conhecimento histÓrico como sustentÁculo do … · cabe aqui um esclarecimento sobre sesmarias....
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MANUAL DE INSTRUÇÕES
CONHECIMENTO HISTÓRICO COMO SUSTENTÁCULO
DO TURISMO CULTURAL
Material didático produzido dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2008
Autora – Sandra Aparecida Martins Orientadora – Janaína de Paula do Espírito Santo
IES – Universidade Estadual de Ponta Grossa
NRE – Ponta Grossa
MANUAL DE INSTRUÇÕES
Prezados leitores,
O material didático ora apresentado objetiva mediar a ressignificação da
identidade local, valorizando os locais de memória e incentivando o turismo
sustentado.
Os slides apresentados referem-se à cidade de Castro, contudo, sua
aplicabilidade pode ser ampliada para outras regiões, considerando que os
espaços urbanos e seu entorno, por mais que sejam diversificados, possuem
uma história e, portanto, podem promover o turismo sustentado e a
conseqüente preservação desses espaços.
Esse manual além de considerações sobre os slides, possui sugestões
de questionamentos e atividades para os alunos.
A apresentação possui 47 slides, que serão detalhados nesse manual.
SLIDE 01
BEM VINDO A CASTRO – CIDADE “MÃE” DO PARANÁ CONHECIMENTO HISTÓRICO COMO SUSTENTÁCULO DO TURISMO
CULTURAL
No primeiro slide utilizamos a palavra “mãe”, por observarmos seu uso
freqüente na mídia quando se refere à cidade de Castro, embora nem sempre
tal referência seja esclarecida a contento, pois ocorre sempre uma grande
confusão imaginando-se que Castro seria a cidade mais antiga em terras
paranaenses.
O slide número 12 desfaz esse mal entendido.
SLIDE 02
Foto panorâmica do Parque Lacustre (anexo)
Esta foto é uma vista parcial do Parque Lacustre de Castro, muito
utilizado para o lazer, caminhadas e eventos. Disponível na página.
www.castro.pr.gov.br
Além deste espaço adequado ao lazer, Castro possui também praças
bem cuidadas, estrutura de hospedagem e alimentação e belezas naturais, que
podem proporcionar excelente estadia para os visitantes.
O local hoje ocupado pelo Parque Lacustre era o que se costuma
chamar de “banhado”. Na gestão do Prefeito Reinaldo Cardoso (1989 – 1992),
teve inicio a revitalização do espaço, o que foi continuado pelos seus
sucessores.
SLIDE 03
Mapa do Paraná com a localização do município de Castro (anexo)
O município de Castro já foi um dos maiores do Estado do Paraná, contudo, ao longo do tempo as regiões foram se emancipando e hoje o município possui uma área de 2.674,6 km².
SLIDE 04
Quadro de Distâncias Carambeí 20 Km
Tibagi 62 Km Piraí do Sul 33 Km
Curitiba150 Km Ponta Grossa 45 Km Guarapuava 203 Km
Foz do Iguaçú 582 Km Londrina 279 Km
Paranaguá 259 Km São Paulo 490 Km
SLIDE 05 O município de Castro está localizado na região Centro-Sul do Estado do
Paraná (Região dos Campos Gerais), tendo por municípios limítrofes Carambeí, Campo Largo, Cerro Azul, Doutor Ulisses, Itaperuçu, Piraí do
Sul, Ponta Grossa e Tibagi.
De acordo com Ditzel (2001, pg.419) entende-se por Campos Gerais
uma extensa faixa de terra na porção centro-leste do Estado, que vai desde Rio
Negro, no limite com Santa Catarina, ao sul, até Sengés, no limite com São
Paulo, ao norte.
Existem formas diferentes de definição dos Campos Gerais, que
consideram aspectos geofísicos, aspectos históricos, econômicos, entre outros.
