novamente.

– ...por trinta mil libras.

– O que? – Eu engasguei.

– Essa é a soma que eu teria recebido de Georgiana.

Eu controlei meu temperamento com dificuldade. – Eu não lhe darei

nada do tipo.

– Muito bem, então, vinte mil.

Eu me levantei e deixei o clube.

Ele virá a mim cedo o suficiente. Ele não tem nenhum outro lugar

para ir.

Eu não desfruto vendo-o, mas o conhecimento de que isso amenizará

o medo de Elizabeth me recompensa por qualquer tempo ou problema

que eu venha a enfrentar, e eu espero que, depois de muito tempo, eu

possa vê-la feliz novamente.

Sexta feira, 15 de agosto

Page 192: Amanda Grange

Wickham me procurou esta tarde, como eu sabia que ele faria. Sua

situação é desesperadora, e ele não pode se dar ao luxo de recusar ajuda.

Apenas o pensamento da felicidade de Elizabeth me sustentou durante tal

provação, a qual foi tão desagradável quanto nosso encontro anterior. Se

não fosse por ela, eu teria abandonado o assunto. Nós determinamos pelo

menos cem libras para pagar suas dívidas e mais mil.

– E uma comissão, – ele disse.

– Eu não acredito que você seja bem vindo no exército.

– Você tem alguma influência lá. Vamos, Darcy, eu devo ter algo para

viver. Como mais poderei sustentar uma esposa?

Pelo menos, eu concordei, com a condição de ele se juntar a um

regimento no norte distante. Eu não quero vê-lo quando Elizabeth e eu

estivermos casados. Se Elizabeth e eu nos casarmos. Eu cometi, uma vez

antes, o erro de pensar que ela estava me esperando para propor a ela, mas

eu estava errado. Eu não cometerei o mesmo erro novamente.

Tendo acertado tudo com Wickham, eu decidi chamar o Sr. Gardiner

para deixá-lo a par do que foi decidido. Eu logo encontrei sua casa, mas

quando eu perguntei por ele, eu soube pelos criados que o Sr. Bennet

estava com ele. Eu hesitei. Num primeiro impulso de descobrimento, eu

temi que o Sr. Bennet pudesse fazer algo imprudente. Numa investigação

adicional eu descobri que o Sr. Bennet estaria retornando para casa

amanhã. Assim, eu julguei mais sábio aguardar, achando que seria mais

fácil falar com o Sr. Gardiner que com o Sr. Bennet. Sr. Gardiner está

necessariamente menos envolvido, e assim ele está apto a ser mais racional.

Sábado, 16 de agosto Eu procurei o Sr. Gardiner e dessa vez o encontrei sozinho. Ele estava

surpreso em ver-me, mas me recebeu cordialmente. –Sr. Darcy, eu não

sabia que você pretendia visitar a cidade tão cedo. Como está sua irmã?

Bem, eu espero?

– Muito bem.

Page 193: Amanda Grange

– Nós ficamos encantados de conhecê-la em Derbyshire. Ela é uma

linda garota.

– Obrigada. Você é muito amável. Entretanto eu não vim para falar

sobre minha irmã, mas sobre sua sobrinha.

Eu o vi mudar de cor.

– Você quer se sentar?

– Obrigado. Eu a procurei logo após a entrega da carta de sua irmã, –

eu disse, – e descobri a infeliz verdade. Eu me sinto responsável pela

situação, por eu saber da índole de Wickham e ainda assim ter mantido

silêncio. Ele fez algo similar antes, mas eu não mencionei isso porque quis

proteger a reputação da jovem dama. Se eu tivesse tornado sua perfídia

conhecida, então nenhuma mulher estaria disposta a amá-lo e a Srta. Lydia

Bennet teria sido salva.

Ele disse alto: – Isso não é sua culpa.

– Todavia, determinei-me a segui-lo. Eu sei seus conhecidos e sabia

como encontrá-lo onde quer que ele estivesse. Eu o vi, e o convenci de que

o casamento deve realizar-se.

Ele parecia mais e mais surpreso conforme eu desdobrava os

detalhes. Ele recusou-se a me deixar arcar com os encargos financeiros,

mas enquanto eu argumentava em resposta e seguia, uma expressão

pensativa começou a se formar em seu rosto. Ele suspeita da natureza de

meus sentimentos por Elizabeth, eu tenho certeza disso, mas não disse

nada. Como ele poderia? Disse-me que havíamos conversado o suficiente

e convidou-me a encontrá-lo novamente amanhã. Acredito que ele deseja

consultar sua esposa sobre o quão longe dever-me-ia ser permitido ajudar.

Eu o deixei e me afastei para meu clube. Tudo será brevemente

acertado, estou confiante nisso. Tão logo Elizabeth ouça sobre isso ela terá

aliviadas suas preocupações, e este pensamento me sustenta. Ela será capaz

de rir novamente, burlar de mim, e irá esquecer tudo sobre sua irmã.

Page 194: Amanda Grange

Domingo, 17 de agosto Eu encontrei o Sr. Gardiner novamente, e desta vez a Sra. Gardiner

estava com ele. Eles me receberam calorosamente, e após trocar

amabilidades, eu disse novamente que eu esperava saldar os débitos de

Wickham. Eles concordaram com isso, mas não me permitiram resolver

nada mais. Não obstante, há ainda alguns arranjos a serem feitos, e eu

tenciono trabalhar novamente com o Sr. Gardiner amanhã, até que ele

aceite que eu acerte tudo integralmente.

Segunda feira, 18 de agosto Tudo foi finalmente decidido. Eu, pelo menos, consegui fazer tudo

ao meu modo. O Sr. Gardiner tem uma correspondência expressa

destinada a Longbourn, e isso me deu a grande satisfação de saber que

Elizabeth logo terá sua aflição aliviada. O Sr. e Sra. Gardiner ofereceram a

Lydia sua proteção até a oficialização do casamento. Eu não os invejo. Ela

não mostrou remorso pelo que fez, e parece pensar que tudo é uma grande

piada. Ela é uma das garotas mais desprezíveis que conheço.

Terça feira, 19 de agosto Eu voltei a Pemberley, e estava satisfeito de descobrir que meus

convidados não viram nada de estranho em minha ausência. Se eles

soubessem que eu estava negociando um casamento, em vez de atendendo

a negócios, quão atônitos eles ficariam!

Sábado, 30 de agosto Eu viajei para Londres, e amanhã eu terei a desagradável tarefa de

garantir que Wickham compareça a seu próprio casamento.

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Setembro

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Segunda-feira, 1 de setembro Hoje Lydia estava casada, e sua reputação, salva.

A manhã começou mal. Eu chamei Wickham em seus alojamentos às

dez e meia, como combinado e o encontrei vestido pela metade.

– O que é isso? – Eu perguntei. – Você tem que estar na igreja em

meia hora.

Ele tinha se servido de uma bebida e a colocou para fora.

– Só vai custar-nos dez minutos para chegar à igreja. A tempo de

sobra.

– Se você está além da hora, você não será capaz de se casar hoje. –

Eu disse.

– Você sabe, Darcy se você tivesse me dado a vida que eu queria

quando pedi, todo esse sofrimento poderia ter sido evitado.

Não repliquei.

– Poderia me convir melhor casar outras pessoas que me casar. Estou

começando a pensar que eu não quero ser casado. – Disse ele.

– Então você deve enfrentar os cobradores.

– Ah. Eu gostaria que houvesse menos.

– Ele colocou o copo para baixo e pegou seu casaco. Encolheu os

ombros e ajeitou a gravata, então saímos para esperar o transporte.

– Isso é como a nossa infância. – Disse-me quando subimos. – Nós

dois juntos. Eu sempre achei que você estaria comigo em meu casamento.

Ultimamente eu comecei a duvidar, mas aqui está você, amigos

novamente.

– Você não é meu amigo. – Eu disse.

Ele sorriu sarcasticamente. – A menos que eu esteja errado, em breve

estaremos mais perto do que amigos. Seremos irmãos. – Ele pendeu para

trás ébrio. – Quão felizes nossos pais teriam ficado ao saber que vamos ser

tão próximos uns dos outros. Nós éramos quase irmãos no ano passado... –

Ele fez uma pausa, e eu usei de todo meu autocontrole para não responder.

– Mas, infelizmente, o destino tinha outras ideias. Ou, pelo menos, você

tinha. Como está Georgiana?

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– Melhor agora que está longe de você.

– É uma pena. Eu não achei que ela iria me esquecer tão cedo. Eu

prefiro pensar que ela estava apaixonada por mim. Estou ansioso para vê-la

novamente, quando Lydia e eu visitarmos Pemberley.

– Isso é algo que você nunca vai fazer. – Eu disse com firmeza.

A viagem a São Clemente foi curta. A igreja havia sido escolhida

porque estava na mesma paróquia de Wickham e o reitor estava disposto a

realizar a cerimônia. Ele não sabia nada da circunstância que tinha levado

ao casamento, só sabia que o jovem casal pretendia se casar. Ele nos

cumprimentou com sorrisos quando entramos na igreja e nós esperamos

Lydia chegar.

– Talvez ela mudou de idéia. – Disse Wickham. – Você não poderia

usar isso contra mim. Você ainda teria que pagar minhas dívidas.

– Ela virá. Sua tia e tio irão ver isso.

Naquele momento, Lydia entrou na igreja. Ela olhou para o altar,

então irrompeu em alegria quando viu que Wickham já havia chegado.

Sua tia e o seu tio mal lembraram onde ela estava, e caminharam com ela

até a frente da igreja.

– Eu vou ficar feliz quando tudo isso acabar. – Disse-me o Sr.

Gardiner em um tom baixo.

– Eu concordo. – Disse a mulher. – Eu tentei fazê-la entender a

preocupação que causou aos parentes, a desgraça que trouxe a sua família e

gratidão que deve ter para aqueles que lembram sua ruína, mas não a

julgam. Ela não prestou atenção em mim e falava constantemente de

Wickham, cada um agora e depois de uma denúncia, de que nunca

colocamos os pés fora de casa.

A cerimônia começou, e o casamento que tinha levado tanto tempo

para acontecer foi rapidamente realizado.

– Espero que agradeça ao Sr. Darcy por tudo que ele fez. – Disse a

Sra. Gardiner quando tudo acabou.

– Senhora Wickham. Quão bem soa! – Disse Lydia, ignorando a tia e

olhando a aliança em seu dedo.

Page 198: Amanda Grange

Um número de curiosos tinha entrado na igreja, e Lydia mostrou a

todos a aliança, dizendo que eles deveriam felicitá-la e serem os primeiros a

chamá-la pelo novo nome.

– Como minhas irmãs ficarão invejosas. – Disse ela, quando saímos

da igreja. – Elas não são casadas, embora todas fossem mais velhas do que

eu. Eu teria vergonha de ter mais de vinte e não ser casada. Jane está se

tornando rapidamente solteirona. Ela vai ter que ceder seu lugar para mim

na mesa, pois eu sou uma mulher casada agora. Que divertido vai ser!

“Jane”, eu direi, “Eu tomo o seu lugar agora, e você deve ir mais longe,

porque eu sou uma mulher casada”.

Sr. e Sra. Gardiner trocaram olhares.

– Elas terão inveja de mim e de meu marido bonito. Eu estava tão

preocupada esta manhã, quando estávamos indo para a igreja. Eu tinha

pavor dele vestir preto, mas a minha felicidade foi completa quando eu vi

que ele tinha escolhido o seu terno azul.

Senti uma onda de satisfação quando percebi que Lydia será tão tola

quanto sua mãe, e fiquei feliz ao saber que Wickham vai, afinal, ser punido

pelo resto de sua vida.

Terça-feira, 2 de setembro Jantei com os Gardiners esta noite. Nós todos ficamos aliviados que

tudo tinha corrido bem. As últimas semanas estiveram carregadas de

tensão, mas tudo acabou bem.

Eles são um casal agradável. Sr. Gardiner é inteligente, e a Sra.

Gardiner tem uma grande dose de bom senso. Eles são cultos e bem-

educados, e passei uma noite muito agradável em suas companhias – tão

agradável que eu esqueci que estava em Gracechurch Street. Eu passei

noites piores em endereços melhores.

E pensar que uma vez neguei-lhes, mesmo sem conhecê-los, e rejeitei

Elizabeth porque suas relações não tinham minha noção do que poderia

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ser! Se eu tivesse virado um olho tão crítico sobre meus parentes eu

poderia ter percebido que ela não estava sozinha em ter ligações

indesejáveis. Lady Catherine, em toda sua elegância, desgraçou-se por

sugerir que Elizabeth - sua hóspede! - praticasse o piano no quarto da

governanta, algo que estou convencida que a Sra. Gardiner nunca faria. E

as relações de Bingley não são melhores. Caroline Bingley pode ser uma

mulher de reprodução e de moda, mas ela também é uma mulher que é

consumida por ciúme e despeito.

Quarta-feira, 3 de setembro Voltei para Pemberley ao descobrir que Caroline e Louisa estavam

cheias de planos para visitar Scarborough.

– Você pode vir com a gente, Sr. Darcy. – disse Caroline. –

Scarborough é tão refrescante nesta época do ano.

– Eu tenho muita coisa para fazer na minha propriedade. – Eu disse.

– Mas seria tão bom para Georgiana. Eu acredito que ela não vê o

mar desde o verão passado, quando ela esteve em Ramsgate. Ela deve estar

ansiosa por isso. – Ela se virou para Georgiana. – Você não gostaria de ver

o mar novamente?

Georgiana corou, e disse que não tinha vontade de fazê-lo. Caroline

se virou para mim.

– Você voltaria a Pemberley revigorado, e administraria duas vezes

mais trabalho do que se nunca tivesse ido. – Ela disse.

– Minhas intenções são fixas. Mas você deve ir. – Eu disse a boca para

mudar a opinião. – O ar do mar vai te fazer bem.

– O ar do mar. – Disse o senhor Hurst, então recuado em seu

estupor.

Quinta-feira, 4 de setembro

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Caroline, Louisa e o Sr. Hurst partiram para Scarborough. Eles

tentaram convencer Bingley a ir com eles, mas ele disse que não tinha

vontade de ir e que permaneceria em Pemberley. Caroline incentivou a

idéia. Ela ainda acredita que ele se casará com Georgiana e que ele quer vê-

la com mais frequência, embora seja óbvio para um olho imparcial que ele

não quer isso.

Segunda-feira, 8 de setembro – Eu acho que vou para Netherfield novamente. – Disse Bingley

tranquilamente quando montamos esta manhã.

– É uma boa idéia. Se você quer manter a casa, você deve usá-la de

vez em quando.

– Isso é exatamente o que eu penso. Você vem comigo? Gostaria de

retribuir a sua hospitalidade.

Eu me animei. Se eu fosse a Netherfield, então teria uma

oportunidade de ver Elizabeth novamente.

– Quando você pretende ir? – Eu perguntei.

– Em uma semana. Eu pensei em enviar os empregados amanhã, para

aprontar a casa.

– Sim, eu irei.

Ele pareceu satisfeito.

– Faz quase um ano do dia que eu peguei. Eu pensei...

Sua voz se fez distante, e não era difícil adivinhar que direção seus

pensamentos tomaram. Eu não disse mais nada, mas o deixei se perder em

devaneios. Talvez eles se tornaria realidade antes de muito tempo. E meus

sonhos... O que será deles?

Page 201: Amanda Grange

Quarta-feira, 17 de setembro Chegamos a Netherfield esta tarde. Bingley declarou sua intenção de

montar em Meryton logo que chegamos, e foi somente o início da chuva

que o fez desistir.

Quinta-feira, 18 de setembro Sir William Lucas ligou esta manhã, para nos receber de volta para o

bairro.

– Sr. Bingley, – Disse ele com uma reverência – traz muita honra em

voltar para o nosso humilde bairro. Nós pensamos que não tínhamos

diversões o suficiente para trazê-lo e aqui está você, vindo de seus triunfos

na cidade, para homenagear o nosso humilde vilarejo com sua presença.

Sr. Darcy – Disse ele, com uma reverência para mim. – Parece que faz um

momento que estávamos todos a tomar chá com Lady Catherine no

delicioso jantar no Salão de Rosings Park. Você se divertiu em sua estadia,

eu aposto?

Divertir? Essa não seria a maneira que eu teria descrito os meus

sentimentos durante as poucas semanas de turbulência, mas ele entendeu

meu silêncio como uma confirmação.

– Já visitou sua estimada tia, desde aquela época? – Perguntou ele.

– Não. – Eu disse brevemente.

– Eu espero visitar minha filha novamente antes de muito tempo –

Disse ele.

