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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO HPV EM ADOLESCENTES
NO MUNICÍPIO DE PORTO CALVO – AL
Denille de Mendonça Rego¹
Gessilene Marta da Silva¹
Valdeluza dos Santos Silva¹
Nadja Romeiro dos Santos²
RESUMO
A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) tem impacto significativo na saúde
de homens e mulheres em todo o mundo. Durante a adolescência, vários fatores
contribuem para o aumento da vulnerabilidade para a infecção pelo HPV. O estudo
teve como objetivo identificar como ocorre à atuação dos enfermeiros da atenção
primária à saúde na prevenção de infecção pelo HPV em adolescentes do município
de Porto Calvo – AL. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa de
caráter descritivo que teve como cenário as Unidades Básicas de Saúde do
Município de Porto Calvo, interior de Alagoas. Participaram do estudo dez
enfermeiros deste município, foi utilizado para coleta de dados um questionário, os
dados foram analisados através da técnica de Bardin, obtendo-se como resultado
seis categorias: promoção da saúde, educação em saúde, imunização/vacinação,
acesso a informação, ausência do adolescente e visita domiciliar. Portanto é
possível observar a importância da prevenção do HPV, como também é importante
a atuação do enfermeiro no cuidado à saúde do adolescente.
Palavras-chave: Enfermagem; Papillomaviridae; Adolescente; Prevenção &
controle; Educação em saúde.
_____________________________
1.Graduanda do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes - UNIT
2.Enfermeira docente e Mestre em ensino da Saúde do Centro Universitário Tiradentes -
UNIT
ABSTRACT
Human Papilloma Virus (HPV) infection has a significant impact on the health of men
and women around the world. During adolescence, several factors contribute to
increased vulnerability to HPV infection. The objective of this study was to identify
how the primary health care nurses work in the prevention of HPV infection in
adolescents from the city of Porto Calvo - AL. This is a qualitative research with
descriptive character that had as a scenario the Basic Health Units of the Municipality
of Porto Calvo, in the interior of Alagoas. Ten nurses from this municipality
participated in the study, a questionnaire was used to collect data, the data were
analyzed through the Bardin technique, resulting in six categories: health promotion,
health education, immunization / vaccination, access to information , absence of the
adolescent and home visit. Therefore, it is possible to observe the importance of HPV
prevention, as well as the nurse's role in adolescent health care.
Keywords: Nursing; Papillomaviridae; Adolescent; Prevention & control; Health
education.
INTRODUÇÃO
O câncer do colo do útero é considerado um importante problema de saúde pública.
Foi estimada a ocorrência de 527 mil casos novos em mulheres, no mundo, em
2012, configurando, assim, o quarto tipo de câncer mais comum nessa população,
contudo a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) não representa uma causa
suficiente para o surgimento dessa neoplasia, sendo necessária a persistência da
infecção (INCA, 2015).
Estima-se que mais de 75% de adolescentes e adultos sexualmente ativos, com
idade entre 15 e 49 anos, adquiriram ao menos um tipo de infecção pelo HPV
durante a vida. Acredita-se que a exposição precoce a mais de um tipo de
papilomavírus humano (HPV) e a provável elevada prevalência do vírus em
população mais jovem estejam associados ao surgimento precoce do câncer de colo
uterino (INSTITUTO NACIONAL DO CANCÊR, 2011) – INCA. A infecção pelo HPV
tem impacto significativo na saúde de homens e mulheres em todo o mundo,
estando atrelado a complicações como câncer de colo do útero. Atualmente foram
estudados mais de 100 tipos diferentes de HPV, desses 30 a 40 podem ser
transmitidos por via sexual (INCA, 2011).
Durante a adolescência vários fatores contribuem para o aumento da vulnerabilidade
dos adolescentes a infecção pelo HPV. Foram realizadas pesquisas com
adolescentes, mostrando que eles possuem conceitos errôneos sobre o HPV, como
por exemplo, que o HPV é uma doença que pode ser adquirida por transfusão
sanguínea, por compartilhamento de agulhas e seringas injetáveis ou por
convivência com pacientes infectados (PANOBIANCO, et al., 2013).
Panobianco, et al (2013), afirma que quando não há a busca pela prevenção, a
doença pode ser passada de um adolescente para o outro, aumentando
gradativamente o número de pessoas contaminadas com o vírus, e por isso esta
situação é considerada um problema de saúde pública.
A enfermagem tem fundamental importância na prevenção de possíveis infecções
sexualmente transmissíveis assim como o HPV; tendo um papel primordial em
educar a população com ênfase nos adolescentes sobre a prática do sexo seguro,
informar sobre a utilização do preservativo e vacinação (FERNANDES et al., 2014).