Este trabalho prioriza a definição histórico-cultural, por considerar este espaço
rico em tradições, destacando-se o período da ocupação e do desenvolvimento
do tropeirismo.
De acordo com Wachowicz (2002, p.79), a ocupação dos Campos
Gerais no inicio do século XVIII “ocorreu pela expansão paulista no Brasil, a
qual, na região, não seguiu o modelo tradicional de trazer família, escravos,
padres, agregados, etc. Para os Campos Gerais não houve translado de uma
sociedade inteira. A ocupação desses campos foi encarada como um negócio
para ser explorado e dar lucro”.
SLIDE 06
Mapa da Rota dos Tropeiros, pintado na parede do Museu do Tropeiro. (anexo)
Outra forma bastante utilizada para localizar a cidade de Castro é o
mapa da Rota dos Tropeiros. O que está neste slide encontra-se pintado na
parede de uma das salas do Museu dos Tropeiros. A “Rota dos Tropeiros” é
reconhecida pela EMBRATUR como uma das rotas turísticas do Brasil.
Sugestão de atividade: Converse com seus alunos se eles conhecem outras cidades da
chamada Rota dos Tropeiros e sugira uma pesquisa ou um relato de uma delas. SLIDE 07
Origem da povoação de Castro 1704 – requerimento da sesmaria por Pedro Taques de Almeida, objetivando a implantação de currais e invernadas para criação de bovinos e muares. Caminho das Tropas – com a descoberta do ouro de Minas Gerais tornou-se grande a demanda de gêneros alimentícios e de transporte. Desenvolveu-se, então, o tropeirismo.
Cabe aqui um esclarecimento sobre sesmarias. Eram grandes porções
de terra doadas pelo rei de Portugal para um requerente, que se dispusesse a
colonizar a região. Normalmente, a pessoa interessada numa porção de terra
mandava antecipadamente para o local alguns escravos e alguns animais.
Decorrido certo tempo encaminhava seu requerimento, alegando ter condições
e já estar ocupando o espaço requerido.
De acordo com o livro de História da SEED-PR (2006, p.235) “o
tropeirismo era a atividade realizada por homens que trabalhavam com a
venda e transporte de gados vacum muares e mercadorias de uma região para
outra”.
Tal atividade vai se fortalecer com o desenvolvimento da mineração
(Minas Gerais), pois o gado era utilizado para alimentação, transporte e
aproveitamento do couro na região das minas.
SLIDE 08
O Pouso do Iapó No caminho dos tropeiros vão surgindo currais e invernadas onde
as tropas aguardavam para seguir viagem. As terras às margens do rio Iapó tornavam-se alagadas durante
alguns períodos do ano o que determinava a permanência dos tropeiros na região, enquanto aguardavam as águas baixarem.
Um pequeno povoado vai se formando para dar sustentação à permanência desses tropeiros – o POUSO DO IAPÓ .
Ao longo do Caminho das Tropas - compreendido de Viamão no Rio
Grande do Sul à Sorocaba estado de São Paulo - surgem locais chamados
pousos, que serviam para o descanso das tropas e tropeiros. Muitos desses
pousos tornaram-se cidades como Palmas, Ponta Grossa, Rio Negro, Palmeira, Piraí do Sul, Jaguariaíva e Castro.
SLIDE 09
Debret esteve em Castro - quadro de Debret (anexo)
Jean Baptiste Debret (Paris,1768-1848), era pintor e desenhista francês,
que veio para o Brasil em 1816 a convite de Dom João VI. Viajou por diversas
regiões brasileiras, registrando através de desenhos e gravuras os locais por
onde passava e cenas do cotidiano, sendo que dentre esses registros aparece
a aquarela que retrata a Vila Nova de Castro em 1827. O quadro mostra a
antiga capela e no fundo o inicio da construção da atual Igreja Matriz de
Sant’Ana.