Ele embarcou em um discurso desconexo, exaltando as virtudes da

posição de sua filha. Quanto tempo ele teria levado se Sr. Long não tivesse

chamado eu não sei!

Quando os nossos convidados foram, Bingley disse:

– Foi depois de Sir William ligar no ano passado que o Sr. Bennet

nos chamou. Você acha que ele vai fazer isso de novo?

Pensei nos hábitos indolentes do Sr. Bennet e hesitei.

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– Talvez eu poderia chamar aos Bennets mesmo sem essa civilidade.

– Sugeriu Bingley.

– Espere e veja se ele liga amanhã. – Foi o meu conselho.

Sábado, 20 de setembro O Senhor Bennet não ligou ontem e, nessa manhã, Bingley teve a

ideia de visitar Longbourn.

– Venha comigo, Darcy. – Ele disse.

Repetindo para mim que iria com ele para ver se a senhora Bennet

guardava qualquer respeito por ele, eu aceitei, mas minha real razão era ver

Elizabeth. Eu estava tão ansioso para vê-la assim como Bingley para ver sua

irmã, e eu estava tão apreensivo com isso.

Partimos. Bingley ficou em silêncio, e eu também estava perdido em

pensamentos, imaginando como eu seria recebido. Se Elizabeth guardasse

ressentimentos por causar a ruína de Lydia eu não poderia culpá-la,

sobretudo porque ela não sabia que eu havia ajudado a definir as questões

de direitos.

Eu tinha cuidado particularmente para que não soubesse. Eu não

queria sua gratidão. Se ela tivesse desenvolvido todos os sentimentos por

mim, eu queria saber que nasceu do amor, e de nada mais.

Chegamos. O criado mostrou-nos a entrada. Eu imediatamente vi

Elizabeth mudar o seu olhar, embaraçada, e se entreter com seu bordado.

O que isso significa? Eu desejei saber. Será que sentia a estranheza da

situação ou apenas não suportava olhar-me?

– Por que, Sr. Bingley! – Gritou a Sra. Bennet, aproximando-se com

um sorriso. – Como é maravilhoso vê-lo em Longbourn novamente.

Perdemos contato. Você foi com tal pressa no ano passado que não teve

tempo de dizer adeus! Eu espero que você não esteja pensando em deixar-

nos rapidamente?

– Não, eu espero que não. – Disse Bingley, olhando para a senhorita

Bennet.

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Eu observei o sorriso dela, e desviou o olhar. Ela, pelo menos, eu

poderia entender, e ficou claro que as esperanças de Bingley não seriam

desapontadas.

– E Sr. Darcy. – Disse a Sra. Bennet, em uma voz mal-humorada,

olhando-me.

Eu não liguei para seu humor, e eu achei difícil acreditar que apenas

alguns meses atrás eu pensei que era uma razão para não propor a

Elizabeth. Que importava se sua mãe era boba e vulgar? Eu não casaria

com a Sra. Bennet.

Eu não poderia sentar ao lado de Elizabeth, por ser mais nova, mas eu

perguntei a ela como estavam seus tios. Ela respondeu educadamente, mas

depois voltou sua atenção para o bordado.

Exteriormente, estava calmo. Mas em meu interior estava de outra

forma, mas eu não podia fazer nada. Eu não estava perto o suficiente de

Elizabeth para continuar a conversa particular, e que eu poderia dizer a ela,

sob o olhar de sua mãe, o que eu queria dizer?

Para distrair meus pensamentos, olhei para a Srta. Bennet e perguntei

como eu não poderia ter visto sua parcialidade para Bingley ano passado.

Seus sentimentos por ele estavam em cada gesto, cada olhar e cada sorriso.

Eu tinha me cegado, querendo casar Bingley com Georgiana? Eu me

perguntava. Eu não tinha pensado assim na época, mas agora eu percebi

que deveria.

Olhei de novo Elizabeth, desejando que pudesse ler sua mente.

Depois de um tempo, ela disse: – Senhor Darcy está bem, espero?

– Sim, obrigado. – Eu disse contente em ouvir o som de sua voz.

Não houve oportunidade para mais nada. Sua mãe começou a falar

do casamento de Lydia. Elizabeth não levantou o olhar. Ela sabia que eu

estava envolvido? Mas não, eu tenho certeza que não. Eu tinha jurado a

Gardiners seu segredo, e eu sabia que ele não me trairia. Sua confusão veio

do assunto, sabendo que concluiu sobre as minhas relações com Wickham.

– É uma coisa maravilhosa, com certeza, ter uma filha bem casada. –

Disse a Sra. Bennet, um discurso que teria me revoltado há alguns meses

atrás, mas que agora deixou nenhuma impressão. Eu não me importava

Page 204: Amanda Grange

com a Sra. Bennet. Deixei-a ser a mulher mais boba da cristandade, se ela

quer. Isso não vai impedir-me de casar com Elizabeth, se ela me quiser.

Sra. Bennet continuou a falar de Wickham, dizendo que ele tinha ido

para os regulares, e adicionando: “Graças a Deus!” Ele tem alguns amigos,

embora não tantos como ele merece.

O rosto de Elizabeth estava em uma cor vermelho ardente, e seus

olhos brilharam de mortificação, como eu queria ajudá-la! Mas como eu

pensei, a cor voltou ao normal.

Ela finalmente levantou a cabeça e falou:

– Quer dizer que permanecerá no país, Sr. Bingley? – Perguntou ela.

Eu queria ser Bingley, no momento, de modo que ela teria falado

para mim. Por que ela favorecia meu amigo? Por que não olhava a mim?

Não me desejava? Eu estava na miséria.

Enfim, a visita chegou ao fim. Eu teria ficado mais dias, se pudesse,

mas era impossível.

– Você voltará para jantar conosco na terça-feira, eu espero, Sr.

Bingley? – Disse a Sra. Bennet enquanto nós nos levantávamos para ir

embora. Ela virou os olhos frios para mim, acrescentando com hostilidade:

– E o Sr. Darcy.

O que eu fiz para que ela me tratasse assim? Olhei Elizabeth

novamente.

O próximo encontro irá dizer-me se poderá perdoar-me pelo que fiz,

eu aos graves erros de sua família e se ela pode me amar.

Eu viverei um tormento até saber.

Domingo, 21 de setembro – Eu pensei que a senhorita Bennet parecia bem na noite passada. –

Disse Bingley para mim esta manhã.

– Ela estava.

– Eu pensei que ela parecia muito bem. – Disse ele alguns minutos

mais tarde.

– Sim, ela estava.

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– E no humor.Ela aprecia o verão, eu suponho. – Disse ele pensativo.

– É de se esperar isso. Você gostaria que ela estivesse infeliz?

– Não, claro que não. – Ele respondeu apressadamente.

– Eu pensei que ela não parecia tão florescente até entramos – Eu lhe

disse.

– Não? – Perguntou ele, esperançoso.

– Não. Mas ela pareceu florescer quando te viu.

Bingley sorriu. – A Sra. Bennet é uma mulher maravilhosa.

Verdadeiramente encantadora. E tão educada. Eu não esperava que ela me

pedisse para jantar tão cedo. É uma cortesia que não mereço.

Quem pode pensar que a Sra. Bennet é uma mulher maravilhosa a

não ser nas mãos de uma paixão. Ele é um apaixonado! Fico feliz por

Bingley, e eu só espero que a minha própria sorte possa ser tão boa.

Terça - feira, 23 de setembro Bingley estava pronto para sair para Longbourn meia hora antes.

– Nós não podemos ir tão cedo. – Eu disse, pensando que estava tão

ansioso para partir.

– Podemos atrasar-nos no caminho. – Disse ele.

– Não em uma viagem tão curta. – Eu respondi.

– Jennings não vai querer conduzir o cavalo muito rápido.

– Nós vamos chegar a Longbourn muito cedo, mesmo que

andássemos todo o caminho.

– Pode haver um congestionamento na estrada.

– Podemos conduzir à sua volta.

– Ou o carro pode perder uma roda.

– Nós não podemos ir por meia hora. – Eu disse, olhando para baixo,

para um livro.

Eu queria sentir-me tão satisfeito como parecia. Eu estava tão ansioso

para ir quanto Bingley, e eu ainda estava relutante em não ir ao mesmo

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instante. Ele teve a felicidade de saber que seus sentimentos eram

correspondidos. Eu não tinha essa certeza. Ver Elizabeth de novo! Eu não

ousava pensar nisso. Se ela sorri, que alegria! Se ela evita meu olhar, que

miséria.

Bingley andou até a janela.

– Você pode fazer como eu faço escolher um livro. – Eu disse.

Ele andou até mim e tirou-o de minhas mãos, em seguida, inverteu

antes de devolvê-lo.

– Você fará melhor se for do jeito certo. – Disse ele.

Ele me olhou com curiosidade, mas eu não expliquei a causa da

minha distração. Em vez disso, eu mantive meus olhos sobre a página, mas

não vi nada. Saímos no momento indicado, e partimos para Longbourn.

Estávamos nós dois em silêncio. Chegamos. Entramos. Sra. Bennet

cumprimentou Bingley com um excesso de civilidade, e me deu calafrio.

Senhorita Bennet nos olhou quando entramos e Bingley, e tomou o lugar

ao seu lado. Bingley feliz! Eu não possuía tal sorte. Eu estava tão longe de

Elizabeth, quanto possível. Pior ainda, eu estava sentado ao lado de sua

mãe.

Sra. Bennet teve um grande número de problemas com o jantar, e

não foi difícil perceber o porquê. Seus olhares constantes para sua filha

mais velha e Bingley mostraram que direção seus pensamentos estavam

tomando. A sopa estava boa, e foi seguida por perdizes e veado.

– Espero que você tenha gostado das perdizes? – A senhora Bennet

me perguntou.

– Estão ótimas. – Eu respondi, fazendo um esforço para ser

agradável.

– E a caça? Você já viu um pernil tão gordo?

– Não.

– Você experimentará algum molho, espero? – Ela me pressionou.

Eu tinha pouco apetite, e eu não aceitei a oferta.

– Suponho que esteja acima de um molho simples. – Disse ela. –

Você deve usar uma variedade de molhos em Londres.

– Eu uso. – Eu respondi.

Page 207: Amanda Grange

– Você jantou com o príncipe de Gales, suponho?

– Eu tive essa honra.

– Algumas pessoas pensam que esse tipo de gula é fabuloso, mas

confesso que sempre pensei que fosse vulgar. Nós não temos vinte molhos

para cada prato. Nós não desperdiçamos tanto no nosso país.

Ela voltou sua atenção para Bingley, e me esforcei para comer minha

refeição. Assisti Elizabeth, faminto por um olhar de uma forma que eu não

estava com fome para o alimento, mas ela não olhou para mim.

As senhoras se retiraram. Os senhores sentaram-se sobre o porto. Eu

não tive nenhum interesse na conversa. As iniqüidades do francês não me

interessam. As loucuras do príncipe de Gales não poderiam segurar a

minha atenção. Olhei para o relógio, um minuto depois nos cavalheiros.

Será que eles nunca param de falar?

Nós fomos reencontrar as senhoras e eu fui até Elizabeth, mas não

havia espaço perto dela. O jantar era grande, e como ela derramou o café

eu não podia chegar perto. Tentei, no entanto, mas uma jovem que vai ser

para sempre arruinada aos meus olhos aproximou-se dela e enredou-se na

conversa.

Elizabeth fez olhar aborrecido? Eu pensei que sim, e o pensamento

me deu esperança. Eu saí, mas logo que eu tinha terminado meu café, que

queimou minha boca, tão rapidamente que eu bebi, eu coloquei a xícara

sobre o pires.

– Sua irmã está em Pemberley? – Perguntou ela.

Ela parecia distante, fria.

– Sim, ela permanecerá lá até o Natal. – Eu disse.

Ela perguntou depois sobre os amigos de Georgiana, mas não disse

mais nada. Eu não sabia se devia falar ou me calar. Eu queria falar, mas eu

tinha tanta coisa para dizer que eu mal sabia por onde começar, e na

reflexão, percebi que nada disso poderia ser dito em uma sala lotada.

Meu silêncio chamou a atenção de uma das garotas, e eu era obrigado

a ir embora, me xingando por não ter feito mais da minha oportunidade.

As coisas do chá foram removidas e as cartas, colocadas nas mesas.

Esta era a minha oportunidade! Mas a Sra. Bennet exigia minha presença

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na mesa de whist,e eu não podia recusar, sem ofender. Eu quase fiz. Eu

quase disse: “Eu prefiro muito falar com sua filha”. O que ela teria dito?

Será que ela me diria que tinha intenção de infligir em um homem tão

desagradável de Elizabeth, ou ela seria pega de surpresa, e felizmente cairia

em silêncio? Fiquei tentado, mas eu não poderia constranger Elizabeth.

Eu não pude manter minha cabeça no jogo. Perdi várias vezes. Eu

procurei uma oportunidade de falar com Elizabeth antes de sair, mas eu

não poderia encontrar uma, e eu voltei para Netherfield em clima sombrio.

Bingley, pelo contrário, estava transbordando de felicidade. Eu decidi

que, amanhã, devo dizer-lhe que a Senhorita Bennet estava na cidade, e

que guardei dele. Ele não ficará satisfeito, mas a decepção durará bastante.

Quarta-feira, 24 de setembro – A senhorita Bennet não é a garota mais bonita que você já viu? –

Bingley perguntou-me esta noite, quando jogávamos bilhar.

– Ela é.

– Eu acho que há. – Eu hesitei, mas eu tinha que falar. – Bingley, há

algo que eu tenho que te dizer.

– Oh?

Ele olhou para mim com toda a inocência, e me senti culpado por tê-

lo enganado.

– Eu fiz-lhe uma grande besteira. Na primavera passada, a senhorita

Bennet estava na cidade.

– Mas eu não a vi! – Disse ele, surpreso.

– Não. Eu sei. Eu deveria ter lhe dito, mas eu pensei que você

esquecesse. Não, deixe-me ser honesto, eu esperava que você a tivesse

esquecido, ou fosse esquecê-la, se você não a visse novamente.

– Darcy! – Ele estava ferido.

– Sinto muito. Eu não tinha o direito de intrometer-me em seus

assuntos. Foi impertinente de minha parte.

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– Então, ela me seguiu para Londres? – Disse ele, esquecendo minha

decepção com a felicidade de pensar que ela tinha seguido-o.

– Ela foi para ficar com seus tios, mas ela tentou vê-lo. Ou seja, ela

escreveu para Caroline.

– Caroline! Ela sabia disso, também?

– Sim. Tenho vergonha de dizer que Caroline cortava a senhorita

Bennet, e que eu a encorajava.

– Darcy!

Ele ficou irritado.

– Eu me comportei muito mal, e eu peço o seu perdão.

– Se ela concordar em ser minha mulher, você terá. Mas talvez no

futuro você vai considerar que eu possa controlar meus próprios negócios.

– Eu vou, e sei que é melhor do que eu consigo controlar os meus.

Ele me olhou indagador.

Eu não disse mais nada. Eu não posso falar do meu amor por

Elizabeth, até eu saber que é recíproco. Supondo que eu saiba que é

recíproco.

Quinta-feira, 25 de setembro Fui obrigado a voltar para a cidade. Quanto tempo eu ficarei

dependerá das circunstâncias.

Terça-feira, 30 de setembro Eu recebi uma carta de Bingley, esta manhã, evidentemente escrita às

pressas. Foi tão mal escrita que é quase ilegível. Mas, a última vez que fiz

isso, consegui.

Meu querido Darcy,

Felicite-me! Jane e eu estamos para casar! Ela é o mais doce anjo, mais

adorável! Eu não posso acreditar que eu tenho a sorte de ganhá-la. Sua mãe

está em êxtase. Eu não tenho tempo para mais nada. Caroline acaba de me

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enviar suas saudações. Ela já está planejando seu vestido como dama de honra,

e aguarda para vê-lo no casamento.

Charles Bingley

Ps.: esqueci de perguntar. Você ficará comigo?

C.B.

Eu escrevi de volta, enviando-lhe meus mais sinceros parabéns e

dizendo-lhe que claro que vou estar com ele. Eu estava tentado a voltar a

Netherfield e dar-lhe os meus melhores desejos pessoais, mas Georgiana

está doente e tenho a intenção de permanecer na cidade até que ela

melhore.

