desenho e implementação de programas de voluntariado no sistema de justiça criminal
Post on 24-Feb-2018
215 Views
Preview:
TRANSCRIPT
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
1/57
Desenho eImplementao deProgramas de Voluntariadono Sistema deJustia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
2/57
Esta publicao foi produzida com o apoio financeiro do Programa de Justia Criminal da Unio Europeia.Os contedos desta publicao so da inteira responsabilidade dos parceiros do projeto supramencionados e no podem de forma algumaser usados para reflectir as vises da Comisso Europeia.
Publicado em Novembro de 2015 pela Aproximar.
Design pela IPS Innovative Prison Systems
2015
Programa
JIVE Justice Involving Volunteers in Europe
Parceiros
BAGzsBRIK Institute
Clinks
Cooperativa Sociale Cellarius
Foundation 180
GRADO
Penal Justice Reform (RPJ)
University of Bremen
Autores
Gustavo Pereira
Joaquim Ramos
Rita LourenoTiago Leito (Coordenao)
APROXIMAR, Cooperativa de
Solidariedade Social, Crl.
Contributos
Adriano Fernandes, Aproximar
Robert Price, Clinks, UK
Agradecimentos
Data de Publicao
2015
Aproximar
Muito obrigado equipa do projeto JIVE
pela disseminao do Formulrio deTriagem e Questionrio de Partilha de
Prticas entre vrias redes europeias,
aumentando o alcance deste estudo. Um
especial agradecimento a todos os
respondentes do Formulrio de Triagem
e Questionrio de Partilha de Prticas
por dedicaram o seu tempo participao
nesta investigao.
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
3/57
ndice Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Sumrio 2
Introduo 7
Metodologias de Trabalho 8
Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao 9
Perfil dos Pases 13
Hungria 13
Inglaterra e Pas de Gales 14
Holanda 15
Portugal 16
Itlia 17
Romnia 18
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas 20
Planeamento do programa e avaliao de necessidades 22
Envolvimento dos voluntrios 26
Formao Inicial dos voluntrios 27
Orientao/formao de voluntrios 30
Superviso e avaliao 31
Destaques da Anlise dos Programas de Voluntariado
32
Recomendaes
34
Bibliografia
36
Glossrio
37
ndice de figuras
39
Anexos
40
Justice Involving Volunteers in Europe 1
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
4/57
Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Este relatrio o resultado do
intercmbio de prticas sobre a
gesto de voluntariado, recrutamento,
formao e prticas de apoio no
setor do Sistema de Justia Criminal
(SJC). Seis pases europeus estiveram
envolvidos neste estudo, que se
realizou no mbito do projeto JIVE(Justice Involving Volunteers in
Europe): Inglaterra e Pas de Gales,
Hungria, Itlia, Holanda, Portugal e
Romnia. O estudo foi realizado em
2014 e teve como objetivo mapear as
prticas e metodologias de volunta-
riado no setor da Justia Criminal
para que estes programas, pases e
partes interessadas possam aprender
uns com os outros e para que possam
ser desenvolvidas recomendaes
informadas para melhorar os programas
de voluntariado. Este estudo visa,nomeadamente, os seguintes objetivos:
1) Estabelecer uma comparao entre programas devoluntariado e pases europeus, designadamente em
reas-chave dos programas;
2) Identificar temas comuns e boas prticas entre
programas e pases;
3) Propor recomendaes especficas destinadas a
incrementar programas de voluntariado;
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
5/57
Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
A metodologia usada baseia-se num modelo de investigao de aplicao nica, onde uma amostra de
casos analisada de acordo com critrios predefinidos. A estratgia de recolha de dados multimtodo,
misturando dados quantitativos - Formulrio de Triagem (FT) (ou questionrio estruturado) com dados
qualitativos - Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) (ou neste caso uma entrevista autoadministrada).
Uma amostra de convenincia foi utilizada, em que os parceiros do projeto JIVE selecionaram uma variedade
de programas de voluntariado disponveis em cada um dos seus pases, incluindo o setor da justia (a maioria
dos programas) e outros setores (para fins de benchmarking).
Com estas orientaes metodolgicas definidas, a amostra final do estudo incluiu 47 organizaes/pro-
gramas, que foram cotadas no Formulrio de Triagem o FT. A partir desta investigao alcanou-se algumas
concluses interessantes. Em primeiro lugar, e a par do facto da maioria dos pases terem atingido valores
entre os mdios e os altos no seu FT, alguns pases mostram melhores mdias que outros, o que significa que
h programas nos pases que funcionam melhor que outros relativamente a alguns dos parmetros consideradosna avaliao. Nesta perspetiva, possvel identificar onde que os pases podem melhorar e aprender com
a experincia uns dos outros, sem perder de vista a sua prpria abordagem cultural e histrica do voluntariado.
A tabela seguinte apresenta uma comparao direta de pases baseada nos valores do FT atingidos por pas
e parmetro de avaliao, destacando os pontos fortes e necessidades de cada pas.
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
6/57
Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Justice Involving Volunteers in Europe4
Outra descoberta interessante foi que, embora
muitas organizaes paream adotar planeamentos
flexveis e uma gesto baseada nos resultados,
muitas trabalham com modelos de planeamento
mais rgidos e construdos para as necessidades dosgrupos alvo e procedimentos burocrticos. Embora
estas abordagens possam ser teis para organizaes
de larga escala e para a satisfao das necessidades
imediatas e urgentes dos beneficirios, podem
tambm em alguns casos limitar o tempo de resposta
organizacional, bem como diminuir a eficcia da
organizao na promoo da mudana social.
Na perspetiva da comunicao, as organizaes e
programas de voluntariado que participaram no estudoparecem recorrer a uma abordagem mista, utilizando
em simultneo estratgias de marketing direto, o passa
a palavra e o trabalho em rede. Muitas organizaes ou
programas parecem ter desenvolvido esta abordagem
por um processo de tentativa/erro, em que progressi-
vamente ajustaram a sua estratgia de comunicao
aos resultados pretendidos no recrutamento de volun-
trios. Ainda assim, enquanto em relao s estratgias
de comunicao parece ter havido um desenvolvimento
para um estado organizacional mais maduro, o mesmo
no pode ser dito sobre os processos de triagem de
voluntrios; estes baseiam-se quase inteiramente em
frmulas simples que podem no ser suficientemente
criativas.
Outra descoberta foi que a maioria das organizaes
e programas de voluntariado desenvolvem eventos
de formao de voluntrios formais, baseados num
estilo tradicional de sala de aula. Estas decorrem
geralmente na etapa de iniciao do processo de
voluntariado e focam-se em elementos da formao
que abrangem desde conceitos, prticas e ticas no
voluntariado/mentoria, teoria da interveno,
mtodos e tcnicas, protocolos e informaes
sobre servios sociais/legais e justia, e informaes
sobre a organizao/programa. As estratgias de
formao parecem recorrer a diferentes mtodos
incluindo
apresentaes/palestras, estudos de caso, role-
-play/simulaes e discusses/debate/brainstor-
ming, sendo que as competncias do formador
geralmente incluem o conhecimento/experincia
nos contedos da formao, bem comoconhecimento/experincia em posies de
formao/ensino, entre outros.
Com a orientao e suporte aos voluntrios, a
maioria dos programas utilizam contratos de
voluntariado mas poucos desenvolvem outras
ferramentas de iniciao ao trabalho. Os
procedimentos de monitorizao parecem ser
comuns, bem como as reunies de superviso.
Quanto avaliao, o estudo mostra que pode no
ser uma prtica generalizada entre os programas.No geral os procedimentos de avaliao
identificados so baseados na satisfao do
cliente/beneficirio, o que significa que h espao
para a concepo e desenvolvimento de planos de
avaliao mais complexos e robustos.
Baseada nos resultados da investigao, a tabela
seguinte apresenta um conjunto de boas prticas de
programas de voluntariado para diferentes
componentes programticas.
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
7/57
Planeamento doprograma e avaliao
de necessidades
Recrutamento devoluntrios
Formao inicial devoluntrios
Orientao/apoio avoluntrios
Superviso eavaliao
Planeamento
Canais deComunicao
Triagem dascandidaturas
Envolvimentodos voluntrios
Materiais desuporte
Contedos
Mtodos deformao
Perfil doformador
Orientao dosvoluntrios
Prticas demonitorizao
Apoio aosvoluntrios
Processo desuperviso
Tipo de
avaliao
Planeamento incorporado e orientao para objetivos
Processo de correspondncia entre voluntrio e organizao deimplementao, materiais descritivos de funes e designao deum supervisor local
Manual de trabalho ou programa de voluntariado, folhetos informativos/formativos
Conceitos de voluntariado/mentoria, prticas e ticas; teoria, mtodose tcnicas da interveno; protocolos e informaes de serviossociais/ legais e de justia; informaes sobre programas/organizaes
Formao formal, modo combinado utilizando abordagens deformao multimtodo, incluindo apresentaes/palestras, estudosde caso, role-plays/simulaes e discusses/debates/brainstorming
Conhecimento/experincia nos contedos formativos e conhecimento/experincia em posies de formao/ensino
Contrato de Voluntariado, atribuio de um supervisor no local deinterveno, apresentao inicial da equipa, monitorizao daorganizao e perodo de experimentao
Encontros de monitorizao; documentos, relatrios e preenchimentode formulrios
Ajudas de custo em viagens e refeies; apoio da equipa
Procedimentos formais de superviso, atravs de encontros desuperviso e preenchimento de documentos/relatrios
Avaliao formal e robusta, incluindo avaliaes baseadas na satisfaoe mtodos mistos, modelos de avaliao experimentais e quasi-experi-
mentais
Estratgia de comunicao multimtodo, incluindo passa a palavra,trabalho em rede nos media sociais, e anncios em sites. Apresenta-o de estudos de caso
Multimtodo, incluindo entrevistas individuais, perodos de formaoe observao e testes e/ou atribuio de tarefas
Finalmente, com base nos resultados do estudo, possvel identificar recomendaes que podem ser feitas ao
nvel dos seguintes nveis de ao: programa de voluntariado, parceria, investigao e polticas.
Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
AO NVEL DOS PROGRAMAS DE VOLUNTARIADO
1. Promover a adoo de abordagens de planeamento
baseadas nos resultados, focando os programas e a
gesto dos programas em resultados claramentedefinidos a mdio e longo prazo que reforcem
efetivamente a mudana social.
2. Facilitar a distribuio de voluntrios, recorrendo a
processos de correspondncia entre voluntrios e a
oferta da organizao promotora de voluntariado,
bem como desenvolvendo ferramentas de apoio colocao dos voluntrios e desta forma melhorar a
eficincia. Uma das ferramentas de apoio poder ser,
por exemplo, o descritivo de funes.
Justice Involving Volunteers in Europe 5
Quadro 2 do sumrio - Boas prticas do programa de voluntariado
Planeamento do
programa e avaliao
de necessidades
Recrutamento de
voluntrios
Formao inicial do
voluntrio
Orientao/suporte
do voluntrio
Superviso e
Avaliao
Planeamento
Envolvimento dos
Voluntrios
Canais de
comunicao
Materiais de suporte
Contedos
Apoio aos
voluntrios
Processo de
superviso
Tipo de avaliao
Triagem das
candidaturas
Mtodos de
formao
Perfil do formador
Prticas de
monitorizao
Orientao dos
voluntrios
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
8/57
3. Adotar prticas formais de formao inicial de
voluntrios, focadas em contedo e temas selecionados,
suportadas por uma abordagem de formativa que recorre
a mtodos mistos com materiais de apoio especializados.
4. Desenvolver um currculo e um programa de
formao para as prticas de iniciao ao voluntariado,
baseados em contedos e mtodos de formao
validados, e apoiar o desenvolvimento de um perfil de
formador de voluntrios do Sistema de Justia Criminal.
5. Definir requisitos mnimos de superviso para
garantir que todos os voluntrios recebem algum apoio
por parte dos pares ou profissionais, e que este apoio
sirva para alargar o ciclo de vida do voluntariado.
6. Adotar uma abordagem de monitorizao e avaliaomais robusta, passando a uma abordagem mais
formalizada de forma a conceber os melhores sistemas
eutilizar asferramentasmaiseficazes(documentao da
atividade, abordagens de investigao com mtodos
mistos e desenhos experimentais)
7. Investir fortemente e promover consistentemente o
trabalho entre setores, incentivando a partilha de boas
prticas como um recurso para a inovao do processo e
do contexto
8. Promover a criao de um padro de referncia para
programas de voluntariado que permitir a comparao
e estandardizao a larga escala na Europa
AO NVEL DAS PARCERIAS FORMULRIO DE
TRIAGEM E QUESTIONRIO DE PARTILHA DE
PRTICAS
1. Promover a criao de uma rede europeia focada na
partilha de boas prticas e no desenvolvimento de requisitosmnimos para programas de voluntariado no SJC.
2. Aprofundar o desenvolvimento de ferramentas de
recolha de dados que permitam o estudo das prticas de
voluntariado nos sistemas de justia da Unio Europeia
3. Lanar propostas para projetos de aprendizagem
mtua entre pases que se baseiem nos resultados
desta investigao, colmatando lacunas e reforando
pontos fortes
4. Publicar anualmente os resultados e impactos dovoluntariado no SJC como estratgia para promover
Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
as organizaes de voluntariado a trabalhar nesse
setor
5. Criar abordagens em parceria para colmatar
dfices e custos na comunicao e disseminao
6. Promover a formao colaborativa para tirar
vantagem da possibilidade de escala e criatividade, de
modo a assegurar uma mensagem de referncia e
reduzir custos de servio
7. Estabelecer referncias mnimas e comuns para
avaliar a qualidade das organizaes e/ou programas
de voluntariado
AO NVEL DA INVESTIGAO
1. Aprofundar o estudo sobre a prtica de voluntariado
no Sistema de Justia Criminal, nomeadamente
atravs do desenvolvimento de estudos a larga escala
que possam refletir um panorama mais fidedigno
(representativo) do tema
2. Melhorar o Formulrio de Triagem e o Questionrio
de Partilha de Prticas para facilitar a avaliao das
atuais prticas de voluntariado, a identificao de
necessidades, a partilha de prticas e a organizao
de eventos e projetos de aprendizagem mtua
3. Desenvolver Indicadores Chave de Desempenho
que possam acompanhar a evoluo dos programas
de voluntariado
4. Financiar a investigao para medir o impacto do
voluntariado, a satisfao dos voluntrios, o ciclo de
vida e o compromisso
AO NVEL DAS POLTICAS
1. Introduzir padres de qualidade na formao dosvoluntrios, criando requisitos mnimos para o currculo
de formao, programas e formadores de voluntrios
2. Incrementar o apoio para a partilha de prticas,
conhecimento e experincia ao nvel de programas de
voluntariado no Sistema de Justia Criminal e enfatizar
a sua importncia no mbito dos programas financiados
pela UE que abordam a mobilidade,
o intercmbio transnacional e a aprendizagem mtua
3.Apoiar a criao de medidas e ferramentas para facilitar apartilha de prticas, experincia e conhecimento entre
voluntrios envolvendo organizaes do SJC.
Justice Involving Volunteers in Europe6
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
9/57
IntroduoIntroduo
Este guio descreve os principais resultados do estudo conduzido pela Aproximar sobre as prticas de
gesto, recrutamento, formao e apoio de voluntrios no setor da justia entre os pases parceiros no
projeto JIVE: Inglaterra e Pas de Gales (1), Hungria, Itlia, Holanda, Portugal e Romnia.
O estudo foi realizado em Setembro e Outubro de 2014, enquanto parte integrante do projeto Justice
Involving Volunteers in Europe (JIVE) no mbito da ao 2 Recrutamento, formao e apoio de voluntrios
do SJC. O projeto realizado por uma parceria de oito ONG europeias que exercem a sua atividade no SJC
de forma a promover a partilha de ideias e prticas (2). O projeto JIVE parte das recomendaes da Agenda
para o Voluntariado na Europa (PAVE) e do parece do Comit Econmico e Social Europeu (SOC/431
Polticas da UE e o Voluntariado) e pretender fornecer:
1) Um relatrio sobre a contribuio e valor atual dos voluntrios nos sistemas
de justia criminal na Europa para disseminao junto de organizaes
pblicas e no-pblicas relevantes e Organismos Europeus, baseado na
conceo e implementao de um inqurito eletrnico
2) Um guia de boas prticas sobre o recrutamento, formao e apoio devoluntrios, incluindo um mapeamento de processos e um programa de
formao de voluntrios
3) Realizar uma anlise das prticas atuais nos pases parceiros, de forma a
incluir um relatrio e recomendaes para uma cooperao eficaz
4) Organizar seminrios nos pases parceiros que sejam transversais aosetor de modo a explorar ideias e promover o recurso a voluntrios no SJC e
produzir um boletim informativo regular para destacar o progresso do
projeto
5) Uma conferncia final em Bucareste, na Romnia, para promover e demonstrar
o valor dos voluntrios no mbito do SJC e celebrar os sucessos do projeto
(1) As organizaes escocesas e norte-irlandesas no foram includas no estudo porque as competncias da Clinks abrangemapenas a Inglaterra e o Pas de Gales. / (2) Para ficar a saber mais visite o site oficial do projeto JIVE
Justice Involving Volunteers in Europe 7
Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
10/57
Metodologia de Trabalho
Metodologia de Trabalho Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Os resultados do estudo baseiam-se num modelo de investigao de aplicao nica, onde uma amostra de
programas de voluntariado, principalmente do setor da justia, analisada segundo critrios predefinidos. A
estratgia de recolha de dados multimtodo, sendo apoiada por duas ferramentas complementares:
um Formulrio de Triagem sob a forma de questionrio, que permite avaliar o desempenho de programas
em parmetros chave do voluntariado (parcerias, formao, monitorizao, superviso, avaliao,
comunicao/disseminao, gesto financeira) e prev a quantificao e diferenciao entre programas
atravs da cotao das diferentes dimenses; e um Questionrio de Partilha de Prticas, atravs do qual foi
recolhida informao mais descritiva (qualitativa) atravs de entrevistas escritas autoadministradas.
Foi utilizada uma amostra de convenincia. A sugesto foi que os parceiros JIVE selecionassem uma amostra
de programas de voluntariado no seu pas e que fossem classificadas no Formulrio de Triagem (dados
quantitativos). Depois disso, os resultados permitiram diferenciar, entre os programas selecionados, uma
amostra mais pequena destes (aqueles que obtivessem maior cotao em cada pas) fariam parte ento da
aplicao do Questionrio de Partilha de Prticas (dados qualitativos).
A amostra final para o estudo consistiu em 47 programas de voluntariado, dos quais 24 participaram no
processo de Partilha de Prticas. Os dados recolhidos foram analisados atravs de tcnicas de estatstica
descritiva (Formulrio de Triagem) e anlise de contedo (Questionrio de Partilha de Prticas), a par da
pesquisa e reviso bibliogrfica para produzir as concluses e recomendaes que so agora apresentadas.
