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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
MARIANA FERREIRA SILVA RIBEIRO THAYSA SARMENTO DE MORAES SIQUEIRA
ETAPAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL:
comparação entre dois estudos de caso em Maceió - AL
MACEIÓ – ALAGOAS 2017/01
MARIANA FERREIRA SILVA RIBEIRO THAYSA SARMENTO DE MORAES SIQUEIRA
ETAPAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL:
comparação entre dois estudos de caso em Maceió - AL
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Thássia Catherine Costa Nascimento.
MACEIÓ – ALAGOAS 2017/01
MARIANA FERREIRA SILVA RIBEIRO THAYSA SARMENTO DE MORAES SIQUEIRA
ETAPAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL:
comparação entre dois estudos de caso em Maceió – AL
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Thássia Catherine Costa Nascimento.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus por todas as bênçãos que são derramadas em nós
todos os dias.
Aos nossos familiares, por todo amor, acolhimento e esforços imensuráveis
empregados em nossa formação moral e profissional. O exemplo de vocês nos dão
forças para vencer.
Aos amigos, pelo apoio e incentivo nas horas mais difíceis.
A professora Renata Sarmento a qual nos ensinou, com imensa sabedoria, as
primeiras lições de projeto arquitetônico, sendo responsável pelos nossos primeiros
encantamentos com a matéria. Obrigada professora pela dedicação, conselhos e
conhecimentos expostos, sem a sua ajuda, o início desse projeto não teria
acontecido, você conseguiu tornar todo o caminho mais fácil.
A nossa orientadora Thássia Nascimento que aceitou esse desafio de nos
orientar, obrigada pela sua generosidade em transmitir o seu conhecimento e pelo
suporte, empenho e dedicação nas diversas análises feitas no decorrer desta
jornada. A senhora foi essencial para a conclusão deste trabalho.
ETAPAS DO PROJETO ARQUITETÔNICO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL: comparação entre dois estudos de caso em Maceió - AL
STAGES OF THE ARCHITECTURAL PROJECT FOR THE EXECUTION OF CIVIL ENGINEERING WORKS: comparison between two case studies in Maceió - AL
Mariana Ferreira Silva Ribeiro Graduanda do curso de Engenharia Civil
marianar314@gmail.com
Thaysa Sarmento de Moraes Siqueira Graduanda do curso de Engenharia Civil
sarmentothaysa@gmail.com
Thássia Catherine Costa Nascimento Mestre em Arquitetura e Urbanismo
Thassia.cnascimento@gmail.com
RESUMO
O projeto arquitetônico é de extrema importância para o bom andamento e execução da obra, suas etapas de elaboração não obedecem a padrões, porém seguem um modelo que podem ser refinados de maneira singular por cada profissional. Percorrer corretamente o modelo de elaboração de projeto é imprescindível para obter sucesso, pois problemas com retrabalhos, perda de tempo e de capital são normalmente decorrentes do mau planejamento e falhas durante essas etapas. No devido trabalho uma comparação entre dois escritórios e obras executadas a partir de projetos arquitetônicos elaborados por esses escritórios foi feita para verificar na prática se a má elaboração desses projetos pode impactar no resultado ou não da mesma. Com essa análise foi visto que inserir as ferramentas corretas dentre as etapas, é de extrema importância, pois observa-se que seguir as etapas, pensando em uma compatibilização ainda na fase de elaboração dos projetos pode contribuir com a prevenção de erros, obtendo o resultado esperado.
PALAVRAS-CHAVE: Projeto Arquitetônico, Compatibilização, Etapas. ABSTRACT The architectural design is of extreme importance for the good progress and execution of the work, its stages of elaboration do not obey to standards, but follow a model that can be refined in a unique way by each professional. Properly traversing the project design model is essential to success, as problems with rework, time and capital loss are usually due to poor planning and failures during these steps. In due work a comparison between two offices and works executed from the architectural projects elaborated by these offices was made to verify in practice if the poor elaboration of these projects can impact in the result or not of the same one. With this analysis it was seen that inserting the correct tools among the steps is extremely important, since it is observed that following the steps, thinking about a compatibilization still in the phase of elaboration of the projects can contribute with the prevention of errors, obtaining the result expected.
KEYWORDS: Architectural Design, Compatibility, Steps.
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
2 ETAPAS DE PROJETO ARQUITETÔNICO: UMA VISÃO GERAL ........................ 8
2.1 Do desenho técnico até a normatização ........................................................... 8
2.2 Projeto arquitetônico e a construção civil ........................................................ 9
2.3 Etapas do processo de projeto ........................................................................ 11
2.4 Problemas referentes às etapas de projeto .................................................... 18
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 21
3.1 Visita aos Escritórios ........................................................................................ 22
3.1.1 Escritório A ....................................................................................................... 22
3.1.2 Escritório B ....................................................................................................... 23
3.2 Visita as obras ................................................................................................... 23
3.2.1 Obra A .............................................................................................................. 24
3.2.2 Obra B .............................................................................................................. 24
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 25
4.1 Análises dos escritórios ................................................................................... 25
4.1.1 Análise do escritório A ...................................................................................... 25
4.1.2 Análise do escritório B ...................................................................................... 28
4.2 Análises das Obras ........................................................................................... 29
4.2.1 Análise da Obra A ............................................................................................ 29
4.2.2 Análise da Obra B ............................................................................................ 32
4.3 Análise comparativa ......................................................................................... 34
4.3.1 Análise comparativa dos escritórios A e B ....................................................... 34
4.3.2 Análise comparativa das obras A e B ............................................................... 36
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 38
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39
APÊNCICES ............................................................................................................. 41
APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ESCRITÓRIOS ...................... 41
APÊNCICE B: QUESTIONÁRIO DESTINADO AS OBRAS ..................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
Quando se pensa em construir um empreendimento, deve-se considerar as
várias etapas que existem ao longo do seu processo de criação. Albuquerque (1978
apud SALGADO, 1996) define três fases evolutivas de um empreendimento: o
planejamento do empreendimento, o planejamento da construção e o recebimento
da edificação.
A etapa do planejamento do empreendimento trata de todos os fatores
necessários a realização do mesmo. Definido na primeira etapa sobre o que se
deseja realizar, escolhido o terreno e elaborado o programa de necessidades,
passa-se ao desenvolvimento dos projetos que compõe a etapa do planejamento da
construção. Essa fase envolve não apenas os projetos necessários à realização do
empreendimento (arquitetura, estrutura, instalações, projetos de tratamento térmico,
acústico, luminotécnico, paisagístico e comunicação visual) como também o
orçamento e o plano de operação. Este último é composto pelo programa de prazos,
de recursos e de desembolso além do controle financeiro do empreendimento. A
fase subsequente, denominada fase de construção, está no controle da qualidade
dos serviços e materiais, caracterizando-se pela execução propriamente dita do
empreendimento, sua fiscalização e controle (SALGADO, 1996).
Inserida na fase de planejamento da construção, está a elaboração de
projetos. Os projetos devem atender todos os requisitos determinados pelo cliente,
sendo feito um estudo das necessidades, uso e resultados esperados para o projeto.
O projeto arquitetônico deve ser o primeiro a ser elaborado, sendo esse um dos
mais importantes, pois é ele quem define os espaços.
Na concepção do projeto arquitetônico inicialmente deve ser estudado o
programa de necessidades do cliente e deve ser feito um estudo preliminar de
arquitetura. Em seguida, o desenvolvimento do projeto é consequência dos estudos
da etapa anterior e os produtos gerados são o projeto para aprovação e o
anteprojeto. Já na fase final, tem-se o projeto de execução, que é aquele que
apresenta todas as informações necessárias para realização da obra (SALGADO,
2004).
Para elaboração do projeto é necessário obter todas as informações do
ambiente a ser projetado. Levantamento das atividades desenvolvidas dimensões
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físicas do local, seu layout arquitetônico e materiais utilizados são os dados iniciais
do projeto.
Visto que o projeto arquitetônico é elaborado na fase de planejamento, pode-
se afirmar que ele é crucial para elaboração de projetos complementares, já que
esses projetos são feitos levando em consideração o projeto final de arquitetura.
Muitas vezes essas etapas de projeto arquitetônico são desconsideradas. A falta de
estudo das mesmas pode trazer consequências desastrosas para muitas obras da
construção civil. Os principais pontos são os projetos complementares. Na maioria
das vezes muitos projetos de execução vão para as obras de construção civil sem a
compatibilização necessária. Com isso, podem aparecer problemas durante a fase
de execução da obra, aumentando assim as reformas, os retrabalhos e,
consequentemente, os resíduos gerados por obras de construção civil. Entender a
importância das etapas de projeto e segui-las na elaboração do projeto é um
requisito fundamental para evitar perdas tanto de tempo quanto de material na obra.
Hoje, os construtores e empresários do ramo da construção civil, se
preocupam cada vez mais com as etapas que antecedem a execução da obra em si.
Um planejamento bem elaborado, com projetos bem pensados e compatibilizados
evitam erros e problemas que possam levar a um custo maior não incluso no
orçamento da obra, além de atrasos e da insatisfação do cliente que adquirir o
empreendimento. A qualidade de uma obra não está apenas no controle de insumos
utilizados no processo de produção, mas em todas as etapas que antecedem o
produto final.
