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Ensino de qualidade focado em concursos.
1
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Sumário
CONHECIMENTOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .................................................................... 5
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ............................................................................................................ 6
FONOLOGIA ................................................................................................................................. 10
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 12
SEMÂNTICA .................................................................................................................................. 14
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 15
FIGURAS DE LINGUAGEM .......................................................................................................... 17
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 19
ORTOGRAFIA ............................................................................................................................... 21
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 23
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS ......................................................................... 24
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 26
MORFOLOGIA .............................................................................................................................. 27
SUBSTANTIVO ........................................................................................................................................................ 27
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 30
ADJETIVO ................................................................................................................................................................. 31
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 33
VERBO ...................................................................................................................................................................... 35
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 39
PRONOME ................................................................................................................................................................ 41
PREPOSIÇÃO .......................................................................................................................................................... 47
CONJUNÇÃO ........................................................................................................................................................... 48
INTERJEIÇÃO .......................................................................................................................................................... 52
ADVÉRBIO ............................................................................................................................................................... 53
ARTIGO ..................................................................................................................................................................... 56
NUMERAL ................................................................................................................................................................. 57
CONCORDÂNCIA NOMINAL E CONCORDÂNCIA VERBAL ...................................................... 58
CONCORDÂNCIA NOMINAL ................................................................................................................................ 58
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 59
CONCORDÂNCIA VERBAL .................................................................................................................................. 61
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 64
Ensino de qualidade focado em concursos.
3
REGÊNCIA NOMINAL E REGÊNCIA VERBAL ........................................................................... 66
REGÊNCIA NOMINAL ............................................................................................................................................ 66
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 66
REGÊNCIA VERBAL .............................................................................................................................................. 68
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES ............................................................................................................. 70
CRASE .......................................................................................................................................... 72
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES ............................................................................................................. 75
SINTAXE: A FUNÇÃO DAS PALAVRAS NA FRASE .................................................................. 77
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: ............................................................................................................... 77
O SUJEITO E O PREDICADO .............................................................................................................................. 77
CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO .......................................................................................................................... 78
PREDICADO ............................................................................................................................................................. 79
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO: ........................................................................................................... 81
OBJETOS DIRETO E INDIRETO, COMPLEMENTO NOMINAL E AGENTE DA PASSIVA ..................... 81
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO: ADJUNTOS ADNOMINAL E ADVERBIAL E APOSTO .......... 82
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 83
PERÍODO COMPOSTO .......................................................................................................................................... 85
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO .............................................................................................. 86
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 89
PONTUAÇÃO ................................................................................................................................ 90
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES .......................................................................................................... 94
ANALISE COMBINATORIA .......................................................................................................... 98
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 100
PROBABILIDADE ....................................................................................................................... 101
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 102
JUROS SIMPLES ........................................................................................................................ 104
JUROS COMPOSTO ................................................................................................................... 105
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 105
FUNÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU ............................................................................................... 107
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 108
PROGRESSÕES ......................................................................................................................... 110
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 111
FORMAÇÃO TERRITORIAL DE PERNAMBUCO ...................................................................... 114
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 128
Ensino de qualidade focado em concursos.
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ASPECTOS FÍSICOS .................................................................................................................. 130
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 137
ASPECTOS HUMANOS E INDICADORES SOCIAIS ................................................................. 140
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 153
A QUESTÃO AMBIENTAL EM PERNAMBUCO ........................................................................ 156
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 160
OCUPAÇÃO PRÉ-HISTORICA DE PERNAMBUCO .................................................................. 162
A CAPITANIA DE PERNAMBUCO ............................................................................................. 163
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 173
PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL ...................................... 176
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 194
PERNAMBUCO REPUBLICANO ................................................................................................ 198
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 205
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: ............................................................................ 209
Direitos e deveres individuais e coletivos..................................................................................................... 210
DIREITO INDIVIDUAIS BÁSICOS: ............................................................................................. 210
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 218
DIREITOS SOCIAIS .............................................................................................................................................. 222
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 226
DIREITOS DE NACIONALIDADE ...................................................................................................................... 229
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 232
DIREITOS POLITICOS ......................................................................................................................................... 234
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 238
PARTIDOS POLITICOS ....................................................................................................................................... 241
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 242
REMEDIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS ...................................................................... 244
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES ........................................................................................................ 250
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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS
São etapas diferentes na leitura.
Compreensão Interpretação
Leitura objetiva do texto Leitura subjetiva do texto
Informação explícita – está
no texto.
Informação implícita – está
além do texto;
“Lê-se no texto que...” “Infere-se/deduz-se/
depreende-se do texto...”
“O texto diz/informa que...” “A intenção do autor...”
“Está no texto...” “É possível subentender...”
BIZU:
1) Primeiramente, faça uma breve leitura das questões;
2) Leia o texto, grifando as partes consideradas
relevantes de acordo com o que esta pedindo as
questões.
Esses simples BIZUS farão que você ganhe velocidade
na resolução das questões. Com isso, será necessário
apenas uma leitura, fazendo com que você economize
tempo.
Tipologia Textual
Descrição: foto textual, exposição de seres.
Exploração dos sentidos e predomínio semântico dos
adjetivos.
Narração: filme textual, exposição de fatos.
Apresenta um enredo de fatos reais ou não,
desenvolvidos por um narrador num tempo, entre
certos personagens. Predomínio verbal.
Dissertação: exposição e discussão de ideias.
Explora a argumentação e a retórica, emprego de
conectivos e conjunções.
É hora de praticar, combatente!
1) Classifique os trechos abaixo. Marque (N) Narração,
(De) Descrição, (Di) Dissertação.
( ) O rapaz varou a noite inteira conversando com os
amigos pela Internet. O pai, quando acordou às 6 horas,
percebeu a porta do escritório fechada e a luz acesa. O
filho ainda estava no computador e não havia ido
dormir. Sem que ele percebesse, trancou a porta por
fora. Meia hora depois, o filho queria sair e teve que
chamar o pai, que abriu a porta.
( ) O reality show divide a opinião dos brasileiros,
alimentando uma antiga discussão sobre a
programação de nossas emissoras, especialmente no
gênero entretenimento. No debate, é costume focar-se
na questão que envolve a exposição demasiada da vida
dos participantes, apelo sexual e conflitos por uma vaga
na final, com a chance de se faturar uma premiação
excepcional em dinheiro, principal objetivo dos
integrantes.
( ) Darcy tinha a pele clara, olhos negros e curiosos,
lábios finos e trazia em seu rosto marcas de quem já
deixou sua marca na história, as quais
harmoniosamente faziam-lhe inspirar profunda
confiança. Apesar de diabético e lutar contra dois
cânceres, não fez disso desculpa para o comodismo
ante os seus ideais maiores, ele sabia o que queria, e
não mediu esforços para consegui-lo.
( ) Ele morava numa cidadezinha do interior. Tinha
nascido ali, conhecida todo mundo. Era muito dado,
dado demais para o gosto da mulher, que estava
sempre de olho nos salamaleques que ele vivia fazendo
para a mulherada do lugar.
Erros Comuns de Interpretação de Textos
Extrapolação: apresenta informação que não pode ser
comprovada pelo texto; nem por dedução lógica,
coerente.
Redução: a informação, neste caso, está no texto, mas
o item não apresentará a ideia solicitada na sua
totalidade, como aparece no texto ou na questão.
Contradição: o item apresentará informação contrária
àquela do texto.
Vamos praticar, combatente!
Texto:
Já sobre a fronte vã se me acinzenta
O cabelo do jovem que perdi.
Meus olhos brilham menos.
Já não tem jus a beijos minha boca.
Se me ainda amas por amor, não ames:
Trairias-me comigo.
(Ricardo Reis/ Fernando Pessoa).
Responda à questão, assinalando:
(RC) resposta correta (R) erro de redução
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(E) erro de extrapolação (C) erro de contradição
O texto nos mostra:
a. ( ) um amante que encontra uma antiga paixão, dos
seus tempos de mocidade.
b. ( ) um amante que fica lembrando as emoções no
papel e confessa que nunca a esqueceu.
c. ( ) um amante que já está com os cabelos grisalhos
em sua fronte.
d. ( ) um amante pedindo que o amor continue, como
antes, senão ele vai ser traído.
e. ( ) a autodescrição do amante, revelando o seu
envelhecimento e sua perda de vitalidade.
Palavra-Chave e Ideia-Chave
Palavras-chave são as palavras de maior destaque de
cada parágrafo de um texto e que estabelecem
referência central à ideia desenvolvida.
Ideia-chave é a síntese das ideias expressas em um
parágrafo.
Texto:
É universalmente aceito o fato de que sai mais cara a
reparação das perdas por acidentes de trabalho do que
o investimento em sua prevenção.
Mas, então, por que eles ocorrem com tanta
frequência?
Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal fato
exige apenas o trabalho de observar obras de
engenharia civil, ao longo de qualquer trajeto por ônibus
ou por carro na cidade. E quem poderia suprir as
deficiências da fiscalização oficial – os sindicatos
patronais ou de empregados – não o fazem; se não for
por um conformismo cruel, a tomar por fatalidade o que
é perfeitamente possível de prevenir, terá sido por
nosso baixo nível de organização e escasso interesse
pela filiação a entidades de classe, ou por desvio
dessas de seus interesses primordiais.
Falta também educação básica, prévia a qualquer
treinamento: com a baixíssima escolaridade do
trabalhador brasileiro não há compreensão suficiente
da necessidade e benefício dos equipamentos de
segurança, assim como da mais simples mensagem ou
de um manual de instruções.
E há, enfim, o fenômeno recente da terceirização, que
pode estar funcionando às avessas, ao propiciar o
surgimento e a multiplicação de empresas fantasmas
de serviços, que contratam a primeira mão de obra
disponível, em vez de selecionar e de oferecer
especialistas.
Assinale a opção que apresenta as palavras-chave do
texto.
a. Aceitação universal – constatação – benefício –
escolaridade.
b. Investimento em prevenção – deficiências –
entidades – equipamentos.
c. Falta de fiscalização – organização – benefício –
mão de obra.
d. Prevenção de acidentes – fiscalização – educação
– terceirização.
e. Crescimento – conformismo – treinamento –
empresas.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
Texto 01
Devemos viver a vida ou capturá-la?
Um artigo recente no New York Times explora a
onda explosiva de gravações de eventos feitas em
smartphones, dos mais significativos aos mais triviais.
Todos são, ou querem ser, a estrela de sua própria vida
e a moda é capturar qualquer momento considerado
significativo. Microestrelas do YouTube têm vídeos de
selfies que se tornam virais em questão de horas. [...]
Há um aspecto disso tudo que faz sentido: todos
somos importantes, nossas vidas são importantes, e
queremos que elas sejam vistas, compartilhadas,
apreciadas. Mas há outro aspecto, geralmente
desconsiderado, que é o aproveitamento real do que
acontece naquele momento. Estarão as pessoas
esquecendo de estar presentes no momento, saindo do
seu foco, ao ver a vida através de uma tela? Você
deveria estar vivendo a sua vida ou vivendo-a para que
os outros a vejam?
Deve-se dizer, entretanto, que isso tudo começou
antes da revolução dos celulares. Algo ocorreu entre o
diário privado que mantínhamos chaveado em uma
gaveta e a câmera de vídeo portátil. Por exemplo, em
junho de 2001, levei um grupo de alunos da
Universidade de Dartmouth em uma viagem para ver o
eclipse total do Sol na África. A bordo havia um grupo
de “tietes de eclipse", pessoas que viajam o mundo
atrás de eclipses. Quando você vir um, vai entender o
porquê. Um eclipse solar total é uma experiência
altamente emocionante que desperta uma conexão
primitiva com a natureza, nos unindo a algo maior e
realmente incrível a respeito do mundo. É algo que
necessita de foco e de um comprometimento total de
todos os sentidos. Ainda assim, ao se aproximar o
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momento de totalidade, o convés do navio era um mar
de câmeras e tripés, enquanto dezenas de pessoas se
preparavam para fotografar e filmar o evento de quatro
minutos.
Em vez de se envolverem totalmente com esse
espetacular fenômeno da natureza, as pessoas
preferiram olhar para isso através de suas câmeras. Eu
fiquei chocado. Havia fotógrafos profissionais a bordo e
eles iam vender/dar as fotos que tirassem. Mas as
pessoas queriam as suas fotos e vídeos de qualquer
forma, mesmo se não fossem tão bons. Eu fui a outros
dois eclipses e é sempre a mesma coisa. Sem um
envolvimento pessoal total. O dispositivo é o olho
através do qual eles escolheram ver a realidade.
O que os celulares e as redes sociais fizeram foi
tornar o arquivamento e o compartilhamento de
imagens incrivelmente fáceis e eficientes. O alcance é
muito mais amplo e a gratificação (quantos “curtir" a
foto ou o vídeo recebe) é quantitativa. As vidas se
tornaram um evento social compartilhado.
Agora, há um aspecto que é bom, é claro.
Celebramos momentos significativos e queremos
compartilhar com aqueles com quem nos importamos.
O problema começa quando paramos de participar
completamente do momento, porque temos essa
necessidade de registrá-lo. O apresentador Conan
O'Brien, por exemplo, reclamou que ele não pode mais
nem ver o rosto das pessoas quando se apresenta.
“Tudo que vejo é um mar de iPads”, ele disse. Algumas
celebridades estão proibindo celulares pessoais
durante os seus casamentos. [...]
Entendo o que elas sentem. É como palestrar
usando o PowerPoint, como posso afirmar por
experiência própria. Assim que uma tela iluminada
aparece, os olhares se voltam a ela e o palestrante se
torna uma voz vazia. Nenhum envolvimento direto é
então possível. É por isso que eu tendo a usar essas
tecnologias minimamente, apenas para mostrar
imagens e gráficos ou citações significativas.
Marcelo Gleiser. Disponível em:
http://www.fronteiras.com/artigos/marcelo-gleiser-
deveriamos-viver-a-vida-ou-captura-la. Acesso em:
20/03/2016. Adaptado.
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
O autor faz uma clara referência às mudanças
comportamentais promovidas na sociedade, com a
passagem do tempo, no trecho:
a) “Algo ocorreu entre o diário privado que
mantínhamos chaveado em uma gaveta e a câmera de
vídeo portátil.” (3º parágrafo)
b) “Há um aspecto disso tudo que faz sentido: todos
somos importantes, nossas vidas são importantes, e
queremos que elas sejam vistas, compartilhadas,
apreciadas.” (2º parágrafo)
c) “Um artigo recente no New York Times explora a
onda explosiva de gravações de eventos feitas em
smartphones, dos mais significativos aos mais triviais.”
(1º parágrafo)
d) “Em vez de se envolverem totalmente com esse
espetacular fenômeno da natureza, as pessoas
preferiram olhar para isso através de suas câmeras.”
(4º parágrafo)
e) “Agora, há um aspecto que é bom, é claro.
Celebramos momentos significativos e queremos
compartilhar com aqueles com quem nos importamos.”
(6º parágrafo)
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Conforme o principal ponto de vista adotado pelo autor
no Texto 1, o intenso registro e compartilhamento de
imagens dos fatos é
a) aceitável, pois está relacionado ao desejo de as
pessoas se sentirem parte importante de sua
comunidade, no mundo contemporâneo.
b) desejável, porque é pela captura dos momentos
significativos da vida que as pessoas conseguem viver
mais intensamente.
c) importante na atualidade, já que promove um
envolvimento maior das pessoas com os
acontecimentos vivenciados por elas.
d) questionável, pois faz com que as pessoas deixem
de aproveitar a melhor parte dos acontecimentos, que
é a sua apreciação pura e simples.
e) perturbador, porque mostra a busca incessante das
pessoas por se tornarem famosas, mesmo expondo
suas próprias vidas.
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Em alguns segmentos do Texto 1, pretendendo
enfatizar alguma ideia, o autor emprega palavras que
provocam aumento na intensidade e até certo exagero
no que ele deseja expressar. Assinale a alternativa em
que ambos os segmentos apresentados são exemplos
dessa ênfase.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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a) “momentos significativos” (6º parágrafo) / “mar de
iPads” (6º parágrafo).
b) “revolução dos celulares” (3º parágrafo) / “o
momento de totalidade” (3º parágrafo).
c) “tietes de eclipse” (3º parágrafo) / “conexão
primitiva com a natureza” (3º parágrafo).
d) “espetacular fenômeno da natureza” (4º parágrafo)
/ “evento social compartilhado” (5º parágrafo).
e) “onda explosiva de gravações” (1º parágrafo) / “um
mar de câmeras e tripés” (3º parágrafo).
4) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
No primeiro parágrafo, o emprego do termo
“microestrelas” colabora para que o autor consiga
a) enfatizar a rapidez com que os vídeos de selfies se
propagam.
b) negar a importância da intensa prática do registro
de imagens.
c) mostrar que pequenas estrelas são apenas estrelas
distantes.
d) desvalorizar certo tipo de notoriedade instantânea
da internet.
e) defender a ideia de que microestrelas podem ter
brilho próprio.
TEXTO II
A luta contra a poluição em favor da preservação do
meio ambiente é mundial. Em todo o planeta,
multiplicam-se as associações e grupos de pessoas
conscientes de que, se não houver uma interrupção do
processo poluidor e uma recuperação das zonas, tanto
na terra, quanto no ar e no ambiente aquático, já
devastados, o mundo se tornará inexequível dentro de
muito pouco tempo.
O tema vem crescentemente ganhando adeptos e
motivando a formação de uma consciência crítica em
relação ao fenômeno, embora esteja ainda longe de
poder produzir resultados compatíveis com as
necessidades.
(Revista INTERIOR, Ano VII, Nº38, p. 11)
5) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Após ler o texto II, analise as afirmativas abaixo.
I. Existe a preocupação ecológica, apenas para
recuperar o meio ambiente terrestre.
II. Encontram-se, na terra, no ar e na água, as zonas
poluídas a serem recuperadas.
III. A luta pela natureza abrange a defesa da terra, do
ar e da água.
Está(ão) CORRETA(S)
a) I, II e III.
b) II e III.
c) I, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.
6) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Todas as alternativas correspondem ao texto II,
EXCETO:
a) Preservar o meio ambiente não é uma preocupação
mundial.
b) A poluição é, sem dúvida, um fenômeno contra o
qual se vem motivando a conscientização mundial.
c) O meio ambiente tem sido ameaçado por um
processo poluidor.
d) Existe uma preocupação ecológica para que o
mundo continue exequível.
e) Existe uma preocupação mundial para que sejam
preservados os meios aquático, terrestre e aéreo.
TEXTO III
Tecnologia e humanidade
Por Danilo España
Através do teclado do meu computador digito esse
texto e através da sua tela você o lê. Aqui criamos um
elo de comunicação; neste momento, somos ajudados
pela tecnologia.
A tecnologia nos ajuda em diversas áreas, facilita
processos, acelera as comunicações e gera resultados
rápidos. Acontece que para tudo há um limite, e ainda
que não faça tantos anos que a tecnologia atingiu um
certo ápice, existem pessoas comprovando na pele que
o excesso de tecnologia pode prejudicar a vida social e
até mesmo a saúde.
Não é só o fato de vermos famílias inteiras ou grupos
de amigos em um restaurante, por exemplo, imersos,
todos, em seus celulares e tablets ultramodernos, sem
conversar. Há também outras situações que nos
mantêm reféns da modernidade: ter que olhar o e-mail
diversas vezes por dia, acompanhar as atualizações
das redes sociais, responder centenas de mensagens
e depender de uma conexão de alta velocidade 24
horas por dia para satisfazer nossas curiosidades,
buscar informações, cumprir tarefas, pagar contas,
descobrir tendências, ideias, empresas, pessoas, etc.
Mas como definir se a quantidade de contato que
temos com a tecnologia chega a ser prejudicial?
Máquinas, equipamentos, dispositivos são essenciais
para sobreviver em um modelo de sociedade em que o
Ensino de qualidade focado em concursos.
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virtual está cada dia mais próximo do real. Descobrir um
limite de interação com as tecnologias é algo individual,
cada um deve buscar essa equação para respeitar sua
própria natureza.
Por mais que busquemos as tecnologias mais
incríveis, ainda assim é o homem que as inventa, as
cria, ou seja, todo potencial de sua criação está no
homem. Possuímos a mais avançada tecnologia, a
tecnologia natural, biológica, humana… ou seja, não
podemos esquecer as funções que nosso corpo
desempenha, a quantidade de informações que
armazenamos, como conseguimos acessá-las a uma
velocidade absurda, a capacidade de bilhões de
cálculos, o potencial analítico que temos,
autorregulações corporais, sentimentos, emoções,
razão etc.
A tecnologia evidentemente evolui, mas e a
humanidade? Estamos evoluindo nosso lado humano e
tendo orgulho dessa evolução tanto quanto da
tecnologia? Precisamos de um movimento que valorize
as características naturais do homem, que respeite
seus limites e que trabalhe dentro de um nível de
tolerância individual, considerando que somos
diferentes, que suportamos coisas absolutamente
distintas. Os talentos também são individuais, devem
ser exercitados, desenvolvidos e o tempo que nos
prendemos à tecnologia muitas vezes consome esses
importantes momentos.
Então que sejamos usuários da tecnologia e não seus
escravos…
Disponível em: http://exame.abril.com.br/rede-de-
blogs/o-que-te-motiva/2014/01/13/tecnologia-e-
humanidade/ Acesso em: 22 out. 2015. Adaptado.
7) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia
– Administrativa
O tema do Texto 3 é a inserção da tecnologia na vida
das pessoas na atualidade. Assinale a afirmativa que
está em consonância com o posicionamento do autor
acerca do tema.
a) A tecnologia veio para ajudar a resolver os mais
diversos problemas, por isso o desenvolvimento
tecnológico deve ser sempre estimulado.
b) É compreensível que o homem faça uso
permanente das novas tecnologias, já que elas geram
resultados mais rápidos.
c) A tecnologia mostra a evolução da humanidade, já
que o homem tem a melhor de todas as tecnologias,
que é a natural, a biológica.
d) O homem deve considerar as características
funcionais de seu próprio corpo para planejar um uso
individualizado, particular, das tecnologias.
e) A tecnologia acelera as comunicações e torna-se,
assim, a maior responsável pela interação entre os
homens
8) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -
Administrativa
Para perceber o que autor pensa sobre o assunto, o
leitor pode prestar atenção a certas palavras ou
expressões selecionadas para o texto. Identifique, entre
as opções abaixo, a alternativa em que a palavra ou
expressão destacada revela mais evidentemente uma
visão do autor sobre o tema.
a) “a tecnologia atingiu um certo ápice".
b) “grupos imersos em tablets ultramodernos".
c) “situações que nos mantêm reféns da
modernidade".
d) “o virtual está cada dia mais próximo do real."
e) “o homem cria as tecnologias mais incríveis."
9) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -
Administrativa
Releia:
“Através do teclado do meu computador digito esse
texto e através da sua tela você o lê. Aqui criamos um
elo de comunicação; neste momento, somos ajudados
pela tecnologia. A tecnologia nos ajuda em diversas
áreas, facilita processos, acelera as comunicações e
gera resultados rápidos. Acontece que para tudo há um
limite (...)"
O autor inicia o seu texto abordando o tema da
tecnologia e citando algumas de suas vantagens, mas
introduz uma mudança de orientação argumentativa a
partir do trecho:
a) “Aqui criamos um elo de comunicação".
b) “A tecnologia nos ajuda em diversas áreas".
c) “(A tecnologia) facilita processos".
d) “(A tecnologia) gera resultados rápidos"
e) “Acontece que para tudo há um limite.".
10) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão:
FacepeProva: Assistente em Gestão de Ciência e
Tecnologia - Administrativa
No quarto parágrafo, o autor emprega a expressão
“essa equação” para referir-se ao segmento:
a) “Descobrir um limite de interação com as
tecnologias”.
b) “o virtual está cada dia mais próximo do real”.
c) “sobreviver em um modelo de sociedade”.
d) “Máquinas, equipamentos, dispositivos são
essenciais”
Ensino de qualidade focado em concursos.
10
e) “a quantidade de contato que temos com a
tecnologia chega a ser prejudicial”.
11) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Tarde
O Texto 4 está organizado em torno de um tópico (ou
assunto) principal, que aparece marcado com algum
recurso, para chamar a atenção do leitor. Assinale a
alternativa que indica, respectivamente, o tópico
principal e o recurso que foi utilizado para destacá-lo.
a) A vida – As figuras de árvores em combustão.
b) Denuncie – A figura da pequena fogueira e a lista
de telefones.
c) O fogo – A figura de um raio riscando o céu.
d) Pega/Apaga – O contraste entre essas formas
verbais.
e) Queimadas – Fonte (letras) maior que as outras.
GABARITO:
1 – A 3 – E 5 - B 7 - D 9 - E
2 – D 4 – D 6 - A 8 - C 10 – A
11 - E
FONOLOGIA
A Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons
da língua, sua capacidade de combinação e sua
capacidade de distinção. Ela se ocupa da função dos
sons dentro da língua, os quais permitem aos falantes
formar palavras e distinguir significados.
Fonema é a menor unidade sonora da palavra e exerce
duas funções: formar palavras e distinguir uma palavra
da outra. É mais simples do que parece: quando os
fonemas se combinam, formam palavras, ou seja, C +
A + S + A = CASA. Percebeu? Quatro fonemas (sons)
se combinaram e formaram uma palavra. Se
substituirmos agora o som S por P, haverá uma nova
palavra, certo? CAPA. A combinação de diferentes
fonemas permite a formação de novas palavras com
diferentes sentidos. Portanto, os fonemas de uma
língua têm duas funções bem importantes: formar
palavras e distinguir uma palavra da outra.
Ex.: cal / Gal / mal / sal / tal...
Com a troca de fonemas, novas palavras surgiram, com
sentidos diferentes.
Letra é um símbolo que representa um som, é a
representação gráfica dos fonemas da fala. É bom
saber dois aspectos da letra: pode representar mais
de um fonema ou pode simplesmente ajudar na
pronúncia de um fonema. Como assim? Por exemplo,
a letra X pode representar os sons X (enxame), Z
(exame), S (têxtil) e KS (sexo; neste caso a letra X
representa dois fonemas – K e S = KS). Ou seja, uma
letra pode representar mais de um fonema.
O dígrafo constitui-se de duas letras representando
um só fonema. Por exemplo, se dissermos caro, o R
terá um som diferente de RR, em carro.
Há dois tipos:
Consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc,
xs.
Ex.: guerreiro, queda, chave, lhama, nhoque,
arrastão, assado, descendente, cresça, excitado.
Vocálicos ou nasais: a, e, i, o, u seguidos de m ou n
na mesma sílaba (!)
Ex.: campo, anta/empresa, entrada/imbatível,
caindo/ombro, onda/umbigo, untar.
Chamamos de dífono o som KS representado pela
letra X. Ex.: tóxico (tóksico), complexo (complekso),
tórax (tóraks)...
Classificação Dos Fonemas
Os fonemas são de três tipos: vogais, semivogais e
consoantes.
Vogais
São fonemas produzidos livremente, sem obstrução
da passagem do ar. São mais tônicos, ou seja, têm a
pronúncia mais forte que as semivogais. São o centro
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de toda sílaba. Podem ser orais (timbre aberto ou
fechado) ou nasais (indicadas pelo ~, m, n).
Semivogais
Os fonemas semivocálicos (ou semivogais) têm o
som de I e U (apoiados em uma vogal, na mesma
sílaba). São menos tônicos (mais fracos na pronúncia)
que as vogais. pai: note que a letra I representa uma
semivogal, pois está apoiada em uma vogal, na mesma
sílaba.
Sílaba
A sílaba é, normalmente, um grupo de fonemas
centrados numa vogal. Toda sílaba é expressa numa
só emissão de voz, havendo breves pausas entre cada
sílaba. Isso fica mais perceptível quando pronunciamos
uma palavra bem pausadamente. Por isso,
intuitivamente, a melhor maneira de separar as sílabas
é falar bem pausadamente a palavra. Exemplo:
FO...NO... LO... GI... A. Percebeu?
Fique sabendo que a base da sílaba é a vogal e, sem
ela, não há sílaba, ok? Há palavras com apenas uma
vogal formando cada sílaba: aí, que se pronuncia a-í
(duas sílabas).
Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-
se em:
• Monossílabas (uma vogal, uma sílaba): mão.
• Dissílabas (duas vogais, duas sílabas): man-ga.
• Trissílabas (três vogais, três sílabas): man-guei-ra.
• Polissílabas (mais de três vogais, mais de três
sílabas): man-guei-ren-se.
Quanto à tonicidade, há sílaba tônica (alta intensidade
na pronúncia) e átona (baixa intensidade na
pronúncia). Sempre há apenas uma (1) sílaba tônica
por palavra, ok? Ela se encontra em uma das três
sílabas finais da palavra (isto é, se a palavra
apresentar três sílabas). Bizu: se houver acento
agudo ou circunflexo em uma das vogais, aí estará
a sílaba tônica da palavra.
Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras só
podem ser:
• Oxítonas (última sílaba tônica): condor.
• Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): rubrica.
• Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica):
ínterim.
Encontros Vocálicos
Como o nome sugere, é o contato entre fonemas
vocálicos. Há três tipos:
Hiato
Ocorre hiato quando há o encontro de duas vogais, que
acabam ficando em sílabas separadas (V – V), porque
só pode haver uma vogal por sílaba.
Ex.: sa-í-da, ra-i-nha, ba-ús, ca-ís-te, tu-cu-mã-í, su-cu-
u-ba, ru-im, jú-ni-or...
Ditongo
Existem dois tipos: crescente ou decrescente (oral ou
nasal).
Crescente (SV + V, na mesma sílaba):
Ex.: magistério (oral) (nasal), cinquenta (nasal)
Decrescente (V + SV, na mesma sílaba):
Ex.: item (nasal), , caule (oral), ouro (oral), veia (oral),
Tritongo
O tritongo é a união de SV + V + SV na mesma sílaba;
pode ser oral ou nasal.
Ex.: saguão (nasal), Paraguai (oral), enxáguem
(nasal), averiguou (oral).
Encontros Consonantais
É a sequência de consoantes numa palavra. Existem
os perfeitos (inseparáveis, pois ficam na mesma sílaba)
e os imperfeitos (separáveis, pois não ficam na mesma
sílaba).
Separação Silábica
Trata da adequada separação das sílabas de uma
palavra. Lembre-se: toda sílaba tem de apresentar uma
vogal.
Separam-se:
Os hiatos: va-ri-a-do, car-na-ú-ba, pa-ra-í-so, ru-í-na.
Os dígrafos (rr, ss, sc, sç, xc, xs): car-rei-ra, cas-sa-
ção, nas-cer, des-ça, ex-ces-so.
Os encontros consonantais que não iniciam
imediatamente as palavras (pç, bd, cc, cç, tn, bm, bst,
bt, sp, ct, pt, sp, sc, sf, mn, br etc.): op-ção, ab-di-car,
oc-ci-pi-tal, fic-ção, ét-ni-co, sub-me-ter, abs-tra-to, ob-
ten-ção, trans-por-te, in-tac-to, ap-ti-dão, ins-pi-rar,
cons-purcar, obs-cu-ro, at-mos-fe-ra, am-né-sia, ab-
rup-to...
A última consoante dos prefixos (bis, dis, sub, cis,
trans, super, ex, inter etc.), quando seguida de vogal,
junta-se a ela: bi-sa-vó, di-sen-te-ri-a, su-bem-pre-go,
ci-sal-pi-no, transa-tlân-ti-co.
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Não se separam:
Ditongos e tritongos: a-rac-nói-de-o
(proparoxítona!), cau-sa, doi-do, a-fei-to, pleu-ra.
Dígrafos (lh, nh, ch, qu, gu): ve-lho, ba-nhei-ra, mar-
cha, quei-jo, guer-ra...
Encontros consonantais perfeitos no início de
palavras, normalmente: gno-mo, mne-môni-co.
A última consoante dos prefixos (bis, dis, sub, cis,
trans, super, ex, inter etc.), se seguida de consoante,
não formará nova sílaba com ela: bis-ne-to, dis-cor-
dân-cia, sub-li-nhar .
Acentuação Gráfica
A Acentuação Gráfica trata da correta colocação de
sinais gráficos nas palavras.
Acentuação das proparoxítonas
Todas são acentuadas.
Ex.: álcool, réquiem, máscara, zênite, álibi, plêiade,
náufrago, duúnviro, seriíssimo...
Acentuação das monossílabas tônicas
Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s).
Ex.: má(s), trás, pé(s), mês, só(s), pôs...
Acentuação das oxítonas
Acentuam-se as terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em(-
ens).
Ex.: sofá(s), axé(s)*, bongô(s), vintém(éns)...
Acentuação das paroxítonas
Acentuam-se as terminadas em ditongo crescente ou
decrescente (seguido ou não de s), ã ou ão. X/L/R
PS/I/N/US
Ex: Farmácia, imã, órfão, tórax, amável, revolver, táxi,
éden, vênus.
Acentuação dos hiatos tônicos (u e i)
Acentuam-se com acento agudo as vogais U e I tônicas
(segunda vogal do hiato!), isoladas ou seguidas de S
na mesma sílaba, quando formam hiatos. Ex: Saúde,
saída, país.
Acentuação dos ditongos abertos
Acentuam-se os ditongos abertos ÉI, ÓI, ÉU, seguidos
ou não de S, somente quando for oxítonos.
Ex.: céu, méis, Góis, coronéis, troféu(s), herói(s),
Méier, destróier, aracnóideo...
Acentos diferenciais
Os acentos diferenciais servem para marcar algumas
distinções de classe gramatical, pronúncia e/ou sentido
entre algumas palavras.
1) Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito
perfeito do indicativo), na 3.a pessoa do singular. Pode
é a forma do presente do indicativo, na 3.a pessoa do
singular.
Ex.: Ontem ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele
pode.
2) Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é
verbo. Por é preposição.
Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
3) Permanecem os acentos que diferenciam o singular
do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus
derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir,
advir etc.).
Ele tem duas lanchas. / Eles têm duas lanchas.
Ele vem de Mato Grosso. / Eles vêm de Mato Grosso.
Ele mantém sua palavra. / Eles mantêm sua palavra.
Ele intervém em todas as reuniões. / Eles intervêm em
todas as reuniões.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Aspirante da Polícia Militar
Observe os termos abaixo sublinhados. Em seguida,
assinale a alternativa que apresenta a justificativa
CORRETA para o acento existente no termo
sublinhado.
a) "A importância da participação da família no
desenvolvimento da criança..." - paroxítona terminada
em hiato.
b) "...a criança tem dificuldade em processar
mentalmente estímulos..." - a tonicidade recai na
penúltima sílaba.
c) "Numa viagem de férias, uma mãe estará
mediando o aprendizado..." - proparoxítona terminada
em ditongo.
d) "A importância da participação da família no
desenvolvimento da criança é indiscutível..." -
paroxítona terminada em “l”.
e) "...mas neste século, os pais deixaram de lado a
educação dos filhos..." - a tonicidade recai na penúltima
sílaba.
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2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Tarde
Em português, a acentuação gráfica é regida por certas
convenções, que podem sofrer alterações de tempos
em tempos. Assinale a alternativa na qual todas as
palavras devem ser acentuadas, de acordo com as
normas vigentes na atualidade.
a) Grécia – assembléia – púdica
b) Dói – ínterim – pátio
c) Cajú – caquí – pêlo
d) Gratuíto – crêem – difícil
e) Vôo – refúgio – baínha
3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE
Prova: Assistente em Saúde
No texto “ELEIÇÕES 2014",
I. encontra-se a palavra “saúde" acentuada porque o
“u" tônico forma um hiato.
II. registra-se a presença dos termos “único" e
“políticos" que recebem acento por serem
proparoxítonos.
III. identificam-se os termos “preferência" e
“necessário", acentuados por serem paroxítonos
terminados em ditongo.
IV. tem-se o termo “além", acentuado por ser um
oxítono terminado em EM.
Estão CORRETOS os itens
a) I, II e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE
Prova: Técnico em Administração de Empresas
Sobre o trecho abaixo:
“O site Índios On Line é uma forma de fazer com que o
próprio índio seja o seu historiador, antropólogo,
fotógrafo e seu próprio jornalista”, afirma Jaborandy
Yandê, índio tupinambá de Olivença e um dos
coordenadores do projeto.” é CORRETO afirmar que
a) nos termos antropólogo e fotógrafo, a sílaba tônica
recai na penúltima sílaba.
b) o acento do termo tupinambá se justifica, porque a
sílaba tônica recai na penúltima sílaba.
c) os termos índio e próprio são acentuados e
obedecem a uma mesma regra gramatical.
d) o termo próprio é acentuado por ser uma paroxítona
terminada em hiato.
e) no termo Yandê, o acento se justifica pelo fato de a
sílaba tônica recair na penúltima sílaba.
5) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-
PE Prova: Agente Penitenciário
Classifique as palavras conforme o que se pede. Use o
código indicado.
Assinale a alternativa que apresenta a correlação
CORRETA.
a) I-A, II-B, III-A, IV-B, V-A.
b) I-B, II-A, III-B, IV-A, V-B.
c) I-A, II-A, III-B, IV-B, V-A.
d) I-B, II-B, III-A, IV-A, V-A.
e) I-A, II-A, III-B, IV-A, V-A.
6) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Técnico de
Sobre ACENTUAÇÃO, assinale a alternativa cuja
tonicidade de ambos os termos sublinhados recai na
antepenúltima sílaba.
a) "Ele pode acontecer por influência de fatores
diversos..." - "infalível de aprovação para o
candidato..."
b) "...que podem ser considerados a fórmula
infalível...” – “que pretende enfrentar uma seleção
pública."
c) "...quando o conteúdo não é lembrado
justamente..." - "Ele pode acontecer por influência de
fatores diversos..."
d) "Esforço, preparo, dedicação e estudo intenso..." -
"pretende enfrentar uma seleção pública."
e) “...quando o conteúdo não é lembrado..." – “pode
acontecer por influência de fatores diversos..."
7) Ano: 2016 Banca: PM-SC Órgão: PM-SC Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a série em que todos os vocábulos estão
escritos de acordo com as normas vigentes de
acentuação gráfica.
a) balaustre – baiúca – feiúra – juiz - veem
b) feiúra – balaústre – baiúca –juíz - vêem
c) balaústre – baiuca – feiura – juiz - enjoo
d) feiura – baiuca - balaustre – juíz – enjôo
8) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: CBM-MS
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro
Analise as afirmações seguintes.
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I - As expressões SALÁRIO e APLICÁVEL são
paroxítonas.
II - As expressões OLÁ e SÉRGIO são oxítona e
paroxítona, respectivamente.
III - Nas expressões MELISSA e BRASILEIRO, temos
dígrafo, encontro consonantal e encontro vocálico,
respectivamente.
IV - As expressões PROVÉRBIO e HISTÓRIA são
paroxítonas terminadas em ditongos abertos.
Assinale a alternativa que apresenta a(s)
afirmação(ões) correta(s).
a) I e II, apenas
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
9) Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: PM-DF Prova:
Soldado da Polícia Militar
Com base nas regras de acentuação gráfica, assinale
a alternativa que apresenta, respectivamente, uma
palavra proparoxítona, uma oxítona e uma paroxítona.
a) Convivência, dá, condições
b) Ética ,não, aliás
c) Aristóteles, ninguém, possível
d) História , inteligência, porém.
e) Prático, aí, contextualização.
10) Ano: 2010 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:
Oficial
Assinale a alternativa na qual todas as palavras
possuem ao menos uma consoante com realização
fonética velar.
a) favela - camada - vaso - chuva.
b) caçamba - gatuno - guerra - querido.
c) giz - jaula - janela - marreta.
d) quintal - coisa - girafa - favela.
e) homem - gago - botina - aeromoça.
GABARITO:
1 – D 3 – E 5 – A 7 - C 9 - C
2 – B 4 – C 6 - B 8 - C 10 – B
SEMÂNTICA
A semântica trata da significação das palavras, que
podem estar isoladas ou contextualizadas.
Denotação e Conotação
A essa altura do campeonato, você já percebeu que o
contexto é determinante para que atribuamos este ou
aquele sentido a uma palavra, certo? É por aí que os
conceitos de denotação e conotação passeiam (usei
o verbo passear com sentido conotativo, percebeu?).
A denotação trata do significado básico e objetivo de
uma palavra; uma palavra com sentido denotativo está
no seu sentido literal, primário, real.
– Gosto de estudar à noite.
A conotação é o avesso, pois trata do sentido figurado,
simbólico, não literal das palavras.
– Há dias que amanhecem noite.
Note que o verbo amanhecer também está no sentido
figurado, porque dias não amanhecem. O ato de
amanhecer não depende de ser algum, pois amanhecer
é um fenômeno natural.
Sinonímia
Trata de palavras diferentes na forma, mas com
sentidos iguais ou aproximados, ou seja, sinônimos.
Não se iluda: não existe sinônimo perfeito. Tudo
depende do contexto e da intenção do falante.
A sinonímia não trata apenas do léxico (palavra ou
expressão), mas da frase também. Neste sentido, o uso
de sinônimos é muito importante dentro de um texto –
com eles, evitamos a repetição de vocábulos, porque
eles servem para substituir palavras.
Exemplos de sinonímia vocabular:
– A multidão teve de clamar em protesto. Ela só
bradou devido ao descaso dos políticos.
– Graças a Deus conseguimos extinguir nossas
dívidas. Se não as saldássemos, não sei o que
faríamos.
– O jogo vai atrasar em virtude do temporal. Devido a
isso, teremos de aguardar.
Ademais, como já foi dito, existe sinonímia frasal, ou
seja, uma frase pode ser reescrita com outras palavras
sem alteração de sentido.
– Ela construiu esta casa. = Esta residência foi
edificada por ela.
– Parece que tu estás certo sobre o assunto. =
Aparentemente a verdade sobre a questão está
contigo.
Antonímia
Trata de palavras, expressões ou frases diferentes na
forma e com significações opostas, excludentes, ou
seja, antônimos. Normalmente ocorre por meio de
palavras de radicais diferentes, com prefixo negativo ou
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com prefixos de significação contrária. Veja estes
exemplos:
– O chegar e o partir são dois lados cruciais da vida.
– Você é meu amigo ou meu inimigo?
– Há menos imigrantes do que emigrantes no Brasil.
– Ela se molhou de cima a baixo.
Há antonímia frasal, desde que o conteúdo de uma
frase ou oração esteja em conflito com o de outra:
– Por ter ficado calado durante anos, aturando todos
os tipos de maus-tratos, resolveu berrar sem parar
em ataque a tudo e a todos.
Homonímia
Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia,
mas com significados diferentes, ou seja, homônimos.
Veja:
– São Jorge já foi cantado por muitos artistas.
– Os alunos daqui são estudiosos.
– Finalmente o garoto ficou são.
Existem três tipos de vocábulos homônimos:
homófonos, homógrafos e perfeitos.
Veja:
Homófonos: apresentam pronúncia igual e grafia
diferente.
Acender (iluminar, pôr fogo em) / Ascender (subir,
elevar)
Caçar (perseguir, capturar a caça) / Cassar (anular,
revogar, proibir)
Cela (aposento de religiosos ou de prisioneiros) / Sela
(arreio de cavalo)
Censo (recenseamento – estatística) / Senso (juízo
claro, percepção)
Cerrar (fechar) / Serrar (cortar)
Concerto (apresentação musical) / Conserto (ato ou
efeito de consertar, reparar)
Homógrafos: apresentam grafia igual e pronúncia
diferente.
Almoço (timbre fechado: refeição) / Almoço (timbre
aberto: forma do verbo almoçar)
Conserto (timbre fechado: reparação, correção) /
Conserto (timbre aberto: forma do verbo consertar)
Colher (timbre fechado: verbo) / Colher (timbre aberto:
instrumento usado para comer)
Edito (decreto, lei) / Édito (ordem judicial)
Gosto (timbre fechado: sabor) / Gosto (timbre aberto:
forma do verbo gostar)
Jogo (timbre fechado: recreação) / Jogo (timbre
aberto: forma do verbo jogar)
Perfeitos: apresentam grafia e pronúncia iguais.
Casa (lar, moradia) / Casa (forma do verbo casar)
Janta (refeição) / Janta (forma do verbo jantar)
Cedo (advérbio) / Cedo (forma do verbo ceder)
Livre (liberto, solto) / Livre (forma do verbo livrar)
Lima (ferramenta) / Lima (forma do verbo limar)
Manga (fruta) / Manga (parte da camisa) / Manga
(forma do verbo mangar)
Somem (forma do verbo somar) / Somem (forma do
verbo sumir)
Paronímia
Trata, normalmente, de pares de palavras parecidas
tanto na grafia quanto na pronúncia, mas com sentidos
diferentes. Veja:
Abjeção (baixeza, degradação) / Objeção
(contestação, obstáculo)
Absolver (absolvição) / Absorver (absorção)
Acidente (ocorrência casual grave) / Incidente
(episódio casual sem gravidade, sem importância)
Aferir (conferir) / Auferir (colher, obter)
Amoral (descaso com as regras de moral) / Imoral
(contrário à moral)
Arrear (colocar arreios em) / Arriar (abaixar)
Cível (relativo ao Direito Civil) / Civil (cortês, civilizado,
polido; referente às relações dos cidadãos entre si)
Comprimento (uma das medidas de extensão –
largura e altura) / Cumprimento (ato de cumprimentar
alguém, ou cumprir algo)
Cavaleiro (homem a cavalo) / Cavalheiro (homem
gentil)
Conjetura (suposição) / Conjuntura (momento)
Deferimento (concessão, atendimento) / Diferimento
(adiamento, demora, discordância, distinção)
Polissemia
Trata da pluralidade significativa de um mesmo
vocábulo, que, a depender do contexto, terá uma
significação diversa. Em palavras mais simples: a
palavra polissêmica é aquela que, dependendo do
contexto, muda de sentido (mas não muda de classe
gramatical!).
Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: “peça de
automóvel”, “peça de teatro”, “peça de bronze”, “és uma
boa peça”, “uma peça de carne” etc. Só de curiosidade:
a palavra ponto é a mais polissêmica da nossa língua!
Consulte o dicionário e veja.
Agora, observe mais estes exemplos:
– Desculpe o bolo que te dei ontem.
– Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica.
– Tenho um bolo de revistas lá em casa.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Sobre o significado de alguns termos e expressões
empregados no Texto 1, analise as afirmações a seguir.
I. Com a expressão “de forma até deslavada” (1º
parágrafo), o autor quis expressar a ideia de que o
emprego do vocábulo herói acontecia
“descaradamente”, “inescrupulosamente”.
II. A afirmação de que “a mídia, com o tempo, acabou
deturpando essa palavra” (1º parágrafo) tem o mesmo
sentido de: “a mídia, com o tempo, acabou
supervalorizando essa palavra”.
III. O autor afirma que o goleiro Marcelo Gohe “disse,
com os pés no chão” (1º parágrafo). O autor quis dizer
que o goleiro “disse, em posição ereta, com atitude
desafiadora”.
IV. A expressão “caras parrudos” (3º parágrafo)
equivale semanticamente a “homens fortes”, “homens
corpulentos”.
Está(ão) CORRETA(S), apenas:
a) I.
b) II.
c) II e III.
d) I e IV.
e) III e IV.
2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Assistente Administrativo
Palavras e expressões são cuidadosamente
empregadas no Texto 1. No que se refere ao significado
de algumas delas, assinale a alternativa CORRETA.
a) O sentido do trecho: “esse sistema de comunicação
inigualável – emerge” (1º parágrafo) mantém-se
inalterado se o termo destacado for substituído por
“dissemina-se”.
b) A afirmação de que “Ela se instaura e toma conta
de todos nós” (1º parágrafo) corresponde à afirmação
de que „Ela se recupera e cuida de todos nós‟.
c) No trecho: “Preconceito linguístico é o julgamento
depreciativo [...]” (2º parágrafo), o termo destacado
significa o mesmo que “aleatório”.
d) O sentido do trecho: “milhares de pessoas que se
exprimem em formas sem prestígio social” (4º
parágrafo) é equivalente ao sentido de: „milhares de
pessoas que se exprimem em formas socialmente
vulneráveis‟.
e) No trecho: “Até porque, sob essa ótica, o
preconceito linguístico se configura como um
tratamento desumano e degradante.” (5º parágrafo), a
expressão destacada equivale semanticamente a
“desse ponto de vista”.
3) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -
Administrativa
Em: “Há também outras situações que nos mantêm
reféns da modernidade”, a palavra sublinhada
acrescenta ao trecho um sentido de
a) adição
b) alternância.
c) contradição.
d) explicação.
e) consequência.
4) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Auxiliar de Serviços Gerais
texto associado Texto associado
A expressão “Ao lado da redonda” significa estar
a) próximo a uma pessoa obesa.
b) perto de alguém que joga bola.
c) ao lado de uma lata de cerveja.
d) no mesmo nível de valor que a bola.
e) distante da bola.
5) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Auxiliar de Serviços Gerais
Analisando-se o texto 03, observa-se que os termos
“amor”, “felicidade” e “amizade” expressam
a) sentimentos.
b) ações.
c) qualidades.
d) atitudes.
e) princípios.
6) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Grande
Recife Prova: Psicólogo
Em relação aos termos sublinhados, em apenas uma
das alternativas, o termo em parênteses é sinônimo do
termo sublinhado. Assinale-a.
Ensino de qualidade focado em concursos.
17
a) “Das baratinhas, dos fordecos velhos, que
deixavam o vovô “vidrado”!” (intransigente)
b) “Dentro do bonde, um anúncio bem visível”
(ilegível)
c) “Quem já v iveu seis décadas ou mais, não se terá,
por certo, olvidado” (esquecido)
d) “Tornou-se próspero, tão forte e valoroso” (
depreciativo)
e) “Quase quinhentos anos de incomum progresso”
(vulgar)
7) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE
Prova: Advogado
Sobre o trecho “este Brasil imenso não é feito só do que
acontece em grandes proporções, mas destas
pequenas, ininterruptas, perseverantes atividades que
se desenvolvem na obscuridade e de que as outras,
sem as enunciar, dependem”.
I. O antônimo de “ininterruptas” é “interruptas” assim
como o sinônimo de “grande” é “colossal”.
II. O antônimo de “ininterruptas” é “interrompidas” assim
como o sinônimo de “obscuridade” é “claridade”.
III. O antônimo de “perseverantes” é “umbrosas” assim
como o sinônimo de “imenso” é “enorme”.
Somente é VERDADEIRO o que se afirma em
a) I
b) II
c) I e II.
d) I e III.
e) III.
8) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Enfermeiro
Como é comum em qualquer texto, no Texto 1 também
se emprega a linguagem conotativa, recurso utilizado
para se obter maior expressividade.
Um exemplo de palavra empregada no sentido
conotativo é o termo sublinhado em:
a) “Infelizmente propaga-se por aí uma falácia.” (1º
parágrafo)
b) “Somos seres moldados pela cultura em que
vivemos”. (3º parágrafo)
c) “(...) ofertar algo para aquecer o mercado
farmacêutico.” (4º parágrafo)
d) “O semanário “Der Spiegel” trouxe uma
reportagem (...).” (6º parágrafo)
e) “Ele não se coloca contra remédios, mas, sim,
contra a medicalização hegemônica da sociedade
(...).” (8º parágrafo)
9) Ano: 2017 Banca: FUNRIO Órgão: PM-GO Prova:
Aspirante da Policia Militar
Entre os seguintes trechos, assinale aquele em que o
autor utilizou apenas a linguagem denotativa:
a) ...o dinheiro aplicado neste comércio ilícito...
b) ... apreensões de droga que povoam a mídia...
c) ...na explosão do consumo e da popularização da
droga...
d) ... aqueles mais golpeados pela falta de
perspectiva...
e) ...drenando recursos e interesses correspondentes...
10) Ano: 2017 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:
Soldado 2° Classe
Observe as orações que apresentam a palavra
destacada em negrito e responda:
A reunião dos agricultores aconteceu sob a mangueira
do quintal.
A mangueira furou ao ser arrastada pelo carro.
Marque a alternativa CORRETA que denomina a
palavra quando esta apresenta multiplicidade de
sentidos.
a) Homônimo.
b) Sinônimo.
c) Polissemia.
d) Antônimo.
GABARITO:
1 – D 3 – A 5 – A 7 – A 9 - A
2 – E 4 – D 6 - C 8 - C 10 – C
FIGURAS DE LINGUAGEM
Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo,
figurado, com o objetivo de ser mais expressivo. A
seguir, as principais figuras de estilo em ordem
alfabética:
Anacoluto: interrupção na sequência lógica da oração
deixando um termo solto, sem função sintática.
Ex.: Mulheres, como viver sem elas?
Anáfora: repetição de palavras.
Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é
tudo!
Ensino de qualidade focado em concursos.
18
Antonomásia: substituição do nome próprio por
qualidade, ou característica que o distinga. É o mesmo
que apelidado, alcunha ou cognome.
Exemplos.: Xuxa (Maria das Graças)
O Gordo (Jô Soares)
Antítese: aproximação de ideias, palavras ou
expressões de sentidos opostos.
Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo
espaço.
Apóstrofo ou invocação: invocação ou interpelação de
ouvinte ou leitor, seres reais ou imaginários, presentes
ou ausentes.
Exemplos.: Mulher, venha aqui! Ó meu Deus! Mereço
tanto sofrimento?
Assíndeto: ausência da conjunção aditiva entre
palavras da frase ou orações de um período. Essas
aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Ex.: Nasci, cresci, morri.
(ao invés de: Nasci, cresci e morri.)
Catacrese: metáfora tão usada que perdeu seu valor
de figura e se tornou cotidiana, não representando mais
um desvio. Isso ocorre pela inexistência das palavras
mais apropriadas. Surge da semelhança da forma ou
da função de seres, fatos ou coisas.
Exemplos.: céu da boca; cabeça de prego; asa da
xícara; dente de alho.
Comparação ou símile: aproximação de dois
elementos realçando pela sua semelhança. Conectivos
comparativos são usados: como, feito, tal qual, que
nem...
Ex.: Aquela criança era delicada como uma flor.
Elipse: omissão de palavras ou orações que ficam
subentendidas.
Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele,
(trabalhou) durante horas.
Eufemismo: atenuação de algum fato ou expressão
com objetivo de amenizar alguma verdade triste,
chocante ou desagradável.
Ex.: Ele foi desta para melhor.
(evitando dizer: Ele morreu.)
Hipérbole: exagero proposital com objetivo expressivo.
Ex.: Estou morrendo de cansada.
Ironia: forma intencional de dizer o contrário da ideia
que se pretendia exprimir. O irônico é sarcástico ou
depreciativo.
Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi
assaltada.
Metáfora: é um tipo de comparação em que o conectivo
está subentendido. O segundo termo é usado com o
valor do primeiro.
Ex.: Aquela criança é (como) uma flor.
Metonímia: uso de uma palavra no lugar de outra que
tem com ela alguma proximidade de sentido.
A metonímia pode ocorrer quando usamos:
A - o autor pela obra
Ex.: Nas horas vagas, lê Machado.
(a obra de Machado)
B - o continente pelo conteúdo
Ex.: Conseguiria comer toda a marmita.
Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita
(continente)
C - a causa pelo efeito e vice-versa
Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição
naquela comunidade.
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a
desnutrição.
D - o lugar pelo produto feito no lugar
Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja.
O nome da região onde o vinho é fabricado
E - a parte pelo todo
Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.
Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.
F - a matéria pelo objeto
Ex.: A porcelana chinesa é belíssima.
Porcelana é a matéria dos objetos
G - a marca pelo produto
Ex.: - Gostaria de um pacote de Bom Bril por favor.
Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço.
H - concreto pelo abstrato e vice-versa
Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração
Coração (concreto) está no lugar de sentimentos
(abstrato)
Onomatopeia: uso de palavras que imitam sons ou
ruídos.
Ex.: Psiu! Venha aqui!
Paradoxo ou oximoro: Aproximação de palavras ou
ideias de sentido oposto em apenas uma figura.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Ex.: "Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo."
(Carlos Drummond de Andrade)
Personificação, prosopopeia ou animismo:
atribuição de características humanas a seres
inanimados, imaginários ou irracionais.
Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.
Pleonasmo ou redundância: repetição da mesma
ideia com objetivo de realce. A redundância pode ser
positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como
recurso expressivo, enriquecerá o texto:
Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios
ouvidos aquela declaração fatal.
Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo
vicioso”, empobrece o texto, sendo considerado um
vício de linguagem: Irá reler a prova de novo.
Outros: subir para cima; entrar para dentro;
monocultura exclusiva; hemorragia de sangue.
Polissíndeto: repetição de conjunções (síndetos).
Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou...
Silepse: concordância com a ideia, não com a forma.
Ex.: Os brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa)
massacrados – Pessoa.
Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.) –
Gênero.
Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.)
desesperadamente – Número.
Sinestesia: mistura das sensações em uma única
expressão.
Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.
Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava)
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Grande
Recife Prova: Advogado
O TRANSPORTE NOSSO DE CADA DIA
Mirian Warrrusch
Quem viaja hoje no Metró,
ou num ônibus com ar condicionado,
Certamente jamais terá sabido
- ou se soube, não terá provado
Das delicias das antigas diligências,
das bicicletas e triciclos abusados;
Das baratinhas, dos fordecos velhos,
Que deixam o vovó "vidrado” !
'Maria Fumaça " o nosso antigo trem — lá vem!
- Mas que apito tão lindo e demorado!
O leite nos era entregue de carroça,
Eo burro era tão engraçado
Quem já viveu seis décadas ou mais,
Não se terá. por certo, olvidado:
Dentro do bonde, um anúncio bem visivel
Pro passageiro ficar bem informado.
Era um milagre, esse remédio pra bronquite,
E todos conheciam o "Rum Creosotado "
"Veja ilustre passageiro,
o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado!
Mas, no entanto, acredite, quase morreu de bronquite,
Silvou-o o Rum Creosotado”
Cresceu tão rápido e demais. São Paulo!
Viajou no tempo qual falcão alado
Tornou-se próspero. Mo forte e valoroso,
Entre todos os estados, o mais destacado!
Quase quinhentos anos de incomum progresso,
Lhe modelaram um perfil glorificado !
Pelo trabalho. pela garra de todo o seu povo,
São Paulo chegou sim, onde devia ter chegado!
Em qual das alternativas abaixo, o autor se utilizou de
um termo que indica a existência de uma metáfora ?
a) “Quem já viveu seis décadas ou mais ”
b) “São Paulo chegou sim, onde devia ter chegado!”
c) “‘Maria Fumaça’ o nosso antigo trem – lá vem!”
d) “Das baratinhas, dos fordecos velhos, que
deixavam o vovô ‘vidrado’!”
e) “Quase quinhentos anos de incomum progresso”
2) Ano: 2018 Banca: Aeronáutica Órgão: EEAR Prova:
Sargento da Aeronáutica - Administração
Assinale a alternativa que apresenta a incorreta
classificação de figura de linguagem.
a) “Lá fora, a noite é um pulmão ofegante.” (Fernando
Namora) – Metáfora
b) “Quando a bola saía, entravam os comentários dos
torcedores.” (Carlos Eduardo Novaes) – Eufemismo
c) “A areia, alva, está agora preta, de pés que a
pisam.” (Jorge Amado) – Antítese
d) "A geada é um eterno pesadelo.” (Monteiro
Lobato)– Hipérbole.
3) Ano: 2018 Banca: IBFC Órgão: PM-PB Prova:
Soldado da Polícia Militar
Considere as duas passagens destacadas abaixo para
responder a questão seguinte.
“Era uma mulher pequena com um perfil de passarinho.
Um pequeno passarinho loiro. E uma fera. “ (1º
parágrafo)
“não foram poucas as vezes em que um passarinho
imaginário com perfil de professora pousou no meu
ombro e me chamou de fingido” (3º parágrafo)
Ensino de qualidade focado em concursos.
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No trecho “Um pequeno passarinho loiro. E uma fera.”,
são mostrados dois predicativos em relação a um
mesmo personagem. Essa relação entre termos aponta
para a seguinte figura de linguagem:
a) prosopopeia.
b) paradoxo.
c) eufemismo.
d) metonímia.
4) Ano: 2015 Banca: IOBV Órgão: PM-SC Prova:
Soldado da Polícia Militar
A imagem apresenta claramente que figura de
linguagem?
a) Hipérbole
b) Eufemismo
c) Prosopopeia
d) Catacrese
5) Ano: 2013 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG
Prova: Soldado - Músico
Marque a alternativa CORRETA que apresenta um
exemplo de metonímia:
a) João se alimenta como um pássaro.
b) As fêmeas cassam para o rei dos animais.
c) Gosto de ler Machado à noite.
d) Antônio foi um burro.
6) Ano: 2013 Banca: IOBV Órgão: PM-SC Prova:
Soldado da Polícia Militar
Observe o texto de Roseana Murray:
A rede
1 As mãos são ágeis
2 como borboletas voando
3 em mágica dança.
4 As mãos são tão ágeis
5 tecendo a teia
6 que parecem separadas do corpo.
Analise as afirmativas.
I. Na primeira linha “mãos” é uma metáfora.
II. Na segunda linha “borboletas voando” é uma
comparação.
III. Na quinta linha “teia” é uma metáfora.
a) Apenas II e III estão corretas.
b) Apenas I está correta.
c) Apenas III está correta.
d) Todas estão corretas.
7) Ano: 2013 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG
Prova: Soldado da Polícia Militar
Marque a alternativa CORRETA. Há zeugma na
seguinte assertiva:
a) Minha mãe trabalha numa empresa particular; eu,
na pública.
b) Uma pessoa torpe, uma criatura limitada, um grão
de pó perdido no universo, eis o que Roberto é.
c) Na escuridão da madrugada, corria gente de todos
os lados, e atiravam.
d) Esses escravos que se viram libertos, não penso
nada contra eles, mas não servem para nós.
8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a opção que evidencia qual é o recurso
morfológico utilizado na seguinte frase: “O amor que a
exalta e a pede e a chama e a implora” (Machado de
Assis):
a) Assíndeto.
b) Anacoluto.
c) Silepse.
d) Repetição.
e) Polissíndeto.
9) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a opção que evidencia qual é o recurso
semântico utilizado na seguinte frase: “A floresta
gesticulava nervosamente diante do fogo que a
devorava”:
a) Gradação.
b) Metáfora.
c) Prosopopéia.
d) Ironia.
e) Hipérbole.
10) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Assinale a alternativa que explicita o processo de
formação da palavra destacada no seguinte trecho do
texto de Guimarães Rosa:
“O projétil bateu musical na água, e deve ter caído
bem no meio da flotilha de marrecos, que grasnaram: -
Quaquaracuac!”
a) Hibridismo.
b) Onomatopéia.
c) Abreviação vocabular.
d) Estrangeirismo.
e) Prosopopéia.
GABARITO:
1 – D 3 – B 5 – C 7 – A 9 – C
2 – B 4 – C 6 – A 8 – E 10 – B
ORTOGRAFIA
Fatos e Dificuldades da língua Culta
Por que / Porque / Por quê / Porquê
Porquê > substantivo MOTIVO. Se der para substituir
pela palavra motivo é ele!
– Não sei o por quê (motivo) dessa zorra!
Por quê > Final de oração. Esse sempre vem no final.
Essa zorra está acontecendo por quê? (final)
Porque > conjunção POIS. Você consegue substituir
sem prejuízo pela conjunção pois.
–Estamos muito felizes porque (pois) passamos no
concurso.
POR QUE > (resto) se não for nem um dos outros
casos acima.
–Está foi a trajetória por que (nem um dos anteriores)
passamos
– Por que (nem um dos anteriores) está tão triste?
– Diga por que (nem um dos anteriores) está cansado.
Há / A
Há > Passado, tempo decorrido.
a > por sua vez, indica tempo futuro ou distância.
– Há meses venho fazendo provas de concurso.
– É por isso que você está a anos luz de mim.
Se não / Senão
A forma se não é constituída de conjunção condicional
se + o advérbio de negação não (iniciando orações
subordinadas adverbiais condicionais – normalmente
os verbos dessa oração estão no modo subjuntivo e/ou
indicando hipótese).
BIZU: se puder tirar o não da frase, usa-se se não
(separado). E mais: podemos, neste caso, substituir se
não por caso não.
– Se não estudar, não passará. (Se estudar, passará. /
Caso não estude, não passará.)
A forma se não é constituída de conjunção integrante
se + o advérbio de negação não.
– Ele perguntou se não iríamos à festa. (Ele perguntou
se iríamos à festa.)
A forma senão é usada nos seguintes casos:
– Nada pode derrubar minha confiança senão as
palavras de minha amada, pois que coisa sou eu senão
seu escravo? (= exceto, salvo, a não ser)
– Não quero seu amor, senão sua amizade. (= mas
sim)
– Meu amigo, não só estudo, senão trabalho; não tenho
esta vida fácil. (= mas também)
– Ele apontou não só um senão, mas vários senões na
tramitação do processo. (= problema, falha)
– Estude, senão será reprovado! (= do contrário;
Estude, se não estudar, será reprovado)
– Fala três línguas, senão quatro. (= ou; Fala três
línguas, se não falar quatro)
Há um caso facultativo: quando o senão, indicando
alternativa, incerteza, imprecisão, equivaler a ou.
Nestes casos, pode-se interpretar que o verbo está
subentendido.
– É muito difícil, senão (se não (for)) impossível, prever
o resultado.
– João é rico, senão (se não (for)) riquíssimo.
– Comprarei duas TVs, senão (se não (comprar)) três.
– Compareceu a maioria dos convidados, senão (se
não (compareceu)) todos.
Onde / Aonde
Aonde = Para onde
Onde = resto
– Vocês virão aonde (para onde) foi Julia?
– Onde (resto) você mora?
Mal / Mau
Mal x bem
Mau x bom
Mais / Mas
Ensino de qualidade focado em concursos.
22
A forma mais (normalmente advérbio ou pronome
indefinido) está ligada à ideia de quantidade,
intensidade ou tempo (neste caso, quando vem depois
de uma negação). Mas é uma conjunção coordenativa
adversativa, quando equivale a porém; é uma
conjunção coordenativa aditiva, quando antes vêm as
expressões “não só/não apenas/não somente”.
– Sou mais feliz quando estou com você, mas você
nunca está aqui. (advérbio de intensidade, conjunção
coordenativa adversativa)
– Dedique mais tempo a sua esposa, e ela não vai
mais cobrar nada de você. (pronome indefinido –
quantidade –, advérbio de tempo)
Afim / A fim de
A forma afim é um adjetivo que significa afinidade,
semelhança, parentesco; a fim de é uma locução
prepositiva que indica finalidade, propósito, intenção.
– Apesar de ele ser meu parente afim, nós não temos
ideias afins.
– Comecei a estudar a fim de fazer aquela famigerada
prova.
Em vez de / Ao invés de
A forma ao invés de é usada com termos antônimos na
frase em que aparece; já em vez de equivale a no lugar
de.
– Em vez de estudar para a prova do TSE, estudou
para a do AFT.
– Ao invés de ser elogiado pelo que disse, foi vaiado
efusivamente.
Acerca de / Há cerca de / (a) cerca de
A primeira forma equivale a sobre (assunto); a segunda
indica número aproximado ou tempo decorrido
aproximado; a terceira indica distância aproximada,
tempo futuro aproximado ou quantidade aproximada.
– Falamos acerca de futebol e de política.
– Há cerca de vinte mil pessoas habitando aquele
bairro.
– Há cerca de uns anos venho estudando com vontade.
– Estou (a) cerca de um mês para a prova.
– Cerca de cem amigos presentearam-no quando se
casou.
De encontro a / Ao encontro de
A forma de encontro a está ligada à ideia de “choque,
colisão, divergência, oposição”. A segunda forma (ao
encontro de) está relacionada à ideia de “algo
favorável, aproximação positiva, pensamento
convergente”.
– Nunca fui de encontro às ideias dele, pois são
ótimas.
– Resolvi ir ao encontro dela, uma vez que valia a
pena.
De mais / Demais
De mais (contrário de ‘de menos’) é uma locução
adjetiva; normalmente essa expressão se liga a um
substantivo. Já demais (equivale a ‘em excesso’ ou
‘outros’) é um advérbio de intensidade ou um pronome
indefinido.
– Eles têm dinheiro de mais.
– O professor fala demais.
– Precisamos explicar os demais assuntos.
Tampouco / Tão pouco
Tampouco é, tradicionalmente, um advérbio e equivale
a “também não, nem”; tão pouco é uma expressão
formada por advérbio de intensidade + advérbio de
intensidade/pronome indefinido, indicando quantidade,
normalmente.
– O que você fez não foi certo, tampouco justo.
– Estudei tão pouco, mesmo assim, por sorte, me
classifiquei.
A princípio / Em princípio
A princípio equivale a “no início, inicialmente”. Em
princípio equivale a “em tese, conceitualmente”. Em
alguns momentos, uma ou outra expressão dará conta
daquilo que se quer transmitir, portanto, nas duas
últimas frases abaixo, o propósito do falante no
discurso vai determinar o uso da expressão. Nenhuma
delas, pois, estará equivocada. Dependerá do contexto.
– Vou abordar apenas questões gramaticais a
princípio.
– Em princípio, as gramáticas de ensino médio não
deveriam polemizar.
– Em princípio não estamos interessados em vender
este imóvel.
– A princípio não estamos interessados em vender
este imóvel.
Ao nível de / Em nível de
A primeira expressão (ao nível de) tem a ideia de “à
mesma altura”; a segunda (em nível de) exprime
“hierarquia”. A expressão “a nível de” é um equívoco.
– Este artigo está ao nível dos melhores.
– Isto foi resolvido em nível de governo estadual.
– Isto foi resolvido a nível de governo estadual
(errado!)
À medida que / Na medida em que
A locução conjuntiva à medida que indica proporção e
equivale a “à proporção que, ao passo que”. Por outro
Ensino de qualidade focado em concursos.
23
lado, na medida em que indica causa e equivale a
“visto que, já que, tendo em vista que”.
– À medida que o líder russo crescia no palco político,
o mundo ia se habituando à sua personalidade
descomunal.
– Do ponto de vista político, este ato é desastrado, na
medida em que exprime um conflito entre o Estado e a
Igreja.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Considerando as normas ortográficas vigentes,
assinale a alternativa na qual TODAS as palavras estão
CORRETAMENTE grafadas.
a) O juiz não hesitou em estender o prazo para que a
proibição de uso de celulares em grandes shows
continuasse valendo.
b) Em festas de celebridades, elas poderiam ser
idenizadas se algum convidado ouzasse tirar fotos sem
sua permissão.
c) A espectativa de que as selfies fossem
terminantemente proibidas não teve êxito; foi
totalmente frustada.
d) Há exceções, mas, no geral, os vídeos que mais
fazem sucesso na internet são de muito mau gosto,
com chingamentos e baixarias.
e) Nas redes sociais, há uma micelânia de
informações; registram-se até estrupos e outras formas
de violência.
2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro de
ortografia.
a) O novo diretor será empossado derrepente.
b) Ela agiu prazeirosamente e não quis dizer o porquê.
c) O meretíssimo solicitou que fechassem o abrigo
imediatamente.
d) Sempre foi um impecilho aquela cadeira de rodas.
e) O requerimento do aluno foi deferido.
3) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Dadas as afirmações de que o plural de
1. corrimão pode ser corrimãos ou corrimões.
2. segunda-feira é segundas-feiras.
3. gravidez é gravidezes.
4. bem-te-vi é bem-te-vis.
constatamos que está(ão) CORRETA(S)
a) apenas 1.
b) apenas 2.
c) apenas 3.
d) apenas 1 e 4.
e) todas.
4) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Em nossa língua, como em outras, há convenções no
que se refere ao emprego de algumas palavras e
expressões. Considerando essas convenções, analise
as proposições abaixo.
I. Mal começa o show, e as pessoas já estão
disparando as suas câmeras.
II. Está com o smartphone sempre pronto a capturar os
acontecimentos é a moda atual.
III. Ela me disse que fica meio chateada quando uma
pessoa fala no celular ao seu lado.
IV. Gostar de interagir não é novidade. Mais a
preferência pela interação via smartphones é.
V. Não entendo por que o compartilhamento nas redes
sociais ganhou tamanha relevância.
Estão CORRETAS, apenas:
a) I, II, III e IV.
b) I e IV.
c) II, III e IV.
d) II e V.
e) I, III e V.
5) Ano: 2009Banca: UPENET/IAUPEÓrgão: PM-
PEProva: Soldado da Polícia Militar
Faça a correspondência entre as colunas, preenchendo
CORRETAMENTE as lacunas.
Rodrigo, você fez isso, .................? 1. por que
Foram muitas as dificuldades ........... passei. 2. porque
Não ficamos sabendo o ............ da resposta. 3. porquê
Estamos muito felizes ...............você venceu 4. por quê
Assinale a alternativa que apresenta a sequência
CORRETA.
a) 4 – 1 – 3 – 2.
b) 2 – 2 – 4 – 2.
c) 1 – 4 – 3 – 4.
d) 1 – 1 – 1 – 1.
e) 4 – 1 – 4 – 1.
6) Ano: 2012 Banca: EXATUSÓrgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa que completa corretamente as
frases abaixo:
I - Ele foi quem 1 ____ tentou, ainda assim, não
conseguiu.
II - Trata-se de um 2 ____ administrador.
III – O caminhão foi 3 ____ muro.
Ensino de qualidade focado em concursos.
24
IV - Haverá uma palestra 4 ____ das conseqüências
das queimadas sobre a temperatura ambiental.
a) 1- mais, 2- mau, 3- de encontro ao e 4- acerca.
b) 1- mas, 2- mal, 3- ao encontro de e 4- há cerca.
c) 1- mais, 2- mau, 3- ao encontro de e 4- acerca.
d) 1- mais, 2- mau, 3- de encontro ao e 4- há cerca.
e) 1- mais, 2- mal, 3- de encontro ao e 4- acerca.
7) Ano: 2013 Banca: CETRO Órgão: PM-SP Prova:
Sargento da Polícia Militar
Leia as orações abaixo e, em seguida, assinale a
alternativa que preenche correta e respectivamente as
lacunas.
1. Recebeu uma advertência por ___________
comportamento.
2. ___________ você fica nas férias?
3. Não vejo Sandra ___________ seis anos.
4. Ele saiu cedo ___________ chegar a tempo.
a) 1. mal/ 2. Aonde/ 3. a/ 4. afim de
b) 1. mal/ 2. Onde/ 3. há/ 4. a fim de
c) 1. mau/ 2. Onde/ 3. há/ 4. a fim de
d) 1. mau/ 2. Aonde/ 3. a/ 4. afim de
8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa que completa corretamente as
frases abaixo:
Ignoro o motivo (1) ____ ele se demitiu.
De onde vens e (2) ____ vais?
(3) ____ começou a andar, já brincava pela casa inteira.
Fizemos a (4) ____ de todos os bens ao chefe da casa.
Não o vejo (5) ____ meses; nem sei como está agora.
a) (1) por que, (2) aonde, (3) Mal, (4) cessão e (5) há.
b) (1) porque, (2) aonde, (3) Mau, (4) seção e (5) a.
c) (1) porque, (2) onde, (3) Mal, (4) cessão e (5) há.
d) (1) por que, (2) aonde, (3) Mau, (4) cessão e (5) há.
e) (1) por que, (2) onde, (3) Mal, (4) sessão e (5) a.
9) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: CBM-SP Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro
Considere as frases a seguir:
Ensine as crianças ________________ se encontram
as saídas de emergência, os extintores de incêndio e
os registros gerais de água e luz.
Fique atento __________________ condições de
limpeza de pisos, escadas e estado de conservação de
elevadores.
Sinalize áreas ________________ estejam sendo
realizadas obras, manutenção ou mesmo limpeza.
Assinale a alternativa que completa, correta e
respectivamente, as lacunas.
a) onde … a … em que
b) aonde … com … que
c) aonde … sob … que
d) onde … de … que
e) aonde … por … em que
10) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE
Prova: Assistente em Saúde
Sobre a Grafia das palavras, é INCORRETO afirmar
que, na frase
a) A morte de Eduardo Campos foi uma grande perda
para o Estado de Pernambuco, a palavra “perda" está
grafada corretamente.
b) Os Assistentes de Saúde têm enfarte quando
recebem os seus contracheques, a palavra “enfarte"
também pode ser grafada assim: infarto, infarte.
c) Moro numa casa geminada onde há muitos germes,
a palavra “geminada" está grafada corretamente.
d) Não pertube! Gente doente, a palavra “pertube"
está grafada corretamente.
e) Só os pobres de coração cometem estupros, a
palavra “estupros" está corretamente grafada.
GABARITO:
1 – A 3 – E 5 – A 7 – C 9 – C
2 – E 4 – E 6 – A 8 – A 10 – D
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS
PALAVRAS
Existem algumas maneiras para a formação de novos
vocábulos na língua, logo esta parte trata justamente
dos diversos modos como as palavras se formam. Os
principais processos são derivação e composição.
Palavra primitiva é aquela que não resulta de outra na
língua portuguesa, isto é, que não sofreu processo de
derivação: cadáver, flor, pedra, casa, verde, sol etc.
Palavra derivada é aquela que resulta de outra na
língua portuguesa, isto é, que sofreu processo de
derivação: cadavérico, florista, empedrado,
descasamento, esverdeado, solar etc.
Ensino de qualidade focado em concursos.
25
Palavra simples é aquela que só tem um radical, isto
é, que não sofreu processo de composição: flor, pedra,
casa, verde, sol etc.
Palavra composta é aquela que tem mais de um
radical, isto é, que sofreu processo de composição: flor-
amarela, pedra-sabão, casa-comum, verde-água,
girassol, etc.
Derivação
Como bem diz o Aulete, “um processo de multiplicação
e reaproveitamento de um vocábulo pelo acréscimo
de sufixos e prefixos”. Tradicionalmente há cinco
tipos de derivação: prefixal, sufixal, parassintética,
regressiva e imprópria.
Prefixal
A derivação prefixal se dá quando um prefixo é 1)
colocado junto à palavra primitiva ou 2) colocado como
último elemento de uma palavra que já havia sofrido
algum processo de formação.
– homem > super- + homem > super-homem
– duque > arqui- + duque > arquiduque
– pôr > com- + pôr > compor
Sufixal
Ocorre derivação sufixal quando um sufixo é 1)
colocado junto à palavra primitiva ou 2) colocado como
último elemento de uma palavra que já havia sofrido
algum processo de formação.
– pincel > pincel + -ada > pincelada
– cabeça > cabeça + -ear > cabecear
– sutil > sutil + -mente > sutilmente
Parassintética
A derivação parassintética ocorre quando há
acréscimo simultâneo de prefixo e de sufixo a uma
palavra primitiva (substantivo ou adjetivo).
Normalmente a parassíntese forma verbos (1). Há,
entretanto, alguns nomes adjetivos (2) formados por
derivação parassintética. Veja:
1) abençoar (a + bênção + ar),
amamentar (a + mama + entar),
amanhecer (a + manhã + ecer),
apadrinhar (a + padrinho + ar) etc.
apedrejar (a + pedra + ejar),
aterrar (a + terra + ar),
desterrar (des + terra + ar),
emagrecer (e + magro + ecer),
embarcar (em + barco + ar),
emudecer (e + mudo + ecer),
envelhecer (en + velho + ecer),
esfoliar (es + fólio + ar),
2) desalmado (des + alma + ado),
conterrâneo (con + terra + âneo),
desbocado (des + boca + ado),
descampado (des + campo + ado),
envernizado (em + verniz + ado),
subterrâneo (sub + terra + âneo),
Regressiva (Regressão)
Ocorre derivação regressiva quando um verbo que
indica ação serve de base para a formação de um
substantivo abstrato. A ideia de regressão (diminuição
do vocábulo do ponto de vista estrutural e fonético)
ocorre porque o verbo perde sempre sua terminação.
Veja alguns exemplos:
Verbo (ação) Substantivo (abstrato)
Atrasar Atraso
Demorar Demora
Engasgar Engasgo
Imprópria (Conversão)
A derivação imprópria se dá pela mudança (daí
conversão) de classificação morfológica de uma
palavra, a depender do contexto. A palavra não muda
absolutamente nada na forma; o que muda é sua
classificação morfológica e seu sentido. É por isso que
ela é chamada de imprópria, ou seja, ela não é
propriamente uma derivação, pois não se usam
morfemas (afixos) para mudar a forma da palavra.
Ex.: Eu vou amar você e depois vou partir (verbos no
infinitivo). / O amar e o partir fazem parte da vida.
(substantivos)
Amanhã te ligo. (advérbio) / Espero sempre por um
amanhã melhor. (substantivo)
Composição
Ocorre composição quando uma palavra é constituída
por dois ou mais radicais. Há dois tipos de composição:
por justaposição e por aglutinação.
Justaposição
Neste tipo de composição, não há perda de elementos
estruturais e fonéticos nos radicais (normalmente
separados por hífen): pontapé (ponta + pé), vaivém
(vai + vem), passatempo (passa + tempo),
paraquedas (para + quedas), girassol (gira + sol),
dezoito (dez + oito), joão-bobo (João + bobo), abelha-
rainha (abelha + rainha), caixa-d’água (caixa + água)*,
guarda-chuva (guarda + chuva), maria vai com as
Ensino de qualidade focado em concursos.
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outras (maria + vai + outras)*, leva e traz (leva + traz)*
etc.
*Obs.: As preposições e conjunções não são vistas
como radicais, logo ignore-as na análise.
Aglutinação
Neste tipo de composição, há perda de elementos
estruturais e fonéticos nos radicais (não são separados
por hífen): boquiaberto (boca + aberta),
mundividência (mundo + vidência), alvinegro (alvo +
negro), fidalgo (filho de algo), embora (em + boa +
hora), aguardente (agua + ardente), petróleo (pedra +
óleo), noroeste (norte + oeste), vinagre (vinho + acre),
lobisomem (lobo + homem), planalto (plano + alto),
pernilongo (perna + longa) etc.
Onomatopeia
Este processo é caracterizado por formar palavras
(verbos, substantivos, interjeições) que
imitam/reproduzem sons de seres animados ou
inanimados: bangue-bangue, zum-zum-zum, blá-blá-
blá, tique-taque, pingue-pongue, bem-te-vi,
nhenhenhém, nheco-nheco, zás-trás, zumbir, rugir,
mugir, miar, cacarejar etc.
Abreviação (Redução)
Segundo Celso Cunha, a abreviação ocorre devido à
dinâmica da vida; o ritmo acelerado do dia a dia nos
influencia a agilizar a comunicação. Na linguagem
virtual... nem se fala! Toda palavra que sofre
abreviação é reduzida até certo ponto, de modo que a
parte restante substitui o todo, mantendo, é claro, seu
sentido original. Muitas palavras abreviadas são
próprias do registro coloquial; muitas vezes vêm
imbuídas de afetividade, preconceito, desprezo etc.
Veja algumas:
Botequim Boteco
Cinematógrafo Cinema > Cine
Fotografia Foto
Futebol de salão Futsal
Neurose Neura
Otorrinolaringologista Otorrino
Português Portuga
Rio de Janeiro Rio
Televisão Tevê
Hibridismo
É a formação de palavras com morfemas de línguas
diferentes: socio/logia (latim e grego), auto/móvel
(grego e latim), tele/visão (grego e latim), buro/cracia
(francês e grego), banan/al (africano e latim),
sambó/dromo (africano e grego), micro-ônibus
(grego + latim), report/agem (inglês + latim), bi/cicleta
(latim + grego), saga/rana (alemão + tupi), ciber/nauta
(inglês + latim) etc.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE
Prova: Advogado
O vocábulo destacado no fragmento abaixo é um
exemplo de
A miséria daquele povo era tamanha que a luta pela
sobrevivência se tornou histórica em uma época sem
memórias.
a) parassíntese.
b) sufixação.
c) reduplicação.
d) regressiva.
e) conversão ou derivação imprópria
2) Ano: 2017 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova: 2ª
Tenente – Enfermagem
Faça a correspondência da primeira com a segunda
coluna e identifique a sequência cujo processo de
formação de palavras foi devidamente observado:
(1) Banditismo
(2) Desconhecer
(3) Coaxar
(4) Televisão
(5) Guarda-costas
(6) Hidrelétrico
( ) Onomatopeia
( ) Aglutinação
( ) Hibridismo
( ) Justaposição
( ) Sufixação
( ) Prefixação
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6.
b) 3, 6, 4, 5, 1, 2.
c) 3, 6, 5, 2, 1, 4.
d) 1, 3, 5, 4, 2, 6.
3) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Leia os versos de Mário Quintana e assinale a
alternativa que indica o processo de formação da
palavra em destaque:
“Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?
O Arranha-Céu comeu!”
Ensino de qualidade focado em concursos.
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a) Derivação Imprópria.
b) Derivação Parassintética.
c) Derivação Regressiva.
d) Derivação Prefixal.
e) Derivação Sufixal.
4) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa em que todas as palavras foram
formadas pelo processo denominado “hibridismo”:
a) Televisão, burocracia e surfista.
b) Lobisomem, planalto e pernilongo.
c) Pontapé, girassol e couve-flor.
d) INCRA, ONU e PUC.
e) Fone, moto e pneu.
5) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:
Soldado da Polícia Militar
Em: “Sei que vai AMANHECER daqui a pouco.”, a
palavra destacada foi formada pelo processo de:
a) derivação prefixal.
b) derivação sufixal.
c) derivação parassintética
d) composição por justaposição
e) composição por aglutinação.
6) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa em que a palavra foi formada por
derivação parassintética:
a) Esfarelar.
b) Infeliz.
c) Crítica.
d) Refazer.
e) Chuveiro.
7) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Em todas as alternativas as palavras são formadas por
derivação sufixal, exceto:
a) cozinheira e vitoriosa.
b) selvagem e caçador.
c) recortara e abotoando.
d) telhado e cauteloso.
e) dificuldade e terraço.
8) Ano: 2013 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG
Prova: Assistente Administrativo
Assinale a alternativa CORRETA com relação à
formação de palavras por derivação regressiva:
a) Abalar.
b) Alistamento.
c) Alistar.
d) Abalo.
9) Ano: 2010 Banca: UNEMAT Órgão: PM-MT Prova:
Soldado da Polícia Militar
Os vocábulos “covardia” e “terrorismo” são formados
pelo processo de:
a) recomposição.
b) hibridismo.
c) aglutinação.
d) justaposição.
e) sufixação.
10) Ano: 2009 Banca: CRSP – PMRJ Órgão: PM-RJ
Prova: Soldado da Polícia Militar
“Coisa é tudo: é mistério e objeto, é invisível e visível,
é lugar-comum, e devora.” (l.3)
A palavra sublinhada é formada pelo mesmo processo
existente em
a) “Coisa é palavra-ônibus, de omnibus, em latim,
democracia total: cabe tudo.” (l.1)
b) “São tantas coisinhas miúdas.” (l.8)
c) “E, tipo assim, a coisa se metamorfoseia em todas
as coisas,” (l.17)
d) “A coisa funciona assim: a coisa aparece diante de
nós, anônima, feia, bela,” (l.22)
e) “... se for impossível dizer coisa com coisa, não
pense duas vezes:” (l.33-34)
GABARITO:
1 – D 3 – A 5 – C 7 – C 9 – E
2 – B 4 – A 6 – C 8 – D 10 – B
MORFOLOGIA
SUBSTANTIVO
É a palavra que nomeia os seres. É toda palavra
precedida de artigo. É núcleo dos termos sintáticos
nominais (sujeito, objetos direto e indireto, predicativos
do sujeito e do objeto, complemento nominal, agente da
passiva, adjuntos adnominal e adverbial, aposto e
vocativo).
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Locução Substantiva
A locução é sempre um grupo de vocábulos que
equivale a uma palavra só. Dizemos que uma locução
é substantiva caso seja formada por um grupo de
vocábulos, com valor de substantivo (não ligados por
hífen): anjo da guarda, dona de casa, estrada de ferro,
ponto de vista, cesta básica, papel almaço, fim de
semana, sala de jantar, casa de saúde, Maria das
Dores, Vasco da Gama, Cidade Universitária, Belo
Horizonte, Nova Iguaçu, etc.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO SIGNIFICADO
• Comum
Substantivo comum é aquele que designa os seres de
uma espécie de forma genérica. Ex.: pedra,
computador, cachorro, homem, caderno.
• Próprio
Substantivo próprio é aquele que designa um ser
específico, determinado, individualizando-o. O
substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra
maiúscula. Ex.: André, Londrina, Ester.
• Concreto
Substantivo concreto é aquele que designa seres que
existem por si só ou apresentam-se em nossa
imaginação como se existissem por si. Ex.: ar, som,
computador, pedra, Ester.
• Abstrato
Substantivo abstrato é aquele que designa prática de
ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos
humanos. Ex.: saída (prática de sair), beleza
(existência do belo), saudade.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMAÇÃO
• Primitivo
É primitivo o substantivo que não se origina de outra
palavra existente na língua portuguesa. Ex.: pedra,
jornal, gato, homem.
• Derivado
É derivado o substantivo que provém de outra palavra
da língua portuguesa. Ex.: pedreiro, jornalista, gatarrão,
homúnculo.
• Simples
É simples o substantivo formado por um único radical.
Ex.: pedra, pedreiro, jornal, jornalista.
• Composto
É composto o substantivo formado por dois ou mais
radicais. Ex.: pedra-sabão, homem-rã, passatempo.
• Coletivo
É coletivo o substantivo no singular que indica diversos
elementos de uma mesma espécie. Ex.: abelha -
enxame, cortiço, colmeia; acompanhante - comitiva,
cortejo, séquito; alho - (quando entrelaçados) réstia,
enfiada, cambada.
FLEXÃO DE GÊNERO: MASCULINO/FEMININO
Os substantivos, quanto ao gênero, são masculinos ou
femininos. Quanto às formas, eles podem ser:
• Biformes
Substantivos biformes são os que apresentam duas
formas, uma para o masculino, outra para o feminino,
com apenas um radical. Ex. menino – menina; traidor –
traidora; aluno – aluna.
• Heterônimos
Substantivos heterônimos são os que apresentam duas
formas, uma para o masculino, outra para o feminino,
mas com dois radicais diferentes. Ex.: homem – mulher;
bode – cabra; boi - vaca.
• Substantivos Uniformes
Substantivos uniformes são os que apresentam apenas
uma forma, para ambos os gêneros. Os substantivos
uniformes recebem nomes especiais, que são os
seguintes:
- Comum-de-dois: são os que têm uma só forma para
ambos os gêneros, com artigos distintos. Ex.: o / a
estudante; o / a imigrante; o / a acrobata; o / a agente;
o / a intérprete; o / a lojista; o / a patriota.
- Sobrecomum: são os que têm uma só forma e um
só artigo para ambos os gêneros. Ex.: o cônjuge, a
criança, o carrasco, o indivíduo, o apóstolo, o
monstro, a pessoa, a testemunha.
- Epiceno: são os que têm uma só forma e um só
artigo para ambos os gêneros de certos animais,
acrescentando as palavras macho e fêmea, para se
distinguir o sexo do animal. Ex.: girafa-macho, girafa-
fêmea; andorinha-macho, andorinha-fêmea; águia-
macho, águia-fêmea; cobra-macho, cobra-fêmea.
OBS.: Mudança de gênero com mudança de significado
o caixa = o funcionário; a caixa = o objeto
o capital = dinheiro; a capital = sede de governo
o grama = medida de massa; a grama = a relva, o capim
o guarda = o soldado; a guarda = vigilância, corporação
o moral = estado de espírito; a moral = ética, conclusão
o banana = o molenga; a banana = a fruta.
FLEXÃO DE NÚMERO: SINGULAR/PLURAL
PLURAL DOS SUBSTANTIVOS SIMPLES
Na pluralização de um substantivo simples, há de se
analisar a terminação dele, a fim de acrescentar a
desinência nominal de número.
• Terminados em vogal
Acrescenta-se a desinência nominal de número S.
Ex.: saci, sacis; chapéu, chapéus.
• Terminados em -ÃO
- Fazem o plural em -ÕES. Ex.: gavião, gaviões; folião,
foliões; questão, questões.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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- Fazem o plural em -ÃES. Ex.: escrivão, escrivães;
tabelião, tabeliães; capelão, capelães.
- Fazem o plural em -ÃOS. Ex.: artesão, artesãos;
cidadão, cidadãos; cristão, cristãos; pagão, pagãos;
todas as paroxítonas terminadas em -ÃO, como
bênçãos, sótãos, órgãos.
- Admitem mais de uma forma para o plural: aldeão =
aldeões, aldeães, aldeãos; ancião = anciões, anciães,
anciãos; ermitão = ermitões, ermitães, ermitãos; pião =
piões, piães, piãos; vilão = vilões, vilães, vilãos.
• Terminados em –L
- Terminados em -al, -el, -ol ou –ul, trocar o L por IS:
Ex.: vogal, vogais; álcool, álcoois; papel, papéis.
Cuidado: mal, males; cal, cais ou cales; aval, avais
ou avales; mel, méis ou meles; cônsul, cônsules.
- Terminados em -IL
Palavras oxítonas: trocar a terminação -L por -S.
Ex.: cantil, cantis; canil, canis; barril, barris.
Palavras paroxítonas ou proparoxítonas: trocar a
terminação -IL por -EIS.
Ex.: fóssil, fósseis.
• Terminados em -M
Trocar o M por NS. Ex.: item, itens; nuvem, nuvens.
• Terminados em -N
Somar S ou ES. Ex.: hífen, hifens ou hífenes; pólen,
polens ou pólenes; espécimen, espécimens ou
especímenes
• Terminados em -R ou -Z
Acrescentar ES. Ex.: carácter ou caráter, caracteres;
sênior, seniores; júnior, juniores.
• Terminados em -X
Ficam invariáveis. Ex.: o tórax, os tórax; a fênix, as
fênix.
• Terminados em -S
Palavras monossílabas ou oxítonas, acrescentar ES.
Ex.: ás, ases; deus, deuses; ananás, ananases.
Palavras paroxítonas ou proparoxítonas ficam
invariáveis. Ex.: os lápis; os tênis; os atlas.
• Só usados no plural
As calças; as costas; os óculos; os parabéns; as férias.
PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS
Em condições normais, os substantivos, os adjetivos,
os numerais e os pronomes que fazem parte do
substantivo composto variam em número.
Ex.: Os tenentes-coronéis (subst. + subst.) foram
convidados para a reunião.
– Comprei dois cachorros-quentes (subst. + adj.) bem
saborosos naquela barraca.
– Os baixos-relevos (adj. + subst.) são bastante
utilizados na decoração arquitetônica.
– Convidaram os surdos-mudos (adj. + adj.) para o
discurso em LIBRAS.
– Quem não odeia todas as segundas-feiras (num. +
subst.)?
– Dentre os primeiros-ministros (num. + subst.)
ingleses, Churchill marcou a história.
– Fizeram poucos-casos (pron. + subst.) dos rapazes.
As demais classes gramaticais não variam em número
(verbo, advérbio, conjunção, preposição, interjeição).
– Nunca se viram beija-flores (verbo + subst.) tão
garbosos como esses.
– Vamos lutar para os abaixo-assinados (adv. + adj.)
serem aceitos.
– Seus cães de guarda (subst. + prep. + subst.)
continuam bem ferozes.
– O padre fez os garotos rezarem mais de dez ave-
marias (interj. + subst.).
Aqueles não separados por hífen seguem as regras dos
substantivos simples:
– fidalgos, madressilvas, pontapés, girassóis,
mandachuvas, vaivéns, malmequeres (mas: bem-me-
quer > bem-me-queres, com hífen).
Se o substantivo composto estiver formado por
substantivo + preposição + substantivo, só o primeiro
irá variar:
– pés de moleque, mulas sem cabeça, comandantes
em chefe, pores do sol, bolas ao cesto, calcanhares de
aquiles, pais dos burros, bichos de sete cabeças, rosas
dos ventos, mestres de cerimônias etc.
Os elementos abreviados grã-, grão-, bel-, dom-, são-
são invariáveis; o outro elemento varia normalmente:
– grã-duquesas, grã-cruzes, grão-mestres, grão-
priores, bel-prazeres, bel-valenses, domjuanescos,
dom-rodrigos, são-beneditenses, são-bernardos...
Se o substantivo indicar origem, só o 2º irá variar: nova-
iorquinos, afro-brasileiros, ítalo-americanos, anglo-
americanos, afro-asiáticos...
Em substantivos compostos por verbos iguais, ambos
podem variar (em prova de concurso, é normal só o 2o
variar): corre(s)-corres, ruge(s)-ruges, pega(s)-pegas,
pisca(s)-piscas... mas: lambe-lambes.
Em substantivos formados por onomatopeias, só o
último elemento varia: tique-taques, pingue-pongues,
bangue-bangues, reco-recos, bem-te-vis...
Em substantivos compostos formados por frases
substantivadas, não haverá pluralização de nenhum
elemento; só o determinante indicará o plural: as maria
vai com as outras, os bumba meu boi, as leva e traz, os
entra e sai, os disse me disse, os chove não molha, as
comigo-ninguém-pode (espécie botânica é com hífen).
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Se o substantivo composto estiver formado por guarda
(verbo) + substantivo, só o 2º elemento irá variar; se
guarda (subst.) + adjetivo, ambos variam: guarda-
chuvas, guarda-roupas, guarda-cartuchos...; guardas-
civis, guardas-noturnos, guardas-florestais...
Alguns casos especiais: os arco-íris (os arcos-íris,
segundo o VOLP), os sem-terra, os sem-teto, os sem-
dinheiro, os sem-sal, os sem-vergonha (tais vocábulos
não pluralizam, pois são adjetivos compostos
substantivados), os mapas-múndi, claros-escuro(s),
xequesmate(s), padre(s)-nossos, salvo(s)-condutos,
mal-estares, bem-estares, micos-leão-dourados ou
micos-leões-dourados, todo-poderosos (Todo-
poderoso – invariável, Deus).
FLEXÃO DE GRAU: AUMENTATIVO/DIMINUTIVO
O substantivo varia em grau quando exprime sua
dimensão aumentada ou diminuída, a depender do uso
de adjetivos e sufixos ligados a ele. Existem dois graus
dos substantivos: aumentativo (analítico e sintético) e
diminutivo (analítico e sintético). A forma analítica se dá
por meio do uso de adjetivos que aumentam ou
diminuem o tamanho (ou intensidade) normal que
exprime um substantivo. Já a forma sintética se dá,
normalmente, por meio do uso de sufixos. É por isso
que não se pode falar em flexão em grau dos
substantivos, mas sim derivação, pois na gradação se
usam afixos.
• Aumentativo
Forma analítica (adjetivos): celular grande, computador
enorme, espaço imenso, engarrafamento monstro,
festa colossal, obra gigantesca, luta apoteótica,
sucesso tremendo, ritmo vertiginoso, previsão incrível,
atrasos homéricos etc.
Forma sintética (sufixos):
–aço(a): barcaça, louraça, morenaço
–alho(a): muralha, gentalha, politicalho
–alhão: grandalhão, facalhão
–ama: poeirama, dinheirama
–anzil: corpanzil
–(z)ão: lobão, caldeirão, apertão, bofetão, calorão,
bonzão, amarelão, azulão...
–arra: bocarra, bicarra
–astro: poetrasto, politicastro
• Diminutivo
Forma analítica (adjetivos): televisão pequena, cadeira
pequenina, sala minúscula, estoque ínfimo, jardim
diminuto, apoucado recurso etc.
Forma Sintética (sufixos):
– acho(a): riacho, fogacho
– ebre: casebre
– eco(a): jornaleco, soneca, padreco
– ela: viela, rodela, ruela
– (z)elho(a): fedelho, rapazelho
– ejo: lugarejo, vilarejo
– ete: artiguete, boquete, falsete
– eto(a): saleta, boceta, folheto
– ilha: cartilha, esquadrilha
– icho(a): cornicho, barbicha
– (z)ito(a): Manuelito, cãozito, cabrita
– ino(a): pequenina, violino
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE
Prova: Analista em Saúde - Assistente Social
TEXTO 05
Os velhos invejam a saúde e o vigor dos moços; estes
não invejam o juízo e a prudência dos velhos: uns
conhecem o que perderam, os outros desconhecem o
que lhes falta.
(Marquês de Maricá)
Em relação à Classe de Palavras, analise os itens
abaixo:
I. "estes não invejam o juízo e a prudência..." - o termo
sublinhado se classifica como pronome indefinido e se
refere a "moços".
II. "uns conhecem o que perderam..." - ambos os verbos
existentes neste trecho estão conjugados em tempo
presente.
III. "os outros desconhecem o que lhes falta." - o
primeiro termo se classifica como artigo definido, e o
segundo, pronome pessoal que se refere a "outros".
IV. "Os velhos invejam a saúde e o vigor dos
moços..." - todos os termos sublinhados se classificam
como substantivo.
Está CORRETO apenas o que se afirma em
a) IV.
b) II.
c) II e IV.
d) I e III.
e) III.
2) Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: CASAN
Prova: Instalador Hidráulico/Sanitário
No excerto “A Samarco também se comprometeu com
Ensino de qualidade focado em concursos.
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o governo a construir 20 quilômetros de diques de
filtração [...]”, a palavra em destaque é um substantivo
a) próprio.
b) comum.
c) epiceno.
d) biforme.
e) coletivo.
3) Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: UFPB
Prova: Assistente Administrativo
Dos substantivos a seguir, assinale aquele que pode
sofrer flexão em número, grau e gênero, dependendo
do contexto em que esteja inserido.
a) Poluição.
b) Estudo.
c) Proteína.
d) Professor.
e) Alimento.
4) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: IF-AM Prova:
Assistente em Administração
Assinale a opção em que o substantivo deve ser
flexionado no plural em -ÕES, como em: os
GUARDIÕES do vernáculo.”
a) cidadão
b) sótão
c) órgão
d) capitão
e) eleição
5) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: IF-TO Prova:
Técnico em Enfermagem
Assinale a alternativa em que o substantivo retirado do
texto tem um significado no masculino e outro no
feminino:
a) gato.
b) grama.
c) chefe.
d) nativa.
GABARITO:
1 - A 2 – A 3 – D 4 – E 5 – B
ADJETIVO
É um caracterizador, um modificador de sentido.
Varia em gênero, número e grau. Só exerce duas
funções sintáticas na frase: adjunto adnominal ou
predicativo (do sujeito ou do objeto).
As classes gramaticais modificadas por um adjetivo são
o substantivo (normalmente), o pronome, o numeral,
qualquer palavra de valor substantivo (verbo no
infinitivo, por exemplo) e até uma oração substantiva.
Veja:
– Rocha Lima e Celso Cunha eram excelentes.
– Eles eram excelentes.
– Os dois eram excelentes.
– Viver é excelente.
– Acho excelente resolver exercícios de Português.
Transformação de um substantivo em adjetivo:
– Seu jeito moleque atrai as mulheres mais novas.
– Esta blusa laranja lembra a da seleção de futebol da
Holanda.
– É preferível ter um cachorro amigo a um amigo
cachorro.
– É muito verdade o que ele nos disse.
– David é muito homem!
Em condições normais, os termos destacados não são
caracterizadores (adjetivos) mas nomeadores
(substantivos). No entanto... nessas frases em itálico...
o papel deles é caracterizar, por isso se tornam
adjetivos. Isso também é “adjetivação”. Perceba que,
nos dois últimos exemplos, os nomes verdade e
homem estão sendo modificados por um advérbio
(muito), logo se tornaram adjetivos.
ADJETIVO PÁTRIO
É o adjetivo que indica a nacionalidade ou o lugar de
origem do ser. Observe alguns deles:
Estados e cidades brasileiros
Acre = acreano
Alagoas = alagoano
Amapá = amapaense
Aracaju = aracajuano ou aracajuense
Amazonas = amazonense ou baré
Belém (PA) = belenense
Belo Horizonte = belo-horizontino
Boa Vista = boa-vistense
Brasília = brasiliense
Cabo Frio = cabo-friense
Campinas = campineiro ou campinense
Curitiba = curitibano
Espírito Santo = espírito-santense ou capixaba
Fernando de Noronha = noronhense
Ensino de qualidade focado em concursos.
32
Na formação de adjetivos pátrios compostos, o
primeiro elemento aparece na forma reduzida e,
normalmente, erudita.
