estudos de sociologia
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|ESTUDOS DE SOCIOLOGIA
Daniel Sotelo
GOIANIA
JULHO 2011
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INDICE
I VIDA SOCIAL
1. Estudos Sociais
2. Divisão da Sociologia
3. A Sociologia como ciência social
4. Os fatos sociais
a- O fato social
b- Tipos de fatos sociais
c- Interação social
c.1. Cooperação social
c.2. Competição
c.3. Conflitos sociais
c.4. Acomodação social
5. Herança social
a- Condições da vida social
b- Herança social
c- O meio físico
d- Meio social
I. GRUPOS E INSTITUIÇÕES SOCIAIS
II. O HOMEM NOS MODOS DE PRODUÇÃO
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EPÍGRAFES
“Quem educará nossos Educadores? É preciso que eles se eduquem a si
mesmos...” (Edgard Morin, 1999, p 35).
“Quando perdemos o direito de ser diferentes, perdemos o privilegio de ser
livres” (C. E. Hughes).
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INTRODUÇÃO
A sociologia é uma ciência muito recente, mas o estudo do homem em
sociedade é antigo. A sociologia somente como ciência começa no século XVII
com Augusto Comte. Mas as ciências são bem antigas começando na antiguidade
e temos notícias de que ela inicia ante de Cristo no século XII a.C. As ciências
eram: a astronomia, a astrologia, a medicina, a álgebra, a alquimia. O homem só
começa a ser estudado com o advento da Filosofia Grega, com Aristóteles o pai
da Antropologia e com o iluminismo Grego no século VI a.C. As ciências tiveram
origem nestes locais e assim dividimos esta parte da seguinte forma:
- As ciências na Mesopotâmia.
- As ciências na Grécia Antiga.
- As Ciências e a Sociologia.
1 O COMEÇO DE TUDO
As ciências começaram na Antiguidade com as descobertas do pensamento do
homem. Os primeiros cientistas perguntavam por vários motivos de como surgiram
as coisas. A grande questão por sinal era: o que é o Homem. Muitas coisas foram
descobertas. Mas a pergunta pelo próprio homem nunca foi bem entendida. O
berço destas questões é: A Mesopotâmia, Egito, Oriente Médio, Grécia. Nestes
locais surgiram as ciências que conhecemos hoje na atualidade. Mas para chegar
até aí demorou séculos e milênios de: observação, pesquisa, questões, perguntas,
dúvidas, etc. As ciências começaram desta forma.
No século VI a.C. iniciou-se uma nova era na pesquisa moderna. Surge então
a ciência grega. Os gregos são os inventores de todas as ciências que
conhecemos atualmente. Platão, Sócrates e Aristóteles são os pais deste novo
movimento. Antes deles teve um movimento filosófico denominado de atomistas:
eles perguntaram sobre a essência do homem e descobriram o átomo, e depois as
ciências foram surgindo conforme as descobertas novas das novas questões.
As ciências criadas inicialmente foram:
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- Astronomia;
- Astrologia;
- Aritmética;
- Medicina;
- Alquimia;
- Filosofia.
A Filosofia começa a se distinguir com os gregos. E foi denominada de
iluminismo Grego a grande descoberta das ciências modernas por este povo que
pensava, duvidava, questionava, e descobria tudo o que os preocupava.
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CAPÍTULO I A VIDA SOCIAL
1 ESTUDOS SOCIAIS
A importância dos estudos sociais é de vital importância para o homem
compreender a si mesmo e compreender a sua vida em sociedade. A sociologia é
importante para entender não só o homem, mas também para compreender todo
tipo de conhecimento. A sociedade, os grupos sociais são importantes como o
conhecimento da física, etc. para a sobrevivência do homem.
O nosso mundo atravessa por varias crises, como o homem é feito de
crises:
Crise... Krinein é uma palavra que vem do grego e significa juízo.
...Tem o sentido de crisol, processo para depurar o ouro.
...Todo homem passa por crise para crescer.
A vida é feita de crises e transformações, os problemas sociais e espirituais
sempre estão de conformidade com os modos e organizações sociais e com
relação à vida individual ou de grupos. O homem é feliz ou infeliz e isto ocorre e
serve para mudar a vida coletiva ou individual.
A família influi e em muito nas relações; a educação contribui para as crianças,
adolescentes e os adultos terem uma vida melhor. A economia influi para que o
trabalho, a sociedade e os grupos sociais tenham bens, trabalhos, remuneração
para atender as suas necessidades garantidas para cada um. A política e se
funcionamento é vital para a compreensão do homem na sociedade.
Resumo:
- crise,
- transformações,
- felicidade,
- bens,
- família,
- educação,
- economia,
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- política.
Tudo isto conhecemos através do senso comum, pela tradição, pelos
sentidos, e assim por diante. Muitas questões sociais são solucionadas pelo senso
comum, e pela tradição. Mas isto pode ser falho, pois o homem é falho. E existem
formas sociais complexas. Às vezes queremos resolver problemas sociais pela
simplicidade e conseguimos piorar as coisas. Porem, quando chegamos a fatos
complexos, aí usar a ciência para termos soluções concretas e objetivas.
- senso comum,
- tradição,
- sentidos,
- ciência.
Os fenômenos sociais são interpretados pelas formas particulares. A
ciência social não pode ter esta formula ou atividade de interpretação. Não pode
estabelecer relações simples de causa e de efeito, porque tem interdependência e
complexidade dos fenômenos sociais. O homem simples vê nos momentos de
preço a tomada das medidas do governo como medidas econômicas ou medidas
políticas. O economista vê nisto apenas um acontecimento de ajuste ou reajuste
da economia.
- particular,
- causa,
- efeito,
- interdependência,
- complexidade,
- economia,
- política,
- governo.
A tradição vê as transformações sociais como fatos, causas sociais lentas e
não perceptíveis. As praticas da vida de cada individuo é suficiente para que os
grupos sociais orientem as velhas gerações e se dirijam às novas gerações. A
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sociedade é dinâmica e as gerações mudam como os fatos sociais mudam e a
tradição não pode mais ser usada para medir a sociedade.
- tradição,
- transformações sociais,
- dinâmica social,
- fatos sociais.
Definição:
A sociologia é o estudo da sociedade e dos grupos sociais. A importância da
sociologia não é apenas estudar a sociedade. Ela ajuda a conhecer melhor, a
impulsionar as ações. Ela nos livra de preconceitos e nos dá um espírito critico da
sociedade. A sociologia ajuda a entender e rejeitar a demagogia dos políticos e
economistas de má fé. Ela critica os salvadores da pátria, os novos messias que
acham que vão salvar a humanidade.
2 COMO SURGIU A SOCIOLOGIA
A sociologia adveio de uma filosofia social. Na antiguidade existiu uma forma
de fazer ciência. Eles estavam preocupados em descobrir outras coisas, não
tinham pensado ainda as questões da vida social, do homem em sociedade, em
sua vida em comum. Somente Platão e Aristóteles se preocuparam com o homem,
como ele vivia, como deveria viver na polis (cidade), e na democracia grega
(demos - povo, e cracia - governo).
- Filosofia social,
- outras ciências,
- vida social,
- vida em comum,
- polis,
- democracia.
No século XVIII e XIX d.C. surge então a ciência social: a sociologia. Esta
sociologia vem de uma filosofia positivista e que queria estudar a sociedade de
uma forma mais científica (positivismo).
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3 A DIVISÃO DA SOCIOLOGIA
A ciência Sociologia em seu começo chamou-se de Física Social. E em
1839, Augusto Comte deu o nome de Sociologia. Palavra que vem do Latim socius
– sociedade e do Grego logia – estudo. Assim as criticas começaram sobre os
conceitos sociais. A sociologia como ciência da sociedade, ou a ciência que
estuda os fatos sociais. Ela no inicio foi duramente criticada. Os fatos sociais são
diversos, complexos e imensuráveis, estes precisam de varias ciências auxiliares
para completar o estudo social.
Esta sociologia ou filosofia social se preocupa com:
- a origem da sociedade,
- a natureza social,
- o homem,
- a vida social,
- a vida em comum,
- grupos sociais,
- a realidade social,
- o fato social em si,
- fenômenos sociais,
- o que é social.
Os filósofos e cientistas ajudam a sociologia. A ciência social aplicada e
normativa tem a preocupação com as normas sociais, as conquistas do homem, o
bem estar social. As disciplinas ou ciências que ajudam ou auxiliam a sociologia
são:
A. As disciplinas sociais filosóficas são:
- filosofia social,
- historia.
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B. As disciplinas sociais e cientificas são:
- geografia,
- antropologia,
- economia,
- política,
- etnologia,
- demografia,
- psicologia.
C. As disciplinas sociais normativas e aplicadas são:
- serviço social,
- direito.
5 A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA SOCIAL
Ciência é o conhecimento elaborado e que tem etapas para se chegar a um
fim; conhece as causas e os efeitos imediatos dos fenômenos e que depois
elabora as leis. A Sociologia é a que elabora leis sociais, que tem princípios e
teorias. As leis sociais são validas para pouco espaço de tempos, pois se muda a
sociedade e assim as leis também mudam. Numa determinada época acontece
alguma coisa que em outra é diferente, um determinado grupo social estará mais
evidente.
- conhecer,
- etapas de pesquisa,
- leis,
- leis sociais,
- mudança social,
- grupo social evidente.
6 OS FATOS SOCIAIS
Introdução
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No século XIX e inicio do século XX a Sociologia estava começando como
ciência social. Ela se preocupava como demonstrar que o fato social era bem
especifico, não confundir com fenômenos de outras ciências. Os cientistas sociais
estavam delimitando as formas da sociologia: qual eram o campo e o objeto desta
nova ciência. Emile Durkheim e Gabriel Tarde iniciaram uma luta na nova
sociologia que foi denominada de realismo e nominalismo. Durkheim defendia a
idéia de consciência coletiva, que é diferente da soma das consciências
individuais.
Que existe uma realidade social, que não depende dos indivíduos que
fazem parte da sociedade. Isto diferencia o fato social dos fenômenos
psicológicos. Gabriel Tarde, por outro lado, afirmava que a sociedade é composta
de mentes individuais e que fazer qualquer reflexão sobre isto é inútil.
A teoria de Gabriel Tarde identifica o fato social com a soma dos
fenômenos individuais e que sua sociologia foi denominada de teoria aditiva da
sociedade. Ele fez uma construção teórica que transforma os fenômenos sociais a
fenômenos psicológicos.
- fato social.
- especifico.
- realismo.
- nominalismo.
- Durkheim.
- Tarde.
- Consciência coletiva.
- Consciência individual.
- Realidade social.
- Mentes individuais.
- Teoria aditiva da sociedade.
- transforma os fenômenos sociais.
- fenômenos psicológicos.
A O fato social
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O fato social pode ser objetivo e especifico e também coletivo e geral,
fenômeno de grupo social. O fato social é comum aos indivíduos de um grupo, ou
que pode ser também coletivo e universal, com características iguais. O fato social
é de forma transcendente, exterior e superior aos indivíduos de um grupo social. O
fato social ocorre mesmo que homens: nascem, crescem, morrem. Ao nascer já
tem grupos sociais e ao morrer os grupos sociais continuam.
Então o fato social é: objetivo, especifico, coletivo, superior e exterior ao
individuo (isto é, transcendência). Mas existem outros fatos sociais que são:
coação, e repetição. A sociedade exerce pressão sobre os indivíduos (Durkheim).
Deixamos de seguir padrões para os outros.
Aqui ocorre a sanção social.
- objetivo.
- especifico.
- coletivo.
- Superior.
- coação.
- repetição.
- padrões.
- sanção.
- imitação.
Para Gabriel Tarde não é a coação social que interfere nos grupos sociais e
sim a repetição ou a imitação.
B Tipos de fatos sociais
Augusto Comte classificou os fatos sociais baseando-se na Física:
- Grupos sociais estáticos: grupos e instituições sociais.
- Grupos dinâmicos: movimentos sociais e tendências sociais.
Emile Durkheim classifica de outra maneira:
- formas ou estruturas: grupos e instituições.
- funções ou atividades dos grupos.
Outros sociólogos classificam desta forma:
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- econômicos.
- familiares.
- jurídicos.
- políticos.
- morais.
- religiosos.
- artísticos.
A sociologia pode ser identificada pelo estudo da:
- cultura.
- personalidade.
- s sociais.
- interação social.
- mudança social.
- opinião publica.
- propaganda.
A sociologia trabalha com fatos sociológicos, analisa o processo, formas e
estruturas sociais (grupos e instituições). As alterações em sociologia são
denominadas de: mobilidade e mudança sociais. Estes são os fatos sociológicos
que diferem dos fatos sociais e estes são: grupos sociais, instituições sociais,
interação social, mobilidade social e mudanças sociais. Os fatos sociais são
numerosos e é um conjunto, objeto de pesquisa e de estudo de um grupo de
formas sociais.
C Interação Social
Introdução
O que é interação social. A vida social é composta de: pensar, emoções,
crenças, palavras, gostos, costumes. Tudo isto pode ser formas que provocam no
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outro ou no grupo, como: idéias, sentimentos e ações. As reações retornam para
quem provocou e assim por diante.
A estes modos e formas denominamos de: interação social; que é a ação
recíproca de provocações de idéias, sentimentos ou ações em pessoas ou grupos.
A interação ocorre entre pessoas e grupos. Pensar, agir, e sentir são artificiais
sozinhos; mas, juntos em pessoas ou em grupos são mais fortes. Agimos ao
ajudar um doente; sentimos ao vê-lo doente; pensamos a sua melhora ou piora.
