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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANÁLISE COMPARATIVA DA SITUAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA
DA EMPRESA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE TUBARÃO NOS ANOS DE 2015 E 2016
Aluno: Jonathan Dandolini Corrêa
Orientadora: Maria Aparecida Cardozo, Msc.
RESUMO
Na atualidade, em diversas áreas encontra-se um cenário competitivo na busca de sucesso, fazendo com que as empresas trabalhem com a otimização de seus recursos. Com isso, é importante que haja um controle eficiente na área financeira, constituindo uma maior confiabilidade em possíveis tomadas de decisões. Portanto, a pergunta desta pesquisa é: quais as sugestões possíveis para que haja o melhoramento da situação econômica e financeira da Cooperativa Agropecuária de Tubarão – Copagro, a partir dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital? O objetivo geral da pesquisa é apresentar possíveis sugestões para que se nutra o melhoramento da situação econômica e financeira da Cooperativa Agropecuária de Tubarão – Copagro, a partir dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital. Para atender ao objetivo geral, são objetivos específicos: verificar perante a literatura os índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital. Levantar os dados das demonstrações contábeis da empresa Cooperativa Agropecuária de Tubarão – Copagro dos períodos de 2015 e 2016. Efetuar o cálculo dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital da empresa em estudo durante o exercício de 2015 e 2016 e identificar uma possível estratégia de melhoria dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital dos períodos de 2015 e 2016. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa exploratória com estudo teórico e prático. Os aspectos teóricos ficam a cargo da busca de conceitos e teorias em livros, revistas e demais publicações que tratam do tema. Quanto o aspecto prático, o estudo investiga o único objeto em profundidade – a empresa Copagro. Foi possível identificar que os resultados encontrados nos indicadores demonstram uma grande necessidade de capital de terceiros para desempenhar suas atividades, e parte delas advém das vendas realizadas aos cooperados, e a maioria compra insumos agropecuários para pagamento no final da safra, obrigando a cooperativa obter capitalização por meio de empréstimos em instituição financeira. Palavras-chave: Análise. Demonstrações Contábeis. Índices. Cooperativas.
1 INTRODUÇÃO
Na contemporaneidade diante às mudanças tecnológicas pode-se identificar com
maior rapidez o que acontece no mundo dos negócios. A precisão e eficiência nas
informações traz um melhor resultado às entidades. Independente do ramo da empresa,
o foco principal dos investidores, fornecedores e gestores são as análises das
demonstrações apresentados pela contabilidade, que é de importante função para que
seja possível a identificação de déficit ou ganho na instituição baseando-se em números.
O tema abordado será a análise comparativa da situação econômica e financeira,
que é a peça fundamental para o conhecimento da situação em que a empresa objeto de
estudo encontra-se. Esta análise conta com várias informações, encontradas nos
seguintes instrumentos: Balanço Patrimonial; Demonstração de Sobras ou Perdas;
Demonstrações dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; Demonstrações do Fluxo de
Caixa; Demonstrações do Valor Adicionado, Relatório da Administração, entre outros
relatórios e informações que evidenciam a situação econômica e financeira da empresa.
Segundo Iudícibus (2013), a análise das demonstrações contábeis é muito mais
que uma simples técnica aplicada, é também a arte de saber extrair relações úteis para o
objetivo econômico que se tem em mente, nos devidos relatórios contábeis tradicionais
apresentados e também de suas extensões e detalhamentos.
Quando há uma melhor organização com a apresentação da análise dos índices
econômicos e financeiros às empresas, estas podem traçar objetivos seguros, como por
exemplo, definir a aplicação dos seus recursos em ações ou investimentos, ou até
mesmo manter ou diminuir os seus gastos.
Tendo em mãos as análises e seus objetivos traçados, as instituições conseguem
observar melhor sua posição no mercado com relação às outras empresas comparando
números e índices. Desta forma, os empresários sentem-se mais confiantes e
confortáveis para as tomadas de decisões.
Segundo Marion (2012) umas das técnicas existentes para o estudo são as
análises horizontais e verticais. Visto que estas análises indicam a situação da empresa
de um ano para o outro, e desta forma, com um estudo correto, o problema da empresa
será diagnosticado. O assunto mencionado surgiu primeiramente para avaliar e
identificar a riqueza do homem em seu trabalho e também analisar a riqueza da igreja.
Hoje com o advento das empresas em grande quantidade há também o aumento
do número de interessados por tais análises, tanto em suas instituições quanto nas
demais, para fins de mercado e até mesmo de acionistas.
Pode-se afirmar que o tema em estudo tem relação direta, pois a análise é um
segmento da área da contábil. Também é plausível atestar que a auditoria, controladoria,
contabilidade tributária, também são segmentos da área contábil. A contabilidade feita
na contemporaneidade é de fundamental importância para o confronto das informações
dos exercícios anteriores com os demais.
Este é um trabalho sobre a Cooperativa Agropecuária de Tubarão – Copagro
onde acredita-se que o seu desenvolvimento possa contribuir no processo de melhoria
do desempenho, no crescimento da entidade e no retorno aos seus cooperados,
considerando as alterações viáveis e necessárias a partir das análises sugeridas.
Nesse contexto a pergunta dessa pesquisa é: quais as sugestões possíveis para
que haja o melhoramento da situação econômica e financeira da Cooperativa
Agropecuária de Tubarão – Copagro, a partir dos índices de liquidez, rentabilidade e
estrutura de capital?
Para chegar a resposta do questionamento da pesquisa, tem-se como objetivo
geral apresentar possíveis sugestões para que haja o melhoramento da situação
econômica e financeira da Cooperativa Agropecuária de Tubarão – Copagro, a partir
dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital.
Para atender ao objetivo geral, os objetivos específicos são: Verificar perante a
literatura, os índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital; levantar os dados
das demonstrações contábeis da empresa Cooperativa Agropecuária de Tubarão –
Copagro dos períodos de 2015 e 2016; efetuar o cálculo dos índices de liquidez,
rentabilidade e estrutura de capital da empresa em estudo durante o exercício de 2015 e
2016; e, identificar uma possível estratégia de melhoria dos índices de liquidez,
rentabilidade e estrutura de capital dos períodos de 2015 e 2016.
