a avaliaÇÃo como instrumento diagnÓstico … · eixo: formação de professores a avaliaÇÃo...
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Eixo: Formação de Professores
A AVALIAÇÃO COMO INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO
‘REFLEXIVO’ DO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM DO
ALUNO DO ENSINO MÉDIO DA EJA.
Libério Mayk Luciano dos Santos (GCU)1
Resumo: O presente artigo apresenta alguns resultados de pesquisa de mestrado cujo
objetivo foi investigar “A Avaliação Como Instrumento Diagnostico ‘Reflexivo’ do
Processo Ensino-Aprendizagem do Aluno do Ensino Médio da EJA da Escola Estadual
de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do Município de Serra/ES.”
Procura-se aqui apresentar uma investigação de que forma o docente da Escola Estadual
de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do Município de Serra/ES,
compreende a avaliação como instrumento diagnostico ‘reflexivo’ no processo de ensino-
aprendizagem do aluno da EJA no Ensino Médio. A abordagem metodológica utilizada
para a realização do estudo foi de cunho descritivo correlacional e não experimental, cujo
enfoque da investigação é qualitativo com ajuda de técnicas quantitativas. Para coleta de dados foram realizadas aplicações de questionários com perguntas abertas, fechadas e
semiabertas. Os resultados permitem constatar que a proposta pedagógica da escola
campo com relação ao trabalho direcionado a avaliação tem sido um instrumento
diagnóstico ‘reflexivo’ no processo de ensino-aprendizagem do aluno, impulsionado aos
professores uma metodologia diferenciada e eficaz, fato esse que os professores se
esforçam para que avaliação contribua com o ensino do aluno. Bem como foi constatado
que o aspecto da revisão de conteúdo contribui muito para o sucesso e melhoria do
aprendizado. Assim como a implementação de novas metodologias contribuem para uma
educação de excelência.
Palavras-chave: Avaliação; EJA; Processo Ensino-Aprendizagem.
Introdução
Falar de avaliação é um tema fundamental para processo de avaliação,
organização e construção do conhecimento científico. Quanto a compreensão do
1 Libério Mayk Luciano dos Santos, The Grendal College And University, Arequipa, Peru. E-mail:
l_santtos@hotmail.com
professor sobre a avaliação como instrumento diagnostico ‘reflexivo’ do processo de
ensino da aprendizagem do aluno.
Com base nos indicadores das estatística do censo 2015 pelo Ministério da
Educação (BRASIL, MEC/INEP, 2015) referente ao rendimento escolar, que registram
que a educação brasileira não vai bem ao pontuar resultados não satisfatório deixando os
educadores, inquietos com os aspectos da qualidade do processo de ensino da
aprendizagem do aluno. Questões estas postas pela estatística referente ao rendimento
escolar, originam preocupação e faz com que fique claro que o problema da qualidade da
educação requer atenção. A avaliação escolar traz resultados que incitam tensões que
reproduzem nas práticas sociais para além da escola e denotam sua qualificação ou
desqualificação, por exemplo: estudantes que não escrevem, não sabe contar, não lêem,
pessoas estas que não dominam nem o conhecimento básico necessário para praticarem
sua cidadania.
As estatísticas mostram que a avaliação da educação não é satisfatória, tanto em
relação às questões de qualidade como de quantidade, reportando que a educação, na
última década, quase atingiu integralmente a meta de colocar todas as crianças e
adolescentes em idade escolar na escola.
A prática da avaliação representa-se em uma das questões relacionadas a essa
problemática, revelando o sucesso ou fracasso, qualificando ou desqualificando o
estudante, através dos resultados no final de cada período do ano letivo em curso.
Quando se versa sobre a avaliação no campo da prática pedagógica no processo
educacional vários são os aspectos a levar em conta em diferentes graus de abrangência
e concepções principalmente no que se refere a Educação de Jovens e Adultos: o processo
histórico nacional e estadual de formação da política da EJA, o sistema educacional
nacional, as políticas educacionais, as gestões escolar e institucional, o processo de ensino
aprendizagem, entre outros.
A situação constatada demonstra que a avaliação faz parte de nossas vidas. E que
de alguma forma estamos comprometidos com a aprendizagem os atos e as práticas
educativas. A avaliação da aprendizagem pode e deve ser um recurso pedagógico
pertinente e necessário para assessorar o educador e o educando na busca e na construção
de si mesmo, de atitude e do seu melhor modo de ser na vida.
De acordo com Hoffmann (2002):
A avaliação mediadora possibilita investigar, mediar, aproximar
hipóteses aos alunos e provocá-los em seguida; perceber pontos
de vistas para construir um caminho comum para o conhecimento
científico aprofundamento teórico e domínio do professor.
Pressupõe uma análise qualitativa, uma avaliação não de produto,
mas do processo, se dá constantemente através de cadernos,
observações do dia a dia, é teórica usa-se registros. (Hoffmann,
2002, p. 31).