Existem alguns pontos importantes a realar relacionados com a interpretao dos dados. O Sistema de Justia
Criminal, ao nvel europeu, , simultaneamente, altamente complexo e relativamente inexplorado. Dado este
contexto, a investigao na qual os dados se baseiam de natureza exploratria e no tem inteno outro propsito
alm de ser uma abordagem inicial de um tema que precisa de ser aprofundado. Neste sentido, os dados no
tm a pretenso de representar completamente os pases envolvidos, e qualquer extrapolao realizada ao nvel
de cada pas foram feitos meramente como indicao. No sentido mais estrito, apenas aplicvel aos programas
e organizaes que participaram na recolha de dados. Nesta tica, a implementao do prprio modelo de
investigao levou a algumas situaes que podem ter limitado, de alguma forma, o desenvolvimento do estudo.
Por exemplo, o significado de algumas questes colocadas nas ferramentas de recolha de dados qualitativospoder ter sido mal interpretado, o que em alguns casos pode ter levado a respostas ambguas e no estandardizadas
em algumas das questes. As situaes em que isto ocorreu sero notadas no texto.
Justice Involving Volunteers in Europe8
Figura 1 - Metodologia de Trabalho
InvestigaoDocumental
Desenho econceo deferramentas
Recolha dedados
Anlise einterpretao
de dados
Concluses erecomendaes
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
11/57
Envolvimento dos parceirose perfil da organizaoA ideia subentendida de envolver um vasto leque de pases no projeto JIVE serviu oobjetivo de:
Aumentar a representatividade dos programas de voluntariadoem termos da qualidade de avaliao
Comparar diferentes programas de voluntariado no setorde justia criminal a nvel Europeu, nomeadamente entre oNorte e Sul, Este e Oeste
Criar a possibilidade para a disseminao de um Manualde Voluntariado comum e Boas Prticas por um vastoleque de parceiros
Encorajar um melhor trabalho em parceria nos setorespblico, pblico-privado e de voluntariado
O processo de envolvimento das organizaes foi baseado nos seguintes critrios:
a) Experincia organizacional no campo da justia
b) Experincia organizacional no campo do voluntariado
c) Experincia organizacional e notoriedade em investigao
Justice Involving Volunteers in Europe 9
Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
12/57
A Aproximar pediu aos parceiros JIVE para identificar e envolver organizaes promotoras de programas de
voluntariado no Sistema de Justia Criminal com relevo, competncia e trabalho desenvolvido ao nvel nacional,
ou ainda em outros setores, como o sem fins lucrativos ou pblico. A ideia foi que as organizaes pudessem
partilhar prticas e trocar experincias com a parceria, de forma a contribuir para o desenho de um modelo
comum, relativamente ao desenho de programas de voluntariado e programas de formao de voluntrios.
Alm disso, foi tambm esperado que o processo de reviso dos pares e a perspetiva crtica adquirida, atravs da
experincia, tambm contribussem para a sustentabilidade e a solidez dos programas das organizaes
participantes.
O esforo que os parceiros JIVE colocaram no processo de identificao de organizaes com voluntrios e
com experincia em desenvolver programas de voluntariado, resultou no envolvimento de 47 organizaes,
representando 6 pases na Europa: Hungria, Holanda, Portugal, Romnia, Inglaterra e Pas de Gales. Neste
seguimento, o FT foi utilizado para avaliar os programas de voluntariado em termos de diversos fatores-chave
acerca das prticas e metodologias do voluntariado. Atravs do Formulrio de Triagem, os programas selecionados
foram avaliados segundo diferentes parmetros, incluindo: parcerias, formao, monitorizao, superviso,avaliao, comunicao/disseminao e gesto financeira. Em cada parmetro foi feita uma avaliao quantitativa
do desempenho de cada programa, tendo por referncia uma escala de valores pr-estabelecidos. A soma
dessas avaliaes parciais forneceu uma pontuao global que permitiu fazer uma distino entre programas.
Os pases que reuniram o maior nmero de programas foram Inglaterra e Pas de Gales (12), Hungria e Romnia
(10 cada). A maioria dos programas de voluntariado gerida por organizaes sem fins lucrativos (74,5%), uma
tendncia que seguida por cada pas representado, com a exceo da Romnia, onde as organizaes pblicas
contabilizaram a maioria dos programas de voluntariado (60,0%).
A investigao demonstrou tambm que as organizaes que acolhem programas de voluntariado trabalham
principalmente nos setores da interveno social e/ou justia (66,0% e 46,8%, respetivamente), com cerca de um
quarto delas (25,5%) a trabalhar em diversos campos.
Ao todo, as 47 organizaes/programas participantes declararam terem envolvido, at ao momento, um total de
69.668 de voluntrios. A Hungria mostrou ser o pas em que os programas envolveram mais voluntrios, seguido
da Holanda. Em todo o caso, esta informao deve ser lida com extremo cuidado, devido ao facto de nem todos
os programas terem utilizado o mesmo perodo de tempo para medir estes dados. Tal dever ser tido em contaquando for aplicado novamente o FT para que possa ser considerada uma medida fivel no que respeita
dimenso dos programas de voluntariado.
Justice Involving Volunteers in Europe10
Grfico 1 - Organizaes/programas por pas parceiro e tipo de organizao (N)
Fonte: Formulrio de Triagem, 2014
Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Hungria Itlia Holanda Portugal Romnia Inglaterrae Pas de Gales
Total
Programas Sem finslucrativos
Pblico
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
13/57
Os dados do Formulrio de Triagem mostram que a grande maioria dos programas de voluntariado referenciados e
avaliados (entenda-se todos os 47 programas) atingiram uma pontuao intermdia/boa (85,2%), facto que
antev um nvel de performance satisfatrio por parte dos programas ao nvel dos parmetros de avaliao
selecionados. Esta realidade est em concordncia com as expectativas existentes porque, como referido
anteriormente, os programas foram selecionados pela sua superior performance no contexto do seu pas.
Segundo os dados do FT, 42,6% dos programas pontuaram entre 75 e 100% (3) da pontuao possvel, embora
haja ainda, obviamente, muito espao para o melhoramento de muitas aes. Este o espao para o qual a
partilha de prticas e experincias pode ser relevante.
(3) Isto significa que 42,6% dos 47 programas atingiram pontuaes entre 75 e 100%
Justice Involving Volunteers in Europe 11
Grfico 2 Nmero de voluntrios por pas parceiro (N)
Fonte: Formulrio de Triagem, 2014
Grfico 3 Pontuaes do Formulrio de Triagem dos programas de voluntariado (% de programas)
Fonte: Formulrio de Triagem, 2014
Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Hungria
Itlia
Holanda
Portugal
Romnia
Inglaterra e Pas deGales
Intervalo de Pontuao em %
NdeProgramas(%)
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
14/57
54%(172)NGO/
third sector
Europeannetwork
Curiosamente, uma observao detalhada da pontuao do FT demonstra que os programas revelam um equilbrio
relativo na sua performance em quase todos os parmetros de avaliao, sendo a exceo a categoria das
parcerias em que os resultados foram significativamente altos (78,8%). No lado oposto, a rea da
comunicao/disseminao parece ser aquela onde os programas podem demonstrar uma performance mais
limitada (62,1%).
Mas se existe um relativo equilbrio no que diz respeito aos parmetros de avaliao selecionados, uma anlise
transversal por pas parceiro mostra que nem todos os pases exibiram os mesmos nveis de performance noque diz respeito a processos metodolgicos que sustentam os seus programas de voluntariado. Deste ponto de
vista, a Hungria, Inglaterra e Pas de Gales e a Holanda apresentam pontuaes de avaliao acima da mdia,
enquanto Portugal, Itlia e Romnia apresentam pontuaes mais baixas que podem indicar nveis de
performance inferiores.
Observar as mdias das pontuaes do FT por parmetro de avaliao de cada pas pode dar uma ideia de onde
estes trabalham melhor em termos das prticas e metodologias dos seus programas de voluntariado; pode
oferecer um banco de conhecimentos especializados valiosos que possa ser transfervel entre pases.
Justice Involving Volunteers in Europe12
Grfico 4 Pontuaes do Formulrio de Triagem, por parmetro de avaliao (%)
Fonte: Formulrio de Triagem, 2014
Grfico 5 Pontuaes do Formulrio de Triagem do pas (mdia do pas %)
Source: Evaluation Grid, 2014
Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Parcerias
Monitorizao
Formao
Superviso
Gesto financeira
AvaliaoComunicao/Disseminao
Pontuao dos programas (mdia %)
Pram
etrosdeavaliao
Hungria Inglaterrae Pas de Gales
Holanda MdiaGlobal
Portugal Itlia Romnia
Fonte: Formulrio de Triagem, 2014
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
15/57
Perfil dos Pases
Perfil dos Pases
Esta seco apresenta as pontuaes do Formulrio de Triagem dos pases participantes, destacando as
foras e necessidades de cada pas no que diz respeito aos parmetros de avaliao considerados. Dessa
perspetiva, claro onde os pases podem aprender uns com os outros e que a partilha de conhecimentos e
prticas pode ser um recurso valioso na UE, em paralelo com a salvaguarda da abordagem cultural e histrica
de cada pas ao voluntariado no setor da justia. Os pases so apresentados de acordo com o formulrio
de resultados das pontuaes (grfico 5).
A Hungria atingiu as pontuaes mais altas do FT de
todos os pases, apresentando resultados relativamente
equilibrados em todos os parmetros de avaliao.