Interação é aquela que muda o comportamento de pessoas ou de grupos das
quais fazem parte. A vida social é parte da interação Ela é parte da sociabilização
do homem e forma a personalidade.
Na interação social sempre existe o contato social entre grupos ou pessoas.
Não o contato físico, mas o contato cultural. As idéias de um escrito de um livro
podem nos impressionar. O contato é direto quando: no lar, na escola, no trabalho.
O contato indireto é da seguinte forma: cartas, livros, rádio, televisão, cinema,
futebol.
A interação social é um processo psicológico. A interação ocorre por vários
motivos: sugestão, imitação, simpatia E que ocorre por motivos sociais como:
cooperação, competição, conflito, acomodação, assimilação.
C.1 Cooperação Social
Nas várias formas de interação social a mais importante é a cooperação. Esta
forma mostra que a integração social se faz entre indivíduos que se reúnem para a
sobrevivência e para ao progresso dos vários grupos sociais.
A cooperação é um modo de integração e que várias pessoas diferentes ou
grupos sociais diferentes trabalham para que haja um fim comum. Este modo é
comum em todas as sociedades como luta pela vida como é na competição que
veremos mais adiante.
As cooperações vêm de dentro e de fora dos grupos. Mas a desagregação ou
desuniões quando os grupos lutam entre si; também ocorre acordos e
cooperações de forma sutil. Mas isto pode ter na cooperação: entendimentos,
acordos, conflitos ou competições.
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O modo mais comum de cooperação é o auxilio mutuo. Isto ocorre por que
indivíduos ou grupos sociais ajudam outros grupos de formas simples e
espontâneas. A ação conjunta é um modo de cooperação intensa. A ação pode
ser planejada e voluntária e com trabalho comum, que todos fazem o mesmo
trabalho: mutirão.
A divisão do trabalho social é o mais completo e importante de cooperação.
Isto mostra que cada indivíduo ou grupo faz um tipo de trabalho com um mesmo
fim. Estes grupos têm uma função social para obter a independência. A ajuda em
casas: o pai trabalha fora; a mãe trabalha em casa; a filha ou o filho trabalha para
ajudar a casa. Esta é uma forma de divisão de trabalho para a ajuda mútua.
C.2 Competição Social
Na sociedade atual o que mais existe é a competição social, no trabalho e
em todos os lugares da vida. Este modo é a luta pela vida social, há uma seleção
natural, é um processo mais comum na vida social. Sobrevive o mais forte ou o
mais esperto, ou o mais capaz. As pessoas mais capacitadas são os que têm mais
chance de vida.
A competição é inconsciente entre as pessoas e grupos sociais, isto é muito
freqüente em nossa sociedade. Serve para buscar a conquista de bens materiais:
alimentos, ouro, comida, conforto; e não materiais: empregos, afeto, carinho,
prestigio. A luta pela vida é inconscientes onde grupos e pessoas brigam e a
competição se torna rivalidade. O conflito está por acontecer.
A competição é importante porque faz o homem progredir e se desenvolver.
A competição tem valor e limita ou regula as forças sociais: o costume, tradição,
lei, e religião.
C.3 Conflitos Sociais
Quando se compete a luta por bens é grande. Mas no conflito para obter
uma posição social ou status social que determina uma posição social de uma
pessoa no grupo ou de um grupo maior. Neste modo elimina-se ou destrói o rival.
O conflito não é só a luta física (revolução, guerra, guerrilha urbana, lutas
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armadas) e a luta psicológica. O MST e outros grupos são grupos sociais de
conflito.
O conflito pode ser: intimo que é a luta interna de grupos sociais. Este modo
é o conflito psicológico e que o sociólogo tem o maior interesse para a análise e
seu interesse de pesquisa. Mesmo que este conflito passa ser mais individual do
que grupal. Os grupos sociais étnicos, religiosos, políticos e econômicos são os
que mais provocam estes tipos de conflito. Este em jogo o interesse, a competição
entre estes grupos.
C. 4 Acomodação Social
Este é o processo onde há o conflito freqüente e que tende a se acomodar.
As lutas, os rivais acabam um dia então há um ajuste social, acomoda-se e
retornam a conviver socialmente. O ajuste social ocorre naturalmente como
também o renascimento do conflito. A acomodação pode ocorrer por vários
motivos:
- coerção – um subjuga o outro pela força e impõe costumes, praticas, modos de
agir;
- acordo – este modo de acomodação ocorre de forma mais comum, um terceiro
grupo é o arbitro e a mediação ocorre naturalmente;
- conciliação – no conflito devem-se descobrir os interesses e coisas em comum
e conciliar para viver em paz.
C. 5 Assimilação social
A acomodação social provoca a assimilação. Esta assimilação ocorre de
um processo longo e duradouro. A assimilação é um modo de interação social dos
grupos que mudam as atitudes e concepções de vida. Ela muda a personalidade,
acomoda os conflitos. A assimilação também ocorre naturalmente e nem é notado:
exemplo do Brasil que tem muitos imigrantes dos cinco continentes. O cadinho
social e cultural ocorre com o tempo e as misturas de povos, culturas são
assimiladas naturalmente. A americanização do mundo é um modo de
assimilação.
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A assimilação pode ser das seguintes maneiras: completa quando ocorre por
longo período. A assimilação difícil quando acontecem nas diferenças físicas e
culturais, rotinas e preconceitos. Assimilação de elementos como aculturação,
conversão de fé em religiões. Tanto a acomodação social quanto a assimilação
são processos de ajuste social, e a adaptação.
5 Herança e meio Social
Estas são as formas que determinam a acomodação e a assimilação social.
Estes modos são condicionados pela Biologia: herança dos pais, das famílias,
tradições e os meios sociais.
A As Condições da vida social
Os fatores que condicionam a vida social são: herança biológica como fatores
internos e externos. Como: o meio ambiente físico ou geográfico; social ou cultural
e grupal. A herança social, a geografia, a cultura e o grupo social são importantes.
As junções da herança biológica com o grupo social, com a cultura e do meio
físico com a cultura com o grupo. Assim sendo a vida social é muito complicada de
ser analisada. A situação é como escolher a herança ou o meio social para
pesquisar em Sociologia. A forma que escolhermos vai determinar os resultados
da pesquisa.
B Herança social
A genética explica que a herança física algumas vezes determina a herança
social. A herança humana nem sempre determina o meio social e assim vice-
versa. Nem sempre a causa do banditismo é uma herança familiar, mas o meio
social ou que as crianças adotadas têm maiores probabilidades de serem
desajustadas. A hereditariedade, a genética nem sempre determinam os meios
sociais, a herança social ou problemas sociais.
C Meio físico
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O meio físico é importante, pois o homem tem que se adaptar ao meio em que
vive ou viverá. A geografia é importante: o continente Europeu frio e o Africano
quente. A mudança de ambiente físico provoca a adaptação. A forma em que o
homem vive e atuam no meio geográfico, as relações entre os homens e o meio
ambiente: o clima, o solo, os recursos naturais, a topografia influenciam os traços
culturais.
As culturas diversas, os traços culturais possibilitam o estudo cultural e social,
mas não determina a forma social. O meio social e físico não é determinado pelo
solo, clima, recursos naturais ou a topografia.
D Meio Social
A vida em comum dos homens nos variados grupos sociais, a cultura são
determinantes do meio social. A cultura é: artes, técnicas, ciência, filosofia da vida
social. O meio social é exatamente aquilo que o homem apreende das relações
sociais. O meio social é tudo aquilo que o homem adquire nas relações
intergrupais, intersociais. Tudo o que é transmitido por grupos, pela sociedade,
influencias culturais, familiares e tradições podem ser consideradas pelo meio
sociais.
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CAPÍTULO II GRUPOS E INSTITUIÇÕES SOCIAIS
1 VIDA EM ASSOCIAÇÃO
Os grandes filósofos da antiguidade, principalmente Aristóteles coloca que o
homem é somente homem quando vive em sociedade ou em comunidade. “O
homem é um animal da polis”. Ele é um animal político ou social. Ele vive na
cidade e que na política aprende a arte de governar.
A vida em comum começa na infância, e que com suas necessidades o
homem precisa de outro ser para viver e conviver. Isto é o que diferencia o homem
de outros animais. O ser humano é um ser gregário (vive junto), que vive em
grupos. O homem tem o modo grupal de viver, tem necessidade do outro e de
interesses sociais. As diferenças sociais ocorrem por motivos psicológicos. A
sociabilidade não está ligada à inteligência, mas pela necessidade de se agrupar.
As pessoas podem se reunir pela: inteligência, idéias, sentimentos, fins comuns e
aí formam os grupos sociais. As pessoas precisam de interação social e buscam
os mesmos objetivos.
A As Instituições Sociais
Os grupos sociais são imutáveis e estáveis. Os estáveis são chamados de
organizações. Os instáveis acabam muitas vezes como começam. Elas nascem
naturalmente e com o tempo, as normas não são codificadas por leis e regras. A
hierarquia de pessoas não estabelecidas modos rígidos. Outras instituições são
planejadas com consciência, hierarquia definida e normas estabelecidas. Estas
instituições são criadas por varias necessidades humanas.
Para que as necessidades fossem preservadas as instituições: família. A
família não é um grupo social. A família é regida pela consangüinidade e o grupo
por idéias. A instituição educação é a instituição que rege o conhecimento, os
padrões, as técnicas e cultura. A instituição econômica: a empresa, a propriedade.
A instituição religiosa: igrejas, cultas e rituais. Instituições governamentais: defesa
dos grupos e sociedade, estado, saúde, transporte, comunicação, recreação.
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Nas instituições há: pessoas, equipes, organizações, ritos, bens materiais, atitudes
e padrões de conduta, símbolos, códigos de regras.
A instituição social é uma organização que tem uma ou varias funções e
determinada estrutura.
B As Associações
A família, escola Igreja, empresa, estado são subdivididas em instituições
menores que são chamadas de associações. A associação pode ter vários
aspectos: escola, igreja, partido político.
C Sociedade e Comunidade
A sociedade é ampla, é um conjunto de pessoas, com certo grau de ordem,
que se reúne de varias formas e que constituem conjuntos de pessoas, com
ordem e organização. Ela se reúne de varias maneiras e com grupos diferentes.
Sociedade é o mesmo que o grupo maior e o grupo social são o menor. Os vários
grupos sociais formam a sociedade. Na geografia não confundir sociedade e
comunidade.
2 ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL
A O estrato social
A sociedade desenvolvida leva a uma forma de estratos sociais, ou seja, as
pessoas diferentes: um tem mais privilégios que os outros; mas tem mais
oportunidades que os outros e outros mais recursos que os demais; outros tem
mais chances em esportes, lazer e os outros tem mais limites de recursos
humanos ou financeiros. Uns usufruem mais que os outros as vantagens que
foram adquiridas.
As diferenças sociais dão idéia de que a sociedade pode ser compostas: de
camadas sociais, estratos e classes sociais. Podemos classificar a sociedade em:
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Classe Alta
Classe Média
Classe baixa
A classe baixa operaria e trabalhadoras são as mais desfavoráveis, mais
numerosas e cada vez mais em formação e desintegração. Mas dentro de cada
classe temos varias subclasses ou subcamadas ou diferentes níveis sociais.
Como exemplo, a classe Media temos: Media alta, Média - média e media baixa.
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Classe - Alta
Media
Media - alta
Média - média
Média - baixa
Baixa
A última classe, ou seja, a Média
Baixa bem perto da classe operária.
Outra forma de entender as classes sociais.
Classe Alta.
Alta Média
Média Baixa
Operários especializados
Operários não especializados
Indigentes
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A estratificação social é a divisão vertical da sociedade em vários níveis ou
camadas denominadas de classes ou castas sociais. A estratificação é a
acomodação social das classes sociais.
A As classes e Castas sociais
Classe social é um grupo sem ordem e organização, com uma estrutura
definida. A classe social é composta de pessoas que possuem a mesma posição
(status) social, que tem interesses comuns e atitudes iguais e com modos de vidas
idênticas.
A definição de status social é muito importante para que entendamos o
problema de classes e de castas sociais. Os indivíduos têm uma posição social
num determinado grupo a qual pertence, como o grupo está na sociedade em
relação aos demais grupos sociais. As posições sociais de um individuam é aquilo
que ele exerce como direitos e deveres dentro do grupo e da sociedade. A forma
de status social depende da conduta de cada um. Assim, o status ou função e o
papel na sociedade.
O status social é aquilo que ele possui dentro de uma classe social e o papel
que lhe corresponde nesta posição ou status social. Pertencer à classe por
nascimento ou por desenvolver suas habilidades e entrar em outras classes sócias
e então mudando sua posição social. Existem então classes abertas e fechadas.
As classes abertas são aquelas que se pode sair e entrar pelos movimentos
econômicos e posições sociais. As classes fechadas são denominadas de castas.
Uma antiga organização social na Índia que é o exemplo de classe fechada e
estruturada: Brâmanes – sacerdotes; cátrias – guerreiros; Vásias – agricultores e
comerciantes; Sudras – servos.
B Classes sociais e seus tipos
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Elas podem ter varias formas e por isso cada indivíduo pertence a um tipo de
classe social:
- atividade econômica e que muda de banqueiro ao mais humilde individuo;
- renda, aquilo que se produz e recebe por ano em salários;
- escolaridade mostra o aprendizado dos indivíduos que vai do nível universitário
ao semi-alfabetizado;
- residência – mansões, casebres e sem teto;
- recreação e cultura – participar de festas, espetáculos, teatro, cinema e lazer.