África = afro- / Cultura afro-americana
Alemanha = germano- ou teuto- / Competições teuto-
inglesas
América = américo- / Companhia américo-africana
Ásia = ásio- / Encontros ásio-europeus
Áustria = austro- / Peças austro-búlgaras
Bélgica = belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China = sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha = hispano- / Mercado hispano-português
Europa = euro- / Negociações euro-americanas
França = franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia = greco- / Filmes greco-romanos
Índia = indo- / Guerras indo-paquistanesas
Inglaterra = anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália = ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão = nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal = luso- / Acordos luso-brasileiros
LOCUÇÃO ADJETIVA
A locução adjetiva é um grupo de vocábulos com valor
de adjetivo formado por preposição/locução prepositiva
+ substantivo/advérbio/pronome/verbo/numeral.
Tal expressão frequentemente se liga a um substantivo:
briguinha à toa, pizza a lenha (ou à lenha), TV em
cores, casa sobre rodas, homem sem coragem, vida
com limites...
Cuidado!!!
> A maioria das locuções adjetivas pode ser substituída
por adjetivos correspondentes.
Ex.: homem sem coragem (medroso); amor com limites
(limitado), povo do Brasil (brasileiro); mas: muro de
concreto (concretal?), livro do Pestana (pestaneiro?),
pessoa sem graça (desgraçada?).
FLEXÕES DO ADJETIVO
O adjetivo concorda com o substantivo a que se refere
em gênero e número (masculino e feminino; singular e
plural).
Variação de Gênero: masculino/feminino
Existe o adjetivo uniforme (não muda de forma para
indicar gêneros diferentes) e o biforme (muda de forma
para indicar gêneros diferentes). Os adjetivos de
gênero uniforme são os terminados em -a, -e, -l (exceto
-ol), -m, -r, -s, -z: agrícola, excelente, cruel, útil, ruim
(exceção: bom > boa), exemplar, simples, capaz
(exceção: andaluz > andaluza)...
Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia:
atividade lúdico-instrutiva, bandeira verde-amarela,
literatura anglo-americana. Exceção: surdo-mudo >
surda-muda e claro-escuro > clara-escura.
O adjetivo simples varia com o termo a que se refere
(normalmente substantivo).
– Herdei casas extraordinárias e carros luxuosos.
– Comi maçãs pela manhã e pela tarde. Elas são
realmente saborosas.
– Gostei dos tons lilases usados na sala, ficou bem
suave.
Qualquer substantivo usado como adjetivo fica
invariável: reuniões relâmpago, homens monstro,
moleques piranha, vestidos laranja, ternos cinza,
blusas creme, calças rosa, tintas salmão, escovas
chocolate, paredes gelo, tons pastel...
O adjetivo composto apresenta algumas regrinhas.
> A regra geral é: varia-se apenas o último elemento
do adjetivo composto, concordando com o termo
de valor substantivo ao qual se refere, em gênero e
número:
– As intervenções médico-cirúrgicas foram um sucesso!
– Aquelas canecas vermelho-claras e vermelho-
escuras já foram vendidas.
– Foram feitos acordos afro-brasilo-lusitanos.
> Se algum elemento do adjetivo composto for um
substantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável:
– Eram blusas verde-garrafa que ele queria.
– Estes cordões amarelo-ouro vão chamar atenção,
ainda mais sobre os camisões
marrom-café...
– Prefira terrnos cinza-escuro... mais sóbrios.
– Nossas fantasias verde e rosa fizeram sucesso.
> Os adjetivos compostos surdo(a/s)-mudo(a/s),
pele(s)-vermelha(s) e claro(a/s)-escuro(a/s) são
exceções. Variam ambos os elementos.
> São invariáveis sempre: azul-marinho, azul-celeste,
furta-cor, ultravioleta, sem-sal, sem-terra, verde-
musgo, cor-de-rosa, zero-quilômetro etc.;
Variação de Grau:
comparativo/superlativo/relativo
Dizer que um adjetivo varia em grau significa dizer que,
em algumas construções, ele terá seu valor
intensificado – normalmente por um advérbio ou por um
sufixo. Existem duas situações em que o adjetivo pode
variar em grau: em uma estrutura de comparação ou
em uma de superlativação.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Grau Comparativo
Compara-se uma qualidade, ou qualificação, entre dois
seres ou duas qualidades de um mesmo ser. Há três
tipos, com construções peculiares a elas:
• de igualdade (tão... quanto/como): Português é tão
divertido quanto (ou como) Matemática.
• de superioridade (mais... (do) que): Português é mais
divertido (do) que Matemática.
• de inferioridade (menos... (do) que): Português é
menos divertido (do) que Matemática.
Cuidado!!!
> Os adjetivos bom, mau/ruim, grande, pequeno só têm
formas sintéticas (melhor, pior, maior, menor) no grau
comparativo de superioridade; veja:
– Português é mais bom que Matemática. (Errado!)
– Português é melhor que Matemática. (Ah, agora sim!)
Porém, em comparações feitas entre duas qualidades
de um mesmo ser, devem-se usar as formas analíticas
“mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno”.
Por exemplo:
– Edmundo foi condenado de novo, mas ele é mais boa
pessoa do que má.
– Minha casa é mais grande que confortável.
Grau Superlativo
Ocorre um engrandecimento, uma intensificação da
qualidade de um só ser; são dois os tipos de superlativo
de um adjetivo (absoluto e relativo):
Absoluto
• Analítico: o adjetivo é modificado por um advérbio
de intensidade. Ex.: João é muito inteligente e bastante
humilde, mas extremamente pobre.
• Sintético: quando há o acréscimo de um sufixo (-
íssimo, -(r)imo, -(l)imo). Ex.: João é inteligentíssimo,
mas é paupérrimo e humílimo.
Cuidado!!!
> Os adjetivos bom, mau/ruim, grande e pequeno
apresentam as seguintes formas no grau superlativo
absoluto sintético, respectivamente: ótimo/boníssimo,
péssimo/malíssimo, máximo/grandíssimo,
mínimo/pequeníssimo.
> Veja a forma superlativa absoluta sintética de alguns
adjetivos. A primeira forma é erudita/latina (antiga) e a
segunda é vernacular (atual), sempre terminada em
–íssimo.
– alto > supremo/sumo ou altíssimo
– ágil > agílimo ou agilíssimo
– amargo > amaríssimo ou amarguíssimo
– baixo > ínfimo ou baixíssimo
– doce > dulcíssimo ou docíssimo
– frágil > fragílimo ou fragilíssimo
– frio > frigidíssimo ou friíssimo
– humilde > humílimo ou humildíssimo
– magro > macérrimo ou magríssimo (magérrimo é
forma coloquial, segundo a maioria dos gramáticos)
Grau Relativo
• de superioridade: enaltecimento da qualidade de
um ser dentre outros seres, por meio da construção o/a
mais + adjetivo + de/dentre. Ex.: João é o mais
inteligente dentre todos da sala.
• de inferioridade: desvalorização/minimização da
qualidade de um ser dentre outros seres, por meio da
construção o/a menos + adjetivo + de/dentre. Ex.: Maria
é a aluna menos inteligente do grupo.
Cuidado!!!
Os adjetivos bom, mau/ruim, grande e pequeno
apresentam as seguintes formas no grau superlativo
relativo de superioridade: o/a melhor, o/a pior, o/a maior
e o/a menor.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Administrador
Assinale a alternativa na qual o segmento destacado
cumpre a função de adjetivo.
a) “Não estranha, portanto, que, historicamente, as
questões linguísticas tenham servido a interesses muito
diversos e, de acordo com esses interesses, tenham
sido vistas em óticas bastante diferentes”
b) “De fato, herdamos dos gregos a concepção da
gramática, em todas as acepções, como uma força
controladora que preserva a língua contra as
possíveis ameaças de desaparecimento ou até
mesmo de declínio”
c) “Na verdade, as pessoas sempre sentiram certa
compulsão para defender a integridade de sua
língua”
d) “Nesse quadro, a criação de paradigmas e modelos
em gramáticas foi assumindo feições próprias e
constituindo uma garantia de vida e de sucesso para as
línguas, sem nunca se ter ausentado totalmente”
e) “A encruzilhada de fatores tão complexos,
historicamente submetidos a interesses políticos,
Ensino de qualidade focado em concursos.
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econômicos e sociais diferentes, resultou numa série
de concepções”
2) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE
Prova: Assistente em Saúde
Analise os itens abaixo:
I. No pensamento "O dinheiro faz homens ricos; o
conhecimento faz homens sábios e a humildade faz
homens grandes." (Autor desconhecido), os termos
sublinhados são adjetivos que se referem ao
substantivo “homens" e concordam com ele em gênero
e número.
II. No pensamento “As únicas pessoas
verdadeiramente felizes são as que buscam uma
maneira de ser úteis às outras." (Albert Schweiter), o
adjetivo “úteis" exige um complemento, no caso os
termos “às outras" para completar seu sentido.
III. No pensamento “Nunca tenha medo das sombras.
Elas somente mostram que há uma luz que
resplandece por perto." (Ruth E. Renkel), o verbo
sublinhado concorda com o seu sujeito “uma luz".
Está CORRETO o que se afirma, apenas, em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
3) Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:
EBSERH Prova: Técnico em Segurança do Trabalho
No excerto “E ambos os casos acabam criando
impacto na vida real [...]”, as palavras em destaque
pertencem, respectivamente, a quais classes
gramaticais?
a) Substantivo e adjetivo.
b) Substantivo e substantivo.
c) Adjetivo e substantivo.
d) Verbo e substantivo.
e) Verbo e adjetivo.
4) Ano: 2015 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:
EBSERH Prova: Técnico em Enfermagem
Em “Meu receio é me deparar com alguma imagem
forte, triste e espetacularmente desumana na
primeira página.”, em relação aos termos destacados,
é correto afirmar que
a) são todos adjetivos que têm a função de caracterizar
“imagem”.
b) são adjetivos “forte”, “triste” e “desumana”, sendo
que “espetacularmente” é um advérbio que incide sua
modificação sobre todo o período.
c) são adjetivos “forte” e “triste”, sendo que
“espetacularmente” é um advérbio que incide sua
modificação apenas sobre o substantivo “desumana”.
d) são adjetivos “forte”, “triste” e “desumana”, sendo
que “espetacularmente” é um advérbio que incide sua
modificação apenas sobre o adjetivo “desumana”.
e) são todos adjetivos que têm a função de caracterizar
a expressão “na primeira página”.
5) Ano: 2015 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:
EBSERH Prova: Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Assinale a alternativa cuja palavra ou expressão em
destaque NÃO tem a função de caracterizar o termo
que o acompanha.
a) Mudança dramática.
b) Grave crise.
c) Últimas décadas.
d) Água potável.
e) Crescimento da população.
6) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa em que o segmento sublinhado
desempenha uma função de adjetivo.
a) “Depois o meliante adentrou num matagal, tomando
rumo ignorado.”
b) “o texto acima faz parte da linguagem simbólica das
polícias Militar e Civil, um pouco mais da primeira
instituição.”
c) “O repórter-foca (iniciante) é capaz de não
compreender uma ocorrência policial registrada numa
delegacia qualquer.”
d) “No ‘mundo policial’ há alguns termos e expressões
que são entendidos apenas por aqueles que fazem
parte da instituição.”
e) "De acordo com o contexto da história, a gíria
pode ter um significado diferente, mas na maioria das
vezes o seu uso é para desmentir algo.
7) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Com relação à classe dos adjetivos, assinale a
alternativa incorreta:
a) Em: “Mulher macérrima”, o termo destacado é o
superlativo absoluto sintético de magra.
b) Belacíssimo é um adjetivo derivado de beleza.
c) “Brasileiro, encantador e burguês” são adjetivos
biformes.
d) Em: “Noites lítero-musicais”, o flexão de número do
adjetivo composto está corretamente aplicada.
e) Em: “Leda foi a menos simpática de nosso grupo”, o
termo destacado indica o superlativo relativo de
inferioridade.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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8) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:
Soldado da Polícia Militar
No trecho: “Desde muito cedo é possível identificar os
filhotes mais corajosos [...]'', o adjetivo corajosos foi
empregado no grau:
a) superlativo absoluto sintético
b) comparativo de igualdade.
c) superlativo relativo de superioridade
d) comparativo de superioridade.
e) superlativo absoluto analítico.
9) Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado Voluntário XV
Em – Mas a implementação efetiva de políticas
públicas, buscando a tão sonhada igualdade de
direitos, caminha a passos lentos. – o adjetivo sonhada
refere-se à palavra
a) implementação.
b) políticas.
c) igualdade.
d) caminha.
e) efetiva.
10) Ano: 2010 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG
Prova: Soldado
Assinale a alternativa CORRETA:
a)“Executou esplendidamente a tarefa”. A palavra
destacada deriva-se de um substantivo
b) “Os sentimentos a que me refiro são três, a saber:
amor, compaixão e perdão”. A locução sublinhada,
chamada “denotativa”, exprime explanação
c) “Jamais imprimiriam o documento em oficinas
gráficas clandestinas”. O termo em destaque é um
advérbio de negação
d) Rivaldo agiu muito rapidamente.” A expressão
destacada está no grau superlativo absoluto sintético.
GABARITO:
1 – B 3 – A 5 – B 7 – B 9 – C
2 – D 4 – D 6 – D 8 – C 10 – B
VERBO
O verbo normalmente indica uma ação ou um
processo, mas pode indicar estado, mudança de
estado ou fenômeno natural – sempre dentro de
uma perspectiva temporal. Pode indicar também a
noção de existência, volição (desejo), necessidade, etc.
Veja alguns exemplos:
– O aluno estudou muito. (ação/passado)
– A aluna está feliz. (estado/presente)
– A aluna virou professora. (mudança de
estado/passado)
– Amanhã choverá muito na cidade do Rio de Janeiro.
(fenômeno natural/futuro)
– Há dois amores na minha vida. (existência/presente)
– Queria o Pestana ao meu lado no dia da prova.
(volição/passado)
– Precisarei de sua ajuda no próximo capítulo.
(necessidade/futuro)
Obs.: Frisei acima a “perspectiva temporal”, porque
substantivos (e adjetivos) podem indicar ação, estado,
fenômeno natural etc.: plantação (ato de plantar), morte
(estado), chuva (fenômeno natural), satisfeito (estado).
O verbo varia em modo, tempo, número e pessoa,
segundo a gramática tradicional; normalmente, voz é
conceito analisado em separado. As quatro primeiras
flexões combinadas formam o que chamamos de
conjugação verbal.
O verbo é o núcleo do predicado verbal.
Para entendermos todas as definições de verbo, vamos
analisar esta frase:
Toda vez que eu penso em você, sinto uma coisa
diferente.
Note que os vocábulos penso e sinto
1) indicam uma ideia de ação e percepção (sensação
ou experimentação);
2) variaram em modo, tempo, número, pessoa “saindo”
de sua forma nominal (pensar e sentir); ambos os
verbos estão na primeira pessoa do singular do
presente do indicativo.
3) funcionam como núcleo do predicado verbal, como
núcleo das orações.
São estes os frequentes em concursos: ser, ir, vir (e
derivados), ver (e derivados), pôr (e derivados), ter (e
derivados), caber, valer, adequar, haver, reaver,
precaver-se, requerer, prover, viger, preterir, eleger,
impugnar, trazer, os terminados em - ear, -iar (Lembra-
se do MARIO?), -uar etc.
FLEXÕES DOS VERBOS
• Modo: indicativo/subjuntivo/imperativo
É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou.
Por exemplo, se você come um hambúrguer e gosta,
Ensino de qualidade focado em concursos.
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você exclama: “Nossa! Como isso aqui está gostoso!”.
Percebe que o verbo estar se encontra em uma
determinada forma, indicando certeza, afirmação,
convicção, constatação? Então, dizemos que este
“modo” como o verbo se apresenta indica que o falante
põe certeza, verdade no que diz, certo? Este é o
famoso
modo INDICATIVO, o modo da certeza, do fato, da
verdade!
Agora, em uma cena parecida, você vê uma pessoa
comendo com vontade e diz: “Espero que esteja
gostoso mesmo.”. Percebe que a forma, o modo, a
maneira como o verbo se apresenta mudou em relação
ao do indicativo? Por que mudou? Para expressar outra
ideia que o falante quer passar, a saber: dúvida,
suposição, incerteza, possibilidade. Este é o
igualmente famoso modo SUBJUNTIVO, o modo da
subjetividade, da incerteza, da dúvida, da hipótese!
“Coma este hambúrguer, você não vai querer outro.”
Note que, nessa frase, o verbo pode indicar sugestão,
ordem, pedido,... dependendo do tom como ele é
pronunciado. Um simples “Passe o sal.” pode ser dito
em tom de pedido, se o casal estiver no início do
relacionamento, mas... se estiver casado há muitos
anos... Dizemos que tal verbo se encontra no modo
IMPERATIVO, o modo da ordem, do pedido, da
sugestão, da exortação, da advertência, da
súplica... tudo dependerá do tom!
• Tempo: pretérito/presente/futuro
O tempo indica o momento em que se dá o fato
expresso pelo verbo. Nós – que estamos sempre no
tempo presente da linha do tempo REAL – podemos,
pela linha do tempo do DISCURSO, voltar ao passado
ou viajar ao futuro. “Como fazemos isso?” Por meio dos
verbos, ora bolas! Isso é fantástico... podemos planejar
o futuro, transportando-nos para ele pela imaginação e
pelos verbos, se quisermos verbalizar nossos
pensamentos: “Amanhã farei isso, daqui a 30 anos
estarei assim, assado...”. Podemos voltar ao passado:
“Meu Deus, como eu era bonita na década de 70!”.
• Número: singular/plural
Este é fácil: singular e plural. Eu amo, mas nós
amamos; tu amas, mas vós amais; ele ama, mas eles
amam. Molezinha!
• Pessoa: primeira/segunda/terceira
Fácil também:
1a pessoa (eu amei, nós amamos);
2a pessoa (tu amaste, vós amastes);
3ª pessoa (ele amou, eles amaram).
LOCUÇÃO VERBAL
É um grupo de verbos que tem uma só unidade de
sentido, como se fosse um só verbo. É por isso que é
contada como uma só oração na análise sintática.
Formada por verbo auxiliar (ser, estar, ter, haver...) +
verbo principal (sempre no gerúndio, no infinitivo ou
no particípio), a locução verbal representa uma só
oração dentro da frase.
FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS
• O Infinitivo
É a forma verbal que nomeia um verbo. Por exemplo,
quando alguém anda na sua frente e lhe pergunta o
nome que se dá a essa ação, você diz: “andar”. O
infinitivo pode ser pessoal e impessoal.
É impessoal quando não admite variação de pessoa:
amar, vender, partir (terminando sempre em -ar, -er ou
-ir). É pessoal, quando tem como sujeito uma das
pessoas gramaticais.
Era para eu cantar.
Era para tu cantares
Era para ele cantar.
Era para nós cantarmos.
Era para vós cantardes.
Era para eles cantarem.
• O Gerúndio
Indica normalmente um processo incompleto,
prolongado, durativo:
– Estava lendo o livro que você me emprestou.
(locução verbal)
– Ando lutando para mudar minha vida financeira.
(locução verbal)
– Tendo feito várias reclamações por escrito que não
foram atendidas, resolvi vir pessoalmente aqui.
(locução verbal de tempo composto)
– Obtendo a nota exigida na prova, resignou-se.
(oração reduzida)
• O Particípio
Normalmente indica passado. Veja:
– Não há nada que possa ser feito. (locução verbal de
voz passiva)
– Se me tivesses ajudado teríamos conseguido.
(locução verbal de tempo composto)
– Terminadas as obrigações, precisaremos sair
depressa. (oração reduzida)
VOZ VERBAL
Voz verbal é a forma como o verbo se encontra para
Ensino de qualidade focado em concursos.
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indicar sua relação com o sujeito. Consoante sua
forma, o verbo pode indicar uma ação praticada pelo
sujeito (voz ativa), uma ação sofrida pelo sujeito (voz
passiva) ou uma ação praticada e sofrida pelo sujeito
(voz reflexiva).
• Voz Ativa
Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação
praticada pelo sujeito. Veja:
– João pulou da cama atrasado e resolveu pegar um
táxi, mas não tinha dinheiro na carteira. Ele levou um
susto e imediatamente ficou furioso. Precisava de
dinheiro também para o almoço. Teve de ir a um banco
ainda. Chegou, enfim, ao trabalho. Depois que o
homem resolveu todas as pendências do dia,
informaram-no “daquela” hora extra. Coitado. Adoeceu
mais vinte anos.
• Voz Passiva
Segundo a gramática tradicional, ocorre voz passiva
quando o verbo indica uma ação sofrida ou
desfrutada pelo sujeito. Veja:
– Nosso amigo João já está derrotado pelo cansaço
da rotina, mas (como todo brasileiro) ele não desiste
fácil. Enfim conseguiu cumprir seu compromisso.
Todavia surge a pergunta: será recompensado por
seu patrão? Precisamos crer até o fim que se
recompensam os esforçados. Esta locução verbal é a
marca principal da voz passiva analítica. Há como
traço de passiva analítica também o agente da
passiva: pelo cansaço da rotina e por seu patrão,
normalmente iniciado pela preposição por e, mais
raramente, pela preposição de, como em “Estava
acompanhado de alguns amigos.”.
No terceiro caso do exemplo do João, ocorre a
chamada voz passiva sintética, cuja marca principal
é a presença do pronome apassivador se; não há
agente da passiva explícito nessa voz, em 99,99% dos
casos! A melhor maneira de descobrir se o se é
apassivador é pela reescritura para a voz passiva
analítica:
– Precisamos crer até o fim que se recompensam os
esforçados. (voz passiva sintética)
– Precisamos crer até o fim que os esforçados são
recompensados. (voz passiva analítica)
Se essa passagem for possível, você nunca mais
errará a identificação do se apassivador.
Ah! Por favor, não confunda partícula apassivadora
(PA) com partícula de indeterminação do sujeito (PIS),
hein! Note sempre se o verbo é transitivo direto.
– Ainda se vive num mundo de incertezas. (PIS: Num
mundo de incertezas é vivido?)
– Ainda se alimenta a esperança. (PA: A esperança
ainda é alimentada.)
– Louva-se a Jesus aqui, irmãos! (PIS: A Jesus é
louvado?)
• Voz Reflexiva
Segundo a gramática tradicional, ocorre voz reflexiva
quando o verbo indica uma ação praticada e sofrida
pelo próprio sujeito, ou seja, o sujeito é o agente e o
alvo da ação, ao mesmo tempo – a ação que ele pratica
reflete em si mesmo. Veja:
– Eu me barbeei com esmero, mas acabei me ferindo.
(é possível barbear alguém e feri-lo)
– Tu te maquiaste muito bem. (é possível maquiar
alguém)
– Depois de muito sofrer, João se deu o direito de tirar
umas férias. (é possível dar algo a alguém)
– Nunca mais se atribua o título de Presidente. (é
possível atribuir algo a alguém)
– Infelizmente, às vezes, colocamo-nos em situação
de risco. (é possível colocar alguém em situação de
risco)
Há outro tipo de voz reflexiva, segundo a tradição
gramatical, que se chama voz reflexiva recíproca.
Ocorre quando o verbo se encontra no plural
(normalmente) e há pelo menos dois seres praticando
a mesma ação verbal, um no outro.
– Eles não se cumprimentaram nem se falaram mais.
– Nós nos beijamos efusiva e languidamente.
– Espero que vós vos abraceis em cena.
– Por que as pessoas não acreditam que a gente se
ama?
– Foi péssimo quando o casal se xingou na frente de
todos.
– Eles se entreolharam.
FORMAÇÃO DO IMPERATIVO E UNIFORMIDADE
DE TRATAMENTO
O imperativo afirmativo se forma a partir da 2a pessoa
do singular e do plural do presente do indicativo sem o
s da 3a pessoa do singular e das 1a e 3a pessoas do
plural do presente do subjuntivo.
2ª pessoa
Eu canto
Tu cantas – cantas-s – Canta tu
Vós cantais – cantais-s – Cantai vós
3ª pessoa
Que eu cante
Que ele cante – Cante ele
Que eles cantem – Cantem eles
Já o imperativo negativo é a cópia do presente do
subjuntivo: Ctrl + C + Ctrl + V. As formas do imperativo
negativo sempre vêm antecedidas de termos negativos
(não, nem, tampouco, nunca...). Não existe a primeira
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pessoa do singular, pois não é possível, em tese, dar
uma ordem para si mesmo.
2ª e 3ª pessoas
Que eu cante
Que tu cantes – Não cantes tu
Que ele cante – Não cante ele
Que vós cantais – Não cantais vós
Que eles cantem – Não cantem eles
EMPREGO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS
O MODO INDICATIVO
PRESENTE
1) Indica um fato que ocorre no momento em que se
fala.
– Ouço vozes estranhas que vêm lá de fora...
– Estou ouvindo música, e você?
– O Brasil está jogando contra a Argentina agora.
2) Indica um fato habitual, corriqueiro, frequente.
– Aos domingos, vou à missa.
– O galo sempre canta às 5 horas aqui perto.
– Você sabia que Pedro fuma?
3) Indica um fato atemporal, uma verdade absoluta
ou tomada como tal (aparece muito em ditados,
máximas, leis etc.).
– Morre todos os dias uma pessoa a cada 5 segundos.
– Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
– Deus é fiel!
4) Indica um fato que já se iniciou e dura até o
presente momento da declaração.
– Os cientistas estudam a cura da AIDS ainda.
– A homofobia vem proliferando nas grandes cidades.
– Por que você, desde a madrugada, assiste a tantos
programas de celebridades?
Pretérito Perfeito
1) Indica um fato ocorrido e concluído antes do
momento em que se fala.
– O Rock’n Rio foi um sucesso.
– Comi uma pizza deliciosa na zona sul.
– Nossa seleção conquistou mais um título mundial.
2) Indica um fato já ocorrido cujos efeitos perduram
até o presente.
– A televisão me deixou confuso com tanta notícia
conflitante.
– Foi na Igreja que eu aprendi a diferença entre o sim
e o não.
– Naquele instante eu soube que você era a mulher da
minha vida.
3) Indica um fato atemporal, habitual (normalmente
em máximas e ditados)
– Quem comeu a carne, que roa os ossos.
– Aquele que nasceu para a forca não morre afogado.
– Quem pariu Mateus que o balance.
Pretérito Imperfeito
Na lição de Celso Cunha, “Por expressar, normalmente,
um fato inacabado, impreciso, em contínua realização
na linha do passado para o presente, o imperfeito é o
tempo que melhor se presta a descrições e narrações.”.
1) Indica um fato passado que então era presente,
mas não concluído, incompleto, ou que apresenta
certa duração.
– Betinho lutava pela erradicação da fome.
– Estávamos conversando animadamente, mas
fomos interrompidos.
– Ao passo que subia o morro, ia admirando a
paisagem.
2) Indica um fato passado em curso que indica
simultaneidade, concomitância a outro fato.
– A velhinha foi atropelada quando eu atravessava a
rua.
– À medida que as sombras cobriam o dia, eu largava
o trabalho.
– Enquanto eu estudava, ela me atrapalhava.
3) Indica um fato habitual, repetitivo, uma ação
contínua.
– Impressionante! Eu chegava, ela saía.
– Eu fazia musculação todo santo dia.
– Em toda despedida, era uma choradeira.
Pretérito Mais-Que-Perfeito
1) Indica um fato passado anterior a outro fato
também passado.
– Depois que ela me pedira um favor, tive de sair de
casa.
– Todos já almoçaram quando chegamos.
– Mal entráramos, todos fizeram aquela cara de
espanto.
2) Indica um fato passado vago.
– O aluno obtivera nota dez na prova, mas
pensáramos que isso era impossível.
3) Indica desejo, vontade, em frases optativas.
– Quem me dera passar na prova!
– Quisera eu conquistar aquela vaga!
– Tomara que todos nos aceitem como funcionários.
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Futuro do Presente
1) Indica um fato posterior ao momento da fala, mas
certo de ocorrer
– Passarei na prova. Fato!
– Tu te classificarás tão logo, meu nobre.
– Serei um homem mais sério ao seu lado, mulher.
2) Indica um fato futuro incerto, hipotético (em
perguntas, normalmente).
– Serão pessoas felizes as que moram na periferia?
– Suportará Maria toda a traição de João? Não perca
no próximo capítulo.
– Ela terá seus quarenta anos, no máximo.
Futuro do Pretérito
1) Indica um fato posterior (normalmente
hipotético) a um fato no passado
– Disseram (fato passado) que ela chegaria (fato
futuro) logo.
– Você me prometeu que passaria de ano.
– Jamais trairíamos nossos amigos, mesmo depois da
falha deles.
2) Indica uma consequência hipotética, atrelada a
uma condição, que não chegou a realizar-se.
– Eu levaria uma bronca se não fizesse os exercícios.
– Faríamos os exercícios caso não fôssemos
interrompidos.
– Se encomendassem os nossos produtos, não
estariam reclamando.
3) Indica incerteza sobre fatos passados ou futuros
(normalmente em perguntas).
– Seria o sol o causador destas queimaduras?
– O homem aguentaria mais esta decepção causada
pelo filho?
– Haveria dez bandidos envolvidos no assalto.
O MODO SUBJUNTIVO
Presente
Geralmente utilizado quando desejamos expressar
desejos, possibilidades, suposições, conselho,
oposição, cuja concretização pode depender da
realização de um outro acontecimento.
– Deus te guie.
– Nada de cerimônias: pensem que estão em sua casa.
– Talvez a realidade seja mais forte que a ficção.
– Receio que aconteça o pior.
– É provável que surja outra oportunidade.
Pretérito Imperfeito
Este tempo, que expressa normalmente uma hipótese
(no passado, presente ou futuro), se usa nas orações
subordinadas. Expressa uma condição não realizável
quando vem junto a uma ideia condicional:
– Como fizesse (= fazia) parte da família há muito
tempo, cometia certos abusos*.
– Ainda que cobrisse todas as despesas da casa, a
mulher reclamava.
– Não admitia que se fizesse greve.
– Qualquer pessoa que refletisse votaria em outro
candidato.
Futuro
Exprime uma ocorrência futura possível, eventual,
normalmente. É um tempo verbal que ocorre sobretudo
com orações iniciadas com conjunção temporal ou
condicional, mas pode aparecer nas orações adverbiais
que exprimem conformidade ou proporcionalidade
(simultaneidade):
– Quando puderes, vem visitar-nos.
– Assim que ele se desocupar, virá atendê-lo.
– Se (ou caso) ele puder, trará o livro.
– Escrevam como quiserem.
O MODO IMPERATIVO
O uso do imperativo depende muito do tom de voz. O
que pode parecer às vezes polido, como “Faz o favor
de chegares aqui.”, pode, dependendo da entonação,
implicar deboche ou outro aspecto.
Usado para expressar ordens, conselhos,
exortações, pedidos, súplicas etc.
– Faça já o dever de casa!
– “Que é que estava lendo?” “Não diga, já sei, é o
romance dos Mosqueteiros.” (Machado de Assis)
– Estude mais, isso fará seu futuro melhor.
– Perdoai as nossas ofensas, assim como...
– Por favor, venha comigo!
Exemplo inesquecível de verbo no imperativo é aquele
da propaganda do chocolate Baton:
“COMPRE BATON, COMPRE BATON, COMPRE
BATON, SEU FILHO MERECE BATON!”
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Observe o emprego de um verbo irregular no seguinte
trecho: “Quando você vir um, vai entender o porquê.”
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Assinale a alternativa na qual um verbo irregular foi
CORRETAMENTE empregado.
a) Meu amigo solicitou: „Se você vim para a cerimônia,
por favor, não traga o celular‟.
b) Todos os artistas se oporam quando quisemos
gravar o show com os smartphones.
c) É proibido entrar com celular em alguns eventos,
mesmo se as pessoas fazerem confusão.
d) Apesar de muitos roubos de celulares durante o
show, a polícia não interveio.
e) Os convidados se entreteram mais com os
celulares do que com a festa de casamento.
2) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -
Administrativa
“Estamos evoluindo nosso lado humano e tendo
orgulho dessa evolução tanto quanto da tecnologia?”. A
escolha das formas verbais destacadas evidencia que
o autor pretendeu indicar ações que
a) estão em andamento.
b) estão por acontecer.
c) foram concluídas.
d) mudaram de estado.
e) não ocorreram.
3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem
Observe o texto abaixo:
"Temo a tua natureza; ela está demasiado cheia do
leite da ternura.”
(William Shakespeare)
Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA.
a) O verbo sublinhado exige complemento regido de
preposição.
b) Nesse texto, o leitor é tratado na 2ª. pessoa do
singular. Caso fosse tratado na 2ª. pessoa do plural,
estaria correto o trecho: Temo a sua natureza.
c) O autor cometeu um erro de concordância nominal.
O correto seria: ela está demasiada cheia do leite da
ternura
d) Se o termo "ela" estivesse no plural, estaria correto
o trecho: Elas estão demasiados cheias do leite da
ternura.
e) Se o sujeito do verbo "temer" fosse "Eu e tua
família", o correto seria: Eu e tua família tememos a tua
natureza.
4) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem
TEXTO 03
"Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política,
de ideais. Jamais conheci alguém sinceramente
cansado de dinheiro."
(Millôr Fernandes)
Se no texto, o verbo fosse conjugado na 2a. pessoa do
singular (mantendo-se o mesmo tempo verbal) e o
termo "gente" fosse substituído por " mulheres e
homens", estaria CORRETO o texto indicado na
alternativa
a) Já viste mulheres e homens cansados de amor, de
trabalho, de política, de ideais. Jamais conheceste
alguém sinceramente cansado de dinheiro.
b) Já vistes mulheres e homens cansadas de amor, de
trabalho, de política, de ideais. Jamais conhecestes
alguém sinceramente cansado de dinheiro.
c) Já vereis mulheres e homens cansados de amor,
de trabalho, de política, de ideais. Jamais conhecereis
alguém sinceramente cansado de dinheiro.
d) Já víeis mulheres e homens cansadas de amor, de
trabalho, de política, de ideais. Jamais conhecíeis
alguém sinceramente cansado de dinheiro.
e) Já vedes mulheres e homens cansados de amor,
de trabalho, de política, de ideais. Jamais conheceis
alguém sinceramente cansado de dinheiro.
5) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Técnico
Em um dos pensamentos abaixo, emprega-se o verbo
sublinhado no modo imperativo. Identifique-o.
a) "O comércio do mundo é conduzido pelos fortes e
usualmente opera contra os fracos." (Henry Beecher)
b) "Nós não devemos apenas acreditar naquilo que
vendemos. Devemos também vender aquilo em que
acreditamos." (William Bernbach)
c) “Faça um cliente, não uma venda." (Katherine
Barchetti)
d) "Se você pudesse vender a sua experiência pelo
preço que ela lhe custou, ficaria rico." (J. P. Morgan)
e) "O segredo do comércio está em levar as coisas de
onde abundam para onde são mais caras." (Ralph
Waldo Emerson)
6) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado da PM
Na frase - Não me deixem esquecer! a forma verbal
destacada está no modo imperativo, expressando um
pedido, uma recomendação. Também está no modo
imperativo a forma verbal destacada em:
a) Este medicamento não está indicado a mulheres
durante a gravidez e lactaçâo.
b) Até o momento, não constatamos reações adversas
em pacientes diabéticos.
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c) Apesar de não serem comuns, podem ocorrer casos
de asma, rinite e urticária.
d) Não desaparecendo os sintomas, é importante
buscar orientação médica.
e) Não interrompa o tratamento sem o conhecimento
de seu médico.
7) Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Em: “[...] se não há esperança de nada [...]”, assinale a
alternativa que aponta a flexão correta do verbo no
futuro do pretérito, se o substantivo ESPERANÇA
fosse reescrito no plural.
a) haveria
b) haverá
c) haverão
d) houveram
e) haveriam
8) Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: PM-BA Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa correta. No fragmento “Talvez
quisesse que seu pai conversasse com você” (21ª§), os
verbos estão flexionados no mesmo tempo e modo
indicando:
a) uma possibilidade em relação ao passado.
b) uma incerteza em relação a um futuro próximo.
c) uma sugestão para um interlocutor específico.
d) um hábito do passado que foi interrompido.
e) uma ação presente que se estende até o futuro.
9) Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado da Polícia Militar
Considere as seguintes frases:
• Primeiro, associe suas memórias com objetos
físicos.
• Segundo, não memorize apenas por repetição.
• Terceiro, rabisque!
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos
empregados nessas frases está em destaque em:
a)... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem
com que o cérebro humano não considere útil gravar
esses dados...
b)Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
número de informações.
c)... após discar e fazer a ligação, não precisamos
mais dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em
que morou quando era criança?
e) É o que mostra também uma pesquisa recente
conduzida pela empresa de segurança digital
Kaspersky...
10) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:
Soldado da Polícia Militar
Ao se passar a forma verbal destacada em “...as
metralhadoras e as armas de todos os calibres SE
LUBRIFICAM.”, da voz passiva sintética para a
analítica, como ficaria a flexão do verbo?
a) foram lubrificadas
b) são lubrificadas
c) eram lubrificadas
d) seriam lubrificadas
e) sejam lubrificadas
GABARITO:
1 – D 3 – E 5 – C 7 – A 9 - D
2 – A 4 – A 6 - E 8 - A 10 – B
PRONOME
Pronome serve para indicar as pessoas do discurso:
1ª (falante),
2ª (ouvinte),
3ª (assunto).
O pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a
depender do contexto: posse, indefinição,
generalização, questionamento, apontamento,
aproximação, afetividade, ironia, depreciação etc.
É uma classe de palavras normalmente variável em
gênero e número e que se refere a elementos dentro
e fora do discurso. É um determinante quando
acompanha o substantivo (neste caso, é chamado de
pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando
substitui o substantivo, é chamado de pronome
substantivo, pois tem valor de substantivo.
Resumindo: pronome é o vocábulo que substitui ou
acompanha o substantivo, relacionando-o às três
pessoas do discurso.
PRONOMES PESSOAIS
Os pronomes pessoais são aqueles que designam as
três pessoas do discurso, no singular e no plural. São
sempre pronomes substantivos e se dividem em dois
tipos. São chamados de retos porque exercem,
normalmente, função de sujeito, e oblíquos porque
exercem, normalmente, função de complemento verbal
ou nominal.
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PRONOMES PESSOAIS
Número Pessoa Retos
Oblíquos
Átonos (usar
sem preposição)
Tônicos (usar
com preposição)
Singular
1ª Eu me mim, comigo
2ª Tu te ti, contigo
3ª ele/ela o, a, lhe, se si, ela, ele, consigo
Plural
1ª Nós nos nós, conosco
2ª Vós vos vós, convosco
3ª eles/elas os, as, lhes, se si, eles, elas,
consigo
• Pronomes Retos
1a pessoa: eu (singular), nós (plural).
2a pessoa: tu (singular), vós (plural).
3a pessoa: ele/ela (singular), eles/elas (plural).
Esses pronomes normalmente conjugam verbos, por
isso comumente exercem função de sujeito, mas
também podem exercer função de predicativo do
sujeito, vocativo, aposto e, raramente, objeto direto.
CUIDADO: por via de regra, o pronome reto não pode
ocupar a posição de complemento do verbo, ou seja,
não pode exercer função de objeto direto. O pronome
que se ocupa disso é o oblíquo.
• Pronomes Oblíquos Átonos
1a pessoa: me (singular), nos (plural).
2a pessoa: te (singular), vos (plural).
3a pessoa: se (singular ou plural), lhe, lhes, o, a, os,
as.
Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem
exercer função de sujeito (raramente), objeto direto
(normalmente), objeto indireto (normalmente),
complemento nominal (raramente) e adjunto adnominal
(raramente). Já lhe(s) pode exercer função de objeto
indireto (normalmente), sujeito (raramente),
complemento nominal (raramente) e adjunto adnominal
(raramente). Por sua vez, os pronomes átonos o, a, os,
as só exercem função de objeto direto (normalmente)
ou sujeito (raramente).
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Também chamada de Topologia ou Sínclise
Pronominal, é o nome que se dá à parte da Gramática
que trata, basicamente, da adequada posição dos
pronomes oblíquos átonos (POA) junto aos verbos:
próclise (POA antes do verbo), ênclise (POA depois
do verbo) e mesóclise (POA no meio do verbo).
PRÓCLISE é o nome que se dá à colocação
pronominal antes do verbo. É usada nestes casos:
Palavra de sentido negativo antes do verbo*
– Não se esqueça de mim.
* não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais, tampouco,
sequer etc.
Obs.: Após pausa (vírgula, ponto e vírgula... entre
qualquer palavra atrativa e o verbo), usa-se ênclise:
Não; esqueça-se de mim!
Advérbio ou palavra denotativa antes do verbo*
– Agora se negam a depor.
* já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez,
também, até, inclusive, mesmo,
exclusive, aqui, hoje, provavelmente, por que, onde,
como, quando etc.
Obs.: Se houver pausa (vírgula, ponto e vírgula...) após
o advérbio, usa-se a ênclise:
“Agora, negam-se a depor”. Segundo o gramático
Rocha Lima, se houver repetição de
pronomes átonos após pausas, em estrutura de
coordenação, pode-se usar a próclise (ou
a ênclise): “Ele se ajeitou, se concentrou, se arrumou e
se despediu.” Quando o pronome
tem funções sintáticas diferentes ou quando se quer dar
ênfase, a repetição é obrigatória:
“Eu o examinei e lhe receitei um remédio.”
Conjunções e locuções subordinativas antes do verbo
– Soube que me negariam.
* que, se, como, quando, assim que, para que, à
medida que, já que, embora, consoante
etc.
Pronomes relativos antes do verbo*
– Identificaram-se duas pessoas que se encontravam
desaparecidas.
* que, o qual (e variações), cujo, quem, quanto (e
variações), onde, como, quando.
Pronomes indefinidos antes do verbo*
– Poucos te deram a oportunidade.
* alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem
etc.
Pronomes interrogativos antes do verbo*
– Quem te fez a encomenda?
* que, quem, qual, quanto.
Entre a preposição em e o verbo no gerúndio
– Em se plantando tudo dá.
Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas
alternativas antes do verbo*
– Ora me ajuda, ora não me ajuda.
– Não foi nem se lembrou de ir.
* nem, não só/apenas/somente... mas/como
(também/ainda/senão)..., tanto...
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quanto/como..., que, ou... ou, ora...ora, quer... quer...,
já... já...
Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo)
– Quanto se ofendem por nada, rapazes!
– Deus te proteja, meu filho, e que bons ventos o
tragam logo.
Com o infinitivo flexionado precedido de preposição
– Foram ajudados por nos trazerem até aqui.
Com formas verbais proparoxítonas
– Nós lhes desobedecíamos sempre.
Com o numeral ambos
– Ambos te abraçaram com cuidado.
ÊNCLISE é o nome que se dá à colocação pronominal
depois do verbo; ela é basicamente usada quando não
há fator de próclise; veja:
Verbo no início da oração sem palavra atrativa
– Vou-me embora daqui!
Obs.: Com palavra atrativa: “Já me vou embora daqui!”
Pausa antes do verbo sem palavra atrativa
– Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.
Obs.: Com palavra atrativa: “Se eu ganho na loteria, tão
logo me mudo.”
Verbo no imperativo afirmativo sem palavra atrativa
– Quando eu der o sinal, silenciem-se todos.
Obs.: Com palavra atrativa: “Enquanto eu não avisar,
jamais vos silenciem.”
Verbo no infinitivo não flexionado sem palavra atrativa
– Machucar-te não era minha intenção.
Obs.: Os POAs “-lo, -la, -los, -las” virão sempre
enclíticos aos infinitivos não flexionados antecedidos da
preposição a: “Estou inclinado a perdoá-lo. / Apesar de
tudo, continuo disposto a ajudá-la.”
Verbo no gerúndio sem palavra atrativa
– Recusou a proposta, fazendo-se de desentendida.
Obs.: Com palavra atrativa: “Recusou a proposta, não
se fazendo de desentendida.”
MESÓCLISE É o nome que se dá à colocação
pronominal no meio do verbo (extremamente formal);
ela é usada nos seguintes casos:
Verbo no futuro do presente do indicativo sem palavra
atrativa
– Realizar-se-á, na próxima semana, um grande
evento em prol da paz no mundo.
Obs.: O POA sempre ficará entre o r do verbo e a
terminação do verbo: “Daremos um beijo no teu rosto.
= Dar-te-emos um beijo no rosto.” Com palavra
atrativa, a próclise é obrigatória: “Talvez se realizará,
na próxima semana, um grande evento.”
Verbo no futuro do pretérito do indicativo sem palavra
atrativa
– Não fosse o meu compromisso, acompanhá-la-ia
nesta viagem.
Obs.: Com palavra atrativa: “Mesmo não havendo
compromisso, nunca te acompanharia nesta viagem.”
Casos Facultativos
Pronomes demonstrativos antes do verbo sem palavra
atrativa.*
– Aquilo me deixou triste / Aquilo deixou-me triste.
* este (e variações), isto; esse (e variações), isso;
aquele (e variações), aquilo.
Conjunções coordenativas (exceto aquelas
mencionadas nos casos de próclise) antes do verbo
sem palavra atrativa.
– Ele chegou e dirigiu-se a mim. / Ele chegou e se
dirigiu a mim.
– Corri atrás da bola, mas me escapou. / Corri atrás da
bola, mas escapou-me.
Sujeito explícito com núcleo pronominal (pronome
pessoal reto e de tratamento) antes do verbo sem
palavra atrativa.
– Ele se retirou. / Ele retirou-se.
– Eu te considerarei. / Eu considerar-te-ei.
– Sua Excelência se queixou de você. / Sua
Excelência queixou-se de você.
Obs.: Com verbos monossilábicos, a eufonia ordena
que se use a próclise, segundo bem nos lembra Manoel
Pinto Ribeiro: “Eu a vi ontem, e não Eu vi-a ontem.”
Sujeito explícito com núcleo substantivo (ou numeral)
antes do verbo sem palavra atrativa.
– Camila te ama ou Camila ama-te. / Os três se amam
ou Os três amam-se.
Infinitivo não flexionado precedido de “palavras
atrativas” ou das preposições “para, em, por, sem, de,
até, a”.
– Meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era
não incomodá-lo.
– Calei-me para não contrariá-lo. / Calei-me para não
o contrariar.
– Corri para o defender. / Corri para defendê-lo.
– Acabou de se quebrar o painel. / Acabou de quebrar-
se o painel.
– Sem lhe dar de comer, ele passará mal. / Sem dar-
lhe de comer, ele passará mal.
– Até se formar, vai demorar muito. / Até formar-se, vai
demorar muito.
– Erro agora em lhe permitir sair? / Erro agora em
permitir-lhe sair?
– Por se fazer de bobo, enganou a muitos. / Por fazer-
se de bobo, enganou a muitos.
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– Estou pronto a te acompanhar. / Estou pronto a
acompanhar-te.
• Pronomes oblíquos tônicos
1a pessoa: mim, comigo (singular);
nós, conosco (plural).
2a pessoa: ti, contigo (singular);
vós, convosco (plural).
3a pessoa: si, consigo (singular ou plural);
ele(a/s) (singular ou plural).
São sempre precedidos de preposição! Podem exercer
função sintática de objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, agente da passiva, adjunto
adnominal, adjunto adverbial, dativo de opinião*.
– Convidou-me e a ela também. (objeto direto –
preposicionado)
– Ela não só aludiu a mim como a vós também. (objeto
indireto)
– Estamos preocupados contigo. (complemento
nominal)
– É muito bom quando a Argentina é derrotada por nós.
(agente da passiva)
– A casa deles é enorme. (adjunto adnominal)
– Ontem eu saí convosco por causa dela. (adjunto
adverbial)
– Para mim, ele não presta. (dativo de opinião)
Mim
– Nunca houve nada entre mim e ti.
Está adequado à norma culta ou não este uso do
pronome? Adequadíssimo! Não estaria se estivesse
assim: “Nunca houve nada entre eu e você.”, como já
vimos. O eu só poderia vir após a preposição se
fosse sujeito de um verbo: “Entre eu sair e tu saíres,
saio eu!”. Certo é que, nessa estrutura de
reciprocidade, com a preposição entre, podemos usar
mim, ti, nós, vós, ele(a/s) e quaisquer pronomes de
tratamento.
PRONOMES DE TRATAMENTO
São pronomes muito usados no tratamento cortês e
cerimonioso.
Vossa Alteza V. A. Príncipes, duques
Vossa Eminência V. Ema.(s) Cardeais
Vossa
Reverendíssima V. Revma.(s) Sacerdotes e bispos
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) Altas autoridades e
oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) Reitores de
universidades
Vossa Majestade V. M. Reis e rainhas
Vossa Majestade
Imperial V. M. I. Imperadores
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) Tratamento
cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus
Sobre as palavras “senhor, senhora, senhorita, dom,
dona, madame” (e outros termos que servem de títulos
ou que são meramente respeitosos), elas podem ser
meros substantivos (Ela é dona de si.) ou formas de
tratamento (e não pronomes de tratamento): Dona
Carlota Joaquina era polêmica! Por isso, neste último
exemplo, Dona tem valor de substantivo e não de
pronome, tais palavras têm valor discursivo de
pronome de tratamento (são dirigidas a pessoas de
prestígio na sociedade em situações formais) e valor
morfológico de substantivo (pertence a essa classe
gramatical).
Sobre você, os dicionários (inclusive o vocabulário
VOLP) e as gramáticas o colocam na lista dos
pronomes de tratamento. Pertencem a essa classe
gramatical mesmo! No entanto, tal pronome tem um
valor discursivo um pouco diferente, pois é usado em
contextos informais.
Obs.: Com as formas ou pronomes de tratamento –
apesar de femininas em sua formação –, faz-se a
concordância com o sexo das pessoas a que se
referem: Vossa Senhoria está convidado (homem) a
assistir ao Seminário.
Qualquer pronome de tratamento, apesar de se
referir à 2a pessoa do discurso, exige que verbos e
pronomes estejam na forma de 3a pessoa.
– Sua Alteza estuda tanto para poder um dia governar
sua nação.
O pronome você não pode ser “misturado” com
verbos ou pronomes de 2a pessoa no mesmo
contexto; é preciso haver uniformidade de
tratamento; no entanto, o que mais ocorre é a
“desuniformidade” de tratamento, note:
– Entre por essa porta agora e diga que me adora, você
tem meia hora pra mudar a minha vida, vem, vambora...
(Adriana Calcanhoto). A forma verbal vem está na 2a
pessoa do singular (vem tu); deveria ser: venha (venha
você).
PRONOMES POSSESSIVOS
Os pronomes possessivos estabelecem relação de
posse (normalmente) entre seres e conceitos e as
pessoas do discurso.
1a pessoa: meu(s), minha(s) / nosso(a/s).
2a pessoa: teu(s), tua(s) / vosso(a/s).
3a pessoa: seu(s), sua(s).
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Eles variam (concordam) em gênero e número com o
substantivo a que se ligam (João deixou uma herança
vultosa para suas mulheres.) ou a que se referem
(Filhos? Sempre estou atento aos meus.).
Os pronomes de tratamento exigem os possessivos
na 3a pessoa:
– Vossa Senhoria deve encaminhar suas
reivindicações ao diretor.
PRONOMES INDEFINIDOS
Os pronomes indefinidos referem-se à 3a pessoa do
discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica.
Variáveis
Invariáveis Singular Plural
Masculino Feminino Masculino Feminino
algum
nenhum
todo
muito
pouco
vário
tanto
outro
quanto
alguma
nenhuma
toda
muita
pouca
vária
tanta
outra
quanta
alguns
nenhuns
todos
muitos
poucos
vários
tantos
outros
quantos
algumas
nenhumas
todas
muitas
poucas
várias
tantas
outras
quantas
alguém
ninguém
outrem
tudo
nada
algo
cada
qualquer quaisquer
PRONOMES INTERROGATIVOS
Os pronomes interrogativos exprimem
questionamento direto (com ponto de interrogação) ou
indireto (sem ponto de interrogação) em um contexto
que sugere desconhecimento ou vontade de saber.
Que Quem Qual (Quais) Quanto (a/s)
– Que é isso? (pergunta direta)
– Quero saber que é isso. (pergunta indireta: Que é
isso?)
– Quem é esse rapaz? (pergunta direta)
– Não sabemos quem é esse rapaz. (pergunta indireta:
Quem é esse rapaz?)
– De qual pintura você está falando? (pergunta direta)
– Pergunta-se qual é a altura dela. (pergunta indireta:
Qual é a altura dela?)
– Por quanto você vende esta garrafa? (pergunta
direta)
– Verificaram quanto custava o conserto. (pergunta
indireta: Quanto custava o conserto?)
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Os pronomes demonstrativos marcam a posição
temporal ou espacial de um ser em relação a uma das
três pessoas do discurso, fora do texto (exófora/dêixis)
ou dentro de um texto (endófora – anáfora ou catáfora).
Não fique pasmo com esses nomes bonitinhos
(exófora, dêixis, endófora, anáfora, catáfora), pois os
conceitos deles são de facílima digestão.
Eis os principais demonstrativos:
1a pessoa: este(a/s), isto.
2a pessoa: esse(a/s), isso.
3a pessoa: aquele(a/s), aquilo.
Além desses, há outras palavras que são classificadas
como pronomes demonstrativos:
• Função espacial
Este (a/s), isto: refere-se a um ser que está próximo do
falante ou que o falante toma como tal ou em referência
à correspondência que enviamos.
– Esta camisa aqui do Flamengo é minha.
– Este documento segue anexo aos demais.
Esse(a/s), isso: refere-se a um ser que está próximo
do ouvinte ou que o falante toma como tal
– Essa camisa aí é tua?
– Saia do meio dessa rua, garoto!
Obs.: Às vezes, pode haver dois demonstrativos para
especificar melhor um substantivo: Essa (ou Esta)
moça é aquela de que falei agora há pouco.
Aquele(a/s), aquilo: refere-se a um ser que está
distante do ouvinte e do falante ou de algo que se
encontra na pessoa de quem se fala
– Aquela camisa lá é dele.
– Aquele país onde ele mora não presta.
– Aquele temperamento do Mano fez o Brasil perder a
Copa.
• Função temporal
Este(a/s): presente, passado recente ou futuro (dentro
de um espaço de tempo).
– Esta é a hora da verdade.
– Esta noite foi sensacional.
– Este fim de semana será perfeito, pena que ainda é
segunda.
Esse(a/s): passado recente ou futuro.
– Ninguém se esquecerá desse carnaval.
– Depois da reunião, sei que esses dias serão
diferentes.
Aquele(a/s): passado ou tempo distante (vago).
– Foi em 1500, naquele ano, o Brasil surgiu.
– Naquele dia, no Seu dia, Deus fará justiça.
• Função distributiva
Este, referindo-se ao mais próximo ou citado por último.
Aquele, referindo-se ao mais afastado ou citado em 1o
lugar. Ambos são anafóricos, pois substituem termos
anteriores.
– Todos nós conhecemos Lula e Dilma. A imagem
desta tem como reflexo aquele.
• Função referencial
Este(a/s), isto referem-se normalmente a algo que
será dito ou apresentado (valor catafórico). Pode
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também retomar um termo ou ideia antecedente (valor
anafórico), segundo ensinam Bechara e Celso Cunha.
– Esta sentença é verdadeira: “A vida é efêmera.”. E
nisto todos confiam.
Obs.: Usa-se nisto também quando equivale a “então”
ou “nesse momento”: “Saí de casa cedo. Nisto, minha
mulher me ligou.”
Esse(a/s), isso referem-se sempre a algo já dito ou
apresentado (valor anafórico).
– Isso que você disse não está certo, amigo. É por
essas e outras que nada funciona neste país.
Obs.: Pode ser usado após o substantivo para reiterar
uma ideia: “Li bons romances nas minhas viagens de
avião, romances esses que me fazem falta.”
PRONOMES RELATIVOS
Este é o campeão de aparições nas provas!
O pronome relativo é um elemento conector de
caráter anafórico, isto é, refere-se a um termo
antecedente explícito (substantivo (normalmente!),
pronome substantivo, numeral substantivo, advérbio,
verbo no infinitivo ou oração reduzida de infinitivo),
substituindo-o. Sintaticamente falando, todo pronome
relativo (sempre!) refere-se a um termo de outra oração
ao introduzir oração subordinada adjetiva (restritiva ou
explicativa).
– O homem (apesar de certos contratempos) que veio
aqui era o Presidente.
– Ninguém que esteve no Brasil desapontou-se.
– Apenas um, que compareceu à festa, estava bem
trajado.
– Ali, onde você mora, não é o melhor lugar do mundo.
– Estudar que é bom ninguém acha legal.
– Procurar aprender Língua Portuguesa, que é
importante, você não quer.
Emprego dos pronomes relativos
QUE (substituível pelo variável o qual)
• É invariável.
• Refere-se a pessoas ou coisas.
• É chamado de relativo universal, pois pode –
geralmente – ser utilizado em substituição de todos os
outros relativos.
– As mulheres, que (=as quais) são geniosas por
natureza, permanecem ótimas.
– Para rimar, o Mengão, que (= o qual) sempre será
meu time de coração, é pentacampeão.
– Minha sogra, a que (= à qual) tenho grande aversão,
está viva ainda.
QUEM
• É invariável.
• Refere-se a pessoas ou a algo personificado.
• A preposição a precederá o relativo quem
normalmente, exceto se o verbo ou um nome da oração
subordinada adjetiva exigir outra preposição. De
qualquer forma, vem sempre preposicionado.
– A Justiça a quem devo obediência é meu guia.
– Eis o homem a quem mais admiro.
– Conheci uma musa, por quem me apaixonei.
– Deus, perante quem me ajoelho, é importantíssimo.
CUJO
• É um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre
dois nomes substantivos explícitos, entre o ser
possuidor (antecedente) e o ser possuído
(consequente).
• É variável, logo concorda em gênero e número com o
nome consequente, o qual geralmente difere do
antecedente.
• Nunca vem precedido ou seguido de artigo, é por isso
que não há crase antes dele.
• Geralmente exprime valor semântico de posse.
• Equivale à preposição de + antecedente, se invertida
a ordem dos termos.
– O Flamengo, cujo passado é glorioso, continua
alegrando. (O passado do Flamengo...)
– Esta é uma doença contra cujos males os médicos
lutam. (... contra os males da doença)
– Vi o filme a cujas cenas você se referiu. (... às cenas
do filme)
– O telefone, cuja invenção ajudou a sociedade, é útil.
(A invenção do telefone...)*
– O registro formal, em que o grau de prudência é
máximo, e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo
é o preferido dos professores de língua portuguesa. (...
o conteúdo do registro formal...)
Obs.: *Aqui não há relação de posse, mas sim valor
passivo. Os gramáticos que corroboram esta análise
são estes: Maria Helena de Moura Neves e Ulisses
Infante. Por isso, neste caso, ele é analisado
sintaticamente como complemento nominal.
QUANTO
• É variável.
• Aparece sempre após os pronomes “tudo, todo (e
variações) e tanto (e variações)” seguidos ou não de
substantivo ou pronome. Exerce função de sujeito e
objeto direto apenas.
– Ele encontrou tudo quanto procurava.
– Bebia toda a cerveja quanta lhe ofereciam.
– Todas quantas colaborarem serão beneficiadas.
– Aqui há tantos movimentos quantos se podem
esperar.
– Explico tantas vezes quantas sejam necessárias.
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Obs.: É importante dizer que o quanto pode ser
conjunção, pronome interrogativo ou indefinido em
outros contextos.
ONDE
• É invariável.
• Aparece com antecedente locativo real ou virtual.
• Substituível por em que, no qual (variações).
• Pode ser antecedido, principalmente, pelas
preposições a, de, por e para. Aglutina-se com a
preposição a, tornando-se aonde, e com a preposição
de, tornando-se donde.
– A cidade onde (= em que/na qual) moro é linda.
– Meu coração, onde tu habitas, é teu e de mais
ninguém.
– O sítio para onde voltei evocava várias lembranças.
– As praias aonde fui eram simplesmente fantásticas.
– O lugar donde retornei não era tão bom quanto aqui.
– A casa por onde passamos ontem era minha.
– O adversário invadiu sua mente – onde ninguém
antes havia entrado.
COMO
• É invariável.
• Precedido pelas palavras modo, maneira, forma e
jeito.
• Equivale a “pelo qual”, normalmente.
– Acertei o jeito como fazer as coisas.
– Encontraram o modo como resolver a questão.
– A maneira como você se comportou é elogiável.
– Gosto da forma como aqueles atores contracenam.
Obs.: É digno de nota que o vocábulo como pode ser
classificado de diferentes formas a depender do
contexto.
QUANDO
• É invariável.
• Retoma antecedente que exprime valor temporal.
• Equivale a “em que”.
– Ele era do tempo quando se amarrava cachorro pelo
rabo.
– É chegada a hora quando (= em que) todos devem
se destacar.
Obs.: Lembre-se de que este vocábulo (quando) pode
ser uma conjunção temporal ou um advérbio
interrogativo, em outro contexto.
PREPOSIÇÃO
A preposição estabelece determinadas relações de
sentido, mas tudo dependerá do contexto, pois, em
tese, elas são vazias de sentido fora de contexto. Note
como o sentido da frase vai mudar com o uso diverso
de preposição:
– Falou a Lucas.
– Falou ante Lucas.
– Falou após Lucas.
– Falou com Lucas.
– Falou contra Lucas.
– Falou de Lucas.
– Falou em Lucas.
– Falou para Lucas.
– Falou perante Lucas.
– Falou por Lucas.
– Falou sem Lucas.
– Falou sobre Lucas.
Do ponto de vista morfológico, a preposição é uma
palavra invariável que tem o papel de conector (ou
conectivo), isto é, cumpre a função de ligar palavras
entre si, palavras a orações ou orações entre si.
– Até amanhã, vou ficar em Paris.*
– Sairemos com você hoje.
– Ai de mim!
– Quem de nós dois...
– Estudo muito Português para passar logo!
Do ponto de vista sintático, a preposição nunca
exerce função sintática, mas participa no sistema de
transitividade, introduzindo complementos (verbais ou
nominais), ou na construção de adjuntos (adnominais
ou adverbiais). Muitos verbos, substantivos, adjetivos e
advérbios exigem complemento preposicionado, por
isso ela é um conectivo subordinativo:
– Não concordo com atitudes precipitadas.
– Tenho admiração por quem é solidário.
– Bebida alcoólica é imprópria para menores.
– Paralelamente às apresentações, o cantor se
destacou.
Pois bem... para entendermos todas as definições de
preposição, vamos analisar esta frase:
Desde o ano passado, decidi estudar por
videoaulas, pois simpatizei com o método.
Note que os vocábulos Desde, por e com
1) indicam uma ideia de tempo (desde) e meio (por),
respectivamente; com nada significa, no contexto;
2) não variam;
3) participam na construção dos adjuntos adverbiais
de tempo (Desde o ano passado) e de meio (por
videoaulas); no sistema de transitividade do verbo
simpatizar, exige objeto indireto iniciado pela
preposição com (com o método).
Identificação
Identificar uma preposição é fácil. Basta, primeiro,
decorar as preposições – que são poucas! – e,
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segundo, perceber em que contextos elas aparecem. O
fato é que as preposições ligam palavras entre si,
palavras a orações ou orações entre si, podendo estar
entre elas ou deslocadas:
– Devemos visar a cargos públicos que pagam bem.
– Para saber a verdade sobre esta questão, é preciso
muito estudo.
MÚSICA PREPOSIÇÕES - PIRULITO QUE BATE
BATE
A – ANTE – APÓS – ATÊ –
COM – CONTRA - DE – DESDE – EM - ENTRE
PARA – PER – PERANTE-
POR – SEM – SOB – SOBRE - TRÁS
CONJUNÇÃO
Do ponto de vista semântico, a conjunção é uma
palavra que traz embutida um sentido (ou mais de um).
Do ponto de vista morfológico, a conjunção é uma
palavra que não muda de forma, portanto é invariável.
Do ponto de vista sintático, a conjunção não exerce
função sintática alguma, mas participa de
construções coordenadas e subordinadas, ligando
normalmente termos de mesma função sintática,
orações, períodos e parágrafos, numa relação lógica.
Pois bem... para entendermos todas as definições de
conjunção, vamos analisar este texto:
A mulher e o homem se complementam, mas essa
relação é (não raro) cercada de desavenças. Por isso
ocorrem muitas separações, resultando em
dificuldades emocionais, financeiras e até físicas. Não
obstante, o quadro não é só pessimista; muitos casais
conseguem viver em harmonia e com amor durante
toda a sua vida.
Note que os termos e, mas, Por isso, Não obstante,
e
1) apresentam, respectivamente, valores semânticos
de adição, oposição, conclusão, oposição e adição;
observe a relação lógica e semântica entre as partes do
texto;
2) não variam de forma;
3) ligam termos de mesma função sintática
coordenados, orações coordenadas, períodos,
parágrafos e termos de mesma função sintática
coordenados.
IDENTIFICAÇÃO
Identifica-se uma conjunção por saber qual é a função
dela na língua. Seu objetivo é conectar partes do
texto: vocábulos, orações, períodos... Veja alguns
exemplos:
– Farei exames pré e pós-operatórios. (liga prefixos)
– Paradoxalmente, Vítor está contra e a favor do novo
acordo ortográfico. (liga preposição a locução
prepositiva)
– Uma luz bruxuleante mas teimosa continuava a
brilhar nos seus olhos. (liga vocábulos, termos de
mesma função sintática)
– Nós esperamos que você estude mais. (liga orações)
– Enquanto as coisas não se resolverem por aqui,
jamais te deixarei só.
– Tudo concluído enfim; podemos, pois, comemorar
até o dia seguinte!
LOCUÇÃO CONJUNTIVA
A locução conjuntiva é formada por um grupo de
vocábulos (muitas vezes terminados em que)
desempenhando o mesmo papel das conjunções.
Eis algumas locuções conjuntivas: não obstante, no
entanto, só que, por conseguinte, em vista disso, por
isso, sendo assim, assim como, com isso, pois que,
visto que, já que, ao passo que, para que, logo que,
assim que, a menos que, a fim de que, à medida que...
Trabalha-se muito a substituição e a equivalência entre
conjunções e locuções conjuntivas nas provas, todo
ano.
CLASSIFICAÇÃO
Existem dois tipos de conjunção: coordenativas (em
princípio, ligam orações ou termos sintaticamente
independentes) e subordinativas (em princípio, ligam
orações sintaticamente dependentes).
Para você entender isso melhor, observe estas frases
com conjunções coordenativas:
– Em grandes livrarias, são vendidos livros, CDs e
DVDs.
– Um temporal está chegando, portanto fique atento!
Note que as duas conjunções (e e portanto) têm o papel
apenas de ligar, podendo ser retiradas das frases, pois
elas ligam partes independentes entre si.
Veja como ficaria possível a reescritura delas:
– Em grandes livrarias, são vendidos livros, CDs,
DVDs.
– Um temporal está chegando – fique atento!
Observe agora duas frases com conjunções
subordinativas:
– Não sei se tudo mudará depois das eleições.
– Nunca desista da vida, embora ela esteja difícil.
Note que as duas conjunções (se e embora) têm a
função de ligar as duas orações seja completando, seja
determinando. Logo, não podem ser retiradas das
frases, pois elas ligam partes independentes entre si.
Veja como ficaria “estranha” (ou, tecnicamente falando,
“agramatical”) a reescritura delas:
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– Não sei tudo mudará depois das eleições. (?!)
– Nunca desista da vida, ela esteja difícil. (?!)
• Coordenativas
Fiquem atentos às conjunções sublinhadas! Como não
são usuais, as bancas exploram-nas para dificultar sua
vida.
Aditivas: exprimem ideia de soma, acréscimo, adição;
o e exprime outros valores.
e
nem... (= e não)
nem... nem
tampouco
não só... mas (também)*
não só... mas (ainda)
não só... (bem) como
bem como
não só... como (também).
não só... como (ainda)
não só... senão (também)
não só... senão (ainda)
tanto... quanto
tanto... como
mais (em linguagem matemática ou coloquial)
* Os parênteses indicam que tais palavras podem ou
não aparecer. No lugar de não só, pode aparecer não
somente ou não apenas, nas conjunções correlativas
aditivas.
– Estudo e trabalho.
– Não estudo nem trabalho.
– Nem eu nem você estudamos.
– Não estudo, tampouco trabalho.
– Não só estudo mas também trabalho.
– Não apenas estudo bem como trabalho.
– Não somente estudo senão ainda trabalho.
– Tanto estudo quanto trabalho.
– Dois mais dois são quatro. Por isso, nós mais vocês
formamos um quarteto.
Cuidado!!!
1) Sobre o “e”: Além de apresentar a ideia de adição,
também pode ter outros valores semânticos, como
adversidade (mas, porém) ou
conclusão/consequência (portanto, por isso, então).
– Choveu intensamente, e a cidade ficou inundada.
(portanto, por isso – conclusão/consequência)
– Cumpra suas obrigações e será recompensado.
(portanto, por isso – conclusão/consequência)
– Nós acordamos cedo, e chegamos, infelizmente,
atrasados. (mas, porém – adversidade/oposição)
– Fazemos muitas dietas, e não conseguimos
emagrecer. (mas, porém – adversidade/oposição)
– Depois de ontem, vou chamar-lhe e dar-lhe uma
bronca (= para – finalidade)
Adversativas: indicam essencialmente uma ideia de
adversidade, oposição, contraste; também ressalva,
quebra de expectativa, compensação, restrição; elas
realçam o conteúdo da oração que introduzem.
mas não obstante
porém só que
contudo senão (= mas sim)
todavia agora
entretanto antes
no entanto ainda assim
– Não para de comer, mas nunca fica satisfeito.
– Fuja daqui, porém tome cuidado!
– O filme agradou ao público, contudo não foi louvado
pelos críticos.
– Perdi todos os meus bens, todavia me alegrei com a
separação.
– Paixão não me faz bem, entretanto não vivo sem ela.
Cuidado!!!
1) O mas pode apresentar matizes de sentido:
– Os fariseus oprimiam o povo, mas Jesus exercia seu
amor a eles. (contraste/contraposição)
– Amor, eu sei que eu te traí, mas saiba que eu te amo.
(compensação)
– Casou-se, mas não com a primeira namorada.
(restrição)
– Foi em direção ao beijo, mas desistiu por timidez.
(quebra de expectativa)
– Outra pessoa, mas não eu, deverá cobrir a
reportagem. (ressalva)
– Entre, mas sem fazer barulho. (realce/ressalva)
Alternativas: exprimem ideia de exclusão, alternativa
(opção/escolha), alternância (ação ou resultado de
alternar), inclusão, retificação etc.
ou seja...seja
ou...ou já... já
ora...ora umas vezes... outras vezes
quer...quer talvez... talvez
– Você quer suco ou deseja tomar refrigerante?
(alternativa/exclusão)
– Ou faço a festa ou pago a viagem. (sempre exclusão)
– Ora assiste à TV, ora cuida dos filhos. (sempre
alternância)
– Quer estude, quer trabalhe, é bem-sucedido.
(alternância)
Cuidado!!!
1) A conjunção ou pode ter matizes de sentido:
– Ou sobe, ou desce. (exclusão)
– O Flamengo ou o Vasco continuam sendo bons times.
(inclusão/adição; = e)
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– O Brasil tem 25 estados, ou 26. (retificação; = ou
melhor)
– A parte da frente do navio, ou proa, está avariada.
(precisão/sinonímia)
– Abram a porta ou todos serão repreendidos
severamente! (exclusão-condição/ exclusão-
consequência; = senão – muitos dicionários dizem que
“senão” é conjunção alternativa neste caso)
Conclusivas: exprimem ideia de conclusão ou
consequência.
logo pois
portanto por conseguinte
por isso então
assim em vista disso
– Preciso sair depressa, logo me ligue mais tarde.
– A adoção nunca deixará de ser um gesto nobre.
Portanto, abracemos a causa!
– Ele não passou no concurso dessa vez, por isso terá
de conciliar o estudo com o trabalho.
– Você não pode engordar, assim evite comer de uma
em uma hora.
– Você cumpriu sua palavra; terá, pois, sua
recompensa. (= portanto; vem separada por vírgula(s),
depois do verbo ou no fim da frase: Ele te protege; sê-
lhe grato, pois. (José Oiticica))
– Ele não fez boa redação, por conseguinte foi
desclassificado.
– Foi pega roubando, então teve de ser despedida.
– O mal é irremediável, em vista disso tente se
conformar.
Explicativas: exprimem ideia de explicação,
justificativa; normalmente vêm após verbos no
imperativo.
porque que
porquanto pois (antes do verbo)
– Os funcionários já chegaram, porque as luzes estão
acesas.
– Estude, que valerá a pena.
– Ela devia estar com frio, porquanto tremia.
– Come a sopa toda, pois está muito boa.
• Subordinativas
Fiquem atentos às conjunções sublinhadas, pois elas
não são usuais! Por isso mesmo o “homem da banca”
vai querer usá-las ardilosamente.
Integrantes: introduzem orações subordinadas
substantivas; conectam uma oração incompleta a uma
oração que, por sua vez, vai completá-la; um antigo e
válido bizu nos diz que se conseguirmos substituir uma
oração iniciada por uma das integrantes (que ou se) por
isto/isso, tais conectivos serão conjunções
subordinativas integrantes.
– Não sei se devo estudar mais. (“Não sei” o quê? Isto:
“se devo estudar mais”.)
– Verifiquei se faltava água aqui. (“Verifiquei” o quê?
Isto: “se faltava água aqui”.)
– Eu o informei de que a prova será amanhã. (“Eu o
informei” de quê? Disto: “de que a prova será
amanhã”.)
– Percebe-se que ela é uma boa aluna. (O que “se
percebe”? Isto: “que ela é uma boa aluna”.)
Vejamos as conjunções subordinativas adverbiais.
São chamadas assim porque introduzem orações
subordinadas adverbiais.
Causais: exprimem a causa, a razão de um efeito.
porque dado que
que visto que
porquanto visto como
pois já que
uma vez que sendo que
pois que (uso mais literário) na medida em que
como (= visto que; só no início da oração)
– Nós brigamos não apenas porque temos
personalidades diferentes mas também porque não
nos amamos mais.
– Se não nos amamos mais, é porque nunca abrimos
concessões.
– Não é porque eu não te amo que eu vou me separar
de você.
– Sendo que a classe política perde credibilidade a
cada dia, aumenta a tendência do voto nulo nas
eleições deste ano.
Comparativas: exprimem comparação, analogia, tanto
qualitativamente como quantitativamente.
tal qual (tão)... como/quanto
tal e qual tanto... como
qual como
tal como assim como
como se
*(mais, menos, maior, menor, melhor, pior)... (do)
que
* As conjunções comparativas em si são as que não
estão entre parênteses; os termos entre
parênteses só participam da correlação. Outra coisa:
lembre-se de que do é facultativo antes
do que.
– Os homens, tal qual as mulheres, são sentimentais.
(comparativo de igualdade)
– Gosto de cinema tal e qual teatro. (comparativo de
igualdade)
– Corria qual um touro. (comparativo de igualdade)
– É excelente esportista, tal como o irmão.
(comparativo de igualdade)
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– Viva o dia de hoje como se fosse o último.
(comparativo de igualdade)
– Casa é mais confortável do que apartamento.
(comparativo de superioridade)
– Apartamento é menos confortável que casa.
(comparativo de inferioridade)
– Este apartamento é maior que aquela casa.
(comparativo de superioridade)
– Esta casa é menor do que aquele apartamento.
(comparativo de superioridade)
Concessivas: exprimem contrariedade, ressalva,
oposição a uma ideia sem invalidá-la.
embora se bem que
malgrado posto que
conquanto nem que
ainda que/quando apesar de que
mesmo que em que (pese)¹
por (mais, menos, melhor, pior, maior, menor, muito)
que (indica grau)
– Embora viaje o mundo inteiro, nunca conhecerá sua
terra profundamente.
– Malgrado haja problemas em casa, não os leve para
o trabalho.
– Conquanto eu trabalhe, nunca paro de estudar.
– Ainda que/quando ela faça tudo por você, não se
cansa em rejeitá-la, não é?
– Conseguiu chegar ao cume do morro, mesmo que se
sentisse fraco.
– Nunca iremos esmorecer, em que pese a falta de
incentivo deles.
– O comportamento da turma é satisfatório, se bem
que alguns alunos continuem a perturbar as aulas.
– A taça foi para outros, posto que se achassem
capazes para ganhar o campeonato.
– Iremos ao jogo, nem que caia um temporal.
Condicionais: exprimem condição, hipótese.
se desde que (seguido de subjuntivo)
caso a menos que
contanto que a não ser que
exceto se sem que (= se não)
salvo se uma vez que (seguido de subjuntivo)
– Se tu parares de estudar, precisarás trabalhar.
– Caso eu fizesse suas vontades, certamente mudaria
seu jeito comigo.
– O mundo mudará contanto que as pessoas mudem.
– Os produtos daqui não poderão ser exportados,
exceto se houver prévio acordo.
– Salvo se meu livro não for publicado por uma grande
editora, publicá-lo-ei independentemente.
– Desde que você estude, obterá êxito.
– Ele chegará até nós, a menos que você o impeça!
– Estude, a não ser que pretenda trabalhar.
Conformativas: exprimem acordo, maneira,
conformidade.
conforme consoante (não usual)
segundo como (= conforme)
– Você enfim agiu conforme nós acordamos.
– Consoante falamos, dedique-se ao estudo.
– Segundo havíamos combinado, você inicia o curso
amanhã.
– Como se pode ver, é impossível tirar o cinturão deste
lutador.
Consecutivas: exprimem resultado, efeito,
consequência.
tão... que tanto assim... que
tanto... que de sorte que*
tamanho... que de modo que
tal... que de maneira que
de tal modo/maneira... que de forma que
a tal ponto... que
* As locuções de sorte que, de modo que, de maneira
que, de forma que são sinônimas.
– Meu filho é tão inteligente que passou em 1o lugar no
ITA.
– Estudei tanto o famigerado Português que acabei
tendo uma estafa.
– Tamanha foi a sua coragem que pulou no mar em
ressaca.
– Tal foi sua postura antes da prova que conseguiu um
bom resultado.
Finais: exprimem finalidade, objetivo, intuito, propósito,
fim.
para que
a fim de que
porque (= para que; não usual)
de modo/maneira/forma/sorte que (= para que; não
usual)
– Estou estudando para que eu melhore a vida.
– A fim de que as pessoas se amem de verdade, é
preciso incluir Deus na vida.
– Ore porque não caia em tentação.
– Viaja sempre à janela do ônibus de maneira que
pegue uma brisa.
Proporcionais: exprimem proporcionalidade,
simultaneidade, concomitância.
à proporção que
à medida que
ao passo que
quanto mais/menos/menor/maior/melhor/pior...* (tanto)
mais/menos/menor/maior/melhor/pior
* As locuções conjuntivas iniciadas por quanto (quanto
mais, quanto menos...) estão em correlação com as
expressões que as seguem (tanto mais, tanto
menos...).
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52
– A temperatura sobe à proporção que o verão se
aproxima.
– O meio ambiente sofre à medida que a população
ignora os impactos do progresso.
– Ao passo que estudava o assunto, mais dúvidas lhe
apareciam.
– Quanto mais conheço os homens, mais estimo meus
cachorros.
– Quanto mais estudo Matemática, menos a entendo.
(inversamente proporcional)
Temporais: exprimem tempo.
quando assim que
enquanto agora que
mal (= logo que) todas as vezes que
cada vez que depois que
ao mesmo tempo que antes que
sempre que até que
logo que
primeiro que (= antes que; não usual)
apenas (= logo que; não usual)
desde que (verbo no indicativo)
– Quando respeitamos nossos pais, isso nos identifica
como pessoas de honra.
– No início do século passado, as mulheres ficavam em
casa, enquanto os homens ficavam na rua.
– Mal entrei em sala, começaram os aplausos!
– Ela me reconheceu apenas apertei sua mão.
– Depois que a sala de cinema ficou lotada, ninguém
quis sair de lá.
– Primeiro que falecesse, deixou um legado.
– Até que se cumpram suas palavras, continuarei
confiando em ti.
INTERJEIÇÃO
Do ponto de vista semântico, a interjeição pode
apresentar muitos valores. Basicamente a interjeição
exprime determinados estados emocionais,
sensações ou estados de espírito do falante. Como as
conjunções, as interjeições podem ser classificadas de
acordo com a expressividade ou o sentimento que
traduzem. Do ponto de vista morfológico, a
interjeição é uma palavra que não muda de forma,
portanto é invariável. Do ponto de vista sintático, a
interjeição não exerce função sintática alguma.
Pois bem... para entendermos todas as definições de
interjeição, vamos analisar este poema:
INTERJEIÇÃO
Ah! Lá vem ela bela
Oh! Ri meu coração de satisfação
Olá! Dizem meus lábios a ela
Olé! Diz a presença a solidão.
Avante! Avante! Coragem! Coragem!
Cala meu medo, fala meu coração
Viva! Que maravilha de paisagem
Psiu! É ela chamando minha atenção.
Chi! Tomou-me paixão
Pudera! Estava diante de meu desejo
Silêncio! Era demais a emoção
Bis! Acabara de receber um beijo.
Te amo, disse sua boca
Não resisti à vontade louca
Gritei alto: ooooooooooooooba!
(Karl Marx Valentim Santos)
1) Note que os vocábulos destacados são interjeições,
pois apresentam, respectivamente, valores
semânticos de admiração/alegria, admiração/desejo,
saudação/chamamento, satisfação, encorajamento
(todas as palavras do 5o verso), alegria, chamamento,
espanto/surpresa, expectativa, ordem, pedido,
alegria/excitação;
2) não variam de forma (oba variou de forma por
razões estilísticas, uma vez que se trata de um poema);
3) não exercem função sintática alguma, exceto
“ooooooooooooooba!”, que, por servir de complemento
do verbo gritar, se torna um substantivo.
Identificação
A interjeição é facilmente identificada porque é uma
palavra seguida de ponto de exclamação (!). E,
ainda que isso não ocorra, a entonação sempre
indicará um sentimento expresso por ela.
– Meu Deus! é um anjo aquela menina!*
– Ah, mulheres fúteis, quando ireis mudar vossa
postura?
– Ih... elas não vão sequer te cumprimentar.
* Obs.: Depois de interjeição seguida de exclamação
numa frase igualmente exclamativa, usa-se letra
minúscula após o ponto. Qualquer palavra proferida em
tom exclamativo, como substantivo, adjetivo, pronome,
verbo e advérbio, pode-se tornar uma interjeição:
– Cuidado!, Atenção!, Silêncio!, Rua!, Céus!,
Misericórdia! etc.
– Boa!, Bravo!, Coitado!, Ótimo!, Grato! etc.
– Nossa!, Isso!, Qual! etc.
LOCUÇÃO INTERJETIVA
Assim como todas as locuções, a locução interjetiva
é uma expressão que vale por uma interjeição. Veja
algumas:
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53
Meu Deus!, Meu Deus do céu!, Santo Deus!, Jesus
Cristo!, Nossa Senhora!, Valha-me Deus!, Pelo amor de
Deus!, Virgem Maria!, Nossa mãe!, Graças a Deus!,
Eita-ferro!, Ora bolas!, Bom dia!, Vapt-vupt!, Vuco-
vuco!, Macacos me mordam!, Pelas barbas do profeta!,
Raios te partam!, Cruz-credo!, Puxa-vida!, Muito bem!,
Alto lá!, Ai de mim!, Ó de casa!, Ô de casa!, Muito
obrigado!, Que bom!, Pobre de mim!, Que droga!, Que
horror!, Credo em
cruz!, Com todos os diabos!, Que diabos!, Quem dera!
etc.
ADVÉRBIO
É um modificador ou ampliador de sentido de certos
vocábulos ou estruturas e, nessa relação, pode indicar
algumas circunstâncias (ou valores semânticos), como
afirmação, acréscimo, negação, modo, lugar,
tempo, dúvida, intensidade, causa, concessão,
conformidade, finalidade, condição, meio,
instrumento, assunto, companhia, preço, ordem
etc.
O advérbio não se flexiona em gênero nem em
número, por isso é chamado de palavra invariável.
No entanto, o que mais vemos no dia a dia são as
pessoas falando e escrevendo:
– A menina está meia chateada.
– A filha sempre foi menas paciente que a mãe.
– Ela está toda preocupada.
– Os policiais devem se manter alertas o tempo todo.
Baseando-nos na visão ortodoxa, que é a que mais tem
adeptos, o advérbio está sempre invariável, logo as
frases acima deveriam ser construídas assim:
– A menina está meio chateada.
– A filha sempre foi menos paciente que a mãe.
– Ela está todo preocupada.
– Os policiais devem se manter alerta o tempo todo.
As duas últimas soam estranho, não é? Deixa quieto...
Do ponto de vista sintático, tradicionalmente falando,
o advérbio se refere a um verbo, a um adjetivo (ou
locução adjetiva), a outro advérbio (ou locução
adverbial) ou a uma oração inteira, exercendo apenas
uma função sintática na frase: adjunto adverbial.
– Sempre acordou cedo. (modifica o verbo)
Tradicionalmente falando, os gramáticos dizem que
advérbios que modificam adjetivos ou outros advérbios
são sempre de intensidade. E é assim que costuma
cair em prova!
– Sou razoavelmente discreto.
– Continuas muito arisca, menina!
No entanto, estudos modernos dizem que isso não
procede:
– Tenho cabelos quimicamente tratados. (modo)
– Não raramente estudo Português. (negação)
– Ainda existem muitas doenças sexualmente
transmissíveis. (meio)
Para entendermos bem todas estas definições de
advérbio, vamos analisar por último esta frase:
Os amigos das horas certas sempre ajudam os
amigos das horas incertas.
Note que a palavra sempre
1) apresenta uma circunstância (valor semântico) de
tempo;
2) é invariável: não existe sempres ou sempra, por
exemplo;
3) funciona como adjunto adverbial do verbo ajudar.
Identificação e Particularidades
Identificamos que um advérbio é um advérbio
basicamente pela sua relação com outros vocábulos,
como verbos, adjetivos ou advérbios, normalmente.
Por exemplo, jamais diríamos que o vocábulo que é um
pronome ou uma conjunção na frase abaixo:
– Que tolo você é por ter acreditado nas palavras de
uma pessoa nitidamente volúvel.
Percebe que o vocábulo que está ligado ao adjetivo
tolo? Aí eu pergunto: Que palavra modifica um
adjetivo? Só conheço uma: ad-vér-bio. Logo, esse que
é um advérbio de intensidade, equivalendo a “quão”.
Sobre Advérbios Terminados em -mente
É bom dizer que os advérbios terminados em -mente
são derivados de adjetivos (normalmente femininos),
cujos acentos gráficos “caem” nesse processo, pois as
sílabas tônicas mudam de posição com o acréscimo do
sufixo. Outra coisa: nem todos os advérbios terminados
em -mente são de modo.
– Primeiramente, pretendo falar de advérbio. (ordem,
sequência, segundo Celso Cunha)
– Faço provas bimestralmente. (tempo)
– Ele provavelmente não retornará. (dúvida)
– Tomei uma cerveja estupidamente gelada.
(intensidade)
– Certamente o Brasil será um país desenvolvido.
(afirmação)
O advérbio absolutamente pode ser de intensidade, de
afirmação ou de negação, segundo Napoleão M. de
Almeida. Estes dois últimos podem ser reforçados
pelos advérbios “sim” e “não”:
Note que, apesar de os advérbios “econômica” e
“política” aparentarem forma feminina (semelhante a
adjetivos), não há variação em gênero – o sufixo está
implícito. Lembre-se de que o sufixo -mente forma
advérbios derivados de adjetivos, normalmente
femininos. Ok?
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54
CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS
Afirmação
Advérbios: sim, decerto, certo, mesmo, deveras...
Locuções adverbiais: com efeito, sem dúvida (alguma),
com certeza, na realidade, de fato, por certo...
Terminados em -mente: certamente, positivamente,
fatalmente, indubitavelmente, efetivamente,
incontestavelmente, indiscutivelmente,
verdadeiramente, realmente, seguramente...
Negação
Advérbios: não, tampouco (= também não; carrega uma
ideia de inclusão + negação), nem, sequer...
Locuções adverbiais: de modo algum, de maneira
alguma, de forma alguma, de modo nenhum, por nada,
de nada, em hipótese alguma...
Terminados em -mente: absolutamente.
Modo
Advérbios: assim, bem, mal, tal, como, depressa,
devagar, adrede (de propósito, intencionalmente),
debalde (inutilmente, em vão), outrossim (do mesmo
modo, igualmente; dá ideia de acréscimo ou inclusão,
equivalendo a “também”), melhor, pior, alerta, máxime
(especialmente, principalmente)...
Locuções adverbiais: com acinte, de propósito, à toa
(também pode ser locução adjetiva), à vontade, ao
contrário, com amor, de cor, em vão, gota a gota, por
acaso, alto e bom som, grosso modo, a torto e a direito,
aos trancos e barrancos, a olhos vistos, a esmo, à
francesa, pouco a pouco, a pé, a cavalo... (há uma
infinidade delas)
Terminados em -mente: talqualmente,
deliberadamente, bondosamente, generosamente,
cuidadosamente, paulatinamente, gradualmente,
igualmente, especialmente e muitos outros terminados
em -mente...
Tempo
Advérbios: afinal, agora, amanhã, amiúde
(frequentemente), antes, ontem, cedo, depois, enfim,
entrementes (enquanto isso), hoje, jamais, nunca,
sempre, outrora (em tempos passados), tarde, já, mais,
doravante (de agora em diante), logo, embora, quando,
anteontem, breve, então...
Locuções adverbiais: ao vivo, à noite, à tarde, de dia,
de manhã, pela madrugada, em breve, de tempos em
tempos, de vez em quando, um dia, certa vez, esta
semana, no entretanto...
Terminados em -mente: atualmente, constantemente,
imediatamente, provisoriamente, sucessivamente,
eventualmente, concomitantemente, esporadicamente,
oportunamente, terminantemente (= de vez),
normalmente/geralmente (frequência),
temporariamente, provisoriamente, transitoriamente,
semestralmente, bimestralmente, semanalmente,
finalmente...
Lugar
Advérbios: aqui, cá, ali, aí, lá, acolá, abaixo, acima,
adentro, adiante, avante, afora, além, aquém, algures
(em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures
(em nenhum lugar), atrás, fora, dentro, embaixo, longe,
perto, detrás, defronte...
Locuções Adverbiais: em domicílio (com verbos ou
nomes estáticos), a domicílio (com verbos ou nomes
dinâmicos), de longe, de perto, por detrás, por perto, à
direita, à esquerda, ao lado, de dentro, à distância,
entre a cruz e a espada...
Terminados em -mente: externamente, internamente,
interiormente, proximamente, lateralmente...
Dúvida
Advérbios: acaso, porventura, talvez, quiçá...
Locuções adverbiais: por ventura, por acaso (Celso
Cunha coloca ‘por acaso’ entre as de modo)...
Terminados em -mente: possivelmente,
provavelmente, supostamente...
Intensidade
Advérbios: assaz, bastante, demais, mais, meio, todo,
menos, nada, muito, tão, tanto, quanto, quão, quase,
algo, pouco, sobremodo, sobremaneira, que, como...
Locuções adverbiais: de todo, de muito, de pouco, em
excesso, por completo...
Terminados em -mente: demasiadamente,
completamente, totalmente, extremamente, altamente,
obviamente, absolutamente (a maioria dos advérbios
modificadores de outros advérbios e adjetivos são de
intensidade).
Causa
– De tanto amor aos homens, Jesus deu sua vida.
– Ele estuda por necessidade.
– O homem suava com aquele calor carioca.
– Graças ao sotaque nordestino, pude reconhecê-lo.
Concessão– Ele sempre chega, apesar do trânsito.
– A despeito dos problemas, tivemos êxito.
– Não obstante seu hercúleo esforço, o fim foi
trágico.
– Mesmo moribundo, teve seu último desejo
realizado.
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55
Conformidade
– Segundo a moda atual, devemos nos vestir
livremente.
– Faça tudo conforme os regulamentos.
– Consoante a dica do professor, devemos decorar
apenas a matéria da prova.
– Em conformidade com o dito, nada mais tenho a
acrescentar.
Finalidade
– Ele viajou a negócios.
– Só estudo por uma boa nota.
– Para a alegria da nação rubro-negra, o camisa dez
decidiu ficar.
– Esta menina só estuda a fim do primeiro lugar.
Condição
– Na dúvida, não ultrapasse.
– Sem educação, não há progresso.
– Só entrará com autorização. (Bechara)
Meio
– Já viajei muito de trem quando eu trabalhava em
Nova Iguaçu.
– Por meio da pesquisa, novos resultados foram
alcançados.
– Prefiro ir de ônibus a pegar avião.
– Com o sangue de Jesus, os cristãos têm acesso ao
reino dos céus.
Instrumento
– Cortei o pão com a faca.
– Escrevi quinhentas páginas a caneta.
– Machucou-se com o martelo.
– Fomos expulsos a pedrada.
Assunto
– Ele só fala sobre política.
– A respeito dos problemas educacionais do país,
nada tendo a dizer.
– Todos os brasileiros se arvoram na posição máxima
de falar de futebol.
– Nada disse acerca de seus planos.
Companhia
– Contigo eu vou a qualquer lugar, mas com quem
você vai preferir jantar hoje?
– Passeei à noite com minha namorada pelo parque.
– O Presidente terá de viajar sem seus ministros.
– Com ou sem você, preciso prosseguir em minha
jornada.
Preço
– Só vendo minha honra por novecentos octilhões de
dólares.
– Meu carro não custou caro.
– Paguei barato por aquele relógio.
– Aqui você compra três por um real.
Quantidade
– Meu time nunca perdeu por três a zero.
– Foi reduzida a quatro por cento a taxa sobre o valor
dos prédios.
– O salário deve aumentar entre dois e cinco reais.
– Foram desafiados triplamente pelos americanos,
mas não cederam.
Referência
– Comigo as broncas são sempre intensas.
– Com sua esposa, aconteceu tudo diferente?
– Nunca fui bom aluno em Matemática.
– Quanto a meu projeto, vai indo muito bem.
Ordem
– Meu aluno se classificou em segundo lugar.
– Primeiro, queremos dizer a todos que vamos viajar.
– Em terceiro lugar, o esporte é igualmente importante
para a socialização.
– Por último, só tenho a desejar o melhor a todos
vocês.
Medida
– O homem mede dois metros.
– Nossa empresa cava poços até vinte metros.
– O atleta percorreu dez quilômetros.
– Aqui você come por quilo.
Peso
– O homem pesa cem quilos.
– A criança pesa cerca de vinte quilos.
– Sobrecarregamos em trinta quilos o elevador.
– Um avião comercial, que deve pesar em torno de
uma tonelada, voa com facilidade.
Matéria
– Uma espécie de vinho foi feito com maçã.
– Fabricamos com plástico esses copos.
– Esta mesa é feita de mármore.
– Casas litorâneas vêm sendo construídas, por incrível
que pareça, de bambus.
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56
Proporção
– A novela está para o Brasil assim como o cinema
está para os Estados Unidos.
Reciprocidade
– Entre mim e ti sempre houve amor.
Substituição
– Tive de assinar o recibo pelo chefe, porque ele não
estava presente.
– João compareceu à solenidade em lugar de Maria.
– Abandonou suas convicções por privilégios.
– Não compre gato por lebre.
Favor
– Por obséquio, saia daqui!
– Agora o advogado vai falar pelo réu.
– Sempre trabalhamos em favor do povo.
– Acordo cedo todos os dias em prol do meu ideal.
Exclusão
– Todos os alunos saíram para o intervalo, exceto
Mário.
– Dedica-se exclusivamente à música.
– Afora essa questão, concordamos em tudo.
– Só responderemos a uma pergunta.
Inclusão
– Tu, que és pai, és amigo também.
– Até tu Brutus? Por que me trais?
– Preencha todos os seus dados, inclusive telefone.
– Ela não gosta de estudar, de mais a mais não é afeita
ao trabalho.
Consequência/Conclusão
– O consumo aumentou e,
consequentemente/conseguintemente, a produção
e as vendas subiram.
ARTIGO
É a palavra variável em gênero e número que precede
um substantivo, determinando-o de modo preciso
(artigo definido – o, a, os, as) ou vago (artigo indefinido
– um, uma, uns, umas). Os definidos se antepõem ao
substantivo para indicar, normalmente, que se trata de
um ser já conhecido pelo falante e pelo ouvinte,
individualizando-o (a escola). Os indefinidos se
antepõem ao substantivo para indicar, normalmente,
que se trata de um ser desconhecido, indeterminando-
o ou generalizando-o (uma escola).
Vale dizer também que os artigos se combinam ou se
contraem com certas preposições: a, de, em e por,
resultando em: ao/aos, à/às*, do/dos, da/das,
dum/duns, duma/dumas, no/nos, na/nas, num/nuns,
numa/numas, pelo/pelos, pela/pelas. A contração de
preposição com artigo indefinido não é uma incorreção,
como se diz. Pode-se dizer corretamente “Morou em
um lugar perigoso” ou “Morou num lugar perigoso”.
* A fusão da preposição a com o artigo a(s), resultando
em à(s), se chama crase. É um termo que funciona
sempre como adjunto adnominal.
Para entendermos bem todas as definições de artigo,
vamos analisar por último esta frase:
Os leitores desta Gramática sabem que ela não é uma
gramática... é A Gramática.
Note que
1) o primeiro vocábulo individualiza o substantivo
leitores, o segundo apresenta tom depreciativo sobre o
substantivo gramática, o terceiro determina, com tom
apreciativo e qualificador o substantivo Gramática;
2) variaram de forma, em gênero e número: “Os
leitores... uma gramática... A Gramática”;
3) são adjuntos adnominais.
IDENTIFICAÇÃO
Identificar um artigo é tarefa aparentemente boba, o
problema é que ele pode ser confundido com 1)
pronome oblíquo átono, 2) pronome demonstrativo, 3)
preposição e 4) numeral. Uma coisa é certa: o artigo
vem antes do substantivo. Ponto pacífico! Normalmente
o artigo vem antes do substantivo e normalmente torna
qualquer classe gramatical um substantivo.
– O brasileiro é, antes de tudo, um forte! (O adjetivo foi
substantivado.)
– Estou entre o sim e o não. (Os advérbios foram
substantivados.)
– O professor perguntou ao aluno: “Na frase ‘A língua é
coisa muito complexa’, o a da frase é um artigo?” (O
artigo foi substantivado.)
– O Aí eu vou pra galeeeeeera! é um bordão
inesquecível. (A frase foi substantivada.)
EMPREGOS MAIS COBRADOS EM PROVA
O artigo é dispensado quando atribui um sentido
genérico ao substantivo, mesmo quando este é
especificado:
– Certos membros religiosos não vão a festas.
(qualquer tipo de festa; o a é só uma preposição)
– A pesquisa não se refere a mulher casada, a homem
casado, mas tão somente a solteiros. (qualquer mulher
casada, qualquer homem casado; o a é só uma
preposição)
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O artigo é usado antes de horas, em expressões
adverbiais de tempo:
– Os pescadores não devem pescar ao meio-dia, por
causa do sol; a melhor pesca começa a partir das seis
horas da manhã.
Obs.: Se a expressão de horas não tem valor adverbial,
o artigo é dispensado: “Já é meio dia e meia”.
O artigo só é usado antes da palavra “casa” quando
ela vem especificada por um adjetivo, locução adjetiva
ou oração adjetiva; quando significa estabelecimento
comercial, também há artigo.
– Enfim conseguimos visitar a linda casa do bairro da
qual todos falaram.
– Eles finalmente arrumaram o restaurante. A casa
ficou linda e será um sucesso.
Obs.: Se a palavra casa não vier especificada ou tiver
sentido vago, genérico, o artigo é dispensado:
“Chegamos a casa eu e ela por volta das sete horas da
noite.” (o a é só uma preposição exigida pelo verbo
chegar); “Costumo morar em casa alugada”; “Sempre
me chamam para ir a casas noturnas, mas sou um pai
de família, ora!” (o a é só uma preposição exigida pelo
verbo ir). Só de curiosidade: a presença do artigo na
expressão
“dona de casa” torna o sentido e a classificação
morfológica diferente: a dona de casa
(profissão/locução substantiva), a dona da casa
(proprietária/subst.)
O artigo só vem antes da palavra “terra” se ela não
estiver em oposição a bordo, se vier especificada ou se
referir ao planeta:
– Da terra vieste, à (a + a) terra voltarás. (A palavra terra
não está em oposição a bordo.)
– Depois que os navegantes retornaram a terra, cada
um foi para a terra natal matar a saudade de todos os
parentes. (O primeiro a é só uma preposição exigida
pelo verbo retornar; o segundo a é um artigo, pois a
palavra terra vem especificada pelo adjetivo natal.)
– Os astronautas chegaram à (a+a) Terra hoje de
manhã.
Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para
indicar afetividade, familiaridade, intimidade:
– Mandei uma carta a Fernando Henrique, na época em
que ele era presidente.
– Os Portinaris tornam minha casa ainda mais chique.
– O João é uma ótima pessoa.
O artigo é usado antes de alguns topônimos (nomes
de lugares: países, regiões, continentes, montanhas,
vulcões, desertos, constelações, rios, lagos, oceanos,
mares e grupos de ilhas), mas não é usado antes de
outros. Como existem milhões de topônimos, não é
possível colocá-los todos aqui. Por isso, vai aqui uma
dica para identificar quando se usa ou não o artigo
antes de algum topônimo: crie uma frase como esta:
Gosto muito de ______. Faça um teste. Coloque os
topônimos na lacuna. I) Se puder ser usado artigo antes
do topônimo, maravilha! II) Não se esqueça de um
detalhe: se o topônimo vier especificado, o artigo antes
dele é obrigatório. III) Vale dizer que o artigo é
facultativo antes destes topônimos: África, Ásia,
Europa, Espanha, França, Holanda, Inglaterra,
Escócia, Recife, Alagoas.
I: Gosto muito do Cairo, do Rio de Janeiro, da Bahia,
do Porto, do Brasil, de Portugal, de Paris, de São Paulo,
de Copacabana, enfim... sou muito viajado.
II: Minha esposa só retornou ao Portugal dos avós dela
depois de 20 anos.
III: (O) Recife é um lugar extremamente aconchegante
e caloroso.
Obs.: Não se usa artigo antes de nomes de planetas e
estrelas: Urano, Plutão, Sírius, Canópus, Mercúrio etc.
Exceções: a Terra e o Sol.
EMPREGO DOS ARTIGOS INDEFINIDOS
Só para relembrar, os artigos indefinidos são um, uns,
uma, umas. Servem para indicar desconhecimento
ou generalização, basicamente:
– Uma paciente sua passou aqui hoje de manhã,
doutora.
Revelam quantidade aproximada, ênfase, depreciação:
– Engordei uns dez quilos.
– Estou com uma fome!
– Ele é o homem, eu sou só uma mulher.
NUMERAL
O numeral indica, essencialmente, quantidade
absoluta (cardinal), quantidade fracionária
(fracionário), quantidade multiplicativa
(multiplicativo) e ordem, sequência, posição
(ordinal), de coisas ou pessoas. É uma classe
normalmente variável em gênero e número.
Para entendermos bem todas as definições de numeral,
vamos analisar por último esta frase:
Uma cerveja é pouco, duas é bom, três é... bom
demais!
Note que os vocábulos Uma, duas e três
- indicam quantidade absoluta, logo são cardinais;
- variaram (os dois primeiros) de forma: “Uma cerveja...
duas é bom...”; o primeiro numeral é adjetivo, pois
acompanha um substantivo e os demais são numerais
substantivos, pois substituem um substantivo (cerveja);
Ensino de qualidade focado em concursos.
58
- funcionam como adjunto adnominal (o primeiro) e
como sujeitos (o segundo e o terceiro).
CLASSIFICAÇÃO
Nossos numerais são de origem árabe, por isso são
algarismos arábicos. Há também os algarismos
romanos. Veja alguns correspondentes:
Arábicos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15,
16, 17, 18, 19, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 200,
300, 400, 500, 600, 700, 800, 900, 1000.
Romanos: I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII,
XIV, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXX, XL, L, LX, LXX,
LXXX, XC, C, CC, CCC, CD, D, DC, DCC, DCCC, CM,
M.
Cardinal: É o numeral que indica a quantidade de
seres.
Ordinal: É o numeral que indica a ordem de sucessão,
a posição ocupada por um ser numa determinada série.
Multiplicativo: É o numeral que indica a multiplicação
de seres.
Fracionário: É o numeral que indica divisão, fração.
Existem também os numerais coletivos, os quais
indicam o número exato de seres ou objetos de um
conjunto, flexionando em número, quando necessário:
dúzia, cento, milhar, par, milheiro, dezena, centena,
novena, grosa, lustro, década... Normalmente vêm
especificados por uma locução adjetiva iniciada pela
preposição de: “Comeram uma dúzia de bananas”.