Quando me sentei com ela, eu não pude deixar de pensar em

Elizabeth. As duas seriam amigas se Elizabeth fosse minha esposa. É em

todos os sentidos, uma almejada conclusão de tudo o que aconteceu, e

ainda estou apreensivo. Eu não vi nenhum sinal nas palavras de Elizabeth

ou maneira de me fazer pensar que os meus sentimentos são

correspondidos. E ainda não vi nada que me faça pensar que ela está

irremediavelmente contra mim. Estou quase com medo de voltar para

Longbourn. Embora eu esteja com Georgiana ainda tenho esperança, mas

quando eu voltar para Longbourn podem ser frustradas para sempre.

Page 211: Amanda Grange

Outubro

Page 212: Amanda Grange

Quinta-feira, 02 de outubro Coronel Fitzwillian chamou para ver como Georgina estava indo. Ela

está bem recuperada, e eu serei capaz de retornar a Netherfield em poucos

dias.

– Você foi a Netherfield, eu acredito? – Ele disse.

Estávamos comendo na sala de jantar. Georgina, ainda apática de sua

doença, teve de jantar em seu quarto.

– Sim. – Eu contei a ele sobre noivado de Bingley.

– E você se importa?

– Não. Estou muito feliz por ele. Estou feliz por ambos.

– Miss Elizabeth Bennet falou com você sobre a sua carta? Ela

aceitará que você não arruine Wickhan? – Ele perguntou hesitante.

– Ela não disse nada, mas eu acho que ela aceitou isso.

– E tem amolecido os seus sentimentos por você?

Eu não sabia como responder.

– Esses assuntos são dolorosos, enquanto duram, mas não devemos

permitir que durem para sempre. – Disse ele. – É hora de você olhar para o

futuro novamente, Darcy. Você deveria se casar. Seria bom para Georgiana

ter uma mulher na casa. – Ele tomou fôlego, então disse: – Anne tem

esperado a sua proposta à vários anos.

– Anne? – Eu perguntei, surpreso.

– Vamos, Darcy, você sabe que Lady Catherine encarou o seu

casamento como uma coisa resolvida desde que você estava em seu berço.

Fiquei surpreso que você ofereceu sua mão a Elizabeth, mas como não era

da minha conta eu segurei minha paz. Agora que ela rejeitou você, no

entanto, eu penso que você deveria formalizar seu noivado com Anne.

– Eu não tenho nenhuma intenção de casar com Anne. – Eu disse.

– Mas Lady Catherine espera. Ela e sua mãe desposaram você e Anne

em seus berços.

– Ela não é séria em tudo isto? Eu a ouvi dizer isso muitas vezes, mas

eu levei-o por uma fantasia ociosa, tais como: quando você era um bebê,

minha irmã e eu decidimos que iria para o exército, ou quando você era

Page 213: Amanda Grange

criança, eu decidi que você iria entrar na política. Eu lhe asseguro, ela quer

dizer isso.

– E Anne? – Eu perguntei.

– Sim, ela também espera. É por isso que ela nunca se casou.

– Eu pensava que era porque ela era tão jovem...

– Ela tem vinte e oito, como você. Esqueceu-se de que vocês estavam

em seus berços juntos quando eram crianças, e que todos os três

brincávamos juntos quando nós éramos crianças.

Eu tinha esquecido. Ela costumava fugir atrás de meu primo e eu.

Não, não fugia atrás de nós. Ela podia correr quase tão rápido quanto eu

poderia. Meu primo, tendo cinco anos a mais, poderia ultrapassar nós dois.

– Você se lembra de como ela nos vencia no topo da árvore de

carvalho? – Perguntou ele. – Ela não foi feita para escalá-lo. Ela rasgou seu

vestido, e foi confinada ao quarto de crianças a pão e leite por uma semana.

– Eu me lembro. Também me lembro de como você levou um

sanduíche de carne fria e uma fatia de torta, embrulhados em um lenço. Eu

pensei que você iria certamente cair à medida que subia através do telhado

da sua janela. Alguma vez você foi pego por roubar da cozinha?

– Não. Sra. Heaney culpava o cachorro.

– Pobre Caesar! Eu tinha esquecido sobre as façanhas de Anne. Ela

era muito mais animada quando criança, quando sua saúde era boa. –

Comentei.

– E quando ela tinha Sir Lewis para defendê-la. Ele descobriu sobre a

ordem de Lady Catherine de que ela se limitasse ao quarto de criança, e ele

foi lá ele mesmo dar a ela metade de uma soberania.

– Fez, verdade? – Eu disse com um sorriso. Eu podia imaginá-lo. Sir

Lewis sempre foi muito afeiçoado a Anne, e ela por sua vez tinha sido

apaixonada por seu pai. Tinha sido um golpe triste para ela quando ele

morreu.

– Muitas vezes me pergunto... – começou o meu primo.

– Sim?

– Você notou que a tosse é sempre pior quando a mãe está perto?

– Não.

Page 214: Amanda Grange

– E não apenas a tosse, mas sua timidez. Ela é muito mais animada

quando ela está comigo.

– Ela nunca é espirituosa comigo. – Eu disse, surpreso.

– Mas então, ela teme a você.

– A mim?

– Você é uma figura, Darcy, especialmente quando você está fora das

sortes. Deixe o tempo ser ruim, e o tédio transforma você em um ogro.

Eu estava prestes a dizer que ele estava falando bobagens, quando me

lembrei Bingley dizendo algo semelhante.

– Lamento por isto. Mas Anne não precisa sofrer mais. Eu vou visitar

Rosings e dizer-lhes que um casamento entre nós está fora de questão.

– Não há necessidade. Lady Catherine está em Londres, e Anne está

com ela. Vi então as duas esta noite, antes de eu vir para cá. Lady Catherine

irá chamá-lo antes que ela retorne para Rosings.

Nós terminamos a nossa refeição, e depois de sentar-me durante uma

hora, o coronel Fitzwillian à esquerda. Ele ficará em Londres pelas

próximas duas semanas, e prometeu recorrer a Georgiana todos os dias

para ter certeza que ela está bem e feliz.

Sábado, 04 de outubro Lady Catherine veio esta manhã, trazendo Anne com ela. Eu estava

prestes a perguntar da sua saúde, quando minha tia começou sem

preâmbulo.

– Você deve colocar um fim a esse absurdo de uma vez, Darcy. –

Disse ela, logo que ela sentou-se. Eu não sabia do que ela estava falando,

mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela continuou:

– Eu ouvi do Sr. Collins, que estava prestes a propor a Miss Elizabeth

Bennet. Sente-se Anne. – Anne sentou-se rapidamente.

– Sabendo-se que esse relato é uma mentira grotesca, eu visitei

Loungbourn para que Miss Elizabeth Bennet negasse. A audácia da

menina! A perversidade! Embora o que mais se pode esperar com a mãe e

um tio em Cheapside? Ela se recusou a desmentir o relato, pensei que eu

Page 215: Amanda Grange

sabia que devia ser falso. Eu nunca conheci uma garota tão insolente em

minha vida. Ela discutiu comigo da forma mais vulgar. Quando eu disse

que ela devia contradizer o relato, ela só respondeu que tinha declarado ser

impossível, por isso não precisava de nenhuma contradição. Naturalmente,

é impossível. Você é um homem muito orgulhoso para ser desenhado

assim, qualquer que sejam as artes que ela utilizou. De se aliar com uma

família! R, através deles, de se aliar com George Wickham, filho do

mordomo de seu pai. Ele, chamar você de irmão! Nem em pensamento. E

para colocar um fim em seus esquemas, eu disse a ela que estava

comprometido para Anne, e você sabe o que ela disse para mim?

– Não. – Eu disse, não sabendo o que fazer da fala de Elizabeth, mas

esperando - pela primeira vez, tendo razões para a esperança - que ela não

estivesse bem definida contra mim.

– Que, se fosse assim, você não poderia fazer uma oferta para ela! Ela

está perdida para cada sentimento de decoro. Decoro, honra e humildade

todos proíbem tal coincidência! E ainda assim ela não quis me dizer que os

rumores eram falsos ela não pensou na desgraça que ela traria para um

nome de orgulho, ou a poluição que ela poderia causar aos tons de

Pemberly. Pemberly! Quando eu penso em uma garota ignorante em

Pemberly! Mas é claro que é impossível. Você e Anne são feitos um para o

outro. Vocês são descendentes de uma mesma linha nobre. Suas fortunas

são esplêndidas. E ainda começando por isto, sem família, sem conexões

ou fortuna, não me daria uma garantia de que ela nunca iria se casar com

você.

Minhas esperanças aumentaram. Ela não tinha decidido contra mim!

Se ela tivesse, ela teria dito a minha tia. Depois, ainda havia uma chance

para mim.

– Bem? – Lady Catherine exigiu.

– Mama... – Anne começou timidamente.

– Fique em silêncio, Anne. – Ordenou a minha tia. – Bem, Darcy? –

Ela exigiu.

– Bem? – Eu perguntei.

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– Você vai me garantir que você nunca vai pedir esta mulher para ser

sua esposa?

– Não, tia, eu não vou.

Ela olhou para mim.

– Então vocês estão noivos?

– Não tia, não estamos.

– Ah. Eu achei que não. Você não poderia estar tão perdido com o

que é certo e bom, e todo o senso comum.

– Mas se ela me aceitar, eu quero fazê-la minha esposa.

Seu silêncio era terrível, e foi seguido por uma torrente de palavras.

– Você nem pense que você será bem-vindo na Rosings, se você casar

com essa arrivista. Você não vai trazer essa vergonha e degradação em

minha própria casa, mesmo se você está louco o suficiente para colocá-la

em seu próprio domínio. Sua santa mãe ficaria horrorizada se descobrisse

quem é a mulher para sucedê-la na Pemberly.

– Minha mãe ficaria feliz por eu ter escolhido muito bem.

– Você tem uma febre. É a única explicação. – Disse ela. – Se você se

casar com aquela garota que você vai ser cortado da família e dos amigos.

Eles não vão visitá-lo, nem convidamos você a visitá-los na volta. Você vai

ser banido, expulso. Vou dar-lhe uma semana para voltar a seus sentidos.

Se eu não ouvir de você na época, dizendo que você estava inteiramente

equivocado neste plano absurdo, e se você não pedir o meu perdão por

manchar os meus ouvidos com essa bobagem censurável, então eu não vou

mais ser-lhe tia.

Eu fiz a proa um frio varrido para fora da sala, Anne ficou atrás.

– Eu lamento. – Eu disse a ela. – Eu nunca soube que você tinha o

nosso casamento como uma coisa resolvida até o meu primo me contou

isto, ou eu teria feito você saber que eu não me considero desposado com

você.

– Não há necessidade de se arrepender. Eu não queria me casar com

você. – Disse ela.

Ela sorriu, e eu fiquei surpreso. Não foi a timidez em seu sorriso, e

como ela se aproximou de mim ela parecia confiante e certa.

Page 217: Amanda Grange

– Eu sou então tão terrível? – Eu perguntei.

– Não, nem isso. Como um amigo e um primo eu gosto de você

muito bem - contanto que o tempo esteja bom, e você não seja obrigado a

permanecer em casa - mas eu não te amo, e o pensamento de me casar com

você me fez infeliz. Estou feliz que você está para casar com Elizabeth. Ela

é apaixonada por você. Ela vai tirar você fora de sua rigidez, e seremos

todos amigos.

Ela está apaixonada por mim? Eu gostaria de poder ter tanta certeza.

– Uma mulher apaixonada reconhece a outra. – Ela disse. Ela sorriu

novamente e depois seguiu Lady Catherine para fora da sala.

Segunda-feira, 06 de outubro

Estou mais uma vez em Netherfield. Eu cheguei aqui com mais esperança

do que eu já senti, mas ainda não me atrevo a levar o amor de Elizabeth

como uma coisa resolvida. Bingley e eu deixamos Netherfield cedo e logo

chegamos a Longbourn. Miss Bennet estava tora corada e nunca nos

olhava. Elizabeth era mais difícil de entender. Ela, também, corou. Eu

gostaria de saber a causa!

Bingley sugeriu uma caminhada.

– Vou buscar o meu chapéu. – Disse Kitty. – Eu tenho saudade de ver

Maria. Podemos caminhar para o Lucas’s.

Sra. Bennet franziu o cenho para ela, mas Kitty não percebeu.

– Eu não sou uma grande andarilha, tenho medo. – Disse a Sra.

Bennet, voltando-se para Bingley com um sorriso. – Você deve me

desculpar. Mas Jane adora andar. Jane, minha querida, vá buscar seu

casaco. Esse homem, eu suponho, irá, também. – Ela disse, olhando para

mim como se eu fosse um inseto desagradável. Elizabeth corou. Eu ignorei

o comentário o melhor que pude, e pensei que só o meu amor por

Elizabeth poderia induzir-me a pôr os pés naquela casa, outra vez.

Bingley parecia desamparado.

Page 218: Amanda Grange

– Lizzy, corra e busque o seu casaco, também. Você deve se manter

na companhia do Sr. Darcy. Tenho certeza que ele não estará interessado

em qualquer coisa Jane tenha a dizer.

– Estou muito ocupada para andar. – Disse Mary, levantando a

cabeça de um livro. – Eu tenho frequentemente observado que aqueles

que são os melhores caminhantes são aqueles que não têm capacidade

intelectual para instruir-se nos assuntos sérios da vida.

– Oh, Mary! – Disse a Sra. Bennet, impaciente.

Mary voltou para seu livro.

Elizabeth e sua irmã retornaram, tendo colocado sua roupa de sair, e

partimos. Bingley e sua amada logo ficaram para trás. Kitty, eu sabia, logo

nos deixaria para ir visitar a amiga.

Será que Elizabeth irá também? Eu não esperava. Se ela ficasse

comigo, então eu seria capaz de falar com ela. E eu devo falar com ela.

Chegamos de volta para o Lucas’s.

– Você pode ir sozinha. – Disse Elizabeth. – Não tenho nada a dizer a

Mary.

Kitty fugiu pelo caminho, deixando Elizabeth e eu a sós.

Eu virei-me para ela.

Elizabeth, eu estava prestes a dizer, quando ela me parou e falou ela

mesma.

– Sr. Darcy, eu sou uma criatura muito egoísta; e, por uma questão de

dar alívio aos meus próprios sentimentos, cuide para que eu não seja o seu

sofrimento.

Senti-me esfriar. Todas as minhas esperanças agora pareciam

vaidade.

Ela estava indo ferir meus sentimentos. Eu tinha errado ao ler tanto

na sua recusa em negar o comentário sobre nosso noivado. Isto não queria

dizer nada, exceto que ela não se dignou a negar um comentário ocioso

para o benefício de minha tia.

Ela estava evidentemente encontrando dificuldades para continuar.

Ela vai dizer-me para nunca vir a Longbourn novamente, pensei. Ela

não pode suportar ver-me. Dei-lhe um desgosto por mim que é grande

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demais para ser superado. Eu não usei as minhas oportunidades. Tenho

visitado Longbourn com Bingley e não disse nada, porque eu tinha muito a

dizer. No entanto, nada disto poderia ter sido dito na frente dos outros. E

agora é tarde demais. Mas eu não vou deixar que seja tarde demais. Eu vou

falar com ela, se ela me quer ou não.

Mas então ela continuou, mesmo enquanto esses pensamentos iam

passando pela minha mente.

– Eu não posso ajudar mais que agradecer...

Agradecer a mim? Não me culpando, mas me agradecendo? Eu mal

sabia o que pensar.

– ...Pela sua sem igual bondade para com minha pobre irmã.

Bondade sem precedentes? Então ela não me odeia! O pensamento

fez meu ânimo subir, embora com cautela, pois eu não sabia o que tinha

ouvido falar do negócio, ou o que mais ela ia dizer.

– Desde que eu soube disso, tenho ansiado para reconhecer-lhe com

a gratidão que eu sinto por isso. Se fosse de conhecimento do resto da

minha família, eu não teria apenas a minha própria gratidão para

expressar.

Gratidão. Eu não quero sua gratidão. Gosto, sim. Amor, sim. Mas não

gratidão.

– Lamento. – Disse eu – lamento extremamente, de que você foi

informada, de forma equivocada, deram-lhe desconforto. Eu não acho que

a Sra. Gardiner foi tão pouco para ser confiável.

– Você não deve culpar a minha tia. – Disse ela. – Foi Lydia que me

contou, e então eu perguntei a minha tia para maiores detalhes. Gostaria

de agradecer mais uma vez. – Passou Elizabeth. – Em nome de toda a

minha família, para com a compaixão generosa que levou você a ter tanta

dificuldade, e suportar tantas mortificações, por causa do descoberto até

então.

Generosa compaixão. Ela pensava bem de mim, mas de que maneira?

Eu estava num suspense agonizante.

