da escola pÚblica paranaense 2009 - … · integral da obra. cabe ao contista, portanto, manipular...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
1
EDUCACIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO - PDE
UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA
UM NOVO OLHAR PARA A ABORDAGEM DO CONTO EM SALA DE AULA DE LÍNGUA MATERNA
1. IDENTIFICAÇÃO
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora PDE: Orany Alves Andretto
Orientadora: Profª. Dra. Margarida da Silveira Corsi
NRE: Maringá
Gênero Textual: Contos
Público objeto da intervenção: Alunos da 8ª série do Ensino Fundamental
2. TEMA DE ESTUDO
Ensino e aprendizagem de leitura na formação de leitores de conto.
3. INTRODUÇÃO
O projeto de Intervenção Pedagógica na escola, apresentado no Programa de
Desenvolvimento Educacional, pretende analisar características dos enunciados
narrativos, instigando a leitura nas entrelinhas e abrir espaço para análise crítica a
partir da leitura de contos de Dalton Trevisan, uma vez que também, para Gomes e
Vechi (1981, p.101), a grande contribuição de Dalton Trevisan, para a evolução da
Literatura Brasileira, está no desnudamentos de um mundo descaracterizado e sem
forma, em que os seres alienados, conduzidos por clichês que lhes são imputados
por toda uma estrutura, voltada apenas para o consumismo e para o imediato
existencial.
2
A escolha dessa proposta partiu de algumas considerações em cursos e
reuniões de professores de Língua Portuguesa, pensando a dificuldade de nossos
alunos de lerem e não entenderem o que leram. Acreditamos que, por ser um texto
enxuto, o conto (um só conflito) abre possibilidades de incentivar nossos alunos para
a leitura e co-autoria de seus próprios textos.
A proposta apresentada contemplará alunos da 8ª série do Ensino
Fundamental onde optamos trabalhar com o gênero conto, por se tratar de um texto
curto e atraente e também porque são jovens que precisam analisar melhor nossa
sociedade no contexto geral.
A escolha do autor Dalton Jerson Trevisan, nascido em 14 de junho de 1925
entra em conformidade com o crítico Assis Brasil (1973) que diz que os contos de
Dalton não ultrapassam uma página datilografada, mas nem por isso deixa de
escrevê-los com equilíbrio. Sabemos que nossa sociedade está carente de valores
humanos e ao trabalhar com adolescentes pretendemos tentar propor, através da
leitura, o resgate e análise de questões humanas que tanto o autor escolhido aborda
em seus textos: limites de angustia, fugas através da loucura, criticando o marasmo
do cotidiano e das relações afetivas. A degradação humana, em seus contos, serve
de alerta ao descaso social tão sofrido por grande parte da população nos espaços
urbanos (BRASIL, 1973).
Entendemos, também, que além da temática abordada, a escrita é leve,
enxuta e direta. Além do mais é um escritor contemporâneo de fácil acesso para
pesquisa e familiaridade.
Em relação ao ponto discursivo, acreditamos que o conto constitui-se,
segundo uma visão bakhtiniana, em uma atividade de leitura e de escrita concreta e
histórica; com características relativamente estáveis, vinculada a uma situação típica
da comunicação social; e com traços temáticos, estilísticos e composicionais
concernentes a enunciados individuais, dessa forma, ligados à atividade humana.
Na perspectiva dialógica da linguagem proposta por Bakhtin percebemos em
suas obras que o estilo do escritor é engendrado a partir de sua fala interior que o
estilo é o homem e seu grupo social, isto é, deixa de ser tratada na sua
individualidade e passa a implicar a interação, o que vem ao encontro da concepção
dialógica da linguagem. Logo notamos que o estilo, na concepção bakhtiana, só
pode ser compreendido em sua relação com o gênero no qual concretiza.
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Nesse sentido, gênero é estudado como produto da interação do locutor e do
ouvinte, ou seja, está subjacente à atividade os princípios de que todo discurso
serve de expressão de um em relação ao outro (BAKHTIN; VOLOCHINOV, 1992, p.
112-113).
4. GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS
A distinção de gêneros e tipos textuais é importante para o professor de
língua materna encaminhar o trabalho de leitura, compreensão e interpretação
textual.
Marcuschi defende que todo trabalho com textos na escola deve partir da
abordagem do Gênero Textual, pois com a tipologia textual o trabalho torna-se
limitado, ocasionando para o ensino alguns problemas, por exemplo, ensinar
narrativa em geral pressupõe estabelecer diferenças específicas, uma vez que é
possível classificar vários textos como narrativos. Parte também do pressuposto que
é impossível se comunicar verbalmente a não ser por gênero.
Segundo Marcuschi (2003, p.22) “os gêneros textuais se constituem como
ação sócio-discursiva para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de
algum modo”. O referido autor apresenta como definições para gêneros e tipos
textuais cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como:
a) Tipos textuais abrangem narração, argumentação, exposição, descrição,
injunção – uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística
de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos).
b) Gênero textual apresenta “características sócio-comunicativas definidas por
conteúdos, propriedade funcionais, estilo e composição” (MARCUSCHI, 2003, p.22)
característica tais como: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, listas de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenhas, edital de concurso, piadas, conversação espontânea, conferências, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante. (MARCUSCHI, 2003, p.22).