Para os autores, no processo pedagógico a avaliação está justaposta aos objetivos,
pois “[...] são os objetivos que dão base para a construção da avaliação. [...] os objetivos
e a avaliação orientam todo o processo que segue” (FREITAS, et al., 2009, p.15). Para
Cabrito (2009, p.186-187) “[...] a partir da avaliação das situações é possível detectar
problemas e encontrar soluções. Não ‘a solução’, mas alternativas que permitam
transformar o real, que não é, nem nunca foi, unidimensional [...] no sentido de o tornar
mais justo e equitativo”. Para o autor (2009, p.187): o “[...] acto de avaliar, de
compreender a qualidade em educação só faz sentido se tiver um objectivo formativo, se
contribuir para encontrar problemas e sugerir possíveis respostas adequadas a cada
situação particular”.
Nesse sentido, a pesquisa de mestrado desenvolvida teve como objeto de estudo o
processo de avaliação como um instrumento diagnóstico ‘reflexivo’ na perspectiva do
processo de ensino-aprendizagem, bem como buscou analisa-lo. A pesquisa foi
desenvolvida sob abordagem quantitativa com ajuda de técnicas qualitativas, por
encontrar neste processo um conjunto de instrumentos investigativos adequados à análise
do objeto a ser estudado. Para a coleta de dados foram realizadas aplicações de
questionários e análise documental.
Nesta pesquisa, optou-se por utilizar a aplicação do questionário, porque segundo
Richardson (1985, p. 142-50), no que diz respeito ao questionário o mesmo desempenham
no mínimo duas funções, a primeira consiste na descrição das características e na
apuração da exatidão de determinadas variáveis de um grupo social. A segunda função é
medir as variáveis individuais e grupais.
Pode-se dizer que a investigação é viável porque em tese dispõe de todos os
recursos necessários para ser executada.
2. A AVALIAÇÃO: COMO UM INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO
‘REFLEXIVO’ DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
De acordo com a literatura, a precisão de avaliar sempre se fará presente, não
influindo a norma ou padrão pela qual se baseie o modelo educacional. Não há como fugir
da precisão de avaliar os conhecimentos, muito ainda se possa, com sugestão, torná-la
eficaz naquilo a que se sugere: a qualidade e melhora de todo o processo educativo.
Luckesi (2002), ressalta que a prática escolar frequentemente designada avaliação
da aprendizagem pouco tem a ver com avaliação. Ela se empoderá muito mais de
provas/exames do que de avaliação. A prática de aplicação de provas e exames, com
atribuição de notas ou conceitos, advém da escola moderna século XVI e XVII com a
solidificação da sociedade burguesa. A prática conhecida hoje é herdeira da citada época,
que se compõe pela eliminação e marginalização de grande parte dos indivíduos da
sociedade.
Afirma o autor, em pleno o século XXI, ainda usa-se o nome de avaliação, mas a
prática de justaposição dos instrumentos de avaliação tem se abreviado à aplicação de
provas e exames, uma vez que estas são mais fáceis e costumeiras de serem realizadas.
O autor diz, que a avaliação concebe um dos pontos vitais para a aquisição de uma
prática pedagógica adequada. Muito pouco se tem noção sobre processo de avaliação que
sucede nas escolas, devido ao mau emprego que se faz dela.
Para ele, embora a avaliação tenha um panorama educacional, ela se difere, com
caráter sistematizado, com conjecturas apontadas em maior ou menor grau, ao qual
servem a múltiplos propósitos.
Conforme Haydt (1997), faz parte do trabalho docente averiguar e avaliar o
rendimento dos alunos, avaliando assim os efeitos do ensino. Para autora, a avaliação está
sempre presente na sala de aula, fazendo parte da rotina escolar, daí a responsabilidade
do professor em aprimorar sempre que possível as suas técnicas.
A autora, destaca a necessidade do professor ter que adotar diferentes
instrumentos avaliativos, ao qual possam oportunizar a nitidez sobre o que necessita ser
aprimorado, e obter mais dados para um excelente planejamento, facilitando desta forma
o seu trabalho. A respeito disso, a autora diz, que o professor ao avaliar o rendimento
escolar do aluno, deve empregar técnicas diversas e instrumentos variados, pois, quanto
maior for à amostragem, mais perfeita será a avaliação.
Haydt (1997), defende que a avaliação deve ser abarcada como um processo
dinâmico de constante interação entre professor e aluno na lembrança e no
desenvolvimento de conteúdos de ensino aprendizagem, na seleção e aplicação de suas
metodologias, bem como no diagnóstico da realidade social, apontando mudança
comportamental do aluno e do seu compromisso com a sociedade.
Para Perrenoud (1999), o processo avaliativo deverá acontecer em favor do aluno,
sujeito do processo, com o foco em promover o desenvolvimento de seu intelecto,
acendendo o desejo de conhecer mais, fortalecendo o seu vínculo com a escola.
Luckesi (2002), destaca toda a avaliação deve ter uma dimensão diagnóstica, no
sentido de um melhor ajuste do processo reflexivo cultural, econômico, social e político
no ensino-aprendizagem do aluno levando em conta o contexto em que vivem.
O referido autor, pontua também que uma das finalidades da avaliação com função
diagnóstica incide em informar o professor sobre o grau de conhecimentos e habilidades
de seus alunos, antes de começar o processo de ensino – aprendizagem, para determinar
o quanto prosperaram depois de certo tempo.
Haydt (1997) é muito comum a existência de classes heterogênea nas escolas, e é
com essas diferenças cognitivas, individuais, que alguns alunos aprendem mais
ligeiramente do que outros.
