30 - orquestra filarmônica de minas gerais · nica de minas gerais. realiza concertos com...
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-
3031MAI
Allegro
Vivace
F O R T I S S I M O N º 9 / 2 0 1 9
-
P R O G R A M A
IGOR STRAVINSKYCanto Fúnebre, op. 5
(em memória de Rimsky-Korsakov)
NIKOLAI RIMSKY-KORSAKOVSinfonia nº 2 em fá sustenido menor, op. 9, “Antar” Largo – Allegro giocoso
Allegro
Allegro risoluto alla marcia
Allegretto – Adagio
I N T E R VA L O
FRIEDRICH GULDAConcerto para violoncelo e orquestra de sopros Abertura
Idílio
Cadência
Minueto
Finale alla marcia
Ministério da Cidadania eGoverno de Minas GeraisA P R E S E N TA M
3 0 / 0 5
3 1 / 0 5
Allegro
Vivace
FA B I O M E C H E T T I , R E G E N T E
M A J A B O G D A N O V I C , V I O L O N C E L O
-
Diretor Artístico e Regente Titular
da Orquestra Filarmônica de Minas
Gerais desde sua criação, em 2008,
Fabio Mechetti posicionou a orques-
tra mineira no cenário mundial da
música erudita. Além dos prêmios
conquistados, levou a Filarmônica
a quinze capitais brasileiras, a uma
turnê pela Argentina e Uruguai e
realizou a gravação de nove álbuns,
sendo quatro para o selo interna-
cional Naxos. Natural de São Paulo,
Mechetti serviu recentemente como
Regente Principal da Filarmônica
da Malásia, tornando-se o primeiro
regente brasileiro a ser titular de
uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve
quatorze anos à frente da Orquestra
Sinfônica de Jacksonville e, atual-
mente, é seu Regente Titular Emérito.
Foi também Regente Titular das sin-
fônicas de Syracuse e de Spokane,
da qual hoje é Regente Emérito.
Regente Associado de Mstislav
Rostropovich na Orquestra Sinfônica
Nacional de Washington, com ela
dirigiu concertos no Kennedy Center
e no Capitólio. Da Sinfônica de San
Diego, foi Regente Residente. Fez
sua estreia no Carnegie Hall de Nova
York conduzindo a Sinfônica de Nova
Jersey. Continua dirigindo inúmeras
orquestras norte-americanas e é
convidado frequente dos festivais
de verão norte-americanos, entre
eles os de Grant Park em Chicago
e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
dirigindo a Ópera de Washington. No
seu repertório destacam-se produções
de Tosca, Turandot, Carmem, Don
Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
Madame Butterfly, O barbeiro de
Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem
ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,
Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-
lia, Japão, México, Nova Zelândia,
Suécia e Venezuela. No Brasil, re-
geu todas as importantes orques-
tras brasileiras.
Fabio Mechetti é Mestre em Regência
e em Composição pela Juil l iard
School de Nova York e vencedor do
Concurso Internacional de Regência
Nicolai Malko, da Dinamarca.
FOTO
: ALE
XAN
DRE
REZ
END
E
CAROS AMIGOS E AMIGAS,
FABIO MECHETTI
Dando início à celebração dos 175
anos de nascimento do compositor
russo Nikolai Rimsky-Korsakov, a
Filarmônica apresenta nesta noite sua
Sinfonia nº 2, denominada “Antar”.
Assim como em sua obra-prima Shehe-
razade, aqui o compositor russo nos
convida a uma viagem através do
tempo e do espaço, nos levando à
legendária Arábia e nos inebriando
com suas belíssimas melodias e rica
orquestração, em uma trágica estória
de amor, poder e vingança.
Outro compositor russo, Stra-
vinsky, presta homenagem a seu
mestre, com seu Canto Fúnebre,
obra recentemente descoberta e
apresentada pela primeira vez em
BH nestes concertos.