Marcuschi diz que não acredita na existência de gêneros textuais para o
ensino da língua, afirmando que é possível a identificação de gêneros com
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dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais formal, do privado ao mais
público.
5. CONCEITO DE CONTOS
De acordo com Nádia Battella Gotlib (2006), o conto se constitui como uma
das formas mais antigas de expressão literária e que já gerou inúmeras
controvérsias sobre sua definição. Para Mário de Andrade, será Conto tudo aquilo
que o autor batizar de Conto; já para Machado de Assis, o Conto é envolto em
problemáticas de estética literária: “É gênero difícil, a despeito de sua aparente
facilidade” (Assis apud GOTLIB, 2006, p.9). Ainda segundo Machado, é justamente
essa dificuldade que afasta muitos escritores do Conto, enquanto que essa
facilidade afasta os leitores do Conto. Assim salienta Gotlib que, Sobre a brevidade, lembro ainda Machado de Assis, que, na ‘advertência’ às suas várias histórias, afirma que junto estes contos em função do tamanho: as trezentas páginas do livro. Nesta mesma advertência, acrescenta uma declaração de intenções ‘aos que acharem excessivos tantos contos’: ‘é um modo de passar o tempo’. E uma desculpa de aparente modéstia: ‘não pretendem sobreviver como os do filósofo’ (referindo-se a Diderot, que cita na epígrafe). Pois ‘não são feitos daquela matéria, nem daqueles estilos que dão aos de Merimée o caráter de obras-primas, e colocam os de Poe entre os primeiros da América’ (GOTLIB, 2006, p.65).
Nos dias atuais, marcados pelo ritmo veloz da vida moderna, que não permite
que os leitores passem longas horas diante de um extenso romance ou novela,
assume um lugar de relevância entre os ‘gêneros’ literários. Tal disposição vai ao
encontro das teorias do Conto desenvolvidas por Edgar Allan Poe, que definia como
uma das características essenciais do Conto a sua brevidade, no qual o conto deve
ser lido de uma só assentada, ou seja, sem interrupções (POE, apud GOTLIB, 2006,
p. 32). De acordo com Massaud Moisés, O conto é, pois uma narrativa unívoca, univalente: Constitui uma unidade dramática, uma célula dramática, visto gravitar ao redor de um só conflito, um só drama, uma só ação. Caracteriza-se, assim, por conter uma unidade de ação, tomada esta como conseqüência de atos praticados pelos protagonistas, ou de acontecimentos de que participam. A ação pode ser externa, quando as personagem se deslocam no espaço e no tempo, e interna, quando o conflito se localiza em sua mente (MOISÉS, 1967, p. 40).
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Segundo Allan Poe, tal fator se deve por ser o Conto uma forma literária que
busca causar um efeito sobre o leitor, e este só é alcançado diante de uma leitura
integral da obra. Cabe ao contista, portanto, manipular o material verbal de forma
que o efeito escolhido – medo, suspense, revolta, humor, etc. – possa fazer efeito
sobre o leitor.
Nesses termos, pode-se afirmar que o conto se assemelha à fotografia, já que
em ambos os casos o que se busca é um recorte da realidade. Tanto o conto quanto
a fotografia não se preocupam com uma progressão temporal longa, extensa, mas
sim, com o instante, sendo este decisivo, de impacto, um instante único. Cabe
lembrar ainda que, para garantir o efeito brevidade, o conto apresenta uma
condensação dos elementos que o constituem, como: tempo, espaço, número de
personagens, bem como dos demais elementos da narrativa, agora condensado
(POE, apud GOTLIB, 2006, p. 41).
6. O QUE É LEITURA?
De acordo com Paulo Freire, na obra A importância do ato de ler, publicada
na década de 80, em sentido amplo, o ato de ler não está circunscrito à palavra
impressa, abarca também a leitura de situações as mais diversas, incluindo,
sobretudo, a luta que os indivíduos travam para não se tornarem seres alienados.
Nessa perspectiva, as pessoas que não estão habituadas com a prática da leitura,
podem escrevê-la a qualquer momento e em qualquer circunstância, por meio de
atitudes, como, por exemplo, observar o que está à sua volta, aguçando a
curiosidade de seres autônomos, atitude aparentemente simples, mas que significa
“deixar de ler pelos olhos de outrem” (MARTINS, 1988, p.23). Paulo Freire cita
também exemplos de como pessoas notórias deixaram-se apaixonar pela
necessidade da leitura, e, posteriormente, algumas delas se tornaram escritores.
O assunto leitura se desenvolve em meio a críticas severas ao sistema de
ensino, responsável pela alfabetização e letramento. O livro nos remete a uma
reflexão acerca da falta de humanização do sistema educativo, quando centraliza o
saber ao invés de o educador ajudar seus educandos a desenvolver ao máximo
suas potencialidades.
Embora, hoje, pesquisas sérias comprovam que o processo de alfabetização
e letramento dura à vida inteira, independentemente da condição social do indivíduo,
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bastando para isso que se leia e queira ler, que se disponha a construir
conhecimento pessoal, que vivencie e sacie continuamente a vontade de saber
mais, buscando sentidos mais construtivos e desencadeadores das palavras, mas
que se respeite, durante o ato da leitura, tanto a subjetividade interior quanto a
objetividade exterior.