O referente trabalho tem como objetivo fundamentação teórica das etapas de
projeto arquitetônico, verificando os diversos autores que falam sobre o referido
tema. Investigar em escritórios de Maceió-AL, como esses escritórios elaboram
projetos arquitetônicos e quais são os métodos utilizados por eles. Verificar na
prática em obras de engenharia civil que são realizadas através de projetos feitos
por esses escritórios os problemas encontrados e finalmente fazer uma análise
comparativa entre estes escritórios e obras.
Busca-se com este trabalho entender a real importância dessas etapas e
como elas podem refletir de maneira positiva ou negativa em uma obra de
construção civil, o tema foi escolhido de maneira a tornar esta busca mais fácil,
sendo feito um comparativo entre dois estudos de caso.
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2 ETAPAS DE PROJETO ARQUITETÔNICO: UMA VISÃO GERAL
Neste capítulo, visando aprofundar o conhecimento sobre o assunto, serão
abordadas questões como o contexto histórico, conceitos e definições,
contextualização das etapas de projeto arquitetônico e problemas relacionados às
etapas de projeto.
2.1 Do desenho técnico até a normatização A história da arquitetura está ligada diretamente a evolução humana.
Segundo Schuler e Mukai (2012), desde as suas origens o homem comunica-se
através de grafismo e desenhos. Tudo isso teve início com as pinturas rupestres,
quando o homem começou a se expressar através de desenhos que representavam
não apenas o meio em que viviam, mas também as suas experiências e sensações.
Ainda de acordo com Schuler e Mukai (2012), os desenhos foram evoluindo
(Figura 1), tornando-se mais técnicos e representando os objetos da maneira mais
real possível, em formas e dimensões. Pode-se dizer que o desenho é a principal
forma de expressão humana. É através dele que o profissional exterioriza as suas
criações e soluções, representando o seu projeto, seja ele de um móvel, de uma
casa ou uma cidade.
Figura 1: Evolução dos desenhos rupestres, representando a caça.
Fonte: COURI(2014).
Foi no Renascimento que o desenho começou a ser usado como
representação do projeto arquitetônico. Leonardo da Vinci e Brunelleschi foram os
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pioneiros nas representações técnicas na época. Os renascentistas1 já tinham uma
noção técnica de perspectiva, proporção e planejamento apesar de não haver
conhecimentos de geometria descritiva, o que tornava os desenhos mais livres e
sem nenhuma normatização (SCHULER E MUKAI, 2012).
Com a Revolução Industrial, houve a necessidade de melhorar ainda mais as
representações técnicas. Os projetos de máquinas passaram a exigir um maior rigor.
Nesse período surgiu a necessidade, entre os projetistas, de criação de uma
linguagem que todos entendessem. Foi então que a partir do século XIX surgiram as
primeiras normas técnicas de representação gráfica. Desde então essas normas
vêm sendo melhoradas (XAVIER, 2011).
O desenho arquitetônico pode ser considerado uma especialização do
desenho técnico normatizado, voltado para execução e representação de projetos
de arquitetura. Pode-se dizer que o desenho arquitetônico é a forma de
comunicação entre o desenhista ou projetista e o leitor do projeto. (SCHULER E
MUKAI, 2012).
Como dito por Schuler e Mukai (2012), o desenho é usado como forma de
comunicação, sendo assim, é necessário uma padronização dos mesmos. A
normatização para projeto de arquitetura tem a função de estabelecer regras e
conceitos únicos de representação gráfica, assim como uma simbologia específica e
pré-determinada, possibilitando o desenho técnico atingir o objetivo de representar o
que se quer tornar real.
Os desenhos arquitetônicos compõem os projetos de obras de construção
civil, sendo assim importante entender a sua história. Desde os primórdios da
civilização projetos vêm sendo realizados. Projetos têm sido planejados e
executados pelas organizações para criar novos produtos e serviços e introduzir
mudanças e inovações em seus processos (MARTINS, 2003).
2.2 Projeto arquitetônico e a construção civil
Segundo Dinsmore e Cavalieri (2003 apud NOGUEIRA, 2012), projeto é um
instrumento fundamental para qualquer atividade de mudança e geração de produto
1O ideário renascentista: humanista e clássico. Renascimento, Renascença são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIV e o fim do século XVII (SANTOS, 2009).
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e serviços. Eles podem envolver desde uma única pessoa a milhares de pessoas
organizadas em times e ter duração de alguns dias ou vários anos.
Pode-se definir projeto como um esforço temporário, com a intenção de criar
um produto ou serviço exclusivo. É elaborado progressivamente e em etapas
realizadas por pessoas, com recursos finitos, sendo submetido a planejamento,
execução e controle (PMI, 2012).
Conforme a ISO 10.006 Gestão da qualidade – Diretrizes para a qualidade no
gerenciamento de projetos (ABNT, 2000), entende-se que o projeto é um processo
único, constituído de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas
para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos
específicos, incluindo limitações de tempo, custos e recursos.
Para Delesderrier (2015), o projeto na construção civil é a etapa fundamental
para o processo de execução da edificação. Sendo importante na obtenção da
qualidade no produto final, pois é responsável por toda a estrutura física, a partir das
necessidades do cliente.
Define-se projeto, na construção civil, como a atividade ou serviço integrante
do processo de construção, responsável pelo desenvolvimento, organização,
registro e transmissão das características físicas e tecnológicas especificadas para
uma obra, a serem consideradas na fase de execução. Trata-se de um processo de
criação de um produto (MELHADO, 1994 apud RUFINO, 2011).
Rufino (2011), afirma que para atender as necessidades de transmissão das
características físicas e tecnológicas da obra, o projeto deve ser entendido como
mais do que a elaboração de desenhos e memoriais descritivos.
Para entender a importância do projeto arquitetônico, Caiado (2004), aponta o
projeto arquitetônico como o definidor de custos, funcionalidade, tecnologias
construtivas, construtibilidade e satisfação do cliente. Sendo assim, responsável por
todos os parâmetros que vão definir o empreendimento.
Adesse e Salgado (2006) defendem que sem um correto e completo projeto
arquitetônico todos os outros segmentos inerentes à produção de um edifício
estarão prejudicados e comprometidos no que se refere à qualidade, eficiência,
remuneração, satisfação do cliente e racionalização.
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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), de acordo com a resolução
número 51 de 2013 define projeto arquitetônico como sendo uma atividade técnica
de criação, pela qual é concebida uma obra de arquitetura.
Pode-se definir projeto arquitetônico como sendo a materialização da ideia,
daquilo que foi imaginado, é a representação da concepção do que foi pensado e
projetado. Através dele é possível planejar a melhor maneira de atender as
necessidades dos usuários e a melhor forma de sanar todas as dificuldades
envolvidas nesse processo. Assim o objetivo do projeto arquitetônico é saber
previamente possíveis problemas de execução do projeto em pauta e garantindo
que o projeto saia como planejado (TAVARES, 2015).
Analisado os conceitos e definições de projeto, é possível afirmar que o
projeto para ser bem executado precisa passar por etapas, essas devem ser
seguidas de forma eficiente. Cada etapa do processo é de suma importância para
que se elaborem projetos de alta qualidade.
2.3 Etapas do processo de projeto
Com o mercado cada vez mais exigente, os projetos em geral receberam
várias modificações ao longo do tempo, passando a ser visto como um processo.
Segundo Delesderrier (2015), apesar da extrema importância que tem a
identificação e o conhecimento das etapas do processo de projeto, há falta de
padronização destas etapas.
Santos (2014), afirma que não há uniformidade entre os diferentes autores
sobre quais são as etapas de projeto, mas é quase unânime entre eles, que a
modelagem do processo é uma das primeiras ações a serem realizadas para
organizar, desenvolver e controlar o processo, permitindo a todos os agentes
envolvidos no mesmo tenham uma visão sistemática e detalhada de cada etapa.
Vários autores defendem através de estudos e trabalhos suas divisões de
processo de projeto.
Messeguer (1991 apud DUARTE E SALGADO, 2012), aponta cinco
atividades principais relativas ao processo de construção que são: planejamento,
projeto, materiais, execução, uso e manutenção. Essas atividades são
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desenvolvidas de forma hierárquica, fragmentadas, envolvendo a participação
encandeada de diferentes agentes do processo de produção do edifício.
Para Melhado (1994), o processo de projeto passa por etapas
conceitualmente progressivas, no qual a liberdade de decisão na escolha de
alternativas vai sendo gradativamente substituída pelo detalhamento das soluções
adotadas. Estas etapas são: programa de necessidades, estudo preliminar,
anteprojeto, projeto executivo, projeto para produção, planejamento e execução,
assistência técnica.
Jobin et al (1999 apud DELESDERRIER, 2015) define que a nomenclatura
das etapas de projeto não é consensual, sendo geralmente no mínimo três etapas:
estudos preliminares, anteprojeto, projeto definitivo (projeto executivo/detalhado).
Outra etapa desenvolvida em paralelo ao anteprojeto é a de “projeto legal”,
elaborado para obter as aprovações necessárias em órgãos públicos e
concessionárias.
Sendo assim, as etapas de projeto são definidas a critério do construtor, sem
padronização especifica.
Para Adesse e Salgado (2006), o processo do projeto arquitetônico engloba
desde a fase de concepção do empreendimento (desenvolvimento do projeto de
arquitetura) até a compatibilização/coordenação de todos os projetos relacionados à
produção da edificação, inclusive os projetos para produção. A execução da obra, o
uso e a manutenção, juntos, são considerados processo do projeto construtivo e
retroalimentam o processo do projeto arquitetônico.