A família determina às vezes a classe social que o individuo participará. Tipo de
educação também determina a classe a ser atingida.
C Movimento social
Mobilidade social é a mudança, movimentos sociais de um individuam ou de um
grupo social de uma camada para outra. A mudança ocorre quando ele se move
de um para outro grupo, como grupo está condicionado pela geografia, como as
migrações por motivos políticos, ou por mudança de um país para outro, ou de um
bairro ou cidade para outra. A mobilidade social pode ser da seguinte maneira:
- horizontal – mudança dentro de classes ou de camadas sociais;
- vertical – sobe e desce de classes sociais ou camadas sociais. Da classe alta
para a classe baixa e vice-versa.
D Luta de classes
Os indivíduos e grupos sociais sempre estão em luta, desenvolve
consciência de classes, brigam para ultrapassar as vantagens e abolir os
privilégios, as camadas elevadas pisam nas camadas mais baixas. Assim, surgem
as lutas, os sindicatos são simples de consciência e luta de classes.
1 Os grupos Sociais
Conceitos de grupo social
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A definição de grupo social pode ser feita da seguinte forma: reunião de duas
ou mais pessoas que se integram e que agem em conjunto com o fim ultimo de
conseguir um objetivo comum ou um consenso:
- Reunião de pessoas;
- Interação das pessoas;
- Ação em conjunto;
- Objetivo comum.
Os que são partes de uma comunidade: os indivíduos e os membros de uma
sociedade, as pessoas. Os membros dos grupos são os sócios.
Somos ao mesmo tempo: indivíduos, pessoas e sócios. Os grupos
apresentam as características iguais aos fatos sociais:
- Os grupos são transcendentes em relação aos sócios que
os compõem; preexistem e sobrevivem. O sócio entra ou sai
e não afeta a forma do grupo.
- O grupo pressiona os sócios e gera um modo uniforme de
comportar de seus membros.
- O sócio se identifica com o grupo, surge então o espírito de
corporação ou de grupo, que busca a lealdade conforme as
normas e ideais do mesmo grupo. Isto provoca a
solidariedade e a cooperação entre os sócios.
Este último modo vem do etnocentrismo: atitude que favorece os padrões de
comportamento do grupo, o que os leva a agir e pensar dos grupos como certo e
errado; estranho ou conhecido. O nosso grupo é o centro de tudo: tudo gira em
torno do que ele estabelece. O modo de encarar os fatos, as concepções são
mudadas como erro, o absurdo, etc.
Classificações dos grupos
As classificações podem e devem ser variadas dos grupos:
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- Cooley fala de grupos primários e secundários. O contato é
direto, existe uma intimidade entre os sócios, família,
vizinhança e lazer. Os grupos secundários são os que
tiveram contatos indiretos, os grupos políticos e do governo,
e do estado. Grupos mistos são os tem contato direto ou
indireto com: escola e igreja.
- Summer classifica como grupo de inclusão e de exclusão:
pessoas estranhas, conhecidas de um grupo. A diferença
está ligada a um conflito, aos desajustes sociais e ao
dinamismo social: o marginal é o individuo que saiu do
grupo.
- Pierson resume o grupo da seguinte maneira:- A - Grupos importantes:
- Família e grupo de parentesco.
- Língua e etnia.
- Território e local: vizinho e rural, popular e urbano.
- B – Grupos históricos:
- Nacionalidades.
- Partidos políticos.
- Seitas.
- Trabalhistas.
- Gangs.
- C – Acomodação social.
- Classes.
- Castas.
- Profissões.
- Igrejas.
Este tipo de classificação predomina a cooperação, distingue os grupos de
conflito e de acomodação social.
- D – Os grupos são discutíveis.
26
- Grupos formais: associação.
- Grupos instáveis e estáveis.
- Grupos de sanção (tolerados) e não tolerados.
- Públicos e privados.
- Verticais e horizontais.
- Biológicos e sociais.
Este tipo de classificação leva em conta as formas sociais hoje existentes. Os
outros modos dependem do tipo de Sociologia que aplica forma de classificação.
4 INSTITUIÇÕES SOCIAIS
Introdução
A palavra “instituição” tem tantos significados populares que é difícil
defini-la concisamente. No uso popular “instituições” podem se referir a
organizações formais, como uma igreja, uma câmara legislativa ou uma
universidade, a um complexo cultural, como o casamento ou o futebol, a objetos
culturais, como o cachorro quente ou o aparelho de televisão, ou a um papel social
carregado de sentimentalidade, como o ferreiro de aldeia ou o professor do
interior. Mesmo dentro da literatura sociológica o termo aparece tanto como um
importante aglomerado de normas e valores, quanto como organizações ou
associações de longa escala, a cruz vermelha e o exército. A maioria dos
sociólogos atuais, todavia está definindo uma instituição em termos de um sistema
organizado de normas e relacionamentos sociais que personificam certos valores
e procedimentos comuns, os quais vão de encontro de necessidades básicas da
sociedade. Associações em sua distinção são grupos de pessoas organizadas
para um propósito particular.
A instituição consiste nas normas, valores, status, papéis e
relacionamentos que circundam uma atividade importante. A instituição da religião
inclui conjuntos de valores e normas comuns (doutrina, fé, devoção), grupos de
procedimentos comuns (adorações, rituais, cerimônias), papéis e status definidos
27
(leigo, clérigo, diácono, prosélito). A primeira igreja não é uma instituição, Ela é
uma associação de pessoas que partilham de uma determinada fé. O corpo de
crenças, valores, rituais e relacionamentos formam a instituição; os membros de
uma congregação ou denominação formam uma associação. Semelhante, a
instituição da família não é uma única família, porém, consiste nos valores,
normas e padrões familiares seguidos numa sociedade.
As instituições têm origem nos padrões que emergem quando as
pessoas vivem juntas. Ao se debaterem elas com problemas comuns, surgem
modos padronizados de comportamento, gradualmente, e normas e valores se
desenvolvem ao redor delas. Institucionalização é o processo pelo quais padrões
regulamentados são desenvolvidos e integrados na estrutura normativa de
sociedade. Por exemplo, as pessoas, na troca de mercadorias, desenvolvem
certos padrões e regras para tal intercâmbio. A troca direta é um tipo de padrão
institucionalizado por certo número de sociedades, com diferentes tribos ou grupos
reunindo-se a intervalos específicos e efetuando transações segundo regras e
tradições estabelecidas.
4.1 Papéis Institucionalizados
Dentro de cada instituição há status e papéis específicos. Na família
existem status de pais, filhos e vários parentes, com papéis apropriados para cada
status. Os papéis institucionalizados proporcionam padrões previsíveis de
comportamento, através dos quais as atividades podem ser executadas,
eficientemente e sem confusão, com fortes sanções para os desempenhos
adequados. Uma norma institucionalizada se origina como um meio prático de se
fazer algo; mas tais condições de sua origem são logo esquecidas, e a norma
institucionalizada adquire uma aura de sentido e eternidade que a protege de
crítica e da avaliação racional. Ninguém contesta a propriedade privada, a
maternidade, a bandeira, o futebol ou a feijoada, a não ser que estas instituições
estejam perdendo sua legitimidade. C Como disse Wilson, as instituições
fornecem “respostas congeladas para as questões fundamentais”.
28
4.2 Funções manifestas e latentes das instituições
As funções de uma instituição incluem tanto as funções manifestas,
aquelas que são intencionais e recolhidas, como as funções latentes, as que não
são intencionais e talvez nem reconhecidas. As funções manifestas de nossas
instituições militares são a defesa nacional e a implementação de nossa política
externa; suas funções latentes incluem educar a juventude, proporcionar
empregos e lucros, estimular alguns tipos de pesquisa científica, difundir
informações sobre certas doenças e exercer um grau discutido de influência em
nossa política interna e externa. Nossas instituições de saúde têm a função
manifesta de reduzir a doença e a morte, sua função latente foi a de criar a
explosão populacional.
As funções latentes dos cerimoniais religiosos por vezes parecem
obscurecer suas funções manifestas. A função manifesta da dança da chuva entre
os índios era de trazer a chuva; as funções latentes incluíam oportunidades para a
sociabilidade, ostentação da fortuna da família, namoro, casamento e outros. A
função manifesta da corporação foi a de organizar os recursos eficientemente para
a empresa comercial de larga escala; As funções latentes incluíram a promoção
dos crescimentos dos sindicatos – um desenvolvimento involuntário e certamente
não desejado pelos corporadores.
4.3 Mudança institucional
Todas as sociedades mudam contínua e freqüentemente, algumas mais
rapidamente que as outras. O efeito da mudança é tornar ineficazes algumas das
velhas normas institucionais, o criar novo necessidades para que a instituição
satisfaça. Isso resulta numa mudança institucional, uma modificação da estrutura
normativa e de valores da instituição. A família é bem menos uma equipe de
trabalho ou unidade de produção do que anteriormente, e bem mais entidade de
consumo e associação. As instituições educacionais e políticas assumiram muitas
tarefas que costumavam ser executadas pela família e pela igreja.
29
As Igrejas estão tentando revisar sua mensagem e programa, para fazer
frente ‘as necessidades de uma sociedade industrializada e urbanizada. Todas as
instituições devem ser ajustadas à mudança social e cultural, porém, elas são à
parte da cultura mais imbuída de várias tradições e altamente é resistente a
mudança.
Por exemplo, os “direitos de propriedade” são freqüentemente sentidos não co
mo um conjunto de compromissos práticos entre pessoas, mas como algo natural,
fixo e eterno, com o que é errado intrometer-se. Assim, as instituições de uma
sociedade rapidamente mutável são geralmente um tanto quanto antiquadas. No
momento em que uns grupos de esquisitos anacronismos forem superados, outros
terão surgido. Um recente artigo da imprensa, sobre uma lei de reforma do
casamento proposto na Tanzânia, expõe a confusão que resulta das mudanças
políticas, religiosas e sociais. O problema era saber quantas esposas um marido
tanzaniano poderia ter. Os cristãos exigiam uma esposa por marido, os
muçulmanos brigavam por quatro e os tribalistas queriam vinte, enquanto alguns
membros da organização nacional das mulheres exigiam os direitos das mulheres
a mais de um marido.
Como todas as instituições, a família é um sistema de valores e normas
inter-relacionadas que serve a uma série de propósitos. As famílias se
desenvolvem da necessidade de relacionamentos estáveis e definidos para se
criar os filhos e desempenhar o trabalho necessário à sobrevivência dos mesmos.
Tal como as demais instituições, a família evoluiu gradualmente do processo de
vida social. Em tempo algum se reuniram os homens e proclamaram gravemente:
“vamos inventar um com junto de instituições familiares para fazer frente a nossa
necessidade de relações sexuais regularizadas, de nascimento e cuidado dos
filhos” ao contrário, as pessoas simplesmente agiram por modos que lhe pareciam
naturais e necessários, no curso das quais certas práticas funcionais se tornaram
costumeiras, e por fim foram institucionalizadas. (Horton, Paul, op. cit).
4.4 Legitimação e mudança das instituições
30
Uma das características básicas da instituição social é a legitimidade,
ou seja, para que ocorra a socialização e a funcionalidade do mundo social criado
ou instituído é necessário que exista uma explicação racional de sua existência.
É necessário justificar, explicar para as gerações novas o significado
das normas, valores, crenças, hábitos, estabelecidas no processo da ação
recíproca que os homens entre si produzem: a vida social. A ordem institucional
cria, pois, um manto de legitimação – justificativa, para a sua sustentação –
aceitação. Mas, como situamos anteriormente, as instituições não são eternas, a
transformação ocorre na medida em que o homem toma consciência das suas
necessidades e procura satisfazê-las de acordo com a situação histórica. Então,
tem um momento que as instituições são cristalizadas, sustentadas numa série de
mecanismos de sanções estabelecidas começam a ser questionadas, perdem a
sua legitimidade.
E a partir desse momento as instituições começam a ser contestadas e as
ideologias (legitimação - justificativa) por elas difundidas é também posta em
questão. “Surgem os questionamentos a respeito do porque de sua existência.
Vêem-se, então, movimentos contra a instituição se opondo a cultura oficial
transmitida pela família, escola, igrejas, associações culturais, artísticas, pelos
meios de comunicação de massa, etc”.
4.5 Alguns elementos para a análise das sociedades
A historicidade das Necessidades Humanas e a Produção Social
- Os Homens e Animais – tem necessidades elementares.
- O Homem – reproduz, ao longo da historia, diferentemente,
suas necessidades, enquanto a dos animais é sempre igual.
- O Homem tem necessidades historicamente condicionadas:
certas condições sociais com isso, o que pode ser essencial
para alguns homens, pode ser dispensáveis ou inacessíveis
para os outros.
- Homens--------produzem sua sobrevivência.
31
Produção social: implica em: trabalho e cooperação.
B O trabalho e a transformação da Natureza e do homem.
Homem ----------Natureza: começa a controlar as condições humanas.
Trabalho-----cria instrumentos ---------modifica e aperfeiçoa.
Forças produtivas: Força humana + instrumento de trabalho = modo de
produção (objeto).
Relações sociais de produção: relações que os homens estabelecem
entre si no processo de produção.
Relações de posse (apropriação econômica).
Relações de propriedade (apropriação e jurídica).
Historicidade das relações sociais: em cada modo de produção temos
uma relação social, por isso que há uma historicidade das relações sociais.