Sendo assim o profissional contribui para ações educativas, utilizando métodos
conforme a maturidade do educando e observando cada família, esclarecendo e
detectando os fatores de risco aos quais as pessoas estão expostas (COSSA et al.,
2011).
A vacinação contra o HPV antes do início da vida sexual e fazendo o exame
preventivo (Papanicolau ou citopatológico), a partir dos 25 anos, faixa etária
preconizada pelo Ministério da Saúde, pode detectar as lesões precursoras. Quando
essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas é possível
prevenir a doença em 100% dos casos (INCA, 2011).
Vacina HPV quadrivalente em mulheres com faixa etária de nove á quatorze anos de
idade. Adolescentes com 14 anos de idade poderão iniciar o esquema vacinal,
desde que complete até 15 anos respeitando o intervalo mínimo de 6 mês entre as
doses, permanece o esquema de três doses (zero, dois e seis meses) para meninas
e mulheres entre nove e 26 anos de idade, vivendo com HIV/ aids (BRASIL, 2017).
Em homens, no primeiro ano de introdução, a vacina HPV será disponibilizado para
faixa etária de 12 a 13 anos de idade considerando o intervalo de zero e seis meses,
meninos e homens vivendo com HIV/aids, entre nove e 26 anos de idade deverão
receber a vacina, sendo esquema de três doses (zero, dois e seis meses)
(BRASIL,2017).
O interesse pelo estudo no município de Porto Calvo, interior de Alagoas, se deu
pela baixa adesão de pesquisas com adolescentes na região, acredita-se que o
presente estudo possa contribuir com pesquisas futuras.
Diante dessa problemática o presente trabalho pretendeu responder a seguinte
questão norteadora: Como se dá à atuação do enfermeiro na prevenção do HPV em
adolescentes no Município de Porto Calvo - Alagoas? Teve como objetivo identificar
como se dá a atuação dos (as) enfermeiros (as) da atenção primária à saúde na
prevenção de infecção pelo HPV em adolescentes do município de Porto Calvo –
AL.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa de caráter descritivo que teve
como cenário as Unidade Básicas de Saúde do Município de Porto Calvo, interior de
Alagoas. O município de Porto Calvo está localizado a 104 km de Maceió, possui
uma população estimada em 27.398 habitantes de acordo com o censo de 2010 e
densidade demográfica de 83,49 hab/km (IBGE, 2015). Conta com dez equipes de
Estratégia da Saúde da Família, destas quatro localizam-se na zona rural e seis na
zona urbana, sendo as unidades existentes, o Centro de Saúde Maria da Penha
Aires de Oliveira, Centro de Saúde Usina Santana, UBS Varadouro I, UBS
Varadouro II, Posto de Saúde Antártica, UBS Povoado Caxangá, Posto de Saúde
Mangazala, Posto de Saúde Alecrim, Posto de Saúde Alecrim II, Posto de Saúde
Dr. Júlio C. M. Uchoa.
A amostra do estudo foi composta por dez enfermeiros que compõe as equipes de
Estratégia de Saúde da Família do Município. A proposta do estudo foi
encaminhada e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), através da
Plataforma Brasil. Assim, os sujeitos que aceitaram participar do estudo assinaram
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, conforme a Resolução
nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Após aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa sobre o CAAE n°75628217.4.0000.5641. A coleta de dados teve início no
período de 03 de outubro a 03 de novembro de 2017, foi realizada por meio de
formulário de entrevista, perguntas estruturadas, relacionada ao profissional e
outras com perguntas relacionadas ao objeto do estudo. Ressalta-se que em
nenhum momento os entrevistados foram identificados, foram utilizados
pseudônimos.
A proposta inicial para coleta de dados seria a gravação, seguida da transcrição na
íntegra, mas devido os participantes estarem aguardando a visita do Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) os
mesmos não estavam disponíveis, por esse motivo foi entregue aos participantes
um questionário contendo cinco perguntas onde foram respondidas, após a coleta
de dados as respostas foram transcritas na íntegra, levando também em
consideração a linguagem utilizada pelos enfermeiros, que será registrada como
instrumento. Os dados foram interpretados à luz da produção científica sobre
atuação do enfermeiro na prevenção da infecção pelo Papiloma Vírus Humano
(HPV) disponível em bases de dados eletrônicas, além de normativas técnicas da
Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer.
