a cinotecnia no exército português para o século xxi,
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7/21/2019 A Cinotecnia No Exrcito Portugus Para o Sculo XXI,
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ACADEMIA MILITAR
A CINOTECNIA NO EXRCITO PORTUGUS PARA O
SCULO XXI, NOVOS CENRIOS, NOVOS DESAFIOS
ASPIRANTE-ALUNO DE INFANTARIA JOO PEDRO SILVA
SOUSA
Orientador: Capito Veterinrio Andr Filipe Ferreira Dias Pereira da Fonseca
Relatrio Cientfico Final do Trabalho de Investigao Aplicada
Lisboa, Agosto 2012
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ACADEMIA MILITAR
A CINOTECNIA NO EXRCITO PORTUGUS PARA O
SCULO XXI, NOVOS CENRIOS, NOVOS DESAFIOS
ASPIRANTE-ALUNO DE INFANTARIA JOO PEDRO SILVA
SOUSA
Orientador: Capito Veterinrio Andr Filipe Ferreira Dias Pereira da Fonseca
Relatrio Cientfico Final do Trabalho de Investigao Aplicada
Lisboa, Agosto 2012
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Dedicatria
Aos meus Pais e Namorada pelo tempo que no vos dediqueiEm memria do meu querido Tio.
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iii
Agradecimentos
Ao Capito Andr Fonseca pela sua grande disponibilidade para orientar o meu
trabalho, pela sua constante preocupao em recolher e esclarecer toda a informao sobre
a realidade cinotcnica, pelo tempo despendido e por esclarecer todas as dvidas que
surgiram durante a realizao do trabalho.
Academia Militar e a todos os que nela servem, pela sua formao e por me
terem feito crescer.
Ao Grupo de Interveno Cinotcnico da GNR pela sua disponibilidade em me
receber, enriquecer o meu conhecimento e dar o seu contributo pelas entrevistas.
Ao Tenente Coronel Victor Cipriano, Diretor de Curso de Infantaria, pela sua
constante preocupao em entregar atempadamente os documentos solicitados.
Ao Tenente Coronel Carlos Almeida pela disponibilidade demonstrada, pela ajuda
em desenvolver os primeiros conhecimentos sobre o meu trabalho e pelo seu contributo na
entrevista.Ao Subcomissrio ngelo Arajo por aceder em responder entrevista e pelo seu
contributo para o enquadramento da realidade do Grupo Operacional Cinotcnico da PSP
Ao 1 Sargento Alexandre Bragana e ao 1 Sargento Samuel Baptista pela sua
grande disponibilidade
Ao 1 Sargento Nuno Benedito pela sua inteira disponibilidade e contributo na
apresentao da realidade cinotcnica da Fora Area Portuguesa, em particular da BA6.
Professora Margarida Solheiro pela sua amizade e completa disponibilidade nareviso do trabalho.
minha famlia e namorada por estarem sempre presentes no meu percurso, terem
feito tudo para que nada me faltasse e por me terem feito crescer como pessoa.
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Resumo
O Trabalho de Investigao Aplicada versa sobre o tema A Cinotecnia no Exrcito
Portugus para o Sculo XXI, Novos Cenrios, Novos Desafios, a partir do qual foram
levantadas questes envolventes, de modo a saber que contributo poder dar a cinotecnia
ao Exrcito.
O trabalho encontra-se dividido essencialmente em duas partes, sendo a primeira a
reviso bibliogrfica; e a segunda metodologia e procedimentos, apresentao, anlise e
discusso de resultados, e concluses.
A reviso bibliogrfica est vocacionada para os ces, as suas caractersticas, o
emprego no mbito militar, nomeadamente no Exrcito dos Estados Unidos e, nos
Paraquedistas e na Polcia do Exrcito, em Portugal.
A metodologia usada para este trabalho foi baseada no Manual de Investigao
Aplicada em Cincias da autoria de Raymond Quivy e Luc Campenhoudt, no Guia
Prtico sobre a Metodologia Cientfica para a elaborao, Escrita e Apresentao de Tesesde Doutoramento, Dissertaes de Mestrado e Trabalhos de Investigao Aplicada da
autoria de Manuela Sarmento e no Manual de Investigao em Educao da autoria de
Bruce Tukman.
Os resultados foram obtidos com recurso a entrevistas estruturadas com perguntas
iguais para todos os entrevistados (pertencentes ou que tenham pertencido cinotecnia em
Portugal), analisando-as estatisticamente. A discusso dos resultados feita tendo em
considerao os resultados obtidos nas entrevistas e na anlise bibliogrfica.Como concluses acerca da investigao podemos afirmar que a cinotecnia um
contributo eficiente para a resoluo de tarefas/situaes nos Teatros de Operaes.
Contudo, no Exrcito Portugus no existe qualquer norma sobre o emprego ou treino
operacional ou sobre o uso da fora com os ces, ficando limitado ao descrito nas
capacidades dos quadros orgnicos das unidades que os detm.
Palavras-Chave:Cinotecnia, Co, Exrcito, Entrevistas, Contributo
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v
Abstract
This Applied Research is aboutWorking Dogs in the Portuguese Army for the XXI
Century, New Scenarios, New Challenges, from which were razed evolving questions as a
way of knowing how may Working Dogs contribute to the Portuguese Army.
This paperwork is essentially divided in two parts, being the first one the
bibliography revision. The second part is methods and procedures, presentation, analysis
and result, discussion and finally conclusions.
The bibliography revision is directed towards dogs, their skills, their use on military
actions, specifically in the United States Army, and in the Portuguese Armys Airborne
Troops and Military Police.
The methodology used in this paperwork is based on the Manual de Investigao
Aplicada em Cincias, from Raymond Quivy and Luc Campenhoudt, on the Guia Prtico
sobre a Metodologia Cientfica para a elaborao, Escrita e Apresentao de Teses deDoutoramento, Dissertaes de Mestrado e Trabalhos de Investigao Aplicada, from
Manuela Sarmento and on the Manual de Investigao em Educao, from Bruce
Tukman.
The results were obtained using structured interviews, with the same questions
being posed to every interviewee (working or that have worked in the past with military
working dogs in Portugal), and then statistically analyzed. The result discussion is made
considering both the results of the interviews and the bibliography revision.As a conclusion we can claim that military working dogs are an efficient mean for
the resolution of the tasks or situations encountered in different operation scenarios.
However, there is no official regulation for the employment, training or use of force
with military working dogs in the Portuguese Army, being limited to the capabilities
described on the organics of the units with MWDs.
Key-Words:Working Dogs, Dogs, Army, Interview, Contribution
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ndice geral
Dedicatria............................................................................................................................. ii
Agradecimentos .................................................................................................................... iii
Resumo ................................................................................................................................. iv
Abstract .................................................................................................................................. v
ndice geral ........................................................................................................................... vindice de figuras ................................................................................................................... ix
Lista de anexos ...................................................................................................................... x
Lista de abreviaturas, siglas e acrnimos ............................................................................. xi
Captulo 1 -Introduo....................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento/ Contextualizao da investigao ................................................... 1
1.2. Justificao do tema .................................................................................................... 2
1.3. Metodologia ................................................................................................................ 3
1.4. Delimitao da investigao ....................................................................................... 5
1.5. Enunciado e estrutura do trabalho .............................................................................. 5
Captulo 2 -Reviso da Literatura.................................................................................... 7
2.1. O Co .......................................................................................................................... 7
2.2. O Co Militar .............................................................................................................. 9
2.3. Funes dos Ces Militares ...................................................................................... 12
2.4. Os ces no US Army ................................................................................................. 15
2.5. Os Ces no Exrcito Portugus ................................................................................. 17
2.5.1. Escola de Tropas Pra-Quedistas ....................................................................... 18
2.5.2. Polcia do Exrcito ............................................................................................. 20
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Captulo 3 - Metodologia e procedimentos...................................................................... 22
3.1. Mtodo de abordagem ao problema .......................................................................... 22
3.2. Tcnicas, procedimentos e meios utilizados ............................................................. 23
3.3. Amostragem .............................................................................................................. 24
3.4. Descrio dos materiais e instrumentos utilizados ................................................... 25
Captulo 4 -Apresentao, anlise e discusso dos resultados...................................... 26
4.1. Apresentao e anlise de resultados ........................................................................ 26
4.1.1. Apresentao e anlise da questo n 1 .............................................................. 26
4.1.2. Apresentao e anlise da questo n 2 .............................................................. 28
4.1.3. Apresentao e anlise da questo n 3 .............................................................. 304.1.4. Apresentao e anlise da questo n 4 .............................................................. 31
4.1.5. Apresentao e anlise da questo n 5 .............................................................. 33
4.1.6. Apresentao e anlise da questo n 6 .............................................................. 34
4.1.7. Apresentao e anlise da questo n. 7 ............................................................. 35
4.1.8. Apresentao e anlise da questo n 8 .............................................................. 36
4.1.9. Apresentao e anlise da questo n 9 .............................................................. 37
4.2. Discusso de resultados ............................................................................................ 38
4.2.1. Discusso de resultados da questo n 1 ............................................................ 39
4.2.2. Discusso de resultados da questo n 2 ............................................................ 39
4.2.3. Discusso de resultados da questo n 3 ............................................................ 40
4.2.4. Discusso de resultados da questo n 4 ............................................................ 40
4.2.5. Discusso de resultados da questo n 5 ............................................................ 41
4.2.6. Discusso de resultados da questo n 6 .......................................................... 411
