desafios filosÓficos e teolÓgicos para a Ética ambiental

DESAFIOS FILOSÓFICOS E TEOLÓGICOS PARA A ÉTICA AMBIENTAL

Ponto de partida:

A ética ambiental é um campo do saber que visa refletir e apresentar os valores fundamentais na relação do ser humano com a natureza, oferecendo os subsídios básicos para as mudanças dos hábitos (hexis) ecologicamente incorretos e lançando as bases para a construção futura de costumes (ethos) social e ambientalmente sustentáveis.

Conteúdos da ética ambiental

A ética ambiental tem como princípio abordar conteúdos de vários campos dos saberes científicos, a partir de perspectivas inter e transdisciplinares

A ética ambiental procura abordar os valores socioambientais a partir de uma cosmovisão integradora da realidade.

A ética ambiental supõe que os conteúdos das diversas áreas das ciências sejam acompanhados de uma reflexão filosófica e teológica sobre cada temática.

DESAFIOS FILOSÓFICOS PARA A ÉTICA AMBIENTAL

1. Refletir sobre a influência da Escola Pitagórica na visão quantitativa da natureza nas ciências modernas.

2. Resgatar a dimensão aristotélica da inteligibilidade própria da natureza.

3. Refletir sobre a influência do Cartesianismo na visão mecanicista da natureza, que ainda

hoje tem reflexo na sociedade moderna.

4. Refletir, a partir de pressupostos filosóficos, alguns dos princípios éticos das escolas ambientalistas que influenciam o pensamento ecológico atual, a saber:

a) Princípio da ilimitabilidade do consumo e a limitabilidade dos recursos da natureza.

b) Princípio da natureza como portadora de valores, direitos e deveres.

c) Princípio do equilíbrio entre preservação cultural e preservação ambiental.

d) Princípio do equilíbrio entre racionalidade técnico-estratégica (Habermas) e racionalidade axiológica (Leff).

DESAFIOS TEOLÓGICOS PARA A ÉTICA AMBIENTAL

1. À luz da tradição hermenêutica manifestativa da Bíblia (Salmos e Sapienciais), onde aparece uma relação mais forte entre Deus-Homem e Natureza, elaborar uma reflexão teológica que possa responder os anseios de uma cosmovisão planetária.

2. Repensar uma teologia da criação, onde algumas temáticas são importantes para

responder os anseios da chamada ecoteologia:

2.1- Rupturas antropológicas com Deus e a natureza (Gn.3,4,6,7).

2.2- Alianças antropológicas e cosmológicas (Gn.9,8-17, Hb.8,7-13 e 9,1-23).

2.3- A dimensão da BONDADE do mundo criado, na tradição bíblica e patrística.

2.4- Os sofrimentos e as esperanças da libertação do homem e da natureza

(Rom.8,18-27).

3. A relação entre teologia da criação e espiritualidades ecológicas.

O mundo como epifania do amor de Deus.

A responsabilidade e a missão do saber cuidar e administrar o mundo criado.

Crise ambiental como uma crise antropológica.

Esvaziamento da dimensão espiritual do mundo criado (dessubstanciação

antropológica).

Perda da visão contemplativa do mundo (Insensibilidade cósmica)

Coisificação do mundo criado (visão economicista e utilitarista da natureza).

O papel da teologia da criação e das espiritualidades cristãs diante das mudanças

climáticas planetárias.