De entre as foras do pas, uma tem de ser destacada:
Avaliao (89,5%)
A Hungria o pas onde as prticas de avaliao parecem
estar mais disseminadas e complexificadas. Os
programas hngaros geralmente misturam uma
avaliao contnua com abordagens mais estruturadas
e aprofundadas obtidas atravs das avaliaes iniciais
e finais.
Monitorizao (85,5%)
Em termos gerais, as prticas de monitorizao
consideradas no FT, tais como atividades de recrutamento,
atividades de iniciao, processos de tutoria e contratos
de voluntariado so generalizados entre os programashngaros.
Comunicao/Disseminao (78,0%)
Os programas hngaros recorrem a anncios de
recrutamento como uma estratgia de comunicao
e baseiam-se na comunicao de resultados e na
disseminao de eventos para a disseminao dos
programas.
Justice Involving Volunteers in Europe 13
Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Hungria
PERFIL DO PAS
Mdia do pas no FT (%)
Organizao/Tipo de organizao
N de programas
N de voluntrios
Foras do FT
Fraquezas do FT No significativa a um intervalo de 10%
Monitorizao,comunicao/disseminao, formao
% do Total
N
% do Total
N
Sem fins lucrativos (%)
Pblico (%)
Parcerias
Formao
Monitorizao
SupervisoAvaliao
Comunicao/ Disseminao
GestoFinanceira
Hungria Mdia Global
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
16/57
Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Inglaterra e Pas de Galesseguem-se nos resultados das pontuaes do FT, mostrando uma performance acima
da mdia no que diz respeito s prticas e metodologias de voluntariado em geral. De acordo com estes resultados,
as foras residem na monitorizao, formao e comunicao/disseminao.
Monitorizao (85,8%)
Todos os programas da Inglaterra e Pas de Gales utilizam os processos de envolvimento de voluntrios e atividades
de iniciao dos voluntrios. A maioria dos programas utilizam contratos de voluntariado e mais de metade tm
processos de tutoria.
Formao (80,4%)
Todos os programas da Inglaterra e Pas de Gales assumem que h formao contnua para os seus voluntrios, e
mais de metade tambm oferece programas de formao inicial. A formao feita em contexto de sala de aula
mas alguns programas utilizam uma abordagem mista.
Comunicao/Disseminao (75.8%)
As estratgias de comunicao da Inglaterra e Pas de Gales baseiam-se nos anncios de recrutamento; a maioria
dos programas contratou uma pessoa responsvel pela comunicao e/ou promoo, e mais de metade organizou
eventos de disseminao. Tambm colocam uma nfase forte no reporte dos resultados. Paralelamente s foras
em rea selecionadas, os programas da Inglaterra e Pas de Gales mostram dfices de performance significativos
(em termos relativos) na rea das parcerias, o campo onde os programas analisados em geral demonstram
melhores nveis de desempenho.
Acordos de parceria (67.9%)
Os acordos de parceria entre organizaes na Inglaterra e Pas de Gales baseiam-se ambos em acordos formais
e informais (como apropriado).
Justice Involving Volunteers in Europe14
Parcerias
Formao
Monitorizao
SupervisoAvaliao
Comunicao/ Disseminao
GestoFinanceira
Mdia do pas no FT (%)
Organizao/Tipo de organizao
N de programas
N de voluntrios
Foras do FT
Fraquezas do FT Parcerias
Monitorizao,comunicao/disseminao, formao
% do Total
% do Total
N
Pblico (%)
PERFIL DO PAS
Sem fins lucrativos (%)
N
Inglaterra e Pas de Gales
Inglaterra ePas de Gales
Mdia Global
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
17/57
AHolanda demonstra uma performance acima da mdia em vrios parmetros de avaliao, nomeadamente
na avaliao, superviso e gesto financeira.
Avaliao (80%)Os programas na Holanda normalmente misturam prticas de avaliao contnuas com esforos de avaliao
mais estruturados e aprofundados, quer sejam avaliaes iniciais, intermdias e/ou finais.
Superviso (76%)
Todos os programas holandeses que medimos tm superviso de voluntrios face-to-face, e mais de metade
combinam esta com superviso online. A superviso primeiro dirigida tanto interna como externamente aos
programas.
Gesto Financeira (74%)
Os programas holandeses so geralmente financiados tanto pela sua organizao de apoio, assim como por
outras fontes de financiamento, quer sejam patrocinadores ou outros.
Os resultados do FT da Holanda foram mais limitados ao nvel da comunicao/disseminao (para os quais
tambm pontuaram menos).
Comunicao/Disseminao (52%)
Mais de metade dos programas na Holanda geralmente no anuncia oportunidades de recrutamento, nem tm
um gestor de promoo ou se envolvem em eventos de disseminao.
Justice Involving Volunteers in Europe 15
Parcerias
Formao
Monitorizao
SupervisoAvaliao
Comunicao/ Disseminao
GestoFinanceira
Mdia do pas no FT (%)
Organizao/Tipo de organizao
N de programas
N de voluntrios
Foras do FT
Fraquezas do FT
% do Total
% do TotalN
Pblico (%)
PERFIL DO PAS
Sem fins lucrativos (%)
N
Holanda Mdia Global
Holanda
Avaliao, superviso,gesto financeira
Comunicao/ disseminao
Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
18/57
Em termos gerais, Portugal situa-se logo abaixo da mdia nas pontuaes globais do FT. No entanto, os
programas portugueses demonstram foras significativas de desempenho em vrias reas.
Superviso (80%)
Os programas portugueses prestam especial ateno a questes de superviso, promovendo na maior parte das
vezes abordagens de superviso mistas que combinam a superviso interna e externa, bem como estratgias de
superviso face-to-face e online.
Comunicao/Disseminao (76%)
A maioria dos programas portugueses considera promoo de gestores, a comunicao de resultados e eventos
de disseminao nas suas prticas de comunicao e disseminao. Mais de metade dos programas recruta
atravs de anncios.
Avaliao (74%)
Em termos gerais, os programas portugueses de voluntariado congregam procedimentos de avaliao contnuos
com outros momentos de avaliao (quer sejam avaliaes iniciais, intermdias ou finais) que so propcias a
anlises mais profundas.
Mas se as prticas de superviso e avaliao parecem ser duas das principais reas onde Portugal tem melhor
desempenho, os programas deste pas parecem no acompanhar os processos de monitorizao da mesma
forma.
Monitorizao (53%)
Mais de metade dos programas em Portugal recorre a processos de envolvimento e contratos com os voluntrios,
no entanto, poucos so aqueles que organizam atividades de iniciao ao voluntariado ou tm processos de
tutoria, atividades que poderiam eventualmente facilitar a iniciao dos voluntrios.
Justice Involving Volunteers in Europe16
Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Portugal
Mdia do pas no FT (%)
Organizao/Tipo de organizao
N de programas
N de voluntrios
Foras do FT
Fraquezas do FT
% do Total
% do TotalN
Pblico (%)
PERFIL DO PAS
N
Superviso,comunicao/disseminao, avaliao
Monitorizao
Parcerias
Formao
Monitorizao
SupervisoAvaliao
Comunicao/ Disseminao
GestoFinanceira
Portugal Mdia Global
Sem fins lucrativos (%)
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
19/57
Enquanto a Itlia apresenta um desempenho muito bom em alguns aspetos considerados no Formulrio de
Triagem, tais como gesto financeira e de parcerias, o desempenho dos seus programas noutros parmetros de
avaliao menos desenvolvido ou em alguns casos inexistente.
Parcerias (100%)
Os programas italianos utilizam uma combinao de acordos de parceria formais e informais que parece ser
robusta e orientada para longo prazo.
Gesto Financeira (90%)
Os programas na Itlia utilizam fontes mistas de financiamento, combinando o financiamento gerado pelas
prprias organizaes com patrocnios, o que pode evitar cenrios de dependncia de financiamento excessiva
de uma nica fonte.
Monitorizao (54%)
Mais de metade dos programas italianos, por norma, organizam processos para o envolvimento de voluntrios
e preveem atividades de iniciao ao voluntariado. No entanto, menos programas contemplam processos de
tutoria e nenhum deles parece abranger contratos de voluntariado.
Superviso (38%)
Devido a valores em falta nos Formulrios de Triagem italianos, no possvel esboar concluses mais claras
neste parmetro de avaliao. O que se pode afirmar que, quando presente, a superviso exclusivamente
desenvolvida em situaes face-a-face, com pouco nfase na utilizao de ferramentas como o Skype, por
exemplo.
Justice Involving Volunteers in Europe 17
Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Parcerias
Formao
Monitorizao
SupervisoAvaliao
Comunicao/ Disseminao
GestoFinanceira
Itlia Mdia Global
Itlia
Mdia do pas no FT (%)
Organizao/Tipo de organizao
N de programas
N de voluntrios
Foras do FT
Fraquezas do FT
% do Total
% do Total
N
Pblico (%)
PERFIL DO PAS
N
Parcerias, gesto financeira
Monitorizao, superviso,avaliao, comunicao/ disseminao
Sem fins lucrativos (%)
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
20/57
Comunicao/Disseminao (24%)
Os programas italianos de voluntariado no se focam em campanhas de recrutamento nem contratam um
responsvel para gerir a promoo. Quanto disseminao, embora frequentemente organizem eventos de
disseminao, no parecem partilhar os seus resultados proactivamente.
Avaliao (9%)
Os programas na Itlia no reportaram terem desenvolvido qualquer avaliao. Quando revm exerccios de
avaliao, estes so na maioria avaliaes iniciais, o que significa que no utilizam a avaliao como meio de
melhoramento (atravs de avaliaes contnuas ou exerccios intermdios) nem medem os resultados e o
impactos dos programas (atravs de avaliaes finais).