4.2.7. Discusso de resultados da questo n 7 .......................................................... 422
4.2.8. Discusso de resultados da questo n 8 .......................................................... 422
4.2.9. Discusso de resultados da questo n 9 .......................................................... 433
Captulo 5 -Concluses e Recomendaes.................................................................... 444
5.1. Concluses .............................................................................................................. 444
5.1.1. Resposta s perguntas derivadas ...................................................................... 444
5.1.2. Resposta pergunta de partida ......................................................................... 455
5.2. Recomendaes ...................................................................................................... 466
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Captulo 6 - Bibliografia................................................................................................. 477
Apndices ................................................................................................................... APE A1Apndice AGuio de Entrevista ............................................................................. APE A1
Apndice B - Resumo das Respostas Questo n 1 ................................................. APE B1
Apndice C - Resumo das Respostas Questo n2 .................................................. APE C1
Apndice D - Resumo das Respostas Questo n3 .................................................. APE D1
Apndice E - Resumo das Respostas Questo n4 .................................................. APE E1
Apndice F - Resumo das Respostas Questo n5 ................................................... APE F1
Apndice G - Resumo das Respostas Questo n6 .................................................. APE G1Apndice H - Resumo das Respostas Questo n7 .................................................. APE H1
Apndice I - Resumo das Respostas Questo n8 ..................................................... APE I1
Apndice J - Resumo das Respostas Questo n9 .................................................... APE J1
Apndice K - Lista de Entrevistados .......................................................................... APE K1
Apndice LMatriz de Anlise das Entrevistas ........................................................ APE L1
Anexos ....................................................................................................................... ANE A1
Anexo AProcedimento Cientfico ......................................................................... ANE A1
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ndice de figuras
Figura n 1Organigrama da SecCaesGuerra 19
Figura n 2Organigrama da Seco Cinotcnica PE... 20
Figura n 3Apresentao dos resultados da questo n 1... 29
Figura n 4Apresentao dos resultados da questo n 2
(vantagens)...................................................................................................................... 30
Figura n 5Apresentao dos resultados da questo n 2
(desvantagens).. 31
Figura n 6Apresentao dos resultados da questo n 3... 32
Figura n 7Apresentao dos resultados das especializaes.. 32
Figura n 8Apresentao dos resultados da questo n 4... 33
Figura n 9Apresentao dos resultados da questo n 5... 35
Figura n 10Apresentao dos resultados da questo n 6. 36Figura n 11Apresentao da justificao da questo n 6. 37
Figura n 12Apresentao dos resultados da questo n 7. 38
Figura n 13Apresentao dos resultados da questo n 8. 39
Figura n 14Apresentao dos resultados da questo n 9. 40
Figura n 15Os atos e etapas do procedimento... ANE A
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Lista de Apndices e Anexos
Apndices ................................................................................................................... APE A1
Apndice AGuio de Entrevista ............................................................................. APE A1
Apndice B - Resumo das Respostas Questo n 1 ................................................. APE B1
Apndice C - Resumo das Respostas Questo n2 .................................................. APE C1
Apndice D - Resumo das Respostas Questo n3 .................................................. APE D1
Apndice E - Resumo das Respostas Questo n4 .................................................. APE E1
Apndice F - Resumo das Respostas Questo n5 ................................................... APE F1
Apndice G - Resumo das Respostas Questo n6 .................................................. APE G1
Apndice H - Resumo das Respostas Questo n7 .................................................. APE H1
Apndice I - Resumo das Respostas Questo n8 ..................................................... APE I1
Apndice J - Resumo das Respostas Questo n9 .................................................... APE J1
Apndice K - Lista de Entrevistados .......................................................................... APE K1
Apndice LMatriz de Anlise das Entrevistas ........................................................ APE L1
Anexos ....................................................................................................................... ANE A1
Anexo AProcedimento Cientfico ......................................................................... ANE A1
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Lista de abreviaturas, siglas e acrnimos
AM Academia Militar
BA6 Base Area n6
BAI Brigada Aerotransportada Independente
BCP Batalho de Caadores Pra-quedistas
BOAT Batalho Operacional Aeroterrestre
CRO Crisis Response OperationCS Companhia de Servios
CTCFA Centro de Treino Cinotcnico da Fora Area
DoD Department of Defense
ETP Escola de Tropas Pra-quedistas
UE Unio Europeia
EUA Estados Unidos da Amrica
FAs Foras ArmadasFAP Fora Area Portuguesa
FND Foras Nacionais Destacadas
GNR Guarda Nacional Republicana
IED Improvised Explosive Device
JFCL Joint Force Command Lisbon
MWD Military Working Dog
NBQR Nuclear, Biologico, Qumico e RadioativoNEP Norma de Execuo Permanente
OTAN/NATO Organizao do Tratado do Atlntico Norte
PA Polcia Area
PE Polcia do Exrcito
PSP Polcia de Segurana Pblica
SecCaesGuerra Seco de Ces de Guerra
SNPC Servio Nacional de Proteo Civil
U/E/A Unidade, Estabelecimento ou rgo
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US United States
USHE Unidade de Segurana e Honras de Estado
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Captulo 1Introduo
1
Captulo 1
Introduo
1.1. Enquadramento/ Contextualizao da investigao
A raa canina constitui um grande contributo para a qualidade de vida do ser
humano, razo pela qual, ao longo do tempo, tem vindo a ser investigada. Aproveitando as
suas capacidades para vrios fins, os ces foram, at hoje, usados para uma variedade de
tarefas, tais como: para o combate, em mltiplas misses, como animais de estimao,
como meio de trao (trens), entre outras. (Allsop, 2011)
Como mero companheiro ou tambm no mbito de trabalho, a valorizao do co,
nas nossas vidas, oscila entre o conceito de verdadeiro heri e um tratamento de autntico
desprezo.
Antes da descoberta da plvora, os ces tinham uma grande importncia em
combate. No tempo dos gregos e romanos usavam-se os ces de grande porte, equipados
com colares de espinhos, para atacar o inimigo na linha da frente. Na Idade Mdia, os ces
de guerra eram equipados com armaduras e, geralmente, usados para defender as
habitaes sobre rodas (Allsop, 2011).
Mais recentemente, durante a Guerra Russo-Japonesa, que teve incio em 1904 e
trmino em 1905, os ces foram utilizados como ces ambulncia. Os blgaros e os
italianos usavam-nos como sentinelas nos Balcs e em Trpoli. Foram ainda usados na
deteo de explosivos, como ces de guia, para trao, para guardas e animais deestimao (Allsop, 2011).
O uso exclusivo, no passado, de ces de combate, fez com que, ao longo do tempo,
os ces ganhassem um grande reconhecimento e prestigio no servio militar. Isto levou a
que se empenhassem os ces, nomeadamente a nvel da segurana, principalmente nas
fronteiras, em patrulhas de segurana de permetros, na deteo de explosivos, e outras
tarefas, de modo a prevenir possveis atentados segurana pblica. Como na atualidade as
alteraes climticas so mais bruscas e cada vez menos previsveis, havendoprobabilidade de catstrofes naturais, o papel do co retoma importncia na busca e
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Captulo 1Introduo
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salvamento, satisfazendo solicitaes tambm de carcter Humanitrio (Nacional e
Internacional).
Na atualidade, o uso dos ces nas Foras Armadas de todo Mundo encarado como
uma mais-valia nos Teatros de Operaes, tanto para o sucesso das operaes, como para
elevar a moral das foras.
Em territrio nacional, e aps e extino do servio militar obrigatrio, existiu uma
diminuio brusca do nvel operacional das unidades, o que afetou U/E/O.
Hoje, o uso dos co no mbito militar est descrito nos Quadros Orgnicos das
Unidades com ces, onde abordada a existncia dos ces e as suas tarefas, nomeadamente
de patrulha e de busca e deteo de explosivos, impondo-se a cinotecnia militar como uma
mais-valia, no Exrcito e nas Foras Armadas Portuguesas. No entanto, a perspetiva sobre
o uso dos ces podia ser alargada, no seu efetivo e nas suas utilizaes operacionais, pois j
foram verificadas capacidades para isso, e ainda porque, j foi demonstrado, um co pode
fazer um servio de guarda substituindo com vantagem trs a oito homens.
1.2. Justificao do tema
A deteo do odor humano sempre esteve associada ao empenho dos ces nas
foras Paraquedistas, quer na guarda de instalaes, quer no seguimento de rastos, quer na
vertente de explorao. Numa fase posterior, e com a evoluo, o faro dos ces foi
utilizado na deteo de estupefacientes e explosivos, nunca para isso desprezando o seu
principal objetivo, a guarda e a segurana das instalaes ou pontos sensveis.
Os Paraquedistas tm participado em misses no estrangeiro, como unidades
constitudas de foras aerotransportadas, cujo papel principal se tem inserido na
manuteno da paz e no apoio s populaes. A defesa de pontos sensveis, deinfraestruturas e o controlo de checkpoints pode ser reforada com a presena canina,
otimizando a presena de foras humanas e, eventualmente, diminuindo o efetivo a
empenhar sem quebra da segurana. A nvel interno, o uso dos ces nas Tropas
Paraquedistas restringe-se segurana de instalaes e demonstraes para divulgao.
O Regimento de Lanceiros 2 tambm possui duas seces cinotcnicas com a
mesma finalidade (uma em cada esquadro PE), usadas para patrulhamentos gerais,
deteo de armas e explosivos e ces de guarda/sentinela.
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Captulo 1Introduo
3
A Guarda Nacional Republicana, pioneira na Busca e Salvamento em Portugal,
fruto da experincia acumulada e dos meios afetos a esta especializao tem, num passado
recente, participado, com relevantes resultados, em aes de mbito policial nas fronteiras
da Unio Europeia, para deteo de emigrantes clandestinos. Sendo esta Fora de
Segurana de cariz militar a origem da formao que num passado recente tem contribudo
para impulsionar a Cinotecnia no Exrcito Portugus, poderia ser aproveitada a ligao
para se especializarem alguns binmios da Seco de Ces de Guerra, da Companhia de
Servios, do Batalho Operacional Aeroterrestre, da Escola de Tropas Para-quedistas
(SecCaesGuerra/CS/BOAT/ETP), ou binmios da Seco Cinotcnica do Regimento de
Lanceiros 2 (SecCino/RL2) nesta vertente?
oportuno, no mbito das restries atuais, pensar em utilizar o Centro de
Instruo Cinfila da PA como um centro de formao comum a todos os ramos das
Foras Armadas, economizando meios e recursos?
possvel colaborar com a Polcia de Segurana Pblica que possui experincia
notvel e reconhecida?