Para Schuler e Mukai (2012), nos projetos arquitetônicos devem conter todas
as informações necessárias para que possam ser completamente entendidos,
compreendidos e executados. Em geral o projeto arquitetônico divide-se em três
etapas, que são: concepção, desenvolvimento e execução (SALGADO, 2014).
Na fase de concepção, são gerados dois resultados de acordo com Salgado
(2014), esses resultados são: o programa de necessidades e o estudo preliminar.
O programa de necessidades será em parte responsável por muitas das
decisões arquitetônicas, e, para realizá-lo da melhor forma possível, é necessário
encontrar algumas respostas. Conhecer o cliente, o que ele pretende alcançar com o
projeto, e quais serão as finalidades desse empreendimento, devem ser questões a
serem levantadas no programa de necessidades (SALGADO, 2014). Para que isso
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ocorra da melhor forma, inicia no programa arquitetônico o estudo para estabelecer
soluções para o edifício a ser construído, o processo pode ser feito através de
setorização e zoneamento das funções do espaço, bem como um fluxograma das
circulações e articulações e diagrama geradores da organização dos espaços para
que seja feito um estudo do melhor arranjo físico e passar para próxima etapa.
Para esclarecer melhor o que vem a ser programa de necessidades, o
dicionário ilustrado de arquitetura, de Albernaz e Lima (1998), define programa de
necessidades como sendo: (i) Espaço arquitetônico definido de acordo com um
conjunto de atividades sociais e funcionais nele exercido e com o papel que
representa para a sociedade. Os programas arquitetônicos modificam-se com o
tempo segundo as novas necessidades criadas pelo homem. (ii) Classificação, em
termos genéricos ou minuciosos, do conjunto de necessidades funcionais
correspondentes à utilização do espaço interno e à sua divisão em ambientes,
recintos ou compartimentos, requerida para que o edifício tenha um determinado
uso.
O estudo preliminar busca definir os primeiros espaços, é através dele que os
primeiros projetos são iniciados, pois, é no estudo preliminar que a aprovação do
cliente é feita. Nessa etapa surgem as primeiras plantas (baixas, de situação, cortes,
fachadas), e também é feito o primeiro memorial contendo todas as características
gerais da obra (DUARTE; SALGADO, 2012).
Albernaz e Lima (1998) define estudo preliminar como etapa do projeto
arquitetônico que consiste em uma configuração inicial da construção proposta, a
partir da avaliação dos condicionantes que influenciarão o projeto a ser realizado.
Levam em consideração condições topográficas, climáticas, ambientais, de
programa, de legislação, de custos, de estética e de dimensionamento.
A fase de desenvolvimento é composta por duas etapas, que são: projeto
para aprovação ou projeto legal e anteprojeto (SALGADO, 2014).
Pinhal (2014) descreve anteprojeto como sendo a fase intermediária do
projeto arquitetônico que consiste em uma configuração definitiva da construção
proposta. É formado por um conjunto de desenhos que representam o projeto com
maior clareza e personalidade. É a partir do anteprojeto que os projetos
complementares devem ser iniciados. Nessa fase são gerados desenhos técnicos
de plantas, layout, setorizações, cortes, fachadas, implantação, animação 3D
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(maquete eletrônica), ou seja, todos os desenhos necessários para o entendimento
do cliente (MELO, 2009). Para fase de anteprojeto é importante ter em mãos alguns
documentos, como: sondagem geológica, levantamento topográfico, informação
básica do imóvel (fornecido pela prefeitura) e outros documentos que vão variar de
acordo com a complexidade do imóvel. O projeto para aprovação ou conhecido
também como projeto legal, tem como objetivo obter licenças e alvarás da obra, de
acordo com as normas vigentes (DUARTE; SALGADO, 2012). Nessa fase vão
constar todos os documentos exigidos para aprovação legal da edificação.
A última fase é a de execução, o produto dessa fase é o projeto executivo
(SALGADO, 2014).
O projeto executivo é aquele que deverá apresentar todas as informações
necessárias a realização da obra. Está incluso nesse processo todas as plantas de
várias naturezas, que serão entregues aos profissionais envolvidos no processo de
planejamento e serão utilizados para alimentar os projetos complementares, logo
após a análise dos projetos complementares e sua aprovação, os projetos são
compatibilizando para assim serem colocados em execução.
Para resumir as etapas, Duarte e Salgado (2012), montaram o quadro abaixo
(Quadro 1) baseando-se no Manual de Contratação dos Serviços de Arquitetura e
Urbanismo da AsBEA (2012).
Quadro 1: etapas do projeto
Etapas Objetivos Características Agentes
envolvidos
Levantamento
de dados
Obter um conjunto de
informações capaz de
delinear o objeto e
proporcionar
elementos para um
estudo de viabilidade
técnico-legal e
econômica
Tem como produto
final relatórios com
dados abrangentes,
tais como: definição
dos elementos
básicos, informações
legais e características
geográficas e
ambientais do local
Cliente,
arquiteto,
topografo,
empresas de
sondagens.
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Estudo
Preliminar
Apresentar soluções
para o partido
arquitetônico e obter a
aprovação inicial do
cliente para
continuação do
processo
Tem como produto
final plantas (baixas,
de situação, cortes
esquemáticos, etc) e
memorial contendo as
características gerais
da edificação
Cliente,
arquiteto e
eventuais
consultores que
se façam
necessários
Anteprojeto
Resultado final da
solução arquitetônica
proporcionando um
conjunto de
informações técnicas
necessárias ao inter-
relacionamento dos
demais projetos e
suficientes a
elaboração de custos,
prazos e consultas
prévias aos órgãos
competentes
Tem como produto
final plantas (baixas de
todos os pavimentos,
situação e cortes),
definições da
concepção visual
externa (fachadas e
acesso) e interna
(principais
acabamentos e
equipamentos) do
produto
Cliente,
arquiteto,
gerenciador,
projetistas
complementares
e eventuais
consultores
Projeto legal
Obter licenças e
alvarás da obra, de
acordo com normas
vigentes
Tem como produto
final dossiê com os
documentos exigidos
para aprovação legal
da edificação
Cliente,
arquiteto,
órgãos
licenciadores
Projeto
executivo
Desenvolver de forma
mais profunda o
anteprojeto, verificar
se os projetos estão
compatibilizados,
relacionar todos os
dados técnicos e
informações dos
Tem como produto
final um conjunto de
documento (listagens
e plantas de diversas
naturezas)
comprometido com a
real execução da obra
e que seja legível por
Cliente,
arquiteto,
gerenciador,
projetistas
complementares
e consultores
16
materiais que serão
utilizados,
proporcionar a exata
execução técnica e
artística da obra e
complementar o
projeto de execução
com os detalhes
construtivos
necessários a um
melhor entendimento
da obra
todos os profissionais
envolvidos no
empreendimento
Fonte: Adaptado de DUARTE; SALGADO, 2012.
Existem normas que detalham as etapas de projeto a serem utilizadas para
elaboração de projetos. Entre elas está a NBR 13532:1995 – Elaboração de projetos
de edificação – Arquitetura.
A NBR 13532:1995 define as etapas de execução da atividade técnica do
projeto de arquitetura, são elas, na sequencia indicada:
a) Levantamento de dados para arquitetura;
b) Programa de necessidades de arquitetura;
c) Estudo de viabilidade de arquitetura;
d) Estudo preliminar de arquitetura;
e) Anteprojeto de arquitetura ou de pré-execução;
f) Projeto legal de arquitetura;
g) Projeto básico de arquitetura;
h) Projeto para execução de arquitetura.
Ainda em relação a norma, fazem parte do levantamento de dados para
arquitetura o levantamento topográfico e cadastral e outras informações. Sendo os
documentos apresentados nesta etapa os desenhos (cadastrais da vizinhança, do
terreno e das edificações existentes), relatórios e fotografias (preferencialmente
coloridas, com indicação esquemática dos pontos de vista e com textos explicativos)
e outros meios de representação.
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O programa de necessidades deve utilizar como referência a etapa anterior de
levantamento de dados para arquitetura. Os documentos apresentados nesta etapa
devem ser: desenhos (organograma funcional e esquemas básicos (escalas
convenientes)), memorial contendo recomendações gerais e planilhas (relação
ambiente/usuário/atividades/equipamentos/mobiliário, incluindo características,
exigências, dimensões e quantidades).
A próxima etapa, a de estudo de viabilidade de arquitetura, utiliza como
referência não só as etapas anteriores como também o levantamento de dados
obtidos pelas demais atividades técnicas. Nesta etapa, os documentos que devem
ser apresentados, são: desenhos (esquemas gráficos, diagramas e histogramas),
relatórios e outros meios de representação.
O estudo preliminar de arquitetura leva em consideração o programa de
necessidades, levantamento topográfico cadastral, levantamento de dados para
arquitetura, estudo de viabilidade e outras informações. São apresentados:
desenhos (planta geral de implantação, planta dos pavimentos, planta de cobertura,
cortes (longitudinais e transversais), elevações (fachadas), detalhes construtivos
(quando necessário)), memorial justificativo (opcional), perspectivas (opcional),
maquetes (opcional), fotografias (opcional), recursos audiovisuais (opcional).