C Divisão social do trabalho
A divisão social do trabalho ocorre com base na analise das comunidades ou
da sociedade ou de grupos sociais primitivos e que podemos perceber o limitado
domínio que estas exerciam sobre as condições naturais, isto pode explicar pelo
baixo nível de desenvolvimento das forças produtivas sociais. A divisão social do
trabalho também pode ser feita pelo sexo e pela idade, todos os consumidores
capazes são também produtos. A complexidade dos produtos, o grande
desenvolvimento da produção, a criação de novas necessidades das tarefas
possibilita maior produtividade, cria essa dicotomia especialização,
desqualificação, que é oposta, mas também complementar e que chamamos de
divisão social do trabalho.
Esta divisão se apresenta com relação ao trabalho manual/intelectual
através da divisão do trabalho entre os trabalhadores manuais e os trabalhos
32
intelectuais. Separação do homem do processo produtivo. É um trabalho de
cooperação numa relação de desigualdade. Somente na divisão social do trabalho
é que ocorre o processo de alienação. A divisão social do trabalho é feita a partir
da revolução industrial. Ela provocou mudanças de ordem tecnológica, social. É
um trabalho de cooperação numa relação de desigualdade.
Com a divisão social do trabalho cada um age de forma fragmentada e
restrita, não interfere no ritmo e quantidade da produção, não interfere na forma de
lazer, e no tempo onde o homem cria e recria formando assim uma produção
social e histórica por que é o resultado dos acontecimentos das sociedades. Toda
sociedade é resultado deste processo de produção, por isso o homem está em
constante criação que implica em transformações e que o homem a todo instante
cria coisas novas e vai assim surgindo novas formas de organizar a sociedade, e
essa nova forma implica em uma nova sociedade que vai desaparecer e ao
desaparecer vai surgir uma nova sociedade.
A divisão natural do trabalho ---------baseada no sexo e na idade.
Divisão social do trabalho: dicotomia entre: trabalho normal X intelectual.
Especializado X desqualificado, etc.
Separação do Homem do processo produtivo.
D A alienação do trabalho
O trabalhador é alienado porque ele não decide sobre o que produz, o
ritmo, a jornada, os processos que utilizará: está submetido ao processo social de
produção, portanto está sujeito às relações de dominação.
E O conceito de modo de produção (MP)
As sociedades não são eternas, mas históricas. Seus elementos se
desenvolvem e se transformam. Para estudar a sociedade é fundamental ver a
organização de sua existência material, social e ideológica.
Relações entre: infraestrutura e superestrutura.
33
Infraestrutura-------Homem - natureza.
--------Homem – homem.
Superestrutura-------Idéias, valores, crenças, leis, religião,
conhecimento, etc.
Modos de produção -------modo como a sociedade se organiza
historicamente.
4.6 A família
A família é um tipo de grupo social, ou um tipo de grupo social e a
instituição social que corresponde ao mesmo termo. A distinção entre dois modos
sociais pode ser com o fim de entendermos os fenômenos. Para entender o termo
família como grupo social e casamento para os modos de instituição. Para alguns
autores o casamento é apenas uma cerimônia onde se forma a família, e é apenas
um ritual, um modo de instituição que é a família.
A Família como grupo social
A família é um grupo social; é em essência a reunião de duas ou mais
pessoas com o parentesco e com ligações diretas e intimas. O parentesco não é
apenas de sangue, como pai-filho, mãe-filha, mas abrange o parentesco religioso,
no batismo, crisma e casamento: padrinho; ou de caráter jurídico: contrato civil,
adoção. A ligação de consangüinidade: filho, neto, irmãos, tios, primos; e ético-
religioso: cônjuges, afilhados e civil-jurídico: filho adotivo, esposo, sogra, genro,
etc.
B Funções da Família
34
A família tem uma função especial nos dias atuais. Variou a sua função
nos séculos passados e nas sociedades que se transformaram. As funções foram
e agora são:
- Biológica – com a reprodução;
- Socializadora – a herança social e cultural, na educação.
- Social – como transmissão do status social.
- Assistência – ajuda física e moral, cuidado na infância, no mal, na
doença, na desgraça, na velhice.
- Econômica – consumo e produção de bens materiais.
- Recreação, religião e política – que algumas vezes desaparecem
com as varias tendências atuais.
Assim, a família estável e instável em nossa sociedade vai se modificando com
a própria sociedade. Há uma diminuição do espírito religioso, a admissão do
divorcio. O individualismo é outra causa das instituições sociais. As alterações
econômicas, a emancipação da mulher e o trabalho fora de casa a esposa mudou
a estrutura da família, grande distancias nas classes sociais, sem padrões morais,
grandes avanços da ciência, controle da natalidade. Todas estas mudanças
sociais, aglomerações, decréscimo de natalidade, êxodo rural, inchaço urbano.
C Tipos de famílias
A família é composta de sua variedade, o centro da família é o casal e os
filhos, os irmãos. A família pode ser patriarcal: onde o pai com as mulheres, filhos,
genros e noras, netos e bisnetos, os agregados como: escravos, servos,
dependentes, etc. A família pode ser ainda: conjugal, consangüínea e a
psicológica. Ou pode ser também desta forma: monogâmica e poligâmica. A
primeira refere-se a um só homem com varias mulheres e a segunda com uma só
mulher e vários homens. A poliândria: uma mulher com vários homens, a
poligênia: um homem e varias mulheres.
Tem também a família matriarcal ou matrilinear com a descendência da mão
e o nome da mãe se chamaria de matronímia. Se o nome é do pai chama-se de
patronímica e o sistema onde o pai manda é patrilinear. Matriarcado quando a
35
mãe manda. A família quando é numerosa chama-se de clã; a exôgamia com o
casamento fora da tribo e a endogamia com matrimônios entre parentes.
D Origem da família
A família deve ter surgido através dos tempos por: associações livres,
relações sexuais livres, e uniões pouco duráveis. Esta época os homens viviam
em hordas, iguais aos animais. Esta é a teoria da evolução e é uma época
promiscua. Os grupos e casamentos são a segunda fase da família e os
casamentos ocorrem dentro dos grupos. O matriarcado é a próxima fase, a mãe é
a chefe da tribo, depois o patriarcado assume a liderança até chegar na família
comandada pelo pai como chefe da tribo, esta forma de família foi denominada de
monogâmica. O casamento passou a evoluir mais ou menos igual a família
moderna.
E A Educação
A educação se dá de varias formas. Ela é um fato social importante, passa
de geração em geração. Ela é quem garante a sobrevivência e a continuidade do
grupo. Desenvolve a personalidade e o caráter do individuo e ajuda a adaptação
ao meio físico e ao meio social. A educação é importante para:
- A saúde física e mental.
- Domínio e cultura.
- Cidadania.
- Vocação e profissão.
- Vida em família.
- Lazer.
- Filosofia de vida.
F Economia
36
O ser humano precisa de alimento, veste, casa e modifica o seu meio
ambiente. A economia entra neste aspecto social para que o ser humano torne-se
adequado ao meio social através dos meios econômicos.
A economia passou por grandes evoluções. De uma economia de
subsistência dos tempos primitivos, onde o homem recolhia da natureza o seu
sustento ao individualismo do capitalismo atual. O chefe tribal comandava a
distribuição dos bens e da produção da família. Passaram para um tipo econômico
de escravagismo, do período de tributarismo, o mercantilismo e o capital
dominante em nosso mundo atual. O excedente passou para o lucro exorbitante.
Tudo isto são os aspectos da analise sociológica da economia.
G Religião
A religião é definida como um conjunto de crenças e de atitudes, aceitas
por um grupo de fieis, relacionadas com a existência de forças ou de seres
sobrenaturais, capazes de afetar a vida humana.
A religião tem vários aspectos:
- A magia – rituais para controlar as coisas.
- Tabu – objetos sagrados que são como deuses.
- Propiciação – agradecer os deuses e conseguir as graças por meios
de preces, sacrifícios, dádivas, oferendas e súplicas.
O templo ou a igreja, ou local de culto é uma instituição social que regula os
seus adeptos como:
- Cerimônias e ritos – são simbolismos, rituais, liturgias.
- Símbolos – materiais, estatuas, paramentos, cruzes, vestes, preces,
orações.
- Lugares sagrados.
- Ministros ou sacerdotes.
- Credos, fé e razão.
- Filosofias para justificar as crenças.
- Ética e códigos morais
37
Ou há vários tipos de chefes religiosos;
- Padres ou pastores, leigos.
- Filósofos e mestres com suas doutrinas.
- Missionários.
- Místicos e crentes.
- Messias.
A origem da religião está na antiguidade com os povos primitivos, com o
homem com medo de trovões e relâmpagos e que tenta explicar a alma e sua
existência. A idéia de alma, de morte, da sombra e dos sonhos. O animismo é a
primeira religião que temos notícias, depois o politeísmo até surgir o monoteísmo.
A crença em vários deuses à crença num só deus.
H Estado.
O estado tem uma função toda especial como fonte social em nossa vida.
Desde o registro de nascimento, carteira de identidade e profissional, o
casamento, as propriedades, tudo vale para regular a vida do individuo na
sociedade. O estado é formado pelo povo que é um grupo social, a nação é uma
comunidade e o estado é a instituição social deste povo. A nação é formada por
vários povos – etnias e o território.
A função do estado é:
- Garantir a soberania.
- Manter a ordem.
- Promover o bem estar social.
E ele exerce trás funções especiais sobre o homem na sociedade:
- Executivo – o chefe de estado.
- Legislativo – senado e câmara de deputados.
- Judiciário – Tribunais de justiça.
- Administração do país.
- Finanças do país.
- Militar.
- Diplomacia.
38
III O HOMEM ATRAVÉS DOS MODOS DE PRODUÇÃO
1 OS MODOS DE PRODUÇÃO
Os Modos de Produção foram criados por Marx e Engels como categorias para
o estudo das sociedades antigas. As análises anteriores sobre o Modo de
Produção, segundo os dois, não eram suficientes para se chegar a um estudo
profundo destas sociedades. O M. P. estuda o processo de evolução, ou seja, as
histórias das sociedades sempre foram contadas pelos vencedores e opressores.
A verdadeira história é aquela que contada pelos vencidos e pelos trabalhadores.
A história do trabalho, da produção e a que conta a realidade dos fatos ocorridos
desde a Antigüidade. A história de uma sociedade antiga deve ser contada a partir
da história do trabalho e de sua produção, o que eles fizeram o que construíram. A
história das sociedades antigas para Marx serve para demonstrar a última fase da
história, que é o estudo do Modo de Produção Capitalista.
O M. P. A. ou tributário, que surge com as sociedades antigas serve de modelo
para explicar o último modelo, ou as passagens de modelos anteriores como o
escravagismo para o feudalismo, do feudalismo para o mercantilismo, e do
mercantilismo para o capitalismo.
A teoria marxista dos M. P. serve como “um estudo marxista baseado no
estudo da economia, da política, principalmente com o surgimento do capitalismo
e os seus antecedentes, o feudalismo e o mercantilismo”.
A produção visava apenas a subsistência. A reprodução e a forma familiar e,
pois acentuada, quando mais houvesse trabalhadores na família, maior seria a
produção e alimentos. Na Antigüidade, a produção de subsistência dava-se
através da caça, da pesca e da coleta de frutos. Com a evolução, o homem irá
domesticar os animais, trabalhará na agricultura, produzirá o excedente e com
este excedente da agricultura e dos animais começará a troca de mercadorias.
O patriarca tinha por obrigação o sustento da família, entretanto houve em
período acentuado do matriarcado:
1. Família
39
Matriarcado
Patriarcado
Exôgamia
Endogamia
Poligamia
Poliândria
2. Tribos
3. Campo
Campo X Cidade
4. Cidade
Cidade versus Estado
5. Estado
6. Monarquia
A Família constitui o primeiro núcleo social. No início houve a matriarcado,
porque a mulher vinha da casa paterna com a herança e assim economicamente e
politicamente comandava as ações. Numa fase posterior, o homem começou a
comprar a mulher, pagava os dotes ao pai da moça, surgindo nesta fase, o
patriarcado e assim, a política e as economias passaram para as mãos do
homem.
A Endogamia foi muito difundida na Antigüidade, era o casamento entre
parentes ou dentro do próprio parentesco, para que não ocorresse a divisão de
bens com outras famílias, entretanto, este tipo de casamento acarretava sérios
problemas genéticos.
A Exôgamia também era comum na Antigüidade, ela resolvia certos
problemas, entretanto causava a divisão dos bens, pois a Exôgamia e o
casamento com pessoas de outras famílias.
A Poligamia ocorria com muita freqüência nesta era, o casamento do homem
com várias mulheres. Ela dividia em duas formas:
40
Poligênia – o nome usado para o casamento do homem
com várias mulheres, mas o nome que ficou
marcado este princípio foi, a poligamia.
Poliândria – o casamento de uma mulher com vários
homens, isto ocorre em muitas tribos
indígenas.
A Monogamia consiste no casamento, tanto de um homem com uma
mulher e o oposto, foi uma criação cultural bem posterior e ocidental sob a égide
do cristianismo e de Roma.
1.1As Tribos
As tribos na Antigüidade eram formadas pela reunião de várias famílias, a
través do parentesco e dos mesmos costumes. Havia tribos de parentesco que se
ligavam através da agricultura e outras através do pastoreio, entretanto, essas
tribos eram isoladas uma das outras, mais adiante com a evolução houve a fusão
desses parentescos.