Buscando explicitar sem a pretensão de conceituar ou definir, mas sim de
analisar o porquê da leitura, Martins (1987, p. 36-37) apresenta três níveis de leitura
que se relacionam, sem hierarquia e simultaneamente, quais sejam: sensorial,
emocional e racional.
O nível sensorial se traduz no primeiro contato do indivíduo com o texto ou
situação, já o nível emocional leva a interpretação subjetiva que o nível sensorial
trouxe, enquanto que no nível racional (presente em textos narrativos) se busca a
interpretação mais adequada, a objetividade dentro da situação ou texto que se
encontra em situação de leitura. Pensando bem, caso o sujeito se disponha a ler um
livro, assistir a um filme ou ouvir uma canção mais de uma vez, poderá elaborar
várias interpretações, porque a combinação dos níveis apresentados ocorrerá em
doses diferentes, abrindo espaço para um nível predominante. Vale lembrar que as
novas leituras também trarão novas interpretações porque o leitor também vai
passando por um processo de maturação, o que possibilita um melhor entendimento
do texto lido: novas possibilidades – novas reflexões.
O livro também convida a considerar que se a leitura é importante, o passo
seguinte seria tentar produzir textos, ou seja, deixar de consumir a forma de como
os autores lidos vêem o mundo, ascendendo ao nível de criar, processo no qual o
sujeito demonstra como se pode analisar o que se encontra no seu entorno.
Segundo Paulo Freire (apud MARTINS, 1988, p.10) “a leitura do mundo
precede sempre a leitura da palavra”. E foi nesse processo que o ato de ler se foi
efetivando no decorrer de sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo,
do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre,
ao longo da sua escolarização, foi à leitura da “palavra mundo”. Na verdade, aquele
mundo especial se dava a ele como o mundo de sua atividade perspectiva, por isso
mesmo, como o mundo de suas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as
“letras” daquele contexto em cuja percepção experimentava; quando mais o fazia,
mais aumentava a capacidade de perceber, e se encarnavam numa série de coisas,
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de objetos, de sinais, cuja compreensão ia aprendendo no seu trato com eles, na
sua relação com seus irmãos mais velhos e com seus pais.
De acordo com Freire (1989, p. 11), “a leitura do meu mundo foi sempre
fundamental para a compreensão da importância do ato de ler, de escrever ou de
reescrevê-lo, e transformá-lo através de uma prática consciente”.
Esse movimento dinâmico é um dos aspectos norteadores do processo de
alfabetização, que deveria partir do universo vocabular dos grupos oriundos das
camadas populares, que estariam livres para expressar-se por meio da sua própria
linguagem, carregada da significação de sua experiência existencial, e não da
experiência do educador ou das classes dominantes.
Nesse processo, a alfabetização se constituiria como a criação ou a
montagem da expressão escrita e da expressão oral: as palavras do povo vinham
através da leitura do mundo, depois, voltavam a eles, inseridas no que se chamou
de codificações, que são representações da realidade. Na verdade, esse conjunto
de representações de situações concretas possibilitava aos grupos populares uma
“leitura da leitura” anterior do mundo, antes da leitura da palavra, pois o ato de ler
implica na percepção crítica, interpretação e “re-escrita” do lido.
Ao elaborar uma síntese das reflexões sobre o livro A Importância do Ato de
Ler e as relações da biblioteca popular com a alfabetização de adulto de Paulo
Freire, chega-se à compreensão da prática democrática e crítica, leitura do mundo e
da palavra, entende-se que a leitura não deve ser memorizada mecanicamente, mas
ser desafiadora, instigando o sujeito a pensar e analisar a realidade em circundante.
Conforme afirma Freire, “É preciso que quem sabe saiba sobretudo que ninguém
ache tudo e que ninguém tudo ignora” (FREIRE, 1989, p.17).
É essencial que o educador valorize e respeite a cultura popular em que o
aluno está inserido, e, partindo desta cultura, procure aprofundar-lhe os
conhecimentos, para que participe do processo permanente da sua libertação. “A
biblioteca popular como centro cultural e não como um depósito silencioso de livros,
é vista como um fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de
uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto” (FREIRE, 1989, p.20).
Nesse sentido, a atuação da biblioteca popular tem algo a ver com uma
política cultural, pois incentiva a compressão crítica do que é a palavra escrita, a
linguagem, as suas relações com o contexto, para que o povo participe ativamente
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das mudanças constantes da sociedade. Para Freire, o processo de aprendizagem
na alfabetização de adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar “o que
lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já têm e de
conhecer o que ainda não conhecem”, para melhor interpretar o que acontece na
nossa realidade (FREIRE, 1989, p.47).
Essa meta só se atinge por meio de uma educação que estimule a
colaboração, que dê valor à ajuda mútua, que desenvolva o espírito crítico e a
criatividade: uma educação que incentive o educando, unindo a prática à teoria, com
uma política educacional condizente com os interesses do povo.
Infelizmente, nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever,
tem se revelado como condição insuficiente para responder adequadamente às
demandas contemporâneas. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a
pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber
ler e escrever de forma mecânica não garante às pessoas uma interação plena com
os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não
apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras
em diferentes contextos.
Assim, nas sociedades letradas, ser alfabetizado é insuficiente para vivenciar
plenamente a cultura escrita e responder às demandas postas pela sociedade. Mas
o que é letramento? Letrar é melhor que alfabetizar? O que é uma pessoa letrada?
