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Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos Departamento de Engenharia Civil

RELATÓRIO

Ensaio de determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone –

Slump test (NBR NM 67/96), Moldagem e cura de corpos-de-prova (NBR

5738/2003) e Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos (NBR

5739/2007)

COMPONENTES: RA:Andriele Cristina Borges da Costa 518209Bruno Henrique Bento 517548Joelma Rocha Marques 517806

DISCIPLINA PROFESSORCompl. de Mat. de Construção Adhemar Watanuki Filho

Barretos/ 2012

1. Resumo

O ensaio de determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone ou

slump test, normatizado pela NBR NM 67/96, é utilizado para determinar a consistência do

concreto fresco através de seu assentamento. Através dos ensaios realizados foi possível

conhecer a forma correta de realizar o slump test, processo que poderá contribuir ou não para o

aceite de um concreto; foram montados também corpos-de-prova e realizado o ensaio de

compressão de corpos-de-prova já existentes. O conhecimento obtido possibilitará um maior

controle do concreto, trazendo assim, mais segurança e confiança à obra.

Palavras chaves: Slump test, compressão, concreto, corpo-de-prova.

2. Introdução

De acordo com Azevedo (2008), a principal propriedade do concreto antes de

seu endurecimento é a trabalhabilidade. A trabalhabilidade determina o esforço para manipular,

transportar, lançar e adensar o concreto sem perda mínima de homogeneidade.

Segundo Watanuki Filho (2012), a trabalhabilidade é composta por:

• Mobilidade/fluidez: que caracteriza a consistência, esta é a parte mensurável da

plasticidade (Slump test);

• Coesão/homogeneidade: capacidade de manter a água na mistura (evitar exsudação);

• Manter os agregados distribuídos de maneira uniforme em toda massa;

• A água torna-se fator determinante para a definição do adensamento, pois, massas mais

secas exigem uma energia de adensamento maior do que massas mais fluídas.

Ainda segundo Watanuki Filho (2012), os fatores que afetam a trabalhabilidade

são:

• Quantidade de água/mistura seca;

• Para cada tipo de cimento existe uma relação água/cimento (a/c) que deve ser atendida para

que a resistência mecânica seja mantida;

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• A quantidade de água possui um limite que quando excedido influencia na

trabalhabilidade;

Para medir a trabalhabilidade do concreto dispomos de vários métodos, um deles

é o chamado “cone de Abrams” ou ensaio de abatimento do tronco de cone (Slump Test), que

consiste em fazer como a criança que molda a areia em um balde, sobre uma base plana e medir

o abatimento depois da desforma. (L’HERMITE, 1977)

De acordo com L’Hermite (1977), o número de centímetros do recalque,

chamado abatimento, mede a plasticidade da mistura.

Este ensaio é simples e permite verificar a regularidade da quantidade de água

adicionada ao concreto, bem como a quantidade de agregado miúdo ou areia adicionada. Mas

não permite controlar a constância da dosagem. (L’HERMITE, 1977)

Quanto mais seco o concreto estiver, menor será o seu “abatimento”, devido ao

seu nível de trabalhabilidade para ser moldado. E quanto mais fluído, maior será o valor de seu

abatimento. (SULBRASILCONCRETO, 2012)

Segundo Yazigi (1997), há três tipos de abatimento a se considerar:

• Verdadeiro ou Real: o monte de concreto simplesmente diminui de altura, mantendo

aproximadamente a sua forma;

• Cortado: o monte de concreto tomba para o lado;

• Colapso: o monte de concreto cede completamente.

Ainda de acordo com Yazigi (1997), tanto o abatimento verdadeiro como o

cortado podem ocorrer com a mesma mistura, não se devendo porém compará-los entre si. O

único abatimento que apresenta validade é o abatimento verdadeiro. Caso venha ocorrer um

abatimento cortado, é necessário efetuar um novo teste. Caso se repita o corte, provavelmente

isso será devido à composição da mistura ou à fôrma em que o teste foi realizado. Abatimentos

cortados muito frequentemente sugerem um reestudo da dosagem na mistura. Os abatimentos

cortados precisam ser medidos e marcados com observação, o mesmo ocorrendo com

abatimentos em colapso.

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Segundo Andolfato (2002), para evitar misturas com consistência seca ou muito

fluida. Recomendam-se as faixas de abatimento apresentadas na Tabela 1, para as obras mais

correntes.