Importante: O numeral fracionário meio (= metade)
concorda em gênero com o substantivo a que se refere
e pode ser numeral adjetivo ou numeral substantivo:
“Comprou meio quilo de feijão.”; “Cortou meia laranja-
pera para comer.”; “Finalizou a luta em um minuto e
meio (minuto).”; “Terminou a disputa depois de duas
horas e meia (hora).”; “Enfim, já é meio-dia e meia
(hora).”.
Também pode ser um substantivo quando
acompanhado de determinante(s): “Estamos no meio
do verão.”.
Pode ser um advérbio de intensidade quando modifica
um adjetivo ou outro advérbio: “Ela está meio
chateada, porque já está meio tarde.”. “Meia chateada”
não existe porque advérbio não varia.
O verbo pode concordar com milhão (no singular) ou
com seu especificador (no plural): “Um milhão de reais
foi (foram) gasto (gastos) na construção da casa.”.
Os vocábulos “último, penúltimo, antepenúltimo,
derradeiro, posterior, anterior” etc. não são
considerados numerais, e sim meros adjetivos.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E
CONCORDÂNCIA VERBAL
A concordância diz respeito à conformidade de
palavras que mantêm relações entre si.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal trata da adequada variação
em gênero e número dos determinantes (artigos,
adjetivos, numerais e pronomes) com o substantivo,
pois tais classes dependem dele e relacionam-se com
ele!
Concordância Nominal com Adjetivos
De acordo com a regra geral, os determinantes artigo,
pronome, numeral, adjetivo (e o particípio) concordam
em gênero e número com o substantivo (ou outra
palavra de valor substantivo). A concordância atrativa
é frequente, por isso olho vivo!
As minhas três belas casas vão ser vendidas porque
fui à falência.
a) Quando um só adjetivo se refere a um substantivo,
concorda com ele normalmente.
– O aluno sempre foi muito atento, mas a aluna nunca
foi tão atenta quanto ele.
b) Quando o adjetivo é composto, só o último termo
varia com o substantivo. Esta é a regra geral. Para mais
detalhes, consulte o capítulo de Adjetivo.
– As intervenções médico-cirúrgicas foram um
sucesso!
c) Quando o adjetivo se referir a mais de um
substantivo, concordará com todos os substantivos ou
com o mais próximo.
– Os alunos e as alunas atentos entenderam tudo.
– Os alunos e as alunas atentas entenderam tudo.
d) Se o adjetivo vier antes dos substantivos, a
concordância será feita obrigatoriamente com o mais
próximo.
– Comprei as velhas gramáticas e manuais de que
precisava para uma pesquisa.
e) É obrigatória a concordância com o substantivo mais
próximo quando o sentido exige ou quando os
substantivos são sinônimos, antônimos ou em
gradação.
– Eu comprei frango e carne bovina. (o sentido exige)
– Você tem ideias e pensamentos fixos. (sinônimos)
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– Neste lugar, é sempre calor e frio absurdo.
(antônimos)
– O sorriso, o riso, a gargalhada solta era sua maior
característica. (gradação)
Não variam quando advérbios: caro, barato,
bastante, meio, junto. Entretanto, quando adjetivos,
variam normalmente.
– A gasolina não custa caro, nem barato. (advérbios)
– As carnes estão cada vez mais caras, mas as
bebidas continuam baratas. (adjetivos)
– Está meio nervosa, porque trabalhamos bastante.
(advérbios)
– Depois de comer meia fruta daquela barraca,
comprou frutas bastantes para uma ceia farta.
(adjetivos)
– Elas procuram resolver junto seus problemas.
(advérbio)
– Elas procuram resolver juntas seus problemas.
(adjetivo)
Todo (advérbio) pode sofrer concordância atrativa,
mas a concordância gramatical é própria da norma
culta.
– Encontrei os portões todo(s) abertos.
– Ela ficou todo(a) religiosa depois do culto.
Não variam nunca os substantivos que se tornam
adjetivos pelo contexto: padrão, fantasma,
relâmpago, pirata, monstro, surpresa etc. Certos
vocábulos e expressões tomadas como adjetivos
também não variam: menos, alerta*, salvo, exceto,
pseudo, a olhos vistos (e qualquer outra locução
adverbial)...
– Fizeram duas festas monstro anteontem na zona sul
da cidade.
– Existem muitas firmas fantasma por aqui.
– Nossos times conquistaram vitórias relâmpago no
fim do campeonato.
– Sempre realizamos festas surpresa na empresa.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Anteponha aos períodos C ou E, consoante a
concordância nominal esteja Certa ou Errada.
( ) Os documentos anexo devem ser guardados no
armário à direita, pois são sigilosos.
( ) Apresento a você meu certificado de reservista, pois
estou quites com o serviço militar.
( ) Exceto os dois policiais, todos foram presos como
suspeitos.
( ) Encontrou, no lago, meio submersa a sapatilha de
couro.
A sequência obtida foi a seguinte:
a) C – C – C – C.
b) C – E – E – C.
c) E – C – C – E.
d) E – E – C – C.
e) C – C – E – C.
2) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: LAFEPE
Prova: Técnico Comercial
Em “Francisco, o Papa que fez os brasileiros...”, o verbo
concorda com o antecedente do pronome relativo
“que”, o Papa.
Em qual das alternativas abaixo, o verbo NÃO concorda
com o seu sujeito, caracterizando uma desobediência à
Sintaxe de Concordância?
a) A multidão de peregrinos aplaudiu o Papa
Francisco.
b) Papa Francisco, o seu sorriso e a sua simplicidade
nos cativaram.
c) O Brasil vivenciou momentos de reflexão com as
palavras do Papa Francisco.
d) Existem nas pessoas uma admiração e um respeito
pelo Papa Francisco.
e) Choveu elogios e preces para o Papa Francisco.
3) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE
Prova: Técnico em Administração de Empresas
Observe o trecho abaixo:
“Os temas abordados são direitos indígenas, inclusão
digital, turismo ecologicamente corretos, cidadania,
reciclagem, entre outros, escolhidas pela comunidade.”
Ao produzir o texto acima, o autor cometeu erro(s) de
CONCORDÂNCIA NOMINAL que se transmite(m)
através do (s) termo(s)
a) abordados.
b) corretos e digital.
c) escolhidas.
d) abordados e outros.
e) corretos e escolhidas.
4) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: FUNASE
Prova: Psicólogo
Em relação à CONCORDÂNCIA NOMINAL, em uma
das alternativas abaixo, a justificativa está
INCORRETA. Assinale-a.
a) “Elas derivam da observação dos fatos,
especialmente daqueles que são indiscutíveis...” – se o
termo “fatos “ fosse substituído por “ocorrências”,
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estaria correto o trecho: elas derivam da observação
das ocorrências, especialmente daquelas que são
indiscutíveis.
b) “E eles seduzem nossos filhos porque eles têm
crescido fracos e sem esperanças.” – se o termo “filhos”
fosse permutado por “ gerações”, estaria correto o
trecho: e eles seduzem nossas gerações porque elas
têm crescido fracas e sem esperanças.
c) “A verdade é que eles entram nas nossas casas
porque encontram portas abertas.” – se ao termo
“portas” fosse acrescido o termo “portões”, estaria
correto o trecho: a verdade é que eles entram nas
nossas casas porque encontram portas e portões
abertos.
d) “...que não deixam margem para interpretações
variadas.” – se ao termo “interpretações” fosse
acrescido o termo “diagnósticos”, estaria correto o
trecho: que não deixam margem para interpretações e
diagnósticos variadas.
e) “Isso é válido para o uso de drogas nos primeiros
anos...” – se o termo “isto” fosse substituído por “todas
as argumentações e todos os fatos”, estaria correto o
trecho: todas as argumentações e todos os fatos são
válidos para o uso de drogas nos primeiros anos.
5) Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado da Polícia Militar
A concordância nominal está em conformidade com a
norma-padrão da língua portuguesa em:
a) Há alguns anos, havia muitos motorista desatento à
necessidade do uso do cinto de segurança.
b) Hoje, os brinquedos de crianças parecem mais
arredondados, mas não há como evitar os arranhões
característico da infância.
c) Mesmo tudo parecendo meio permitido, o respeito ao
próximo e o amor à família eram indispensável às
relações humanas.
d) Bloqueada pela força do tecido, segundo conta o
narrador, a pequena bala não chegou nem a esfolar o
irmão.
e) Na década de 1980, época da infância do narrador,
as espingardas de pressão eram popular entre os
garotos.
6) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:
Soldado da Polícia Militar
Apenas uma das frases está correta no que diz respeito
à concordância nominal. Assinale-a.
a) Dado o sinal, todos se retiraram.
b) Todas as raças eram meias agressivas.
c) É proibido a entrada neste local.
d) Elas mesmo treinam os cães.
e) Meus olhos estavam embaçado.
7) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: PM-MS
Prova: Soldado da Policia Militar
Numere a segunda coluna pela primeira, considerando
a concordância nominal (adjetivo posposto), de acordo
com a norma culta.
(1)novos
(2)novas
( ) saia e blusa..............................
( ) sapato e blusa..........................
( ) calça e camisa..........................
( ) chapéu e casaco......................
( ) boné e camisa..........................
A sequência numérica correta, de cima para baixo, é:
a) 2-1-2-1-1.
b) 1-1-2-1-2.
c) 2-2-1 -1 -1.
d) 1-1-1-2-2.
e) 1-2-1-2-1.
8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Marque a alternativa em que a concordância nominal
está incorreta:
a) Estavam vazios a sala e o quarto.
b) É necessário paciência para te suportar.
c) O recibo seguira anexo à carta.
d) Elas estavam meia preocupadas.
e) Só usa sapato e roupa nova.
9) Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa correta quanto à concordância
verbal e nominal.
a) Fazem meses que ele espera uma promoção
b) Haverá muitos soldados disponíveis para esta
operação.
c) Seja os militares graduados ou não, as regras de
conduta são iguais para todos.
d) Está inclusa na nota fiscal as despesas com
uniformes
e) Todos se encontrarão no pátio ao meio-dia e meio.
10) Ano: 2010 Banca: IESES Órgão: PM-SC Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa em cuja frase há ERRO de
concordância nominal.
a) Elas mesmas providenciaram seus documentos.
b) Sairemos sem falta ao meio-dia e meia.
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c) Vão anexos, como solicitado, as procurações já
assinadas.
d) Isa faltou às provas porque está meio doente.
GABARITO:
1 – D 3 – E 5 – D 7 – A 9 – B
2 – E 4 – D 6 – A 8 – D 10 – C
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar
com o seu sujeito.
Exemplos:
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles
gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
Casos de concordância verbal:
1) Sujeito simples
Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número
e pessoa.
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural
para concordar com o sujeito (nós).
Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.
Ex.: A multidão gritou pelo rádio.
Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no
singular ou ir para o plural.
Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs
gritaram.
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria,
etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria
dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica
sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas
pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo
concorda com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que
derramamos o café.
e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo
pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com
o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem
derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de
nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc. - o
verbo poderá concordar com o pronome interrogativo
ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me
punireis?
Dicas:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no
singular, o verbo concorda com eles em pessoa e
número.
Ex.: Qual de vós me punirá.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no
plural - se o sujeito não vier precedido de artigo, o
verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de
artigo, o verbo concordará com o artigo.
Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os
Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um,
menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda
com o numeral.
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais
de cinco alunos não compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria,
a maior parte, grande parte, etc. - o verbo poderá ser
usado no singular (concordância lógica) ou no plural
(concordância atrativa).
Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos
candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido
coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou
plural, se este vier afastado do substantivo.
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua,
permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a
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violência da rua, permanecem em casa.
2) Sujeito composto
Regra geral
O verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear no bosque.
Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas
gramaticais diferentes - o verbo ficará no plural
seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos
(1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade
sob a 3ª.
Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª
pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem
prioridade sob a 3ª.
Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do
verbo com a terceira pessoa.
Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a
concordância por atração com o núcleo mais próximo
do verbo.
Ex.: Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados
assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo
concordará com os dois núcleos.
Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a
concordância por atração com o núcleo mais próximo
do verbo.
Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e
estão no singular - o verbo poderá ficar no plural
(concordância lógica) ou no singular (concordância
atrativa).
Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se
concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a
se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo
pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou
apenas com o núcleo mais próximo.
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma
palavra, um gesto, um olhar bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada,
tudo, ninguém... - o verbo concordará com o aposto
resumidor.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o
comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões:
um e outro, nem um nem outro... - o verbo poderá ficar
no singular ou no plural.
Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por
ou - o verbo irá para o singular quando a ideia for de
exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:
Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao
homem. (adição, inclusão)
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries
correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só...
mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o
verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável
se os núcleos estiverem no singular.
Exemplos:
Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições
municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições
municipais em São Paulo.
Outros casos:
1) Partícula “SE”:
a - Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto)
concordará com o sujeito passivo.
Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo
(transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no
singular.
Exemplos:
Precisa-se de secretárias.
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Confia-se em pessoas honestas.
2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito. Portanto,
ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Dicas:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os
verbos principais.
O verbo existir não é impessoal. Veja:
Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir sérios problemas na cidade.
3) Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas, possuem
sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele
devem concordar.
Exemplos:
O relógio deu duas horas.
Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
4) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo
da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.
5) Concordância com o infinitivo
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for
representado por pronome pessoal oblíquo átono.
Ex.: Esperei-as chegar.
- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for
representado por pronome átono e se o verbo da
oração determinada pelo infinitivo for causativo
(mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e
sinônimos).
Exemplos:
Mandei sair os alunos.
Mandei saírem os alunos.
- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito
for diferente de pronome átono e determinante de
verbo não causativo nem sensitivo.
Ex.: Esperei saírem todos.
b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto
- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição
com valor de gerúndio.
Ex.: Passamos horas a comentar o filme.
(comentando)
- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito
for idêntico ao da oração principal.
Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes
de (tu) responderes, (tu) lerás o texto.
- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito
diferente do sujeito da oração principal e está indicado
por algum termo do contexto.
Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o
direito de contestarmos.
- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito
diferente do sujeito da oração principal e não está
indicado por nenhum termo no contexto.
Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.
c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução
verbal
- não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo
principal da locução verbal, quando em virtude da
ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo
auxiliar for nítida.
Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.
- é facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo
principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar
estiver afastado ou oculto.
Exemplos:
Não devemos, depois de tantas provas de
honestidade, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tantas provas de
honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.
6) Concordância com o verbo ser:
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a - Quando, em predicados nominais, o sujeito for
representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto,
isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer” concordarão
com o predicativo.
Exemplos:
Tudo são flores.
Aquilo parecem ilusões.
Dicas:
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando
se quer enfatizá-lo.
Ex.: Aquilo é sonhos vãos.
b - O verbo ser concordará com o predicativo quando
o sujeito for os pronomes interrogativos: que ou quem.
Exemplos:
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?
c - Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a
concordância será feita com a expressão numérica
Exemplos:
São nove horas.
É uma hora.
Dicas:
Em indicações de datas, são aceitas as duas
concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.
Exemplos:
Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.
d - Quando o sujeito ou predicativo da oração for
pronome pessoal, a concordância se dará com o
pronome.
Ex.: Aqui o presidente sou eu.
Dicas:
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem
pronomes, a concordância será com o que aparece
primeiro, considerando o sujeito da oração.
Ex.: Eu não sou tu
e - Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se
fará com o predicativo.
Ex.: O menino era as esperanças da família.
f - Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é
menos de, junto a especificações de preço, peso,
quantidade, distância e etc., o verbo fica sempre no
singular.
Exemplos:
Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.
g - Nas expressões do tipo: ser preciso, ser
necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo pode ficar
invariável (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo
no masculino singular) ou concordar com o sujeito
posposto.
Exemplos:
É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.
h - Na expressão: é que, usada como expletivo, se o
sujeito da oração não aparecer entre o verbo “ser” e o
“que”, ficará invariável. Se aparecer, o verbo
concordará com o sujeito.
Exemplos:
Eles é que sempre chegam atrasados.
São eles que sempre chegam atrasados.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-
PE Prova: Agente Penitenciário
A compreensão dos enunciados abaixo nos faz ver que
a norma da concordância verbal foi respeitada em
a) Via-se, lá do alto, as pessoas que se dirigiam ao
estádio.
b) Nesta empresa, precisam-se de vários letricistas.
c) Percebe-se alguns erros neste trabalho.
d) Destruiu-se infelizmente todas as provas do crime.
e) Dão-se aulas de piano.
2) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-
PE Prova: Agente Penitenciário
Todas as frases apresentam inadequações de língua
portuguesa, EXCETO:
a) Que horas é?
b) Já é duas horas.
c) São meio-dia.
d) Fazem dez anos que moro em Recife.
e) É meio-dia e meia.
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Assinale a alternativa em que a concordância está de
acordo com as exigências da norma-padrão da língua.
a) Parece que foi ontem, mas já fazem quase trinta
anos que os celulares chegaram ao Brasil.
b) Hoje já se tornou parte de nossa vida as gravações
de eventos por meio de smartphones.
c) Se as selfies fossem proibidas, haveria tantas
reclamações que elas logo estariam de volta.
d) Pode até existir pessoas que não se deixam
fascinar pela tecnologia, mas não os jovens.
e) Fotografar eventos e fatos triviais que nos
acontecem são cada vez mais comuns.
4) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Administrador
Assinale a alternativa que apresenta um enunciado
elaborado corretamente, de acordo com as regras
vigentes de concordância.
a) Ainda que exista muitas normas na língua, nem
todas elas são normas prestigiadas.
b)
Na gênese de uma gramática normativa, tem que ser
considerado muitos fatores diferentes.
c) Gramáticas normativas haviam sido escritas muito
antes de o Brasil existir como nação
d) Não resta dúvidas de que novos compêndios
gramaticais serão lançados em nosso país.
e) O ensino de regras normativas de gramática vêm
sendo privilegiado em nossa sociedade.
5) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:
Soldado da Polícia Militar
Quanto à Concordância Verbal, marque a alternativa
CORRETA.
a) Ninguém ouviu a gritaria da menina, a não serem os
vizinhos.
b) Quanto menas palavras você disser, menor a chance
de errar.
c) Havia dois anos que eu me preparava para este
concurso.
d) Haja visto os livros escolhidos hoje, adiaremos os
testes
6) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:
Soldado da Polícia Militar
De acordo com a norma culta, assinale a opção correta
com relação à concordância verbal.
a) Esperavam-se muitos tiros àquela noite.
b) Eram meia-noite e meia.
c) Fui eu que disparou a arma.
d) Surgiu dois carros policiais no fim da rua.
e) Haviam muitas pessoas sofrendo.
7) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: PM-MS
Prova: Soldado da Policia Militar
Assinale a alternativa correta, no que se refere à
concordância verbal, de acordo com a norma culta.
a) Deve existir problemas nos seus documentos.
b) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
c) Haviam muitos candidatos esperando a hora da
prova.
d) Choveu pedaços de granizo na fazenda.
e) Fazem mais de cem anos que a Lei Áurea foi
assinada.
8) Ano: 2013 Banca: UERR Órgão: PM-RR Prova:
Soldado da Polícia Militar
Em relação à concordância verbal, julgue os itens e
marque a alternativa VERDADEIRA:
I - No terceiro parágrafo, “é necessário” está no
singular, tendo em vista que o sujeito é introduzido por
um verbo no infinitivo.
II - No quarto parágrafo, os verbos “ouviu” e “falou”
estão no singular, pois possuem o mesmo sujeito que
“conversou”.
III - Há casos, como do verbo “haver”, último período do
texto, em que o verbo não varia por ausência de sujeito
na frase.
a) I é verdadeira.
b) Apenas II e III são verdadeiras.
c) Apenas I e III são verdadeiras.
d) Apenas I e II são verdadeiras.
e) Nenhuma das opções anteriores é verdadeira.
9) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Marque a alternativa em que a concordância verbal
está incorreta:
a) Precisam-se de motoristas experientes.
b) Divulgaram-se os planos secretos.
c) Perto de vinte alunos faltaram à prova.
d) Vossa Excelência enganou seus eleitores.
e) Foram os professores que pediram as explicações.
10) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Com relação à concordância verbal, assinale a opção
correta:
a) Em: “Os capitães trovoavam ordens a torto e a
direita” (José Lins do Rego), o verbo destacado deveria
estar no singular já que é impessoal e designa um
fenômeno da natureza (trovoar).
b) Em: “Mas havia jardins, havia manhãs naquele
tempo!” (Carlos Drummond de Andrade), os verbos em
Ensino de qualidade focado em concursos.
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destaque deveriam estar no plural (haviam)
concordando com jardins e manhãs.
c) Em: “Faz escuro, mas eu canto” (Ferreira Gullar), o
verbo destacado é impessoal, por isso fica no singular.
d) Em: “Eram doze de maio e a noiva sorria branco”
(Clarice Lispector), o verbo destacado deveria estar no
singular por ser impessoal.
e) Em: “O desejo dela, são uns panos chamativos lá da
lojinha” (J. J. Veiga), o verbo destacado deveria estar
no singular, concordando com o sujeito simples (O
desejo).
GABARITO:
1 – E 3 – C 5 – C 7 – B 9 – A
2 – E 4 – C 6 – A 8 – A 10 – C
REGÊNCIA NOMINAL E REGÊNCIA VERBAL
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
relacionam com seus complementos, com preposição
ou sem ela. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
advérbio) exige um complemento preposicionado,
dizemos que este nome é um termo regente e que seu
complemento é um termo regido. Por um motivo
muito simples: há uma relação de dependência entre o
nome e o seu complemento.
REGÊNCIA NOMINAL
Como já dito, alguns nomes (substantivos, adjetivos e
advérbios) exigem complementos preposicionados.
1) Advérbios terminados em -mente
Os advérbios derivados de adjetivos seguem,
normalmente, a regência dos adjetivos:
análoga/analogamente a; contrária/contrariamente a;
compatível/compativelmente com;
diferente/diferentemente de; favorável/favoravelmente
a; paralela/paralelamente a; próxima/proximamente
a/de; relativa/relativamente a (...)
2) Preposições e prefixos verbais
Alguns nomes regem preposições semelhantes a seus
“prefixos”: dependente, dependência de, inclusão,
inserção em, inerente em/a, descrente de/em,
desiludido de/com, desesperançado de, desapego
de/a, convívio com, convivência com, demissão,
demitido de, encerrado em, enfiado em, imersão,
imergido, imerso em, instalação, instalado em,
interessado, interesse em, intercalação, intercalado
entre, supremacia sobre etc.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
Regência Nominal
1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Analista Ambiental -
Engenharia Química
TEXTO 01
"Precisamos dar um sentido humano às nossas
construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso
nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas
para olhar os lírios do campo e as aves do céu."
(Érico Veríssimo)
Observe o trecho abaixo: :
"E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver
deixando cegos..."
Sobre ele, está CORRETO o que se declara na
alternativa
a) "Ao dinheiro" indica exemplo de regência nominal.
b) Se o termo "dinheiro" fosse substituído por
"riqueza", seria facultativa a crase.
c) A vírgula após o termo "dinheiro" é facultativa.
d) O verbo "deixar" exige complemento regido de
preposição.
e) O termo "cegos" indica que o texto se refere a
pessoas do sexo feminino.
2) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Analista Ambiental -
Engenharia Química
TEXTO 01
"Precisamos dar um sentido humano às nossas
construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso
nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas
para olhar os lírios do campo e as aves do céu."
(Érico Veríssimo)
Analisando-se o verbo "dar", nesse contexto, é
CORRETO afirmar que
a) exige um complemento apenas, e este não vem
regido de preposição.
b) não pede complemento.
c) pede um complemento apenas, e este vem regido
de preposição.
d) exige dois complementos: um regido de preposição
e o outro sem preposição.
e) é impessoal e não pede complemento.
3) Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado da Polícia Militar - Estágio
Na frase — Sou fà da informática. — a expressão em
Ensino de qualidade focado em concursos.
67
destaque pode ser corretamente substituída, no que se
refere à regência nominal, por:
a) favorável com a
b) favorável pela
c) favorável da
d) favorável à
e) favorável na
4) Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: PM-PB Prova:
Soldado da Polícia Militar Combatente
Considerando o contexto em que o verbo “assistir” foi
empregado, percebe-se que, considerando a Norma
Padrão, seu uso evidencia um desvio de:
a) concordância
b) regência
c) ortografia
d) colocação pronominal
5) Ano: 2010 Banca: UNEMAT Órgão: PM-MT Prova:
Soldado da Polícia Militar
Quanto à regência nominal, em "tem direito à instrução"
e "será acessível a todos", analise as afirmativas.
I. Nos dois casos, a preposição “a” estabelece relação
entre o nome e seu complemento.
II. Em "tem direito à instrução", o complemento nominal
completa o sentido do substantivo "direito".
III. Em "acessível a todos", o adjetivo "acessível" pede
complemento nominal.
IV. Em "acessível a todos", o substantivo "acessível"
pede complemento nominal.
V. A preposição “a” se faz presente apenas no primeiro
caso.
Com base nelas, assinale a alternativa correta.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I, II e III estão corretas.
d) Apenas IV e V estão corretas.
e) Todas estão corretas.
6) Ano: 2014 Banca: INSTITUTO AOCPÓrgão: UFS
Prova: Fisioterapeuta
Em “E não há dúvida que o progresso....”, NÃO há
atendimento à norma padrão quanto à
a) regência nominal
b) concordância verbal.
c) concordância nominal
d) sintaxe de colocação pronominal.
e) regência verbal.
7) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: IF-AM Prova:
Técnico de Tecnologia da Informação
Em relação à regência nominal, em qual das frases a
seguir a preposição empregada não está adequada?
a) A partir daí, estava apto para ajudar alguém.
b) Ele, então, estava sedento por um futuro melhor.
c) Não seja inconstante em suas decisões.
d) Na vida, todos nós somos passíveis a equívocos.
e) Temeroso de um resultado negativo, não seguiu sua
intuição.
8) Ano: 2011 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:
Capelão Católico
A regência nominal foi realizada adequadamente em:
a) Tenho horror de barata!
b) A nossa nova revista é acessível para todos.
c) Todos sabem que o cigarro é nocivo para a saúde.
d) Ouvimos barulho na sala contígua com o nosso
quarto.
e) Depois de anos de amizade, não posso ser desleal a
ela.
9) Ano: 2017 Banca: INSTITUTO AOCPÓrgão:
EBSERH Prova: Engenheiro Civil
Assinale a alternativa em que a crase se justifica pela
regência nominal.
a) “Pode ir do embasbacamento à inconsciência.”.
b) “Da empatia seletiva à misantropia.”.
c) “[...] na cultura do estupor às vítimas resta apenas
trocar a fonte.”.
d) “[...] ou pelo menos promover, a integridade de todos
e o respeito ao sujeito e às individualidades.”.
e) “Da surpresa à alienação.”.
10) Ano: 2010 Banca: UNEMAT Órgão: PM-MT Prova:
Soldado da Polícia Militar
No que se refere às regras de regência nominal,
assinale a alternativa que substitui corretamente a
expressão destacada em – Buscando compreender o
Ensino de qualidade focado em concursos.
68
que considerou ser uma tendência para o século 21,
Michael Ellsberg realizou seu estudo [...].
a) Determinado a
b) Empenhado sob
c) Resolvido de
d) Propenso em
e) Disposto com
GABARITO:
1 – A 3 – D 5 – C 7 – A 9 – D
2 – 4 – B 6 – A 8 – E 10 – A
REGÊNCIA VERBAL
VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA SEM
MUDANÇA DE SENTIDO
Tais verbos costumam ser indistintamente transitivos
diretos ou indiretos:
– O rei abdicou o trono. / O rei abdicou do trono.
– A secretária atendeu o telefone. / A secretária
atendeu ao telefone.
– A noite antecede o amanhecer. / A noite antecede
ao amanhecer.
– Acredito que Deus existe. / Acredito na existência
de Deus.
– Na prova, atente o que estiver diante de seus
olhos. / Na prova, atente a/em/para o que estiver
diante de seus olhos.
– Anseio/Almejo uma vida estável. / Anseio/Almejo
por uma vida estável.
– Durante uma semana, eu cogitei aquela vingança. /
Durante uma semana, eu cogitei naquela vingança.
– Como o patrão consente tantos erros? / Como o
patrão consente em tantos erros?
– Declinou o cargo. / Declinou do cargo.
– Desfrutemos o bom da vida! / Desfrutemos do
bom da vida!
– Desdenho tua sabedoria. / Desdenho de tua
sabedoria.
– “Na penumbra da noite deparei um vulto estranho.”
(Cegalla) / Na penumbra da noite deparei com um
vulto estranho.
– Ele goza sua melhor forma. / Ele goza de sua
melhor forma.
– Não necessitam/precisam defesa de ninguém.
(forma rara atualmente) / Não necessitam/precisam
da defesa de ninguém.
– O nascimento do filho obstou a viagem. / O
nascimento do filho obstou à viagem.
VERBOS QUE NORMALMENTE MUDAM DE
SENTIDO DEVIDO À REGÊNCIA
Agradar
Acariciar, fazer carinho (VTD)
– A mãe agradou seu filho no colo.
Satisfazer, alegrar, contentar (VTI – a)
– Este espetáculo sempre agrada ao público.
Agradecer
VTD (complemento “coisa”)
– Alguns sem-teto agradeceram nosso auxílio.
VTI (complemento “pessoa”; acompanhado ou não de
adjunto adverbial de causa)
– Devemos agradecer a Deus (quem crê, é claro) pelas
bênçãos diárias.
VTDI (OD (“coisa”) / OI (“pessoa”) – a)
– Agradeceste-lhe (a ele) o elogio?
Ajudar
Facilitar (VI)
– Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda. (dito popular)
Auxiliar (VTD)
– Deus ajuda quem cedo madruga. (dito popular)
Auxiliar (VTI – em)
– Ele sempre ajuda na reforma da Igreja.
Auxiliar (VTDI (OD: “pessoa” / OI: “coisa” – em)
– Os irmãos não se ajudam em nada.
Apelar
Interpor recurso judicial à instância superior, recorrer
(VTI – de)
– O advogado apelou da decisão.
Pedir socorro/ajuda (VTI – a, para)
– Aquela mulher feia teve de apelar para o santo
casamenteiro.
Aspirar
Respirar, inspirar, sugar (VTD)
– Em regiões muito altas, é difícil aspirar o ar.
Almejar, pretender alcançar (VTI – a)
– Nunca mais aspirarei a amores impossíveis.
Assistir
Morar, residir, habitar (VI – em)
– Assisto em Copacabana há 15 anos.
– O professor assistia frequentemente a aluna com
dificuldade.
– O professor assistia-lhe (a ela) frequentemente.
Ver (e ouvir), presenciar, observar (VTI – a)
– Quando namorávamos, assistíamos a vários shows.
– Não lhe (a você) assiste dizer se isto é certo ou
errado.
Chamar
Convocar, convidar (VTD)
– O técnico brasileiro chamou o novo talento para a
seleção.
Invocar para auxílio ou proteção, normalmente
apelando (VTD ou VTI (por))
Ensino de qualidade focado em concursos.
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– Chamaram (por) Jeová quando em extrema
dificuldade.
Classificar, qualificar, nomear (VTD ou VTI – a)
– Chamei o professor (de) inteligente. / Chamei-o (de)
inteligente.
– Chamei ao professor (de) inteligente / Chamei-lhe
(de) inteligente.
Chegar
Tradicionalmente VI (vem acompanhado de adjunto
adverbial de lugar, iniciado sempre pela preposição a,
nunca por em)
– Nosso time nunca chegou a uma posição decente na
tabela.
Conferir
Examinar (VTD)
– Conferimos a redação do candidato, a qual estava
excelente.
Atribuir, imprimir certa característica (VTDI – a)
– O júri conferiu prêmios aos melhores concorrentes.
– Os pormenores conferiam verossimilhança à história.
Estar de acordo (VI ou VTI – com)
– O laudo confere.
– A descrição do suspeito não confere com o
depoimento da testemunha.
Constar
Ser composto de, consistir em, conter; estar incluído
(VTI – de)
– A epopeia consta de dez cantos.
Estar incluso (VTI – de/em)
– Este consta da/na antologia do poeta Drummond.
Ser sabido (VTI (a) – o sujeito da frase é normalmente
uma oração)
– Não me (a mim) constava que ela passou na prova.
Custar
Indicando preço, valor (VI; acompanhado de adjunto
adverbial de preço)
– Nosso carro custou duzentos mil reais.
Demorar (VI)
– Custaram, mas chegaram, enfim.
Causar, provocar, acarretar, resultar (VTDI – a)
– A arrogância pode custar-lhe (a ele) o emprego.
Ser custoso, difícil (VTI – a)
– Nós custamos a aprender Português (construção
coloquial)
– Custou-nos(a) aprender Português (construção culta)
Dar
Tornar-se (VL)
– O ex-atleta deu um bom empresário.
Bastar (VI)
– Esse dinheiro não dá.
Registrar, emitir, informar... (VTD)
– A mídia deu a notícia ontem.
Bater, topar... (VTI – com)
– O homem deu com o joelho na escada rolante.
Entregar, ceder... (VTDI – a/para/em)
– A mãe deu à luz um filho lindo.
– Só dou conselhos bons para ele porque desejo que
ele seja um bom filho.
– A mão lhe (nele) deu muitas bofetadas ao longo da
vida.
Desculpar
VTD
– Eu o desculpo e desculpo o erro de seus irmãos, mas
esta é a última vez.
VTDI (de/a)
– Peço que a desculpe dessas falhas.
– Peço que lhe (a ela) desculpe essas falhas.
Esquecer / Lembrar
VTD (quando não pronominais)
– O aluno esqueceu a informação da aula anterior.
– O aluno lembrou a informação da aula anterior.
Obs.: No sentido de “ser semelhante” também é VTD:
O filho lembra muito o pai.
VTI (quando pronominais (de); o se é uma parte
integrante do verbo)
– O aluno esqueceu-se/lembrou-se da informação
anterior.
VTI (a)
– Esqueceu-me/Lembrou-me a informação anterior.
VTDI (só o lembrar – de/a)
– O professor lembrou o aluno da informação.
– O professor lembrou a informação ao aluno.
Implicar
Zombar, troçar, provocar rixa, amolar, hostilizar (VTI –
com)
– O pai vive implicando com o filho.
Envolver (alguém ou a si mesmo), comprometer (VTDI
– em)
– O policial se implicou na conspiração. (este se é
reflexivo)
Acarretar, produzir como consequência (VTD)
– Segundo uma das leis de Newton, toda ação implica
uma reação de igual ou maior intensidade, na mesma
direção e em sentido contrário.
Informar
Tanto informar quanto avisar, aconselhar, anunciar,
advertir, alertar, certificar, cientificar, dizer,
comunicar, informar, impedir, incumbir, noticiar,
notificar, prevenir, proibir são VTDIs, normalmente,
admitindo duas possíveis construções:
Ensino de qualidade focado em concursos.
70
Informar algo a alguém.ou
Informar alguém de algo.
– Advertimos aos tripulantes (OI) que não nos
responsabilizamos por furtos ou roubos (OD).
– Advertimos os tripulantes (OD) de que não nos
responsabilizamos por furtos ou roubos (OI).
Namorar
VTD
– Namoro Maria há cinco anos. (registro culto)
– Namoro com Maria há cinco anos. (registro coloquial)
Obedecer / Desobedecer
VTI (a)
– Como filhos, devemos obedecer a nossos pais.
– Meu pai, ao qual vivia desobedecendo, era um
homem superamoroso.
Pagar / Perdoar
VTD quando o complemento é coisa. VTI (a) quando o
complemento é pessoa (física ou jurídica). VTDI
quando um complemento é coisa (OD) e o outro é
pessoa (OI).
– Perdoei o erro. / Paguei a dívida.
– Perdoei a meu pai. / Paguei ao banco.
– Perdoei-lhe (a ele) a dívida. / Paguei-lhe (a ele) a
dívida.
Preferir
Veja a única regência adequada:
– Prefiro Língua Portuguesa a Matemática.
Pode ser só VTD
– Entre Português e Matemática, prefiro Português.
Responder
Falar, declarar (VTD)
– Ele sempre responde que vai passar na prova.
Dar resposta a uma pergunta (VTI – a)
– Fique tranquila, pois ele vai responder aos e-mails
enviados.
Dar uma resposta a alguém (VTDI – a)
– Respondeu-lhe (a ela) todas as indagações.
Visar
Mirar, fitar, apontar; pôr visto em (VTD)
– O soldado visou o peito do inimigo.
– O inspetor federal visou todos os diplomas.
Almejar, pretender, objetivar, ter como fim (VTI – a)
– Este trabalho visa ao bem-estar geral.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES
Regência Verbal
1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Técnico em Administração
Acerca das normas de concordância e de regência
verbal, incluídas as de emprego da crase, analise as
afirmativas a seguir.
I. O trecho: “quando um chapim vê um falcão e chama
outras aves para avisá-las sobre o caçador” também
estaria em conformidade com a norma-padrão se fosse
empregada a preposição “de”: „quando um chapim vê
um falcão e chama outras aves para avisá-las do
caçador‟.
II. O sinal indicativo de crase é opcional no trecho
destacado em: “passarinhos cujo canto tem regras
semelhantes à nossa tradicional ordem”, ao contrário
do trecho: “Os penosos em questão pertencem à
espécie Parus minor (...), em que a marcação da crase
é obrigatória.
III. No trecho: “eu sei, faz duas semanas já”, a forma
verbal destacada, com sentido de tempo decorrido,
poderia flexionar corretamente no plural se o advérbio
“já”, também de valor temporal, fosse descolocado para
junto da citada forma verbal: “eu sei, já fazem duas
semanas”.
IV. O trecho: “Uma das poucas que sobraram é a
linguagem com sintaxe.” também estaria em
conformidade com a norma-padrão se a forma verbal
destacada fosse flexionada no singular, em
concordância com “uma”.
Estão CORRETAS:
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Enfermeiro
Considerando as normas de regência nominal e verbal,
assinale a alternativa em que a mudança ou supressão
da preposição (destacadas) NÃO configura
descumprimento da norma-padrão nem alteração dos
sentidos pretendidos no Texto 1.
a)"Infelizmente propaga-se por aí uma falácia‟. Esse
foi o início de um e-mail recebido por uma leitora
indignada com o post "Mitos sobre o Suicídio‟.
b) “isso é possível, sim, porque vivemos uma
sociedade contemporânea monista (...).”
c) “Todas as práticas humanas se mobilizam em
direção do maior valor da cultura (...).”
d) “Haveria equívocos em estudos e classificações,
assim como a hipermedicalização em vida (...).”
e) “Entre outras informações importantes da matéria,
tem o fato de Eisernberg mencionar em que o
Ensino de qualidade focado em concursos.
71
componente genético da doença foi superestimado e
afirmar que (...).”
3) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Administrador
Observe: “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]
resultou numa série de concepções”.
Assinale a alternativa em que as normas de regência
verbal seriam atendidas, mantendo a coerência desse
trecho, se ele fosse alterado.
a) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]
deflagrou no aparecimento de uma série de
concepções”.
b) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]
redundou à geração de uma série de concepções”.
c) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]
implicou o surgimento de uma série de concepções”.
d) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]
oportunizou ao nascimento de uma série de
concepções”.
e) “A encruzilhada de fatores tão complexos [...]
desencadeou à formação de uma série de
concepções”.
4) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão:
FacepeProva: Analista em Gestão de Ciência e
Tecnologia - Ciências Contábeis
Observe: “Pode-se falar com serviços públicos,
empresas e marcas na mesma tela com que se
conversa com os amigos ou com o chefe.”. Identifique
a alternativa em que as alterações (destacadas) desse
trecho mantiveram a obediência às normas de regência
e os sentidos originais.
a) “Pode-se comentar acerca dos serviços públicos,
empresas e marcas na mesma tela como se conversa
com os amigos ou com o chefe.”
b) “Pode-se dirigir a serviços públicos, empresas e
marcas por meio da mesma tela na qual se conversa
com os amigos ou com o chefe.”
c) “Pode-se falar aos serviços públicos, empresas e
marcas na mesma tela a que se conversa com os
amigos ou o chefe.”.
d) “Pode-se falar de serviços públicos, empresas e
marcas na mesma tela na qual se conversa com os
amigos ou com o chefe.”
e) “Pode-se falar nos serviços públicos, empresas e
marcas na mesma tela acerca do que se conversa com
os amigos ou o chefe.”
5) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE
Prova: Técnico em Administração de Empresas
Observe as proposições abaixo no tocante às suas
justificativas sobre os verbos sublinhados.
I. “Quem visitar a Aldeia de Itapoá em Olivença, distrito
de Ilhéus..." – exige complemento não regido de
preposição.
II. “...hoje faz parte da realidade de grande parte das
tribos indígenas." – exige dois tipos de complemento:
um regido de preposição, e o outro, sem preposição.
III. “...outras facilidades do mundo moderno que
invadiram as aldeias indígenas." – não exige
complemento.
IV. “Hoje, a inclusão digital também é realidade." –
exige complemento não regido de preposição.
Somente está CORRETO o que se afirma em
a) I
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II.
6) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: FUNAPE
Prova: Analista Previdenciário
"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo,
sem tirá-las do meu coração."
(Charles Chaplin)
No tocante à regência do verbo sublinhado, analise os
itens abaixo:
I. Apresenta a mesma regência do verbo "falar" em:
Falara a verdade aos presentes.
II. Exige apenas um complemento, e este não vem
regido de preposição.
III. Um dos complementos, o objeto indireto, pode vir
regido da preposição "com".
IV. Em "Referiu-se a todos com simpatia e carinho", o
verbo tem a mesma regência de "dizer" no contexto
acima apresentado.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I.
b) II e III.
c) IV.
d) III e IV.
e) II.
7) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:
Soldado da Polícia Militar
Observe o cumprimento das normas de regência verbal
no seguinte trecho: “Imagine você que um repórter
iniciante chega à delegacia logo pela manhã e se
depara com a seguinte ocorrência:”. (4º parágrafo)
Assinale a alternativa em que as alterações promovidas
também cumprem as normas de regência e preservam
a coerência do enunciado.
Ensino de qualidade focado em concursos.
72
a) Imagine você que um repórter iniciante dirige-se a
delegacia logo pela manhã e se vê diante à seguinte
ocorrência:
b) Imagine você que um repórter iniciante vai à
delegacia logo pela manhã e encontra a seguinte
ocorrência:
c) Imagine você que um repórter iniciante adentra para
a delegacia logo pela manhã e dá de cara na seguinte
ocorrência:
d) Imagine você que um repórter iniciante, ao entrar a
delegacia logo pela manhã, tem que enfrentar à
seguinte ocorrência:
e) Imagine você que um repórter iniciante aparece na
delegacia logo pela manhã e é surpreendido sobre a
seguinte ocorrência:
8) Ano: 2016 Banca: PM-SC Órgão: PM-SC Prova:
Agente Temporário - Serviço Administrativo
Regência Verbal é a relação estabelecida entre os
verbos e os complementos. Na imagem acima, de
acordo com a norma padrão está incorreto o período:
a) João não acredita em tudo que lê no jornal.
b) João é esperto.
c) João é esperto. Seja como João.
d) João sabe que mídia monopolizada só visa o lucro.
9) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:
Soldado da Polícia Militar
Na frase "Prefiro o doce a salgado, da mesma forma
que prefiro mais o amanhecer ao entardecer”, é
CORRETO dizer, quanto à regência verbal, que o verbo
PREFERIR é:
a) Somente intransitivo.
b) Transitivo direto e indireto.
c) Transitivo direto e intransitivo.
d) Somente transitivo.
10) Ano: 2016 Banca: Aeronáutica Órgão: EEAR Prova:
Sargento da Aeronáutica - Guarda e Segurança
A regência verbal não está de acordo com a norma
padrão em qual alternativa?
a) Chegamos a São Paulo para uma consulta médica.
b) Os funcionários aspiravam a uma posição de
destaque.
c) As medidas visavam por um progresso da cidade do
interior.
d) O quadro era irreversível na sala de operações, o
médico já não o assistia.
GABARITO:
1 – B 3 – C 5 – A 7 – B 9 – B
2 – C 4 – B 6 – A 8 – D 10 – C
CRASE
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira
vogal a é uma preposição, a segunda vogal a é um
artigo ou um pronome demonstrativo.
Existem quatro situações básicas. Veja abaixo:
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
É impossível resistir à lasanha da minha mãe.
Quem nunca resiste... nunca resiste a + a (lasanha) = à
(lasanha).
BIZU: 1) Para sabermos se haverá crase (a+a=à),
basta colocarmos o artigo antes do substantivo e criar
uma frase hipotética, colocando-o como sujeito da
frase: “A
lasanha da minha mãe é ótima.”. Percebe que a
ausência do artigo tornaria a frase estranha: “Lasanha
da minha mãe é ótima.”? O artigo serve para
determinar, especificar a palavra lasanha. Este método
é ótimo para perceber se há ou não artigo antes de um
substantivo.
2) Outro método que normalmente dá certo é trocar a
palavra feminina por uma masculina. Se no lugar do à
puder ser ao, a crase estará 99% das vezes certa: “É
impossível resistir ao nhoque da minha mãe.”.
Veja outro exemplo:
Minha mãe deu à luz um bebê lindo em 1982: eu.
O verbo dar, como se sabe, é bitransitivo (VTDI). Logo,
um bebê lindo é objeto direto, e à luz, o objeto indireto.
Dá-se algo a alguém (a “luz” está em sentido
conotativo, equivalendo a “vida”, “ao mundo”).
Eu cheguei à Brasil, mas, como de costume, ela
estava engarrafadíssima!
Às vezes, o substantivo vem implícito. Você deveria ter
visto assim: “Eu cheguei à (avenida) Brasil...”. Ou seja,
quem chega, chega a + a avenida.
a (preposição) + a(s) (pron. demonstrativo) = à(s)
Ensino de qualidade focado em concursos.
73
Há basicamente dois casos em que o vocábulo a pode
ser um pronome demonstrativo, equivalendo ao
pronome “aquela”: antes de pronome relativo que e
antes de preposição de: A (= aquela) que chegou era
minha filha. / Sua filha é linda, mas a (= aquela) dele é
muito mais.
Agora sim, o princípio da crase é o mesmo. Veja:
Nós nos referimos à que foi 01 do concurso para
Analista Judiciário.
Sempre procuro fazer alusão às lições do Bechara
e às do Celso Cunha.
No primeiro caso, quem se refere, se refere a + a = à.
No segundo caso, quem faz alusão, faz alusão a + as
= às.
a (preposição) + aquele(s), aquela(s), aquilo (pron.
demonstrativos) = àquele(s), àquela(s), àquilo
Lembre-se: crase é a fusão de duas vogais idênticas.
A bebida é sempre nociva àqueles que se
embriagam.
Procurou explicar-se àquela comissão, mas ela não
tolerou seu erro.
Depois de todo o terror, assistir àquilo foi a gota
d’água.
O que é nocivo, é nocivo a + aqueles = àqueles. Quem
se explica... se explica a + aquela = àquela. Quem
assiste (= ver), assiste a + aquilo = àquilo.
a (preposição) + a qual, as quais (pron. relativo) =
à qual, às quais
Lembre-se: se um verbo ou um nome exigindo
preposição vier depois do pronome relativo, a
preposição ficará obrigatoriamente antes do pronome
relativo.
Todas as professoras de Língua Portuguesa às
quais me dirigi eram capazes.
A explicação à qual tenho direito finalmente me foi
dada pelo mestre.
No primeiro caso, o verbo pronominal dirigir-se exige a
preposição a, que se aglutina com as quais (pronome
relativo), formando às quais. No segundo caso, o nome
direito também exige a preposição a, que se aglutina
com a qual (pronome relativo), formando à qual.
CASOS OBRIGATÓRIOS
Além dos casos clássicos de crase, já vistos
anteriormente, há dois casos obrigatórios de crase.
Vejamos:
1) Locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivas e
prepositivas com núcleo feminino
A crase ocorre porque a preposição a que inicia tais
locuções se funde com o artigo a que vem antes do
núcleo feminino. O acento grave é fixo!
– Um policial à paisana trocou tiros com três homens
que tentavam roubar um banco.
– Cheguei às cinco horas da tarde.
– À medida que estudo, fico mais seguro.
– Einstein estava à frente de seu tempo.
2) Locução prepositiva implícita “à moda de, à
maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente
usado nas locuções prepositivas com núcleo feminino
iniciadas por a: “Os frangos eram feitos à moda da casa
imperial.”. Às vezes, porém, a locução vem implícita
antes de substantivos masculinos, o que pode fazer
você pensar que não rola a crase. Mas... há crase, sim!
– Comi uma caça à espanhola anteontem.
– Ontem jantei um bacalhau à Gomes de Sá.
– Hoje comerei um filé à Osvaldo Aranha.
– Talvez amanhã eu coma um tutu à mineira...
– Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond,
vestir-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida
aniversariante.
CASOS PROIBITIVOS
1) Antes de substantivos masculinos
– Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter
andado a pé.
2) Antes de substantivo (masculino ou feminino,
singular ou plural) usado em sentido generalizador
(Veja Casos Especiais!)
– Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
– Não foi feita menção a mulher, nem a criança,
tampouco a homem.
3) Antes de artigo indefinido “uma”
– Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
Obs.: Diante do numeral indicando hora, crase na
cabeça: Chegarei à uma (hora). Cuidado
com há (indicando existência ou tempo decorrido): Há
(existe) uma hora em que
precisamos mudar de opinião. / Há (faz) uma hora
fechamos um contrato milionário.
Veja Casos Especiais.
4) Antes de pronomes pessoais, pronomes
interrogativos, pronomes indefinidos, pronomes
demonstrativos e pronomes relativos
– Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
– A quem vocês se reportaram no Plenário?
Ensino de qualidade focado em concursos.
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– Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um
crítico.
– Entreguei o livro a esta editora, mas ela desprezou a
obra.
– A atriz brasileira a cuja peça aludi já ganhou dois
prêmios internacionais.
Obs.: Não obstante, pode haver crase:
I - antes das “formas de tratamento” senhora, senhorita,
dona*, dama, madame, doutora etc.: “Destes teu
coração à senhorita, e, ainda assim, ela te ignoraste?”
/ “À dama não respondeu por vergonha ou falta de
educação.”
II - antes dos pronomes indefinidos pouca(s), muitas,
demais, outra(s) e várias: “O doutor atendeu às poucas
mulheres que hoje foram à sua clínica.” / “BC equipara
crédito consignado às demais operações.” / “De uma
geração à outra, tudo pode mudar.”
III - antes dos pronomes demonstrativos aquele(a/s),
aquilo, mesma(s), própria(s), tal: “Dedicou-se à própria
vida, esquecendo as outras pessoas que o rodeavam.”
IV - antes do pronome relativo a qual: “A fórmula à qual
a economia brasileira está subordinada não passa de
uma regra básica.”
5) Antes de numerais não determinados por artigo
– O professor só conseguiu explicar o assunto a uma
aluna; as três não quiseram esperar para tirar suas
dúvidas.
– O político iniciou visita a duas nações europeias.
6 Antes de verbos no infinitivo
– A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a
trabalhar.
7) Depois de outra preposição qualquer (essencial
ou acidental)
– Fui para a Itália.
– A Fundação Casa é uma instituição que atua em
casos de extrema gravidade, mediante a determinação
judicial.
– Serão encaminhados após a sessão os documentos
exigidos.
– O futuro mártir se colocou contra a medida adotada
pelo governo.
8) Entre palavras repetidas que formam uma
locução
– Quero que você fique cara a cara e diga a verdade.
– Nosso dia a dia nunca mais foi o mesmo após o
furacão.
9) Antes de qualquer expressão ou frase
substantivada
– A expressão “Não vou beber” está ligada por uma
ideia de causa a “A água está muito gelada”.
– O conectivo “se” às vezes equivale a “já que”.
CASOS FACULTATIVOS
1) Antes de pronomes possessivos adjetivos
femininos
– Enviamos cartas a (à) nossa filha que está no
Canadá.
2) Depois da considerada locução prepositiva até a
Quando não houver crase, leia-se até a como
preposição + artigo.
– Vá até a geladeira e pegue um pedaço de torta para
seus avós. (até + a)
– Vá até à geladeira e pegue um pedaço de torta para
seus avós. (até a + a)
3) Antes de nomes próprios femininos
– A (À) Juliana tenho conseguido manter-me fiel, o que
tem surpreendido a todos.
4) Diante de certos topônimos, como Europa, Ásia,
África, França, Inglaterra, Espanha,
Holanda, Escócia, Recife...
– O técnico português já prevê volta a (à) Inglaterra
para conduzir o melhor time do
país à vitória.
CASOS ESPECIAIS
1) Na correlação (ou simetria de construção) das
preposições “de... a”, se houver determinante
(artigo ou pronome) contraído com “de”, haverá
artigo contraído com a preposição “a”, resultando
na crase.
– A loja funciona de segunda à quinta, de 8h às 18h.
(inadequado)
– A loja funciona da segunda à quinta, das 8h às 18h.
(adequado)
– De 01/03 à 30/08, haverá dois cursos para a área
militar. (inadequado)
– De 01/03 a 30/08, haverá dois cursos para a área
militar. (adequado)
– Ela se molhou dos pés a cabeça. (inadequado)
– Ela se molhou dos pés à cabeça. (adequado)
– Trabalho só deste domingo a sexta; depois, férias!
(inadequado)
– Trabalho só deste domingo à sexta; depois, férias!
(adequado)
2) Com as locuções adverbiais indicativas de
“hora” (do relógio), há crase.
Há crase, pois junta-se a preposição a (que inicia a
locução adverbial) ao artigo a ou ao pronome
demonstrativo iniciado por “a” (que concorda com hora
e a determina). Por mais que a palavra hora esteja
elíptica, a crase é obrigatória. Um bizu é substituir a
Ensino de qualidade focado em concursos.
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expressão por “ao meio-dia”. Se puder, crase na
cabeça.
– Nesta última eleição, o TSE bateu o recorde histórico,
alcançando a totalização de 90% dos votos às 19h.
– Às 21h15min, já haviam sido apuradas 99% das
urnas.
– À zero hora, todo fim de ano, soltam-se fogos.
– Àquela hora todos já estavam de pé?
– Costuma-se acordar às quatro nos quartéis.
– Os lutadores de MMA se enfrentarão às dezenove
deste domingo.
– Diga a ela que esteja aqui à uma hora para
conversarmos a respeito do projeto.
3) Não há crase antes da palavra casa, exceto se
vier especificada por um adjetivo, uma locução
adjetiva ou uma oração adjetiva.
– Fui a casa resolver um problema.
– Fui à casa dela resolver um problema.
– O bom filho a casa torna.
– O bom filho à casa dos pais torna.
– Só volta à casa de quem o trata com mimos.
4) Não há crase antes da palavra terra (em oposição
a bordo, no contexto frasal). Se estiver
especificada, há crase sempre. Afora isso, pode
haver crase.
– Os marinheiros retornaram a terra.
– Os marinheiros retornaram à terra natal.
– O amor à Terra deve imperar, pois é nosso lar.
– Viemos da terra e à terra voltaremos.
5) Paralelismo
Ocorre paralelismo quando duas ou mais estruturas
apresentam semelhança em sua construção. Em outras
palavras, se o primeiro termo de uma enumeração ou
comparação vier determinado, o segundo e os demais
também deverão vir determinados. Entenda:
– Não tenho dúvidas de que é preferível virtude a
desonestidade.
– Não tenho dúvidas de que é preferível a virtude à
desonestidade.
Quando dois ou mais elementos estão coordenados e
o primeiro está introduzido por preposição, há apenas
quatro possibilidades corretas de construção:
– Todo brasileiro tem direito a saúde, educação e
segurança. (preposição)
– Todo brasileiro tem direito a saúde, a educação e a
segurança. (preposição)
– Todo brasileiro tem direito à saúde, educação e
segurança.(preposição + artigo)
– Todo brasileiro tem direito à saúde, à educação e à
segurança. (preposição + artigo)
6) Antes de topônimos (nomes de lugar) que
aceitam artigo
Bizu em forma de versinho:
“Quando venho da, quando vou crase há
Quando venho de, crase pra quê?”
– Fui à Bahia nas minhas férias de início de ano.
(Venho da Bahia, vou à Bahia.)
– Fui a Ipanema. (Venho de Ipanema, vou a Ipanema)
7) Antes de substantivo feminino singular com
sentido genérico
Coloquei este caso como especial, pois a presença do
artigo feminino singular antes de substantivo feminino
singular com sentido genérico, além de implicar
mudança de sentido, implica a crase. O Cespe/UnB
adora esse tipo de questão! Veja, pelos exemplos,
como o assunto é interessante:
Tudo está sujeito a degeneração.
Tudo está sujeito à degeneração.
Na primeira frase, a pergunta que se faz é: “Que tipo de
degeneração?”. Não se sabe. Logo, o sentido é
genérico. Na segunda frase, trata-se de uma
degeneração já mencionada ou conhecida dos
participantes do ato comunicativo: locutor e interlocutor.
O homem deve ser submetido a cirurgia tão logo.
O homem deve ser submetido à cirurgia tão logo.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIOES
1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Aspirante da Polícia Militar
Cena do crime
Doutor Fé Para vencer um gigante, devemos ir até ele,
ir à "cena do crime", como dizem os policiais. Fugir é a
pior das escolhas. Ao fugir, junto também foge a sua
chance de tornar-se um grande guerreiro.
Analise os comentários abaixo sobre o texto 3:
I. No trecho "à cena do crime", a crase é facultativa.
II. O termo "como" inicia uma oração subordinada
comparativa.
III. No trecho "foge a sua chance de tornar-se...", a
crase é facultativa, considerando-se estar diante de
pronome possessivo.
Está INCORRETO o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Viajando pela BR 232, são encontradas várias placas
de sinalização. Analise-as quanto ao uso da crase.
Está(ão) CORRETA(S)
a) 1, 2 e 3.
b) 2 e 3, apenas.
c) 2, apenas.
d) 3, apenas.
e) 1 e 3, apenas.
3) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Técnico
Em “Bem-vindos à Feira de Caruaru", a crase é
obrigatória. Em qual das alternativas abaixo, o uso da
crase É FACULTATIVO?
a) A Feira de Caruaru é atração devido à grande
diversidade lá existente.
b) Na Feira de Caruaru, tudo está à venda.
c) Em feiras, como a de Caruaru, vendem-se coisas
às pessoas de diferentes classes sociais.
d) Nas cidades de pequeno comércio, há mais
pagamentos à vista.
e) Todos os dias, os comerciantes da Feira de Caruaru
permanecem até às 18h.
4) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão:
FUNAPEProva: Analista Previdenciário
"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo,
sem tirá-las do meu coração."
(Charles Chaplin)
Sobre a CRASE existente no texto, analise os itens
abaixo:
I. Se o termo "pessoas" estivesse no singular, a crase
não seria obrigatória.
II. Se o termo "pessoas" estivesse indeterminado,
estaria correta a construção: A vida me ensinou a dizer
adeus à pessoas que amo....
III. Se o termo "pessoas" fosse substituído por
"parentes", estaria correto o trecho: A vida me ensinou
a dizer adeus à parentes que amo...
IV. Do jeito como se apresenta no texto, a crase indica
a presença da preposição "a" e do artigo "a".
V. Nesse contexto, a crase é facultativa.
Assinale a alternativa que contém o quantitativo de
itens CORRETOS.
a) Três
b) Um
c) Dois
d) Quatro
e) Cinco
5) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Analista de Registro Empresarial
Observe os itens abaixo:
I. “...de pedir uma fisionomia mais a caráter..."
II. “...mais de acordo com a solenidade da morte."
III. “...olhos a fitarem o monte de roupa suja..."
Em que item(ens), a crase é facultativa?
a) Em I e II.
b) Em II e III.
c) Em I.
d) Em II.
e) Em nenhum deles.
6) Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: PM-BA Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa correta. Observe a ocorrência de
crase em “é igual à mãe” (26º§) e assinale a opção em
que a substituição do substantivo “mãe” provocaria a
impossibilidade da ocorrência desse fenômeno
linguístico.
a) é igual à Ana.
b) é igual à sua mãe.
c) é igual à todas.
d) é igual à tia.
e) é igual à minha família.
7) Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PM-AC Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a opção em que o acento grave, indicador de
crase, foi corretamente empregado, como o foi em: “Ou
apenas entregue, no início da adolescência, à
descoberta de si mesmo”.
a) Afirma não perdoou à dívida dos credores.
b) Os funcionários não obedeciam à regulamentos.
c) Isso me ajudou à refletir melhor sobre a vida.
d) Ele parecia alheio à todos que estavam em volta.
e) Refiro-me à secretária do comandante do batalhão.
8) Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado da Polícia Militar
O acento indicativo de crase está empregado
corretamente em:
a) O personagem evita considerar à internet
responsável por suas atitudes.
b) O personagem reconheceu que já tinha uma
propensão à jogar o tempo fora.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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c) O personagem tinha um comportamento indiferente
à qualquer influência da internet.
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar
com relação ao tempo.
e) O personagem revelou à pessoa com quem
conversava que jogava o tempo fora.
9) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a opção que completa, correta e
respectivamente, a frase abaixo.
Quando o rapaz começou ______ se levantar, _____
pessoas começaram _____ atirar novamente e ele
levou ______mãos_____ cabeça, desesperado.
a) à -às -à -as -a
b) à -as -à -as -a
c) a -as -a -as -à
d) a -às -a -às -a
e) a -as -à -as –à
10) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:
Soldado da Polícia Militar
Que opção completa correta e respectivamente as
lacunas da frase abaixo?
____ ações corajosas e ____ estatísticas favoráveis
quanto ____ apreensão de drogas e armas revelam
____ excelência dos cães da PM.
a) Às -às -a -a
b) As -às -a -à
c) As -as -à -a
d) Às -as -à -a
e) As -as -a –a
GABARITO:
1 – E 3 – E 5 – E 7 – E 9 – C
2 – B 4 – B 6 – C 8 – E 10 – A
SINTAXE: A FUNÇÃO DAS PALAVRAS NA
FRASE
Sintaxe é a parte da gramática que trata da ordem, da
relação e da função das palavras na frase. Sintaxe da
língua envolve a disposição, a sequência, a
organização das palavras dentro da frase.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
FRASE Todo enuncinado com ou sem verbo que
estabeleça sentido.
Ex: Fogo!
Está pegando fogo!
ORAÇÃO é todo enunciado que possua verbo,
independende de sentido completo.
Ex: correu, cantou, pulou.
Pegue!
PERÍODO é o conjunto de frase com oração, ou seja,
tem verbo e sentido completo. Inicia sempre com letra
maiúscula e termina com um ponto. O perído pode ser
classificado como:
Simples: constituído de uma oração, logo todo período
simples é uma oração absoluta.
– Estudo hoje com apenas uma gramática .
– Muitos professores do curso continuam escrevendo
artigos para seus alunos!
– Seria esta a resposta certa?
Composto: constituído de mais de uma oração; pode
ser formado por coordenação, subordinação ou
coordenação e subordinação (período misto); as
conjunções, os pronomes relativos e certas
preposições normalmente aparecem para ligar as
orações deste tipo de período.
– Os resultados foram ótimos, por isso ficamos
satisfeitos. (duas orações/coordenação)
– Pedi que todos viessem preparados. (duas
orações/subordinação)
– Para salvar a economia, é preciso planejamento.
(duas orações/subordinação)
– A mão que balança o berço é a mão que mata. (três
orações/subordinação)
– Sei que eles passaram e que se estabeleceram na
profissão. (três orações/coordenação e subordinação)
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO:
O SUJEITO E O PREDICADO
SUJEITO é não só o termo que representa o ser ou o
fato sobre o qual se declara alguma coisa, mas também
o termo que faz o verbo ser conjugado. É por isso que
o verbo/locução verbal concorda em número e pessoa
com o sujeito. Cada sujeito está ligado a um (1) verbo,
por isso fique de olho na relação entre o verbo e o seu
sujeito.
– As casas da vila estavam à venda.
– Nós ficamos casados por sete anos.
– Sua Majestade foi flagrada às escondidas com o
amante.
– Ninguém deveria apoiar campanhas a favor das
drogas.
– Quem nunca pecou nesta vida?
– Quem são aquelas ali?
Ensino de qualidade focado em concursos.
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– Morreu este mês o homem o qual revolucionou o
mundo moderno. (o homem: sujeito de morreu; o qual:
sujeito de revolucionou)
– Dois dos meus amigos passaram na prova da
EsPCEx.
– Ler nunca deixou de ser uma prática das pessoas
inquietas.
– Quem não tem cão caça com gato.
– Está um pouco amarelado o branco dos olhos dela.
Uma boa maneira de identificarmos o sujeito de uma
oração é fazer a pergunta “o que...?” ou “quem...?”
antes do verbo. Observe os exemplos anteriores (um
por um):
– O que estava à venda? Resposta: as casas da vila.
– Quem ficou casado por sete anos? Resposta: nós.
– Quem foi flagrado às escondidas com o amante?
Resposta: Sua Majestade.
– O que está um pouco amarelado? Resposta: o
branco dos olhos dela.
CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO
Já que sabemos o que é um sujeito e como identificá-
lo, vamos ver os tipos de sujeito.
Simples
Apresenta somente um núcleo explícito.
– Alguém escondeu a minha bolsa.
– Quem foram os beneficiados pelo projeto
esportivo?
– As despesas das casas de praia e de campo
ficaram por minha conta.
Oculto
Apresenta um núcleo implícito, elíptico, mas facilmente
identificável pelo contexto ou pela desinência do verbo.
Por isso, este tipo de sujeito é chamado de oculto,
implícito, elíptico, desinencial etc.
– Não consigo deixar as responsabilidades de lado.
(Quem não consegue? Eu. Percebe-se isso pela
desinência do verbo.)
– Todo procedimento médico deve ser bem
programado; só será bem-sucedido se houver
acompanhamento e manutenção. (O que será bem-
sucedido? O procedimento médico.)
– Escondeste minha bolsa onde? (Fica fácil perceber
que o sujeito oculto é o tu, pois a desinência/terminação
do verbo é de 2a pessoa do singular, ou seja, “Tu
escondeste a minha bolsa onde?”.)
Composto
Apresenta mais de um núcleo explícito.
– Minha chave, minha bolsa, minha moto foram
roubadas.
– Indignados ficaram os moradores da zona oeste e
os da zona sul com o descaso.
– Tanto a felicidade como a tristeza são estados de
espírito.
Indeterminado
Este tipo de sujeito é interessante, pois se assemelha
ao oculto. Só que, apesar de o verbo indicar que houve
uma ação praticada por alguém, a identidade do
sujeito é indeterminada. Indetermina-se o sujeito
normalmente por três motivos: 1) por não se saber sua
identidade, 2) por querer torná-lo desconhecido ou 3)
por generalização. Existem três construções com
sujeito indeterminado na língua culta.
1) Verbo na 3a pessoa do plural sem sujeito
explícito.
– Criticaram-nos na reunião de ontem. (Alguém
criticou, mas quem?)
– Normalmente falam pelas costas por ser mais
conveniente. (Alguém fala, mas quem?)
– Esconderam minha bolsa. (Alguém escondeu, mas
quem?
2) Verbo (de ligação, intransitivo, transitivo indireto,
transitivo direto seguido de preposição) na 3a
pessoa do singular + partícula de indeterminação
do sujeito se, indicando uma ideia de
generalização/indefinição.
– Só se é feliz neste lugar por causa de vocês. (Quem
é feliz? Todos que são de lá.)
– Vive-se bem quando há paz e segurança. (Quem vive
bem? Todos.)
– Tratava-se de doenças gravíssimas naquela clínica.
(Quem tratava? Alguém.)
– Ama-se a Deus nesta Igreja. (Quem ama a Deus?
Todos que a frequentam.)
3) Verbo no infinitivo impessoal.
– Para conquistar sua confiança, é necessário
trabalhar arduamente. (= Para (alguém) conquistar
sua confiança, é necessário (esse alguém) trabalhar
arduamente.)
Já na frase “Nós estamos destinados a passar na
prova.”, apesar de o verbo não estar flexionado, ele tem
pessoa, ele tem sujeito, o sujeito oculto de passar tem
como referente o sujeito de estar, isto é: nós.
Oração sem Sujeito (sujeito inexistente)
As orações sem sujeito sempre apresentam verbos
impessoais, os quais, por sua semântica, não
apresentam um sujeito promovendo a ação verbal. Tais
verbos são usados na 3a pessoa do singular (exceto o
engraçadinho do ser).
Ensino de qualidade focado em concursos.
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De todos os verbos impessoais, muita atenção ao
verbo haver. Todo ano cai uma questão sobre ele,
seja em oração sem sujeito, seja em concordância.
É incrível a tara que as bancas têm com esse verbo.
1) Haver com sentido de existência, ocorrência ou
tempo decorrido.
– Havia poucas pessoas aqui. (Existiam poucas...)
– Houve duas confusões ali. (Ocorreram duas...)
– Abandonei o cigarro há três meses. (... faz três mês...)
2) Fazer, parecer, ficar, estar indicando tempo ou
aspectos naturais.
– Não a vejo faz dez meses.
– Aqui fez invernos rigorosos ano passado.
– Parecia tarde da noite.
– Ficou escuro do nada.
– Estava frio naquele dia.
Oracional
O sujeito é oracional quando vem em forma de oração.
O verbo do sujeito oracional fica sempre na 3a pessoa
do singular.
– Quem semeia vento colhe tempestade.
– Não é saudável, embora seja delicioso, comer
frituras todos os dias.
– Viu-se que ela tem grande potencial na música.
PREDICADO
O predicado é a soma de todos os termos da oração,
exceto o sujeito e o vocativo. É tudo o que se declara
na oração referindo-se ao sujeito (quando há sujeito).
Sempre apresenta um verbo.
– A língua portuguesa sofreu uma reforma
ortográfica polêmica em 2009.
Lembre que as bancas são maliciosas, logo “pedaços”
que compõem o predicado poderão estar “espalhados”
pela frase. Veja:
– Em 2009, sofreu a língua portuguesa uma reforma
ortográfica polêmica.
Nas orações sem sujeito, tudo é predicado, por um
motivo muito óbvio: não há sujeito.
– Pode haver até duzentos alunos em sala de aula
em um aulão de véspera. (só há predicado)
Às vezes, o verbo do predicado aparece implícito. Note
que há dois predicados na frase abaixo:
– Meu irmão comeu três maçãs, e eu, duas. (Meu
irmão comeu três maçãs, e eu comi duas.)
Para o reconhecimento dos tipos de predicado,
precisamos entender o conceito de predicação verbal
ou transitividade verbal, afinal, não existe predicado
sem verbo. O verbo tem um papel muito importante,
pois mantém relações com os outros termos da frase.
PREDICAÇÃO VERBAL/TRANSITIVIDADE VERBAL
Predicação verbal (ou transitividade verbal) é a
relação entre o verbo e outros termos da oração,
principalmente dentro do predicado. E, quanto à
predicação, diz-se que os verbos podem ser de
ligação, intransitivo, transitivo direto, transitivo
indireto e transitivo direto e indireto.
Existem dois grupos de verbos: os nocionais
(intransitivos e transitivos) e os relacionais (de ligação,
normalmente: ser, estar, ficar, permanecer, continuar,
parecer, tornar-se, encontrar-se, transformar-se,
converter-se...). Obs.: É bom dizer que, em locuções
verbais, o verbo principal é o que “carrega” o valor
nocional ou relacional: “Você precisa ficar bom.”
(verbo relacional) / “Você precisa estudar mais.” (verbo
nocional).
Verbo de Ligação
O verbo de ligação relaciona o sujeito ao seu
predicativo (atributo que indica estado, qualidade ou
condição do sujeito). Os verbos de ligação não indicam
ação alguma por parte do sujeito, por isso são
tradicionalmente “vazios” de significado, indicando
apenas estado, e por isso o núcleo do predicado,
somente neste caso, não é o verbo, mas sim o
predicativo.
– João é alegre. (estado permanente)
– João está alegre. (estado transitório)
– João ficou alegre. (estado mutatório)
– João permanece alegre. (estado continuativo)
– João parece alegre. (estado aparente)
Intransitivo
O verbo intransitivo é aquele que contextualmente
não exige complemento, por ter sentido completo.
Segundo a visão tradicional, consideram-se verbos
intransitivos também aqueles que, indicando
deslocamento ou moradia, normalmente vêm
acompanhados de uma expressão adverbial (de lugar,
principalmente).
– No dia 5 de outubro de 2011, morre o famoso inventor
Steve Jobs.
– Encerraram-se as sessões de cinema às 22h.
– Todos chegaram ao teatro à noite.
Transitivo Direto
O verbo transitivo direto é aquele que
contextualmente exige um complemento sem
preposição obrigatória (objeto direto). Uma maneira
de saber se o verbo é transitivo direto se dá por meio
da passagem de voz ativa para passiva. Se isso
Ensino de qualidade focado em concursos.
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ocorrer, o verbo é de fato transitivo direto (99,99% das
vezes).
– Por que os homens destroem assim a natureza?
(Destrói-se algo/alguém)
– Sabemos que o mercado imobiliário está em
ascensão. (Sabe-se algo)
– Consideramo-las pessoas realmente idôneas.
(Considera-se alguém/algo)
Transitivo Indireto
O verbo transitivo indireto é aquele que
contextualmente exige um complemento com
preposição obrigatória (objeto indireto).
– Concordo com você, realmente tenho de acreditar
em Deus, pois aqueles que lhe desobedecem sofrem
graves consequências. (Concorda-se com
algo/alguém/Acredita-se em algo/alguém/Desobedece-
se a alguém/algo)
Transitivo Direto e Indireto
Também chamado de bitransitivo, o verbo transitivo
direto e indireto exige dois complementos, um sem
preposição (objeto direto) e outro com preposição
(objeto indireto).
– A comissão parlamentar comunicou o problema a
todos. (Comunica-se algo a alguém)
– Comprei uma blusa para mim. (Compra-se algo para
alguém)
– Minha mãe só conseguiu me dar à luz depois de
muito esforço. (me é objeto direto e à luz, objeto
indireto)
PREDICATIVO DO SUJEITO E DO OBJETO
Vamos entender agora o que é o predicativo, porque
este conhecimento servirá para entendermos os tipos
de predicado melhormente.
Predicativo é o termo sintático que expressa estado,
qualidade ou condição do ser ao qual se refere, ou
seja, é um atributo. Normalmente aparece ligado ao
sujeito por um verbo de ligação, mas não pense que só
há predicativo do sujeito com verbo de ligação. Esse
termo sintático pode ocorrer em orações com verbos
intransitivos e transitivos. Seu núcleo é representado
por um adjetivo (normalmente), um substantivo, um
numeral, um pronome, uma palavra substantivada,
um advérbio (segundo Bechara e Sacconi) ou uma
oração.
Existem dois tipos, segundo os gramáticos tradicionais:
1) Predicativo do sujeito: refere-se ao sujeito,
caracterizando-o; não necessariamente aparece só
com verbo de ligação.
– (Nós) Estamos felizes.
– O ônibus da seleção chegou atrasado para o jogo.
– Ele foi nomeado supervisor pelo gerente.
– Definiu-se o caso como impossível.
– O caso foi definido como impossível.
– Eles assistiram nervosos à partida.
– Eles deram, muito ansiosos, um presente ao irmão.
– Meu filho se tornou um grande médico.
– Nós somos dez lá em casa.
2) Predicativo do objeto direto: normalmente é uma
característica dada pelo sujeito ao objeto direto; enfim,
é um termo sintático que modifica o objeto direto. Note
que predicativo do objeto é uma característica
atribuída, e não inerente ao ser.
– O povo elegeu-o presidente pela segunda vez.
– Tu tens de me agradecer eternamente, pois eu te
tornei um homem famoso.
– O fraco rei faz fraca a forte gente. (Camões)
3) Predicativo do objeto indireto: refere-se ao objeto
indireto, caracterizando-o.
– Gosto de vocês quietinhos.
– Eu preciso do meu marido consciente, doutor!
– No início do século XX, as filhas obedeciam aos pais
– sempre austeros.
– As muralhas não resistiram aos ataques
extremamente ferozes.
CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO
São três tipos de predicado: nominal, verbal e verbo-
nominal.
1) Nominal: o nome, o predicativo do sujeito, é a parte
mais significativa do predicado; é constituído sempre de
verbo de ligação + predicativo do sujeito.
– Os alunos parecem bem interessados
ultimamente.
– Esses moradores continuam sem moradia!
– É de chorar esse programa de comédia.
– Já são vinte e duas horas? (tudo é predicado
nominal, pois não há sujeito)
2) Verbal: expressa ideia de ação/movimento e tem
como núcleo um verbo; constituído de qualquer verbo,
exceto o de ligação; não há predicativo algum.
– Meus alunos não estão em sala de aula. (verbo
intransitivo)
– Devido ao frio, tivemos de nos agasalhar até o
conserto do aquecedor.¹ (verbo transitivo direto)
Ensino de qualidade focado em concursos.
81
– Houve esquema de compra de votos segundo o
relator da CPI.² (verbo transitivo direto)
– Todos nós visamos a uma carreira estável. (verbo
transitivo indireto)
– O rapaz informou sua classificação ao mestre.
(verbo transitivo direto e indireto)
¹ Tudo é o predicado; o sujeito está oculto (nós).
² Oração sem sujeito: tudo é o predicado.
3) Verbo-nominal: é a mistura dos dois anteriores;
composto de um verbo qualquer que não seja de
ligação + um predicativo (do sujeito ou do objeto).
– A relação do casal, inicialmente caótica,
amadureceu.
– O povo reelegerá Dilma presidenta daqui a poucos
anos?
– Nós nos aliamos a ele desconfiados.
– Emocionados, convidaram o professor para a
despedida.¹
– Como professor, tive de fornecer um vultoso
material aos alunos.²
¹ Tudo é o predicado; o sujeito está indeterminado.
² Tudo é o predicado; o sujeito está oculto (eu).
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO:
OBJETOS DIRETO E INDIRETO, COMPLEMENTO
NOMINAL E AGENTE DA PASSIVA
Os termos integrantes da oração servem para
completar o sentido de certos verbos e certos nomes
para que a oração fique plena, por isso são chamados
de complementos verbais (objeto direto e objeto
indireto), complemento nominal e agente da
passiva.
Objeto Direto
O objeto direto é um termo que estabelece uma
relação sintática com um verbo transitivo direto ou
transitivo direto e indireto, complementando seu
sentido. Normalmente o objeto direto é o alvo da ação
verbal e não vem preposicionado.
– De um modo completo mas didático, ensinei
gramática aos alunos.
– Gostaria de vê-lo no topo do mundo, meu filho.
– Quem vocês conhecem deste lugar?
– Libertaram os demais, pois não haviam feito nada de
ilícito.
– Aqueles eu tolero, mas estes jamais irei tolerar.
– O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
aqueles)
– Nos últimos dias, Deus começará o despertar de um
novo mundo.
– Deixamos o nosso filho perceber as dificuldades
da vida sozinho.
Como se vê, seu núcleo pode ser representado por
substantivo, pronome, numeral, palavra
substantivada ou oração.
Objeto Indireto
O objeto indireto é um termo que estabelece uma
relação sintática com um verbo transitivo indireto ou
transitivo direto e indireto, complementando seu
sentido. Normalmente o objeto indireto é um
complemento que representa o ser beneficiado ou o
alvo de uma ação e vem sempre preposicionado, a não
ser que venha em forma de pronome oblíquo átono
(me, te, se, nos, vos, lhe(s)). Os objetos indiretos são
iniciados pelas preposições a, com, contra, de, em,
para, por.
– Sempre dou graças a Deus por minhas realizações.
– Gosto de ti, meu nobre.
– Só depende dos dois resolver essa pendência.
– Não troque o certo pelo duvidoso.
– Vamos insistir em promover o novo romance de
ficção.
Como se vê, seu núcleo pode ser representado por
substantivo, pronome, numeral, palavra
substantivada ou oração.
Complemento Nominal
Assim como os verbos, os nomes também podem ser
“transitivos”, uma vez que exigem complementos. Na
boa... o que seria um complemento no-mi-nal senão um
com-ple-men-to de um no-me? O próprio nome dado a
esse termo sintático diz o que ele é, ora. O
complemento nominal é um termo que estabelece uma
relação sintática com um nome (substantivo, adjetivo
ou advérbio de base adjetiva, terminado em -mente),
complementando seu sentido. Normalmente, o
complemento nominal é um termo de valor
semântico passivo e vem sempre preposicionado.
– Temos certeza da vitória. (substantivo exigindo CN)
– Contra fatos, não há argumentos. (substantivo
exigindo CN)
– Esta sala vive cheia de verde. (adjetivo exigindo CN)
– O júri votou favoravelmente ao réu. (advérbio
exigindo CN)
– Foi feito um investimento de capital em tecnologia.
(um substantivo exigindo dois CNs)
– Independentemente disso, volte para mim. (advérbio
exigindo CN)
– A Bíblia é útil a nós. (adjetivo exigindo CN)
– A lembrança dos três ocorreu de repente.
(substantivo exigindo CN)
– Sigo com medo de que a prova venha em um nível
difícil. (substantivo exigindo CN)
Como se vê, seu núcleo pode ser representado por
substantivo, pronome, numeral, palavra
substantivada ou oração.
Ensino de qualidade focado em concursos.
82
Agente da Passiva
O agente da passiva é o complemento de um verbo na
voz passiva analítica; sempre precedido da preposição
por (ou de, mais raramente). Lembre-se de que o nome
dado ao termo diz muita coisa, portanto um agente da
passiva é um termo que age, ou seja, é um termo que
pratica uma ação, só que na voz passiva. Tanto isso é
verdade que, quando se passa o agente da passiva
para a voz ativa, ele vira um sujeito agente.
– O gramático ficou rodeado de admiradores.
– Os governantes serão repreendidos pelo povo.
– O livro vai ser cuidadosamente revisado por quem?
– Era conhecida dos dois professores.
– Tínhamos sido surpreendidos pelo brilhante azul do
mar.
– Eles estavam dominados por quem os coordenava.
Como se vê, seu núcleo pode ser representado por
substantivo, pronome, numeral, palavra
substantivada ou oração.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO: ADJUNTOS
ADNOMINAL E ADVERBIAL E APOSTO
O adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto
formam o conjunto de termos acessórios. São
chamados assim, pois (em tese) são dispensáveis à
construção de uma oração.
Obs.: O vocativo não é um termo acessório, nem
integrante, nem essencial, porque não se liga ao verbo
nem ao nome, também não faz parte do sujeito nem do
predicado, mas, por razões didáticas, é
tradicionalmente colocado neste capítulo.
Adjunto Adnominal
O adjunto adnominal é um termo sintático que
determina, restringe o sentido de um substantivo,
caracterizando-o. O próprio sentido da expressão
“ad/junto adnominal” indica que é um termo que vem
ao lado, junto do nome. As classes gramaticais que
podem funcionar como ADN são:
Pronome
Locução adjetiva
Adjetivo
Numeral
Artigo
– O homem de negócios comprou só um imóvel:
aquela bela casa.
– Já se encontraram ambos os meninos em certas
vielas escuras com pedras de crack.
– O primeiro dia de aula cativou alguns alunos
estudiosos.
CUIDADO: Adjunto Adnominal X Complemento
Nominal
Antes de qualquer coisa, saiba que só há dificuldade
em reconhecer o CN ou o ADN quando o termo
preposicionado pela preposição de estiver ligado a um
substantivo abstrato. Portanto, preste atenção à
diferenciação e siga os critérios para não errar mais!
1a Dica: Será sempre CN a expressão ligada a
substantivo abstrato antecedida de qualquer
preposição, exceto a preposição de.
– Fiz menção a você ontem.
– Tenho amor pelo meu filho.
– Nossa fé em Deus é transcendente.
2a Dica: Será sempre ADN se a expressão
preposicionada estiver ligada a substantivo concreto.
– Comprei o material de um site famoso.
3a Dica: Normalmente o ADN mantém uma relação de
posse com o substantivo; a preposição tem valor
nocional.
– A atitude do professor foi justa. (A atitude pertence
ao professor, é dele.)
4a Dica: O CN tem valor paciente (normalmente o seu
núcleo não é um ser animado nem personificado, mas
o alvo de uma ação) e encontra respaldo na reescritura
de voz passiva analítica. Já o ADN tem valor agente
(normalmente o seu núcleo é um ser animado ou
personificado, que pratica uma ação) e encontra
respaldo na reescritura de voz ativa.
– A resolução da questão foi ótima. (CN/A questão foi
resolvida/valor paciente)
– A resolução do professor foi ótima. (ADN/O
professor resolveu/valor agente)
Adjunto Adverbial
Se você sabe identificar um advérbio e uma locução
adverbial numa frase, sensacional! Pois todo advérbio
e locução adverbial exercem função sintática de
adjunto adverbial. Além do advérbio e da locução
adverbial, o pronome relativo e o pronome pessoal
também podem exercer função sintática de adjunto
adverbial:
– A sobreloja, onde ele também morava, estava em
estado calamitoso. (adjunto adverbial de lugar)
– Os rapazes saíram conosco, pois iríamos
apresentar-lhes as moças. (adjunto adverbial de
companhia)
Vejamos alguns adjuntos adverbiais mais cobrados (e
outros nem tanto):
Afirmação: Certamente passarei na prova.
Negação: Não vou desistir de meus sonhos.
Modo: Agiu de coração, mas foi sabotado.
Tempo: Anteontem foi o melhor dia da minha vida.
Lugar: Cheguei à sala na hora certa, mas entrei
atrasado no assunto.
Dúvida: A velhice talvez tenha cura.
Intensidade: Ficou absolutamente realizado.
Ensino de qualidade focado em concursos.
83
Causa: O homem suava com aquele calor carioca.
Concessão: A despeito dos problemas, tivemos
êxito.
Conformidade: Faça tudo conforme os
regulamentos.
Finalidade: Ele viajou para negociar.
Condição: Sem educação, não há progresso.
Meio: Prefiro ir de ônibus a pegar avião.
Instrumento: Escrevi quinhentas páginas a caneta.
Assunto: Ele só fala de política.
Companhia: Com ou sem você, preciso prosseguir
em minha jornada.
Preço: Meu carro não custou caro.
Matéria: Fabricamos com plástico esses copos.
Reciprocidade: Entre mim e ti sempre houve amor.
Aposto
O aposto é um termo sempre de valor substantivo
(nunca adjetivo!) que explica, esclarece, desenvolve,
resume outro termo sintático antecedente.
– Nós voltamos a estudar, minha namorada e eu,
depois de dois anos. (aposto do sujeito)
– Ela era a famosa Regina Duarte – grande atriz da
televisão brasileira. (aposto do predicativo do sujeito)
– Considerei-o como o novo Chacrinha: grande
apresentador do século XX. (aposto do predicativo do
objeto)
– Duas propostas tenho de lhe fazer: uma positiva e
outra negativa. (aposto do objeto direto)
– Disse aos meus filhos Pedro e João que iria viajar.
(aposto do objeto indireto)
– João estava ansioso pela chegada de uma de suas
primas, que demorou muito, a Maria. (aposto do
complemento nominal)
– O atual presidente foi muito criticado pelo ex-
presidente, Carlos da Silva. (aposto do agente da
passiva)
– O monumento da cidade do Rio de Janeiro foi
tombado. (aposto do adjunto adnominal)
– Peguei o carro lá na oficina às dezoito horas, a hora
do rush. (apostos dos adjuntos adverbiais)
– O senhor Arnaldo, dono da academia de jiu-jítsu (a
mais completa arte marcial) é faixa preta e vermelha.
(aposto do aposto)
– Pai, meu melhor amigo, estou precisando de
dinheiro para sair. (aposto do vocativo)
Obs.: Por inferência, notamos que há aposto simples,
composto e oracional. Basta ficarmos de olho no(s)
núcleo(s).
– Esses dois são relapsos. (simples: um núcleo)
– Elas, Lúcia e Regina, são irmãs. (composto: mais de
um núcleo)
– Tenho um sonho: presenciar a justiça de Deus. (o
aposto é oracional, pois apresenta um verbo em sua
constituição)
Só de curiosidade: O plural de aposto é apostos
(pronuncia-se aPÓStos).
Vocativo
O vocativo é o termo que põe em evidência algum ser
a quem se dirige; indica a invocação de alguém ou algo;
vem sempre separado por vírgula; pode se deslocar
pela oração. Muito encontrado em textos injuntivos, em
que o locutor do texto se dirige diretamente ao
interlocutor.
– Só tem uma garrafa, mãe!
– Ó querida, não faça isso comigo... (todo termo será
um vocativo se acompanhado de ó)
Vocativo X Aposto
O vocativo não mantém relação sintática com nenhum
termo de uma oração, diferente do aposto.
– Solte os rapazes, senhor, urgentemente. (vocativo;
não se refere a termo algum da oração)
– Os rapazes, amigos entre si, são honestos. (aposto;
refere a “os rapazes”)
Obs.: Pode haver ambiguidade entre vocativo e aposto;
só o contexto desfará a ambiguidade:
“Aqueles candidatos, meus alunos, passaram na
prova”.
Às vezes, a vírgula faz toda a diferença para
diferenciarmos o vocativo do sujeito:
– Marcos, o professor de História chegou. (vocativo)
– Marcos, o professor de História, chegou. (sujeito)
Note também que a segunda vírgula tornou o sujeito da
primeira frase em aposto da segunda.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Técnico em Contabilidade
Quanto à norma-padrão, marque V nas afirmativas
verdadeiras e F nas falsas.
( ) No trecho: “O comércio informal traz prejuízos ao
país...", o termo sublinhado pede complemento regido
de preposição.
( ) No trecho: “...donos de mercados que recebem
descontos maiores...", o verbo concorda com o
antecedente do termo “que".
( ) No trecho: “...consumidores finais para o próprio
consumo do produto.", o termo “próprio" iria para o
feminino singular, se a palavra “consumo" fosse
substituída por circulação.
Assinale a alternativa que contém a sequência
CORRETA.
a) V, F, F.
Ensino de qualidade focado em concursos.
84
b) F, F, F.
c) V, V, F.
d) F, F, V.
e) V, V, V.
2) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Técnico em Contabilidade
Com base ainda na charge, analise as proposições
abaixo:
I. Os termos “ pego" e “mato" exprimem um processo
que ocorre no momento em que se fala.
II. Os termos “eu e “te" são pronomes pessoais, pois
representam as pessoas do discurso, funcionando
como sujeitos.
III. O termo “me" é um pronome pessoal oblíquo que
complementa o verbo “mata", exercendo a função de
objeto direto.
IV. O termo “se" é um conectivo que exprime
concessão.
Estão CORRETAS
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I e III.
d) II e IV.
e) II e III.
3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE
Prova: Assistente em Saúde
Analisando-se o texto “Polo Médico do Recife",
I. encontra-se, no trecho “Grande gerador de empregos
no Recife, o polo médico absorvia...", a vírgula que foi
empregada para separar o aposto.
II. no trecho “Entre os serviços prestados, destaque
para as especialidades de cardiologia, patologia clínica,
oftalmologia e hepatologia...", as duas últimas vírgulas
foram empregadas para separar elementos de mesma
função sintática.
III. registra-se, no trecho “A escolha do local teve, entre
outros, um decisivo motivo: a proximidade com o
Hospital Pedro II, unidade integrante da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Pernambuco.", o
uso dos dois-pontos para introduzir palavras que
esclarecem o que se afirmou anteriormente.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.
4) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -
Administrativa
Em: “A tecnologia evidentemente evoluiu, mas e a
humanidade?", o autor empregou a palavra destacada
para
a) aproximar duas ideias: „tecnologia‟ e
„humanidade‟.
b) atenuar o efeito de oposição entre „tecnologia‟ e
„humanidade‟.
c) destacar a informação anterior – a tecnologia
evoluiu.
d) explicar um fato: a evolução da tecnologia e da
humanidade.
e) opor dois segmentos de conteúdos distintos:
afirmação e dúvida.
5) Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PM-AC Prova:
Soldado
A função sintática que o termo destacado exerce em:
“Eles já começam a achar RIDÍCULA a mania de tirar
retratos de si mesmos”, é:
a) adjunto adverbial.
b) predicativo.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.
e) objeto direto.
6) Ano: 2010 Banca: CRS – PMMG Órgão: PM-MG
Prova: Soldado - Técnico em Segurança Pública
Observe as orações abaixo:
I. O soldado ficou muito satisfeito com a vitória.
II. Uma juíza declarou o réu culpado.
III. O motorista chamou o mecânico competente.
IV. A secretária ofereceu uma flor a um colega.
Quanto ao tipo de predicado, marque a opção
CORRETA:
a) I. Verbo-Nominal, II. Verbal, III. Nominal, IV. Verbo-
Nominal
b) I. Nominal, II. Verbo-Nominal, III. Verbo-Nominal, IV.
Verbal
c) I. Nominal, II. Verbal, III. Verbal, IV. Verbal
d) I. Verbo-Nominal, II. Verbo-Nominal, III. Nominal, IV.
Verbo-Nominal
7) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:
Soldado da Polícia Militar
“O delegado Márcio Moraes, titular da Delegacia de
Homicídios, disse que a maioria das gírias é criada por
bandidos, para despistar a ação da polícia.” (6º
parágrafo) Acerca da organização sintática desse
trecho, analise as afirmações abaixo.
1) O segmento “que a maioria das gírias é criada por
bandidos” complementa o sentido da forma verbal
“disse”, desempenhando, assim, a função de objeto
direto.
Ensino de qualidade focado em concursos.
85
2) O segmento “titular da Delegacia de Homicídios” traz
uma explicação adicional a respeito do sujeito, sendo,
assim, um aposto.
3) O segmento “a maioria das gírias” cumpre a função
de sujeito da forma verbal “é criada”.
4) O segmento “por bandidos” indica quem é o agente
da forma verbal “é criada”, sendo, assim, o agente da
passiva.
Estão corretas:
a) 1, 2 e 3, apenas.
b) 1, 2 e 4, apenas.
c) 1, 3 e 4, apenas.
d) 2, 3 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3 e 4.
8) Ano: 2013 Banca: Concursos-MS Órgão: PM-MS
Prova: Soldado da Policia Militar
Em “Na juventude, muitos fatos lhe haviam acontecido”,
ocorre oração com:
a) sujeito composto.
b) sujeito oculto
c) sujeito indeterminado.
d) sem sujeito.
e) sujeito simples e expresso.
10) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:
Soldado
O emprego da vírgula em Zero, quero a trincheira ali!
tem a função de destacar o vocativo na oração, assim
como na frase:
a) Se os senhores precisarem de algo, chamem nossos
comissários de bordo, que lhes atenderão prontamente.
b) O avião irá decolar, os senhores devem permanecer
com os cintos de segurança atados durante a viagem.
c) Em caso de emergência, os senhores terão duas
saídas, uma na parte dianteira e outra na parte traseira
da aeronave.
d) Senhores, permaneçam em seus assentos enquanto
as luzes de suas cabines estiverem apagadas.
e) Nós, comissários e pilotos, esperamos que os
senhores apreciem nosso serviço de bordo.
10) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-SE Prova:
Soldado da Polícia Militar
Em apenas uma das frases abaixo o sujeito foi
corretamente destacado. Aponte-a.
a) “Foi um momento DE TENSÃO [...]” (parágrafo 2)
b) “Sinal verde para começar O ESPETÁCULO.”
c) “[...] uma cena chamou ATENÇÃO.”
d) “[...] o soldado Boss [...] comandava seus amigos
SCOT E BRITA [...]”
e) “[...] além de acompanhar AS PRINCIPAIS
PERSONALIDADES [...]”
GABARITO:
1 – E 3 – A 5 – B 7 – E 9 – D
2 – C 4 – E 6 – B 8 – E 10 – B
PERÍODO COMPOSTO
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
A coordenação trata da relação de independência
entre termos e orações. Quando você lê uma frase
com duas orações (período composto), é certo que elas
mantêm algum tipo de relação. No caso da
coordenação, percebemos que as orações estão
simplesmente uma ao lado da outra (coordenadas),
com uma estrutura sintática completa, de modo que
uma oração não depende da outra. Falar que uma
oração tem estrutura sintática completa significa dizer
que ela tem sujeito (explícito ou implícito) + predicado
(explícito ou implícito).
– Os alunos se encontram muito ansiosos; já as alunas
estão tranquilas.
Note que a primeira oração (Os alunos se encontram
muito ansiosos) tem sujeito e predicado, logo está
completa. Perceba também que seria até possível
colocar um ponto (.) no fim dela para visualizarmos que
ela, de fato, está completa. O mesmo ocorre com a
segunda oração (já as alunas estão tranquilas).
Concluindo: uma oração não depende da outra, porque
cada uma tem sua estrutura completa, uma não precisa
da outra sintaticamente. É o seguinte: as orações
coordenadas podem ser separadas por vírgula, ponto
e vírgula (exemplo já visto), dois-pontos ou
travessão. Veja:
- Os alunos se encontram muito ansiosos, já as alunas
estão tranquilas.
- Os alunos estão se esforçando muito: com certeza
serão classificados.
Ensino de qualidade focado em concursos.
86
- Tirei a ansiedade de um só aluno – não fui bem-
sucedido com os outros.
Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas
Falarei agora de dois tipos de orações coordenadas: as
assindéticas e as sindéticas. Não há mistério algum
nisso, beleza? As assindéticas são justapostas (ou
seja, postas uma ao lado da outra), não iniciadas por
síndeto (=conjunção)! Adivinha quais são as
sindéticas? Ora, são as iniciadas por síndeto
(=conjunção).
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas
Exprimindo ideia de soma, adição, sempre são
iniciadas pelas conjunções coordenativas aditivas.
– Dezenove sem-terra morreram no local, e dois, a
caminho do hospital.
– Eu não tinha estes olhos sem brilho nem tinha
pensamentos amargos.
– Tanto leciona quanto advoga.
– Não só os parentes das vítimas ficaram chocados
com o massacre, como o povo externou sua fúria
contra os culpados pela chacina.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas
Exprimindo ideia de adversidade, oposição, sempre
são iniciadas pelas conjunções coordenativas
adversativas.
– Os economistas estão empolgados com o cenário
atual, mas isso durará pouco.
– A polícia invadiu a comunidade; o tiroteio, porém,
continuava.
– O conhecimento enfuna, todavia é uma
necessidade.
– O homem enriqueceu muito; continuou a defender
as classes mais desfavorecidas, não obstante.
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas
Exprimindo ideia de alternância, exclusão, sempre
são iniciadas pelas conjunções coordenativas
alternativas. Dê uma olhada no capítulo de conjunções
coordenativas.
– A mulher ora o agradava, ora o ofendia.
– Quer chovesse, quer fizesse sol, tinha de sair.
– Ou o prefeito da cidade executa o projeto
anunciado, ou os cidadãos do município não mais
lhe darão crédito.
– Você vai ou não?
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas
Exprimindo ideia de conclusão, consequência,
sempre são iniciadas pelas conjunções coordenativas
conclusivas.
– O povo não consegue alimentar-se bem; é um fato,
pois, a necessidade de empregos.
– Vocês são especiais em minha vida, por isso não
vivo sem vocês.
– Ele estuda todo dia, logo resolverá facilmente as
questões.
– Não me sinto preparado ainda, prestarei concurso
só no próximo ano, portanto.
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas
Exprimindo ideia de explicação, justificativa, sempre
são iniciadas pelas conjunções coordenativas
explicativas.
– A necessidade de empregos é um fato, pois o índice
aumenta a cada dia.
– A criança devia estar doente, porquanto chorava
muito.
– Amai, porque amor é tudo. – Quisera saber bem o
Português, que eu iria passar em todas as provas.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
A subordinação trata da relação de dependência
entre termos e orações. Quando você lê uma frase
com duas orações (período composto), é certo que elas
mantêm algum tipo de relação. No caso da
subordinação, percebemos que uma oração está
“presa” à outra, porque uma delas (chamada de
subordinada) completa a estrutura sintática da outra
(chamada de principal), ou simplesmente depende da
outra (da principal) para ampliar a sua estrutura.
Trocando em miúdos, a oração subordinada sempre
mantém uma relação de dependência com a oração
principal.
- Os alunos estavam temerosos de que a prova viesse
em um nível difícil.
- Os alunos que mantêm constância nos estudos
sentem-se confiantes.
- Quando eles precisam de ajuda, o professor sempre
busca ajudá-los.
As orações destacadas são subordinadas. Vamos
analisar uma por uma. Note que a primeira (de que a
prova viesse em um nível difícil) completa a estrutura
sintática da oração principal (Os alunos estavam
temerosos). Eu digo que completa, porque “quem está
temeroso, está temeroso de alguma coisa”. Percebe
que o adjetivo temeroso exige um complemento?
Então, o complemento dele vem em forma de oração
(de que a prova viesse em um nível difícil). Logo, a
primeira oração está “presa” à oração principal, porque
completa sua estrutura sintática. Imagine... eu chego
Ensino de qualidade focado em concursos.
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até você e digo: “Aí, os alunos estão temerosos.” Você
responde: “Ah, ok.”? Claro que não! Você vai me
perguntar: “Estão temerosos de quê?” Aí eu respondo:
“Ah, eles estão temerosos de que a prova venha difícil”.
Percebe, então, que a oração principal precisa de um
complemento? Por sua vez, a oração subordinada
exerce função sintática de complemento nominal (um
termo integrante, lembra-se?), completando a
principal. Essa relação é de dependência, portanto...
subordinação!
Notou que a oração destacada é acessória? “Hmmm...
acessória... isso me lembra termos acessórios da
oração... adjunto adnominal, adjunto adverbial... Ah!
Entendi!”. A oração destacada exerce função de
adjunto adnominal, pois está determinando um
substantivo (alunos). Percebeu também que a oração
principal não depende dela? Por outro lado... a
subordinada depende da principal, pois ela é como
um termo acessório, isto é,
depende da existência da principal para ampliar sua
estrutura.
A terceira oração também funciona sintaticamente
como um termo acessório, mais especificamente como
um adjunto adverbial de tempo. Note que também
podemos colocar uma tarja e perceber que a oração
principal não depende dela, mas sim o contrário:
Quando eles precisam de ajuda, , o professor
sempre busca assisti-los.
Logo, tendo em mente a análise das três orações,
concluímos que existem orações subordinadas
completando a principal (a primeira, destacada) e
existem orações subordinadas acessórias,
ampliando/determinando a principal (a segunda e a
terceira, destacadas).
Resumindo: existem três tipos de orações
subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as
adverbiais.
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
As orações subordinadas substantivas são
chamadas assim porque exercem função sintática
própria de substantivo em relação à oração principal.
Isto é, elas exercem função sintática de sujeito,
predicativo, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, aposto etc. São iniciadas
pelas conjunções integrantes que ou se. Segundo o
famoso bizu, podem ser substituídas por isto/isso.
Quero que você perceba sempre o seguinte: as
orações substantivas exercem função típica de
substantivo, por isso a correspondência entre uma
oração substantiva e um termo substantivo é visível.
Veja:
1) Sujeito
– Hoje se anunciou sua aposentadoria. = Hoje se
anunciou que ele se aposentará.
2) Predicativo
– O anúncio lamentável era a aposentadoria dele. = O
anúncio lamentável era que ele se aposentaria.
3) Objeto direto
– Ninguém desejou sua aposentadoria. = Ninguém
desejou que se aposentasse.
4) Objeto indireto
– Avisei-o de sua aposentadoria. = Avisei-o de que
deveria aposentar-se.
5) Complemento nominal
– Estava receoso de sua aposentadoria. = Estava
receoso de que se aposentasse.
6) Aposto
– Hoje o atleta só deseja isto: sua aposentadoria. =
Hoje o atleta só deseja isto: que se aposente.
Portanto, segundo a gramática tradicional, são seis
tipos de orações substantivas (subordinadas, em
negrito).
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
As orações subordinadas adjetivas são chamadas
assim porque exercem função sintática própria de
adjetivo em relação à oração principal. Isto é, segundo
a tradição gramatical, elas exercem tão somente a
função de adjunto adnominal, pois funcionam como
um acessório em relação à oração principal. São
iniciadas pelos pronomes relativos que, o qual, quem,
cujo, quanto, onde, como, quando.
Quero que você entenda o seguinte: por mais que
algumas orações adjetivas sejam separadas por
pontuação (vírgula, travessão ou parênteses), elas
equivalem a um adjetivo que exerce função de adjunto
adnominal.