Poderiam os binmios, para alm desta misso especfica, estar preparados para
intervir em auxlio das populaes perante cenrios de catstrofe?
1.3. Metodologia
A realizao deste trabalho de investigao tem como objetivo geral estudar a
doutrina de empenhamento dos ces de guerra da Seco Cinotcnica dos Paraquedistas e
da Polcia do Exrcito, com especial acuidade para a defesa de pontos sensveis, a deteo
de pessoas, armamento e explosivos, e eventual interesse nesta especializao.
Os objetivos mencionados partem do pressuposto que, de acordo com as missesdas foras armadas, existe a possibilidade de uma atuao conjunta e possivelmente
tambm combinada, tanto em territrio nacional como internacional, este ltimo referente
a FNDs.
De acordo com a metodologia de investigao em cincias sociais, o procedimento
cientfico um processo de trs atos constitudos por sete etapas, sendo eles a ruptura, a
construo e a verificao (Quivy & Campenhoudt, 1995). A ruptura [] consiste
precisamente em romper com os preconceitos e as falsas evidncias, que somente nos doa iluso de compreendermos as coisas. (Quivy & Campenhoudt, 1995, p. 26). A
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Captulo 1Introduo
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construo consiste no levantamento de [] proposies explicativas do fenmeno a
estudar e prever qual o plano de pesquisa a definir, as operaes a aplicar e as
consequncias que logicamente devem esperar-se no termo da observao. (Quivy &
Campenhoudt, 1995, pp. 26,28). Por ltimo, a verificao que aponta para que Uma
proposio s tem direito ao estatuto cientfico na medida em que pode ser verificada pelos
factos. (Quivy & Campenhoudt, 1995, p. 28) (Ver Anexo A). Estando de acordo com este
autor, foi construda uma pergunta de partida para esta investigao cientfica que a
seguinte: Que contributo poder dar a Cinotecnia para os novos desafios que se impem
ao Exrcito Portugus?
Definida a pergunta de partida, est traado um caminho orientador para o qual se
utilizam os mtodos e procedimentos adequados, para apresentar uma resposta
problemtica em anlise.
Na quarta etapa do procedimento cientfico so definidas as perguntas derivadas
associadas pergunta central, que a pretendem complementar, as quais vo ser respondidas
durante a investigao (Quivy & Campenhoudt, 1995), sendo elas:
1. Cinotecnia. Necessidade ou (des)iluso?
2. Novas especializaes ou adaptao das atuais?
3. Vantagens e desvantagens?
4.
Poderia ser aproveitada ligao com a GNR para se especializarem
alguns binmios da Seco de Ces de Guerra da Companhia de Servios do
Batalho Operacional Aeroterrestre da Escola de Tropas Para-quedistas
(SecCesGuerra/CS/BOAT/ETP), na vertente da Busca e Salvamento e deteo de
emigrantes clandestinos nas fronteiras, para aplicao em misses do Exrcito
Portugus?
5. Poderia ser aproveitado o Centro de Instruo Cinfila da PA
sediado em Ovar para formar as unidades cinotcnicas do Exrcito, minimizandomeios e recursos?
6. Os binmios da Seco de Ces de Guerra poderiam estar
preparados para intervir em auxlio das populaes perante cenrios de catstrofe?
Para responder a estas questes, so utilizadas tcnicas e mtodos, como anlise
documental, dados e entrevistas cujos destinatrios sero militares distribudos
essencialmente por duas grandes reas: militares cinotcnicos (do Exrcito, da Guarda
Nacional Republicana e Fora Area), PSP e militares que tenham participado em missesno estrangeiro que incluram foras cinotcnicas.
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Captulo 1Introduo
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1.4. Delimitao da investigao
No presente trabalho de investigao e, perante um tema bastante abrangente, existe
a necessidade de delimitar a investigao. Por isso, esta investigao foi circunscrita a 9
elementos pertencentes Seco de Ces de Guerra da Companhia de Servios do
Batalho Operacional Aeroterrestre, 5 elementos do Peloto Cinfilo da Policia Area
sediado na Base Area n6 (Montijo), 4 elementos do Grupo de Interveno Cinotcnico da
Unidade de Interveno da GNR, um elemento do Grupo de Especialidades do Grupo
Operacional Cinotcnico da PSP e um elemento da Unidade de Segurana e Honras de
Estado em misso no Afeganisto. No foram entrevistados elementos da SecCino/RL2
por se encontrarem em formao para misso de Polcia Militar sem co no Afeganisto.
1.5. Enunciado e estrutura do trabalho
Este trabalho obedece estrutura apresentada no Anexo F NEP
520/DE/30JUN2011/AM (2011), a qual tem por objetivo uniformizar e regulamentar a
redao do Relatrio Cientfico Final do Trabalho de Investigao Aplicada. Assim, este
trabalho composto por 5 captulos:
No Captulo 1, Introduo, feita uma apresentao geral do trabalho, dando a
conhecer ao leitor um enquadramento da investigao, o seu objetivo e a metodologia
associada.
O Captulo 2, referente Reviso da Literatura, apresenta o que diz respeito
informao terica do estudo a realizar, abordando o co, sua utilizao nas ForasArmadas, as funes que desempenha, e a sua orgnica no Exrcito.
O Captulo 3, Metodologia e Procedimentos, est de acordo com a componente
prtica da investigao, e so abordados os mtodos e procedimentos empregues na
investigao, para a obteno de informaes, a fim de realizar a anlise e resoluo da
problemtica em estudo.
O Captulo 4,Apresentao, Anlise e Discusso de Resultados, dedicado a essa
atividade para posterior discusso.
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Captulo 1Introduo
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O Captulo 5, Concluses e Recomendaes, refere-se apresentao das respostas
s questes levantadas pela investigao, que por sua vez so sustentadas pelos resultados
obtidos no Captulo 4. Contudo e no que diz respeito s recomendaes, so propostas
temticas subsequentes a investigar.
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Captulo 2Reviso da Literatura
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Captulo 2
Reviso da Literatura
2.1. O Co
O co, cujo nome cientfico Canis familiaris, o mamfero que h mais tempo foi
domesticado pelo ser humano, tendo surgido h mais de 100 mil anos. Com o passar dos
anos, o ser humano realizou uma seleo artificial dos ces, escolhendo aqueles com ascaractersticas fsicas, comportamentos e aptides mais desejadas. Assim, surgiu um vasto
nmero de raas, que variam entre si, de acordo com a sua fisionomia e capacidades.
(Macpherson, Meslin, & I.Wandeler, 2000)
A origem do co, de acordo com os dados atuais, remonta a milhares de anos atrs,
admitindo-se que este proveniente do lobo e a partir da que se fez a seleo dos
exemplares mais desejados pelo Homem (Dinets, 2007).
Os ces possuem vrias caractersticas que os tornam extremamente teis para ohomem, tais como o olfato, audio e a facilidade de aprendizagem. Em aproveitamento
destas particularidades, o co foi ensinado a executar vrias tarefas, tais como, pastor de
rebanhos, co de caa e co de guarda, desde os primrdios (Allsop, 2011).
Apesar da domesticao e do cruzamento seletivo, os ces mantiveram as suas
habilidades sensoriais, tais como, o olfacto, a audio, a viso, o tacto e o paladar,
habilidades essas que podem ser e so aproveitadas, de modo a realizar as vrias tarefas de
interesse humano com o melhor proveito para o ltimo (Tausz, 1997).O olfato canino significativamente mais sensvel que o do ser humano, pois o
primeiro possui uma membrana nasal maior e consecutivamente um maior nmero de
recetores e, quanto maior o focinho do animal, maior ser a sua capacidade olfativa. A
humidade tambm um fator que influencia o olfato, pois funciona como um
autocolante de molculas. Depois de o co cheirar, transmitida a informao ao
crebro, onde guardada na memria olfativa, memria essa que permite ao co
reconhecer os lugares, objetos e pessoas, o que justifica a sua utilidade na deteo de
drogas, minas terrestres e pessoas sob escombros (Ishibe, 2011).
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A audio , tal como o olfato, um dos seus sentidos mais apurados. Os ces so
capazes de ouvir a alta frequncia, e so capazes de escutar um som a uma distncia quatro
vezes superior que um ser humano consegue. Embora todas as raas possuam o mesmo
potencial gentico para ativar os seus sentidos, a seleo feita pelos homens ao longo de
vrios sculos, faz com que determinadas raas tenham o sentido mais apurado do que
outras (Bruce Folge, 2000) .
A viso canina, contudo, comparada com a viso humana muito diferente. Apesar
de no se dizer que o ser humano v melhor do que um co, este facto comprova-se. Sendo
originrio de um predador, a seleo natural deste animal privilegiava a viso noturna ou
os perodos de pouca luminosidade. O co possui um ngulo de viso um pouco maior do
que o do ser humano e a sua particular sensibilidade luz e ao movimento maior,
conferindo-lhe a grande vantagem de ver algo mover-se, mesmo num ambiente de
luminosidade reduzida. Contudo, frequentemente, a capacidade de focagem e de
diferenciao de cores no lhe permite identificar com clareza o objeto, valendo-lhe os
outros sentidos para a sua determinao. (Bruce Folge, 2000)
O tacto, ao contrrio do olfacto e da viso, um sentido pouco apurado nos ces.
Este relaciona-se mais com a ligao afetiva entre eles, mas tambm est ligado
diretamente sua sensibilidade trmica, o que permite que as respostas homeostticas1
entrem em funcionamento, tais como a respirao e a evaporao de gua atravs da
lngua. As zonas que esto relacionadas com este sentido, so os pelos e o focinho que
apresentam terminaes nervosas e as almofadas plantares (Bruce Folge, 2000).