Tabela 1 – Classificação das consistências do concreto

TIPOS DE CONSTRUÇÃO ABATIMENTO

(mm)Fundações, tubulões paredes grossas 30 a 100Vigas, lajes, paredes finas 50 a 100Pavimentos 30 a 50Obras maciças 20 a 50

Já a principal propriedade do concreto endurecido é a sua resistência à

compressão que tem por objetivo determinar a carga máxima que o concreto pode sofrer sem

romper.

Segundo Lima; Barboza, Gomes (2003), outra importância de se determinar esta

propriedade do concreto é a de se poder estimar o tempo necessário para a retirada das fôrmas,

garantindo a segurança dos que trabalham na obra.

O ensaio utilizado para a determinação da resistência à compressão do concreto

é o ensaio de rompimento dos corpos-de-prova, realizado por laboratório especializado para

cada lote de concreto, obedecendo às recomendações da NBR 5739/2007. Os corpos-de-prova

normalizados no Brasil são cilíndricos, sua moldagem obedece a NBR 5738/2003, tem a altura

igual a duas vezes o diâmetro da base, cujo valor depende da dimensão máxima característica

do agregado graúdo. Para os concretos usuais empregam-se os moldes com dimensões de 15 cm

de diâmetro da base por 30 cm de altura e os de 10 cm de diâmetro da base por 20 cm de altura.

(LIMA; BARBOZA, GOMES, 2003)

Ainda de acordo com Lima; Barboza, Gomes (2003), a moldagem de corpos-de-

prova cilíndricos, que constituem os exemplares do concreto pode ser feita pelo laboratório ou

por pessoa da própria obra, devidamente treinada, conforme o planejamento da coleta de

amostras estabelecido previamente. Tais amostras devem ser coletadas do terço médio do

caminhão, obedecendo-se à moldagem de dois corpos-de-prova para cada exemplar e para cada

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idade. Por exemplo, se a resistência deve ser medida aos 3, 7 e 28 dias, então o exemplar será

formado por seis corpos de prova.

3. Objetivo

O presente relatório tem por objetivo apresentar os resultados obtidos através de

ensaios de abatimento do corpo de prova - Slump Test, conforme NBR NM 67/96, e ensaio de

compressão de corpos-de-prova cilíndricos.

4. Materiais e Equipamentos

Os materiais e equipamentos utilizados nos ensaios foram os seguintes:

Figura 1 – Betoneira

(Autora: Marques, J.R., 2012)

Figura 3 – Conjunto para Slump Test -

base, cone de Abrams, funil e haste de

adensamento (16 mm x 80 cm)

(Fonte: Petrodidática, disponível em:

<http://www.petrodidatica.com.br/fw-

uploads/70e1fef2f82204a5026391b0663c5afa.jpg>)

Figura 2 – Colher de pedreiro

(Autora: Costa, A. C. B., 2012)

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Figura 4 – Concha de metal

(Autora: Costa, A. C. B., 2012)

Figura 5 – Forma para corpo-de-prova

(Fonte: Petrodidática, disponível em:

<http://www.petrodidatica.com.br/fw-

uploads/22903.jpg>)

Figura 6 – Prensa hidráulica elétrica –

Emic (cap. 30 ton.)

(Autor: Bento, B. H., 2012)

- Água

- Cimento CP II – Z- 32

- Areia média/fina

- Pedra britada 1 – 16 mm

- Vaselina Sólida

- Prensa hidráulica elétrica – Emic (cap. 30 ton.)

5. Procedimento experimental

Os ensaios realizados seguiram os seguintes procedimentos e metodologia,

sendo utilizado o traço 1: 2,18: 2,82.

5.1. Teste de Slump

1. Colocar cimento, areia, pedra e água, na proporção do traço, e bater na betoneira para untá-

la;

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Figura 7 – Material adicionado à betoneira

(Autora: Marques, J.R., 2012)

2. Desprezar o material contido na betoneira e logo após adicionar 7 kg de cimento, 9,18 kg

de areia, 19,74 kg de pedra britada e 1,710 L de água à betoneira para produção do

concreto;

3. Verificar a homogeneidade da massa batendo com a colher de pedreiro sobre ela e fazer um

buraco observando a quantidade de pedra, número de vazios. Caso o que for observado seja

satisfatório, montar o conjunto de Slump test sobre superfície plana;

Figura 8 – Conjunto para slump test montado

(Autor: Marques, J.R., 2012)

4. Apoiar os pés sobre as aletas do cone de Abrams, para mantê-lo firme e com o auxílio da

concha encher rapidamente o molde com o concreto coletado em três camadas, cada uma

com aproximadamente um terço da altura do molde compactado;

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5. Compactar cada camada com 25 golpes da haste de adensamento. Distribuir

uniformemente os golpes sobre a seção de cada camada. Para a compactação da camada

inferior, é necessário inclinar levemente a haste e efetuar cerca de metade dos golpes em

forma de espiral ate o centro. Compactar a camada inferior em toda a sua espessura.