Sugestões de atividades: Traga para a sala de aula textos de Saint Hilaire sobre sua passagem
pelos Campos Gerais. (sugestão de texto em anexo) SLIDE 10
Freguesia de Sant’Ana do Iapó Em 1774 o Pouso transforma-se em Freguesia, pois já preenchia os
principais requisitos para tanto. Tinha uma Igreja e um vigário, moradores regulares, companhia de cavalaria, fazendas povoadas, comércio e o constante tráfego de tropas.
Durante o período Colonial brasileiro o termo Freguesia era utilizado
tanto na colônia como na metrópole para designar uma paróquia, ou seja, era
uma forma de divisão administrativa, contudo, não havia uma estrutura civil
separada da estrutura eclesiástica.
Durante o período Imperial manteve-se uma estrutura semelhante, visto
que o catolicismo foi mantido como religião oficial.
SLIDE 11 VILA NOVA DE CASTRO 20 de janeiro de 1789 - Eleição para a Câmara. Determinado o local do pelourinho, da Casa do Conselho e da Casa da Cadeia. Como Vila, o Arraial ou Freguesia adquiria a sua autonomia político-
administrativa, passando a constituir Câmara de Vereadores, com direito de
cobrar impostos e baixar "posturas" que eram espécies de leis municipais.
Recebia ainda um "juiz de fora", pelourinho e cadeia pública.
Sugestões de atividades: Hoje, onde se localiza a Câmara de Vereadores do município e qual sua função? SLIDE 12
CASTRO – A PRIMEIRA CIDADE PARANAENSE Até o ano de 1853, o Paraná era a 5ª Comarca de São Paulo, quando foi reconhecido como Província do Paraná. Em 1857, a Vila Nova de Castro foi elevada à categoria de cidade, sendo, pois, a primeira cidade paranaense.
Os paranaenses reclamavam sua emancipação da província de São
Paulo desde o início do século XIX, contudo, ela só se efetivou com a
colaboração dos paranaenses na questão da Revolução Liberal de 1842,
quando posicionaram-se favoráveis ao governo imperial.
A Revolução Liberal foi desencadeada pela insatisfação dos liberais
frente às leis decretadas pelo governo Imperial, nitidamente conservadoras. Os
liberais de São Paulo e Minas Gerais iniciaram um movimento revolucionário,
que contava com o apoio dos liberais do Rio Grande do Sul. Caso essas forças
conseguissem se unir, a situação para o governo Imperial tornar-se-ia
insustentável e Curitiba pela sua posição estratégica poderia facilitar ou impedir
esta união. Diante disso, um político foi enviado pelo governo Imperial para
negociar o apoio de Curitiba, que em troca conseguiu a emancipação política
do Paraná.
SLIDE 13
História e Turismo em Castro “Faz parte de nossa cultura a busca compreensiva de estruturas culturais que nos possibilitem entender nosso mundo. Isso nos leva a busca de prazeres nos momentos de ócio que contemplem o entendimento de culturas, de valores históricos, de manifestações de tradição construída, de heranças culturais. O patrimônio que o turista quer e deve ver está vivo. Conjuga história, tradições, arte, valores e práticas costumeiras.” (Meneses, 2004) Com tal citação, buscamos a compreensão de que a atividade turística
pode trazer grandes benefícios para a população, considerando que a partir do
reconhecimento e da valorização, pela própria população, do seu espaço, a
atividade turística vai agir como um elemento de reforço na preservação do
patrimônio cultural.
Deve-se possibilitar a problematização e a interpretação do atrativo pelo
visitante, permitindo que ocorra a interação com o cotidiano da comunidade
receptiva. Mas para tanto é necessário que a própria comunidade local consiga
identificar seu patrimônio cultural, não como um local material estático e preso
ao passado, mas como um espaço do seu viver, do seu cotidiano.
SLIDE 14
Fotografia Fazenda capão Alto – visão lateral (anexo)
A Fazenda Capão Alto deve ser compreendida como um espaço de
produção para o município, tanto nos séculos em que sua atividade esteve
relacionada ao tropeirismo, quanto atualmente, como um espaço histórico
cultural.