É fácil perceber a correspondência entre uma oração
adjetiva e um termo adjetivo. Veja:
– O advogado, ambicioso por novos clientes,
trabalha mais de 12 horas por dia.
– O advogado, que ambiciona novos clientes,
trabalha mais de 12 horas por dia.
Perceba que ambicioso por novos clientes tem o
mesmo valor que a oração adjetiva que ambiciona
novos clientes, isto é, modifica um substantivo
(advogado). Outro exemplo:
– Vinha relutando há muito tempo para pintar aquela
parede sem cor.
– Vinha relutando há muito tempo para pintar aquela
parede que estava sem cor.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Perceba, novamente, que a locução adjetiva sem cor
tem o mesmo valor que a oração adjetiva que estava
sem cor, isto é, modifica um substantivo (parede).
Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas
As orações subordinadas adjetivas restritivas têm o
papel de limitar a parte de um conjunto, restringindo o
sentido do termo antecedente. Por via de regra, não
vêm separadas por pontuação.
Vou dar três exemplos cujas orações são introduzidas
pelo pronome relativo que, pois é definitivamente o
mais cobrado em provas de concurso público. Veja:
– Os candidatos que participaram das aulas extras
não encontraram dificuldade na prova.
Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas
As orações subordinadas adjetivas explicativas têm
o papel de modificar um termo, generalizando-o ou
simplesmente tecendo um comentário extra sobre ele.
Vêm sempre separadas por pontuação (vírgulas,
travessões ou parênteses).
Vou dar os mesmos três exemplos, só que, dessa vez,
as orações serão separadas por pontuação para se
tornarem explicativas. Veja:
– Os candidatos, que participaram das aulas extras,
não encontraram dificuldade na prova.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
As orações subordinadas adverbiais são chamadas
assim porque exercem função sintática própria de
advérbio em relação à oração principal. Isto é, elas
exercem a função de adjunto adverbial. São iniciadas
pelas conjunções subordinativas (já decorou?) Quero
que você perceba o seguinte: as orações adverbiais
exercem função típica de advérbio, por isso a
correspondência entre uma oração adverbial e um
adjunto adverbial é visível. Veja:
– O candidato esquerdista não conseguiu ir para o
segundo turno por falta de popularidade.
– O candidato esquerdista não conseguiu ir para o
segundo turno porque não tinha popularidade.
Orações Subordinadas Adverbiais Causais
Exprimindo ideia de causa, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas causais.
– Um analista de sistemas esfaqueado 38 vezes e
deixado para morrer sobreviveu porque estava acima
do peso.
– Como estivesse ferido gravemente, não suportou a
cirurgia.
– A entrevista foi alvo de críticas dos opositores do
presidente, visto que sua pauta focalizou a gestão
macroeconômica do governo.
Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas
Exprimindo ideia de consequência, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas consecutivas.
– Nesta cidade, chove que é o Diabo! (tanto não
expresso antes do que)
– Isso é tão prazeroso que me vicia.
– O presidente não melhorou a vida da população, de
modo que se sentiu enganada pelas promessas.
Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais
Exprimindo ideia de condição, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas condicionais.
– Chegaremos hoje, salvo se houver imprevistos.
– Tudo ficará bem, desde que façamos nossa parte.
– O candidato disse que, se eleito, cumprirá as
promessas. (o verbo auxiliar da locução verbal da
oração condicional está implícito; = ... se for eleito...)
Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas
Exprimindo ideia de concessão, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas concessivas.
– Por pior que esteja sua vida, não desista de estudar.
– Tínhamos de comer sempre um pouco de tudo,
conquanto isso fosse uma tarefa difícil.
– Sortudo que fosse nos relacionamentos, não se
casou com uma mulher virtuosa.
Orações subordinadas adverbiais conformativas
Exprimindo ideia de conformidade, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas conformativas.– Como
todos sabemos, o Brasil já é autossuficiente em
petróleo.
– A revelação dos contatos do lobista com a empresa
portuguesa deixou clara, consoante relevou uma
revista famosa, a participação dele na “jogada”.
– Segundo foi noticiado por nós, a reunião da sexta-
feira 13 era esperada desde há muito.
Orações subordinadas adverbiais comparativas
Exprimindo ideia de comparação, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas comparativas. Não deixe de
dar uma olhada no capítulo de conjunções
subordinativas.
– Amo-o como a um filho. (= como amo a um filho)
– O professor hoje é mais didático do que nunca. (= do
que nunca foi)
– Sua sabedoria é tão intrigante quanto sua
humildade. (= quanto sua humildade é)
Orações subordinadas adverbiais finais
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Exprimindo ideia de finalidade, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas finais. Não deixe de dar uma
olhada no capítulo de conjunções subordinativas.
– Entre em silêncio para que as crianças não
acordem.
– Tudo fiz porque ela se casasse comigo.
– Estudem mais a fim de que resolvam bem as
questões.
Orações subordinadas adverbiais proporcionais
Exprimindo ideia de proporcionalidade, são iniciadas
pelas conjunções subordinativas proporcionais.
– Entre as revistas, X e Y mostram perfis engajados, ao
passo que Z é ligeiramente desviante.
– À medida que o Brasil acelera, os limites impostos
pelo real valorizado aparecem.
– Quanto menos as pessoas comem e bebem, mais
elas pensam e teorizam.
Orações subordinadas adverbiais temporais
Exprimindo ideia de tempo, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas temporais. Não deixe de dar
uma olhada no capítulo de conjunções subordinativas.
– Já se sentiu sozinho enquanto havia 300.000
pessoas ao seu redor?
– Desde que essas explicações chegaram à minha
vida, nunca mais fui o mesmo estudante.
– Depois que ela adormecer, iremos fugir deste lugar.
Orações Subordinadas Adverbiais Modais
É iniciada pela locução conjuntiva sem que.
– Os alunos saíram da sala de aula sem que a
professora percebesse.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Analista de Gestão de Ciência e Tecnologia -
Geral
No trecho:“Ao misturar conveniência, simplicidade e
disponibilidade, o texto se tornou sinônimo de
comunicação em tempo real.”, o segmento destacado
estabelece, com o restante do trecho, uma relação
sintático-semântica de
a) causa.
b) comparação.
c) condição.
d) finalidade.
e) tempo.
2) Ano: 2009 Banca: CRSP – PMRJ Órgão: PM-RJ
Prova: Soldado da Polícia Militar
“As coisas nadam, crescem, vibram, voam, flutuam.”
(l.4)
O período acima é composto por orações
a) coordenadas e subordinadas.
b) subordinadas substantivas.
c) coordenadas assindéticas e sindéticas.
d) coordenadas assindéticas.
e) subordinadas adverbiais.
3) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa em que o período é simples:
a) não souberam dizer se era gorda ou magra.
b) nascida que fora para a maternidade parecia uma
velha mãe.
c) a menina estava perto e assistiu a tudo
d) despregou-se do chão e saiu aos gritos
e) nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha.
4) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Com relação às orações coordenadas sindéticas,
assinale a opção incorreta:
a) Em: “Nem viajei, nem estudei para o exame”, a
oração destacada é uma oração coordenada sindética
aditiva.
b) Em: “Ela se indignou com o fato, porém manteve a
calma”, a oração destacada é uma oração coordenada
sindética adversativa.
c) Em: “Oriente seu irmão, ou ele terá prejuízos nos
negócios”, a oração destacada é uma oração
coordenada sindética alternativa.
d) Em: “Ele pediu demissão, portanto estamos sem
chefe”, a oração destacada é uma oração coordenada
sindética conclusiva.
e) Em: “Não fume, porque o cigarro é um veneno”, a
oração destacada é uma oração coordenada sindética
explicativa.
5) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
As orações: “Não convinha que vocês se
desentendessem com o chefe” e “É verdade que não
sabiam do caso”, são respectivamente:
a) Oração subordinada substantiva objetiva direta e
oração subordinada substantiva completiva nominal.
b) Ambas são orações subordinadas substantivas
subjetivas.
c) Oração subordinada substantiva objetiva indireta e
oração subordinada substantiva completiva nominal.
d) Oração subordinada substantiva objetiva direta e
oração subordinada substantiva predicativa.
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e) Oração subordinada substantiva apositiva e oração
subordinada substantiva completiva nominal.
6) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Classifique a oração destacada da seguinte poesia de
João Cabral de Melo Neto:
“Seu José, mestre capina,
que habita este lamaçal,
sabe me dizer se o rio
A esta altura dá vau?”
a) Oração subordinada adjetiva restritiva.
b) Oração subordinada substantiva objetiva direta.
c) Oração subordinada adjetiva explicativa.
d) Oração subordinada substantiva completiva nominal.
e) Oração subordinada adverbial final.
7) Ano: 2017 Banca: IBADE Órgão: PM-AC Prova:
Soldado da Polícia Militar
A oração destacada em: “Seria apenas o registro de
algo importante QUE NOS ACONTECE - e tudo bem.”
classifica-se como subordinada:
a) substantiva subjetiva.
b) adjetiva restritiva.
c) adverbial consecutiva.
d) adjetiva explicativa.
e) substantiva objetiva direta.
8) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Todas alternativas estão incorretas, exceto:
a) Em: “Sentíamos a nítida sensação de que os olhos
malévolos nos espiavam de todos os cantos” (Lygia
Fagundes Telles), a oração destacada é subordinada
substantiva objetiva indireta.
b) Em: “Saia logo, que eu preciso de você”, a oração
destacada é coordenada sindética conclusiva.
c) Em: “Não tenho nenhuma esperança nestas crenças
tão voláteis – em cujos parcos conhecimentos colocas
tantas interpretações” (Josué Montello), a oração
destacada é uma oração subordinada adjetiva
restritiva.
d) Em: “À proporção que falava, convenciam-se da
falsidade dela”, a oração destacada é uma oração
subordinada adverbial proporcional.
e) Em: “Sabe-se que o rio é fundo”, a oração destacada
é subordinada substantiva subjetiva.
9) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Em “A casa era tão cara que ela desistiu da compra”, a
oração em destaque é:
a) Oração Subordinada Adverbial Consecutiva.
b) Oração Subordinada Adverbial Explicativa.
c) Oração Subordinada Adverbial Final.
d) Oração Subordinada Adverbial Conformativa.
e) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.
10) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:
Soldado da Polícia Militar
Marque a alternativa em que há uma oração reduzida
de particípio.
a) Pense bem, antes de responder.
b) Nada o impede de ir.
c) Quando chegar aqui, me ajude.
d) Este é o gabarito divulgado pelo professor.
GABARITO:
1 – E 3 – E 5 – B 7 – B 9 – A
2 – D 4 – D 6 – C 8 – E 10 – D
PONTUAÇÃO
Campanha dos 100 anos da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa)
Vírgula, aquele sinal incômodo que às vezes sobra, às
vezes falta, e outras vezes muda o
sentido do texto.
A vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
E vilões.
Este, juiz, é corrupto.
Este juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Isto serve para nos lembrar que vírgula não é
problema de gramática, mas de informação.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude
uma vírgula
da sua informação.
Vamos aos sinais de pontuação tradicionalmente
usados nos textos de nossa língua:
• Vírgula [ , ]
• Ponto e Vírgula [ ; ]
• Dois-pontos [ : ]
• Ponto [ . ]
• Ponto de Interrogação [ ? ]
• Ponto de Exclamação [ ! ]
• Travessão [ – ]
• Parênteses [ ( ) ]
• Aspas [ “ ” ]
• Reticências [ ... ]
Vírgula
A vírgula pouco ou nada tem a ver com prosódia, mas
tem muito a ver com sintaxe. Estou insistindo nisso
porque algumas pessoas colocam vírgulas por causa
de pausas feitas na fala. A vírgula, na escrita, não
necessariamente é uma pausa na fala, tampouco é
usada para pausar quando se lê um trecho virgulado.
Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber
em que situações gerais não se usa a vírgula.
1) A vírgula não pode ser usada entre o sujeito e
logo após o seu verbo.
– Todos os alunos daquele professor, entenderam a
explicação.
2) A vírgula não pode ser usada entre o verbo e logo
após o seu complemento (objeto direto, indireto
(em forma de oração, inclusive)) ou predicativo do
sujeito.
– Os alunos entenderam, toda aquela explicação do
professor sobre vírgula.
– Os alunos precisam, de uma explicação detalhada
sobre vírgula.
– Os alunos entenderam, que precisam estudar bem a
vírgula.
– Os alunos precisam de, que os professores os
ajudem.
– Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação.
3) A vírgula é facultativa entre o complemento de
um verbo e logo após um adjunto adverbial.
– Nossos alunos ficaram exercitando questões de
vírgula ontem à noite.
– Nossos alunos ficaram exercitando questões de
vírgula, ontem à noite.
4) A vírgula não pode ser usada entre um
substantivo e seu complemento nominal ou adjunto
adnominal.
– Todos os alunos, daquele professor entenderam a
explicação.
Normalmente as vírgulas são colocadas entre termos
que interrompem a estrutura S V C A. Veja:
1) Sujeito, ..., verbo + complemento + adjunto
adverbial
– O professor do curso, Fernando Pestana, ministra
aulas de Português.
2) Sujeito + verbo, ..., complemento + adjunto
adverbial
– Eu estudei, Pestana, toda a aula de ontem, ok?
3) Sujeito + verbo + complemento, ..., adjunto
adverbial
– O professor explicou Pontuação, que é minha maior
dificuldade, magistralmente.
4) Locução verbal de voz passiva, ..., + agente da
passiva
– Fui homenageado, ontem à noite, por alguns alunos
e amigos.
Ponto e Vírgula
O ponto e vírgula é usado para marcar uma pausa
maior do que a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com
a clareza do texto. O ponto e vírgula serve para:
1) Separar orações coordenadas assindéticas,
normalmente entre trechos já separados por vírgula
(ou outros sinais de pontuação), marcando uma
enumeração.
– As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas;
mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser
respeitadas.
– Em criança, era um menino tímido mas inteligente;
quando moço, era esperto e alegre; agora, como
homem maduro, tornou-se um chato.
– Por que Deus permite terremotos (como os que
ocorreram
2) Separar vários itens de uma enumeração
(frequente em leis).
Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
Ensino de qualidade focado em concursos.
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III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
4) Separar orações coordenadas adversativas e
conclusivas com conectivo deslocado.
– Ficarei com esta; não posso pagá-la à vista, porém.
– Finalmente vencemos; fiquemos, pois, felizes com
nossa conquista!
Dois-pontos
Os dois-pontos marcam uma supressão de voz em
frase ainda não concluída. Em termos práticos, este
sinal é usado para:
1) Introduzir uma citação (discurso direto).
– Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem
mais pelas suas perguntas que pelas respostas.”
2) Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
distributivo ou uma oração subordinada
substantiva apositiva.
– Amanda tinha conseguido finalmente realizar seu
maior propósito: seduzir Pedro, que, por sua vez,
amara três pessoas: Magda, Luana e, principalmente,
a si mesmo.
– Em nosso meio, há bons profissionais: professores,
jornalistas, médicos...
3) Introduzir uma explicação ou enumeração após
as expressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber,
como etc.
– Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Filosofia, Ciências...
4) Marcar uma pausa entre orações coordenadas
(normalmente a relação semântica entre elas é de
oposição, explicação/causa ou consequência).
– Ele já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
homem considerado culto.
– Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
cautela.
5) Marcar a invocação em correspondências.
– Prezados senhores:
Ponto
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o fim
de uma frase declarativa de um período simples ou
composto. Pode substituir a vírgula quando o autor quer
realçar, enfatizar o que vem após (evita-se isso em
linguagem formal).
– Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando
tudo!
O ponto é também usado em quase todas as
abreviaturas: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. =
rodovia, etc. = et cætera.
O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver
outro ponto: “..., feijão, arroz, etc..”. Absurdo também é
usar etc. seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc....”.
Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um
período e a ele se segue outro período em linha
diferente. Esse último ponto agora (antes do Esse) é
chamado de ponto continuativo, pois a ele se segue
outro período no mesmo parágrafo. Ponto final é este
que virá agora.
Ponto de Interrogação
O ponto de interrogação marca uma entoação
ascendente (elevação da voz) com tom questionador.
Usa-se nestes casos:
1) Frase interrogativa direta.
– O que você faria se só lhe restasse um dia?
2) Entre parênteses para indicar incerteza sobre o
que se disse.
– Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que
havia palavra melhor naquele contexto.
3) Combinado com o ponto de exclamação para
denotar surpresa, admiração etc.
– Você não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou!?)
4) Em interrogações retóricas (sentença que é uma
interrogação na forma, mas que expressa uma
afirmação ou gera uma reflexão com resposta
subentendida).
– E o que tenho eu com isso? (Ou seja: “Não tenho
nada com isso.”)
– Pessoas morrem de fome de 5 em 5 segundos no
mundo. Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
que não jogaremos comida fora à toa.”)
Ponto de Exclamação
O ponto de exclamação é empregado para marcar o
fim de qualquer frase com entonação exclamativa,
indicando altissonância, exaltação de espírito.
1) Normalmente exprime admiração, surpresa,
assombro, indignação, ordem etc.
– Coitada dessa menina!
– Que linda mulher!
– Saia daqui!
2) Vem após as interjeições usualmente.
– Nossa! Deus do céu! Como não vimos isso antes?
Oh! Isso é fantástico!
3) É usado para substituir as vírgulas em vocativos
enfáticos.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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– Minha mãe me dizia quando eu era criança:
“Fernando José! onde estava até esta hora?”.
4) É repetido (duas ou mais vezes) quando a
intenção é marcar uma ênfase, uma intensidade na
voz.
– Neymar driblou um, driblou dois, ficou de cara para o
gol e... perdeu!!! Inacreditável Futebol Clube!
Travessão
O travessão é um sinal bastante usado na narração,
na descrição, na dissertação e no diálogo, portanto,
figura repetida em qualquer prova; é um instrumento
eficaz em uma redação. Pode vir em dupla, se vier
intercalado na frase. Veja seus usos:
1) Indica a mudança de interlocutor no diálogo
(discurso direto).
– Que gente é aquela, seu Alberto?
– São japoneses.
– Japoneses? E... é gente como nós?
– É. O Japão é um grande país. A única diferença é que
eles são amarelos.
– Mas então não são índios? (Ferreira de Castro)
2) Coloca em relevo certos termos, expressões ou
orações; substitui nestes casos a vírgula, os dois-
pontos, os parênteses ou os colchetes.
Marlene Pereira – sem ser artificial ou piegas – lhe
perdoou incondicionalmente. (oração adverbial modal)
Um grupo de turistas estrangeiros – todos muito
ruidosos – invadiu o saguão do hotel no qual estávamos
hospedados. (predicativo do sujeito)
Os professores – amigos meus do curso carioca – vão
fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina de
fazer versos – já havia o poeta parnasiano”. (orações
coordenadas assindéticas – conectivo implícito)
A decisão do ministério foi a seguinte – que todos se
unissem contra o mosquito transmissor da dengue.
(oração substantiva apositiva)
O Brasil – que é o maior país da América do Sul – tem
milhões de analfabetos. (oração adjetiva explicativa)
Meninos – pediu ela –, vão lavar as mãos, que vamos
jantar. (oração intercalada)
Ela é linda – linda! (travessão usado como mero realce)
Parênteses
Os parênteses, muito semelhantes aos travessões e às
vírgulas, são empregados para:
1) Colocar em relevo certos termos, expressões ou
orações; substitui nestes casos a vírgula ou os
travessões.
– Marlene Pereira (sem ser artificial ou piegas) lhe
perdoou incondicionalmente. (oração adverbial modal)
– Um grupo de turistas estrangeiros (todos muito
ruidosos) invadiu o saguão do hotel no qual estávamos
hospedados. (predicativo do sujeito)
– Os professores (amigos meus do curso carioca) vão
fazer videoaulas. (aposto explicativo)
– O Brasil (que é o maior país da América do Sul) tem
milhões de analfabetos. (oração adjetiva explicativa)
– Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
jantar. (oração intercalada)
2) Incluir dados informativos sobre bibliografia
(autor, ano de publicação, página etc.).
– Mattoso Câmara (1977:91) afirma que, às vezes, os
preceitos da gramática e os registros dos dicionários
são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser
admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser
posto de lado.
3) Indicar marcações cênicas numa peça de teatro.
João – Você vai aonde?
Pedro – Devo ir à praia.
João – Vou com você. Tchau, mãe! (sai pela esquerda)
Aspas
As aspas são usadas comumente em citações, mas
também há outras funções bem interessantes.
Atualmente o negrito e o itálico vêm substituindo
frequentemente o uso das aspas. Resumindo, elas são
empregadas:
1) Antes e depois de citações textuais.
– “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma a
editora de opinião do jornal Correio Braziliense e
especialista em língua portuguesa Dad Squarisi, 64.
2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos,
arcaísmos, gírias e expressões populares ou
vulgares, conotativas.
– Chávez, com 58 anos, é uma figura doente e fugidia,
que hoje representa o “establishment”. (Carta Capital)
– Não me venham com problemática, que tenho a
“solucionática”. (Dadá Maravilha)
– O homem, “ledo” de paixão, não teve a “fortuna” que
desejava.
– Mulher Filé dá “capilé” em repórter “nerd”. (Jornal
Meia Hora)
– Anderson Silva “passou o carro” no adversário.
3) Para realçar uma palavra ou expressão
imprópria; às vezes com objetivo irônico ou
malicioso.
– Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.
– Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão!
Ensino de qualidade focado em concursos.
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– Se ela fosse “minha”...
4) Quando se citam nomes de mídias, livros etc.
– Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”.
– “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.
Reticências
As reticências são empregadas para:
1) Assinalar interrupção do pensamento.
– O Presidente da República está ciente...
– Um aparte, por favor...
– ...ciente do problema. Concedo o aparte ao nobre
Deputado. (Manual de Redação da Câmara dos
Deputados)
2) Indicar partes que são suprimidas de um texto
(pode vir entre parênteses ou colchetes).
– O primeiro e crucial problema de linguística geral que
Saussure focalizou dizia respeito à natureza da
linguagem. Encarava-a como um sistema de signos...
(ou (...), ou [...]) Considerava a linguística, portanto,
com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência
dos signos... (Mattoso Câmara Jr.)
3) Para sugerir o prolongamento da fala.
4) Para indicar hesitação, suspense ou breve
interrupção de pensamento.
– Eu não a beijava porque... porque... eu tinha
vergonha!
5) Para realçar uma palavra ou expressão,
normalmente com malícia, ironia ou outro
sentimento.
– Ela é linda...! Você nem sabe como...! (lê-se assim,
prosodicamente: “Ela é liiiiinda... você nem sabe
como...”).
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SES-PE
Prova: Assistente em Saúde
Analisando-se o texto “Polo Médico do Recife",
I. encontra-se, no trecho “Grande gerador de empregos
no Recife, o polo médico absorvia...", a vírgula que foi
empregada para separar o aposto.
II. no trecho “Entre os serviços prestados, destaque
para as especialidades de cardiologia, patologia clínica,
oftalmologia e hepatologia...", as duas últimas vírgulas
foram empregadas para separar elementos de mesma
função sintática.
III. registra-se, no trecho “A escolha do local teve, entre
outros, um decisivo motivo: a proximidade com o
Hospital Pedro II, unidade integrante da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Pernambuco.", o
uso dos dois-pontos para introduzir palavras que
esclarecem o que se afirmou anteriormente.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.
2) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem
Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe os itens
abaixo:
I. "Calma, gente".
II. "Que mundo é este que chorar não é "normal"?
III. "Sustentabilidade, paradigma de vida"
IV. "Será que precisa de mais licitações? Haja
licitações!"
V. "E, de repente, aquela rua se tornou um grande
lago..."
Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA.
a) No item I, a vírgula isola um aposto.
b) No item II, a interrogação indica uma mensagem
interrompida.
c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o
seu antecedente.
d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a
interrogação e a exclamação, indicam surpresa.
e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas,
apenas, por um ponto e vírgula após o termo "repente".
3) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Prefeitura
de Paulista – PE Prova: Técnico de Enfermagem
TEXTO 03
"Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política,
de ideais. Jamais conheci alguém sinceramente
cansado de dinheiro."
(Millôr Fernandes)
Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO
afirmar que
a) são facultativas.
b) isolam apostos.
c) separam elementos de mesma função sintática.
d) a terceira é facultativa.
e) separam orações coordenadas assindéticas.
4) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SUAPE
Prova: Técnico em Administração de Empresas
Ensino de qualidade focado em concursos.
95
Analise as afirmativas abaixo, observando os sinais de
PONTUAÇÃO.
I. “Na aldeia de Itapoã, as residências são de taipa, mas
os telhados, de amianto."
II. “Hoje, a inclusão digital também é realidade."
III. “Quem visitar a Aldeia de Itapoã em Olivença, distrito
de Ilhéus, cidade do sul da Bahia..."
IV. “Para o gestor da rede, Alexandre Pankararu, do
Estado de Pernambuco..."
É CORRETO afirmar que
a) no item I, a terceira vírgula indica a omissão do
verbo ser (são).
b) no item II, a vírgula é obrigatória, por separar um
adjunto adverbial.
c) no item III, as vírgulas indicam a presença de um
termo que exprime a invocação de alguém, ao qual
denominamos vocativo.
d) nos itens III e IV, as vírgulas separam termos que
explicam as palavras que os antecedem ao qual
denominamos vocativo.
e) no item I, a vírgula existente após o termo Itapoã
poderia ser retirada, o que não implicaria
desobediência às normas gramaticais vigentes.
5) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
No que se refere ao emprego dos sinais de pontuação
no Texto 1, analise as afirmativas abaixo.
I. No trecho: “Há um aspecto disso tudo que faz sentido:
todos somos importantes, nossas vidas são
importantes, e queremos que elas sejam vistas,
compartilhadas, apreciadas.” (2º parágrafo), os dois-
pontos foram empregados para introduzir uma citação
literal.
II. No trecho: “Estarão as pessoas esquecendo de estar
presentes no momento, saindo do seu foco, ao ver a
vida através de uma tela?” (2º parágrafo), o ponto de
interrogação revela que o autor dirige-se diretamente
ao leitor, dialogando com ele.
III. No trecho: “O apresentador Conan O'Brien, por
exemplo, reclamou que ele não pode mais nem ver o
rosto das pessoas quando se apresenta. „Tudo que
vejo é um mar de iPads‟, ele disse. Algumas
celebridades estão proibindo celulares pessoais
durante os seus casamentos.” (6º parágrafo), as aspas
foram empregadas no segmento destacado para
delimitar um trecho em discurso direto.
IV. No trecho: “Assim que uma tela iluminada aparece,
os olhares se voltam a ela e o palestrante se torna uma
voz vazia.” (7º parágrafo), a vírgula foi empregada para
isolar itens em uma enumeração.
Está(ão) CORRETA(S):
a) I, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
6) Ano: 2014 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Aspirante da Polícia Militar
TEXTO 2
LEMBRANÇA DO MUNDO ANTIGO
Clara passeava no jardim com as crianças,
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era
tranquilo em redor de Clara.
As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia
perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os
insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no
jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!
ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Sentimento do
mundo. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro. José
Aguilar, 1973. p. 115.
Sobre Sinais de Pontuação, analise os itens abaixo:
I. "...outros elementos eram azuis, róseos,
alaranjados..."
II. "A boca, o nariz, os olhos estavam abertos."
III. "Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!"
IV. "...o guarda-civil sorria, passavam bicicletas..."
V. "Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os
insetos."
VI. "nem sempre podia usar vestido novo. Mas
passeava no jardim, pela manhã!!! "
Em apenas uma das alternativas abaixo, a justificativa
está em consonância com as normas vigentes em
relação ao emprego da vírgula. Assinale-a.
a) No item I, as vírgulas separam orações
coordenadas.
b) Apenas nos itens I e II, as vírgulas separam
elementos de mesma função sintática.
c) No item III, as exclamações poderiam ser
substituídas por um ponto e vírgula.
Ensino de qualidade focado em concursos.
96
d) Nos itens IV e V, as vírgulas obedecem à mesma
regra de pontuação das vírgulas existentes nos itens II
e III.
e) No item VI, a vírgula isola adjuntos adverbiais.
7) Ano: 2012 Banca: FUNCAB Órgão: CBM-AC Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro
O emprego do sinal de pontuação dois pontos (:), no
segundo parágrafo, está corretamente justificado na
opção:
a) anuncia a fala de um ambientalista renomado sobre
as queimadas.
b) introduz uma ilustração sobre a “cena” citada no
período anterior.
c) apresenta uma enumeração das causas dos
incêndios florestais.
d) delimita, no parágrafo, duas ideias distintas sobre as
queimadas.
e) aponta que será apresentada uma retificação sobre
o período anterior.
8) Ano: 2012 Banca: FUNCAB Órgão: PM-AC Prova:
Soldado da Polícia Militar - Músico
“À desigualdade – uma constante da nossa história –
veio se juntar a crise da instituição familiar, a quebra
generalizada de valores, a busca da 'felicidade
imediata', a qualquer preço, tendo por objeto do desejo
os bens de consumo multiplicados – dos tênis de marca
numa ponta aos carrões de luxo, na outra.” (parágrafo
2)
Quanto aos sinais de pontuação empregados no
trecho, os travessões foram corretamente utilizados
para:
a) indicar o vocativo.
b) destacar o aposto.
c) separar termos de mesma função sintática.
d) indicar uma enumeração.
e) separar o adjunto adverbial.
9) Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a única alternativa em que a alteração de
pontuação proposta altera significativamente o sentido
da ideia no contexto.
a) “[...] deixamos que façam o que querem dentro de
casa, rolem no chão quando pedem um brinquedo no
supermercado [...]” (parágrafo 4).
... deixamos que façam o que querem, dentro de casa
rolem no chão, quando pedem um brinquedo no
supermercado ...
b) “Perguntamos como conseguiram, [ . . . ] ” (parágrafo
6)
Perguntamos: como conseguiram?
c) “[...] como se fosse um prêmio a falta de educação, a
nossa e a deles.” (parágrafo 1)
... como se fosse um prêmio a falta de educação – a
nossa e a deles.
d) “[...] dizemos tudo bem, eles são crianças.”
(parágrafo 2)
... dizemos: tudo bem, eles são crianças!
e) “Que maravilha um amigo que gosta de nossos
filhos, [...]” (parágrafo 6)
Que maravilha! Um amigo que gosta de nossos filhos,...
10) Ano: 2012 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa incorreta:
a) A vírgula, entre outras funções, deve ser utilizada
quando um adjunto adverbial é antecipado, como em:
“Sábado passado, estudei para a prova”. Também é
necessária quando utilizamos o aposto ou qualquer
elemento de valor explicativo: “Maria das Dores, aquela
moça alegre, tinha, pois, um nome errado” (Fernando
Sabino).
b) Entre as diversas funções do travessão estão: indicar
com que pessoa do discurso está a fala, isolar palavras
ou frases, isolar a parte final de um enunciado, entre
outras.
c) Em: “A Genilda? Bom... não sei... acho que ela nem
chegou ainda...” (Rubem Braga), as reticências
serviram para indicar que houve hesitação por parte do
locutor.
d) Em: “Fazia um silêncio sepulcral na casa; todos,
pensava eu, tinham saído ou morrido” (Clarice
Lispector), o “ponto-e-vírgula” foi utilizado para marcar
uma pausa, função idêntica a da vírgula.
e) Os dois-pontos podem introduzir citações,
esclarecimento, enumerações como em: “Aristides
costumava fechar a questão em três pontos: honra,
dinheiro e mulheres” (J. C. Carvalho).
GABARITO:
1 – A 3 – C 5 – B 7 – B 9 – A
2 – C 4 – A 6 – E 8 – B 10 - D
Ensino de qualidade focado em concursos.
97
Ensino de qualidade focado em concursos.
98
MATEMÁTICA
ANALISE COMBINATORIA
Podemos determinar a análise combinatória como
sendo um conjunto de possibilidade constituído por
elementos finitos, a mesma baseia-se em critérios que
possibilitam a contagem. Realizamos o seu estudo na
lógica matemática, analisando possibilidades e
combinações. Acompanhe o exemplo a seguir, para
poder compreender melhor o que vêm a ser a análise
combinatória.
Exemplo: Descubra quantos números com 3
algarismos conseguimos formar com o conjunto
numérico {1, 2, 3}.
Conjunto de elementos finito: {1, 2, 3}
Conjunto de possibilidades de números com 3
algarismos: {123, 132, 213, 231, 312, 321}
Resposta Final: Com o conjunto numérico {1, 2, 3}, é
possível formar 6 números.
A análise combinatória estuda os seguintes conteúdos:
• Princípio fundamental da contagem
• Fatorial
• Permutação simples
• Permutação com repetição
• Arranjo simples
• Combinação simples
•
Princípio fundamental da contagem
Determina o número total de possibilidade de um
evento ocorrer, pelo produto de m x n. Sendo n e m
resultados distintos de um evento experimental.
Exemplo: Jeniffer precisa comprar uma saia, a loja em
que está possui 3 modelos de saia diferente nas cores:
preto, rosa, azul e amarelo. Quantas opções de escolha
Jeniffer possuí.
Para solucionar essa questão utilizamos o principio
fundamental da contagem.
m = 3 (Modelos diferentes de saia)
n = 4 (Cores que a saia possui)
m x n = 3 x 4 = 12
Jeniffer possui 12 possibilidades de escolha.
Fatorial
O fatorial de um número qualquer, e representado pelo
produto:
n! = n . (n - 1) . (n - 2) . (n - 3) . ... . 1!
Exemplo: Calcule 4!
n! = n . (n - 1) . (n - 2) . (n - 3) . ... . 1!
4! = 4 . (4 – 1) . (4 – 2) . (4 – 3)
4! = 4 . 3. 2 . 1
4! = 24
Permutação simples
Na permutação os elementos que compõem o
agrupamento mudam de ordem, ou seja, de posição.
Determinamos a quantidade possível de permutação
dos elementos de um conjunto, com a seguinte
expressão:
Pn = n!
Pn = n . (n-1) . (n-2) . (n-3).....1!
Exemplo: Em uma eleição para representante de sala
de aula, 3 alunos candidataram-se: Vanessa, Caio e
Flávia. Quais são os possíveis resultados dessa
eleição?
Vanessa (V), Caio (C), Flávia (F)
Os possíveis resultados dessa eleição podem ser
dados com uma permutação simples, acompanhe:
n = 3 (Quantidade de candidatos concorrendo a
representante)
Pn = n!
Pn = 3 . 2 . 1!
Pn = 6
Para a eleição de representante, temos 6
possibilidades de resultado, em relação a posição dos
candidatos, ou seja, 1º, 2º e 3º lugar. Veja a seguir os
possíveis resultados dessa eleição.
1 2 3 4 5 6
VCF VFC CVF CFV FCV FVC
Permutação com repetição
Nessa permutação alguns elementos que compõem o
evento experimental são repetidos, quando isso ocorrer
devemos aplicar a seguinte fórmula:
Ensino de qualidade focado em concursos.
99
Exemplo: Quantos anagramas são possíveis formar
com a palavra CASA.
A palavra CASA possui: 4 letras (n) e duas vogais que
se repetem (n1).
Anagramas da palavra CASA sem
repetição
CASA ACSA ASCA ASAC SCAA CSAA
AASC AACS CAAS SAAC SACA ACAS
Arranjo simples
No arranjo simples a localização de cada elemento do
conjunto forma diferentes agrupamentos, devemos
levar em consideração, a ordem de posição do
elemento e sua natureza, além disso, devemos saber
que ao mudar os elementos de posição isso causa
diferenciação entre os agrupamentos.
Para saber a quantidade de arranjos possíveis em p
agrupamento com n elementos, devemos utilizar a
fórmula a seguir:
A = Arranjo
n = elementos
p = Agrupamentos
No arranjo a quantidade de agrupamento p, sempre
deve ser menor que n, ou seja:
p≤n
Exemplo: Flávia, Maria, Gustavo e Pedro estão
participando de uma competição em que há premiação
para os três primeiros colocados (1º, 2º e 3º). Quais são
as possibilidades de premiação?
Quantidade de participantes da competição: n = 4
Quantidade de pessoas em cada agrupamento
(premiação): p = 3
Existem 24 possibilidades de premiação.
Combinação simples
Na combinação simples, em um agrupamento
mudamos somente a ordem dos elementos distintos.
Para que isso seja feito podemos recorrer à utilização
da fórmula:
C = Combinação
n = Elementos.
p = Agrupamento
Sendo sempre: p≤n
Exemplo: De quantos modos diferentes posso separar
10 bolinhas de cores distintas, colocando 2 bolinhas em
cada saquinhos
Total de bolinhas: n = 10
Quantidade de bolinhas por saquinho: p = 2
Ensino de qualidade focado em concursos.
100
Com 10 bolinhas distintas colocando duas em cada
saquinho, é possível fazer 45 combinações.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã
O grupo para análise de inquéritos administrativos de
uma corporação é formado por 3 tenentes e 5
sargentos. Quantas comissões de inquérito,
constituídas por 5 pessoas, podem ser formadas,
contendo, no mínimo, 1 tenente?
a) 10
b) 15
c) 35
d) 40
e) 55
2) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã
A prova do concurso interno para Sargento de um
grupamento foi composta por 40 questões, com 5
alternativas diferentes de respostas para cada questão.
Quantos são os possíveis gabaritos dessa prova?
a) 40 . 5
b) 405
c) 40/5
d) 540
e) (40 . 5)/2
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Um grupo de inquérito é formado por 8 oficiais e 4
soldados. Para analisar os processos, formam-se
comissões com 4 oficiais e 2 soldados. Sendo A um
oficial qualquer e B um soldado qualquer, qual é o
número de comissões de que participa o oficial A e não
participa o soldado B?
a) 105
b) 87
c) 64
d) 256
e) 504
4) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Técnico em Enfermagem
No carro de João, tem vaga apenas para 3 dos seus 8
colegas. De quantas formas diferentes, João pode
escolher os colegas aos quais dá carona?
a) 56
b) 84
c) 126
d) 210
e) 120
5) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Técnico em Enfermagem
Num grupo de 15 homens e 9 mulheres, quantos são
os modos diferentes de formar uma comissão
composta por 2 homens e 3 mulheres?
a) 4725
b) 12600
c) 3780
d) 13600
e) 8820
6) Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: PM-TO Prova:
Soldado da Polícia Militar
Considerando o uso da análise combinatória, é correto
afirmar que, no total, é possível formar com a palavra
TOCANTINS
a) 20160 anagramas.
Ensino de qualidade focado em concursos.
101
b) 10080 anagramas que começam pela letra T.
c) 10080 anagramas que terminam com vogal.
d) 40320 anagramas que contêm as letras TT juntas.
e) 7560 anagramas que mantêm as vogais juntas.
7) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:
Soldado
Sílvia tem 13 blusas diferentes e 7 saias diferentes. Ela
vai pegar uma das blusas e uma das saias para se
vestir. O total de possibilidades diferentes que Sílvia
tem para se vestir é igual a
a) 119.
b) 42.
c) 91.
d) 20.
e) 71.
8) Ano: 2010 Banca: IESES Órgão: PM-SC Prova:
Soldado da Polícia Militar
Um país deseja formar uma força tarefa constituída de
dois capitães, quatro sargentos e dez soldados.
Sabendo que para esta força tarefa o país tem a sua
disposição cinco capitães, oito sargentos e doze
soldados, de quantas maneiras diferentes esta força
tarefa pode ser constituída?
a) 46.200.
b) 38.400.
c) 44.800.
d) 42.600.
9) Ano: 2006 Banca: CONSULTEC Órgão: PM-RN
Prova: Soldado da Polícia Militar
Um indivíduo esqueceu-se da senha de acesso a um
computador. Lembrava-se que era formada com as
letras A, B, C e D, sem repetição, e que A e B estavam
sempre juntas, nessa ordem, e não se lembrava da
posição das demais.
Com base nessa informação, pode-se afirmar que a
pessoa teria x tentativas para acertar a senha de
acesso, portanto x é igual a
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 10
10) Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: PM-DF Prova:
Soldado da Polícia Militar
Para fazer o cadastro em um site, o usuário deve
escolher uma senha formada por 4 caracteres, sendo
estes dois algarismos, escolhidos entre os 10 dígitos do
sistema de numeração decimal, e duas letras, entre as
26 do alfabeto latino, em que não se diferencia
maiúscula de minúscula. Os dois tipos de caracteres
podem aparecer em qualquer posição, e não é
permitido utilizar dois caracteres iguais na mesma
senha.
Dessa forma, o número total de senhas que podem ser
criadas é
a) menor que 300.000.
b) maior que 300.000 e menor que 320.000.
c) maior que 360.000.
d) maior que 340.000 e menor que 360.000.
e) maior que 320.000 e menor que 340.000.
GABARITO:
1 – E 3 – A 5 – E 7 – C 9 – C
2 – D 4 – A 6 – E 8 – A 10 – D
PROBABILIDADE
A história da teoria das probabilidades teve início com
os jogos de cartas, dados e de roleta. Esse é o motivo
da grande existência de exemplos de jogos de azar no
estudo da probabilidade. A teoria da probabilidade
permite que se calcule a chance de ocorrência de um
número em um experimento aleatório.
Experimento aleatório
É aquele experimento que, quando repetido em iguais
condições, pode fornecer resultados diferentes, ou
seja, são resultados explicados ao acaso. Quando se
fala de tempo e possibilidades de ganho na loteria, a
abordagem envolve cálculo de experimento aleatório.
Espaço amostral
É o conjunto de todos os resultados possíveis de um
experimento aleatório. A letra que representa o espaço
amostral é S.
Exemplo:
Ensino de qualidade focado em concursos.
102
Lançando uma moeda e um dado, simultaneamente,
sendo S o espaço amostral, constituído pelos 12
elementos:
S = {K1, K2, K3, K4, K5, K6, R1, R2, R3, R4, R5, R6}
Escreva explicitamente os seguintes eventos:
A={caras e um número par aparece}
B={um número primo aparece}
C={coroas e um número ímpar aparecem}
Idem, o evento em que:
a) A ou B ocorrem;
b) B e C ocorrem;
c) Somente B ocorre.
Quais dos eventos A, B e C são mutuamente
exclusivos?
Resolução:
Para obter A, escolhemos os elementos de S
constituídos de um K e um número par: A={K2, K4, K6};
Para obter B, escolhemos os pontos de S constituídos
de números primos: B={K2,K3,K5,R2,R3,R5};
Para obter C, escolhemos os pontos de S constituídos
de um R e um número ímpar: C={R1,R3,R5}.
(a) A ou B = AUB = {K2,K4,K6,K3,K5,R2,R3,R5}
(b) B e C = B C = {R3,R5}
(c) escolhemos os elementos de B que não estão em A
ou C:
B Ac C
c = {K3,K5,R2}
A e C são mutuamente exclusivos, porque A C =
Conceito de probabilidade
Se em um fenômeno aleatório as possibilidades são
igualmente prováveis, então a probabilidade de ocorrer
um evento A é:
Por, exemplo, no lançamento de um dado, um número
par pode ocorrer de 3 maneiras diferentes dentre 6
igualmente prováveis, portanto, P = 3/6= 1/2 = 50%.
Dizemos que um espaço amostral S (finito) é
equiprovável quando seus eventos elementares têm
probabilidades iguais de ocorrência. Num espaço
amostral equiprovável S (finito), a probabilidade de
ocorrência de um evento A é sempre:
Propriedades importantes:
1. Se A e A’ são eventos complementares, então:
P(A) + P(A') = 1
2. A probabilidade de um evento é sempre um número
entre 0 (probabilidade de evento impossível) e 1
(probabilidade do evento certo).
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Num batalhão da região metropolitana, 28% dos
soldados são mulheres, e destas, 1,5% são residentes
da cidade do Recife. Desse mesmo batalhão, 5% são
homens que residem nessa mesma cidade.
Qual é a probabilidade de um soldado desse batalhão,
escolhido ao acaso, ser residente da cidade do Recife?
a) 1,18%
b) 4,02%
c) 3,50%
d) 2, 10%
e) 6, 98%
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Os batalhões que fazem parte da Diretoria Integrada
Metropolitana da Polícia Militar (DIMPM) no Recife são
os seguintes:
• 1º Batalhão da Polícia Militar
• 6º Batalhão da Polícia Militar
• 11º Batalhão da Polícia Militar
• 12º Batalhão da Polícia Militar
• 13º Batalhão da Polícia Militar
Ensino de qualidade focado em concursos.
103
• 16º Batalhão da Polícia Militar
• 17º Batalhão da Polícia Militar
• 18º Batalhão da Polícia Militar
• 19º Batalhão da Polícia Militar
• 20º Batalhão da Polícia Militar
Se quatro batalhões foram selecionados ao acaso para
indicar, cada um, oitenta militares para uma missão
num país asiático, por um período de seis meses, qual
é a probabilidade de esse batalhão ser de ordem menor
ou igual a 12?
a) 90%
b) 50%
c) 60%
d) 80%
e) 40%
3) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã
Dos 10 médicos habilitados para primeiros-socorros, 6
são homens, e 4, mulheres. Para montagem de uma
equipe com 3 médicos sorteados aleatoriamente, qual
a probabilidade de os sorteados serem do mesmo
sexo?
a) 50%
b) 40%
c) 30%
d) 20%
e) 10%
4) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Técnico em Enfermagem
Qual a probabilidade de lançados simultaneamente
dois dados honestos, a soma dos resultados se r igual
ou maior que 10?
a) 1/18
b) 1/36
c) 1/6
d) 1/12
e) ¼
5) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE
Prova: Técnico em Administração
Uma pesquisa feita com 200 frequentadores de um
parque, em que 50 não praticavam corrida nem
caminhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80
exercitavam corrida, qual a probabilidade de encontrar
no parque um entrevistado que pratique apenas
caminhada?
a) 7/20
b) 1/2
c) 1/4
d) 3/20
e) 1/5
6) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SESC-PE
Prova: Assistente Administrativo - II
Qual a possibilidade de se ter duas vezes o número 4
em duas jogadas de um dado não viciado?
a) 1/3
b) 1/6
c) 1/18
d) 1/36
e) 1/27
7) Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: PM-DF Prova:
Soldado da Polícia Militar
Nesse final de semana, 2 dos 40 soldados do batalhão
em que Renato é lotado deverão ser sorteados para
uma missão especial. Para tal, o comandante
identificou os soldados com os números de 1 a 40 e
colocou 40 bolas numeradas de 1 a 40 em uma urna
para retirar duas que corresponderiam aos sorteados.
Ao ser retirada, a primeira bola caiu no chão e se
perdeu, sem que o respectivo número tenha sido visto.
O comandante então decidiu realizar o sorteio com as
bolas restantes.
Nessa situação hipotética, qual é a probabilidade de
que Renato tenha sido um dos dois sorteados?
a) 1/20
b) 2/39
c)
d)
Ensino de qualidade focado em concursos.
104
e)
8) Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: BM-RS Prova:
Soldado da Polícia Militar
Em um grupo formado por 80 pessoas há 10 que não
sabem dirigir. Qual é a probabilidade de escolher ao
acaso uma pessoa que saiba dirigir?
a) 85,0%.
b) 87,5%.
c) 90,0%.
d) 92,5%.
e) 94,0%.
9) Ano: 2015 Banca: PM-MG Órgão: PM-MG Prova:
Soldado da Polícia Militar
Uma caixa contém bolas numeradas de 1 a 60.
Escolhendo aleatoriamente uma bola da caixa, qual é a
probabilidade que o número escolhido seja múltiplo de
5?
a) 5%
b) 10%
c) 20%
d) 40%
10) Ano: 2014 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:
Soldado da Polícia Militar
Uma família é formada por pai, mãe e dois filhos. Qual
a probabilidade de pelo menos dois dos membros
dessa família terem nascido no mesmo dia da semana?
Admita iguais as probabilidades de se nascer em cada
um dos dias da semana. Indique o valor mais próximo
do obtido.
a) 0,61
b) 0,63
c) 0,65
d) 0,67
e) 0,69
GABARITO:
1 – B 3 – D 5 – A 7 – A 9 – C
2 – E 4 – C 6 – D 8 – B 10 – C
JUROS SIMPLES
Em muitas ocasiões necessitamos realizar compras a
prazo ou fazer empréstimos bancários para suprir
necessidade ou então emprestar dinheiro para
rentabilidade. Em todas estas ocasiões pagamos pelo
dinheiro envolvido na operação ou o recebemos em
rendimentos. Estes pagamentos ou rendimentos são
denominados de juros. Portanto juros são quantidades
em dinheiro que pagamos ou recebemos em operações
financeiras.
Logo, juros é:
𝑱 =𝒄. 𝒊. 𝒕
𝟏𝟎𝟎
𝐽 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
𝐶 = 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎
𝑡 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
BIZU 1: O montante é a quantidade total a ser paga, ou
seja, o capital mais o juro, 𝑀 = 𝐶 + 𝐽.
BIZU 2: A taxa vezes o tempo é igual ao percentual total
do rendimento 𝐼 𝑥 𝑇 = % 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜. Estou afirmando
o percentual de rendimento e não o valor do
rendimento!
BIZU 3: O tempo e a taxa devem estar na mesma
unidade.
Estes BIZUS vão te ajudar em cálculos mentais,
aumentando sua velocidade de resolução.
Se gostou paga mais 10!!!
Exemplo: Um Agente Penintenciário de Linhares
resolveu comprar uma pistola .380. À vista custaria
R$4.000,00. Porém, ele decidiu pagar a prazo com a
taxa de juros simples de 3% a.m. Se ele der R$1.000,00
de entrada e o restante em 60 dias no seu 13º salário,
quantos pagará pela pistola?
Ensino de qualidade focado em concursos.
105
Resolução: 4000 − 1000 =
3000, 𝑙𝑜𝑔𝑜, 3000 𝑐𝑜𝑚 60 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑟á 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚:
𝐽 =3000 . 3 . 2
100= 180,00
Cuidado, pode ter uma alternativa com esse valor. Mas,
ainda não é a resposta da questão
(FATIOU…PASSOU).
Temos que somar R$1.000,00 de entrada com
R$3.000,00 mais o Juros.
𝑀 = 1000 + 3000 + 180 = 𝑅$4.180,00
JUROS COMPOSTO
FÓRMULAS:
CÁLCULO DOS JUROS
J = M – C
CÁLCULO DO MONTANTE
M = C x (1 + i)t
J = Juros
M = Montante
C = Capital (Valor Presente)
i = Taxa de juros
t = Prazo
Exemplo: Considere um empréstimo, a juros
compostos, no valor de R$ 100 mil, prazo de 2 meses
e taxa de 10% ao mês. Qual o valor do montante?
Dados do problema:
C = 100.000,00
t = 2 meses
i = 10% ao mês
M = C x (1 + i)t
M = 100.000 x (1 + 0,10)2
M = 100.000 x (1,10)2
M = 100.00 x 1,21
M= 121.000,00
Resposta: O valor do montante será de R$ 121.000,00
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Manhã
Uma empresa financeira está com uma promoção para
consignado e oferece empréstimos a juro simples para
funcionários públicos. Aproveitando a promoção, Laura
pediu emprestado nessa empresa R$ 2 800,00 com
uma taxa de 5% ao mês.
Se o montante da sua dívida ficou em R$ 4 200,00, qual
o tempo, em meses, que ela levou para quitar esse
empréstimo?
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Antônio resolveu fazer duas pequenas aplicações em
regime de juros compostos, num prazo de apenas um
mês. Ele vai aplicar R$ 1 000,00, parte no Banco Alfa e
parte no Banco Beta. Esses bancos cobram,
respectivamente, uma taxa de 5% e 6% ao mês. Se
Antônio resgatou o mesmo valor nas duas aplicações,
quais os valores aproximados de investimento em cada
banco?
a) R$ 392,00 e R$ 698,00
b) R$ 498,00 e R$ 502,00
c) R$ 474,00 e R$ 526,00
d) R$ 396,00 e R$ 604,00
e) R$ 520,00 e R$ 480,00
3) Ano: 2006 Banca: UPENET/IAUPE, Concurso:
Prefeitura de Olinda - PE, Cargo: Agente de Trânsito e
Transporte
Renato deseja comprar uma lancha de R$ 30.000. Ele
resolveu dar 30% de entrada e financiar o resto do valor
a uma taxa de 10% ao mês em 3 meses sendo os juros
Ensino de qualidade focado em concursos.
106
compostos e capitalizados mensalmente. Qual a
quantia do montante da parte financiada?
a) R$ 32.756,80
b) R$ 30.892,65
c) R$ 29.346,74
d) R$ 28.923,89
e) R$ 27.951,00
4) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Técnico
Carlos aplicou, em um banco, a importância de R$
2500,00 a juros de 2% ao mês, durante 3 meses. No
final da aplicação, Carlos recebeu, em reais,
a) 3520,00
b) 2550,06
c) 2602,30
d) 2653,02
e) 25532,03
5) Ano: 2006, Banca: UPE / UPENET / IAUPE,
Concurso: Prefeitura de Recife - PE, Cargo: Auxiliar
Administrativo
Um aparelho de som custa, a vista, R$ 890,00.
Financiando esse aparelho em oito meses, cada
parcela será de R$ 151,30. Qual a taxa de juros simples
ao mês?
a) 5,5%
b) 4,5%
c) 4,2%
d) 3,5%
e) 3,8%
6) Ano: 2006 Banca: UPE / UPENET / IAUPE Concurso:
Prefeitura de Recife - PE Cargo: Auxiliar Administrativo
Uma pessoa emprestou 1/4 de seu capital a 3% ao
mês, e o restante, a 4% ao mês. Depois de 6 meses,
recebeu R$ 3.600 de juros simples pelas duas partes.
Portanto, o capital emprestado foi de
a) R$ 16.000,00
b) R$ 18.000,00
c) R$ 20.000,00
d) R$ 22.000,00
e) R$ 24.000,00
7) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:
Soldado da Polícia Militar
Maria comprou um computador em 3 parcelas mensais
e iguais de R$ 540,80, a primeira parcela paga no
momento da compra. Se o preço do computador à vista
era de R$ 1500,00, e se foram cobrados juros
compostos de 4% ao mês, quanto Maria pagou de juros
(em valores do momento da compra)?
a) R$ 60,80
b) R$ 60,70
c) R$ 60,60
d) R$ 60,50
e) R$ 60,40
8) Ano: 2010 Banca: COPS-UEL Órgão: CBM-PR
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro
Qual deve ser o capital inicial que um cidadão deve
aplicar em um fundo de renda fixa, que utiliza o sistema
de juros compostos e que rende 20% ao ano, de modo
que ele tenha R$ 1.440,00 ao final de dois anos?
a) R$960,00
b) R$975,00
c) R$1.000,00
d) R$ 1.003,00
e) R$1.010,00
9) Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: PM-AC Prova:
Soldado da Polícia Militar
Na compra de um imóvel, o contrato prevê o pagamento
de uma parcela intermediária de R$ 28.000,00 dentro
de um ano. Uma instituição financeira remunera os
investimentos em sua carteira à taxa de juros
compostos de 1,5% ao mês, livres de taxas e impostos.
Nessa situação, considerando 1,2 como valor
aproximado de 1,01512 , para obter o valor da parcela,
o comprador do imóvel deverá investir hoje uma quantia
que é inferior a R$ 23.300,00.
( ) Certo ( ) Errado
10) Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão:
PM-CE Prova: Soldado da Polícia Militar
Considerando os conhecimentos em Matemática,
julgue, como Certo (C) ou Errado (E), o item a
seguir.
Supondo que uma dívida que não é paga até o
vencimento sofra um acréscimo de 2%, sobre o
valor do boleto, para cada mês em atraso, então,
no caso de uma dívida cujo boleto registra o valor
de R$1.000,00 e que será paga com 3 meses de
atraso, deverão ser pagos R$1.060,00.
( ) Certo ( ) Errado
Ensino de qualidade focado em concursos.
107
GABARITO:
1 – E 3 – E 5 – B 7 – A 9 – E
2 – B 4 – D 6 – A 8 – C 10 – C
FUNÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU
Função do 1º grau:
Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim,
a qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da
forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados
e a 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado
de coeficiente de x e o número b é chamado termo
constante ou independente..
Exemplos:
f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3
f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
Raiz ou Zero da Função: Valor de x onde o gráfico
intercepta o eixo x, das abscissas. Pode ser obtido
fazendo-se f(x) = 0.
Gráfico do 1º:
O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax
+ b, com a 0, é uma reta oblíqua aos eixos OY
(ordenadas) e Ox (abscissas). O gráfico intercepta o
eixo das abscissas(x) na raiz da função e o eixo das
ordenadas(y) no ponto b (x=0).
Exemplo: 𝑦 = 3𝑥 − 1
Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus
pontos e ligá-los.
x Y
0 -1
1/3 0
Função do 2º
A função do 2º grau, também denominada função
quadrática, é definida pela expressão do tipo:
𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, onde a, b e c são constantes reais e 𝑎 ≠
0.
Gráfico de uma função do 2º:
O gráfico de uma função quadrática é uma parábola.
Exemplo: 𝑓(𝑥) = 2𝑥2.
Coordenadas do Vértice
𝑥 =−𝑏
2𝑎 𝑦 =
−∆
4𝑎
Como determinar a raiz ou zero da função do 2º grau?
Exemplo 1: determine a raiz da função y=x²+5x+6.
Y=f(x)=0
Utiliza-se a formula de Bháskara:
𝑥 =−𝑏 ± √𝑏2 − 4𝑎𝑐
2𝑎
𝑥 =−5 ± √25 − 4.1.6
2=
−5 ± 1
2 𝑥1 = −2 𝑒 𝑥2 = −3
Concavidade da Parábola:
Resumindo:
Ensino de qualidade focado em concursos.
108
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
O ponto de interseção das curvas de oferta O e
demanda D é chamado de “ponto de equilíbrio de
mercado”. A abscissa desse ponto (preço de equilíbrio)
é o preço de mercado para o qual a oferta é igual à
demanda, ou seja, o preço para o qual não há escassez
nem excesso do produto. Na figura abaixo, temos o
esboço dos gráficos da função oferta O(x) = x2 + x –
460 e da função demanda D(x) = 500 – x de certo
produto, onde P é o ponto de equilíbrio.
Qual é a demanda desse produto no mercado, quando
ele estiver sendo oferecido pelo preço de equilíbrio?
a) 260 unidades
b) 310 unidades
c) 382 unidades
d) 470 unidades
e) 410 unidades
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
O domínio da função real
definida por é o subconjunto dos reais, representado
pelo intervalo
a) [0; + ∞ [
b) [2; + ∞ [
c) [1; + ∞ [
d) [5; + ∞ [
e) [3; + ∞ [
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Um foguete foi lançado de um ponto O do solo e
descreveu uma trajetória em forma de parábola, até
retornar ao solo. Se ele atingiu as alturas de y = 35m e
y = 60m nos instantes x = 10s e x = 20s,
respectivamente, qual foi a altura máxima alcançada
por ele?
a) 40 m
b) 50 m
c) 60 m
d) 80 m
e) 70 m
4) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Técnico
Se f é uma função tal que f(x + y) = f(x).f(y) e f( 1 ) = 2,
então f(1) + f(2) + f(3) + f(4) + f(5) + f(6) =
a) 128
b) 126
c) 64
d) 132
e) 110
Ensino de qualidade focado em concursos.
109
5) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa correta:
a) O gráfico da função y = x2 + 2x não intercepta o eixo
y.
b) O gráfico da função y = x2 + 3x + 5 possui
concavidade para baixo.
c) O gráfico da função y = 5x – 7 é decrescente.
d) A equação x2 + 25 = 0 possui duas raízes reais e
diferentes.
e) A soma das raízes da função y = x2 – 3x – 10 é igual
a 3.
6) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Contador
Seja f uma função definida em [a, b]
1. se f(x) é decrescente para x < c
2. se f(x) é crescente para x > c
Então
a) c é ponto de máximo de f.
b) c é ponto de mínimo de f.
c) c é ponto de inflexão de f.
d) c é raiz de f.
e) c é raiz dupla de f.
7) Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
Dada a função quadrática f(x) = -2.x² + 4.x -9, as
coordenadas do vértice do gráfico da parábola definida
por f(x), é:
a) V = (-7; 1)
b) V = (1; -7)
c) V = (0; 1)
d) V = (-7; 0)
e) V = (0; 0)
8) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Assessor Jurídico
Se f é uma função tal que f( x + 2 ) = 3x + 1, é
CORRETO afirmar que f(x) é igual a
a) f(x)= 3x – 2
b) f(x) = 3x -1
c) f(x) =3x -5
d) f(x+2) = 3x +4
e) f(x+1) = 3x -3
9) Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: CBM-AC Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro
O valor máximo da função ƒ (x) = - x2 + 2x + 2 é:
a) 6.
b) 5.
c) 4.
d) 3.
e) 2.
10) Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: CBM-RO
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro
O gráfico abaixo representa a variação do preço de um
veículo, em função do tempo. Com base na análise
desse gráfico, pode-se concluir que o tempo necessário
para que o veículo fique valendo R$ 14 000,00, é:
Ensino de qualidade focado em concursos.
110
a) 1 ano;
b) 2 anos;
c) 3 anos;
d) 4 anos;
e) 5 anos.
GABARITO:
1 – D 3 – D 5 – E 7 – B 9 – D
2 – E 4 – B 6 – B 8 – C 10 – C
PROGRESSÕES
Progressão Aritmética
Vamos considerar as seqüências numéricas
a) (2, 4, 6, 8, 10, 12). Veja que a partir do 2º termo a
diferença entre cada termo e o seu antecessor, é
constante:
a2 - a1 = 4 - 2= 2; a3 - a2 = 6 - 4 = 2;
a5 - a4 = 10 - 8 = 2; a6 - a5 = 12 - 10 = 2
b) (2, 3/2, 1, 1/2, 0, -1/2)
a2 - a1 = 3/2 - 2= -1/2; a3 - a2 = 1 - 3/2 =-1/2;
a5 - a4 = 0 - 1/2 = -1/2; a6 - a5 = -1/2 - 0 = -1/2
Quando observamos que essas diferenças entre cada
termo e o seu antecessor, é constante, damos o nome
de progressão aritmética (P.A.) à constante damos o
nome de razão (r).
Obs.: r = 0 => P.A. é constante.
r > 0 => P.A. é crescente.
r < 0 => P.A. é decrescente.
Chama-se de progressão aritmética (P.A.), toda
sucessão de números que, a partir do segundo, a
diferença entre cada termo e o seu antecessor é
constante.
Fórmula do termo Geral de uma P.A.:
𝑎𝑛 = 𝑎1 + (𝑛 − 1). 𝑟
𝑎𝑛 = ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜.
𝑎1 = 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜.
𝑛 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠.
𝑟 = 𝑟𝑎𝑧ã𝑜.
BIZU:
Quando procuramos uma P.A. com 3, 4 ou 5 termos,
podemos utilizar um recurso bastante útil.
• Para 3 termos: (x, x+r, x+2r) ou (x-r, x, x+r).
• Para 4 termos: (x, x+r, x+2r, x+3r) ou (x-3y, x-y, x+y,
x+3y). Onde y = r/2.
• Para 5 termos: (x, x+r, x+2r, x+3r, x+4r) ou (x-2r, x-r,
x, x+r, x+2r).
Soma dos n termos de uma P.A.:
𝑆𝑛 =(𝑎1 + 𝑎𝑛)
2. 𝑛
Exemplo 1: Calcular a soma dos 20 primeiros termos
da P.A. ( 3, 7, 11,...).
𝑆𝑛 =(3 + 𝑎𝑛)
2. 20 =
(3 + (𝑎1 + (𝑛 − 1). 𝑟)
2. 20
(3 + (3 + (20 − 1). 4)
2. 20 = 820
Progressão Geométrica
Chamamos Progressão Geométrica (P.G.) a uma
seqüência de números reais, formada por termos, que
a partir do 2º, é igual ao produto do anterior por uma
constante q dada, chamada de razão da P.G. Dada
uma seqüência (a1, a2, a3, a4, ..., an,...), então se ela
for uma P.G. 𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1. 𝑞 , com n ≥ 2 e n ϵ IN, onde:
𝑎1 = 1º𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜
𝑎2 = 𝑎1. 𝑞 → 𝑞 =𝑎2
𝑎1
𝑎3 = 𝑎2. 𝑞 → 𝑞 =𝑎3
𝑎2
.
.
.
𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1. 𝑞 → 𝑞 =𝑎𝑛
𝑎𝑛−1
Ensino de qualidade focado em concursos.
111
Vamos considerar uma P.G. (a1, a2, a3, a4,..., an,...).
Pela definição temos:
𝑎1 = 𝑎1
𝑎2 = 𝑎1. 𝑞
.
.
𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1. 𝑞 →𝑎𝑛
𝑎𝑛−1
= 𝑞
𝒂𝒏 = 𝒂𝟏. 𝒒𝒏−𝟏 (Fórmula Geral)
Soma dos termos de uma PG é dada pela seguinte
fórmula:
BIZU:
Classificação da P.G.
1.Crescente {𝑞 > 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
0 < 𝑞 < 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
2. Decrescente {𝑞 > 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
0 < 𝑞 < 1 𝑒 𝑠𝑒𝑢𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑠ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Em uma campanha de doações à Creche Marias de
Deus, feitas por um grupo de lojistas de uma pequena
cidade, foram arrecadados 17 600 reais. Na reunião
que decidiu quanto aos valores a serem doados por
cada lojista, ficou acordado que a loja de menor lucro
líquido anual doaria 800 reais, a segunda loja de menor
lucro líquido anual, 400 reais a mais que a primeira, a
terceira, 400 reais a mais que a segunda e assim
sucessivamente. Quantas lojas fizeram doação à
Creche Marias de Deus?
a) 6
b) 9
c) 8
d) 10
e) 11
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Num dia de chuva forte, foi identificada uma goteira no
teto da sala de vídeo. Para controlar o pinga-pinga, a
servente colocou uma pequena vasilha no chão, abaixo
do local de onde as gotas caíam. Na primeira hora, a
vasilha recebeu 5 gotas de chuva; na segunda hora, 25
gotas; na terceira, 125 gotas e assim por diante.
Depois de quantas horas, essa vasilha recebeu 78 125
gotas?
a) 7
b) 6
c) 5
d) 8
e) 9
3) Ano: 2008, Banca: UPE / UPENET / IAUPE,
Concurso: HEMOPE/PE, Cargo: Auxiliar de Produção
Dadas as figuras abaixo:
Observamos que, na 1ª etapa, temos 1 objeto; na 2ª
etapa, 3 objetos; na 3ª etapa, 5 objetos, e, na 4ª etapa,
7 objetos. Com base no relato acima, quantos objetos
teremos na 6ª etapa?
a) 9
b) 10
c) 12
d) 11
e) 15
4) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova:
Soldado - Manutenção
Em uma feira de jogos, o número de visitantes duplica
a cada 26 minutos. Após 3 horas e 2 minutos desde o
início do evento, o ambiente lotou e 1.200 visitantes não
puderam entrar. Considere que nenhuma pessoa saiu
do evento nesse período e que no início havia 300
visitantes no evento, então a lotação máxima de
visitantes no evento é:
a) 9.600.
Ensino de qualidade focado em concursos.
112
b) 18.000.
c) 19.200.
d) 36.200.
5) Ano: 2017 Banca: FUNDATEC Órgão: BM-RS Prova:
Soldado da Polícia Militar
Sabendo que no primeiro dia de treino um Bombeiro
percorreu 3 km e a cada dia seguinte percorria 200m a
mais que no dia anterior, quantos quilômetros esse
Bombeiro teria percorrido em 15 dias de treino?
a) 60,0.
b) 64,0.
c) 66,0.
d) 68,0.
e) 70,0.
6) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova:
Soldado - Manutenção
O produto dos cinco primeiros termos de uma
progressão geométrica é 1 (um), ao passo que o
produto de seus cinco últimos termos é 1.024.
Considerando que essa progressão possui apenas seis
termos, então sua razão q, com q ∈ N, é:
a) 2.
b) 3.
c) 4.
d) 6.
7) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:
Soldado
As casas do lado esquerdo de uma rua têm numeração
par: 2, 4, 6, 8 e assim em diante. Sendo 2 o número da
primeira casa desse lado da rua, o número da 64ª casa
desse lado da rua será
a) 62.
b) 124.
c) 32.
d) 66.
e) 128.
8) Ano: 2013 Banca: EXATUS Órgão: PM-ES Prova:
Soldado da Polícia Militar
O comandante de um destacamento militar ordenou
que seus subordinados se organizassem em filas. A
primeira fila era composta por 14 soldados, a segunda
por 18 soldados, a terceira por 22 soldados, e assim,
sucessivamente. Sabe-se que o número de soldados
deste destacamento é igual a 1550. Dessa forma, é
correto afirmar que serão formadas:
a) 18 filas.
b) 20 filas.
c) 23 filas.
d) 25 filas.
e) 30 filas.
9) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova:
Soldado - Manutenção
Uma progressão aritmética crescente de razão 4 se
iguala a outra progressão aritmética decrescente de
razão 3 no 11º termo de ambas. A diferença entre o
primeiro termo da primeira progressão e o primeiro
termo da segunda progressão é:
a) 10.
b) 55.
c) 62.
d) 70.
10) Ano: 2016 Banca: CONSULPLAN Órgão: CBM-PA
Prova: Soldado do Corpo Bombeiro Militar
Em uma lanchonete recém‐aberta percebeu‐se que a
cada dia visitavam três clientes a mais que no dia
anterior, até o décimo dia. Sabendo que no primeiro dia
foram 13 clientes a visitar a lanchonete, então o número
total de clientes que visitaram a lanchonete nesses
primeiros 10 dias foi igual a:
a) 130.
Ensino de qualidade focado em concursos.
113
b) 215.
c) 245.
d) 265.
e) 280.
GABARITO:
1 – C 3 – D 5 – C 7 – E 9 – D
2 – A 4 – B 6 – C 8 – D 10 – D
Ensino de qualidade focado em concursos.
114
Geografia
FORMAÇÃO TERRITORIAL DE PERNAMBUCO
Localizado totalmente no Hemisfério Oeste (ou
Ocidental) do planeta, o Brasil possui a quinta maior
extensão territorial do mundo, com uma área de
8.514.876,5 Km². O país é atravessado ao norte pela
linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio:
93% de seu território localiza-se no Hemisfério Sul e
apenas 7% no Hemisfério Norte. O território brasileiro
corresponde a 1,6% de toda a superfície terrestre, 5,7%
das terras emersas, 20,8% da América e 47,3% da
América do Sul.
O Nordeste é uma das cinco macrorregiões geográficas
do IBGE ao lado de Centro-Oeste, Sul, Sudeste e orte.
Nela, o estado de Pernambuco ocupa a porção
Oriental, sendo banhado pelo Oceano Atlântico.
Pernambuco está localizado totalmente no Hemisfério
Oeste (ou Ocidental) do planeta, com uma área de
98.312 Km². O estado é próximo da linha do Equador e
ao mas a totalidade de seu território localiza-se no
Hemisfério Sul. O território brasileiro corresponde a
uma parcela muito pequena do território nacional e
menos de 7% das terras nordestinas.
Destaque da Região Nordeste no Brasil
Sua configuração geográfica longitudinal, ou seja,
alongado no destido ocidental-oriental (leste-oeste) faz
com que o litoral pernambucano seja um dos menores
do país e da região, com 187 quilômetros e o deixa
totalmente situado na zona Tropical, visto que seus
pontos extremos norte e sul são 7º15’ S e 9º 27’ S,
respectivamente. Já na direção leste-oeste as
distâncias são muitos maiores. Os pontos extremos
longitudinais do estado são 34º48’ e 41º19’, isso faz
com que popularmente muitos digam que o estado de
Pernambuco é uma “espinha de peixe! ”.
A composição territorial pernambucana alonga no
sentido leste-oeste faz com que a distância nesse
sentido sejam enormes. Por exemplo, é muito mais
longa uma viagem entre Recife e Petrolina, realizada
inteiramente no território de Pernambuco (770 km), do
que uma viagem Recife-Natal em que se cortam
territórios de três estados, Pernambuco, Paraíba e Rio
Grande do Norte (295 km).
Pernambuco faz divisa com vários estados nordestinos,
exceto Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão. Ao
norte faz divisa com Ceará e Paraíba, ao leste com o
Oceano Atlântico, ao Sul com Alagoas e Bahia e no
oeste com Piauí.
PROCESSOS DE FORMAÇÃO
Em 1501, quando a expedição do navegador Gaspar
de Lemos fundou feitorias no litoral da colônia
portuguesa, na recém descoberta América, teve início
o processo de colonização de Pernambuco, uma das
primeiras áreas brasileiras a ter ativa colonização
portuguesa.
Entre os anos de 1534 e 1536, Dom João III, então rei
de Portugal, instalou o sistema de Capitanias
Hereditárias no Brasil, que consistia na doação de um
lote de terras, chamado capitania, a um donatário
(português), a quem caberia explorar, colonizar as
terras, fundar povoados, arrecadar impostos e
estabelecer as regras do local. Entre os primeiros 14
lotes distribuídos por Dom João III estava a Capitania
de Pernambuco, ou Capitania de Nova Lusitânia, como
seu donatário, Duarte Coelho, a batizou. Dessa forma,
em 1535, Duarte Coelho estabeleceu-se no local onde
fundou a vila de Olinda e espalhou os primeiros
engenhos da região. Até então, os ocupantes do
território eram os índios Tabajaras.
Ensino de qualidade focado em concursos.
115
A Colônia
No período colonial, Pernambuco tornou-se um grande
produtor de açúcar e, durante muitos anos, foi
responsável por mais de metade das exportações
brasileiras. Pernambuco passou a ser a mais
promissora das capitanias da Colônia Portuguesa na
América. Tal prosperidade chamou a atenção dos
holandeses, que, entre 1630 e 1654, ocuparam toda a
região, sob o comando da Companhia das Índias
Ocidentais, tendo como representante o Conde
Mauricio de Nassau, que, por ter incendiado Olinda,
estabeleceu-se no Recife, fazendo-a capital do Brasil
holandês. Nassau trouxe para Pernambuco uma forma
de administrar inovadora. Além disso, realizou
inúmeras obras de urbanização, ampliou a lavoura da
cana e assegurou a liberdade de culto.
No período holandês, foi fundada no Recife a primeira
sinagoga das Américas. Amante das artes, Nassau
tinha, na sua equipe, inúmeros artistas, como Frans
Post e Albert Eckhrout, pioneiros na documentação
visual da paisagem brasileira e do cotidiano dos seus
habitantes.
A partir de 1645, teve início um movimento de luta
popular contra o domínio holandês de Pernambuco: a
Insurreição Pernambucana. A primeira vitória
importante dos insurretos se deu no Monte das
Tabocas, hoje localizado no município de Vitória de
Santo Antão, onde 1.200 insurretos mazombos
munidos de armas de fogo, foices, paus e flechas
derrotaram numa emboscada 1.900 holandeses bem
armados e bem treinados. Foram quase 10 anos de
conflito, com destaque para as duas Batalhas de
Guararapes, até que, em janeiro de 1654, os
holandeses se renderam. O movimento foi um marco
importante para o Brasil, tanto militarmente, com a
consolidação das táticas de guerrilha e emboscada,
quanto sóciopoliticamente, com o aumento da
miscigenação entre as três raças (negro africano,
branco europeu e índio nativo) e o começo de um
sentimento de nacionalidade.
A ocupação dos holandeses fez Recife prosperar, onde
se estabeleceram muitos comerciantes e mascates,
enquanto Olinda continuava a ser o reduto dos
senhores de engenho. Devido a divergências quanto à
demarcação de novas vilas, em 1710, os moradores de
Olinda invadem o Recife, dando início a chamada
Guerra dos Mascates. O líder da ocupação, Bernardo
Vieira de Melo entrou para a história quando sugeriu
que Pernambuco se tornasse uma república. Essa foi a
primeira vez que se falou em república no país. O
conflito só terminou com a chegada, em 1711, do novo
governador da região.
O Império
Em 1817, Pernambuco tentou proclamar-se
independente de Portugal, mas o movimento foi
derrotado. A Revolução Praeira, em 1848, questionava
o regime monárquico e já pregava a República.
Joaquim Nabuco, um dos maiores símbolos do
Abolicionismo, iniciou a pregação das ideias no Recife.
Os pernambucanos orgulham-se de sua participação
ativa na História do Brasil, sempre mantendo altos
ideais libertários.
A República
Com o advento da República, Pernambuco procurou
ampliar sua rede industrial, mas continuou marcado
pela tradicional exploração do açúcar. O Estado
modernizou suas relações trabalhistas e liderou
movimentos para o desenvolvimento do Nordeste,
como no momento da criação da Sudene. A partir de
meados da década de 1960, Pernambuco começou a
reestruturar sua economia, ampliando a rede rodoviária
até o Sertão e investindo em polos de investimento no
interior do Estado. Na última década, consolidaram-se
os setores de ponta da economia pernambucana,
sobretudos aqueles atrelados ao setor de serviços
(turismo, informática, medicina) e estabeleceu-se uma
tendência constante de modernização da
administração pública.
MESORREGIÕES
A mesorregião é uma subdivisão dos estados
brasileiros que agrupa diversos municípios de uma
determinada área geográfica com similaridades
econômicas e sociais. Esse conceito foi introduzido
pelo IBGE. Por suas características fisiográficas,
Pernambuco possui três Mesorregiões (Mata, Agreste
e Sertão) como mostra a figura abaixo:
As três Regiões Fisiográficas do Estado estão
divididas, para fins de planejamento, em 12 Regiões de
Desenvolvimento (RD).
É importante destacar ainda que além das
mesorregiões fisiográficas podemos encontrar outra
subdivisão do estado de Pernambuco em
mesorregiões, que compreendem as grandes regiões
do estado, que congregam diversos municípios de uma
área geográfica. Essa denominação-divisão foi criada
pelo IBGE, e consiste num sistema de divisão que tem
Ensino de qualidade focado em concursos.
116
aplicações importantes na elaboração de políticas
públicas e no subsídio ao sistema de decisões quanto
à localização de atividades socioeconômicas.
Oficialmente Pernambuco apresenta cinco
mesorregiões:
- Agreste Pernambucano;
- Região Metropolitana do Recife;
- São Francisco Pernambucano;
- Sertão Pernambucano;
- Zona da Mata Pernambucana.
Essas mesorregiões estão, por sua vez, subdivididas
em microrregiões. Pernambuco possui dezenove
microrregiões: Alto Capibaribe, Araripina, Brejo
Pernambucano, Garanhuns, Fernando de Noronha,
Itamaracá, Itaparica, Mata Meridional, Mata
Setentrional, Médio Capibaribe, Petrolina, Recife,
Salgueiro, Sertão do Moxotó, Suape, Vale do Ipanema,
Vale do Ipojuca, Vale do Pajeú e Vitória de Santo Antão.
Mesorregião do São Francisco Pernambucano
Aspectos físicos
A mesorregião do São Francisco Pernambucano é uma
das cinco mesorregiões do estado brasileiro de
Pernambuco. É formada por duas microrregiões e
abrange 15 municípios.
Petrolina é a capital regional dessa mesorregião, que,
além de possuir um importante porto fluvial e um
aeroporto internacional para exportações, é um polo
agroindustrial, financeiro e comercial.
Localiza-se no Centro-Sul do Estado de Pernambuco.
Faz divisa com os Estados do Piauí, Bahia e Alagoas.
A mesorregião é circundada pela margem esquerda do
Rio São Francisco, o qual faz divisa natural com o
Estado da Bahia. Graças ao rio, a região apresenta uma
desenvolvida agricultura irrigada, que coloca
Pernambuco como um dos maiores produtores e
exportadores de frutas do país.
A vegetação nativa é composta por caatinga.
Os índices pluviométricos da região são muito baixos,
entre 400mm e 800mm. Os meses mais chuvosos são
os do verão, enquanto que os mais secos são os da
primavera. As temperaturas ficam elevadas todo o ano,
com mínimas anuais de 15°C e máximas que podem
ultrapassar facilmente os 40°C. Foi no Município de
Petrolina, no dia 3 de janeiro de 1964, onde foi
registrada a maior temperatura em Pernambuco, com o
valor de 44.1°C.
Economia
Na sua porção mais seca, em que domina o clima
semiárido com rios temporários e vegetação de
caatinga, a atividade econômica predominante é a
pecuária bovina extensiva de corte. Já na sua porção
sul, o Rio São Francisco tem influência marcante. Às
suas margens desenvolvem-se culturas irrigadas,
utilizando técnicas modernas que aumentam a
produtividade. Esse aspecto contribui cada vez mais
para a instalação de agroindústrias, principalmente
produtora de vinhos. Merece destaque a produção de
Cebola (Belém do São Francisco) e Arroz (Cabrobó), e
de frutas como manga, uva e melão (Petrolina, Lagoa
Grande) para exportação. Nela também está localizada
a barragem de Itaparica sendo de grande importância
para a região. Segundo uma pesquisa da Revista Veja,
Petrolina é uma das 20 futuras metrópoles nacionais.
Áreas de fruticultura irrigada em Petrolina.
Uvas no Vale do São Francisco Pernambucano.
Ensino de qualidade focado em concursos.
117
Pecuária e Avicultura
(As principais estão em
negrito)
Produção Agrícola
(As principais estão em
negrito)
Animal
Asininos
Bovinos
Caprinos
Equinos
Galináceos
Muares
Ovinos
Suínos
Arroz
Banana
Batata-doce
Cebola
Cana-de-açúcar
Coco-da-baía
Feijão
Goiaba
Laranja
Mamão
Mamona
Mandioca
Manga
Melancia
Melão
Milho
Tomate
Uva
Demografia
De acordo com a estimativa de 2015, a população
dessa mesorregião totaliza 637.626 habitantes, sendo
que mais da metade vive no ambiente urbano. As
cidades mais populosas são: Petrolina (331.951), Santa
Maria da Boa Vista (41.293), Petrolândia (35.342),
Cabrobó (33.247), e Floresta (31.809).
Com a transposição do rio São Francisco, cidades
como Cabrobó e Floresta receberam uma grande
população e crescimento. Segundo o Censo 2010, a
mesorregião poderá ter uma população de pouco mais
de 575.000 habitantes. Junto com Juazeiro/BA,
Petrolina forma o maior aglomerado urbano do Sertão
Nordestino, as quais formam a Região Administrativa
Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e
Juazeiro juntamente com outras três cidades
pernambucanas e três cidades baianas totalizando
mais de 812.000 habitantes.
Transporte
Além de várias BRs que cortam a região, há também o
aeroporto internacional de Petrolina, de grande
importância regional. A mesorregião também conta
com o porto fluvial de Petrolina. O porto de Petrolina é
um importante porto fluvial, situado na margem
esquerda do Rio São Francisco. As embarcações que
nele atracam servem tanto ao transporte de
passageiros como ao de produtos para o Sertão
Nordestino.
O Aeroporto de Petrolina/Senador Nilo Coelho é um
aeroporto que serve ao Município de Petrolina, Lagoa
Grande, Afrânio e Dormentes, em Pernambuco, e
também ao Município de Juazeiro, Casa Nova,
Sobradinho e Curaçá, na Bahia. O Aeroporto de
Petrolina possui a segunda maior pista de aterrisagem
do Nordeste com 3.250 metros. Firma-se como um dos
principais do Nordeste, impulsionado pela produção do
Vale do São Francisco, maior exportador de frutas do
Brasil e responsável pela maior taxa de crescimento
econômico da Região. Os investimentos que a Infraero,
administradora de 67 aeroportos, implementou em
Petrolina, transformaram o aeroporto no segundo maior
do Nordeste.
São quatro as companhias aéreas que operam com
voos regulares no aeroporto: a Gol Linhas Aéreas,
Avianca Brasil, TRIP Linhas Aéreas e a Tam Linhas
Aéreas. O novo terminal de passageiros do Aeroporto
de Petrolina / Senador Nilo Coelho é totalmente
climatizado, com equipamentos de segurança
modernos, como o circuito interno de TV e o sistema
informativo de voo, além de 18 pontos comerciais
dentro do conceito de Aeroshopping. O aeroporto tem
lanchonetes, restaurante, lojas de artesanato e de
produtos regionais, locadoras de veículos e terminal de
saque eletrônico. O Aeroporto de Petrolina atende a
mais de 53 municípios nos Estados de Pernambuco,
Bahia e Piauí. Em 2008, o aeroporto recebeu mais de
207 mil passageiros.
Turismo
Belém do São Francisco
Casario e conjunto de igrejas do período colonial, bicas,
praias fluviais, a Ilha do Caxauí.
Floresta
Reserva Biológica da Serra Negra, os Letreiros de Mãe
D'Água (pinturas rupestres), sítios arquitetônicos com
casarões coloniais, praias fluviais, lagoas, riachos e
serras.
Itacuruba
Praias fluviais e trilhas ecológicas.
Petrolândia
Trilhas ecológicas, a praia do Toco, o Mirante do
Serrote, furnas, serras, além da Usina Hidroelétrica
Luiz Gonzaga (Itaparica).
Tacaratu
Serras, grutas, fontes, cachoeiras, passeios ecológicos,
Reserva Indígena Pankararu, casas de farinha, bicas,
igrejas, prédios históricos, artesanato (o distrito de
Caraibeiras é centro produtor de tecelagem em teares
manuais, cuja produção é distribuída no Brasil e no
Exterior), gastronomia típica e folclore.
Petrolina
Ensino de qualidade focado em concursos.
118
O Bodódromo, localizado em Petrolina, é o maior
complexo gastronômico ao ar livre do Nordeste quando
o assunto é carne de bode. No Bodódromo, os turistas
podem apreciar o principal prato típico da região: bode
assado. Com mais de dez restaurantes, o local, situado
na Av. São Francisco, ainda dispõe de área para shows
musicais, quiosques e lanchonetes.
Um agradável passeio por entre as marcas do passado,
presentes em pertences de vultos como Lampião – o
rei do cangaço, Dom Malán – primeiro bispo de
Petrolina, coronel Quelê – patriarca da família Coelho,
Joãozinho do Pharol – pioneiro da imprensa escrita do
interior do Nordeste e tantos outros. Um encontro
também com as exposições permanentes setorizadas
conforme as temáticas: Sala das Carrancas, Casa
Nordestina, Rio São Francisco, Cangaço e ícones
nordestinos. Em cada espaço um detalhe novo salta
aos olhos do visitante, possibilitando a compreensão e
o entendimento das transformações socioculturais e
econômicas ocorridas ao longo do tempo, na vida da
terra e do homem destes sertões.
River Shopping é um shopping situado na região do
Vale do São Francisco, na cidade de Petrolina. É o
maior shopping do Sertão Pernambucano, possuindo
100 lojas. Nele se encontram as únicas salas de cinema
da região, quatro salas da Orient Cinemas. Além das
lojas âncora, o River Shopping também abriga algumas
lojas de presença nacional como Arezzo, Chilli Beans,
Cacau Show, Colcci, Playtoy, Mundo Verde e O
Boticário. Por todo o shopping, há espalhados
quiosques diversos.
Cabrobó
Uma boa dica para quem visita Cabrobó é conhecer as
diversas cachoeiras existentes na cidade. Outra opção
para o visitante é desfrutar das águas do rio São
Francisco. Festa da Cebola e as Vaquejadas também
movimentam a cidade. Além disso, a festa da padroeira
da cidade, Nossa Senhora da Conceição, atrai turistas
para a região.
Mesorregião do Sertão Pernambucano
Sertão Pernambucano
Indicadores
PIB: R$ 6 754 833 mil IBGE/2012
PIB per capita: R$ 5 477 40 IBGE/2012
A mesorregião do Sertão Pernambucano é uma das
cinco mesorregiões do estado brasileiro de
Pernambuco. É formada pela união de 50 municípios
distribuídos em quatro microrregiões.
Aspectos físico
Essa mesorregião é a menos densamente habitada de
Pernambuco. Suas maiores cidades são Serra
Talhada, Araripina e Arcoverde.
A mesorregião é cortada por rios abundantes, como rio
Pajeú, rio Brígida e o rio Moxotó. Além disso, as
nascentes do rio de Ipojuca se localizarem em uma
serra do município de Arcoverde.
Sua vegetação é composta pela caatinga, com árvores
de médio porte, arbustos e estepe. Sua fauna é rica
principalmente em aves.
O índice pluviométrico é baixo em relação a outras
regiões do estado, as médias pluviométricas anuais
variam entre 600 mm e 1.500 mm, sendo mal
distribuídas ao longo do ano. Os meses mais chuvosos
são correspondentes aos do verão, com média entre
400 mm e 500 mm, e os menos chuvosos
correspondentes aos da primavera, com média entre 0
mm e 10 mm. As secas são muito severas e ocorrem
com frequência, o que é entrave para o
desenvolvimento econômico e social da região, já que
as obras da Transposição do rio São Francisco sofrem
com o descaso do Governo Federal.
O clima da região é o clima semiárido, com altas
temperaturas na maior parte do ano e com baixos
índices de umidade relativa do ar, que variam entre 5%
Ensino de qualidade focado em concursos.
119
a 90%. As temperaturas raramente caem para menos
de 10°C no inverno e raramente ultrapassam os 41°C.
A mesorregião do Agreste Pernambucano
É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de
Pernambuco. É formada pela união de 71 municípios
distribuídos em seis microrregiões.
Estende-se por uma área aproximada de 24 400 km²,
inserida entre a Zona da Mata e o Sertão. Representa
24,7% do território pernambucano e conta com uma
população de cerca de 1,8 milhão de habitantes (um
quarto da população do estado).
Aspectos físicos
Geologicamente a região está situada sobre o Planalto
do Borborema em uma altitude média entre 400 a 800
metros, sendo que em alguns pontos como nas
microrregiões de Garanhuns e do Ipojuca, as altitudes
podem chegar 1000 metros.
A região está inserida na área de abrangência do
Polígono das Secas, mas apresentando um tempo de
estiagem menor que a do sertão, devido à sua
proximidade do litoral. Os índices pluviométricos podem
variar em cada microrregião.
A região está situada em parte no Planalto da
Borborema, o que confere à região um clima mais
ameno em relação ao semiárido e com maior índice
pluviométrico. A região apresenta estações do ano bem
definidas, em comparação ao litoral e ao oeste
pernambucano.
O índice pluviométrico, temperatura e umidade relativa
do ar fica a cargo do relevo, pois o Agreste é a transição
entre a Zona da Mata e o Sertão. As chuvas são mal
distribuídas em grande parte da região, sendo mais
frequentes entre abril e junho (não ultrapassando
295mm) e mais escassas entre setembro e janeiro (não
ultrapassando 25mm). A umidade relativa do ar fica
entre 10% e 100%.
A região apresenta clima semiárido. As temperaturas
raramente ficam abaixo dos 8°C e dificilmente
ultrapassam os 37°C.
Clima
O Agreste Pernambucano possui um clima seco e
quente, com diminuição de chuvas no verão e
temperatura média sempre superior a 25°C. A mínima
no verão geralmente fica entre 20°C e 25°C, e a
máxima entre 30 e 35°C. A seca chega níveis críticos
em quase todos os anos. Nos anos de muita seca, fica
entre 4 meses e 1 ano sem uma gota de chuva. O índice
pluviométrico é sempre inferior a 600mm acumulado
em todos os anos.
A mesorregião da Mata Pernambucana
É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de
Pernambuco. É formada pela união de 43 municípios
distribuídos em três microrregiões. As cidades mais
importantes por microrregião são:
Na microrregião da Vitória de Santo Antão: Vitória de
Santo Antão;
Na microrregião da Mata Setentrional Pernambucana
(Zona da Mata Norte): Goiana, Carpina, Timbaúba e
Paudalho;
Na microrregião da Mata Meridional Pernambucana
(Zona da Mata Sul): Palmares, Escada, Sirinhaém e
Barreiros.
Aspectos físicos
A Zona da Mata Pernambucana estende-se por uma
área de 8.738 km2, limitando-se ao norte com a
Paraíba; ao sul, com Alagoas; ao leste, com a Região
Metropolitana do Recife e, ao oeste, com o Agreste.
Possui população estimada em 1.193.661 habitantes.
A Zona da Mata foi a porta de entrada dos europeus em
Pernambuco, pois, antes de existir a Região
Metropolitana do Recife, todas as cidades do leste
pernambucano eram integrantes dessa mesorregião –
antes de vigorar a Lei Complementar nº 14, que criou
outra mesorregião. A região é servida pelas rodovias
federais BR-232, BR-101 e BR-408. O nome "Zona da
Mata" refere-se ao que os portugueses viram desde o
litoral, uma faixa de Mata Atlântica. O revelo é ondulado
e argiloso, com alturas variando entre o litoral ao
interior, aumentando a altura para o interior.
A mesorregião é cortada pelos rios mais importantes do
estado, como o Rio Capibaribe, o Rio Ipojuca e o Rio
Ipanema, além de rios de menor extensão, como o Rio
Siriji.
A vegetação é composta por Mata Atlântica, que
incluem árvores de médio e grande porte e gramíneas,
com uma rica fauna.
O índice pluviométrico e a umidade relativa do ar são
elevados, com acumulados anuais que ultrapassam os
2.500 mm, ao passo que a umidade ar varia de 30% a
100%. O clima predominante é o clima tropical. As
temperaturas são equilibradas ao longo do ano, com
mínimas que raramente chegam a menos de 15°C e
máximas que nunca ultrapassam os 36°C.
Ensino de qualidade focado em concursos.
120
Economia
A economia da Zona da Mata é composta
principalmente pela plantação de cana-de-açúcar. A
região tem muitos engenhos e usinas. Ultimamente a
região vem se destacando devido ao crescimento no
número de indústrias alimentícias e automotiva que
vêm chegando desde 2010. Os municípios de maior
importância é Vitória de Santo Antão, Goiana,
Palmares, e Carpina. Outras cidades da região
crescem bastante, principalmente Goiana, na Mata
Norte, que recebeu, em 2011, a planta da maior fábrica
da Fiat no mundo, gerando muitos empregos para a
população local. A fábrica entrará em funcionamento
em 2014. Puxada pela Fiat a empresa de fabricação de
peças automotivas, WHB, lançou a pedra fundamental
na cidade de Glória do Goitá no começo do ano de
2012.
A mesorregião Metropolitana do Recife
É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de
Pernambuco. É formada por quatro microrregiões, que
totalizam 15 municípios, incluindo Vila dos Remédios
(pertencente ao arquipélago de Fernando de Noronha).
A MMR é caracterizada também por incluir a Região
Metropolitana do Recife conhecida pela sigla RMR, que
possui 14 municípios, não fazendo parte Vila dos
Remédios. A origem institucional da mesorregião
Metropolitana do Recife data dos anos 1970 (1973),
embora a identificação do fenômeno metropolitano
remonte a meados do século XX, quando o urbanista
pernambucano Antônio Baltar (1951) caracteriza o
Recife – município sede e núcleo da região – como
cidade transmunicipal / cidade conurbada / cidade
metropolitana. Desde então, a vida urbana do Recife se
integra à dos municípios vizinhos, que, em relação a
ele, conformam o aglomerado metropolitano de mais
alto nível de integração – Jaboatão dos Guararapes,
Olinda e Paulista.
Inicialmente composta por nove municípios, a MMR
ampliou esse número ao longo de três décadas, tanto
por expansão de seu perímetro, quanto por
desagregação de municípios no seu interior,
integrando, atualmente, 17 municípios (Jaboatão dos
Guararapes, Olinda, Paulista, Igarassu, Abreu e Lima,
Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço
da Mata, Araçoiaba, Ilha de Itamaracá, Ipojuca,
Moreno, Itapissuma e Recife) e um distrito estadual (o
Arquipélago de Fernando de Noronha).
História
A importância dessa mesorregião está ligada, desde os
tempos coloniais, à atividade açucareira. Para isso,
também contribuíram o solo fértil, os rios e o clima
quente e úmido. Antigamente, e durante muito tempo,
o açúcar produzido nas terras dessa mesorregião era
exportado para a Europa, através do porto do Recife,
que até hoje é um importante porto brasileiro.
Municípios
Recife
Jaboatão dos Guararapes
Olinda
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121
Município População (2014) IDH (2013) PIB (2010) R$ mil PIB per capita
(2010) R$
Fernando de Noronha 2 884 0,788
alto 38 747 14 484,70
Igarassu 110 917 0,665
médio 1 337 837 12 921,34
Ilha de Itamaracá 24 413 0,653
médio 138 598 6 202,10
Ipojuca 89 660 0,619
médio 9 560 448 116 198,31
Itapissuma 25 514 0,633
médio 491 757 20 447,26
Jaboatão dos Guararapes 680 943 0,717
alto 8 474,650 13 042,18
Moreno 60 435 0,652
médio 343 039 5 989,75
Olinda 388 821 0,735
alto 3 412 248 9 014,28
Paulista 319 769 0,732
alto 2 475 244 8 158,32
Recife 1 608 488 0,772
alto 33 149 385 21 434,88
São Lourenço da Mata 109 298 0,653
médio 611 817 5 891,13
RMR 3 890 145 0,687 67 357 574 19 844,29
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122
Economia
O PIB de 2009 da mesorregião foi de,
aproximadamente, R$ 50.560.643.000 com uma per
capita de R$ 13.707,92. A intensa atividade comercial
praticada nessa mesorregião incentivou o surgimento
de industrias: alimentares, têxteis, químicas, material
elétrico, cimento, metalúrgicas, comunicação, borracha
sintética, concentrada principalmente nos distritos
industriais de Recife, Cabo, Jaboatão e Paulista. O
Complexo Industrial e Portuário de Suape, instalado
nos municípios de Cabo e Ipojuca, a 40 km do Recife,
conta com indústrias petroquímicas, de fertilizantes, de
material eletroeletrônico. Atualmente, o emprego de
modernas técnicas de cultivo da cana-de-açúcar
resultou num aumento da produção açucareira, parte
absorvida pelo mercado nacional e o restante
exportado a Europa, Estados Unidos e países asiáticos.
O PIB da mesorregião corresponde a 65% do estadual.
Complexo Industrial e Portuário de Suape
A construção do Porto de Suape foi prevista para
operar produtos combustíveis e cereais a granel,
substituindo o Porto do Recife. Em 7 de novembro de
1978, uma lei estadual criou a empresa Suape
Complexo Industrial Portuário para administrar o
desenvolvimento das obras.
Hoje o porto é um dos maiores do Brasil, administrado
pelo governo de Pernambuco. A Suape opera navios
nos 365 dias do ano, sem restrições de horário de
marés. Para auxiliar as operações de acostagem dos
navios, o Porto dispõe de um sistema de monitoração
de atracação de navios a laser, que possibilita um
controle efetivo e seguro, oferecendo ao prático
condições técnicas nos padrões dos portos mais
importantes do mundo.
O Complexo Industrial e Portuário de Suape foi
escolhido para a implantação dos seguintes
empreendimentos como: Refinaria Abreu e Lima,
Estaleiro Atlântico Sul, Gerdau,Shineray, Amanco,
Pamesa, Pepsico, Hemobrás, Novartis, Bunge, Coca-
Cola, Unilever, CSN, Mossi & Ghisolfi, e a General
Motors.
A Suape tem o poder de duplicar a renda de
Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até 2030.
Porto Digital
O Porto Digital é um polo de softwares localizado na
cidade do Recife, criado em julho de 2000. É
reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil
em faturamento e número de empresas, totalizando
173 empresas em 2010, entre elas multinacionais como
Motorola, Borland, Oracle, Sun, Nokia, Ogilvy, IBM e
Microsoft. Emprega cerca de seis mil pessoas, e tem
3,9% de participação no PIB do estado.
Mobilidade urbana
A atração exercida por essa metrópole é tão grande
que, conforme Censo Demográfico de 2010, ela
apresentou uma População de 3.668.428 habitantes.
Os maiores municípios são Recife (1.536.934),
Jaboatão dos Guararapes (644.699), Olinda (375.559)
e Paulista (300.611). A densidade demográfica é uma
das mais altas do País, sendo ela de 1.332 hab./km². A
Grande Recife é a maior metrópole do Nordeste e 5ª
maior do Brasil. Estudos feitos pela ONU estimam que,
em 2015, a população da RMR será de 4,070 milhões)
Aeroporto Internacional
Aeroporto Internacional dos Guararapes
Nessa mesorregião, estão localizados importante
portos e aeroportos do estado e do país. O principal
aeroporto é o do Internacional do Guararapes, moderno
e bem equipado, que recebe aviões de companhias
aéreas nacionais e internacionais. O Aeroporto
Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre é o maior
complexo aeroportuário do Nordeste em capacidade
anual de passageiros, sendo o segundo terminal mais
movimentado da região. Possui o maior e mais
moderno sítio aeroportuário do Nordeste, conforme
dados da Infraero. O terminal de passageiros atual
conta com uma área de 52.000m². Futuramente, será
anexada uma área adicional de 24.000m², proveniente
do antigo terminal, o que elevará a capacidade do
complexo aeroportuário para 11,2 milhões de
passageiros por ano. Além disso, conta com um pátio
com 26 posições para aeronaves e 11 pontes de
embarque, 64 balcões de check-in e 2.120 vagas de
estacionamento. Está localizado no bairro do Ibura, no
Recife, capital de Pernambuco, a 11 km do centro.
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123
Portos
Porto do Recife
O porto do Recife, com seu terminal açucareiro, é um
dos mais movimentados do Brasil, sendo o principal
escoadouro de açúcar do Nordeste. Devido à sua
excelente posição geográfica, serve de escala aos
navios que ligam o Brasil aos países europeus, aos
Estados Unidos e ao resto do mundo. O porto do Suape
localiza-se a 40 km ao sul do Recife. Sua posição
geográfica privilegiada faz dele ponto de convergência
das principais rotas comerciais que interligam a costa
brasileira ao Hemisfério Norte. Começou a operar em
1984, movimentando basicamente derivados do
petróleo e álcool. Como é dotado de grande calado
(grande profundidade), Suape será também um porto
concentrador de cargas de todo o litoral da América do
Sul. O Complexo Industrial e Portuário de Suape
abrange uma área de 13.500 hectares e possui várias
zonas: portuária, administrativa, industrial, agrícola,
residencial, de preservação ecológica e cultural. A
mesorregião está recebendo atualmente o Estaleiro
Atlântico Sul, uma das maiores obras de portos do
Brasil.
Metrô
Metrô do Recife
Há também o Metrô do Recife, que é operado pela
CBTU/Metrorec e é composto atualmente de 28
estações, com linhas que somam 39,5km de extensão,
transportando cerca de 225 mil usuários por dia, sendo
205 mil na Linha Centro e 20 mil na Linha Sul.
Os trens da Linha Centro, que partem da Estação
Recife, possuem dois destinos distintos: a estação de
Camaragibe e a de Jaboatão. Isso acontece devido ao
fato de as linhas Centro 1 (Camaragibe) e Centro 2
(Jaboatão) compartilharem a mesma via e estações no
trecho entre as estações Recife e Coqueiral, graças ao
traçado da antiga ferrovia em que o metrô foi
construído.
Nas Linhas da Metrorec, a distância média entre as
estações é de 1,2km, com os trens seguindo a uma
velocidade média de 40km/h, podendo chegar a
80km/h. A bitola é 1600mm e a alimentação dos trens
é feita por catenárias aéreas. Na Linha Trem Sul a
distância média entre as estações é de 4km, a
velocidade comercial dos trens é de 31,5km/h. A bitola
é métrica e os trens utilizados possuem tração a diesel.
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124
MICRORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Microrregião é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988 (art. 25, §3º), um agrupamento de municípios limítrofes.
Sua finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum,
definidas por lei complementar estadual.
Entretanto, raras são as microrregiões assim definidas. Consequentemente, o termo é muito mais conhecido em função
de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com base em similaridades econômicas e sociais, divide os
diversos estados da federação brasileira em microrregiões.
Pernambuco, PE – 185 municípios, 5 mesorregiões e 19 microrregiões.