Por ltimo, a Romniademonstra um nvel mdio de desempenho em vrios parmetros de avaliao considerados
no FT, tais como comunicao/disseminao, monitorizao ou avaliao, enquanto noutras reas a pontuao
do pas mais limitada. O caso mais visvel nos acordos de parcerias e, especialmente, na gesto financeira.
Parcerias (59%)
Os programas romenos de voluntariado baseiam-se principalmente nos acordos de parceria formais e no se
envolvem em parcerias informais para apoiar o seu trabalho.
Gesto financeira (32%)
Mais de metade dos programas na Romnia recorre mais ao financiamento proveniente de outras fontes do que
a patrocnios ou recursos da prpria organizao, o que pode indicar um grau elevado de dependncia de
financiamento externo. Embora possa ser este o caso, tambm verdade que o setor pblico desenvolve/finan-cia a maior parte dos programas de voluntariado da Romnia (60%), facto que pode explicar os resultados
porque estes so financiados diretamente pelo governo.
Justice Involving Volunteers in Europe18
Romnia
Mdia do pas no FT (%)
Organizao/Tipo de organizao
N de programas
N de voluntrios
Foras do FT
Fraquezas do FT
% do Total
% do Total
N
Pblico (%)
N
No significativo num intervalo de 10%
Parceria; gesto financeira
Sem fins lucrativos (%)
Parcerias
Formao
Monitorizao
SupervisoAvaliao
Comunicao/ Disseminao
Gesto
Financeira
Romnia Mdia Global
PERFIL DO PAS
Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
21/57
Em resumo, a tabela seguinte estabelece uma comparao direta entre pases em termos das foras e fraquezas
das prticas dos programas de voluntariado, destacando onde cada pas pode melhorar o seu desempenho.
Justice Involving Volunteers in Europe 19
Tabela 1 Foras e fraquezas por pas e parmetro de avaliao
PARMETROS DO
FORMULRIO DE
TRIAGEM
PASES
Parcerias
Formao
Monitorizao
Superviso
Avaliao
Comunicao/Disseminao
Gesto
Financeira
INGLATERRAE PAS DE
GALESHUNGRIA ITLIA HOLANDA PORTUGAL ROMNIA
Abaixo damdia
Mdia Acima da mdia
Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
22/57
Resultados do Questionrio
de Partilha de Prticas (QPP)
O Questionrio de Partilha de Prticas serve para fornecer informao adicional sobre prticas e metodologias
dos programas de voluntariado. Esta ferramenta quase exclusivamente composta por questes abertas
que tm por objetivo clarificar as boas prticas dos programas relativamente a diversos temas chave do
setor, nomeadamente:
Planeamento dos programas e avaliao de necessidades
Envolvimento de voluntrios
Formao inicial dos voluntrios
Orientao/suporte de voluntrios
Superviso e avaliao
Para este propsito, foram selecionados 24 programas de voluntariado para participarem nas reas do
Quadro de Partilha de Prticas, servindo como critrio de seleo a sua avaliao no exerccio anterior. O
resultado apresenta um conhecimento mais pormenorizado de como os programas funcionam, bem como
informao em primeira mo sobre boas prticas que poderiam ser transferidas entre organizaes na
Europa.
Os dados recolhidos foram analisados atravs de tcnicas de anlise de contedo, atravs das quais os
dados foram categorizados e quantificados, sempre que possvel e apropriado. As categorias resultantes
so apresentadas na tabela abaixo.
Justice Involving Volunteers in Europe20
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
23/57
Justice Involving Volunteers in Europe 21
Tabela 2 Questionrio de partilha de prticas, dimenses e categorias de avaliao
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Planeamento do
programa e avaliao
de necessidades
Envolvimento de
voluntrios
Formao inicial do
voluntrio
Orientao/suporte
do voluntrio
Superviso e
Avaliao
Tipo de interveno
Planeamento
Orientao estratgica
dos programas
Avaliao das
necessidades
Canais de comunicao
Gesto da comunicao
Seleo de candidaturas
Materiais de suporte
Contedos
Mtodos de Formao
Apoio ao voluntrio
Processo de superviso
Tipo de avaliao
Especializada
Variada
Banco de voluntrios
Genrica
Integrado
Reativo
Cristalizado
Orientado para objetivos
Orientado para grupo alvo
Institucional/orientado para o processo
Foco nos objetivos
Foco integrado
Foco aberto
Marketing direto
Passa a palavra
Trabalho em rede
Anncios nos media
Canais de voluntariado
Dedicada
Genrica
Entrevista pessoal (inicial)
Treino de seleo/perodo de observao
Tarefas de trabalho/testes
Entrevistas de grupo/discusses
Entrevista pessoal (final)
Caderno de trabalho, manual ou guia do programa de voluntariado
Folhetos informativos/formativos
Conceitos, prticas e ticas do Voluntariado/mentorizao
Teoria, mtodos e tcnicas de interveno
Informaes e protocolos sobre servios de justia/legais/sociais
Informao do programa/organizao
Comportamento/problemas/necessidades do grupo alvo
Competncias sociais pessoais e interpessoais
Apresentaes/palestras
Estudos de caso
Role-plays/simulaes
Discusses/debates/brainstorming
Visualizaes de vdeos/filmes
Trabalhos de grupo
Visitas
Questes e respostas
ObservaoJogos
Apresentaes/palestras
Custos de viagem
Suporte do staff/grupo
Refeies
Encontros de superviso individual
Encontros de superviso de grupo
Relatrios/documentos escritos
Informal
Discusso de casos pelo staff
Telefone ou email
Baseada na satisfao dos beneficirios
Avaliao de mtodos mistos
Desenho quase-experimental
Desenho experimental
Nenhum
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
24/57
Planeamento do programa e avaliao de necessidadesAs organizaes que participaram no QPP desenvolvem diferentes estratgias consoante a forma como trabalham.
Embora seja verdade que mais de metade atua quase exclusivamente no setor da justia (54,2%), quando se
refere ao tipo de resposta que oferecem no seu campo de trabalho, encontramos uma variao significativa
entre organizaes. Segundo os dados do Questionrio de Partilha de Prticas, algumas organizaes focam-se
em vrios aspetos da oferta de servios no setor (contemplam uma resposta multifacetada, 7 casos), enquanto
outras desempenham intervenes especficas, especializadas (6). Um exemplo de um tipo de organizao
multifacetada a Prision Fellowship, do Reino Unido, que apoia reclusos em liberdade condicional e em fase de
liberdade, propiciando diferentes programas endereados s necessidades muitas vezes mltiplas dos beneficirios.
A Romania Foundation for Promoting Community Sanctions, por outro lado, foca-se numa interveno
especializada, implementando um programa onde o servio comunitrio pode ser desenvolvido num ambiente
seguro.
Cerca de 40% dos respondentes do QPP trabalham noutros campos que no o da Justia Criminal (aqui chamados
genricos, 9 casos). Significativamente ou no, uma anlise cruzada mostra que pases com um melhor desempenho
no FT tendem a ter mais organizaes relacionadas com o setor da justia e menos organizaes genricas. A
exceo regra a Romnia, cujas organizaes so todas dedicadas ao setor. Um exemplo de uma organizao
genrica a Critas Diocesana di Cagliari, que trabalha em vrias reas ligadas aos servios sociais e trabalho
voluntrio. Muitas organizaes parecem ter uma abordagem flexvel e orgnica para abordar as necessidades
de servios do utilizador; conduzindo processos de planeamento regularmente e ajustando-os s necessidades
emergentes e contextos (11 casos). Mostram que tm procedimentos de planeamento altamente internalizados,
bem adequados para um ambiente acelerado e em mudana. Um exemplo desta abordagem de planeamento
dado pela PACT, sediada em Inglaterra, uma organizao que assume a reviso e a mudana como uma parte
natural dos seus parmetros de trabalho, seja ao nvel do projeto ou como uma ferramenta de trabalho.
Justice Involving Volunteers in Europe22
Grfico 6 Tipo de intervenes das organizaes do QPP (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Especializada
Multifacetada
Genrica
Banco de Voluntrios
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
25/57
Nas etapas iniciais da concesso de um projeto, procuramos perceber qual o objetivo do projeto e
tentamos desenvolv-lo com os recursos necessrios logo desde a etapa inicial. No entanto, se existe uma
necessidade inesperada para um recurso adicional, normalmente reunimos como equipa e revemos
sistemas e processos, discutindo numa dessas reunies os recursos extra necessrios. Se existe um casofinanceiro srio, adicionamos o recurso extra. () Os mentorandos e mentores encontram-se ento na
comunidade (ou localizao relevante) para perseguir as suas metas. Os mentores submetem os seus
contactos ao coordenador dos voluntrios para se manterem atualizados acerca do progresso da relao.
Este processo foi criado ao longo de uma srie de encontros entre a equipa onde pilotmos esta forma de
trabalhar, reunindo posteriormente para rever como funcionou. Pedimos o feedback de todos os nossos
stakeholders envolvidos no processo e fizemos mudanas baseadas nestes resultados. O desenvolvimento
dos nossos processos um ciclo contnuo. (PACT, Questionrio de Partilha de Prticas, 2014)
Como referido anteriormente, este parece ser o caso para muitas organizaes/programas mas os dadostambm mostram que um conjunto significativo de casos (4) pode no alterar a sua forma inicial de trabalhar,
independentemente das novas circunstncias que possam surgir. Trata-se das organizaes que esto to
estabelecidas na sua forma convencional de proceder e que por isso no abraam a mudana facilmente. Esta
cristalizao, se real, pode diminuir o desempenho global da organizao na consecuo dos seus objetivos.
um facto que a maior parte dos programas parecem estar focados em objetivos definidos, nomeadamente
aqueles relacionados com questes de justia (13). Alguns objetivos so definidos de uma forma mais clara e
concisa, como os programas TAMOP da Hungria que tentam apoiar o grupo alvo na reinsero tanto no campo
social como no mercado de trabalho e diminuir o risco de reincidncia, enquanto outros so formulados mais
vagamente, como a Olhar com Saber de Portugal que tenta alcanar a promoo e desenvolvimento da
comunidade numa perspetiva familiar e social (7). Os programas da Itlia so todos orientados para objetivos.