A violoncelista sérvia Maja Bog-
danovic, fazendo sua estreia com
a nossa Orquestra, traz o pouco
conhecido Concerto para violoncelo
e orquestra de sopros (com algumas
adições inusitadas) do compositor
e pianista Friedrich Gulda. Deixo,
propositalmente, de fazer qualquer
comentário sobre essa obra, para
que todos possam reagir de forma
espontânea à sua impetuosidade…
A todos um bom concerto.
FAB IO MECHET T I
D I R E T O R A R T Í S T I C O
E R E G E N T E T I T U L A R
-
Desde que foi saudada pela The Strad,
após recital de estreia no Carnegie Hall,
por sua “excelente performance, de
extraordinária beleza tonal e grande
maturidade interpretativa”, Maja Bog-
danovic ocupou seu lugar entre os mais
importantes violoncelistas da atualidade.
Nesta temporada, Maja estreia com a
Sinfônica Fort Worth e com a Filarmô-
nica de Minas Gerais. Realiza concertos
com orquestras sinfônicas e de câmara
na Europa, Argentina, México, Japão e
Coreia do Sul.
Ávida musicista de câmara, Maja
Bogdanovic frequenta muitas das prin-
cipais salas e festivais do mundo, como
Amphithéâtre Sorbonne, Amsterdamse
Cello Biënnale, Beauvais Cello Festival,
Radio France et Montpellier, Kuhmo,
Stift, Zeist, Folles Journées, Giverny,
Muziekgebouw, Palais des Congrès,
Prinzregententheater, Royal Concert-
gebouw, Salle Gaveau, Salle Pleyel e
Tonhalle Düsseldorf.
Lançou CDs pelos selos Lyrinx, Nim-
bus e Orchid Classics, um deles com o
Concerto que Philip Sawyers dedicou a
ela. A música contemporânea tem lugar
especial no repertório de Maja. Estreou
obras de Nicolas Bacri, Sofia Gubaidulina,
Ivan Jevtic, Philip Sawyers, Eric Tanguy,
Benjamin Yusupov e Krzysztof Penderecki,
com quem possui uma forte colaboração.
Premiada nas competições Aldo Parisot,
Gaspar Cassado, Rostropovich e Jeu-
nesses Musicales, Maja foi Artista do
Ano UMUS 2011 pela Associação de
Artistas da Música da Sérvia.
Natural de Belgrado, Sérvia, foi aluna
de Nada Jovanovic na Escola de Música
Kosta Manojlovic, em Zemun. Graduou-se
em primeiro lugar no Conservatório
Nacional de Paris, concluiu pós-gra-
duação com Michel Strauss e estudou
música de câmara com Itamar Golan e
Pierre-Laurent Aimard. Em Berlim, na
Universität der Künste, aperfeiçoou-se
com Jens Peter Maintz, Bernard Gree-
nhouse, Alban Gerhardt, Young-Chang
Cho e Heinrich Schiff.
Maja Bogdanovic toca em um instru-
mento construído para ela pelo luthier
francês Franck Ravatin.
MAJA BOGDANOVIC
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END
E
-
STRAVINSKY Canto Fúnebre, op. 5 (em memória de Rimsky-Korsakov) ORANIENBAUM, ATUAL LOMONOSOV, RÚSSIA , 1882 NOVA YORK, ESTADOS UNIDOS, 1971
Igor
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 3 flautas, 2 oboés,
corne inglês, 3 clarinetes,
clarone, 3 fagotes,
contrafagote, 4 trompas,
3 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, percussão,
2 harpas, cordas.