Quais as diferenças entre alfabetizar e letrar? Quando se pode dizer que uma
criança ou um adulto estão alfabetizados? Quando se pode dizer que estão
letrados? É possível alfabetizar letrando?
A partir de então, este estudo passa a tratar dos conceitos de letramento e de
alfabetização. Atrelada a esses dois conceitos, aborda-se a importância de o
professor incentivar o aluno no processo de leitura e de escrita de diferentes
gêneros textuais, a fim de formar verdadeiros leitores e escritores, porque “ [...] A
leitura de mundo precede a leitura da palavra, [...] a leitura da palavra, não é apenas
precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de
‘reescrevê-lo’, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente
(FREIRE, 1989, p. 11 e 20).
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Conforme já exposto, ser alfabetizado – saber ler e escrever -, tem se
revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas
sociais. Para Moacir (GADOTTI, apud VARGAS, 2000, p.14), O ato de ler é incompleto sem o ato de escrever. Um não pode existir sem o outro. Ler e escrever não apenas palavras, mas ler e escrever a vida, a história. Numa sociedade de privilegiados, a leitura e a escrita são um privilégio. Ensinar o trabalhador apenas a escrever o nome ou assiná-lo na carteira profissional, ensiná-lo a ler alguns letreiros na fábrica como perigo, atenção, cuidado, para que ele não provoque algum acidente e ponha em risco o capital do patrão não é suficiente [...]. Não basta ler a realidade. É preciso escrevê-la.
A preocupação com o analfabetismo funcional1 levou os pesquisadores ao
conceito de “letramento” em lugar de “alfabetização”. O conceito de alfabetização
tornou-se insatisfatório. Soares (2000 a, p.1) afirma que, “Se uma criança sabe ler,
mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, se sabe escrever palavras e
frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é alfabetizada, mas não é letrada”.
Ainda que não se possa responder a tantos questionamentos, defende-se que
é preciso e urgente propor um novo olhar para com a condução do processo de
ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, que deve ser mais significativo tanto
para crianças quanto para jovens e adultos.
7. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Este Projeto de Intervenção Pedagógica será implementado na Escola
Estadual Humberto de Campos, na 8ª série do Ensino Fundamental, no 3º período
do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, em 32 horas/aula (divididas
em momentos que possibilitem explanação, orientação e, sobretudo, mediação dos
conteúdos pela professora PDE, bem como horas de realização de atividades extra-
classes pelos discentes envolvidos).
O desenvolvimento da pesquisa exigirá, além da fundamentação teórica, a
elaboração de uma produção didático-pedagógica, neste caso, uma Unidade Didática.
1 terminologia que a Unesco recomendou nos anos 70, e que o Brasil passou a usar somente a partir de 1990, segundo a qual a pessoa apenas sabe ler e escrever, sem saber fazer uso da leitura e da escrita.
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Os resultados do desenvolvimento da Unidade Didática serão, por sua vez,
socializados com professores que atuam na Educação Básica da Rede Estadual do
Paraná (GTR). O tema contemplado será desenvolvido com base em leitura
bibliográfica apropriada, que possibilite a conceituação e a análise de questões
pertinentes à temática abordada, com foco na importância da leitura para o
crescimento do aluno como pessoa (cidadão), o que constitui literalmente uma
liberdade intelectual, pois quem lê solta a imaginação e quem cria a imagem é o
próprio leitor, aumentando seu conhecimento de mundo.
Partindo deste princípio, no terceiro período (2º semestre de 2010), ocorrerá a
implementação deste Projeto em sala de aula, por meio da prática da leitura de
contos, abordando aspectos, tais como, sua origem e seu caráter crítico por meio de
atividades diversificadas, explicitadas a seguir:
Apresentação oficial do projeto para a comunidade escolar: direção, equipe
pedagógica, professores e demais funcionários da Escola.
Uma segunda apresentação do projeto do PDE, desta vez, junto aos alunos.
Levantamento de dados prévios junto aos alunos sobre o tema.
Apresentação de vários gêneros textuais e, em seguida, do gênero conto.
Exposição, por parte dos alunos, sobre o que leram ou ouviram em relação ao
conto.
Trabalho com contos de Dalton Trevisan.
8. UNIDADE DIDÁTICA
O trabalho proposto pretende buscar através da leitura de contos e produção
de texto instrumentos que viabilizem a recuperação do campo imaginário na
construção de um outro olhar para o conto, com enfoque nas questões reais da
sociedade como um todo.
Inicialmente, será realizada uma exposição oral do tema aos alunos, sobre o
trabalho a respeito do gênero conto e sondagem do conhecimento prévio que estes
possuem sobre o assunto. Neste momento abriremos espaço para a interação
professor e aluno (diálogo), visando à apresentação de expectativas e novos
horizontes. Pretende-se deixar de forma explicita aos alunos que autor e leitor são
sujeitos ativos que dialogam que se constroem e são construídos no texto para isso
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é preciso deixar claro o objetivo de estudo, leitura, o texto narrativo e o gênero
conto.
Iniciaremos o trabalho, com a exibição do vídeo Ler de Luís Fernando
Veríssimo (Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=A0_STXPaNz0>.
Acesso em 2 de jul. de 2010).
Após assistir ao vídeo, será feito um questionamento oral aos alunos.