Para a autora, o professor carece antes de tudo, averiguar se seus alunos dominam,
ou não, os pré-requisitos essenciais para as novas aprendizagens, ou seja, se proporcionam
as habilidades e os conhecimentos prévios necessários, sem os quais não poderão
progredir para a próxima etapa.
Não é apenas no início do período letivo que se realiza a
avaliação diagnóstica. No início de cada unidade de ensino, é
recomendável que o professor verifique quais as informações que
seus alunos já têm sobre o assunto, e que habilidades apresentam
para dominar o conteúdo. Isso facilita o desenvolvimento da
unidade e ajuda a garantir a eficácia do processo ensino –
aprendizagem (HAYDT, 1997, p. 20).
Para Martins (1985), o diagnóstico poderá ser encaminhado nos seguintes
sentidos: delimitar a existência de comportamento de entrada do aluno, que sejam pré-
requisitos para a obtenção dos objetivos estabelecidos; delimitar o domínio de sensatos
objetivos por parte do educando, que permitem o ensino de assuntos de nível mais
elevado; distribuir os alunos de acordo com seus interesses, aptidões e descrições da
personalidade.
2.1 Função da Modalidade Diagnóstica
Para Freire (2000), as informações que o professor vai alcançando por meio da
avaliação são sempre transitórias, pois o que o aluno provou não compreender de forma
construtiva e reflexiva, poderá ser compreendido amanhã. Aprender é uma arte pelo qual
o aluno constrói, modifica, enriquece e diversifica seus conhecimentos com a importância
dos diferentes conteúdos escolares a partir da acepção e do sentido que pode atribuir e ao
próprio fato de aprendê-lo.
O autor explana o entrosamento social da sociedade e o surgimento da pedagogia
libertadora, está virá da modificação pela libertação das camadas populares, que é
deliberada pelo processo de conscientização cultural e política fora da escola, designadas
fundamentalmente aos adultos. Isso a partir das necessidades decorrentes das diferenças.
Segundo o autor, o ato da avaliação escolar, dentro do modelo liberal conservador,
é autoritário, pois este costume pertence à essência dessa perspectiva de sociedade, que
determina controle e enquadramento dos indivíduos nos parâmetros antemão
estabelecidos de equilíbrio social. A avaliação educacional será então, um instrumento
disciplinador não só dos comportamentos cognitivos como também dos sociais, no
contexto da escola.
Para Freire, à prática da avaliação nas pedagogias preocupadas com a mudança,
deverá estar atenta aos modos de superação do autoritarismo e a afirmação da autonomia
do educando. Isto porque o novo modelo social determina a participação democrática de
todos. Significa a igualdade efetiva de oportunidades e condições, acontecimento que não
ocorrerá se não se difundir a autonomia e a reciprocidade nas relações sociais. Nessa
conjunção, a avaliação escolar deverá tornar-se notório o mecanismo de diagnóstico da
situação, tendo em vista o progresso e o crescimento e não a estagnação disciplinadora.
Luckesi (2002) entende que a:
(...) avaliação pode ser caracterizada como uma forma de
ajuizamento da qualidade do objeto avaliado, fator que implica
uma tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitá-lo ou
para transformá-lo. A avaliação é um julgamento de valor sobre
manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma
tomada de decisão. (LUCKESI, 2002, p.33)
O autor, diz que na avaliação diagnóstica, o objeto avaliado será mais satisfatório
quando se aproximar do ideal, como exercício de um processo reflexivo. Essa avaliação
se faz com base na realidade do objeto a ser avaliado. O balanço apesar de qualitativo,
não será absolutamente subjetivo. O juízo surgirá dos indicadores da realidade que
demarcam a qualidade efetivamente esperada do objeto.
Luckesi (2002) ressalta que a avaliação acarreta a uma tomada de decisão. O
julgamento de valor, por sua constituição, o que denota uma tomada de atitude sobre o
objeto avaliado, e uma tomada de decisão quando se trata de um processo, como é o caso
da aprendizagem.
Esses elementos que compõem a avaliação, da prática escolar podem caracterizar
fundamentos sem lei ou regras a autoridade pedagógica. A tomada de decisão é o artefato
da avaliação que coloca mais poder na mão do professor.
No dizer do autor, a atual prática da avaliação escolar tem como função classificar
e não diagnosticar como deveria ser. O julgamento de valor, que teria função de permitir
uma nova tomada de decisão sobre o objeto avaliado, incide a ter uma função estática de
classificar um objeto a um ser humano histórico num padrão categoricamente
determinado. Essas classificações são geradas em números que somadas ou divididas
tornam-se médias.
O autor compreende que a avaliação com a função classificatória, estabelece-se
num instrumento estático do processo de crescimento. Com a função diagnóstica,
estabelece-se num momento dialético, construtivo e reflexivo no desenvolvimento da
ação, da autonomia e da competência.
Pontua Luckesi (1992), no modelo liberal conservador a avaliação nas mãos dos
professores exerce além de castigo, outro papel principal, que é expressivo para este
modelo: o papel disciplinador. Com o uso do poder, via avaliação classificatória, o
professor, inclui os alunos dentro da normativa socialmente estabelecida. A sociedade
conservadora aceita que se faça da avaliação um instrumento autoritário nas mãos do
professor para hostilizar os alunos, decretando-lhes condutas, das mais variadas que lhes
parecerem adequadas. Então, surgem às armadilhas nos testes para derrubar todos os
indisciplinados.