Diante disso, justifica-se o estudo abordado pela necessidade de verificação dos
resultados financeiros que a empresa obteve entre os períodos passados e os reais
procedimentos no processo decisório e de tomadas de decisão. As informações
demonstradas no projeto serão objeto de análise posterior, juntamente com o setor de
administração da empresa em estudo para que possam efetuar um futuro apontamento
sobre o trabalho.
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Nesse tópico será explanada a parte teórica que irá auxiliar para que se obtenha
uma melhor análise dos dados.
2.1 CONCEITOS DE CONTABILIDADE
De acordo com Barbosa (2007) a contabilidade é o conjunto do conhecimento e
o estudo do movimento da riqueza patrimonial, onde são obtidas informações muito
importantes para as tomadas de decisões empresariais com finalidades lucrativas, ou
sem esta finalidade. Uma empresa sem uma contabilidade efetiva não tem um
gerenciamento eficaz, pois sem as informações que a contabilidade proporciona, as
empresas acabam ficando sem uma direção.
Segundo Ribeiro (2005) a contabilidade é uma ciência social que seu objeto é o
patrimônio empresarial, tendo como objetivo o controle do mesmo em decorrência das
variações incorridas no dia a dia.
A contabilidade apresenta várias outras áreas de estudo, como exemplo, a
contabilidade pública, contabilidade de custos, contabilidade tributária, auditoria interna
e externa, perícia contábil, entre outras. Portanto, identifica-se ainda como um ramo da
área contábil a contabilidade das sociedades cooperativadas, que são pessoas unidas
voluntariamente para a realização de um bem comum.
2.2 CONTABILIDADE DE COOPERATIVAS
Para este tópico, apresentam-se as características das sociedades cooperativadas
e as demonstrações de sobras e perdas registradas de acordo com as regras da
contabilidade aplicadas à cooperativa, entre outras informações deste ramo de
sociedade. Para Santos (2012) a contabilidade de sociedades cooperativas é um meio de
identificar os aspectos relacionados à mesma, revelando a maneira como os recursos
estão sendo classificados para o beneficio dos cooperados nelas inseridos.
2.2.1 Lei 5.764/71
As sociedades cooperativas se regem pela lei nº 5.764/71, que apresenta algumas
outras particularidades que tratam dos principais aspectos das operações da mesma, e
como é o tratamento contábil perante a constituição de reservas, formação de capital,
rateio de despesas, entre outros.
2.3 BALANÇO PATRIMONIAL
De acordo com Marion, (2009) o Balanço Patrimonial é o mais
importante relatório gerado pela contabilidade. Através dele pode-se identificar a
saúde financeira e econômica da empresa no fim do ano ou em qualquer data
prefixada.
2.4 DEMONSTRAÇÕES DE SOBRAS OU PERDAS
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC-T) 10.8 define esse demonstrativo e seus principais objetivos.
10.8.4.1 – A denominação da Demonstração do Resultado da NBC T 3.3 é alterada para Demonstração de Sobras ou Perdas, a qual deve evidenciar, separadamente, a composição do resultado de determinado período, considerando os ingressos diminuídos dos dispêndios do ato cooperativo, e das receitas, custos e despesas do ato não-cooperativo, demonstrados segregadamente por produtos, serviços e atividades desenvolvidas pela Entidade Cooperativa.
2.5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
De acordo com Padoveze (2004) a análise de balanço, como também é
conhecida a técnica contábil de análise das demonstrações contábeis, nada mais é que
um processo de verificação dos demonstrativos contábeis informados, tendo como
objetivo a verificação em que se encontra a empresa, nos aspectos operacionais,
econômicos, patrimoniais e financeiros. Esta avaliação tem por finalidade a observação
dos pontos fortes e fracos da empresa, auxiliado com algumas sugestões de recursos
futuros que podem serem tomadas pelos gestores da empresa.
Conforme indica Matarazzo (2010) a análise de balanço tem como objetivo tirar
informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisão de sócios ou
gestores, de acordo com as regras contábeis. Essa demonstração financeira transforma
esses dados em informações de grande utilidade, e quanto maiores informações mais
eficientes para os gestores.
Completando Blatt (2001) relata que as demonstrações financeiras informam
fatos muito importantes e confiáveis sobre as empresas. Com base nestas informações,
os usuários tendem a tomar decisões para o bem da empresa. Quanto melhor a
confiabilidade das informações, melhor serão as tomadas de decisões dos sócios e
acionistas.
2.6 ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Segundo SILVA (2010) os índices de liquidez representam à empresa a
capacidade financeira para cumprir seus compromissos junto a terceiros, comparando os
direitos e exigibilidades. O mesmo relata que esses índices revelam quanto de
disponível a empresa tem para pagamento de suas dividas, através de quocientes, e
mede cada unidade monetária que ela deve. Segundo Silva (2010) o objetivo do estudo
da liquidez é avaliar o grau de solvência da empresa, ou seja, capacidade financeira para
saldar seus compromissos.
Iudícibus (2008) relata que o índice de liquidez abrange o relacionamento com
as contas do balanço que impactam em alguma situação de posição de liquidez ou o
relacionamento entre fontes diferenciadas de capital. A importância de todos os
quocientes ou grupos de quocientes perde, caso não haja a análise em conjunto com
todos os outros grupos.
2.6.1 Liquidez corrente
De acordo com Assaf Neto (2006) quanto maior a liquidez corrente, mais alta se
apresenta a capacidade da empresa em financiar sua necessidade de capital de giro.
Liquidez corrente indica o quanto existe de ativo circulante para cada R$ 1 de divida em
curto prazo.
Para Iudícibus (2008) este índice análisa quantos reais estão imediatamente
disponíveis e possivelmente conversíveis em curto prazo em moeda real, com relação a
dividis da empresa que estão do curto prazo. Este índice é um dos mais divulgados e o
considerado o melhor indicador da situação de liquidez que a empresa se encontra. É
preciso verificar se estão incluídos itens como: disponibilidades, contas a receber a
curto prazo, estoques e algumas despesas pagas antecipadamente, logo no denominador
estão incluídas as dividas e contas a pagar vencíveis a curto prazo. Neste quociente de
liquidez é preciso atentar-se com os prazos de vencimentos das contas a pagar e contas a
receber.