Oralidade:
1. O que você viu no vídeo?
2. Qual foi a frase que mais chamou a sua atenção?
3. O que quer dizer, no vídeo, ler a vida?
4. Você já leu alguma história? Pode nos contar?
Através de textos, imagens, vídeos, leituras de contos, escrita e reescrita
estaremos sempre questionando os alunos sobre a temática que foi abordada, tipo
de texto e gênero para melhor fixação.
Apresentaremos textos narrativos curtos para o ensino da tipologia textual
pretendida e do gênero conto com respectivas características.
A saber: O texto narrativo apresenta fatos em sequência, numa relação de causa e
efeito; que os fatos são vividos por personagens, em determinado tempo e lugar;
apresenta um narrador que, diante dos fatos pode assumir dois pontos de vista: o de
narrador – personagem ou narrador – observador.
Com uso das tecnologias disponíveis: pendrive e televisão serão
apresentadas imagens e textos e que explicitam que existem diferentes formas de
narrar: notícias de jornal, histórias em quadrinhos, anedotas, contos, romances,
novelas.
As narrativas chegam até nós por diferentes linguagens: pela linguagem
visual, pela representação (linguagem teatral), pelos gestos (linguagem gestual).
Explicaremos que escolhemos o conto por ser:
Narrativa concentrada e limitada ao essencial;
Apresenta os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens,
tempo e lugar;
O enredo, normalmente, apresenta a seguinte estrutura: apresentação,
complicação, clímax e desfecho;
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Número reduzido de personagens;
Tempo e espaço fortemente delimitados.
De acordo com as DCEs 2008, “a fala é a prática discursiva mais utilizada.” Nesse
sentido os alunos são estimulados através da oralidade, sempre em grupos
envolvendo-os de forma coletiva e harmoniosa. Ao trabalhar com textos, imagens,
estes, sempre terão fontes bibliográficas.
Depois de realizada a primeira etapa do trabalho seguem-se as atividades
que serão desenvolvidas em módulos didáticos, conforme apresentados a seguir:
MÓDULO I Vendo e ouvindo história
Para apresentar aos alunos a tipologia narrativa de texto, apresentaremos em
pendrive, na televisão da sala de aula uma adaptação do conto Tentação de Clarice
Lispector, com duração de 5’:09’’ (Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=9jpxcIxyNy8> . Acesso em 06 de Jul. de 2010).
ORALIDADE
Em seguida faremos alguns questionamentos:
1) O que você viu e ouviu é uma história? Por quê?
2) Existem fatos que aconteceram? Quais?
3) Há algum personagem? Qual? Como ela/ele era?
4) Em que lugar se passa a história? Em que momento?
5) Quem narra à história?
Após refletirem sobre a tipologia, entregaremos o texto Tentação de Clarice
Lispector para leitura e questionamentos.
Tentação – Clarice Lispector
Ela estava em soluço. E como de não bastasse a claridade das duas horas,
ela era ruiva. Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava.
[...] Disponível em<http://amorecultura.vilabol.uol.com.br/tentacao.htm>. Acesso em 10 de Jul. de
2010.
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Os alunos responderão no caderno as seguintes questões:
ESCRITA
1) Por que o texto é uma narrativa?
2) Onde acontecem os fatos narrados?
3) Como a história começa?
4) Em que momento começam as complicações na vida da personagem?
Por quê?
5) Qual é o clímax (momento culminante, o de maior tensão) da história?
MODULO II
Compreendendo o gênero conto
Para estimular a leitura e conhecer o conto (estrutura e elementos)
entregaremos aos alunos o texto “Uma vela para Dario”, de Dalton Trevisan para
leitura individual.
UMA VELA PARA DARIO
Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo. Assim que dobra a
esquina, diminui o passo até parar, encosta-se a uma parede. Por ela escorrega,
senta-se na calçada,ainda úmida de chuva. Descansa na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está bem. Dario abre a
boca, move os lábios, não se ouve resposta. O senhor gordo, de branco, diz que
deve sofrer de ataque.[...] (TREVISAN, Dalton. Vinte Contos Menores. Record: Rio de Janeiro, 1979, p. 20).
Na sequência, apresentaremos as seguintes questões a serem respondidas
oralmente e depois por escrito:
Oralidade e Escrita
1. Que tipo de texto você acabou de ler?
14
2. Qual foi a história contada?
3. Quais são os personagens da história?
4. Quem é o personagem principal?
5. Qual é o momento da história que você achou mais relevante?
6. A que classe social pertence Dario? Por quê
7. Onde acontece a história?
8. Quem narra à história?
9. O que representa a vela na história? Por quê?
10. Qual é o tema do conto?
11. Qual é o estilo do autor Dalton Trevisan?
MODULO III
→ Lendo, ilustrando e montando o texto. Nesta atividade o aluno vai perceber que todo texto tem parágrafo e seqüência.
Os alunos formarão grupos (ou duplas) e cada equipe receberá o texto na
íntegra, mas em parágrafos Uma vela para Dario. As duplas deverão ler e ilustrar os
parágrafos. De posse de um cartaz, o professor chamará as duplas por números
(parágrafos) para a montagem do texto e exposição em sala de aula. TREVISAN, Dalton. Vinte Contos Menores. Record: Rio de Janeiro, 1979, p. 20).
1º ORALIDADE 2º ESCRITA (copiar as questões no caderno e respondê-las).
