ciência geográfica ii
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CIÊNCIA GEOGRÁFICA
Prof° Léo Fonseca
GEOGRAFIAPara grande parte da sociedade, a Geografia figura como uma
disciplina didática que integra o currículo escolar em todos os sistemas de ensino; considerando que essa ciência é
“decorativa”, isto é, os alunos são obrigados a decorar nomes de países, rios, cidades, capitais, Estados, entre outros. O que
não passa de uma conclusão errônea em relação a essa importante ciência.
A Geografia é muito complexa e bastante abrangente, uma vez que está envolvida em inúmeros assuntos humanos e naturais. A origem dessa ciência ocorreu na Grécia Antiga,
estudiosos gregos que viajavam para diversos pontos passaram a registrar tudo o que viam, com destaque para os
recursos naturais e aspectos da cultura dos povos.
Um dos estudiosos mais lembrados é Heródoto (484-420 a.C), conhecido como “pai da história e da geografia”, sendo um
dos primeiros a realizar viagens “científicas”. Os primórdios da Geografia contribuíram grandiosamente para o seu
desenvolvimento, no entanto, sua efetivação e reconhecimento como
ciência sucedeu somente no século XIX, na Alemanha. Fato desencadeado pela
Revolução Industrial iniciada na Inglaterra que impulsionou o desenvolvimento
tecnológico e científico da época.
Escola Determinista (Alemã):
Recebendo forte influência do Positivismo e da Teoria Evolucionista desenvolveu-se na Alemanha, com Friedrich Ratzel (1844 – 1904). Em sua obra “Antropogeografia”, defendeu a concepção de que o homem recebia uma total influência do meio natural, sendo um Ser Passivo diante a
natureza. Para Frederico e seus seguidores o meio natural determinava as formas de ocupação do espaço, pois, o homem era submisso ao meio ambiente, não tendo, portanto, condições de
modificá-lo.
Escola Possibilista (Francesa):
Surge como uma corrente de oposição ao pensamento Determinista, onde teve grandes
e importantes seguidores: Paul Vidal de La Blache, Jean Brunhes e Pierre George. Embora
admita alguma influência do meio sobre o homem, essa corrente de pensamento afirma
que, como ser racional, o homem é um Ser Ativo, portanto tem condições de modificar o
meio natural para adaptá-lo as suas necessidades.
Vidal De La Blache
As duas correntes de pensamento apresentadas tinham como finalidade
justificar as manobras políticas dos países aos quais estavam subordinados, ambas
consideradas
“Geografia Tradicional”.
Geografia Tradicional:
Foi influenciada pelo positivismo de Augusto Comte (1798-1857). Esse conceito filosófico afirmava: Que a
ciência deve deixar de especular sobre a origem dos fenômenos e passar a observar e comparar os
diversos fatos, estabelecendo leis. Para a Geografia Tradicional, o ser humano é apenas um elemento da paisagem e as relações são pouco
valorizadas.
Em todo transcorrer do século XIX, a Geografia atraiu novos temas de abordagem, o que a tornou mais abrangente, reformulando e adaptando a novos objetos e objetivos,
oscilando de acordo com o momento histórico e os ideais dos pesquisadores. Nessa perspectiva, muitos geógrafos da atualidade consideram que
há muitas geografias, tendo em vista que a ciência está cada vez mais especializada.
GEOGRAFIA CLÁSSICA OU TRADICIONALPrevaleceu até os anos 1950
As diversas correntes da Geografia Clássica, ou Tradicional, na tentativa de eleger um objeto de análise, se apoiaram em
elementos do Positivismo. Uma primeira manifestação dessa relação está na redução da "realidade" ao mundo dos sentidos, ou seja, a análise geográfica limitar-se-ia aos aspectos visíveis dos fenômenos, por meio do método indutivo, considerado, na época, o principal meio de
explicação.Outra evidência da relação entre Geografia e Positivismo
refere-se ao fato de a Geografia ser considerada uma "ciência de síntese", isto é, ela é considerada o resultado final de todo conhecimento científico, no sentido de analisar e relacionar
todo o conhecimento produzido pelas demais ciências.
MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO DA GEOGRAFIA
• Anos 1950 – crise da GeografiaSurgem questionamentos devido ao caráter pouco
prático da Geografia TradicionalNão bastava descrever o mundo, era preciso
explicar suas configurações e dinâmicasNovo contexto – grandes transformações sociais,
políticas e econômicas ocorreram nos anos 1960 e 1970
O cenário internacional tornou-se mais complexo – influências da superpotência norte-americana,
Revolução Comunista, Revolução Cubana, Guerra do Vietnã.
A Geografia passou a se preocupar também com questões locais: más condições de vida nas
cidades, perversas relações de trabalho, meio ambiente.
Duas vertentes do movimento de renovação:–Geografia Crítica
–Geografia Teorética Quantitativa
GEOGRAFIA CRÍTICA
Baseada em explicações socioeconômicas.
Idéias marxistas, crítica ao modo de produção
capitalistaporém, essa corrente deixou
de lado importantes elementos na análise
geográfica (política, cultura, relações cotidianas).
Milton Santos
GEOGRAFIA TEORÉTICA QUANTITATIVAGeografia quantitativa no Brasil, uma curta revolução, porém,
uma revolução, não só quantitativa, mas acima de tudo epistemológica.
Um texto que registra um momento da geografia brasileiro que veio a ser tratado de forma bem pejorativa mas que
merece ser melhor compreendida - a geografia quantitativa. O texto versa sobre a geografia quantitativa a
partir de um resumo de um curso promovido pela professora Maria Cavalcanti Bernardes há trinta anos atrás.
O curso ocorreu em 1977 na UFRJ, um ano antes do aparecimento do que veio a se chamar geografia crítica.
Assim, é realizada uma leitura sobre a geografia quantitativa sem a marca da paixão que veio a ocorrer
posteriormente.
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