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125
REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO
Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco
MATA SUL MATA NORTE AGRESTE CENTRAL
1. Água Preta
2. Amaraji
3. Barreiros
4. Belém de Maria
5. Catende
6. Chã Grande
7. Cortês
8. Escada
9. Gameleira
10. Jaqueira
11. Joaquim Nabuco
12. Maraial
13. Palmares
14. Pombos
1. Aliança
2. Buenos Aires
3. Camutanga
4. Carpina
5. Chá de Alegria
6. Condato
7. Ferreiros
8. Glória do Goitá
9. Goiana
10. Itambé
11. Itaquitinga
12. Lagoa do Carro
13. Lagoa do Itaenga
14. Macaparana
1. Agrestina
2. Alagoinha
3. Altinho
4. Barra de Guabiraba
5. Belo Jardim
6. Bezerros
7. Bonito
8. Brejo da Madre de Deus
9. Cachoeirinha
10. Camocim de São Félix
11. Caruaru
12. Cupira
13. Gravatá
14. Ibirajuba
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126
15. Primavera
16. Quipapá
17. Ribeirão
18. Rio Formoso
19. São Benedito do Sul
20. São José da Coroa Grande
21. Sirinhaém
22. Tamandaré
23. Vitória de Santo Antão
24. Xexéu
15. Nazaré da Mata
16. Paudalho
17. Timbaúba
18. Tracumhaém
19. Vicência
15. Jataúba
16. Lagoa dos Gatos
17. Panelas
18. Pesqueira
19. Poção
20. Riacho das Almas
21. Sairé
22. Sanharó
23. São Bento do Una
24. São Caetano
25. São Joaquim do Monte
26. Tacaimbó
AGRESTE MERIDIONAL AGRESTE SETENTRIONAL
1. Águas Belas
2. Angelim
3. Bom Conselho
4. Brejão
5. Buíque
6. Caetés
7. Calçado
8. Canhotinho
9. Capoeiras
10. Correntes
11. Garanhus
12. lati
13. Itaíba
14. Jucati
15. Jupi
16. Jurema
17. Lagoa do Ouro
18. Lajedo
19. Palmeirinha
20. Paranatama
21. Pedra
22. Saloá
23. São João
24. Terezinha
25. Tupanatinga
26. Venturosa
1. Bom Jardim
2. Casinhas
3. Cumaru
4. Feira Nova
5. Frei Miguelinho
6. João Alfredo
7. Limoeiro
8. Machados
9. Orobó
10. Passira
11. Salgadinho
12. Sta. Cruz do Capibaribe
13. Sta. Maria do Cambucá
14. São Vicente Férrer
15. Surubim
16. Taquaritinga do Norte
17. Toritama
18. Vertente do Lério
19. Vertente
ITAPARICA ARARIPE RMR – NÚCLEO OESTE-SUL
1. Belém de S. Francisco
2. Camaubeira da Penha
3. Floresta
4. Itacuruba
5. Jatobá
6. Petrolândia
7. Tacaratu
1. Araripina
2. Bodocó
3. Exu
4. Granito
5. Ipubi
6. Moreilândia
7. Curricuri
8. Santa Cruz
9. Santa Filomena
10. Trindade
1. Cabo do Sto. Agostinho
2. Ipojuca
3. Jaboatão dos Guararapes
4. Moreno
5. São Lourenço da Mata
Ensino de qualidade focado em concursos.
127
MOXOTÓ SÃO FRANCISCO RMR – NÚCLEO NORTE
1. Arcoverde
2. Betânia
3. Custódia
4. Ibimirim
5. Inajá
6. Manari
7. Sertânia
1. Afrânio
2. Cabrobó
3. Dormentes
4. Lagoa Grande
5. Cirocó
6. Petrolina
7. Santa Marisa da Boa Vista
1. Camaragibe
2. Fernando de Noronha
3. Olinda
4. Recife
PAJEÚ SERTÃO CENTRAL RMR -NÚCLEO NORTE
1. Afogados da Ingazeira
2. Brejinho
3. Calumbi
4. Camíba
5. Flores
6. Iguarão
7. Ingazeira
8. Itapetim
9. Quixaba
10. Sta. Cruz da Bixa Verde
11. Santa Terezinha
12. São José do Egito
13. Serra Talhada
14. Solidão
15. Tabira
16. Triunfo
17. Tuparatema
1. Cedro
2. Mirandiba
3. Panamirim
4. Salgueiro
5. São José do Belonte
6. Serrita
7. Terra Nova
8. Verdejante
1. Abreu e Lima
2. Araçoiaba
3. Igarassu
4. Itamaracá
5. Itapissuma
6. Paulista
Ensino de qualidade focado em concursos.
128
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
No processo de formação do território pernambucano,
a partir da chegada dos portugueses na Capitania de
Pernambuco ou Nova Lusitânia, os primeiros núcleos
de povoamento foram as Vilas de
a) Itamaracá e Recife.
b) Igarassu e Olinda.
c) Igarassu e Recife.
d) Recife e Olinda.
e) Itamaracá e Igarassu.
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre as características e especificidades das Regiões
de Desenvolvimento - RD do Estado de Pernambuco,
analise os itens abaixo:
I. A RD do São Francisco concentra o PIB mais elevado
do Estado de Pernambuco e se caracteriza pela
tendência de expansão da ocupação humana em razão
dos incentivos promovidos pelos gestores públicos para
o desenvolvimento do maior polo industrial de
confecções do estado e crescimento da fruticultura,
sobretudo para abastecimento interno.
II. Pode-se observar, na RD da Mata Sul, uma
tendência de diversificação e ampliação das atividades
econômicas, a partir da implementação de projetos
indutores do desenvolvimento dos quais se destacam a
instalação do Polo Farmacoquímico de Pernambuco e
uma unidade da Fábrica de Automóveis Fiat no
Município de Goiana.
III. A RD Metropolitana possui o maior quantitativo
populacional e apresenta maior concentração de
empreendimentos econômicos, com destaque para os
que se originaram com a instalação do Complexo
Industrial e Portuário de Suape, que tem atraído
diversos investimentos, inclusive os do setor imobiliário
nas localidades próximas ao referido empreendimento.
IV. Na RD do Agreste Setentrional, especialmente nos
Municípios de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama,
observa-se um significativo crescimento dos centros
urbanos em razão, sobretudo, dos incentivos ao polo
industrial de confecções.
Estão CORRETOS apenas
a) I e II.
b) I, II e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, III e IV.
3) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: COMPESA Prova:
Analista de Gestão - Administrador de Banco de Dados
MESORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO
“Mesorregião” é uma área geográfica que apresenta
similaridades naturais, econômicas e sociais que
contribuíram para criar uma identidade regional ao
longo do tempo.
Com base no mapa acima, identifique as cinco
mesorregiões do Estado de Pernambuco.
( ) Metropolitana do Recife
( ) São Francisco
( ) Sertão
( ) Zona da Mata
( ) Agreste
Assinale a opção que indica a sequência correta, de
cima para baixo.
a) ) 1 – 2 – 4 – 3 – 5
b) 3 – 5 – 1 – 2 – 4.
Ensino de qualidade focado em concursos.
129
c) 5 – 1 – 2 – 4 – 3.
d) 3 – 1 – 2 – 5 – 4.
e) 5 – 3 – 4 – 1 – 2.
4) Por suas características fisiográficas, Pernambuco
possui três Mesorregiões, assinale a opção que contém
a correta divisão do estado em mesorregiões:
a) Zona da Mata, Sul de Pernambuco e Agreste.
b) Zona da Mata, Agreste Equinocial e Sertão.
c) Zona da Mata, Agreste e Sertão.
d) Agreste, Sertão e Meio Norte.
5) Em relação à linha do Equador e ao meridiano de
Greenwich o estado de Pernambuco está localizado:
a) ao norte do Equador e à leste de Greenwich.
b) ao norte do Equador e à oeste de Greenwich.
c) ao sul do Equador e leste de Greenwich.
d) ao sul do Equador e a oeste de Greenwich.
6) “As condições naturais, a posição geográfica e a
formação econômica – social que modelaram o
território pernambucano determinaram a sua divisão
em três grandes regiões geográficas, aceitas pelo
consenso: o Litoral–Mata, o Agreste e o Sertão”.
Não são características destas regiões, exceto:
a) o Agreste está situado num clima tropical úmido e
subúmido, onde domina atividades econômicas ligadas
à pecuária intensiva e à diversidade de produção de
frutas e horticulturas.
b) a região canavieira se desenvolveu no domínio do
litoral, onde as condições de clima e solos arenosos
foram favoráveis ao seu cultivo na forma de agricultura
irrigada, além de uma pecuária intensiva.
c) o Agreste compreende a porção sobre o Planalto da
Borborema, onde há uma variação do clima quente e
subúmido e dominam culturas diversificadas e uma
pecuária em moldes semi-intensivos.
d) o Sertão compreende uma área de clima quente e
árido e está delimitado pela área de monocultura
canavieira e pelo sertão do São Francisco, onde se
situa Petrolina, a cidade mais promissora do Estado.
e) a Zona da Mata está situada entre a Região
Metropolitana do Recife e os limites do clima tropical de
semi-aridez acentuada do Sertão Pernambucano, uma
área sob o domínio de monocultura canavieira.
7) Sobre a Mesorregião do São Francisco
Pernambucano, analise as afirmações abaixo.
I. A mesorregião do São Francisco Pernambucano é
uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de
Pernambuco. É formada por duas microrregiões e
abrange 15 municípios.
II. A vegetação nativa é composta por caatinga.
III. Os principais produtos agrícolas são: Arroz, Cebola,
Goiaba, Mamão, Mandioca, Manga, Melancia, Melão e
Tomate.
Somente está CORRETO o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) II.
e). Todas estão corretas.
8) Pernambuco faz divisa com vários estados
nordestinos, exceto:
a) Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão.
b) Ceará e Paraíba.
c) Alagoas e Bahia.
d) Piauí e Alagoas.
9) Microrregião é, de acordo com a Constituição
brasileira de 1988 (art. 25, §3º), um agrupamento de
municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a
organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum, definidas por lei
Ensino de qualidade focado em concursos.
130
complementar estadual. Pernambuco é composto por 5
mesorregiões, 19 microrregiões e
a) 195 Municipios.
b) 190 Municipios.
c) 185 Municipios.
d) 180 Municipios.
e) 175 Municipios.
GABARITO:
1 – B 3 – C 5 – D 7- E 9- C
2 – D 4 – C 6 – C 8- A
ASPECTOS FÍSICOS
CLIMA
O Estado está inserido na zona intertropical. Duas
tipologias climáticas dominam o Estado de
Pernambuco, cada qual em área diversa.
Na Baixada Litorânea (Zona da Mata), predomina o
clima tropical com temperaturas chegando à casa dos
24°C. As chuvas nessa região giram em torno dos
1.500mm anuais, sendo maior este índice no litoral
(2.000mm/ano).
Em outras duas áreas, Agreste (no centro) e Sertão
(oeste do Estado) ocorre o clima caracterizado como
semiárido quente. As temperaturas mais altas são
registradas no sertão (26°C), diminuindo mais para o
centro, chegando à casa dos 22°C, devido às altitudes
ali localizadas (planalto da Borborema).
Quanto às chuvas, o índice anual supera 2.000mm/ano
nessa região. Já no Sertão, as chuvas são escassas e
irregulares. São registrados índices pluviométricos
inferiores a 600mm/ano, originando, dessa forma, o
fenômeno da seca.
A exemplo de algumas regiões do Nordeste,
Pernambuco apresenta uma zona de transição
climática entre o clima do Sertão (seco) e o do Litoral,
mais precisamente na Zona da Mata (úmido).
Polígono das Secas
Os municípios que formam o Polígono das Secas são
aqueles relacionados no Manual de Preenchimento da
DITR, situados nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará,
Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande
do Norte e Sergipe, compreendendo grande parte do
Nordeste brasileiro geoeconômico. Essa região é
reconhecida pela legislação como sujeita a repetidas
crises de prolongamento das estiagens e,
consequentemente, é objeto de especiais providências
do setor público.
Constitui-se de diferentes zonas geográficas, com
distintos índices de aridez. Em algumas delas, o
balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde
somente se desenvolve a caatinga hiperxerófila sobre
solos delgados. Existem também áreas de balanço
hídrico positivo e presença de solos bem
desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela
poligonal, ocorrem, periodicamente, secas anômalas
que se traduzem, na maioria das vezes, em grandes
calamidades, ocasionando sérios danos à agropecuária
nordestina e graves problemas sociais.
O Polígono (ver mapa) abrange oito dos nove Estados
nordestinos – o Maranhão é a única exceção e
corresponde a 962.857,3 km² da área que corresponde
a região Nordeste. Há diferentes zonas geográficas,
com distintos índices de aridez. O combate às secas
vem sendo feito com a construção de açudes e
distribuição de verbas às prefeituras dos municípios
atingidos.
Ensino de qualidade focado em concursos.
131
Estudos indicam que o fenômeno da seca remonta a milhares de anos, antes mesmo da ocupação humana no Nordeste
brasileiro. De acordo com dados da Coordenação de Defesa Civil da extinta Sudene, a ocorrência de secas na Região
se verifica desde antes da chegada dos europeus ao continente. Alguns vestígios de barragens foram encontrados em
rios no Estado do Ceará, o que, segundo relato do historiador Pompeu Sobrinho, mostra que o homem nativo do
Nordeste já utilizava pedras para represar a água dos rios
As causas das secas têm proporção planetária e são influenciadas por diversos fatores, entre os quais vale destacar:
diferença de temperatura superficial das águas do Atlântico Norte, que são mais quentes, e do Sul, frias; deslocamento
da Zona de convergência intertropical para o Hemisfério Norte, em épocas previstas para permanência no Sul; e o
aparecimento do fenômeno conhecido como El Niño, caracterizado pelo aumento da temperatura no Oceano Pacífico
Equatorial Leste. A topografia acidentada do Nordeste e a alta refletividade da crosta são os principais fatores locais
inibidores da produção de chuvas
(Mapa da elevação da temperatura nos últimos 10 anos)
Climograma de Recife – PE
Ensino de qualidade focado em concursos.
132
VEGETAÇÃO
Mandacaru, umbuzeiro, juazeiro, angico, baraúna.
Teiú, tatupeba, cotia, preá, asabranca, carcará.
Espalhados por aproximadamente 800 quilômetros
quadrados do território brasileiro, os personagens da
flora e fauna catingueira lhe impingem beleza própria.
Mas não são só eles. O povo da Caatinga também
contribui com sua bravura, resistência e,
principalmente, com o orgulho que sente de ser
sertanejo (nome típico de seus habitantes) para que ela
seja única.
Luiz Gonzaga, nosso eterno “Rei do Baião”, que o diga!
A canção “Asa Branca”, que o pernambucano compôs
com o parceiro Humberto Teixeira, e que ficou
eternizada em sua voz e sanfona inconfundíveis, é uma
das mais bonitas declarações de amor ao Sertão
brasileiro, lugar que, à primeira vista, pode até parecer
uma desolação sem fim, mas que, com um pouco mais
de atenção, revela-se um cenário onde a luta pela vida
e a bravura falam muito mais alto.
Chamada pelos índios de “mata branca”, a vegetação
retorcida, o solo pedregoso, árido, e o baixo índice
pluviométrico da Caatinga não são para qualquer um. A
natureza e toda a gente do Sertão tiveram de se
adaptar. Na ausência das chuvas, que pode se
estender por meses a fio, plantas, bichos e gente
desenvolveram estratégias para se manterem vivos. Os
peixes anuais, por exemplo, enquanto aguardam a
chegada das primeiras águas, enterram seus ovos na
areia do leito de lagoas, poças e rios intermitentes
(aqueles que desaparecem na estiagem e reaparecem
após as “cheias”). Assim que a chuva cai, os ovos
eclodem, dando início ao ciclo vital novamente.
Mesmo quando chove, o solo pedregoso da Caatinga
não dá conta de armazenar água e a temperatura
elevada, com médias que variam entre 25 e 29 graus
Celsius, provoca intensa evaporação. Na longa
estiagem enfrentada ano a ano, o Sertão assemelha-se
a um semideserto. As folhas da maioria das árvores já
caíram, o gado e a fauna nativa começam a emagrecer,
os rios intermitentes deixam de correr e as lagoas
secam.
Sem folhas, as árvores, de caule e casca finos,
adquirem cor esbranquiçada, o que justifica o apelido
de “mata branca” da Caatinga. O calor do sol atinge o
solo em cheio, o qual se racha e fica coberto de trincas.
Cíclicas e prolongadas, as secas interferem de forma
decisiva na vida dos bichos, plantas e do povo do
sertão. Para driblá-la, o sertanejo se vira como pode e
a natureza “paga o pato”.
No Araripe, em Pernambuco, os agricultores familiares
desmatam a mata nativa e vendem a madeira para
alimentar as fornalhas do Polo Gesseiro da região.
Responsável pela produção de 95% da produção
nacional de gesso, o englobado de 11 municípios fica a
600 quilômetros de Recife (PE). “A matriz energética
para a fabricação de gesso é a vegetação da Caatinga”,
conta Márcio Moura, agrônomo da ONG Caatinga,
presente há 17 anos na região.
O trabalho que realiza, de conscientização ecológica
com práticas de conservação do solo, não é capaz de
frear os agricultores locais. Na atividade pecuária, eles
Ensino de qualidade focado em concursos.
133
também impactam a Caatinga, provocando o
empobrecimento do solo, a poluição e a contaminação
dos lençóis freáticos. Foi esse o jeito que encontraram
de reduzir os custos de mão de obra.
“Os agricultores daqui desmatam a vegetação
catingueira para criar bovinos. Quando a área perde
todo o capim, eles procuram outra e outra e outra. Até
que retornam à primeira e, para acabar com a
vegetação primária que cresceu ali, usam e abusam de
herbicidas. Em seguida plantam novamente o capim”,
relata Moura.
A Caatinga, assim como o Cerrado, não está incluída
na Constituição Federal do Brasil, e desde o período
colonial vem sofrendo degradação: “É como se não
fôssemos importantes como a Amazônia ou a Mata
Atlântica. Nem a intensa produção de mel na região,
com mais de mil espécies melíferas, é valorizada. O
poder público local é despreparado e não há
fiscalização”, alerta o agrônomo da ONG Caatinga.
Há pouco mais de dois anos, o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) divulgou os números da degradação na
Caatinga. O desmatamento do bioma havia saltado de
43,38% em 2002, para 45,39% em 2008, o que significa
que 16.576 km2 (área equivalente a 1.657.600 campos
de futebol) da Caatinga já haviam sido retirados. Entre
2002 e 2008, a taxa média de desmatamento anual
registrou 2.763 km2, com precisão na identificação de
98,4%.
Os estados que mais desmataram foram Bahia (638
km2), Ceará (440 km2) e Piauí (408 km2). Entre os
municípios que apresentaram maiores áreas de
supressão de floresta estão Mucugê e Ruy Barbosa
(BA) e Cabrobó (PE).
A ONG Caatinga informa, entretanto, que dados mais
atuais da Embrapa apontam que 60% da vegetação
catingueira já foram desmatadas.
Êxodo rural – Embora os antigos agricultores ainda
permaneçam no Sertão do Araripe e, corajosos,
continuem a enfrentar a seca, a juventude está
migrando para as grandes cidades. “Falta crédito, falta
terra, falta assessoria técnica. Tudo isso, aliado a
ausência de escolas (no lugar do professor vir até a
zona rural é o aluno que vai até a cidade para cursar o
Ensino Fundamental e Médio) é um prato cheio para a
migração”, avalia Moura.
Contrariando essa realidade, está Lourivalnda Alves de
Souza, 25 anos. Nascida no município de Bodocó (PE),
a jovem, que trabalha e estuda em Ouricuri (PE), diz
que “não há política pública aqui que valorize a cultura
dos jovens; influenciados pela mídia, eles se sentem
desvalorizados, sem identidade própria e vão embora”.
E sinaliza para a importância da educação no processo
de valorização da cultura: “O ensino deveria se basear
na realidade local. O ‘a’ que aprendi na escola era de
avião e não de um dos bichos ou árvores de nossa
fauna”.
A Caatinga é única, de beleza indiscutível quando
floresce. Sua resistência se compara à de seu próprio
povo que, apesar de sofrido, é forte! ”
De Ouricuri, Lourivalnda revela de onde vem essa força
do povo do Sertão. “O sertanejo é altivo, bravo e
estrategista por natureza; aprendeu com a Caatinga a
guardar o alimento, a semente e a água para, na época
da escassez, garantir a própria sobrevivência”, orgulha-
se.
Zona da Mata e Região Litorânea
A vegetação litorânea do Estado de Pernambuco
apresenta matas, manguezais e cerrados, que recebem
a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneas
e arbustos tortuosos, predominantemente
representados, entre outras espécies por batiputás e
mangabeiras.
Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a
presença de árvores altas, sempre verdes, como a
peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os
manguezais apresentam árvores com raízes de
suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de
ambiente natural.
• Zona da Mata (faixa próxima ao litoral) – A maior
cidade nessa região é a capital, Recife. O litoral
pernambucano tem belas praias, destacando-se a
Praia de Boa Viagem (na própria capital) e Porto de
Galinhas. Toda a faixa é uma grande planície, com
alguns locais abaixo do nível do mar, várzeas e lagos.
A vegetação predominante são os manguezais. O clima
na Zona da Mata é tropical.
• Agreste (faixa de transição) – A maior cidade dessa
região é Caruaru, a 120 km de Recife. Trata-se de um
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134
planalto, com altitudes que variam de 400 a 1000
metros. A vegetação predominante é a Mata Atlântica.
O clima no Agreste é semiárido.
• Sertão (zona semiárida) – Trata-se do oeste do
Estado, região marcada por Serras, chapadas e
depressões. A principal cidade da região é Petrolina. A
vegetação típica da região é a caatinga. O clima é
semiárido quente.
Ao sul do estado, encontra-se uma região serrana,
continuação da Chapada Diamantina (Bahia). Devido à
altitude, as cidades de Garanhuns e Gravatá são
conhecidas pelo clima moderado.
Os rios mais importantes de Pernambuco são: Rio São
Francisco, Capibaribe, Una, Pajeú, Ipojuca e Jaboatão.
Outras cidades importantes de Pernambuco são:
Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e
Camaragibe.
Outro grande destaque de Pernambuco é o
Arquipélago de Fernando de Noronha, formado por 21
ilhas, localizado a uma distância de 545 km de Recife.
HIDROGRAFIA
As grandes bacias hidrográficas de Pernambuco possuem duas vertentes: o Rio São Francisco e o Oceano Atlântico.
As bacias que escoam para o Rio São Francisco formam os chamados rios interiores sendo os principais: Pontal,
Garças, Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó, Ipanema, além de grupos de pequenos rios interiores. As bacias que
escoam para o Oceano Atlântico, constituem os chamados rios litorâneos, e os principais são: Goiana, Capibaribe,
Ipojuca, Sirinhaém, Una e Mundaú e GL.
O plano estadual de recursos hídricos (1998) dividiu o estado em 29 unidades de planejamento (up), caracterizando,
assim, a divisão hidrográfica estadual, composta de 13 bacias hidrográficas, 6 grupos de bacias de pequenos rios
litorâneos (gl1 a gl6), 9 grupos
de bacias de pequenos rios interiores (GL1 a GL9) e uma bacia de pequenos rios que compõem a rede de
drenagem do arquipélago de Fernando de Noronha. é importante salientar que a bacia GL1 drena parte para
o rio são Francisco (riacho traipu) e parte para o oceano atlântico (rio paraíba).
A maior parte das grandes bacias hidrográficas pernambucanas situa-se integralmente dentro dos limites do
estado, exceto as bacias dos rios una, mundaú, ipanema e moxotó que possuem parte de sua área de
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135
drenagem no estado de alagoas. além dessas, há pequenas bacias compartilhadas com os estados do ceará
(GL9), paraíba (GL6) e alagoas (GL5).
Hidrografia
Há poucos lagos e lagoas no estado, como a Lagoa do Araçá e a Lagoa Olho D'Água, ambas na Região
Metropolitana do Recife. Na periferia do município do Recife, encontram-se dois belos cartões postais do
município, os Açudes do Prata e de Apipucos, sendo o primeiro pertencente ao Parque Dois Irmãos. Além
disso, existe um conjunto de reservatórios distribuídos por todo o estado, com destaque para o Reservatório
de Jucazinho, considerado o maior de Pernambuco, localizado na região Agreste, próximo ao município de
Surubim. Os manguezais são abundantes em todo o litoral, porém foram praticamente extintos na RMR
devido à urbanização (com a exceção do maior mangue urbano do Brasil, cercado por bairros da zona sul
do município do Recife, como Boa Viagem). Porém, nos anos 1990, houve um programa de reimplantação
do mangue nas margens do Rio Capibaribe, desenvolvido pela prefeitura do Recife, trazendo de volta a
vegetação ao rio por toda o município.
Rios
São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são os rios principais. O São Francisco é de
importância vital para o interior do estado, principalmente para a distribuição de umidade através de
irrigação.
Reservatório Município Cap. Máx. Data Volume (hm3) %
Bacia Hidrográfica
ABÓBORAS PARNAMIRIM 14.350 04/04/2016 0 0 TERRA NOVA
ALGODOES OURICURI 58.481 21/03/2016 736 1 BRIGIDA
ARARIPINA (BAIXIO)
ARARIPINA 3.702 28/01/2014 0 0 BRIGIDA
ARCOVERDE/ RIACHO DO PAU
PEDRA 16.800 25/02/2016 159 0 IPANEMA
ARRODEIO SÃO JOSÉ DO BELMONTE
14.522 03/12/2015 0 0 PAJEU
BARRA SERTANIA 2.738 25/02/2016 0 0 MOXOTO
BARRA DA MELANCIA
AFRÂNIO 1.374 05/01/2015 0 0 PONTAL
BARRA DO CHAPEU
CABROBO 1.600 11/06/2014 0 0 TERRA NOVA
BARRA DO JUÁ FLORESTA 71.474 05/04/2016 1.188 1 PAJEU
BARREIRA DA ALEGRIA (AFRÂNIO)
AFRÂNIO
2.880
21/10/2009
0
0
PONTAL
Ensino de qualidade focado em concursos.
136
Reservatório Município Cap. Máx. Data Volume (hm3)
% Bacia
Hidrográfica
BITA CABO DE SANTO
AGOSTINHO 2.779 28/04/2016 2.769 99 GL2
BREJO DOS COELHOS
SÃO CAETANO 356 15/04/2016 356 100 IPOJUCA
CACIMBA SANTA CRUZ 1.732 28/04/2015 1.701 98 GARCAS
MUNDAU GARANHUNS 1.968 25/02/2016 1.968 100 MUNDAU
PAU FERRO (UNA)
QUIPAPÁ 12.174 20/01/2016 11.937 98 UNA
SIRIGI VICÊNCIA 17.260 05/04/2016 17.237 99 GOIANA
VÁRZEA DO UNA SÃO LOURENÇO
DA MATA 11.568 28/04/2016 11.077 95 CAPIBARIBE
VARZINHA OURICURI 1.127 28/04/2015 1.109 98 BRIGIDA
Reservatório Município Cap. Máx. Data Volume (hm3)
% Bacia
Hidrográfica
PIRAPAMA CABO DE SANTO
AGOSTINHO 60.937 28/04/2016 61.659 101 GL2
SICUPEMA CABO DE SANTO
AGOSTINHO 3.200 28/04/2016 3.210 100 GL2
Bacia do São Francisco
O rio São Francisco, eixo principal da bacia, é o maior rio totalmente brasileiro, com 2.700 km de extensão.
Por essa razão, é denominado rio genuinamente brasileiro.
Sua bacia ocupa 631.133 km² (7,4% do território nacional) unindo as terras do Sudeste e do Nordeste do
país, daí a denominação de rio da unidade nacional.
O velho Chico como é conhecido não é nordestino, ainda que ele percorra grandes extensões nessa região
de secas. Ele nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e deságua no Atlântico, na divisa entre Alagoas
e Sergipe, depois de percorrer longo trecho do sertão nordestino. Corre no sentido geral norte-sul. Possui
declives acentuados em trechos próximos à nascente ou à foz, o que confere a posição de segunda bacia
em produção hidrelétrica do Brasil.
Polêmica Rota da Transposição
Em agosto de 2016 a obra de integração das bacias hidrográficas nordestinas a partir do desvio de água do
rio São Francisco completa nove anos. Estão previstos dois eixos principais. O eixo norte que levará água
de Cabrobó (PE) para os sertões pernambucano, cearense e potiguar. Já o eixo leste colherá água em
Petrolândia (PE) para as áreas mais próximas do litoral nos estados da Paraíba e de Pernambuco.
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137
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre o relevo de Pernambuco, assinale a alternativa
CORRETA.
a) As planícies costeiras localizam-se na porção Leste
de Pernambuco do Grupo Barreiras e são modeladas
por cursos fluviais, como o de São Francisco, e demais
rios igualmente intermitentes.
b) Os compartimentos regionais do relevo de
Pernambuco são, em sua maioria, caracterizados por
cotas altimétricas superiores a 1.500m de altitude.
c) Inselbergues são relevos residuais encontrados nas
planícies costeiras e nos tabuleiros costeiros de
Pernambuco.
d) Depressões sertanejas localizam-se nas regiões de
interface entre o Planalto da Borborema e as planícies
costeiras.
e) No semiárido de Pernambuco, é comum a presença
de superfícies aplainadas, conhecidas como
pediplanos.
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Em junho de 2010, o Estado de Pernambuco foi
acometido por uma catástrofe resultante de altas taxas
de precipitação pluviométrica em curto espaço de
tempo. Considerando os aspectos físicos de
Pernambuco, analise as proposições abaixo:
I. Uma forte onda de leste atingiu o Estado, acarretando
enxurradas violentas, sobretudo nos rios Una e
Jaboatão. O fenômeno trouxe sérias consequências
como inundação e destruição em várias regiões, em
diferentes municípios.
II. Os Municípios de Barreiros e Palmares foram
exemplos da destruição decorrente das fortes chuvas.
Deve-se destacar o fato de ambas as cidades
localizarem-se na Zona da Mata, região que apresenta
uma das maiores isoietas médias anuais de
Pernambuco.
III. As atividades antrópicas potencializam os efeitos de
grandes eventos de precipitação pluviométrica, na
medida em que atuam com o desmatamento de locais
próximos aos rios, impermeabilização do solo e
ocupação desordenada em áreas de risco geológico.
IV. As perdas e os danos decorrentes de eventos
chuvosos de grande magnitude podem ser
minimizados, na medida em que sejam retiradas todas
as obras de contenção de águas, como as barragens,
extinguindo a vulnerabilidade de regiões com alto
volume hídrico represado.
Estão CORRETAS apenas
a) I, II e III.
b) I e III.
c) I e II.
d) II, III e IV.
e) I, III e IV.
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Alguns estudos justificam que o nome do Estado de
Pernambuco provém da derivação do tupi, que significa
„furo de mar‟. Outros indicam que o significado seja
„mar comprido‟. Ambas as etimologias associam
Pernambuco às influências marinhas.
Considerando as características gerais do clima de
Pernambuco, analise as proposições abaixo:
I. A porção leste do Estado de Pernambuco apresenta
menores amplitudes térmicas em decorrência do seu
limite com o Oceano Pacífico que apresenta as maiores
cotas pluviométricas. Na porção oeste, as amplitudes
térmicas são maiores.
II. O regime anual de precipitações pluviométricas no
semiárido é menor que no litoral, porém tal regime
apresenta distribuição mais homogênea no semiárido,
em decorrência da Frente Polar Atlântica e de suas
maiores chuvas que ocorrem entre o outono e o
inverno.
III. Os brejos de altitude apresentam índices
pluviométricos mais elevados do que em outras regiões
do semiárido em decorrência de suas altitudes e
chuvas orográficas, como nos Municípios de Triunfo e
Garanhuns.
Ensino de qualidade focado em concursos.
138
IV. Em linhas gerais, Pernambuco apresenta climas
quentes em decorrência da ação da latitude e modestas
cotas altimétricas. As porções com temperaturas mais
amenas são as superfícies de cimeira.
Estão CORRETAS apenas
a) I e II.
b) III e IV.
c) I e III.
d) II e III.
e) II e IV.
4) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre as regiões de Pernambuco, analise as
afirmações abaixo.
I. Na Zona da Mata, o clima é quente e úmido; o relevo
se caracteriza por apresentar colinas convexas, que
surgem dominantemente em terrenos cristalinos da
porção oriental do estado, principalmente na Mata Sul
assim como apresenta médias anuais de chuvas
superiores a 1.800mm, com temperaturas anuais em
torno de 24ºC.
II. No Sertão, sobretudo a partir de Arcoverde, o relevo
se mostra com predominância de superfície aplainada,
denominado de pediplanos, com relevos residuais,
também conhecidos como inselbergues. Apresenta
precipitações anuais iguais ou inferiores a 800mm.
Também são encontradas “ilhas de umidade”, ou
brejos, onde se observam índices de chuvas em torno
de 900 a 1.000 mm.
III. O Agreste marca a transição entre a Zona da Mata
e o Sertão. A policultura e a pecuária de corte são as
principais atividades econômicas. Os rios são
predominantemente perenes, sendo constatados,
apenas, pela forma do leito e pela existência de alguns
poços.
Somente está CORRETO o que se afirma em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) II.
e) III.
5) Analise as afirmativas sobre os aspectos físicos de
Pernambuco e marque a alternativa INCORRETA.
a) O território pernambucano está localizado na Região
Nordeste do Brasil, sendo banhado pelo Oceano
Atlântico.
b) Pernambuco apresenta vegetações variadas de
acordo com cada região, predominando as áreas de
caatinga, floresta tropical e mangues litorâneos.
c) A maioria dos rios de Pernambuco pertence à Região
Hidrográfica do São Francisco.
d) Ponta do Seixas, considerada o ponto extremo leste
do território brasileiro, está localizada em Pernambuco.
e) Os climas predominantes no estado são o tropical
atlântico e o semiárido.
6) Estes rios fazem parte da paisagem e do dia a dia
do homem do Sertão de Pernambuco, servindo como
fonte de água, áreas de recreação, cultivo de vegetais
e criação de animais. O sertanejo apresenta estratégias
de sobrevivência durante os períodos de estiagem, que
são resultado direto de suas percepções sobre as
variações no fluxo de água desses rios. Estes
ambientes fazem parte da cultura do sertanejo sendo
citados em sua produção artística por grandes
escritores como Euclides da Cunha, João Cabral de
Melo Neto, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.
(www.ecodebate.com.br/2012/09/03/reducao-de-apps-
compromete-rios-e--biomas-brasileiros-entrevista-
com-o-biologo-elvio-sergio-medeiros)
O texto faz referência a dois elementos naturais de
grande importância para o sertão pernambucano. São
eles os rios
a) efêmeros e a paisagem de colinas.
b) cársticos e a paisagem de chapadas.
c) intermitentes e a paisagem de caatingas.
d) de talvegue e a paisagem de cerrados.
e) temporários e a paisagem de terras baixas.
Ensino de qualidade focado em concursos.
139
7). Observe a letra da música Petrolina – Juazeiro
(composição de Jorge de Altinho):
Petrolina - Juazeiro
(...) “Jesus abençoou com sua mão divina
Pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina
Do outro lado do rio tem uma cidade
Que na minha mocidade eu visitava todo dia
Atravessava a ponte, mas que alegria
Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia
Petrolina, Juazeiro
Juazeiro, Petrolina
Todas as duas eu acho uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro
Mas adoro Petrolina
Ainda me lembro dos meus tempos de criança
Esquisita era a carranca e o apito do trem
Mas achava lindo quando a ponte levantava
E o vapor passava num gostoso vai-e-vem “.
A letra da música acima menciona uma ponte que liga
Petrolina (PE) a Juazeiro (BA). Essa ponte situa-se
sobre qual rio?
a) Araguaia
b) Tocantins
c) São Francisco
d) Parnaíba
e) Itapecuru
8) O Governo Federal brasileiro executa, sob
responsabilidade do Ministério da Integração Nacional,
o “Projeto de Integração do Rio São Francisco com
Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional”. Esse
projeto objetiva a transposição de parte das águas do
Rio São Francisco por meio da construção de dois
canais com 700 quilômetros de extensão total, os quais
viabilizarão o aumento da oferta de recursos hídricos
em áreas semiáridas dos estados de Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Sobre o
assunto, assinale a alternativa correta.
a) A realidade hídrica, principalmente nos aspectos
atinentes à oferta e uso das águas, é tema que,
historicamente, não tem integrado o debate sobre o
semiárido nordestino.
b) A transposição das águas do Rio São Francisco não
é vista como solução para resolver o problema do
abastecimento das cidades e mitigar a sede dos
nordestinos.
c) O São Francisco é um rio inteiramente localizado no
Nordeste semiárido, com nascente no estado da Bahia
e foz no litoral de Pernambuco.
d) A escassez de água no Nordeste brasileiro pode ser
atribuída a características geoambientais específicas
dessa região e, também, de falhas na gestão dos
recursos hídricos por parte do poder público.
e) As chuvas na Região Nordeste são bem distribuídas
no tempo, graças a fenômenos climáticos, tais como o
El Niño que favorece a ocorrência de frentes frias
causadoras de chuvas.
9) O Brasil, devido a sua extensão territorial e a sua
diversidade climática, possui sistemas paisagísticos
muito heterogêneos. Na imagem abaixo, está
representado um dos biomas mais ricos e
diversificados do território brasileiro. Sobre esse bioma,
podemos afirmar que
Ensino de qualidade focado em concursos.
140
a) possui como característica marcante a presença de
espécies perenifoliadas, com a capacidade de
armazenamento de água, como as cactáceas, e uma
grande diversidade faunística.
b) está localizado em ambiente semiárido, com índices
pluviométricos que variam entre 300mm e 800mm ao
ano, com formações vegetais predominantemente
arbustivas, xerófilas, das quais muitas são endêmicas.
c) seus solos são geralmente férteis, profundos e com
pouca umidade, o que dificulta a prática agrícola,
apesar dessa ser uma das principais atividades
econômicas na região da Caatinga.
d) não sofreu grande pressão antrópica, devido ao seu
aspecto rudimentar, desse modo ainda possui mais de
70% da sua vegetação preservada, sem evidência de
grandes processos de degradação.
e) é encontrado em regiões de clima tropical e
semiárido, dessa forma se estende pelo Nordeste e
Centro-Oeste brasileiro, assim como também pode ser
encontrado em alguns locais do continente africano.
10) Sobre as regiões geográficas do espaço
pernambucano, analise as proposições abaixo.
I. O Sertão pernambucano compreende mais de
sessenta por cento do território do Estado.
II. A zona da Mata é a área situada nas proximidades
do sertão com clima tropical úmido.
III. O agreste compreende a porção sobre Borborema,
onde há variação do clima úmido e subúmido.
Somente está CORRETO o que se afirma em
a) I.
b)II.
c) I e II.
d)I e III.
e) III.
GABARITO:
1 – E 3 – B 5 – D 7 – C 9 – B
2 – A 4 – A 6 – C 8 – D 10 – D
ASPECTOS HUMANOS E INDICADORES SOCIAIS POPULAÇÃO
Segundo o Censo Demográfico de 2010 realizado pelo
IBGE (última contagem oficial), a população de
Pernambuco era de 8.796. 448 habitantes, sendo o
sétimo estado mais populoso do Brasil, representando
4,7% da população brasileira. Do total, 4.230.681
habitantes eram homens e 4.565.767 habitantes eram
mulheres. Ainda segundo o mesmo censo, 7.052.210
habitantes viviam na zona urbana e 1.744.238 na zona
rural. O maior aglomerado urbano do estado é a Região
Metropolitana do Recife, que além da capital, possui
mais 13 municípios, e, com 3.688.428 habitantes
recenseados, era, em 2010, a sexta mais populosa
região metropolitana/RIDE do Brasil, e a mais populosa
do Norte-Nordeste.
Densidade populacional dos municípios de
Pernambuco(2010).
A densidade demográfica de Pernambuco era de
89,47hab./km² em 2010, a sexta maior do Brasil. Esse
indicador, entretanto, apresentava contrastes
pronunciados de acordo com a região analisada,
variando de 1.342,86hab./km² na Região Metropolitana
do Recife, até o valor mínimo de 23,2hab./km² na
Região do São Francisco Pernambucano.
Segundo dados do Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado,
considerado médio, era de 0,673 em 2010. O município
com o maior IDH era Fernando de Noronha (na
verdade, um distrito estadual), com um valor de 0,788;
enquanto Manari, situado no extremo Sertão do
Moxotó, tinha o menor valor, 0,487. Recife, a capital,
possuía um IDH de 0,772.
O nível de desenvolvimento social pernambucano é
superior ao dos países menos avançados, mas ainda
está abaixo da média brasileira. Não obstante,
Pernambuco detém o melhor serviço de coleta de
esgoto do Norte, Nordeste e Sul brasileiro e o quinto
maior número de médicos por grupo de mil habitantes
do Brasil, além de apresentar a menor taxa de
mortalidade infantil, a melhor prevalência de segurança
alimentar e a maior renda per capita do Nordeste do
país.
Ensino de qualidade focado em concursos.
141
Municípios mais populosos de Pernambuco (estimativa 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
Posição Localidade População Posição Localidade População
1 Recife 1 617 183 11 Igarassu 112 463
2 Jaboatão dos Guararapes
686 122 12 São Lourenço da
Mata 110 264
3 Olinda 389 494 13 Santa Cruz do
Capibaribe 101 485
4 Caruaru 347 088 14 Abreu e Lima 98 602
5 Petrolina 331 951 15 Ipojuca 91 341
6 Paulista 322 730 16 Serra Talhada 84 352
7 Cabo de Santo
Agostinho 200 546 17 Araripina 82 800
8 Camaragibe 154 054 18 Gravatá 81 893
9 Garanhuns 136 949 19 Carpina 81 054
10 Vitória de Santo
Antão 135 805 20 Goiana 78 618
Etnias
Segundo dados publicados pelo IBGE, relativos ao ano
de 2009, a população de Pernambuco está composta
por: pardos (57,6%); brancos (36,6%); pretos (5,4%); e
amarelos e indígenas (0,3%). De acordo com um
estudo genético de 2013, a composição genética da
população de Pernambuco é 56,8% europeia, 27,9%
africana e 15,3% ameríndia.
Nativos e africanos
Indígenas: A presença de indígenas em Pernambuco
data de mais 10 mil anos. Pinturas rupestres são
encontradas em várias áreas do Sertão e Agreste do
estado, sendo as mais conhecidas as do Vale do
Catimbau no Município de Buíque, Agreste
Pernambucano. Segundo dados da Funai, Pernambuco
possui cerca de 40 mil índios nos dias atuais.
Negros: O estado contou com a presença do negro
desde o século XVI. Nesse período, os portugueses
introduziram a cultura da cana-de-açúcar na região,
utilizando-se da mão de obra escrava de origem
indígena e africana. Os engenhos multiplicaram-se
rapidamente e a produção de açúcar tornou-se a
principal atividade econômica da colônia. O número de
cativos de origem africana também cresceu bastante
em Pernambuco. Em 1584, 15 mil escravos labutavam
em pelo menos 50 engenhos. Esse número subiu para
20 mil escravos em 1600. Já na metade do século XVII,
a população escrava somava entre 33 e 50 mil pessoas.
Pernambuco foi uma das regiões que mais receberam
escravos africanos no Brasil. Durante o tráfico negreiro,
824.312 africanos, 17% de todos os escravos trazidos
ao Brasil, entraram por Pernambuco. Dos africanos no
estado, 79% eram provenientes do Centro-Oeste
africano. Atualmente, situam-se nessa região os países
de Angola, República do Congo e República
Democrática do Congo.
Europeus
Portugueses: Além do legado genético, arquitetônico,
musical e dialectual, Portugal se faz presente, em
Pernambuco, com o Clube Português do Recife, o Real
Hospital Português de Beneficência, o Gabinete
Português de Leitura e o Consulado de Portugal. O
surgimento do tradicional hóquei sobre patins em
Pernambuco, na década de 1950, por exemplo, é
consequência da imigração portuguesa. Os
portugueses também participaram da povoação das
regiões do São Francisco e do Sertão Pernambucano,
adquirindo terras para a criação extensiva de gado.
Espanhóis: Nos primórdios da colonização, junto aos
portugueses, os espanhóis fizeram- se presentes. Entre
as últimas décadas do século XIX e o início do século
XX, Recife também recebeu imigrantes oriundos da
Espanha. No final de 2012, 685 espanhóis tinham
Ensino de qualidade focado em concursos.
142
registro no Consulado Honorário da Espanha no Recife
como radicados na capital pernambucana.
Italianos: A imigração italiana para Pernambuco entre
o final do século XIX e início do século XX foi pequena
e concentrada ao longo do litoral ou na capital, com
italianos provenientes principalmente das províncias de
Cosenza, Salerno e Potenza. Atualmente há um
número significativo de descendentes de italianos no
estado: cerca de 200 mil.
Alemães: Os primeiros registros de alemães datam do
século XVII, com a chegada da corte holandesa no
Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras
mundiais também impulsionaram a colônia alemã no
Recife, que chegou a contar com mais de 1,2 mil
imigrantes. Essa presença alemã pode ser observada
no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em 1920, e
que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus
descendentes.
Holandeses: Os holandeses, apesar de terem quase
majoritariamente partido do Estado, deixaram algumas
famílias na capital. Da época da invasão holandesa —
embora a miscigenação não tenha sido oficialmente
estimulada —, há relatos de muitas uniões interraciais.
A ausência de mulheres holandesas estimulou a união
e o casamento de oficiais e colonos holandeses com
filhas de abastados senhores de engenho luso-
brasileiros e, mais informalmente, destes com índias,
negras, caboclas e mulatas locais.
Ingleses: No começo do século XIX, quando o príncipe
regente Dom João abriu os portos do país, os ingleses
começaram a chegar ao Brasil – em especial, para
Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Nessa
época, a cidade do Recife possuía aproximadamente
200.000 habitantes, e a colônia inglesa já se
apresentava de forma bastante expressiva.
Árabes e judeus
Árabes: No Recife, uma das marcas dos imigrantes é
o Clube Líbano Brasileiro, erguido pela colônia libanesa
no bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o
Estado, entretanto, fez-se com missionários católicos
sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas
portuguesas. O estado de Pernambuco também abriga
a segunda maior comunidade palestina do Brasil,
concentrada na cidade do Recife, que começou a
receber os primeiros imigrantes em 1903. Hoje a
comunidade tem cerca de 5 mil pessoas.
Judeus: O judaísmo em Pernambuco está presente
desde o século XVI, quando os judeus convertidos ao
cristianismo eram considerados cristãos novos, sendo
muitos deles senhores de engenho. Porém, existia a
suspeita de prática escondida da religião judaica.
Obtiveram liberdade de professar a religião nos tempos
de Maurício de Nassau, que logo foi combatida, quando
os portugueses voltaram ao domínio da economia
açucareira. No Recife, há hoje uma comunidade de 1,6
mil judeus.
Catedral de Petrolina, construída em estilo neogótico
Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga da
América
Religião
A religião verificável no estado varia entre católicos e
evangélicos ao lado de minorias como espíritas, judeus,
umbandistas, testemunhas de Jeová e santos dos
últimos dias. A maior religião do estado é a católica de
acordo com dados do Censo Demográfico de 2010,
realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Dos 8.796.032 habitantes que
residiam no estado naquele ano, 66,3% declararam-se
católicos (5,8 milhões), 20,3% declararam-se
evangélicos (1,7 milhão), e 1,4% declararam-se
espíritas (123 mil).
Igreja Católica Romana
Os colégios tradicionais pernambucanos são, em sua
maioria, católicos, como o Colégio Damas da Instrução
Cristã, o Colégio Marista São Luís e o Liceu Nóbrega
de Artes e Ofícios. Os templos maiores, mais antigos,
mais conhecidos e mais visitados pelos turistas são da
Igreja Católica, como a Igreja Matriz do Santíssimo
Sacramento de Santo Antônio, a Concatedral São
Ensino de qualidade focado em concursos.
143
Pedro dos Clérigos, a Capela Dourada e o Convento e
Igreja de Santo Antônio, a Basílica do Carmo, a Igreja
da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, a
Igreja Madre de Deus, a Igreja de Nossa Senhora da
Conceição dos Militares, a Igreja de Nossa Senhora do
Rosário dos Homens Pretos, a Igreja de Nossa
Senhora do Livramento dos Homens Pardos, a Basílica
da Penha, entre outras, o que se trata de um sinal de
que o catolicismo romano é a religião mais professada
entre os pernambucanos.
A Igreja Católica em Pernambuco divide-se
administrativamente em uma arquidiocese e nove
dioceses: a arquidiocese de Olinda e Recife,
comandada atualmente pelo arcebispo Dom Antônio
Fernando Saburido, e as dioceses de Afogados da
Ingazeira, Caruaru, Floresta, Garanhuns, Nazaré,
Palmares, Pesqueira, Petrolina e Salgueiro.
Evangélicos
Pernambuco é a unidade federativa da região Nordeste
com a maior concentração de evangélicos, tanto em
números absolutos quanto em termos proporcionais.
20,3% da população do estado, o que corresponde a
mais de 1,7 milhão de pernambucanos. Declara-se
protestante, de acordo com o Censo 2010 do IBGE,
percentual muito superior aos percentuais encontrados
nos demais estados nordestinos.
Pernambuco possui as mais diversas denominações
protestantes, como a Assembleia de Deus, igreja
protestante com maior quantidade de fiéis e templos no
estado. Outras denominações pentecostais e
neopentecostais presentes em Pernambuco são, entre
muitas: Congregação Cristã no Brasil, Igreja Universal
do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em
Cristo, Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja
Internacional da Graça de Deus, Igreja do Evangelho
Quadrangular, Igreja Episcopal Carismática e Igreja do
Nazareno.
Entre as denominações evangélicas tradicionais,
possuem templos no estado as igrejas de orientação
batista, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja
Presbiteriana, a Luterana, a Anglicana, a Metodista e a
Congregacional.
Outras religiões
Entre os cristãos não católicos e não protestantes,
destacam-se os Espíritas, os Santos dos Últimos Dias
e as Testemunhas de Jeová. O templo afro-brasileiro
mais conhecido é o Terreiro do Pai Adão, no Recife.
Os judeus também estão presentes. Algumas das
personalidades judias que moraram na capital
pernambucana foram a escritora Clarice Lispector, o
filósofo Luiz Felipe Pondé, o engenheiro Mário
Schenberg, o paisagista Roberto Burle Marx, entre
outros. Os budistas, hinduístas e muçulmanos não
possuem relevância na população do estado.
Governo e política
O Estado de Pernambuco é governado por três
poderes: o Executivo, representado pelo Governador
do Estado; o Legislativo, representado pela Assembleia
Legislativa de Pernambuco; e o Judiciário,
representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco. Também é permitida a participação
popular nas decisões do governo por meio de
referendos e plebiscitos. A atual constituição do Estado
de Pernambuco foi promulgada em 5 de outubro de
1989, acrescida das alterações resultantes de
posteriores emendas constitucionais.
O Poder Executivo pernambucano está centralizado no
Governador do Estado, que é eleito em sufrágio
universal e voto direto e secreto, pela população, para
mandato de quatro anos de duração, podendo haver
reeleição para mais um mandato por igual período. Sua
sede é o Palácio do Campo das Princesas, construído
em 1841 pelo engenheiro Morais Âncora a mando do
então governador Francisco do Rego Barros. Várias
pessoas já passaram pelo Governo de Pernambuco,
sendo o mais recente deles Paulo Henrique Saraiva
Câmara, economista recifense formado pela
Universidade Federal de Pernambuco, eleito no
primeiro turno das eleições de 2014. Além do
governador, há ainda no estado a função de vice-
governador, atualmente exercida por Raul Jean Louis
Henry Júnior.
O Poder Legislativo pernambucano é unicameral,
constituído pela Assembleia Legislativa de
Pernambuco, localizado no bairro de Boa Vista, na
cidade do Recife. Ela é constituída por 49 deputados,
que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso
Nacional, a representação pernambucana é de três
senadores e 25 deputados federais.
O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a
capacidade e a prerrogativa de julgar de acordo com as
regras constitucionais e leis criadas pelo poder
legislativo. Atualmente a presidência do Tribunal de
Justiça de Pernambuco é exercida pelo desembargador
Frederico Neves. Representações desse poder estão
espalhadas por todo o estado por meio de comarcas.
Ensino de qualidade focado em concursos.
144
ECONOMIA
À época do Brasil Colônia, Pernambuco era a mais rica
das capitanias e responsável por mais da metade das
exportações brasileiras de açúcar. Sua riqueza foi alvo
do interesse de outras nações e, no século XVII, os
holandeses estabelecem-se no estado. A cana-de-
açúcar continua sendo o principal produto agrícola da
Zona da Mata pernambucana, embora o estado não
mais seja o maior produtor do país. Apesar do declínio
do açúcar, Pernambuco se manteve entre as cinco
maiores economias estaduais do país até meados da
década de 1940: em 1907, o estado tinha a quarta
maior produção industrial do Brasil, após Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul e à frente de
estados como Minas Gerais e Paraná; e em 1939,
Pernambuco era ainda a quinta maior economia entre
os estados brasileiros, após São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Atualmente a economia de Pernambuco tem como
base a agricultura, a indústria e os serviços. O setor de
serviços é predominante (algo típico na economia pós-
urbanizatória vivida pelo Brasil nas últimas décadas),
seguido pela indústria (naval, automobilística, química,
metalúrgica, de vidros planos, eletroeletrônica, de
minerais não metálicos, têxtil e alimentícia).
Após ter ficado estagnada durante a chamada "década
perdida" (1985 a 1995), a economia pernambucana
vem crescendo rapidamente desde o fim do século XX.
Na Era Vargas, Pernambuco ainda aparecia entre os
cinco maiores geradores de riqueza, à frente de
estados que foram mais subsidiados no período
ditatorial, a exemplo do Paraná (via Itaipu, dentre outros
empreendimentos). No fim da década de 2000, a
construção civil liderou o crescimento econômico de
Pernambuco, seguida pela indústria de transformação
e pelos serviços.
O estado assiste a uma importante mudança em seu
perfil econômico com os recentes investimentos nos
setores petroquímico, biotecnológico, farmacêutico, de
informática, naval e automotivo, que estão dando novo
impulso à economia do estado, que vem crescendo
acima da média nacional. Além da importância
crescente do setor de informática (o Porto Digital é o
maior parque tecnológico do Brasil), do setor terciário –
sobretudo das atividades turísticas –, e do setor
industrial em torno do Porto de Suape, merecem
destaque a produção irrigada de frutas ao longo do Rio
São Francisco, quase que totalmente voltada para
exportação, concentrada no município de Petrolina, em
parte devido ao aeroporto internacional com grande
capacidade para aviões cargueiros do município; e a
floricultura, que começa a ganhar espaço, com
plantações de rosas, gladiolus, e crisântemos. Outros
polos dinâmicos de desenvolvimento são: o polo
gesseiro no Araripe; o mármore, a pecuária leiteira e a
indústria têxtil no Agreste; e a cana-de-açúcar e a
biomassa na Zona da Mata.
Setor primário
Plantação irrigada de uvas em área de caatinga no
município de Lagoa Grande.
Entre os principais produtos agrícolas cultivados em
Pernambuco, encontram-se a cana-de-açúcar, o
algodão, a banana, o feijão, acebola, a mandioca, o
milho, o tomate, a graviola, o caju, a goiaba, o melão, a
melancia, a acerola, a manga e a uva. Na pecuária,
destacam-se as criações de bovinos, suínos, caprinos
e galináceos. Merece destaque ainda a expansão que
vem tendo a partir dos anos 1970 da agricultura irrigada
no Sertão do São Francisco, com projetos de irrigação
hortifrutícolas implantados com o apoio da
CODEVASF. A produção é voltada para o mercado
externo.
Pernambuco é atualmente o maior produtor de acerola
do Brasil, respondendo por um quarto da safra
nacional. É também o maior produtor de goiaba, o
segundo maior produtor de uva, o segundo maior
exportador de manga, o segundo maior polo floricultor
e o sexto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil.
Pernambuco é ainda o quarto maior produtor nacional
de ovos, o sexto de frangos de corte e a oitava maior
bacia leiteira do país.
A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da
Zona da Mata pernambucana. Também estão
presentes nesta mesorregião culturas de subsistência,
além de fruticultura e hortaliças. No Agreste, cidades
como Garanhuns, Gravatá, Chã Grande e Bonito
passaram a se dedicar à floricultura, produzindo flores
tropicais e tradicionais. Além do cultivo de flores, vêm
crescendo no agreste pernambucano as lavouras de
café e as plantações de seringueiras. Aumenta também
a criação de cavalos, de gados de leite e de corte, de
ovos e de frangos de corte. No Sertão, a fruticultura
irrigada produz toneladas de frutas tropicais por ano. O
polo principal fica em Petrolina, no vale do rio São
Francisco.
Ensino de qualidade focado em concursos.
145
Petrolina, no semiárido pernambucano, é a maior
cidade da RIDE Petrolina e Juazeiro, maior aglomerado
urbano do interior da região Nordeste, que se
consolidou como maior exportador de frutas e segundo
maior pólo vitivinicultor do Brasil graças ao uso de
modernas técnicas de cultivo e irrigação.
Setor secundário
O Complexo Industrial e Portuário de Suape abriga
empreendimentos como a Refinaria Abreu e Lima e o
Estaleiro Atlântico Sul (maior estaleiro do Hemisfério
Sul). O petroleiro João Cândido (foto) foi o primeiro
navio lançado pela indústria naval pernambucana.
A produção industrial pernambucana está entre as
maiores do Norte-Nordeste. No período de outubro de
2005 a outubro de 2006, o crescimento industrial em
Pernambuco foi o segundo maior do Brasil (6,3%) mais
que o dobro da média nacional no mesmo período
(2,3%)
Em 7 de novembro de 1978, uma lei estadual criou a
empresa Suape Complexo Industrial Portuário para
administrar o desenvolvimento de obras na região do
Porto de Suape. Hoje o porto é um dos maiores do
Brasil, administrado pelo governo de Pernambuco.
Suape opera navios nos 365 dias do ano, sem
restrições de horário de marés. O Porto dispõe de um
sistema de monitoração de atracação de navios a laser,
que possibilita um controle efetivo e seguro, oferecendo
condições técnicas nos padrões dos portos mais
importantes do mundo.
Recentemente Pernambuco foi escolhido para a
implantação dos seguintes empreendimentos:
montadoras Jeep (automóveis - município de Goiana) e
Shineray (motocicletas - município de Ipojuca),
Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro Atlântico Sul, Polo
Farmacoquímico e de Biotecnologia, Hemobrás,
Novartis, Bunge, CSN, Gerdau, Mossi & Ghisolfi,
Pepsico, Amanco, central logística da General Motors
além do Terminal ferroviário da Transnordestina, entre
outros investimentos. Somente o Complexo Industrial e
Portuário de Suape tem o poder de duplicar a renda de
Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até 2030.
O Jeep Renegade (foto) será montado, a partir do
primeiro trimestre de 2015, pela fábrica da Fiat Chrysler
Automobiles no município de Goiana, litoral norte de
Pernambuco.
A matriz da multinacional pernambucana
Acumuladores Moura S.A. (Baterias Moura) está
localizada na cidade de Belo Jardim. A Baterias Moura
fornece baterias para a metade dos carros fabricados
no Brasil. O conglomerado pernambucano Queiroz
Galvão reúne mais de 50 empresas nos segmentos de
Construção, Desenvolvimento Imobiliário, Alimentos,
Participações e Concessões, Óleo e Gás, Siderurgia e
Engenharia Ambiental, com presença em todos os
estados brasileiros assim como em países da América
Latina e da África, exportando seus produtos para
Estados Unidos,Canadá e Europa, e empregando
cerca de 30.000 trabalhadores. O Grupo Industrial João
Santos, fundado em Pernambuco, é o produtor do
Cimento Nassau e um dos mais importantes
conglomerados industriais do país, controlando 24
empresas e mais de 60 estabelecimentos comerciais
com atividades nos ramos de papel e celulose, açúcar,
transportes, comunicação e cimento, gerando 10 mil
empregos diretos em vários estados brasileiros.
Na mineração, destacam-se a argila, o calcário, o
ferro,a gipsita, o granito e o quartzo. A microrregião de
Araripina destaca-se na extração mineral da gipsita,
fornecendo 95% do gesso consumido no Brasil.
Setor terciário
Recife é um tradicional polo de serviços. Os segmentos
de maior destaque são: comércio, serviços médicos,
serviços de informática e de engenharia, consultoria
empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao
turismo.
A capital pernambucana abriga o Porto Digital,
reconhecido como o maior parque tecnológico do
Brasil, com mais de 200 empresas, entre elas
multinacionais como Motorola, Borland, Oracle, Sun,
Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft. Emprega cerca de seis
mil pessoas e tem 3,9% de participação no PIB do
estado.
O polo médico do Recife, considerado o segundo maior
do país, atrai pacientes do Brasil e do exterior. Os
estrangeiros que vão ao Recife em busca de
atendimento na área médica, em sua maioria africanos
e norte-americanos, visam qualidade nos serviços e
preço baixo no atendimento (o que torna isso possível
também é o fato de Pernambuco estar acima da média
na formação dessa área).
O RioMar Shopping, localizado na Zona Sul do Recife,
é o maior centro de compras do Norte-Nordeste e o
Ensino de qualidade focado em concursos.
146
terceiro maior do Brasil, além de primeiro endereço de
alto luxo do Nordeste e Norte brasileiro.
Recife foi eleita por pesquisa encomendada pela
MasterCard Worldwide como uma das 65 cidades com
economia mais desenvolvida dos mercados
emergentes no mundo.
Apenas cinco capitais brasileiras entraram na lista: São
Paulo, que foi a cidade brasileira mais bem colocada,
na 12ª posição; Rio de Janeiro (36ª posição); Brasília
(42ª); Recife (47ª); e por último Curitiba (49ª). Xangaie
Pequim, na China, ocuparam as duas primeiras
posições.
A Tupan, atacadista distribuidora de materiais de
construção fundada em Serra Talhada, no sertão do
estado, é a maior empresa do ramo no Norte-Nordeste
e a quinta maior do Brasil segundo o IBOPE. O grupo
atende mais de 12.000 clientes lojistas em todo o Norte-
Nordeste, contando com três Centros de Distribuição,
localizados em Pernambuco e Alagoas (Serra Talha-
da, Recife eMaceió), além de sete lojas de varejo
sendo: quatro em Serra Talhada, duas em Recife e uma
em Maceió. Possui ainda uma frota própria de 130
caminhões, 120 Representantes Comerciais e um
efetivo de mais de 1.000 colaboradores.
Pernambuco abriga ainda o polo têxtil do Agreste,
segundo maior polo de confecções do Brasil,
abarcando 13 cidades em 2009, nas quais se
concentram mais de 18 mil empresas do setor.
Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama formam
o triângulo e o principal ponto de venda e fabricação de
confecções do Agreste. Santa Cruz do Capibaribe
possui o maior parque de confecções da América
Latina, o Moda Center Santa Cruz. Toritama é
responsável por 15% das confecções feitas com jeans
produzidas no Brasil.Caruaru tem sua produção têxtil
escoada através da Feira de Caruaru.
Caruaru, no Agreste pernambucano, é o segundo maior
polo de confecções do Brasil. Compõe, junto com Santa
Cruz do Capibaribe e Toritama, o triângulo têxtil de
Pernambuco.
Porto Digital
O Porto Digital, localizado no bairro do Recife Antigo na
capital pernambucana, é o maior parque tecnológico do
Brasil e referência mundial na produção de softwares.
Pernambuco conta com um dos mais importantes
parques tecnológicos do Brasil, localizado no bairro do
Recife, na capital estadual. Trata-se do Porto Digital,
que abriga mais de duzentas empresas, entre elas
multinacionais como Accenture, Oracle,
ThoughtWorks, Ogilvy, IBM e Microsoft, e é
reconhecido pela A. T. Kearney como o maior parque
tecnológico do Brasil em faturamento e número de
empresas, O Centro de Informática da Universidade
Federal de Pernambuco (CIn UFPE) fornece mão de
obra para o polo, que gera sete mil empregos e tem
participação de 3,5% no PIB do Estado de
Pernambuco. Além do Porto Digital, a capital
pernambucana possui uma unidade do Instituto Nokia
de Tecnologia.
Turismo
Igreja do Carmo com o mar azul turquesa de Olinda ao
fundo, cartão postal de Pernambuco.
O turismo no Estado de Pernambuco oferece diversas
atrações históricas, naturais e culturais. As principais
localidades turísticas do Estado de Pernambuco são
Fernando de Noronha, Porto de Galinhas, Cabo de
Santo Agostinho, Olinda, Recife, Igarassu, Itamaracá,
Gravatá, Triunfo, Garanhuns, Caruaru e Bonito.
Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo
Brasileiro 2009", realizada pela Vox Populi,
Pernambuco foi o segundo destino turístico preferido
dos brasileiros, já que 11,9% dos turistas optaram pelo
estado nas categorias pesquisadas; e segundo a
International Congress And Convention Association
(ICCA), Pernambuco é o terceiro melhor polo de
eventos internacionais do Brasil.
O litoral do Estado de Pernambuco tem cerca de 187
km de extensão, entre praias e falésias, zonas urbanas
e locais praticamente intocadas. Faz divisa, ao norte,
com a Paraíba e, ao sul, com Alagoas. Além do litoral
continental, possui o arquipélago de Fernando de
Noronha e suas 16 praias.
Porto de Galinhas foi eleita por dez vezes consecutivas
a Melhor Praia do Brasil, segundo a Revista Viagem e
Turismo, da Editora Abril.
Pernambuco oferece dez rotas de turismo que vão do
litoral ao interior criadas pela Empetur, que visam
explorar os principais pontos turísticos de cada região
do estado de acordo com suas potencialidades, que
vão do turismo de sol e mar e ecoturismo ao turismo
serrano e religioso.
Entre as praias mais procuradas do estado, estão as de
Boa Viagem, Porto de Galinhas, Carneiros, Serrambi,
Guadalupe, Calhetas,Maria Farinha, Nossa Senhora do
Ó, Ilha de Itamaracá e a Ilhota da Coroa do Avião.
Recife, conhecida como a "Capital Brasileira dos
Naufrágios", atrai mergulhadores de todo o mundo por
sua rica vida marinha e suas águas calmas e cristalinas
com temperaturas próximas dos 30 graus. Fora do
Ensino de qualidade focado em concursos.
147
litoral da capital pernambucana há também o
Arquipélago de Fernando de Noronha (foto),
pertencente à mesorregião metropolitana do Recife e
considerado um dos melhores lugares para a prática de
mergulho do planeta.
O Litoral Sul de Pernambuco, que tem cerca de 110 km
de praias, é totalmente protegido por corais, que
formam irresistíveis piscinas naturais de águas mornas.
É famoso por diversas praias conhecidas nacional e
internacionalmente, como Porto de Galinhas. Turistas
de todo o país se hospedam nos luxuosos hotéis e
resorts do Litoral Sul do estado.
O Litoral Norte do estado é mais densamente habitado
que o Litoral Sul, quase urbanizado por completo desde
a Região Metropolitana do Recife até a divisa com a
Paraíba (o que muitos veem como a primeira proto-
megalópole interestadual do país, que teria em
extensão latitudinal mais de 120 km de urbanização
costeira contígua). Tem alguns dos sítios históricos
mais importantes do Brasil, como os dos municípios de
Olinda, Igarassu, Itamaracá e Goiana. Construções do
Brasil Colônia, como o Forte Orange na Ilha de
Itamaracá e a Igreja dos Santos Cosme e Damião em
Iga rassu, são muito visitadas por turistas que passam
pela região. As praias também são muito procuradas.
O Litoral Norte pernambucano também é conhecido por
abrigar o Veneza Water Park, um dos maiores parques
aquáticos do Brasil, situado na Praia de Maria Farinha
em Paulista.
O arquipélago de Fernando de Noronha tem destaque
nacional e mundial. Das ilhas, é possível avistar os
golfinhos saltadores. As principais atrações do
arquipélago são o Forte de Nossa Senhora dos
Remédios de Fernando de Noronha, a Vila dos
Remédios, a Praia da Conceição, a Praia do Boldró, a
Baía dos Porcos, a Baía do Sancho (cercada por
falésias cobertas de vegetação), a Baía dos Golfinhos,
a Praia da Cacimba do Padre, o Morro Dois Irmãos, o
Reduto de São Joaquim de Fernando de Noronha, o
Reduto de Santa Cruz do Morro do Pico de Fernando
de Noronha e o Reduto de Santana de Fernando de
Noronha. O arquipélago foi declarado Patrimônio
Natural da Humanidade pela Unesco.
Em Garanhuns, ocorre uma das etapas do Circuito do
Frio, evento multicultural realizado entre julho e agosto
em cinco cidades serranas de Pernambuco (as outras
etapas acontecem em Triunfo, Gravatá, Pesqueira e
Taquaritinga do Norte).
O Circuito do Frio é uma opção para os que procuram
um clima ameno. Trata-se de um evento multicultural,
realizado no mês de julho e começo de agosto em cinco
cidades serranas do interior pernambucano:
Garanhuns, Triunfo, Gravatá, Pesqueira e Taquaritinga
do Norte. O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG),
criado em 1991, foi o primeiro evento, que deu início ao
costume de seguir para o interior de Pernambuco na
época mais fria do ano. O FIG apresenta uma maratona
de atrações nacionalmente conhecidas nas praças e
parques. São 12 polos, espalhados por toda a cidade
de Garanhuns, num evento que mistura diversos estilos
musicais – rock, MPB, blues, jazz, forró e música
instrumental, para citar alguns –, teatro, cinema, circo,
gastronomia, folguedos populares e outras formas de
manifestação cultural. Triunfo, por sua vez, é um dos
destinos mais concorridos do circuito. Poucos
municípios têm o privilégio de reunir tantos atrativos
quanto Triunfo: o clima (a cidade está a 1.004 metros
de altitude) que propicia o cultivo de flores, o casario
singelo, as antigas construções, os seculares
conventos, o Cine-Teatro Guarany, os engenhos de
cana-de-açúcar e a Lagoa João Barbosa. Gravatá,
localizada a 85 Km do Recife, é um dos locais mais
acessíveis do evento. Andar pela cidade, tomar
chocolate quente, parar nos restaurantes tradicionais
de culinária típica para comer galinha à cabidela ou
buchada de bode são programas imperdíveis. Em
Gravatá, o Circuito do Frio recebe o nome de Festa da
Estação. Cidade de larga tradição rendeira, Pesqueira
realiza há cinco anos a Festa da Renascença,
justamente o nome da renda feita na região. Já a cidade
das praças e das flores, Taquaritinga do Norte,
comanda a Festa das Dálias.
Economia de Pernambuco - Números
Ensino de qualidade focado em concursos.
148
Ensino de qualidade focado em concursos.
149
O ESPAÇO RURAL DE PERNAMBUCO
O território rural denominado Agreste Meridional de
Pernambuco abrange uma área de 13.153 km2, está
localizado em parte da Mesorregião do Agreste
Pernambucano e do Sertão Pernambucano.
Atualmente é composto por 20 municípios: Águas
Belas, Buíque, Iati, Ibimirim, Inajá, Itaíba, Pedra,
Venturosa, Angelim, Bom Conselho, Caetés,
Capoeiras, Garanhuns, Ibirajuba, Manarí, Paranatama,
Saloá, São Bento do Una, Terezinha e Tupanatinga.
De acordo com informações do IBGE (2010), o
contingente populacional do território apresenta-se com
587.086 habitantes, dos quais 257.840 residem na área
rural, o que corresponde a 42,7% do total. Com IDH
médio de 0,60, esse meio rural é composto por
agricultores familiares e patronais, famílias assentadas,
comunidades quilombolas, terras indígenas, dentre
outros.
O território enquadra-se na categoria de rural,
seguindo-se o critério estabelecido por Veiga (2002),
pois apresenta uma população média de 29.354
habitantes e uma densidade de 44,77 habitantes por
km2, ou seja, uma população média menor do que
50.000 habitantes e uma densidade inferior a 80,0
habitantes por km2.
Entre os seus municípios, Garanhuns destaca-se
apresentando uma acentuada população urbana, com
uma taxa de 89,1%, já os municípios de Paranatama,
Manari e Caetés apresentam taxas de 79,1%, 78,9% e
71,7% da população rural, respectivamente, revelando
assim, uma certa heterogeneidade no território. Além
disso, vale ressaltar, que o município de Garanhuns
centraliza economicamente o Agreste Meridional e se
estabelece pela importância como polo regional.
Quanto aos indicadores sociais, observa-se uma
grande amplitude relativa ao (Índice de De-
senvolvimento Humano Municipal (IDH-M)) entre os
municípios. Os municípios de Garanhuns, de Venturosa
e de São Bento do Una apresentam os maiores IDH-M,
com 0,69; 0,63 e 0,62 respectivamente. Já os
municípios de Manari e Caetés apresentam os menores
IDH-M, com 0,47 e 0,52. Tais informações revelam
também a ocorrência de uma acentuada disparidade na
qualidade de vida entre os municípios do território.
As áreas rurais do território são reconhecidas
economicamente pela presença da pecuária leiteira. No
entanto, as pequenas propriedades rurais, de cunho
familiar, que exploram principalmente as culturas do
feijão e da mandioca, apresentam grande relevância
socioeconômica para a região, revelando nesse
conjunto as principais atividades de exploração das
áreas rurais. Historicamente, esse arranjo formou-se ao
longo dos anos, pois o Agreste constituiu-se como o
local de produção de alimentos para o abastecimento
interno da região Nordeste, em face da cultura
expansionista e exportadora da cana-de-açúcar.
A velha estrutura coronelista, ainda reflete sobre a atual
estrutura agrária e sobre as relações sociais de
dependência e subordinação que insiste em
permanecer em diversos municípios desse território.
Dessa forma, perpetua-se a ação política de comando
sobre a população e cargos, de uma forma geral,
atuando em diversos segmentos e instituições públicas.
Os festejos juninos apresentam-se como a expressão
máxima da cultura, porém as tradições folclóricas
tendem a se perder no tempo, em face da
homogeneização dos costumes, principalmente no que
diz respeito à música, com os grupos eletrônicos de
forró. Trabalhar as ruralidades ainda presentes requer
um árduo e constante desafio, para que não haja perda
tanto cultural como economicamente, uma vez que
esses valores são descontruídos pela aquisição de
novos hábitos impostos pelos meios de dominação e
imposição de valores externos.
Atrelado a isso, nota-se a insatisfatória presença de
estrutura das políticas públicas, relacionadas ao nível
educacional, principalmente nas formações iniciais das
crianças, no apoio à assistência das atividades
produtivas e na preservação e exploração sustentável
das riquezas naturais e arqueológicas.
Território Rural do Sertão do Pajeú de Pernambuco
A região sertaneja pernambucana possui
características peculiares intrínsecas a sua geografia e
dentro desse contexto surge a divisão em três
territórios: O território do Araripe, o território do São
Francisco e o território do Sertão do Pajeú. Em relação
a esse último, destacamos a denominação “Pajeú”
devido à referência ao Rio Pajeú, que atravessa parte
dos municípios que compõem o território, revelando
significativa importância para o povoamento dessa
parte do Sertão de Pernambuco.
O território do Sertão do Pajeú é composto por 20
municípios, divididos em três microrregiões:
a) MICRORREGIÃO DE SÃO JOSÉ DO EGITO,
composta pelos municípios de Brejinho, Itapetim, Santa
Terezinha, São José do Egito e Tuparetama;
b) MICRORREGIÃO DE AFOGADOS, composta pelos
municípios de Afogados da Ingazeira, Carnaúba,
Iguaraci, Quixaba, Sertânia, Solidão e Tabira;
c) MICRORREGIÃO DE SERRA TALHADA, composta
pelos municípios de Calumbi, Flores, Mirandiba, Santa
Ensino de qualidade focado em concursos.
150
Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte, Serra
Talhada e Triunfo.
Dados históricos revelam que o início da exploração
econômica do Sertão Pernambucano ocorreu por meio
da atividade pecuária. Estudos sobre essa questão
informam que tal fato foi decorrente da proibição, por
parte da coroa portuguesa, da exploração da pecuária
nas áreas próximas ao litoral (Zona da Mata) da
capitania de Pernambuco que se destinavam apenas
para o cultivo da cana-de-açúcar. Assim, induzia-se o
deslocamento do gado para o Sertão, seguindo o
caminho inverso das águas do Rio São Francisco e dos
seus afluentes, tendo o Rio Pajeú como um deles. Tal
fato trouxe para a região, juntamente com o gado, o
povoamento dessas terras, a formação de latifúndios,
ocupando extensas áreas e as formas de convivência.
As relações de poder foram organizadas a partir da
formação das estruturas fundiárias e delas surgiram as
cidades sertanejas, tendo na figura do dono das terras
e do gado a expressão do poder autoritário e
paternalista que ainda permanece. Atualmente,
algumas poucas mudanças pontuais são percebidas e,
de alguma forma, buscam alterar o quadro político e
econômico dessa região.
A mistura racial está presente e provém tanto dos
habitantes naturais, indígenas, quanto do processo de
escravidão com a chegada dos negros e dos embates
e fugas dos portugueses e holandeses vindos das
regiões litorâneas. Essa mistura de raça traz consigo
também a mistura de culturas expressadas pelas
danças e músicas, pela poesia e nos hábitos
alimentares adaptados à sobrevivência no semiárido da
Caatinga.
A caprinocultura e a ovinocultura são atividades de
grande relevância econômica nos municípios desse
território, muito em face da rusticidade e da adaptação
dos animais às condições do ambiente do semiárido
nordestino. Em relação às atividades da agricultura,
predominam os cultivos de milho, feijão e mandioca,
que fazem parte da dieta básica do sertanejo.
Os dias de feira-livre constituem-se no ponto de
referência para as negociações mais diversas,
presencia-se a convergência da população vinda desde
os locais mais recônditos das áreas rurais. Ao se
misturarem com os moradores das cidades,
estabelecem a comercialização da produção das
atividades produtivas e contribuem para o incremento
do comércio. A feira-livre é uma tradição nordestina,
existente em toda a região.
As histórias sobre o legendário Lampião e o mundo do
cangaço são retratadas em formas de cordel e encontra
no Município de Serra Talhada, cidade natal, o ponto
de referência com o museu sobre essa figura que
percorria essas terras com sua tropa, deixando atônita
e aterrorizada a população do sertão nordestino.
Quanto às infraestruturas existentes e destinadas para
esse território, ressalta-se a precariedade das estradas
que interligam os municípios, com significativa falta de
conservação e apoio o que resulta na deficiência dos
sistemas de transportes coletivos. As obras dos canais
da transposição do Rio São Francisco (integração de
bacias hidrográficas) estão sendo realizadas e cortam
parte desse território, mas são vistas pela população
como algo externo ao seu cotidiano e que
aparentemente não lhe trarão resultados satisfatórios e
esperanças para o futuro.
Pernambuco perde Paulo Crespo, líder cristão
mediador de conflitos rurais
As referências a Paulo Crespo, morto e sepultado
ontem aos 83 anos, no Cemitério Morada da Paz, eram
nos últimos anos mais à sua condição de padre casado
do que a de organizador dos trabalhadores rurais. Isso
écompreensível pela distância temporal deste papel,
exercido por Crespo nos anos 1960, quando a Igreja
Católica controlava a maioria desses sindicatos no
estado. Dos cerca de 115 sindicatos, a instituição
religiosa comandava mais de 90, sendo o ainda não
padre casado um dos responsáveis pelo número. Ele
se destacava pela formação intelectual, o que incluía
estudos no Instituto Católico de Paris e ensino na
Universidade Católica de Pernambuco. Mas o que o
levou a apoiar os trabalhadores rurais foi a experiência
na Paróquia de Jaboatão, assumida aos 24 anos.
Nascido em Bom Conselho, no Agreste, chocou-se com
a pobreza da zona canavieira. “Percebi uma grande
miséria e sofrimento, muita fome, muita nudez”, revelou
em entrevista. A escolha que fez resultou em visões
diferentes de seu papel: comunista para uns, pelego ou
homem de Igreja para outros.
URBANIZAÇÃO EM PERNAMBUCO
Conhecida como a Veneza brasileira, a cidade de
Recife foi estabelecida em um grande delta formado
pelos rios Capibaribe, Beberibe, Jiquiá, Tejipió e
Jaboatão. O desenvolvimento da cidade transcorre em
uma grande batalha entre os construtores e as águas,
nos rios, nos mangues e no mar – uma batalha entre
aterros, barragens e pontes contra chuvas e marés,
vivenciada até hoje pelos moradores de uma das
principais regiões metropolitanas do Nordeste
brasileiro.
Ensino de qualidade focado em concursos.
151
“O RECIFE, COMO VENEZA, É A CIDADE QUE SAI
DA ÁGUA E QUE NELA SE REFLETE, É UMA CIDADE
QUE SENTE A PALPITAÇÃO DO OCEANO NO MAIS
PROFUNDO DOS SEUS RECANTOS. ”— JOAQUIM
NABUCO.
Uma colônia de pescadores que abastecia Olinda,
produzindo uma grande quantidade de açúcar,
engordou os olhos da Companhia das Índias
Ocidentais, que, em um desacordo com a coroa
espanhola, invadiu as terras, incendiou o centro de
Olinda e transferiu para Recife a sede administrativa,
guardada por fortes estratégicos. A partir daí, iniciou-se
o processo de formação da cidade de Recife,
principalmente com a chegada de João Maurício de
Nassau, com planos de criar a mais moderna cidade da
América do Sul.
A cidade de Recife moderna já conta com mais de 1.
617. 183 habitantes, ainda com dezenas de canais e
pontes compondo seu traçado urbano. Assim como
aconteceu em tantas cidades de baixada, a expansão
urbana deu-se rapidamente, ocupando manguezais e
áreas de alagamento natural, sem controle dos
impactos negativos sobre o meio ambiente, resultando
em uma metrópole com graves problemas de
inundações.
Na Avenida Recife, na altura da Av. Dom Helder
Câmara, foi necessária a instalação de um conjunto de
bombas para auxiliar na drenagem de uma área com
mais de 50h a, em eventos de chuva e maré alta. A
estrutura é composta por três bombas com capacidade
de vazão de 1.000 litros por segundo cada uma. Para
piorar a situação, há uma intensa ocupação das
margens do canal, com lançamento direto de esgoto
doméstico, degradando as águas.
Local de despejo das águas bombeadas
No segundo local, existe um sistema de comportas
instalado no canal Derby-Tacaruna, que se estende
pela Avenida Agamenon Magalhães. Esse canal liga o
rio Capibaribe até o estuário do porto.
Muitos locais às margens desse canal eram áreas de
mangue, com solo pouco resistente. Assim, parte da
Av. Agamenon Magalhães sofreu um rebaixamento,
resultante da compactação do solo, com pontos de até
1 metro de diferença. Com isso, em condições de
preamares (maré alta) mais altas, como em dias de
sizígia, a água do canal extravasava para as pistas,
parando o trânsito e prejudicando toda a circulação da
cidade.
Para resolver isso, foram instaladas comportas nas
duas extremidades do canal, que são fechadas
durantes as altas marés. Porém, foi criada uma
dificuldade: como os bairros que drenam suas águas
para esse canal serão afetados em um dia de chuva
com maré alta? Inundação certa!
MOVIMENTOS CULTURAIS EM PERNAMBUCO
Não por acaso, o estado é conhecido no país como um
dos que têm a cena cultural mais viva, construída a
partir da contribuição de índios, portugueses,
holandeses, judeus, africanos, entre outros. É celeiro
de poetas, artistas plásticos e músicos reconhecidos
em todo mundo, sem falar nos seus movimentos, no
carnaval, no São João, em nossa cultura. Isso é
Pernambuco.
Lampião e Maria Bonita | Museu do Forró – Caruaru
O carnaval, por exemplo, é a maior festa. Não só dos
pernambucanos, mas de todos que visitam o estado na
época dessa democrática festa – seja na capital, nas
praias, no interior. Tem o maracatu, o caboclinho, o
coco de roda, a ciranda e o maior de todos os
representantes – o frevo! O ritmo, aliás, é único e teve
origem no próprio estado. Na festa, além das ladeiras
de Olinda, do fervor do Recife Antigo, tem também o
Galo da Madrugada, o maior bloco de rua do mundo
(segundo o Guinness Book).
No interior, seja no Sertão ou no Agreste, há outros
movimentos culturais. Os Caretas de Triunfo (cidade
sertaneja a 600km do Recife); os Papangus de
Ensino de qualidade focado em concursos.
152
Bezerros (agreste, 90km da capital), que no carnaval,
promovem uma grande festa nas ruas do município.
Pernambuco também é a terra do São João. O período
junino no estado é um dos mais tradicionais do país. A
cidade de Caruaru, no Agreste, é o ponto central onde
acontecem 30 dias de festa – todo o mês de junho. É a
terra do forró, do xaxado, do mestre Vitalino, da famosa
Feira de Caruaru, do Alto do Moura, entre outros. Mas
não é só nessa que ocorrem os festejos; da capital ao
interior são muitas as homenagens ao Santo.
Na Zona da Mata, tanto a Norte quanto a Sul, o
destaque fica para os maracatus, de baque solto ou de
baque virado. De influência africana, eles têm muita
força nessa região devido à grande presença de
engenhos de cana-de-açúcar. No período colonial, os
escravos vindos da África para trabalhar a produção do
açúcar trouxeram os costumes para cá. Antigamente,
muitas dessas movimentações aconteciam às
escondidas ou na senzala. Com o passar dos anos e a
liberdade dos negros, a cultura foi incorporada como
um todo. hoje é um dos nossos destaques. Entre as
cidades, Nazaré da Mata desponta como uma das que
mais concentra maracatus.
Tudo isso é apenas uma demonstração da rica cultura
de Pernambuco. Uma cultura que orgulha os
pernambucanos, que é passada de geração em
geração, levada para todos os cantos do mundo.
Cultura
A cultura pernambucana é bastante diversificada, uma
vez que foi influenciada por indígenas, africanos e
europeus.
Tendo sido uma das primeiras áreas efetivamente
colonizadas por portugueses, ainda no século XVI, que
aí encontraram as populações nativas e foram
acompanhados por africanos trazidos como escravos,
Pernambuco tem uma cultura bastante particular e
típica, apesar de extremamente variada. Sua base é
lusobrasileira, com grandes influências africanas e
ameríndias.
Música e dança
O frevo, um dos principais gêneros musicais e danças
do estado e símbolo do Carnaval Recife/ Olinda,
caracteriza-se pelo ritmo acelerado e pelos passos que
lembram a capoeira. Esse gênero já revelou e
influenciou grandes músicos, como Alceu Valença,
Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Moraes
Moreira, Armandinho, Pepeu Gomes, Antônio Nóbrega,
Hermeto Pascoal, entre muitos outros. Antes da criação
da axé music na década de 1980, o frevo era utilizado
também no Carnaval de Salvador. Em cerimônia
realizada na cidade de Paris, França, no ano de 2012,
a Unesco anunciou que, aprovado com unanimidade
pelos votantes, o frevo foi eleito Patrimônio Cultural
Imaterial da Humanidade.
O manguebeat, gênero musical pernambucano que
despontou na cena underground dos anos 1990,
revelou e influenciou diversos grupos musicais e
artistas do estado, como Chico Science, Nação Zumbi,
Otto, Lenine, Mundo Livre S/A, Cordel do fogo
encantado, Mestre Ambrósio, Fred Zero Quatro, entre
outros. O manguebeat foi criado pelo guitarrista
Robertinho do Recife.
Festividades
Carnaval em Olinda: O Carnaval Recife/Olinda é
considerado o mais democrático e cultural- mente
diverso do país. É multifacetado, com formas diferentes
de carnaval de rua, desfiles de agremiações
carnavalescas e apresentações de cantores e
conjuntos musicais em palanques específicos. O Recife
possui o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo
da Madrugada, que se apresenta no sábado de
carnaval, ou "Sábado de Zé Pereira". Em 2006, o Galo
reuniu mais de um milhão e meio de pessoas, mais que
a população do Recife, façanha que o incluiu no Livro
Guiness de Recordes. Em fins do século XVII, havia
organizações, denominadas "companhias", que se
reuniam para comemorar a Festa de Reis. Essas
companhias eram constituídas, em sua maioria, de
pessoas de raça negra, escravos ou não, que
suspendiam seus trabalhos e comemoravam o dia dos
Santos Reis. Com a abolição da escravatura,
começaram a aparecer agremiações carnavalescas
baseadas nos maracatus e nos festejos dos Reis
Magos. O primeiro clube carnavalesco de que se tem
notícia foi o Clube dos Caiadores, criado por Antônio
Valente. Os participantes do clube compareciam à
Matriz de São José, no bairro de São José, executando
marchas. Seus participantes, levando nas mãos baldes,
latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis, subiam
os degraus da igreja e a caiavam (pintavam),
simbolicamente.
Em Pernambuco, são realizadas das principais festas
juninas do país. Os festejos de Caruaru, no Agreste
pernambucano, disputam com os de Campina Grande
na Paraíba o título de Maior São João do Mundo,
embora Caruaru já esteja consolidada no Guinness
Book.
O Carnaval de Olinda é conhecido mundialmente pelos
desfiles dos Bonecos de Olinda, bonecos de mais de
dois metros, coloridos e de fácil localização, que saem
Ensino de qualidade focado em concursos.
153
às ruas junto com os foliões. Em seus primórdios, a
história do Carnaval de Olinda confunde-se com a
história da folia no Recife e em Pernambuco. Tal como
hoje a conhecemos, a maior festa popular do mundo é
um evento relativamente recente, sendo marcado pelo
surgimento de agremiações como o Clube
Carnavalesco Misto Lenhadores, fundado em 1907, e o
Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas, de 1912,
ambos ainda presentes nos carnavais da atualidade. O
Carnaval de Olinda preserva as mais puras tradições
da folia pernambucana e nordestina. Todo ano, pelas
ruas e ladeiras da Cidade Alta desfilam centenas de
agremiações carnavalescas e tipos populares, que
mantêm vivas as genuínas raízes da mais popular festa
do Brasil. São clubes de frevo, troças, blocos,
maracatus, caboclinhos, afoxés, cujas manifestações
traduzem a mistura dos costumes e tradições de
brancos, negros e índios, base da formação do nosso
povo e de nossa cultura.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Considerando a divisão territorial de Pernambuco por
municípios e observando o quadro a seguir sobre taxa
de alfabetização por mesorregião, assinale a alternativa
CORRETA.
a) Na Mesorregião do Agreste, as mulheres
apresentam taxa de alfabetização superior em relação
às mulheres da Mata Pernambucana, especialmente a
população no Município de Arcoverde.
b) Nas Mesorregiões Metropolitana do Recife e do
São Francisco, o número de mulheres analfabetas é
menor em relação à taxa das demais Mesorregiões do
estado. Como exemplo, têm-se os Municípios de Recife
e Petrolina, respectivamente.
c) Excetuando-se a Mesorregião Metropolitana do
Recife, a Mata Pernambucana é a que possui o
percentual mais elevado de mulheres alfabetizadas,
com destaque para os Municípios de Carpina e
Palmares.
d) Em todas as Mesorregiões de Pernambuco, o total
de pessoas alfabetizadas acima dos 10 anos de idade
é superior aos 80%, sobretudo nos Municípios de
Recife, Caruaru e Petrolina.
e) Nas Mesorregiões do Agreste e do Sertão de
Pernambuco, o número total de pessoas analfabetas é
menor em relação às demais Mesorregiões, em
especial nos municípios de Caruaru e Arcoverde.
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Considerando as características do espaço rural
pernambucano e o quadro a seguir que apresenta
algumas das principais culturas desenvolvidas em
Pernambuco, no que se refere à área plantada em
hectares e ao valor da produção em mil reais, assinale
a alternativa CORRETA.
a) A cultura da cana-de-açúcar, assentada
historicamente, sob a forma de propriedades
latifundiárias, ocupa as maiores dimensões de área
Ensino de qualidade focado em concursos.
154
plantada e o maior valor da produção nas Mesorregiões
da Mata Pernambucana e Metropolitana do Recife.
b) No Sertão de Pernambuco, é a mandioca que
ocupa a maior porção de área plantada e o menor valor
da produção, como reflexo de um processo de
diversificação da produção agrícola, iniciado a partir
dos anos 70, em razão da introdução de projetos de
irrigação na área.
c) O feijão e o milho, lavouras historicamente
tradicionais do Agreste pernambucano, até os dias de
hoje, são as culturas que apresentam os maiores
valores da produção na referida mesorregião.
d) No Sertão Pernambucano e na Mesorregião do São
Francisco, em razão do declínio do cultivo de algodão
herbáceo, tem-se a ascensão dos plantios da mandioca
e da cana-de-açúcar que se constituem como as
principais culturas das referidas mesorregiões, tanto no
que diz respeito à área plantada como ao valor da
produção.
e) Na Mata Pernambucana, em razão de as terras se
encontrarem estruturadas sob a forma de pequenas
propriedades, observa-se uma distribuição equilibrada
das áreas destinadas ao plantio da cana-de-açúcar, do
feijão, da mandioca e do milho.
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
O olhar geográfico possibilita analisar e compreender o
espaço onde as sociedades humanas estão inseridas.
No caso de Pernambuco e de seus aspectos
geográficos, é INCORRETO afirmar que o Estado
apresenta
a) localização totalmente na porção tropical do Brasil.
b) maior densidade demográfica na porção Leste,
sobretudo na Região Metropolitana do Recife – RMR.
c) extensão territorial no sentido Norte/Sul maior que
no sentido Leste/Oeste.
d) limites interestaduais com os Estados do Ceará,
Paraíba, Alagoas, dentre outros.
e) cinco mesorregiões com características
geográficas peculiares.
4) Qual o municipio mais Populoso do Estado do
Pernambuco?
a) Recife
b) Jaboatão dos Guararapes
c) Olinda
d) Caruaru
e) Petrolina
5) O Maracatu, manifestação mais original da cultura
popular em Pernambuco, chega ao apogeu durante o
a) Natal.
b) Carnaval.
c) Semana Santa.
d) Dia da Consciência Negra.
6) Analise o texto abaixo sobre o setor terciário na
cidade do Recife e assinale a alternativa que melhor
destaca a realidade desse setor na cidade e em sua
RMR.
Recife é um tradicional polo de serviços - Os segmentos
de maior destaque são: comércio, serviços médicos,
serviços de informática e de engenharia, consultoria
empresarial, ensino e pesquisa, atividades ligadas ao
turismo - A capital pernambucana abriga o Porto Digital,
reconhecido como o maior parque tecnológico do
Brasil, com mais de 200 empresas, entre elas
multinacionais como Motorola, Borland, Oracle, Sun,
Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft - Emprega cerca de seis
mil pessoas, e tem 3,9% de participação no PIB do
estado.
Sobre a realidade dos serviços em Recife e na RMR é
verdadeiro afirmar que:
a) Com maior contingente de trabalhadores no setor
secundário do que no terciário, pode-se afirmar que o
Recife, a despeito do crescimento econômico, ainda se
mantém como uma economia agroexportadora, sem
serviços importantes.
b) O setor secundário emprega cerca de um terço do
que emprega o setor terciário, o que indica que a
Ensino de qualidade focado em concursos.
155
economia de Recife é assentada na economia
industrial.
c) O grande contingente de trabalhadores no setor
terciário é típico de uma cidaded urbanizada, dado que
as atividades deste setor são mais intensas em
cidades.
d) O setor terciário emprega a minoria da PEA dessa
região, o que indica que seu desenvolvimento é
orientado por uma estrutura agrícola tradicional que
demanda mão de obra numerosa.
7) Observe a imagem abaixo:
No estudo das interações da sociedade com o meio
físico devem-se considerar fatores sociais,
econômicos, tecnológicos e culturais estudados na
dimensão do tempo e do espaço – Ao analisar a
representação da paisagem urbana de parte do Recife
apresentada na imagem, conclui-se que
a) as formas de organização do espaço consideram a
dinâmica natural das áreas de várzeas e de terra firme.
b) os aspectos da poluição das águas, como o depósito
de resíduos sólidos, são de responsabilidade da
população do entorno.
c) o modo de vida ribeirinho apresenta resistência
diante da pressão da modernização urbana.
d) a população urbana encontra diferentes formas de
adaptação na adversidade do ambiente urbano.
e) o contraste de formas revela as desiguais condições
de vida da população da cidade.
8) O elevado crescimento das metrópoles regionais e
nacionais no Brasil formou um conjunto de cidades
contíguas, constituindo-se numa grande área urbana -
Sobre este assunto, analise o mapa e as afirmativas a
seguir.
1. Os 14 municípios representados no mapa
constituem, atualmente, a Região Metropolitana do
Recife (RMR) estabelecida com a finalidade, dentre
outras, de solucionar em conjunto os problemas
urbanos da área que a compõe.
2. O mapa original da RMR, criado em 1973, foi
modificado com a inclusão dos Municípios de Abreu e
Lima, Araçoiaba, Camaragibe e Itapissuma (que se
originaram a partir do desmembramento dos Municípios
de Paulista, Igarassu e São Lourenço da Mata), sendo
Ipojuca também posteriormente incorporado.
3. Além da RMR, representada no mapa acima, são
reconhecidas oficialmente no Brasil outras grandes
regiões metropolitanas, sendo São Paulo, Rio de
Janeiro e Salvador algumas das mais importantes.
Está (ão) correta (s):
a) 1, apenas.
b) 1 e 2, apenas.
c) 1 e 3, apenas.
d) 2 e 3, apenas.
e) 1, 2 e 3.
Ensino de qualidade focado em concursos.
156
9) O VALE DA FARTURA
A irrigação cria um pomar verde às margens do São
Francisco - Projetos transformaram a aridez do Sertão
num cenário de prosperidade em pouco mais de uma
década - A vedete do São Francisco é Petrolina, a 700
quilômetros de Recife - Ela disputa com a cidade
paulista de Ribeirão Preto o título de “Califórnia
Brasileira” - (Revista VEJA, 22/9/93)
Entre o otimismo da notícia e a realidade do espaço em
questão, pode-se afirmar que a irrigação
a) permitiu a expansão agrícola em Petrolina, levando
sua produção a competir com Ribeirão Preto no
mercado externo.
b) beneficiou a maior parte da população das margens
do São Francisco, incrementando a produção de
gêneros alimentícios tradicionais.
c) favoreceu as empresas nacionais e estrangeiras,
alocadas na região, implantando no Nordeste mais uma
área de agricultura de exportação.
d) desenvolveu os municípios da bacia hidrográfica,
estimulando a organização de cooperativas agrícolas
entre os “barranqueiros”.
e) contribuiu para o crescimento urbano de Petrolina,
sendo determinante a sua posição geográfica ribeirinha
e sua condição de nó rodoviário.
10) Sobre as atividades econômicas no Estado de
Pernambuco, podemos afirmar corretamente que
a) os grandes projetos de irrigação no Sertão do São
Francisco foram implantados com o apoio da Comissão
de Desenvolvimento do Vale do São Francisco
(CODEVASF), com investimentos voltados ao mercado
interno regional.
b) o fechamento de diversas usinas e destilarias de
açúcar em Pernambuco que se encontram, sobretudo,
na Zona da Mata e do Agreste do Estado tem
contribuído para o agravamento das tensões sociais no
campo.
c) a cana-de-açúcar continua a ser o principal produto
agrícola de Pernambuco em área cultivada e em
volume de produção, dominando as regiões da Mata e
alguns municípios da região Metropolitana do Recife.
d) as lavouras de milho e de algodão no Estado de
Pernambuco vêm perdendo expressão econômica,
face ao avanço na região do Agreste da pecuária
leiteira e pela praga do bicudo, que está dizimando
essas culturas.
e) no Estado de Pernambuco, as grandes propriedades
rurais, ou seja, os latifúndios, se dedicam basicamente
às atividades agrícolas, como a criação de animais e a
produção da policultura para abastecimento dos
centros urbanos
GABARITO:
1 – B 3 – C 5 – A 7 – E 9 – C
2 – A 4 – A 6 – C 8 – E 10 – C
A QUESTÃO AMBIENTAL EM PERNAMBUCO
Muitos impactos ambientais nos biomas e
ecossistemas brasileiros pernambucanos estão
diretamente ligados à forma pela qual se deu a
ocupação e a organização do território. A faixa litorânea
foi a primeira a ser atingida, onde as áreas de
manguezais e vegetações de praia e dunas também
foram muito afetadas.
Pernambuco tem um papel importante no combate às
mudanças climáticas e na adaptação de seus efeitos no
cenário nacional. Por um lado é altamente vulnerável
aos seus efeitos negativos, em especial nas áreas
litorâneas de baixa declividade e em grande parte do
Estado sujeita à desertificação, conforme apresentado
no relatório pelo Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas da ONU, IPCC (5).
A expansão do sistema elétrico e energético no Brasil e
em Pernambuco tem se baseado no aumento da
participação de fontes não renováveis de energia, onde
o estado de Pernambuco se apresenta com significativo
potencial para o aumento de energias renováveis na
geração de energia (biomassa, eólica, solar e
pequenas centrais hidroelétricas), contribuindo com o
fornecimento de matéria prima para biocombustíveis,
significando um potencial de melhoria de eficiência
energética do seu parque industrial, evidenciando que
Pernambuco possui forte potencial para contribuir com
a manutenção/diminuição dos impactos antrópicos.
Ensino de qualidade focado em concursos.
157
Pernambuco possui grande diversidade de
ecossistemas, com aproximamente 8 mil espécies de
organismos catalogadas no Estado e, como muitos
grupos ainda não foram estudados, estimasse que este
número varie entre 24 mil e 90 mil. Tamanha
diversidade biológica contrasta com os altos níveis de
degradação dos ecossistemas, pois restavam apenas
1% de Mata Atlântica, incluindo mangue e restinga e
cerca de 50% de Caatinga de acordo com o Atlas da
Biodiversidade de Pernambuco do ano de 2002.
O Agreste e Sertão apresentam grande pressão
antrópica sobre os recursos naturais, especialmente os
recursos florestais. A ação do homem se processa com
intensidade, resultando em áreas degradas pelo
consumo da lenha. O Estado apresenta um déficit
hídrico, onde as águas tornam-se escassas, sendo um
fator limitante à vida e ao desenvolvimento.
É evidente o passivo ambiental acumulado que incide
sobre o Estado, somando-se a este, o fato de
apresentar forte vulnerabilidade aos efeitos das
alterações do clima.
De acordo com os resultados das pesquisas globais,
Pernambuco é um dos estados mais vulneráveis do
Brasil, aos efeitos das mudanças do clima.
Enquanto na área litorânea vem sendo intensificado o
processo erosivo nas praias, com ameaça iminente ao
patrimônio público e privado, a região do sertão e
agreste padece do fenômeno das secas.
Problemas Ambientais Costeiros
O estado de Pernambuco apresenta umas das
menores áreas costeiras do país, com 4.473 km², o que
corresponde a 1% da zona costeira nacional. A faixa
costeira do Estado de Pernambuco apresenta uma
sequência de sedimentos acumulados chamada Bacia
Pernambuco/Paraíba, a norte do Lineamento
Pernambuco, e na Bacia Cabo a sul do mesmo
lineamento. Possui forma alongada e paralela à costa.
É formada pelos sedimentos holocênicos e pelos
afloramentos da Formação Barreiras ou das formações
cretáceas, sobre o embasamento que é constituído por
rochas do cristalino da Província Borborema, de idade
pré-cambriana, e vulcanitos da Formação Ipojuca.
Os primeiros registros sobre o problema de erosão no
litoral de Pernambuco estão relacionados com a
construção e ampliação do Porto do Recife que
modificou as correntes litorâneas que atingem o
município de Olinda.
Posteriormente, os aterros de mangues, verificados na
foz do rio Beberibe (divisa dos municípios de Recife e
Olinda), contribuíram para acelerar o processo erosivo
já instalado na Praia dos Milagres. Nos anos 50 foram
construídos 2 quebra-mares semi-submersos e 3
espigões curtos nas praias dos Milagres, Carmo e Farol
No entanto, o problema não foi satisfatoriamente
solucionado, ocasionando a transferência da erosão
para as praias mais a norte, como Bairro Novo, Casa
Caiada e Janga.
O crescimento desordenado da cidade do Recife deu-
se em cinco direções, iniciando ao longo dos rios e na
costa, sendo a última delas para sul. As praias de
Candeias, Piedade e sul de Boa Viagem, que se
encontravam estáveis, passaram, então, a apresentar
problemas de erosão. Devido a esse problema, obras
emergenciais para proteção dos imóveis foram
realizadas sem grande sucesso.
A erosão marinha atinge atualmente cerca de 1/3 das
prais no ltoral pernambucano. Os fatores que
contribuem decisivamente para este processo são
vários. Em algumas praias é produto direto das
intervenções antrópicas seja por ocupação das áreas
adjacentes a praia (impermeabilização dos cordões
marinhos arenosos) e até das pós-praia, como é o caso
particular da praia de Boa Viagem (zona metropolitana
do Recife) e do litoral de Olinda e de Paulista, seja pela
construção de estruturas rígidas artificiais de proteção
contra o processo erosivo, muitas vezes implantadas
sem conhecimento técnico.