Deve-se considerar que a ocupação das terras da Fazenda são
anteriores à construção de sua sede. Nos primeiros tempos suas terras foram
amplamente favoráveis ao descanso dos tropeiros com suas tropas devido à
presença de água e pastagem para os muares.
As benfeitorias registram um período de exploração econômica com a
criação de gado e algumas lavouras, além da produção de queijos. Atualmente,
seu entorno é ocupado por diferentes proprietários que se dedicam
basicamente à agricultura.
SLIDE 15
Fotografia frontal da Fazenda Capão Alto (anexo)
Vista da fachada do conjunto arquitetônico, que reflete o estilo dos
casarões coloniais das fazendas de café de São Paulo e Rio de Janeiro.
Pode-se destacar a escadaria para a varanda com gradil, provavelmente
importado de Portugal. No centro, acima, o mirante que fornece excelente vista
dos Campos de Castro.
SLIDE 16 Fazia parte da primeira sesmaria concedida nos Campos Gerais. 21 de outubro de 1751 - vendida pelo capitão-mor José Góes de Moraes para o Convento do Carmo de São Paulo. 1770 – Carmelitas retiram-se de Castro deixando a Fazenda sob os cuidados dos escravos 1870 - a Fazenda foi vendida para o Barão de Monte Carmelo.
A ordem dos Carmelitas possuía varias fazendas no Brasil, contudo, a
Fazenda Capão Alto apresenta uma rotina diferente das demais. Segundo
consta, pela falta de padres da ordem em São Paulo, os carmelitas não
permaneceram muito tempo nesta fazenda. Em função disso deixaram a
propriedade sob os cuidados dos escravos.
Os escravos de Capão Alto, conforme acordado, mandavam a
produção local, carne e laticínios para abastecer os conventos de Itu, São
Paulo e Santos. Sem a vigilância dos carmelitas, os escravos da fazenda
começaram a produzir um excedente nas lavouras – os produtos eram
vendidos aos moradores e comerciantes da região.
Sugestão de atividade: Existe em seus municípios construções atuais e significativas passiveis de durarem mais de um século? SLIDE 17
Capela da Fazenda Capão Alto (anexo)
Interior da casa. Espaço reservado à Capela. Era comum as celebrações
religiosas ocorrerem na própria fazenda.
Deve-se observar as colunas em madeira. Elas sustentam o forro
rebaixado, que serve como cobertura para o altar, abrigo da imagem de Nossa
Senhora do Carmo.
SLIDE 18
Foto dos fundos da casa da Capão Alto (anexo)
Outro ângulo mostrando parte dos 12 edifícios que compõem a Fazenda.
Dentre eles a queijaria, a casa dos arreios, a casa do poço, cocheira e a casa
do capataz.
O casarão tem 600 metros quadrados. No segundo andar ficava o
quarto e a sala de banho da baronesa. No térreo, a arquitetura obedece à
divisão tradicional das fazendas brasileiras: salões sociais – incluindo um com
capela – e quartos abertos para as fachadas laterais. A cozinha com fogão à
lenha e forno está nos fundos, onde um corredor liga o casarão central à área
de serviço.
SLIDE 19 1905 – neta do Barão de Monte Carmelo casa-se com Javert Madureira (médico castrense) 1946 – vendida para Vicente Fiorillo. 1979 – vendida à Cooperativa Central de Laticínios do Paraná. 2002 - Fazenda Capão Alto Empreendimentos Culturais e Turísticos S/C assumiu a responsabilidade da manutenção do Patrimônio Histórico com a supervisão da Prefeitura Municipal de Castro e da Secretaria da Cultura e Patrimônio Histórico do Paraná.