– Se você vai me agradecer, deixa estar para si mesma. – Eu disse.

Minha voz era baixa e apaixonada. Eu não conseguia segurar meus

Page 220: Amanda Grange

sentimentos. – Sua família não me deve nada. Eu tenho muito respeito por

eles, e acredite, eu pensei só em você. – Eu parei de respirar.

Eu tinha falado. Eu tinha ofertado os meus sentimentos. Eu tinha

oferecido a ela, e só podia esperar para ver se ela iria arremessá-los na

minha cara. Mas ela não disse nada. Por que ela não fala? Ela estava

chocada? Horrorizada? Satisfeita?

Então espero rosa no meu peito. Talvez ela se manteve em silêncio

por prazer? Eu tinha que saber.

– Você é muito generosa para brincar comigo. – Eu explodi. – Se

você ainda tem os sentimentos que tinha em Abril passado, diga-me então

de uma vez. Meus afetos e desejos permanecem inalterados. Mas nem

pense que você vai me calar sobre esse assunto para sempre. – Parecia se

passar uma era antes que ela falasse.

– Meus sentimentos são tão diferentes... – Ela começou. Eu comecei

a respirar novamente.

– ...Que eu sou humilde em pensar que você pode ainda me amar...

Eu comecei a sorrir.

– ...Agora eu recebo suas garantias com gratidão... E prazer...

– Eu vos tenho amado por tanto tempo. – Eu disse, ela deslizou suas

mãos em meus braaços e eu cobri-as com meus próprios.

Reivindicá-la era uma alegria. – Eu pensei que era impossível. Eu

tentei te esquecer, mas não adiantou. Quando eu vi você novamente em

Pemberley fui tomado de surpresa, mas rapidamente abençoei a minha

sorte. Eu tive uma chance de mostrar que eu não era tão mesquinho como

você pensava de mim. Eu tive uma chance de mostrar que eu poderia ser

um cavalheiro. Quando você não me desprezou, quando você aceitou meu

convite, me atrevi a ter esperança, mas sua irmã teve problemas e você se

afastou e nunca mais a vi. Eu não poderia deixar descansar esses assuntos.

Eu tinha que ajudar a sua irmã, ao saber que ao fazê-lo eu estava ajudando

você. Então, quando ela estava casada com segurança, eu tinha de te ver.

Eu tinha que te ver. Eu estava nervoso como Bingley quando chegamos a

Longbourn. Ficou claro que sua irmã era uma mulher apaixonada, mas eu

nada poderia dizer por suas maneiras. Você me ama? Você gosta de mim?

Page 221: Amanda Grange

Poderia até me tolerar? Eu pensei que sim, então eu pensei que não. Você

disse tão pouco...

– Não era de minha natureza. – Disse ela arqueando um sorriso.

– Não. – Eu disse, voltando a sorrir. – Não era. Eu não sabia se era

porque estava insatisfeita de ver-me ou simplesmente envergonhada.

– Eu tinha vergonha. – Disse ela. – Eu não sabia por que você veio.

Eu estava com medo de mostrar muito. Eu não queria me expor ao

ridículo. Eu não podia acreditar que um homem de seu orgulho iria

oferecer a sua mão quando ela já tinha sido rejeitada.

– Sua mão, não, mas o seu coração, sim. Você é a única mulher com

quem eu sempre quis me casar, e por aceitar meu desejo você me colocou

para sempre em dívida com você.

– Eu vos farei lembrar disso, quando você estiver zangado comigo. –

Ela disse provocando.

– Eu nunca poderia me zangar com você.

– Você não acha, mas quando eu poluir os tons de Pemberley, é

possível que você possa!

Eu ri. – Ah sim, minha tia manifestou-se vigorosamente sobre nós

dois.

– Ela me disse que eu nunca viveria em Pemberley. – Disse Elizabeth.

– Eu devia desgostar dela por isso, mas estou muito em divida com

ela. Foi a sua visita que me trouxe para você.

– Ela veio ver-te?

– Ela fez. Em Londres. Ela estava em alta indignação. Ela me disse

que tinha vindo vê-lo, e que ela havia exigido que contradissesse o boato

de seu casamento iminente. Sua recusa a deixou cair com seus desejos,

infelizmente, mas ela me ensinou a ter esperança.

Falei de minha carta. – Fiz isso. – Disse eu. – Fazer isso fez com que você

pensasse melhor de mim? Será que você, ao lê-la, deu algum crédito ao seu

conteúdo?

– Isso me fez pensar muito melhor de você, e assim de imediato, me

sentia sinceramente envergonhada de mim mesma. Eu li-a de novo, e

Page 222: Amanda Grange

novamente, e como eu fiz isso, cada um dos meus preconceitos foi

removido.

– Eu sabia que o que eu escrevi devia dar-lhe dor, mas era necessário.

Espero que você tenha destruído a carta.

– A carta certamente será queimada, se você acredita que é essencial

para a preservação do meu respeito, mas, embora tenhamos ambos razões

para pensar que as minhas opiniões não são totalmente inalteraveis, elas

não são, espero eu, tão facilmente mudadas como isso implica.

– Quando eu escrevi essa carta, eu estava perfeitamente calmo e frio,

mas estou convencido de que foi escrita em uma terrível amargura de

espírito.

– A carta, talvez, iniciou-se em amargura, mas não terminou assim. A

despedida é a caridade em si. Mas não pense mais na carta. Os sentimentos

da pessoa que o escreveu, e a pessoa que a recebeu, agora são tão

diferentes do que eram, então, que todas as circunstâncias desagradáveis

deveriam ser esquecidas. Você deve aprender algumas das minhas

filosofias. Pense-se apenas no passado como lembrança lhe dando prazer.

Eu não poderia fazê-lo. Eu não poderia deixar o passado sem lhe dizer

dos meus pais, pessoas boas mesmo ainda que me encorajaram a pensar

bem de mim e mal de outros. Eu disse a ela como eu era o único filho, na

verdade uma criança apenas para grande parte da minha vida e como eu

tinha chegado a nenhum valor além do meu próprio círculo familiar.

– Por você, eu estava devidamente humilhado. Eu vim para você, sem

dúvida, da minha recepção. Você me mostrou como foram insuficientes

todas as minhas pretensões de agradar a uma mulher digna de ser feliz.

Falamos de Georgiana e de Lydia, e do dia na pousada quando a carta

de Jane tinha chegado. Falar de Jane, naturalmente, levou à sua

contratação.

– Preciso saber se você estava surpreso? – Perguntou Elizabeth.

– Não em tudo. Quando fui embora, eu senti que iria acontecer em

breve.

– Ou seja, você tinha dado sua permissão. Achei o máximo. – Ela

brincou comigo.

Page 223: Amanda Grange

A essa altura, tínhamos chegado a casa. Eu não havia percebido

quanto tempo havia se passado até que nós entramos em casa.

– Minha querida Lizzy, por onde você esteve andando? – Perguntou

a irmã, quando nos sentamos à mesa. Elizabeth corou, mas disse: – Nós

andamos, sem prestar atenção para onde estávamos indo, e nos perdemos.

– Tenho certeza de que esta triste por isso. – Disse a Sra. Bennet, em

um sussurro alto o suficiente para eu ouvir. – Deve ter sido muito difícil

para você, ter de falar com aquele homem desagradável.

Elizabeth ficou mortificada, mas eu peguei seu olhar e sorri. Sua mãe

pode ser a mulher mais terrível que tenho tido a infelicidade de conhecer,

mas eu iria tolerar uma dúzia de tais mães por causa de Elizabeth. Eu não

consegui falar com ela como eu queria durante a noite. Jane e Bingley

sentaram juntos, falando do futuro, mas até que eu tivesse pedido a mão de

Elizabeth à Sr Bennet, ela e eu não podiamos entrar em tais discussões. Era

hora de Bingley e eu voltarmos a Netherfield. Eu era capaz de aliviar meus

sentimentos um pouco no carro indo para casa.

– Eu já quis que você fosse feliz. – Eu disse. – Agora você deve fazer o

mesmo por mim. – Bingley pareceu surpreso.

– Eu vou casar com Elizabeth.

– Elizabeth?

– Sim. Propus durante a nossa caminhada. Ela concordou em se casar

comigo.

– Esta é uma notícia capital! Quase tão boa quanto a minha. Ela é

apenas a mulher certa para você. Ela é a única pessoa que eu já conheci que

pode ficar com você. Nunca vou esquecer o jeito que ela provocou-lhe

quando ela ficou conosco em Netherfield, quando Jane estava doente.

Você estava entediado e em um de seus humores imponentes. Caroline

estava admirando tudo o que você dizia e fazia. Lembro-me de pensar que

seria uma tragédia se casasse com ela, sabendo que ela iria confirmar a sua

vaidade. Ela iria convencê-lo que você estava acima de todo mundo em

todos os sentidos. Não que você precisava de uma grande quantidade de

convencimento!

Eu ri.

Page 224: Amanda Grange

– Eu realmente estava tão arrogante?

– Você estava. – Disse Bingley. – Você sabe que você estava! Mas

Elizabeth vai garantir que você nunca se torne assim de novo. Quando

vocês pretendem casar?

– Logo que possível. Elizabeth vai precisar de tempo para comprar

roupas de casamento, e se ela quiser que eu faça alguma alteração em

Pemberley antes de ela chegar, então vou precisar de tempo para atendê-la.

Caso contrário, eu gostaria de me casar de uma vez.

– Alterações em Pemberley? Deve ser amor. – Disse Bingley. –

Tenho certeza eu espero que você seja muito feliz.

– Nós temos falado sobre isso, Elizabeth e eu decidimos que você e

Jane vão ser felizes, mas que seremos mais felizes.

– Oh não, nisso nunca iremos concordar.

O carro rolou até parar.

– Você vai dizer a Caroline, ou eu? – Perguntou Bingley, enquanto ia

dentro, em seguida, ele passou imediatamente: – Talvez fosse melhor

deixar-me dizer a ela, ou ela pode dizer algo, ela lamenta ao ouvir a

primeira notícia.

– Como você quiser.

Ao entrar na casa, retirei-me para a biblioteca, para pensar em

Elizabeth, e no futuro.

Terça Feira, 07 de Outubro Eu encontrei Caroline no café da manhã, e estava satisfeito ao ver

quão bem ela comportava-se.

– Eu entendo que devo felicitá-lo, – ela comentou.

– Sim. Eu vou me casar.

– Estou encantada, – ela disse. – Já era hora de você tomar uma

esposa. Quem teria pensado, quando viemos para Netherfield ano

passado, que tanto você como Charles encontrariam o verdadeiro amor.

Eu ignorei seu tom divertido.

– Talvez um dia você possa ter a mesma sorte.

Page 225: Amanda Grange

– Eu não penso que irei algum dia me casar, – ela declarou. – Não

desejo deixar um homem controlar-me. Quando será o casamento?

– Em breve.

– Então devo ver minha costureira. Dois casamentos em tão curto

espaço de tempo irão requerer um planejamento cuidadoso.

– Oh, sim, – disse Louisa. – Nós devemos ter algo novo.

Logo após o café, Bingley e eu nos dirigimos novamente a

Longbourn.

– Caroline se portou muito bem, – eu disse a ele. – Eu penso que ela

recebeu bem as notícias.

– Ela não se portou tão bem quando eu contei a ela, – disse Bingley, –

mas eu a recordei de que se não fosse civilizada quanto a isso ela poderia

acabar sendo excluída de Pemberley.

Nós chegamos. A Sra. Bennet era toda sorrisos enquanto

cumprimentava Bingley, e toda caretas enquanto me fazia uma reverência.

Como reagirá quando souber que serei seu genro?

Bingley olhou calorosamente a Elizabeth, portanto estou certo que

ela adivinhou que contei a ele, então ele disse: – Sra. Bennet, você possui

alguma outra trilha por aqui na qual Lizzy possa se perder novamente

hoje?

A Sra. Bennet prontamente aceitou sua sugestão, ansiosa em

permitir-lhe um pouco de privacidade com Jane. Ela sugeriu que

caminhássemos pelo Monte Oakhan. Bingley, jovialmente, disse estar

certo que era demais para Kitty, e Kitty concordou que preferia ficar em

casa. Era uma mudança ter Bingley coordenando minha vida por mim!

Mas eu não poderia me queixar, desde que, alguns minutos depois, eu me

encontrei do lado de fora e livre para conversar com Elizabeth.

– Eu devo pedir a seu pai consentimento para o casamento. – Eu

disse, enquanto vagávamos pelo monte.

– E se ele não der? – Ela perguntou com um sorriso malicioso.

– Então eu terei que levá-la sem isso, – eu disse. – Você acha que ele

negará? – Eu perguntei mais seriamente.

Page 226: Amanda Grange

– Não. Não tenho medo do que ele poderia dizer. Ao menos, não,

uma vez que ele venha a conhecê-lo, penso, para começar, que ele ficará

surpreso. Quando chegou a carta do Sr. Collins...

Ela parou.

Dei-lhe um olhar questionador.

– O Sr. Collins escreveu a ele, dizendo que eu não deveria desposá-lo,

pois isso enfureceria a Dama Catherine.

– E o que seu pai respondeu?

– Ele estava muito ocupado saboreando a brincadeira para

responder.

– Posso ver que terei dificuldades com ele. Pensará que estou

brincando quando pedir sua mão?

– Não creio que ele se atreverá, – ela disse.

Ela falou suavemente, mas posso dizer que estava preocupada.

– Tomarei cuidado em conhecê-lo, – eu disse. – Ele e eu nos

conheceremos melhor, e eu garantirei que ele nunca se arrependa por dar

seu consentimento.

Continuamos caminhando.

– E então há minha mãe, – ela disse.

– Vou deixar de ser aquele homem, não acha? – Eu perguntei com

um sorriso.

– Não, – ela disse estremecendo. – Se você soubesse quantas vezes eu

corei por ela, ou desejei que ficasse em silêncio. Acho que contarei a ela

quando estiver só, – ela continuou. – Então ela terá a oportunidade de

superar o primeiro susto, e talvez isso a torne mais racional quando

conversar com você.

– Exatamente o que pensou Bingley, quando decidiu que seria

melhor se ele contasse a Caroline.

– Eu me surpreenderia se ela continuasse a admirar a sua caligrafia

uma vez que esteja casado.

– Eu temo que não. Ela provavelmente achará extraordinariamente

desleixado.

Nós alcançamos o topo do monte.

Page 227: Amanda Grange

– Bem, e o que você acha da vista? – perguntou-me Elizabeth.

Virei-me para ela.

– Eu gosto muitíssimo, – disse.

Ela parecia tão bonita que me vi impulsionado a beijá-la. Ela ficou

surpresa no início, mas então, respondeu calorosamente, e eu soube que

nosso casamento seria feliz em todos os sentidos.

Caminhamos juntos, falando do futuro. Eu estava ansioso por

mostrar Pemberley a Elizabeth, não como visitante, mas como sua futura

senhora.

– Você não vai objetar a visita de meus tios? – ela perguntou.

– Claro que não. Gostei deles.

– E minhas irmãs?

– Jane e Bingley estarão conosco freqüentemente. Suas irmãs mais

jovens serão bem vindas sempre que elas, ou você, escolherem. Mas eu não

quero Wickham lá.

Juntamo-nos a Jane e Bingley e retornamos a Longbourn.

Durante toda a noite, não foi fácil para Elizabeth. Eu desejava tirá-la

de sua miséria, mas não poderia falar com o Sr. Bennet até após o jantar.

Tão logo eu o vi retirar-se para a biblioteca, o segui.

– Sr. Darcy, – ele disse surpreso, quando fechei a porta da biblioteca

atrás de mim.

– Eu gostaria de falar com você, – eu disse.

– Estou a sua disposição. Você deve ter ouvido, suponho, o rumor de

que irá se casar com Elizabeth e deseja pará-lo, mas eu o aconselho a

divertir-se com esse disparate, ao invés de se preocupar com o que não

passa de um pequeno absurdo.

– Eu não acho isso nem um pouco absurdo, – eu disse a ele. – Eu

acho altamente desejável. Eu o segui com a intenção de pedir a mão de

Elizabeth em casamento.

Sua boca caiu aberta.

– Pede-me a mão de Elizabeth em casamento? – ele repetiu ao

menos.

– Sim.

Page 228: Amanda Grange

– Mas deve haver algum engano.

– Não há qualquer engano.

– Mas eu pensei... é isso. O Sr. Collins é um tolo! Está sempre me

regalando com alguma nova e absurda história, e eu estava certo que ele

havia se enganado. Você, que nunca olhou para Elizabeth em sua vida! E,

ainda agora, você me diz que quer casar-se com ela.