Como critérios de inclusão foram entrevistados os dez enfermeiros atuantes das
equipes de Estratégia de Saúde da Família de Porto Calvo há no mínimo seis
meses. Foram excluídos do estudo, os enfermeiros que não aceitaram participar da
pesquisa ou que estivessem de férias ou licença no período da coleta de dados.
Para análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, técnica que
possibilita o estudo de motivações, atitudes, valores, crenças e tendências, e
trabalha com categorização que emerge da fala dos sujeitos (BARDIN, 2011). Os
pseudônimos que foram utilizados: Esmeralda, Rubi, Ágata, Turquesa, Diamante,
Topázio, Ametista, Safira, Perola. Para a técnica de análise de conteúdo elaboramos
a seguintes categorias: categoria 1- Promoção da saúde; categoria 2- Educação em
saúde; categoria 3- Imunização/ vacinação; categoria 4- Acesso a informação;
categoria 5- Ausência do adolescente; categoria 6- Visita domiciliar.
RESULTADO E DISCURSÃO
O processo de análise de dados permitiu que os mesmos fossem agrupados em seis
categorias principais. A primeira delas intitulada, “Promoção da Saúde”, discute a
realização de ações voltadas à prevenção do adolescente, a segunda categoria
analítica “Educação em Saúde”, discute quais seriam os sujeitos das ações
educativas em saúde, ou seja, para quais pessoas tais práticas deveriam ser
direcionadas, terceira categoria “Imunização/Vacinação”, discute sobre a importância
da vacinação contra o vírus do HPV, a quarta categoria “Acesso a informação”,
relataram a falta de informação como dificuldades mais enfrentadas, a quinta
categoria “Ausência do Adolescente”, discute a baixa adesão no atendimento e a
sexta categoria, “Visita domiciliar”, relatou ser o meio mais preciso de busca ativa
desses adolescentes para o atendimento. Foi construída uma tabela com os
resultados obtidos da pesquisa contendo quantidade de enfermeiros, sexo, tempo de
formação e pós-graduação.
Tabela 1: Caracterização dos profissionais, de acordo com quantidade de
profissional de enfermagem, sexo, tempo de formação e especialização.
ENFERMEIROS SEXO TEMPO DE FORMAÇÃO
PÓS- GRADUAÇÃO
Enfermeiro M 4 anos
Enfermagem em saúde mental e
dependência química. Enfermagem do
trabalho.
Enfermeiro F 2 anos Não
Enfermeiro F 4 anos Obstetrícia, docência.
Enfermeiro F 5 anos Obstetrícia
Enfermeiro F 1 ano e 11 meses Cursando obstétrica
Enfermeiro F 11 meses Não
Enfermeiro F 3 anos Não
Enfermeiro F 5 anos Enfermagem
obstétrica
Enfermeiro F 5 anos
Saúde pública com ênfase em saúde da
família.
Enfermeiro F 1 ano Não
Fonte: Dados da pesquisa, Porto Calvo, 2017.
Categoria: Promoção da saúde
Quando foi perguntado se a unidade de Saúde da Família realizava ações de
prevenção e assistência as pessoas com Infecções Sexualmente
Transmissíveis/HPV e promoção da saúde na atenção básica, voltadas para
adolescentes: De acordo com as respostas dos participantes todos realizavam ações
de promoção e prevenção referente ao HPV em adolescente, através do programa
saúde na escola (PSE). A promoção da saúde é uma das estratégias utilizadas para
buscar a melhoria da qualidade de vida deste público, neste sentido ela deve ser
encarada de uma forma mais ampla, ou seja, promover a saúde é muito mais que
efetuar uma mera prevenção de doenças.
Sim, através do PSE nas escolas (Ágata).
Segundo Norman (2013), a promoção da saúde é o processo que empodera as
pessoas, tanto no sentido de melhoria como de controle de sua saúde. A saúde é
vista como recurso para o dia a dia, não como objetivo do viver. É um conceito
positivo, que enfatiza recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas.
Sendo assim, promoção da saúde não é apenas responsabilidade do setor da
saúde, indo além de um estilo de vida saudável, rumo ao bem-estar.
Categoria: Educação em saúde
Quando perguntado quais eram as ações e atividades desenvolvidas na unidade de
saúde da família visando à promoção, prevenção e assistência ao HPV em
adolescentes: As entrevistas com os enfermeiros permitiram observar que a
educação em saúde vem sendo utilizada como um instrumento necessário para que
os adolescentes saudáveis possam cuidar melhor de sua saúde, inserindo mais
práticas saudáveis em seu dia-dia, e essas práticas são mais vivenciadas no âmbito
escolar, através do programa saúde na escola, onde o adolescente exponha suas
dúvidas, e as mesmas são esclarecidas pelo profissional enfermeiro.