A etapa posterior é o anteprojeto de arquitetura ou de pré-execução. É utilizado
como referência todas as etapas anteriores e os documentos técnicos que devem
ser apresentados, são: desenhos (planta geral de implantação, planta de
terraplanagem, cortes de terraplanagem, planta dos pavimentos, planta das
coberturas, cortes (longitudinais e transversais), elevações (fachadas), detalhes de
elementos construtivos e de seus componentes construtivos), memorial descritivo e
memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes construtivos e
dos materiais de construção.
O projeto legal de arquitetura deve ter como base o anteprojeto de arquitetura,
levantamento topográfico e cadastral, legislação municipal, estadual e federal
pertinentes (leis, decretos, portarias e normas) e normas técnicas. Os documentos
técnicos que devem ser apresentados são: desenhos e textos exigidos em leis,
decretos, portarias ou normas e relativos aos diversos órgãos públicos ou
companhias concessionárias de serviços nos quais o projeto legal deve ser
submetido para análise e aprovação.
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Tendo sido aprovado o projeto legal, a etapa seguinte a ser desenvolvida é a de
projeto básico de arquitetura, nesta fase é utilizado como referência o anteprojeto e
os documentos técnicos que devem ser gerados nesta etapa, são: desenhos (planta
de implementação, planta de terraplanagem, cortes de terraplanagem, planta dos
pavimentos, planta de coberturas, cortes (longitudinais e transversais), elevações
(frontais, posteriores e laterais), plantas, cortes e elevações de ambientes especiais
como: banheiros, cozinhas, lavatórios, oficinas e lavanderias e detalhes (plantas,
cortes, elevações e perspectivas) de elementos da edificação e seus componentes
construtivos (portas, janelas, bancadas, grades, forros, beirais, parapeitos,
revestimentos e seus encontros, impermeabilização e proteção)), memorial
descritivo da edificação, memorial descritivo dos elementos de edificação, memorial
quantitativo dos componentes construtivos e dos materiais de construção,
perspectivas, maquetes, fotografias e recursos audiovisuais.
O projeto para execução de arquitetura contém os mesmos dados do projeto
básico. As referências e os documentos técnicos solicitados são os mesmos, sendo
o projeto de execução o que será levado a campo para ser executado.
2.4 A importância do planejamento das etapas de projeto
Para construção civil, o projeto tem sido tratado cada vez mais como um
componente legal para viabilização do processo, não sendo o projeto associado à
construção propriamente dita. Analisando assim, o projeto tem tido apenas um
tratamento de cunho meramente complementar, onde deveria ocupar o papel
principal, envolvendo todo o processo. É fundamental que o profissional valorize a
etapa de projeto, pois ela pode assumir o encargo fundamental de agregar eficiência
e qualidade ao produto se for incorporado adequadamente ao processo construtivo e
explorando seu caráter estratégico de indutor da racionalização do processo
construtivo e redutor dos custos dos empreendimentos (MOURA, 1998 apud
SANTOS, 2014).
Os projetos constituem em um instrumento de garantia e qualidade da obra.
Assegurando que o projeto tenha qualidade, consegue-se minimizar os problemas
que venham a surgir durante a execução da obra, aumentando a qualidade e
reduzindo os custos da mesma. Para que isso ocorra, é de suma importância
conhecer e controlar todas as etapas do processo de projeto. De acordo com a
19
figura 2 é identificado que a principal origem de problemas patológicos em
construções tem a ver com a fase de concepção e projeto.
Figura 2: Origem de problemas patológicos das construções
Fonte: (MOTTEU; CNUDDE, 1989 apud MELHADO, 1994)
É certo que podem surgir problemas na fase de planejamento do projeto
arquitetônico, quanto mais cedo eles forem identificados menos custos ele irá gerar.
Melo (2009), recomenda que todas as solicitações e mudanças de projetos sejam
realizadas durante o anteprojeto. Mudanças de projetos realizadas nas fases
posteriores poderão gerar custos adicionais.
Silveira (2005) levantou os problemas e soluções detectados em diversas
etapas do processo de projeto arquitetônico. O quadro abaixo (Quadro 2)
esquematiza esses problemas e soluções de acordo com o autor.
Quadro 2: Problemas identificados no projeto de arquitetura
FASE DO
PROCESSO
PROBLEMAS IDENTIFICADOS
POSSÍVEIS AÇÕES DO
COORDENADOR
Programa de Necessidades
Indefinição dos requisitos dos clientes internos (projetistas) e externos (usuários), causando
modificações e incompatibilidades em fases
posteriores
Intervir na concepção da edificação para que
critérios de projeto de fases subsequentes sejam incorporados no início do
processo
Projeto Legal
Não contratação dos projetistas complementares antes da aprovação legal do
projeto arquitetônico
Incentivar e desenvolver
parcerias de trabalho com os escritórios de projeto
20
Todo o projeto
Redução do tempo de concepção e desenvolvimento do projeto, o que gera projetos
mal detalhados e com inúmeras incompatibilidades
Reavaliar o sistema de planejamento da
edificação e otimizar os prazos necessários para
desenvolvimento dos projetos
Projeto Legal
Agrupamento informal e tardio das informações dos demais
projetistas, principalmente sobre espaços para
instalações e equipamentos que devem ser contemplados
na arquitetura
Incentivar e desenvolver parcerias de trabalho com os escritórios de projeto
para que essas informações sejam
fornecidas o mais cedo possível
Projeto Executivo
Remontagem do projeto arquitetônico devido ás
divergências dos lançamentos dos projetos complementares com as orientações fornecidas
Orientar os projetistas complementares para
evitar diferenças entre as orientações fornecidas
anteriormente e os lançamentos dos projetos
Projeto Executivo
Detecção tardia de incompatibilidades na etapa
de detalhamento dos projetos ou na própria execução
Avaliar o método de compatibilização de
projetos e incentivar a verificação mais frequente dos projetos por checklists
ou outras ferramentas Fonte: (SILVEIRA, 2005).
O estudo de COLE (1990 apud KOSKELA et. al. 1997) aponta como
principais causas dos problemas nos projetos o “briefing” deficiente, inadequações
do conhecimento técnico dos projetistas e a falta de planejamento do processo de
projeto.
Todos os profissionais envolvidos no processo de elaboração de projeto
devem ter o conhecimento da importância do projeto arquitetônico e reconhecer que
este projeto é considerado o início de todas as decisões tomadas na obra. Adesse e
Salgado (2006), afirmam que o sucesso ou o fracasso de um processo construtivo
de uma edificação está diretamente relacionado ao projeto arquitetônico.
21
3 METODOLOGIA
O referente trabalho tem como objetivo transparecer a importância das etapas
de projeto na execução de obras de construção civil na cidade de Maceió - AL,
fazendo uma análise comparativa entre escritórios que elaboram projetos
arquitetônicos e obras que fazem uso desses projetos.
Para alcançar êxito inicialmente foram realizadas pesquisas para uma boa
fundamentação teórica do assunto tratado. Posteriormente, foi elaborado um
questionário (Apêndice A) para os dois escritórios que elaboram projetos
arquitetônicos. O questionário tem a finalidade de verificar se esses escritórios
seguem as etapas de projeto fundamentadas neste trabalho e comparar os dois
escritórios para verificar qual obtém o melhor resultado na prática. Com esta
pesquisa feita, foi possível investigar duas obras de mesmo porte que utilizam os
projetos analisados, verificando os problemas mais comuns encontrados e qual
deles têm o maior número de reformas relacionado ao projeto arquitetônico.
Pretende-se compreender na prática os reais benefícios de se seguir as etapas de
projetos e solucionar os problemas mais comuns encontrados pela falta de sua
implementação. Na figura 3 foi esquematizada toda a metodologia utilizada, de
forma que seja melhor compreendida a sequência de estudo.
Figura 3: Fluxograma descrevendo metodologia utilizada
Fonte: RIBEIRO; SIQUEIRA, 2017.
Fundamentação Teórica
Visita aos escritórios
Visita ás obras
RESULTADOS
Análise das etapas de projeto
Análise das obras Apuração dos resultados
Pesquisa de campo
Referencial teórico
22
3.1 Visita aos Escritórios
Primeiramente foi feita a escolha dos escritórios, dentre os que elaboram
projetos arquitetônicos na cidade de Maceió – AL. Apenas dois fizeram parte da
pesquisa, sendo assim a escolha foi feita a partir da disponibilidade dos
responsáveis e daqueles que se mostraram abertos ao estudo. Para este estudo os
dois escritórios receberão nomes fictícios, sendo denominados como escritório A e
escritório B por solicitação e orientação dos mesmos.
A esses escritórios foram realizadas visitas para a aplicação do questionário
elaborado previamente que consta perguntas relacionadas a empresa e aos
métodos utilizados pelos escritórios para elaboração de projetos complementares.
3.1.1 Escritório A
A visita ao escritório A, foi feita no mês de fevereiro de 2017. O escritório está
situado no bairro de Pajuçara, na cidade de Maceió-AL e recebe demanda de
projetos para execução de obras residenciais (prédios e casas) e comerciais (hotéis
e edifícios empresariais), está no mercado por volta de 22 anos desde 1995, e o
responsável atua na área a 30 anos.
No escritório trabalham duas pessoas, sendo estes o arquiteto responsável e
uma secretária, e de acordo com a demanda é contratado um cadista que fica
responsável por repassar os projetos para o AutoCad.
Atualmente o escritório faz apenas projetos arquitetônicos. No decorrer da
entrevista foram feitas perguntas seguindo o questionário, no qual o objetivo era
obter informações sobre etapas de projeto, sua execução e seus resultados,
analisando reformas e demandas do empreendimento.