(4) Traduo do autor
Justice Involving Volunteers in Europe 23
Grfico 7 Tipo de planeamento das organizaes do QPP (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Incorporado
Reactivo
Cristalizado
Sem Informao
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
26/57
Mas se isto verdade para a maior parte dos programas,
tambm existe uma parte significativa de programas
(6) que so mais orientados para um grupo alvo
especfico, a cujas necessidades atendem indepen-dentemente da definio de um objetivo especfico.
Este o caso, por exemplo, do Gevangenenzorg
Nederland da Holanda, que se foca no apoio
populao reclusa de uma forma geral. O que cara-
teriza estes programas so que o mais importante
apoiar o grupo alvo, independentemente da natureza
das necessidades que apresentem.
Ainda podemos realar outro tipo de programas, os
que funcionam de forma mais institucional/processual
(4). Este o caso dos programas romenos que parecem
focar-se no apoio ao trabalho regular do sistema dejustia ou em atividades/processos e benefcios para
os voluntrios, mais do que nos objetivos ou
necessidades dos grupos alvo. Um fator que pode
contribuir para isto o facto de estes programas
serem promovidos por instituies pblicas ou
estarem relacionados com o setor de justia
romeno.
O risco de desenvolver estratgias sem um objetivo claramente definido que o programa pode perder o foco
do que est a tentar atingir e que a utilizao de recursos no resulte nos resultados desejados.
Segundo os acordos de planeamento e estratgia que tm os programas do QPP abordaram a questo da
avaliao de necessidades de uma forma diferente.
Alguns programas so focados em objetivos, ou seja, as necessidades que abordam so inextricavelmente
entrelaadas com um objetivo claramente definido que o programa pretende alcanar (9). Este o caso do
The Koester Trusts Arts Mentoring Programme, sediado no Reino Unido, que emergiu da necessidade
identificada de possibilitar aos reclusos prosseguirem com o seu interesse nas artes aps a libertao e reduzir
a probabilidade de reincidncia:
Justice Involving Volunteers in Europe24
Grfico 8 QPP Orientao da estratgia de trabalho dos programas (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Orientada para objetivos
Orientada para o grupo alvo
Institucional/orientada paraprojetos
Sem informao
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
27/57
Houve muitas evidncias informais de que reclusos que se dedicaram s artes enquanto na priso querem
continuar quando so libertados mas, na prtica, no conseguem faz-lo. Tal como muitos outros hbitos
positivos e planos feitos em custdia, a atividade das artes frequentemente se perde na difcil transio de
regresso vida no exterior. Houve tambm muitas evidncias da investigao de que os ex-reclusos somais vulnerveis reincidncia se estiverem desempregados, socialmente isolados, forem sem-abrigo ou
consumirem drogas. A participao nas artes pode ajudar a desenvolver competncias de empregabilidade,
autoestima elevada, colaborao com outros e um sentimento de um propsito na vida. Por isso faz sentido
que, se os reclusos inclinados para as artes puderem ser apoiados para manterem os seus interesses criativos
aps a libertao, isto no apenas manter o seu envolvimento nas artes mas tambm ter benefcios mais
amplos para eles e para outros, potencialmente quebrando um ciclo de reincidncia. (The Koestler Trust,
Arts Mentoring Programme, Proactive Exchange Framework, 2014)
Outros programas de voluntariado tm um foco aberto. No demonstram uma definio clara na persecuode uma meta, nem procuram identificar um conjunto definido de necessidades, mas abordam as necessidades
que surgem no contexto em que operam, qualquer que seja a natureza das prprias necessidades (8). Mais uma
vez, o Prison Fellowship no Reino Unido um bom exemplo deste tipo de programas, baseando as suas respostas
nas necessidades que emergem das prises em que intervm.
Finalmente, cerca de 20% dos programas focam-se nas necessidades que mais prevalecem no contexto em que
trabalham (foco integrado, 5 casos). Este o caso do NECA Recovery Ambassadors, sediado no Reino Unido,
cujo trabalho cobre todos os aspetos da oferta de servios no que diz respeito s pessoas em reabilitao.
Justice Involving Volunteers in Europe 25
Grfico 9 Processo de avaliao de necessidades das organizaes do QPP (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Focado emobjetivos
Foco integrado Foco aberto Sem informao
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
28/57
Envolvimento dos voluntriosA maior parte das organizaes que participaram no questionrio de partilha de prticas utilizam canais de
comunicao mltiplos para organizar o recrutamento. Em mdia, cada organizao utiliza pelo menos dois
canais diferentes, com a exceo das organizaes inglesas e galesas que frequentemente utilizam mais (3-7
em mdia). Os canais mais frequentemente usados so, de longe, o marketing direto (21) seguido do passa a
palavra (16) e o trabalho em rede (15). Apenas um tero das organizaes utilizam anncios nos media como
canal de recrutamento (8) e apenas organizaes sediadas em Inglaterra e no Pas de Gales referem a utilizao
de canais especficos de voluntariado, nomeadamente centro locais de voluntrios e portais web de voluntaria-
do, embora estes tambm existam na Alemanha e Holanda.
A gesto dos canais de comunicao de recrutamento varia entre programas. Em alguns casos a responsabilidade
atribuda ao coordenador do programa, ao coordenador de voluntariado ou at a voluntrios experientes
(genrico, 9), enquanto noutros casos a responsabilidade fica no domnio de um departamento de comunicaes
dedicado ou de um gestor (5). Segundo os resultados do Questionrio de Partilha de Prticas, os canais de
comunicao mais importantes para o recrutamento so o passa a palavra, as redes sociais/Facebook e os
anncios em sites. Algumas instituies afirmam tambm que uma estratgia eficaz no recrutamento de voluntrios
apresentar estudos de caso ou histrias de mudana promovidas pelo programa.
(5) O servio foi ganho e assumido pela organizao designada Lifeline http://www.lifeline.org.uk
Quando se candidatam a uma posio de voluntrio,
os possveis candidatos geralmente registam-seonline (candidaturas em sites ou por email, 14), ou por
telefone (8) ou contacto pessoal nas instalaes da
organizao (6). A candidatura geralmente formali-
zada atravs de um formulrio de candidatura, pacote
ou dossi. Seguidamente candidatura, todos os
programas de voluntrios tm um processo inicial de
seleo para aceder a requisitos mnimos para as
candidaturas. Depois, o processo geralmente continua
com uma entrevista (17) que na maioria dos casos
individual (16). Outras prticas de seleo, menos
comuns, podem incluir formaes curtas ou perodosde observao (6), tarefas de trabalho/testes (2) ou
at uma entrevista final (1). Na maioria dos casos
conhecidos, a responsabilidade da seleo de voluntrios
recai sobre uma nica pessoa (11), geralmente um
coordenador, supervisor ou diretor de equipa ou de
programa, embora em alguns destes casos a deciso
da seleo possa envolver a participao de outras
partes (3).
Justice Involving Volunteers in Europe26
Grfico 10 Canais de comunicao de envolvimento dos programas do QPP (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Marketingdireto
Passa palavra Trabalhoem rede
Canais devoluntariado
Anncios nosmedia
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
29/57
Finalmente, aps o processo de seleo, a colocao de voluntrios no seu local de trabalho geralmente
acompanhada pela designao de um supervisor local que supervisiona a atividade dos voluntrios. Os descritivos
de funo tendem a no existir e apenas alguns programas parecem envolver-se num processo de correspon-
dncia entre voluntrios designados e agncias de colocao (dois casos).
Formao inicial de voluntriosA maior parte dos programas de voluntariado que participaram no QPP tm algum tipo de formao inicial
formal dirigida para novos voluntrios (21). Esta uma caraterstica positiva, mas tambm significa que existem
programas que no desenvolvem este tipo de iniciativas, ou fazem-no de forma altamente informal.
Entre os programas que desenvolvem formaes de iniciao formais para novos voluntrios, muitos parecem
aludir utilizao de materiais de apoio formao (9 programas). Entre aqueles que usam estes materiais, a
preferncia vai para um programa ou manual de trabalho do voluntrio (8 casos) ou para folhetos informativos/-
formativos (6). Na grande maioria dos casos, nem o programa de formao nem os materiais de formao so
acreditados ou certificados (16).
Justice Involving Volunteers in Europe 27
Grfico 11 Momentos de seleo de candidaturas dos programas do QPP (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Grfico 12 Materiais de suporte da formao de iniciao dos voluntrios (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Entrevista pessoal (inicial)
Treinos de seleo/perodo de observao
Misses de trabalho/testes
Entrevista de grupo/discusses
Entrevista pessoal (final)
Sem informao
Manual de trabalho ouguia do programa
ou voluntrio
Folhetos informativos/formativos
Outros materiaisde formao
Sem informao
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
30/57
Quer desenvolvam aes de formao inicial mais formais e estruturadas ou abordagens de trabalho mais informais,
abordagens contnuas e formaes em contexto de trabalho, os programas frequentemente focam os seus
contedos de formao em: conceitos, prticas e ticas de voluntariado/mentoria (13), teoria, mtodos e
tcnicas de interveno (11), informao e protocolos sobre servios legais/sociais/justia (11), e informao
sobre os programas/organizaes (9).