Palestras, promoção de saúde, atuação direta na saúde do adolescente
(Ametista).
Grupo de educação em saúde com o NASF, PSE, imunização (Esmeralda).
PSE, palestras, planejamento familiar, prevenção das DSTS, incluindo HPV
(Rubi).
Atividades educativas nas escolas e na UBS, vacinação de HPV nos
adolescentes e reuniões com adolescentes (Safira).
Educação permanente em saúde e vacinação (Ágata).
Palestras educativas sobre a importância do uso do preservativo em todas
as relações sexuais, orientação quanto ao exame preventivo de
Papanicolau, para adolescentes sexualmente ativos, vacinação contra o
HPV para os adolescentes na faixa etária preconizada pelo SUS e
distribuição de preservativo (Água marinha).
O processo de educar em saúde, parte essencial do trabalho de cuidar da
enfermagem, pode ser entendido como um diálogo que se trava entre as pessoas
com o objetivo de mobilizar forças e a motivação para mudanças, seja de
comportamento, atitude ou adaptações às novas situações de vida, educação em
saúde (SOUZA, et al. 2013).
Segundo OLIVEIRA (2011), educar para saúde é ir além da assistência curativa,
priorizando ações preventivas e promocionais, reconhecendo os usuários dos
serviços de saúde como sujeitos portadores de saberes e condições de vida,
estimulando-os a lutarem por mais qualidade de vida e dignidade.
Categoria: Imunização/ vacinação
Quando foi perguntado sobre sua atuação no programa de promoção da saúde e
prevenção de doenças voltadas para os adolescentes referentes ao HPV: Os
entrevistados relataram que atuavam na imunização, que é uma das medidas mais
eficazes na prevenção do vírus HPV e por meio de palestras educativas.
O papel do enfermeiro, com relação a saúde do adolescente
especificamente o HPV, basicamente se dá por meio de promoção e
prevenção, como palestras educativas que conscientize essa demanda e
por meio de imunização (Esmeralda).
Orientando, vacinas, distribuição de preservativo (Rubi).
Administração de vacinas (Topázio).
É realizado vacinação no posto de saúde e nas escolas, além de palestras e
busca ativa (Turquesa).
Através de palestras, vacinas, entre cadernetas (Ágata).
A imunização constitui uma das medidas mais eficazes na prevenção de doenças e
requer conhecimento adequado que garanta sua qualidade efetiva para não
comprometer e nem abalar a credibilidade da vacinação. É importante destacar que
essa prática representa uma das principais ações de intervenção em saúde pública
no controle de doenças provocadas por agentes imunizáveis, de modo que as
vacinas dão provas incontestes de sua eficácia (BRASIL, 2013).
Categoria: Acesso a informação
Quando foi perguntado sobre as dificuldades e desafios enfrentados para
desenvolver as ações de prevenção do HPV referente aos adolescentes: Diante da
análise das falas dos entrevistados, percebemos a falta de conhecimento sobre a
infecção pelo HPV tanto dos adolescentes, como dos seus responsáveis, onde os
pais não mantem uma conversa aberta com seus filhos sobre a sexualidade,
ocasionando a resistência em autorizar os adolescentes a participar das atividades
desenvolvidas na unidade básica de saúde.
Falta de conhecimento sobre o que é a doença (Ametista).
Ainda há uma resistência dos pais ao autorizar a participação do
adolescente em grupos e atividades relacionada á saúde sexual, com a
justificativa que servia de incentivo para iniciação precoce da vida sexual
(Esmeralda).
Rejeição por partes dos pais (Topázio).
De acordo com as falas do entrevistado fica clara a importância da família nas ações
programáticas para o adolescente, ou seja, a família ocupa um papel principal no
cuidado ao adolescente e o enfermeiro tem um papel importante neste processo,
integrando as ações, estabelecendo parceria, construindo uma rede de suporte que
colabore não apenas na efetividade das ações, mas para a criação de pontes que
permitam o atendimento mais apropriado para os envolvidos (SOUZA, SILVA,
NITSCHKE,2009).
Esta categoria mostra que a forma de construção de uma resposta social para as
necessidades de adolescentes, particularmente na questão das infecções
sexualmente transmissíveis depende da ampliação a informação e aos recursos
para proteger, da construção das respostas por parte das instituições
governamentais (NICHIATE et al, 2009).