É importante ressaltar que o escritório A tem como diferencial realizar junto ao
proprietário do empreendimento uma pesquisa de mercado com finalidade de
entender as demandas do local previsto para obra para, assim, satisfazer o cliente e
obter melhores resultados de venda.
23
3.1.2 Escritório B
A visita ao escritório B, também foi realizada no mês de fevereiro de 2017. O
escritório está situado no bairro de Pajuçara, na cidade de Maceió-AL e recebe
demanda de projetos para execução de obras residenciais (prédios e casas) e
comerciais (hotéis e edifícios empresariais), está no mercado a 40 anos sendo o
arquiteto fundador o responsável pelo escritório todos esses anos.
No escritório trabalham quatro arquitetos, dois desenhistas, dois estagiários e
uma assistente. De acordo com a demanda faz-se a terceirização dos projetos 3D e
buscam-se a contratação de outros funcionários para cumprir os prazos de entrega.
O escritório trabalha apenas com projetos arquitetônico e no decorrer da
entrevista foram feitas as mesmas perguntas do escritório A, com o mesmo objetivo:
obter informações sobre etapas de projeto, sua execução e seus resultados,
analisando reformas e demandas do empreendimento.
É importante destacar que o escritório B busca o diferencial no mercado
apresentando seus projetos em plataformas modernas em 3D, além de usar a
compatibilização desde o início das etapas de projetos.
3.2 Visita as obras
As obras foram escolhidas tendo por base as respostas do questionário
realizado aos escritórios, pois, para melhor contribuição ao trabalho, seria de
extrema importância observar o que foi visto nos escritórios na prática, e como as
etapas do projeto contribuem para o êxito na construção.
Foram realizadas visitas a duas obras de mesmo porte, para melhor viabilizar
a comparação. As obras também receberão nomes fictícios, ou seja, no decorrer da
pesquisa serão denominadas como obra A e obra B, também por orientação e
pedido dos responsáveis.
As duas obras estão localizadas na cidade de Maceió-AL, em diferentes
bairros. Durante a visita apresentou-se ao responsável da obra algumas indagações
sobre a aplicação do projeto arquitetônico, como por exemplo, suas modificações e
possíveis problemas encontrados.
24
3.2.1 Obra A
Localizada no bairro do Farol, na cidade de Maceió-AL. Composta por 18
pavimentos divididos em subsolo, pilotis, pavimento garagem, pavimento tipo (do
primeiro ao décimo quarto) e cobertura. Ao todo são 56 unidades, sendo 54 delas
variando entre 107 m² e 112 m² e a cobertura é composta por dois apartamentos
que contém 200 m² cada.
O empreendimento é composto por sistema de segurança, sala de ginástica,
playground, brinquedoteca, salão de festas, sala de estudo, 3 elevadores,
estacionamento para visitantes e duas vagas de garagem para cada unidade,
piscina adulto com prainha e raia, bar molhado, sistema de gerador total,
aquecimento solar de água e captação de energia solar.
A obra descrita aceitou receber reformas solicitadas pelos clientes. Até o
momento da entrevista tinham sido vendidas 37 unidades, dentre elas 15 receberam
projetos de reforma.
3.2.2 Obra B
Localizada no bairro do Centro, na cidade de Maceió-AL. Composta por 11
pavimentos divididos em subsolo, pilotis, pavimento tipo (8x) e cobertura. Ao todo
são 69 unidades, sendo 66 delas variando entre 64,19 m² e 78,52 m² e a cobertura é
composta por 5 apartamentos, onde apenas 3 tem tipologias diferentes do
pavimento tipo, com áreas entre 106,87 e 116,38 m².
O empreendimento é composto por sistema de segurança, sala de ginástica,
playground, brinquedoteca, salão de festas, sala de estudo, espaço mulher,
zeladoria, sala de condomínio, jogos abertos, guarita, 2 elevadores, duas vagas de
garagem para 56 unidades e três vagas para 3 coberturas, piscina adulto e infantil,
churrasqueira e sistema de gerador.
A obra descrita aceitou receber reformas solicitadas pelos clientes até
Junho/2014, visto que a obra tinha previsão de conclusão em Dezembro/2015.
Apenas 5 unidades conseguiram atender o prazo para realização de reformas pela
construtora. Na conclusão da obra, 61 unidades já tinham sido comercializadas.
25
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo são expostos todos os dados coletados durante a pesquisa.
Primeiramente são expostas as análises dos dois escritórios selecionados, sendo
feito um comparativo entre os dados coletados e o referêncial teórico. Em seguida
são mostradas as análises feitas nas obras visitadas, levantando os problemas
encontrados. Com isso é possivel discutir qual empresa fundamenta melhor suas
etapas de projeto.
4.1 Análises dos escritórios Os escritórios foram submetidos ao mesmo questionário para obtenção dados
e investigar os métodos utilizados pelos mesmos e dessa forma sendo possível
fazer uma análise comparativa dos resultados.
4.1.1 Análise do escritório A De acordo com as informações obtidas com a entrevista, quando consultado
para realizar o projeto arquitetônico de um empreendimento, o escritório A
inicialmente busca fazer uma visita ao local. Nesta visita é feito um estudo das
interferências urbanas da região a qual será feita a obra. Considera-se importante
verificar todos os requisitos ligados ao terreno como a sua orientação para que
durante elaboração do projeto sejam aproveitadas ao máximo todas as
condicionantes naturais, ou seja, executar um projeto que favoreça a iluminação
natural, ventilação natural, sombreamento, e as vistas naturais. Sabendo a
orientação do terreno é possível determinar a melhor posição do empreendimento e
se esse favorece a construção em relação a nascente do sol. O gestor do projeto
analisa a posição do sol o ano inteiro, os equinócios, os solstícios e as direções
incidentes dos ventos. Nesse inicio, a topografia do terreno é levantada analisando
se o mesmo é acidentado ou plano. Todas essas informações fazem parte de um
conjunto de dados iniciais que são de suma importância para o desenvolvimento do
projeto.
Após verificar todas as condicionantes do terreno e da região em que se
encontrará o empreendimento, o escritório analisa as legislações pertinentes para
investigar se aquele tipo de empreendimento ao qual se deseja construir pode ser
26
executado naquela área. São determinados com isso a taxa de ocupação mínima,
taxa de aproveitamento e recuos mínimos do empreendimento.
O programa de necessidades é elaborado junto com o empresário e um
consultor imobiliário. Nesta fase é estudado o mercado imobiliário para ver o que é
melhor para aquela região e o que é mais solicitado pelos futuros compradores.
Neste programa de necessidades constam todas as informações possíveis do
empreendimento, como: área de lazer, área para garagem, número de quartos que
se deseja e todos os dados fundamentais para definir os ambientes. Essas
informações são requisitos básicos do cliente empresário da construção civil e da
pesquisa do mercado imobiliário. Tudo o que será colocado na obra depende deste
estudo.
A partir do programa de necessidades é elaborado um organograma. Essa
etapa serve para determinar os objetivos de cada ambiente e como será o
funcionamento desse empreendimento. Essa fase serve para entender como será o
fluxo e as funções de cada local, para que assim o comprador daquele
empreendimento disponha de todos os ambientes de forma integrada.
Definidos todos os ambientes, é feito um pré-dimensionamento de todo
empreendimento, sendo determinado o metro quadrado (m²) de cada ambiente a ser
construído. Neste pré-dimensionamento também é feito o layout, seguindo as
normas. Não é possível prever a área mínima de cada cômodo sem o mobiliário.
Com o pré-dimensionamento definido iniciam-se os primeiros esboços do
zoneamento da área a ser construída. O zoneamento é feito para determinar onde
será cada ambiente: onde ficará a garagem, a área de lazer, qual a posição dos
apartamentos e, dentro deles, onde será a cozinha, os quartos, a varanda, a sala, os
banheiros, entre outros ambientes. Com o zoneamento concluído é feito o esboço ou
croqui do empreendimento. Este vai servir como base para a primeira planta baixa.
Nesse primeiro desenho, o arquiteto não necessariamente usa o recurso digital,
podendo ser feito à mão, utilizando a escala apropriada, apenas para que o cliente
tenha uma noção inicial do projeto. Com a aprovação do cliente os desenhos vão
evoluindo.
Após todas as fases anteriores é feito o estudo preliminar no qual o cliente
entende o projeto. Nesta etapa já estão feitas as primeiras plantas baixas de todos
os pavimentos. É no estudo preliminar que o arquiteto e o cliente definem todo o
27
projeto, evitando modificações em fases posteriores. Os projetos mais elaborados
precisam atender todas as exigências do cliente, caso isso não ocorra as
modificações são feitas através de rascunhos no próprio projeto apresentado. É
entregue também ao cliente nesta etapa a planta de layout, seguindo todas as
normas técnicas exigidas para o mobiliário. Nesta etapa não são entregues os
cortes, apesar de já ter um pé direito e pé esquerdo pré-definido. Sendo este
aprovado, o arquiteto passa para a próxima etapa.
O anteprojeto é uma fase mais avançada onde o projeto arquitetônico passa a
ser composto por todos os projetos, ou seja, plantas baixas de todos os pavimentos,
layout definitivo, cortes, fachadas, perspectivas em 3D, entre outros que o cliente ou
os projetistas complementares solicitem. Nesta fase os projetos já são levados ao
calculista, ao responsável pelo projeto hidros-sanitário e elétrico para que estes
iniciem seus estudos.
