"cristiada" revolução do méxico
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Viva Cristo Rei!
Viva a Virgem de
Guadalupe!GUERRA DOS CRISTEROS DO MÉXICO (A “CRISTIADA”)
Entre os anos de 1926 e 1930, o México viu surgir do interior de um
governo federal maçônico, anti-clerical elaicista, um dos momentos
mais tristes da história do país. O episódio ficou conhecido
como Guerra dos Cristeros ou Cristiada. Dados oficiais contam 90 mil
vítimas dessa verdadeira batalha, mas informações extraoficiais falam
de 200.000 mortos em 4 anos de conflitos.
Contra a sensibilidade da maioria do povo mexicano, os governantes –
em nome de uma agenda anti-cristã e anti-clerical – partiram para o
ataque promulgando leis e impondo sanções à liberdade de religião
naquele país. Eles só não contavam com um bando de leigos e mais
um bom punhado de clérigos – sempre eles, os santos, atrapalhando
tudo! – que não abaixaram a cabeça para qualquer poder político,
sem o respaldo moral e legal.
Cristãos mortos na Guerra Cristiada. Eles eram
pendurados em árvores, nas margens das estradas
férreas ou executados em praça pública. Tudo para
desencorajar os “fanáticos católicos” Cristeros.
Sacerdote sendo executado com seus
paramentos. Não foram raros os casos em
que os padres saiam imediatamente da
celebração da Santa Missa para o martírio.
A perseguição religiosa está profundamente enraizada na história
do México, desde a morte do Pe. Miguel Hidalgo e, depois, do Pe.
José María Morelos, que participaram da Guerra daIndependência do México (1820-1821).
A Guerra dos Cristeros (1926-1929) foi uma resposta ao ataque
direto contra a fé católica por parte do presidente Plutarco Calles.
A aplicação estrita das regras anticlericais da Constituição
Mexicana de 1917 foi conhecida como “Lei Calles”.
Calles quis erradicar o catolicismo e criar uma nova forma de vida.
No começo, os fiéis e a hierarquia adotaram posturas pacíficas emsua resistência à chamada “Lei Calles”.
O movimento cristero foi organizado pela “Liga Nacional de la
Defensa de la Libertad Religiosa” ou “Liga Nacional Defensora de
la Libertad Religiosa” (LNDLR). A LNDLR foi um grupo de direitos civise religiosos, estabelecido em 1925.
Os bispos mexicanos trabalharam incansavelmente para modificar
a Lei Calles. O Papa Pio XI aprovou esta ação. Ao não poder
chegar a um acordo com o regime Calles, e com o fim de evitar
enfrentamentos e derramamento de sangue, os bispos pediram à
Santa Sé autorização para suspender o culto católico em 31 de
julho de 1926 – na véspera da entrada em vigor da lei
Papa Pio XI escreveu uma carta encíclica ao clero e aos fiéis do
México para encorajá-los e dar-lhes esperança durante esta
perseguição. A Santa Sé não podia fazer muito mais que isso.
A resistência armada começou em 1927, em Los Altos (Jalisco) e se
difundiu por todo o México, até tornar-se uma verdadeira guerra
civil.
Os primeiros levantamentos para defender a liberdade religiosa no
México ocorreram nos dias 1º e 2 de janeiro de 1927, no norte do
estado de Jalisco (Los Altos). Este acontecimento foi o primeiro que
teve êxito em rejeitar as tropas do governo. A vitória estimulou omovimento, razão pela qual houve mais manifestações nesta
região.
a Igreja reconhece um grande número de mártires da Guerra
Cristera, incluindo o Beato Miguel Augustín Pro, um jesuíta
assassinado em 23 de novembro de 1927, o Beato José Sánchez delRío, um cristero de 15 anos de idade, executado em 10 de fevereiro
de 1928, e o Beato Anacleto González Flores, líder da resistência
pacífica, morto em 1º de abril de 1927. O Padre Pro foi beatificado
em 1988, 25 mártires foram canonizados em 2000 e 13 foram
beatificados em 2005 (incluindo González Flores e Sánchez del Río).
Beato Miguel Augustín Pro
O embaixador dos Estados Unidos no México ajudou a negociar
uma trégua entre o governo do México e os Cristeros, mas isso não
acabou com a perseguição dos líderes Cristeros nem da Igreja.
O embaixador americano Dwight Morrow foi o meio pelo qual a
guerra teve uma trégua. Em uma das diversas reuniões que teve
com o presidente Calles, o embaixador ofereceu apoio militar em
troca de petróleo, para que a guerra terminasse de uma vez por
todas. No final, no entanto, dependeu das habilidades
diplomáticas do clero católico e dos leigos para negociar o acordo
de paz que acabou com a Cristiada.