ED ITORA
Boosey & Hawkes
PARA OUV IR
CD Igor Stravinsky; Dmitri
Shostakovich – ORF Vienna
Radio Symphony Orchestra –
Cornelius Meister, regente –
Capriccio – 2019
Mariinsky Orchestra –
Valery Gergiev, regente
Acesse: fil.mg/sfunebre1
PARA ASS IST IR
Mariinsky Orchestra –
Valery Gergiev, regente
Reestreia da obra, após 106
anos desaparecida (excerto)
Acesse: fil.mg/sfunebre2
PARA LER
Glenn Watkins – Soundings:
music in the Twentieth Century
– Schirmer Books – 1988
Rimsky-Korsakov, grande compositor, em 1889 impressio-
nou o mundo ocidental com a música russa, na Exposição
Universal de Paris. Sua imensa reputação lhe atraiu inú-
meros alunos, de dentro e de fora da Rússia: Glazunov,
Liadov, Respighi e ninguém menos do que Igor Stravinsky.
Stravinsky estudou com Rimsky-Korsakov entre 1902 e
1908, ano em que morre o professor, de um mal cardíaco.
Dois anos depois, Stravinsky estreia O Pássaro de Fogo
em Paris. Em 1911, ele estreia Petrushka e, em 1913,
A Sagração da Primavera. É claro que a proximidade
temporal ou intelectual com Rimsky-Korsakov, ou com
o Grupo dos Cinco, não pode definir, por si mesma, a
genialidade revolucionária de Stravinsky, que eclode
nessas três obras-primas. Por outro lado, não deixa de
ser interessante essa mesma proximidade...
O Canto Fúnebre, op. 5, foi composto em homenagem
a Rimsky-Korsakov, quando de sua morte. Sua estreia
deu-se em 17 de janeiro de 1909, em São Petersburgo,
sob a regência de Felix Blumenfeld. Em depoimento
a Robert Craft, em 1960, Stravinsky se refere à obra
com uma certa nostalgia, considerando-a a melhor de
suas obras anteriores a O Pássaro de Fogo e fazendo
referências à sua harmonia cromática. Com a mesma
nostalgia, o autor comenta que as partes da orquestra
deveriam estar em alguma biblioteca... E que gostaria
que alguém em Leningrado (nome que a União Sovi-
ética deu a São Petersburgo) as procurasse, pois ele
mesmo tinha curiosidade de saber que
tipo de compositor era ele, antes de
O Pássaro de Fogo.
De fato, as partes foram considera-
das perdidas, mas reencontradas na
biblioteca do Conservatório de São
Petersburgo em 2015. A partitura
foi reconstituída por Natalia Bra-
ginskaya, chefe do departamento de
Musicologia do Conservatório Estatal
Rimsky-Korsakov, em São Petersburgo.
Depois disso, ela foi executada pela
primeira vez em 2016 pela Orquestra
do Teatro Mariinsky, sob a regência
de Valery Gergiev.
Embora a obra tenha sido chamada
“Canto Fúnebre para Instrumentos de
Sopro”, é fato que a orquestração não
se restringe apenas a eles, incluindo
uma gama variada de instrumentos
de percussão, piano, duas harpas e
cordas. Talvez a concepção sugerida
no título venha do tratamento indivi-
dualizado dos timbres dos sopros,
sobre o qual o próprio Stravinsky dá
um depoimento. Em sua Autobiografia
(texto de 1936), ele menciona a peça
e comenta que não mais se lembrava
da música, mas se lembrava da ideia
na raiz de sua concepção. Nesta,
segundo o compositor, cada um dos
instrumentos melódicos da orquestra
deposita sua própria melodia sobre
um fundo murmurante em tremolo,
que simula as vibrações das vozes
graves de um coro.
Esta poética descrição, do próprio
compositor, não poderia ser mais exata,
embora a obra não se resuma a ela.
No Canto Fúnebre, não é o Stravinsky
da Sagração ou de Petrushka que se
ouve. Mas ambos estão lá, e a obra,
ainda assim impressionante, de um
expressionismo que seria descons-
truído e reelaborado pelas obras que
viriam, já anuncia o fenômeno que
deixaria o mundo atônito e que daria
à música no Ocidente possibilidades
expressivas até então insuspeitas.
MOACYR L ATERZA F ILHO
Pianista e cravista, Doutor em Literaturas
de Língua Portuguesa, professor da
Universidade do Estado de Minas Gerais e
da Fundação de Educação Artística.