Por ltimo, o paladar, outro sentido pouco desenvolvido e, por isso mesmo, o sabor
nos ces est diretamente ligado ao cheiro (Tausz, 1997).
Relacionando-se com os sentidos, vem o comportamento do animal, o qual se
manifesta como uma capacidade herdada e gravada na sua memria, com base na sua
formao e que se revela em habilidades produtivas. Os ces herdaram dos seusascendentes a capacidade de flexibilidade mental, o que lhes permite aprender com as
experincias, adaptando-se ao meio que os rodeia. Aprenderam tambm a confiar e a
desconfiar dos seres que os envolvem, estabelecendo um relacionamento de afinidade com
aqueles que lhes ficam mais prximos. A inteligncia canina tambm acarreta aqui uma
1
Relativo homeostasia (Biologia), visa manter a Homeostase, ou seja, do grego, homeo- similar ou igual estasis- estvel, atravs de processos de regulao interna do indivduo. A Homeostase caracterstica dos
mamferos (Priberam, 2012).
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grande importncia, do ponto de vista em que conseguem entender quem o seu dono e
compreender os comandos humanos, de modo a desenvolverem a obedincia ou
inteligncia de trabalho, para que a comunicao possa ser um meio de atingir um fim
lucrativo ou no, tanto pessoal como coletivo, utilizando as habilidades caninas mais
apuradas dependendo da raa utilizada (Bruce Folge, 2000).
O relacionamento do homem com o co, uma simbiose2 h muitos anos bem
conseguida, mas, para isso, tudo depende da sua domesticao.
Os ces, como seres vivos tambm tm sentimentos e emoes, os quais necessitam
de ser equilibrados, atravs do processo de aprendizagem, de modo a garantir a segurana
de homem e co, para que o equilbrio no seja quebrado. Em norma, todos os ces tm a
capacidade de aprender os comandos humanos, uns com mais facilidade que outros, mas
estes comandos s funcionam com o empenhamento homem-co e vice-versa. Assim, o
relacionamento Homem-co, depende diretamente dos mtodos utilizados e da
domesticao do animal, e a ltima que lhe d a base para a execuo dos comandos,
realizando assim as tarefas desejadas pelo dono, com a eficincia pretendida. Para isso,
necessrio que o adestramento do co seja feito com as palavras e mtodos mais corretos.
necessrio que o co entenda que o lder dominante o homem/dono: aquando das boas
execues do co, dar-lhe o reforo positivo e, nas ms, reforar negativamente, no
usando a brutalidade. Estudos da Universidade de Viena revelam que a adaptao dos ces
se torna evidente no desenvolvimento da capacidade de aprendizagem por imitao, a qual
uma caracterstica de todos os animais, mas, tendo o co crescido e evoludo no meio
humano, leva vantagem no aproveitamento dessa caracterstica. (BBC, 2010)
2.2. O Co Militar
O co para fins militares surgiu h muitos sculos atrs. Selecionado, no incio,
pelas suas habilidades de guarda ou caa. E nenhum outro animal tem servido o homem
com mais nobreza do que os ces, em tempo de conflito. Eles so um formidvel meio de
intimidao, que raramente desafiado em tempo de paz ou de guerra. Fazendo o uso dos
seus cinco sentidos, viso, audio, olfato, paladar e tacto em diferentes graus,
2Do grego sumbisis, vida em comum, camaradagem. Associao recproca de dois ou mais organismos
diferentes que lhes permite viver com benefcio.(Priberam, 2012)
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particularmente afinados e genericamente superiores aos dos seres humanos (dependendo
da tarefa que esto a executar numa determinada situao) os ces tm, ao longo da histria
do homem, dado um contributo de peso, em campanhas militares (Allsop, 2011).
No que diz respeito audio, nas frequncias baixas (de 20 a 250 Hz), os ces e
os seres humanos ouvem com a mesma agudeza. Acima de 250 Hz, o co tem um limite
inferior de intensidade de resposta, e a sua melhor sensibilidade com a menor intensidade
do som aproximadamente 8000 Hz. O limite superior da frequncia de audio canina
varia, e vai desde 26000 Hz at os valores entre 44000 e 100000 Hz.3(Beaver, 2009, p.
53).
O Homem aprendeu a utilizar a mais-valia proporcionada pelos sentidos do co,
desenvolvendo-os e aplicando-os em tempo de guerra. A fidelidade ao homem e o grande
poder proporcionado pelo seu prodigioso olfacto, fez de alguns ces mais adequados para o
treino como auxiliares insubstituveis na guerra. A ttulo de exemplo, podemos lembrar
aqui o facto de os ces utilizados na I Guerra Mundial conseguirem distinguir os homens
das tropas desconhecidas. Outro relato observado durante a mesma guerra foi que os ces,
no conseguindo alcanar um objetivo especfico, devido ao perigo de estarem na rea do
inimigo, voltavam ao seu canil. (Allsop, 2011).
Todas as caractersticas caninas acima descritas foram aproveitadas para treinar os
ces de guerra (Allsop, 2011). Assim, verificamos que, no passado, os ces foram
selecionados principalmente pelo seu tamanho, permitindo-lhes aproveitar esse potencial
fsico para a batalha e vrias matilhas foram criadas com habilidades de rastreamento e
busca de fugitivos.
Durante as duas grandes guerras, todas as raas foram consideradas como boas,
tendo sido muitos ces oferecidos por entidades civis para servirem no U.S. Department of
Defense, na esperana que os ces sobrevivessem guerra e fossem devolvidos aos seus
donos (Allsop, 2011).Mais recentemente, o processo foi melhorado, selecionando-se assim, ces com
habilidades mais especficas para o moderno campo de batalha pelo que, atualmente,
verificamos que as raas tendem a ser padronizadas de acordo com as habilidades que os
ces possuem naturalmente e das capacidades que desenvolvem para a execuo das
3Traduo livre responsabilidade do autor.
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diferentes tarefas, nas respetivas foras que os detm, passando descendncia as
caractersticas selecionadas (Allsop, 2011).
Tradicionalmente e por historial, a raa mais comummente usada para as operaes
de tipo policial o co de pastor alemo. Autoridades alems tinham institudo, desde o
incio, que um co militar no pode ser produzido atravs de cruzamentos aleatrios, e da
que a raa maioritariamente usada por eles na I Guerra Mundial tenha sido o Co de Pastor
Alemo, como co ambulncia, mas, nos ltimos anos, tm-se selecionado ces mais
resistentes e com capacidade olfativa mais apurada para o trabalho de deteo (Allsop,
2011).
Assim, ao longo dos anos, ces de vrias raas foram treinados, de acordo com os
seus traos, para realizar misses especficas, facto para que contribuiu o desenvolvimento
da cincia gentica, que veio enriquecer a seleo dos ces. Assim, atualmente, as raas
maioritariamente utilizadas para fins militares, hoje em dia, so: os Ces de Pastor Alemo,
Ces de Pastor Holands, como ces de guarda, Rottweilers de patrulha e os Labradores e
Spaniels como ces de deteo e busca (Allsop, 2011).
O co, um conhecido antigo guerreiro, usava uma armadura leve (para que no
condicionasse o seu movimento e velocidade no campo de batalha), fabricada em couro, e
um colar de espinhos para proteger a garganta. Contudo, e com o avano no conhecimento,
os ces tm, na atualidade, coletes prova de bala e botas de proteo, e ainda sistemas de
comunicao e vdeo, estabelecendo assim uma maior eficcia de trabalho. Acresce ainda
para manuteno de capacidades operacionais, o conhecimento de primeiros socorros dos
tratadores para ajudarem o co o mais rpido possvel (Allsop, 2011).
de pensar que com o aumento da complexidade das operaes o valor dos ces
nas mesmas diminuiu, mas no, estes ainda possuem muitas vantagens sobre as novas
tecnologias (Allsop, 2011).
Segundo Allsop 2011, a grande capacidade de indicar a presena humana at umquilmetro, durante a noite, juntamente com a sua agilidade de movimentos, a sua
capacidade de atravessar zonas pantanosas e at mesmo rios, apanhando um elemento
hostil enquanto algum apoio chega, revelam-se de inegvel utilidade para as misses. Para
alm desta grande vantagem, salienta-se o facto de os ces no serem dependentes de uma
fonte de energia constante e serem capazes de operar em qualquer tipo de ambiente.
Atualmente, nos servios prestados, o uso dos ces notoriamente rentvel como
ces de guarda em grandes instalaes e aeroportos. Um nico binmio capaz de cobriruma rea que seria coberta por um peloto, mostrando que uma seco cinotcnica um
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eficaz multiplicador de foras. Considerando, ainda, as restries financeiras existentes, o
uso dos ces revela-se uma mais-valia incontornvel (Allsop, 2011).
2.3. Funes dos Ces Militares
No passado, os ces tinham qualquer funo, at mesmo de atrair o fogo para expor
as posies inimigas, mas hoje podem ter as mesmas funes que o homem, e as suas
aptides fazem com que as executem, por vezes, bem melhor. Em certas situaes, os ces
podem ir onde um soldado no pode e, muitas vezes, podem enfrentar ou intimidar um
adversrio mais rapidamente e com fora no-letal, se assim treinados. De entre todas as
capacidades dos ces e dependendo das raas, eles foram selecionados para desempenhar
vrias tarefas ou funes, entre as quais: guarda, mensageiros, busca e salvamento,
transporte/trao, ambulncia, deteo de minas, sentinela, anticarro, ataque, de tnel,
deteo de drogas e explosivos (Allsop, 2011).
Os ces de guarda foram os mais utilizados no seio militar, tendo sido treinados
como ces-polcia, para defender instalaes militares, operando normalmente de noite.
