c o n s ciÊncia ciÊncia andresa wagner lourdes remor marisa carvalho
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C O N S CIÊNCIA
CIÊNCIA
Andresa Wagner Lourdes Remor Marisa Carvalho
Conceito:
•Ciência
•Complexidade
•Consciência
Estrutura
Popper “a ciência não é um privilégio de uma teoria ou de uma mente, a ciência é a aceitação pelos cientistas de uma regra do jogo absolutamente imperativa”. No entanto é preciso que haja uma grande atividade de crítica mútua, é preciso que as teorias se confrontem, que existam pontos de vista diferentes.
Popper disse o seguinte: “O que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”. É a idéia de falseabilidade. [Morin, 2003]
Ciência-Conceito
Ciência
I - A Ciência Problema
Há que se dispor de pensamento, capaz de conceber a ambivalência, a complexidade intrínseca que se encontra no cerne da ciência.
A ciência elucidativa, enriquecedora, que transforma é a que produziu a ameaça do aniquilamento da humanidade.
Crítica: não se pode tratar a ciência com uma visão maniqueísta). [Morin, 2003]
Ciência
O lado mau da ciência
1– Desenvolvimento disciplinar das ciências – traz as vantagens da divisão do trabalho e as desvantagens da fragmentação e do enclausuramento do saber.
2 – Desligamento entre as ciências naturais e humanas porque “somos incapazes de nos pensar”. [Morin, 2003]
Ciência
3 – As ciências humanas adquirem os vícios da especialização sem as suas vantagens. Os conceitos de homem, de indivíduo se perdem e impedem a interdisciplinaridade.
4 – A fragmentação do saber científico leva a não reflexão, a não discussão, a não interlocução, o que acaba em acumulação de conhecimentos em Banco de Dados, manipulados pelas instâncias manipuladoras, principalmente o Estado. (O especialista fica ignorante do que não é de sua disciplina). [Morin, 2003]
Ciência
5 – Os cientistas produzem um poder sobre o qual eles mesmos não tem poder. Eles fazem a descoberta, mas não tem como decidir o que fazer com ela. (ex. energia nuclear para a bomba atômica).Cita que há 3 noções de ciências que se mostram afastadas umas das outras.
!ª – Ciência (pura, nobre e desinteressada)
2ª – Técnica (serve para o melhor e para o pior)
3ª – Política (má, nociva e pervertora do uso da ciência)
Crítica: isso não é da ciência, é das pessoas. Depende do uso que se faz da Ciência [Morin, 2003]
Ciência
Uma era histórica No Séc. XVII, os investigadores eram filósofos e cientistas.
A ciência era marginal e periférica.
Hoje a ciência é poderosa, subvencionada pelo poder econômico e estatal.
Esse é o processo inter-retroativo. A ciência depende do poder econômico e o poder econômico depende da ciência.
Ciência Técnica Sociedade Estado
[Morin, 2003]
Ciência
Dupla tarefa cega na Ciência
Todas as ciências são sociais, só que a ciência natural não tem meios de conceber-se como realidade social. (Estuda as suas descobertas e não os efeitos sociais delas. Os seus efeitos sociais vão muito além do que os cientistas descobriram).
Husserl (1859-1938) diagnosticou a tarefa cega. Por princípio, ele eliminou o observador, porque o método científico se baseou na disjunção entre o sujeito e o objeto. A reflexão do sujeito ficou impossível, pela disjunção entre sujeito e objeto. A ciência não pode pensar a si mesma. [Morin, 2003]
Ciência
II – A verdade da ciência
A evolução do conhecimento científico não é unicamente de crescimento e de saber, mas de transformações e de rupturas, de passagem de uma teoria para outra.
As teorias científicas são mortais e são mortais por serem científicas.
A visão de Popper – da seleção natural: as teorias resistem não por serem verdadeiras, mas por serem as mais bem adaptadas ao estado contemporâneo dos conhecimentos. [Morin, 2003]
Ciência
Karl Popper (1902-1994) combinava com os positivas lógicos do Círculo de Viena (Grupo de cientistas, lógicos e matemáticos, cujos pensamentos eram baseados no observável e verificável – séc. XX).