Com tudo definido e os projetos aprovados pelo cliente, é dada entrada nos
órgãos competentes o pedido de alvará da obra para está ser iniciada. Para o
projeto legal, não é preciso todos os projetos elaborados, apenas aqueles que cada
prefeitura municipal e órgãos de aprovação solicitam.
O projeto executivo é aquele que vai para a obra, além de serem entregues
todos os projetos feitos até a fase de anteprojeto, são recebidos os projetos
complementares e os detalhes.
Para o responsável pelo escritório A, os projetos estão sempre mudando, o
projetista deve estar sempre preparado para qualquer alteração que venha ocorrer
ao longo da obra.
Após descrever todas estas etapas, percebe-se que o escritório A, apesar de
ter suas etapas de projeto definidas, não se preocupa com a compatibilização dos
seus projetos, sendo informado que os projetos apenas são repassados para os
projetistas complementares e não compatibilizados ou até mesmo pré-
compatibilizados. Percebe-se também que neste escritório já espera-se que haja
alterações durante a obra, não havendo uma preocupação em compatibilizar o
projeto arquitetônico executivo com os complementares, visando minimizar as
alterações de projeto no decorrer da obra. Neste caso, houve uma preocupação
maior com o que o mercado exige e com as vendas do que com projetos
compatibilizados que possam reduzir custos e resíduos gerados ao meio ambiente.
28
4.1.2 Análise do escritório B
O escritório B, primeiramente busca observar as necessidades do cliente, e
qual a função do edifício a ser construído. Caso o projeto não esteja em seus
domínios são realizadas pesquisas sobre programas, necessidades, funções e
fluxos com o objetivo de conhecer melhor o que esta sendo solicitado. Após as
coletas dos dados iniciais é feita uma visita ao terreno para realizar o levantamento
do mesmo, pois normalmente a informação passada pelo cliente não coincide com a
real situação da área a ser construída.
Posterior ao levantamento dos dados do cliente e do terreno são observadas
as restrições legais, tais como legislação municipal, estadual e federal (leis,
decretos, portarias e normas) e normas técnicas pertinentes ao projeto. Inicia-se
então a etapa de estudo preliminar, ou seja, o escritório tenta equacionar as
necessidades e as condicionantes dentro de um partido arquitetônico. Através do
partido organiza-se uma solução de planta de estrutura, que quando satisfatória ao
projetista é submetida ao cliente que de acordo com sua avaliação serão solicitadas
mudanças, como também petições, caso contrário segue para a próxima etapa.
Passado esse primeiro momento, o projeto vai sendo refinado para ser
iniciado o estudo preliminar, que pode ser feito mais de uma vez de acordo com a
necessidade. Durante o estudo preliminar o projetista busca enriquecer mais seu
projeto, reunindo-se com o engenheiro calculista da empresa, como também os
profissionais de elétrica, de hidráulica e incêndio. Para o arquiteto, um diferencial do
seu trabalho. Toda essa preocupação é para evitar problemas futuros, nem
transições, pois quando tais erros ocorrem, não são economicamente viáveis nem
para o escritório nem para o cliente.
Sendo aprovado o estudo preliminar, o mesmo é encaminhado para outros
arquitetos do mesmo escritório para a confirmação de que está tudo conforme
regem as normas, como dimensões de cômodos e de mobiliários, como também são
vistoriadas as áreas de iluminação e ventilação, obedecendo as normas.
Realizada a avaliação dos arquitetos, caso não haja nenhuma alteração,
segue-se para a próxima etapa de anteprojeto. Nela é utilizada a escala 1:50
obedecendo a NBR 6492:1994 – Representação de projetos de arquitetura. Nessa
fase serão consultados novamente os profissionais que contribuíram com a
realização do estudo preliminar para que seja feito estudos iniciais dos projetos de
29
estrutura e complementares, como por exemplo, o estudo de locação dos pilares
feito na planta baixa do pavimento tipo da edificação e já prevista pelo responsável
pelo projeto arquitetônico. O objetivo é encontrar as melhores soluções econômicas
e funcionais simultaneamente e evitar a reformulação de projeto por erros que
podem ser previstos.
Subsequentemente o anteprojeto é exposto para o cliente para sua
aprovação. Quando aceito, é realizado o projeto legal onde um conjunto de
desenhos e documentos é encaminhado aos órgãos públicos para serem
examinados. Após a autorização legal o projeto arquitetônico é enviado para os
projetistas complementares elaborarem seus respectivos projetos, que já foram
previamente discutidos. Por fim são realizados especificações e detalhamentos.
Como pode ser observado, o escritório B inicia seus trabalhos com uma pré-
compatibilização na etapa de estudo preliminar, e abre discussão com os
profissionais responsáveis pelos projetos de estrutura e complementares da mesma
obra para evitar problemas futuramente. Na etapa de anteprojeto os mesmos
profissionais são contatados novamente para elaboração dos projetos executivos de
suas respectivas áreas evitando assim erros causados pela ausência de
compatibilização. Como consequência há um melhor aproveitamento de tempo,
evitando custos extras com retrabalhos na obra e garantia de um melhor resultado.
4.2 Análises das Obras As obras foram submetidas ao mesmo questionário para obtenção dados e
investigar os problemas relacionados as etapas de projeto arquitetônico e dessa
forma sendo possível fazer uma análise comparativa dos resultados.
4.2.1 Análise da Obra A
A obra A, projeto executado pelo escritório A, iniciou suas atividades em
Junho de 2012 e teve seu término em Maio de 2016, sendo está relacionada ao
escritório A.
Houve dentro da obra um setor responsável pela compatibilização dos
projetos já que os mesmos não receberam as devidas análises na fase de projeto.
Para o setor de compatibilização, foi designada uma equipe composta por três
30
estagiárias que, ao finalizar as compatibilizações, encaminhavam para o engenheiro
civil que comandava a obra e este fazia as considerações necessárias e avaliava se
as modificações estavam corretas.
Devido à falta de compatibilização, muitos problemas surgiram na execução,
levando ao atraso da obra e ao aumento de custos.
Dentre os vários problemas encontrados na obra quatro foram citados na
entrevista porque geraram algum tipo de imprevisto e/ou custo adicional.
Primeiramente houve um impasse entre o projeto estrutural e arquitetônico, levando
à perda de uma vaga de garagem que constava na planta baixa arquitetônica do
pavimento garagem. Ocorre que, na rampa de acesso para o pavimento garagem, o
projeto estrutural mostra um vigamento continuo e o arquitetônico apresenta um
pequeno recuo para dentro da rampa. Como o recuo era fundamental, pois dele
dependia a existência da vaga de garagem, a construtora optou pela demolição de
parte da estrutura feita e pela permanência da vaga da garagem no recuo solicitado
pelo projeto arquitetônico. Neste problema foi desperdiçado material, pois houve a
necessidade de demolição da estrutura anterior e reconstrução do recuo,
desperdício de tempo com acréscimo de sete dias além da necessidade de relocar
uma equipe de trabalho que estava com outros serviços.
O segundo problema de compatibilização foi entre os projetos arquitetônico e
hidros-sanitário. O forro de gesso que esconde a estrutura de cubetas da laje
estava, no projeto arquitetônico, alinhado às cubetas. Entretanto, como as
instalações hidros-sanitárias passam pelo forro, foi necessário rebaixa-lo tornando
impossível seguir as solicitações do projeto arquitetônico. Devido o rebaixamento do
forro, tornou-se inviável a instalação das bandeiras nas portas das terminações 2 e 3
fazendo-se necessária a instalação de exaustores no forro dos banheiros. Esta
mudança não acarretou problemas financeiros para a obra, pois as esquadrias ainda
não tinham sido compradas, o que causou uma economia de mil reais, porém
afetará o uso pelo cliente que terá que utilizar energia elétrica para exaustão dos
banheiros.
A terceira interferência encontrada foi entre o projeto arquitetônico e de
detalhamento de esquadrias do pavimento cobertura. Neste pavimento existem duas
unidades com piscina. No projeto arquitetônico essas piscinas eram rentes às
esquadrias sem a existência de um peitoril para impedir que a água caísse no andar
31
inferior. Para resolver o problema foi feito um peitoril de dez centímetros com uma
esquadria em cima do mesmo. Neste caso foram gerados custos extras de material
e mão de obra na execução do peitoril. Como a esquadria ainda não tinha sido
fabricada foi possível modifica-la sem gerar custos adicionais. Neste caso também
foi necessária a visita do arquiteto projetista para investigar a melhor solução que
não gerasse uma modificação significativa na fachada.
O quarto problema de compatibilização encontrado também foi entre os
projetos arquitetônico e estrutural. Foram especificadas esquadrias externas com
altura de um metro e vinte centímetros. Entretanto, devido a existência da viga de
borda e a necessidade de um capeaço de emboço e cerâmica para acabamento, a
altura da esquadria foi limitada a um metro e dez centímetros. Como este problema
foi identificado antes da fabricação das esquadrias não houve custo adicional para a
construtora, porém o objetivo dessas esquadrias era que entrasse uma maior
luminosidade no ambiente e com essa intercorrência a mesma teve uma redução do
seu papel.