Bonifácio José Baptista, Barão de Monte Carmelo, era herdeiro da
fazenda Monte Alegre, um dos maiores latifúndios da então província de São
Paulo. Nesta época começam a aparecer os primeiros registros de
construções na fazenda, já que antes os escravos viviam em choupanas e
havia apenas uma capela.
Bonifácio ficou conhecido como barão de Monte Carmelo, em
decorrência de a propriedade ter pertencido aos frades carmelitas. Fixou
residência na fazenda e levou luxo e conforto à vida campeira.
A herdeira, Evangelina Prates da Silva Baptista, neta do barão, morava
em São Paulo, mas usava o casarão como um animado centro social que
passou a receber a aristocracia paulista.
Conta-se que a chegada dos convidados de Evangelina, de trem, era
saudada com banda de música e a cidade toda corria para assistir ao evento.
A herdeira, entretanto, não obteve sucesso nos negócios e acabou vendendo
a fazenda.
Sugestão de atividade: De que forma você colabora com a preservação do patrimônio de seu município? De que forma poderia ser contida a ação de pichadores e depredadores do patrimônio? SLIDE 20
Foto casa dos arreios (anexo)
Vista externa da Fazenda, local onde eram guardados os arreios dos
animais.
SLIDE 21
Foto das ruínas da capela Nossa Senhora do Carmo, a primeira capela construída nas terras da fazenda Capão Alto. (anexo)
Apesar de terem aprendido o catolicismo dos frades, os escravos
incorporaram suas tradições à religião dos brancos, dedicando sua devoção à
Nossa Senhora do Carmo – “Sinhara”, como a chamavam. Os negros da
fazenda se consideravam escravos da própria santa. Recorriam a ela todas
as manhãs para saber o que deveriam fazer durante o dia. Na capela da
fazenda – que hoje está em ruínas – eles a consultavam para definir quem,
semanalmente, deveria assumir o comando do lugar.
SLIDE 22
Casa da Cultura Emília Erichsen Emília Erichsen (1817 – 1907) nasceu em Recife (Pe) e mudou-se para Santos (SP), onde teve educação esmerada, tendo como mestre, inclusive, José Bonifácio de Andrada e Silva. Em 1840 casou-se com o dinamarquês Conrado Erichsen e morou algum tempo na Europa. Lá conheceu o pedagogo Frederich Froebel, responsável pela instalação do primeiro Jardim de Infância na Alemanha (1837).
José Bonifácio de Andrada e Silva, além de destacado político brasileiro
do Período Imperial, era bacharel em Filosofia e Direito pela Universidade de
Coimbra.
Frederich Froebel foi responsável por uma grande renovação da questão
pedagógica em seu tempo, pois pensou a infância como o grande momento do
desenvolvimento do ser humano. Defendia que a criança deveria ser deixada
livre para se desenvolver e utilizou pela primeira vez atividades lúdicas,
brinquedos, para estimular o desenvolvimento infantil.
SLIDE 23
Quadro de Emília Erichsen (anexo)
Retrato de Emília Ericksen - óleo sobre tela, de Alfredo Andersen (não
datada), disponível em www.pr.gov.br/maa/retratos_epoca/images/Retra
SLIDE 24 De volta ao Brasil, residiu em São Vicente, Colônia do Assungui e estabeleceu-se em Castro em 1856. Dedicou-se ao magistério, ajudando a prover o sustento da casa em períodos difíceis. Em 1862, torna-se viúva e inicia suas atividades com crianças de 4 a 6 anos, segundo as concepções de Froebel. O mesmo imóvel da Rua das Tropas, servia como casa, escola e internato para alguns alunos. A professora Emília Erichsen foi uma figura de grande influência na
comunidade castrense na segunda metade do século XIX, principalmente em
questões de ensino. Consta de sua história, por exemplo, que por duas vezes
encontrou-se com o Imperador D.Pedro II, por quem foi muito elogiada como
professora.