Eles anunciavam a presena de algo, podendo agir at que o tratador chegasse. Hoje, os
ces com estas funes tm sido maioritariamente usados para guardar locais de
armazenamento de armamento e aerdromos. Em misses no estrangeiro, tm sido usados,
tal como o fizeram nas trincheiras, durante a primeira guerra mundial, para patrulhar os
permetros, agora em bases no Afeganisto (Allsop, 2011).
Tal como a funo anteriormente retratada teve um papel vital na primeira grande
guerra, a funo de co mensageiro tambm, devido dificuldade de comunicao entre
trincheiras. Os sistemas de comunicao na altura, eram pouco fiveis, o que fazia com que
as mensagens nem sempre tivessem retorno. Assim, o papel dos ces tornou-seindispensvel, levando mensagens acopladas na sua coleira. Um dos maiores
inconvenientes desta funo era os cuidados de higiene com os ces dentro das trincheiras
que, por sua vez, j eram contaminadas o suficiente (Allsop, 2011).
Aproveitando o olfato dos ces, a funo de busca e salvamento tambm foi
desenvolvida, procurando pessoas perdidas ou fugitivos. Os ingleses usavam os ces de
busca para seguir o rasto daqueles que fugiam justia do pas. Nos Estados Unidos e
antes da guerra civil, eram usados para apanhar os escravos fugitivos. Mais recentemente,este tipo de ces foi usado para localizar armadilhas e tropas inimigas escondidas. Foram
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tambm usados na guerra do Vietname, procurando inimigos perdidos, permitindo
reestabelecer contacto com os vietcongues e fazer o reconhecimentos de rea. As equipas
usadas eram distribudas por pelotes, mas a maior parte das vezes seguiam na frente, para
manter a integridade de rudo (Allsop, 2011).
O uso do co como meio de transporte ou trao vem desde a I Guerra Mundial, na
qual os europeus usavam os ces para puxar carroas de pequeno porte, mtodo adotado
por vrios exrcitos. Os alemes usavam os ces para puxar as metralhadoras Maxim4;
enquanto os britnicos, na segunda guerra mundial, os usavam para transportar munies e;
os soviticos, os empregavam para arrastar feridos. Ainda na Segunda Guerra Mundial, os
americanos usavam equipas de ces para puxar trens de resgate. Hoje, o exrcito
colombiano usa-os para transportar cargas leves, como munies, e suplementos mdicos
para as vtimas isoladas, assim como outras foras armadas os usam como ces de tren,
para diversas finalidades (Allsop, 2011).
Os ces, j na Grcia antiga, eram usados para lamber as feridas aps as batalhas.
Acreditava-se que a saliva canina era um antissptico que ajudava a prevenir as infees.
Esse mito foi desfeito mas da surgiram os ces ambulncia. Estes ces eram usados para
localizar feridos em lugares de difcil acesso para os soldados, o que por vezes significava
a diferena entre a vida e a morte. Os ces da Cruz Vermelha foram a unidade mais bem
organizada e sucedida durante a I Guerra Mundial. Os ces levavam os consumveis
mdicos e alimentos para os soldados feridos, e foram ainda treinados para ignorar os
soldados mortos. O contrrio acontecia quando um desses ces encontrava um soldado
inconsciente, voltando para o seu tratador e conduzindo-o at ele. Hoje em dia, mais
provvel este tipo de ces ser usado por organizaes paramilitares (Allsop, 2011).
A deteo de minas, tambm foi uma funo para qual os ces foram treinados e da
qual se tira grande proveito. Por exemplo, um co pode limpar uma rea semelhante a um
campo de futebol em menos de uma hora, enquanto um homem levaria vrios dias. Aspreocupaes humanitrias fizeram com que este tipo de ces aumentasse. No Afeganisto,
o programa de desenvolvimento destes ces tem sido de grande sucesso, conseguindo-se
que mais de 130 ces e tratadores operem no campo em simultneo. Na Bsnia e
4Metralhadora Maxim uma metralhadora pesada e foi inventada no ano de 1884 por Hiram Maxim, esta
arma capaz de atingir uma cadncia de tiro continua e mortal, e fazia frente a cargas de cavalaria einfantaria (LaFontaine, 1997). Na 1 Guerra Mundial os alemes usaram um modelo variante da maxim
criado em 1908 (Guedes & Alves)
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Herzegovina estes ces tiveram um papel fundamental nestas operaes, devido ao
aumento da velocidade de deteo e consequente desminagem. Os ces de deteo de
minas so treinados para detetar todo o tipo de minas, tanto antipessoal como anticarro.
Nos dias que correm, e em tempos de paz, as minas so responsveis por matar tanto civis
como militares todos os dias e em vrios locais. Os ces so treinados para que esta
situao seja evitada, pois qualquer destes ces deteta uma mina pelo cheiro, e a partir da
essa zona vedada e desminada por uma equipa de sapadores (Allsop, 2011).
Os ces de sentinela foram dos primeiros a serem utilizados pelos militares, sendo
usados para defender instalaes e pontos sensveis, prioritariamente durante a noite. Neste
caso, os ces so treinados para ladrar ou rosnar quando se apercebem de alguma coisa
estranha, alertando os guardas. Esta especializao tornou-se um sucesso e vrias equipas
foram treinadas para servios em quarteis (Allsop, 2011).
A funo de ces anticarro foi a de maior desprezo para o animal e foi usada na II
Guerra Mundial pela Unio Sovitica. Os ces eram treinados para procurar comida por
baixo dos blindados, e desta forma foi desenvolvida a associao entre a alimentao e um
blindado. Faziam os ces passar fome antes das batalhas, equipavam-nos com engenhos
explosivos e, quando libertados, eram detonados assim que estivessem em contacto com os
blindados alemes. Os explosivos que os ces transportavam eram magnticos e eram
transportados como uma espcie de colete. Relatos referem que aproximadamente 300
blindados alemes foram destrudos desta forma (Allsop, 2011).
Como referido, os ces de ataque foram usados na antiguidade. Eram equipados
com armaduras e colares com pontas e enviados para a frente da batalha, para atacar os
ces usados pelos inimigos, homens e cavalos. Esta abordagem atualmente no faz sentido,
visto que as armas presentes destruiriam os ces imediatamente (Allsop, 2011).
Os ces de tnel foram especialmente criados devido a uma exigncia da guerra do
Vietname, para detetar e expulsar os vietcongues de tneis onde se refugiavam. Osvietcongues tentavam confundir os ces, lavando as aberturas dos tuneis de ventilao com
sabo e com camisas capturadas ao exrcito dos EUA (Allsop, 2011).
Os ces de deteo de drogas e explosivos so normalmente utilizados por unidades
de polcia. Este tipo de ces presta um servio indispensvel na guerra contra as drogas.
So normalmente utilizados em aeroportos, fronteiras, e outros locais de possvel
contrabando. Em tempos de paz, so usados pela polcia militar para impedir o pessoal da
instituio de utilizar estas substncias ilegais, criando ambientes contra a condutainstitucional. Tanto os militares como os civis usam este tipo de ces lutando contra o
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narcotrfico. Este trabalho ainda mais valioso quando so treinados para a deteo de
engenhos explosivos, o que reverte para que, aquando do patrulhamento, os ces se dirijam
na frente e nas bermas para a deteo de dispositivos improvisados (IEDs). Segundo
Allsop (2011), uma das medidas preventivas mais eficazes para o uso de explosivos o
efeito dissuasor e as capacidades das equipas dos ces de deteo de explosivos. O
reconhecimento pblico que estas equipas tm, demonstrativo de como uma equipa
funciona na dissuaso das pessoas que podem tentar usar explosivos ilegalmente.
Contudo, onde os ces mais se destacam nas operaes de busca e salvamento.
Desde a I Guerra Mundial que equipas cinotcnicas da cruz vermelha e de organizaes
internacionais eram usadas para ajudar os feridos em combate. Neste caso, os ces eram
treinados para intervir em qualquer ambiente e em qualquer situao. Os ces encontravam
os soldados feridos e prestavam-lhe o devido apoio com kits que transportavam acoplados
e ainda faziam com que o ferido no se sentisse sozinho, elevando por momentos a sua
moral, at que chegassem os seus tratadores, ou eles encaminhassem os tratadores at aos
feridos. Na II Guerra Mundial, os ces nestas operaes puxavam trens que auxiliavam no
resgate de pilotos que se despenhavam no Alasca e militares de foras aliadas na
Gronelndia. Atualmente, as equipas de ces de tren do Exrcito dinamarqus so usadas
para patrulhar essa mesma rea usando os mesmos mtodos (Allsop, 2011).
Hoje, a maioria das equipas cinotcnicas que realizam operaes de busca e
salvamento so civis. Segundo Allsop (2011), mais de 50 equipas cinotcnicas
internacionais de busca e salvamento, constitudas por mais de 1700 pessoas e cerca de 175
ces, estiveram presentes no ps-terramoto no Haiti. Estes heris, so responsveis por
salvar a vida de mais de 130 pessoas.
O co de busca e salvamento, um dos meios mais eficazes e mais utilizado para
localizar vtimas de terramotos, derrocadas, e nas demais situaes de catstrofe. O co
torna-se ento num vetor de trabalho ao dispor de qualquer organizao para atender a estetipo de situaes. (Lima, 2010)
2.4. Os ces no US Army
O emprego dos ces nos Paraquedistas (Regimento de Caadores Pra-Quedistas)
foi adotado quando a instituio ainda pertencia Fora Area. Neste sentido foi criado oManual para o emprego de ces exploradores, Manual este que foi traduzido e adaptado
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pelo RCP da origem (USA) (Regimento de Caadores Pra-Quedistas, 1969, p. 30) no
mbito das necessidades de seguir uma linha orientadora para o treino especializado,
possibilidades e limitaes do co de guerra.
Deste modo, importante referir a doutrina dos ces nos Estados Unidos da
Amrica, visto que os princpios de emprego tiveram origem nesse pas.