Porém ele se diferenciou ao introduzir na ciência a idéia de “falibilismo”. Disse o seguinte: “O que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”. [Morin, 2003]
Ciência
A partir daí podemos compreender que a ciência seja “verdadeira” nos seus dados (verificados, verificáveis), sem que por isso suas teorias sejam “verdadeiras”.
Popper trouxe a idéia que permite distinguir a teoria científica da doutrina. Uma teoria é científica quando aceita que sua falsidade possa ser eventualmente demonstrada. Uma doutrina, um dogma encontram neles mesmos, a autoverificação incessante, certeza de que a tese está definitivamente provada. [Morin, 2003]
Ciência
Certeza e incerteza na Ciência
O progresso das certezas produz o progresso da incerteza. Incerteza que nos liberta de uma ilusão ingênua, uma ignorância.
(Ex. terra – a terra era o centro do universo. Quando descoberta que ela não era, vimos o quanto desconhecemos) [Morin, 2003]
Ciência
Objetividade na CiênciaQuanto a objetividade – uma teoria não é objetiva; não é o reflexo da realidade; uma teoria é uma construção da mente, uma construção lógico-matemática que permite responder a certas perguntas dirigidas ao mundo, à realidade. Uma teoria se fundamenta em dados objetivos, mas uma teoria não é objetiva em si mesma. [Morin, 2003 p.40]
Ciência
Conhecimento na CiênciaA concepção de mundo do cidadão do século XVII opôs-se à do homem moderno. Ele tinha poucas informações, mas bastante tempo para reflexão. O homem do século XX tem muita informação e pouco tempo de reflexão.
Assim, temos no conhecimento a mesma ambigüidade, a mesma complexidade presente na idéia de progresso. [Morin, 2003]
Ciência
Ciência Clássica e o Princípio da Simplificação
O princípio de explicação da ciência clássica eliminou o observador da observação.
Ela excluía a aleatoriedade, para apenas conceber um universo estrita e totalmente determinista.
O princípio da explicação da ciência clássica utilizava o princípio da simplificação:
– Via no aparecimento de uma contradição, o sinal de um erro de pensamento e supunha que o universo obedecia à lógica aristotélica;
–Reconhecia a organização enquanto tal (sistema solar, organismos vivos), mas não reconhecia o problema da organização;
– Eliminava o observador da observação.
O princípio da simplificação na ciência clássica tende a reduzir o conhecível ao manipulável. [Morin, 2003]
Ciência
Ciência de Hoje e o Princípio da Complexidade
Hoje, o progresso do conhecimento exige que o observador se inclua em sua observação, que o sujeito se reintroduza de forma autocrítica e auto-reflexiva em seu conhecimento dos objetos.
O princípio da complexidade agregou a comunicação entre o que é distinto: o objeto e o ambiente, a coisa observada e o observador.
Hoje as ciências consideram um universo em que se combinam o acaso e a necessidade. (ex: tudo era explicável pelo determinismo, agora entrou o acaso). [Morin,
2003]
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
ÉTICA E CIÊNCIA
Exigência de uma reflexão que assegure a integridade dos indivíduos, sem limitar o avanço do conhecimento
científico.
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
Ética e pesquisa
Código de Nüremberg – 1947 Primeiro documento internacional de regulamentação das pesquisas envolvendo seres humanos com base no consentimento informado.