2.6.2 Liquidez Seca
Segundo Assaf Neto (2006) a liquidez seca indica o quanto a empresa possui
disponível para pagar suas dívidas de curto prazo sem dispor de seus estoques. O
quociente demonstra a porcentagem das dividas em curto prazo em condições de serem
saldadas mediante, a utilização de itens monetários de maior liquidez do ativo circulante
de curto prazo de pagamentos da empresa mediante a utilização das contas disponível e
valores a receber.
Para Iudícibus (2008) este índice é muito importante para a avaliação da situação
de liquidez da empresa, eliminado o estoque do numerador, estando então eliminando
uma grande fonte de incerteza, pelo fato das influencias e distorções que se pode ocorrer
devido à adoção de alguns critérios de métodos de estoques que podem ser mudados ao
longo dos períodos. Diante disso, permanece o mesmo possível problema dos prazos
das contas a receber (Ativo Circulante) e das contas a pagar (Passivo Circulante).
2.6.3 Liquidez Geral
Segundo Assaf Neto (2006) a liquidez geral revela tanto liquidez a curto como a
longo prazo. De cada R$ 1 que a empresa tem de dívida. O quanto existe de direitos e
haveres no ativo circulante e no realizável em longo prazo.
De acordo com Iudícibus (2008) este quociente apresenta a saúde financeira a
longo prazo do empreendimento, apresentando mais uma vez os problemas de prazos
dificultando o sentido e a utilidade do quociente, exceto se haja explicitamente em sua
devida conta. Neste caso, os prazos de recebimentos dos ativos e a liquidação do
passivo, encontram-se das mais diferentes formas, considerando que se tem um ativo e
passivo em longo prazo.
2.7 ÍNDICE DE ESTRUTURA DE CAPITAL
Para Silva (2008) a composição da estrutura de capital de uma empresa deve-se
a fontes de financiamentos, os fundos aplicados vêm dos gestores das organizações ou
de terceiros, ambos esperam um retorno sobre o valor, onde esse retorno aos sócios
ocorre através de distribuição de lucros e valorização da empresa.
O mesmo autor ainda relata que essa análise dos índices de estrutura de capital é
uma fonte geradora de informações sobre investimentos e financiamentos, sendo que as
duas opções geram à empresa retornos e riscos que devem ser analisados de forma
cautelosa pelos gestores.
2.7.1 Participação de Capitais de Terceiros (PCT)
De acordo com Silva (2010) os capitais de terceiros compreendem o somatório
do passivo circulante e o passivo exigível em longo prazo, representando, portanto, o
endividamento da empresa.
2.7.2 Composição de Endividamento (CE)
De acordo com Silva (2010) através desta análise é possível mensurar o volume
de dívidas da empresa com vencimento no curto prazo em relação a divida total.
Composição do endividamento indica qual o percentual de obrigações de curto prazo
em relação às obrigações totais, quanto menor melhor para a empresa.
2.7.3 Imobilização dos Recursos Não Correntes (IRNC)
Para Yoshitake (1997), este índice informa quanto dos recursos permanentes e
de longo prazo está investido no Ativo Permanente. O calculo indica a porcentagem dos
recursos permanentes e de longo prazo que estão “imobilizados” e, por fim, qual a
porcentagem desses recursos está sendo utilizada por ativos realizáveis.
2.7.4 Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)
Revela qual a relação das imobilizações com os recursos de terceiros. Para Silva
(2010) quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, mais ela torna-se
dependente de capitais de terceiros para o seu capital de giro.
2.8 ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Para Blatt (2001) os Índices de Rentabilidade evidenciam a lucratividade que a
empresa vem alcançando, através de comparação e observação de seu
comprometimento ano a ano. Tudo envolvendo giro do ativo, lucro líquido, vendas
líquidas, ativo total médio e patrimônio líquido médio.
Segundo Marion (2009) a administração boa do ativo gera um grande retorno
para empresa, ou seja, ter um financiamento adequado do capital próprio e de terceiros,
geram rentabilidade. Os índices de rentabilidade são os mais visados pelos gestores,
investidores e pelo mercado de uma maneira geral, que mostram qual a rentabilidade
dos capitais investidos e o grau econômico da empresa.
2.8.1 Rentabilidades do Ativo
De acordo com Azzolin (2012) rentabilidade do ativo mostra quanto a empresa
obteve de lucro líquido em relação ao Ativo. É uma medida do potencial de geração de
lucro da parte da empresa.
Para Blatt (2001) este é um índice de lucratividade em relação ao investimento,
onde indica a rentabilidade de todos os ativos que foram gerados em um determinado
período.
2.8.2 Giro do Ativo
De acordo com Iudicibus (2013) este índice de atividade expressa quantas vezes
o ativo se renovou pelas vendas. Quanto maior o “giro” do ativo pelas vendas, maiores
as chances de cobrir as despesas com uma boa margem de lucro.
Em concordância com Blatt (2001) o giro do ativo indica o quanto é eficiente é
uma empresa em efetuar vendas de acordo com a base de seus ativos, buscando
identificar a eficiência geral de uma empresa.
Segundo Assaf Neto (2006) este índice apresenta o número de vezes que o ativo
total girou em um determinado período, em função das vendas incorridas. Quanto maior
for este índice mais terá sido o desempenho da empresa, logo obtendo um maior retorno
de suas aplicações.
2.8.3 Margem Líquida
Conforme Kuhn (2012) a margem líquida é retorno sobre as vendas e mostra
qual a margem de lucro que a empresa alcança em relação ao valor de suas vendas
líquidas do período, apresentando o percentual de lucratividade.
Para Blatt (2001) a margem líquida apresenta em porcentagem o seu resultado
líquido referente às suas vendas líquidas incorridas em um determinado período. Sendo
assim, este coeficiente apresenta a eficiência da empresa em ter suas despesas para que
futuramente as mesmas virem vendas. É de muita importância o controle dos custos em
relação as suas vendas.