– Eu quero. Eu a amo, e quanto a nunca ter lhe prestado atenção, tem

sido algo um pouco diverso. Mas, você não esteve lá, portanto eu não

posso culpá-lo por estar surpreso. Quando ela foi uma convidada em

Netherfield, eu tive o prazer de sua companhia por quase uma semana, e

gastei muito de meu tempo com ela. Eu a vi novamente no Kent, quando

ela estava visitando o Sr. Collins, e viemos a nos conhecer muito melhor.

Eu a vi recentemente em Derbyshire, e cada vez que a encontrava, eu a

amava mais. Meus sentimentos não são recentes. Existem há muito tempo

e não vão mudar.

– Mas ela sempre te odiou! – Ele disse. – Qualquer homem que

persista diante de tão óbvia aversão é louco.

Por isso sorri.

– Posso assegurar-lhe minha sanidade. Sua aversão foi superada há

muito tempo. Eu já a pedi em casamento e ela disse sim.

– Disse sim! – Exclamou o Sr. Bennet em tom débil.

– E como nós dois estamos de acordo, só necessitamos a sua

permissão para marcar a data.

– E se eu não a der?

– Então eu temo que teremos de nos casar sem isso.

Ele olhou para mim como a decidir se eu falava a sério. Então,

recobrando o juízo, disse: – Se é como você diz, e Elizabeth realmente

quer se casar com você, vocês terão meu consentimento e minha bênção.

Mas eu quero ouvir isso de seus próprios lábios. Mande-a a mim.

Eu o deixei e fui ao encontro de Elizabeth. Ela viu por minha

expressão que ele havia consentido.

– Ele quer falar com você.

Ela concordou e deixou a sala.

Page 229: Amanda Grange

A Sra. Bennet, que tinha estado conversando com Jane e Bingley,

elevou o olhar a isto.

– Onde foi Lizzy? – Ela perguntou a Jane.

– Eu não sei, – Jane respondeu, embora por sua expressão eu poderia

dizer que ela adivinhava.

– Ela deu uma desculpa para deixar a sala, estando cansada de

conversar com aquele homem desagradável, eu suponho. – Disse a Sra.

Bennet, não se dando ao trabalho de abaixar a voz. – Eu não a culpo.

Agora, Jane, você precisa de um novo vestido para o casamento. Que cor

você acha que deveria ser? Eu me casei de azul. – Ela disse, –

absolutamente o mais lindo vestido, não como as modas atuais. Tinha uma

saia ampla, e um corpete pontiagudo. Temos que nos certificar que você

tenha algo igualmente bom. Cetim, eu acho, ou rendas de Bruges.

Jane lançou-me um olhar apologético no início de seu discurso, e

então participou com sua mãe, mas eu mal ouvi as efusões da Sra. Bennet.

Eu estava imaginando o que estaria acontecendo na biblioteca. Parecia-me

que Elizabeth havia saído há muito tempo. O que estaria seu pai dizendo a

ela? Estava realmente levando tanto tempo para ela convencê-lo de seus

sentimentos por mim?

– Eu tenho observado constantemente, que os adornos do vestido de

casamento não têm qualquer relação com a felicidade do enlace, – disse

Mary, olhando sobre seu livro. – Tais coisas são vaidades, criadas para

prender mulheres descuidadas e conduzi-las para o caminho da tentação.

– Oh, silêncio Mary, fique quieta, ninguém te perguntou, – disse a

Sra. Bennet, aborrecida. – Quando você encontrar um marido, poderá

discursar sobre a natureza dos vestidos de casamento o quanto quiser.

Mary foi silenciada.

– Quando eu me casar, eu terei a saia de baixo de cetim e uma sobre

saia de gaze, – disse Kitty, – e eu não fugirei com meu marido e viverei com

ele em Londres antes.

– Kitty, fique quieta, – disse a Sra. Bennet. Ela se voltou pra Bingley

com um sorriso. – O que você usará Sr. Bingley? Um casaco azul ou um

preto? Wickham se casou de casaco azul. Meu querido Wickham! – Ela

Page 230: Amanda Grange

disse suspirando. – Um homem tão bonito. Mas, nem de perto, tão bonito

quanto você.

Eu capturei o olhar de Bingley. É provável que, se Wickham

possuísse cinco mil libras por ano, ele seria considerado tão bonito quanto

Bingley.

– Eu usarei o que Jane desejar, – ele disse.

Onde estava Elizabeth? Eu sentia minha impaciência crescendo. Ao

menos ela retornou para a sala e sorriu. Tudo estava bem.

A noite passou calmamente. Eu recebi um frio aceno da Sra. Bennet

quando parti, e me perguntei como seria recebido no dia seguinte. Eu vi

linhas de tensão em torno da boca de Elizabeth e eu sabia que ela estava

imaginando sua entrevista com a mãe.

– Por esta altura, amanhã, estará feito, – eu disse.

Ela concordou, depois Bingley e eu partimos.

– O pai dela deu seu consentimento? – perguntou Bingley, assim que

retornamos para Netherfield.

– Ele deu.

– Jane e eu já marcamos a data de nossas bodas. Nós estávamos

imaginando o que você e Elizabeth pensariam de um casamento duplo?

Fiquei muito impressionado pela idéia.

– Eu gosto. Se Elizabeth estiver de acordo, então será isso que

faremos.

Quarta feira, 08 de Outubro Bingley e eu fomos a Longbourn cedo esta manhã.

– Sr. Bingley, – disse a Sra. Bennet, inquieta enquanto o recebia. Ela

se voltou para mim, e eu senti Elizabeth ficar tensa. Mas sua mãe

simplesmente olhou para mim admirada e disse: – Sr. Darcy.

Não havia indiferença em sua voz. De fato, ela parecia aturdida. Eu fiz

uma reverência a ela e fui sentar-me ao lado de Elizabeth.

A manhã passou muito bem. A Sra. Bennet subiu com as irmãs mais

jovens, sob algum pretexto, e Elizabeth e eu ficamos livres para conversar.

Page 231: Amanda Grange

Quando o almoço foi servido, a Sra. Bennet sentou-se a um de meus lados

e Elizabeth ao outro.

– Molho holandês, Sr. Darcy? – Disse a Sra. Bennet. – Eu acredito

que você goste de molhos.

Eu lancei um olhar ao redor da mesa, e vi não menos que seis

molheiras. Eu estava a ponto de recusar o molho holandês quando avistei a

expressão mortificada de Elizabeth e determinei-me a pagar a nova

civilidade da Sra. Bennet com a minha própria civilidade.

– Obrigado.

Peguei um pouco de molho holandês.

– E barnaise? Eu o tenho feito especialmente.

Eu hesitei, então pus um salpico de molho barnaise junto ao molho

holandês.

– E um pouco de molho de vinho do Porto? – Ela disse. – Eu espero

que você pegue um pouco. A cozinheira o fez especialmente.

Eu peguei um pouco de molho de vinho do Porto e olhei para meu

prato com desânimo. Eu capturei o olhar de Elizabeth e a vi rindo. Eu

peguei um pouco de molho bechamel, molho de mostarda e molho de

queijo também, e assim comecei a comer minha estranha refeição.

– Você está apreciando seu almoço? – perguntou a Sra. Bennet

solicitamente.

– Sim, obrigado.

– Não é o que você está acostumado, eu suponho.

Eu poderia dizer honestamente que não.

– Você possui dois ou três cozinheiros franceses, eu suponho.

– Não, eu tenho apenas uma cozinheira, e ela é inglesa.

– Ela é a cozinheira em Pemberley?

– Sim, ela é.

– Pemberley, – disse a Sra. Bennet. – O quão grande isso soa. Estou

feliz que Lizzy tenha recusado ao Sr. Collins, um presbitério é nada

comparado a Pemberley. Eu suponho que a chaminé seja maior que até

mesmo a de Rosings. Quanto custou, Sr. Darcy?

– Eu não estou certo.

Page 232: Amanda Grange

– Muito provavelmente mil libras ou mais.

– Deve ser difícil de manter, – disse o Sr. Bennet. – Mesmo em

Longbourn, é difícil manter com todos os reparos.

Entramos em uma discussão a respeito de nossas propriedades, e eu

encontrei no Sr. Bennet um homem sensato. Ele pode ser negligente em

relação aos interesses de sua família, mas suas funções em outras áreas são

realizadas de forma responsável.

Eu tenho que perdoá-lo por sua negligência pela forma que se

produziu Elizabeth. Sua vivacidade e vitalidade poderiam ter sido

esmagadas sob uma educação comum.

Eu decidi que Georgiana deve ter um descanso temporário de

governantas e acompanhantes, assim ela pode desenvolver sua própria

personalidade. Eu estou certo que Elizabeth irá concordar.

Sexta feira, 10 de Outubro Elizabeth começou a me perguntar como me apaixonei por ela.

– Como você pôde começar? – ela perguntou. – Eu posso

compreender como prosseguiu o encantamento, depois que você

começou, mas o que foi que o impulsionou inicialmente?

Eu pensei. O que foi que me fez começar a me apaixonar por ela? Foi

quando ela olhou satiricamente para mim na assembléia? Ou quando ela

andou pela lama para ver Jane? Ou quando ela negligenciou me lisonjear,

não me dizendo quão bem eu escrevia? Ou quando ela se recusou a tentar

e atrair minha atenção?

– Eu não posso determinar à hora, ou o local, ou o olhar, ou as

palavras, que lançaram as bases. Isso foi há tanto tempo atrás. Eu estava no

meio, antes de perceber que havia começado.

Ela me importunou, dizendo que eu resisti a sua beleza, e

conseqüentemente devo ter me apaixonado por sua impertinência.

– Para ser claro, você não reconhece nada realmente bom em mim –

mas ninguém pensa nisso quando se apaixona.

Page 233: Amanda Grange

– Não havia nada de bom em seu comportamento afetuoso para com

Jane, enquanto ela estava doente em Netherfield?

– Querida Jane! Quem poderia fazer menos por ela? Mas faça disso

uma virtude, de qualquer forma. Minhas boas qualidades estão sob sua

proteção, e você está a exagerá-las o máximo possível.

– Você não se ofende facilmente. Não deve ter sido fácil para você

estar em Netherfield – você não foi muito bem recebida – e ainda assim

você ficou mais divertida do que qualquer outra coisa pela nossa rudeza.

– Eu gosto de rir, – ela admitiu.

– E você é leal aos seus amigos. Você me repreendeu por meu

tratamento ao Wickham –

– Não fale dele! – Ela me implorou. – Eu dificilmente suporto pensar

sobre isso.

– Mas eu posso. Ele é um indivíduo repugnante, mas você não

poderia saber disso naquele momento, e o defendeu. Não há muitas

mulheres que defenderiam um pobre amigo contra um solteirão rico e

elegível.

– Por mais indigno que o “amigo” possa ser, – ela disse com pesar.

– E você não teve medo de mudar seu pensamento quando descobriu

a verdade. Você não se agarrou aos seus preconceitos, tanto em relação ao

Wickham quanto a mim. Você reconheceu a justiça do que eu disse.

– Sim, eu reconheci que um homem que não sustenta um perdulário

não é um bruto. Isso é um indício de grande bondade, de fato.

– Você fez tudo em seu poder para ajudar Lydia, mesmo sabendo que

ela era imprudente e incivilizada, – eu apontei.

– Ela é minha irmã. Eu dificilmente poderia abandoná-la a um patife,

– ela respondeu.

– Mas eu estou permitido a exagerar seus pontos positivos, – eu

lembrei a ela. –Você mesma disse.

Ela riu.

– Pobre Lydia. Eu pensei que ela havia arruinado minha chance de

felicidade com você para sempre. Eu não imaginei que você iria querer

Page 234: Amanda Grange

estar ligado a uma família em que uma das garotas fugiu, especialmente

quando esta fugiu com seu maior inimigo.

– Eu nunca pensei nisso. Você me ensinou que essas coisas não

importam.

– Eu ensinei a você mais do que pensava então. Quando você veio a

Longbourn, após o casamento de Lydia –

– Sim?

– Você falou tão pouco. Pensei que não se importasse comigo.

– Porque você estava séria e silenciosa, e não me deu encorajamento.

– Eu estava embaraçada, – ela disse.

– E eu também estava.

– Diga-me, por que você veio a Netherfield? Foi apenas para cavalgar

até Longbourn e ficar embaraçado? Ou você pretendia conseqüências mais

sérias?

– Meu objetivo real era vê-la, e julgar, se eu pudesse, se seria possível

fazê-la me amar. Meu motivo declarado, ou o que eu declarei a mim

mesmo, era ver se sua irmã ainda estava inclinada para Bingley, e, se ela

estivesse, confessar a ele o que eu havia feito.

– Você terá, algum dia, coragem para declarar a Dama Catherine, o

que está para acontecer?

– É mais provável que eu precise de tempo que coragem, Elizabeth.

Mas isso deve ser feito, e se você me der uma folha de papel, será feito

imediatamente.

Enquanto eu redigia minha carta para Dama Catherine, Elizabeth

escrevia uma carta para sua tia e tio na Rua Gracechurch. A dela foi mais

fácil de escrever que a minha, visto que esta ia proporcionar prazer,

enquanto a minha ia causar pesar. Mas precisava ser feito.

Dama Catherine,

Eu estou certo que você desejará me felicitar. Eu pedi a Srta.

Elizabeth Bennet em casamento, e ela me deu uma grande honra dizendo

sim.

Seu sobrinho,

Fitzwilliam Darcy.

Page 235: Amanda Grange

– E agora eu vou escrever uma carta muito agradável, – eu disse.

Eu peguei outra folha de papel e escrevi para Georgiana.

Minha querida irmã,

Eu sei que você ficará encantada em saber que Elizabeth e eu vamos

nos casar. Eu te contarei tudo quando a vir em breve.

Seu amado irmão,

Fitzwilliam.

Foram curtas, mas não havia tempo para mais. Eu as li

completamente, limpei com areia e enderecei os envelopes.

– Você se importaria de ter outra irmã? – eu perguntei a Elizabeth.

– De forma alguma. Estou ansiosa por isso. Ela viverá conosco em

Pemberley?

– Se você não tiver objeções?

– Nenhuma.

– Ela pode aprender muito com você.

– E eu com ela. Ela será capaz de me dizer tudo sobre as tradições de

Pemberley.

– Você pode alterar qualquer coisa que não goste.

– Não, eu não alterarei nada. Minha tia e eu já estamos de acordo,

Pemberley é perfeita exatamente como é.

Terça feira, 14 de Outubro Elizabeth está encantada com a carta de Georgiana que chegou esta

manhã. Estava bem escrita, e em quatro páginas expressava o prazer de

Georgiana ante a perspectiva de ter uma irmã.

Menos bem vinda foi a carta da Dama Catherine.

Fitwilliam,

Não vou chamá-lo sobrinho, pois você não o é mais para mim. Estou

chocada e surpresa que você pôde rebaixar-se a oferecer sua mão a uma

pessoa de nascimento tão inferior. Isso é uma mancha na honra e

reputação do sobrenome Darcy. Ela não trará a você nada além de

Page 236: Amanda Grange

degradação e embaraço, e reduzirá sua casa a um lugar de impertinência e

vulgaridade. Seus filhos serão selvagens e indisciplinados. Suas filhas

irão fugir com cavalariços e seus filhos serão advogados. Você nunca será

recebido por seus conhecidos. Você estará desgraçado aos olhos do mundo,

e se tornará uma figura desprezada. Você lamentará amargamente este

dia. Lembrar-se-á que o adverti das conseqüências de tão desastroso ato,

mas já será tarde demais. Não terminarei esta carta te desejando

felicidade, pois nenhuma felicidade pode seguir tão maligna união.

Dama Catherine de Bourgh

Quarta feira, 15 de Outubro Jantei com Elizabeth esta noite, e me surpreendi ao encontrar uma

grande recepção lá, consistindo na Sra. Philips, Sir William Lucas e Sr. e

Sra. Collins. O inesperado aparecimento dos Collins foi logo explicado.

Dama Catherine tem estado tão excessivamente irada com nosso enlace,

que eles pensaram que seria mais sábio deixar o Kent por um tempo e

retirar-se à Residência dos Lucas.

Elizabeth e Charlotte tinham muito a discutir, e enquanto as duas

conversavam depois do jantar, eu fui deixado às ofertas misericordiosas do

Sr. Collins.