A prática da avaliação escolar chega a um grau assustador de
pressão sobre os alunos, levando a distúrbios físicos e
emocionais: mal-estar, dor de cabeça, “branco”, medo, angustia,
insônia, ansiedade, decepção, introjeção de auto-imagem
negativa. Uma escola que precisa recorrer à pressão da nota logo
nas series iniciais, em certamente, uma triste escola e não está
educando, é uma escola fracassada. (VASCONCELLOS, 1995,
p. 37)
Vasconcellos (1995) refere-se que a avaliação no referido aspecto, acaba
exercendo, na prática, um papel mais político que pedagógico, pois não é aproveitada
como um recurso metodológico de reorientação do processo de ensino-aprendizagem. Ao
invés disso é a crescida como instrumento e poder, de controle, tanto por parte do sistema
social, como pela escola, pelo professor e quanto pelos próprios pais.
Para o autor, é preciso que a avaliação educacional escolar manifeste o seu
verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o desenvolvimento, terá de
se posicionar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a mudança
social e não com a sua conservação. A avaliação deixará de ser autoritária se o modelo
social e a concepção teórico-prática da educação também não constituírem autoritários.
Se as pretensões socializadas da humanidade se traduzem num modelo socializante e
democrático, a pedagogia e a avaliação em sua essência também se transformarão na
expectativa de canalizações democráticas.
Luckesi (2002) aponta que a avaliação é um recurso pedagógico útil e
indispensável para auxiliar cada educador e cada educando na procura e na construção de
si mesmos e dos seus melhores modos de ser na vida. Ela não pode ser vista como
opressora da prática educativa, que ameaça e submete a todos, mas sim amorosa,
inclusiva, dinâmica e construtiva.
Libâneo (1991, p. 200-3) explana, aqui, as características mais relevantes da
avaliação escolar:
A avaliação escolar é parte integrante do processo de ensino –
aprendizagem e não uma etapa isolada [...] Ajuda a tonar mais
claros os objetivos que se quer atingir [...] Ajuda a desenvolver
capacidades e habilidades [...] os ativos e os apáticos, os espertos
e os lentos os interessados e os desinteressados [...] A avaliação
do rendimento escolar deve centrar-se no entendimento de que as
capacidades se expressam no processo da atividade do aluno, em
situações didáticas. A avaliação deve ter caráter objetivo, capaz
de comprovar os conhecimentos realmente assimilados pelos
alunos, de acordo com os objetivos e os conteúdos trabalhados.
Isso não significa excluir a subjetividade do professor e dos
alunos [...] Ajuda na autopercepção do professor [...] Reflete os
valores e expectativas do professor em relação aos alunos [...].
(LIBÂNEO,1991, p. 200-3)
Por tanto, para avaliar o primeiro passo básico é o diagnosticar, que sugere, coletar
dados proeminentes, que configurem o estado de aprendizagem do educando.
Perrenoud (1999) afirma que o atual exercício de avaliação tem estado contra a
democratização do ensino, na medida em que ela não tem contribuído para a continuação
do aluno na escola e a sua promoção qualitativa, construtiva e reflexiva.
Explana Luckesi (2002), para que a avaliação sirva à democratização do ensino, é
preciso transformar a sua utilização de classificatória para diagnóstica. Ou seja, a
avaliação carecerá ser admitida como um instrumento de compreensão de estágio da
aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista as tomadas decisões
satisfatórias para o avanço no seu processo de aprendizagem. Desse modo, a avaliação
não seria unicamente um instrumento para a aprovação ou reprovação dos alunos, mas
sim um instrumento de diagnóstico de uma condição, visando encaminhamentos
adequados para a sua aprendizagem.
Segundo o referido autor, a avaliação diagnóstica concretizada com os alunos
possibilita ao sistema de ensino averiguar como estão atingindo os seus objetivos,
portanto a avaliação permite a auto compreensão. O professor, na medida em que está
atento ao movimento do aluno, poderá através da avaliação da aprendizagem, averiguar
o quanto o seu trabalho está sendo deficiente e que desvio está tendo. O aluno, por sua
vez, poderá estar permanentemente se deparando em que nível de aprendizagem se
encontra, dentro de sua atividade escolar, adquirindo consciência do seu limite e
indigências de avanço. Além disso, os resultados mostrados por meio dos instrumentos
de avaliação poderão auxiliar o aluno num processo de automotivação, na medida em que
lhes fornece consciência dos níveis obtidos da aprendizagem.
Afirma Luckesi (1998), que a avaliação não pode ser invento decorativo ou uma
máscara apenas, voltada à complementação de nota. Os resultados da avaliação carecem
ser a chave para a tomada de decisões sobre o que deve ser reforçado ou refeito, ou seja,
um diagnóstico que leve à análise da realidade, para que se possam captar as contribuições
a tomar as deliberações no sentido de superar os problemas constatados em um processo
reflexivo. Para o autor, a avaliação deve servir, antes de tudo, como uma possibilidade de
reflexão, senão constante, ao menos sobre as deficiências surgidas. Não deve estar presa
a contextos ou padrões, ao contrário, deve ser encarada como uma escala para
precisamente formar ou fundamentar tais padrões, sejam eles de conduta
espontaneamente ligados à aprendizagem.