Na Região Metropolitana do Recife estes efeitos podem
ser agravados pelo aumento médio do nível do mar,
tendo em vista a alta densidade populacional do litoral
1053 hab/km2, sendo a segunda maior densidade
demográfica entre as Regiões Metropolitanas
Costeiras.
Outras praias apresentam instalação de processo
erosivo devido a alterações no suprimento sedimentar
da praia, em alguns casos por fatores
predominantemente naturais, decorrentes da presença
de correntes longitudinais divergentes a partir de um
mesmo setor, formando duas células de deriva
litorânea, como é o caso das praias de Serrambí,
Tamandaré e Guadalupe.
Mapa De Trecho Do Litoral De Pernambuco Que Sofre
Com A Erosão Moderada E Intensa
Ensino de qualidade focado em concursos.
158
Balneabilidade Das Praias De Pernambuco
O desenvolvimento da prática turística e imobiliára no
litoral pernambucano, com ênfase para o núcleo
metropolitano, fato que fez com que o litoral que
antigamente era ocupado basicamente por pescadores
se transforma-se num dos principais centros urbanos
litorâneos do país.
Esse crescimento demográfico trouxe inúmeros
impactos ao meio ambiente, como a destruição dos
manguezais decorrentes da especulação imobiliária e
do peso demográfico exercido pelos banhistas nos
períodos de lazer.
Desmatamento Na Caatinga Pernambucana
A área do bioma Caatinga, segundo a delimitação do
IBGE (2004), cobre 9,92% do território nacional. A
estimativa da população do Semiárido em 2014 é de
23,8 milhões de habitantes, sendo a região semiárida
mais populosa do mundo . A região conta com um
rebanho de 31,2 milhões, sendo que 53% são bovinos
. O superpastoreio é uma das principais causas da
degradação da cobertura vegetal.
O desmatamento da caatinga contribui para acelerar a
ação dos ventos e a ação das gotas de chuva sobre o
solo exposto (efeito splash) em razão da ausência da
camada protetora de vegetação – Com isso o
escoamento superficial passa a ser potencializado,
rpvoocando o aparecimento de pequenas ravinas, as
quais poderão evoluir para sulcos e, até mesmo para
voçorocas no sertão pernambucano . A retirada da
vegetação interfere ainda na recarga dos lençois
freáticos, pois a água, infiltrada em uma superfície
desprovida de cobertura vegetal tem velocidade
superior, atingindo com mais força o solo com escassa
ou nenhuma cobertura vegetal.
A Caatinga no Sertão do Pajeú perde dezenas de
quilômetros todos os dias e ninguém faz nada . A
extensão desmatada deixa um clima de desertificação
assustador . Em relação à área, o desmate ocorre entre
as cidades de Afogados da Ingazeira, Tabira, Solidão,
Ingazeira, Iguaracy, Tuparetama, São José do Egito,
Serra Talhada, Sertânia, São José do Belmonte, e
outras.
Distribuição Da Derrubada Do Bioma Da Caatinga
(2002-2008)
O desmatamento mais recente do bioma está ligado à
exploração ilegal de madeira para produção de carvão
. Além da ameaça do desmatamento, a Caatinga é um
dos mais vulneráveis às mudanças climáticas, com
áreas sob grave risco de desertificação.
Área Desmatada (2002-2008) Por Estado – Km²
Desertificação
As áreas suscetíveis à desertificação, segundo a
Convenção das Unidas para a o Combate à
Desertificação são aquelas de clima árido, semiáridos
e subúmidos secos.
De acordo com o Programa de Ação Nacional para o
Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da
Seca, as áreas susceptíveis à desertificação
correspondem a 90,68% da superfície do Estado de
Pernambuco, distribuídos por 135 municípios, onde
vivem, de acordo com o censo demográfico de 2010,
2.922.519 milhões de habitantes, conformando uma
densidade demográfica de 38,34 hab/km2 – Entre os
impactos mais evidentes desse processo destacamos
os processos migratórios, que deslocará as populações
afetadas para os centros urbanos, sobrecarregando os
serviços nesta região e agravando ainda mais a
condição socioeconômica, além das questões naturais
propriamente ditas.
Os danos relacionados à desertificação resultaram na
exposição do solo e erosão, no empobrecimento da
Caatinga e na degradação dos recursos hídricos . As
temperaturas elevadas e o solo exposto também
dificultam a sobrevivência da biota local.
Essa população sofre diretamente com esses danos . A
desertificação de Cabrobó traz ameaças para a
qualidade de vida da população, já que tal processo
gera perda da fertilidade da terra.
Ensino de qualidade focado em concursos.
159
Mapa Da Desertificação Em Pernambuco
As áreas em processo de desertificação na região de
Cabrobó estão assim distribuídas: 14,72% com grau de
severo, 76,41% no nível acentuado, 2,57% no nível
moderado e 6,30% no nível baixo, o que corresponde a
1.001,006 Km², 5.194,733 Km², 174,670 Km² e 428,356
Km² respectivamente.
Poluição Dos Recursos Hídricos Fluviais
A rede hidrográfica do Estado de Pernambuco é
caracterizada por rios de pequena extensão, com
exceção apenas do São Francisco, que serve de limite
entre Pernambuco e Bahia, no trecho compreendido
entre as proximidades da Barragem de Sobradinho e as
vizinhanças da Barragem de Paulo Afonso.
Parte da rede hidrográfica escoa no sentido oeste-leste,
desaguando no Atlântico, constituindo os chamados
rios litorâneos . São assim considerados os rios
Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Sirinhaém, Una, Mundaú
e outros de menor importância . A outra parte escoa no
sentido norte-sul, desaguando no São Francisco,
formando os chamados rios interiores, destacando-se o
Ipanema, Moxotó, Pajeú, Terra Nova, Brígida, Garças
e Pontal.
A maior parte desses rios tem sua bacia hidrográfica
integralmente dentro do Estado – os rios estaduais;
alguns têm partes de suas bacias em outros estados,
podendo assim ser caracterizados como rios federais,
a exemplo do Mundaú, Ipanema e Moxotó . Quanto às
dimensões, algumas áreas de drenagem são muito
pequenas, formadas por ramificações de tributários que
drenam para outro estado, ou mesmo constituindo
unidades hidrográficas completas mas de rios de
extensão inexpressiva . As maiores áreas de drenagem
são pertencentes a tributários do São Francisco.
Do ponto de vista do regime hidrológico, em razão dos
cursos d’água dependerem fundamentalmente da
distribuição e da intensidade das chuvas, e sendo estas
mais abundantes nas Mesorregiões Metropolitana do
Recife e Mata Pernambucana, decrescendo no sentido
leste-oeste, na direção das Mesorregiões do Agreste,
Sertão e São Francisco Pernambucano, os rios
interiores são geralmente intermitentes, permanecendo
secos durante os períodos de estiagem, salvo
pequenos tributários com bacias situadas em áreas de
micro-clima.
Enchentes Urbanas
No Estado de Pernambuco os problemas de enchentes
atingem fundamentalmente a região metropolitana,
destacando-se as bacias dos rios Capibaribe, Beberibe,
Jaboatão, Tejipió e Camaragibe, e algumas áreas
urbanas da zona da Mata e Agreste . As enchentes de
conseqüências mais graves ocorreram no baixo rio
Capibaribe, atingindo as cidades de Recife e São
Lourenço da Mata. As enchentes urbanas têm
constituído um dos importantes impactos sobre a
sociedade . Esses impactos podem ocorrer devido à
urbanização ou à inundação natural das várzeas
ribeirinhas – Conhecidos os processos de formação
das enchentes e suas conseqüências, é necessário
planejar-se a ocupação do espaço urbano com uma
infraestrutura e as condições que evitem impactos
econômico-sociais – As inundações podem também ser
provocadas por precipitações de elevada intensidade,
que superam a capacidade de drenagem das áreas
atingidas.
Enchentes em Palmares, 2010.
Ensino de qualidade focado em concursos.
160
Políticas De Combate Aos Problemas Ambientais
Em Pernambuco
Em 2008, foi criado um Comitê Estadual de
Enfrentamento das Mudanças Climáticas (Decreto N° -
31.507/2008) e de seu Grupo Executivo, seguido do
Fórum Estadual de Mudanças Climáticas (Decreto Nº
33.015/2009) . Ambos contam hoje com a participação
de cientistas e esquisadores de diversos centros
internacionais, nacionais e estadual, voltados para o
monitoramento do clima e seus efeitos em
Pernambuco.
A partir desse Comitê foram foram elaboradas as
“Propostas Pernambucanas para o Enfrentamento às
Mudanças Climáticas”, documento com as principais
metas de Pernambuco para o enfrentamento desses
fenômenos e norteador para o desenvolvimento de
ações no Estado de Pernambuco na missão de
construir sua Política Estadual de Mudanças Climáticas
. Para a elaboração dessas Propostas, foram
consideradas três temáticas urgentes:
Desertificação;
Gestão Costeira;
Urbanismo.
A Política Estadual de Enfrentamento às Mudanças
Climáticas não é uma legislação exclusiva para juristas,
mas sim para todos profissionais que, de algum modo,
lidam com as questões ambientais . Ela se destina à
sociedade, que almeja viver em um ambiente saudável
e protegido, sem abrir mão do desenvolvimento
econômico, desde que seja de forma sustentável .
Pernambuco trilhou um caminho para estabelecer sua
Política de Enfrentamento às Mudanças Climáticas.
Entre as principais medidas/ações dessa política
destacamos: a abordagem articulada das questões
ambientais locais, regionais, nacionais e globais; a
precaução ambiental como orientadora das ações a
serem adotadas; a mitigação das ações humanas que
possam favorecer a aceleração das mudanças no
clima; a publicabilidade sobre o tema através da
informação transparente, científica e democrática; a
abordagem do tema numa perspectiva cientifica com
inter, multi e transdisciplinaridade;
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre a questão ambiental em Pernambuco, analise as
proposições abaixo:
I. O aquecimento econômico da última década trouxe
benefícios a diversos municípios e polos industriais em
Pernambuco, como o aumento da oferta de empregos.
No entanto, é importante que esse fenômeno de
expansão econômica considere os recursos ambientais
e seus limites de sustentabilidade.
II. Poluição hídrica, saneamento básico incipiente,
deposição inadequada de resíduos sólidos, dentre
outros, são exemplos de casos de degradação
ambiental em Pernambuco que merecem atenção do
Poder Público, da iniciativa privada e da sociedade civil
no sentido de garantir, de forma articulada, o
conhecimento das causas e efeitos a fim de mitigá-los.
III. O conhecimento dos principais problemas
ambientais das cidades por parte dos seus cidadãos
pode ser uma das ferramentas eficazes para combatê-
los, exigindo o cumprimento da legislação vigente e
praticando ações concretas em seu cotidiano.
IV. Conceber atividades humanas, considerando as
questões ambientais, parece ser uma alternativa para
modelos produtivos com menos agressão aos recursos
naturais. Para tanto, o conjunto de tecnologias e
criatividade pode ser o diferencial para o cenário
ambiental de Pernambuco.
Está(ão) CORRETA(S)
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) I e IV, apenas.
2) No dia 04 de junho de 2006 o programa Globo Rural
apresentou uma reportagem sobre o processo de
desertificação no Nordeste brasileiro, associado à
pequena produção agrícola - Nessa matéria aparece
relatado o seguinte:
As áreas mais críticas ficam no sertão nordestino - Em
Irauçaba (CE), a desertificação avança sobre a
caatinga e faz surgir uma imensidão de areia; o mesmo
ocorre no Seridó, entre o Rio Grande do Norte e a
Paraíba; em Cabrobó (PE), o solo degradado se
transforma num tapete de pedras - Apesar de ser mais
comum na Caatinga, o problema também pode surgir
em outro tipo de ambiente – A maior área em
Ensino de qualidade focado em concursos.
161
desertificação do país é de Gilbués, sul do Piauí -
(DESERTO Brasileiro – Disponível em:
http://globoruraltv.globo.com.br - Acesso em: 23 jul -
2006.)
Em relação ao processo de desertificação no Nordeste
e em Pernambuco e sua associação à pequena
produção agrícola, assinale a afirmativa INCORRETA:
a) A maior parte da desertificação ocorre nas pequenas
propriedades do sertão pernambucano, aumentando a
pobreza no campo e o processo de emigração.
b) A desertificação atinge as áreas produtoras de cana-
de-açúcar pernambucana, reduzindo a produção de
álcool combustível.
c) O processo de desertificação é derivado das forças
da natureza, devido às características edafoclimáticas
da região.
d) A desertificação é um problema social e ambiental,
pois torna a terra improdutiva e desprovida de
vegetação, afetando a produção agrícola do pequeno
produtor.
3) Observe a imagem e o texto:
Depois de mais de dez horas sem chuva, Recife ainda
tem pontos de alagamento Emlurb afirma que, após
maré alta, situação ainda não se normalizou Desde às
6h da manhã desta sexta-feira (20) as chuvas deram
uma trégua no Recife . Em alguns pontos da cidade, no
entanto, por volta das 16h30 a água ainda não havia
escoado e a a lama acumulada causou transtornos aos
pedestres e motoristas.
Nas imediações do Parque Treze de Maio, na área
central da capital pernambucana, estudantes
precisaram se arriscar na pista para atravessar, já que
a calçada está tomada pela água suja - Na Rua da
Aurora, o Rio Capibaribe transbordou e a água invadiu
a pista.
Nas imediações do Parque Treze de Maio, água toma
conta de parte da calçada - Foto: Carol Santos/DP/D.A
Press Considere a imagem e a reportagem análise das
afirmações abaixo:
I. O processo de verticalização e a impermeabilização
dos solos nas proximidades das vias marginais ao rio
Capibaribe aumentam a sua susceptibilidade a
enchentes.
II. A extinção da Mata Atlântica na região da nascente
do rio Capibaribe, no passado, contribui, até hoje, para
agravar o problema com enchentes nas vias marginais.
III. A várzea do rio Capibaribe é um ambiente
susceptível à inundação, pois constitui espaço de
ocupação natural do rio durante períodos de cheias.
Está correto o que se afirma em
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III
4) “Pesquisa feita pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) indicou os pontos mais quentes
do Recife, as chamadas 'ilhas de calor'. O resultado do
estudo aponta que, em um mesmo ambiente, a
temperatura chega a variar até 13 graus. Em março
deste ano, os meteorologistas registraram até seis
graus acima da temperatura média esperada para o
mês”.
Entre os aspectos ligados ao surgimento do fenômeno
das ilhas de calor, podemos destacar:
a) a intensificação do aquecimento global
b) a remoção da vegetação em áreas rurais
c) a verticalização dos centros urbanos
d) a expansão desmedida de áreas verdes
e) a ampliação das áreas periféricas
GABARITO:
1 – D 3 – D
2 – A 4 – C
Ensino de qualidade focado em concursos.
162
História
OCUPAÇÃO PRÉ-HISTORICA DE PERNAMBUCO
Há mais ou menos 12 mil anos, durante a transição
entre o período Pleistoceno e o Holoceno, boa parte do
território brasileiro já estava ocupado por grupos de
caçadores e coletores pré-históricos. Tais grupos são
divididos pelos arqueólogos em tradições,
estabelecidas de acordo com os resquícios de sua
cultura material.
Na região que hoje corresponde ao estado de
Pernambuco, foram identificados vestígios seguros de
ocupação humana superiores a 11 000 anos, nas
regiões de Chã do Caboclo, em Bom Jardim, e Furna
do Estrago, em Brejo da Madre de Deus. Nesta última
região, foi descoberta uma importante necrópole pré-
histórica, com 125 metros quadrados de área coberta,
de onde foram resgatados 83 esqueletos humanos em
bom estado de conservação.
À tradição Nordeste pertenciam aqueles que possuíam
indústria lítica refinada e faziam belas pinturas
rupestres. Há mais ou menos 7 mil anos atrás, esse
grupo foi substituído pelas tribos da tradição Agreste,
que não dominava as artes, exceto a da guerra. É a
esse período de transição que remonta a presença
humana mais antiga de que se tem notícia no Parque
Nacional do Vale do Catimbau, o 2º maior parque
arqueológico do Brasil, perdendo apenas para a Serra
da Capivara, no Piauí. Em 1970 foi descoberto um
esqueleto datando 6.800 anos em um abrigo utilizado
como cemitério pré-histórico, atualmente em exposição
no Museu Municipal de Buíque.
Dentre os grupos indígenas que habitaram o estado,
destaca-se a tradição cultural Itaparica, responsável
pela confecção de artefatos líticos lascados há mais de
6 000 anos. No agreste pernambucano, conservam-se
pinturas rupestres com data aproximada de 2 000 anos
antes do presente, atribuídas à subtração denominada
Cariris velhos.
CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS
POPULAÇÕES INDÍGENAS
Características socioculturais das populações
indígenas que habitavam o território do atual estado de
Pernambuco, antes dos primeiros contatos euro-
americanos:
Com uma superfície de 90 mil há, o Vale do Catimbau
estende-se entre os Municípios de Buíque, Ibimirim,
Inajá e Tupanatinga, fazendo fronteira com a reserva
indígena federal Kapinawá, localizada na serra da Mina
e onde vivem cerca de 400 índios.
Segundo pesquisadores da UFPE, os antigos
habitantes do lugar eram grupos caçadores coletores
do Período Holoceno que não apresentavam domínio
da cerâmica e moravam em cavernas (tanto é que, das
cerca de 200 grutas e cavernas existentes no Vale, pelo
menos 28 guardam vestígios de sepultamentos). Dos
23 sítios arqueológicos com grafismos rupestres já
catalogados pelo IPHAN no Parque, o maior e mais
importante é o Alcobaça, situado em um paredão
rochoso com configuração de anfiteatro. Lá foram
encontradas pinturas rupestres em um painel de 60m,
ocupando uma área de 50m de extensão com largura
variando entre 2 e 3m. Já a pedra da Concha apresenta
um painel de 2,3m por 1,5m, albergando inscrições com
figuras humanas, animais e desenhos geométricos em
tons ocre. São imagens isoladas que não compõem
cenas, com predominância da tradição Agreste.
Acredita-se que foram utilizados nas pinturas
pigmentos metálicos e não metálicos misturados a
pigmentos orgânicos, como genipapo e urucum.
A Furna do Estrago, abrigo sob rocha localizado no
Município de Brejo da Madre de Deus, é um dos mais
importantes sítios arqueológicos do Brasil. Da
Ensino de qualidade focado em concursos.
163
sucessiva utilização do sítio como habitação por grupos
caçadores coletores numa sequência temporal de
aproximadamente 10 mil anos, resultou uma
estratigrafia em que predominam as lentes de fogueiras
superpostas, formando pacotes de cinzas, e
sedimentos finos, soltos, secos, de cor parda, contendo
restos alimentares e toscos artefatos de pedra e osso.
Há cerca de 2 mil anos, a Furna passou a ser utilizada
como cemitério.
Quando os primeiros europeus chegaram ao território
brasileiro, no início do século XVI, vários grupos
indígenas ocupavam a região Nordeste. No litoral,
predominavam as tribos do tronco linguístico tupi, como
os Tupinambás, Tabajaras e os Caetés, os mais
temíveis (e já desaparecidos). No interior, habitavam
grupos dos troncos linguísticos Jê, genericamente
denominados Tapuias. Nos brejos interioranos do
estado ainda é possível encontrar grupos indígenas
remanescentes das antigas tradições, como os
Pankararu (em Tacaratu) e os Atikum (em Floresta).
Os grupos se formavam e se mantinham unidos
principalmente pelos laços de parentesco, que também
articulavam o relacionamento desses mesmos grupos
entre si. Agrupamentos menores, as aldeias ligavam-se
através do parentesco com unidades maiores, as tribos.
Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do
extrativismo e da agricultura. Nem esta última, porém,
servia para ligá-los permanentemente a um único
território. Fixavam-se nos vales de rios navegáveis,
onde existissem terras férteis. Permaneciam num lugar
por cerca de quatro anos. Depois de esgotados os
recursos naturais do local, migravam para outra região,
num regime semi-sedentário.
Suas tabas (aldeias) abrigavam entre 600 e 700
habitantes. Levando em conta as possibilidades de
abastecimento e as condições de segurança da área,
um conselho de chefes determinava o local onde eram
erguidas. As aldeias eram formadas por ocas
(cabanas), habitações coletivas que apresentavam
formas e dimensões variadas. Em geral, as ocas eram
retangulares, com o comprimento variando entre 40 m
e 160 m e a largura entre 10 m e 16 m. Abrigavam entre
85 e 140 moradores. Suas paredes eram de madeira
trançada com cipó e recobertas com sapé desde a
cobertura. As várias aldeias se ligavam entre si através
de trilhas, que uniam também o litoral ao interior.
Para uma lista completa dos povos indígenas de
Pernambuco, consultar o site da Universidade Federal
de Pernambuco:
https://www.ufpe.br/nepe/povosindigenas/
A CAPITANIA DE PERNAMBUCO
A “GUERRA DOS BÁRBAROS” (1683 – 1713)
A Guerra dos Bárbaros foram os conflitos, rebeliões e
confrontos envolvendo os colonizadores portugueses e
várias etnias indígenas tapuias que aconteceram nas
capitanias do Nordeste do Brasil, a partir de 1683. Com
a expulsão dos holandeses do território brasileiro em
1654, os portugueses puderam retomar o avanço em
direção ao interior nordestino, expandindo as fazendas
de gado e perseguindo as etnias indígenas. Porém a
resistência de diversas etnias indígenas, que tinham
sido aliados dos holandeses, foi um elemento surpresa
para os lusos.
Os portugueses fortificaram o efetivo militar, inclusive
com a vinda de bandeirantes paulistas como Domingos
Jorge Velho. Já as etnias indígenas tapuias do interior
nordestino, como os janduís, paiacus, caripus, icós,
caratiús e cariris, uniram-se em aliança e confrontaram
os portugueses nas tentativas de dominar as terras dos
nativos. A aliança das tribos tapuias, denominada pelos
portugueses como Confederação dos Cariris ou
Confederação dos Bárbaros, foi derrotada somente em
1713.
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A denominação Tapuia foi dada pelos cronistas da
época, e perpetuada pela historiografia oficial, aos
grupos indígenas com diversidade linguística e cultural
que habitavam o interior, em distinção aos Tupi, que
falavam a língua geral e se fixaram no litoral. Estudos
atuais demonstram que esses povos pertenceram aos
seguintes grupos culturais: os Jê, os Tarairiu, os Cariri
e os grupos isolados e sem classificação. Entre eles
podem ser citados os Sucurú, os Bultrim, os Ariu, os
Pega, os Panati, os Corema, os Paiacu, os Janduí, os
Tremembé, os Icó, os Carateú, os Carati, os Pajok, os
Aponorijon, os Gurgueia, que lutaram ora contra ora a
favor dos colonizadores de acordo com as estratégias
que visavam à sua sobrevivência.
A rigor, embora tenham inicialmente recebido os
europeus amistosamente, os indígenas brasileiros
jamais aceitaram, sem resistência, a dominação do
"homem branco", sobretudo a partir da penetração do
conquistador português no interior do país, na busca de
metais preciosos ou na expansão das fazendas
pastoris. Esse avanço geralmente se tornava sinônimo
de massacre dos nativos, escravização dos
sobreviventes, violência sexual e usurpação das terras
indígenas. Não menos nefasta, para eles, era a ação
dos missionários.
A resistência dos índios se fazia pela fuga dos
aldeamentos missionários (em sua maioria, jesuítas) e
de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias
contra as investidas dos bandeirantes, por ataques a
vilas e fazendas, bem como por formas variadas de
suicídio, quando aprisionados. Essa resistência, ainda
que heroica, mostrou-se infrutífera, não somente face à
superioridade militar do homem branco, como também
devido à dificuldade dos indígenas de se unirem contra
o inimigo comum. Ao contrário, divididos por rivalidades
tribais, muitos se prestavam a auxiliar os europeus na
luta contra outros indígenas. Nas raras ocasiões em
que conseguiram se unir, na forma de confederações,
os conquistadores tiveram muito trabalho para dominá-
los.
Uma dessas confederações foi a dos cariris, que durou
trinta anos, envolvendo nativos principalmente do
Ceará, mas também algumas tribos de Pernambuco,
Rio Grande do Norte e Paraíba. Ela foi uma resposta
tardia ao avanço de poderosos sesmeiros (como o
célebre Garcia d’Ávila, da Casa da Torre), que se
apossavam de vastos territórios, invadindo terras
ocupadas por indígenas e provocando vários conflitos.
A designação “bárbaros” era dada pelos colonizadores
e cronistas da época aos povos nativos que habitavam
à região e ofereciam resistência à ocupação do
território pelos portugueses. Essa terminologia
etnocêntrica convinha ao discurso colonizador que
propagava a catequese e a “civilização” dos povos
indígenas nos moldes culturais do europeu ocidental.
Eram descritos como povos selvagens, bestiais, infiéis,
traiçoeiros, audaciosos, intrépidos, canibais,
poligâmicos, enfim, “índios-problema”, pois não se
deixavam evangelizar e civilizar. Eram, portanto,
considerados os principais obstáculos à efetiva
colonização.
Essa imagem reforçou os argumentos do conquistador
de impetrar uma “guerra justa” para extirpar os “maus”
costumes nativos, satisfazendo tanto as necessidades
de utilização de mão de obra pelos colonos quanto à
garantia aos missionários do sucesso na imposição da
catequese. O resultado foi a criação de dispositivos
legais que legitimavam uma guerra de extermínio. É
isso que nos confirma o documento datado de 1713,
quando os povos nativos já estavam drasticamente
reduzidos ou aprisionados e aldeados, no qual o
governador de Pernambuco insiste ser “necessário
continuar a guerra até extinguirem estes bárbaros de
todo ou do menor ficarão reduzidos a tão pouco número
que ainda que se queiram debelar o não possam fazer”.
Embora o resultado dessa guerra tenha sido
catastrófico para os povos nativos da região, é
importante destacar a sua tenaz resistência, que
retardou o processo de conquista da terra pelos
colonos nos sertões nordestinos por quase dois
séculos. Os Tapuia desenvolveram uma forma de luta
singular na história da resistência indígena no Brasil.
Apesar de um passado caracterizado por conflitos
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internos entre as diversas tribos, esses povos
conseguiram, através de uma série de alianças,
alcançar um certo grau de coesão na sua luta contra o
colonizador que desejava remover os habitantes
indígenas da região para povoá-la de gado (foi o
pastoreio que permitiu a ocupação econômica, pelos
colonizadores, em todo o interior do Nordeste).
A partir do século XVII, a pecuária foi paulatinamente
sendo levada para o interior da região, espalhando-se
pelo agreste e alcançando o sertão. A criação de gado
permitiu a ascensão econômica e social de alguns
habitantes do local, e a Guerra dos Bárbaros tornou-se
um meio para alcançar esse fim, pois, por seu
intermédio, conquistava-se o direito a sesmarias,
condição essencial para a montagem de uma fazenda
de gado. A resistência indígena foi a maior barreira à
expansão da pecuária, pois ela só se desenvolveu,
ampliando o seu mercado, após o final do conflito,
quando as terras estavam “limpas” dos indígenas.
A LAVOURA AÇUCAREIRA E MÃO DE OBRA ESCRAVA
Duarte Coelho tratou de instalar em Pernambuco os
primeiros engenhos de açúcar da colônia, incentivando
também o plantio do algodão. Tudo estava por fazer e
o donatário organizou o tombamento de terras, a
distribuição de justiça, o registro civil, a defesa contra
os índios Caetés e Tabajaras. Ao falecer, em Lisboa,
em 1554, legou aos filhos uma capitania florescente. O
seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque, em
correspondência com a Coroa, pedia autorização para
importar escravos africanos. Coube a Pernambuco o
nada honrável título de primeiro porto brasileiro de
desembarque de escravos africanos comercializados.
Em 1546 já existiam 76 escravos na colônia.
Em Olinda, sede administrativa da capitania, se
instalaram as autoridades civis e eclesiásticas, o
Colégio dos Jesuítas, os principais conventos e o
pequeno cais do Varadouro. Em fins do século XVI,
cerca de 700 famílias ali residiam, sem contar os que
viviam nos engenhos, que abrigavam de 20 a 30
moradores livres. O pequeno porto de Olinda era pouco
significativo, sem profundidade para receber as
grandes embarcações que cruzavam o Oceano
Atlântico. Por sua vez, Recife, povoado chamado pelo
primeiro donatário de "Arrecife dos navios", segundo a
Carta de Foral passada a 12 de março de 1537, veio a
ser o porto principal da capitania.
Em pouco tempo, a Capitania de Pernambuco se
tornou a principal produtora de açúcar da colônia
portuguesa. Consequentemente, era também a mais
próspera e influente das capitanias hereditárias. O fato
é que o início da produção de açúcar coincidiu com a
chegada dos escravos africanos ao Brasil. Em 1590,
eles já eram 36 mil escravos e depois passaram a ser
usados, também, na lavoura do café, sendo submetidos
às mais duras condições de trabalho.
Surge em Pernambuco o protótipo da sociedade
açucareira dos grandes latifundiários da cana- de-
açúcar, que perdurará de forma majoritária nos dois
séculos seguintes. O cultivo da cana-de- açúcar
adaptou-se facilmente ao clima pernambucano e ao
solo massapê. A maior proximidade geográfica de
Portugal, barateando o custo do transporte, a
abundância do pau-brasil, o cultivo do algodão e os
grandes investimentos feitos pelo donatário na
fundação de vilas e na pacificação dos índios são
outros fatores que ajudam a explicar o progresso da
capitania. Tal prosperidade, entretanto, transformou a
capitania em um ponto cobiçado por piratas europeus.
Já em 1595, o corsário inglês James Lancaster tomou
de assalto o porto de Recife e passou a saquear as
riquezas transportadas do interior. Partiu um mês
depois, levando as pilhagens em quinze embarcações.
Era o engenho uma espécie de povoação rural, a
exemplo da usina de açúcar dos dias atuais, que
congregava não somente escravos mas artesãos dos
mais diversos misteres, lavradores de canas vizinhos,
moradores livres, agregados da casa-grande, padres e
familiares do senhor de engenho, que vieram a tornar-
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166
se, no dizer de Stuart Schwartz, "espelhos e metáfora
da sociedade brasileira".
Assinala Antonil (1711) servirem ao senhor de
engenho, "além dos escravos de enxada e foice que
tem nas fazendas e na moenda, e fora os mulatos e
mulatas, negros e negras de casa ou ocupados em
outras partes, barqueiros, canoeiros, calafates,
carapinhas, carreiros, oleiros, vaqueiros, pastores e
pescadores. Tem mais cada senhor destes
necessariamente um mestre de açúcar, um banqueiro
e um contra banqueiro, um purgador, um caixeiro no
engenho e outro na cidade, feitores nos partidos e
roças, um feitor mor de engenho, para espiritual um
sacerdote seu capelão, e cada qual destes oficiais tem
soldada".
Em Pernambuco, em carta escrita em 1539, dirigida ao
rei D. João III, o donatário Duarte Coelho Pereira
solicita autorização para a importação direta da costa
da Guiné de 24 negros, a cada ano, quantidade que
seria aumentada por D. Catarina, em 1559, para 120,
mediante o pagamento de uma taxa reduzida, nada
impedindo que outros negros aqui chegassem por
outros caminhos. No testemunho dos jesuítas Antônio
Pires (carta de 4 de junho de 1552) e José Anchieta
(1548), era comum a existência de escravos negros e
índios em Pernambuco; a escravidão dos índios durou
até o século XVII, quando foi extinta pela Bula do Papa
Urbano VIII, de 22 de abril de 1639.
Era tanta a importância do trabalho escravo que o padre
Antônio Vieira, em carta dirigida ao Marquês de Niza,
datada de 12 de agosto de 1648, chega a afirmar: Sem
negros não há Pernambuco!
A GUERRA DOS MASCATES (1710 – 1711)
A Guerra dos Mascates que se registrou de 1710 a
1711 na então Capitania de Pernambuco, é
considerada como um movimento nativista pela
historiografia em História do Brasil. Confrontaram-se os
senhores de terras e de engenhos pernambucanos,
concentrados em Olinda, e os comerciantes reinóis
(portugueses da metrópole) do Recife, chamados
pejorativamente de mascates. Quando houve as
sedições entre os mascates europeus do Recife e a
aristocracia rural de Olinda, os sectários dos mascates
se apelidavam tundacumbe, cipós e camarões, e os
nobres e seus sectários, pés rapados - porque quando
haviam de tomar as armas, se punham logo descalços
e à ligeira, para com menos embaraços as manejarem,
e assim eram conhecidos como destros nelas, e muito
valorosos, pelo que na história de Pernambuco, a
alcunha de pés rapados é sinônimo de nobreza.
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste, a
economia açucareira sofreu uma grave crise. Mesmo
assim, a aristocracia rural (senhores de engenho) de
Olinda continuava controlando o poder político na
capitania de Pernambuco. Por outro lado, Recife se
descolava deste cenário de crise graças à intensa
atividade econômica dos mascates (como eram
chamados os comerciantes portugueses na região).
Outra fonte de renda destes mascates eram os
empréstimos, a juros altos, que faziam aos olindenses.
Causas da Guerra dos Mascates:
• Disputa entre Olinda e Recife pelo controle do poder
político em Pernambuco.
• Crise econômica na cidade de Olinda.
• Favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes
de Recife.
• Forte sentimento antilusitano, principalmente entre a
aristocracia rural de Olinda.
• Conquista da emancipação de Recife, através de
Carta Régia de 1709, que passou a ser vila
independente (criação da Câmara Municipal),
conquistando autonomia política com relação à Olinda.
A aristocracia rural de Olinda temia que Recife, além de
ser o centro econômico, passasse a ser também o
centro político de Pernambuco.
Objetivos: • Os olindenses queriam manter o controle
político na região, sobretudo com relação à próspera
cidade de Recife.
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167
• Os olindenses queriam que a coroa portuguesa
mantivesse Recife na condição de povoado.
• Os olindenses não queriam que a coroa portuguesa
continuasse privilegiando os mascates (comerciantes
de Recife). Logo, defendiam a igualdade de tratamento.
Em 1710, havia um clima de hostilidades e tensão entre
as duas cidades pernambucanas. Neste ano, os
olindenses invadiram Recife dando início a Guerra dos
Mascates. Num primeiro momento da guerra, os
olindenses levaram vantagem, porém, em 1711 os
recifenses (mascates) se organizaram e invadiram
Olinda, destruindo vilas e engenhos na cidade. Depois
de muita luta, que contou com a intervenção das
autoridades coloniais, finalmente em 1711 a nomeação
de um novo governante que teve como principal missão
estabelecer um ponto final ao conflito.
O escolhido para essa tarefa foi Félix José de
Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e
estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses
envolvidos com a guerra. Além disso, visando evitar
futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco
decidiu transferir semestralmente a administração para
cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria
razões para que uma cidade fosse politicamente
favorecida por Félix José, desta forma, Recife foi
equiparada a Olinda e assim terminou a Guerra dos
Mascates.
Consequências:
• O governador de Pernambuco ordenou a prisão dos
principais líderes do movimento.
• A autonomia de Recife permaneceu após o conflito.
• Em 1712, Recife tornou-se a sede administrativa de
Pernambuco.
Em 1714, o rei D. João V, resolveu anistiar todos os
envolvidos nessa disputa, manteve as prerrogativas
político administrativas de Recife e promoveu a cidade
ao posto de capital do Pernambuco.
AS INSTITUIÇÕES ECLESIÁSTICAS
As instituições eclesiásticas e a sociedade colonial;
(Convento de São Francisco, convento franciscano
mais antigo do Brasil, localizado em Olinda.)
O catolicismo foi trazido por missionários que
acompanharam os exploradores e colonizadores
portugueses. Na época, o estado controlava a atividade
eclesiástica. Sustentava a igreja, nomeava bispos e
párocos e concedia licenças.
"A própria chegada dos portugueses é uma chegada
acompanhada de um evento religioso. Os portugueses
que vêm pracá, eles não vêm apenas com interesse
político, interesse econômico, há o interesse de
evangelizar, expandir a fé católica. Não é à toa que uma
das imagens mais importantes na esquadra de Cabral,
logo quando Cabral vem aqui ao Brasil é a celebração
da nossa primeira missa". (Lula Couto, professor de
história do Brasil).
O Estado português promoveu a vinda de ordens
religiosas para tomar a seu cargo a “conversão” dos
indígenas e sua integração na formação social
senhorial, assim como dar assistência religiosa aos
colonos. As quatro ordens religiosas (clero regular) que
formam a “coluna vertebral” do aparelho eclesiástico
brasileiro colonial eram jesuítas, beneditinos,
franciscanos e carmelitas.
Essas ordens fundam conventos, de onde saem seus
membros para catequizar indígenas, assistir aos
colonos, etc. Também criam e mantém Seminários,
importantes centros de formação do clero, destacando-
se os colégios dos jesuítas.
Os primeiros jesuítas chegam ao Brasil em 1549, junto
com o primeiro governador-geral, Tomé de Souza. Em
Pernambuco, assim como em outras regiões, fundarão
colégios, pois o governo metropolitano a eles confiara
o ensino público na colônia. Serão expulsos do Brasil
em meados do século XVIII, por ordem do Marques de
Pombal.
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168
Ao contrário do clero secular, dependente do estado, os
cleros regulares (ordens) possuíam dotação
orçamentária própria, e, com isso, grande autonomia.
Pela proximidade com a população, era comum
heranças e doações particulares aos conventos, o que
concorreu para a formação de grandes patrimônios.
Em fins do século XVI (1593-1595), O Tribunal do santo
Ofício (Inquisição) visita Pernambuco.
A diocese de Pernambuco só será fundada em 1676
(até então, só existia a diocese da Bahia), vinculando
as riquezas dos dízimos à jurisdição da Coroa. Isso se
justificava pelo crescimento tanto populacional quanto
econômico da Capitania. Por disputas entre a Coroa e
Roma, a Diocese de Olinda ficou vaga por 10 anos no
início do século XVIII. Além disso, uma importante
recomendação da Igreja de Roma demorou a ser
cumprida em Pernambuco: a cada diocese criada, um
seminário para a formação de sacerdotes deveria ser
imediatamente criado. Na Capitania, só em meados d
século XVIII isso ocorreu.
A construção do famoso Seminário de Olinda, teve a
intenção de promover, além da formação téofilosófica,
a “regeneração moral e a levantamento espiritual do
clero”, o que parece não ter surtido resultados ao nível
da Capitania de Pernambuco, o que evidencia a falta
de interesse por parte do Estado e da classe senhorial
local, em promover as reformas necessárias a uma
melhor organização do aparelho eclesiástico,
garantindo-se que a população respeitasse o discurso
da Igreja, de reforço ao código moral tradicional, a
religião do estado e suas autoridades, não havia porque
reformar este aparelho.
A sociedade da região açucareira dos séculos XVI e
XVII era composta, basicamente, por dois grupos. O
dos proprietários de escravos e de terras compreendia
os senhores de engenho e os plantadores
independentes de cana. Estes não possuíam recursos
para montar um engenho para moer a sua cana e, para
tal, usavam os dos senhores de engenho. O outro grupo
era formado pelos escravos, numericamente muito
maior, porém quase sem direito algum. Entre esses
dois grupos existia uma faixa intermediária: pessoas
que serviam aos interesses dos senhores como os
trabalhadores assalariados (feitores, mestres-de-
açúcar, artesãos) e os agregados (moradores do
engenho que prestavam serviços em troca de proteção
e auxílio). Ao lado desses colonos e colonizados
situavam-se os colonizadores: religiosos, funcionários
e comerciantes.
A sociedade açucareira era patriarcal. A maior parte
dos poderes se concentrava nas mãos do senhor de
engenho. Com autoridade absoluta, submetia todos ao
seu poder: mulher, filhos, agregados e qualquer um que
habitasse seus domínios. Cabia-lhe dar proteção à
família, recebendo, em troca, lealdade e deferência.
Essa família podia incluir parentes distantes, de status
social inferior, filhos adotivos e filhos ilegítimos
reconhecidos. Seu poder extrapolava os limites de suas
terras, expandindo-se pelas vilas, dominando as
Câmaras Municipais e a vida colonial. A casa grande foi
o símbolo desse tipo de organização familiar
implantado na sociedade colonial. Para o núcleo
doméstico convergia a vida econômica, social e política
da época.
A posse de escravos e de terras determinava o lugar
ocupado na sociedade do açúcar. Os senhores de
engenho detinham posição mais vantajosa. Possuíam,
além de escravos e terras, o engenho. Abaixo deles
situavam-se os agricultores que possuíam a terra em
que trabalhavam, adquirida por concessão ou compra.
Em termos sociais podiam ser identificados como
senhores de engenho em potencial, possuindo terra,
escravos, bois e outros bens, menos o engenho.
Compartilhavam com eles as mesmas origens sociais e
as mesmas aspirações.
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169
O fato de serem proprietários independentes permitia-
lhes considerável flexibilidade nas negociações da
moagem da cana com os senhores de engenho. Eram
uma espécie de elite entre os agricultores, apesar de
haver entre eles um grupo que tinha condições e
recursos bem mais modestos.
Esses dois grupos senhores de engenho e
agricultores, unidos pelo interesse e pela dependência
em relação ao mercado internacional, formaram o setor
açucareiro. Os interesses comuns, porém, não
asseguravam a ausência de conflitos no
relacionamento. Os senhores de engenho
consideravam os agricultores seus subalternos, que
lhes deviam não só cana - de - açúcar, mas também
respeito e lealdade. As esposas dos senhores de
engenho seguiam o exemplo, tratando como criadas as
esposas dos agricultores. Com o tempo, esse grupo de
plantadores independentes de cana foi desaparecendo,
devido à dependência em relação aos senhores de
engenho e às dívidas acumuladas. Essa situação
provocou a concentração da propriedade e a
diminuição do número de agricultores.
Existiam também os lavradores, que não possuíam
terras, somente escravos. Recorriam a alguma forma
de arrendamento de terras dos engenhos para plantar
a cana. Esse contrato impunha-lhes um pesado ônus,
pois em cada safra cabia-lhes, apenas, uma pequena
parcela do açúcar produzido. Esses homens tornaram-
se fundamentais à produção do açúcar. O senhor de
engenho deixava em suas mãos toda a
responsabilidade pelo cultivo da cana, assumindo
somente a parte do beneficiamento do açúcar, muito
mais lucrativa.
Nesta época, o termo "lavrador de cana" designava
qualquer pessoa que praticasse a agricultura, podendo
ser usado tanto para o mais humilde dos lavradores
como para um grande senhor de engenho, conforme
explica o historiador americano Stuart Schwartz.
SOCIEDADE COLONIAL
A Capitania de Pernambuco
(A Capitania de Pernambuco abrangia os atuais
estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte, Ceará, Alagoas e a porção ocidental da Bahia,
chegando ao noroeste mineiro e nordeste goiano.
Pernambuco foi a Capitania mais rica do Brasil Colônia)
A Capitania de Pernambuco ou Nova Lusitânia foi uma
das subdivisões do território brasileiro no período
colonial. Abrangeu os territórios dos atuais estados de
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,
Alagoas e a porção ocidental da Bahia, possuindo,
deste modo, fronteira ao sul/sudoeste com Minas
Gerais (o extremo noroeste de Minas era a parte final
da comarca do São Francisco: a capitania/província de
Pernambuco avançava um pouco mais adentro do
território norte/noroeste-mineiro do que a Bahia). No
início do século XVII, a Capitania de Pernambuco
chegou a atingir o posto de maior e mais rica área de
produção de açúcar do mundo.
Em 1501, ano seguinte ao da chegada dos portugueses
ao Brasil, o território de Pernambuco, definido pelo
Tratado de Tordesilhas como região pertencente à
América portuguesa, é explorado pela expedição de
Gaspar de Lemos, que teria criado feitorias ao longo da
costa da colônia, incluindo, possivelmente na atual
localidade de Igarassu, cuja defesa seria futuramente
confiada a Cristóvão Jacques.
O povoamento efetivo de Pernambuco, entretanto,
inicia-se em 1534, quando a colônia portuguesa é
dividida em capitanias hereditárias. O território do atual
estado de Pernambuco equivale a parte da Capitania
de Pernambuco, doada a Duarte Coelho, e parte da
Capitania de Itamaracá, doada a Pero Lopes de Sousa.
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170
De acordo com a Carta de Doação passada por D. João
III a 10 de março de 1534, o capitão donatário de
Pernambuco foi Duarte Coelho Pereira, fidalgo que se
destacara nas campanhas portuguesas na Índia. A
capitania se estendia entre o rio São Francisco e o rio
Igaraçu, compreendendo:
“Sessenta léguas de terra (…) as quais começarão no
rio São Francisco (…) e acabarão no rio que cerca em
redondo toda a Ilha de Itamaracá, ao qual ora
novamente ponho nome rio [de] Santa Cruz (…) e ficará
com o dito Duarte Coelho a terra da banda Sul, e o dito
rio onde Cristóvão Jacques fez a primeira casa de
minha feitoria e a cinquenta passos da dita casa da
feitoria pelo rio adentro ao longo da praia se porá um
padrão de minhas armas, e do dito padrão se lançará
uma linha ao Oeste pela terra firme adentro e a terra da
dita linha para o Sul será do dito Duarte Coelho, e do
dito padrão pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará
assim mesmo com ele Duarte Coelho a metade do dito
rio de Santa Cruz para a banda do Sul e assim entrará
na dita terra e demarcação dela todo o dito Rio de São
Francisco e a metade do Rio de Santa Cruz pela
demarcação sobredita, pelos quais rios ele dará
serventia aos vizinhos dele, de uma parte e da outra, e
havendo na fronteira da dita demarcação algumas
ilhas, hei por bem que sejam do dito Duarte Coelho, e
anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez
léguas ao mar na fronteira da dita demarcação pela
linha Leste, a qual linha se estenderá do meio da barra
do dito Rio de Santa Cruz, cortando de largo ao longo
da costa, e entrarão na mesma largura pelo sertão e
terra firme adentro, tanto, quanto poderem entrar e for
de minha conquista. (…).” (Carta de Doação)
Ao receber a doação, Duarte Coelho Pereira partiu para
o Brasil com a esposa, filhos e muitos parentes. Ao
chegar ao seu lote, fixou-se numa colina, construindo
uma fortificação (o Castelo de Duarte Pereira), uma
capela e moradias para si e para os colonos: seria o
embrião de Olinda, constituída vila em 1537.
INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645 – 1654)
Nove anos após a expulsão dos franceses, o território
colonial brasileiro sofreu uma invasão holandesa, em
1624. Os motivos que traziam os holandeses ao Brasil
eram muito diferentes. Para compreendê-los, é
necessário fazer algumas considerações sobre o
período em que Portugal (União Ibérica) esteve sob o
domínio espanhol, bem como sobre as relações
internacionais da Espanha.
Após ter emergido como potência europeia, a Espanha
perseguiu o objetivo de unificar toda a península
ibérica, incorporando Portugal ao seu território. Os
portugueses resistiram enquanto puderam. Mas, no
século 16, alguns acontecimentos contribuíram para a
Espanha concretizar seus objetivos.
Em 1578, o rei dom Sebastião, último monarca da
dinastia de Avis, morreu e não deixou herdeiros. Então,
o cardeal dom Henrique, único sobrevivente masculino
da linhagem de Avis, assumiu a regência. Com sua
morte, em 1580, o rei da Espanha, Felipe 2º; da mesma
linhagem familiar, achou-se no direito de ocupar o trono
português e invadiu Portugal. O domínio espanhol
sobre Portugal duraria 60 anos, até 1640.
Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido
relações comerciais com os ricos negociantes
holandeses, que passaram a financiar a produção
açucareira no Brasil e a controlar toda a sua
comercialização no mercado europeu. Por outro lado,
no mesmo período, a Espanha pretendia dominar todo
o território dos Países Baixos, na qual a Holanda estava
situada, pois a circulação de mercadorias naquela
região contribuía significativamente para abastecer os
cofres do tesouro espanhol.
Não obstante, em 1581, sete províncias do Norte dos
Países Baixos, incluindo a Holanda, criaram a
República das Províncias Unidas e passaram a lutar
por sua autonomia em relação aos espanhóis. Ao
incorporar Portugal, aproveitando-se do seu controle
sobre o Brasil, a Espanha planejou impedir que os
holandeses continuassem a comercializar o açúcar
brasileiro. Era uma tentativa de sufocar
economicamente a Holanda e impedir sua
independência.
Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando
seus esforços no controle das fontes dos produtos que
negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das
Índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme, se
apossou dos domínios coloniais portugueses no
Oriente. Em decorrência dos êxitos desse
empreendimento, os holandeses criaram, em 1621, a
Companhia das Índias Ocidentais. Esta ficou
encarregada de recuperar o controle do açúcar
brasileiro e monopolizar o seu comércio nos mercados
europeus.
Ensino de qualidade focado em concursos.
171
Para controlar a produção e comercialização do açúcar
era necessário ocupar e se apoderar de partes do
território colonial brasileiro onde ele era produzido.
Desse modo, contando com uma frota composta de 26
navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua
primeira invasão do Brasil em 1624. Atacaram a cidade
de Salvador, na época o centro administrativo da
colônia. Mas, um ano após terem chegado, foram
expulsos, sem grandes dificuldades.
A segunda invasão holandesa ocorreu em
Pernambuco, ("Zuickerland" = terra do açúcar) em
1630, sob o comando de Hendrick Coenelizoon Lonck;
o desembarque ocorreu em Pau Amarelo.
A resistência foi organizada por Matias de Albuquerque,
governador de Pernambuco, que fundou o Arraial do
Bom Jesus. Em 1631 ocorreu a batalha dos Abrolhos
entre a esquadra de D. Antônio de Oquendo
(espanhola) e a esquadra do Almirante holandês
Jansen Pater. Em 1632 ocorreu a deserção de
Domingos Fernandes Calabar, contribuindo
decisivamente para que os holandeses se fixassem no
Nordeste.
Os holandeses ocuparam novos territórios (Itamaracá,
Rio Grande do Norte, Paraíba) e tomaram o Arraial do
Bom Jesus. Em Porto Calvo, Calabar foi preso e
enforcado. Matias de Albuquerque foi substituído por D.
Luís de Rojas e Borba, que depois morreu no combate
de Mata Redonda frente aos holandeses; seu substituto
foi o Conde Bagnoli.
Para governar o "Brasil Holandês", foi nomeado o
Conde Maurício de Nassau, que além de estender o
domínio holandês (do Maranhão até Sergipe, no rio São
Francisco) realizou uma excelente administração:
• fez uma política de aproximação com os senhores de
engenho;
• incrementou a produção açucareira;
• concedeu tolerância religiosa;
• trouxe artistas e cientistas como Franz Post (pintor)
Jorge Markgraf (botânico), Pieter Post (arquiteto),
nomes ligados ao movimento renascentista flamengo;
• promoveu o embelezamento da cidade de Recife,
onde surgiu a "Mauricéia", na ilha de Antônio Vaz.
A Insurreição Pernambucana (ou Guerra da Luz Divina)
representou uma ação de confronto com os holandeses
por parte dos portugueses, comandados principalmente
por João Fernandes Vieira, um próspero senhor de
Ensino de qualidade focado em concursos.
172
engenho de Pernambuco. Em 15 de maio de 1645,
reunidos no Engenho de São João, 18 líderes
insurretos pernambucanos assinaram compromisso
para lutar contra o domínio holandês na capitania. O
movimento integrou forças lideradas por André Vidal de
Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e
Felipe Camarão, nas célebres Batalhas dos
Guararapes, travadas entre 1648 e 1649, que
determinaram a expulsão dos holandeses do Brasil.
Nessa luta contra os holandeses, os portugueses
contaram com o importante auxílio de alguns africanos
libertos e também de índios potiguares.
Batalha dos Guararapes (óleo sobre tela por Victor
Meirelles, 1879).
A oposição dos portugueses aos holandeses ocorreu
em decorrência da intensificação da cobrança de
impostos e também da cobrança dos empréstimos
realizados pelos senhores de engenho de origem
portuguesa com os banqueiros holandeses e com a
Companhia das Índias Ocidentais, empresa que
administrava as possessões holandesas fora da
Europa.
Outro fato que acirrou a rivalidade entre portugueses e
holandeses foi a questão religiosa. Boa parte dos
holandeses que estava na região de Recife e Olinda era
formada por judeus ou protestantes. Nesse contexto
religioso que trazia as consequências da Reforma e da
Contrarreforma para solo americano, o catolicismo
professado pelos portugueses era mais um elemento
de estímulo para expulsar os holandeses do local.
Os conflitos iniciaram-se em maio de 1645, após o
regresso de Maurício de Nassau à Holanda. As tropas
comandadas por João Fernandes Vieira receberam o
apoio de Antônio Felipe Camarão, índio potiguar
conhecido como Poti que auxiliou no combate aos
holandeses junto a centenas de índios sob seu
comando. Outro auxílio recebido veio do africano liberto
Henrique Dias. A Batalha do Monte Tabocas foi o
principal enfrentamento ocorrido nesse início da
Insurreição. Os portugueses conseguiram infligir uma
retumbante derrota aos holandeses, garantindo uma
elevação da moral para a continuidade dos conflitos.
Além disso, os insurrectos receberam apoio de tropas
vindas principalmente da Bahia.
Outro componente envolvido na Insurreição
Pernambucana estava ligado às disputas que havia
entre vários países europeus à época. Durante a
Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), os espanhóis
estavam em confronto com os holandeses pelos
territórios dos Países Baixos. Era ainda o período da
União Ibérica, em que o Reino Português estava
subjugado ao Reino Espanhol.
Nesse sentido, a posição holandesa em relação a
Portugal era dúbia. Em solo europeu, os holandeses
apoiavam os portugueses contra o domínio espanhol,
mas, ao mesmo tempo, ocupavam territórios
portugueses na África Ocidental e no Brasil, sendo que
além da região pernambucana, os holandeses tentaram
ainda conquistar algumas localidades no Maranhão e
em Sergipe.
No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz,
e os espanhóis aceitaram entregar aos holandeses as
terras tomadas pelos insurrectos portugueses em
Pernambuco. Frente a tal situação, o conflito continuou.
Em Abril de 1648, ocorreu a primeira Batalha dos
Guararapes, em que os holandeses sofreram dura
derrota, abrindo caminho para o ressurgimento do
domínio português a partir de 1654.
A derrota da Holanda somente aconteceu no ano de
1654, quando despertavam-se os sentimentos
nativistas. Entre as principais consequências dessa
insurreição, temos a colonização das Antilhas, que
fizeram com que a Holanda aumentasse sua produção
de açúcar com técnicas mais avançadas que geraram
uma decadência na produção desse produto no
nordeste do Brasil. Além disso, houve ainda o acordo
conhecido como Tratado de Paz de Haia, firmado no
ano de 1661 entre Portugal e Holanda. Com esse
acordo, ficou determinado que os holandeses
receberiam uma indenização de 4 milhões de cruzados
e as Ilhas Molucas e do Ceilão como uma forma de
indenização.
Ensino de qualidade focado em concursos.
173
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Maurício de Nassau chegou a Pernambuco em 1637,
pretendendo pacificar a região e governar com a
colaboração dos luso-brasileiros. Sobre o governo de
Nassau, analise as proposições abaixo.
I. Fundou, no interior da capitania, o Arraial do Bom
Jesus para concentrar a resistência holandesa e,
usando a tática de guerrilha, minar a resistência dos
pernambucanos.
II. A Companhia das Índias Ocidentais concedeu
créditos aos senhores de engenho para o
reaparelhamento das propriedades, a recuperação dos
canaviais e a compra de escravos.
III. Nassau estimulou a vida cultural e investiu em obras
urbanas, nos domínios holandeses. A cidade do Recife
foi beneficiada com a construção de casas, pontes e
obras sanitárias.
IV. Embora o objetivo dos holandeses fosse o de
expandir sua fé religiosa, o luteranismo, outras religiões
foram toleradas, exceto o judaísmo.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Com relação ao tipo de organização social
predominante entre os grupos indígenas que habitavam
o litoral do atual estado de Pernambuco no momento
dos primeiros contatos com os europeus, assinale a
alternativa CORRETA.
a) As tribos tupi do litoral de Pernambuco pré-colonial
possuíam uma população de algumas centenas de
indivíduos, divididos em pequenas aldeias espalhadas
pelos quilômetros da costa entre o Rio São Francisco e
o Canal de Santa Cruz.
b) A maioria dos grupos indígenas que habitava a
atual costa de Pernambuco no período da conquista era
de língua Tupi, organizava-se em aldeias de milhares
de indivíduos, cujos laços sociais principais eram
firmados em linhagens e parentescos, e onde a divisão
de trabalho baseava-se, principalmente, em quesitos
de gênero e idade.
c) Os grupos tupi que ocupavam o território do atual
estado de Pernambuco no momento da conquista se
organizavam em tribos de caçadores nômades que
cultuavam divindades representando espíritos da
natureza, como Tupã.
d) Todos os grupos indígenas que ocupavam o atual
estado do Pernambuco no momento da conquista
praticavam rituais antropofágicos, associados com o
culto às divindades bélicas.
e) Os grupos indígenas tapuia que ocupavam todo o
litoral do atual estado de Pernambuco durante o
processo de conquista tinham suas estruturas sociais
baseadas em linhagens e parentescos, divisão de
trabalho por gênero e idade, praticavam a agricultura
sazonal e possuíam uma cultura na qual os principais
valores sociais giravam em torno da guerra.
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
“...não se pode ignorar o NE na hora de se discutir a
antiguidade do homem na América e as vias de
dispersão por ele percorridas, não importando se foi há
20, 30 ou 40 mil anos... É conhecida de todos a longa
sequência estratigráfica lograda no Sítio do Boqueirão
da Pedra Furada, que pode significar a permanência do
homem pré-histórico nesse sítio, a partir de 48 mil anos.
Mas a Pedra furada não é um caso único.”
(MARTIM, G. Pré-História do Nordeste: pesquisas e
pesquisadores. Clio Arqueológica, Recife: UFPE, n° 12,
p. 7-15. ano 1997. p.11. Adaptado.
Em Pernambuco, por exemplo, localizado no município
de Buíque, o sítio de “Alcobaça” possui um dos maiores
e mais representativos painéis de figura rupestre do
estado, que, por seu tamanho e complexidade, é de
grande relevância para o entendimento da pré-história
local e nacional. Em relação ao estudo do período pré-
colonial sobre o atual estado de Pernambuco, assinale
a alternativa INCORRETA.
a) O sítio “Furna do Estrago”, localizado no município
do Brejo da Madre de Deus, é de grande importância
para o entendimento dos grupos que habitaram o atual
agreste nordestino, uma vez que permite se entender
um pouco mais sobre os rituais funerários da época.
b) O material arqueológico, encontrado nos sítios que
remontam ao período pré-colonial do estado, é
fundamental para se entender o povoamento da região,
Ensino de qualidade focado em concursos.
174
bem como parte das características socioculturais
daqueles que os utilizaram.
c) As figuras rupestres, encontradas em vários sítios
de Pernambuco, são de grande relevância para a
compreensão das populações que habitaram as terras
pertencentes hoje a esse estado.
d) Embora a região da Zona da Mata também possua
vestígios da presença dos Homo Sapiens Sapiens, o
Agreste e o Sertão pernambucano, durante o longo
período pré-colonial, são os locais onde pode ser
encontrado o maior número de sítios arqueológicos do
Estado.
e) Embora “Alcobaça” possua grande
representatividade entre os arqueólogos, o estado de
Pernambuco, como um todo, tem pouca importância
para o entendimento do período pré-colonial. Isso se
deve, dentre outras coisas, ao pequeno número de
sítios encontrados em seu território.
4) Ano: 2014 Banca: EXATUS Órgão: PM-RJ Prova:
Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa correta, quanto às afirmativas
abaixo, sobre a Insurreição Pernambucana:
I - A Insurreição Pernambucana ocorreu no contexto da
ocupação holandesa na Região Nordeste do Brasil, em
meados do século XVII.
II - Representou uma ação de confronto com os
holandeses por parte dos portugueses, comandados
principalmente por João Fernandes Vieira, um próspero
senhor de engenho de Pernambuco.
III - Nessa luta contra os holandeses, os portugueses
contaram com o importante auxílio de alguns africanos
libertos e também de índios potiguares.
IV - A oposição dos portugueses aos holandeses
ocorreu em decorrência da intensificação da cobrança
de impostos e também da cobrança dos empréstimos
realizados pelos senhores de engenho de origem
portuguesa com os banqueiros holandeses.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
5) Ano: 2012 Banca: CONSESP Órgão: Prefeitura de
Ibitinga – SP Prova: Escriturário
As Capitanias Hereditárias:
a) eram 15, à leste da Linha do Tratado de Tordesilhas
b) eram 15, à oeste da Linha do Tratado de
Tordesilhas
c) eram 12 e não se preocupavam com a Linha do
Tratado de Tordesilhas
d) eram somente 2, Pernambuco e São Vicente
6) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
A chamada Guerra dos Mascates, episódio ocorrido em
Pernambuco, entre 1710 e 1711, foi um conflito entre
diferentes elites político-econômicas, localizadas em
Olinda e Recife, resultando na ascensão da elite
mercantil de Recife.
Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
a) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao
conflito, reafirmando o status de Recife enquanto vila, o
que conferiu à elite dessa povoação os meios para
consolidar seu poder político na capitania, mediante
cargos na câmara municipal da nova vila.
b) Os mercadores do Recife foram politicamente
apoiados, em sua revolta contra o poderio dos
senhores olindenses, por diversos grupos sociais livres
de Recife e Olinda assim como por um pequeno
número de escravos.
c) A Guerra dos Mascates foi um conflito político entre
senhores de engenho e mercadores de grande porte
em Pernambuco do início do século XVIII que se
estendeu por outras províncias do atual Nordeste,
como o Ceará e o Rio Grande do Norte.
d) Os mercadores do Recife, em sua ânsia por
liberdade, proclamaram a República em 1711,
proclamação, entretanto, revogada pelas autoridades
coloniais.
e) Em 1711, as autoridades coloniais puseram fim ao
conflito, elevando o Recife à categoria de vila, mas
dando à elite olindense a primazia sobre os cargos da
nova câmara municipal do Recife.
7) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro – Tarde
“São tão grandes as riquezas deste novo mundo e da
mesma maneira sua fertilidade e abundância, que não
sei por qual das cousas comece primeiramente: mas,
pois todas elas de muita consideração, farei uma
Ensino de qualidade focado em concursos.
175
salada na melhor forma que souber, para que fiquem
claras e deem gosto”.
(Ambrósio Fernandes Brandão – séc. XVII. Apud
BRANDÃO, Ambrósio Fernandes. Diálogos das
grandezas do Brasil. 3. ed. Recife: FUNDAJ, Ed.
Massangana, 1997. p. 85.)
Em relação à colonização da Capitania de Pernambuco
no século XVI, assinale a alternativa CORRETA.
a) Diferente do que ocorrera nas outras capitanias,
Duarte Coelho fora o único donatário a receber da
Coroa Lusitana vultosas doações para o
desenvolvimento das suas terras, bem como um corpo
de milícia para garantir a sua defesa, uma vez que se
achava sob constante ataque dos índios caetés.
b) Com o passar dos anos e as investidas de outros
navegadores, especialmente franceses, o governo de
Portugal decidiu promover a colonização da América
Portuguesa por meio da instituição do Governo Geral.
Essa atitude favoreceu sobremaneira Pernambuco,
uma vez que se beneficiou da administração direta da
Corte.
c) Além do trabalho na agricultura, a presença africana
era necessária para aberturas de novas áreas no
território, dominado, muitas vezes, por índios que
faziam guerra aos portugueses e impediam o avanço,
principalmente em direção ao sertão.
d) A questão de povoamento não enfrentava
contratempos, especialmente devido aos condenados
pela justiça reinol que eram punidos com o degredo
para o Brasil. Estes, além de resolverem o problema da
falta de cidadãos portugueses dispostos a colonizar o
novo mundo, colaboravam para o bom serviço que o
Capitão Donatário pretendia prestar à Coroa.
e) As alianças estabelecidas com os indígenas
permitiram a Duarte Coelho o estabelecimento de duas
vilas nas terras de Pernambuco, sem a necessidade de
conflitos com os naturais da terra. A primeira delas,
fundada logo na chegada do Capitão Donatário à sua
Capitania, foi denominada de Igaraçu. A segunda,
chamada de Olinda, distante cinco léguas da primeira,
logo passou a ser a sede da capitania.
8) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro – Tarde
"Rebentou, então, por culpa dos portugueses, uma
revolta dos índios, que anteriormente se mostravam
pacíficos, e o chefe da terra pediu-nos pelo amor de
Deus, que fôssemos às pressas auxiliar o lugar... do
qual os indígenas queriam se apoderar. [...] O número
dos defensores montava, incluindo-nos, cerca de 90
cristãos. Acrescente-se a esse número 30 negros e
escravos brasileiros, a saber, selvagens que
pertenciam a colonos."
(SATDEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. Belo
Horizonte: Itatiaia, 1974. p. 46.)
Sobre a relação estabelecida entre os chamados índios
pernambucanos e os colonizadores portugueses, é
CORRETO afirmar que
a) as constantes solicitações feitas por Duarte Coelho
à coroa portuguesa, no sentido de permitir que ele
pudesse importar para a Capitania negros escravizados
da Guiné, faziam sentido em face ao pendor natural à
preguiça, apresentado pelos índios.
b) ao contrário do que ocorria na maior parte do
território da América Portuguesa, não existia, nas terras
da Capitania de Pernambuco, diversidade de povos
indígenas. Pelo contrário, a dispersão dos caetés por
todo o território pernambucano foi um dos fatores para
sua rápida conquista e colonização.
c) na capitania de Pernambuco, os ataques indígenas
foram constantes às vilas e plantações de açúcar.
Apesar de as tropas coloniais repelirem as investidas,
esses ataques não eram cessados. Esse foi um dos
motivos que levaram a Coroa portuguesa a enviar ao
Brasil levas de missionários, para que pudessem atuar
entre os índios e ajudar na sua "domesticação".
d) os inúmeros contatos que os europeus-cristãos
estabeleceram com os povos indígenas, a partir de um
determinado momento da colonização, foram mediados
por uma lógica colonizadora de opressão, imposição,
negação, impostas pela superioridade dos colonos
Portugueses. Essa era tamanha, que não permitiu o
desenvolvimento de qualquer forma de resistência
indígena.
e) a história das relações sociais entre os missionários
franciscanos e indígenas na Capitania de Pernambuco
revela a existência de inúmeros contatos ao longo do
período colonial. Mais preocupados com a catequese
dos povos indígenas, não exerceram nenhuma
influência na política indigenista adotada pela
metrópole.
9) A respeito da Revolução Pernambucana de 1817,
considere as seguintes afirmativas:
I. Foi marcada por forte sentimento antilusitano,
resultante do aumento dos Impostos e dos grandes
privilégios concedidos aos comerciantes portugueses.
II. Não contou com o apoio de religiosos e militares,
tendo apenas a adesão dos demais segmentos da
população,
Ensino de qualidade focado em concursos.
176
III. Foi uma revolta sangrenta que durou mais de dois
meses e deixou profundas marcas no Nordeste, com os
combates armados passando do Recife para o sertão,
estendendo-se também a Alagoas, Paraíba e Rio
Grande do Norte.
IV. A revolta foi sufocada apenas dois anos depois por
tropas aliadas, reunindo forças armadas portuguesas,
francesas e inglesas.
V. Propunha a República, com igualdade de direitos e
a tolerância religiosa, mas não previa a abolição da
escravidão.
São verdadeiras apenas as afirmativas:
a) I,III e V
b) I, II e III
c) I,IV e VI
d) II,III e IV
e) II, III e V
10) Para viabilizar a colonização e evitar gastos para a
Metrópole, o rei português D. João III decidiu implantar
em terras brasileiras um sistema já experimentado em
outras colônias: o sistema das capitanias hereditárias.
Sobre esta forma de ocupação do território, é
INCORRETO afirmar:
a) As capitanias consistiram na divisão da colônia em
quinze grandes faixas de terra, que se estendiam do
litoral ao Meridiano de Tordesilhas.
b) Os donatários eram provenientes de um grupo pouco
diversificado, ligado à grande nobreza portuguesa.
c) O sistema de capitanias foi regulamentado pelas
cartas de doação e forais, instrumentos jurídico
administrativos que assinalavam os direitos e deveres
dos donatários.
d) Com exceção das Capitanias de São Vicente e
Pernambuco, as demais capitanias fracassaram, sendo
várias as razões; dentre estas, falta de recursos,
isolamento, desentendimentos internos e ataques de
índios.
e) Os capitães-donatários recebiam uma doação da
Coroa pela qual se tornavam possuidores, mas não
proprietários da terra.
GABARITO:
1 – B 3 – E 5 – A 7 – C 9 – A
2 – B 4 – D 6 – A 8 – C 10 – B
PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A Província de Pernambuco no I e II
Reinado
No início do século XIX, uma grande mudança política
aconteceu no Brasil: a transferência da família real
portuguesa para o Rio de Janeiro, em função da
ocupação francesa de Portugal. Isso provocou uma
grande alteração no status da colônia (primeira e única
vez na história em que a sede da metrópole transfere-
se para a colônia), além de mudanças econômicas e
sociais.
A chamada Revolução Pernambucana, também
conhecida como Revolução dos Padres, foi um
movimento emancipacionista que eclodiu em 6 de
março de 1817, na então Capitania de Pernambuco, no
Brasil. Dentre as suas causas, destacam-se a influência
das ideias Iluministas propagadas pelas sociedades
maçônicas (sociedades secretas), a crise econômica
regional, o absolutismo monárquico português e os
enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-
chegados ao Brasil — o Governo de Pernambuco era
obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas
de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e
festas da Corte, o que ocasionava o atraso no
pagamento dos soldados, gerando grande
descontentamento do povo brasileiro. Foi o único
movimento separatista do período colonial que
Ensino de qualidade focado em concursos.
177
ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo
revolucionário de tomada do poder.
No começo do século XIX, Olinda e Recife, as duas
maiores cidades pernambucanas, tinham juntas cerca
de 40 mil habitantes (o Rio de Janeiro, capital da
colônia, possuía 60 mil habitantes). O porto do Recife
escoava a produção de açúcar, das centenas de
engenhos da Zona da Mata, e de algodão. Além de sua
importância econômica e política, os pernambucanos
tinham participado de diversas lutas libertárias
(Insurreição Pernambucana e Guerra dos Mascates).
As ideias liberais que entravam no Brasil junto com os
viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras
publicações, incentivavam o sentimento de revolta
entre a elite pernambucana, que participava
ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades
secretas, como as lojas maçônicas. Em Pernambuco as
principais foram o Areópago de Itambé, a Patriotismo,
a Restauração, a Pernambuco do Oriente e a
Pernambuco do Ocidente, que serviam como locais de
discussão e difusão das "infames ideias francesas".
Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais
religiosos e militares, para elaborar planos para a
revolução.
A fundação do Seminário de Olinda, filiado a ideias
iluministas, deve ser levado em consideração. Não é
por outro motivo que o levante ficaria conhecido como
"revolução dos padres", dada a participação do clero
católico. Frei Caneca tornar-se-ia um símbolo disso.
Dentre as causas imediatas, podemos destacar a
presença maciça de portugueses na liderança do
governo e na administração pública; a criação de novos
impostos por Dom João VI provocando a insatisfação
da população pernambucana. Segundo escritor inglês
então residente no Recife, era grande a insatisfação
local ante a obrigatoriedade de se pagar impostos para
a manutenção da iluminação pública do Rio de Janeiro,
enquanto no Recife era praticamente inexistente a dita
iluminação; a grande seca que havia atingido a região
em 1816 acentuando a fome e a miséria, como
consequência, houve uma queda na produção do
açúcar e do algodão que sustentavam a economia de
Pernambuco, esses produtos começaram a sofrer
concorrência do algodão nos Estados Unidos e do
açúcar na Jamaica; as influências externas com a
divulgação das ideias liberais e iluministas, que
estimularam as camadas populares de Pernambuco na
organização do movimento de 1817; a crescente
pressão dos abolicionistas na Europa vinha criando
restrições gradativas ao tráfico de escravos, que se
tornavam mão de obra cada vez mais cara, já que a
escravidão era o motor de toda a economia agrária
pernambucana. O movimento queria a Independência
de Pernambuco sob um regime republicano.
O movimento foi liderado por Domingos José Martins,
com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de
Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo
Provincial, se apossaram do tesouro da província,
instalaram um governo provisório e proclamaram a
República. Mas as tentativas de obter apoio das
províncias vizinhas fracassaram.
Tropas enviadas da Bahia, chefiadas por Luís do Rego
Barreto, avançaram pelo sertão pernambucano,
enquanto uma força naval, despachada do Rio de
Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias
8000 homens cercavam a província. No interior, a
batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca.
Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em
direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas
portuguesas entraram no Recife e encontraram a
cidade abandonada e sem defesa. O governo
provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.
Ensino de qualidade focado em concursos.
178
Dominada a revolução, foi desmembrada de
Pernambuco, com sanção de João VI de Portugal, a
comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam
se mantido fiéis à Coroa, e como recompensa, puderam
formar uma província independente. Apesar de
sentenças severas, um ano depois todos os revoltosos
foram anistiados, e apenas quatro haviam sido
executados.
Em 1818, D. João é proclamado rei (passa a ser D.
João VI), em decorrência da morte de sua mãe. Porém
o rei permanece no Brasil, deixando o comando de
Portugal nas mãos de um general inglês, responsável
pela expulsão dos franceses. Essa submissão revolta
os portugueses, que em 1820 rebelam-se (Revolução
do Porto). As lideranças do movimento constituem um
governo provisório e convocam as Cortes, para votar
uma Constituição e criar a monarquia constitucional.
Diante de tais acontecimentos, D. João VI é obrigado a
voltar para Portugal (em 1821).
O rei deixa seu filho, D. Pedro, como príncipe regente.
Porém, as Cortes de Lisboa pretendiam “recolonizar” O
Brasil, por ser a única colônia que ainda gerava lucros.
Por isso, passaram a restringir a autonomia
administrativa e os poderes de D. Pedro, além de
exigirem o retorno do príncipe a Portugal.
Muitos latifundiários e comerciantes brasileiros sentem-
se prejudicados, e passam a apoiar a desobediência de
D. Pedro. Surge o Partido Brasileiro, que tem dentre
seus membros, Cipriano Barata, grande nome
envolvido na Insurreição Pernambucana. Um
documento elaborado pelo partido reúne mais de 8 mil
assinaturas pedindo a permanência de D. Pedro, que
gerou o famoso dia do fico (9 de janeiro de 1822) e a
determinação de que ordens vindas de Portugal só
seriam acatadas mediante sua autorização.
Na sequência, uma série de medidas adotadas por D.
Pedro desagradaram a metrópole e prepararam o
caminho para a Independência (convocação de uma
Assembleia Constituinte, organização de uma Marinha
de Guerra, além de obrigar as tropas portuguesas a
irem embora). Em 7 de setembro há o famoso Grito do
Ipiranga e em 22 de dezembro do mesmo ano, ele é
declarado Imperador.
Durante o processo de independência, em
Pernambuco, duas alianças se formavam e disputavam
o poder: centralistas e federalistas. Da disputa pelo
poder, resultou a vitória daquela que viria a ser liderada
pelos irmãos Cavalcanti de Albuquerque (centralistas),
cuja influência foi tal que, na década de 1840, dizia-se
que a província se tornara um feudo daquela família,
resultando daí o citadíssimo soneto, cantarolado na
época da Praieira (1848): "Quem viver em
Pernambuco, há de estar desenganado; ou há de ser
Cavalcanti, ou há de ser cavalgado".
O processo de maturação e disputa das alianças
políticas em Pernambuco teve paralelos em várias
outras províncias, onde não era certa a continuação da
obediência ao Rio de Janeiro, de onde vinham as
ordens desde 1808. O federalismo era uma bandeira
extremamente atraente para vários setores das elites
locais, que ficaram encantadas com a autorização das
cortes revolucionárias em Portugal para que elegessem
suas próprias juntas governativas. Esse arremedo de
governo local, com o pleno controle das rendas internas
das ex-capitanias, era parte da agenda dos liberais
"moderados" federalistas.
A revolução do Porto desatou os elos entre as partes
constituintes do reino. Em cada uma das províncias
havia disputas locais para a formação das juntas
governativas. Mas a autonomia fôra concedida pelas
cortes reunidas em Portugal. Assim, a liderança carioca
Ensino de qualidade focado em concursos.
179
passou a ser vista com extrema desconfiança nas
antigas capitanias.
A adesão de Pernambuco ao Rio de Janeiro, sob um
regime monárquico autoritário, foi conseguida através
de um golpe de Estado, urdido com o aval dos Andrada
e apoio das tropas do exército. Ali o desejo por maior
autonomia, e até separação, já era antigo entre muitos
letrados e liberais mais "exaltados". Mas isso não
significava aderir ao Rio de Janeiro. Muito pelo
contrário. Veio de lá a repressão a 1817, quando as
tropas fiéis à Sua Majestade fidelíssima chegaram ao
cúmulo de executar até padres. Vista sob este prisma,
a Confederação do Equador pode ser entendida como
uma radicalização tardia de uma proposta federalista
moderada, cujos defensores estiveram no poder em
Pernambuco quando governou a província a primeira
junta de governo entre 1821 e 1822, eleita de acordo
com as provisões exaradas pelas cortes constitucionais
do Porto.
Mesmo admitindo-se que a maioria das elites locais era
favorável à separação de Portugal (uma proposta no
mínimo discutível), não há porque pensar que a
alternativa preferida fosse a constituição de um novo
país tendo Pedro como Imperador. Havia um
verdadeiro descompasso entre a posição do Rio e de
algumas capitanias mais antigas, como Pernambuco,
Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Ceará, Rio Grande
do Norte, Piauí, Maranhão, Pará.
O resultado prático mais imediato da revolução do
Porto foi a demissão dos governadores provinciais,
nomeados pelo rei, e a formação de Juntas Provisórias
de governo, eleitas pelas Câmaras. As províncias
ganharam mais autonomia do que tinham antes, ou
mesmo do que viriam a ter durante o resto do período
imperial. O governo local foi de fato exercido durante
este curto período, entre 1821 e 1822. Não é difícil
compreender, portanto, porque houve gente que
preferia a manutenção dessa situação à aventura da
independência a qualquer custo, muito menos a
reboque da nova corte que se constituía em torno do
príncipe regente.
O último governador régio de Pernambuco foi o General
Luís do Rego. Provado nos campos de batalha contra
Napoleão, era um homem talhado para segurar as
rédeas de uma província saída de uma revolta das
dimensões de 1817. Como seria de se esperar de um
militar experiente, acompanhou com desconfiança e
cautela o desenrolar dos acontecimentos em Portugal
e no Rio. Os liberais só entraram num clima de euforia
a partir do dia 06 de maio de 1821, quando
desembarcaram, anistiados, os rebeldes que haviam
sido presos em 1817. A maioria deles, todavia, preferiu
se instalar na vila de Goiana, perto da fronteira com a
Paraíba, do que ficar bem vigiada pelo General no eixo
Recife-Olinda. A constituição portuguesa foi jurada no
Rio de Janeiro no dia 21 de abril. Mas Luís do Rego só
fez o mesmo em Pernambuco no dia 11 de julho.
Era grande a pressão sofrida pelo governador. As
cortes o viam como um representante do Ancién
Regime, embora se entendesse a situação peculiar de
Pernambuco que precisava de um laço forte, haja vista
o que acontecera quatro anos antes. A aristocracia
agrária pernambucana, por sua vez, pretendia formar
uma junta de governo local, como em outras províncias.
Controlando de perto as Câmaras de Recife e Olinda,
Luís do Rego procedeu à eleição dos 07 representantes
de Pernambuco às cortes, o que deixou profundamente
insatisfeita a oposição local. Foi em meio a rumores de
todos os tipos que um tresloucado personagem, desses
que aparecem de vez em quando para turvar um pouco
mais os rumos do mundo, tocaiou e atirou em Luís do
Rego no dia 21 de julho. Ninguém nunca soube suas
reais motivações, embora de tudo já tenham dito um
pouco os cronistas locais ufanistas. Herói, ou maluco
simplesmente, na fuga, o infeliz personagem morreu
afogado. Mas Luís do Rego fôra ferido. Sem saúde, era
mais difícil manter a firmeza de antes. No dia 30 de
agosto de 1821, obedecendo às novas diretrizes, o
General formou a sua própria junta de governo, e
anunciou a medida às outras províncias. Colocou então
o cargo à disposição, mas não houve quem assumisse
o seu lugar.
Um dia antes, em 29 de agosto, militares, milicianos,
plantadores e ex-rebeldes de 1817 mobilizaram-se em
Goiana, formando uma outra junta provisória. A "junta
de Goiana" enviou um ultimato ao governador no dia 1º
de setembro de 1821, ameaçando tomar o Recife, caso
o general não entregasse o cargo. Ao contrário do que
se poderia esperar de um general bem treinado, Luís
do Rego mostrou moderação nesse momento. Ao
enviar tropas para investigar o que ocorria em Goiana,
deixou claro ao comandante que a sua missão era de
paz e não de guerra.
Ensino de qualidade focado em concursos.
180
Os membros da Junta de Goiana começaram a ser
tratados como rebeldes. Como sempre acontecia no
Brasil escravista, temia-se também que a oportunidade
fosse aproveitada pelos negros e pardos para uma
insurreição mais ampla. Luís do Rego acusou a Junta
de Goiana de armar negros nos subúrbios e insuflá-los
contra os habitantes do Recife. No dia 21 de setembro
de 1821, houve refregas entre as forças de ambas as
Juntas. Uma ao norte, em Olinda, outra em Afogados,
ao sul do Recife. As escaramuças repetiram-se no dia
1º de outubro. Luís do Rego acusava os anistiados de
1817 pela agitação.
Com a província quase em guerra, resolveram dialogar.
No dia 05 de outubro de 1821, reuniram-se os
representantes da Junta de Goiana e do General
português na povoação de Beberibe, na saída para o
interior, entre Recife e Olinda. Chegaram a um acordo.
A cidade do Recife ficaria com o governador. O resto
com a Junta de Goiana. Isso até a eleição de uma nova
Junta, conforme as instruções que se esperava de
Portugal. É relevante notar, que o "procurador" do
Recife nessa reunião foi Gervásio Pires, comerciante
de grosso trato, senhor de engenho, e um dos rebeldes
de 1817 anistiados. Quem o acompanhava na
empreitada era um outro ex-rebelde de 1817, Luís
Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque . um
dos irmãos Cavalcanti: o mais brilhante deles, diria
anos depois o Marquês de Paraná.
No dia 26 de outubro de 1821, formava-se então a
primeira Junta de Governo de Pernambuco. À frente
dela estava eleito o próprio Gervásio Pires, o homem
que intermediara a negociação entre o governador
português e os liberais mais exaltados de Goiana. Com
o afastamento do governador português, as disputas
internas entre as elites locais tornaram-se mais claras.
Deixando de lado os "pés de chumbo", sempre opostos
à chamada "causa do Brasil", os liberais radicais
republicanos, e os negros que queriam haitianizar a
América portuguesa, pode-se perceber a paulatina
cristalização de duas tendências principais entre as
elites locais.
Uma delas, melhor articulada com o projeto urdido no
Rio de Janeiro, era favorável à união das províncias sob
a liderança do príncipe regente. Chamaremos essa
tendência de centralista, termo emprestado da
historiografia sobre o liberalismo na América Latina
muito apropriado quando se olha a construção do
Estado nacional de fora do eixo das províncias do
sudeste que viriam a deter a hegemonia política a partir
do primeiro reinado. Essa tendência congregava muita
gente da antiga aristocracia açucareira, e viria a ser
liderada pelo Morgado do Cabo, sucedido pelos irmãos
Cavalcanti.
A outra tendência era a federalista: tanto fazia a sede
do reino ser no Rio como em Lisboa ou até nos dois
lugares desde que fosse mantida a autonomia
provincial, conquistada com a Revolução do Porto.
Essa segunda tendência era liderada por Gervásio
Pires, que assumiu o governo provincial em outubro de
1821.
Vale salientar que essas duas facções obviamente não
eram partidos pré-concebidos e coesos.
O grupo centralista, favorável à união das províncias
em torno do projeto de José Bonifácio, juntava uma boa
parte da aristocracia agrária mais antiga e muitos dos
comerciantes de grosso trato bem estabelecidos. Sob o
ponto de vista econômico e político, iriam se aliar à
corte no Rio de Janeiro justamente por terem se
beneficiado do sistema vigente direta ou indiretamente,
afinal de contas o sistema colonial não teria durado
tanto sem a ajuda de uma oligarquia local, que ganhava
dinheiro, poder e status com o regime. Essa elite
pagava um preço pelos limites impostos à expansão de
seus negócios de exportação. Mas, em troca, ganhava
a garantia da permanência das estruturas de poder da
qual fazia parte, mesmo como parceiros secundários.
Isso incluía todo um conjunto de prerrogativas que, na
prática, se traduziam no apoio real ao domínio exercido
localmente. Inclusive culturalmente sentiam-se mais
como portugueses do Brasil do que com alguma
identidade própria, diferenciada, brasileira
propriamente dita. O nacionalismo ufanista da
historiografia colonial brasileira costuma disfarçar a
colaboração interna ao sistema. Mas esse dado é
relevante para entender a dominação portuguesa por
tanto tempo, com tão pouca tropa estacionada no
Brasil.
Uma vez mantido o poder no Rio, fosse ou não feita a
independência de Portugal, acreditavam, em primeiro
lugar, que nada seria mexido. Caso o Brasil adquirisse
sua soberania, continuariam ganhando o livre acesso
ao comércio externo que aliás já tinham em 1821-22.
Em segundo lugar, ganhariam finalmente o pleno
controle das rendas derivadas dos impostos
arrecadados.
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181
Socialmente, desejavam títulos de nobreza e fidalguia,
que não eram em absoluto irrelevantes, numa época
em que o Estado ainda não era esse ente impessoal a
que estamos acostumados hoje em dia. Os antigos
barões do açúcar não se satisfaziam mais em serem
barões apenas (no sentido metafórico da palavra),
queriam se tornar efetivamente nobres. A monarquia
centralizada no Rio poderia assim vir a ser do agrado
de muitas famílias fidalgas mais antigas da província,
desde que ajustada de forma a conceder-lhes mais
alguns privilégios mantendo os que já tinham.
Além dessas vantagens, dentro de uma perspectiva
bastante prática, entendiam que o apoio do Rio de
Janeiro se traduziria no suporte militar da Coroa
quando tivessem que enfrentar seus adversários locais,
fossem esses quilombolas, índios ou os vizinhos. Isso
não era pouco, como ficou evidente na demonstração
de força do exército que esmagou 1817.
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR E REVOLUÇÃO
PRAIEIRA
Movimentos Liberais: Confederação do Equador
(1824) e Revolução Praieira (1848)
A Confederação do Equador foi um grande movimento
revolucionário, de caráter separatista e republicano
ocorrido em 1824 no Nordeste do Brasil. A revolta teve
seu início na província de Pernambuco, porém,
espalhou-se rapidamente por outras províncias da
região (Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba).
Representou a principal reação contra a tendência
absolutista e a política centralizadora do governo de D.
Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de
1824, a primeira Constituição do país. A revolução
queria a formação de uma república baseada na
constituição da Colômbia. Ganhou este nome, pois o
centro do movimento ficava próximo a Linha do
Equador.
Em Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve
participação das camadas urbanas, elites regionais e
intelectuais. A grande participação popular foi um dos
principais diferenciais deste movimento. Por trás das
divergências políticas que culminaram com a
proclamação da Confederação do Equador, encontra-
se uma divisão econômica e espacial de Pernambuco.
Ao norte, açucareiro e algodoeiro, com vilas populosas,
opunha-se o monolitismo do sul pernambucano,
exclusivamente açucareiro, cujas povoações eram
simples anexos dos engenhos de cana. De acordo com
Evaldo Cabral de Mello:
"O contraponto do algodão e do açúcar explica ali mais
acentuadamente que em nenhuma outra região
brasileira, que se aprofundou ali o conflito entre a nova
e a velha estrutura comercial a do algodão, ligada
desde a transmigração da Coroa para o Rio e à
abertura dos portos ao mercado britânico, e a do açúcar
da cana, jungida ao entreposto lusitano." Ambos os
itens encontram-se figurados na bandeira da
Confederação, onde se vê um ramo de algodão, à direi-
ta, lado a lado com uma cana-de-açúcar.
O absolutismo de D. Pedro I trouxe grande insatisfação
à população e isso gerou protestos em Pernambuco,
Paraíba e Ceará.
Os jornais “Sentinela da Liberdade na Guarita de
Pernambuco” de Cipriano Barata e o “Tífis
Pernambuco” de Frei Caneca (ambos liberais)
ajudaram ainda mais a preparar o espírito das pessoas
para a revolução. Cipriano Barata era natural da Bahia
e tornou-se notável pela sua atividade jornalística
defendendo os valores liberais da época. Dedicou a sua
vida à luta revolucionária e esteve ligado às camadas
mais populares e por essa razão, foi preso várias vezes.
Frei Caneca era um dos discípulos de Cipriano e
principal líder da Confederação do Equador contra D.
Pedro.
Frei Caneca, preso
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182
Em 1823, as ideias republicanas dominavam o
nordeste e se acentuaram em face das ameaças do
Imperador que, com a Constituição outorgada em 1824,
impôs ao país um estado unitário. Pernambuco não
aceitou essa Constituição e em 2 de julho de 1824, seu
presidente Manuel de Carvalho Pais de Andrade
proclamou a Confederação do Equador (movimento
republicano e separatista que uniu Pernambuco, Ceará
e Rio Grande do Norte). No início a Constituição
adotada foi a Colombiana. O objetivo era formar um
novo estado completamente separado do Império,
cujas bases eram um governo representativo e
republicano, garantindo a autonomia das províncias
confederadas.
Surgiram algumas dissidências internas no movimento,
pois ele agregava classes sociais díspares. Depois de
estabelecidas as primeiras ações da Confederação,
alguns de seus líderes decidiram abandoná-la. Tudo
isso porque alguns integrantes da revolta defendiam a
radicalização de algumas ações do novo governo. Frei
Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru
acreditavam que a ampliação de direitos políticos e
reformas no campo social eram medidas urgentes no
novo poder estabelecido. A proposta de Pais de
Andrade no sentido de libertar os escravos e o exemplo
haitiano (país que recentemente se libertara do domínio
francês através de uma revolta popular) não
tranquilizavam as elites, e alguns proprietários de terras
passaram a colaborar com o governo imperial. Porém,
a repressão ao movimento estava sendo preparada no
Rio de Janeiro. Várias tropas foram enviadas para o
Nordeste sob o comando do brigadeiro Francisco de
Lima e Silva (forças terrestres) e de Lord Cochrane
(forças navais). Em setembro de 1824, as forças de
Lima e Silva dominaram Recife e Olinda (principais
centros de resistência), e dois meses depois foi a vez
do Ceará.
As penas impostas aos revoltosos foram severas e D.
Pedro não atendeu aos pedidos para que elas fossem
mudadas. Frei Caneca foi condenado à forca, contudo,
acabou sendo fuzilado, diante da recusa do carrasco
em executar a sentença. Muitos companheiros de
Caneca receberam a mesma condenação, outros
tiveram mais sorte e conseguiram fugir.
Mesmo com o fim da Confederação do Equador, a
insatisfação contra o absolutismo do Imperador
continuava e crescia cada vez mais. O forte caráter
centralizador do governo de D. Pedro I gerou conflito
entre o novo estadista e as elites que defenderam sua
chegada ao poder.
Não bastassem os desentendimentos políticos, a falta
de arrojo do rei junto às questões econômicas também
contribuiu para sua queda. A contração de dívidas com
a Inglaterra e o gasto de verbas com a Guerra da
Cisplatina fortaleceram o movimento oposicionista. Em
1829, a falência do Banco do Brasil agravou o repúdio
aos poderes imperiais. Dessa forma, a vitória dos
oposicionistas, em 1830, dava sinais do
enfraquecimento político de Dom Pedro I.
No Rio de Janeiro, vários confrontos entre brasileiros e
portugueses representavam a falta de reconhecimento
ao governo imperial. A Noite das Garrafadas, ocorrida
no início 1831, ficou marcada como a maior dessas
manifestações antilusitanas. Ainda tentando recuperar
prestígio, em março daquele ano, Dom Pedro I
anunciou um corpo de ministros formado somente por
brasileiros. A manobra de Dom Pedro I já era tardia. Os
militares aderiram ao movimento de oposição ao seu
governo e a câmara dos deputados se tornou um reduto
de críticas à presença do rei.
Sem alcançar o êxito esperado, um grupo de soldados
e populares concentrados no Campo de Santana
ameaçaram a integridade de Dom Pedro I. Mediante a
embaraçosa situação, o imperador abdicou do trono no
dia sete de abril de 1831. Porém seu filho e sucessor, o
futuro D. Pedro II era menor de idade (tinha apenas 5
anos) e seguiu-se um período em que o governo do
Império brasileiro estava nas mãos de regentes.
Não foi um período tranquilo, muitas revoltas e
rebeliões eclodiram no país. A Cabanada foi uma
rebelião ocorrida entre 1832 e 1835, iniciada logo após
a abdicação de Dom Pedro I, ou seja, no período da
Regência. Dificuldades financeiras do novo Regime,
com o comércio exterior quase estagnado e a queda
das cotações do algodão e da cana-de-açúcar, além do
privilégio aduaneiro à Inglaterra, em vigor desde 1810,
fizeram com que eclodissem diversas revoltas no
Império do Brasil nesse período.
O movimento da Cabanada se deu em Pernambuco,
Alagoas, e Pará, porém são insurreições diferentes e
em locais diferentes. A primeira se trata da revolta em
Pernambuco e Alagoas e a segunda na região do atual
Pará.
Em Pernambuco, onde também foi chamado de "A
Guerra dos Cabanos", a rebelião foi conservadora pois
pretendia a volta do monarca português ao trono do
Brasil (para alguns historiadores, uma pré-Canudos).
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Desenrolou-se na zona da mata e no agreste. Teve
como líder Vicente de Paula, com seguidores de origem
humilde, predominando índios (jacuípes e outros) e
escravos foragidos (chamados de papaméis). Com a
morte de Dom Pedro I em Portugal (1834), o movimento
deixou de ter razão de existir. Ao final da Cabanada, o
líder Vicente de Paula foi preso e enviado para a ilha de
Fernando de Noronha.
Após muita instabilidade política e social, em 1940
ocorre o Golpe da Maioridade, dando início ao Segundo
Reinado.
No começo do Segundo Reinado, a ascensão dos
liberais que apoiaram a chegada de Dom Pedro II ao
poder foi logo interceptada após os escândalos
políticos da época. As “eleições do cacete” tomaram os
noticiários da época com a denúncia das fraudes e
agressões físicas que garantiriam a vitória da ala
liberal. Em resposta, alguns levantes liberais em Minas
e São Paulo foram preparados em repúdio às ações
políticas centralizadoras do imperador.
Nesses dois estados os levantes não tiveram bastante
expressão, sendo logo contidos pelas forças militares
nacionais. Entretanto, o estado de Pernambuco foi
palco de uma ação liberal de maior impacto que tomou
feições de caráter revolucionário.
Ao longo da década de 1840, setores mais radicais do
partido liberal recifense manifestaram seus ideias
através do jornal Diário Novo, localizado na Rua da
Praia. Em pouco tempo, esses agitadores políticos
ficaram conhecidos como “praieiros”. Assim como em
outras partes do Brasil, em Pernambuco existiam dois
partidos: liberal (dominado pelos Cavalcanti) e
conservador (dominado pelos Rego Barros).
Essas duas famílias faziam acordos políticos com muita
facilidade. Assim, Francisco de Paula Cavalcanti
tornou-se presidente da província em 1837, através de
um acordo com os Rego Barros e, em 1840, foi a vez
de Francisco Rego Barros (barão de Boa Vista) assumir
a presidência. Em 1842, alguns integrantes do Partido
Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de
Pernambuco (Partido da Praia), eles acusavam Rego
Barros de distribuir os melhores cargos aos Cavalcanti
e seus aliados mais próximos.
Entre as principais medidas defendidas por esses
liberais estavam a liberdade de imprensa, a extinção do
poder moderador, o fim do monopólio comercial dos
portugueses, mudanças sócio-econômicas e a
instituição do voto universal. Mesmo não tendo caráter
essencialmente socialista, esse grupo político era
claramente influenciado por socialistas utópicos do
século XIX, como Pierre–Joseph Proudhon, Robert
Owen e Charles Fourier.
Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a
nomeação de um presidente de província conservador
mineiro para conter a ação dos liberais
pernambucanos. Revoltados com essa ação autoritária
do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e
tomaram conta da cidade de Olinda. A essa altura, um
conflito civil contando com o apoio de grandes
proprietários, profissionais liberais, artesãos e
populares tomou conta do estado.
Em 1 de janeiro de 1849, os revoltosos lançaram o seu
programa, um documento que denominaram Manifesto
ao Mundo, de conteúdo socialista utópico,
supostamente escrito por Borges da Fonseca, um
jornalista. O manifesto defendia:
• o voto livre e universal do povo brasileiro;
• a plena e absoluta liberdade de comunicar os
pensamentos por meio da imprensa (liberdade de
imprensa);
• o trabalho, como garantia da vida para o cidadão
brasileiro;
• o comércio a retalho só para os cidadãos brasileiros;
Ensino de qualidade focado em concursos.
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• a inteira e efetiva independência dos poderes
constituídos;
• a extinção do Poder Moderador e do direito de
agraciar;
• o elemento federal na nova organização
• a completa reforma do Poder Judiciário, de forma a
assegurar as garantias dos direitos individuais dos
cidadãos;
• a extinção da lei do juro convencional;
• a extinção do sistema de recrutamento militar então
vigente.
Apesar do caráter liberal da revolução, os revoltosos
não cogitavam a abolição da escravidão.
Em fevereiro de 1849, depois de receber a adesão da
população urbana que vivia em extrema pobreza,
pequenos arrendatários, boiadeiros, mascates e negros
libertos, os rebelados tomaram a cidade de Recife e
entraram em novo confronto com as forças imperiais.
Nesse período, o insurgente Pedro Ivo surgiu como um
dos maiores líderes dos populares. Entretanto, a falta
de apoio de outras províncias acabou desarticulando o
movimento pernambucano.
Pedro Ivo, herói da revolução.
No ano de 1851, o governo imperial deu fim aos
levantes que contabilizaram cerca de oitocentas baixas.
Os líderes do movimento pertencentes à classe
dominante, foram detidos e julgados apenas em 28 de
novembro de 1851, quando os ânimos na província já
tinham serenado, ocasião em que o governo imperial
pôde lhes conceder anistia. Voltaram, assim, a ocupar
os seus cargos públicos e a comandar os seus
engenhos.
Por outro lado, os rebeldes das camadas sociais menos
privilegiadas rendeiros, trabalhadores e outros não
tiveram direito a julgamento e, ou sofreram
recrutamento forçado ou foram anistiados por
intervenção de seus superiores para retornarem ao
trabalho, exceto aqueles que foram sumariamente
fuzilados durante e logo após os combates.
Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil
Império, esta foi a última.
TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS
PARA TERRAS PERNAMBUCANAS
Maquete do interior de um navio negreiro
Recife foi o quinto maior centro mundial de tráfico
escravista (ficaria atrás apenas de Rio de Janeiro,
Liverpool, Bahia e Londres). O período coberto, 1801-
1851, abrange a fase de maior intensidade do tráfico de
escravos, 1801-1830, quando o número de escravos
desembarcados foi maior que um terço do total para
todo o período do tráfico pernambucano.
O primeiro navio negreiro a desembarcar em
Pernambuco (em 1560) foi também o primeiro navio
negreiro a desembarcar no Brasil, fruto de um pedido
de Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania de
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Pernambuco, ao rei de Portugal. O último aportou no
Recife em 1851, ano em que finalmente a proibição do
tráfico negreiro transatlântico foi adotada. Foram, no
total, 1.376 viagens com o nefasto objetivo. Dos quase
5 milhões de escravos oficialmente trazidos para o
Brasil, 853.833 deles desembarcaram em Pernambuco.
No Brasil, 2.054.725, ou 42%, desembarcaram no
período de 1801 a 1850. Em Pernambuco, 259.054, ou
30%, desembarcaram entre 1801 e 1850, perfazendo
uma média de 5 mil desembarcados por ano.
Comparativamente, nos séculos XVII e XVIII, a média
era de 2.500 e 3.300 ao ano, respectivamente. O fato
de o volume de importação de escravos em
Pernambuco ser bem mais expressivo no século XIX
que nos séculos anteriores sugere que as atividades
econômicas nesta região estavam aquecidas. 87,2%
das viagens cujo destino era Pernambuco tinham como
ponto de partida esta mesma região. Isto sugere que
quem organizava e financiava o desembarque de
negros em Pernambuco eram pessoas que ali residiam.
Dado que a origem da maioria das viagens para
Pernambuco era Pernambuco, em todos os períodos
do tráfico, é evidente que este era essencialmente um
tráfico Recife-portos africanos.
Recife durante toda a sua vigência. Contrariamente, é
comum a ideia de um comércio triangular na literatura:
um mesmo navio transportaria manufaturas da Europa
para a África, trocadas por escravos que eram trazidos
para as Américas, e finalmente o navio levaria produtos
agrícolas das Américas para a Europa.
O Projeto Estudo Comparado do Escravismo Brasileiro
no Século XIX (UnB e UFPE), examinou 3.955
inventários registrados em cartórios pernambucanos ao
longo do século XIX, para descobrir quem eram os
agentes financiadores do tráfico para Pernambuco. A
cobertura geográfica dos inventários cobre todas as
áreas da província. Graças a este material, coletaram-
se informações sobre o registro do inventário; o ano e
a região em que este foi feito; a ocupação do
inventariado; a quantidade de dinheiro, ouro, prata e
cobre que possuía; a quantidade e o valor de escravos
sob seu domínio; dívidas ativas e passivas; e assim por
diante. Ao todo, encontram-se registros de 21.930
escravos levados a Pernambuco: 11.005 registrados na
Zona da Mata; 5.390 no Recife; 3.617, no Agreste; e
1.918, no Sertão.
Tais dados pesquisados apontam que, em sua maioria,
os traficantes de Pernambuco eram portugueses
radicados no Recife. No geral, eram comerciantes e
desenvolviam atividades comerciais nos centros
urbanos. Alguns possuíam fazendas, e a maioria era
influente na política local.
É importante ressaltar que, durante muitos anos, a
Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba deteve o
monopólio do tráfico para a região em análise, mais
precisamente entre 1759 e 1788. Tal companhia era
uma empresa de caráter monopolista, criada em 1759
pelo Marquês de Pombal logo após o grande terremoto
de Lisboa, que deixou a economia local muito
prejudicada. O objetivo da criação desta companhia,
juntamente com a Companhia Geral do Grão-Pará e
Maranhão, era alavancar a economia portuguesa
fragilizada pelo desastre natural de 1755. Funcionou
durante 26 anos, apesar de ter começado sua atividade
cerca de dois anos após a aprovação dos estatutos. O
fim do monopólio abriu espaço para a livre
concorrência, a qual permitiu a alocação de recursos
dos próprios pernambucanos nesta atividade.
Mais de 70% dos escravos trazidos para Recife na
primeira metade do século XIX vieram em navios de
proprietários particulares, a maioria comerciante. Desta
forma, há indícios de que o capital aplicado nesta
atividade não vinha de senhores de engenho
preocupados com a escassez de mão de obra, mas de
comerciantes acostumados a lidar com outros tipos de
mercado, além do de escravos. Muitos tinham casas
comerciais, padarias, lojas, açougues, casas de
importação e exportação, emprestavam dinheiro por
meio de emissão de letras, eram membros da
Alfândega de Pernambuco e participavam de
sociedades comerciais. Também eram senhores de
engenho; porém, esta atividade parece ter sido
complementar, não preponderante sobre as demais.
Era natural que capitais originados no comércio,
importante fonte de acumulação no período, se
dirigissem para uma área lucrativa de negócios: o
tráfico de escravos. Essa atividade, no século XIX em
Pernambuco, tinha como característica a bilateralidade,
a participação de negociantes portugueses radicados
no Recife e de familiares no ramo. Que os negociantes
fossem portugueses não é surpreendente: havia
predominância deles no comércio, desde o período
colonial; a Guerra dos Mascates foi essencialmente
entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes
portugueses do Recife.