– Eu fiquei deleitado ao saber que você ofereceu casamento a minha

leal prima, e que ela, em sua graciosa e feminina sabedoria, o aceitou, – ele

disse radiante. – Eu agora entendo porque ela não pôde aceitar a proposta

que eu inadvertidamente fiz a ela outono passado, quando eu não sabia

nada dos presentes acontecimentos felizes. Eu pensei, naquele tempo, que

era estranho uma jovem e amável mulher recusar uma proposta totalmente

irrepreensível de um respeitável homem jovem, particularmente um que

possui tão bom benefício eclesiástico, e quem, se eu puder dizer tanto,

possui as vantagens de sua vocação para oferecer a ela tão boas quanto as

vantagens de sua pessoa. Sua recusa me pareceu inexplicável naquele

momento, mas eu compreendo totalmente agora. Minha leal prima havia

Page 237: Amanda Grange

perdido seu coração para alguém que, se eu puder dizer tanto, é, em

virtude de sua posição, mais digno que um clérigo, pois ele tem o destino

do clero em suas mãos.

Eu vi Elizabeth olhando satiricamente para mim, mas eu suportei sua

conversação com compostura. Eu pude até, no momento, me divertir com

isso.

– Admiravelmente expressado, – disse Sir William Lucas, ao se juntar

a nós. Ele me reverenciou, então ao Sr. Collins, depois a mim novamente.

– Somente tanto mérito pode nos resignar ao fato de que você está

levando embora à jóia mais brilhante de nosso condado, quando você levar

Elizabeth para Derbyshire, – ele continuou com outra reverência. – Eu

espero que nos vejamos muito frequentemente, quer em Longbourn ou

em St. James.

Afortunadamente fomos jantar, mas quando me vi livre da

companhia do Sr. Collins e Sir William, me encontrei sentado ao lado da

Sra. Philips. Ela parecia ter muito respeito por mim para dizer muito, mas

quando ela falou tudo foi muito vulgar.

– Então Sr. Darcy, é verdade que você ganha dez mil por ano? – ela

perguntou.

Eu a olhei subjugado.

– Eu estou certa que deve ser, pois eu ouvi isso em todo lugar.

Pemberley é maior que Rosings?

Quando eu não respondi, ela perguntou novamente.

– Sim, é, – eu disse.

– E quanto custou a estante da lareira? O Sr. Collins estava me

dizendo que a estante de Rosings custou oitocentas libras. Eu espero que a

de Pemberley tenha custado mais de mil. Minha irmã e eu conversamos

sobre isso outro dia mesmo. –

– Eu confio, – eu disse, – que deve ter custado bem mais que mil

libras.

– Muito possível que tenha custado mais de mil e duzentas libras, –

ela respondeu. – É uma boa coisa que Lizzy não tenha se casado com o Sr.

Collins. Depois de tudo, embora minha irmã tenha ficado aborrecida

Page 238: Amanda Grange

naquele momento, o que é o Sr. Collins comparado ao Sr. Darcy? Mesmo

a Sra. Lucas concorda que ele não é nada que possa se comparar.

Eu escutei seus comentários aborrecidos tão bem quanto pude, e

imaginei o dia em que teria Elizabeth comigo em Pemberley, livre de todas

as suas relações.

Terça feira, 28 de Outubro Eu não sabia que poderia me sentir tão nervoso, mas esta manhã eu

me sinto mais nervoso que no dia em que pedi Elizabeth em casamento.

Bingley e eu partimos para a igreja juntos. Eu acredito que ele estava mais

ansioso que eu quando fomos e tomamos nossos lugares na frente.

Os convidados começaram a chegar. O Sr. Collins foi o primeiro. Sua

esposa não estava com ele, pois ela estava auxiliando Elizabeth. A Sra.

Philips chegou logo depois. Então chegaram os Lucas, e depois os

numerosos convidados de Elizabeth. De minhas relações estavam somente

o Coronel Fitzwilliam e minha irmã, Georgiana. Dama Catherine e Anne

não compareceram. Eu não esperava isso, e fiquei feliz que minha tia tenha

decidido manter distância, mas eu não gostei de não ver Anne, e eu

suspeito que ela teria gostado de me ver seguramente casado com

Elizabeth.

A igreja encheu. Os convidados tomaram seus lugares. Bingley e eu

trocamos olhares. Olhamos para a porta. Olhamos para trás novamente.

Olhei meu relógio. Bingley olhou o dele. Ele sorriu nervosamente. Eu sorri

tranquilizadoramente. Ele concordou. Eu apertei minhas mãos. E então,

nós ouvimos um suspiro, e, olhando em volta, eu vi Elizabeth. Ela estava

andando pelo corredor conduzida por seu pai, com Jane ao outro lado.

Mas eu não tinha olhos para Jane. Eu só tinha olhos para Elizabeth. Ela

parecia radiante. Eu senti meu nervoso me deixar enquanto ela vinha até

mim, tomando seu lugar ao meu lado como Jane tomou o seu ao lado de

Bingley.

Page 239: Amanda Grange

A cerimônia foi simples, mas me tocou profundamente. Quando

Elizabeth e eu trocamos votos eu pensei que não poderia haver homem

mais feliz que eu em toda a Inglaterra.

Nós deixamos a igreja, e quando eu olhei para Elizabeth eu sabia que

ela era, agora, a Sra. Darcy.

– Sra. Darcy! – Disse sua mãe, ecoando meus pensamentos. – Quão

bem isso soa. E Sra. Bingley! Oh! Se eu puder ver minhas duas outras filhas

tão bem casadas, eu não terei nada mais a desejar.

Nós retornamos a Longbourn para o café-da-manhã do casamento, e

então, Elizabeth e eu, partimos para um tour pelo Distrito dos Lagos. Jane

e Bingley vieram conosco. Nós paramos a noite em uma estalagem, e eu

estou usando todas as oportunidades para escrever em meu diário, visto

que depois não haverá tempo. Eu estou imaginando esta noite. Depois do

jantar, nosso verdadeiro casamento irá começar.

Page 240: Amanda Grange

Novembro

Page 241: Amanda Grange

Terça-feira, 11 de novembro Hoje voltamos para Pemberley, depois da nossa lua de mel pelos

lagos. Elizabeth parecia bem e feliz. Eu a observei enquanto a carruagem

enrolava o caminho, vendo em seu rosto a alegria em sua nova casa.

A carruagem parou do lado de fora da porta. Nós entramos. Sra

Reynolds tinha montado a equipe, e eles nos acolheram. Sra Reynolds, eu

sei, está encantada de ver uma senhora em Pemberley novamente.

Subimos para nossos quartos. Entrei em sua suíte com Elizabeth. Era

o único conjunto de quartos que ela queria alterar, e tinha sido decorado

exatamente como ela desejava.

– Você gostou? – Eu perguntei

Ela olhou a sua volta apreciando. – É perfeito.

Eu fui até ela e beijei-a.

– Você gostou? – Ela perguntou, olhando em volta do quarto

novamente.

– Não importa se eu gosto ou não.

– Eu acho que importa. – Ela brincou comigo. – Afinal de contas,

você será um visitante assíduo.

Eu sorri e beijei-a novamente.

Eram algumas horas mais tarde quando descemos as escadas.

– Você tem certeza que não quer nenhum dos outros quartos

redecorados? – Eu perguntei a ela, enquanto entrávamos na sala de jantar.

– Não, eu gosto deles do jeito que são. Eles me lembram da minha

primeira visita em Pemberley. – Ela andou até a janela e olhou para fora. –

É uma linda paisagem.

Eu concordei. A colina arborizada era linda, e o rio brilhava enquanto

ele serpenteava seu caminho através do vale. Eu amo cada arvore e cada

folha do gramado, e aquece-me saber que ela ama, também.

– O que você pensou quando viu pela primeira vez? – Eu perguntei a

ela.

Ela sorriu maliciosamente. – Que eu poderia ter sido a senhora de

tudo isso, se eu tivesse aceitado você!

Page 242: Amanda Grange

– E não se arrepende?

– Por um minuto, até que me lembrei que não teria sido permitido

acolher minha tia e meu tio aqui.

– Eu não posso acreditar que eu fui sempre tão orgulhoso. Se não

fosse por sua tia e seu tio, talvez nunca nos encontrássemos novamente.

Vamos recebê-los a qualquer momento que você desejar fazê-lo.

Coloquei meus braços ao redor dela.

– Devemos tê-los para se hospedar em breve. Eu prometi a minha tia

que ela pode cavalgar em volta do parque em uma carruagem leve e um par

de cavalos. – Ela virou-se no circulo dos meus braços e acariciou minha

bochecha. – Mas não vamos convidá-los ainda.

Terça-feira, 18 de Novembro Temos estado em Pemberley por uma semana, e Elizabeth e

Georgiana estão ficando juntas bem como eu poderia ter esperado.

Georgiana está começando a perder um pouco sua timidez através de sua

proximidade com Elizabeth, e embora ela não é tão brincalhona quanto

Elizabeth, ela tem se aventurado a me gozar em uma ou duas ocasiões.

Eu finalmente sinto que posso ser um irmão para Georgiana

novamente, e não um pai ou mãe. Ela está crescendo agora, e com

Elizabeth me orientando, já não me preocupo que eu não entenda as

jovens senhoras. Se estou alguma vez em dúvida, tenho apenas que

perguntar a Elizabeth.

Vida está muito mais fácil para Georgiana, também, porque, ela tem

uma confidente bem como uma irmã em Elizabeth.

Quinta-feira, 20 de

Novembro

Page 243: Amanda Grange

Elizabeth recebeu uma carta de Lydia esta manhã, pedindo ajuda

com algumas contas. Deparei-me com ela por acaso enquanto ela estava

lendo-a em seu quarto. Ela olhou para cima com culpa enquanto eu

entrava.

– Segredos? – Eu perguntei.

Ela olhou magoada.

– É de Lydia. Ela é tão extravagante que excedeu sua renda

novamente. Ela escreve para mim que deve ser ótimo ser tão rica, e pede

minha ajuda.

– Você não vai dar a ela? – Eu vi seu rosto. – Você irá.

– Ela é minha irmã, depois de tudo. – Ela disse.

– Deixe-a pedir a Jane.

– Ela já pediu a Jane, – Elizabeth disse, sua graça retornando. – Eu

sinto ela medíocre por pedir para cada um de nós.

– Você deve dizer não. Então ela aprenderá gerenciar.

– Não a Lydia. Ela irá acumular contas até os lojistas exigirem o

pagamento, e depois ela e Wickham mudarão de hospedagem e começarão

tudo de novo. Pense nisso desta maneira, eu não ajudando Lydia, estou

ajudando os lojistas que ela está enganando”.

Com isso ela sabia que eu concordaria.

– Eu nunca paro de perguntar como é que você e Jane saíram tão

bem, quando suas outras irmãs tão mal. – Eu disse indo até ela e beijando-a

na bochecha.

– Kitty não é tão mal, – Elizabeth disse. – Eu estava pensando em

pedi-la pra ficar conosco. Depois da nossa festa de Natal mês que vem.

Vou convidá-la para ficar conosco. Um pouco de excelente companhia fará

muito para influenciá-la para o melhor.

– Se você deve, você deve. Eu preferia ter você para mim.

– Ela não vai estar dentro da casa o tempo todo. Ela fará longas

caminhadas com Georgiana, – disse Elizabeth.

– Ou longo passeios de carruagem, – eu disse beijando-a nos lábios.

– Ou piqueniques, – Elizabeth disse me beijando de volta.

– Meu amor, acho melhor trancar a porta.

Page 244: Amanda Grange

Dezembro

Page 245: Amanda Grange

Sexta-feira, 5 de Dezembro Elizabeth tinha pedido um phaeton8 com dois cavalos para o natal.

Sua tia e seu tio estariam juntos conosco, e eles estariam lá em pouco mais de quinze dias. Elizabeth persuadiu-me a convidar minha tia, também. “É tempo de por fim as hostilidades”, ela disse, e ela estava certa. Eu não poderia estar em maus termos com Lady Catherine para sempre.

Jane e Bingley estão vindo para ficar, e eles estão trazendo com eles Caroline e Louisa. Sr. e Sra. Bennet também estarão vindo com Mary e kitty e Lydia será a única de sua parte. Eu relutantemente concordei em recebê-la, mas na condição de que Wickham não venha com ela. Eu não vou recebê-lo em Pemberley, agora e sempre. Elizabeth entende. Ela não tem desejo de vê-lo, e ambos sabemos que isto seria mortificante para Georgiana.

As duas pessoas que nós não estaremos vendo são Sr. e Sra. Collins. Charlotte está em uma interessante condição e não pode viajar. Elizabeth tem me lembrado de procurar por um trabalho para Sr. Collins, um melhor do que ele tem no presente.

— Uma casa maior para Charlotte — disse Elizabeth, — e uma farta, para manter Sr. Collins ocupado. Se há alguma coisa para ele fazer fora de casa, talvez alguma casa de caridade pra executar, tanto melhor. E certifique que a casa tenha dois agradáveis quartos, de modo que Charlotte possa ter um, assim como seu marido.

— Muito bem, mas, eu não os terei dentro de uma hora de carro de Pemberley. Eu gosto muito de Charlotte, mas nem mesmo sua amizade com ela pode me reconciliar com seu marido.

Nisto, Elizabeth e eu somos como um.

8 * Uma espécie de charrete, ou carruagem:

http://www.oilpaintinghk.com/art/oil_paintings_44093.html

Page 246: Amanda Grange

Sábado, 13 de Dezembro Todos os nossos convidados estariam chegando na segunda. Um a

mais foi adicionado ao numero. Coronel Fitzwilliam estará vindo com Lady Catherine e Anne.

Segunda-feira, 15 de Dezembro

Em fim, eles estão aqui. Jane e Bingley foram os primeiros a chegar,

trazendo com eles Caroline e Louise. — Sr. Darcy. — Disse Caroline com excessiva cortesia. — É uma

satisfação vê-lo novamente. — Ela sorriu enquanto eu pensei que ela e Elizabeth sempre tinham sido as melhores amigas, depois se virou para mim. — Sr. Darcy, você parece muito bem. — Ela disse. — E Georgiana. Como você cresceu! Deve ser esse ar de Derbyshire. Isto é tão revigorante.

Louisa estava menos vocal, mas cumprimentou cordialmente. Sr. Hurst apenas grunhiu antes de se retirar para a sala de bilhar. Caroline e Louisa subiram, deixando Georgiana, Elizabeth e eu livres para conversar com Jane e Bingley.

—Então Lydia está vindo? — Perguntou Bingley enquanto todos nos sentávamos na sala de estar.

— Sim, ela está, embora não seu marido. — Elizabeth disse. — ‘Você acha que foi feio de minha parte, não convidá-lo?’ — Ela perguntou a Jane.

— Querida Lizzy, é claro que não. Não é como se ele e Lydia não tivessem mais pra onde ir. Eles só estiveram conosco duas vezes. É mais barato pra eles ficarem com a gente do que por conta própria. Eles desistiram de um conjunto de alojamentos antes de vir para nós, para que eles não tivessem que pagar aluguel, e depois tomaram outro conjunto quando retornaram.

— Que angustiante. — Disse Elizabeth. —Não para Lydia. Ela está na mesma de sempre. Exuberante e alto

astral. Ela prospera na mudança.

Page 247: Amanda Grange

— A próxima vez que eles vierem. Eu acho que terei os serventes

dizendo ‘nós não estamos em casa’! — Disse Bingley. — Nós também somos convenientes para Netherfield, esse é o

problema. — Disse Jane. — Eles visitam Longbourn, e em seguida eles vêm para nós, quando eles ficam fora das boas vindas de lá. E não é apenas Lydia quem nos visita. Parece que todo dia minha mãe acha uma razão para ligar. Nós estamos pensando em tomar uma casa em outro lugar.

— Pobre Jane! Você deve vir e viver em Derbyshire. — Disse Elizabeth.

— Há algumas muito finas propriedades bem por aqui. — Eu disse. — Eu acho que nós poderíamos. — Disse Bingley. Uma carruagem puxando lá fora nos alertou para o fato de que Lady

Catherine havia chegado. Ela desceu com toda a classe e entrou na casa. Alguns minutos depois ela varreu através da sala de estar sem esperar ser anunciada.

Ela olhou ao redor com um olho invejoso. —Os móveis não foram substituídos. Eu vejo. — Ela disse sem

qualquer saudação a Elizabeth e a mim. — Eu pensei que vocês colocariam os moveis de minha irmã no sótão e os substituiriam com algo de mão de obra inferior.

— Vossa senhoria não pode pensar que eu estragaria minha própria casa. — Disse Elizabeth.