O aumento do contagio em adolescentes por ISTs tem crescido nos últimos anos
devido a uma série de fatores, entre eles podemos destacar o uso irregular do
preservativo, a automedicação. A dificuldade dos pais em manter uma conversa
aberta com seus filhos sobre a sexualidade, também é um fator preponderante que
faz com que o adolescente, que não possui as informações necessárias, seja pego
nessa rede de contágio por ISTs (LOPES, 2013).
Categorias: Ausência do adolescente
E notável a baixa adesão dos adolescentes nos atendimentos que são realizados na
unidade básica de saúde, seguido de poucas ofertas de ações voltadas para este
público, devido demanda insuficiente. Os profissionais deveriam realizar estratégias,
atividades que possam atrair os adolescentes para a unidade.
A maior dificuldade é a adesão dos adolescentes (Turquesa).
Presença dos adolescentes, medo da vacina (Safira).
Geralmente eles resistem, outro vem espontaneamente. A dificuldade é
buscar atendimento na unidade (Rubi).
A falta de demanda de adolescentes para desenvolver ações de educação
em saúde (Água Marinha).
Apesar da relevância da ESF, em direção à saúde do adolescente, percebe-se, na
rotina dos atendimentos das Unidades Básicas de Saúde (UBS), baixa frequência de
adolescentes no serviço e pouca oferta de ações específicas para os mesmos,
mostrando que as ações voltadas à sua saúde ainda deixam a desejar (VIEIRA, et al
2014).
Categoria: Visita domiciliar
Quando se foi perguntado como era feita a busca ativa desses adolescentes: A visita
domiciliar é atualmente um instrumento necessário para prática das ações no nível
primário de assistência à saúde em especial na estratégia saúde da família (ESF). É
dever de todos profissionais pertencentes ao programa realizar a visita, o enfermeiro
na visita domiciliar se aproxima tanto do adolescente quanto da sua família, escuta-o
de maneira mais atenta, conhecendo suas realidades e identificando os riscos no
ambiente em que está inserido.
A busca ativa é realizada através de uma carta convite para os adolescentes
que fazem parte da área de abrangência para a realização de promoção e
prevenção ao HPV (Água Marinha).
A busca ativa é realizada através dos ACS, grupos de adolescentes para
incentivá-los a comparecer para realizar as vacinas e assim se proteger do
vírus HPV (Perola).
Através do ACS com listas e cartão sombra dos adolescentes (vacinação); o
que facilita captar os faltosos (Safira).
Na escola, através de palestras, nas visitas domiciliar, na unidade nas
ações planejamento da Mulher (Rubi).
(Esmeralda)
Através de visitas domiciliares e vacinação (Ágata).
A busca ativa A busca ativa é realizada a partir da identificação do
adolescente nas escolas, então a equipe identifica esse adolescente e
investiga situação vacinal, e tenta promover a importância da imunização
tanto com o adolescente como para os responsáveis é realizada nas escolas
no PSE e nas micro áreas pelos ACS (Turquesa).
De acordo com o Ministério da Saúde a visita domiciliar é um instrumento de
realização da assistência domiciliar. Sendo constituída pelo conjunto de ações
sistematizadas para viabilizar o cuidado a pessoas com algum nível de alteração no
estado de saúde ou para realizar atividades ligadas ao PSF (GUIMARÃES, 2014).
Também se identificou a visita domiciliar como prática de cuidado desenvolvida pelo
enfermeiro na atenção básica em saúde. Está estratégia está relacionada à
investigação das necessidades de saúde, realização de atividades, escuta ativa,
educação em saúde e observação da estrutura física, alimentação, relações
familiares e o ambiente onde o adolescente encontra-se inserido (ACIOLI, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto é possível observar a importância da prevenção do HPV, como também é
importante a atuação do enfermeiro no cuidado à saúde do adolescente,
promovendo estilo de vida saudável, para isso é importante que o enfermeiro
capacite a equipe (técnicos de enfermagem e agente de saúde), com ações de
educação permanente principalmente voltada a saúde do adolescente, estimulando
a equipe a acolher o mesmo de uma forma humanizada. Diante das falas
percebemos a ausência da efetivação da política da saúde do adolescente uma vez
que a educação em saúde precisa ser permanente com estratégias nas unidades
enfocado a saúde do adolescente, com a formação de grupos e incluindo no
cronograma da unidade um dia especifico para este público, bem como a
realizações de atividades educativas que possam atrair esse adolescente para a
unidade básica de saúde devido à baixa adesão, observamos a dificuldade do
profissional em trabalhar com este público, acredita-se que o presente estudo possa
contribuir para a organização do serviço nessas unidades como também o
surgimento de pesquisas futuras.
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