Sugestão de atividade: Incentive seus alunos a entrevistarem uma professora ou professor de sua cidade, que já esteja aposentado, para falar sobre a educação no período em que esteve em atividade escolar. Depois, em sala de aula, pode ser realizada uma discussão comparativa acerca de educação. SLIDE 25
Foto da Casa da Cultura (anexo)
Residência de Emília Erichsen, onde ela estabeleceu o primeiro Jardim
de Infância do Brasil. Este imóvel foi adquirido no final da década de 1970 pelo
banco do Estado do Paraná, que pretendia demoli-lo para construir um edifício.
Contudo, a população e a imprensa local se mobilizaram e conseguiram
preservar o imóvel da demolição. Com isso, ele acabou sendo doado ao
município e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em maio
de 1981.
SLIDE 26
A Professora Emília Erichsem teve o reconhecimento de pessoas ilustres como Dom Pedro II, Vicente Machado, Francisco Xavier da Silva, entre outros. Atribui-se a ela o primeiro Jardim de Infância do Brasil, no imóvel que hoje é ocupado pela Casa da Cultura Emília Erichsen.
Vicente Machado e Francisco Xavier da Silva, “ilustres” cidadãos da
terra, ambos Governadores do Paraná, estabeleceram diferentes relações com
Emília Erichsen. O primeiro dizia ter sido seu aluno; o segundo foi seu vizinho
na Rua das Tropas.
SLIDE 27
Igreja Matriz Nossa Senhora Sant’Ana Sua construção teve início ainda no séc. XVIII. Em 1860 foi considerada pronta. Possuía apenas uma torre; a segunda torre só foi concluída em 1961. As esculturas de madeira no seu interior foram feitas pelo Frei Mathias de Gênova, no séc. XIX. Seus belíssimos lustres de cristal foram doados por Dom Pedro II.
Frei Mathias, um religioso italiano e artista talentoso, teve seus restos
mortais depositados no cemitério do município de Castro, que leva seu nome.
Veio para o Brasil para auxiliar na catequese de índios na região da atual
Santana do Itararé. Acometido de malária solicita sua remoção para Castro,
onde realiza suas obras na Igreja Matriz.
SLIDE 28
Foto do Interior da Igreja (anexo)
Interior da Igreja Matriz de Sant’Ana onde aparecem os lustres doados
por D.Pedro II.
SLIDE 29
Foto da torre Uma de suas relíquias é o sino de bronze, rachado após ter sido intensamente tocado para comemorar o fim da II Guerra Mundial.
Na primeira metade do século XX, os meios de comunicação ainda não
eram tão avançados e o sino da Igreja Matriz, em diferentes localidades, era
uma forma de anunciar grandes notícias, fossem boas ou más. Foto disponível
em http://www.castro.pr.gov.br/e107_plugins/my_gallery/my_gallery.php
SLIDE 30
Foto da Igreja (anexo)
Praça em frente à igreja, para onde recentemente foi transferida a
imagem de Nossa Senhora Sant’Ana, que encontrava-se ao lado direito da
Matriz. SLIDE 31 CASA DA PRAÇA - Antiga residência do escritor-historiador e ex-prefeito Pedro Novaes Rosa. A casa foi construída em taipa de pilão em 1870. Quase sucumbiu aos efeitos do tempo no final do séc. XX, mas passou por um processo de restauração e desde então abriga exposições de arte.
Taipa de Pilão recebe esta denominação por ser composta de argila e
água socadas com o auxílio de uma mão de pilão, dentro de uma espécie de
forma para sustentar o material durante sua secagem.
SLIDE 32
Foto do corredor de entrada da Casa da Praça (anexo)
O corredor central dava acesso às demais dependências da casa,
próprio de muitas construções da época. Pode ser evidenciado em outras
casas da cidade de Castro.