A tribo sempre esteve ligada ao patriarca e o ascendente mais velho. As
disputas das famílias pelo poder começaram a ocorrer e para solucioná-las, criou-
se um colegiado de anciões, denominados de sábios. Surgiram então as
assembléias com a participação dos mais novos. No século XVI ao XII começa-se
a sedentarização de certas tribos na Palestina (a fixação do homem em casas de
tijolos e não como na fase anterior ao nomadismo que vivia em tendas), que é a
passagem do nomadismo para o sedentarismo, da transumância para fixação num
determinado local. Começam a construir casas, depois cidades. As construções
de casas se dão por causa da descoberta do fogo, na passagem do Bronze para a
idade do ferro. Utiliza-se o capim, o barro, a argamassa, o forno e o fogo e assim
tem o tijolo resistente, surgem as primeiras indústrias, as olarias, etc.
Com a ida das pessoas para a cidade começa-se uma nova vida, começam
a surgir determinados conflitos entre os citadinos e os camponeses. Os que estão
na cidade se especializam, tem seus ofícios, manipula o ferro, a indústria, a
41
fabricação de arados mais resistentes, a melhoria na agricultura, a maior produção
agrária e pecuária leva ao excedente e do excedente a venda na cidade. A cidade
começa a tributar e criar impostos. Surge daí o primeiro conflito entre o campo e a
cidade.
1.2Campo Versus Cidade
Na questão agrária e pecuária, o campo sempre esteve ligado a economia
de subsistência, ou seja, o indivíduo tinha apenas o alimento para si e para sua
parte própria família (a plantação de produtos alimentícios e a domesticação de
animais).
No A. O. P. (Antigo Oriente Próximo) era característico o nomadismo, o
homem habitava o campo, mas não era uma residência fixa, havia o deslocamento
necessário de um lugar para o outro (transumância). Surgirá em outro momento a
formação de famílias e depois das tribos e a economia será a de troca-escambo.
Quando apareceu a economia tributária, que era uma economia citadina,
haverá a passagem de um período de troca ou escambo de mercadoria para a
venda de produtos na cidade e assim o aparecimento do tributo. Em princípio esses
tributos serão cobrados ao homem do campo que vai vender seus produtos na
cidade, eles pagavam desta forma um pedágio passando de uma cidade para outra
cidade onde o seu produto era tributado.
Na passagem da Idade de Bronze para a Idade de Ferro vão influenciar na
criação dos tributos, pois os objetos fabricados com o ferro: ancinho, enxada, faca,
foice e outros. Eram difícil para a manipulação e para a fabricação e sobre eles
incidiam pesados tributos, e os preços dos mesmos, pois muitos destes utensílios
passavam, a substituir homens e animais em certos trabalhos.
A função do estado a partir deste momento era de controlar a cobrança,
administrar o tributo, arrecadar fundos, e disso precisa de um líder. Surge daí um
rei. A cobrança do tributo era para manutenção do rei e da casa real, para a
manutenção do templo, que na Antigüidade funcionou como o primeiro banco e o
local da arrecadação do tributo.
42
Os tributos eram da seguinte maneira: para o rei e a manutenção da casa
real, para o templo seu funcionamento, o culto, o sacerdote e sua família, o
sacrifício. Não dava para fugir ou sonegar os tributos.
Num determinado momento, surge o exército que passa por três etapas: no
início era formado pelos prisioneiros de guerra e eram obrigados a defender a
cidade (um exército efetivo); na outra, o exército formado por mercenários (de
outras cidades e outros estados contratados e pagos para lutar), tinha um caráter
provisório; e finalmente, o exército efetivo composto por cidadãos do próprio estado,
e tinha um soldo. O exército que não era utilizado em guerra era utilizado para
arrecadar os impostos.
O Exército ia ao campo cobrar o imposto dos camponeses, os camponeses
pagavam uma taxa para vender seus produtos na cidade, para o imposto ao rei e
ao templo que era o dízimo, e por fim, outro imposto para a própria manutenção do
próprio exército.
Concluindo e resumindo: o conflito entre campo e a cidade tem aspectos
fundamentais como:
A- Aspecto social que será pela diferenciação, mesmo
que distante das classes. Os citadinos pensam que
são mais importantes que os camponeses e começa
a ter uma diferença social.
B- Aspecto econômico – o grupo social citadino
começa a se enriquecer com o surgimento das
indústrias, a taxação, os impostos, enquanto que os
camponeses passam pelo fenômeno de
empobrecimento. A tecnologia e o tributarismo vão
acelerar o enriquecimento do grupo social da
cidade. Haverá uma passagem natural do
tributarismo ao bitributarismo e assim por diante.
43
C- Aspecto político – o conflito será entre liderança
carismática e monarquia, hierarquia e a herança.
D- Aspecto ideológico – neste nível vai funcionar a
utilização do rei no templo e na religião, o templo
passa a ser o centro da manipulação ideológica,
política e religiosa, e o poder hegem6onico como
meio de persuadir a população.
Além dos conflitos existentes supracitados, havia um conflito especial
denominado de resistência que consistia numa tendência para voltar a uma forma
tribal ou familial, volta ao escambo, a troca de mercadorias e isto muitas vezes
funcionam como resistência aos poderes instituídos e estes fugiam do
tributarismo, dos citadinos como controladores da ordem. Entretanto, esta
resistência era desorganizada, e surgia aqui e acolá, em tempos diferentes,
enquanto que os citadinos tinham uma maior organização e utilizava a força, o
exército para impor-se como grupo social que dominava o grupo social campesino.
Este grupo desorganizado vai utilizar outras táticas para fugir da taxação,
era a fuga para as montanhas, aos lugares desertos e a vida nômade, de
transumância e isto dificultavam a cobrança dos impostos. Ao contrário, as
cidades eram fortificadas e construídas sobe as montanhas ou colinas com
muralhas altas, com difícil acesso para dificultar a invasão dos inimigos, os
camponeses viviam ao redor destas torres edificadas com suas próprias mãos
pelo trabalho forçado e que eram utilizados como o primeiro combate na hora da
invasão. Também viviam os campesinos ao redor das colinas, fugiam das cidades
para as montanhas e deixavam desguarnecidos os citadinos na hora da luta, não
ficavam entre os invasores e os citadinos.
O conflito entre o campo e a cidade, se dá exatamente na Idade de Ferro e
sua passagem para o período posterior, onde surgirá o grande império, haverá a
formação das Cidades-Estado, estes passam a ter um controle sobre um território
e se chamará de país.
44
Com o surgimento dos impérios, a cidade dominará totalmente o campo, e
haverá a troca de sistemas econ6omico, e o surgimento do MPE (Modo de
Produção Escravagista).
A Cidade
A cidade tem origem com a passagem do nomadismo para o sedentarismo.
A manipulação na técnica da fabricação de tijolos e para construção das casas
teriam influências imediatas e fortes no surgimento das cidades (e também, na
transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro). A construção da cidade era
em cima das colinas, bem fortificadas, muradas, no início dos séculos XII a.C., ou
antes, do XIII a.C. para dificultar o acesso e as invasões dos inimigos. Ela sempre
foi construída em trono do templo e da casa real, e os campos estavam em volta
dos muros, além dos muros.
B Estado
O estado terá sua origem com os patriarcas (antigos anciões) que
governavam as famílias e depois as tribos. Com o conflito de poder familiar e tribal
surge a figura dos juizes que demandavam em favor das famílias, uma família luta
contra outra no comando do poder familiar, surge então a passagem do governo
hereditariamente e a figura central será o rei, o príncipe.
C Monarquia
A monarquia baseava-se na hereditariedade, ou seja, os que pertencessem
às famílias e fossem homens que governassem na monarquia. Surgem os
usurpadores dos tronos reais, os golpes de estado, executado por outro da casa
real ou pelo chefe da milícia.
2 O MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVAGISTA
O M. P. E. teve origem com os gregos e se instala em várias etapas:
1ª etapa: O M. P. E. é uma criação dos gregos por volta do século VI a.C.,
que começa com as guerras, as conquistas e a captura dos povos vencidos. Estes
45
eram levados para a cidade dos vencedores como escravos e lá trabalhavam para
o rei, o templo, o trabalho forçado e compulsório. O vencedor se apoderava das
riquezas dos vencidos através dos saques aos tesouros e os tesouros sempre
estavam nos templos, nas cidades vencidas ficavam os camponeses, os pobres
eram para trabalhar e pagar tributos aos dominadores.
2ª etapa: Começam a surgir levantes e revoltas por esta situação, começam
a surgir novas táticas de dominação, era necessário mudar a forma de oprimir.
Surge daí a 2ª etapa de escravização.
Com o passar dos anos, a cidade dominada se organiza e se
rebela, deixa de pagar os tributos, se arma contra a cidade dominadora. Então os
dominadores vêm e arrasam os dominados e levam os restantes para o cativeiro.
3ª etapa: A CIDADE-ESTADO dominadora possuía várias outras cidades e
para evitar as rebeliões, eles usam a tática de transmigrar povos, ou seja, levar
pessoas de um lugar para outro, onde enfrentariam os problemas da língua, dos
costumes, da cultura, e assim descaracterizavam os rebeldes e tornava mais fácil
a dominação,
4ª etapa: Consistia em impor a língua para o comércio. A cultura aos povos
estranhos, a religião dos vencedores, e a utilização dos vencidos como mão de
obra nos trabalhos. Quem criou estes meios de produção foram os gregos.
Começam a separar os vencidos-escravos em categorias e a fazer a diferenciação
dos mesmos e assim, tornava-se mais eficiente a escravidão.
O grego mostrou-se complacentes com escravos inteligentes dando-lhes
oportunidades, eles iriam ensinar seus filhos, os filhos dos gregos ricos. Desta
forma criaram-se escalões ou classes sociais entre os próprios escravos. Era uma
forma de dominar, dividir para dominar. Os primeiros são os metecos: os
professores ou instrutores que faziam da língua, das ciências os seus
ensinamentos. Aristóteles foi um meteco de Alexandre Magno. O segundo eram
os pedagogos (paidia – agogós: os que ensinavam as crianças a andarem, a
caminharem, eram as babás). Nesta situação, os escravos eram mais ou menos
livres. Os que não tinham nenhuma qualificação eram levados para os trabalhos
forçados.
46
O Modo de Produção Escravagista surge depois da passagem do
tributarismo para o bitributarismo, com as guerras, as conquistas, o homem passa
ser comercializado, torna-se uma propriedade (neste período, a elite, era quem
possuía escravos), este fenômeno ocorre a partir do século VI a.C. ao século II d.
C.
O Modo de Produção Escravagista Grego é muito diferente do Romano,
neste último império a escravidão vai se acentuar ao extremo, levando o escravo a
uma condição subumana. Continuaremos isto depois.
O trabalho compulsório na Antigüidade dentro do M. P. E. funciona da
seguinte maneira: A Cidade-Estado precisava construir palácios de verão e
inverno, muros das cidades, tempos, etc; convocava-se o cidadão para o trabalho
compulsório que era obrigatório a todos os que trabalhavam em determinados
períodos; eles deveriam servir na guerra, na defesa, na reconstrução dos palácios
reais, na reconstrução da Cidade, etc.
2.1As Formas de Escravos
1 Doulos – escravo em grego, não servo (que foi amenizado no N. T.).
a – corvéia
b – camponês
c – guerra
d – alforria
e – pirataria
f – comércio
2 Situação legal e ilegal dos escravos
a – a filosofia e os escravos
b – vida sexual dos escravos
c – o serviço militar
d – escravo fugitivo
3 Classificação dos escravos
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a – mariandinoi
b – laoi
c – basilikoi
d – hieroudouloi
e – meteco
f – paidagogos
B. Escravos como Mercadorias
No surgimento do M. P. E. não acontecerão conflitos campo x cidade,
principalmente como na forma anterior. Mas acontecerá com mais freqüência nas
guerras, nas conquistas das Cidades-Estados contra outra, e posteriormente o
acúmulo de Cidades-Estados a formação dos Impérios com a expansão territorial
mais evidente.
Nesse período o comércio era realizado através de caravanas e rotas
comerciais, as caravanas se destinavam à Ásia Menor, pois lá se encontravam as
pedras preciosas, o ouro, os tecidos, as especiarias, etc.
A Grécia e o Egito começam a cobrar impostos, taxas e tributos para a
passagem de caravanas em seus territórios existem a pilhagem, o roubo e a
piratagem e foi necessária a cobrança de impostos para tornar oficial e cuidar das
caravanas para que não sofressem estas pilhagens.
A diferença entre os impérios antigos e o Grego, é que os antigos viviam
apenas dos tributos, ao passo que o Grego vai enriquecer-se com a cobrança dos
tributos aos vencidos e da rotas comercial, associada ao escravagismo. Os gregos
invadem o Egito que é uma passagem e saída de uma rota comercial, a Palestina
que é o entreposto de todas as rotas comerciais para a Ásia Menor e a Ásia
passa a ser controlada também.
A escravidão desta época tem seus significados políticos, sócio-
econômico e ideológico. O doulos é o escravo que seus significados anteriores
passando para os modos posteriores: no feudalismo e o mercantilismo. O servo é
forma amenizada de escravo, ele era também uma forma da escravidão:
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A - A escravidão começa com corvéia que era o trabalho forçado, onde
o Estado convoca o indivíduo para trabalhar para o Estado, quando surge uma
situação de emergência, como: guerras, proteção, defesa, construções,
reconstruções após a derrota. Era um serviço legalizado pelo Estado, do qual o
indivíduo não podia se furtar.
B – Neste M. P. a situação do camponês era pior, pois ele deveria
trabalhar para o Estado durante alguns meses, que era um percentual do seu
trabalho no campo, na agricultura ou na pecuária.