O Exrcito dos Estados Unidos tem um programa denominado Military Working
Dog Program (MWD Program), no qual clarifica e estabelece as responsabilidades,
procedimentos para a gesto e controlo do programa, de modo a atribuir as respetivas
funes s equipas cinotcnicas. Define ainda as normas de seleo dos tratadores e dos
ces, treino e emprego das equipas cinotcnicas, e o uso da fora. Explica como as equipas
cinotcnicas so usadas em misses de apoio de combate e de non-combat, incluindo
segurana de rea; operaes de apoio mobilidade, ordem pblica e proteo da fora,
incluindo narcticos, minas, armas, munies e deteo de explosivos. (Department of the
Army, 2007).
Os MWD so treinados para as especializaes de ces de patrulha de deteo de
narcticos, ces de patrulha de deteo de explosivos, co de deteo de narcticos, co
deteo de explosivos, co deteo de minas, ces de busca, ces de patrulha e ces
exploradores.
Os ces de patrulha de deteo de explosivos, so treinados para detetar o odor e a
presena de explosivos, aumentar a capacidade de proteo de instalaes e recursos e,
preveno do crime. Estas equipas podem ser empregues no combate e/ou proteo da
fora e em operaes de antiterrorismo em todo o mundo (Department of the Army, 2007).
Os ces de patrulha de deteo de narcticos e/ou contrabando so treinados para
detetar substncias escondidas, tais como metanfetamina, marijuana, haxixe, herona e
cocana. Estes ces podem apoiar investigaes criminais e inspees militares. Contudo,
Os ces que no so capazes de serem certificados nas duas especialidades acimamencionadas podem manter apenas a especialidade de co de patrulha, sendo ento
empregues tanto de dia como de noite, detetar um fugitivo e se necessrio persegui-lo,
atac-lo e agarr-lo. Podem ainda fazer patrulhas apeadas para manter a segurana de
instalaes e tambm proporcionar maior segurana para as instalaes de comunicaes e
postos de comando.
Os ces de deteo de explosivos do inclusivamente apoio s autoridades civis
(Governo civil, polcia e bombeiros na assistncia a desastres). Se forem ces com estaespecialidade mas em apoio a segurana de altas entidades, esta misso atribuda
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primariamente U.S. Air Force que recebe as misses do Gabinete do Secretrio da Defesa
ou Departamento do Estado. (Department of the Army, 2007).
Os ces de busca so treinados como uma equipa (co e tratador) e recebem
formao para realizarem misses de busca (sem trela) para detetar armas de fogo,
munies e explosivos dentro de instalaes, veculos, reas abertas, limpeza de vias,
checkpoints, pistas de aviao e busca de IEDs. Assim, estes ces apoiam as operaes de
busca com uma distncia de segurana do pessoal fora da rea a ser inspecionada.
(Department of the Army, 2007).
Os ces de deteo de minas devem ser considerados como uma ferramenta
adicional para o apoio das operaes de desminagem, tendo sempre as condicionantes
climatricas, de terreno e da prpria situao. Estes ces ajudam a construir uma planta dos
locais das minas, assim como os seus limites (podendo ser balizados) e quando bem
treinados podem detetar arames de tropear que possam ativar as minas. (Department of
the Army, 2007)
O emprego dos ces exploradores permite s unidades seguir indivduos em todos
os ambientes, sem ter contacto visual ou eletrnico. O co explorador capaz de seguir o
odor humano, com a finalidade de restabelecer o contacto com o inimigo, sobreviventes
e/ou fugitivos de emboscadas, prisioneiros de guerra e tambm patrulhas aliadas perdidas,
pilotos que se despenharam, refns, e identificar um indivduo especfico desenquadrado
de um grupo de pessoas.
2.5. Os Ces no Exrcito Portugus
Em Portugal, existem foras cinotcnicas espalhadas por todas as foras, tanto
Foras Armadas como Foras de Segurana.Contudo, e fazendo este subcaptulo referncia aos ces militares no Exrcito
Portugus, encontramos foras cinotcnicas apenas na Escola de Tropas Pra-Quedistas e
na Polcia do Exrcito, sendo a Seco de Ces de Guerra na Companhia de Servios do
Batalho Operacional Aeroterrestre em Tancos e uma Seco Cinotcnica em cada
Esquadro de Polcia do Exrcito, 1 Esquadro e 2 Esquadro.
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2.5.1. Escola de Tropas Pra-Quedistas
No ano de 1956, mais especificamente no dia 7 de junho foi oferecido ao Batalho
de Caadores Pra-quedistas (BCP) um casal de ces de Pastor Alemo, o que incentivou o
comando a propor a criao de um Centro Cinotcnico. A 4 de julho de 1957, o Secretrio
de Estado da Aeronutica exarou o despacho, para avanar com a criao de um canil, o
qual, viria a garantir o treino e criao de ces militares para estarem ao servio do
batalho e de outras unidades da fora area portuguesa. A raa que foi considerada como
a mais indicada para as misses foi o co de pastor alemo, o qual, na altura vigorava para
iniciar os treinos e tratamento no Exrcito Ingls (Lima, 2007).
Foi ento criada a especialidade de Treinador/Tratador de Ces Militares, com o
objectivo de dotar os homens das capacidades necessrias para acompanhar um co numa
misso, na altura fundamentalmente de guarda, pistagem e deteo. (Escola de Tropas
Pra-quedistas, 2006). Como consequncia disso, a 27 de agosto de 1958, os militares
nomeados para a frequncia do estgio cinotcnico, o capito Fausto Marques e o 2
Sargento Castro Gonalves, marcham para Linx-Frana. Aps isso, vrias propostas foram
elaboradas, como a construo de um edifcio de comando, cozinhas, enfermarias para os
ces, um canil com 20 lugares para a quarentena, um sistema para saltar com os ces de
paraquedas5, canis e caixas de transporte. Desde ento o BCP foi reforado com ces
comprados na Frana, Alemanha, e ainda com os criados na unidade (Lima, 2007).
O primeiro destacamento de ces (com 6 ces) a sair para o estrangeiro em misso,
foi a 30 de novembro de 1960 para a Base Area 9 (BA 9) em Luanda, para garantir a
defesa prxima das instalaes que estavam a ser construdas (Lima, 2007).
No ms de julho de 1961, j existiam 18 ces de guerra no BCP, constituindo 3
equipas e treinados para guarda, e ainda 14 ces em Angola. Os ces de guerra foram
utilizados em Angola no s em instalaes como tambm em misses de combate, talcomo pistagens. Entretanto, e pela boa prestao, foi solicitado pelas unidades o emprego
dos ces, tanto em territrio nacional como na Guin, Angola e Moambique.
Com a desativao das unidades paraquedistas nos territrios ultramarinos, a
atividade do centro cinotecnico foi reduzida para misses de guarda e defesa das
instalaes da unidade. Depois com a passagem dos Paraquedistas para a Brigada
5Idntico ao sistema de lanamento de cargas de 2 a 200 quilos adotado na altura. (Lima, 2007)
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Aerotransportada Independente (BAI), o servio dos ces de guerra foi decrescendo ainda
mais, e at foi posta a hiptese de ser extinto, devido no existncia de misses com o
uso de ces. Em 2001, d-se o contacto com a Companhia Cinotcnica da Guarda Nacional
Republicana para a formao de Monitores Cinotcnicos (Lima, 2007).
A partir da, a Seco de Ces de Guerra efetua, e est apta a efetuar misses no
mbito da guarda s instalaes da unidade, guarda e segurana em acampamentos tticos,
misses de esclarecimento e pistagem, tanto na manuteno de ordem pblica como no
recrutamento e divulgao das capacidades cinotcnicas (Lima, 2007).
Figura n 1Organigrama da SecCaesGuerra
(Estado-Maior do Exrcito, 2010, p. 19)
Conforme indicado na figura 1, a Seco Cinotcnica composta por um
comandante de seco, posto 1 Sargento, com 2 Equipas de Patrulhas, a sete elementos,
cada uma. O comandante de seco acumula funes e comandante de uma das equipas,
perfazendo assim um total de 14 elementos. E aquando da ativao em treino ou emprego
operacional do Batalho a cada militar corresponde um candeo (binmio) . (Estado-
Maior do Exrcito, 2010, p. 11)
Nas capacidades do Batalho Operacional Aeroterrestre (BOAT), nas alneas l. e
m., referido que o batalho tem: capacidade para reforar a segurana de Bases de
Partida e Avanadas com equipas Cinotcnicas.; e capacidade para constituir as equipas
Cinotcnicas dos Batalhes de Pra-quedistas. (Estado-Maior do Exrcito, 2010, p. 3)
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2.5.2. Polcia do Exrcito
A orgnica das Seces Cinotcnicas da PE encontra-se de acordo com a figura
apresentada seguidamente.
Figura n 2Organigrama da Seco Cinotcnica PE
(Estado-Maior do Exrcito, 2009, p. 15)
Como se verifica na figura 2, as seces cinotcnicas do 1 e 2 Esquadro de
Polcia do Exrcito so iguais, com um 1Sargento como comandante de seco, tm uma
equipa de busca e deteo de explosivos e uma equipa de patrulhas. Isto d um total de seis
elementos por seco.
Na prtica, estas foras esto unidas na SecCino do RL2, apesar de estarem isoladas
organicamente uma em cada esquadro, ambas contribuindo para o mesmo fim.
A misso dos Esquadres PE a mesma, que diz: [] prepara-se para executar
operaes em todo o espectro das operaes militares, no mbito nacional ou internacional,
de acordo com a sua natureza.(Estado-Maior do Exrcito, 2009, p. 2)
No que diz respeito s capacidades, o RL2 e, por extenso, a sua SecCino, tem:a. Capacidade para se integrar num sistema de comando e controlo nacionaloumultinacional.
b. Capacidade para incorporar 2 (dois) Pelotes de Polcia do Exrcitoadicionais.c. Capacidade para planear, organizar e executar misses de Polcia do Exrcito,de acordo com asnormas da OTAN.d. Capacidade para conduzir operaes de resposta a crises (CRO).e. Capacidade para efectuar operaes de controlo de tumultos.f. Capacidade para efectuar operaes de segurana e proteco pessoal.
g. Capacidade para participar em operaes Conjuntas/Combinadas.