SLIDE 33 No processo de restauração partes das paredes de taipa de pilão da construção original foram preservadas e protegidas por vidros, sendo uma atração a mais para quem visita a Casa da Praça. SLIDE 34
Foto da parede em taipa de pilão. (anexo)
Deixado propositalmente à mostra parte da construção em taipa de
pilão. Logo abaixo uma das muitas exposições realizadas pela Casa da Praça.
SLIDE 35
Foto externa da casa da praça. (anexo) Vista externa da Casa da Praça, que possibilita observar o estilo de
construção com um grande número de janelas e beira alta, aproximando-se do
estilo neoclássico, comum às construções da época, como mostra a
semelhança com a Casa de Sinhara, na seqüência.
SLIDE 36
Casa de Sinhara A construção pertence ao final do século XVIII e primeira metade do séc. XIX e seu encanto reside no fato de reproduzir o lar da mulher castrense no período do tropeirismo. O local escolhido para abrigar o valioso acervo foi idealizado pela então
responsável pelo Museu do Tropeiro, a Sra. Judith Carneiro de Mello, no ano
de 2005.
SLIDE 37
Foto da Casa de Sinhara (anexo) A casa retrata o modo de vida e os costumes das mulheres do séc. XIX.
Lá podemos encontrar móveis, vestuário, talheres, enfeites, objetos, fotos
antigas e etc. entre o grande número de peças expostas, que em sua maioria
são doações.
SLIDE 38
Foto de um dos aposentos reproduzidos na Casa de Sinhara. (anexo) Móveis, vestuários, utensílios, fotografias, reportam o visitante aos “bons tempos” da cidade fortalecida pelo tropeirismo. Encontra-se nas crônicas de Saint Hilaire, referências às mulheres
castrenses, que segundo ele eram bonitas, delicadas, com pouca instrução,
mas não eram acanhadas. Já as casas eram simples, porém, bem arrumadas,
com destaque para as guarnições de cama em geral muito bem feitas e
bordadas com requinte.
SLIDE 39
Foto da sala de jantar. (anexo)
Destaque para a grande mesa de madeira nobre, usadas pelas famílias
numerosas da época.
SLIDE 40 A CASA DE SINHARA é um complemento à própria história contada no MUSEU DO TROPEIRO, pois representa o lar mantido pelas mulheres dos tropeiros e para onde ele retornava de suas longas e exaustivas viagens pelo Caminho do Viamão. SLIDE 41
Foto da sala de estar. (anexo) Os móveis de época são de grande beleza. Destaque para as
interessantes escarradeiras de porcelana decorada.
Sugestão de atividade: Verifique com seus alunos se existe na própria escola ou em suas casas algum móvel ou utensílio do início do século XX ou anterior a ele. Aproveite para comparar, por exemplo, um celular de dez anos atrás com um celular moderno e realize um questionamento sobre a duração e permanência das coisas nos dias atuais.
SLIDE 42 Museu do Tropeiro - O Museu do Tropeiro foi criado em 01/12/1976, sendo inaugurado em 21/01/1977, na gestão do Prefeito Lauro Lopes, advogado ainda atuante no município de Castro. SLIDE 43
Foto da casa que abriga o Museu do Tropeiro. (anexo) SLIDE 44 A casa que abriga o Museu do Tropeiro foi construída no século XVIII, pela família Carneiro Lobo. O Museu é considerado o mais completo do gênero no país. São muitos os pesquisadores do tema Tropeirismo, que visitam e consultam as instalações e o acervo do Museu. “Foi o tropeiro um personagem típico de nossa sociedade de
antigamente. O dono das tropas não era um homem pobre. A formação de uma
tropa requeria quantias razoáveis, sendo a maioria de seus proprietários
homens abastados e de destaque.” (Wachowicz 2002, p.108)
SLIDE 45 Foto com o código do tropeiro e o nome de alguns tropeiros castrenses. (anexo) O Código do Tropeiro não precisava ser escrito. Por uma questão moral
e de bons costumes, os tropeiros seguiam as normas estabelecidas.