Compactar a segunda camada e a camada superior, cada uma através de toda sua espessura

e de forma que os golpes apenas penetrem na camada anterior. No preenchimento e na

compactação da camada superior, acumular o concreto sobre o molde, antes de iniciar o

adensamento. Se durante a operação de compactação, a superfície do concreto ficar abaixo

da borda do molde, adicionar mais concreto para manter um excesso sobre a superfície do

molde durante toda a operação da camada superior, rasar a superfície do concreto com uma

desempenadeira (ou no caso uma colher de pedreiro) e com movimentos rolantes da haste

de compactação.

6. Limpar a placa de base e retirar o molde do concreto levantando-o cuidadosamente na

direção vertical. A operação de retirar o molde deve ser realizada em 5 s a 10 s, com um

movimento constante para cima, sem submeter o concreto a movimentos de torção lateral;

Figura 9 – Desenforma do concreto

(Autor: Marques, J.R., 2012)

7. A operação completa, desde o inicio de preenchimento do molde com concreto até sua

retirada, deve ser realizada sem interrupções e completar-se em um intervalo de 150 s.

NOTA: A duração total do ensaio deve ser de no máximo 5 min, desde a coleta;

8. Imediatamente após a retirada do molde, medir o abatimento do concreto, determinando a

diferença entre a altura do molde e a altura do eixo do corpo-de-prova, que corresponde à

altura média do corpo de-prova desmoldado;

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Figura 10 – Medição do abatimento do concreto

(Autor: Marques, J.R., 2012)

9. Adicionar mais 290 mL de água à massa de concreto da betoneira e realizar um novo teste

de Slump.

5.2. Moldagem dos corpos-de-prova

Foram moldados no total 4 (quatro) corpos-de-prova, dois para cada massada de

concreto usado no slump test;

1. Antes de proceder à moldagem dos corpos-de-prova, os moldes e suas bases devem ser

convenientemente revestidos internamente com uma fina camada de óleo mineral ou

vaselina sólida. A superfície de apoio dos moldes deve ser rígida, horizontal, livre de

vibrações e outras perturbações que possam modificar a forma e as propriedades do

concreto dos corpos-de-prova durante sua moldagem e início de pega;

2. Proceder a uma prévia remistura da amostra para garantir a sua uniformidade e com o

auxílio da concha, colocar o concreto dentro dos moldes em 3 camadas;

3. Ao introduzir o concreto, deslocar a concha ao redor da borda do molde, de forma a

assegurar uma distribuição simétrica e, imediatamente, com a haste em movimento

circular, nivelar o concreto antes de iniciar seu adensamento;

4. A primeira camada deve ser atravessada em toda a sua espessura, quando adensada com a

haste, evitando-se golpear a base do molde. Os golpes devem ser distribuídos

uniformemente em toda a seção transversal do molde. Cada uma das camadas seguintes

também deve ser adensada em toda sua espessura, fazendo com que a haste penetre

aproximadamente 20 mm na camada anterior;

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5. Se a haste de adensamento criar vazios na massa de concreto, deve-se bater levemente na

face externa do molde, até o fechamento destes;

6. A última camada deve ser moldada com quantidade em excesso de concreto, de forma que

ao ser adensada complete todo o volume do molde e seja possível proceder ao seu

rasamento, eliminando o material em excesso. Em nenhum caso é aceito completar o

volume do molde com concreto após o adensamento da última camada;

7. Quando não for possível realizar a moldagem no local de armazenamento, os corpos-de-

prova devem ser levados imediatamente após o rasamento indicado em 7.5, até o local onde

permanecerão durante a cura inicial. Ao manusear os corpos-de-prova, evitar trepidações,

golpes, inclinações e, de forma geral, qualquer movimento que possa perturbar o concreto

ou a superfície superior do corpo-de-prova.

8. Antes de serem armazenados os corpos-de-prova devem ser identificados e imediatamente

após sua identificação devem ser armazenados até o momento do ensaio em solução

saturada de hidróxido de cálcio a (23 ± 2)°C ou em câmara úmida à temperatura de (23 ±

2)°C e umidade relativa do ar superior a 95%. Os corpos-de-prova não devem ficar

expostos ao gotejamento nem à ação de água em movimento.