2.8.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Segundo Azzolin (2012) o papel do índice de rentabilidade do Patrimônio
Líquido é mostrar qual a taxa do capital próprio. Este índice apresenta o retorno que os
acionistas da empresa estão obtendo em relação aos seus investimentos na empresa.
Em concordância com Blatt (2001) este índice nos informa o reembolso dos
investimentos efetuados pelos sócios, sendo assim, é um índice onde os sócios têm
maior interesse, já que o valor investido pelo sócio poderia crescer se o retorno sobre o
patrimônio aumentar. Basicamente este índice indica o percentual do ganho dos sócios
sobre o que eles investiram.
De acordo com Iudícibus (2008) o quociente do retorno do patrimônio líquido é
apresentado de acordo com os resultados alcançados pelos operacionais na gestão de
seus recursos próprios e de terceiros, tendo em vista o beneficiamento dos acionistas.
O quadro 01 apresenta um resumo dos principais índices utilizados nas análises
das demonstrações contábeis.
Quadro 01 - Resumo dos Principais Índices
Índice Fórmula Significado Interpretação Estrutura de Capital
Participação de Capital de Terceiro
Capital de TerceirosPatrimônio Líquido
X 100
Quanto à empresa tomou de Capitais de Terceiros para cada R$100,00 de Capital Próprio
Quanto menor, melhor.
Composição do Endividamento
Passivo CirculanteCapital de Terceiros
X 100
Qual o percentual de obrigações a Composição do Endividamento em relação as obrigações totais.
Quanto menor, melhor.
Imobilização do Patrimônio Líquido
AÑC − ARLPPatrimônio Líquido
X 100
Quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$ 100,00 de Patrimônio Líquido
Quanto menor, melhor.
Imobilização dos Recursos Não-Correntes
AÑC − ARLPPL + PÑC
X 100
Que percentual de recursos não-correntes (PL e ELP) foi destinado ao Ativo Permanente.
Quanto menor, melhor.
Liquidez
Liquidez Geral AC + Realiável a LP
PC + PÑC
Quanto à empresa possui de Ativo Circulante + Realizável em Longo Prazo para cada R$ 1,00 de divida total.
Quanto maior, melhor.
Liquidez Corrente
Ativo CirculantePassivo Circulante
Quanto à empresa possui de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante
Quanto maior, melhor.
Liquidez Seca AC − Estoque − D. APassivo Circulante
Quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante.
Quanto maior, melhor.
Rentabilidade
Giro do Ativo Vendas LíquidasAtivo
Quanto à empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total.
Quanto maior, melhor.
Margem Líquida
Lucro LíquidoVendas Líquidas
X 100 Quanto à empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 vendidos.
Quanto maior, melhor.
Rentabilidade do Ativo
Lucro LíquidoAtivo
X 100
Quanto à empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 de investimento total.
Quanto maior, melhor.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Lucro LíquidoPL Médio
X 100
Quanto à empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 de capital próprio investido, em média no exercício.
Quanto maior, melhor.
Fonte: Adaptado de Matarazzo (2010)
3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA
Essa seção trata do enquadramento metodológico e dos procedimentos para a
coleta e análise dos dados da pesquisa, destacando os métodos utilizados e as técnicas
da rotina de sua elaboração.
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
Quanto à natureza do objetivo essa pesquisa enquadra-se como exploratória, pois
segundo Rodrigues (2007), a pesquisa exploratória tem por objetivo abranger os
desafios da pesquisa científica, abordando e discutindo a questão problema.
No que se refere à natureza da pesquisa trata-se de um estudo teórico e prático.
Os aspectos teóricos ficam a cargo da busca de conceitos e teorias em livros, revistas e
demais publicações que tratam do tema. De acordo com Prodanov (2013) a natureza da
pesquisa determina as técnicas que serão aplicadas para a coleta dos dados e também a
definição da amostra que deverá apoiar as conclusões. Já quanto o aspecto prático, o
estudo investiga o único objeto em profundidade - a empresa Copagro.
A lógica da pesquisa se dá de forma dedutiva, pois partem dos conhecimentos
gerais para o estudo específico de Análise os índices financeiros e econômicos. Para
Prodanov (2013) com a abordagem dedutiva se pode iniciar com a formulação de um
problema tendo uma descrição clara, para que possa facilitar um modelo simplificado e
a identificação de outros conhecimentos, podendo auxiliar o pesquisador no trabalho.
A coleta se dá a partir de dados secundários com a utilização de (demonstrações
de sobras ou perdas, balanço e os dados da empresa). Segundo Rodrigues (2007) os
dados secundários são aqueles que foram coletados para outros propósitos, portanto, a
primeira atitude que um pesquisador deve fazer é buscar esses dados e utilizar para o
assunto em questão. De acordo com Prodanov (2013) existem diversas fontes para
dados secundários como, por exemplo, jornais, cartas, livros, entre outros, onde a
pesquisa com o apoio de dados secundários pode ser chamada de pesquisa bibliográfica.
Em relação à abordagem da pesquisa, o estudo classifica-se como qualitativo,
pois não utiliza cálculos estatísticos complexos para que o resultado seja alcançado e
possui análise descritiva de seus resultados. Cabe destacar que a característica
quantitativa da pesquisa se limita aos cálculos simples para efeito de análise dos dados,
não se enquadrando, portanto, como uma pesquisa quantitativa.
Quanto ao resultado da pesquisa pode-se afirmar que se trata de um estudo
aplicado, pois gera conhecimento em resposta a solução da pergunta: quais as sugestões
possíveis para que haja o melhoramento da situação econômica e financeira da
Cooperativa Agropecuária de Tubarão – Copagro, a partir dos índices de liquidez,
rentabilidade e estrutura de capital? Para Prodanov (2013) a metodologia em nível
aplicado descreve os métodos e as técnicas da pesquisa para a coleta de informações
visando a resolução de problemas e questões em estudo.
Os procedimentos técnicos perpassam pela pesquisa bibliográfica, documental e
pelo estudo de caso bibliográfico, pois tem como objetivo adquirir conhecimentos em
livros, revistas, com o intuito de adquirir conhecimento sobre o tema e despertar a visão
sistêmica na ciência contábil. Estudo de casos, pois envolve estudo profundo na
empresa Copagro, e documental, por utilizar balanços, demonstrações de sobras ou
perdas entre outros relatórios da empresa para análise.