Outros problemas também surgiram ao longo da obra como: a mudança no
layout dos apartamentos das terminações 2 e 3. Neste caso houve erro nas
locações dos pilares no projeto estrutural, sendo esses locados para dentro dos
apartamentos, gerando um nicho nos quartos destas terminações o que levou à
mudança do layout. Outro problema que se pode citar foi a necessidade de mudança
de piso do pavimento garagem. Aqui o piso especificado foi o porcelanato que
posteriormente foi considerado impróprio para o local, sendo substituído por
concreto polido. Para a substituição do piso foi necessário entrar em contato com o
calculista e esperar respostas para só depois executar o piso. Essa questão
acarretou em atraso no serviço.
Os problemas apresentados que surgiram no decorrer da construção do
empreendimento deixa claro que não houve um bom estudo de compatibilização na
elaboração destes projetos. Problemas que geraram retrabalhos, custos extras,
mudança de projetos durante a obra, desgaste na equipe de trabalho, atrasos nos
serviços e na entrega da obra em até um ano, além de excesso de resíduos gerados
e uma possibilidade de insatisfação do cliente.
32
4.2.2 Análise da Obra B
O empreendimento consultado iniciou suas atividades em maio do ano de
2013, o responsável por seu projeto arquitetônico foi o responsável pelo escritório B.
O gestor da obra relatou por meio da entrevista (Apêndice B) que existia em
sua equipe uma coordenação de projetos responsáveis pela compatibilização dos
projetos formada por um engenheiro civil (que também era coordenador técnico da
empresa) e um arquiteto. Esse grupo tinha como dever realizar a compatibilização
de todos os projetos da obra, feitos inclusive em escritórios diferentes, são eles:
arquitetônico, hidráulico, elétrico, estrutural, combate a incêndio, climatização e
fundações. Com esse trabalho foi possível detectar algumas falhas antes dos
serviços serem realizados e antes que pudessem causar algum custo à obra, seja
econômico ou de tempo.
Durante o andamento da obra se fez preciso a reformulação do projeto
arquitetônico, pois antes do início da execução da fachada a equipe de
compatibilização observou a necessidade de mudança na paginação do
revestimento cerâmico. Como foi percebida a necessidade de modificação antes da
compra do revestimento, não houve custo extra. Feita a mudança, o revestimento foi
comprado nas quantidades corretas, evitando faltas. De acordo com o gestor da
obra, este problema foi pontual do projeto arquitetônico, não sendo considerado um
problema de compatibilização entre diferentes projetos.
Em relação a problemas que alteraram o curso da obra, o gestor explanou
três impasses que, de acordo com o mesmo, não eram problemas de
compatibilização com o projeto arquitetônico. O primeiro problema encontrado
ocorreu na aprovação do projeto elétrico de média tensão. A obra possui subestação
abrigada e devido a atualização de regras e normas da companhia energética, foi
preciso refazer o mesmo, ocasionando atraso na ligação definitiva de energia do
empreendimento. Não houve impacto no prazo final previsto para a entrega da obra.
O segundo problema aconteceu paralelamente ao primeiro: atraso na
instalação do elevador social e de serviço. Neste caso foi necessário realizar uma
correção no projeto estrutural para a fixação do motor na última parada. Com os
33
elevadores não instalados, o elevador cremalheira2 não pôde ser retirado no tempo
previsto, resultando em atraso no serviço de fachada e na conclusão dos
apartamentos que o elevador cremalheira não dava acesso. Também devido a esse
atraso do elevador cremalheira, a laje de subpressão do subsolo não foi concluída
no tempo previsto e nem a laje do pilotis, por serem área de projeção do elevador
cremalheira. Essas questões resultaram em atrasos em diversos serviços da obra,
como: contrapiso, impermeabilização, piso e revestimento cerâmico, e pintura,
ocasionando um atraso de pelo menos dois meses.
Pode-se observar que o problema relatado não tem ligação com a
compatibilização de projetos, por ter sido apenas um atraso na instalação, porém é
importante ressaltar que o mesmo foi a razão do atraso da obra.
Por fim, devido à crise econômica, em maio de 2015, o setor de suprimentos
da empresa passou por modificações que geraram diversos atrasos nas compras e
entregas de materiais. Sendo fator muito impactante para poder cumprir prazos,
devido ao fato de que a obra já se encontrava em sua reta final, sem poder perder
tempo com reajustes para o cumprimento do prazo. Alguns materiais tiveram atraso
de 45 dias do previsto inicialmente, porém não resultaram em atraso no prazo final
da obra, pois com a ausência desses materiais, serviços que seriam feitos depois
que não dependiam dos mesmos foram adiantados, evitando a perda de tempo.
O último problema discutido foi ocasionado pela crise, não tendo mais uma
vez relação com a compatibilização dos projetos, o mesmo foi vencido pelo gestor
que mudou a ordem dos serviços, não havendo perda de tempo.
Na obra também foi entregue o projeto de detalhamento de esquadrias,
contendo toda a parte de cotação das mesmas. As compras de esquadrias foram
realizadas através do quadro fornecido pelo projetista, desta forma não houve
nenhum tipo de problema na execução.
Também foi explanado pelo entrevistado que os projetistas atenderam todas
as necessidades da obra em seus projetos, o nível de detalhamento de todos foi
muito satisfatório. Também resolveram no prazo todas as solicitações feitas pelo
gestor da obra.
2Elevador cremalheira: é um equipamento para transporte de materiais e pessoas nas obras de
construção civil. A máquina utiliza o sistema de pinhão e cremalheira, acionado por um motorfreio de velocidade para elevação da cabine (PINI, 2014).
34
Por fim, a obra B teve um atraso de dois meses em seu prazo final. O gestor
também citou que o projeto arquitetônico estava muito bem elaborado comparado a
outros que ele já trabalhou. O mesmo consta que foi de extrema importância a
preocupação com a compatibilização de projetos, assim o projetista eliminou erros
que são corriqueiros, o que foi benéfico para o gestor e para o decorrer da obra.
4.3 Análise comparativa Com os resultados obtidos através dos questionários foi possível fazer uma
análise comparativa entre esses escritórios e obras estudados, no intuito de verificar
a causa dos principais problemas e como eles podem ser evitados.
4.3.1 Análise comparativa dos escritórios A e B De acordo com os dados coletados nos escritórios A e B através das
entrevistas, foi possível realizar uma comparação entre os mesmos, explanando as
diferenças e semelhanças nas etapas de projetos, como é realizada cada etapa, as
ferramentas que são utilizadas e se a compatibilização é executada. Sabe-se que o
objetivo dos dois é o mesmo, finalizar o projeto arquitetônico com êxito, porém,
como cada escritório tem sua singularidade é possível fazer essa comparação.
Para começar, na execução das etapas de projeto já são detectadas algumas
diferenças entre os dois escritórios. Sobre a maneira de iniciar, o escritório A já de
inicio tem como preocupação buscar observar o terreno da obra, procurando
qualquer interferência que ela possa ter, além do estudo das condicionantes naturais
e do terreno. O escritório B busca primeiro analisar as necessidades do cliente,
sabendo o que ele precisa atender, e só depois desses dados coletados que é
realizada uma visita ao terreno, onde busca as mesmas informações que escritório
A.
A próxima etapa do escritório A, assim também como a do B é verificar as
legislações e normas pertinentes ao projeto, nessa fase os dois escritórios tem a
mesma preocupação, organizando suas ideias por meio de um partido arquitetônico.
Em seguida, o escritório A elabora seu programa de necessidades e estuda o
que é melhor para a região, já observando os locais para área de lazer, área para
garagem, entre outras informações. Já o escritório B estuda as necessidades do
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cliente e do empreendimento logo de início, depois de sua visita ao local, inicia o
estudo preliminar.
A partir do programa de necessidades, o escritório A elabora um
organograma definindo os ambientes e realiza o pré-dimensionamento, para poder
dar início ao estudo preliminar. Durante esse estudo encontra-se mais uma
divergência entre os escritórios. No A, o responsável executa as melhorias em suas
plantas baixas para que elas atendam ás necessidades do cliente junto a ele,
evitando modificações posteriores. Como diferencial, o responsável do escritório B
durante seu estudo preliminar se reúne com os profissionais responsáveis pelos
outros projetos (estrutural, hidros-sanitário, elétrico e de incêndio) para iniciar uma
pré-compatibilização.
Após a aprovação do estudo preliminar, o responsável pelo escritório B o
encaminha para outros arquitetos de seu escritório para ser analisado novamente,
para ter a comprovação de que está tudo conforme como pedem as normas, com a
aprovação dos arquitetos, inicia-se o anteprojeto.
O anteprojeto deve conter as informações necessárias para a produção dos
projetos complementares, por esse motivo o escritório B procura reunir novamente
os profissionais encarregados pelos projetos para realizar uma compatibilização
final, nesse debate é vistoriado cada detalhe, visando não ocorrer erros futuros, com
a finalidade de nenhum profissional ser prejudicado. Diferente do escritório A que na
fase do anteprojeto como de costume, reúne os projetos, suas plantas baixas, layout
definitivo, cortes, fachadas, perspectivas em 3D e em seguida repassa seu trabalho
para os responsáveis pelos projetos complementares para que iniciem seus estudos.
Posteriormente, é elaborado o projeto legal que os dois escritórios realizam o
mesmo procedimento, e é dada entrada ao pedido de alvará em órgãos públicos de
fiscalização para serem autorizados. Por fim, o projeto executivo é o entregue ao
gestor da obra.