2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS E CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO
Para Kenski (1995) avaliação deve estar vinculada ao projeto político pedagógico
escolar, ao qual são instituídos os objetivos dos planos de curso, momento este que
carecerá ser pensado, elaborado contendo a contribuição e participação em massa, de
todos os agentes do processo ensino-aprendizagem, que é vasto, dinâmico e sócio-
histórico, que atendam aos interesses e necessidades dos educandos.
Para Candau (1994, p. 12), o professor que traz na essência de sua formação
entender que “[...] o processo de ensino-aprendizagem, para ser adequadamente
compreendido, precisa ser analisado de tal modo que articule consistentemente as
dimensões humana, técnica e político-social [...]”. Tornará viável, no âmbito da sala de
aula um ensino de qualidade e optará por uma avaliação mais coerente e eficaz.
Para Luckesi (2002), a chamada “pedagogia do exame”, esta direcionada à
promoção da resolução de prova. Nas mãos do professor torna-se um instrumento de
ameaça que constitui num fator negativo para a aprendizagem.
Tal prática, na análise de Luckesi (2002), traz resultados negativos de ordem
pedagógica, psicológica e sociológica. Pedagogicamente, não há uma aula interativa em
que o professor transmita conhecimento de forma estruturada e sadia ao aluno, torna-se
desmotivadora o processo ensino-aprendizagem; psicologicamente não desenvolve o
processo construtivo e reflexivo e sim personalidades submissas com posição inferior; à
não transparência; desvirtua a sociedade ao conformismo e desenvolve a autocensura,
para o autor essa é, de todas as configurações de controle, a pior, na qual o sujeito torna-
se presa de si mesmo. E sociologicamente Luckesi (2002), ressalta que quando a avaliação
esta articula em reprovar e ou dá castigo, submete-se a seletividade e às desigualdade
sociais.
[...] Após um período de aulas e exercícios escolares, [...] os
professores procedem a atos e atividades que compõem o que
normalmente é denominado avaliação da aprendizagem escolar.
[...] a partir de diversas variáveis: conteúdo ensinado
efetivamente; conteúdo que o professor não ensinou, mas que deu
por suposto ter ensinado: conteúdos ‘extras’ [...] para torná-lo
mais difícil; o humor do professor em relação à turma de alunos
que ele tem pela frente; a disciplina ou a indisciplina social desses
alunos; uma certa ‘patologia magisterial permanente’, que define
que o professor não pode aprovar todos os alunos, uma vez que
não é possível que todos os alunos tenham aprendido
suficientemente todos os conteúdos e habilidades
propostos[...](LUCKESI, 2002, p. 33).
Kenski (1995, p. 134), evidencia que a forma como o professor manifesta um juízo
de valor sobre a classe ou sobre seu aluno, demonstra o tipo de relacionamento que tem
frente a esse aluno, ou seja, o reflexo dessa relação incide na avaliação que o professor
aplica em sala de aula. Desse modo, se o professor não se relaciona bem com a turma,
conseguirá ele obter resultados desastrosos, desanimadores, desestimulantes ao processo
ensino-aprendizagem. Caso contrário os resultados da aprendizagem tendem a ser os
melhores possíveis.
Haydt (1997), ao apontar os princípios básicos da avaliação, esclarece que tais
princípios classificam o tipo ou modalidade de avaliação que [...] são decorrentes de uma
concepção pedagógica, [...] de uma postura filosófica. A autora assim os apresenta:
a) A avaliação é um processo contínuo [...];
b) A avaliação é funcional, porque se realiza em função dos
objetivos previstos [...];
c) A avaliação é orientadora, porque indica os avanços e
dificuldades do aluno, ajudando-o a progredir na aprendizagem,
orientando-o no sentido de atingir os objetivos propostos [...];
d) A avaliação é integral, pois considera o aluno como um ser
total e integrado e não de forma compartimentada [...] HAYDT
(1997, p. 288-89).
Perrenoud (1999) deixa clara a necessidade de se romper com a âncora da
avaliação tradicional, afirma que essa forma de avaliação não é mais uma particularidade
de todas as escolas, pois muitas já estão direcionadas para uma avaliação mais
significativa e descritiva do aluno, ao qual progride para uma avaliação formativa.
2.3 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO E SUA ABORDAGEM METODOLÓGICA
Considerando a literatura, constata-se que o professor apropria-se em sua prática
pedagógica da abordagem metodológica quando à definição, qualidade dos
procedimentos de avaliação.
Sobre a abordagem metodológica da avaliação, Garcia Aretio, (1994), assegura
que:
[...] as avaliações podem ser de natureza qualitativa e
quantitativa, dependendo, é claro, do objeto da avaliação. A
avaliação quantitativa, ‘está baseada na observação, medição,
quantificação e controle’ [...] a avaliação qualitativa oferece
maior riqueza de informação porque ‘se utiliza de métodos mais
informais de medida, considerando outras variáveis tais como a
situação do indivíduo, pré-requisitos que iniciou o curso, etc.