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
I Declaração de HelsinqueFinlândia - 1964
Associação Médica Mundial aumentar o conteúdo ético
do Código de Nuremberg
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
1- AUTONOMIA Consentimento livre e
esclarecido
Princípios – Resolução CNS196/96diretrizes e normas éticas em pesquisa
com seres humanos no Brasil
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
2 – BENEFICÊNCIA
Riscos e benefícios atuais/potenciais
Comprometimento com o máximo de benefícios e o mínimo de riscos e
danos
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
3 - NÃO MALEFICÊNCIA
Danos previsíveis
Assistência em caso de danosInterromper estudo em caso de riscos e efeitos adversos não
previstos
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
4 - JUSTIÇA E EQÜIDADE
Relevância social
Vantagens significativas para os sujeitos de pesquisa e igual
consideração dos interesses envolvidos\ destinação sócio-
humanitária
Marta Verdi/Curso de Ges Tecnológica em Saúde/SES/SC
Ciência
Resoluções complementares do Conselho Nacional de Saúde – CNS
(sobre a ética em pesquisa):
251/97 – Novos fármacos, medicamentos e vacinas
292/99 – Pesquisas com cooperação estrangeira
303/00 – Pesquisas em reprodução humana304/00 – Pesquisas com povos indígenas304/04 – Pesquisas com genética humana347/05 – Projetos com uso ou armazenamento de materiais biológicos
Complexidade
O pensamento deve contemplar a complexidade do real e a ciência deve considerar a sua própria complexidade, bem como a complexidade das questões que o próprio método científico levanta para a humanidade.
Princípio de explicação mais rico que a simplificação/redução adotada na ciência clássica.
Possibilita o conhecimento voltado à reflexão, meditação, discussão, sendo este incorporado por todos, considerando o saber, a experiência e a vida de cada observador.
Princípio da Complexidade
O humano contém múltiplas naturezas: social, política, cultural, histórica, física, biológica, etc.
Desafio da complexidade: entrelaçar as ciências naturais com as ciências humanas.
Não há que se defender um sistema ou ciência ideal. Há que se tolerar a inovação, sem considerá-la insanidade, mas protegendo-se dos desvios extravagantes para que o original, não se transforme em absurdo.
Multiplicidade
Comunicação entre os domínios científicos sem passarem pela mutilação decorrente da redução/simplificação do conhecimento.
O pensamento complexo decorre da associação/separação simultâneas.
A comunicação entre o antropossocial e o biofísico, baseado num pensamento complexo, onde um remeta ao outro, permitiria um conhecimento mais aproximado da diversidade do real.
Paradigma da complexidade
O desenvolvimento da sociedade industrial no ocidente reduziu a diversidade, tornando-se ditatorial e totalitária e suplantando a noção de complexidade. “a associação entre o princípio de persuasão (violência, manipulação) e de economia (rendimento, eficácia) conduz à autodestruição da razão” MORIN, 2000, p.163
A diversidade
São admitidas no pensamento complexo, assim como a multidimensionalidade do conhecimento.Ex: as interações entre os fenômenos biológicos e sociais que apresentam uma combinação misteriosa entre a ordem, a desordem e a organização.
“ a complexidade lógica de unitas multiplex nos pede para não transformarmos o múltiplo em um, nem o um em múltiplo”, pois não é apenas a parte que está no todo, mas também o todo está na parte. (MORIN, 2000, p. 180)
Incompletude e Incerteza
Compreender o movimento circular existente entre as partes e o todo e o todo e as partes faz parte do desafio do pensamento complexo.
O pensamento de organização é imperativo da complexidade: pensar de forma organizacional - relação auto-eco-organização.
Auto-Eco-Organização
A autoprodução, a reprodução, a auto-organização, a eco-organização estão ligadas a organização dos seres num sistema complexo.
Sistema autônomo e, ao mesmo tempo, dependente do meio ambiente.
Sistema auto-organizado aberto, mas para conservar sua individualidade, simultaneamente, mantém-se fechado.
Sistema complexo
O observador-conceptor não deverá isolar-se do meio.
“...as diversas complexidades (...) formam o tecido da complexidade: complexus é o que está junto; é o tecido formado por diferentes fios que se transformaram numa só coisa. Isto é, tudo isso se entrecruza, tudo se entrelaça para formar a unidade da complexidade; porém, a unidade do complexus não destrói a variedade e a diversidade das complexidades que o teceram.” (MORIN, 2000, p. 188)
Regra da complexidade
Na complexidade, a incerteza e a aleatoriedade são amenizadas como o uso de estratégias.