COTIDIANO E FORMAS DE RESISTÊNCIA
ESCRAVA EM PERNAMBUCO
A maior prova da significativa da quantidade de cativos
no estado de Pernambuco, inclusive em seu interior,
desmentindo a ideia de uma escravidão branda, é a
demografia documentada pelo DGE (Diretoria Geral de
Estatística) na década de 70 do século XIX, com a
obrigatoriedade das matriculas, após a lei do ventre
livre sancionada, em 28 de setembro de 1871.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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De fato, o impacto (político, social e jurídico) da lei de
1871 não foi pequeno, e a matrícula geral dos escravos
foi talvez sua mais significativa materialização. Com
sua instituição, além do silêncio ritual, as relações entre
raça e cidadania modificaram-se de modo radical. Até
então, os chamados homens livres “de cor” precisavam
ser socialmente reconhecidos como tal, o que no
mínimo limitava sobremaneira seu direito de ir e vir
além das já referidas redes imediatas. Após 1871,
deslocava-se o ônus da prova: era o senhor que
precisava apresentar a matrícula de seu escravo. Sem
ela, qualquer pessoa “de cor” era juridicamente livre. A
instituição da matricula se, por um lado, servia para
garantir futura indenização ao direito de propriedade
senhorial no processo gradual de abolição para o qual
a lei sinalizava, de outro, pela primeira vez, rompia com
a associação legal entre cor e suspeita da condição de
escravidão.
Foi, principalmente, a partir da década de 1870,
momento de grande transformação social e econômica
no parque açucareiro nacional como um todo, que,
particularmente Pernambuco, então principal produtor
de açúcar do país, e mais especificamente a Zona da
Mata, recebeu grande parte dos investimentos do
governo imperial avançando tecnologicamente. O
objetivo do governo era que a indústria açucareira
nacional se mantivesse no mercado internacional do
açúcar o qual, naquele momento, contava com o
crescimento da produção europeia de açúcar de
beterraba.
As festas tinham um importante papel na construção da
liberdade, por proporcionar a sociabilização e o
divertimento, no dia a dia inexistente. Lembrando que
também traziam à tona, brigas entre grupos rivais, que
antecediam sua vinda da África. Todavia esquecido,
pela consciência de fazerem parte do mesmo grupo
social, se recorriam nestas horas para criação de
estratégias. Criando um mundo paralelo na escravidão
aonde o negro, era livre para decidir um destino melhor.
Afinal a alforria não era a real resposta que traria a
liberdade para um escravo, era quase que inconsciente
na maioria deles, a liberdade só aconteceria se fosse
para todos.
Entende-se pelos anos da década de 70 do século XIX,
como um período único na história do trabalhador
brasileiro, de passagem ou “transição” do trabalho
escravo para o trabalho “livre” ou assalariado.
Voltando-nos para Pernambuco, às cidades do interior
do estado, no ano de 1872, no primeiro senso brasileiro,
verificamos paróquias, freguesias e cidades com perfis
econômicos variados, mudando a velha perspectiva
histórica de que em Pernambuco teve uma escravidão
branda, concentrando-se de maneira quase única na
produção açucareira, consequentemente de escravos
de profissão lavradores. Compreende-se, cada vez
mais, que a escravidão estava onipresente, dentro de
toda a produção de bens de consumo, há muito já
institucionalizada nesta província de antiga
colonização.
De acordo com o mesmo recenseamento, comparando
as províncias, coloca-se que só 105 homens escravos
e 52 mulheres escravas, em toda a província de
Pernambuco, sabiam ler e escrever. Um número alto se
compararmos ao Rio Grande do Norte, que no total
registrou-se 4 homens e 3 mulheres, porém altíssimo
quando a capital do império, Rio de Janeiro, só possuía
79 homens e 28 mulheres registradas como capaz de
ler e escrever.
Na capital da província de Pernambuco, Recife, antes
mesmo de 1830 a maioria dos trabalhadores alforriados
eram mulheres negras e mulatas. Mulheres estas que
se apropriavam, ou não, das vantagens que tinham,
perante os escravos homens, obtinham, mas cedo a
alforria. Sua vantagem consistia na proximidade dos
senhores, e de agrados que poderiam dar e receber.
Eram elas amas de leite, cozinheiras, engomadeiras,
faxineiras. E estavam onipresentes na sociedade
escravista. Difícil dizer o que o luxo da escravidão não
poderia oferecer aos senhores de conforto e serviços.
De pentear o cabelo, a limpar o a calçada da casa.
Sabe-se que mesmo sendo submetidas a humilhações,
assédios e estupros por seus senhores e ódio de suas
patroas, era melhor que trabalhar na rua local que era
sinônimo de insegurança, morte, prostituição e fome. A
empregada doméstica assalariada surgirá aí nesta
condição específica de ex-escrava e, junto a elas, suas
concorrentes que baixavam suas possíveis rendas, as
próprias escravas.
Outra profissão importante dentro da urbe
pernambucana eram os canoeiros responsáveis pelo
movimento do transporte fluvial nos rios que cruzam a
cidade. Eles exerciam um emaranhado de funções
sociais: passagem de informações, contatos entre os
Engenhos, transporte de água limpa para consumo, e
de pessoas. Foram verdadeiros precursores na
formação dessa sociedade paralela. Os canoeiros do
Recife tinham mais autonomia do que muita gente livre.
Muitos desses escravos pagavam semanalmente uma
certa quantia ao senhor e moravam nas cidades nos
seus próprios casebres, espalhados nos arredores da
cidade, na periferia das ilhas de Santo Antônio e da Boa
Vista, nos limites entre os mangues e a terra firme, nas
casas palafitas na beira dos rios. Havia, portanto, uma
contradição entre necessidade de controle do escravo
e a natureza das ocupações urbanas, que para
gerarem lucro, muitas vezes exigiam uma grande
movimentação do trabalhador.
Não muito distante da capital, vários homens e
mulheres viviam no campo vagando de vila em vila
Ensino de qualidade focado em concursos.
187
tentando fugir da estrutura extrativista da sociedade
escravista. Presentes dentro dos engenhos e nas
cidades. Para sobreviver a tanta “onipresença” da
escravidão e da desapropriação do corpo, pelos
senhores de engenhos: negros, brancos, pardos, livres
e mulatos escravos ou não, viviam na “bandidagem” e
na “vadiagem” roubando cavalos, e revendendo-os.
Ajudando fugas, até quem sabe negociando melhores
patrões para escravos fujões.
A fuga para o mato era uma decisão extrema, que
envolvia riscos. A construção da sua ideia de liberdade
era baseada na sua experiência, e nas tradições de sua
cultura. Isolado estaria socialmente morto. Não haveria
a liberdade social, o que é o que nos interessa aqui.
Para que esta fosse alcançada no mato, era preciso
que o fugitivo passasse a pertencer a uma comunidade
alternativa: o quilombo. Mas mesmo aí o processo
continuava.
Os quilombos vingaram até o fim da Cabanada, isto é,
até o começo da segunda metade do século XIX. Nos
anos de 1870, o mundo da fuga, estava muito mais
perto do mundo legal. Roubos e trocas de passaporte,
contrabando, roubos de vilas. Muitas eram as
possibilidades de se sustentar e fugir do sistema sem
olhar para trás e muitos faziam. Em fuga, o sistema era
personificado na polícia, que eventualmente, dava de
cara com essas figuras que habitam o imaginário dos
quilombolas, dos cangaceiros e cavaleiros do Sertão e
Agreste pernambucano.
O risco do submundo do crime não seria mais feliz do
que pertencer a grupos sociais dentro do tão violento
sistema escravista? Provavelmente sim, ou não. Fugir
dos castigos, humilhação, da desapropriação do
próprio corpo, do estupro, de ver filhos sendo vendidos
como coisas, tudo isso deveria servir de estímulo mais
que convincente para seguir na vida de incertezas do
crime, mas experimentando alguns momentos de
liberdade, principalmente se fosse feito em bandos, ou
duplas. A relação entre a liberdade social e a liberdade
jurídica será sempre muito íntima durante a escravidão.
Ainda sobre resistência escrava, nota-se que muitos
autores questionam a virtual ausência de rebeliões
escravas, mesmo tendo havido até mais confusão no
Recife do que na maioria das capitais provinciais na
primeira metade do século XIX, quando comparado
com o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com
a Insurreição de 1817, passa pela Confederação do
Equador em 1824 e termina com a Praieira, em 1848.
Porém, alguns historiadores percebem algumas
ligações plausíveis entre esses movimentos políticos
maiores e as estratégias de resistência desenvolvidas
pelos escravos do Recife nessa época, através de
algumas narrativas de fugas que expressam o
desenvolvimento de alternativas de resistência em
resposta à conjuntura específica de Pernambuco nesse
período, assim como alguns dos motins urbanos
ocorridos no Recife nesse período, que não envolveram
apenas escravos, mas também outros segmentos da
sociedade.
Podemos citar um episódio ilustrativo de grande
relevância para o estudo da resistência negra,
especificamente em Pernambuco: aconteceu em 1846.
De acordo com o chefe de polícia da província,
suspeitava-se que uma seita religiosa de negros,
surgida na cidade, era na realidade um disfarce para
uma sociedade secreta cujo objetivo era preparar uma
insurreição de escravos. A polícia entrou em ação,
cercando uma casa no bairro de São José, onde os fiéis
se reuniam. Segundo as autoridades, os negros então
saíram protestando, gritando contra a religião do
Estado. O líder – o Divino Mestre segundo os fiéis – era
o crioulo Agostinho José Pereira, que teria uns
trezentos seguidores na cidade. Pelo menos outros seis
negros foram presos além de Agostinho, sendo que um
deles entregou-se, declarando o desejo de compartilhar
da mesma sorte do Divino Mestre, cuja esposa estaria
grávida havia cinco anos, mas só daria à luz quando
descesse o Messias.
A seita do Divino Mestre espalhara-se pela cidade. Um
editorial do Diário de Pernambuco conta que no bairro
da Boa Vista, na casa de um dos principais discípulos
de Agostinho, foi encontrado uma bíblia onde estavam
marcadas as passagens que tratavam do fim da
escravidão. Mais grave ainda foi a apreensão, na casa
do próprio réu, de alguns textos que tratavam do Haiti.
No seu interrogatório, o Divino Mestre mostrou um
pouco mais de si. Dizia-se livre. Tinha 47 anos. Sabia
ler e escrever. Já estivera no Rio de Janeiro como
oficial de milícias e, de passagem, na Bahia. Foi-lhe
também perguntado se havia participado da Sabinada
na Bahia, em 1839. Respondeu que não, mas admitiu
que conhecera Sabino quando o líder da revolta já
estava preso no Rio de Janeiro, numa fortaleza onde o
Divino Mestre estava de serviço. Isso, de uma certa
forma, indica que não eram infundadas as suspeitas
das autoridades de que Agostinho era um desertor do
exército que, anteriormente, já se havia metido em
outras aventuras políticas. Poderia mesmo ter sido
punido, através do recrutamento forçado, pela
participação como miliciano na Confederação do
Equador, sob as ordens do seu comandante, como
admitiu no interrogatório. O advogado de defesa foi
ninguém menos que o maior agitador liberal daquela
época, em Pernambuco, Borges da Fonseca. Que
crime é ser cismático? – perguntou Borges,
argumentando com clareza que a lei proibia outros
cultos, mas não cominava a pena de prisão para os
praticantes, limitando-se a ordenar a sua dispersão e a
destruição dos seus artefatos; no mais, uma multa
Ensino de qualidade focado em concursos.
188
poderia ser aplicada. Só que os desembargadores
perceberam que Agostinho não era um protestante
qualquer. O problema não era só de ordem religiosa.
Agostinho não pregava apenas a desobediência ao
padroado régio. Tinha algo mais. Ele era um pastor
negro.
A pregação negra trazia ainda um outro inconveniente
para a ordem escravista. A livre interpretação das
escrituras é um dos princípios básicos do
protestantismo, mas a rigor ele só se efetiva quando é
possível a cada pessoa ler a Bíblia. Ao alfabetizar os
seus seguidores, Agostinho dava-lhes um instrumento
adicional de luta de enorme repercussões. Se
adicionarmos a esse aprendizado os tais papéis sobre
o Haiti e a ênfase nas passagens bíblicas que tratam
da libertação dos escravos, pode-se entender que
Agostinho era realmente um elemento perigoso para a
ordem, por mais que Borges da Fonseca se esforçasse
em provar o contrário.
Os escravos pernambucanos não estavam alheios às
ideias francesas, presentes nas revoltas e tentativas de
rebeliões do início do século XIX – como poderiam
estar, depois da experiência do Haiti? Agora, ninguém
era ingênuo de se envolver assim sem mais nem
menos. Era preciso alguma esperança efetiva de
ganho. Os escravos do Recife também não estiveram
ausentes das demais manifestações urbanas ocorridas
na primeira metade do século passado e que são par te
do contexto político maior das disputas políticas locais.
Por seu protagonismo em muitos levantes liberais
ocorridos em Pernambuco, os negros (escravos ou
forros, pardos, mulatos...) causavam medo e ofereciam
grande perigo para a camada senhorial. Tanto que
cantaram-se nas ruas os citadíssimos versos:
Marinheiros e caiados
todos vão se acabar,
porque só pardos e pretos,
o Brasil hão de habitar.
Em outro evento ocorrido no Recife em 1824, em que
não faltaram pardos pobres, negros e escravos entre os
manifestantes, outros versos também foram entoados:
Qual eu imito a Cristovam,
esse imortal haitiano.
Eia! Imitai a seu povo,
Oh, meu povo soberano!
A cidade do Recife foi amordaçada durante a década
de 1820. Mesmo assim não faltaram fugas de escravos
e todas as demais formas de resistência comuns às
sociedades escravistas. O fato mais importante desse
período foi o apogeu do quilombo de Malunguinho, cuja
vida e morte está intimamente ligada à história política
e social de Pernambuco como um todo. Pode-se dizer
que a expansão do quilombo é um dos resultados das
brigas de branco entre 1817 e 1824, que abriram
brechas no sistema, facilitando as fugas de escravos,
inclusive urbanos. Onde havia mato, sempre houve
gente escondida, mas um volume tão grande de
quilombolas perto do Recife só pode ser entendido
como resultado das fugas dos cativos dos proprietários
que se envolveram naquelas duas insurreições.
Começando quase que às portas das cidades gêmeas
de Recife e Olinda, nos morros e florestas dos
subúrbios a noroeste delas, os mocambos espalhavam-
se pelas matas que serpenteavam entre os engenhos
da zona da mata norte, conhecidas pelo nome de
floresta do Catucá.
O quilombo de Malunguinho se fortalecia toda vez que
as elites brigavam entre si, como em 1817, 1824 e
1831-32, e feneceu no final do decênio de 1830, após
a derrota da Cabanada (1832-1835). Enquanto durou,
foi a alternativa mais radical para os cativos do Recife
e da zona da mata seca, daí a sua importância para o
entendimento da resistência escrava, não somente no
interior, mas também no principal núcleo urbano da
província.
Havia conexões entre os quilombolas e os escravos da
cidade. Os quilombolas costumavam atacar os
arrabaldes, principalmente a povoação de Beberibe,
onde a água era límpida, e onde as escravas lavavam
as roupas dos seus senhores e senhoras do Recife,
para onde voltavam depois, provavelmente de canoa,
remadas por negros, muitas vezes cativos também.
Isso indica, inclusive, que a conexão com os escravos
da cidade podia também ser feita pelas mulheres.
Essas ligações entre os quilombolas e os demais
escravos ficaram mais claras em 1827, quando o
Conselho de Governo reuniu-se para tomar medidas
efetivas contra o quilombo. Não era a primeira vez que
isso acontecia, muito pelo contrário. Após ter debelado
a Confederação do Equador, o general Lima e Silva
marchou para o Catucá com toda a tropa disponível.
Mas bastou a força ir embora para os mocambos
voltarem a crescer. Na tal reunião de janeiro de 1827, a
elite dirigente de Pernambuco temia que Malunguinho
e seus seguidores tencionassem efetivamente atacar o
Recife.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Alguns escravos habilitados profissionalmente,
fingindo-se de forros, fugiam para trabalhar em navios.
Marinheiros escravos faziam a mesma coisa, mudando
até de nome depois do desembarque. Essas pessoas
tiveram um enorme papel na resistência escrava pois,
ao repassar as notícias de rebeliões, terminaram
influindo na conduta dos escravos de outros lugares.
Alguns desses marinheiros negros cruzaram os mares,
chegando a aprender outras línguas europeias, como
era o caso de um negro jovem vindo de São Tomé, que
fugiu no Recife em 1831: era capaz de falar “inglês
alguma coisa”.
Pode-se dizer que o quilombo do Catucá ditou o ritmo
da resistência escrava no Recife. Após o seu fim, fugir
para o mato perdeu muito do sentido para os escravos
urbanos. As alternativas de resistência e sobrevivência
mudaram. Enquanto existiu, foi o principal referencial
da resistência escrava na província.
Alguns levantes urbanos ocorreram ainda nos anos de
1830, sendo reprimidos duramente. Mas não se esgota
aí o tema dos levantes urbanos no Recife em que os
negros e pardos participaram – e quem sabe até
alguns brancos pobres, descendentes de portugueses
ou açorianos modestos que imigravam aos montes
para Pernambuco. A violência urbana renovou-se na
década de 1840, quando praieiros e conservadores
disputavam o poder na província. Tendo que disputar
as eleições, as lideranças partidárias mobilizavam sua
clientela urbana, que terminava fugindo ao controle e
aderindo à causa dos liberais radicais. Em torno de
1845, a agitação da população deslocada da cidade já
era tanta que o cônsul americano chegou a dizer que a
mob – a canalha – estava no poder.
Foi muita correria pela cidade naqueles anos. Os
escravos, todavia, são menos visíveis na
documentação sobre aqueles episódios, devido ao
rápido aumento da população livre depois da
Independência. Não obstante, justamente lá pela
década de 1840, se solidificaria uma das formas de
contestação mais criativas dos cativos do Recife:
deixar-se acoitar ou roubar por alguém. Em outras
palavras, procurar um outro patrão, tal como faziam e
fazem os trabalhadores livres quando insatisfeitos. O
que não falta nos anúncios de fuga daqueles anos são
menções a um possível acoitamento dos cativos por
pessoas livres.
Esses acoitamentos, todavia, não se davam por
solidariedade pensar assim seria idealizar demais a
relação senhor escravo mesmo admitindo que isso
possa ter ocorrido em algumas instâncias,
principalmente nos casos em que os próprios negros
escondiam companheiros sendo perseguidos. Regra
geral, os acoitamentos aconteciam por interesse do
acoitador que ganhava um trabalhador sem ter que
pagar por ele o preço de mercado.
O aspecto mais significativo dessa situação é a
participação do escravo no processo. Era ele quem
saía da casa do seu dono para se estabelecer noutra
residência. Assim, a única e fundamental diferença de
uma fuga como outra qualquer é a cumplicidade desse
alguém livre, interessado em adquirir o cativo. Essa não
era uma fuga para se tornar um quilombola, ou um
fugitivo a mais se fingindo de forro pelas ruas, mas a
busca por um senhor menos despótico e/ou disposto a
respeitar alguns direitos que o fugitivo acreditava ter
adquirido ou pensava em adquirir.
Também foi na década de 1840 que os roubos de
escravos tornaram-se uma atividade corriqueira em
Pernambuco. Roubo, não furto. Como coisa que era, de
acordo com a lei brasileira, ele não poderia ser furtado,
mas somente roubado. Considerava assim a legislação
que só era possível tomar um escravo alheio através da
violência (como, por exemplo, nos casos de rapto de
crianças) ou então através da persuasão do cativo. Na
linguagem das ruas, utilizada nos jornais e nas fontes
policiais, o ladrão “seduzia” o cativo, oferecendo-lhe
dinheiro ou outra vantagem qualquer. De acordo com a
lei, o senhor – a vítima aqui – ficava indefeso no
momento em que o ladrão convencia o cativo a deixá-
lo. Através de um artifício de lógica jurídica portanto, o
direito considerava que essa persuasão equivalia a
coação direta, uma vez que impossibilitava o legítimo
proprietário de defender a sua posse. Assim, a
legislação admitia claramente que, para um ser
humano ser “roubado”, era preciso que o “objeto” do
crime, o cativo, consentisse no roubo. Ficava
tacitamente reconhecida a capacidade do escravo de
interferir no ato ilícito, agindo em seu próprio benefício.
Ao contrário de outros bens semoventes, o cativo
dificilmente poderia, sem consentimento, ser levado por
outra pessoa.
Na história do Recife, não há outro período de longa
duração tão conturbado. A Insurreição de 1817, as
Ensino de qualidade focado em concursos.
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manifestações de rua de 1823 e 1824, a Setembrizada
em 1831 e os mata marinheiros entre 1844 e 1848 são
parte desse contexto. Vale a pena repetir que,
obviamente, nenhum desses episódios foi uma rebelião
escrava. Todavia, eles têm relevância para o
entendimento da história da escravidão na cidade e em
Pernambuco como um todo. Não que os cativos, a partir
dessa conjuntura, entendessem a existência de
“contradições” no sistema – não é assim tão simples.
Mas eles com certeza percebiam que os brancos
também brigavam entre si. Muitas das fissuras do
sistema foram escancaradas naqueles momentos de
perigo. A rotina era quebrada. Reinava aquilo que os
contemporâneos letrados chamavam nos jornais de
“anarquia”, “algazarras”, “distúrbios” e outros termos
semelhantes. Os escravos aproveitavam- se das
circunstâncias para avançarem suas lutas, em grupo ou
individualmente.
CRISE DA LAVOURA CANAVIEIRA
Durante várias décadas, até meados do século XX,
quando foi suplantado por São Paulo, Pernambuco foi
o principal produtor nacional de açúcar. Até então, seus
concorrentes mais importantes - Bahia e Rio de Janeiro
não conseguiram ultrapassá-lo.
Na segunda metade do século XVII, o triunfo alcançado
pelo açúcar já não era mais o mesmo. Nessa época, os
holandeses foram expulsos da região Nordeste –
principal polo de fabricação do açúcar brasileiro – para
empreender o cultivo de cana-de-açúcar nas Antilhas.
Nesse contexto, Portugal não conseguiu fazer frente ao
preço e à qualidade mais competitiva do açúcar
antilhano. De tal modo, a produção açucareira entrara
em crise. Podemos citar como principais causas da
crise do açúcar:
- A União Ibérica (1580 a 1640), que estabeleceu o
domínio da Espanha sobre Portugal e suas colônias.
Este fato fez com que os espanhóis tirassem os
holandeses da lucrativa atividade açucareira brasileira,
expulsando-os do Nordeste brasileiro. Após este fato os
holandeses passaram a produzir açúcar em suas
colônias nas Antilhas.
- Os holandeses conheciam o processo de fabricação
de açúcar e tinham o controle sobre a distribuição e
comercialização deste produto. Logo, conseguiram
conquistar os grandes mercados consumidores
rapidamente, deixando o açúcar produzido no Brasil em
segundo plano no mercado internacional. A
concorrência holandesa foi, portanto, uma das
principais causas da crise do açúcar brasileiro no
período colonial, pois eles conseguiram produzir açúcar
mais barato e de melhor qualidade do que o brasileiro.
A crise do açúcar reduziu drasticamente os lucros dos
senhores de engenho do Nordeste e também diminuiu
a arrecadação de impostos, provocando uma crise
financeira em Portugal. A coroa portuguesa
rapidamente agiu em busca de uma nova forma de
exploração colonial. Neste sentido, a coroa portuguesa
estimulou a produção de outros gêneros agrícolas no
Brasil como, por exemplo, tabaco e algodão.
Vale ressaltar que, apesar da crise, a produção e
exportação de açúcar permaneceram como principais
atividades econômicas até o apogeu do Ciclo do Ouro
(segunda metade do século XVIII).
Essa não seria a primeira e nem a última vez que a
produção de açúcar brasileira viria a entrar em crise. A
falta de condições para investimento e as várias
oscilações experimentadas no mercado externo
acabavam por deflagrar esses tempos de crise da
economia açucareira. Apesar disso, não podemos nos
esquecer que tal atividade econômica sempre figurou
entre as mais importantes de nossa economia colonial.
E, por isso, nunca chegou a entrar em uma crise
definitiva que viesse a encerrar o negócio.
As inovações em escala internacional introduzidas no
século XIX determinaram a necessidade de
modernização da indústria açucareira, dando margem
ao programa imperial de implantação de engenhos de
maior produção. Assim, a partir de 1874 foram
implementadas melhorias nos banguês, visando à
produção de açúcar branco e demerara, surgindo então
as fábricas de maior capacidade de produção. Quando
eram de propriedade particular, chamavam-se usinas;
quando de empresas comerciais, geralmente
estrangeiras, denominavam-se engenhos centrais. O
que distinguia umas das outras era que as usinas,
sendo de propriedade de antigos senhores de engenho
e de parentes e vizinhos associados, não separavam a
produção da industrialização da cana e utilizavam a
mão- de-obra escrava, enquanto os engenhos centrais,
subsidiados e com garantias de juros do capital
aplicado pelo governo, tinham restrições quanto à
posse de terras para a cultura da cana e à utilização da
mão-de-obra escrava. A produção da cana a ser
industrializada nos engenhos centrais era feita por
proprietários de terra, antigos senhores de engenho
que a vendiam ao engenho central, comprometendo-se
a fornecer cotas anuais. Esses proprietários de
engenho que desmontavam a sua indústria, eram
chamados de fornecedores de cana, substituindo os
banguezeiros.
Os engenhos centrais instalados em Pernambuco a
partir de 1884 tiveram pequena duração. Muitos deles
foram vendidos a usineiros, sobretudo após a
proclamação da República, face ao poder político que
Ensino de qualidade focado em concursos.
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os chefes regionais passaram a exercer após a
descentralização promovida pelo 15 de novembro.
O processo de extinção dos engenhos banguês e a sua
substituição por usinas e engenhos centrais iniciado no
último quarto do século XIX foi lento a princípio.
Posteriormente houve uma tal aceleração, que em
1914 já colocara em funcionamento cerca de 56 usinas.
Os engenhos centrais foram fechados ou
transformados em usinas após a proclamação da
República.
Do século XVIII ao XIX o açúcar continuou a ter
importância na economia do nosso país, embora o café
viesse a se tornar o principal produto brasileiro. Mas
pouco a pouco o açúcar perdeu mercado e foi deixando
de ser a base de sustentação da nossa economia.
Outros acontecimentos que prejudicaram o açúcar
brasileiro, já no século XIX, foram o Bloqueio de
Napoleão Bonaparte contra os navios ingleses
transportadores de açúcar do nosso continente para o
mercado consumidor europeu e o aparecimento do
açúcar de beterraba, o chamado “açúcar alemão”. Esse
novo produto foi utilizado pelos países consumidores
como um produto substituto ao açúcar da cana,
ocorrendo o agravamento da crise do nosso açúcar e
os maus efeitos decorrentes da monocultura
latifundiária em nossa economia.
Assim, a partir de meados do século XVIII e durante
todo o século XIX, o preço do açúcar permaneceu
reduzido à metade. Sem recursos próprios para conter
a desvalorização do açúcar o Governo de Portugal e os
produtores portugueses mudam atenção para o café,
no século XIX.
Dessa forma houve no próprio funcionamento do ciclo
do açúcar, elementos negativos que impediram sua
viabilidade ao progresso. Ocorrendo, então, o
encerramento do monopólio da economia açucareira
que manteve sua importância, porém deixou de ser o
principal produto e a base de sustentação da economia
brasileira.
A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS
PERNAMBUCANOS NO PROCESSO DE
EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
Por 83 votos favoráveis e apenas nove contrários, a
Câmara dos Deputados aprovou o fim da servidão no
Brasil.
No final do século XIX, a escravidão já havia sido
abolida na maioria dos países. O Brasil seria o último
país a abolir oficialmente a escravidão, pois durante
muito tempo a aquisição de escravos foi um grande
investimento.
De 1831 a 1850 inicia-se uma intensa luta contra o
tráfico de escravos, resultado do confronto entre o
Brasil, econômica e culturalmente assentado na
escravidão, e as nações déias as, que concretizaram
suas revoluções burguesas e da industrial e ansiavam
por transformar os escravos em seus futuros
consumidores. Em 1845 a Inglaterra aprovou o Bill
Aberdeen, lei que permitia aos navios ingleses
atacarem, em águas internacionais, navios brasileiros
envolvidos com o tráfico de escravos. Com a
intensificação da repressão ao tráfico, os ingleses
passaram a atacar os navios nos portos brasileiros. A
extinção do tráfico internacional, resultado de um
acordo secreto entre os dois governos, não impediu
que continuasse, por muitas décadas, o tráfico interno,
onde os cafeicultores adquiriram os escravos do
Nordeste.
A promulgação da Lei de Terras, em 1850, aumentou o
poder dos proprietários de terra e donos de escravos
com a proibição da posse da terra aos que nela já
habitavam, além da expulsão dos índios e posseiros
que lá viviam desde os tempos coloniais. Em 1850 é
promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que determinou
o fim do tráfico de escravos para o Brasil. Essa lei
proibiu o desembarque de negros africanos nos portos
brasileiros. Os últimos 200 escravos trazidos para o
país desembarcaram em Pernambuco, em 1855.
Em 1871, a Lei do Ventre Livre declarava libertos os
filhos das escravas nascidos a partir da aprovação da
lei. Seus defensores afirmavam que a Lei do Ventre
Livre, junto com a proibição do tráfico negreiro,
assegurava a extinção gradual da escravidão no Brasil.
Os donos de escravos, por sua vez, temiam ficar sem
mão-de-obra para trabalhar em suas plantações. Eles
acusavam o governo de querer provocar uma crise
econômica ao decretar essa lei. A Lei do Ventre Livre,
porém, teve pouco efeito prático, já que dava liberdade
aos filhos de escravos, mas os mantinha sob a tutela
dos donos das mães até completarem 21 anos.
No ano de 1885 surge a Lei dos Sexagenários, também
chamada Lei Saraiva-Cotegipe, que libertava os
escravos com mais de 65 anos. Essa lei também não
ajudou quase nada, pois poucos escravos conseguiam
viver mais de 40 anos. Por quê? Eles trabalhavam
muito, comiam pouco e suas senzalas não tinham
nenhum conforto. Além disso, a maioria dos escravos
se vestia com trapos, não tinha roupas quentes para se
proteger no inverno e, quando ficavam doentes, em
geral, continuavam trabalhando e não contavam com
nenhum cuidado especial.
E, finalmente, em 13 de maio de 1888, acontece a
Abolição da escravatura. A assinatura da Lei Áurea,
Ensino de qualidade focado em concursos.
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pela Princesa Isabel, foi o término de um processo para
atender os interesses capitalistas da Inglaterra, que
pleiteavam a abolição da escravidão no Brasil.
Neste longo processo, uma das figuras mais
representativas foi a do pernambucano Joaquim
Nabuco. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo
(Recife, 19 de agosto de 1849 — Washington, 17 de
janeiro de 1910) foi um político, diplomata, historiador,
jurista, orador e jornalista formado pela Faculdade de
Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 19 de
agosto, é comemorado o Dia Nacional do Historiador.
Foi um dos grandes diplomatas do Império do Brasil
(1822-1889), além de orador, poeta e memorialista.
Além de “O Abolicionismo”, “Minha Formação” figura
como uma importante obra de memórias, onde se
percebe o paradoxo de quem foi educado por uma
família escravocrata, mas optou pela luta em favor dos
escravos. Nabuco diz sentir “saudade do escravo” pela
generosidade deles, num contraponto ao egoísmo do
senhor. “A escravidão permanecerá por muito tempo
como a característica nacional do Brasil”, sentenciou.
Joaquim Nabuco se opôs de maneira veemente à
escravidão, contra a qual lutou tanto por meio de suas
atividades políticas e quanto de seus escritos. Fez
campanha contra a escravidão na Câmara dos
Deputados em 1878 (não foi reeleito em 1882), e em
legislaturas posteriores, quando liderou a bancada
abolicionista naquela Casa, e fundou a Sociedade
Antiescravidão Brasileira, sendo responsável, em
grande parte, pela abolição da escravidão no Brasil, em
1888.
Nabuco era um monarquista e conciliava essa posição
política com sua postura abolicionista. Atribuía à
escravidão a responsabilidade por grande parte dos
problemas enfrentados pela sociedade brasileira,
defendendo, assim, que o trabalho servil fosse
suprimido antes de qualquer mudança no âmbito
político. A abolição da escravatura, no entanto, não
deveria ser feita de maneira ruptúrica, ou violenta, mas
assentada numa consciência nacional dos benefícios
que tal resultaria à sociedade brasileira.
Também não creditava a movimentos civis externos ao
parlamento o papel de conduzir a abolição. Esta só
poderia se dar no parlamento, no seu entender. Fora
desse âmbito cabia somente assentar valores
humanitários que fundamentariam a abolição quando
instaurada. Criticou também a postura da Igreja
Católica em relação ao abolicionismo, chamando-a de
“a mais vergonhosa possível”, pois ninguém jamais a
viu tomar partido dos escravos. E emendou: “A Igreja
Católica, apesar do seu imenso poderio em um país
ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou
no Brasil a voz em favor da emancipação”. Após a
derrubada da monarquia brasileira, Nabuco retirou-se
da vida pública por algum tempo.
Outra personalidade envolvida no processo
emancipatório dos escravos, foi o abolicionista Tobias
Barreto, que apesar de não ser pernambucano, (era
sergipano de Campos do Rio Real), estudou Direito na
Faculdade do Recife e se transformou no principal
teórico brasileiro à testa do movimento renovador das
déias denominado de Escola do Recife, que ainda hoje
repercute no Brasil e em algumas partes do mundo
civilizado. Tobias Barreto de Menezes chegou ao
Recife em 1862. Formado em Direito vai advogar na
Comarca de Vitória, fixando-se no termo de Escada,
por motivos de família.
O movimento em defesa da liberdade dos negros
escravos pode ser dividido em três fases distintas, cada
uma com sua importância. A primeira delas,
eminentemente literária, constou de um engajamento
intelectual principalmente no Nordeste brasileiro, com
ênfase para Pernambuco, tendo como maior expoente
o poeta baiano Castro Alves (1847-1871). Seus
poemas arrebatados de humanidade, ecoavam como
disparos destinados a sacudir a consciência
escravocrata dominante. Nos saraus, nas récitas, nas
páginas soltas dos bandos, e nos livros, as vozes
Ensino de qualidade focado em concursos.
193
poéticas dos primeiros abolicionistas abriam caminho
para uma luta mais ampla em defesa da liberdade.
A partir de 1879, Joaquim Nabuco detonou uma
movimentação enorme de imediata repercussão social,
em defesa da liberdade dos cativos. A imprensa
passava a ter, muito mais que antes, o papel de tribuna
permanente da discussão em torno da questão servil e
da abolição da escravatura. Muitos vultos surgiram no
cenário do combate, dentre eles André Rebouças, que
aprofundava o estudo da abolição para desdobrá-la
num projeto de longo alcance, segundo o modelo
francês das fazendas centrais. Ao tempo em que
tomava dimensão nacional a luta, eram criadas as
Sociedades abolicionistas, eram fundados os jornais
que nas Províncias sustentavam o fogo, em defesa da
liberdade dos negros. Era a vibração da segunda e
mais ruidosa fase do movimento abolicionista.
A terceira e última fase, voltada para a libertação dos
escravos e para a organização da sociedade pela via
econômica do trabalho livre, tem em Tobias Barreto a
sua maior liderança. É nesta fase, como se verá
adiante, que a campanha abolicionista dilata seu
alcance para uma ampla crítica social, através da
atuação, algumas vezes até panfletária, de Tobias
Barreto, na tentativa de levar o povo à consciência da
cidadania.
De volta ao Recife, Tobias Barreto entra na última fase
criadora de sua vida de intelectual, como professor da
Faculdade de Direito e como líder de um movimento
fecundo, de grande repercussão nacional, conhecido
sob a denominação de Escola do Recife. Pernambuco
estabelecia, no Nordeste, o compromisso engajado da
sua Faculdade de Direito, em contraponto ao
descompromisso da Faculdade de Direito de São
Paulo, onde uma geração de poetas abstraía a
realidade de uma sociedade em formação para
intimizar seus sentimentos e suas perplexidades. Mais
uma vez Pernambuco evoca para si os vínculos com a
nacionalidade, com as causas sociais, com o futuro,
desta feita tendo à frente a figura de Tobias Barreto.
Como muitos poetas do seu tempo, Tobias Barreto
também engajou a sua poesia na defesa da liberdade
dos negros. E o fez de três formas: exaltando a morena,
mestiça brasileira, deplorando a escravidão, de forma
explicita, e inflamando as massas em torno das idéias
de liberdade.
“Se Deus é quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente o crime,
Que se chama escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.
Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Que em delírio inefável,
Praticando a caridade
Nesta hora a mocidade Corrige o erro de Deus.”
(Tobias Barreto, A Escravidão, de 1868)
Ensino de qualidade focado em concursos.
194
Revista Ilustrada, 1888.
Outras personalidades, não pernambucanos, mas que
estudaram na Escola de Direito de Recife, também
participaram ativamente na campanha e no processo
abolicionista: Plínio de Lima, Castro Alves, Rui
Barbosa, Aristides Spínola, Regueira Costa, entre
outros. Juntos fundaram uma associação abolicionista
formada por alunos daquela escola.
Na mesma turma de Joaquim Nabuco, forma-se outro
abolicionista pernambucano: José Mariano Carneiro,
fundador do jornal abolicionista A Província. Assim
como Joaquim Nabuco, Barros Sobrinho, João Ramos,
Alfredo Pinto, Phaelante da Câmara, Vicente do Café e
Leonor Porto, José Mariano era membro da associação
emancipatória Clube do Cupim, fundado em 1884 (logo
após a abolição da escravidão no Ceará), que
alforriava, defendia e protegia os escravos.
(Joaquim Nabuco)
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: PM-PB Prova:
Soldado da Polícia Militar Combatente
A Revolução Praieira ocorrida na Província de
Pernambuco, entre os anos de 1.848 e 1.850, foi uma
revolta de caráter:
a) Popular armada contra o objetivo de explorar os
recursos minerais e a mão de obra da região, além de
ampliar o mercado consumidor para seus produtos
industrializados.
b) Republicana com descontentamento político com o
governo imperial brasileiro, com busca por parte dos
liberais por maior autonomia para as províncias.
c) Popular e insatisfação com o elevado preço
cobrado pelos produtos essenciais e alimentos, além
disso, reclamavam da carência de determinados
alimentos.
d) Liberal e federalista, onde os senadores
conservadores vetaram a indicação, para uma cadeira
do Senado de um liberal e da insatisfação com a falta
de autonomia política das províncias e concentração de
poder nas mãos da monarquia.
2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre a Revolução Pernambucana de 1817, é
INCORRETO afirmar que
a) os diversos grupos sociais envolvidos na revolta
tinham como consenso o objetivo de proclamar a
república.
Ensino de qualidade focado em concursos.
195
b) o movimento se inspirou na luta pela implantação
de ideais democráticos no Estado Polonês, a qual se
solidificou com a carta constitucional polonesa, que
ficou conhecida como “A Polaca”.
c) os rebeldes, que tomaram o poder em Pernambuco,
construíram um governo provisório, que decidiu
extinguir alguns impostos e elaborar uma constituição,
decretando a liberdade religiosa e de imprensa e a
igualdade para todos, exceto para os escravos.
d) apesar de ter fracassado, a Revolução
Pernambucana foi o movimento mais importante de
todos os outros precursores da independência, porque
ultrapassou a fase de conspiração, e os revoltosos
chegaram ao poder.
e) tropas reais, enviadas por mar e terra, ocuparam a
capital de Pernambuco, desencadeando intensa
repressão. Os principais líderes foram presos e
sumariamente executados.
3) Ano: 2017 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: CBM-PE
Prova: Soldado do Corpo de Bombeiro - Tarde
"O quilombo constitui questão relevante desde os
primeiros focos de resistência dos africanos ao
escravismo colonial, reaparece no Brasil/república com
a Frente Negra Brasileira (1930/40) e retorna à cena
política no final dos anos 70, durante a
redemocratização do país. Trata-se, portanto, de uma
questão persistente, tendo na atualidade importante
dimensão na luta dos afro-descendentes."
(LEITE, Ilka Boaventura. Os quilombos no Brasil:
questões conceituais e normativas. Etnográfica, Vol. IV
(2), 2000, pp. 333-354).
Em relação aos Quilombos dos Palmares e do Catucá,
assinale a alternativa CORRETA.
a) A proximidade que o Quilombo do Catucá tinha do
Recife, localizado entre as freguesias do Recife,
Paratibe e Paulista, permitiu aos seus moradores
elaborarem uma série de táticas de sobrevivência, que
perpassavam pela cooperação da população negra
livre e dos escravos dos engenhos próximos.
b) Segundo os historiadores, os quilombos dos
Palmares e do Catucá não possuíam elementos que os
pudessem distinguir, até por que tanto as condições
socioculturais que os formaram como a estrutura da
Província de Pernambuco permaneciam as mesmas.
c) A escassez de documentos que versem a respeito
dos quilombos de modo geral torna toda a literatura
existente sobre Palmares e Catucá ilações dos
historiadores. Não existem, assim, informações
precisas e verídicas que possibilitem se conhecerem
esses locais de resistência escrava.
d) Ao contrário do observado em Palmares, o Catucá
não era um quilombo dividido em vários grupos no meio
da floresta. Além disso, o único meio de vida dos
quilombolas era a agricultura de subsistência, não
praticando furtos nos engenhos e assaltos nas
estradas.
e) Quando finalmente os holandeses conseguiram
vencer a resistência luso-brasileira, eles encontraram
várias plantações queimadas, engenhos destruídos e
escravos fugidos. Foi justamente nesse contexto de
batalha que foram criadas as condições necessárias
para o aparecimento do Quilombo dos Palmares.
4) Ano: 2010 Banca: IPAD Órgão: Prefeitura de Goiana
– PE Prova: Pedagogo
A Revolução Pernambucana de 1817 representou
grandes mudanças para Pernambuco e para o Brasil,
ao contestar traços negativos do governo português no
Brasil, defendendo ideais libertários semelhantes aos
das revoluções burguesas do século anterior. A
participação de Goiana na Revolução Pernambucana
deu-se, principalmente, através do (a)
a) atuação dos fazendeiros goianenses, que ajudaram
a financiar os rebeldes.
b) atuação de goianenses que foram morar em Recife.
c) abastecimento dos centros revolucionários.
d) apoio ao governo do Rio de Janeiro.
e) treinamento de rebeldes recifenses nos campos
goianenses.
5) Ano: 2015 Banca: Marinha Órgão: COLÉGIO NAVAL
Prova: Aluno
Pernambuco foi um verdadeiro "barril de pólvora" ao
longo da história política do Brasil, desde o período
colonial até o Segundo Reinado. Pelas mais variadas
razões e circunstâncias, ocorreram nesta região alguns
movimentos de rebelião contra o sistema político
vigente. Dentre esses diversos movimentos é correto
afirmar que
a) a Insurreição Pernambucana (1645-54) eclodiu em
razão dos desentendimentos entre os luso-brasileiros e
os holandeses devido à mudança na política econômica
exercida pelo Conde Maurício de Nassau que proibiu a
instalação das Câmaras dos Escabinos.
Ensino de qualidade focado em concursos.
196
b) a Confederação do Equador ocorrida em 1824, e
que se espalhou para várias regiões do nordeste, foi um
movimento contrário ao absolutismo de D . Pedro I
devido, sobretudo, à emenda constitucional conhecida
como Ato Adicional.
c) a Revolução Pernambucana em 1817 foi um
movimento que teve como uma das principais causas a
contestação ao aumento da carga tributária, em parte
para custear as despesas da corte Joanina no Rio de
Janeiro.
d) a Guerra dos mascates (1710-1711) que envolveu
a elite açucareira recifense e a elite comercial de Olinda
eclodiu em razão do descontentamento dos mascates
quanto à autonomia de Recife em relação à Olinda.
e) a Revolução Praieira (1848-1850) está inserida em
um contexto de insatisfação em relação ao governo
regencial devido à forte centralização imposta pelo
partido Conservador.
6) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
As primeiras décadas do século XIX foram marcadas
pelo chamado ciclo das insurreições liberais em
Pernambuco, com a Insurreição de 1817, a
Confederação do Equador e a Revolução Praieira.
Essas insurreições se constituíram em movimentos
federalistas e, com exceção da Insurreição
Pernambucana, se contrapunham ao projeto de
independência implantado em 1822 por José Bonifácio
e D. Pedro I, a partir do Rio de Janeiro.
No que concerne especificamente à Confederação do
Equador, assinale a alternativa CORRETA.
a) Diferindo da Revolução Praieira, que defendia a
bandeira da abolição, os principais líderes da
Confederação do Equador eram antiabolicionistas.
b) Os líderes da Confederação do Equador, liberais e
republicanos, contestavam o poder centralizado e
autoritário de D. Pedro I e propunham a abolição da
escravidão assim como a República Federalista.
c) Frei Caneca, um dos intelectuais responsáveis
pelas ideias basilares da Confederação do Equador,
era um veterano de outras insurreições liberais, como a
Praieira.
d) Apesar da derrota das forças da Confederação do
Equador para as forças do Império, a Província de
Pernambuco que, a partir dessa revolta, consolidaria
uma imagem de província rebelde, conseguiu
assegurar um novo território, a comarca do São
Francisco, agregada a partir da Bahia.
e) A Confederação do Equador foi um movimento
republicano e federalista, proposto por integrantes da
elite pernambucana, entre os quais se destacavam
intelectuais, militares e políticos liberais, que se
espalhou pelas províncias da Paraíba, do Rio Grande
do Norte e Ceará.
7) Ano: 2017 Banca: Marinha Órgão: Comando do 1º
Distrito Naval Prova: Praça 2° Classe (Nível Médio)
Ainda no reinado de D. Pedro I, uma revolta na
Província de Pernambuco colocou em perigo a
integridade territorial do Império. A Marinha atuou
contra a essa revolta a partir de abril de 1824, que
congregou, no seu ápice, também as províncias da
Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. A que episódio
se refere essa afirmativa?
a) Revolta dos Alfaiates.
b) Dezembrada.
c) Confederação do Equador.
d) Revolta Nativista.
e) Desembarque em Maldonado.
8) Ano: 2007 Banca: Exército Órgão: EsPCEx Prova:
Cadete do Exército
Durante o Segundo Reinado no Brasil, surgiu em
Pernambuco, no ano de 1848, um movimento popular
que uniu “pessoas de várias tendências, sobretudo
progressistas, inconformadas com o quadro político-
social de sua província. ” (BARBEIRO; CANTELE;
SCHNEEBERGER, 2005, p. 347).
Tal movimento é conhecido como a
a) Revolta dos Mascates.
b) Confederação do Equador
c) Sabinada.
d) Revolução Praieira
e) Revolta Nativista
9) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em
Pernambuco, teria sido apenas mais um dos vários
episódios de contrabando de escravos, caso não
tivesse dado errado. Tudo começou quando o
comandante do palhabote (espécie de embarcação
Ensino de qualidade focado em concursos.
197
também utilizada para o tráfico atlântico de escravos),
invés de ancorar no engenho de João Manuel de Barros
Wanderley, acabou parando nas terras do seu vizinho.
Este, por sua vez, prontamente denunciou o caso às
autoridades. A notícia acabou ganhando grande
destaque na imprensa, por ter sido o último negreiro
apreendido na costa brasileira com cativos africanos a
bordo.
(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o
funcionamento do tráfico de escravos depois de 1831.
Revista de História, São Paulo, n° 167, julho/dezembro
2012. pp. 223-260).
Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco,
assinale a alternativa CORRETA.
a) O desembarque de cativos africanos nos portos
naturais das diversas praias que ficavam na Província
de Pernambuco, mas distante o suficiente para
dificultar a vistoria das autoridades imperiais, foi uma
estratégia desenvolvida pelos atores que participavam
do contrabando de africanos, para continuar
fornecendo cativos para a capitania.
b) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei
de 1831 contribuiu bastante para frear o ímpeto dos
traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década
de 1830 e durante a década de 1840, o número de
escravos que ingressaram na Província de
Pernambuco diminuiu de forma vertiginosa.
c) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor
desde 1831, as autoridades imperiais nada fizeram
para deter o comércio ilegal nos portos das capitais
provinciais. Exemplo disso foi o porto do Recife, que
não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao
comércio atlântico de escravos.
d) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e
nacional, o “Desembarque de Sirinháem” pode ser
considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da
coroa impedia que fatos como este fossem corriqueiros.
e) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”,
uma província com forte tendência abolicionista,
Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além
disso, os políticos e as elites latifundiárias estavam
mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra
livre do exterior, principalmente a dos chineses.
10) Confederação do Equador: Manifesto
Revolucionário “Brasileiros do Norte! Pedro de
Alcântara, filho de D. João VI, rei de Portugal, a quem
vós, após uma estúpida condescendência com os
brasileiros do Sul, aclamastes vosso imperador, quer
descaradamente escravizar-vos. Que desaforo
atrevimento de um europeu no Brasil. Acaso pensara
esse estrangeiro ingrato e sem costumes que tem
algum direito à Coroa, por descender da casa de
Bragança na Europa, de quem já fomos independentes
de fato e de direito? Não há delírio igual (...).”
(BRANDÃO, Ulysses de Carvalho. A Confederação do
Equador. Pernambuco: Publicações Oficiais, 1924)
A causa da Confederação do Equador foi a:
a) extinção do Poder Legislativo pela Constituição de
1824 e sua substituição pelo Poder Moderador.
b) mudança do sistema eleitoral na Constituição de
1824, que vedava aos brasileiros o direito de se
candidatar ao Parlamento, o que só era possível aos
portugueses.
c) atitude absolutista de D. Pedro I, ao dissolver a
Constituinte de 1823 e outorgar uma Constituição que
conferia amplos poderes ao imperador.
d) liberação do sistema de mão de obra nas disposições
constitucionais, por pressão do grupo português, que já
não detinha o controle das grandes fazendas e da
produção do açúcar.
e) restrição às vantagens do comércio do açúcar pelo
reforço do monopólio português e aumento dos tributos
contidos na Carta Constitucional.
11) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o
território nacional. Foi um dos últimos países a libertar
os escravos. Sobre a libertação dos escravos, analise
as proposições abaixo.
I. A abolição de quase 800 mil escravos foi fundamental
para a modernização da economia brasileira, embora a
modernização tenha demandado algum tempo para
começar.
II. Os escravos tiveram grandes dificuldades para se
incorporarem ao mercado de trabalho livre. Muitos
deles continuaram com seus antigos senhores.
III. Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos
passaram a ser considerados cidadãos com todos os
direitos concedidos pela constituição.
IV. A escravidão institucionalizada foi rompida, porém
muitas das relações da época do escravismo se
mantiveram. O preconceito contra o trabalho, sobretudo
o manual, foi um dos vestígios mais marcantes do
tempo da escravidão.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I, II e III, apenas.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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b) I e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
GABARITO:
1 – D 3 – A 5 – C 7 – C 9 – A
2 – B 4 – B 6 – E 8 – D 10 – C
11- E
PERNAMBUCO REPUBLICANO
VOTO DE CABRESTO E POLÍTICA DOS
GOVERNADORES
No ano seguinte à Abolição, o Marechal Deodoro da
Fonseca (que foi o primeiro presidente, provisório)
proclama a República, dando início à Primeira
República ou República Velha. Este período
compreende os anos de 1889 e 1930, quando a elite
cafeeira paulistana e mineira revezava o cargo da
presidência da República movida por seus interesses
políticos e econômicos.
Esse revezamento ficou conhecido como Política dos
Governadores ou "política do café-com-leite", o arranjo
político que vigorou no período da Primeira República,
envolvendo as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais
e o governo central no sentido de controlar o processo
sucessório, para que somente políticos desses dois
estados fossem eleitos à presidência de modo
alternado. Assim, ora o chefe de estado sairia do meio
político paulista, ora do mineiro.
Após a proclamação da república, a 15 de novembro,
dois militares se sucederam no comando do país, os
marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. A
partir daí, a história do Brasil foi marcada por acordos
entre as elites dos principais centros políticos do país,
que à época eram minas gerais e São Paulo. Os
"coronéis", grandes fazendeiros, optavam por
candidatos da política café-com-leite, e estes, além de
concentrar suas decisões na proteção dos negócios
dos latifundiários, concediam regalias, cargos públicos
e financiamentos.
O surgimento do nome "café-com-leite" batizando tal
acordo seria uma referência à economia de São Paulo
e Minas, grandes produtores, respectivamente, de café
e leite. Entretanto, alguns autores contestam tal
explicação para o surgimento da expressão, pois o Rio
Grande do Sul seria o maior produtor de leite à época.
O leite como referência a minas gerais teria vindo na
verdade das características da cozinha mineira,
representada pelo queijo minas ou mesmo pelo pão de
queijo, e que assim, combinada com o a palavra "café",
há muito associada a São Paulo (por ser este estado,
sim, o grande produtor de café e seu maior
representante), remeteria à expressão ainda hoje
conhecida de "café-com-leite", usada para designar a
pessoa que participa de uma ação com neutralidade,
que não pode dar conselho e não pode ser
aconselhado, que participa com condições especiais
em algum evento.
Com Campos Sales (1898), instalou-se o poder dos
governadores dos estados (política dos governadores),
que tinham grande autonomia em relação ao governo
federal e se articulavam para escolher os presidentes
da república que tinham mandato de 4 anos sem direito
a reeleição. Os presidentes e governadores tinham a
prerrogativa de destituir (as chamadas "degolas") os
deputados e senadores eleitos que não lhes fossem
afeitos através das comissões de verificação dos
poderes, que existiam nos congressos estaduais
(atuais assembleias legislativas estaduais) e no
congresso nacional. O voto não era secreto, o que
tornava o voto de cabresto e a fraude eleitoral práticas
comuns.
As eleições presidenciais ocorriam, de quatro em
quatro anos, em 1 de março, e a posse dos eleitos se
dava no dia 15 de novembro do ano da eleição
presidencial. O candidato oficial a presidente da
república era escolhido através de um acordo nacional
entre os presidentes dos estados. De acordo com essa
obra de engenharia política, o poder federal não
interferia na política interna dos estados e os governos
estaduais não interferiam na política dos municípios,
Ensino de qualidade focado em concursos.
199
garantindo-se lhes a autonomia política e a
tranquilidade nacional.
O sistema político que vigorava, e que tinha o abuso de
poder por conta da autoridade compra de votos e o uso
das instituições públicas para favorecimento pessoal ou
de terceiros, ficou conhecido como Voto de Cabresto.
Nas regiões do Brasil em que encontramos a pobreza
como companhia diária, encontrávamos, e ainda
encontramos esta prática, que é a principal
característica das práticas que definem o Coronelismo.
Desde as primeiras eleições, ainda no Império, essas
práticas de fraudar o sistema eleitoral é uma praga de
difícil combate.
No século XX, o auge do coronelismo, os eleitores
precisavam levar apenas um pedaço de papel com o
nome do seu candidato e depositar na urna. Tratava-se
de qualquer papel, trazido de casa mesmo, muitas
vezes entregues pelos próprios coronéis a seus
funcionários e já preenchidos. É importante ressaltar
que a grande maioria dessas pessoas era analfabeta,
sabendo apenas assinar o seu nome. Como
analfabetos não podiam votar, na época, levavam para
as urnas os papéis já preenchidos, não levantando a
suspeita de que não saberiam ler e escrever. Nos
papéis estavam escritos o nome dos candidatos que
eram convenientes aos próprios coronéis em relação as
suas alianças políticas. Assim o coronel que tivesse
mais influência, que tinha mais empregados,
geralmente levantava mais votos para seus candidatos.
Já os empregados, como não sabiam ler, votavam sem
ao menos saber o que estava escrito nos papéis que
depositavam nas urnas, aonde chegavam através de
um transporte fornecido pelo próprio coronel. Todo
território Brasileiros estava repleto dessa figura, um
grande fazendeiro que exercia poder total sob uma
comunidade de camponeses humildes, muitas vezes
liderando, e reprimindo, por via oral ou até mesmo pelo
uso da força. Ou seja, quando o convencimento não
surtia efeito em seus influenciados, o coronel recorria à
violência para que os eleitores de seu “curral eleitoral”
obedecessem às suas ordens. E como o sistema
eleitoral era aberto, ficava muito fácil a fiscalização dos
eleitores para que votassem nos candidatos exigidos
pelo coronel. Usava esse poder, então, para garantir
que os candidatos que eles apoiavam fossem eleitos.
Porém, durante a Primeira República, não eram apenas
São Paulo e Minas os principais atores no jogo político
do período, conforme percebemos pela carta do
presidente da Câmara dos Deputados Arnolfo Azevedo
ao presidente Washington Luís em 1926 (onde fala
sobre a importância de um vínculo entre os jogadores
cujo se desfazer era o fim do próprio jogo). “No baralho
político há três ases e três reis”. “Quem vai dirigir o jogo
precisa ganhar a partida e para ganhá-la é
indispensável ter dois ases e um rei” (sendo os ases
Minas, São Paulo e Bahia, e os reis Pernambuco, Rio e
Rio Grande do Sul). “Sentar-se à mesa do jogo sem
contar com esses trunfos é arriscado e quem tiver a
maioria absoluta dos seus valores fará, não só um
governo bom, mas ótimo e fácil”. Notamos, então, que
eram seis as forças políticas estaduais do período.
Em 1929, com a grande crise econômica que se seguiu
à quebra da bolsa de Nova Iorque, o café brasileiro
ficou praticamente sem comprador, prejudicando
enormemente os cafeicultores paulistas. O que
aconteceu, na sequência, foi que o Estado de São
Paulo, que deveria apoiar o próximo presidente da
República (que seria o mineiro previamente escolhido
Antônio Carlos Andrada), resolveu mudar. O Presidente
Washington Luís voltou atrás e passou a apoiar outro
candidato paulista, Júlio Prestes, o que provocou uma
visível cisão dos grandes Estados.
A cisão política do café-com-leite foi o resultado deste
rompimento e, por isto, o estado de Minas Gerais se
une logo ao Rio Grande do Sul. Tentou-se obter a
adesão de Pernambuco, Bahia e do estado do Rio de
Janeiro, oferecendo-lhes em troca a vice-presidência. A
proposta foi aceita pela Paraíba, formando uma aliança
política que ficou conhecida como aliança liberal,
lançando um novo candidato próprio: Getúlio Vargas.
Vargas mesmo assim foi derrotado nas eleições. No
entanto, um clima instável e generalizado de
insubordinação, de enorme inquietação política contra
o estado de São Paulo e de sua dominação, passou a
ser insustentável.
A motivação de todo este processo foi a morte de João
Pessoa, que seria o candidato à vice-presidência da
república na chapa de Getúlio Vargas. O evento, que a
rigor não tinha nenhuma conexão com as inquietações
políticas e com a concorrência eleitoral, passou-se a ter
um pretexto de rompimentos políticos.
João Pessoa seria assassinado a tiros na capital
pernambucana. A morte do ilustre paraibano, no
entanto, impulsionou os revolucionários, que já
arquitetavam a tomada de poder. Washington Luís foi
deposto em 24 de outubro de 1930, vinte e um dias
antes do término do seu mandato como presidente da
república. Por este golpe militar, que passou o poder
em 03 de novembro às forças político-militares,
acontece a revolução de 1930 comandada por Getúlio
Vargas.
Ensino de qualidade focado em concursos.
200
PERNAMBUCO SOB A INTERVENTORIA DE
AGAMENON MAGALHÃES
Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães (Vila Bela,
atual Serra Talhada, 5 de novembro de 1893 — Recife,
24 de agosto de 1952) foi promotor de direito, geógrafo,
professor (de Geografia) e político brasileiro; deputado
estadual (1918), federal (1924, 1928, 1932, 1945),
governador de estado (1937, 1950) e ministro (Trabalho
e Justiça). Fomou-se bacharel pela Faculdade de
Direito de Recife (1916), em Recife, sendo em seguida
nomeado para a promotoria da comarca de São
Lourenço da Mata. No ano seguinte, retornou a Recife,
onde fixou residência. Em 1918, foi eleito deputado
estadual com apoio da agremiação governista estadual
(Partido Republicano Democrata) e, em 1924, tornou-
se deputado federal, reeleito quatro anos depois.
Contudo, em 1930, rompendo com os governos
estadual e federal, aderiu à Aliança Liberal formada em
torno da candidatura de Getúlio Vargas. Após a
revolução, apoiou o interventor Carlos de Lima
Cavalcanti e ajudou a articular no estado o Partido
Social Democrata (de sustentação ao Governo
Provisório), pelo qual elegeu-se deputado constituinte
em 1932.
Em 1934, foi convidado pelo presidente Getúlio Vargas
para a pasta do Trabalho, Indústria e Comércio. À frente
do ministério, promoveu intervenções em sindicatos,
nomeando diretores de confiança do governo, e
trabalhou na implementação de novas leis, como a que
reservava dois terços dos postos de trabalho nas
empresas comerciais e industriais para brasileiros e a
que garantia uma indenização aos trabalhadores
demitidos sem justa causa. Durante sua gestão foi
criado também o Instituto de Aposentadoria e Pensões
dos Industriários (IAPI). Em janeiro de 1937, passou a
acumular com o Ministério do Trabalho, interinamente,
o Ministério da Justiça e Negócios Interiores, onde
permaneceu até o mês de junho. Era, então, elemento
dos mais prestigiados junto ao governo federal e por
isso mesmo deu apoio decidido ao projeto continuísta
de Vargas, concretizado com o golpe que em 10 de
novembro instituiu o Estado Novo.
Aliado fiel de Vargas, ele entrou em choque com o
interventor Lima Cavalcanti, seu antigo aliado, que
tendia a apoiar a candidatura oposicionista de Armando
de Sales Oliveira para a sucessão presidencial de
1938, e a quem acusara de conivência com o levante
comunista deflagrado em novembro de 1935 em Recife
por membros da Aliança Nacional Libertadora (ANL).
Por este motivo, em novembro de 1937, após a
decretação do Estado Novo, Agamenon Magalhães foi
nomeado interventor federal em Pernambuco,
substituindo seu antigo aliado e opositor.
A interventoria de Agamenon Magalhães coincidiu
ainda com os anos da presença militar norte-americana
no Recife, em virtude das alianças em torno da
Segunda Guerra. Este período foi marcado por
transformações não apenas no cenário político, mas
também no plano cultural. Ainda em 1941, os EUA
iniciou a política de envio de observadores navais para
vários portos brasileiros. O primeiro a chegar foi o
capitão aposentado da US Navy W.A. Hodgman. Ele
chegou ao Recife em 26 de fevereiro, sob as ordens do
Escritório de Inteligência Naval. Recife era a terceira
cidade do Brasil, com uma população estimada à época
de 400 mil pessoas.
Com a declaração de guerra contra as potências do
Eixo, e a cessão de bases no litoral brasileiro
combinada com as operações de defesa do atlântico
sul, Recife passa a ser uma cidade estratégica para as
pretensões americanas, e com o apoio de Agamenon
Magalhães, Recife terá a Sede da Quarta Frota Naval
e será a base das operações marítimas com raio de
atuação do Canal do Panamá até o extremo sul das
Américas, além de um campo de pouso construído
pelos americanos e chamado de Ibura Field, que
atualmente é o Aeroporto Internacional dos
Guararapes.
Ocorrem muitas mudanças no estado. Contudo as
mudanças não foram meramente militares, houve um
impacto profundo na sociedade pernambucana e, em
especial em Recife. Primeiramente o impacto foi
econômico, já que no auge de suas atividades a Quarta
Frota mantinha cerca de 4000 homens no Estado,
todos recebendo integralmente seus soldos e
gastando, principalmente com os atrativos da vida nos
trópicos. Passou a circular no mercado local dólares
americanos, e isso impulsionou consideravelmente a
comércio local e as atividades de apoio. Outros
aspectos interferiram na vida do recifense, que teve que
Ensino de qualidade focado em concursos.
201
passar por um racionamento de combustível e
apresentou inflação de bens e serviços locais.
Misto de populismo social com centralização política, o
estilo de governo de Agamenon (por ele chamado de
"ruralização") foi marcado pela busca da unidade social
e política, apoiada na personalidade pública do
interventor. O governo estadual procurou envolver-se
em todos os setores da vida cotidiana, seguindo um
ideário tradicionalista, autoritário e fortemente católico,
que procurou apoiar-se tanto na censura oficial do DIP,
quanto na utilização do jornal oficio- só, o Diário da
Manhã.
A obra administrativa de Magalhães pode ser dividida,
primeiro, pela busca desenfreada do "consenso
máximo" na sociedade pernambucana, a partir de uma
falsa imagem de paz e harmonia social no Estado.
Objetivo perseguido através de uma feroz repressão
aos “adversários, críticos, comunistas, prostitutas, afro-
brasileiros, vadios e homossexuais”. O governo
Agamenon também combateu o cangaço e realizou
obras contra a seca. Seu programa de erradicação dos
mocambos (habitações insalubres) teve forte impacto
entre as populações pobres e foi objeto de intensas e
apaixonadas controvérsias entre sociólogos,
antropólogos, engenheiros, sanitaristas e urbanistas. A
campanha contra os mocambos assumiu um caráter
ressocializador, na medida em que vinculava
estreitamente habitação, saúde, integridade física e
moral da família, trabalho e cidadania. Na verdade, ela
escondia uma intenção civilizatória com a qual muitos
não concordavam, como Gilberto Freyre, Mario Sette,
Manuel Bandeira e outros.
Outro aspecto dessa obra que merece atenção é a
criação dos Centros Educativos Operários, cujo fim era
“educar, regenerar, civilizar e integrar” os trabalhadores
no seio da sociedade. A meta principal era fazer um
trabalho de saneamento e profilaxia social, afastando
os operários da doutrina marxista da luta de classes.
Em janeiro de 1945, Agamenon Magalhães foi
novamente chamado por Getúlio Vargas para a pasta
da Justiça. Mas desta vez, Getúlio não preparava o
fechamento das instituições (como em 1937), e sim a
sua democratização.
Como titular da pasta, Agamenon aprovou o novo
Código Eleitoral (Lei Agamenon) e convocou as
primeiras eleições livres do Brasil, com a autorização
para o funcionamento dos partidos políticos e o pleito
direto para a presidência da República. No entanto, a
tentativa de aprovar uma lei antitruste (chamada de "lei
malaia" por seu opositor Assis Chateaubriand, fazendo
assim menção ao seu apelido pernambucano, "China
gordo", dado por Manoel Bandeira) aumentou as
pressões de setores empresariais e militares contra o
governo Vargas. Em outubro de 1945, Getúlio Vargas
acabou sendo deposto, e com ele Agamenon deixou o
ministério. O sucessor de Vargas, José Linhares,
anunciou o veto à "lei malaia" como uma de suas
primeiras medidas.
MOVIMENTOS SOCIAIS E REPRESSÃO DURANTE
A DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985) EM
PERNAMBUCO
No dia 1 de abril de 1964 a história política, social,
econômica, cultural e religiosa, começava a ser definida
de forma autoritária e opressora. Durante a ditadura
civil-militar brasileira (1964- 1985), os setores de
oposição aos governos militares foram bastante
vigiados, censurados e reprimidos. Inúmeras pessoas
foram presas, muitas delas eram jovens que,
independente de sexo, se vincularam a organizações,
partidos políticos e entidades estudantis para lutar em
prol da democracia. Dessa forma, os órgãos de
informação nomearam de subversivos as pessoas e os
diversos setores da sociedade que foram vistos como
um perigo à ditadura, tendo em vista a lógica coercitiva
do Estado. Com base em uma teoria que abarcava
diferentes tipos de guerra, os militares combateram-
nos, alegando defender a segurança e o
desenvolvimento do país.
Em Pernambuco, o principal órgão de vigilância,
censura e repressão do regime foi o Departamento de
Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS-PE).
Essa instituição surgiu como uma Delegacia de Ordem
Política e Social, em 1935. Em 1961, transformou-se
em um Departamento, ampliando o seu aparato
coercitivo. Ele foi extinto somente em 1990 e a sua
atuação foi bastante significativa. Isso porque além de
realizar atividades de vigilância social e de prevenção e
repressão ao comunismo, tinha as funções de realizar
inquéritos sobre crimes de ordem política e social,
exercer as medidas de polícia preventiva e controlar os
serviços cujos fins estivessem em conexão com a
Ordem Política e Social.
Um dos principais nomes ligados à resistência no
estado de Pernambuco é o de Miguel Arraes
governador deposto em 1964. Elegeu-se governador
em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social
Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista
Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social
Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN) –
representante das oligarquias canavieiras de
Pernambuco. Seu governo foi considerado de
esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da
Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do
salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do
Ensino de qualidade focado em concursos.
202
campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos,
associações comunitárias e às ligas camponesas.
Arraes cercado por militares no dia do golpe.
Com a deflagração do golpe militar de 1964, tropas do
IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do
governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao
cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou
para, em suas palavras, “não trair a vontade dos que o
elegeram”. Em consequência, foi preso na tarde do dia
1º de abril. Deposto, foi encarcerado em uma pequena
cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo
posteriormente levado para a ilha de Fernando de
Noronha, onde permaneceu por onze meses.
Posteriormente, foi encaminhado para as prisões da
Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no
Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de
Janeiro. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na
Argélia.
Concedido o habeas corpus, Arraes foi orientado por
seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se, sob pena de
voltar a ser preso pela ditadura. Após recusa da França
em recebê-lo, Arraes cogitou pedir asilo ao Chile –
onde, alguns anos depois, houve em 1973 o golpe
militar de Pinochet. Assim, Arraes tomou a Argélia
como destino. Parecia até proposital, pois a Argélia
tinha problemas sociais parecidos com os do Brasil.
Durante o exílio, foi condenado à revelia, no dia 2 de
março de 1967, pelo Conselho Pernambucano de
Justiça da 7ª Região Militar. A pena, de 23 anos de
prisão, pelo crime de “subversão”.
De modo geral, em todo o Brasil, diversos foram os
movimentos de resistência ao golpe, como, por
exemplo, o movimento estudantil, o movimento das
mulheres, o movimento sindical etc. De modo mais
específico, em Pernambuco houve uma representação
importante por parte da Igreja, na pessoa de Dom
Helder Câmara que teve um papel atuante e que
determinou de forma direta no embate ao regime
autoritário.
Uma das formas de repressão usadas pelos governos
militares, diante da população foram os atos
institucionais o (AI’S). Durante todo período de ditadura
foram elaborados 16 AI’S. As representações desses
AIS significavam a cassação de direitos políticos entre
outros e fez com que a sociedade se isolasse da
participação que ela tinha antes de 1964 e só iria voltar
a ter esses direitos após 1985.
Representado por diversos lideres o movimento da
Igreja teve seu apogeu em Pernambuco na pessoa de
Dom Hélder Câmara, No dia 12 de março de 1964 foi
designado para ser arcebispo de Olinda e Recife,
Pernambuco, múnus que exerceu até 2 de abril de
1985. Instituiu um governo colegiado nesta diocese,
organizada em setores pastorais. Criou o Movimento
Encontro de Irmãos, o Banco da Providência e a
Comissão de Justiça e Paz daquela diocese.
Fortaleceu as comunidades eclesiais de base.
Estabeleceu uma clara resistência ao regime militar.
Tornou-se líder contra o autoritarismo e pelos direitos
humanos. Não hesitou em utilizar todos os meios de
comunicação para denunciar a injustiça. Pregava no
Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os
anseios dos empobrecidos. Foi perseguido pelos
militares por sua atuação social e política, sendo
acusado de comunismo. Foi chamado de “Arcebispo
Vermelho”. Foi-lhe negado o acesso aos meios de
comunicação social após a decretação do AI-5, sendo
proibida inclusive qualquer referência a ele.
Desconhecido da opinião pública nacional, fez TTP s
tes viagens ao exterior, onde divulgou amplamente
suas TTP s e denúncias de violações de direitos
humanos no Brasil. Foi adepto e promotor do
movimento de não violência ativa. Em 1984, ao
completar 75 anos, apresentou sua renúncia.
Além da Igreja, o estado também ofereceu importantes
núcleos rurais de resistência. Em Pernambuco a partir
da década de 50 irá se articular diversas formas de
movimentos sociais, em diferentes setores de
mobilização, frente a situações sociais no meio rural
que já carregava um peso de séculos, onde a terra
explorada por uma pequena parcela burguesa que ao
impor a economia de monocultura, agravou cada vez
mais a vida de milhares de camponeses. A década de
50 é um marco importante não só para Pernambuco
como para a História do Brasil, aonde efetivamente vai
se falar em reforma agrária de uma maneira radical.
Há que se destacar o surgimento das Ligas
Camponesas, por iniciativa do Partido Comunista
Brasileiro e que teve como principal figura incentivadora
o advogado e deputado pelo Partido Socialista
Brasileiro (PSB) Francisco Julião (1915-1999). As Ligas
Camponesas organizaram milhares de trabalhadores
rurais que viviam como parceiros ou arrendatários,
principalmente no Nordeste brasileiro, utilizando o lema
“Reforma Agrária na lei ou na marra” contra a secular
estrutura latifundiária no Brasil. A primeira liga foi
formada em 1954, em Vitória de Santo Antão, no estado
de Pernambuco, reunindo 1200 trabalhadores rurais. O
Ensino de qualidade focado em concursos.
203
caráter dessas organizações abandonava as antigas
medidas assistencialistas, passando a assumir uma
atuação política mais ativa na luta pelos direitos dos
trabalhadores rurais e pela distribuição de terras. As
ligas camponesas foram totalmente reprimidas durante
a ditadura civil-militar e seus principais líderes foram
presos.
O golpe de 1964 alterou significativamente um
momento histórico da nossa sociedade, a implantação
do regime ditatorial se deu pelo consenso por parte da
sociedade. Em Pernambuco, e mais especial na região
da Zona da Mata Sul, havia um momento gênese que
se desenvolvia.
HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO
O texto encontrado no site da Secretaria de Cultura de
Recife, Núcleo de Cultura Afro Brasileira, resume bem
o aspecto da herança em questão: “a herança africana,
trazida por milhões de negros e negras vítimas do
tráfico transatlântico, com uma enorme diversidade de
grupos étnicos, fez do Brasil a segunda maior
população de negros do mundo fora da África. Vivendo
em condições desfavoráveis, essa população negra
brasileira, ao longo de sua história, utilizou-se de
mecanismos diversos para resistir à escravidão, que
mesmo depois de um século abolida, faz amargar frutos
que geram a necessidade de uma resistência
permanente. Essa herança de luta está representada
nas formas singulares de manifestações culturais,
artísticas e religiosas. O sonho de liberdade e dignidade
do povo negro expressa-se de forma marcante na
dança, na música, nas artes plásticas e, sobretudo, na
religião do Candomblé, que tanto ajudou a preservar a
memória ancestral do povo negro brasileiro. No Recife,
as diversas manifestações culturais afro-brasileiras têm
papel fundamental na rica cultura local. São de matrizes
africanas, em sua grande maioria, as manifestações
populares que colorem os quatro cantos desta cidade.
(...)”
Em oposição ao legado negativo da escravidão, existe
uma herança afrodescendente positiva e riquíssima no
estado de Pernambuco, que se manifesta sobretudo na
cultura: música, dança, comida, etc. Nota-se, também,
a influência afrodescendente na oralidade da fala
pernambucana, recheada de vocábulos provenientes
da africanidade linguística (banda, cachimbo, fubá e
moloque, como exemplos), assim como alguns
fenômenos linguísticos da oralidade e do português
popular que são atribuídos à influência africana, como
o apagamento do /r/ no final das palavras e a falta de
concordância nominal, no português não padrão. Essas
influências também ocorrem em outras regiões do
Brasil, mas de forma diferenciadas localmente, muitas
vezes.
Muito dessa herança sobreviveu às perseguições e às
discriminações, adaptando-se. Os terreiros de
candomblé de Recife, para esquivarem-se da política
de repressão do estado, transformaram-se em
sociedades carnavalescas, como o maracatu. Os
negros, disfarçados de nobres, reverenciavam a "Corte
Real", mas na verdade evocavam os seus deuses. E
assim continuaram por décadas, resistindo e sendo
discriminados. O Maracatu (Rural ou Urbano), que
atualmente faz parte do carnaval de Pernambuco, é
propriamente um desfile carnavalesco, remanescente
das cerimônias de coroação dos reis africanos. A
tradição teve início pela necessidade dos chefes tribais,
vindos do Congo e de Angola, de expor sua força e seu
poder, mesmo com a escravidão.
Outro exemplo é o Frevo (Frevo de Rua, Frevo Canção
ou Frevo de Bloco), que teve origem na capoeira, cujos
movimentos foram estilizados para evitar a repressão
policial. O nome vem da ideia de fervura (pronunciada
incorretamente como “frevura”). É uma dança coletiva,
executada com uma sombrinha, que seve para manter
o equilíbrio e embelezar a coreografia. Atualmente, é
símbolo do carnaval pernambucano.
Além desses ritmos, podemos citar o forró (com
influências também indígenas e europeias; baião, xote,
xaxado e côco, que fazem parte do forró), o
manguebeat (movimento de contra cultura surgido em
Recife, que mistura outros ritmos regionais, como
maracatu, com hip hop, música eletrônica, etc) e a
ciranda (um tipo de música e dança típica da Ilha de
Itamaracá).
A Capoeira, trazida pelos negros de Angola,
inicialmente, não era praticada como luta, mas como
dança religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às
expedições que pretendiam exterminar Palmares
(quilombo localizado na Capitania de Pernambuco, no
território do atual estado de Alagoas), os escravos
foragidos aplicavam os movimentos da capoeira como
recurso de ataque e defesa. Em 1928, um livro
estabeleceu as regras para o jogo desportivo de
capoeira e ilustrou seus principais golpes e
contragolpes. O capoeirista era considerado um
marginal, um delinquente. O Decreto-lei 487 acabou
temporariamente com a capoeira, mas os negros
resistiram até a sua legalização. E em 15 de julho de
2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio
Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de
Natureza Imaterial.
Na culinária pernambucana, o legado africano é
encontrado em muitos pratos e temperos, com
destaque para alguns produtos que de lá vieram e que
hoje são elementos fundamentais na alimentação: a
banana, o amendoim, o azeite de dendê, a manga, a
jaca, o arroz, a cana de açúcar, o coqueiro e o leite de
Ensino de qualidade focado em concursos.
204
coco, o quiabo, o caruru, o inhame, a erva-doce, o
gengibre, o açafrão, o gergelim, a melancia, a pimenta
malagueta, a galinha d’angola entre outros. Com a
escassez da alimentação do escravo, os negros
inventaram o pirão escaldado (massapê) e o
mungunzá, por exemplo.
Importante destacar a influência africana na
religiosidade de Pernambuco, principalmente em
relação à Xangô, que é o nome da divindade iorubá do
trovão. Esta divindade é tão importante em
Pernambuco que batiza a religião afro no Recife. Lá, os
praticantes são chamados de xangozeiros.
PROCESSO POLÍTICO EM PERNAMBUCO (2001-
2015)
No ano de 2002, o Brasil teve eleições presidenciais,
para o Senado, deputados estaduais e federais e para
os governos dos estados e do Distrito Federal. Em
Pernambuco, foi reeleito Jarbas Vasconcelos, do
PMDB, pela coligação União por Pernambuco, com o
PFL. Após sete anos no comando do estado renunciou
ao mandato em 31 de março de 2006 para disputar,
com sucesso, uma cadeira no Senado Federal. Jarbas
Vasconcelos passou o governo para Mendonça Filho
que perdeu a reeleição para o então deputado federal
Eduardo Campos no 2º turno (em 2006).
Eleito em 1998, pela União por PE, na ocasião formada
apenas por PMDB e PFL, após derrotar o então
governador Miguel Arraes (PSB) por uma diferença de
mais um milhão de votos, em sua primeira passagem
pelo cargo o governador Jarbas Vasconcelos
beneficiou-se enormemente de dois fatores, hoje, não
mais existentes. O primeiro deles, de caráter político,
relacionava-se à reeleição de um forte aliado no
Estado, Marco Maciel (PFL), no cargo de vice-
presidente da República, na chapa encabeçada pelo
então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O segundo, esse de caráter econômico, dizia respeito
à disponibilidade dos recursos oriundos da privatização
da maior empresa do Estado, a Companhia Energética
de Pernambuco (Celpe).
Dessa forma, coube ao primeiro Governo Jarbas
Vasconcelos realizar o processo de privatização, no
segundo ano de seu primeiro mandato (2000), o que
gerou recursos da ordem de 1 bilhão de dólares (em
torno de 2 bilhões de reais), valor bem inferior ao que
poderia ter sido alcançado se o processo tivesse se
concretizado ainda no Governo Miguel Arraes.
Acontece que, naquele período, por conta da relação
cambial mais favorável, antes da crise dos chamados
“tigres asiáticos” e da Rússia, a privatização poderia ter
ficado na casa dos 2 bilhões de dólares (em torno de
3,7 bilhões de reais).
Os recursos não tardaram a aportar aos cofres do
Estado logo no início do Governo Jarbas Vasconcelos.
Isso, certamente, ocorreu em função de sua condição
de forte aliado do Governo FHC-Maciel. Assim, o
Estado de Pernambuco recebeu, por conta da
privatização, uma antecipação de crédito da ordem de
100 milhões oriundos da Eletrobrás. Tal fato permitiu o
início de uma série de obras de infraestrutura,
prioridade do primeiro Governo Jarbas Vasconcelos,
que se ampliou nos dois anos seguintes à privatização
da estatal, realizada em fevereiro de 2000. Dessa
forma, foram realizadas principalmente obras em
barragens e adutoras no interior do Estado e a
duplicação da BR232 – a maior e mais visível obra do
primeiro Governo Jarbas Vasconcelos. Para duplicar os
153 km da estrada federal que liga Recife a Caruaru,
município situado no Agreste pernambucano, estava
previsto, inicialmente, uma contrapartida do Governo
federal, o que não ocorreu até o final do mandato de
FHC-Maciel. Nesse sentido, faltando ainda um ano
para encerrar seu primeiro mandato, o Governo Jarbas
Vasconcelos já havia utilizado 72% dos recursos
oriundos da privatização da Celpe. O restante foi
consumido em seu último ano de governo.
Sem dúvida alguma, a disponibilidade de tais recursos
propiciou a realização de uma série de obras de
infraestrutura importantes no Estado, muitas das quais
de grande visibilidade, e ajudou a catapultar a
candidatura do governador Jarbas Vasconcelos em
direção a outro mandato. Tendo declinado do convite
para compor a chapa do tucano José Serra à
Presidência da República, como seu vice, o governador
Jarbas Vasconcelos optou por disputar a reeleição ao
cargo. Se isso não tivesse ocorrido, possivelmente, a
União por PE não sobreviveria às eleições de 2002,
face às disputas que certamente ocorreriam para a
definição da chapa majoritária e a ausência de alguém
com a mesma densidade eleitoral do governador. O
governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ganhou um
segundo mandato obtendo uma expressiva vitória
eleitoral, já no primeiro turno, assim como ocorrera
quatro anos antes. Dessa vez, no entanto, ampliou
ainda mais sua votação, obtendo 60,4% dos votos
válidos, enquanto o candidato do PT, Humberto Costa,
o segundo mais votado, chegou a 34,1%.
Em 2004, aconteceu no Brasil o referendo sobre armas
de fogo. Em Pernambuco, foram 2.296.510 votos “não”
contra 1.918.048 “sim”, em resposta à pergunta: O
comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido
no Brasil? O "não" venceu em todos os Estados, com
destaque para Rio Grande do Sul, Acre e Roraima,
onde a opção recebeu cerca de 87% dos votos. O
Ensino de qualidade focado em concursos.
205
melhor desempenho do "sim" foi em Pernambuco e no
Ceará, com pouco mais de 45% dos votos.
Em 2006, Eduardo Campos, neto do ex-governador
Miguel Arraes, é eleito governador pelo PSB, sendo
reeleito em 2010. Em abril de 2014 Campos retira-se
do cargo de governador e se candidata à Presidência
de República, com Marina Silva como vice. Porém, no
dia 13 de agosto daquele ano, o avião que o levava,
caiu em Santos (SP), matando Campos e mais seis
pessoas.
Apesar de jovem (49 anos), Campos era uma das mais
influentes lideranças políticas brasileiras. Antes de ser
governador, ele foi deputado federal por Pernambuco
por três vezes e ministro da Ciência e Tecnologia. Ele
também protagonizou um dos momentos mais
surpreendentes daquela corrida presidencial:
conseguiu atrair Marina Silva para o PSB em outubro
de 2013, após ela não obter o registro para formar o
partido Rede Sustentabilidade. Em junho de 2014 os
dois lançaram a chapa presidencial do PSB, com
Eduardo Campos como candidato a presidente e
Marina como vice. Ambos representaram a candidatura
com uma “terceira via”, uma alternativa à polarização
PT-PSDB, que marca as eleições brasileiras desde
1994.
Eduardo Campos ocupou o Governo de Pernambuco
durante sete anos (2007–2014). Na primeira gestão,
destacam-se projetos e obras estruturadoras do
governo Federal como a ferrovia Transnordestina, a
Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, a fábrica de
hemoderivados Hemobrás e a recuperação da BR-101.
O socialista colocou as contas públicas na internet com
o Portal da Transparência do Estado, considerado pela
ONG Transparência Brasil o segundo melhor do país,
entre os vinte e seis estados da federação e o Distrito
Federal. O estado de Pernambuco cresceu acima da
média nacional (3,5% em 2009) e os investimentos
foram de mais de R$ 2,4 bilhões em 2009, contra média
histórica de R$ 600 milhões/ano. A administração foi
premiada pelo Movimento Brasil Competitivo.
Na segurança pública, houve redução dos índices de
violência com a implantação do programa Pacto pela
Vida. O número de homicídios no estado sofreu uma
queda 39,10% desde o início do programa. Além disso,
88 municípios pernambucanos chegaram a uma taxa
de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) menor
que a média nacional, que é de 27,1 por 100 mil
habitantes. A redução também ocorreu com crimes
como roubos e furtos. Entre 2007 e 2013, houve uma
diminuição de 30,3% neste tipo de delito no estado. Em
2013, Eduardo anunciou o rompimento com o governo
Dilma, saindo da base aliada junto com seus
correligionários, orientando-os a entregarem os cargos
de confiança nos vários escalões.
Entre os motivos do rompimento, Campos apontou a
manutenção da aliança do governo Dilma com setores
políticos tradicionais, entre os quais, com o PMDB.
Aproximou-se de Marina Silva e a acolheu, com seus
aliados, no PSB, chamando o novo movimento de
"Nova Política". Este rompimento provocou uma
rachadura entre a PSB e os aliados à presidente Dilma
Rousseff do PSB do Ceará, com seu líder Ciro Gomes.
Nas eleições para o governo do estado, em 2014, Paulo
Câmara, do mesmo partido de Eduardo Campos (PSB),
é eleito com 68,08% dos votos válidos.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Leia os textos a seguir:
Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes
reificada, apresentada como um repertório inerte de
tradições, como se não estivesse enraizada em
processos culturais dinâmicos e em ambientes sociais
desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-
descendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39.
Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você
quem escreveu... / Perseguidos sem direito nem
escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa
memória foi contada por vocês / E é julgada verdadeira
como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda
a história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por
isso, não temos sopa na colher / E sim, anjinhos para
dizer que o lado mau é o Candomblé...”.
Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os
maracatuzeiros e maracatuzeiras mas toda a
população negra desta cidade está oculto nas falas,
nos procedimentos, nos gestos...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura
afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11.
Com base nos textos, analise aspectos das
manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
Ensino de qualidade focado em concursos.
206
a) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a
proteção dos locais onde são realizados, garantidos
pela Constituição de 1988, foram decisivos para que
não houvesse, nos últimos anos, casos de intolerância
religiosa em Pernambuco.
b) A permanência da cultura Afro-brasileira em
Pernambuco demonstra que os afrodescendentes,
após a abolição da escravatura, tiveram suas
condições sociais alteradas, sendo reconhecidos e
respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua
sociedade.
c) Embora muito praticada em Pernambuco nos
tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse Estado
graças ao desenvolvimento da capoeira regional e
capoeira de angola na Bahia.
d) A permanência da herança cultural
afrodescendente no estado de Pernambuco só foi
possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos
históricos, que partilhavam e partilham esses códigos
culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência
em defesa da identidade e do respeito à diversidade
cultural.
e) A herança cultural afrodescendente em
Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o
maracatu era a antiga coroação dos reis e rainhas do
congo.
2) Ano: 2013 Banca: Exército Órgão: EsPCEx Prova:
Cadete do Exército - 2º Dia
“O período da história política brasileira que vai de
1889 a 1930 costuma ser designado pelos historiadores
de diferentes modos: República Oligárquica, República
do ‘Café-com-Leite’, República Velha ou Primeira
República.
Neste período, em troca de ‘favores’, os coronéis
exigiam que os eleitores votassem nos candidatos por
eles indicados. Tal prática ficou conhecida como ‘voto
de cabresto’”. (COTRIM, 2009, modificado)
As duas expressões grifadas (“coronéis” e “voto de
cabresto”) referem-se, respectivamente,
a) aos grandes proprietários de terras e ao voto
secreto
b) aos oficiais de carreira que exerciam cargos
políticos e ao voto censitário.
c) à influência de oficiais do Exército na tomada de
decisões políticas e ao voto censitário.
d) aos grandes proprietários de terras e ao voto aberto
dado sob pressão.
e) aos grandes proprietários de terras e ao voto
censitário.
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Segundo a historiadora Graça Ataíde, no seu livro A
construção da Verdade Autoritária, a “...vigilância e o
controle sobre a imprensa em Pernambuco garantiam
ao Estado a propaganda e o doutrinamento político...
utilizando-se da persuasão e do doutrinamento diário, a
Folha da Manhã, veiculava, por meio de suas
mensagens, valores que compunham a ideologia
estadonovista”.
(ALMEIDA, M. das G. A. A., A construção da Verdade
Autoritária. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2001.
p. 181.)
Em relação aos valores e à ideologia defendidos pelo
Estado Novo, do qual Agamenon Magalhães, em nível
estadual, era um de seus maiores representantes,
assinale a alternativa CORRETA.
a) Igualdade, Liberdade Política, Xenofobismo,
Anticomunismo.
b) Liberdade Política, Igualdade, Estado Mínimo,
Descentralização Política.
c) Anticomunismo, Educação Libertária, Xenofilismo,
Nacionalismo.
d) Estado Mínimo, Educação Libertária, Xenofilismo,
Antissemitismo.
e) Nacionalismo, Xenofobismo, Anticomunismo,
Antissemitismo.
4) Ano: 2016 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:
Oficial - Conhecimentos Gerais
Durante o regime militar brasileiro (1964-1985),
ocorreram:
a) fim do intervencionismo estatal na economia,
ampliação da autonomia dos estados e controle militar
do sistema de informações.
b) ampliação dos programas sociais voltados à saúde e
à educação, crescimento industrial e saneamento
completo das contas públicas.
c) limitação dos investimentos estrangeiros no país,
erradicação da inflação e pagamento da dívida externa
brasileira.
Ensino de qualidade focado em concursos.
207
d) manifestações em diversas partes do país, com
destaque para os movimentos de Pernambuco que
reuniram diversos setores da sociedade.
e) modernização tecnológica nas comunicações,
incremento dos transportes aéreo e ferroviário e maior
equilíbrio na distribuição de renda.
5) Ano: 2011 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:
Oficial - Conhecimentos Gerais
Sobre a “Política dos Governadores”, analise as
afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a opção
correta.
I. Fundava-se no princípio do respeito à vontade do voto
popular quando da eleição dos governantes dos
Estados.
II. Sustentava-se no reconhecimento da legitimidade
das maiorias estaduais pelo governo federal e,
reciprocamente, no apoio das situações estaduais aos
governantes em nível federal.
III. Restaurava, após a curta fase ditatorial dos
primeiros anos da República, um regime político
plenamente democratizado.
a) somente I é verdadeira
b) somente II é verdadeira
c) somente III é verdadeira
d) somente I e II são verdadeiras
e) somente II e III são verdadeiras
6) Ano: 2016 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:
Oficial - Conhecimentos Gerais
Sobre o coronelismo durante a Primeira República,
analise as proposições abaixo e, em seguida, assinale
a alternativa que apresenta a sequência correta.
I. Durante a República Oligárquica as oposições
desapareceram e as dissidências só reapareceram na
Revolução de 1930.
II. O “Sistema Político Oligárquico” foi operacionalizado
por Campos Sales com a “Política dos Governadores”.
III. O coronelismo era a manifestação do compromisso
entre o poder estatal que necessitava de votos e o
poder econômico privado.
a) Somente I está correta.
b) Somente II está correta.
c) Somente III está correta.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Somente II e III estão corretas.
7) Ano: 2013 Banca: Exército Órgão: EsFCEx Prova:
Oficial - Magistério História
Sobre os momentos de fundação e os primeiros anos
da Primeira República no Brasil, é correto afirmar que:
a) não é possível detectar divergências entre aqueles
que fizeram o movimento de 1889 nesses primeiros
anos de República.
b) os representantes das diversas classes envolvidas
no movimento republicano possuíam um pensamento
comum, ou seja, conceder a liderança do país aos
militares.
c) a unidade atingida nos primeiros momentos da
jovem República foi fundamental para o recuo dos
monarquistas em suas tentativas de restauração.
d) as revoltas ocorridas nos primeiros anos, a exemplo
da Revolta da Armada, tinham a finalidade de resolver
questões da hierarquia interna do Exército.
e) a Política dos Governadores, inaugurada por
Campos Salles, reconheceu o poder das oligarquias
dos Estados, passando estas a atuar na política
estadual de forma relativamente autônoma.
8) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
“Pena! Com tudo isso de 1964, matou a nossa
liderança camponesa toda. O que foi encontrado de
cadáveres, de corpos na estrada entre Caruaru e
Campina Grande, inclusive mutilados para ninguém
conhecer quem era […] pouca gente sobrou daquele
tempo no campo, pouquíssima gente. Sobrou quem a
gente escondeu, uma parte, uns que resistiram porque
eram fortes, como Joaquim Camilo, que eu te falei, mas
Zé Eduardo e Gessino tiveram que se ausentar, mas o
resto... Manoelzinho sumiu, ninguém sabe aonde foi
que acabou Manoelzinho. Ele era aqui da Mirueira,
trabalhava aqui nesse Litoral Norte todo; Igarassu,
Goiana, Paulista.”
O personagem que relata a história acima era médico,
membro do Partido Comunista e das Ligas
Camponesas e concedeu entrevista no ano de 2011 à
equipe de Pesquisadores da Universidade Federal de
Pernambuco, integrantes do Projeto Marcas da
Memória. Em relação aos movimentos sociais e à
Ensino de qualidade focado em concursos.
208
repressão durante a Ditadura Civil-Militar em
Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.
a) Além dos camponeses, que estavam integrados em
algumas associações classistas, trabalhadores
urbanos, profissionais liberais e até membros da igreja
católica também participaram da resistência contra as
tropas governamentais.
b) Por mais que haja depoimentos versando sobre a
violência empregada pelo governo, quase nada foi
provado contra os militares. A falta de um número maior
de provas acaba ratificando a versão de que, em
Pernambuco, o regime civil-militar foi moderado.
c) A resistência ao golpe e à ditadura civil-militar ficou
restrita ao meio rural, não sendo possível se verificarem
focos de resistência nas zonas urbanas. Dentre as suas
principais causas, destaca-se a pouca influência que o
Partido Comunista possuía no Recife e em sua região
metropolitana bem como a falta de organização da
sociedade para ações de resistência, fossem elas
individuais ou coletivas.
d) Ao contrário do que aconteceu no restante do país,
em Pernambuco, não houve qualquer ingerência do
regime civil-militar no sistema educacional recém-
modificado pelo então governador Miguel Arraes. Pelo
contrário, percebendo a importância das
transformações realizadas por Arraes e Paulo Freire, os
militares deram continuidade ao trabalho, percebendo
as estratégias do Movimento de Cultura Popular como
benéficas para o senso crítico dos cidadãos.
e) Um dos personagens mais destacados das Ligas
Camponesas foi Francisco Julião, personagem fulcral
para a repressão dos militares contra os camponeses,
uma vez que ele acabou traindo seus companheiros em
troca da sua liberdade e permanência no Brasil, após
1964.
9) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
O Ato Institucional Número 5 (AI-5), um dos mais
terríveis instrumentos normativos lançados pelo
Regime Militar, foi extinto no governo de
a) João Batista de Figueiredo.
b) Humberto de Alencar Castelo Branco.
c) Emílio Garrastazu Médici.
d) Ernesto Geisel.
e) José Sarney.
10) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas deu o
golpe de Estado, iniciando o governo ditatorial, que
ficou conhecido como “Estado Novo”. Sobre esse
período do Governo Vargas, analise as afirmativas
abaixo.
I. No âmbito econômico, as principais características
foram o impulso à industrialização, o nacionalismo, o
protecionismo e a intervenção do Estado na economia.
II. Foi instaurado, no país, o estado de emergência, que
autorizava o governo a invadir casas, prender pessoas,
julgá-las sumariamente e condená-las.
III. Para a conquista da simpatia popular, o governo
implantou o pluripartidarismo, pôs fim à repressão aos
sindicatos, permitindo aos operários participação no
programa “A Voz do Brasil”.
IV. Com a indicação do escritor Graciliano Ramos,
autor de “Os Sertões”, para o Ministério da Educação,
o governo objetivava a colaboração dos intelectuais
brasileiros.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
GABARITO:
1 – D 3 – E 5 – B 7 – E 9 – D
2 – D 4 – D 6 – E 8 – A 10 – A
Ensino de qualidade focado em concursos.
209
DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS:
Direitos Fundamentais
São o conjunto de normas, princípios, prerrogativas,
deveres e institutos, inerentes à soberania popular, que
garantem a convivência pacífica, digna, livre e
igualitária, independentemente de credo, raça, cor,
condição econômica ou status social.
Obs.: Os Direitos Fundamentais são o conjunto de
normas constitucionais que consagram limitações
jurídicas aos Poderes Públicos, projetando-se em três
dimensões: civil (direitos da pessoa humana), política
(direitos de participação na ordem democrática) e
econômico-social (direitos econômicos e sociais).
O Título II da CF estabelece que os Direitos
Fundamentais se dividem em:
Direitos Individuais e Coletivos – Capítulo I:
Correspondem aos direitos diretamente ligados ao
conceito de pessoa humana e de sua própria
personalidade, como, por exemplo, o direito à vida, à
dignidade, à liberdade e estão previstos, basicamente,
no art. 5º da CF em um rol exemplificativo;
Direitos Sociais – Capítulo II: Constituem as
liberdades positivas, de observância obrigatória em um
Estado Social de Direito, tendo por objetivo a melhoria
das condições de vida aos hipossuficientes, visando à
concretização da igualdade material ou substancial e
estão arrolados no art. 6º da CF, com regulação em
seus art. 7º ao 11, 144 e 193 ao 230;
Direitos de Nacionalidade – Capítulo III: Cuidam do
vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um
determinado Estado, capacitando-o a exigir sua
proteção e sujeitando-o ao cumprimento de
determinados deveres e estão previstos nos art. 12 e
13 da CF;
Direitos Políticos – Capítulo IV: Cuidam do conjunto
de regras que disciplinam as formas de atuação da
soberania popular, com o fim de permitir ao indivíduo o
exercício concreto da liberdade de participação nos
negócios políticos do Estado, conferindo-lhe os
atributos da cidadania, os quais estão previstos nos art.
14 ao 16 da CF; e
Partidos Políticos – Capítulo V: Direito à existência,
organização e participação em partidos políticos
regulamentam os partidos políticos como instrumentos
necessários à preservação do Estado Democrático de
Direito, assegurando-lhes autonomia e plena liberdade
de atuação, para concretizar o sistema representativo,
o qual está previsto no art. 17 da CF.
Obs.: a expressão DIREITOS HUMANOS é utilizada
para designar direitos pertencentes ao homem,
universalmente considerado, sem referência a
determinado ordenamento jurídico ou limitação
geográfica. Já os DIREITOS FUNDAMENTAIS são
aqueles reconhecidos como tais em determinado
ordenamento jurídico, de certo Estado.
Características:
Historicidade: Os direitos fundamentais derivam de
longa evolução histórica, participando de um contexto
histórico perfeitamente delimitado. Não são obra da
natureza, mas das necessidades humanas,
ampliandose a depender das circunstâncias. Ex.:
Direito de propriedade – art. 5º, inciso XXII, da CF;
Inalienabilidade: São indisponíveis, ou seja, esses
direitos são intransferíveis e inegociáveis. Os seus
titulares não podem vendê-los, aliená-los, comercializá-
los, pois não têm conteúdo econômico. Ex.: a função
social da propriedade não pode ser vendida porque não
corresponde a um bem disponível – art. 5º, inciso XXIII,
da CF;
Imprescritibilidade: Não deixam de ser exigíveis em
razão da falta de uso. Ex.: direito à vida – art. 5º, caput,
da CF;
Irrenunciabilidade: Nenhum ser humano pode abrir
mão de possuir direitos fundamentais. Pode até não
usá-los adequadamente, mas não pode renunciar à
possibilidade de exercê-los. Ex.: não ajuizamento do
mandado de segurança, algo que não o retira da
Constituição – art. 5º, LXIX, da CF.
Universalidade: Todos os seres humanos têm direitos
fundamentais que devem ser devidamente respeitados,
em razão do princípio da dignidade da pessoa humana.
Inviolabilidade: nas disposições infraconstitucionais
ou nos atos das autoridades públicas, devem-se
observar os direitos fundamentais.
Ensino de qualidade focado em concursos.
210
Efetividade: O Poder Público, por meio de seus atos,
deve ter por objetivo garantir a efetivação dos direitos
fundamentais.
Interdependência: Um direito ou garantia está ligado
ao outro de modo a formar um sistema.
Complementaridade: Os direitos fundamentais não
devem ser interpretados isoladamente, mas sim de
forma conjunta.
Relatividade: Os direitos fundamentais não são
absolutos. MS 23.452/RJ, rel Min. Celso de Mello, DJ
12.05.2000. Obs.: para Norberto Bobbio, a vedação da
tortura e a vedação do trabalho escravo não direitos
absoluto, os quais devem ser exercidos de maneira
irrestrita.
Gerações e dimensões dos direitos fundamentais:
Primeira geração – direitos individuais: São os direitos
civis e políticos, reconhecidos nas Revoluções
Francesa e Americana. O dever do Estado nesses
direitos é de abstenção, de não fazer, de não
interferência. São as chamadas liberdades individuais.
Segunda geração – direitos sociais, econômicos e
culturais: São os direitos econômicos, sociais e
culturais. Identificam-se com as liberdades positivas,
reais ou concretas, e acentuam o princípio da igualdade
entre os homens (igualdade material). O surgimento da
segunda geração de direitos fundamentais se deu por
meio dos movimentos sociais do século XIX,
responsáveis pela gradual passagem do Estado liberal
para o Estado social, centrado na proteção dos
hipossuficientes e na busca da igualdade material entre
os homens.
Terceira geração – direitos de fraternidade e
solidariedade: Consagram os princípios da
solidariedade e da fraternidade. São atribuídos
genericamente a todas as formações sociais,
protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa.
Exemplo: direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, à defesa do consumidor, à paz, à
autodeterminação dos povos, ao patrimônio comum da
humanidade, ao progresso e desenvolvimento, entre
outros. São os direitos transindividuais ou
metaindividuais.
Direitos e deveres individuais e coletivos
DIREITOS INDIVIDUAIS: São limitações impostas pela
soberania popular aos poderes constituídos, para
resguardar direitos indispensáveis à pessoa humana.
DIREITOS E GARANTIAS: Direitos são normas
declaratórias, ao passo que Garantias são normas
assecuratórias. Ex.: Direito à liberdade de locomoção
(direito – art. 5º, XV) e o habeas corpus (garantia – art.
5º, LXVIII).
Art. 5º, XV, da CF – é livre a locomoção no território
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens;
Art. 5º, LXVIII, CF – conceder-se-á "habeas-corpus"
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Obs.: Os remédios constitucionais são espécies de
garantias constitucionais. Estas são, dessa forma, mais
abrangentes. Ex.: art. 5º, X, que estabelece o direito a
intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas,
assegurando, em seguida, o direito a indenização em
caso de dano material ou moral provocado pela sua
violação.