(GARCIA ARETIO,1994, p. 425).
Para Libâneo (1991), o processo de avaliação, abarca em si instrumentos e
procedimentos variados, como:
Prova escrita dissertativa [...] Questões certo-errado (C ou E) [...]
Questões de lacunas (para completar) [...] Questões de
correspondência [...] Questões de múltipla escolha; [...] Questões
do tipo “teste de respostas curtas” [...] Questões de interpretação
de texto[...]. (LIBÂNEO, 1991, p. 204).
Este autor inclui ainda em seu ensejo procedimentos auxiliares de avaliação, como
a observação, a entrevista e ficha técnica de dados dos educandos. Procedimentos estes
muito importantes, pois solicitam do educador uma atenção ao educando bem como a
precisão de um bom relacionamento entre sim, proporcionando posicionamento,
oportunidades, identificação do desempenho do aluno e da superação de suas
dificuldades.
Nos dizeres de Haydt, (1997):
Ao selecionar as técnicas e os instrumentos de avaliação da
aprendizagem, o professor precisa considerar os seguintes
aspectos:
- os objetivos visados para o ensino aprendizagem (aplicação de
conhecimentos, habilidades, atitudes);
- a natureza do componente curricular ou área de estudo;
- os métodos e procedimentos usados no ensino e as situações de
aprendizagem;
- as condições de tempo do professor; - o número de alunos da
classe. (HAYDT, 1997, p. 296).
Para Perrenoud (1999, p. 203), os procedimentos de avaliação frequentemente são
usados em função do desempenho do aluno, para atribuir nota, ou a um perfil, de forma
que ao final de cada bimestre, trimestre ou a cada semestre letivo é somada a outras notas
e tirada uma média. Esse movimento oscilatório indicará se o aluno foi ou não aprovado,
promovido para série seguinte, se receberá o então certificado, se continuará na escola ou
se solicitará transferência para outra.
3. MARCO METODOLÓGICO DE PESQUISA
Essa investigação de cunho descritivo correlacional e não experimental a qual não
manipula as variáveis tem como objeto de estudo: Investigar se o docente da Educação
de Jovens e Adultos, (EJA); compreende a ‘avaliação’ como instrumento diagnostico
‘reflexivo’ no processo de ensino-aprendizagem ao aluno.
3.1 TIPO E NÍVEL DE INVESTIGAÇÃO
A investigação tem um enfoque qualitativo, porém utiliza técnicas de enfoque
quantitativo. O nível qualitativo de profundidade é descritivo. Essa escolha ocorre porque
descrever as características de uma população, de um fenômeno ou de uma experiência a
pesquisa pode estabelece relação entre as variáveis no objeto de estudo analisado.
Variáveis relacionadas à classificação, medida e/ou quantidade que podem se alterar
mediante o processo realizado.
E ocorre também porque a investigação cientifica é um processo de inquérito
sistemático que visa fornecer informação para descobrir ou construir a resolução de um
problema ou resposta a questões complexas.
Pois, segundo Richardson (1985, p. 142-50), no que diz respeito sobre os
questionários os mesmos desempenham no mínimo duas funções, a primeira consiste na
descrição das características e na apuração da exatidão de determinadas variáveis de um
grupo social. A segunda função é medir as variáveis individuais e grupais.
Pois as informações são colhidas por meio de um questionário estruturado com
perguntas claras abertas ou fechadas e de forma objetivas. Para o autor isto garante a
uniformidade de entendimento dos entrevistados.
3.3 DESENHO DA INVESTIGAÇÃO
O desenho da investigação é não experimental, pois não há manipulação das
variáveis, em que os próprios participantes respondem os questionários.
Esta investigação não experimental foi realizada com a aplicação de questionários
contendo perguntas claras e objetivas, abertas e fechadas. Com foco maior em resolver o
problema desta pesquisa do qual segue: De que forma a avaliação como um instrumento
diagnostico ‘reflexivo’ possibilita ao professor a compreender o processo ensino-
aprendizagem do aluno?
3.4 POPULAÇÃO E MOSTRA
Os investigados desta pesquisa foram os professores do ensino médio da EJA da
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do Município
de Serra/ES.
A presente pesquisa envolveu a aplicação de um questionário. O primeiro
Questionário Investigativo De Metodologia De Avaliação com 05 (cinco) questões,
abertas, fechadas e de múltipla escolha de forma quantitativa e qualitativa foram aplicados
aos professores que lecionam com a Educação de Jovens e Adultos no ensino médio da
escola pesquisada.
Foram aplicados 12 (doze) questionários aos professores da mesma referida escola
que ministram aulas na EJA.
3.5 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados através da aplicação de questionários a professores da
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do Município
de Serra/ES. Estão muito ligadas ao desenho, tipo da investigação aplicada não
experimental e nível da investigação descritivo e correlacional.
3.5.1 Processamento e análise de dados
A presente pesquisa realizou no primeiro momento a aplicação do pré-teste a cinco
pessoas fora do grupo a ser pesquisado. Com o intuito de verificar possíveis críticas, erros
ortográficos e dificuldades de compreensão na formulação das perguntas do questionário.
Processo esse que foi de suma importante para pequenos reajustes.