1 90 8 1 2 M I N U TO S
Primeira apresentação
com a Filarmônica
-
RIMSKY-KORSAKOV T I K H V I N , R Ú SS I A , 1 84 4 LYU B E N S K , R Ú SS I A , 1 90 8
Nikolai
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 3 flautas, 2 oboés,
corne inglês, 2 clarinetes,
2 fagotes, 4 trompas,
2 trompetes, 3 trombones,
tuba, tímpanos, percussão,
harpa, cordas.
ED ITORA
Bessel
PARA OUV IR
CD Rimsky-Korsakov
– Sinfonia nº 2, Antar –
L'Orchestre de la Suisse
Romande – Ernest Ansermet,
regente – HDTT/Decca – 2018
Rotterdams Philharmonisch
Orkest – David Zinman, regente
Acesse: fil.mg/rkantar
PARA LER
Attila Csampai; Dietmar
Holland – Guia básico dos
concertos: música orquestral
de 1700 até os nossos dias –
Civilização Brasileira – 1995
Nikolai Rimsky-Korsakov –
My Musical Life – Knopf – 1942
Antarah ibn Shaddad – também conhecido como Antar – viveu
na região norte da Arábia Saudita no período pré-islâmico,
entre os anos 608 e 525 antes de Cristo. Cavaleiro e poeta,
Antar tornou-se conhecido por seus feitos de bravura em
guerra, preservados pela tradição oral. Um de seus poemas
está registrado no livro Mu'allaqat, uma importante coletânea
de poemas pré-islâmicos. Após a sua morte, suas aventuras
foram propagadas oralmente e demasiado fantasiadas.
Escrito por Osip Senkovsky (1800-1858) – professor de
línguas orientais na Universidade de São Petersburgo –,
o conto original Antar retrata a atmosfera e o estilo da ficção
popular árabe. Publicado em 1833, inspirou a Sinfonia nº 2
do compositor russo Nikolai Rimsky-Korsakov, concebida
em 1868, na sua primeira versão.
A Sinfonia Antar, dividida em quatro movimentos, descreve
musicalmente os protagonistas do conto: o guerreiro Antar
e a bruxa Peri Gul-Nazar, rainha de Palmira. Tais temas se
repetem em diferentes orquestrações e servem de material
melódico para todo o trabalho. Essa forma de estruturação
temática à qual pertence o motivo condutor – ou também
ideia fixa – foi estabelecida pelo compositor francês Hector
Berlioz (1803-1869) em sua Sinfonia Fantástica (1830).
Para a concepção temático-musical da Sinfonia Antar,
Rimsky-Korsakov se baseou na coleção de melodias árabes
organizada por Alexander Dargomyzhsky (1813-1869) e em
melodias argelinas coletadas pelo etnomusicólogo francês
Francisco Salvador-Daniel (1831-1871).
Mesmo possuindo uma orquestração
refinada e detalhada, principal quali-
dade do compositor, a Sinfonia Antar
não possui características estruturais
do gênero sinfonia, dada a ausência
de desenvolvimento temático. Ciente
disso, o compositor, em uma de muitas
revisões que realizou da obra, deci-
diu-se por nomeá-la suíte sinfônica,
semelhantemente à suíte sinfônica
Sheherazade – uma de suas obras
mais populares, também baseada em
contos árabes. Os quatro movimen-
tos de Antar são “um poema, suíte,
conto de fadas, história ou qualquer
coisa, mas não sinfonia”, ponderou o
próprio autor.
A Sinfonia Antar foi estreada em março
de 1869, em São Petersburgo, em con-
certo da Sociedade Musical Russa
sob a regência de Balakirev. A estreia
da segunda versão foi realizada em
janeiro de 1876, no mesmo local, sob
a regência do autor. A edição da obra
é prefaciada por um texto que resume
o conto que a inspirou. O primeiro
movimento retrata Antar no deserto,
sua vitória sobre um monstro alado e
seu sonho com a rainha Gul-Nazar. Os
movimentos subsequentes descrevem
os três prazeres – vingança, poder e
amor – concedidos por Gul-Nazar a
Antar por tê-la salvado do monstro.