C – A guerra tornava a vida do escravo muito pior, quando os gregos
dominavam outros povos, escolha os que deveriam servi-los. Eles nomeavam
seus representantes nos locais dominados, e se houvesse qualquer anomalia
faziam novas incursões e invasões. Para ser mais fácil a dominação os gregos
impunham à língua, a cultura, a religião como obrigatórias, era uma forma de
descaracterizar os dominados.
D – A alforria – só acontecia em casos esporádicos e somente em
determinados tipos de escravos: os metecos, pedagogos. Estes escravos tinham
remuneração e muitas vezes podiam comprar sua liberdade.
E – Na pirataria, durante o início das grandes navegações, o escravo é
utilizado para construir os navios e para remar e movimentar os mesmos, era a
força propulsora e como próprio pirata e serviço dos gregos.
F – No comércio, o império dominante tem o monopólio. Nos impérios
antigos utilizavam o comércio de mercadorias ou alimentos, no modo grego usa-se
comércio e o mercado dos escravos.
2 – Existia uma interferência muito grande na vida do escravo, e
principalmente na sua vida sexual, pois ele servia como produção e reprodução.
49
Na reprodução, pois, ele quanto mais gerasse filhos, melhor seria para a venda e
o comércio de escravos, era a geração de bens de produção. Os senhores
também tomavam as escravas bonitas para sua satisfação sexual.
A – Para controlar a grande reprodução, o amo servia salitre na comida
para que diminuísse a reprodução.
B – O escravo só servia militarmente na frente da batalha, ou carregando as
munições, o canhão, etc.
C – O escravo fugitivo poderia alcançar a alforria se o que o capturasse o
deixasse ou então se tornaria escravo deste outro senhor. No direito, havia uma
cláusula em que o escravo que fosse encontrado por outro senhor deveria ser
entregue aos seus verdadeiros donos sob a pena de pagar grande multa.
(Filemon) (Paulo também teve seus escravos para construir tendas e
amanuenses).
2.2 Tipos de Escravos
a – Mariandinoi é aquela que é nascido na escravidão, toda a segunda
geração de escravos e seus descendentes.
b – Laoi (povo) – é o escravo originário das conquistas, ou de outras
nacionalidades, um tipo de escravo que surge pelas circunstâncias, evoluções
sociais e os problemas econômicos. O indivíduo pobre que teve de vender tudo
para saldar suas dívidas, vendeu terra, a família, e a si próprio, e se tornou um
escravo.
c – Basilikoi – é um escravo especial, de propriedade do rei como o nome
indica, vivia na corte, era o eunuco.
50
d – Hieruduloi - a escrava que se prostituía ao redor do templo
(sacerdotisa), no culto a fertilidade que ocorria na época do outono ou da colheita.
Esse culto era para que a produção agrícola aumentasse.
e – Doulos – é o servo, aquele que serve, podia estar também ou no templo
ou no palácio, era o copeiro, o cozinheiro, etc.
f – Meteco – era o professor, aquele que sabia e ensinava os filhos dos
senhores dos escravos, tinha uma qualificação melhor que os outros.
g – Paidagogos – era o que ensinava a caminhar as crianças, como o
próprio termo sugere, era a babá.
2.3 Escravo como Mercadoria
Notamos desta forma que, o escravo era o povo, do culto e da guerra. Que,
o escravo foi tido como mercadoria a partir do século IV a.C. e que ele era trocado
como mercadoria e depois por moedas. Faziam-se escravos nas invasões das
Cidades-Estados, dos impérios e assim cada vez mais, os escravos se tornavam
mão de obra, o trabalho forçado, compravam-se e vendiam-se escravos.
O escravo como mercadoria impelia a aquisição e a troca dos escravos. Os
mercadores vão passar a vender e comprar escravos para Estados abastados, ou
era apenas trocado por alimentos, mas também é trocado por animais. Na fase
final do Império Grego os escravos serão comprados por moedas (século III a.C.
ao II a.C.). Na invasão do Império Romano isto vai mudar. O escravo passa a ser
mercadoria, troca e venda de escravos passaram a ser feitas.
2.4 Os Escravos e os Filósofos
Aristóteles foi o filósofo que mais escreveu sobre os escravos, e ele deixou
bem claro que, o escravo nasceu para ser escravo. Alguns filósofos antes dele
51
mostravam que a verdadeira democracia deveria ser comandada por um filósofo-
rei. Na escola sofista (Sócrates e Platão), já mostravam que o governador da polis
deveria ser o “filósofo-rei”.
A legalidade do filósofo vai surgir pós-Aristóteles, que fará uma
diferenciação social entre o amo e o escravo, dizendo que uns nasceram para
dominar e outros para serem dominados.
Os discípulos de Aristóteles farão uma reformulação alegando que a
escravidão é uma injustiça, e isso ocorre no século II a.C. Começa a formular leis
e códigos bem antigos como o de Hammurabi, o da Ásia Menor e as leis do antigo
Israel, para formulação das leis sobre os escravos.
Montesquieu e Rousseau filósofos dos séculos XVI e XVII de nossa era,
próximos da revolução francesa surgem como grandes pesquisadores das
civilizações antigas, das leis e das sociedades, eles mostram como funcionavam
estas leis na Grécia, em Roma, fala dos direitos dos povos e das nações.
Montesquieu escreveu sobre o “Espírito das Leis” e Rousseau sobre “A
Desigualdade entre os homens”, onde também, ainda estudam as sociedades da
Ásia Menor, mostrando que no local se tem a origem e o berço do despotismo,
com as castas hierárquicas intermináveis ou as classes hereditárias.
Mas Mesopotâmia, no Egito e na Assíria, também muito tempo depois
utilizavam os sistemas despóticos da China. Os trabalhos anteriores têm como
objetivo também mostrar o sistema de escravidão que surgirá na Ásia e se
estenderá por toda face da Terra. Explica ainda as injustiças sociais do
escravagismo, do feudalismo e do mercantilismo. Esta tese central ficou
conhecida como Despotismo Oriental.
Antes de K. Marx e F. Engels, na Alemanha um grande estudioso K.
Wittfogel, que dá a origem das críticas marxianas e de Engels no trabalho sobre a
“Sagrada Família” e “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado”, fez um
trabalho monumental sobre as origens das sociedades antigas. Marx e Engels
criticam Wittfogel em sua mentalidade e em sua compreensão da época sobre
estas sociedades. Rousseau e Montesquieu também deram a sua contribuição
52
aos estudos marxistas sobre à luz das críticas e das compreensões das sociedade
antigas.
3 O HOMEM NOS MODOS DE PRODUÇÃO FEUDALISMO E MERCANTILISTA
Introdução
Conforme alguns autores, estes dois M P são apenas fases que
antecipam o M P C, ou seja, todas as suas características evidenciam que não
foram modos de produção e sim fases para a passagem posterior do Modo de
Produção Capitalista. No Feudalismo, o proprietário é o senhor feudal, o
camponês e o arrendatário são outros componentes. No Mercantilismo o senhor
continua como dono das posses e da terra, somente que o comércio entra numa
fase posterior, demarcando assim, esta transição de modo de produção. As
guerras, as descobertas e as navegações, os comércios exteriores mostram como
foi esta mudança de modo de produção.
Definições
Autores marxistas falam que estes dois são apenas transições e não um
modo de produção característico, e que nesta fase já estava implícito o Modo de
Produção Capitalista. Autores tradicionais mostram que estes períodos são
realmente modos de produção, o modo de produção é uma característica da
análise marxista.
Recordando
No Modo de Produção Asiático existem características essenciais:
- Relações e Sociedades tribais;
53
- Comércio intertribal;
- Sociedade sem classe;
- Chefes tribais manipulam o comércio;
- O comércio gira em torno de metais preciosos, especiarias,
produtos agropastoris;
- Modo de produção escravagista ocorre em guerras, surgem as
propriedades privadas;
- No M P A, a propriedade privada está nas mãos do estado;
- No M P Escravagista está nas mãos dos indivíduos;
- No M P Feudal está nas mãos do Senhor Feudal, o camponês e o
arrendatário, fazem parte desses inferiores;
- As diferentes classes sociais nos M P;
- No M P Mercantilista o senhor é o dono da terra;
- Neste modo o importante é o comércio;
- A navegação;
- O comércio exterior;
- As grandes descobertas.
Alguns autores colocam que, os Modo de Produção Feudalista e o
Mercantilista estão inseridos no período Medieval ou Idade Média, enquanto que
alguns outros escritores colocam que ainda permaneceram neste estágio por
vários séculos, enquanto que, a Europa já se preparava para a evolução para o
capitalismo.
1.1Modo de Produção Feudalista
1 Introdução – características do Feudalismo:
Concentração de terras nas mãos do Senhor Feudal, do estado e
da Igreja é a primeira característica. Desde Constantino a Igreja se torna poderosa
como detentora de posses. A riqueza era medida pelas terras que o indivíduo
54
possuía. As divisões de classes começam a se acentuar neste período. Os
senhores feudais inventam os títulos honoríficos, de nobreza, que ainda refletem a
influência das castas.
O feudalismo se mistura e se funda com o mercantilismo. Na
decomposição do império grego e romano as supressões em termos de
escravagismo na Europa fazem surgir novas formas de produção. O M P F é uma
conseqüência disto.
Este novo modo se baseia nas categorias novas como: o Senhor
Feudal, a propriedade privada nas mãos do estado, e do indivíduo e da Igreja.
Surge uma nova figura que é o arrendatário, que aluga as terras do senhor feudal
para plantar e pagar taxas variantes de 20% a 60%. A não produção significaria o
endividamento e um novo tipo de escravidão: a servilidade. Por outro lado, a boa
produção significaria para quem arrendasse e o pagamento da taxa e muitas
vezes das dívidas e da sobra a compra de pequenas propriedades de terra e a
ascensão a uma nova classe social.
Destes fatos decorrentes surgem os grandes, médios e pequenos
proprietários formando assim uma hierarquia de senhores, desenvolvendo assim
uma nova divisão de classes sociais: a nobreza, a classe de proprietários, e a
plebe. O problema de escravidão está quase solucionado em certas regiões da
Europa, esta tem nova cara e faceta. As guerras continuam, as conquistasse
espalham, os tributos são variados, bens neste período são confiscados,
principalmente se a igreja entende que alguém é um herege.
A servidão no M P F é diferente que no M P E, difere basicamente
no nome, surge o colonato, que é organizado por lei e por estatuto. Aqui, como no
M P E, o escravo era mentido sob coerção, no M P F existe a lei e a política mais
organizadas e usadas como formas de coerção e legalização destes atos.
O feudalismo no século X d.C. está ainda em formação com os
proprietários fundiários e os funcionários carolíngios (duques e condes), à partir
dos séculos XI e XII se torna o feudalismo ascendente onde o poder real e o
duque tem poderes ilimitados.
55
Nos séculos XII e XII, começa o apogeu diferenciado entre:
senhor feudal e os vassalos e se alastra da França varrendo toda a Europa. Os
séculos XIV e o XV e o decair e desagregar todas as formas do feudalismo e o
surgimento de novas formas de produção. Esta implosão se dá pelo fato de
começar o renascimento, as grandes navegações o comércio exterior, as grandes
descobertas, as revoltas camponesas na Europa por terra e assim, surge o
mercantilismo.
3.2 Modo de Produção Mercantilista
Introdução
O mercantilismo é um modo de produção? As maiorias dos autores
dividem-se sobre esta questão. Para alguns não é, para outros é uma passagem.
Talvez não seja um modo e sim um sistema. Este nome foi dado pelos adversários
do marxismo e é uma forma pejorativa de tratar o mercantilismo.
O M P Mercantilista era um sistema egoísta de mercadores,
manufatureiros, agricultores e do Estado que estavam preocupados consigo
mesmo. Era organizado com seu fundamento na moeda e na riqueza de alguns.
Características
A origem do M P Mercantilista é a comuna medieval que levou ao
Estado moderno uma sólida tradição de intervenção na vida econômica e social. A
classe dominante começa a ser a burguesia. Nos séculos XV e XVI, o
mercantilismo na França e na Inglaterra estende-se das pequenas monarquias
para todas as cidades da Europa. O funcionamento está na produção agrícola e
alimentícia para o abastecimento das cidades e das materiais primas, combate a
concorrência de outras localidades. Evita a entrada de mercadorias de outras
localidades e a saída ou evasão de divisas e rendas, do ouro, da prata, e a
exportação.
56
Os mercadores estrangeiros são obrigados na venda de sua mercadoria
ou reinvestir ou comprar com aquilo que venderam nas indústrias do local. Surge o
intervencionalismo econômico, que é a obrigação na venda a aplicação da parte
ou da totalidade da soma da venda. Surgindo desta forma a balança comercial, a
reserva de bens (ouro a prata). Reserva de mercado, proibir entrada ou saída de
mercadorias, interditar importação ou exportação, letras de câmbios e as
aplicações com investimentos no Estado, vigiar o mercado, criação de indústrias.
M P Mercanltilista na França
Os países nesta situação de mercantilismo com maior destaque eram:
França e Inglaterra, Espanha e Portugal. Na França começa a surgir o
nacionalismo econômico. A união da França com a Inglaterra para combater o
mercado Espanhol que tinha uma grande quantidade de ouro e de prata, com
muitas reservas, faz criar o porto aduaneiro. A aduana era o imposto criado para
entrada ou saída de mercadorias do porto de qualquer ou para qualquer país. A
reserva era a medida de riqueza de qualquer país, ou seja, media-se a riqueza de
uma nação pela quantidade de ouro e prata que ele possuía.