Reunião de informações que aparecem na ação, integrando-as a fim de formular esquemas que agrupem o máximo de certezas para lidar com o incerto.
O incerto não é necessariamente algo ruim ou depreciativo, mas uma condição presente no pensamento complexo.
Uso de estratégias
Pensar ordem/desordem, adotando estratégias para lidar com o acaso, estimula o auto-exame, a auto-crítica, o pensamento complexo.
Buscamos conhecer não para obter certeza, mas para dialogar com o mundo, considerando o tetragrama:
ordem/desordem/interação/organização. “...a complexidade não é só pensar conjuntamente o incerto e o certo, o lógico e o contraditório, e é a inclusão do observador na observação.” (MORIN, 2000, p. 206).
Ordem e Desordem
• O acaso ou a incerteza despertam para a necessidade de estratégias que serão definidas a partir das informações que não estavam programadas
• Alterações no conjunto de ações previstas e novas decisões.
• Todas as vidas são tecidas com o fio do acaso misturado ao fio da necessidade.
Acaso e Necessidade
A ordem não deve ser negada, mas relativizada.
A sociedade precisa de ordem para que o conflito não provoque sua auto-destruição.
Paralelamente, precisamos da desordem para o surgimento da inovação.
A complexidade provoca a inquietude e a investigação contínua em prol de um diálogo com o universo misterioso.
Ordem e Inovação
As interações – ações entre unidades complexas – que ocorrem entre o todo e as partes que formam a organização do sistema.
“...um organismo não é constituído pelas células, mas pelas ações que se estabelecem entre as células.” (MORIN, 2000, p. 265)
Além disso, “o sistema não é palavra-chave para a totalidade; é uma palavra-raiz para a complexidade.” (p. 274)
Organização do sistema
Baseado emA Teia da Vida – Uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Fritjof Capra, 1996. Cultrix/Amana-key
Também tem sido conhecida como “teoria dos sistemas dinâmicos”, “dinâmica dos sistemas”, “dinâmica complexa” e “dinâmica não-linear”.
Matemática da Complexidade
“A concepção dos sistemas vivos como redes auto-organizadoras cujos componentes estão todos interligados e são interdependentes tem sido expressa repetidas vezes, de uma maneira ou de outra, ao longo de toda a história da filosofia e da ciência.” CAPRA, 1996,p. 99
Sistemas vivos
A identificação de padrões e a compreensão destes é de suma importância para entender o mundo vivo.
“...e que todos os assuntos relativos a padrão, a ordem e a complexidade são essencialmente matemáticos.” (CAPRA, 1996, p. 129)
A Nova Matemática
Baseado em
Conexões Ocultas – ciência para uma vida sustentável.
Fritjof Capra, 2002. Cultrix/Amana-key
Redes compostas por interligações de diversas reações, fazendo surgir espontaneamente novas formas de ordem exprimem a noção de complexidade.
Dinâmica não-linear de sistemas em rede
“a nova compreensão da vida é uma compreensão sistêmica (...)” e que “...a característica que define um sistema vivo não é a presença de certas macromoléculas, mas a presença de uma rede de processos metabólicos autogeradora.” (CAPRA, 2002, p. 80)
Compreender a Vida
A complexidade desenvolveu-se anteriormente a formação das primeiras células vivas e a vida evoluiu ao longos de bilhões de anos através dos mesmos padrões e processos. Admitindo isso, admite-se o quanto estamos ligados a toda a teia da vida através de conexões ocultas.
Interconexidade
Isto sabemos. Todas as coisas estão ligadascomo o sangue que une uma família...
Tudo o que acontece com a Terra, Acontece com os filhos e filhas da Terra.O homem não tece a teia da vida;ele é apenas um fio.Tudo o que faz à teia, ele faz a si mesmo.
TED PERRY, inspirado no Chefe Seattle
A Teia da Vida - Abertura do livro
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