QUESTÕES:
1) O que ocorreu no 1º parágrafo?
Uma vela para Dario - Dalton Trevisan Ilustrando parágrafos Dario vinha apressado, guarda-chuva no
braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à
parede de uma casa. Por ela escorregando,
sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e
descansou na pedra o cachimbo.[..]
15
2) Quem ajudou Dario e em qual parágrafo isto aparece?
3) Qual dupla ilustrou o parágrafo que mostra onde ocorreu o fato?
4) Qual parágrafo apresenta o clímax da história (momento que o conflito é
solucionado)?
5) Se você fosse o autor do texto, qual outro final você daria para esta
história?
6) O conto de Dalton Trevisan tem qual tipo de linguagem? Complexa? Fácil?
7) O conto de Dalton Trevisan deixa em nossa mente que imagem das
pessoas da sociedade?
8) Ocorre à mesma situação do conto no teu dia-a-dia?
9) A história se passa durante o dia ou à noite? Justifique com passagens do
texto.
10) O narrador da história é narrador - personagem ou somente observador?
Por quê?
MODULO IV
Conhecendo Dalton Trevisan
Levaremos os alunos à Biblioteca para estímulo à pesquisa e conhecimento
do autor. Utilizaremos o pendrive e a televisão da sala da Biblioteca, na qual
apresentaremos o vídeo Reportagem sobre Dalton Trevisan no jornal da globo
(1993), com duração de 3’:25’’. (Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=LSOEXPStudQ >. Acesso em 2 de jul. de 2010).
Em seguida questionaremos os alunos:
ORALIDADE
1) O que chamou mais a sua atenção no vídeo?
2) Por que Dalton Trevisan não aparece no vídeo?
3) Como é a vida dele?
4)O que foi apresentado no vídeo para mostrar como é Dalton Trevisan?
HORA DA PESQUISA
16
Obs: Na escola, na qual iremos trabalhar (Colégio Estadual Humberto de
Campos de Atalaia) os alunos irão para o laboratório de informática, no qual
passaremos alguns sites para eles pesquisarem. Acessar:
-http://www.releituras.com/daltontrevisan_bio.asp
- http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u476.jhtm
- http://www.algosobre.com.br/biografias/dalton-trevisan.html
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Dalton_trevisan
Na Biblioteca dividiremos os alunos em grupos para pesquisarem sobre a vida
e a obra de Dalton Trevisan.
Entregaremos aos alunos um roteiro para pesquisa tanto na internet quanto
nos livros:
ROTEIRO
1) Autor:
2) Onde nasceu:
3) Data de nascimento:
4) Obras:
5) Estilo de Linguagem:
6) Gênero Literário que escreveu:
7) Qual é a classe social em evidência nas obras de Dalton Trevisan.
Livros: - TREVISAN, Dalton. Cemitério dos Elefantes. 6ª Ed. Rio de Janeiro:
Record, 1980.
- TREVISAN. Dalton. Continhos Galantes. Porto Alegre. 2003.
- TREVISAN, Dalton. Quem tem medo de vampiro? contos. 2 ed. São
Paulo: Ática, 2007.
- TREVISAN, Dalton. Vozes do retrato: quinze historias de mentiras e
verdades. Ática.
MODULO V
Montando painel: vida e obra de Dalton Trevisan.
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Nesse momento os alunos serão separados em grupos de cinco integrantes e
serão levados ao laboratório de informática.
O professor (a) orientará os alunos para acessarem os sites abaixo, pois
neles encontrarão imagens de Dalton Trevisan que serão utilizadas para a
montagem do painel. Serão disponibilizados ainda, cartolinas e pincéis e, estando
munidos do roteiro da pesquisa do Módulo IV, realizarão a tarefa.
Sites: http://singrandohorizontes.files.wordpress.com/2009/03/dalton.jpg. Acesso em 06 de jul. de
2010. http://revistaescola.abril.com.br/img/lingua-portuguesa/contos_jovens_dalton_trevisan1.jpg.
Acesso em 06 de Jul. de 2010.
ROTEIRO:
1) Autor:
2) Local de nascimento:
3) Gênero Literário que escreveu:
4) Estilo de Linguagem:
5) Obras:
6) Classe social mais comentada nas obras de Dalton Trevisan:
7) O que você aprendeu na pesquisa de Dalton Trevisan?
Depois dos cartazes montados levaremos os alunos para o saguão do colégio
para afixar os mesmos, para que outros alunos tenham informação sobre o autor.
MODULO VI Preparando o aluno para o conto Cemitério de Elefantes de Dalton Trevisan
Os alunos serão divididos em seis grupos de cinco integrantes cada. Cada
grupo receberá um texto que fala: “o governo quer que o consumidor seja informado
sobre efeitos do consumo de bebidas”, e frases formuladas para os comerciais de
bebidas alcoólicas e pediremos que leiam em grupos. Para acessá-lo:
http://www.propagandasembebida.org.br/not_home/integra.php?id=132 . Acesso em
05 de Jul. de 2010.
Obs: Deverão discutir com os colegas e explicar para todos em voz alta.
Em seguida, com o uso dos recursos multimídia, apresentaremos o vídeo
Alcoolismo na adolescência, é isso mesmo que você quer?. Duração de 3’:42”.