O campo da engenharia civil está sempre sofrendo mudanças, com novos
softwares, inovações no modelo de execução de serviços, novas ferramentas de
trabalho. Cientes disso, os profissionais dessa área buscam cada vez mais inovar
seu modo de trabalhar, buscando seu diferencial para obter destaque no mercado.
Durante a análise dos escritórios percebe-se que não há preocupação com a
compatibilização do responsável pelo escritório A, o mesmo ainda afirmou que sabe
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que acontecem mudanças em seu projeto durante a obra, e que ele já está
preparado. Com isso, as ocorrências de problemas futuros são bem mais prováveis.
Desde o início da entrevista ao escritório B, seu responsável já explicou a
importância de começar uma compatibilização a partir de seu estudo preliminar. De
acordo com ele, fazendo uso dessa ferramenta é possível prever erros que só
seriam vistos durante a execução da obra, sendo um ganho para todos os
profissionais envolvidos, que estão em contato desde a etapa inicial do projeto
arquitetônico.
Percebe-se que existe a preocupação com a não ocorrência de erros pela
parte do responsável pelo escritório B, fazendo com que a obra tenha menor
probabilidade de perda de tempo e de aumento dos custos.
4.3.2 Análise comparativa das obras A e B
De acordo com a pesquisa, percebeu-se a diferença entre as obras A e B.
Verificando os problemas surgidos nas obras é possível afirmar a importância das
etapas de projeto e do comprometimento dos projetistas. Nas duas obras houveram
problemas que levaram a mudança de projeto e até mesmo retrabalhos sendo os
problemas relacionados diretamente à compatibilização de projetos mais
corriqueiros na obra A.
O projeto que gerou maior satisfação para os construtores foi aquele no qual
o projetista preocupou-se com a compatibilização dos projetos e sua pré-
compatibilização ainda na fase de estudo preliminar, ou seja, a obra correspondente
ao escritório B. Fica claro com isso que etapas bem definidas e projetos que suprem
as necessidades dos construtores e clientes são de suma importância para evitar
percalços durante a construção do empreendimento.
A obra referente ao escritório A chegou a ter um atraso de um ano devido às
intercorrências encontradas em projetos por causa da ausência de uma
compatibilização antes do início da obra. Nos problemas encontrados consegue-se
identificar falta de compatibilização entre projeto arquitetônico e estrutural, projeto
arquitetônico e projeto hidros-sanitário e projeto arquitetônico e detalhamento de
esquadrias. Em todos é possível ver o envolvimento do projeto arquitetônico. Sem
contar também a falta de projetos enviados para execução da respectiva obra,
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sendo estes elaborados na própria obra com a supervisão do engenheiro civil
responsável.
Muito dos problemas descritos pelo responsável da obra B, aconteceram por
motivos diversos e não necessariamente pela questão da falta da compatibilização.
Como foi observado o escritório B pratica a compatibilização no próprio escritório
reunindo-se com os responsáveis pelos projetos complementares, criando uma
equipe multidisciplinar que pode ser vista como a chave do pequeno número de
problemas encontrados na obra.
Esta análise afirma ainda mais a importância de um projeto bem elaborado e
executado, seguindo todas as etapas pré-definidas e estabelecidas pelos projetistas.
É possível identificar um bom programa tanto no escritório A como no B, porem foi
observado na prática que um bom resultado não depende apenas de divisão das
etapas de projeto e sim do cuidado em projetar visando a execução do produto final.
Com isso é possível criar projetos que sejam satisfatórios e que na prática ocorra o
menor número de imprevistos possíveis.
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5 CONCLUSÃO Atualmente todos os profissionais e graduados de engenharia já ouviram falar
a respeito da compatibilização de projetos e da importância das etapas de projeto.
Etapas bem definidas e a compatibilização dos projetos no início evita problemas
que posteriormente podem trazer prejuízos para a obra, causando problemas de
atrasos, custos e insatisfação dos clientes.
Fica claro que não depende apenas de uma boa elaboração de etapas de
projeto, pois todos os dois escritórios vistos seguem bem claramente. O diferencial
visto na comparação entre escritórios e obras foi a compatibilização e a
comunicação entre os diversos projetistas inserida nas etapas de projeto.
Pensar na execução da obra e no que pode ser encontrado lá na frente, evita
projetos que faltem informações e sejam insuficientes para execução da obra, sendo
preciso ao responsável pela mesma tomar as decisões ou entrar em contato
constantemente com os projetistas. Criando assim um desgaste da equipe de obra e
uma insatisfação do cliente que solicitou os projetos.
Projetos são as peças fundamentais para o bom andamento da obra,
tudo é seguido e executado conforme eles. Se os mesmos não estiverem bem
fundamentados, compatibilizados e completos há grandes chances de surgirem
problemas na obra. Sendo de qualidade, esse projeto é o melhor investimento de
uma construção, através dele que os ambientes são dimensionados de maneira
correta, aproveitando a declividade ou aclive do terreno, também reduz a
possibilidade de erros comuns como má localização de peças sanitárias, ausência
de tomadas, dentre outras falhas comuns. Seguir corretamente as etapas de
elaboração de projeto é imprescindível para obter sucesso, no presente temos que
levar em consideração as inovações e buscar adaptar-se perante a elas,
acompanhando assim o ritmo de mercado. É recomendado sempre rever as práticas
dos serviços antes de prosseguir sua execução, se necessário é sugerido à
realização de workshops para uma melhor compreensão dos mecanismos que estão
em constante mudança. A avaliação das práticas utilizadas para a definição das
etapas, assim como a procura de novas alternativas é muito importante, como o uso
da compatibilização de projetos que garante ao usuário previsibilidade
acompanhada de benefícios em todas as particularidades, sendo de grande valor
para o cliente por sua economia, consequentemente ao gestor e projetista também.
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REFERÊNCIAS
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ALBERNAZ, Maria; LIMA, Cecilia. Dicionário Ilustrado de Arquitetura: Volume 1 – A a I. São Paulo: Pró editora, 1998. AMBROZIO, Lucéia. A importância do projeto luminotécnico. São Paulo, Specialize revista online, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10006: Gestão da qualidade – diretrizes para a qualidade no gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro, 2000.
CASTNHO, Adriana. A importância de uma planta de layout. Campina, 2010.
CONSELHO FEDERAL DE ARQUITETUTA E URBANISMO. Resolução n° 51, de 12 de Julho de 2013.
COURI, Aline. História das Artes Visuais 1. Rio de Janeiro, 2014.
DELESDERRIER, Ariane. Estudo de falhas em obras de edificações oriundas da falta de compatibilidade entre projetos. Rio de Janeiro, 2015. DUARTE, Técia; SALGADO, Mônica. O projeto executivo de arquitetura como ferramenta para o controle da qualidade na obra. Rio de Janeiro, 2002.
MELHADO, Silvio. Qualidade do projeto na construção de edifício: aplicação ao caso das empresas de incorporação e construção. São Paulo, 1994.
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PINHAL, Paulo. O que é anteprojeto?. São Paulo, 2014
PMI (Project Management Institute). Estudo de benchmarking em gerenciamento de projetos Brasil. Chapters Brasileiros, 2012. SALGADO, Mônica. A qualidade do projeto segundo a norma ISO 9001: roteiro para discussão. Rio de Janeiro, 1996.
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SILVEIRA, Jacson. Coordenador do processo de projeto de edificações residenciais multifamiliares: caracterização da função em empresas construtoras de Porto Alegre/RS. Porto Alegre, 2005.
SCHULER, Denise; MUKAI, Hitomi. Noções gerais do desenho técnico. Paraná, 2012. TAVARES, Ghiorzi. Conceito de projeto arquitetônico. Santa Catarina, 2015. XAVIER, Sinval. Apostila de desenho arquitetônico. Rio Grande, 2011.
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APÊNCICES
APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ESCRITÓRIOS
1. Qual o nome da empresa?
2. Quantos funcionários têm atualmente na empresa?
3. Há quanto tempo estão no mercado?
4. Quais tipos de projetos são realizados por sua equipe atualmente?
5. Quais tipos de obras sua empresa atende ás necessidades?
6. É preciso em algum momento terceirizar algum serviço?
7. Quais etapas são seguidas em seu escritório para a elaboração do projeto
arquitetônico?
8. Utilizam a compatibilização na elaboração dos projetos? Se sim, em qual
etapa?
9. Pode ser considerado que sua empresa tem algum diferencial se comparado
a concorrentes? Qual?
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APÊNCICE B: QUESTIONÁRIO DESTINADO AS OBRAS
1. Qual o nome do empreendimento?
2. A obra é composta por quantos pavimentos?
3. Quantas unidades em cada pavimento?
4. Quantos m² cada apartamento? M² total de obra construída?
5. O empreendimento é composto por quais atrativos?
6. Em relação aos projetos existiu algum setor ou responsável pela
compatibilização desses projetos em obra?
7. Houve alguma necessidade de reformulação do projeto arquitetônico? Se
sim, em qual momento? Isso gerou custo a mais ou atraso em algum
serviço?
8. Existiu algum problema relacionado com projetos que alterou o curso da
obra? (prazos, desperdício...)
9. Foi entregue na obra o projeto de paginação de piso e parede?
10. Foi entregue na obra o projeto de detalhamento de esquadrias?
11. Teve algum problema relacionado a comunicação entre obra e projetistas?
12. Os projetos atenderam as necessidades da obra?
13. A obra conseguiu concluir no prazo estimado? Se não, quanto tempo de
atraso?
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