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Post on 21-Apr-2017
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A sociedade brasileira entendida pelo viés economicista:
>CAIO PRADO JUNIOR>FLORESTAN FERNANDES
Constituição da sociedade brasileira (colônia)
No período Colonial, a sociedade brasileira se construiu pela “diferenciação” de forças entre os grupos básicos que a compunham.
• Os europeus: se tornaram o grupo político e econômico dominante;
• Nativos e Africanos: foram aos poucos subjugados, tornando-se o grupo social com menor participação na distribuição da riqueza produzida
A escravidão, tanto indígena quando negra, deu forma à sociedade brasileira.
Foi historicamente fundamentada na divisão entre livres e não livres, que as possibilidades de enriquecimento (economia) e exercício de cidadania (política) se organizou no Brasil. Daí porque possa se dizer que durante três séculos a escravidão criou as desigualdades sociais no Brasil.
Constituição da sociedade brasileira: (pós-abolição - séc. XX)
São características desse momento da formação nacional:
• Movimento imigrantista – chegada maciça de imigrantes, vindos de várias partes do mundo (sonhos)• Industrialização – iniciou-se timidamente no começo do século XX vindo a se firmar somente depois da primeira guerra mundial• Urbanização – crescimento das cidades através do êxodo rural na busca de trabalho e melhoramento de vida
Esse novo cenário também criou elementos de diferenciação social
A visão economicista de Caio Prado Júnior
Caio prado júnior
• Iniciou seus estudos a partir de uma historiografia de caráter social, em que procurava formalizar o método marxista para a análise da realidade brasileira.
• Procurava definir a situação colonial brasileira a partir das relações internacionais capitalistas e seus mecanismos comerciais, desde a expansão marítima europeia.
O conceito de “sentido da colonização”.
Formação do Brasil Contemporâneo
Expansão ultramarina europeia X
Colonização do Brasil
“Um episódio, um pequeno detalhe daquele quadro imenso”
Brasil colônia = “uma vasta empresa comercial”
“Sentido da colonização”Produzir bens demandados pelo mercado externo em grandes unidades trabalhadas pelo braço escravo
Sociedade colonial: escravidão traço mais
marcante
(“nada há que a presença do trabalho servil, quando alcança as proporções de que fomos testemunhas, deixe de atingir”)
A Sociologia de Florestan Fernandes
• Desenvolveu uma importante pesquisa sobre negros e a questão racial no Brasil.
• Foi um dos grandes sistematizadores do pensamento sociológico brasileiro.
• Florestan unia a teoria à prática, sendo o que ele próprio chamava de “sociólogo militante”.
• Sua obra foi influenciada pelos clássicos da disciplina, sobretudo por Marx.
• Segundo Florestan, a sociedade podia ser estudada pelos padrões ou estruturas, isto é, os fundamentos da organização social e pelos dilemas que eram as contradições geradas pela dinâmica interna da estrutura.
• Suas grandes preocupações, além da reflexão teórica, foram o estudo das relações sociais e da estrutura de classes da sociedade brasileira, o capitalismo dependente e o papel do intelectual.
Desigualdade Social no Brasil:
Florestan Fernandes desmontou a tese da chamada “democracia racial brasileira”, demonstrando que os ex-escravos foram excluídos das possibilidades de crescimento na sociedade de classes, o que os levou à marginalização no sistema.
A transição do regime escravocrata para o regime de classes e a assimilação do negro à sociedade de classes aparecem como processos morosos e extremamente difíceis pelo relato de Florestan. Só que ele acredita estar presenciando ao início dessa nova fase da história: “É preciso fazer uma segunda Abolição no Brasil”
Para o autor, a questão da “democracia racial no Brasil”, apesar de sua legalidade constitucional, não passa de uma falácia. Os interesses de classe e de grupos de pessoas preservam a desigualdade histórica do elemento negro, contribuindo visivelmente para a manutenção das diferenciações raciais no país.
Para Pensar o Brasil Hoje • Caio Prado Jr: sentido da colonização, não se entende
o Brasil sem uma análise dos vínculos com o sistema capitalista mais amplo. A ordem (ou desordem) social é reflexo da estrutura econômica do país.
• Florestan Fernandes: a dependência e o subdesenvolvimento só se explicam a partir de fatores internos, conformando-se uma estrutura social e de poder específica, onde o arcaico permite a vitalidade do moderno, assim como a manutenção da desigualdade.
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