Para a realização da pesquisa foram aplicados um questionário: o primeiro
questionário Investigativo de Metodologia de Avaliação com 05 (cinco) questões, aos
professores.
A população pesquisada foi de 12 professores da Escola de Ensino Fundamental
e Médio Arlindo Ferreira Lopes, localizada no município da Serra ES.
O instrumento de coleta de dados foi desenvolvido de forma a atender aos
requisitos desta pesquisa.
A aplicação do instrumento de coleta de dados foi realizada em na sala dos
professores. O instrumento apresenta questões que permiti a análise dos seguintes
aspectos:
a) O método avaliativo utilizado pelo professor em sala de aula;
b) A periodicidade da avaliação em sala de aula;
c) Aspectos levados em consideração para avaliar o aluno da EJA;
e) A avaliação como um instrumento de diagnóstico e ‘reflexivo’ da modalidade EJA.
O processamento dos dados foi efetuado por meio de ferramentas como a
aplicação do questionário, tabulação e montagem descritiva dos dados entre a criação de
gráficos e quadros. De forma a serem observadas as categorias para análise qualitativa
em destaque.
4. RESULTADOS E ANÁLISES
Visando preservar a imagem dos profissionais, os questionários não revelaram
nomes, apenas informam, elementos importantes para a compreensão da prática
pedagógica desses profissionais, frente à necessidade de desvelamento do processo de
avaliação do ensino-aprendizagem, implícito nessa prática.
Entre os vários profissionais entrevistados os dados gerais apresentados foram os
seguintes como segue nos Gráficos e Quadro:
4.1 Modalidade de Avaliação
Gráfico 1: Professor qual o Método Avaliativo que mais usa em sala de aula?
Fonte: pesquisa realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira
Lopes’ do Município de Serra/ES
Ao analisar o gráfico 1, observamos, que a maioria dos professores utilizam como
metodologia avaliativa a atividade avaliativa diária, trabalho em grupo com 17%,
apresentação de seminários com 11% e a aplicação de prova objetiva com 10%.
Percebemos a preocupação dos professores em diversificar os instrumentos para avaliar.
De acordo com Luckesi (1991), é:
Por meio dos instrumentos de avaliação da aprendizagem,
estamos solicitando ao educando que manifeste a sua intimidade
(seu modo aprender, sua aprendizagem, sua capacidade de
raciocinar, de poetizar, de criar estórias, seu modo de entender e
de viver, etc). LUCKESI (1991, p.177)
Desta forma, analisamos que os instrumentos de avaliação devem ser elegidos de
acordo com os objetivos que se pretende atingir e que possibilitem que os alunos
evidenciem seus conhecimentos, reconhecendo suas habilidades. Vale ressaltar, que
independente do instrumento usado, o aluno tenha conhecimento sobre o que se espera
da avaliação e o professor tenha disponibilidade para fazer da avaliação mais um
momento de aprendizagem e de respeito aos saberes do educando.
4.2 Periodicidade em que o processo avaliativo é realizado
17%
17%
10%11%
14%
16%
15% Atividade
Trabalho em Prova
Seminári
Pesquisa
Prova Objetiva e
Prova
Gráfico 2: Professor qual a periodicidade do Processo avaliativo?
Fonte: pesquisa realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do
Município de Serra/ES.
No gráfico 2, ao questionar os professores sobre como se dá o processo avaliativo
nas turmas do ensino médio da EJA na referida escola, a maioria dos professores com
75% afirmaram que avaliam seus alunos continuamente, durante todo o processo de
desenvolvimento de ensino da aprendizagem. Os demais com 25% confessaram que
utilizam a avaliação bimestral, pois de acordo com estes é uma das exigências do sistema,
que exigem que sejam atribuídas notas aos alunos no final de cada bimestre.
Conforme defende Piletti (1997):
A avaliação é um processo contínuo que visa interpretar os
conhecimentos habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista
mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos,
a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do
planejamento do trabalho do professor e da escola como um todo.
PILETTI (1997, p.190).
4.3 Aspecto levados em consideração pelo professor para avaliar o aluno da EJA
Gráfico 3: Professor o que leva em consideração para avaliar o aluno?
75%
25%
Continuamen
Bimestralmen
Fonte: pesquisa realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do
Município de Serra/ES.
No gráfico 3, observamos que os professores da referida escola ao responder o
questionário quanto aos aspectos que levam em consideração no momento da avaliação
57% dos professores responderam que consideram a participação e o interesse do aluno
em sala de aula pelo conteúdo ministrado e as atividades avaliativas propostas, 36%
levam em consideração a frequência dos alunos em sala de aula e 07% consideram a
Progressão do aluno na sala de aula, bem como a pontualidade e a assiduidade dos alunos.
Segundo Moretto (2008), com conhecimento de diferentes instrumentos
avaliativos e a melhor forma de utilizá-los é um dos recursos que o professor deve dispor,
não devendo servir como pressão para manter a disciplina em aula ou de fazer o aluno
estudar.
4.4 Avaliação em sala de aula
Gráfico 4: Professor para que serve a avaliação em sala de aula?
57%36%
7%
Participação e Interesse
Frequencia
Outros: Progressão na aula
Fonte: pesquisa realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do
Município de Serra/ES.