— Sua casa. Hah! — Disse minha tia. Elizabeth lançou-me um olhar satírico, mas fazendo um determinado

esforço ela cumprimentou Lady Catherine, Anne, e Coronel Fitzwillian. — Nos encontramos novamente. — Ele disse. — Sim. — E em uma circunstancia feliz. Darcy é um homem sortudo. — Ele

disse a ela. — Darcy não é tal coisa. — Disse minha tia. — Ele deveria ter se

casado com Anne. Anne lançou seu olhar para o chão. —Espero que tenha tido uma boa viagem, heim? — Elizabeth a

perguntou. Anne ergueu os olhos um pouco, mas não respondeu. Eu estava

impressionado com a mudança em seu comportamento desde a ultima vez

Page 248: Amanda Grange

que eu a havia visto, e meu primo tinha tido que ela tinha muito mais espírito longe de sua mãe.

— A saúde de Anne é precária. Ela nunca viaja bem. — Disse minha tia.

— Mas a viagem foi boa. — Disse coronel Fitzwillian. — A carruagem de Lady Catherine é confortável, e as estradas não estavam muito ruins.

— Deixe-me mostrá-los seus quarto. — Disse Elizabeth. — Este é o trabalho das camareiras. — Disse Lady Catherine

desdenhosamente. — Então eu pedirei a Sr. Reynolds para mostrar lhes o caminho. —

Disse Elizabeth. Ela voltou para Anne. — Permita lhe mostrá-la seu quarto. — Ela disse. — Este é o quarto que você sempre teve. Eu ordenei a Sr. Reynolds que era seu.

Anne lançou um olhar preocupado a sua mãe. Mas permitiu que Elizabeth a levasse a cima. Jane foi com elas, enquanto minha tia esperava por Sr. Reynolds.

Coronel Fitzwillian riu. — Elizabeth não teme ninguém. — Ele disse, enquanto Sr. Reynolds levava Lady Catherine acima.

— É claro que não. — Disse Bingley. — Ela casou com Darcy! Embora eu pense que ele não é tão terrível como costumava ser. O casamento o mudou.

— Isto faz dois de você. Talvez eu devesse finalmente tomar o meu passo. — Disse o Coronel.

Elizabeth voltou a nós, e logo as outras damas acharam seus caminhos para a sala de estar. Minha tia e Anne já conheciam Caroline e Louisa, e uma vez que as quatro delas haviam trocado cumprimentos, minha tia começou a falar, sem parar enquanto ouviu outra carruagem chegar.

— Quem são esses? — Ela perguntou olhando para fora da janela. — Minha tia e meu tio. — Chorou Elizabeth, pulando. — O tio que é um advogado ou o tio que vive em Cheapside? —

Perguntou Lady Catherine desdenhosamente. Elizabeth não respondeu, mas foi à frente para cumprimentar seus

convidados, logo que eles entraram na sala. — Elizabeth! Você parece ótima. — Disse Sra. Gardiner. Ela estava vestida elegantemente, e tinha um ar de encanto sobre ela. — Positivamente florescendo. — Adicionou Sr. Gardiner.

Page 249: Amanda Grange

Eu vi que Elizabeth estava satisfeita com o olhar de surpresa no rosto de Caroline. Nós trocamos olhares, e nossos pensamentos foram de volta para a primeira vez que eu tinha conhecido os Gardiners, quando eu, também, tinha sido agradavelmente surpreendido.

Seguiu-se uma usual conversação sobre estradas, e depois de falarmos sobre o transporte dos Gardiners, levou Elizabeth a dizer: — Eu tenho uma carruagem com dois cavalos, tudo pronto para você, do jeito que você pediu. Assim que você se sinta bem para viajar novamente, nós vamos levá-los a redor do parque.

— Uma carruagem de par? O que é isso? Uma equipagem para passeio? Eu devo ter minha parte de prazer. Eu gostaria de andar ao redor do parque e de todas as coisas. Eu gostaria de ter aprendido a dirigir se Sr. Lewis tivesse me ensinado, e eu teria me destacado nisto. — Disse Lady Catherine. — Sr. Lewis disse-me assim mesmo. Você deve me deixar saber quando quiser ir, eu irei com você, assim como Anne.

— Mas há apenas dois assentos. — Pontuou Elizabeth. — Então Anne e eu pegaremos a carruagem. — Estou certa de que a Vossa Senhoria não vai gostar da expedição.

— Disse Elizabeth. — Nós não estaremos apenas seguindo o rio, mas também estaremos indo através das matas.

— O que isso significa? — Pediu Lady Catherine. — As matas são meu maior prazer. Quando minha irmã era viva, nós

fomos lá muitas vezes. Mas, como Vossa Senhoria me informou em nosso ultimo encontro, minha presença tem os poluído. — Disse Elizabeth maliciosamente.

Minha tia não pode pensar em nenhuma resposta. Eu nunca a vi perder as palavras. E isto foi uma bem vinda experiência. Ela não estava vencida, no entanto, e depois de um minuto ela superou seu espanto e disse: — Sua mãe e sua irmã estão vindo, certo?

— Sim, elas estão. — Todas elas? — Sim, todas elas. —Até aquela que fugiu com o filho do mordomo de Darcy? — Sim, até Lydia. — Eu soube que sua mãe a recebeu em Longbourn depois do

escandaloso comportamento dela. Isto não pode ser verdade, é claro. A noticia deve ser falsa. Nenhuma mãe pode endossar infame comportamento da parte de sua filha. Ela deveria imediatamente

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arremessá-la fora e deixá-la viver com as conseqüências do comportamento dela.

Em sua estimativa do caráter de Sra Bennet, ela estava totalmente errada. Sra Bennet chegou logo depois de seu irmão e sua esposa, e ela não só endossou o comportamento de Lydia, ela glorificava isso.

— Lady Catherine é tão bom vê-la novamente. — Ela disse enquanto ela fazia sua reverencia. — É como se fosse ontem que você estava nos visitando em Longbourn, trazendo nos palavras de Charlotte em seu caminho através da vila. Se você tivesse me dito o que eu sei agora, eu não deveria ter acreditado em você. Minha Lizzy casou com Sr. Darcy! É claro, isto não é de admirar. Ela sempre foi uma garota de muita sorte, a favorita de seu pai, embora Jane tenha mais beleza, Lizzy tem mais inteligência, embora é claro eu não deveria chamá-la de Lizzy mais, deveria chamá-la de Sra. Darcy. Sra. Darcy! Isso soa tão bem. E pensar que ela é a dona de Pemberley! Eu sabia que ela não podia estar tão animada por nada. Pemberley é uma casa muito fina. Eu não tinha idéia de que poderia ser tão refinada. Lucas Lodge é nada comparado a isso, e isto é ainda melhor que a casa grande em Stoke. Enquanto Purvis Lodge tem o sótão mais terrível, mas Lizzy — Sra. Darcy — Me assegurou que os sótãos em Pemberley são os melhores que ela já viu.

— Estou certo que ela lhe dará um tour por ela, se você pedi-la gentilmente. — Disse Sr. Bennet secamente enquanto ele caminhava em frente e beijava Elizabeth. — Como você está Lizzy? Você está bonita.

— Estou bem, Papai. — Darcy está tratando você bem? — Sim, ele está. — Bom. Então eu não terei que chamá-lo para um duelo. — Estou certo que iria acabar comigo em um instante, senhor. — Eu

disse. — Eu terei todo o prazer em fazê-lo. — E você, também, está incluído no convite, é claro. — Eu disse a Sr.

Gardiner. — Isto me dará um grande prazer. — O que você acha do meu gorro Lizzy? — Perguntou Lydia, vindo

em frente. — Não acha que é encantador? Eu o comprei ontem. — Eu penso que você precisa economizar. — Disse Elizabeth. — E eu fiz. — Disse Lydia. — Havia três gorros que eu gostei na loja,

e eu comprei apenas um.

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— De tudo que eu tenho lido, praticas de economia não vem naturalmente para mulheres. — Disse Mary.

Terça-Feira, 16 de Dezembro Elizabeth guiou sua tia hoje pelas terras na carruagem aberta como

prometido, e ambas voltaram com brilhos nos olhos e um rubor em suas maçãs do rosto.

– E você gosta de Pemberley tanto quanto a última vez que você visitou? – Perguntei a ela.

– Muito mais, – respondeu ela. – Antes, era simplesmente uma casa muito boa. Agora é a casa de Elizabeth.

– Deve ser uma maneira agradável de ver as terras, – disse Anne. Havia um traço de melancolia na voz dela. Elizabeth ouviu, e disse. –

Você deve fazer um passeio comigo esta tarde. Eu a abençoei por isso, Anne tem poucos prazeres em sua vida, eu

acredito. Elas partiram depois do almoço, e embora a viagem fosse mais curta

que a anterior, voltaram com o humor animado. – Eu acho que me equivoquei sobre Anne, – disse Elizabeth mais

tarde. – Eu, que me orgulhava de minha habilidade ao julgar pessoas a partir de primeiras impressões das mesmas, pareço ter feito nada mais que me equivocar este ano. Eu cometi um erro grave referente a você, e acredito que tenha errado sobre Anne também. Tomei ela como doente e indisposta, e eu pensei... – Ela parou abruptamente.

– Sim, o que você pensou? – Eu perguntei. – Eu pensei que vocês dois, mereciam um ao outro, – disse ela

maliciosamente. – É uma pena que eu não soube disto mais cedo, ou poderia tê-la

atendido casando com ela, – provoquei-a. Eu nunca soube o que era provocar ou ser provocado antes de

conhecer Elizabeth, mas estava aprendendo. – Ela não é tão doente ou indisposta como eu supus. Na verdade,

quanto mais saimos de casa, mais animada, ela se torna.

Page 252: Amanda Grange

– Ela costumava ser muito mais animada quando erámos crianças, até o inverno, quando ela teve um forte resfriado e uma tosse constante em seu peito. Minha tia levou-a até o seminário e disse que ela não estava bem o suficiente para voltar.

– Ah. Então ela esta sozinha em Rosings com Lady Catherine desde então?

– Ela tinha seu companheiro. – Era um companheiro corajoso estando com Lady Catherine. – Eu

concordei. - O que você conversou com Anne? – Para começar, falamos do parque. Ela tem boas recordações das

visitas de criança, e ela apontou o local em que perdeu a boneca, e o ponto em que o Coronel Fitzwilliam a encontrou, embora ele não fosse um coronel até então. Mas ele parece ter sido um bom menino. Não deveria ser agradável para ele ter uma menina se arrastando atrás dele, mas ele pareceu ter-lhe mostrado muita bondade.

– Ele sempre foi amavel com Anne. – E então nós falamos de livros. Ela tem lido muito, e nós tivemos um

animado debate. Eu penso que ela é melhor longe de sua mãe. Vou pedir a minha tia Gardiner que leve-a para fora na carruagem amanhã. Nós duas, devemos ser capazes de separá-la de Lady Catherine durante a maioria de sua estada.

Quinta-feira, 18 de Dezembro

O grupo de casa está provando ser surpreendentemente agradavel.

Sra. Bennet está contente com o comprimento e a largura do caminho de Pemberley, memorizando sua elegância para que ela possa perturbar seus vizinhos relatando o esplendor no seu retorno à Longbourn. Lydia gasta seu tempo flertando com o jardineiro. É inutil tentar pará-la, e pelo menos isso a mantém longe das portas. Sr. Bennet fica na biblioteca na maioria das vezes, se aventurando somente para as viagens de pesca. Lady Catherine se ocupou em instruir Kitty e Mary no comportamento correto para jovens senhoras, Kitty é tão admirada com a minha tia que se senta e

Page 253: Amanda Grange

escuta-a com uma atenção lisonjeira pelas horas que passam juntas. Mary também, se senta e escuta, intercalando com seus profundos pensamentos de suas leituras. Caroline e Louisa se ocupam com suas revistas de moda, enquanto o Sr. Hurst dorme durante a maior parte do tempo.

Anne tem mais chances de escapar sem avisar sua mãe, e tomou a andar pelo terreno, onde ela muitas vezes é acompanhada pelo coronel Fitzwilliam. A tosse parece perturbá-la menos do que antigamente, e ela diz que é o exercício que está fazendo bem.

Quando os outros estão ocupados, é com Jane e Bingley, Georgiana, Sr. e Sra. Gardiner, que Elizabeth e eu podemos passar a maior parte do nosso tempo.

Sabado, 20 de Dezembro Elizabeth e eu cavalgavamos com Jane e Bingley esta manhã para ver

uma propriedade a cerca de dez milhas de Pemberley. É uma excelente casa, com boas vistas. Olhamos em volta, e Jane e Bingley ficaram muito interessados com ela.

– Se não encontrar nada melhor, eu penso que vamos comprá-la, – disse Bingley.

– Eu acredito que você está aprendendo a ter cautela, – eu disse a Bingley. – Um ano atrás, você teria comprado de imediato.

– Impossível para mim fazer isso agora, – disse ele, sacudindo a cabeça. – Se tem uma coisa que aprendi com você, Darcy, é que não se deve comprar uma casa sem primeiro investigar em volta as outras chaminés!

– Eu repreendi Bingley por não fazer nenhuma pergunta inteligente, quando ele quis Netherfield, – eu expliquei, quando Elizabeth me olhou intrigada.

– É uma coisa boa ele não tenha perguntado muito, – disse Elizabeth, – Ou então talvez nós nunca teriamos nos encontrado.

Andamos de volta à casa, onde encontramos Sra. Bennet em uma profunda conversa com a Sra. Reynolds, discutindo sobre quanto as cortinas tinham custado, e quais eram as dimensões exatas do salão de baile.

Anne estava na sala de estar com a senhora Gardiner, e suas risadas alcançaram nós assim que entramos na sala.

Page 254: Amanda Grange

Anne estava com uma expressão facial melhor do que antigamente. Havia uma animação sobre ela que estava totalmente ausente quando ela estava confinada com Lady Catherine, e, comigo mesmo, quando ela pensou que teria que se casar comigo.

– Você gostou da casa? – perguntou a Sra. Gardiner. – Sim, muito. – Disse Jane. – É um pouco menor que Netherfield,

mas ainda é uma casa de bom tamanho. – Menor que Netherfield? – Perguntou a Sra. Bennet, entrando na

sala. – Isso nunca será. – Mas está a uma curta distância de Pemberley, – disse Jane. – Está certo, isso seria um favor. Nessa altura eu poderia visitá-las ao

mesmo tempo. Eu posso ficar com Lizzy primeiro e depois, querida Jane, eu posso ficar com você. É uma longa jornada até Derbyshire para visitar uma filha, mas uma distancia fácil para visitar duas. Ouso dizer que vou estar aqui toda a hora.

– Eu pensei que o parque era um pouco pequeno, – disse Bingley, com um olhar para Jane.

– E os sótãos são medíocres, – disse ela. – Ah, se os sótãos são mediocres eu não devo contemplá-los, – disse

Sra. Bennet. – Era melhor que vocês tivessem permanecido em Netherfield.

Segunda-Feira, 22 de Dezembro

Hoje foi um dia úmido. Depois do jantar, Lady Catherine se recolheu

cedo. Kitty e Lydia estavam ocupadas adornando gorros, e Mrs Bennet estava contando para Kitty que quando ela se casar, ela deve certificar-se de ter uma casa tão refinada quanto Pemberley. Mr Gardiner e Mr Bennet estavam jogando xadrez, enquanto Mrs Gardiner estava olhando um livro de estampas.

— Alguém poderia dar atenção ao jogo de bilhar? — perguntou Coronel Fitzwilliam.

Page 255: Amanda Grange

— Darcy irá jogar com você e eu irei assistir — falou Elizabeth. — Anne, você irá se juntar a nós?

Anne concordou, e nós quatro fomos para a sala de bilhar. Nós mal entramos, porém, quando Elizabeth excluiu a si mesma com uma desculpa de dor de cabeça, e me pediu para ajudá-la a voltar para a sala de desenho.

Quando a porta da sala de bilhar fechou atrás de nós, sua dor de cabeça pareceu ter desaparecido.

— Eu acho que Fitzwilliam e Anne ficarão melhores sem nós — ela falou.

Eu olhei para ela, com surpresa. — Ele precisa de apenas um empurrãozinho para perceber que está

apaixonado por ela. — Fitzwilliam e Anne? — Eu acho que eles se encaixam. Os olhos dela o seguem em

qualquer momento que ele esteja na sala, e ela raramente fala sobre algum assunto sem mencioná-lo. Por parte dele, ele sempre esteve caidinho por ela, e está é uma união tão certa quanto o amor. Ele precisa se casar com uma herdeira, e Anne irá herdar a Rosings e uma considerável fortuna além disso.