18
Disponível em < http://www.youtube.com/watch?v=bJNf_tmod_c >. Acesso em 28 de
jun. de 2010.
Após assistirem ao vídeo trabalharemos com as seguintes questões:
ORALIDADE
1) Que imagem do vídeo mais te chocou? Por quê?
2) É possível mudar esta situação? Como?
3) O que você viu no vídeo que aproxima da nossa realidade?
MODULO VII Lendo o conto Cemitério de Elefantes de Dalton Trevisan
Entregaremos para os alunos o conto em que um grupo de bêbados é
comparado a um grupo de animais do Cemitério de elefantes de Dalton Trevisan.
Conto: Cemitério de Elefantes ( Dalton Trevisan)
À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-
se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os considera animias
sagrados, provê às suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial contentam-se
com as sobras do mercado.
Quando ronca a barriga, aponto de perturbar a sesta, saem do abrigo e,
arrastando os pesados pés, atiram-se à luta pela vida. Enterram-se no mangue até
os joelhos na caça ao carangueijo ou, tromba vermelha no ar, espiam a queda dos
ingás maduros.[...] Dalton Trevisan. Cemitério de elefantes.Rio de Janeiro: Record, 1998. In: Leila Lauar
Sarmento – Português – Leitura. Produção. Gramática. 2 ed. São Paulo, 2006. p.149-150.
TRABALHANDO A ESCRITA
Após a leitura do conto escreveremos as seguintes questões no quadro, que
deverão ser copiadas no caderno.
1) O conto em geral apresenta conflito, clímax e desfecho. No conto de
Trevisan, porém, essa estrutura não é caracterizada.
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a) Essa escolha cria também a impressão de que o texto não é narrativo.
Que tipo de texto ele parece ser? Por quê?
b) Que outras características podem indicar que esse texto é um conto?
2) Nesse conto, os personagens são um grupo de bêbados que moravam
na rua, nos fundos de um mercado de peixe, às margens de um rio e de um
mangue.
a) Como se explica a comparação dos bêbados?
b) Como era possível perceber que os bêbados eram vistos como animais
sagrados?
c) O que você aprendeu com a leitura deste conto? Por quê?
d) Onde se passa a história?
e) Quais são os personagens?
f) Qual é o estilo de Dalton Trevisan nesse texto? Por quê?
MODULO VIII Ampliando conhecimento
Entregaremos para os alunos (em grupos) textos de revistas, internet, livros
sobre: O comportamento dos elefantes e alcoolismo.
Elefante velho acaba ficando para trás
Por que o elefante se afasta da manada para morrer?
Isso é lenda. Acontece que esses bichos comem mais de 100 quilos de
plantas, capim e folhagem por dia. Por essa razão são nômades. Têm que mudar de
lugar para conseguir novas refeições. Quando atingem a idade de morrer, em torno
dos 60 anos, não conseguem mais acompanhar o ritmo da manada e vão ficando
para trás. [...] http://super.abril.com.br/mundo-animal/elefante-velho-acaba-ficando-tras-437599.shtml.
Acesso em 28 de Jul. de 2010.
Alcoólicos anônimos
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Alcoólicos Anônimos, ou AA abreviado, é uma Irmandade mundial de homens
e mulheres que se reúnem para alcançar e manter a sobriedade através da
abstinência total de ingestão de bebidas alcoólicas. [...] http://pt.wikipedia.org/wiki/Alco%C3%B3licos_An%C3%B3nimos . Acesso em 28 de jun. de
2010.
ROTEIRO PARA LEITURA
1) Qual é o título do texto?
2) Quem é o autor da matéria?
3) Qual é a fonte?
4) O texto fala sobre o quê?
5) Você concorda com as ideias, matéria que o autor escreveu sobre o
texto?
6) O que você leu, não sabia e aprendeu?
Após responderem as questões, entregaremos revistas sobre a temática
abordada para recortarem e montarem cartazes que serão afixados no saguão da
escola para que outros alunos leiam também.
MODULO IX Revendo o conto Cemitério de Elefantes
Os alunos receberão em tiras questões para responderem no caderno e em
seguida oralmente.
QUESTÕES
1) Quando um dos bêbados foi interrogado por um pescador para saber qual
era o motivo de ele beber, o bêbado disse que era “maldição de mãe”. Em sua
opinião, por que algumas pessoas bebem em excesso?
2) Aos poucos, no conto Cemitério de Elefantes os bêbados deixavam os
companheiros e saíam silenciosamente, por que não tinham o hábito de se
despedirem. Explique porque os bêbados partiam e para onde se dirigiam.
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3) O que você aprendeu para a sua vida sobre o conto Cemitério de
Elefantes?
MODULO X Produzindo contos
PRODUZINDO CONTOS
Apresentamos a você duas propostas para produzir um conto criativo.
Escolha uma delas e dê asas a sua imaginação.
Para produzir o seu texto lembre-se da estrutura do conto: situação inicial,
conflito, clímax e desfecho, além dos elementos: personagens, lugar, tempo, foco
narrativo, discurso...
Sugerimos a você para a produção textual os temas abaixo:
Solidariedade;
Dignidade. Obs: O aluno também terá a liberdade de escolher o tema.
Proposta I
Sonhar é preciso
A partir do título acima, produza um conto bem interessante. Não esqueça de
dar nomes aos personagens, lugar, tempo, enredo, foco narrativo e discurso (que
deverá ser direto e indireto).
