boas práticas de manejo (bpm) - suframa.gov.br · bpm - instalação de tanques-rede verificar...
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*Célia M. D. Frascá-Scorvo
**Júlio F. de Queiroz
*João Donato Scorvo Fo.
*Pesquisadores da Apta Regional
** Pesquisador Embrapa Meio Ambiente
cfrasca@apta.sp.gov.br
Boas Práticas de Manejo em Viveiros e Tanques Redes
V Encontro de Negócios da Aquicultura da Amazônia-27 a 30 de novembro de 2013,Manaus, AM
Frasca-Scorvo et al, 2013
Boas Práticas de Manejo - BPM
Por que Praticar?
Quais os benefícios ?
Frasca-Scorvo et al, 2013
“Conjunto de práticas que contribuem para o melhor desempenho ambiental,
econômico e social da produção”
Boas Práticas de Manejo - BPM
Frasca-Scorvo et al, 2013
Como a Aquicultura pode
Produzir Alimentos com
Competitividade e Tecnologia
Limpa?
Frasca-Scorvo et al, 2013
A seleção criteriosa do local e a implantação da infraestrutura física adequada. Associada a adoção de um manejo adequado da qualidade da água, dos métodos de arraçoamento, assim como da prevenção e controle de doenças, monitoramento dos índices zootécnicos e econômicos e dos métodos de abate.
BPM- procedimentos que contribuem para minimizar os impactos ambientais gerados pela
aquicultura.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Escolha do local e construção de
viveiros
Disponibilidade de Água em quantidade e qualidade.
Elaborar um projeto com técnico responsável com experiencia na área.
Evitar as APP.
Adotar procedimentos que reduzam a erosão, a infiltração e a percolação da água.
Frasca-Scorvo et al, 2013
Topografia -Ideal - dar prioridade para construção de viveiros em áreas mais planas e, com menor grau de dificuldades na terraplanagem, de tal forma que para cada 1m2 de viveiro construído tem-se cerca de 0,60m3 de movimentação de terra, o que reduz o impacto ambiental e o nível de investimento dos mesmos.
BPM - Escolha do local e construção de
viveiros
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Escolha do local e construção de
viveiros
Manter vegetação nos taludes e no entorno.
Viveiros que permitam despesca sem drenagem total.
Bacias de sedimentação e/ou wethlands.
8 Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Escolha do local e construção de
viveiros
Construir curvas de nivel para conter
excesso escoamento superficial.
Selecionar áreas onde o solo seja preferencialmente argilo-arenoso ou sílico argiloso com composição mínima de 40% de argila.
Frasca-Scorvo et al, 2013
Evitar a entrada de animais ao redor do reservatório para não pisotear os taludes e causar erosão das margens.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Manutenção
Avaliação periódica do fundo dos viveiros (secagem e aplicação de corretivos).
Adotar medidas que minimizem o aporte de
fósforo ao ambiente.
Empregar aeração sempre que o OD estiver em niveis abaixo da necessidade da especie.
Controlar a entrada e saída da água dos viveiros
Utilizar tratamento eficaz para o efluente e o sedimentos.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM – Implantação TR avaliar
A localização exata do reservatório dentro da área influência da bacia hidrográfica e verificar se existem contaminações ou presença de agrotóxicos, metais pesados e lodo de esgoto;
Frasca-Scorvo et al, 2013
Foto:Represa de Guarapiranga está contaminada com elementos químicos (Foto: Paulo Toledo Piza/G1
Se área está sujeita as alterações ambientais negativas que prejudiquem a produção de peixes, ou erroneamente atribuídas a ela, tais como, elevação do nível da água, acumulo de sólidos em suspensão, eutrofização, etc.
BPM – Implantação TR avaliar
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM – Implantação TR avaliar
As atividades agropecuárias, industriais e urbanas do entorno do reservatório já dimensionando o impacto ambiental futuro;
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Instalação de Tanques-Rede
Verificar comportamento dos ventos e correntezas predominantes de modo a posicionar os tanques-rede no sentido longitudinal da direção dos ventos e correnteza, a fim de garantir uma melhor circulação da água.