Observamos no gráfico 4, que 70% do professores afirmam que a avaliação serve
para verificar a aprendizagem, quanto 12% falam que é apenas para atribuir nota,
enquanto 18% aponta que é para avaliar a metodologia aplicada. Ou seja, independente
do instrumento usado, o importante é que o aluno tenha conhecimento sobre o que se
espera da avaliação e o professor tenha disponibilidade para fazer da avaliação mais um
momento de aprendizagem e de respeito aos saberes do educando. Conforme aponta
Luckesi (1992):
“Por meio dos instrumentos de avaliação da aprendizagem,
estamos solicitando ao educando que manifeste a sua intimidade
(seu modo aprender, sua aprendizagem, sua capacidade de
raciocinar, de poetizar, de criar estórias, seu modo de entender e
de viver etc) LUCKESI, (1992, p. 177).
4.5 Tipo de Avaliação
Gráfico 5: Professor que tipo de avaliação você mais usa em sala de aula?
70%
12%
18% Para verificar a Aprendizagem
Para atribuir nota
Para avaliar a metodologia
aplicada
Fonte: pesquisa realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do
Município de Serra/ES.
No gráfico 5, 65% dos professores dizem que o tipo de avaliação que mais usam
em sala de aula é a avaliação diagnostica, quanto 25% dos professores dizem utilizar a
avaliação somática e apenas 10% dizem usar a avaliação formativa.
Para Haydt (1997), a avaliação diagnóstica “auxilia o professor” durante o
processo, no sentido de identificar os conhecimentos e habilidades que precisam ser
vencidos, em cada etapa desse processo, antes de dar continuidade aos conteúdos
previstos para etapas seguintes.
Quadro 01: Professor qual a sua sugestão para superar as dificuldades encontradas?
PROFESSOR RESPOSTA
P. 1 Adotar novos meios para trabalhar os conteúdos que não foram satisfatórios.
P.2 Refletindo com os alunos.
P.3 Buscar ser mais dinâmico em sala.
P.4 Buscar um retorno dos alunos com relação a prática em sala de aula.
P.5 Dá ênfase ao aluno que apresenta maior dificuldade
P.6 Através de seminários, grupos de estudos, palestras e encontros pedagógicos.
P.7 A se capacitar.
65%
25%
10%0%Avaliação
Diagnostica
Avaliação Formativa
Avaliação Somatica
P.8 Buscar meios práticos para contribuir mais com o aluno em sala de aula.
P.9 Redirecionar a prática.
P.10 Fazendo revisão de conteúdos com os alunos.
P.11 Refletir o que posso melhorar como profissional.
P.12 Buscar a melhorar a prática em sala de aula.
Fonte: pesquisa realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio ‘Arlindo Ferreira Lopes’ do
Município de Serra/ES.
Diante destas respostas, verificou-se que há a indicação de caminhos que
começam a ser percorridos pelos professores, a partir dos resultados da avaliação, o que
reforça o posicionamento da maioria dos professores e se converte em um ponto bastante
positivo para o processo ensino-aprendizagem, caracterizando a avaliação como
diagnóstica.
Para Haydt (1997), a avaliação diagnóstica “auxilia o professor” durante o
processo, no sentido de identificar os conhecimentos e habilidades que precisam ser
vencidos, em cada etapa desse processo, antes de dar continuidade aos conteúdos
previstos para etapas seguintes.
Conclusões
Para realizar este trabalho de pesquisa utilizou-se como procedimentos
metodológicos: pesquisa bibliográfica em livros, pesquisas de campo, questionários,
conceitos e concepções de autores que falam sobre a avaliação como instrumento
diagnostico ‘reflexivo’ do processo ensino – aprendizagem do aluno do ensino médio da
EJA, com pesquisa de campo com os professores da Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Arlindo Ferreira Lopes do município de Serra – ES.
Observa-se que o método de avaliação é um problema comum dentro do ambiente
escolar e encarado de formas distintas pelos professores e pelos alunos, diante disto surgiu
o interesse de pesquisar a respeito do mesmo, no ensino da EJA – Educação de Jovens e
Adultos.
Este trabalho abordou temas relevantes da importância da avaliação, seus
benefícios e dificuldades, investigando processos de constituição e aprendizagem dos
sujeitos, considerando os aspectos psicológicos, sociais, históricos e culturais. Tem
privilegiado as temáticas: construção de identidade e processos formativos de
profissionais da educação.
Considerando isso, o educador pode ser usado como um dos principais
articuladores da avaliação e inibidores dessa negativa, visto que alguns alunos
responsabilizam os discentes por não transmitir de forma clara e compreensiva os
conteúdos ministrados, uma forma de diminuir esse índice pode ser contribuída com
alguns cuidados dos professores como: preparar aulas que facilitem o entendimento dos
alunos, que muitas vezes por terem passado tanta tempo fora de sala de aula não trazem
consigo bagagem alguma de assuntos que já tenham estudados anteriormente. Os
Professores precisam desenvolver também, metodologia que desperte no aluno um
sentimento de auto avaliação, pois alguns também se sentem desmotivados e por uma
avaliação negativa do discente começam acreditarem que não possuem condições para
aprender os conteúdos. Por isso é importante trabalhar a percepção e buscar melhoras,
despertando nos alunos o desejo de melhorar cada dia mais.
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