3.2 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
A primeira etapa da pesquisa consiste na busca de conhecimento a partir da
elaboração do referencial teórico, procurando conceitos de autores sobre o assunto
abordado. A segunda etapa incide na busca das informações como o balanço
patrimonial que é a demonstração de sobras ou perdas, que a cooperativa publica ao
final de todo exercício. Os dados coletados foram de total segurança, tendo como
auxílio dos gestores da Copagro.
Já a terceira etapa do estudo, busca aplicar as técnicas dos indicadores
financeiros, calculando a partir dos dados coletados no balanço patrimonial e
demonstração das sobras ou perdas dos exercícios de 2015 e 2016. O quarto passo do
estudo, consiste em apresentar algumas formas de melhorias dos índices financeiros que
foram apurados a partir dos cálculos efetuados.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Essa seção trata da apresentação dos resultados da pesquisa considerando a
caracterização da empresa objeto de estudo e as análises e discussões dos seus
resultados.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
A empresa Cooperativa Agropecuária de Tubarão - Copagro foi fundada em
cinco de agosto de 1967, tendo como sede sua Unidade Administrativa situada na
cidade de Tubarão, Estado de Santa Catarina. A Cooperativa tem por objetivo a
preservação e a melhoria da qualidade de vida econômica e social de seus associados
por meio de ajuda mútua.
A Copagro rege-se pela Lei 5.764/71, que define a Política Nacional do
Cooperativismo, instituída no Brasil, tendo como princípios básicos, os definidos pela
Aliança Cooperativa Internacional, em 1995, na cidade de Manchester, quais sejam:
Adesão voluntária e livre; Gestão democrática pelos membros; Participação econômica
dos membros; Autonomia e independência; Educação, formação e informação;
Intercooperação e Interesse pela comunidade.
Além dos princípios que regem o cooperativismo no mundo, a COPAGRO,
através do seu “Modelo de Gestão”, mantém uma relação ética e transparente com todos
os públicos com os quais ela se relaciona através do estabelecimento de metas
empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando
recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e
promovendo a redução das desigualdades sociais.
Por se tratar de uma sociedade de pessoas, a cooperativa promove o
desenvolvimento sustentável, suprindo as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações, adotando
medidas de cunho ambiental. Pode-se reconhecer que os recursos naturais são finitos,
assim, as ações desenvolvidas pela Copagro, representam uma nova forma de
desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
Atualmente, a cooperativa conta com 190 (cento e noventa) associados, gera 110
(cento e dez) empregos diretos e aproximadamente 300 (trezentos) empregos indiretos,
através de uma estrutura física composta por:
Armazém Geral, situado na cidade de Imbituba/SC, com capacidade para 72.000
(setenta e dois mil) toneladas de grãos;
Indústria de beneficiamento de arroz, situada na cidade de Tubarão/SC, com
capacidade produtiva de 3.900 (três mil e novecentos) toneladas de Arroz
Beneficiado/mês,
Loja Comercial de insumos, peças e implementos agrícolas, situada na cidade de
Tubarão/SC, atendendo todo o quadro social na comercialização de insumos necessários
a produção agropecuária dos associados, a preços justos, respeitando o objetivo e os
princípios do cooperativismo;
Indústria de Conservas de Palmito de Palmeira Real da Austrália, situada na
cidade de Tubarão/SC, com capacidade produtiva de 4.108.000 (quatro milhões, cento e
oito) potes/ano. Os Palmitos da Linha Real Gourmet são processados com tecnologia de
última geração, atendendo as rigorosas exigências do mercado e preservando o cuidado
desde o plantio, processamento e embalagem. As conservas são extraídas da Palmeira
Real, planta originária da Austrália, que possui textura e sabor inigualáveis. Seu cultivo
é ecologicamente correto, substituindo o extrativismo de palmeiras nativas.
Em todas as suas unidades produtivas, a Copagro possui uma forte preocupação
na execução de suas atividades operacionais, utilizando processos de produção
ecologicamente corretos, respeitando o meio ambiente. A visão da empresa é
desenvolver oportunidades de negócios, objetivando a rentabilidade dos associados,
oferecendo aos clientes produtos e serviços de qualidade, com responsabilidade social e
ambiental.
A missão da empresa é ser uma cooperativa de referência, reconhecida pela
qualidade de seus produtos e serviços assegurando o progresso econômico, social e
profissional de seus associados e colaboradores. As instituições têm como objetivos
internos obter a qualidade e melhoria contínua dos produtos e serviços para satisfação
dos nossos associados e clientes; a expansão e diversificação dos negócios;
compromisso, valorização e envolvimento dos Recursos Humanos. Os valores da
instituição é a cooperação, profissionalismo, espírito de equipe, respeito ao meio
ambiente e ética profissional.
Para a gestão, também é de extrema importância identificar os resultados
apresentados por cada unidade da empresa. Para que possam discutir e identificar os
“porquês” de cada índice apresentando em seu relatório, é feito uma reunião entre todos
os gestores das unidades para discutir melhorias e possíveis eventos futuros que iram
acrescentar ou diminuir do seu resultado, tendo a finalidade de obter ideias para que se
poça melhorar A reunião visa também o detalhamento de gastos e custos, para que se
saiba se é vantagem tralhar com tal produto e se é possível diminuir alguns desses
custos e gastos.
4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Através da literatura de diferentes autores é possível identificar e compreender
os conceitos das análises das demonstrações contábeis, juntamente com suas
características para que se possa avaliar. Para qualquer tipo de empresa, o entendimento
da área traz diversas contribuições, como: clareza nas informações do resultado da
empresa, facilidade de identificação dos seus déficits nas operações, estudo de possíveis
melhorias e etc.
Atualmente a Copagro utiliza essas análises mensalmente com os gestores de
cada unidade, assim tendo uma leitura mais clara do resultando, tendo como objetivo
sempre buscar melhorias em suas operações efetuada no decorrer do mês. Também é de
grande auxílio para uma possível visão futura, de cada unidade e também da empresa
como um todo, observando de uma forma mais clara e resumida.