Instalar os tanques-rede em locais livres de plantas aquáticas, e em locais visíveis e de fácil acesso (manejo e segurança do trabalho).
Instalar uma cobertura adequada na parte superior dos tanques-rede para evitar a ação de predadores, roubos e ainda garantir o sombreamento para evitar o estresse dos peixes.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Instalação de Tanques-Rede
Utilizar reservatórios não poluídos e com baixa
fertilidade, água clara e levemente verde (transparência: 100 cm).
Evitar lagoas com cor de barro ou pântanos.
Evitar reservatórios onde mais de 50% profundidade apresenta baixa concentração de oxigênio dissolvido.
Verificar antecipadamente se a variação do nível da água no reservatório permite assegurar no mínimo 1,50 m além do fundo dos tanques-rede.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Instalação de Tanques-Rede
Posicionar os tanques-rede em um sentido adequado de forma a evitar o direcionamento de água de má qualidade de um tanque rede para outro.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Instalação de Tanques-Rede
Manter reserva ecológica e a vegetação natural adjacente.
Manter distância entre os tanques-rede (entre 5 a 10m).
Não utilizar materiais tóxicos na construção
Utilizar comedouros dentro dos TR
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM - Tanques-Rede
Manter a densidade de estocagem dentro dos limites da especie e do ambiente.
Fornecer alimento adequado e completo.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM-Qualidade da água
Parâmetros da água devem ser controlados
e mantidos de dentro uma faixa para o
sucesso da produção.
Assim como a qualidade do sedimento e os
efluentes devem ser cuidados
Frasca-Scorvo et al, 2013
Fonte: Trombeta e Mattos, 2013 Frasca-Scorvo et al, 2013
Parâmetro Tambaqui
Periodicidade Valores recomendados
Temperatura Semanal 26 a 30 °C
Oxigênio dissolvido Diária 4 mg/L
pH 4 a 6
Amônia( NH3) quinzenal < 0,2 mg/L
Nitrito quinzenal < 0,1 mg/L
Fonte:Aride et al,2007 Frasca-Scorvo et al, 2013
Manejo do sedimento do fundo dos viveiros
• Calagem quando necessária – neutralizar
a acidez do solo e ↑ a alcalinidade total e
a dureza da água.(alcalinidade<20 mg L-1)
O calcário agrícola espalhar uniformemente no fundo dos
viveiros vazios e/ou distribuir uniformemente sobre a superfície da água, antes do povoamento (não aplicar em solo totalmente seco).
Aplicações de calcário agrícola e gesso: não exceder 5.500 kg/ha e 2.250 kg/ha, respectivamente e aplicações de cal hidratada ou cal virgem não devem exceder 100 mg L-1.
Frasca-Scorvo et al, 2013
Manejo do sedimento do fundo dos viveiros
Secagem: melhora a aeração do solo, reduz a demanda bioquímica de oxigênio e proporciona melhor decomposição da matéria orgânica do fundo proveniente de outro ciclo produtivo e ou do entorno.
Aração: poderá ser útil se a superfície do fundo dos
reservatórios tiver uma concentração alta de uma ou mais
substâncias e, também, no caso das camadas de
sedimentos mais profundos possuírem uma qualidade
melhor. Usada para quebrar blocos de sedimentos
Frasca-Scorvo et al, 2013
Manejo do sedimento do fundo dos viveiros
Fertilização – necessária para produção de alimentos
naturais (plâncton) para os peixes, a necessidade de
nutrientes do fitoplâncton e a disponibilidade de nutrientes na água (realizar uma semana após a calagem).
Revolvimento - da superfície do fundo - realizado para
melhorar o contato com a agua oxigenada e ajuda a
manter a camada oxidada.(manual ou pelo arrasto de
correntes).
Desinfecção - realizar ao final de cada safra. (cloro com
hipoclorito de cálcio) ou cal (oxido de cálcio) ou cal
hidratada (hidróxido de cálcio)
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM-Alimentação
A alimentação é o principal fator do manejo, pois
está diretamente relacionada ao custo de
produção representando em até 70%.