Unido pelo prazer do amor, o casal sela
um pacto em que Antar pede que seja
morto caso sua paixão por Gul-Nazar
se abrande. Ao final, a rainha bruxa
Gul-Nazar percebe Antar entediado e
lhe dá um beijo enfeitiçado fatal. “Exa-
minando a estrutura musical de Antar
com um olhar experiente, decorrido
o lapso de muitos anos, noto que me
saí bem com essa forma exclusiva de
influências extramusicais. Não posso
deixar de sentir uma satisfação con-
siderável”, confessou o compositor
em suas memórias.
MARCELO CORRÊA
Pianista, Mestre em Piano pela
Universidade Federal de Minas Gerais,
professor na Universidade do Estado de
Minas Gerais.
V E RSÃO D E 1 897 3 2 M I N U TO S
Primeira apresentação
com a FilarmônicaSinfonia nº 2 em fá sustenido menor, op. 9, “Antar”
-
GULDA Concerto para violoncelo e orquestra de sopros V I E N A , ÁUST R I A , 1 93 0 AT T E RS E E , ÁUST R I A , 20 0 0
Friedrich
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, flauta, 2 oboés,
2 clarinetes, 2 fagotes,
2 trompas, 2 trompetes,
trombone, tuba, guitarra,
contrabaixo, jazz bass,
percussão.
ED ITORA
BSchott Music Corp/EAMDC
PARA ASS IST IR
DVD Concerto for Cello
and Wind Orchestra;
Concerto for Myself –
Münchner Philharmoniker
– Friedrich Gulda, regente
– Heinrich Schiff, violoncelo –
Arthaus Musik – 2014
Munich Philharmonic
Orchestra –
Friedrich Gulda, regente –
Heinrich Schiff, violoncelo
Acesse: fil.mg/gcellosopros
PARA V IS ITAR
www.gulda.at
Friedrich Gulda foi um dos primeiros músicos a cruzar
os limites (virtualmente impostos) entre a música de
concerto e gêneros mais populares, como o jazz. Notá-
vel pianista, e também flautista, saxofonista, cantor e
compositor, Gulda é conhecido pelo temperamento forte,
responsável por sua alcunha de “pianista terrorista”.
Autor de declarações polêmicas, afirmava que pianistas
que não compõem não devem ser levados a sério e se
autoproclamava “o mais importante e criativo músico
da Viena da segunda metade do nosso século [século
XX]”, pois dizia ter resgatado a música das mãos de
profissionais antimusicais e anti-humanos, restituindo-a
“ao relaxado afeto e amor do público”.
Em 1942, ingressou na prestigiosa Academia de Música
de Viena, onde estudou com Bruno Seidlhofer e Joseph
Marx. Aos quatorze anos estreou como solista. Aos
dezesseis, venceu o Concurso de Genebra e, aos vinte,
deu seu primeiro concerto no Carnegie Hall, em Nova
York. Consolidou uma reputada carreira como pianista
e professor, tendo Martha Argerich e Claudio Abbado
como alunos. Com Jörg Demus e Paul Badura-Skoda,
formou a “troika vienense”, referência às carruagens
russas movidas por três cavalos. Embora tocasse jazz em
espaços clandestinos durante a Segunda Guerra Mundial,
foi apenas em 1956 que Gulda formalizou suas incursões
nesse universo musical, ao se apresentar com o Austrian
All Stars na rádio austríaca nacional, com Idrees Sulieman,
Phil Woods e James Cleveland no
clube Birdland, em Nova York, e ao
participar do Newport Jazz Festival.