Na França começa a aparecer uma classe distinta que vai se
despontando no cenário político e econômico que é a burguesia ou classe média,
que depois defragla a Revolução Francesa.
M P Mercantilista na Inglaterra
Indústrias vão marcar a diferença do mercantilismo francês para o
inglês, este na Inglaterra demarcará o surgimento do novo modo de produção. O
M P C. O mercantilismo inglês cria a política monetária, livre circulação de
mercado e das mercadorias, às reformas políticas e monetárias, fazendo assim, o
mercantilismo inglês seja elaborado por seis etapas:
a- Proteção ou protecionismo;
b- A moeda;
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c- Encorajamento e favores à marinha mercante e o comércio nacional;
d- A importância do Estado na economia não é mais regular e sim
manter reservas e o saldo positivo;
e- Surge o intervencionismo autoritário;
f- A burocracia.
1 Teorias Mercantilistas
A organização do Estado para o controle burocrático: os magistrados, os
oficiais da moeda. Os políticos, os negociantes (atravessadores), os
manufatureiros. Assim, se tornam evidentes as teorias econômicas no
mercantilismo.
COLBERTISMO: Colbert era o ministro das finanças da França que
neste período criou a administração financeira, as
proteções de mercado, o crédito estatal, do
comércio e individual. Ainda criou o papel moeda e
dará um desastre econômico no futuro próximo
para a França.
LIBERALISMO: Esta é a teoria desenvolvida na Grã-Bretanha, era a
teoria quantitativa dos preços, as trocas
internacionais, o saldo positivo, os produtos
nacionais prioridade no comércio, e a livre
concorrência, daí o nome de Liberalismo.
4 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA
Introdução
58
O termo capitalismo vem de Capital. Até hoje as discussões continuam
acerca do significado do termo. A definição mais provável é ainda aquela usada
por Karl Marx de que “o capitalismo é de empresários que possuem o capital”.
Muitas afirmações foram feitas sobre o M P Capitalista e que transferem sua
origem a Idade Média ou ainda a épocas mais tardias, umas com e outras sem
fundamento.
1 Características do M P Capitalista
As características essenciais do M P Capitalista são:
- Moeda ou dinheiro papel;
- Letra de câmbio;
- Usura;
- Excedente de matéria prima;
- O lucro;
- O preço;
- O salário;
- O dinheiro.
Estes surgem num período com características próprias, como:
surgimento das indústrias, a concentração de população em grandes cidades, o
comércio e o mercado exterior, negociantes e atravessadores. O capital de bens
passa a ser o capital monetário. No capitalismo permanece ainda resquício dos
modos de produção anterior, que são adaptados ao capital: a terra, a propriedade
privada, a posse da terra, o comércio e o trabalho que terão outras funções no M
P Capitalista.
O ápice do M P Capitalista ocorre com o surgimento da
tecnologia, da ideologia, da burocracia e dos meios de comunicação que são
utilizados como formas de manipulação e de dominação. A diferença específica
entre o M P Mercantilista para o M P Capistalista é que um durou muito tempo e
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que este último não se sabe se vai jamais acabar. As guerras mundiais foram
marcadas pelas conquistas e a dominação do capital, e se utiliza a guerra hoje
como indústria do capital.
O M P Capitalista tem várias etapas: a passagem do M P C de
bens para o M P Capitalista monetário, depois para o industrial, o agropecuário, o
monopolista e o imperialista.
5 O HOMEM ATRAVÉS DOS MODOS DE PRODUÇÃO
O homem nos Modos de Produção pode ser visto como um homem
subjugado, oprimido e espoliado. Esta visão pode até ser de forma pessimista. No
M P A ou no M P T, o homem era um camponês que procurava o seu alimento
para sobrevivência de si e da própria família. Começa a domesticar animais, vive
perambulando na procura de melhores locais de vida, é um nômade e não tem
uma residência fixa. Começa a evoluir de um sistema matriarcal aonde a mulher
vinha com seus dotes e tinha o comando político-econômico; depois, o homem
passa a pagar o dote e depois praticamente, compra a esposa e assim, surge o
patriarcado. O filho mais velho, o primogênito passa a adquirir a força na casa. O
patriarca passa a comandar a política, de um chefe tribal evolui para o juiz e do
juiz para o monarca. Dessas características vem a passagem do nomadismo para
o sedentarismo, o poder do patriarca e agora a do monarca, do campo o poder vai
para a cidade da cidade para o Estado. A cidade mais aparelhada passa a ser
sinônimo de local de exploração, de subjugação. Começa a cobrança de impostos
e tributos. O homem começa a explorar o próprio homem. “Homo homini lupus”.
Com a passagem da Idade do Bronze, a descoberta do fogo inicia-se nova
fase, a Idade do Ferro. A manipulação de metais, a indústria, a tecnologia, as
construções das casas, as fortalezas, os templos, as cisternas, possibilitou a
mudança de M P que evoluiu. Do trabalho compulsório para o forçado e para
construírem os palácios, os templos, as defesas, as fortalezas. O tributarismo para
o bitributarismo que auxilia as grandes construções sobrecarrega o povo, explora,
oprime e escraviza.
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Depois do M P T vem o M P E que é a exacerbação do anterior, a
transformação da carga tributária, do endividamento. O homem enfrenta a dura
realidade de ser transformado em mercadoria. A invenção da escravidão pelos
gregos e o seu ápice com os romanos leva ao início de uma nova forma de M P.
Enquanto que, os gregos tinham várias categorias de escravos, fazendo
uma hierarquia escravagista. Os romanos transformam os escravos em animais e
mercadoria, desumanizando-os cada vez mais. Colocam os escravos nos jogos e
circos, nos espetáculos nas arenas para serem devorados pelos animais ferozes
perante uma platéia vibrante. Estes constroem leis, regras e normas para
escravizar e dificultar a vida do escravo. Transformam o mercado e o comércio de
alimentos em mercado de escravos.
Os escravos perante os romanos, além de serem transformados em
mercadoria, são usados para a força, tração animal para carregarem armas e
munições, ao trabalho agrícola, na carga.
O homem no M P Feudal teve sua situação amenizada, pois com a
constantinização de Roma fica o escravo a ser tratado mais “cristãmente” por seus
donos. Com a invasão da Europa pelos mouros e que depois de tanto serem
escravizados transformam em situação inversa, querem agora escravizar. A
tomada de Constantinopla, a expulsão dos mouros, a Europa se torna mais
“civilizada” e aos poucos vai acabando a situação da escravidão. O homem
começa a lutar pelos seus direitos. As guerras campesinas na Alemanha, a
abolição do mercado de escravos, a vida humana sente uma melhora substancial,
apesar das condições econômicas da época.
Aqui, o homem se torna mais livre, o senhor feudal, os pequenos
proprietários, os arrendatários e a plebe vão compor uma nova fase da divisão das
classes sociais na época. Aos poucos, surge a escravidão de novas formas e
outros tipos de exploração do homem pelo homem, até o nome servo ser uma
amenização do termo escravo.
Neste período, a dominação e formada pela igreja com suas ideologias, o
teocentrismo e a propriedade divina mostram como se mantém vivo e eficaz a
61
dominação eclesiástica, que a sua duração é de muitos séculos para ser
superada.
O homem no M P Mercantilista volta a sofrer as conseqüências das
ideologias anteriores, a diferenciação social, surgimento de novas classes sociais,
uma nova ideologia dominante enfatizada pela burguesia ascendente, que após a
Revolução Francesa toma rédeas do poder. A ascensão da burguesia ao poder,
junto com a revolução industrial dá bases para um novo modelo de M P, a
exploração se torna mais eficaz e o homem cada vez mais domina o seu
semelhante.
No M P Capitalista o homem tem as características diferentes dos outros
modos de produção: o capital que é o acúmulo de bens em dinheiro e
propriedades, o salário que é a equivalência daquilo que o homem fabrica, mais o
seu valor são de seu corpo, o preço que é simbolismo de um produto que os
capitalistas dão daquilo que o próprio trabalhador faz e não pode adquirir aquilo
que ele mesmo fabricou. A ideologia dominante auxilia na opressão e exploração
do trabalhador; o lucro e a ganância e a usura do produto vendido, que os donos
não se contentam com pouco e sim com a exorbitância. Assim cada vez mais,
aumenta este círculo vicioso de dominação, de exploração e de subjugação.
62
RESENHA: HOLANDA, SÉRGIO BUARQUE DE – “RAÍZES DO BRASIL”, JOSÉ OLYMPIO EDITORA, RJ, 1991, 22ª Ed.
INTRODUÇÃO
Esta obra, que data da década de 30, exatamente publicada em 1936, tem
uma característica essencial que é a introdução das idéias de Marx Weber no
Brasil. Retomando idéias deste grande especialista alemão, o autor introduz
conceitos sociológicos e etnográficos para determinadas características do
homem Brasileiro. Principalmente, os conceitos de Beruf e amt (vocação e
profissão) para expressar às condições sócio-psicológicas e antropológicas do
Brasileiro = a tipologia weberiana.
O livro é composto de sete capítulos: “Fronteiras da Europa”, “Trabalho e
Aventura”, “Herança Cordial”; “Novos Tempos”, e – o último – sobre “Nossa
Revolução”.
O capítulo mais polêmico e mais problemático é o quinto, sobre a teoria do
“Homem Cordial”.
Algumas coisas devem ser colocadas sobre o autor e a obra: o período em
que foi escrito é o pós-modernismo, o movimento de vanguarda ocorrido na
década de 20 em São Paulo. Relacionar com Mário e Oswald de Andrade. Na
Europa, relacionar com o movimento da República de Weimar, precursora dos
movimentos alemães posteriores; o surrealismo nas artes e nas letras, seus
estudos e demais escritos, o curso de Direito no Rio, posteriormente todos os
cursos dados no Rio, São Paulo e no exterior influenciariam o seu pensamento e a
sua obra.
A obra “Raízes do Brasil”, se junta aos livros de Gilberto Freyre “Casa
Grande e Senzala” e de Caio Prado Jr. Sobre “A Formação do Brasil
Contemporâneo”, eles formam uma tríade acerca do Brasil antigo, moderno e
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contemporâneo, mostrando a realidade brasileira desde as formas: sociais
políticas e econômicas, a vida intelectual, as ideologias e o reflexo da formação do
próprio Brasileiro. Mostram os aspectos culturais, raciais, o patriarcalismo, o
escravismo, a vida familiar, etc. Na política, mostra as formas do integralismo, do
liberalismo, e das esquerdas, etc. Passemos a analisar os capítulos.
1 FRONTEIRAS DO BRASIL
Este capítulo mostra a influência dos países colonizadores europeus sobre
a América, principalmente Portugal no Brasil e Espanha na América Central e do
Sul. Mostra a diluição das raças nesta grande miscigenação no território; a
questão do personalismo, as instituições e a falta de coesão social. O problema da
dissolução, decisão política, a divisão de classes, a falta de unidade são causas
de uma raiz profunda do não tradicionalismo, a falta de hierarquia, o privilégio nas
mãos de um grupo pequeno, o êxito ligado ao mérito e à corrupção, a repulsa para
o trabalho, a preguiça, a obediência cega, a influência carismática do chefe
político, a anarquia e a desordem são partes essenciais e integrantes da
personalidade do Ibérico.
Muitas nações influenciaram a formação do Brasil; seja econômica, cultural,
social e política, mesmo que, de forma negativa, e outros contribuindo
positivamente. Não só a Europa, mas outros continentes fizeram e o fazem ainda.
As fronteiras do Brasil não foram ainda determinadas, nem completadas, mas num
processo crescendo em formação, as fronteiras limitadas e ilimitadas das raças,
culturas sociais dos brasileiros.
2 TRABALHO E AVENTURA
Começa aqui a aplicação da sociologia weberiana da tipologia, mostrando a
diferença existente entre o homem trabalhador e o homem aventureiro. No Brasil,
a influência recebida dos conquistadores está mais para os aventureiros que
vinham para novas descobertas apenas para satisfazer o espírito de aventura.
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Desta forma, o autor mostra, neste capítulo, a existência de duas éticas que são
opostas. O aventureiro preocupado e buscando experiências novas, sem se fixar
num determinado local, oposto àquele que se consolida e fixa raízes. Um é o
provisório, o outro seguro. Um procura a segurança, o outro está ligado à
bagunça. O país continua nas mãos dos aventureiros, dos loteadores e das
lotecas, da vida fácil, da tapeação e dos “espertos”.
O trabalho é difícil, pressupõe algo em longo prazo, a segurança; a
aventura de ficar rico rápido e facilmente vence as preocupações das dificuldades.
A indolência faz parte do caráter do colonizador, deixando traços e sulcos
profundos nas populações beira-mar, como Rio e Salvador. A aventura ainda
fascina o povo, o ócio vence o trabalhador.
3 HERANÇA RURAL
Para entendermos o país de hoje, necessário é vermos a herança rural, o
Brasil em seu início e sua formação rural. Quando começa o declínio da
escravidão, começa a crise rural, pois uma se funda na outra; e, assim, começa a
influência da cidade sobre o campo. Porém a herança rural influenciará por muitos
anos ou séculos a própria cidade; mesmo que esta sobrepuje, subjugue, e domine
a outra, a influência perdurará até a revolução industrial que por aqui chegará
muito mais tarde do que em outros rincões. A luta entre o rural e o urbano
demarcará o progresso pretendido pela nação; os políticos queriam o sucesso do
urbano, mas o rural não saía do lugar, até que o desenvolvimento social arrasará
as bases do rural.