Tristemente, a trégua assinada pelo governo mexicano e a Igreja
Católica foi, sem dúvida, uma armação para os Cristeros. O regime
de Calles rompeu rapidamente a promessa de cumprir oscompromissos combinados e, durante os três primeiros meses
depois da trégua, mais de 500 líderes e 5 mil Cristeros foram
executados. Morreram mais líderes Cristeros durante esse breve
período do que durante os três anos de guerra.
de acordo com a investigação do Pe. Brian Van Hove, cerca de 40
sacerdotes foram assassinados no México entre 1926 e 1934.
Inclusive em 1935, seis anos depois da “trégua”, cerca de 2.500
sacerdotes se viram obrigados a esconder-se e 6 bispos foramexilados. Em 1926, havia 3 mil sacerdotes no México e, em 1934,restavam apenas 334.
A relação entre o Estado e a Igreja melhorou há poucos anos. O
ex-presidente Vicente Fox (2000 a 2006) e seu sucessor, Felipe
Calderón (2006 a 2012), católicos, foram mais indulgentes com aIgreja, até o ponto de restabelecer as relações diplomáticas com o
Vaticano.
Mas a perseguição pode acontecer novamente, se as pessoas se
esquecerem do passado. A tarefa de defender a nossa liberdade
religiosa é um direito dado por Deus e devemos fazê-lo valer cada
vez que ela for atacada. Uma frase muito poderosa do filme
“Cristiada” define isso perfeitamente: “Não podemos permitir que
os ateus tirem a nossa liberdade”.
Beato José Luis Sánchez del Río
José Luiz Sanchez Del Río nasceu a 28 de março de 1913, na cidade
Sahuayo, província de Michoacan, México. Vivia uma vida comum,
como qualquer outro menino do interior do México, até que esta
normalidade foi quebrada pela ascensão de Plutarco Elias Calles à
chefia do poder daquela nação.
Este presidente tirânico, declaradamente socialista e maçom, empreendeu em todo o país uma das maiores perseguições que a Igreja Católica sofreu no século XX. Com o pretexto de “livrar a nação do fanatismo religioso” .
Um dia, ao visitar o túmulo do beato mártir Anacleto González Flores, que havia morrido durante a perseguição de maneira brutal e impiedosa, José Luiz Sanchez Del Río rezou a Deus, pedindo para que ele também pudesse morrer pela manutenção de sua Fé. Então, aos 13 anos de idade, foi procurar o general PrudencioMendoza, que tinha sua base na vila de Cotija, para que pudesse ingressar no exército cristero. Ao chegar, dirigiu-se ao general que o indagou:—O que viste fazer aqui meu rapaz? Ele respondeu: —Vim aqui para morrer por Cristo Rei.
Em fevereiro de 1928, cerca de 1 ano após o seu ingresso no
exército cristero, o menino e seus confrades foram surpreendidos
numa emboscada. José Luiz cedeu seu cavalo ao líder da resistência, sendo capturado pelos sádicos soldados do governo
de Plutarco. Na intenção de fazer com que o menino renunciasse
sua fé, descamaram a planta de seus pés até as nervura e o
amarraram em um cavalo, obrigando-o a andar por cerca de
quatorze quilômetros a pé e descalço. Não precisamos aqui dizer o
nível de dor que esta pobre criança sentiu, mesmo assim, nos
momentos em que as dores lhes eram insuportáveis, o menino
cheio da Graça Divina Bradava em voz alta e vigorosa “Viva Cristo Rey e la Virgem de Guadalupe!”
Sem sucesso na tentativa de que José Luiz abjurasse de sua fé por
meio da dor mais causticante e alucinante possível, os soldados
tentaram com intimidá-lo de outra maneira. Ao chegar na vila em que nascera, para ser executado no dia seguinte, os soldados
fizeram com que a mãe do menino escrevesse-lhe uma carta
pedindo para que ele abjurasse da fé católica, para poder ser
solto. José Luiz Sanchez Del Río respondeu assim ao bilhete de sua
mãe:
“Minha querida mãe: Fui feito prisioneiro em combate neste dia.
Creio que nos momentos atuais vou morrer, mas não importa, nada
importa, mãe. Resigna-te à vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no fim de tudo isto, morro ao lado de Nosso Senhor. Não te
aflijas pela minha morte, que é o que me mortifica. Antes, diz aos
meus outros irmãos que sigam o exemplo do mais pequeno, e tu faz
a vontade do nosso Deus. Tem coragem e manda-me a tua
bênção juntamente com a de meu pai. Saúda a todos pela última
vez e tu recebe por último o coração do teu filho que tanto te quer
e tanto desejava ver-te antes de morrer”
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