Eu estava ainda mais surpresa. — Como você sabe que ele precisa se casar com uma herdeira? — Ele me disse. — Quando ele te disse? — Na Rosings, quando estávamos todos juntos na última Páscoa. Eu

suspeito que isto fosse para me colocar em guarda, e me avisar que eu não deveria esperar nenhuma oferta vinda dele.

— Como os homens são arrogantes! Nós dois achamos que você desejava uma oferta nossa!

— Talvez eu até quisesse uma vinda do Coronel, — ela me provocou.

— Meu amor, eu avisei você que eu sou um marido ciumento. Eu vou banir o meu primo de Pemberley a menos que você me conte neste minuto que você não desejava uma oferta dele. — eu respondi.

— Muito bem, eu não desejava. Mas Anne, eu acho, deseja. — Isto pode não ser uma coisa ruim. — eu falei — De fato, quanto

mais eu penso nisso, mais eu fico agradecida. — Lady Catherine, também, ficará agradecida.

Page 256: Amanda Grange

— Então você está encorajando isto para deixar Lady Catherine agradecida? — Eu o perguntei inocentemente.

— Mr Darcy, você está se tornando tão impertinente quanto a sua esposa! — ela me alfinetou.

— Mas eu não tenho certeza de que Lady Catherine irá aprovar. — eu falei pensativamente.

— Ela não pode reclamar da descendência dele. — Talvez não, mas ele é o filho mais novo e empobrecido — eu a

lembrei. — Mas a fortuna da Anne é grande o suficiente para dois. — Meu primo não tem casa. — Ele viverá na Rosings, — ela disse. — Mandando a Lady Catherine para a casa do dote. — Considerando que, se você tivesse se casado com a Anne, ela

poderia ter sido a soberana de Pemberley, e Lady Catherine poderia ter continuado sendo a soberana de Rosings.

Nós dois imaginamos como Lady Catherine reagiria quando ela se desse conta que ela poderia ter que se mudar para a casa do dote.

— Você acha que a Anne vai achar coragem para abandonar sua mãe? — eu perguntei.

— Isto seria interessante de ver.

Quinta-feira, 25 de Dezembro

Eu pouco pensei, enquanto eu celebrava o Natal com Georgiana em

Londres no ano passado, que a próxima vez eu comemorasse seria casado. Pemberley está parecendo muito festivo. Verdura foi torcida em volta do corrimão, enquanto o azevinho, espesso, com bagas vermelhas, adorna as fotos e, visco pende dos lustres.

Nós acordamos com um cheiro de fermento, e depois de café da manhã, freqüentamos a igreja. O clima era tão fino que Elizabeth, Jane, Bingley e eu decidimos caminhar até igreja, enquanto o resto dos nossos hóspedes foi levado para lá de carro.

Page 257: Amanda Grange

— Isso me faz lembrar dos passeios que tomou quando Jane e eu estávamos recém-casados. — Disse Bingley, à medida que o gelo triturava sob nossos pés. - Apesar de então não estava tão frio.

— Você e Jane estavam na posição de ser feliz amantes. Vocês poderiam passar o seu tempo a falar uns com os outros e ignorando todos os outros, enquanto que Elizabeth e eu não conseguíamos nem sentar juntos.

— Mas você conseguiu se perder nas pistas do país, sempre que estávamos porta a fora. Bingley disse com um sorriso.

—As pistas foram muito úteis. — Disse Elizabeth. — E sua mãe te ajudou muito, ao insistir em manter o homem

ocupado. Disse Jane. — Eu nunca estive tão mortificada na minha vida. Disse Elizabeth,

mas ela estava rindo como ela disse. Nós viemos para a igreja e entramos. Os nossos convidados já

estavam reunidos, e mais rápido do que entramos o serviço começou. É vivo e interessante, cheio do bom ânimo da ocasião. Lady Catherine se queixou dos hinos, do sermão, das velas e livros de oração, mas estou convencido de que todo mundo estava encantado pelo serviço.

Tivemos um esplêndido jantar, e depois nós jogamos charadas.

Caroline escolheu o coronel Fitzwilliam como seu parceiro, mas Elizabeth obstruiu seus esforços para reivindicar a sua atenção no final da tarde, convidando-o a dançar com Anne. Eles fizeram um casal animado, mesmo com as terríveis advertências refutadas de Lady Catherine de que Anne iria sofrer um ataque de tosse.

Kitty dançou com o Sr. Hunter, e até mesmo Mary foi persuadida a ir para a pista, mas ela protestou que a dança não era uma atividade racional e declarou que ela estaria muito melhor lendo um livro.

Quando todos os nossos hospedes se retiraram, fomos ao andar de cima.

— Cansada? Eu perguntei. Para responder, ela levantou a mão acima da cabeça, e vi que ela

estava segurando um ramo de visco.

Page 258: Amanda Grange

Segunda-feira, 29 de Dezembro

Nossa festa terminou esta manhã. Lady Catherine e Anne foram as

primeiras a sair, acompanhadas pelo coronel Fitzwilliam. Elizabeth tinha a esperança de ouvir sobre o noivado, mas ainda que Fitzwilliam e Anne tenham passado uma grande parte do tempo na companhia um do outro, nada foi dito.

Os Bennets foram os próximos. Os últimos a partir foram Jane e Bingley.

— Vocês devem vir e nos visitar em Netherfield. Disse Jane. — E tragam Georgiana. Disse Bingley. Nós prometemos ir vê-los antes de muito tempo. No fim tivemos a casa só para nós. — É muito agradável ter convidados. Eu disse, depois que a

carruagem partiu. — Mas é ainda melhor vê-los partir. Nós voltamos para a sala de estar. Georgiana e Elizabeth foram logo

revivendo a visita, discutindo sobre as pessoas que tínhamos visto. Georgiana se aventurou a fazer um comentário humorístico sobre Lady Catherine, e olhou para mim para ver se ele tinha ofendido. Ao ver meu rosto, ela relaxou. Ela perdeu muito de sua timidez e está no caminho de se tornar uma aberta e confiante jovem mulher. Por isso, e por tantas coisas, eu tenho que agradecer a Elizabeth.

Page 259: Amanda Grange

Terça-Feira, 16 de Dezembro Elizabeth guiou sua tia hoje pelas terras na carruagem aberta como

prometido, e ambas voltaram com brilhos nos olhos e um rubor em suas

maçãs do rosto.

– E você gosta de Pemberley tanto quanto a última vez que você

visitou? – Perguntei a ela.

– Muito mais, – respondeu ela. – Antes, era simplesmente uma casa

muito boa. Agora é a casa de Elizabeth.

– Deve ser uma maneira agradável de ver as terras, – disse Anne.

Havia um traço de melancolia na voz dela. Elizabeth ouviu, e disse. –

Você deve fazer um passeio comigo esta tarde.

Eu a abençoei por isso, Anne tem poucos prazeres em sua vida, eu

acredito.

Elas partiram depois do almoço, e embora a viagem fosse mais curta

que a anterior, voltaram com o humor animado.

– Eu acho que me equivoquei sobre Anne, – disse Elizabeth mais

tarde. – Eu, que me orgulhava de minha habilidade ao julgar pessoas a

partir de primeiras impressões das mesmas, pareço ter feito nada mais que

me equivocar este ano. Eu cometi um erro grave referente a você, e

acredito que tenha errado sobre Anne também. Tomei ela como doente e

indisposta, e eu pensei... – Ela parou abruptamente.

– Sim, o que você pensou? – Eu perguntei.

– Eu pensei que vocês dois, mereciam um ao outro, – disse ela

maliciosamente.

– É uma pena que eu não soube disto mais cedo, ou poderia tê-la

atendido casando com ela, – provoquei-a.

Eu nunca soube o que era provocar ou ser provocado antes de

conhecer Elizabeth, mas estava aprendendo.

– Ela não é tão doente ou indisposta como eu supus. Na verdade,

quanto mais saimos de casa, mais animada, ela se torna.

– Ela costumava ser muito mais animada quando erámos crianças, até

o inverno, quando ela teve um forte resfriado e uma tosse constante em

Page 260: Amanda Grange

seu peito. Minha tia levou-a até o seminário e disse que ela não estava bem

o suficiente para voltar.

– Ah. Então ela esta sozinha em Rosings com Lady Catherine desde

então?

– Ela tinha seu companheiro.

– Era um companheiro corajoso estando com Lady Catherine. – Eu

concordei.

– O que você conversou com Anne?

– Para começar, falamos do parque. Ela tem boas recordações das

visitas de criança, e ela apontou o local em que perdeu a boneca, e o ponto

em que o Coronel Fitzwilliam a encontrou, embora ele não fosse um

coronel até então. Mas ele parece ter sido um bom menino. Não deveria

ser agradável para ele ter uma menina se arrastando atrás dele, mas ele

pareceu ter-lhe mostrado muita bondade.

– Ele sempre foi amavel com Anne.

– E então nós falamos de livros. Ela tem lido muito, e nós tivemos um

animado debate. Eu penso que ela é melhor longe de sua mãe. Vou pedir a

minha tia Gardiner que leve-a para fora na carruagem amanhã. Nós duas,

devemos ser capazes de separá-la de Lady Catherine durante a maioria de

sua estada.

Quinta-feira, 18 de

Dezembro

O grupo de casa está provando ser surpreendentemente agradavel.

Sra. Bennet está contente com o comprimento e a largura do caminho de

Pemberley, memorizando sua elegância para que ela possa perturbar seus

vizinhos relatando o esplendor no seu retorno à Longbourn. Lydia gasta

seu tempo flertando com o jardineiro. É inutil tentar pará-la, e pelo menos

isso a mantém longe das portas. Sr. Bennet fica na biblioteca na maioria

Page 261: Amanda Grange

das vezes, se aventurando somente para as viagens de pesca. Lady

Catherine se ocupou em instruir Kitty e Mary no comportamento correto

para jovens senhoras, Kitty é tão admirada com a minha tia que se senta e

escuta-a com uma atenção lisonjeira pelas horas que passam juntas. Mary

também, se senta e escuta, intercalando com seus profundos pensamentos

de suas leituras. Caroline e Louisa se ocupam com suas revistas de moda,

enquanto o Sr. Hurst dorme durante a maior parte do tempo.

Anne tem mais chances de escapar sem avisar sua mãe, e tomou a

andar pelo terreno, onde ela muitas vezes é acompanhada pelo coronel

Fitzwilliam. A tosse parece perturbá-la menos do que antigamente, e ela

diz que é o exercício que está fazendo bem.

Quando os outros estão ocupados, é com Jane e Bingley, Georgiana,

Sr. e Sra. Gardiner, que Elizabeth e eu podemos passar a maior parte do

nosso tempo.

Sabado, 20 de Dezembro

Elizabeth e eu cavalgavamos com Jane e Bingley esta manhã para ver

uma propriedade a cerca de dez milhas de Pemberley. É uma excelente

casa, com boas vistas. Olhamos em volta, e Jane e Bingley ficaram muito

interessados com ela.

– Se não encontrar nada melhor, eu penso que vamos comprá-la, –

disse Bingley.

– Eu acredito que você está aprendendo a ter cautela, – eu disse a

Bingley. – Um ano atrás, você teria comprado de imediato.

– Impossível para mim fazer isso agora, – disse ele, sacudindo a

cabeça. – Se tem uma coisa que aprendi com você, Darcy, é que não se

deve comprar uma casa sem primeiro investigar em volta as outras

chaminés!

– Eu repreendi Bingley por não fazer nenhuma pergunta inteligente,

quando ele quis Netherfield, – eu expliquei, quando Elizabeth me olhou

intrigada.

Page 262: Amanda Grange

– É uma coisa boa ele não tenha perguntado muito, – disse Elizabeth,

– Ou então talvez nós nunca teriamos nos encontrado.

Andamos de volta à casa, onde encontramos Sra. Bennet em uma

profunda conversa com a Sra. Reynolds, discutindo sobre quanto as

cortinas tinham custado, e quais eram as dimensões exatas do salão de

baile.

Anne estava na sala de estar com a senhora Gardiner, e suas risadas

alcançaram nós assim que entramos na sala.

Anne estava com uma expressão facial melhor do que antigamente.

Havia uma animação sobre ela que estava totalmente ausente quando ela

estava confinada com Lady Catherine, e, comigo mesmo, quando ela

pensou que teria que se casar comigo.

– Você gostou da casa? – perguntou a Sra. Gardiner.

– Sim, muito. – Disse Jane. – É um pouco menor que Netherfield,

mas ainda é uma casa de bom tamanho.

– Menor que Netherfield? – Perguntou a Sra. Bennet, entrando na

sala. – Isso nunca será.

– Mas está a uma curta distância de Pemberley, – disse Jane.

– Está certo, isso seria um favor. Nessa altura eu poderia visitá-las ao

mesmo tempo. Eu posso ficar com Lizzy primeiro e depois, querida Jane,

eu posso ficar com você. É uma longa jornada até Derbyshire para visitar

uma filha, mas uma distancia fácil para visitar duas. Ouso dizer que vou

estar aqui toda a hora.

– Eu pensei que o parque era um pouco pequeno, – disse Bingley,

com um olhar para Jane.

– E os sótãos são medíocres, – disse ela.

– Ah, se os sótãos são mediocres eu não devo contemplá-los, – disse

Sra. Bennet. – Era melhor que vocês tivessem permanecido em

Netherfield.

Page 263: Amanda Grange

Março

Page 264: Amanda Grange

Quarta-feira, 4 de março Sr. e a Sra. Collins chegaram esta manhã, e devem ficar por uma

semana. Eles acharam que era melhor deixar Kent enquanto a Sra

Catherine está em fúria. Ela acaba de saber que Anne está para se casar

com Coronel Fitzwillian.

– Sua senhoria não estava infeliz com a idéia a princípio, embora ela

gentilmente me confidenciou que preferia ter um homem de fortuna como

genro. Mas o respeitável Coronel tem um antigo e venerado nome, e ela

generosamente achou apropriado que ele deve aliar-se com seu próprio,

mais estimado, ramo da família. Ela foi condescendente o suficiente para

dar o seu consentimento, e dizer que Anne seria a noiva mais elegante do

ano. Eu era capaz de agradar sua senhoria dizendo que a Senhorita de

Bourgh será elegante em qualquer igreja na qual ela deve escolher para

casar.

– Mas sua senhoria mudou de idéia quando Anne deixou claro que

pretendia viver em Rosings, e que ela pretendia mudar sua mãe para a casa

do dote, – interferiu Charlotte.

– Senhora Catherine mais amavelmente declarou ser impossível. Ela

me honrou com a mais gentil confiança, dizendo que ela não sairia de sua

casa para atender a conveniência de um garoto imprudente, e ela foi para

graciosamente me informar que Anne era uma menina teimosa que não

tinha gratidão adequada.

– Anne apontou que, se ela fosse homem, sua mãe teria que deixar a

casa em seu casamento, para que sua senhoria respondeu que Anne não

era um homem, e que, portanto ela permaneceria. Eu esperava Anne para

ceder, – disse Charlotte, – mas ela não fez nada do tipo. O amor a fez forte

– A atmosfera, infelizmente, não foi das mais harmoniosas. De todas

as coisas, eu não gosto de um ar de discórdia. Ofende um homem de

minha profissão de uma forma que mal posso descrever. Eu tentei oferecer

um ramo de oliveira, dizendo que a casa dote era um edifício muito fino,

com apartamentos elegantes e suntuosos jardins, mas a Senhora Catherine

virou para mim um olhar de desaprovação que minha coragem vacilou, e

Page 265: Amanda Grange

fui obrigado a adicionar: mas não tão fino como Rosings. Eu acho que

agradou sua senhoria.

– Mas não sua filha, – eu disse.

O rosto do Sr Collins caiu.

– Não. Eu temo que é impossível permanecer em bons termos com

os dois, e assim nós sentimos que era melhor virmos embora.

– E não havia outra razão para nossa visita. Eu queria que você visse

Elinor, – disse Charlotte.

A enfermeira trouxe Elinor pra frente. Eu nunca vi nenhum atrativo

em bebês, mas Elizabeth ficou encantada com a pequena menina, e levou-a

da enfermeira. Enquanto ela embalava o bebê nos braços, ela olhou para

mim de uma forma que fez meu coração parar, e de repente, os bebês se

tornaram a coisa mais interessante no mundo para mim.

Eu pensei que ano passado foi o mais feliz da minha vida, mas eu

acho que este vai ser ainda melhor.

Fim!

Page 266: Amanda Grange

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assim o beneficio da leitura para aqueles que não compreendem

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