Art. 5º, X, da CF – são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
DIREITO INDIVIDUAIS BÁSICOS:
São os direitos considerados expressamente previstos
no caput do art. 5º da Constituição Federal.
São cinco:
• Vida;
• Liberdade;
• Igualdade;
• Segurança;
• propriedade.
Obs.1: os demais direitos previstos no art. 5º decorrem
dos direitos individuais básicos.
Obs.2: são 78 incisos no art. 5º da CF em um rol não
taxativo. Art. 5º, §2º da CF – os direitos e garantias
expressos nesta Constituição não excluem outros
Ensino de qualidade focado em concursos.
211
decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.
Obs.3: os tratados e convenções internacionais podem
integrar o ordenamento jurídico brasileiro em três
níveis:
a) como lei ordinária, se não versar sobre direitos
humanos;
b) com status supralegal e infraconstitucional, se versar
sobre direitos humanos e não for aprovado pelo
Congresso Nacional com mesmo procedimento de
Emenda Constitucional; e
c) com status constitucional, se versar sobre direitos
humanos e for aprovado pelo Congresso Nacional pelo
mesmo procedimento de Emenda Constitucional.
Obs.4: Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais – art. 5º, §3º
DIREITO À VIDA
Início e fim da vida: a vida inicia-se com a nidação
(fixação do ovo no útero materno) e se finda com a
morte encefálica (fim das funções vitais: atividade
cerebral, circulação e respiração).
Obs.1: são assegurados os direitos do nascituro desde
à concepção – art. 2º, CC.
Art. 2º do CC – A personalidade civil da pessoa
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.
Obs.2: O STF decidiu, por maioria de votos (6x5), a
constitucionalidade da norma (Lei 11.105/2005) que
permite, para fins de pesquisa ou terapia, a utilização
de células-tronco obtidas de embriões humanos
produzidos por fertilização in vitro e não utilizados,
desde que de embriões inviáveis ou congelados há
mais de três anos.
Obs.3: O Código Penal tutela o direito à vida por meio
dos seguintes artigos: 121 ao 128.
Eutanásia (morte boa): configura homicídio
privilegiado por motivo de relevante valor moral.
Art. 121, §1º, CP.
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena (homicídio privilegiado)
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.
Pena de morte: a pena de morte é expressamente
vedada pela CF, salvo nos casos de guerra
declarada (art. 5º, XLVII, da CF).
Art. 5º, XLVII, da CF – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
Obs.1: de acordo com o art. 84, XIX, da CF, compete
ao Presidente da República declarar guerra.
Das Atribuições do Presidente da República
Art. 84 da CF. Compete privativamente ao Presidente
da República:
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado
por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total
ou parcialmente, a mobilização nacional;
Obs.2: As hipóteses de aplicação da pena de morte em
crimes cometidos em tempo de guerra estão previstas
no Código Penal Militar. A execução da pena de morte
está prevista no Código de Processo Penal Militar, que
será por fuzilamento.
Tortura:
Decorrente do direito à vida, a vedação da tortura ficou
estabelecida no art. 5º, III, da CF. A prática da tortura
constitui crime inafiançável e insuscetível de graça ou
anistia (art. 5º, XLIII).
Art. 5º, III, da CF – ninguém será submetido a tortura
nem a tratamento desumano ou degradante;
Art. 5º, XLIII, da CF – a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
Ensino de qualidade focado em concursos.
212
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
DIREITO À LIBERDADE
Direito à liberdade ou às liberdades.
Liberdade: é a faculdade que uma pessoa possui de
fazer ou não fazer alguma coisa.
Espécies de liberdade:
a) de pensamento;
b) de locomoção;
c) de expressão coletiva; e
d) de ação profissional.
Liberdade de pensamento
Liberdade de manifestação do pensamento e
vedação do anonimato
Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato.
Direito de resposta
Art. 5º, V, da CF – é assegurado o direito de resposta
proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem.
Liberdade de consciência e de crença:
A liberdade de crença relaciona-se a questões
religiosas, já a liberdade de consciência é a liberdade
de pensamento de foro íntimo em questões não
religiosas.
Art. 5º, VI, da CF – é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Liberdade de culto
Art. 5º, VI, da CF – é assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias.
Obs.1: essa garantia não fere a laicidade do Estado.
Obs.2: a CF assegura o direito de assistência religiosa
em seu art. 5º, VII.
Art. 5º, VII, da CF – é assegurada, nos termos da lei, a
prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
Obs.3: o art. 5º, VIII, firma que ninguém será privado de
direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Liberdade de expressão
Art. 5º, IX, da CF – é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
Obs.: Nenhuma lei poderá restringir a liberdade de
expressão, esta deve observar apenas as restrições de
ordem constitucional. Assim, então, estabelece a
Constituição em seu art. 5º, IX que Independe de
licença ou censura para que possa se expressar em
atividades artísticas, intelectuais, científicas, ou em
meio de comunicação. E ainda no art. 220: A
manifestação do pensamento, a criação, a expressão e
a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo
não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
na CF.
• Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir
embaraço à plena liberdade de informação jornalística
em qualquer veículo de comunicação social.
• É vedada toda e qualquer censura de natureza
política, ideológica e artística.
• A publicação de veículo impresso de comunicação
independe de licença de autoridade.
Direito de informação
Art. 5º, XIV – é assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional.
Obs.: a CF resguarda o sigilo da fonte quando
necessário ao exercício profissional.
Art. 5º, XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral [...].
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Obs.: o remédio constitucional previsto para assegurar
esse direito é o MS.
Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança
para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;
Art. 5º, LXXII – habeas data:
É uma ação constitucional para proteger os indivíduos
de banco de dados públicos ou abertos ao público, com
dupla finalidade: conhecimento do conteúdo das
informações e concessão da possibilidade de
retificação.
Liberdade de locomoção
Art. 5º, XV, da CF – é livre a locomoção no território
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens.
Obs.: apenas em tempo de guerra podem ser feitas
restrições à liberdade de locomoção.
Art. 5º, LXVIII – habeas corpus – remédio
constitucional que assegura a liberdade de
locomoção.
Obs. 1: o HC tutela a liberdade de locomoção quando
a violência ou coação à liberdade de locomoção se der
por ilegalidade ou por abuso de poder.
Obs. 2: o HC pode ser preventivo ou repressivo, pois o
texto constitucional garante a ordem sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer a
violência ou coação à sua liberdade de locomoção.
Liberdade de expressão coletiva
Liberdade de reunião – art. 5º, XVI – requisitos para
a reunião em locais abertos ao público:
a) Reunião pacífica, sem armas;
b) Fins lícitos;
c) Desde que não frustrem reunião anteriormente
convocada para o mesmo local;
d) Prévio aviso à autoridade competente.
Art. 5º, XVI, da CF – todos podem reunir-se
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso
à autoridade competente;
Obs.: não há necessidade de autorização para o
exercício desse direito.
Liberdade de associação – art. 5º, XVII – é plena a
liberdade de associação para fins lícitos, vedada a
de caráter paramilitar.
Obs.1: ao militar são proibidas a sindicalização e a
greve – art. 142, §3º, IV, da CF.
Art. 142, § 3º, IV, da CF – ao militar são proibidas a
sindicalização e a greve;
Obs.2: é permitido ao militar a associação para fins
lícitos.
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Obs.3: a criação de associações e a de cooperativas
independem de autorização. As cooperativa devem ser
criadas na forma da lei – art. 5º, XVIII.
Art. 5º, XVIII, da CF – a criação de associações e, na
forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em
seu funcionamento;
Obs.4: as associações só poderão ser
compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial com
trânsito em julgado.
Liberdade de ação profissional – art. 5º, XIII:
É o direito de cada indivíduo exercer qualquer atividade
profissional, de acordo com as suas preferências e
possibilidades.
Art. 5º, XIII, da CF – é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
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214
Obs.: A liberdade de profissão pode ser restringida pelo
legislador infraconstitucional ao estabelecer
qualificações profissionais.
DIREITO DE IGUALDADE
Princípio da isonomia ou da igualdade – todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza – art. 5º, caput.
Art. 5º da CF – Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
Igualdade:
Consiste em tratar igualmente os iguais, com os
mesmos direitos e obrigações, e desigualmente os
desiguais, na medida de sua desigualdade.
Igualdade formal e igualdade material:
Na formal, todos são iguais perante a lei; na material,
busca-se a igualdade de fato na vida econômica e
social (DISCRIMINAÇÃO POSITIVA).
Igualdade entre homens e mulheres:
Homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição – art. 5º, I.
Obs.1: os direitos e deveres referentes à sociedade
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher – art. 226, §5º.
Art. 226 da CF. A família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado. § 5º Os direitos e deveres
referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
Obs.2: A Lei Maria da Penha é constitucional.
A Constituição veda qualquer forma de discriminação
em razão de raça, cor, etnia, religião e procedência.
Cor: corresponde simplesmente à maior ou menor
pigmentação da pele.
Etnia: corresponde a um agrupamento de pessoas
unidas pela mesma língua, cultura e consciência.
Religião: é a fé professada por qualquer pessoa.
Obs.1: a CF elevou a prática de racismo a “crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei” – art. 5º, XLII.
Art. 5º, XLII, da CF – a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Obs.2: há apenas dois crimes imprescritíveis previstos
na CF: a prática de racismo e a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático.
Ações afirmativas:
Ação afirmativa é a utilização de mecanismos de
proteção e favorecimento aos que necessitam de uma
especial tutela, como uma forma de superação das
diversas desigualdades existentes em uma sociedade.
Ex.: Cotas em universidades para negros e pardos.
Obs.: o STF declarou constitucional as ações
afirmativas.
DIREITO À SEGURANÇA
Direito à segurança (Segurança é a tranquilidade do
exercício dos direitos fundamentais).
Abrangência: os direitos relativos à segurança do
indivíduo abrangem os direitos subjetivos em geral e os
relativos à segurança pessoal.
Direitos subjetivos em geral – encontra-se o direito à
legalidade e à segurança das relações jurídicas.
Princípio da legalidade
Art. 5º, II, da CF – ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Obs.1: Um indivíduo pode fazer tudo o que a lei não
proíbe ou não determina.
Obs.2: Para a Administração Pública, o princípio da
legalidade tem sentido restrito: o Poder Público só pode
fazer o que a lei autoriza – art. 37, caput.
Art. 37 da CF. A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
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215
Segurança das relações jurídicas
Art. 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido,
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Obs.1: ato jurídico perfeito – é o já consumado
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetivou. Ex.:
quem já se aposentou.
Obs.2: direito adquirido – é o que pode ser exercido
a qualquer momento, pois já incorporado ao patrimônio
de seu titular. Ex.: quem já completou os requisitos
mínimos para a aposentadoria, mas ainda não
aposentou.
Obs.3: coisa julgada – é a decisão judicial da qual não
caiba mais recurso.
Direitos relativos à segurança pessoal:
Incluem o respeito à
• liberdade pessoal,
• inviolabilidade da intimidade,
• do domicílio e das comunicações pessoais
• segurança em matéria jurídica.
Inviolabilidade da intimidade (direito á privacidade)
Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação.
Inviolabilidade do domicílio
Art. 5º, XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial.
Obs.1: Casa é o lugar onde uma pessoa vive ou
trabalha, não aberto ao público, reservado a sua
intimidade e a sua vida privada.
Obs.2: A definição de casa encontra-se nos art. 150,
§4º, do CP. E o que não compreende casa está no §5º
do mesmo artigo.
Art. 150, § 4º, do CP – A expressão "casa" compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade.
Art. 150, § 5º, do CP – Não se compreendem na
expressão "casa":
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Obs.3: Dia estende-se das 6 às 18 horas.
Obs.4: Apenas Juiz pode determinar a inviolabilidade
do domicílio – reserva de jurisdição.
Obs.5: Nenhum direito fundamental e absoluto, desta
forma, o STF decidiu pela não ilicitude das provas
obtidas com violação noturna de escritório de
advogados para que fossem instalados equipamentos
de escuta ambiental, já que os próprios advogados
estavam praticando atividades ilícitas em seu interior.
Desta forma, a inviolabilidade profissional do advogado,
bem como do seu escritório, serve para resguardar o
seu cliente para que não se frustre a ampla defesa,
mas, se o investigado e o próprio advogado, ele não
poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu
escritório, já que a Constituição não fornece guarida
para a prática de crimes no interior de recinto.
Inviolabilidade das comunicações pessoais
Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal.
Obs.1: a expressão “no último caso” compreende, de
acordo com a jurisprudência, as comunicações de
dados e as comunicações telefônicas.
Obs.2: Consiste em exceção ao sigilo da
correspondência, da comunicação telegráfica e
telefônica o constante do art. 136, I, “b”, CF e do art.
139, III, CF.
Art. 136, § 1º, da CF – O decreto que instituir o estado
de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará,
nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a
vigorarem, dentre as seguintes: I – restrições aos
Ensino de qualidade focado em concursos.
216
direitos de: b) sigilo de correspondência; c) sigilo de
comunicação telegráfica e telefônica;
Art. 139 da CF. Na vigência do estado de sítio
decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão
ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
III – restrições relativas à inviolabilidade da
correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;
Obs.3: também é uma exceção ao sigilo da
correspondência o caso de carta encaminhada ao
preso.
Obs.4: A lei que regula a interceptação telefônica é a
Lei 9.296/96.
Obs.5: Apenas Juiz pode autorizar a interceptação
telefônica – reserva de jurisdição.
Obs.6: a gravação é permitida.
Segurança em matéria jurídica:
Garantias jurisdicionais:
a) Princípio da inafastabilidade ou do controle do Poder
Judiciário
Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
b) Proibição dos tribunais de exceção
Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de
exceção;
c) Julgamento pelo Tribunal do Júri em crimes dolosos
contra a vida
Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri,
com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
contra a vida;
d) Princípio do Juiz natural ou do Juiz competente
Art. 5º, LIII – ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente;
Garantias materiais:
a) Princípios da anterioridade e da reserva legal
Art. 5º, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal;
b) Princípio da irretroatividade da lei penal mais
gravosa
Art. 5º, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu;
c) Princípio da personalização da pena ou princípio da
intranscendência
Art. 5º, XLV – nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e
a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido;
d) Princípio da individualização da pena
Art. 5º, XLVI – a lei regulará a individualização da pena
[...];
e) Proibição de determinadas penas
Art. 5º, XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
f) Princípios relativos à execução da pena privativa de
liberdade
Art. 5º: XLVIII – a pena será cumprida em
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
Ensino de qualidade focado em concursos.
217
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para
que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;
g) Restrições à extradição de nacionais e estrangeiros
Art. 5º: LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião;
h) Proibição da prisão civil por dívidas, salvo no caso
de devedor de pensão alimentícia.
Art. 5º, LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo
a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel;
Garantias Processuais:
a) Princípio do devido processo legal
Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal;
b) Princípio do contraditório e da ampla defesa
Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
c) Proibição de prova ilícita
Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
d) Princípio da presunção de inocência ou estado de
inocência
Art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
e) Proibição da identificação criminal da pessoa já
civilmente identificada
Art. 5º, LVIII – o civilmente identificado não será
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;
f) Garantias da legalidade e da comunicabilidade das
prisões
Art. 5º da CF:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;
DIREITO DE PROPRIEDADE
Direito de Propriedade – art. 5º, XXII, XXIV, XXV,
XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX, XXX.
Art. 5º da CF:
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
Ensino de qualidade focado em concursos.
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XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento
econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos
industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;
XXX – é garantido o direito de herança;
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos
previstos na Constituição Federal, analise as
afirmativas abaixo:
I. Determinado edital de concurso estabelece, na etapa
relacionada ao teste físico, limites diferenciados entre
homens e mulheres. Nesse caso, o referido Edital
busca respeitar o Princípio fundamental da isonomia
formal.
II. A Constituição Federal não admite a pena de
trabalhos forçados.
III. Ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei.
IV. Determinado Oficial de Justiça comparece às 21
horas, numa residência, acompanhado de reforço
policial e munido de mandado judicial, para fazer
diligência devidamente autorizada por juiz competente.
Nesse caso, o morador da referida residência deve
abrir as portas da sua casa em obediência à referida
ordem.
Está(ão) CORRETA(S) somente
a) II e III.
b) I e II.
c) I, II e IV.
d) III e IV.
e) III.
2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Acerca do Princípio da Igualdade, é CORRETO afirmar
que
a) o princípio da isonomia para ter aplicação efetiva
precisa de regulamentação ou de complementação
normativa.
b) é ilegal a promoção de militares dos sexos masculino
e feminino mediante critérios diferenciados, haja vista
todos pertencerem à mesma Corporação Militar.
c) a lei específica pode estabelecer critérios
diferenciados para promoção entre homens e
mulheres, na carreira militar.
d) não é possível, em hipótese alguma, se estabelecer
diferença de critérios de admissão, considerando-se o
sexo.
e) é ilegal se estabelecerem diferenças em razão de
tamanho e/ou requisitos físicos para homens e
mulheres ingressarem no serviço público.
3) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Ensino de qualidade focado em concursos.
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Acerca do Princípio da Livre Manifestação de
Pensamento, é INCORRETO afirmar que
a) o direito à livre expressão não pode abrigar, em sua
abrangência, manifestações de conteúdo imoral que
implicam ilicitude penal.
b) as liberdades públicas não são incondicionais, por
isso devem ser exercidas de maneira harmônica,
observados os limites definidos na própria Constituição
Federal.
c) o preceito fundamental de liberdade de expressão
não consagra o ‘direito à incitação ao racismo’, dado
que um direito individual não pode constituir-se em
salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os
delitos contra a honra.
d) a liberdade de expressão constitui-se em direito
fundamental do cidadão, envolvendo o pensamento, a
exposição de fatos atuais ou históricos e a crítica.
e) a proteção constitucional à livre manifestação de
pensamento não engloba os direitos de ouvir, assistir
ou ler.
4) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Acerca dos Princípios da Inviolabilidade da Intimidade,
da vida privada, da honra e imagem, marque a
alternativa INCORRETA.
a) É inadmissível, como regra, a quebra do sigilo fiscal,
bancário e telefônico de qualquer pessoa ou autoridade
pública
b) A utilização de imagem ou fotografia, sem prévia
autorização, de pessoa em anúncio com fins lucrativos
caracteriza violação a sua imagem.
c) É inadmissível, como prova, a degravação de
conversa telefônica e de registros contidos na memória
de microcomputador, obtidos sem ordem escrita do juiz
do promotor ou do delegado.
d) É inadmissível a utilização de provas ilícitas ou
forjadas.
e) É inadmissível a veiculação pública, por órgão de
comunicação, de fatos apurados em inquérito policial.
5) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova:
Soldado
Os direitos e garantias individuais previstos na
Constituição Federal se prestam à tutela dos bens e
interesses dos destinatários das normas e, ao longo do
tempo, vêm se prestando também à limitação do poder
dos governantes. O direito de propriedade, garantido na
forma do artigo 5° da Constituição Federal,
a) é absoluto, cabendo ao seu titular a defesa de seu
patrimônio, sendo coibida qualquer utilização pelo
Poder Público ou por outros proprietários.
b) admite o estabelecimento de requisitos e condições
para o seu exercício, como o atendimento à função
social da propriedade.
c) embora não seja absoluto, admite a desapropriação
para hipóteses de inquestionável interesse público ou
utilização no caso de perigo iminente, sem a
correspondente indenização.
d) somente admite utilização por terceiros ou pelo
Poder Público mediante prévia indenização e em
dinheiro.
e) é condicionado pelo atendimento da função social,
cuja vocação cabe ao Poder Público indicar
especificamente, em especial nos casos em que o
imóvel esteja sem utilização.
6) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Acerca do Direito de Reunião e de Associação, NÃO se
pode afirmar que
a) é plena a liberdade de associação para fins lícitos.
b) a lei poderá estabelecer requisitos objetivos para
criação de associações e sindicatos sem que isso
configure interferência estatal no seu funcionamento ou
na sua autonomia.
c) o direito à livre associação, embora seja atribuído e
reconhecido a cada pessoal, somente pode ser
exercido de forma coletiva, com várias pessoas.
d) é assegurado ao servidor público o direito à livre
associação, permitindo que os policiais militares
estaduais tenham suas próprias associações e
sindicatos, para atuarem na defesa de seus interesses.
Ensino de qualidade focado em concursos.
220
e) o Policial Militar Estadual associado poderá ser
representado por sua associação de classe, na defesa
dos interesses da categoria, desde que previsto nos
estatutos desta ou em lei.
7) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Acerca dos Direitos Fundamentais, é INCORRETO
afirmar que
a) embora os direitos fundamentais estejam previstos
na Constituição Federal de 1988, nada impede que
outros sejam reconhecidos, decorrentes dos princípios
por ela adotados ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte.
b) a proteção ao direito à vida prevista na Constituição
Federal de 1988 impede a realização de abortos fora
dos casos previstos em lei.
c) o Brasil se submete à jurisdição de tribunal penal
internacional desde que tenha aderido a este e
concordado com sua criação.
d) a proteção ao direito à vida prevista na Constituição
Federal de 1988 impede que se reconheça o direito à
eutanásia.
e) a proteção ao direito à vida prevista na Constituição
Federal de 1988 impede que se reconheça o direito ao
suicídio, sendo sua prática um crime.
8) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Acerca do Direito de Propriedade, é CORRETO afirmar
que
a) o direito à propriedade não é absoluto, devendo
atender a sua função social. Considera-se ato
caracterizador do não atendimento da função social da
propriedade rural o fato de essa não cumprir os direitos
trabalhistas dos empregados que nela trabalham.
b) viola o direito de propriedade o estabelecimento de
regras que limitem o seu exercício, tais como o
estabelecimento de recuos e limites máximos de área
construída ou a fixação de altura máxima para
edificação.
c) o descumprimento da função social da propriedade
pode autorizar a desapropriação de um imóvel urbano
para fins de reforma agrária, desde que precedido de
prévia e justa indenização em dinheiro.
d) os procedimentos para desapropriação para fins de
interesse social, utilidade pública e reforma agrária
podem ser estabelecidos por decreto do poder
executivo estadual.
e) toda desapropriação deverá ser precedida de prévia
e justa indenização em dinheiro, independentemente
de sua finalidade.
9) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Com relação ao sigilo de correspondência, é
CORRETO afirmar que
a) o sigilo telefônico só pode ser quebrado pela polícia
judiciária nas hipóteses de crime(s) apenado(s) com
reclusão.
b) é possível a interceptação telefônica por ordem do
Ministério Público, para fins de investigação de
paternidade.
c) a interceptação telefônica só pode ser determinada
pelo Juiz após representação do Delegado de Polícia,
pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) dias.
d) a interceptação telefônica poderá ser decretada pelo
Juiz para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal.
e) no caso de crimes hediondos, pode a autoridade
policial determinar a interceptação telefônica.
10) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
O art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal, determina
que a casa é o asilo inviolável do indivíduo, nela
ninguém podendo penetrar sem o consentimento do
morador, salvo em algumas situações expressamente
previstas na própria Constituição.
Pode-se dizer que NÃO está compreendido como
domicílio (“ou casa”)
a) o apartamento em que o indivíduo resida com sua
família.
Ensino de qualidade focado em concursos.
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b) o quarto de hotel, quando não esteja sendo utilizado.
c) a área destinada à administração e gerência de um
bar ou restaurante.
d) o “trailler” que sirva de residência.
e) as alternativas “b” e “d” estão corretas.
11) Ano: 2009Banca: UPENET/IAUPEÓrgão: PM-
PEProva: Soldado da Polícia Militar
O art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal, determina
que a casa é o asilo inviolável do indivíduo, nela
ninguém podendo penetrar sem o consentimento do
morador, salvo em algumas situações expressamente
previstas na própria Constituição.
Durante a noite, NÃO se pode ingressar na casa do
indivíduo, sem o seu consentimento,
I. para cumprimento de ordem judicial.
II. para prestar socorro.
III. em caso da prática de crime em flagrante.
IV. em caso de desastre.
Somente está INCORRETO o que se afirma em
a) I.
b) I e III.
c) II e III.
d) II, III e IV.
e) III.
12) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -
Administrativa
Assinale a alternativa que está de acordo com o texto
da Constituição Federal Brasileira
a) A criação de associações e, na forma da lei, a de
cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
b) É inviolável o sigilo da correspondência, salvo por
ordem judicial, para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal.
c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante a noite, por determinação
judicial.
d) É assegurado a todos o acesso à informação, sendo
vedado, em qualquer hipótese, o sigilo da fonte
e) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
em locais abertos ao público, desde que obtida,
previamente, a devida autorização do órgão
competente.
13) Ano: 2015 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: Facepe
Prova: Assistente em Gestão de Ciência e Tecnologia -
Administrativa
Relativamente aos Direitos e Garantias Fundamentais,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) É livre a locomoção no território nacional em tempo
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
b) É assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional.
c) É livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença.
d) É livre a criação de associações e a de cooperativas,
na forma da lei, sujeitas à prévia autorização estatal,
sendo, porém, vedada a interferência estatal em seu
funcionamento.
e) As associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado.
14) Ano: 2010 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SERES-
PE Prova: Agente Penitenciário
Assinale a alternativa CORRETA.
a) No Brasil, diversos artigos da declaração dos direitos
humanos foram incorporados ao texto constitucional,
Ensino de qualidade focado em concursos.
222
deixando clara a intenção do legislador de atingir, com
a maior amplitude possível, a defesa dos direitos do
homem.
b) O direito à liberdade de locomoção foi mantido na
Constituição Federal de forma absoluta, sem nenhum
tipo de restrição.
c) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, cuja
perda poderá ser declarada, apenas, em caso de
atividades nocivas ao país.
d) A tortura é crime imprescritível e inafiançável.
e) A defesa dos refugiados está entre os princípios
constitucionais dirigidos às relações internacionais do
Brasil.
GABARITO
1 – A 3 – E 5 – B 7- E 9 – D
2 – C 4 – C 6 – D 8 – A 10 - B
11- D 13- D
12-A 14- A
DIREITOS SOCIAIS
Noções Gerais
Os direitos sociais encontram-se previstos a partir do
artigo 6º até o artigo 11 da Constituição Federal. São
normas que se concretizam por meio de prestações
positivas por parte do Estado, haja vista objetivarem
reduzir as desigualdades sociais, atuam como
liberdades positivas, visando à igualdade social.
São direitos de 2ª dimensão ou geração e visam
assegurar a isonomia/igualdade.
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
ATENÇÃO PARA:
• Moradia x Propriedade
• Segurança
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de
10 de dezembro de 1948, pela ONU, consagra em
seu art. XXII:
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem
direito à segurança social, à realização pelo esforço
nacional, pela cooperação internacional e de acordo
com a organização e recursos de cada Estado, dos
direitos econômicos, SOCIAIS e culturais
indispensáveis à sua dignidade e ao livre
desenvolvimento da sua personalidade.
Os direitos Sociais são normas de ordem pública,
com as seguintes CARACTERÍSTICAS:
A) Imperatividade: é um fazer do Estado – provedor,
não podem ser alterados pela vontade das partes.
B) Invioláveis: assim como todos os direitos
fundamentais.
C) Aplicação imediata; contudo, caso haja omissão
legislativa no sentido de implementar o direito social,
será possível a impetração de mandado de injunção.
Direitos Fundamentais Trabalhistas – Art. 7º
Os direitos elencados no art. 7º da CF configuram um
rol EXEMPLIFICATIVO de direitos dos trabalhadores.
Todos os direitos aqui elencados são aplicáveis aos
trabalhadores URBANOS, RURAIS E AVULSOS.
Contudo, parte desses direitos também é extensível
aos servidores públicos e ao doméstico.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
I – relação de emprego protegida contra despedida
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço – FGTS;
Ensino de qualidade focado em concursos.
223
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
Quanto ao salário mínimo, podemos destacar as
seguintes características:
• fixado em lei;
• nacionalmente unificado;
• reajustes periódicos;
• proibição de vinculação.
A garantia do salário mínimo é assegurada também ao
servidor público. Entretanto, tal garantia não se refere
apenas ao vencimento básico, mas diz respeito à
totalidade da remuneração.
Súmula Vinculante 16:
Os artigos 7º, IV, e 39, §3º (redação da EC 19/98), da
Constituição, referem-se ao total da remuneração
percebida pelo servidor público.
(remuneração = vencimento básico + adicionais.)
Direitos Fundamentais Trabalhistas – Art. 7º
Continuando a análise dos direitos sociais trabalhistas,
podemos destacar, ainda:
V – piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para
os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração
integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo
crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados,
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva
de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente
aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior,
no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas;
Ensino de qualidade focado em concursos.
224
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos
coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da
lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Prescrição dos Créditos Trabalhistas
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho;
OBS.: Este inciso prevê as chamadas regras de
PRESCRIÇÃO TRABALHISTA. Como se pode
depreender do inciso, existem dois tipos de prescrição:
uma de 2 anos e outra de 5 anos. Importa distinguir a
aplicação destes prazos.
• período de 2 anos refere-se ao prazo que o
trabalhador possui para ingressar com uma
ação trabalhista reivindicando seus direitos.
Este prazo inicia sua contagem a partir do dia
em que houve a rescisão do contrato de
trabalho.
• Período de 5 anos diz respeito aos anos de
verbas trabalhistas vencidas que o empregado
terá direito quando entrar com a ação a contar
do momento em que se entra com a ação. A
prescrição de 2 anos conta-se para frente e a
de 5 anos conta-se para trás.
CUIDADO! Não há previsão constitucional para a
aplicação do prazo prescricional para os trabalhadores
domésticos, no entanto, os tribunais têm aplicado a
norma aos trabalhadores domésticos com base na
analogia.
Proibições – Igualdade Formal
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício
de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante
a salário e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual,
técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos;
OBS.: A Constituição afirma que é proibido o trabalho
para os menores de 16 e, em seguida, excepciona esta
regra dizendo que é possível a partir dos 14, na
condição de aprendiz. O objetivo foi deixar claro que o
trabalho no Brasil se inicia aos 14 anos. Este
entendimento se fortalece à luz do artigo 227, § 3º,I da
CF
Art. 227, § 3º – O direito a proteção especial abrangerá
os seguintes aspectos:
I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao
trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
Assim, para os menores de 18 anos, ficam proibidos os
trabalhos: perigosos, insalubres e noturnos.
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com
vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.
DIREITO DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS
Emenda Constitucional nº 72, de 2013
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
sua integração à previdência social.
Observa-se que a CF classificou esses direitos em dois
grupos:
• de exercício imediato (eficácia plena);
• de exercício diferido (eficácia limitada).
Ensino de qualidade focado em concursos.
225
Direitos Coletivos Trabalhistas
Os direitos sociais coletivos são aqueles exercidos
pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de
uma coletividade, e podem ser classificados em:
• direito de associação profissional ou sindical;
• direito de greve;
• direito de substituição processual;
• direito de participação;
• direito de representação classista
REGRAS DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU
SINDICAL
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à
área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em
se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente
da contribuição prevista em lei;
OBSERVA-SE que existem duas contribuições neste
inciso: uma chamada de Contribuição Confederativa a
outra, de Contribuição Sindical. Mas surge uma
pergunta: qual das duas é paga diretamente para o
sindicato? Apesar de o nome induzir ao erro, a
contribuição paga diretamente ao sindicato é a
Confederativa!
A Contribuição Confederativa é a prevista neste inciso,
fixada pela assembleia geral, descontada em folha para
custear o sistema confederativo. Esta é aquela paga às
organizações sindicais e é facultative (só é obrigada
aos filiados aos sindicatos). É o que diz o teor da
súmula vinculante 40 do STF:
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV,
da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao
sindicato respectivo.
A Contribuição Sindical, que é a contribuição prevista
em lei, mais precisamente na Consolidação das Leis
trabalhistas (CLT), deve ser paga por todos os
trabalhadores, ainda que profissionais liberais. Sua
natureza é obrigatória e possui caráter tributário.
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser
votado nas organizações sindicais;
ESTABILIDADE SINDICAL
Ensino de qualidade focado em concursos.
226
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado
a partir do registro da candidatura a cargo de direção
ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.
A estabilidade sindical constitui norma de proteção aos
dirigentes sindicais e que possui grande utilidade ao
evitar o cometimento de arbitrariedades por partes das
empresas em retaliação aos representantes dos
empregados.
O importante aqui é entender o período de proteção que
a Constituição garantiu aos dirigentes sindicais. A
estabilidade se inicia com o registro da candidatura e
permanece, com o candidato eleito, até um ano após o
término do seu mandato. Cuidado com essa regra! Ela
não é absoluta, pois a proteção contra despedida
arbitrária não prospera diante do cometimento de falta
grave.
DIREITO DE GREVE
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-
lo e sobre os interesses que devam por meio dele
defender.
§ 1º – A lei definirá os serviços ou atividades essenciais
e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
§ 2º – Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
às penas da lei.
Observa-se, aqui, que o direito de greve é um direito
fundamental de todo trabalhador. Entretanto, no Brasil,
há uma lei específica regulamentando-o somente aos
trabalhadores da iniciativa privada, a Lei 7783/89.
Assim, é importante lembrar, na hora da prova, que, por
não ter uma lei garantindo esse direito aos servidores
públicos, entendeu o STF que esses servidores
deverão fazer greve nos termos da lei da iniciativa
privada.
DIREITO DE PARTICIPAÇÃO
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
em que seus interesses profissionais ou previdenciários
sejam objeto de discussão e deliberação.
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CLASSISTA
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Acerca dos direitos sociais previstos na Constituição
Federal de 1988, analise as seguintes afirmativas:
I. O direito à irredutibilidade do salário do trabalhador
não é absoluto, podendo ocorrer a redução salarial,
desde que ela seja aprovada em convenção ou acordo
coletivo.
II. A assistência aos desamparados não integra os
direitos sociais previstos na CF/88.
III. É assegurado o direito a piso salarial proporcional à
extensão e complexidade do trabalho.
IV. É obrigatória a autorização estatal para a fundação
de sindicato.
Estão CORRETAS somente
a) I e IV.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) III e IV.
e) I e III.
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Considerando os Direitos Sociais expressamente
assegurados na Constituição Federal de 1988, analise
as afirmativas abaixo:
Ensino de qualidade focado em concursos.
227
I. A remuneração do serviço extraordinário deve ser
superior em, no mínimo, cem por cento da
remuneração normal.
II. É assegurada a igualdade de direitos entre o
trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
III. É assegurado o direito de repouso semanal
remunerado, preferencialmente aos sábados e
domingos.
IV. Constitui-se como um dos direitos sociais previstos
na CF/88 a proteção à maternidade e à infância.
Estão CORRETAS
a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) II e IV, somente.
d) III e IV, somente.
e) I, II, III e IV.
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Ainda sobre os direitos sociais, assinale a alternativa
CORRETA.
a) A filiação ao sindicato é obrigatória, conforme a
respectiva categoria profissional.
b) Não é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho.
c) A aposentadoria não extingue o direito à filiação das
organizações sindicais.
d) O sindicato não pode defender interesse coletivo da
categoria em questões administrativas.
e) O sindicato não pode defender interesse individual
da categoria em questões judiciais.
4) Ano: 2013 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: FUNAPE
Prova: Analista Previdenciário
Sobre os Direitos Sociais garantidos na Constituição
Federal, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Os direitos sociais visam à melhoria das condições
sociais dos trabalhadores urbanos e rurais.
b) O salário mínimo deve ser nacionalmente unificado,
isto é, deve ser igual em todo o território nacional.
c) O salário é irredutível e põe o trabalhador a salvo
de qualquer expediente unilateral que lhe reduza o
poder de compra.
d) A Constituição Federal garante ao salário o caráter
de intangibilidade, chegando mesmo a dar
configuração criminal à sua retenção dolosa.
e) O salário-família é um benefício previdenciário
garantido a qualquer trabalhador em razão da
existência de dependentes.
5) Ano: 2012 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: JUCEPE
Prova: Assessor Jurídico
Qual dos itens abaixo NÃO faz parte do rol de direitos
sociais expressamente previstos no art. 6º da
Constituição Federal/88?
a) Moradia.
b) Lazer.
c) Proteção à maternidade e à infância.
d) Alimentação.
e) Assistência aos desempregados.
6) Ano: 2018Banca: FUNRIOÓrgão: CGE-ROProva:
Assistente de Controle Interno
São inúmeros os projetos pertinentes à mudança dos
direitos sociais quer utilizando a lei ordinária ou
valendo-se da emenda constitucional. Dentre os
direitos sociais previstos na Constituição encontra-se o:
a) fundo de desemprego.
b) fundo de propagação social.
c) fundo de preservação social.
d) fundo de trabalhadores.
e) fundo de garantia do tempo de serviço.
Ensino de qualidade focado em concursos.
228
7) Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: ALESE Prova:
Técnico Legislativo - Técnico-Administrativo
É direito dos trabalhadores urbanos e rurais,
assegurado na Constituição Federal:
a) a duração do trabalho normal não superior a doze
horas diárias e quarenta e oito semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
b) a participação nos lucros, ou resultados, vinculada
à remuneração, e, excepcionalmente, a participação na
gestão da empresa, conforme definido em lei.
c) o reconhecimento das convenções e acordos
coletivos de trabalho.
d) a remuneração do trabalho diurno superior à do
noturno.
e) a proteção do salário na forma da lei, constituindo
crime sua retenção culposa.
8) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: PM-PI Prova:
Soldado da Polícia Militar
De acordo com a Constituição Federal, quanto aos
direitos sociais, é direito do trabalhador:
a) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo.
b) a remuneração do trabalho noturno inferior à do
diurno.
c) o repouso semanal remunerado, preferencialmente
aos sábados.
d) o trabalho noturno, perigoso ou insalubre, a partir
dos 17 anos de idade.
e) o ato de votar e ser votado nas organizações
sindicais, desde que não seja aposentado.
9) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PM-SP Prova:
Soldado da Policia Militar
Prevê a Constituição Federal que são direitos sociais,
dentre outros,
a) a alimentação, a liberdade de locomoção e de
manifestação do pensamento.
b) a saúde, a educação, o trabalho e a assistência aos
desamparados.
c) a educação, a saúde e a liberdade de reunião.
d) o lazer, a segurança, a previdência social e a
privacidade.
e) a educação, a segurança e o direito de propriedade.
10) Ano: 2017 Banca: NUCEPE Órgão: CBM-PI Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro
Considerando o previsto na Constituição Federal sobre
os direitos sociais, assinale a alternativa CORRETA:
a) É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre
a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de doze anos.
b) É garantido seguro contra acidentes de trabalho, a
cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, desde que demonstrado o dolo na
sua conduta.
c) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
até dois anos após o final do mandato, mesmo se
cometer falta grave nos termos da lei.
d) É garantida licença à gestante, sem prejuízo do
emprego e do salário, com a duração de cento e oitenta
dias, bem como licença-paternidade com duração de
dez dias.
e) Nas empresas de mais de duzentos empregados, é
assegurada a eleição de um representante destes com
a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
direto com os empregadores.
GABARITO
1 – E 3 – C 5 – E 7- C 9 – B
2 – C 4 – E 6 – E 8 – A 10 - E
Ensino de qualidade focado em concursos.
229
DIREITOS DE NACIONALIDADE
Conceito:
Nacionalidade é o vínculo jurídico e político pelo qual
um indivíduo se torna parte integrante do povo de um
Estado.
Modos de aquisição da nacionalidade:
• primária ou originária (natos)
Adquire-se a nacionalidade pelo nascimento. A
pessoa, ao nascer, já possui a nacionalidade de
determinado Estado;
• secundária ou adquirida (naturalizados)
Resulta de um ato posterior de vontade. A pessoa
adquire a nacionalidade de outro país durante sua
existência.
Critérios para a aquisição da nacionalidade
primária.
• Jus soli ou jus loci ou critério da
territorialidade:
Determina-se a nacionalidade de uma pessoa pelo
local de nascimento. São considerados nacionais
todos os que nascem no território do Estado.
• Jus sanguinis ou critério da
consanguinidade:
Determina-se a nacionalidade de uma pessoa pela
origem de seus ascendentes. São considerados
nacionais todos que possuem ascendentes da
mesma nacionalidade, até um determinado grau.
Modos de aquisição da nacionalidade originária
brasileira – Art. 12, inciso I, da CF:
São brasileiros natos os nascidos na República
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;
Obs.1: o critério adotado neste primeiro modo foi o jus
soli.
Obs.2: apesar de a Constituição ter dito “na República
Federativa do Brasil”, ela quis se referir “no território da
República Federativa do Brasil”.
Obs.3: compreende o território brasileiro:
a) O solo, subsolo, espaço aéreo;
b) O mar territorial, que compreende 12 milhas a partir
da costa brasileira;
c) A plataforma continental, que compreende o leito e o
subsolo das áreas submarinas que se estendem além
do seu mar territorial com “largura” de 200 milhas;
d) Os navios e aeronaves brasileiros de natureza
privada em alto mar ou no espaço aéreo
correspondente;
e) Os navio e aeronaves brasileiros a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem.
Obs.: o constante das letras d) e e) são considerados
território brasileiro por extensão.
Obs.4: O critério da territorialidade (jus soli) é a regra
no Brasil, mas não é um critério absoluto, pois comporta
exceção, ou seja, mesmo que nasça no território da
República Federativa no Brasil não será brasileiro se:
a) Filho de estrangeiros (pai e mãe devem ser
estrangeiros) e, pelo menos um, estar a serviço do País
de origem.
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro,
de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República
Federativa do Brasil;
Obs.: como são nascidos no estrangeiro, o critério não
pode ser o jus soli.
Obs.2: O critério adotado nesta hipótese é o jus
sanguinis ou consanguinidade + o critério funcional,
pois deve estar a serviço do Estado brasileiro.
Obs.3: Compreende “a serviço da República
Federativa do Brasil” o seguinte:
a) Estar a serviço da Administração Pública Direta, que
compreende a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios;
b) Estar a serviço da Administração Pública Indireta,
que compreende as Autarquias, Fundações Públicas,
Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas.
Obs.4: Basta que apenas um dos pais seja brasileiro,
desde que esteja a serviço do Estado brasileiro, para
que o filho também seja brasileiro.
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro,
de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente;
Ensino de qualidade focado em concursos.
230
Obs.: O critério adotado nesta hipótese é o jus
sanguinis + o registro.
Obs.2: O registro pode ser feito no Consulado ou na
Embaixada.
Obs.3: Esta hipótese esteve fora da Constituição de
1994 com a Emenda Constitucional de Revisão nº 3 até
2007 com a Emenda Constitucional nº 54.
São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro,
de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
venham a residir na República Federativa do Brasil
e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Obs.: O critério adotado aqui é o jus sanguinis +
residência + opção.
Modos de aquisição da nacionalidade secundária
brasileira (naturalização é o ato pelo qual uma
pessoa adquire a nacionalidade de outro Estado) –
Art. 12, inciso II, da CF:
Naturalização tácita:
O silêncio é interpretado como uma manifestação da
vontade de adquirir a nacionalidade brasileira. Foi
admitida por duas Constituições brasileiras: a de 1824
(em relação aos portugueses) e a de 1891 (grande
naturalização).
Naturalização expressa:
Depende de manifestação da vontade da pessoa
interessada em adquirir a nacionalidade brasileira, que
deve expressa requerê-la. A Constituição de 1988
prevê duas espécies de naturalização expressa:
ordinária e extraordinária.
a) Naturalização ordinária – art. 12, inciso II, alínea a,
da CF: os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um
ano ininterrupto e idoneidade moral;
Obs.: aos estrangeiros não originários de países de
língua portuguesa, os requisitos para a naturalização
ordinária estão previstos no art. 112 do Estatuto do
Estrangeiro.
Art. 112. São condições para a concessão da
naturalização:
I – capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II – ser registrado como permanente no Brasil;
III – residência contínua no território nacional, pelo
prazo mínimo de quatro anos, imediatamente
anteriores ao pedido de naturalização;
IV – ler e escrever a língua portuguesa, consideradas
as condições do naturalizando;
V – exercício de profissão ou posse de bens suficientes
à manutenção própria e da família;
VI – bom procedimento;
VII – inexistência de denúncia, pronúncia ou
condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a
que seja cominada pena mínima de prisão,
abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e
VIII – boa saúde.
Obs.2: Já aos originários de países de língua
portuguesa, há necessidade de apenas dois requisitos:
b) Residência por um ano ininterrupto; e
c) Idoneidade moral.
Obs.: Quase nacionais ou português equiparado – Aos
portugueses com residência permanente no País, se
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os
casos previstos nesta Constituição.
Obs.: aos portugueses há dois caminhos para exercer
os direitos de brasileiros naturalizados:
a) Primeiro: ele pode se naturalizar e perder a
nacionalidade originária; ou
b) Segundo: estabelecer residência e solicitar a
equiparação. Neste segundo caminho, o português não
perde a nacionalidade originária e, ainda, continua a ter
todos os direitos de brasileiro naturalizado.
Obs.2: A reciprocidade está prevista no Tratado de
Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República
Federativa do Brasil e a República Portuguesa,
celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000
(data dos 500 anos do Brasil).
d) Naturalização extraordinária – art. 12, inciso II, alínea
b, da CF: os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze nos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Ensino de qualidade focado em concursos.
231
Obs.: esta naturalização também é conhecida como
naturalização quinzenária.
Ob.2: enquanto na naturalização ordinária o Estado
brasileiro possui discricionariedade para conceder a
naturalização (ou seja, concede se quiser – mesmo
cumpridos todos os requisitos), na naturalização
extraordinária, o Estado brasileiro é obrigado a
conceder, pois é direito subjetivo do requerente.
Distinções entre brasileiros natos e naturalizados
Art. 12, §1º: A lei não poderá estabelecer distinção
entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.
Cargos – art. 12, § 3º, da CF:
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.
Funções – art. 89, VII, da CF: há seis assentos no
Conselho da República destinado para brasileiros
natos.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de
consulta do Presidente da República, e dele participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados;
V – os líderes da maioria e da minoria no Senado
Federal;
VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta
e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados,
todos com mandato de três anos, vedada a
recondução.
Extradição – art. 5º, LI, da CF: brasileiro nato nunca
poderá ser extraditado. Já o brasileiro naturalizado
pode em duas hipóteses:
a) por crime comum praticado antes da naturalização;
ou
b) quando comprovado envolvimento em tráfico ilícito
de drogas, na forma da lei.
Art. 5º, LI, da CF – nenhum brasileiro será extraditado,
salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
Propriedade de empresa jornalística – art. 222 da
CF:
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de
radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.
Perda na nacionalidade – art. 12, § 4º, da CF: apenas
o brasileiro naturalizado poderá perder a
nacionalidade em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional, por sentença judicial.
Art. 12, § 4º, da CF – Será declarada a perda da
nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela
lei estrangeira;
Ensino de qualidade focado em concursos.
232
b) de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis;
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da
República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre Nacionalidade, analise as seguintes afirmativas:
I. O Brasil adota com primazia o jus solis, admitindo,
também, em certas circunstâncias, o jus sanguinis.
II. O sistema normativo brasileiro não admite a
pluralidade de nacionalidades, sem exceção.
III. São brasileiros natos os nascidos na República
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país.
IV. Será declarada a perda da nacionalidade de
brasileiro em caso de cancelamento da sua
naturalização por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva a interesse nacional.
Está(ão) CORRETA(S) somente
a) II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II e IV.
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Considerando os seguintes cargos públicos, em
relação àqueles que são de ocupação privativa de
brasileiro nato, coloque V para os Verdadeiros e F para
os Falsos.
( ) Procurador Geral da República
( ) Ministro do Supremo Tribunal Federal
( ) Oficial das Forças Armadas
( ) Presidente do Banco Central
( ) Ministro do Estado da Defesa
( ) Vice-Presidente da República
Assinale a alternativa que contém a sequência
CORRETA.
a) F-V-V-F-V-V
b) V-F-F-V-V-F
c) V-V-F-F-V-F
d) F-V-F-V-F-V
e) F-F-V-V-F-V
3) Ano: 2018 Banca: COPESE – UFT Órgão: Câmara
de Palmas – TO Prova: Assistente Administrativo
Assinale a alternativa CORRETA. Nos termos da
Constituição Federal de 1988, são brasileiros natos:
a) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes em países de língua portuguesa há mais de
cinco anos.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
c) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
e idoneidade moral.
d) os nascidos na República Federativa do Brasil,
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país.
4) Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA Prova:
Técnico da Receita Estadual - Arrecadação e
Ensino de qualidade focado em concursos.
233
Fiscalização de Mercadorias em Trânsito -
Conhecimentos Gerais
A nacionalidade brasileira
a) é incompatível com a nacionalidade originária
reconhecida por Estado estrangeiro.
b) é incompatível com a nacionalidade derivada
outorgada por Estado estrangeiro que a exija para fins
de exercício de direitos civis.
c) é compatível com a nacionalidade derivada
outorgada por Estado estrangeiro como condição para
permanência do brasileiro em seu território.
d) nata é condição para a investidura nos cargos de
Presidente da República, de Vice-Presidente da
República, de Presidente da Câmara dos Deputados,
de Presidente do Senado Federal, de Ministro do
Supremo Tribunal Federal, de Ministro da Defesa, da
carreira diplomática e do oficialato das forças armadas
e das polícias militares.
e) derivada deverá ser reconhecida aos estrangeiros
residentes no Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenações judiciais, desde que a
requeiram.
5) Ano: 2017 Banca: IBFCÓrgão: CBM-BA Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro
Assinale a alternativa correta sobre nacionalidade nos
termos da Constituição da República Federativa do
Brasil.
a) Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto nos
casos previstos na própria Constituição Federal
b) Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que adquirir outra nacionalidade, em qualquer
caso
c) Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto no
caso de reconhecimento de nacionalidade originária
pela lei estrangeira
d) Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto no
caso de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu
território
e) Será declarada a perda da nacionalidade do
brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto no
caso de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para o exercício de direitos
civis diversos da permanência em seu território
6) Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PM-RO Prova:
Soldado da Polícia Militar
O Estado brasileiro não poderá conceder extradição se
o indivíduo for:
a) estrangeiro e tratar-se de crime comum.
b) estrangeiro e tratar-se de envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes.
c) brasileiro naturalizado e tratar-se de crime praticado
antes da naturalização.
d) brasileiro naturalizado e tratar-se de envolvimento
em tráfico ilícito de entorpecentes.
e) estrangeiro e tratar-se de crime político.
7) Ano: 2014 Banca: NUCEPE Órgão: CBM-PI Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro Militar
No que se refere à “Extradição”, a Constituição Federal
de 1988 prevê que:
a) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
b) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime militar, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
c) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado após
a naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
Ensino de qualidade focado em concursos.
234
d) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime militar, praticado após
a naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei.
e) nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime militar, praticado
durante a naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei.
8) Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova:
Escrevente Técnico Judiciário
Ricardo, cuja mãe é brasileira e cujo pai é chileno,
nasceu no México, durante uma viagem de sua mãe a
esse país, a serviço do Brasil. Nos termos da
Constituição Federal, Ricardo
a) é brasileiro nato.
b) poderá naturalizar-se brasileiro caso venha a
residir por pelo menos 1 ano ininterrupto no Brasil.
c) poderá naturalizar-se brasileiro caso opte, a
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira, ainda
que resida no estrangeiro.
d) será considerado brasileiro nato, desde que sua
mãe retorne ao Brasil imediatamente após o término
do serviço.
e) não poderá naturalizar-se brasileiro, uma vez que
seu pai é chileno.
9) Ano: 2014 Banca: FUNRIO Órgão: IF-PI Prova:
Assistente em Administração
São símbolos da República Federativa do Brasil, nos
termos da Constituição Federal de 1988:
a) a bandeira, o hino, a moeda e as armas nacionais.
b) a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
c) o hino, a moeda, o idioma e o selo nacionais.
d) a bandeira, a moeda, o idioma e as armas
nacionais.
e) a moeda, o idioma, o território e as armas nacionais.
10) Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: MPE-MA Prova:
Técnico Ministerial - Execução de Mandados
Simoneta, portuguesa, é casada com o italiano Giovani.
Há três anos o casal mudou-se para o Brasil em razão
da transferência de Giovani para a filial da empresa
empregadora na cidade de São Luís. O casal manteve
residência fixa desde a transferência na referida capital.
Ambos possuem idoneidade moral, não possuem
condenação criminal e pretendem requerer a
nacionalidade brasileira. De acordo com a Constituição
Federal brasileira,
a) Simoneta e Giovani não preenchem os requisitos
constitucionais, sendo exigido para ambos residência
no Brasil por quinze anos ininterruptos.
b) Simoneta e Giovani preenchem os requisitos
constitucionais.
c) somente Simoneta preenche os requisitos
constitucionais.
d) Simoneta e Giovani não preenchem os requisitos
constitucionais, sendo exigido para Simoneta
residência no Brasil por cinco anos ininterruptos e para
Giovani dez anos.
e) Simoneta e Giovani não preenchem os requisitos
constitucionais, sendo exigido para Simoneta
residência no Brasil por cinco anos ininterruptos e para
Giovani quinze anos.
GABARITO
1 – D 3 – C 5 – A 7- A 9 – B
2 – A 4 – C 6 – E 8 – A 10 – C
DIREITOS POLITICOS
Nacionalidade, Cidadania e Naturalidade
Nacionalidade é um vínculo jurídico entre o indivíduo e
o Estado, pelo qual o indivíduo se torna parte integrante
do povo de determinado Estado.
Cidadania é um vínculo político, próprio do nacional no
exercício de seus direitos políticos, que lhe confere o
Ensino de qualidade focado em concursos.
235
direito de participar da formação da vontade política do
Estado.
Naturalidade é um simples vínculo territorial, indicando
o local do nascimento.
Concepção de cidadania
a) Cidadania em sentido amplo
Significa o efetivo gozo dos direitos previstos na
Constituição.
b) Cidadania em sentido estrito
É o direito de participar da vida política do País, da
formação da vontade nacional, abrangendo os direitos
de votar e ser votado.
Espécie de cidadania
Cidadania ativa: é o direito de votar.
Cidadania passiva: é o direito de ser votado.
Aquisição da cidadania
A cidadania é adquirida pelo alistamento eleitoral, que
é o procedimento administrativo perante a Justiça
Eleitoral pelo qual se verifica se o indivíduo preenche
os requisitos exigidos para se inscrever como eleitor.
Obrigatoriedade de alistamento e de voto: para os
maiores de 18 anos.
Facultatividade de alistamento e de voto: analfabetos;
maiores de setenta anos; e adolescents entre
dezesseis e dezoito anos.
Obs.: os adolescentes possuem apenas a cidadania
ativa, pois não podem ser responsabilizados
penalmente por abusos cometidos na condução da
coisa pública (art. 228, CF).
Proibição do alistamento: os estrangeiros; os conscritos
durante o período de serviço military obrigatório em
razão da hierarquia e disciplina.
Obs.: O único estrangeiro alistável é o português
equiparado.
Obs.: o documento que comprova a qualidade de
cidadão é o título de eleitor.
DIREITOS POLÍTICOS
Conceito: Os direitos políticos consistem no exercício
da soberania popular por meio do direito de votar e ser
votado, da iniciativa popular, da propositura da ação
popular e o de organizar e participar de partidos
políticos.
Os direitos políticos podem ser positivos ou negativos.
Direitos políticos positivos (ativos ou cidadania ativa
ou capacidade eleitoral ativa) consistem no direito de
votar.
Já os direitos políticos negativos (passivos ou
cidadania passiva ou capacidade eleitoral passiva)
consistem no direito de ser votado.
Direitos políticos positivos (direito de participar)
a) Soberania popular
Refere-se ao regime político adotado no Brasil, que é o
democrático, pois todo poder emana do povo.
b) Sufrágio, voto e escrutínio
Sufrágio é o direito de participar da formação da
vontade política do Estado, inclusive eleger e ser eleito.
O sufrágio pode ser universal, restrito, censitário e
capacitário.
Voto é o exercício do direito de sufrágio.
Escrutínio é o modo de exercício desse direito,
abrangendo desde a votação até a apuração.
c) Voto direto, secreto, universal e periódico
O voto direto é exercido sem representantes. A única
exceção está prevista no Art. 81, §1º, da CF.
Art. 81 da CF. Vagando os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os cargos
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo
Congresso Nacional, na forma da lei.
Ensino de qualidade focado em concursos.
236
d) Democracia semidireta
O Brasil adota o regime político da democracia
semidireta, em que o povo exerce o poder por meio de
representantes eleitos ou diretamente (CF, art. 1º,
parágrafo único).
e) Plebiscito
Instrumento de consulta prévia ao povo, antes da
aprovação de um ato legislativo ou administrative sobre
matéria de acentuada relevância constitucional,
legislativa ou administrativa, cabendo ao povo, pelo
voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido
submetido.
f) Referendo
Instrumento de consulta a posteriori ao povo, após a
aprovação de um ato legislativo ou administrative sobre
matéria de acentuada relevância constitucional,
legislativa ou administrativa, cumprindo ao povo, pelo
voto, ratificar ou rejeitar a medida aprovada.
A Lei nº 10.826/2003, que dispõe sobre armas de fogo,
em seu art. 35, § 1º, dentro de um modelo de
democracia participativa, estabeleceu para outubro de
2005 o primeiro referendo popular em nosso País, em
que o povo brasileiro votou majoritariamente contra a
proibição da comercialização de armas de fogo em todo
o território nacional, salvo para as Forças Armadas e os
órgãos incumbidos da segurança pública.
g) Elegibilidade ou capacidade eleitoral passiva ou
cidadania passiva
Trata-se do direito de ser votado, do preenchimento dos
requisitos exigidos pela lei para que alguém possa
eleger-se. Nem todo eleitor é elegível, apenas um
conjunto mais restrito de cidadãos. A Constituição, em
seu art. 14, § 3º, estabelece requisitos mínimos.
I — Nacionalidade brasileira. Somente os nacionais
podem alistar-se como cidadãos. A nacionalidade é um
pressuposto da cidadania. Estrangeiros não possuem
direitos políticos no Brasil, com exceção dos
portugueses com residência permanente, em razão da
reciprocidade firmada entre Brasil e Portugal (CF, art.
12, § 1º).
II — Pleno exercício dos direitos políticos. Não basta
a nacionalidade para o exercício da cidadania passiva.
Para o cidadão estar no pleno gozo dos direitos
políticos é necessário que não tenha incorrido em
nenhuma causa de perda ou suspensão desses
direitos.
III — Alistamento eleitoral. Cidadão é o nacional no
gozo de direitos políticos. A forma de aquisição da
cidadania é o ato de inscrição na Justiça Eleitoral. O
título de eleitor é o document comprobatório da
qualidade de cidadão.
IV — Domicílio eleitoral na circunscrição. O
candidato a um cargo eletivo deve possuir vínculos
efetivos com as pessoas que possuem o direito de
votar. Por essa razão, exige-se que tenha domicílio
eleitoral na circunscrição pela qual se pretende eleger.
Considera-se como domicílio eleitoral o local onde se
encontra registrado o título de eleitor.
V — Filiação partidária. A cidadania passiva no Brasil
pressupõe que o indivíduo faça parte de algum partido
político. Não se admitem candidaturas avulsas,
independentes ou extrapartidárias. É uma forma de
prestigiar os partidos políticos. Para concorrer a
qualquer cargo eletivo, o pretendente deve estar, ao
menos em tese, vinculado aos objetivos da agremiação
política da qual faça parte.
VI — Idade mínima. A Constituição estabelece idades
mínimas para que alguém possa concorrer a cargos
eletivos. Parte da suposição de que, com o passar dos
anos, em razão das experiências de cada um, as
pessoas possuem maior maturidade para o exercício
de determinados cargos. A Constituição Federal
estabelece as seguintes idades mínimas:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito ou juiz de paz; e
d) dezoito anos para Vereador.
VII — Não incorrer em nenhuma inelegibilidade
específica. A Constituição e a legislação
complementar apontam diversas inelegibilidades, que
serão examinadas em seguida.
a) Analfabetos. A Constituição só reconhece a
cidadania ativa para os analfabetos, assegurando-lhes
somente o direito de votar. Parte do pressuposto de que
as pessoas que não sabem ler ou escrever não
possuem condições de representar outras pessoas e
Ensino de qualidade focado em concursos.
237
participar de forma positiva para o aprimoramento das
Instituições. Ficam, portanto, impedidas de concorrer a
cargos eletivos.
b) Menores de dezoito anos de idade. Dos dezesseis
aos dezoito, o jovem pode inscrever-se na Justiça
Eleitoral, adquirindo cidadania ativa, enquanto à
passiva só terá direito quando completar dezoito anos
de idade, quando poderá concorrer ao cargo de
Vereador.
c) Inelegibilidades previstas nos §§ 6º, 7º e 9º do art. 14
da Constituição Federal, que serão examinadas
quando tratarmos dos direitos políticos negativos. O
direito eleitoral e as normas sobre nacionalidade,
cidadania e naturalização são de competência
legislative privativa da União (CF, art. 22, I e XIII).
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para
exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.
Direitos políticos negativos
Direitos políticos negativos são normas que impedem a
participação do cidadão no processo político e nos
órgãos governamentais, abrangendo a perda e
suspensão de direitos políticos, bem como as
inelegibilidades.
a) Cassação, perda e suspensão de direitos políticos
A Constituição veda expressamente a cassação de
direitos políticos, ou seja, a perda destes por ato
arbitrário do governo. A utilização da perda dos direitos
políticos como um instrumento de proscrição dos
inimigos políticos foi prática comum adotada por
regimes autoritários. A Constituição admite somente a
perda e suspensão de direitos políticos nas hipóteses
excepcionalmente previstas no texto constitucional.
Perda é a privação definitiva de direitos políticos (por
prazo indeterminado).
Suspensão é a privação temporária de direitos
políticos.
Obs.: As hipóteses de perda e suspensão dos direitos
políticos são as expressamente previstas no art. 15 da
Constituição Federal. Como observa José Afonso da
Silva, esta não esclarece quais as hipóteses de perda
e quais as de suspensão de direitos políticos. Essa
distinção é feita pela doutrina e pela jurisprudência.
b) Perda de direitos políticos
A Constituição, em seu art. 15, contempla duas
hipóteses de perda (privação definitiva) de direitos
políticos.
I – Cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado. Se a nacionalidade é
pressuposto da cidadania, a perda da condição de
nacional importa na decorrente perda dos direitos
políticos. Contudo, isso depende de decisão judicial
transitada em julgado.
II – Recusa de cumprir obrigação a todos imposta, bem
como da prestação alternativa. O nacional que se
recusa a cumprir os seus deveres com a pátria, não
aceitando obrigação a todos imposta, nem a prestação
alternativa facultada, não se mostra merecedor da
cidadania brasileira. Mantém a condição de nacional,
mas perde os direitos de votar e ser votado.
c) Suspensão de direitos políticos
A Constituição, em seu art. 15, contempla três
hipóteses de suspensão (privação temporária) de
direitos políticos.
I – Incapacidade civil absoluta. A pessoa que não se
encontra em condições de exercer os atos da vida civil
também fica impedida de exercer direitos políticos.
II – Condenação criminal transitada em julgado. As
pessoas que violam as leis penais ficam privadas de
seus direitos políticos enquanto durarem os efeitos da
condenação.
Ensino de qualidade focado em concursos.
238
III – Prática de atos de improbidade administrativa, nos
termos do art. 37, § 4º, da Constituição Federal. A Lei
n. 8.429/92 dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de prática de atos de
improbidade administrativa. Entre as sanções previstas
encontra-se a suspensão de direitos políticos, variando
de três a dez anos conforme a infração cometida.
d) Inelegibilidades
Inelegibilidades são os impedimentos à capacidade
eleitoral passiva, ao direito de ser votado. Não se
confundem com a inalistabilidade, que é o impedimento
à capacidade eleitoral ativa, ao direito de votar.
Obs.: a suspensão de direitos políticos, por abranger a
privação da cidadania ativa e passiva, é medida de
maior alcance que a mera inelegibilidade.
e) Inelegibilidades absolutas
Inelegibilidades absolutas são os impedimentos a
qualquer cargo eletivo. O indivíduo fica impedido de
participar, como candidato, em qualquer eleição. As
inelegibilidades absolutas estão previstas no art. 14, §
4º, da Constituição.
a) Os inalistáveis, as pessoas que não podem
inscrever-se na Justiça Eleitoral. Quem não tem
capacidade eleitoral ativa também não possui
capacidade eleitoral passiva. De acordo com o § 2º do
mesmo dispositivo legal, são inalistáveis os
estrangeiros e os conscritos, ou seja, os convocados
durante o período de serviço militar obrigatório.
b) Os analfabetos, as pessoas que não sabem ler e
escrever. A Constituição estendeu-lhes somente o
direito de votar e não o direito de ser votado.
c) Jovens entre dezesseis e dezoito anos de idade são
absolutamente inelegíveis, pois, embora possam votar,
não pos suem a idade mínima para concorrer a
qualquer cargo eletivo.
f) Inelegibilidades relativas
Inelegibilidades relativas são os impedimentos a certos
cargos eletivos, em razão de situações específicas. O
indivíduo fica impedido de participar, como candidato,
em determinadas eleições, quer por motivos funcionais,
de casamento, parentesco ou afinidade, por tratar-se o
candidato de militar, quer ainda por influência de poder
econômico ou abuso de poder político. Elas estão
previstas no art. 14, §§ 5º a 9º, da Constituição e na Lei
Complementar n. 64/90.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos
poderão ser reeleitos para um único período
subsequente.
g) Desincompatibilização
Desincompatibilização é o ato pelo qual o cidadão se
afasta de um cargo que ocupa para poder concorrer a
um cargo eletivo. O eleitor desvencilha-se da
inelegibilidade a tempo de concorrer a outra eleição.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Acerca dos direitos políticos, analise as afirmativas
abaixo:
I. Quaisquer estrangeiros podem alistar-se como
eleitores no Brasil, desde que mantenham residência
fixa por um ano e optem junto à justiça Eleitoral, dentro
do prazo previsto em lei específica.
II. Os conscritos, durante o período do serviço militar,
não podem alistar-se como eleitores.
III. Dentre as condições de elegibilidade para o cargo
de Senador, a CF/88 exige a idade mínima de 35 anos.
IV. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias, contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.
Estão CORRETAS somente
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
2) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Ensino de qualidade focado em concursos.
239
As definições a seguir correspondem aos conceitos de
alguns institutos inerentes aos Direitos Políticos.
Analise-as.
I. Direito, que tem o cidadão para eleger, ser eleito e
participar da organização e da atividade do poder
estatal.
II. Exercício da democracia direta, forma de consulta ao
povo para que delibere sobre matéria de acentuada
relevância, de natureza constitucional, legislativa ou
administrativa.
III. Refere-se à aptidão do cidadão de ser votado, de
ser eleito para cargos representativos da democracia.
IV. Projeto de lei apresentado ao Poder Legislativo por
uma parcela da população.
Assinale a alternativa que apresenta as associações
CORRETAS.
a) I - Plebiscito II - sufrágio III - iniciativa popular IV -
capacidade eleitoral ativa
b) I - Sufrágio II - capacidade eleitoral passiva III -
plebiscito, IV - iniciativa popular
c) I - Capacidade eleitoral ativa II - iniciativa popular
III - sufrágio IV - plebiscito
d) I - Sufrágio II - plebiscito III - capacidade eleitoral
passiva IV - iniciativa popular
e) I - Iniciativa popular II - capacidade eleitoral passiva
III - plebiscito IV - sufrágio
3) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre os direitos políticos, analise as afirmativas
abaixo:
I. A CF/88 determina que a idade da capacidade
eleitoral ativa começa aos 16 anos.
II. Os analfabetos não podem votar no Brasil.
III. Os maiores de 60 anos votam de forma facultativa,
no Brasil.
IV. Sobre o requisito da idade, a partir dos 21 anos,
inicia-se a capacidade eleitoral passiva no Brasil, para
concorrer ao cargo de Deputado Estadual.
Está(ão) CORRETA(S) somente
a) I.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
4) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova:
Oficial Administrativo
A soberania popular pode ser exercida, dentre outros
instrumentos previstos na Constituição Federal,
pelo(a).
a) veto popular a projeto de lei.
b) plebiscito.
c) protesto
d) manifestação pública.
e) ato de improbidade administrative
5) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova:
Oficial Administrativo
A idade mínima para alguém eleger-se ao cargo de
Vereador é de.
a) 16 anos
b) 21 anos
c) 18 anos
d) 25 anos
e) 35 anos.
6) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Ainda sobre os Direitos Políticos, analise as afirmativas
a seguir:
I. Somente a própria Constituição pode prever a perda
ou suspensão dos direitos políticos.
Ensino de qualidade focado em concursos.
240
II. A condenação criminal transitada em julgado impede
o exercício dos direitos políticos, enquanto durarem
seus efeitos.
III. A CF/88 exige que a ação de impugnação de
mandato eletivo tramite em segredo de justiça.
IV. Os atos devidamente apurados de improbidade
administrativa geram a suspensão dos direitos
políticos.
Estão CORRETAS
a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) II e IV, somente.
d) I, II, III e IV.
e) II, III e IV, somente.
7) Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-RN Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro
Julgue o trecho a seguir: “O militar alistável é elegível
e, se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.” Nos termos das normas constitucionais
aplicáveis aos militares dos Estados, o trecho
apresentado
a) é falso, já que o militar não é elegível.
b) corresponde a uma norma revogada pela atual
Constituição Federal.
c) ) é parcialmente correto, pois, se eleito, o militar fica
em licença remunerada.
d) corresponde a uma norma verdadeira, conforme
previsto na Constituição Federal.
8) Ano: 2012 Banca: IPAD Órgão: PC-AC Prova:
Agente de Polícia Civil
Acerca dos direitos poiiticos, analise as seguintes
assertivas e marque a alternativa incorreta.
a) Os analfabetos, embora possam votar - não lhes é
obrigatório, não podem se candidatar a cargo eletivo.
b) Para os maiores de setenta ano, o voto é facultativo.
c) Apenas podem se candidatar a cargos eletivos, os
brasileiros natos ou naturalizados.
d) Constitui condição de elegibilidade o domicilio
eleitoral na circunscrição para a qual se postula cargo
eletivo.
e) A filiação partidária é requisito facultativo para a
candidatura a cargos eletivos.
9) Ano: 2014 Banca: NUCEPE Órgão: CBM-PI Prova:
Soldado do Corpo de Bombeiro Militar
Segundo a Constituição Federal de 1988, são
condições de elegibilidade, na forma da lei, a idade
mínima de:
a) quarenta e seis anos para Presidente e cinquenta
anos para Vice-Presidente da República e Senador.
b) quarenta anos para Presidente, Vice-Presidente da
República e Senador.
c) trinta e oito anos para Presidente e quarenta e nove
anos para Vice-Presidente da República e Senador.
d) quarenta e cinco anos para Presidente e quarenta
e oito anos para Vice-Presidente da República e
Senador.
e) trinta e cinco anos para Presidente, Vice-
Presidente da República e Senador.
10) Ano: 2013 Banca: FAFIPA Órgão: CBM-PRProva:
Soldado do Corpo de Bombeiro
Assinale a alternativa correta sobre o conceito de
cidadania e/ou os deveres e direitos de voto, no Brasil
e no mundo.
a) O conceito de cidadania envolve um conjunto de
valores sociais que determinam deveres e direitos de
um cidadão, no seu relacionamento com a sociedade
em que vive.
b) Envolve os direitos políticos do cidadão, mas não
diz respeito aos comportamentos na esfera social.
c) O direito de voto, no Brasil, é um direito universal,
extensivo aos cidadãos de nacionalidade brasileira bem
Ensino de qualidade focado em concursos.
241
como aos demais latino-americanos residentes no
País, mesmo não sendo estes naturalizados brasileiros.
d) O voto, no Brasil, é compulsório para todo cidadão
com idade entre dezesseis e oitenta anos.
e) No contexto mundial, o voto é quase sempre
obrigatório nos países de população de origem anglo-
saxônica e facultativo nos países de população de
origem latina.
GABARITO
1 – B 3 – C 5 – C 7 – D 9 – E
2 – D 4 – B 6 – D 8 – E 10 – A
PARTIDOS POLITICOS
Partidos políticos são associações constituídas para a
participação da vida política de um país, para a
formação da vontade nacional, com objetivos de
propagação de ideias e de conquista, total ou parcial,
do poder político.
Toda corrente político-ideológica existente na
sociedade, para a eleição de representantes nos
Poderes Legislativo e Executivo, deve agrupar-se em
um partido político. No Brasil não se admitem
candidaturas avulsas ou independentes.
a) Natureza de pessoa jurídica de direito privado
Após a Constituição de 1988, os partidos políticos
adquiriram a natureza de pessoas jurídicas de direito
privado. A Constituição Federal, em seu art. 17, § 2º,
estabelece que “os partidos políticos, após adquirirem
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral”. A Lei n.
9.096/95, que dispõe sobre os partidos políticos,
esclarece, logo em seu art. 1º, a natureza jurídica de
pessoa jurídica de direito privado dessas entidades.
Obs.: O partido é criado de acordo com a lei civil, para
depois ter o seu estatuto registrado no órgão máximo
da Justiça Eleitoral.
b) Princípios constitucionais de organização partidária
A Constituição adota dois grandes princípios em
matéria de organização partidária:
a) ampla liberdade partidária; e
b) autonomia partidária.
c) Ampla liberdade partidária
A atual Constituição assegura ampla liberdade de
organização de partidos políticos. É garantida também
ampla liberdade de criação (fundação de um novo
partido político), fusão (reunião de dois ou mais em um
só), incorporação (inclusão de um partido em outro) e
extinção (dissolução pelos seus integrantes) de
partidos políticos.
Essa liberdade partidária é ampla, mas não absoluta,
pois são impostas algumas restrições. No estatuto de
todo partido político, devem ser resguardados, por
imperativo constitucional, os seguintes princípios:
a) soberania nacional;
b) regime democrático;
c) pluripartidarismo; e
d) os direitos fundamentais da pessoa humana.
Devem ser observados, ainda, os seguintes preceitos:
a) caráter nacional;
b) proibição de recebimento de recursos financeiros de
entidades ou governos estrangeiros ou subordinação a
estes;
c) prestação de contas à Justiça Eleitoral; e
d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Para o reconhecimento do caráter nacional, a
legislação ordinária estabelece parâmetros mínimos de
representatividade em diversos Estados.
d) Autonomia partidária
A Constituição Federal, em seu art. 17, § 1º, assegura
aos próprios partidos políticos autonomia para definir
sua estrutura interna, organização e funcionamento.
e) Organização paramilitar
A Constituição expressamente veda a utilização pelos
partidos políticos de organização paramilitar.
f) Modelos de organização partidária
Existem três grandes modelos de organização
partidária.
Ensino de qualidade focado em concursos.
242
a) Unipartidarismo. Sistema de partido único. Próprio
de regimes autoritários, em que só se aceita a
existência de um único partido que divulgue as ideias
do grupo político dominante.
b) Bipartidarismo. Sistema de dois grandes partidos
que se alternam no poder, com programas mais ou
menos definidos. O bipartidarismo existe na Inglaterra,
com os Partidos Trabalhista e Conservador, e nos
Estados Unidos da América, com os Partidos
Democrata e Republicano. Nesses países há diversos
outros partidos, mas nenhum com projeção política
suficiente para tomar o poder ou conquistar espaço
político significativo. Durante o regime militar, tentou-se
implantar no Brasil, sem êxito, de forma autoritária e
artificial, o bipartidarismo, com dois grandes partidos, a
ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB
(Movimento Democrático Brasileiro), um de apoio e
outro de oposição ao governo.
c) Pluripartidarismo ou multipartidarismo. Existência de
diversos partidos políticos representativos de todas as
correntes de opinião da sociedade. O Brasil adotou o
pluripartidarismo como forma de organização política,
como consta expressamente do art. 1º, V, da
Constituição Federal.
g) Funções dos partidos políticos
Os partidos políticos têm por objetivos a divulgação de
ideias e a conquista do poder político. Dentro desse
contexto, compete aos partidos de situação, além de
propagar e implantar as ideias constantes do estatuto
do partido, dar sustentação política ao governo no
Parlamento, aprovando seus projetos. Aos partidos de
oposição, além da propagação de ideias e da luta pela
conquista do poder político, compete a fiscalização dos
atos do governo, bem como a formulação de políticas
alternativas.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Assinale a alternativa que apresenta a definição de
partido político em coerência com a Constituição
Federal.
a) Trata-se de uma associação criada para atuar na
vida política de um país, objetivando o ingresso dos
seus representantes filiados no poder para a execução
do seu programa de governo em benefício do povo,
sendo possível o recebimento de recursos financeiros
de entidade estrangeira.
b) Trata-se de uma organização de pessoas reunidas
em torno de um mesmo programa político com a
finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao
menos, de influenciar na gestão da coisa pública por
meio de críticas e oposição, com estrutura interna
necessariamente determinada em lei específica.
c) Caracteriza-se como uma organização visando
mobilizar indivíduos numa ação coletiva conduzida
contra outros, paralelamente mobilizados, a fim de
alcançar, sozinhos ou em coalisão, o exercício das
funções de governo, com caráter paramilitar.
d) Consiste em uma pessoa jurídica de direito privado,
que adquire personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral e
presta contas à Justiça Eleitoral. Ao formar coligação,
exige-se a obrigatoriedade da sua verticalização, ou
seja, da vinculação entre os partidos das candidaturas
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.
e) É uma forma de agremiação de um grupo social que
se propõe a organizar, coordenar e instrumentar a
vontade popular com o fim de assumir o poder para
realizar seu programa de governo.
2) Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: ALESE Prova:
Técnico Legislativo - Taquigrafia
Consoante às disposições relativas aos partidos
políticos, a Constituição Federal estabelece:
a) Os partidos políticos, após adquirirem
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Supremo Tribunal Federal.
b) É assegurada aos partidos políticos autonomia para
definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento, devendo, no entanto, seus estatutos
estabelecer normas de disciplina partidária.
c) É livre a criação de partidos políticos de caráter
regional.
d) É permitido aos partidos políticos o recebimento de
recursos financeiros de entidade ou governo
Ensino de qualidade focado em concursos.
243
estrangeiros, desde que prestem contas ao Tribunal
Superior Eleitoral, na forma da lei.
e) É permitida a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
3) Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRE-TO Prova:
Técnico Judiciário - Área Administrativa
Os partidos políticos
a) são pessoas jurídicas de direito privado.
b) dependem de autorização do Congresso Nacional
para estruturar seu funcionamento.
c) podem ministrar instrução militar ou paramilitar.
d) adquirem personalidade jurídica com o registro do
estatuto social no TSE.
e) devem submeter sua estrutura interna para
aprovação do TSE.
4) Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TRT - 24ª REGIÃO
(MS) Prova: Técnico Judiciário - Área Administrativa
A Constituição Federal assegura aos Partidos Políticos
a) recursos do fundo partidário limitado a cinco vezes
a participação do partido político no Congresso
Nacional, bem como o acesso oneroso ao rádio e à
televisão.
b) autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios
de escolha e o regime de suas coligações eleitorais,
com obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal.
c) autonomia para criação de partidos políticos, sendo
que após adquirirem personalidade jurídica, na forma
da lei civil, registrarão seus estatutos no Supremo
Tribunal Federal.
d) autonomia para criação de partidos políticos, sendo
que após adquirirem personalidade jurídica, na forma
da lei civil, registrarão seus estatutos no Congresso
Nacional.
e) a livre criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional,
o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana, observados
preceitos constitucionais, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
5) Ano: 2012 Banca: IPAD Órgão: PC-AC Prova:
Agente de Polícia Civil
Sobre o regramento constitucional relativo aos partidos
poiiticos, analise as seguintes opções e marque a
assertiva correta.
a) É possivel a criação de partido político que limite
sua abrangência apenas a determinado Estado da
federação.
b) É vedado aos partidos poiiticos o recebimento de
recursos financeiros de entidades estrangeiras.
c) Para o funcionamento de partido político é
necessário apenas seu registro junto ao Cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas.
d) Considerando que na lógica do regime democrático
está implícita a soberania dos partidos poiiticos, é
correto afirmar-se que é dispensável a estes a
prestação de contas a qualquer órgão.
e) A Constituição Federal possibilita aos partidos
poiiticos utilizarem organização de caráter paramilitar.
6) Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: TRE-CE Prova:
Técnico Judiciário - Área Administrativa
Determinado partido político deseja se utilizar de
organização paramilitar no combate ao nepotismo e à
corrupção, cuja utilização, segundo a Constituição
Federal, é
a) lícita, mediante prévia consulta popular através de
plebiscito.
b) lícita, mediante prévio registro no Superior Tribunal
Eleitoral.
c) lícita, mediante prévia autorização do Senado
Federal.
d) vedada.
e) lícita, mediante prévia autorização das Forças
Armadas.
Ensino de qualidade focado em concursos.
244
GABARITO
1 – E 3 – A 5 – B
2 – B 4 – E 6 – D
REMEDIOS E GARANTIAS
CONSTITUCIONAIS
Os remédios constitucionais são espécies de garantias
constitucionais que visam proteger determinados
direitos e até outras garantias fundamentais.
A nossa CF apresenta dois tipos de remédios
constitucionais:
a) Os remédios administrativos, que são o direito de
petição e o direito de certidão.
b) Os remédios judiciais, que são ações constitucionais,
Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de
Segurança, Mandado de Injunção e Ação Popular.
Direito de Petição e Certidões
“XXXIV – são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal;”
A CF assegura independentemente do pagamento de
taxas dois direitos: direito de petição e o de obtenção
de certidões.
O direito de petição é uma garantia dada aos
indivíduos para que eles possam, em interesse próprio
ou coletivo ou geral, realizar duas coisas:
a) levar ao conhecimento dos Poderes Públicos uma
situação de ilegalidade ou abuso de poder;
b) para defesa de direitos contra o próprio Estado.
Trata-se de um direito universal, na medida em que
qualquer pessoa pode utilizá-lo (nacional, estrangeira,
física ou jurídica), sem a necessidade de advogado.
O direito de certidão serve também para a defesa de
direitos. Contudo, sua finalidade é para esclarecimento
de situações de interesse pessoal do requerente.
Dessa forma, não seria possível, como regra, o
requerimento de certidão a respeito de terceiros.
Para que se tenha o direito à certidão, não se exige a
demonstração da finalidade específica do pedido.
Caso os direitos de petição ou de certidão sejam
violados, por ilegalidade ou abuso de poder, o remédio
constitucional cabível é o Mandado de Segurança.
Habeas Corpus
É o remédio constitucional que visa proteger a
liberdade de locomoção. Vejamos o que diz o texto
constitucional:
LXVIII – conceder-se-á “habeas corpus” sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder;
O habeas corpus é utilizado para proteger a liberdade
de locomoção, ou seja, o direito de ir, vir ou
permanecer, em decorrência de ato de ilegalidade ou
abuso de poder. É possível ainda o HC na hipótese de
ameaça indireta, reflexa, potencial a liberdade de
locomoção.
Natureza da Ação: o HC é uma ação de natureza
penal, de procedimento especial.
Existem dois tipos de habeas corpus:
• Habeas corpus preventivo (salvo-conduto) é aquele
utilizado para prevenir a violência ou coação à
liberdade de locomoção.
• Habeas corpus repressivo (liberatório) é utilizado para
reprimir a violência ou coação à liberdade de
locomoção, ou seja, é utilizado quando a restrição da
liberdade de locomoção já ocorreu.
Convém perceber que não se trata de qualquer tipo de
restrição à liberdade de locomoção que caberá o
remédio, mas apenas aquelas cometidas com
ilegalidade ou abuso de poder.
Ensino de qualidade focado em concursos.
245
Nas relações processuais que envolvem a utilização do
habeas corpus, é possível identificar a participação de
três figurantes:
• IMPETRANTE – O impetrante é a pessoa que impetra
a ação. Quem entra com a ação é quem tem
legitimidade ATIVA. A titularidade desta ferramenta é
Universal, pois qualquer pessoa pode impetrar o HC.
Não precisa sequer de advogado. Sua possibilidade é
tão ampla que não precisa possuir capacidade civil,
política, de idade, profissão, estado mental ou mesmo
qualquer formalidade, pode ser inclusive impetrado por
analfabeto, nesse caso o HC será assinado a rogo. É
possível a impetração em proveito próprio ou de
terceiros (habeas corpus de terceiro). Este remédio é
desprovido de condições que impeçam sua utilização
forma mais ampla possível. Poderá impetrar esta ação
tanto uma pessoa física quanto jurídica, desde que a
pessoa jurídica impetre HC em favor de uma pessoa
física.
O que não se admite é a impetração apócrifa, uma vez
que a CF veda o anonimato, sendo também proibida a
impetração em língua estrangeira, em respeito ao artigo
13 da CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da
República Federativa do Brasil.
» Paciente – pode ou não ser o impetrante e é quem
está doente, e a doença aqui é a restrição ou ameaça
de restringir a liberdade de locomoção. Ele será o
beneficiário do habeas corpus. Só pode ser paciente
uma pessoa física, pessoa jurídica não pode ser
paciente de habeas corpus, pois a liberdade de
locomoção é um direito incompatível com sua natureza
jurídica.
» Autoridade Coatora – é quem restringiu ou está
ameaçando de restringir a liberdade de locomoção de
alguém por ilegalidade ou abuso de poder. Poderá ser
tanto um ente privado quanto uma autoridade pública.
Outra questão interessante que está prevista na
Constituição é a gratuidade desta ação:
LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas corpus” e
“habeas data”, e, na forma da lei, os atos necessários
ao exercício da cidadania.
A Constituição proíbe a utilização deste remédio
constitucional em relação às punições disciplinares
militares. É o que prevê o artigo 142, § 2º:
§ 2º – Não caberá “habeas corpus” em relação a
punições disciplinares militares.
Contudo, o STF tem admitido o remédio quando
impetrado por razões de ilegalidade da prisão militar.
Quanto ao mérito da prisão, deve-se aceitar a vedação
Constitucional, mas em relação à legalidade da prisão,
prevalece o entendimento de que o remédio seria
possível.
Também não cabe habeas corpus em relação às penas
pecuniárias, multas, advertências ou, ainda, nos
processos administrativos disciplinares e no processo
de Impeachment. Nestes casos o não cabimento deve-
se ao fato de que as medidas não visam restringir a
liberdade de locomoção.
Por outro lado, a jurisprudência tem admitido o
cabimento para impugnar inserção de provas ilícitas no
processo ou quando houver excesso de prazo na
instrução processual penal.
Por último, cabe ressaltar que o magistrado poderá
concedê-lo de ofício. Conforme entendeu o STF “a
jurisprudência desta corte tem admitido que se conceda
habeas corpus de ofício, ainda quando o pedido
originário não possa ser conhecido.” (RT 650/331)
Habeas Data
O habeas data cuja previsão está no inciso LXXII do
artigo 5º tem como objetivo proteger a Liberdade de
informação do indivíduo:
LXXII – conceder-se-á “habeas data”:
“para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público” ou “para a
retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo”.
O HD é cabível em três hipóteses, sendo as duas
primeiras previstas expressamente na CF e a terceira
prevista na Lei 9.507/972 que é a lei que regulamenta
o HD, vejamos:
• para conhecer a informação;
• para retificar a informação;
• para anotação (inserir informações) nos
assentamentos do interessado, de contestação ou
explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que
esteja sob pendência judicial ou amigável.
Ensino de qualidade focado em concursos.
246
Lei 9507/97 Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
I – para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro
ou banco de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
II – para a retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
III – para a anotação nos assentamentos do
interessado, de contestação ou explicação sobre dado
verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência
judicial ou amigável.
Ex.: um contribuinte que queira obter informações
fiscais suas em poder de órgãos de arrecadação
tributária e tiver negadas essas informações poderá
impetrar HD.
Natureza da Ação: o HD é uma ação de natureza civil,
de rito sumário.
Sujeitos da Ação:
• Impetrante: qualquer pessoa física ou jurídica,
nacional ou estrangeira, poderá impetrar HD. Contudo,
é importante ressaltar que só caberá o remédio em
relação às informações do próprio impetrante, dai o
caráter personalíssimo dessa ação.
• Impetrado: entidade pública ou privada, contudo, o
banco de dados deve ser de caráter público. Ex.:
Serviço de Proteção ao Crédito – SPC é uma empresa
privada, mas pode ser ré em uma ação de HD, pois as
informações constantes de seus registros, de seus
bancos de dados, possuem caráter público.
O HD só é cabível diante na negativa (recusa) da
autoridade administrativa de fornecimento, retificação
ou anotação (explicação) das informações solicitadas.
Ação é gratuita, mas exige advogado.
LXXVII – são gratuitas as ações de “habeas corpus” e
“habeas data”, e, na forma da lei, os atos necessários
ao exercício da cidadania.
A respeito do HD é importante conhecer o
entendimento da jurisprudência sobre as hipóteses de
NÃO CABIMENTO do habeas data. Vejamos algumas
delas:
• O habeas data não se confunde com o direito de obter
CERTIDÕES; havendo recusa em fornecer certidões
para a defesa de direitos ou situações de interesse
pessoal, próprio ou de terceiros, ou mera informações
de terceiros, a via adequada é o mandado de
segurança.
• Não é cabível o habeas data para se obter vista ou
cópia de processo administrativo.
• Não é cabível para sustar publicação feita em sítios
eletrônicos (na internet).
Ação Popular
A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada
como espécie de exercício direto dos direitos políticos,
é dizer, o seu exercício é exemplo de democracia
direta. Por isso que só poderá ser utilizada por
cidadãos. Vejamos o que diz o inciso LXXIII do artigo
5º:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;
Autor: qualquer CIDADÃO – entende-se por cidadão
aquele que detenha a capacidade eleitoral ativa, ou
seja, o indivíduo que possa votar. Convém lembrar que
a capacidade eleitoral ativa pode ser exercida a partir
dos 16 anos. Dessa forma, pessoas jurídicas, MP,
estrangeiros não podem interpor Ação Popular.
Réu: pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas;
autoridades, funcionários, administradores e
beneficiários diretos do ato lesivo.
Objeto:
A Ação Popular serve para ANULAR ato ou contrato
administrativo que seja lesivo:
• ao patrimônio: público, histórico ou cultural;
• à moralidade administrativa;
• ao meio ambiente.
Dessa forma a Ação Popular não serve para defesa de
direitos individuais e sim de natureza coletiva, como
concretizador do princípio republicano que impõe ao
administrador público o dever de prestar contas a
respeito da gestão da coisa pública.
Ensino de qualidade focado em concursos.
247
Outro ponto relevante é que não precisa comprovar o
prejuízo aos cofres públicos para propor Ação Popular.
A Ação pode ser interposta de forma preventiva, antes
da prática do ato ilegal ou imoral, ou repressive após a
ocorrência do ato lesivo.
• O Ministério Público não pode ajuizar Ação Popular,
uma vez que essa prerrogativa é apenas do cidadão.
Contudo, caso haja omissão ou abandono da ação pelo
autor, o MP poderá substituir o autor na ação. No mais,
o MP atua na Ação Popular apenas como fiscal da lei.
• Gratuidade para o Autor. A CF isenta o autor da Ação
Popular de pagar custas judiciais ou ônus da
sucumbência, salvos se tiver de má-fé. Essa gratuidade
é apenas para o Autor, e não para o Réu.
• O foro por prerrogativa de função não alcança a Ação
Popular, dessa forma, não existe competência
originária para o julgamento de Ação Popular6. Por
exemplo: uma Ação Popular contra o Presidente da
República não deverá ser ajuizada perante o STF, e sim
perante o juiz singular.
Além da previsão constitucional, esta ação encontra-se
regulamentada pela Lei 4.717/65.
Mandado de Segurança
A CF prevê no art. 5º, LXIX:
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por
“habeas corpus” ou “habeas data”, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;
Natureza da Ação: o MS é uma ação de natureza civil,
de rito sumário especial. Destaca-se que o caráter civil
da Ação não impede que seja impetrado MS contra ato
de juiz em processo penal.
Como se pode ver, o mandado de segurança será
cabível para proteger DIREITO LÍQUIDO E CERTO,
que é aquele em que os fatos alegados são
comprováveis de plano, as provas devem ser pré-
constituídas, pois no MS não existe dilação probatória,
fase de instrução processual. Ex.: no MS não será
possível ouvir testemunhas nem produzir perícia no
curso do processo.
Cumpre observar que é possível a existência de
controvérsia de matéria de direito, mas os fatos devem
ser comprováveis de imediato.
O cabimento do MS só é possível também se o direito
não estiver amparado por habeas corpus ou habeas
data, ou seja, nem toda violação a direito líquido e certo
será discutida por meio de MS, somente sendo cabível
quando não for protegido por outros remédios
constitucionais. Este é o chamado caráter residual,
subsidiário do mandado de segurança.
O texto constitucional exigiu também para a utilização
desta ferramenta, a ilegalidade e o abuso de poder
praticado por autoridade pública ou privada, desde que
esteja no exercício de atribuições do poder público. Ou
seja, o ato impugnado por meio de MS
necessariamente precisa ser um ATO DE
AUTORIDADE, entendido como qualquer manifestação
ou omissão do Poder Público ou de agente no exercício
de atribuições do Poder Público.
O mandando de segurança poderá ser repressivo,
quando a ilegalidade já tiver sido cometida, ou
preventivo, quando o impetrante demonstrar justo
receio de sofrer violação de direito líquido e certo por
parte da autoridade impetrada.
O mandado de segurança possui prazo decadencial
(que não se interrompe e não se suspende) para ser
utilizado de 120 dias, a contar da data em que o
interessado teve conhecimento oficial do ato a ser
impugnado.
O impetrante pode desistir do MS a qualquer tempo,
independentemente do consentimento do impetrado,
mesmo que já tenha sido proferida decisão de mérito,
desde que a decisão ainda não tenha transitado em
julgado.
A CF ainda trata do MANDADO DE SEGURANÇA
COLETIVO, que é remédio constitucional para defesa
de direitos coletivos e individuais homogêneos:
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados;
Ensino de qualidade focado em concursos.
248
Observadas as regras do mandado de segurança
individual, o mandado de segurança coletivo possui
alguns requisitos que lhe são peculiares: os legitimados
para a propositura.
São legitimados para propor o mandado de segurança
coletivo:
• Partidos Políticos com representação no Congresso
Nacional – para se ter representação no Congresso
Nacional basta um membro em qualquer uma das
Casas.
• Organização sindical1.
• Entidade de classe.
• Associação desde que legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano.
Deve-se observar que o requisito de um ano de
constituição e funcionamento só se aplica às
associações.
Os Partidos Partidos podem defender direitos relativos
a seus integrantes ou relacionados à finalidade
partidária, enquanto que os demais podem defender
direitos dos seus membros ou associados, desde que
pertinentes às finalidades da entidade. Ademais, não
precisa ser um direito de todos os seus membros,
podendo ser um direito de parte dos membros da
entidade.
A perda superveniente da representação no Congresso
Nacional não implica a extinção do mandado de
segurança.
No MS Coletivo os legitimados atuam como substitutos
processuais, buscando interesses de seus filiados em
nome próprio. Por esse motivo os legitimados não
precisam de autorização expressa dos seus filiados.
Mandado de Injunção
O mandado de injunção é uma garantia que visa
assegurar o exercício de direitos e Liberdade
constitucionais que ficam inviabilizados pela ausência
de regulamentação. Vejamos o que diz a Constituição:
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania;
O seu objetivo é suprir a omissão legislativa que impede
o exercício de direitos fundamentais. Algumas normas
constitucionais para que produzam efeitos dependem
da edição de outras normas infraconstitucionais. Estas
normas são conhecidas por sua eficácia como normas
de eficácia limitada. O mandado de injunção visa
corrigir a ineficácia das normas com eficácia limitada.
Dessa forma, verifica-se que é possível a violação da
CF pela omissão legislativa, pela inércia; essa é a
chamada violação negativa do texto constitucional.
A Lei nº 13.300/2016 disciplinou o processo e
julgamento do mandado de injunção individual e
coletivo.
O mandado de injunção individual pode ser
impetrado por pessoas naturais ou jurídicas que se
afirmam titulares de direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania, cujo exercício
seja inviabilizado pela ausência da norma
regulamentadora. (Lei 13.300/2016, art. 3º).
Pessoas jurídicas de direito público, apesar de serem
titulares de garantias fundamentais, não possuem
legitimidade para impetração de mandado de injunção.
O objeto da ação é a omissão legislativa
inconstitucional, ou seja, a mora inconstitucional, que
só se caracteriza após o decurso razoável de tempo
para a edição da norma. O mandado de injunção não é
via adequada para impugnar a constitucionalidade de
norma regulamentadora ou sanar lacuna normativa de
período anterior à sua edição.
Assim, podemos esquematizar três requisitos para o
ajuizamento de mandado de injunção:
• falta de norma regulamentadora;
• inviabilização de um direitos ou liberdade
constitucional ou de prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
• decurso de prazo razoável para a elaboração da
norma regulamentadora.
O mandado de injunção coletivo tem por finalidade
proteger direitos, liberdades e prerrogativas
pertencentes, indistintamente, a uma coletividade
indeterminada de pessoas ou determinada por grupo,
classe ou categoria.
A legitimidade para impetração, antes conferida, por
analogia, aos mesmos legitimados do mandado de
Ensino de qualidade focado em concursos.
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segurança coletivo (CF, art. 5.º, LXX), foi ampliada pelo
artigo 12 da Lei nº 13.300/2016.
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser
promovido:
I – pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for
especialmente relevante para a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático ou dos interesses
sociais ou individuais indisponíveis;
II – por partido político com representação no
Congresso Nacional, para assegurar o exercício de
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes
ou relacionados com a finalidade partidária;
III – por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento
há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício
de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da
totalidade ou de parte de seus membros ou associados,
na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a
suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização
especial;
IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida
for especialmente relevante para a promoção dos
direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e
coletivos dos necessitados, na forma do inciso
LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as
prerrogativas protegidos por mandado de injunção
coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma
coletividade indeterminada de pessoas ou determinada
por grupo, classe ou categoria.
Os partidos políticos com representação no Congresso
Nacional podem promover a ação para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados à finalidade partidária.
No caso das organizações sindicais, entidades de
classe e associações legalmente constituídas e em
funcionamento há pelo menos um ano, a lei adotou as
orientações já sedimentadas na jurisprudência do
Supremo. A impetração é permitida para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em
favor da totalidade ou de parte dos membros ou
associados, na forma dos respectivos estatutos. Exige-
se pertinência com as finalidades da pessoa jurídica.
Por se tratar de legitimação extraordinária, substituição
processual, não precisa de autorização especial.
A inovação ficou por conta da legitimidade conferida à
Defensoria Pública para promoção dos direitos
humanos e defesa dos direitos individuais e coletivos
dos necessitados, e ao Ministério Público quando a
tutela requerida for especialmente relevante para a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou
Quanto aos efeitos do Mandado de Injunção podemos
destacar as seguintes teorias:
A Lei 13.300/2016 finalmente adotou a TEORIA
CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA, por meio da qual o
julgador deve primeiramente comunicar a omissão ao
órgão competente para a elaboração da norma, fixando
prazo para o seu cumprimento e, após, caso não tenha
sido cumprido o determinado, o direito seria exercido
nos termos a serem fixados pela decisão judicial:
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será
deferida a injunção para:
I – determinar prazo razoável para que o impetrado
promova a edição da norma regulamentadora;
II – estabelecer as condições em que se dará o
exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado promover ação
Ensino de qualidade focado em concursos.
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própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a
mora legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a
que se refere o inciso I do caput quando comprovado
que o impetrado deixou de atender, em mandado de
injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição
da norma.
Ainda quanto aos efeitos da decisão do MI, o artigo 9º
adotou como regra a TEORIA CONCRETISTA
INDIVIDUAL, com aplicação dos efeitos inter partes,
porém, com a possibilidade de aplicação de efeitos ultra
partes ou erga omnes, ou seja, podendo ser adotada a
TEORIA CONCRETISTA GERAL.
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às
partes e produzirá efeitos até o advento da norma
regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga
omnes à decisão, quando isso for inerente ou
indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou
da prerrogativa objeto da impetração.
• Efeito inter partes é o efeito da decisão apenas para
as partes integrantes do litígio.
• Efeito ultra partes é o efeito da decisão para um grupo,
categoria ou classe de pessoas determinadas,
por exemplo, uma associação ou sindicato.
• Efeito erga omnes é o efeito da decisão para todos.
QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES
1) Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Sobre os Remédios constitucionais previstos na
Constituição Federal, analise os itens a seguir:
I. O Habeas Corpus é cabível para proteger o direito de
ir e vir, ou seja, de circulação de mercadoria nacional.
II. O Mandado de Segurança é cabível, para proteger
direito não amparado por habeas corpus ou habeas
data, dentre outros requisitos.
III. O Mandado de Injunção é cabível, sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania.
IV. A ação popular pode ser proposta por um único
cidadão.
Está(ão) CORRETA(S)
a) II, III e IV, somente.
b) II e III, somente.
c) I, somente.
d) I, III e IV, somente.
e) I, II, III e IV.
2) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Quando a falta de norma regulamentadora de uma
previsão constitucional inviabilizar o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania,
pode o prejudicado ingressar em juízo com um
a) Mandado de Segurança.
b) Mandado de Segurança Coletivo.
c) Mandado de Injunção
d) “Habeas Data”.
e) “Habeas Corpus”.
3) Ano: 2012 Banca: CESPE Órgão: PM-AL Prova:
Soldado da Polícia Militar
A garantia constitucional que protege o cidadão cuja
liberdade de ir e vir seja cerceada por ato administrativo
praticado sem a devida observância do princípio da
legalidade é
a) o mandado de segurança.
b) a ação popular.
c) o pedido de liminar.
d) a antecipação de tutela.
e) o habeas corpus.
4) Ano: 2009 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: PM-PE
Prova: Soldado da Polícia Militar
Aquele que estiver na iminência de sofrer coação ao
seu direito de inscrever-se em um concurso público, por
questões alusivas à cor da sua pele
Ensino de qualidade focado em concursos.
251
a) não poderá participar do concurso, tendo em vista
a restrição do edital.
b) poderá impetrar “habeas data” e assegurar o seu
direito de participar do concurso.
c) poderá impetrar mandado de segurança, pleiteando
sanar a ilegalidade do edital e assegurar a sua
participação no concurso.
d) poderá ingressar em juízo com “habeas corpus” e
participar do concurso.
e) terá como única alternativa ingressar com
representação perante o Ministério Público, o qual
proporá ação popular atinente à matéria.
5) Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: SJCDH-BA Prova:
Agente Penitenciário
Possui legitimidade para o ajuizamento da Ação
Popular:
a) o cidadão brasileiro e as pessoas jurídicas.
b) o cidadão brasileiro e os estrangeiros com
residência fixa no país.
c) o cidadão brasileiro, nato ou naturalizado.
d) somente o cidadão brasileiro nato.
e) o cidadão brasileiro e o Ministério Público.
6) Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: SEJUS-ES
Prova: Agente de Escolta e Vigilância Penitenciário
De acordo com a Constituição Federal de 1988,
a) são gratuitas as ações de mandados de injunção.
b) é garantida a todas as pessoas a gratuidade da
certidão de casamento.
c) são gratuitas, nos termos da lei, as ações de habeas
corpus.
d) é garantida a todas as pessoas a gratuidade do
registro civil de nascimento.
e) são gratuitas as ações de mandados de segurança.
7) Ano: 2013 Banca: Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ
Órgão: SMA-RJ Prova: Agente de Fazenda
Segundo texto expresso da Constituição Federal, a
todos é assegurado, independentemente do
pagamento de taxas:
a) a atuação da polícia administrativa
b) o ajuizamento de ação
c) o direito de petição
d) o recolhimento de lixo domiciliar
8) no: 2016 Banca: FCC Órgão: AL-MS Prova: Agente
de Apoio Legislativo
Sobre os remédios constitucionais, a Constituição
Federal estabelece que
a) qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.
b) o habeas corpus somente pode ser impetrado
quando alguém sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção.
c) o mandado de segurança coletivo somente pode
ser impetrado por organização sindical, entidade de
classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos dois anos, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados.
d) será concedido habeas data para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante e de terceiros, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público.
e) será concedido mandado de injunção para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público.
GABARITO
1 – A 3 – E 5 – C 7 – C
2 – C 4 – C 6 – C 8 – A
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