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h. Capacidade para actuar em condies de extremo calor ou frio e em todo o tipo econdies de terreno. []m. Capacidade para executar a seguintes misses de Polcia do Exrcito: controlo decirculao; segurana de rea; imposio da disciplina, lei e ordem; operaes de
prisioneiros de guerra.
n. Capacidade para autodefesa contra a uma fora de escalo seco.o. Capacidade para garantir proteco adequada para o pessoal e equipamentoorgnico no mbito CBRN (Chemical, Biological, Radiological and Nuclear).
p. Capacidade para garantir proteco adequada de pessoal e equipamentocontra RCIED (Remote Controlled Improvised Explosive Devices)[](Estado-Maior do Exrcito, 2009, pp. 2,3)
No Conceito de Emprego dos Esquadres de Polcia do Exrcito, referido na
alnea (d) que as patrulhas de ces so usadas para os seguintes fins: patrulhamentos gerais
(como exemplo busca de indivduos, controlo de tumultos, deteno de sujeitos); procurade armas e explosivos; e ces de guarda/sentinela; (Estado-Maior do Exrcito, 2009, p. 4).
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Captulo 3
Metodologia e procedimentos
Aps concluda a reviso de literatura, onde foi dada preferncia documentao
sobre a temtica deste trabalho, iremos partir para uma componente prtica que nos
permitir obter informao relevante com vista a resolver a problemtica levantada no
incio do estudo.
Uma vez que no subcaptulo respeitante metodologia contemplado na Introduo,
j foi explicada sucintamente a metodologia seguida para a execuo deste trabalho, neste
captulo vamos complementar essa informao e descrever os procedimentos efetuados no
nosso trabalho de campo.
3.1. Mtodo de abordagem ao problema
O mtodo cientfico para a abordagem do problema requer a identificao de
operaes mentais e tcnicas para que seja possvel a sua verificao (Gil, 1999).
Pode-se definir mtodo como caminho para se chegar a determinado fim e mtodo
cientfico como o conjunto de procedimentos intelectuais e tcnicos adotados para se
atingir o conhecimento. (Gil, 1999, p. 27). De acordo com Gil 1999, os mtodos
esclarecem os procedimentos que so acompanhados numa investigao cientfica e
ajudam a decidir o alcance da investigao, as regras de explicao dos factos e a validade
das generalizaes, ao investigador. Para isso, o mtodo adotado para uma investigao
pode ser: dedutivo, indutivo, hipottico-dedutivo, dialtico e fenomenolgico.
O mtodo adotado neste trabalho o dedutivo, pois este mtodo que se baseia
num raciocnio que parte do geral para o particular (Sarmento, 2008, p. 5). Ou seja, parte
de princpios reconhecidos como verdadeiros e indiscutveis e possibilita chegar a
concluses de maneira puramente formal, isto , em virtude unicamente de sua lgica []
a razo capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que decorre de princpios a priori
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Captulo 4Apresentao, anlise e discusso de resultados
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evidentes e irrecusveis. (Gil, 1999, p. 27). De acordo com a minha investigao, que A
Cinotecnia no Exrcito Portugus para o Sculo XXI, Novos Cenrios, Novos Desafios ,
vou partir da realidade que se passa em Portugal, incluindo todas as foras cinotcnicas
militares e paramilitares relevantes e descer ao universo das foras cinotcnicas no
Exrcito Portugus.
3.2. Tcnicas, procedimentos e meios utilizados
Os dados recolhidos passam por um processo de investigao cientfica, de modo a
chegar a um objetivo. Esses dados so recolhidos de vrias fontes, podendo os primeiros
ser primrios ou secundrios, assim como as suas respetivas fontes. (Sarmento, 2008). Os
dados primrios so pesquisados pelo investigador, com vista a satisfazer uma necessidade
de informao presente e especfica. (Sarmento, 2008, p. 10), sendo tambm provenientes
de fontes primrias, como por exemplo, os questionrios realizados pelo investigador.
Porm, existem tambm os dados secundrios que so recolhidos, registados e
analisados por outras pessoas, para o mesmo fim ou para outros fins que no so o
propsito especfico da presente necessidade de informao. (Sarmento, 2008, p. 10),
como, por exemplo, os dados recolhidos dos quadros orgnicos das foras, artigos do
Jornal do Exrcito, artigos da revistaBoina Verde, entre outros.
A tcnica utilizada para a recolha de dados nesta investigao a entrevista, visto
que, enquanto tcnica de coleta de dados, [] bastante adequada para obteno de
informaes acerca do que as pessoas sabem, creem, esperam, sentem ou desejam,
pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das explicaes ou razes a respeito
das coisas precedentes (Gil,1999, p.117, in Seltiz et al.,1967, p. 273) e o objetivo obter
os dados desejados com a mxima eficcia e a mnima distoro. (Tukman, 2000, p. 348).A entrevista permite transformar a informao recolhida em dados quantitativos,
utilizando para isso, as mesmas interrogaes aos sujeitos entrevistados e obtendo assim os
objetivos pretendidos (Tukman, 2000).
Segundo Gil (1999), a vantagem das entrevistas que possibilitam a obteno de
dados de vrios aspetos sociais, so mais eficiente para obter dados mais concretos acerca
do comportamento dos sujeitos e ainda, os dados que se obtm podem ser classificados e
quantificados.
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Captulo 4Apresentao, anlise e discusso de resultados
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Relativamente aos nveis de estruturao das entrevistas, estas so definidas por
diferentes tipos, em funo do seu nvel de estruturao. Quando uma entrevista mais
estruturada estamos perante um maior grau de antecipao das respostas obtidas, enquanto
que, as menos estruturadas no esto sujeitas a um modelo preestabelecido de questes
(Gil, 1999).
A entrevista estruturada assenta sobre uma relao fixa de perguntas, sendo as
ltimas iguais para todos os entrevistados. Este tipo de entrevistas tem a vantagem de
serem de rpida realizao, no acarretarem grandes custos para o investigador e de
garantirem respostas padronizadas, atravs de uma lista preestabelecida de questes (Gil,
1999). Da esta investigao se debruar sobre entrevistas estruturadas, que segundo Gil
(1999), quando uma entrevista totalmente estruturada e com respostas previamente
estabelecidas, aproxima-se do questionrio, e que alguns autores preferem atribuir a este
procedimento o conceito de questionrio, pelo contacto direto com os entrevistados.
No entanto, para a recolha dos dados, foi feito um Guio de Entrevista (Ver
Apndice A).
3.3. Amostragem
A necessidade da amostragem na pesquisa social, reverte ao facto de numa
investigao ser preciso do universo em estudo cingir-se a uma pequena parte dos
elementos que o compem. A escolha desta frao de uma populao deve ser
representativa (Gil, 1999).
Segundo Gil (1999) necessrio definir os conceitos bsicos para assim
compreender a problemtica da escolha da amostragem numa pesquisa social, assim, para
o autor, universo ou populao [] um conjunto definido de elementos que possuemdeterminadas caractersticas. Comumente fala-se de populao como referncia ao total de
habitantes de determinado lugar. Todavia, em termos estatsticos, pode-se entender como
amostra o conjunto de [] operrios filiados a um sindicato. (Gil, 1999, pp. 99,100), e a
amostra entende-se como, o Subconjunto do universo ou da populao, por meio do qual
se estabelecem ou se estimam as caractersticas desse universo ou populao. Uma amostra
pode ser constituda, por exemplo, por cem empregados de uma populao de 4.000 que
trabalham em uma fbrica. (Gil, 1999, p. 100). Assim sendo, nesta investigao, ouniverso so todos os militares cinotcnicos das Foras Armadas portuguesas, GNR e PSP,
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Captulo 4Apresentao, anlise e discusso de resultados
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e a amostra so 9 elementos da ETP, 5 da GNR, 5 da PA e 1 da PSP, nomeadamente os
comandantes diretos das mesmas.6
3.4. Descrio dos materiais e instrumentos utilizados
No Durante esta investigao, no que diz respeito ao trabalho de campo, foram
utilizados o Guio da Entrevista e um telemvel Samsung Galaxy mini GT-S5570 que
possui uma aplicao gravador de voz para obteno das respostas s 9 questes das
entrevistas.
Em relao anlise dos dados, para o tratamento estatstico das respostas s
questes foi usado oMicrosoft Office Excel 2010, enquanto que na construo de quadros
resumo e tabelas foi usado oMicrosoft Office Word 2010.
Para a anlise das respostas s questes das entrevistas foi usada uma matriz de
anlise por segmentos7.
6Ver Apndice KLista de Entrevistados.7Ver Apndice LMatriz de Anlise das Entrevistas
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Captulo 4
Apresentao, anlise e discusso dos resultados
Neste captulo so apresentados os resultados obtidos na investigao realizada
(trabalho de campo) atravs da anlise das entrevistas e do tratamento dos dados
apresentados na interveno dos vrios entrevistados.
Primeiramente, feita a apresentao e anlise atravs de tabelas de dupla entrada e
grficos, exibindo cada uma das questes e respetivas ideias referidas por cada
entrevistado.Posteriormente feita uma discusso dos resultados obtidos em cada uma das
questes respondidas pelos entrevistados, tendo em conta toda a investigao realizada.
4.1. Apresentao e anlise de resultados
Este subcaptulo reservado apresentao e anlise das respostas s questesrealizadas nas entrevistas.
So apresentadas tabelas e grficos tratados com as respostas dos entrevistados, de
modo a serem analisadas individualmente e posteriormente discutidas, com vista a serem
tiradas concluses acerca dos dados recolhidos.