Figura 11 – Corpos-de-prova moldados

(Autor: Bento, B. H., 2012)

Os corpos-de-prova a serem ensaiados a partir de um dia de idade, moldados

com a finalidade de verificar a qualidade e a uniformidade do concreto utilizado em obra ou

para decidir sobre sua aceitação, devem ser desmoldados 24 h após o momento de moldagem.

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9. Após a desforma, os corpos-de-prova destinados a um laboratório devem ser transportados

em caixas rígidas, contendo serragem ou areia molhada. Todos os corpos-de-prova devem

ser armazenados em local protegido de intempéries, sendo devidamente cobertos com

material não reativo e não absorvente, com a finalidade de evitar perda de água do

concreto. A temperatura do ar da câmara úmida ou da água do tanque de cura pode ser

mantida no intervalo de (21 ± 2)°C, (25 ± 2)°C ou (27 ± 2)°C, porém deve ser registrada no

relatório de ensaio.

Observa-se, que no laboratório foi realizada apenas a moldagem dos corpos-de-

prova não sendo possível, realizar qualquer teste com os mesmos, o que será feito quando foram

completados 28 dias após a moldagem. Os processos de desenforma e cura dos corpos-de-prova

serão executados pelo professor Roberto, no entanto, já foram passadas instruções de como

fazê-los.

5.3. Ensaio de compressão

Para o ensaio de compressão realizado, foram utilizados corpos-de-prova com 10

cm de diâmetro e 20 cm de altura, já existentes no laboratório, sem se saber ao certo o tempo de

cura dos mesmos. Eles foram colocados na prensa e submetidos à compressão até que se

rompessem.

Resultados obtidos

No primeiro teste de Slump efetuado foi obtido o abatimento de 20 mm e no

segundo, com uma adição de apenas 290 mL de água, já conferiu ao concreto um abatimento de

100 mm.

Na tabela a seguir, é possível obter a classificação do concreto em relação ao

abatimento:

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Tabela 1 – Classificação das consistências do concreto

CONSISTÊNCIA ABATIMENTO

(mm)Seca 0 a 20Firme 20 a 50Média 50 a 120Mole 120 a 180Fluída 180 a 250

(Elaboração: Andolfato, R.P., 2002)

Já no ensaio de compressão, ambos os corpos-de-prova romperam com 21.200

kgf. Calculando a quantidade de força por cm² obtemos a tensão de ruptura:

• Área ( =

• = 270,06 kgf/cm²

• Convertendo para MPa: 27 MPa

Considerações finais

Através dos resultados obtidos conclui-se que é necessária muita atenção na

dosagem do concreto, pois uma pequena variação nos componentes, principalmente a água,

pode causar grande alteração no resultado final (resistência), o que envolve a segurança da obra

e consequentemente a vida de várias pessoas.

Por isso, o engenheiro deve cercar-se de documentos que comprovem a

qualidade do concreto e, além disso, sempre que necessário ou caso note alguma alteração na

consistência do concreto, deve realizar testes. Preferindo-se pecar pelo excesso que pela falta de

cuidados.

Referências bibliográficas

ANDOLFATO, R. P.. Controle tecnológico básico do concreto. Relatório acadêmico – Núcleo de Ensino e

Pesquisa da Alvenaria Estrutura, UNESP, Ilha Solteira, 2002. Disponível em:

12

<http://www.nepae.feis.unesp.br/Apostilas/Controle%20tecnologico%20basico%20do%20concreto.pdf> Acesso

em 15 ago. 2012

AZEVEDO, S. R. V. Controle de qualidade técnica de concreto dosado em central. Trabalho de conclusão de

curso – Departamento de Engenharia Civil, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2008. Disponível em:

< http://engenharia.anhembi.br/tcc-08/civil-40.pdf> Acesso em 12 ago. 2012

LIMA, F. B., BARBOZA, A. S. R., GOMES, P. C. C. Produção e controle de qualidade do concreto. Alagoas:

EDUFAL, 2003

L’HERMITE, R.. Ao pé do muro. Tradução de L. A. Falcão Bauer, Maria Aparecida Azevedo Noronha e Adolfo

Serra. Distrito Federal: SENAI, 1977

SULBRASILCONCRETO. Slump test. Disponível em: < http://www.sulbrasilconcreto.com.br/slump-test.html>

Acesso em 12 ago. 2012

WATANUKI FILHO, A.. Índices físicos – Notas de aula. Curso de materiais de construção. Barretos: UNIFEB,

2012.

YAZIGI, W. A técnica de edificar. 2ª Ed. São Paulo: Pini, 1997

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