Os contedos dos programas parecem variar ligeiramenteentre pases. Temas relativos a conceitos, prticas e ticas
do voluntariado/mentorizao parecem ser mais
comuns na Inglaterra e Pas de Gales, Holanda e Portugal
do que noutros pases; teorias, mtodos e tcnicas de
interveno parecem ser abordados mais frequentemente
na Romnia, Portugal e Inglaterra e Pas de Gales;
informaes e protocolos sobre servios legais/sociais e
de justia so o tema mais recorrente na Hungria,
Inglaterra e Pas de Gales e Romnia.
No que concerne ao formato da formao inicial, a
formao informal feita no contexto de trabalho (3
casos), enquanto a formao formal principalmente
desenvolvida em contextos de sala de aula (16) ou, em
alguns casos, de modo combinado, misturando o
formato clssico de sala de aula com suporte online
(5 casos). Os programas italianos e romenos no
apresentam casos de aes de formao online e no
existem casos de formao desenvolvida exclusivamente
em modo online.
Posto este cenrio, o tipo de mtodo de formaomais comum nas situaes formais de formao so
as apresentaes/palestras (19 programas), estudos
de caso (15), role-plays/simulaes (12) e discusses
/debates/brainstorming (11). Pases como a Inglaterra
e Pas de Gales, Romnia, Hungria e Itlia utilizam
uma matriz mais vasta de mtodos de ensino comparados
com a Holanda ou Portugal, onde o nmero mdio de
mtodos usados menor.
Justice Involving Volunteers in Europe28
Grfico 13 Contedos da formao inicial dos voluntrios (N)
Source: Practices Exchange Framework, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Conceitos, prticas e ticas do voluntariado/mentorizao
Teoria, mtodos e tcnicas da interveno
Informao e protocolo dos servios de justia e ....
Informao do programa/organizao
Comportamento/problemas/necessidades do grupo alvo
Skills sociais pessoas e interpessoais
Sem informaes/Contedos apresentados
Outros contedos
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
31/57
No respeitante ao perfil do formador, os programas avaliados valorizam formadores que tm um forte
conhecimento/experincia sobre os contedos da formao (9 programas) bem como conhecimento/experi-
ncia em posies de formao/ensino (7). Outras caratersticas procuradas incluem: certificao/acreditao
do formador (5), qualificaes formais na temtica (5) e soft skills/competncias sociais (3).
Em mdia, os eventos de formao inicial duram geralmente at trs dias e decorrem ao longo de, no mximo,
30 horas. O nmero mdio de formandos nos programas de aproximadamente 18 pessoas. Esta mdia mais
baixa em Portugal (17,5%), Holanda (17,3%) e, especialmente, Inglaterra e Pas de Gales (11,8%) do que noutros
pases.
Justice Involving Volunteers in Europe 29
Grfico 14 Mtodos de iniciao de voluntrios (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Grfico 15 Nmero de formandos da formao de iniciao de voluntaries (media do pas)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Apresentaes/palestras
Estudos de caso
Role-plays/simulaes
Discusses/debates/brainstorming
Visualizao de vdeos/filmes
Trabalhos de grupo
Visitas
Questes e respostas
Observao
Jogos
Apresentaes/palestras de convidados escolhidosOutros mtodos
Hungria Itlia Holanda Portugal Romnia Inglaterra e
Pas de Gales
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
32/57
Orientao/formao de voluntriosSegundo os dados do FT, a maior parte dos programas de voluntariado recorrem a contratos de voluntariado
(70,2%), uma ferramenta que propensa a facilitar a colocao dos voluntrios no local de trabalho. Alm disso,
o Questionrio de Partilha de Prticas sugere que, embora menos comum, os programas tambm utilizam
outros mtodos, incluindo a contratao de um supervisor/mentor no local de trabalho (8), apresentao do
staff (5), monitorizao da relao voluntrio-cliente pela organizao do programa (4), ou perodo de experi-
mentao/teste (4).
A maior parte dos programas apresentam procedimentos de monitorizao referentes ao processo de acompa-
nhamento dos voluntrios. Os procedimentos mais frequentes para a tarefa so os encontros regulares de
superviso/monitorizao/avaliao (14 casos) e documentos, relatrios e preenchimento de formulrios (10
casos). Quanto regularidade dos procedimentos de monitorizao, em 33,3% dos casos os eventos de monitorizao
ocorrem pelo menos a cada dois meses, embora a falta de informao sobre esta varivel no permita muita
exatido nesta afirmao. A Itlia parece ser o pas onde os processos de monitorizao so menos comuns.Finalmente, no que se refere orientao/apoio dos voluntrios, a maioria dos programas apresenta algum tipo
de suporte para os voluntrios durante o seu trabalho dirio. O mais frequente este apoio ser direcionado para
cobrir despesas de viagens (11 programas) ou, em menos casos, despesas de refeies (5). Noutros casos, as
iniciativas de suporte aos voluntrios podem assumir a forma de consultas ou eventos de aconselhamento,
geralmente conduzidos pelo staff, grupos de pares ou suporte externo (7 casos). Cerca de 30% dos programas
no oferecem qualquer tipo de apoio aos voluntrios, nomeadamente aqueles situados em Portugal (3 casos) e
Itlia (3 casos).
Justice Involving Volunteers in Europe30
Grfico 16 Apoio aos voluntrios (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Despesas deViagens
Refeies Sem informao/Apoio
Apoio da equipa/grupo
Outros
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
33/57
Superviso e avaliaoO Questionrio de Partilha de Prticas mostra que os programas de voluntariado geralmente incorporam reunies
de superviso, em que os promotores supervisionam o trabalho dos voluntrios. Estas reunies so geralmente
feitas individualmente (10 casos), embora algumas das organizaes desenvolvam reunies de superviso em
grupo (exclusivamente ou de modo complementar, 5 casos). Em muitas circunstncias, o papel de superviso atribudo aos lderes do programa, instrutores do curso ou tutores de voluntrios (10 casos), caso no se verifique,
a responsabilidade geralmente recai sobre o staff dos programas (4 casos). Por outro lado, trs programas
declararam ter apenas um tipo informal de superviso, sem momentos estruturados ou ferramentas especficas.
De modo semelhante, 75% do nmero total de programas (18 casos) no deu informaes sobre a frequncia
com que os seus processos de superviso ocorrem, o que pode indicar que o grau de informalidade pode ser
superior ao declarado.
Quanto avaliao, um nmero elevado de programas no forneceu informaes sobre o seu sistema de
avaliao ou afirmaram que no possuam um (15). Entre aqueles que tm um, o sistema baseia-se na satisfao
do cliente/beneficirio (5) ou, em menos casos, em sistemas mais complexos e robustos. Nesta rea, se os dados
do FT mostraram que a Hungria o pas onde a avaliao est mais presente, em termos de perodos de tempo,
Portugal e a Inglaterra e Pas de Gales so os pases onde os programas podem abranger procedimentos de
avaliao mais robustos, incluindo mtodos de avaliao mistos e quase-experimentais e sistemas de avaliao
experimental.
Justice Involving Volunteers in Europe 31
Grfico 17 Procedimentos de superviso dos programas do Questionrio de Partilha de Prticas (%)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Grfico 18 Procedimentos e modelos de avaliao dos programas do QPP (N)
Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014
Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Reunies desupervisoindividual
Reunies desupervisode grupos
Relatrios/Documentos
escritos
Informal Discussesde casosdo staff
Telefoneou email
SemInformao
Sem informao/no tem um sistema de avaliao
Baseada na satisfao dos beneficirios
Avaliao com mtodos mistos
Desenho experimental
Desenho quase experimental
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
34/57
Destaques da Anlise dos
Programas de Voluntariado
Destaques da Anlise dos Programas de Voluntariado Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Segundo os parmetros de avaliao selecionados para o estudo, a maioria dos programas de voluntariado
avaliados mostram um desempenho global positivo em termos de prticas e metodologias relacionados com
o voluntariado. O desempenho dos programas parece ser melhor ao nvel dos acordos de parceria, enquanto
reas como a comunicao e a disseminao parecem estar menos desenvolvidas.
Segundo os resultados do estudo, a melhor estratgia de comunicao para o recrutamento de voluntrios
uma mistura do informal passa-palavra, trabalho em rede atravs dos media e marketing direto atravs de
anncios em sites. Em todo o caso, h programas que ainda se baseiam apenas em prticas de anncios informais
e onde a responsabilidade pelo recrutamento no assumida e/ou desvalorizada.
Quanto disseminao, alguns programas no reportam
resultados, enquanto outros no preveem estratgias de
disseminao. A informao relevante se pensarmos
que a apresentao dos casos dos programas na forma de
estudos de caso ou histrias so considerados por alguns
como uma forma muito efetiva de atrair potenciais
voluntrios.
No que concerne ao planeamento de programas, as boas
prticas comuns relacionam-se com uma abordagem de
planeamento flexvel e contnua que tenha elevada
capacidade de resposta a um ambiente em rpida
mudana (planeamento inserido). O foco est em
objetivos e resultados claramente definidos, com uma
forte ligao a necessidades especficas do grupo alvo.