Como forma de melhorar o processo de operações ao longo do mês, após essa
reunião com todos os gestores dos devidos departamentos, o contador e o controller da
empresa marcam uma reunião para o detalhamento das contas como: de custos e
despesas ocorridos no período, as receitas e principais clientes para que se tenha um
conhecimento do perfil de cada cliente e junto a isso, identificando a fidelidade e
cumprimentos das obrigações do mesmo. Depois de feito isso, o gestor irá trabalhar
com os colaboradores da unidade, fazendo com que o resultado do mês seguinte seja
cada ver melhor.
Desta forma os dados necessários para que se tenha uma análise do período, são
a Demonstração de Sobras ou Perdas e o Balanço Patrimonial, coletando os dados de
acordo com o que a formula do índice solicita é possível identificar o resultado.
Para que a Copagro tenha suas informações tanto do Balanço quanto da DPS, a
mesma conta com o auxílio de uma auditoria independente, onde a auditoria se aloca a
empresa auditada durante certo tempo, para que juntamente aos funcionários
responsáveis das operações realizadas sistematicamente, controles auxiliares, e
documentos, salvos com as conciliações, se possa estar operando de uma forma mais
completa e de acordo com as leis. Com isso tem-se uma total segurança nas informações
apresentadas aos cooperados e funcionários, tento um resultado mais preciso.
A partir das constatações feitas no período do estágio, apresentam-se os
resultados das análises dos índices efetuados nas demonstrações a partir do Balanço
Patrimonial e a Demonstração de Sobras ou Perdas da empresa Copagro, no período de
2015 e 2016. É importante destacar que os resultados informados foram aplicados
através da técnica de cálculos dos índices de Liquidez, Estrutura de Capital e de
Rentabilidade por meio das fórmulas apresentadas no referencial teórico deste estudo.
4.2.1 Técnicas de análises das demonstrações contábeis
O primeiro objetivo específico da pesquisa é verificar perante a literatura as
técnicas de análise dos índices financeiros. Como resposta a esse objetivo foram
identificadas algumas técnicas utilizadas para a devida análise os índices tais como:
Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Participação de Capitais de
Terceiros, Composição do Endividamento, Imobilização de Recursos não Correntes,
Imobilização do Patrimônio Líquido, Giro do ativo, Margem Liquida, Rentabilidade do
Ativo e a Rentabilidade do Patrimônio Liquido.
A Liquidez Geral avalia a capacidade geral da empresa, no curto e no longo
prazo, para cumprir seus compromissos. Quanto maior for o índice, maiores serão os
recursos das empresas para liquidar suas obrigações.
A Liquidez Corrente avalia se a empresa tem capacidade de cumprir suas
obrigações de curto prazo, levando em consideração seus bens e direitos a curto prazo,
em confronto com suas obrigações a curto prazo.
A Liquidez Seca tem a mesma finalidade do indicador anterior, apenas
diminuindo o seu estoque do ativo circulante. Tendo a finalidade de refinar as
informações. Pelo motivo do estoque ter um giro lento.
A Participação de Capitais de Terceiros evidencia o risco que os credores têm
no negócio. Se a empresa tiver um índice baixo comparado com outras empresas do
mesmo ramo de atividade, então as exigências dos credores não são uma preocupação
para a gestão, caso contrário, haverá impacto na preocupação dos credores no risco
apresentado.
A Composição do Endividamento indica em percentual (%) é suas obrigações
de curto prazo com relação às obrigações totais.
A Imobilização de Recursos não Correntes apresenta quanto dos recursos não
correntes foram transformados em ativos fixos. Quanto maior for este índice, pior será a
situação da empresa. O ponto de equilíbrio seria que os próprios recursos fossem
suficientes para cobrir o seu ativo fixo.
A Imobilização do Patrimônio Líquido informa o quanto a empresa aplicou no
seu ativo permanente perante o seu Patrimônio Líquido.
O Giro do Ativo: revela quanto a empresa consegue vender proporcionalmente
aos seus investimentos.
A Margem de Lucro Liquida evidencia qual é o percentual (%) de lucro
líquido para cada venda líquida efetuada.
A Rentabilidade do Patrimônio Liquido tem com finalidade a avaliação do
que a empresa obteve de lucro líquido em cima de seus investimentos.
A Rentabilidade do Ativo apresenta o quanto a empresa ganha em lucratividade
perante a média do seu capital próprio investido no exercício.
4.2.2 Demonstrações Contábeis da Copagro
O segundo objetivo específico do estudo é levantar os dados das demonstrações
contábeis da empresa Cooperativa Agropecuária de Tubarão – Copagro, dos períodos de
2015 e 2016. Com esses dados levantados, pode-se realizar então os cálculos para as
possíveis análises necessárias para a identificação da situação da empresa.
Com isso foi levantado o Balanço Patrimonial (quadro 02 e 03) e a
Demonstração de Sobras ou Perdas (quadro 04), que neste caso seriam as informações
necessárias para a elaboração dos cálculos em estudo. Os dados foram coletados
diretamente com a empresa, sendo então, informações de segurança.