Portanto é necessário cuidar da alimentação e
oferecer um produto de qualidade.
A alimentação depende do sistema utilizado. Vai
desde a alimentação natural até as rações
nutricionalmente completas.
Frasca-Scorvo et al, 2013
Adquirir rações de empresas idôneas
Utilizar rações especificas pra cada fase de desenvolvimento dos peixes e devem obedecer aos critérios de tamanho, peso e hábitos alimentares, considerando a exigência nutricional da espécie.
Como escolher uma boa Alimentação
Frasca-Scorvo et al, 2013
FATORES IMPORTANTES NO MANEJO ALIMENTAR
Qualidade e custo da ração avaliar:
aparência física homogênea;
textura densidade, cor umidade, plasticidade, aroma e sabor adequados;
avaliar a quantidade de finos e
menor custo e maior qualidade
Fotos:Giovani Gonçalves Frasca-Scorvo et al, 2013
FATORES IMPORTANTES NO MANEJO ALIMENTAR
É importante que o piscicultor tenha sempre em uso 2 marcas de ração para poder optar pela que apresentar melhor desempenho
Frasca-Scorvo et al, 2013
Manejo alimentar
Frequência - Dependendo da espécie e fase de desenvolvimento ela aumenta e ou diminui, sendo a temperatura da água outro fator determinante para aumento ou diminuição do consumo.
Horário - importante o arraçoamento sempre nos mesmos horários para manter os peixes condicionados. Evitar fornecer alimento quando o OD da água esta baixo
Distribuir a ração de forma uniforme nos tanques para aumentar a área de acesso a todos os peixes
MANEJO ALIMENTAR
Frasca-Scorvo et al, 2013
31
Evitar Sobras
Evitar Sobras
Foto: Luiz Ayroza
Não fornecer ração quando estiver com muito vento e
ondas
Foto ; Marcos Losekann
Foto: Marcos Losekann
Manejo Alimentar
Frasca-Scorvo et al, 2013
Local e forma de armazenamento da ração
Foto: Giovani Gonçalves
Adequado
Frasca-Scorvo et al, 2013
Local e forma de armazenamento da ração
Frasca-Scorvo et al, 2013
Local e forma de armazenamento da ração
Foto: Giovani Gonçalves
Locais inadequados
Foto: Marcos Losekann
Frasca-Scorvo et al, 2013
Formas de Arraçoamento - Manual
Foto:Luciany Franco
O fornecimento manual é interessante para o tratador acompanhar pelo contato visual os peixes no tanque, verificam possíveis problemas de saúde, porém requer maior mão de obra, quando comparado ao sistema de comedouros.
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM-Cuidados do tratador no fornecimento da ração manual
Observar a temperatura da água do viveiro e/ou reservatório.
Distribuir a ração de forma uniforme nos
viveiros e /ou tanques-rede. Retirar os peixes mortos dos viveiros e/ou dos
tanques-rede e observar se o comportamento dos peixes está normal, como por exemplo: ritmo da natação, posicionamento na superfície.
Frasca-Scorvo et al, 2013
Comedouros - máquinas automáticas, cochos (bastante usado em sistemas tradicionais, no fornecimento de ração farelada), ou mecanizada, no qual o alimento é lançado por um equipamento acoplado a um trator ou um caminhão. O método permite uma alimentação rápida de grandes áreas, apesar de limitar o contato entre o tratador e os peixes
Os comedouros automáticos, que distribuem a ração de tempos em tempos no tanque, porém, também limitam o contato entre os peixes e o tratador. Esse tipo de comedouro se encontra disponível no mercado, sendo necessário analisar sua relação custo/benefício quando da sua utilização.