Proposta II
A partir do final do conto Cemitério de Elefantes de Dalton Trevisan, crie uma
nova narrativa com desfecho surpreendente.
“... Chico perde-se no cemitério sagrado, as carcaças de pés grotescos
surgindo ao luar” e...
Obs: Depois de produzidos os textos, os alunos serão estimulados a trocar os
mesmos, para trocar ideias. Em seguida recolheremos os textos para análise e
montagem dos textos em murais no saguão da escola.
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MODULO XI Lendo e escolhendo o conto para dramatização
Colocaremos os alunos em círculo e pediremos para que eles leiam os contos
produzidos e depois escolherão um dos contos para dramatização do mesmo.
MODULO XII
Dramatização dos contos
Os alunos serão divididos em três grupos. Um grupo dramatizará Uma vela
para Dario, o outro Cemitério de Elefantes e o outro o conto escolhido no Módulo XI.
MODULO XII
Analisando o projeto de Intervenção Pedagógica
Em círculo, iniciaremos o momento da avaliação oral e registro pelo professor
das respostas dadas pelos alunos no quadro negro.
Questões:
1) O que é conto?
2) Quais são as características do conto?
3)Dos contos que você leu qual foi a personagem que mais chamou a sua
atenção?
4) Quem é o autor Dalton Trevisan? Qual é o estilo dele?
5) O que você aprendeu e levará para a sua vida após as leituras dos
contos?
AVALIAÇÃO
Esta fase objetiva priorizar o aperfeiçoamento do aluno em cada aula e
considerar cinco pontos importantes:
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Assiduidade;
Participação nas atividades propostas;
Pontualidade na entrega dos trabalhos;
Criatividade;
Cooperação e coleguismo em grupos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alcoólicos anônimos. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Alco%C3%B3licos_An%C3%B3nimos>. Acesso em 28 de jun. de 2010. Alcoolismo na adolescência, é isso mesmo que você quer?. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=bJNf_tmod_c >. Acesso em 28 de jun. de 2010 BAKHTIN, M.; VOLOCHINOV. Marxismo e filosofia da linguagem. 6 ed. São Paulo: Hucitec, 1992. BRASIL, Assis. História crítica da literatura brasileira: A nova literatura – O conto. Rio de Janeiro: Brasília americana, 1973. Clarice Lispector – Tentação. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=9jpxcIxyNy8> . Acesso em 06 de jul. de 2010. Dalton Trevisan. Disponível em <http://www.algosobre.com.br/biografias/dalton-trevisan.html>. Acesso em 28 de jun. de 2010. Dalton trevisan. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u476.jhtm>. Acesso em 28 de jun. de 2010. Dalton Trevisan. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Dalton_trevisan>. Acesso em 28 de jun. de 2010. Dalton Trevisan - Uma vela para Dario. Disponível em <http://www.releituras.com/daltontrevisan_bio.asp >. Acesso em 02 de jul. de 2010 Disponível em <http://singrandohorizontes.files.wordpress.com/2009/03/dalton. jpg>. Acesso em 06 de jul. de 2010. Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/img/lingua-portuguesa/contos_ jovens_dalton_trevisan1.jpg>. Acesso em 06 de jul. de 2010.
25
Elefante velho acaba ficando para trás. Disponível em <http://super.abril.com.br/mundo-animal/elefante-velho-acaba-ficando-tras-437599.s html >. Acesso em 28 de jun. de 2010. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 1989.
GOMES, A. C; VECHI, C.A. Dalton Trevisan. São Paulo: Abril educação, 1981.
GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 11. ed. São Paulo: Àtica, 2006. MARCUSCHI, L.A. (2002). Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.P.; MACHADO, A.R. BEZERRA, M.A. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
MOISES, Massaud. A. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MOISES, Massaud. A criação literária: Prosa I. 20 ed. São Paulo: cultrux, 1967.
MENEGASSI, Renilson José. Leitura, escrita e gramática no ensino fundamental: teorias às práticas docentes. Maringá: UEM, 2010. O governo quer que o consumidor seja informado sobre efeitos do consumo de bebidas. Disponível em <http://www.propagandasembebida.org.br/not_home/integra.php?id=132>. Acesso 05 de jul. de 2010. Reportagem sobre Dalton Trevisan no Jornal da Globo (1993). Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=LSOEXPStudQ >. Acesso em 2 de jul. de 2010. Tentação - Clarice Lispector. Disponível em <http://amorecultura.vilabol.uol.com.br/tentacao.htm>. Acesso em 10 de jul. de 2010.
TREVISAN, Dalton. Cemitério dos Elefantes. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 1980.
26
TREVISAN, Dalton. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro: Record, 1998. In: Leila Lauar Sarmento – Português – Leitura. Produção. Gramática. 2. ed. São Paulo, 2006. p.149-150 TREVISAN, Dalton. Continhos Galantes. Porto Alegre, 2003. TREVISAN, Dalton. Quem tem medo de vampiros? Contos. 2. ed. São Paulo: Ática, 2007. TREVISAN, Dalton. Vozes do retrato: quinze histórias de mentiras e verdades. Ática. TREVISAN, Dalton. Vinte Contos Menores. Rio de Janeiro: Record, 1979. VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.
ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro da. (Orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2. ed. São Paulo: Ática, 1991.
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