“O tropeiro desempenhava por conta própria o trabalho do correio, numa
época em que o mesmo era praticamente inexistente no interior; era o homem
que trazia as noticias dos últimos acontecimentos aos vilarejos por onde
passava; era também o portador de bilhetes, recados e o intermediário de
muitos negócios.” (Wachowicz 2002, p.109)
SLIDE 46
Foto de uma das salas do Museu do Tropeiro. (anexo) Esta foto mostra um manequim, cujas vestes procuram reproduzir o tipo
de vestuário mais usado pelos tropeiros. Mostra também alguns animais
ferozes, representando o perigo dos caminhos percorridos.
SLIDE 47 No Museu do Tropeiro o visitante poderá encontrar valioso acervo - cerca de 300 anos de memória do tropeirismo - com peças de vestuário, montarias, objetos pessoais dos antigos viajantes, mapas da rota, documentos, utensílios, além de uma pequena coleção de arte sacra e objetos utilizados com os escravos.
ANEXOS
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Texto de Saint Hilaire
“Para o viajante, mesmo com esta rudeza e ignorância os habitantes dos
Campos Gerais possuem excelentes qualidades, principalmente as mulheres.
Amáveis e carinhosas, elas não são tímidas e arredias ao contato com
os estranhos como as mulheres de Minas Gerais, que não se apresentam
sozinhas diante de um homem nem conversam com eles. As mulheres dos
Campos Gerais, estritamente aquelas que são as esposas, filhas ou parentes
dos grandes fazendeiros, são bonitas e sabem tornar uma conversa agradável.
As mulheres são geralmente muito bonitas, têm a pele rosada e uma
delicadeza de traços que eu ainda não tinha encontrado em nenhuma
brasileira.
É bem verdade que não se nota nelas a vivacidade que caracteriza as
francesas; elas caminham vagarosamente e seus movimentos são lentos; não
mostram, entretanto, o constrangimento tão comum nas mulheres de Minas
Gerais quando por acaso se defrontam com estranhos (1816-22). É raro que a
dama dos Campos Gerais se escondam à aproximação dos homens, elas
recebem os seus hóspedes com uma cortesia simples e graciosa, são amáveis
e, embora destituídas da mais rudimentar instrução, sabem tornar cheia de
encantos a sua conversa.
A cidade de Castro se compunha, à época de minha viagem, de uma
centena de casas que se enfileiravam ao longo de três ruas compridas.
As casas eram muito pequenas e feitas com paus cruzados, parecendo
bastante com as dos nossos camponeses de Sologne, com a diferença de que
eram mais bem iluminadas, talvez, e razoavelmente mobiliadas.”
REFERÊNCIAS Álbum – Sesmarias, Velhas Fazendas e Quilombos - Campos de Castro - 2º volume. DITZEL & SAHR, Carmencita H.M. e Cicilian L.L. (org).Espaço e Cultura; Ponta Grossa e o Campos Gerais. Editora UEPG, Ponta Grossa. 2001, 518p. Fazenda Capão Alto. Curitiba, SECE,1985. 68p. (cadernos do patrimônio. Série Estudos, 1) História / vários autores. – Curitiba: SEED – PR, 2006. – p.376 MENESES, José Newton Coelho. História e Turismo Cultural. Autêntica, Belo Horizonte. 2004, 128p. SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem a Curitiba e Província de Santa Catarina. Tradução de Regina Regis Junqueira. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Da USP, 1978. _____. Viagem pela comarca de Curitiba. Tradução de Cassiana Lacerda Carollo. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1995. WACHOWICZ, Ruy.Historia do Paraná. Imprensa Oficial do Estado, Curitiba. 2002, 360p. Sites da internet: www.castro.pr.gov.br www.pr.gov.br/maa/retratos_epoca/images/Retra http://www.castro.pr.gov.br/e107_plugins/my_gallery/my_gallery.php Fotos – acervo da autora
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