Forma de arraçoamento
Frasca-Scorvo et al, 2013
Forma de arraçoamento
O caminhão alimentador é
utilizado em grandes áreas
Frasca-Scorvo et al, 2013
• Alimentador automático
Forma de arraçoamento
Frasca-Scorvo et al, 2013
Alimentação Salmon na Noruega
Fotos- Julio Queiroz
Frasca-Scorvo et al, 2013
FATORES IMPORTANTES NO MANEJO ALIMENTAR
Taxa de alimentação
hábito e preferência alimentar,
temperatura, teor de OD, CO2 , NH3, e fósforo
estágio de desenvolvimento
estratégia de alimentação
tipo de alimento utilizado
densidade e biomassa estocada
quantidade e fluxo de água
nível energético e proteico da ração
Frasca-Scorvo et al, 2013
Célia Maria Doria Frascá Scorvo MANEJO DE ARRAÇOAMENTO
Ajuste da quantidade de alimento a ser fornecido deve ser feito baseado na biomassa
do tanque e ou viveiros
Biometrias
Peso
Biomassa = no. Pxs x PM
Frasca-Scorvo et al, 2013
TAXA E FREQUÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO DE ESPÉCIES NACIONAIS
ALEVINAGEM
TEMPERATURA º C
Peso(g) Taxas e freqüências
20
20 a 24
24 a 28
28 a 30 32
1 a 10 %P.V
ref./dia
2 a 3
1
3 a 4
2
4 a 6
2 a 3
6 a 8
3 a 4
4 a 6
2 a 3
10 a 20 %P.V
ref./dia
1 a 2
1
2 a 3
1 a 2
3 a 5
2
4 a 6
3
3 a 5
2
20 a 30 %P.V
ref./dia
1
1
1 a 2
1
2 a 4
2
3 a 5
2 a 3
2 a 4
2
Kubitza, 1988
Frasca-Scorvo et al, 2013
TAXA E FREQÜÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO DE ESPÉCIES NACIONAIS
Crescimento
TEMPERATURA º C
Peso(g) Taxas e freqüências
20
20 a 24
24 a 28
28 a 30 32
30 a 100 %P.V
ref./dia
1
1
2 a 3
2
2 a 4
2 a 3
4 a 5
2 a 4
2 a 4
2 a 3
100 a 500 %P.V
ref./dia
1
1
1 a 2
1 a 2
2 a 3
1 a 2
3 a 4
2 a 3
2 a 3
1 a 2
500 a 1000 %P.V
ref./dia
1
1
1 a 2
1
1 a 2
1 a 2
2 a 3
2 a 3
1 a 2
1 a 2
Kubitza, 1988
Frasca-Scorvo et al, 2013
BPM
Importante obtenção de formas jovens de boa qualidade para melhora do desempenho (CAA).
Não utilizar produtos veterinários sem a prescrição de um profissional qualificado.
Adotar manejo preventivo para evitar possiveis enfermidades.
Frasca-Scorvo et al, 2013
A adoção de um manejo adequado
desde a implantação até o abate,
contribue para minimizar os impactos
gerados pela aquicultura e permitirá
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS COM
COMPETITIVIDADE E TECNOLOGIA
LIMPA
Frasca-Scorvo et al, 2013
Concluindo
Ressalto a importância da adoção das BPM de acordo com as condições locais e conforme situações específicas nos diferentes sistemas produção, para uma produção responsável de pescado.
Deixo aqui uma indicação para que seja incluída na carta de Manaus:
“Organizar junto aos produtores, academia, pesquisa, extensão enfim todos os elos da cadeia produtiva a elaboração de um Código de Conduta das BPM para o estado do Amazonas”. E que seja também, cobrado do MPA o estabelecimento de um Código Nacional pois, acredito que este poderá ajudar no licenciamento ambiental.
Frasca-Scorvo et al, 2013
“ Com a aplicação das BPM, eu acredito que o Brasil poderá se tornar um dos maiores produtores
de pescado do mundo, mantendo a sua biodiversidade, qualidade ambiental e
característica cênica” Muito Obrigada
cfrasca@apta.sp.gov.br
V Encontro de Negócios da Aquicultura da Amazônia-27 a 30 de novembro de 2013,Manaus, AM
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