Gulda promoveu diversos grupos
orquestrais, como a Eurojazz-Orches-
ter, que tinham por objetivo executar
suas obras e divulgar o repertório de
jazz. Como pianista clássico e mem-
bro de um trio de jazz, fez inúmeras
gravações para os mais respeitados
selos. Entre outras, gravou o Cravo
Bem Temperado, de Bach, e a integral
das sonatas para piano de Beethoven.
Como cantor de jazz, gravou sob o
pseudônimo de Albert Golowin. Foi o
organizador dos festivais Tage freier
Musik e Festival Friedrich Gulda e
dos Weltmusiktage. Colaborou com
Jessye Norman, o cantor pop Wolf-
gang Ambros, a percussionista Ursula
Anders (sua terceira esposa), Joe
Zawinul e os legendários Chick Corea
e Herbie Hancock. Em 1988, compôs
Concerto for Myself, uma de suas
obras mais importantes. Sua produção
inclui ainda dois concertos para piano,
peças orquestrais e vocais e obras
para piano solo, além do Concerto
para violoncelo e orquestra de sopros.
Encomenda do violoncelista austrí-
aco Heinrich Schiff, a quem Gulda o
dedicou, o Concerto foi estreado sob
a regência do compositor em outubro
de 1981, em Villach. Além da orquestra
de sopros, a obra inclui ainda um
violão, contrabaixos e bateria, e se
divide em cinco partes: uma Aber-
tura, que funde passagens líricas com
momentos jazzísticos e virtuosísticos;
um Idílio com graciosas intervenções
das madeiras em contraponto ao tema
de origem alpina dos metais e do
solista; uma Cadência extremamente
desafiadora; um estilizado Minueto de
leve sabor medieval; e um Finale alla
marcia, onde os dobrados de uma
banda militar dão caráter circense
às interpelações do violoncelo.
I GOR REYNER Pianista,
Mestre em Música pela Universidade
Federal de Minas Gerais e Doutor em
Literatura pelo King’s College London.
1 98 8 3 1 M I N U TO S
Primeira apresentação
com a Filarmônica
-
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A P R O V E I T E PA R A A P R E S E N TA R A
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FLAUTASCássia Lima *
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José Francisco dos Santos
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Fabio Ogata
TROMPETESMarlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONESMark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
TUBAEleilton Cruz *
TÍMPANOSPatricio Hernández
Pradenas *
PERCUSSÃORafael Alberto *
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HARPAClémence Boinot *
TECLADOSAyumi Shigeta *
GERENTE Jussan Fernandes
INSPETORAKarolina Lima
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar
ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi
ASSISTENTESClaudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro
MONTADORESHélio Sardinha
Klênio Carvalho
ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA
Regente Associado
MARCOS ARAKAKI
Diretor Artístico e Regente Titular
FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
Lei 14.870 / Dez 2003
OS — Organização Social
Lei 23.081 / Ago 2018
FORTISSIMO Maio nº 9 / 2019
ISSN 2357-7258
Editora Merrina
Godinho Delgado
Edição de texto
Berenice Menegale
Capa
Antarah Ibn Shaddad —
Manuscrito persa do séc. VI
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AEL
MO
TTA
S E J A P O N T UA L .C U I D E DA S A L A
M I N A S G E R A I S .
D E S L I G U E
O C E L U L A R
( S O M E L U Z ) .
D E I X E PA R A
A P L AU D I R AO F I M
D E C A DA O B R A .
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E E V I T E TO S S I R .
Dias 4 e 5, 18h F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A E C I N E M A
Dias 9 e 10, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
Dia 12, 11h C L Á S S I C O S N A P R A Ç A / I N H O T I M
Dias 16 e 17, 20h30 P R E ST O E V E LO C E
Dia 25, 18h F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A , FAU N A E F LO R A
Dias 30 e 31, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E
E V I T E T R A Z E R
C R I A N Ç A S M E N O R E S
D E 8 A N O S .
NO CONCERTO
EM MAIO
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Rua Pium-í, 229
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Tel: 3227-7764
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Sala Minas Gerais
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