Embora isto seja verdade para um nmero muito
significativo de programas, outros casos parecem terprocedimentos de planeamento mais rgidos e um foco
forte em necessidades emergentes e processos,
caratersticas estas que a longo prazo podem reduzir a
eficcia e eficincia de um programa. A formao dos
voluntrios o terceiro parmetro com a pontuao mais
elevada do FT, logo depois dos procedimentos de
monitorizao. Contudo, denote-se que alguns progra-
mas no tm programas de formao preparados para os
seus voluntrios e muitos deles no se socorrem de
quaisquer materiais de apoio formao durante os
eventos de formao que organizam.
No que diz respeito ao contedo, os temas recorrentes so os
conceitos, prticas e ticas de voluntariado/mentorizao,
teoria, mtodos e tcnicas de interveno, informao e
protocolos sobre servios legais/sociais ou de justia e,
finalmente, informao sobre programas/organizaes. A
formao apresentada de modo multifacetado. A maioria
dos programas recorrem a contratos de voluntariado mas na
maior parte dos casos no parece existir quaisquer materiaisde descrio de responsabilidades e atividades para orientar a
colocao de voluntrios. Alm disso, parece ser raro os
programas desenvolverem processos de correspon-
dncia entre voluntrios e clientes do servio. Muitos
programas no providenciam qualquer tipo de apoio
econmico, ou material substancial, aos voluntrios que
possa ser considerado. Finalmente, segundo os resultados
do Questionrio de Partilha de Prticas, muitos programas de
voluntariado parecem fugir avaliao formal e, entre aqueles
que utilizam avaliao, o sistema principal de avaliao
baseado na satisfao dos beneficirios. Nesta matria, se
quisermos compreender completamente o impacto do
voluntariado no setor da justia ou outro setor, e se suposto
o conhecimento ser usado para melhorar o desenvolvimento
de programas, ento a avaliao deveria ser mais
generalizada, frequente e implementada com sistemas mais
minuciosos. Baseada nas concluses da investigao, a tabela
seguinte apresenta uma srie de boas prticas para os
diferentes componentes dos programas de voluntariado.
Justice Involving Volunteers in Europe32
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
35/57
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
36/57
Recomendaes
Recomendaes Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
Com base nos resultados do estudo, so recomendadas aes para melhorar as seguintes reas:
Programas de voluntariado
Trabalho em parceria
Investigao
Poltica
AO NVEL DOS PROGRAMAS DE VOLUNTARIADO
1. Promover a adoo de abordagens de planeamento baseadas nos resultados, focando os programas e a
gesto dos programas em resultados claramente definidos a mdio e longo prazo que reforcem efetivamente a
mudana social
2. Facilitar a distribuio de voluntrios, recorrendo a processos de correspondncia entre voluntrios e a oferta
da organizao promotora de voluntariado, bem como desenvolvendo ferramentas de apoio colocao dosvoluntrios e desta forma melhorar a eficincia. Uma das ferramentas de apoio poder ser, por exemplo, o
descritivo de funes.
3. Adotar prticas formais de formao inicial de voluntrios, focadas em contedo e temas selecionados, suportadas
por uma abordagem de formativa que recorre a mtodos mistos com materiais de apoio especializados
4. Desenvolver um currculo e um programa de formao para as prticas de iniciao ao voluntariado, baseados
em contedos e mtodos de formao validados, e apoiar o desenvolvimento de um perfil de formador de
voluntrios do Sistema de Justia Criminal
5. Definir requisitos mnimos de superviso para garantir que todos os voluntrios recebem algum apoio por
parte dos pares ou profissionais, e que este apoio sirva parapara alargar o ciclo de vida do voluntariado
6. Adotar uma abordagem de monitorizao e avaliao mais robusta, passando a uma abordagem mais formalizada
de forma a conceber os melhores sistemas e utilizar as ferramentas mais eficazes (documentao da atividade,
abordagens de investigao com mtodos mistos e desenhos experimentais)
7. Investir fortemente e promover consistentemente o trabalho entre setores, incentivando a partilha de boas
prticas como um recurso para a inovao do processo e do contexto
8. Promover a criao de um padro de referncia para programas de voluntariado que permitir a comparao
e estandardizao a larga escala na Europa.
Justice Involving Volunteers in Europe 34
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
37/57
AO NVEL DAS PARCERIAS FORMULRIO DE TRIA
GEM E QUESTIONRIO DE PARTILHA DE PRTICAS
1. Promover a criao de uma rede europeia focada na
partilha de boas prticas e no desenvolvimento de
requisitos mnimos para programas de voluntariado no
SJC
2. Aprofundar o desenvolvimento de ferramentas de
recolha de dados que permitam o estudo das prticas de
voluntariado nos sistemas de justia da Unio Europeia
3. Lanar propostas para projetos de aprendizagem
mtua entre pases que se baseiem nos resultados desta
investigao, colmatando lacunas e reforando pontos
fortes
4. Publicar anualmente os resultados e impactos do
voluntariado no SJC como estratgia para promover as
organizaes de voluntariado a trabalhar nesse setor
5. Criar abordagens em parceria para colmatar dfices e
custos na comunicao e disseminao
6. Promover a formao colaborativa para tirar
vantagem da possibilidade de escala e criatividade, de
modo a assegurar uma mensagem de referncia e
reduzir custos de servio7. Estabelecer referncias mnimas e comuns para
avaliar a qualidade das organizaes e/ou programas de
voluntariado
AO NVEL DA INVESTIGAO
1. Aprofundar o estudo sobre a prtica de voluntariado
no Sistema de Justia Criminal, nomeadamente atravs
do desenvolvimento de estudos a larga escala que
possam refletir um panorama mais fidedigno (repre-
sentativo) do tema
2. Melhorar o Formulrio de Triagem e o Questionrio
de Partilha de Prticas para facilitar a avaliao das
atuais prticas de voluntariado, a identificao de
necessidades, a partilha de prticas e a organizao de
eventos e projetos de aprendizagem mtua
3. Desenvolver Indicadores Chave de Desempenho
que possam acompanhar a evoluo dos programas de
voluntariado
AO NIVEL DAS POLTICAS
1. Introduzir padres de qualidade na formao dos
voluntrios, criando requisitos mnimos para o currculo
de formao, programas e formadores de voluntrios
2. Incrementar o apoio para a partilha de prticas,
conhecimento e experincia ao nvel de programas de
voluntariado no Sistema de Justia Criminal e enfatizar a
sua importncia no mbito dos programas financiados
pela UE que abordam a mobilidade, o intercmbio trans-
nacional e a aprendizagem mtua
3. Apoiar a criao de medidas e ferramentas para
facilitar a partilha de prticas, experincia e
conhecimento entre voluntrios envolvendo
organizaes do SJC
Justice Involving Volunteers in Europe35
Recomendaes Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
38/57
Bibliografia
Bibliografia Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
APCC Associao de Paralesia Cerebral de Coimbra (No datado) Vontades Solidrias na APCC
Manual do Voluntario. APCC, Coimbra, printed document.
Dibb, Liz and Hopper, Roma (2009) Volunteering with offenders in the Community A Resource Pack to
support and train Voluntary, Statutory and Community Sector Staff and Volunteers. Clinks,London.
Fundacin la Caixa Observatorio del Tercer Sector (2009) Manual de Gestin del Voluntariado.
Fundacin la Caixa, Barcelona.
Fundacin la Caixa Observatorio del Tercer Sector (2007) Buenas Prcticas en La Gestin del Volun-
tariado. Fundacin la Caixa, Barcelona.
Jacob, Lus (2006) Curso de Gesto do Voluntariado manual de acompanhamento do curso. Cadernos
Socialgest, N1, Socialgest, printed document
Martins, Melissa (2011) Voluntariado nas Prises. Academic research conducted for the School of Socio-
logy and Public Policy from the Lisbon Universitary Institute in Lisbon (ISCTE-IUL), printed document.
Morra-Imas, Linda G. and Rist C. (2009) The road to results: designing and conducting effective develo-
pment evaluations. The World Bank, Washington DC.
Silva, Augusto Santos and Pinto, Jos Madureira (orgs.) (1999) Metodologia das Cincias Sociais. 10th
Edition, Afrontamento, Oporto.
Watkins, Ryan, West Meiers, Maurya and Visser, Yusra Laila (2012) A Guide to Assessing Needs Essential
Tools for Collecting Information, Making Decisions, and Achieving Development Results. The World
Bank, Washington DC.
Justice Involving Volunteers in Europe 36
-
7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
39/57
Glossrio
Glossrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal
TIPO DE INTERVENO DAS ORGANIZAES
ESPECIALIZADA
Trabalha exclusivamente numa rea de servio, desenvolvendo uma interveno especfica
DIVERSIFICADA
Trabalha exclusivamente numa rea de servio, cobrindo diferentes aspetos da oferta do servio naquela rea
BANCO DE VOLUNTRIOS
Disponibiliza voluntrios para outras organizaes
GENRICA
Trabalha em diferentes reas de servio
PLANEAMENTO
PLANEAMENTO INTEGRADO
Estratgia de planeamento flexvel e contnuo
PLANEAMENTO REATIVO
O planeamento desenvolvido como uma resposta a mudanas que afetam a organizao ou programa
PLANEAMENTO CRISTALIZADO
Foi conduzido um processo de planeamento no incio da organizao ou etapa inicial mas no houve esforos
de planeamento conduzidos desde ento.
ORIENTAO DA ESTRATGIA DE TRABALHO
ORIENTAO PARA OBJETIVOS
O programa de voluntariado est focado num objetivo claramente definido
ORIENTADA PARA O GRUPO ALVO
O programa de voluntariado est focado num grupo alvo especfico
ORIENTADA PARA A INSTITUIO/PROCESSO
top related