Quadro 02 – Balanço Patrimonial – Ativo
ATIVO 2016 2015
1.1 - CIRCULANTE 40.680.737,70 37.364.581,11
1.1.1 - Caixa e Equivalentes de Caixa 8.698.893,86 9.947.005,43
Caixa 51.603,87 31.613,76
Bancos Conta Movimento 2.797.817,38 3.003.249,25
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata 5.849.472,61 6.912.142,42
1.1.2 - Créditos a Receber 20.753.402,07 18.239.410,13
Créditos com Associados 8.286.902,83 9.210.142,90 (-) Estimativa de Perdas s/ Créditos de Liq. Duvidosa Associados -57.663,91 -115.559,40
Créditos com Não Associados 12.657.524,75 7.766.818,20 (-) Estimativa de Perdas s/ Créd. Liq. Duvidosa Não-Associados -1.074.695,65 -818.944,78
Cooperados c/Cotas Partes 24.489,86 24.489,86
Cheques a Receber 354.682,46 951.745,28
Tributos a Receber 83.168,57 16.692,59
Juros a Receber 418.099,91 528.964,66
Demais Créditos 60.893,25 675.060,82
1.1.3 - Tributos a Recuperar 2.095.078,02 2.287.807,23
ICMS a Recuperar 1.774.509,51 2.124.549,30
IRPJ, IRRF e CSLL a Recuperar 320.568,51 163.257,93
PIS e COFINS a Recuperar 586.895,14 755.295,41 (-) Estimativa de Perdas s/ Créditos Tributários a Realizar -586.895,14 -755.295,41
1.1.4 - Estoques 8.209.546,63 6.805.649,08 Unidade de Beneficiamento de Arroz 3.974.666,43 2.942.801,22
Unidade de Insumos 2.694.378,23 2.192.513,19
Unidade de Conservas de Palmito 622.913,23 569.599,03
Unidade de Fortaleza 917.588,74 1.100.735,64
1.1.5 - Investimentos Temporários 872.573,85 8.946,30
Títulos de Capitalização 872.573,85 8.946,30
1.1.6 - Despesas Antecipadas 51.243,27 75.762,94
Despesas Antecipadas 51.243,27 75.762,94
1.2 - NÃO-CIRCULANTE 45.050.286,52 45.492.050,31
1.2.1 - Realizável a Longo Prazo 1.062.317,54 2.777.795,70
Créditos Tributários 944.341,70 2.288.871,83
(-) Estimativa de Perdas s/ Pis e COFINS a Realizar -240.159,68 -417.905,41
(-) Honorários s/ Recuperação de Créditos Tributários -50.000,00 0,00
Créditos em Cobrança Judicial 192.121,72 160.214,12
Depósitos Judiciais 184.726,80 900,00
Títulos de Capitalização 31.287,00 745.715,16
1.2.2 - Investimentos 312.121,77 263.812,81
Participação em Outras Empresas 312.121,77 263.812,81
1.2.3 - Imobilizado 43.659.891,02 42.429.379,97
Bens Corpóreos 50.363.612,82 46.444.932,20
(-) Depreciação acumulada -6.703.721,80 -4.613.827,50
1.2.4 - Intangível 15.956,19 21.061,83
Bens Incorpóreos 35.545,43 35.545,43
(-) Amortização acumulada -19.589,24 -14.483,60
T O T A L D O A T I V O 85.731.024,22 82.856.631,42 Fonte: Cooperativa Agropecuária de Tubarão – COPAGRO
Quadro 03 – Balanço Patrimonial - Passivo
PASSIVO 2016 2015
2.1 - CIRCULANTE 46.674.539,52 46.247.360,43 2.1.1 - Obrigações c/Fornecedores de Prod. e Serviços 2.844.556,37 3.256.900,68 Fornecedores Unidade de Benef.de Arroz 1.538.232,90 1.110.169,76 Fornecedores Unidade de Insumos 1.155.941,96 2.013.204,58 Fornecedores Unidade de Cons. de Palmito 149.214,51 133.526,34 Fornecedores Unidade de Fortaleza 1.167,00 0,00 Representantes 0,00 0,00 2.1.2 - Obrigações com Instituições Financeiras 31.087.348,36 31.811.552,12 Financiamentos BNDES 0,00 34.148,86 Financiamentos PCA 283.921,05 271.729,52 Financiamentos Adiantamento a Cooperados 1.503.734,27 3.050.052,41 Financiamentos para Garantia de Preços ao Produtor - FGPP 7.499.192,10 6.499.734,85
Financiamentos Capital de Giro 5.314.706,71 1.648.283,87 Financiamentos Finame 164.645,77 177.341,05 Financiamentos Procap-Agro - Giro 3.557.216,61 3.587.265,31 Financiamentos Insumos 7.722.283,23 9.646.822,65 Financiamentos Prodecoop - Investimentos 552.409,63 514.324,06 Financiamentos PSI 653.657,33 654.912,32 Financiamentos Custeio de Beneficiamento 3.835.581,66 5.726.937,22 2.1.3 - Obrigações Trabalhistas e Tributárias 1.085.684,01 1.036.342,41 Férias do Pessoal a Pagar 432.617,93 414.433,42 Obrigações Trabalhistas 431.917,59 415.654,51 Obrigações Tributárias 221.148,49 206.254,48 2.1.4 - Obrigações com Associados 10.016.799,53 8.682.820,50 Obrigações com Associados 8.127.219,99 8.061.376,50 Produto Agrícola em Deposito a Adquirir 1.889.086,26 621.444,00 Produtos/Mercadorias a Entregar 493,28 0,00 2.1.5 - Obrigações de Capital 188.077,05 206.753,66 Capital a Restituir 188.077,05 206.753,66 2.1.6- Outras Obrigações 1.080.140,05 1.085.608,56 Adiantamento de Clientes 492.358,35 563.341,46 Comissões a Pagar 587.781,70 522.267,10 2.1.7 - Provisões 371.934,15 167.382,50 Provisões Diversas 315.551,65 111.000,00 Provisão Sementes 56.382,50 56.382,50 2.2 - NÃO-CIRCULANTE 18.338.928,01 17.358.934,37 2.2.1 - Empréstimos e Financiamentos 16.816.806,68 15.996.271,55 Financiamentos Finame 201.814,77 361.628,87 Financiamentos Procap-Agro - Giro 611.111,11 625.000,00 Financiamentos Prodecoop - Investimentos 4.142.862,97 2.875.443,05 Financiamentos PSI 1.347.395,83 1.997.195,83
Financiamentos PCA 10.513.622,00 10.137.003,80 2.2.2 - Provisões 1.406.460,53 1.362.662,82 Provisões Tributárias 500.000,00 480.742,00 Provisão do IRPJ e CSLL s/ Ajuste de Avaliação Patrimonial 806.460,53 781.920,82