Somente com o rompimento do escravagismo e a entrada do feudalismo e
mercantilismo, foi possível vencer a herança rural que foi para pior. Desta forma,
as instituições rurais, como o patriarcalismo, a família, a economia rural, e todos
os aspectos dominantes, vão dar lugar à cidade e outra fase do Brasil citadino. A
herança rural, aos poucos, se esvai, constituindo a metrópole, as grandes cidades
e o êxodo que não para jamais.
65
4 O SEMEADOR E O LADRILHADOR
Nesta parte, o autor faz referências entre o trabalhador do campo, que é o
Semeador, e o Ladrilhador, que é o construtor das cidades: um é o português e o
outro é o espanhol; um traça as cidades desordenadas, sem projeção, em cada
lugar constrói mesmo que seja apenas uma casa. O outro traça o espaço,
organiza as regiões e as pequenas cidades e logo se transformam em metrópole.
Os portugueses ligados ao porto e litorais, os outros se embrenham na selva
fazendo a povoação ordenada em todos os cantos; os portugueses faziam
aglomerados de casas desordenadas e que abandonavam a qualquer sinal de
descoberta de ouro nos rios ou regiões próximas, construindo novas vilas ou
ajuntamentos; os espanhóis se fixavam mesmo não havendo metais preciosos e
trabalhavam o solo.
O semeador, o português, símbolo do desleixo e da desordem e da
contradição, se apegava a fazer fortunas rápidas e fáceis, não tendo lugar para se
fixar, abandonando tudo ao menor movimento ao saber que em outro lugar fora
encontrado metal precioso. Isto nos deu, de quebra, a preocupação com a
ascensão social, a facilidade às coisas e a forma da burguesia lusitana e as
aspirações à nobreza.
5 O HOMEM CORDIAL
Este capítulo é o mais polêmico; o autor refez as idéias desta tipologia
weberiana aplicada ao homem cordial. O autor trata do mesmo modo sobre as
características psicológicas, as aparências afetivas, a não sinceridade e outros
fatores deste tipo de homem.
O homem romântico, de fácil acesso, desleixado, brincalhão e zombador
fazem deste tipo social a cordialidade, a “educação”, a personalidade, a
“hospitalidade” e “generosidade” do homem cordial.
Na realidade, isto tudo é falso, uma fuga de um complexo maior. O medo e
a aversão às coisas, ao trabalho, às novidades fazem deste homem cordial,
66
através de um mecanismo de defesa, aquilo que não é. O horror, a devoção, o
culto e a falsa religiosidade, mostram todo temor do homem cordial. A exaltação
dos próprios valores e a negação de todos os outros aspectos da vida é o
caracteriza as formas desta falsa cordialidade. Este tipo encaixa bem no “carioca”
atual.
6 NOVOS TEMPOS
Também poderia ser denominado de novos rumos. Trata de, partindo da
constituição familiar, social do povo, mostrar a influência no período monárquico, a
mudança trazida pela instalação da Casa Real no Brasil, com D. João VI. O
choque dado pela Família Real nos velhos padrões e comportamentos dos
colonos. O que foi dito anteriormente sobre a aparente cordialidade, a falta de
aplicação à vida, ao trabalho e às coisas exteriores vão mudar os novos rumos e
as novas influências como o exibicionismo, a improvisação (o jeitinho brasileiro), a
falta de garra (aplicação), a influência do positivismo (ordem e progresso, os
slogans característicos) e da confiança demasiada nas coisas e nas pessoas, no
político se acomodam aos tipos de privilégios e tráfico de influências.
O problema é que, apesar desse chamar “novos tempos”, constitui todas as
formas de malefício para a formação da consciência e da brasilidade; longe de
formar um tipo de um povo de grande influência e personalidade, criou uma nação
de aparências e de ilusões, de sonhos menos de trabalho, de polidez, de
intelectualidade, cultura, política, sociedade, etc.
7 NOSSA REVOLUÇÃO
As nossas revoluções sempre foram de cima para baixo e de militares.
Sempre teve a característica da dissolução da ordem tradicional, nunca a estrutura
social; vem das instituições políticas e não das idéias. A primeira revolução é a
passagem do rural para o urbano, a cultura das cidades sobrepuja o
tradicionalismo do campo, das fazendas. A passagem da tradição Ibérica para a
67
mistura de tradições, das instituições agrárias para as citadinas. A outra revolução
é passagem da cana de açúcar para a cultura do café, que é um produto criado
para a cidade.
Passagem do Império para a República é outra “revolução”, de colônia para
outra forma de colonialismo, de Portugal para a Inglaterra. A nossa revolução não
é uma mudança radical, mas apenas uma substituição de outras formas; sempre
foi assim, na política, na economia, no social. O tipo brasileiro, avesso às
novidades, prefere substituir a transformas radicalmente; desta forma é um tipo
reacionário ao invés de revolucionário. Ele tem repulsa a tudo e todas as coisas.
Esta é a nossa revolução.
CONCLUSÃO
Mesmos que escrito nos anos 30 tem a sua vigência e atualidade. Esta
obra é o marco teórico weberiano aplicado às nossas origens. Tanto podemos
falar do tipo ou do jeitinho brasileiro.
68
INCLUSÃO E EDUCAÇÃO
“O caminho se faz com o caminhar” (Edgard Morin)
Falar de inclusão num mundo cheio de exclusões é muito difícil. Falar de
inclusão e educação é mais complicado ainda. O mundo globalizado é um mundo
de exclusões: exclusão social, econômica, política, religiosa e assim por diante. Ao
pensar em exclusão notamos que se escreveu muito, pensou muito sobre o
assunto e ainda precisa ver, pensar sobre inclusão escolar. Pensamos escolar
confronta os formalismos, os modo de ensino, escolas de pensamento, serviços,
grades curriculares, burocracia. Precisamos mudar as praticas para não cairmos
nas coisas mesmas das praticas educativas. Procuramos ressignificar e
transformar os processos educacionais.
1 Pensar uma educação mais inclusiva
A nova era é uma época de movimento global e interdisciplinar. Falam-se ainda
da nova consciência, globalização, qualidade de vida, cibernética, ecologia,
economia global, o mundo das águas, etc. Mas fala-se também de tradições,
costumes, culturas, novas ciências e novas crenças e mudanças no campo
religioso, da moral da educação, da vida sexual, de outras sexualidades.
Ao se pensar a inclusão da pessoa como pessoa com deficiência no
funcionamento diário de uma instituição escolar, fatalmente haverá o confronto
com ramificações relativamente inesperadas e incoerentes, em relação ao que
significa conceber a educação a partir de um ponto de vista inclusivo.
A escola é na teoria tradicional, uma instituição ou um aparelho do estado, tanto
na visão positivista de Emile Durkheim. Como nas versões críticas de Louis
Althusser e Pierre Bordieu. A escola tem uma historia documentada, geralmente
escrita a partir do poder estatal, que destaca sua existência homogênea.
Conceber uma nova educação para uma sociedade inclusiva, procurando levar
em conta o que já foi realizado até hoje, para, gradualmente, serem propostas
mudanças na busca da superação de preconceitos, barreiras e limites,
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desenvolvendo-se, assim, na escola e na sociedade, uma atuação mais coerente
e comprometida com os novos paradigmas.
O problema no segundo paradoxo colocado por Marx a respeito da educação é:
quem educará os educadores? É preciso que eles se eduquem a si mesmos.
O QUE FAZER?
Ler os livros.
1a Leitura a ser feita: MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia, Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense, São Paulo, 200.
2a Leitura: O capítulo: O que é Sociologia.
3a leitura: COVRE, Maria de Lourdes Manzini – O que é Cidadania. Editora Brasiliense, São Paulo, 200.
4a Leitura: A apostila toda.
5a Leitura: Livros sobre inclusão social.
70
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
TEDESCO, J C. Temas de Sociologia da Educação. São Paulo, Cortez, 1989 , 3 edição.
Analfabetismo;
Mudança social e educação;
Capital cultural; custos e financiamentos;
Docentes;
Educação informal;
Emprego e educação;
Ensino médio;
Ensino técnico;
Estratificação social e educação;
Modelos;
Planejamento educacional;
Pré-escola;
Reforma educacional;
Socialização;
Universidade.
RODRIGUES, A T. Sociologia da Educação. R J, D P & A, 2000.
I Breve sociologia do professor virtual
II Sociedade, educação e vida moral
O homem faz a sociedade ou a sociedade faz o homem?
Durkheim e o pensamento sociológico
A sociedade na cabeça
A diferenciação da sociedade
Educação para a vida
71
III Sociedade, educação e emancipação
Marx e o pensamento sociológico
As leis da história
As formas da consciência
Educar no mundo industrial
IV Sociedade, educação e desencantamento
Weber e o pensamento sociológico
O indivíduo e as instituições
Desencantar o mundo
Treinar em vez de cultivar o intelecto
V Três visões sobre o processo educacional no século XX
Bordieu e os esquemas reprodutores
Gramsci e a reforma intelectual e moral
Manheim e a luz no fim do túnel
VI A sociologia da educação atual
Estruturas, sujeitos e processos
Capitalismo, estado e sociologia
Sociedade, economia, política e educação
VII A educação e os novos blocos hegemônicos
Neoliberais
Neo - conservadorismo
Populistas autoritários
A nova classe média profissional
OLIVEIRA, P S de. Introdução à sociologia da educação. São Paulo, Ática, 1993.
I Educação como objeto de estudo sociológico
A sociologia da Educação
A importância da Sociologia da educação
Conceito sociológico da educação
Análise da Educação
Formas de educação
72
Funções sociais da Educação
II A educação como processo social
Educação como processo socializador
Educação como processo de controle social
Educação como técnica social
III Estrutura social e educação
Estrutura social
Estrutura social e educação
Estrutura social e escola
Educação, estratificação e mobilidade social
IV Instituições sociais e educação
A vida em sociedade
A igreja e a educação
O estado e a educação
Os meios de comunicação e a educação
V Mudança social e educação
Mudança social e educação
Desenvolvimento econômico e a educação
VI Sociologia da escola
A escola como grupo social
A estrutura da escola
A classe
A subcultura escola
VII A escola e a Sociologia
A escola e a comunidade
A relação classe social e educação na escola
O papel social do professor
A interação na sala de aula
VIII A educação no Brasil
Educação no Brasil
A situação atual da Educação
73
O analfabetismo no Brasil
PILLETTI, Nelson. Sociologia da Educação. São Paulo, Ática, 1998.
I Sala de aula
1 Organização da classe
Espaço físico
Tempo
Intelecto e aprendizagem
2 A turma
Isolamento
Interação
Cooperação
3 O mundo visto pelos alunos
A cultura na sala
Sala de aula e o trabalho
Desigualdades sociais participação política
4 Alunos e professores
Alunos
Professores
Mestre é quem aprende
II Escola e Comunidade
5 Sala de aula e escola
Grupos formam a escola
Mecanismos e escola
6 Escolas rurais
Vida e trabalho no campo
Escolas rurais
7 Escolas Urbanas
Vida nas cidades
Escolas urbanas
8 Escola Comunidade
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Conhecer a comunidade
Escola na comunidade
A comunidade na escola
III Educação e Sociedade
9 Educação fora e dentro da escola
Educação como processo social
Educação fora da escola
Educação escolar
10 Educação e Sociedade no Brasil
Democracia escolar
Democracia e fracasso na escola
11 Educação e controle social
Reprodução
Repetição
Segregação
Condicionamento
Repressão
Exclusão
12 Educação e transformação social
Descoberta vivencia
Visão de conjunto
Espontaneidade
Liberdade
Participação
13 Educação popular
Educação publica e gratuita
Educação de adultos
IV Sociologia, sociedade e educação
14 Interação social
Isolamento
Interação social
75
Motivos da interação
15 Grupos, instituições e classes sociais
Grupos que formam a sociedade
Grupos e instituições
Estratificação social
Marx e as classes sociais
16 Cultura e organização social
Que é cultura
Etnocentrismo X relativismo cultural
Formas de organização social
Sociedade capitalista
Sociedade socialista
17 Controle e mudança social
Controle social
Marginalização social
Mudança social
Reforma e revolução
18 Sociologia e Educação
O que é sociologia?
Sociologia e métodos
Sociologia e Pedagogia
KRIPPA, Sonia. Sociologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1993.
I Educação como tema da sociologia
A educação
A educação e a escola
A educação escolar e fora da escola
II O contexto Brasileiro – capitalismo e as explicações da Sociologia
Brasil capitalista
As idéias liberais e a escola
A visão de educação em Durkheim
76
Marx
III A escola no Brasil
A escola brasileira
A organização da escola
IV Educação e cidadania
Estado e educação
A escola e a cidadania negada
A escola publica de qualidade
77
BIBLIOGRAFIA
BERGER, Peter L. Perspectivas Sociológicas. R J, Vozes, 1972.
BERGER, P/Th. LUCKMANN. A Construção Social da Realidade, Petrópolis, Vozes, 2001
BEGER, Peter L. A Construção social da realidade. R J, Vozes, 1973.
CHINOY, Ely. Introdução a Sociologia, SP, Cultrix, 1971.
HOLANDA, Sergio Buarque. Raízes do Brasil, José Olimpio, RJ, 2002.
HORTON, P. Introdução a Sociologia, SP, Brasiliense, 1975.
KOENIG, Samuel. Elementos de Sociologia, RJ, Zahar, 1973.
ROCHER, Guy. Sociologia, Lisboa, Presença, 1971.
RUMEY, Manual de Sociologia, RJ, Zahar, 1966.
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