4.1.1. Apresentao e anlise da questo n 1
O seguinte grfico (figura n 3) apresenta os resultados obtidos com a realizao da
questo n 1, sendo esta a seguinte: Que contributo poderia dar a cinotecnia para o futuro?
As respostas dos entrevistados a esta questo debruaram-se principalmente sobre o
facto de, com o uso dos ces, se verificar maior a facilidade em resolver os problemas; de a
implementao de novas tcnicas e mtodos de trabalho permitir ajudar no seu emprego,
para concluir da mais-valia que tudo isto traria, s Foras Armadas e Foras de Segurana,participando as foras cinotcnicas nas suas misses. Evidencia-se ainda o
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Captulo 4Apresentao, anlise e discusso de resultados
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desenvolvimento do conhecimento acerca dos candeos, aproveitando ao mximo os seus
sentidos apurados e as suas caractersticas. O seguinte grfico ilustra os resultados obtidos
com a questo, mostrando os tpicos abordados pelos entrevistados assim como a sua
referncia ou no referncia.
Figura n 3Apresentao dos resultados da questo n 1
Com esta anlise podemos constatar que 45% dos entrevistados referiram que no
futuro a cinotecnia poderia contribuir para facilitar a resoluo dos problemas encarados
pelas Foras Armadas e Foras de Segurana, 40% consideram que a cinotecnia pode
desenvolver novas tcnicas de trabalho nas foras, 10% responderam contribuir com a
atuao em qualquer tipo de ambiente, servir para a segurana da populao, participar emmisses e ainda ser uma oportunidade de emprego, e 5% referiram que pode servir as
Foras Armadas e Foras de Segurana, apostar na procriao canina, criao de uma
Escola Nacional de Cinotecnia, conhecimento de novas potencialidades caninas e ainda
garantir segurana de altas entidades.
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4.1.2. Apresentao e anlise da questo n 2
Na questo n 2, Quais so as vantagens e desvantagens que encontra na
cinotecnia?,no que diz respeito s vantagens, os entrevistados apontam maioritariamente
para os sentidos apurados dos candeos, para o desenvolvimento do conhecimento sobre a
cinotecnia e para a eficcia e eficincia do trabalho cinotcnico. Relativamente s
desvantagens, as mais apontadas foram o tempo e as condies de trabalho. Contudo,
disseram que devido s imensas vantagens que o uso da cinotecnia apresenta, as
desvantagens so anuladas, da alguns dos entrevistados no terem apresentado
desvantagens e outros quando apresentaram, referiram poucas.
Os seguintes grficos (figura n 4 e figura n 5) apresentam as vantagens e
desvantagens referidas pelos entrevistados.
Figura n 4 - Apresentao dos resultados da questo n 2 (vantagens)
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Figura n 5 - Apresentao dos resultados da questo n 2 (desvantagens)
No que diz respeito figura n 4, referente s vantagens, podemos verificar que
45% dos entrevistados apresentou a eficcia/eficincia do trabalho do trabalho dos
binmios, 30% referiu o sentido apurado dos candeos e o desenvolvimento do
conhecimento sobre os ces, 20% a rapidez do trabalho de deteo e o co como meio
dissuasor em diversas situaes, 15% a possibilidade de participao e apoio em misses e
baixo custo de formao/manuteno dos ces, 10% a possibilidade da cinotecnia atuar em
vrias situaes em apoio de foras, e 5% a participao em demonstraes, coeso do
grupo de trabalho, interesse da cinotecnia para o servio policial e que muitas vidas so
salvas com o seu emprego.
Na anlise do grfico referente s desvantagens (figura n 5), 20% dizem serem as
condies de trabalho desadequadas e o tempo aproveitado ser pouco, 10% consideram
terem um efetivo reduzido, serem sujeitos a uma sobrecarga de servios, ser uma atividade
emprica na forma como a mensagem passada para outros, a desvalorizao do seu
trabalho como cinotcnicos, a no aplicabilidade para novos cenrios, em possuir um
elevado rigor tcnico e 5% dizem ter poucas oportunidades de emprego, os mtodos j
estarem ultrapassados, o equipamento ser pouco inovador e ainda, se o co for comprado,
sair mais caro para a instituio.
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4.1.3. Apresentao e anlise da questo n 3
A questo n 3 aborda se o entrevistado concorda ou no se A especializao dos
ces adequada s tarefas que desempenham? Quais so?. Os seguintes grficos
apresentam a concordncia dos entrevistados e as especializaes que existem.
Figura n 6Apresentao dos resultados da questo n 3
Analisando a figura n 6, 90% dos entrevistados concorda que a especializao dos
ces adequada s tarefas que desempenham, enquanto que 10% no concorda.
Figura n 7Apresentao dos resultados das especializaes
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Na figura n 7 so apresentadas as especialidades que os entrevistados referiram,
sendo 70% a Guarda, 50% a Segurana, 35% a Pistagem, 30% Patrulha, e 25% Busca e
Salvamento e Deteo.
4.1.4. Apresentao e anlise da questo n 4
A questo n 4 interroga os entrevistados se J participou em alguma misso
envolvendo foras cinotcnicas? Se sim, onde quando e com que propsito?, qual a
maioria respondeu afirmativamente. O seguinte grfico (figura n 8) ilustra os resultados
obtidos.
Figura n 8 - Apresentao dos resultados da questo n 4
Analisando o grfico, referente participao ou no, 60% dos entrevistados
disseram que sim e 40% disseram que no.
Da amostra usada para a recolha dos dados, dos que responderam que participaram,
trs pertencem aos SecCaesGuerra, trs Policia Area, quatro GNR, um PSP e um j
pertenceu a SecCaesGuerra, Companhia Cinotcnica da GNR, est colocado na USHE e
desde abril de 2012 est a comandar o 3. Contingente da GNR na NATO Training
Mission no Afeganisto.
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Dos entrevistados que pertencem SecCaesGuerra, dois participaram numa
operao de busca e salvamento no rio Zzere, em 2012, em busca de um jovem
desaparecido, e outro na Segurana doJFCLem 2010, no mbito da Cimeira da NATO.
Dos militares que pertencem Policia Area, dois participaram no apoio ao curso
Fuga e Evasoem Penamacor e o outro participou em 2010 no Exerccio Internacional de
F16 na Base Area n6 (Montijo).
Os entrevistados do Grupo de Interveno Cinotcnico da GNR, um participou em
operaes no mbito de ordem pblica, deteo de drogas e explosivos no evento
desportivo de futebol, Euro2004, deteo de drogas, armas e explosivos em territrio
fronteirio no mesmo mbito, na manuteno de ordem pblica, deteo de drogas e
explosivos no evento Expo98 e ainda com o uso da fora e deteo de odor humano em
cooperao com a Agncia Frontex8nas fronteiras da UE de fevereiro a outubro de 2012.
Outro participou no mbito da segurana de vrios eventos desportivos (no especificando
quais), na ordem pblica durante a greve dos camionistas em Alenquer em maro de 2011
e ainda na segurana do permetro em Ftima durante a visita do Papa Bento XVI em
2010. Outro referiu ter participado no mbito de ordem pblica no evento desportivo de
futebol Euro Sub-21 em 2006, greve dos camionistas em 2008, vrias Taas da Liga de
Futebol no estdio de Faro/Loul e ainda vrias misses de busca e salvamento (no
referindo quais). Por ltimo, o restante elemento disse que participou numa operao de
busca de um fugitivo desaparecido em Pro Pinheiro este ano (2012).
O elemento pertencente PSP disse que participou em inmeras operaes entre as
quais destacou vrias misses de ordem pblica, nomeadamente em jogos de futebol e
manifestaes.
8Agencia Europeia de Gesto da Cooperao Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex) : A AgnciaFRONTEX coordena a cooperao operacional entre os Estados-Membros no domnio da gesto dasfronteiras externas; apoia os Estados-Membros na formao dos guardas de fronteiras nacionais, incluindo adefinio de normas de formao comuns; realiza anlises de risco; acompanha a evoluo dainvestigao relevante em matria de controlo e vigilncia das fronteiras externas; apoia os Estados-Membrosem circunstncias que exijam assistncia operacional e tcnica reforada nas fronteiras externas; e facultaaos Estados-Membros o apoio necessrio no mbito da organizao de operaes conjuntas de regresso [...]
A Agncia FRONTEX refora a segurana nas fronteiras, assegurando a coordenao das aces dosEstados-Membros na aplicao de medidas comunitrias relacionadas com a gesto das fronteiras externas.(Agncia Europeia de Gesto da Cooperao Operacional nas Fonteiras Externas, 2012)
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4.1.5. Apresentao e anlise da questo n 5
A questo n 5 aborda os entrevistados procurando saber se concordam que o tempo
de treino e especializao dado ao binmio suficiente. O seguinte grfico (figura n 9)
apresenta os resultados obtidos questo.
Figura n 9 - Apresentao dos resultados da questo n 5
Analisando o grfico temos que 70% dos entrevistados concorda que o tempo dado
ao binmio para o treino e especializao suficiente. Contudo, 15% Discorda e 15% no
expressam qualquer resposta.
Os que concordaram manifestaram a ideia que o tempo suficiente gerindo bem o
tempo de treino, que existe contacto dirio e ainda que se existisse mais tempo e locais de
treino e material, seria ainda mais adequado.
Os que discordam e que apresentaram justificao dizem que mais tempo seriaadequado.
Aqueles que no concordam nem discordam dizem que mais tempo seria adequado
e ainda que o trabalho nunca est acabado.
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4.1.6. Apresentao e anlise da questo n 6
A questo n6 aborda os entrevistados procurando responder se poderia ser
aproveitada a ligao com outros ramos das Foras Armadas, Foras de Segurana e
mesmo entidades da Proteo Civil, para a especializao dos binmios, aumentando o
conhecimento e minimizando os meios e recurso. Os resultados so evidenciados na figura
n 10 seguidamente ilustrado.
Figura n 10 - Apresentao dos resultados da questo n 6
Visto
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