Provisões Trabalhistas 50.000,00 50.000,00 Provisões Diversas 50.000,00 50.000,00 2.2.3 - Outras Contas de Longo Prazo 115.660,80 0,00 Consórcio Banco do Brasil 115.660,80 0,00 2.3 - PATRIMÔNIO LIQUIDO 20.717.556,69 19.250.336,62 Capital Social 4.986.077,05 4.547.008,92 Capital Subscrito 4.986.077,05 4.547.008,92 Reservas de Capital 2.278.505,97 2.180.193,70 Fundo de Capitalização COPAGRO 2.278.505,97 2.180.193,70 Ajustes de Avaliação Patrimonial 10.335.401,95 10.537.827,74 Ajustes de Avaliação Patrimonial 11.141.862,48 11.319.748,56 (-) Provisão p/ IRPJ e CS sobre AAP -806.460,53 -781.920,82 Reservas de Lucros 2.666.817,81 1.773.232,81 Fundo de Reserva 1.228.666,77 1.069.952,45 FATES 1.438.151,04 703.280,36 Sobras Acumuladas 0,00 0,00 Sobras a disposição da AGO 450.753,91 212.073,45 T O T A L D O P A S S I V O 85.731.024,22 82.856.631,42
Fonte: Cooperativa Agropecuária de Tubarão – COPAGRO
Quadro 04 – Demonstração de Sobras ou Perdas
Contas 2016 2015
1- INGRESSO/RECEITA OPERACIONAL BRUTA 106.644.429,33 80.502.832,16 Unidade de Armazenagem de Imbituba 5.202.569,11 3.638.755,15 Unidade de Beneficiamento de Arroz 51.992.383,25 35.195.034,60 Unidade de Conservas de Palmito 3.926.910,67 3.108.410,51 Unidade de Insumos 35.678.571,55 29.347.714,35 Unidade de Fortaleza 9.843.994,75 9.212.917,55 2- ( - ) DEDUÇÕES DO INGRESSO/RECEITA -3.919.178,07 -2.753.923,15 ( - ) Impostos s/Vendas -3.919.178,07 -2.753.923,15 3- ( = ) INGRESSOS/REC. OPERACIONAL LÍQUIDA 102.725.251,26 77.748.909,01 4- ( - ) DISP./CUSTOS DOS PROD./SERV. FORNEC./VENDIDOS -89.236.008,89 -69.297.768,48
5- ( = ) SOBRA/LUCRO BRUTO 13.489.242,37 8.451.140,53 6- ( - ) DISPÊNDIOS/DESPESAS OPERACIONAIS -8.652.559,90 -6.566.040,81 Dispêndios/Despesas Comerciais -5.211.552,59 -3.792.173,97 Dispêndios/Despesas Administrativas -1.370.230,25 -1.202.655,13 Dispêndios/Despesas com Pessoal -2.070.777,06 -1.571.211,71 7- (+/-) OUTROS RESULTADOS OPERACIONAIS 482.088,47 279.059,46
( + ) Outros Ingressos/Receitas Operacionais 484.653,49 315.705,54 ( - ) Outros Dispêndios/Despesas Operacionais -2.565,02 -36.646,08 8- RESULTADO ANTES DO FINANCEIRO 5.318.770,94 2.164.159,18 9- (+/-) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO -3.641.465,10 -1.730.879,27 Ingressos/Receitas Financeiras 1.830.095,16 1.483.768,90 Dispêndios/Despesas Financeiras -5.471.560,26 -3.214.648,17 10- RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS 1.677.305,84 433.279,91 11- ( - ) TRIBUTOS SOBRE O RESULTADO -345.878,11 -112.640,28 ( - ) Provisão Contribuição Social -97.908,91 -36.169,49 ( - ) Provisão Imposto de Renda -247.969,20 -76.470,79 12- RESULTADO LÍQUIDO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 1.331.427,73 320.639,63
13- OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 957.986,19 755.931,72 Reversão do Ajuste de Avaliação Patrimonial 177.886,08 177.886,08 Reversão do Fundo de Capitalização COPAGRO 652.944,24 427.790,18 Reversão do FATES 127.155,87 150.255,46 14- SALDO A DESTINAR 2.289.413,92 1.076.571,35
Fonte: Cooperativa Agropecuária de Tubarão - COPAGRO
4.2.3 Cálculos dos índices financeiros da Copagro do período de 2015 e 2016
O terceiro objetivo específico do estudo é efetuar o cálculo dos índices
financeiros da empresa durante o exercício de 2015 e 2016. Como resposta a esse
objetivo foram identificadas algumas técnicas utilizadas para a devida análise tais como:
Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Giro do Ativo, Margem Liquida,
Rentabilidade do Ativo, Rentabilidade do PL, Participação de Capitais Terceiros,
Composição de Endividamento, Imobilização do Patrimônio Líquido e Imobilização de
Recursos Não-Correntes.
A Liquidez Geral segundo Assaf Neto (2006) revela tanto a liquidez, a curto
como a longo prazo. De cada R$ 1 que a empresa tem de dívida. O quanto existe de
direitos e haveres no ativo circulante e no realizável em longo prazo.
2016 2015
LG = 41.743.055,24 65.013.467,53 = 0,64 LG =
40.142.376,81 63.606.294,80 = 0,63
Conforme o cálculo efetuado referente à Liquidez Geral, pode-se identificar que
no ano de 2016 é de R$ 0,64 e no ano de 2015 de 0,63 indicando que para cada R$ 1,00
de dívida a empresa tem respectivamente R$ 0,64 e R$ 0,63 como investimentos de
curto prazo, não conseguindo cumprir com as suas obrigações financeiras.
Já a Liquidez Corrente de acordo com Iudícibus (2008) analisa quantos reais
estão imediatamente disponíveis e possivelmente conversíveis em curto prazo em
moeda real, com relação a divida da empresa que estão do curto prazo. Este índice é um
dos mais divulgados e considerados o melhor indicador da situação de liquidez que a
empresa encontra-se. É preciso verificar se estão incluídos itens como: disponibilidades,
contas a receber a curto prazo, estoques e algumas despesas pagas antecipadamente,
logo no denominador estão incluídas as dividas e contas a pagar vencíveis a curto prazo.
2016 2015
LC = 40.680.737,7046.674.539,52 = 0,87 LC =
37.364.581,1146.247.360,43 = 0,81
Os indicadores de Liquidez Corrente apresentaram resultados não muito
atrativos. Em 2015, para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a empresa disponibiliza de
R$ 0,81 de ativo circulante. Pode-se identificar que a empresa não dispõe de recursos
correntes para sanar todas as suas dívidas de curto prazo. Em 2016 essa situação teve
uma melhora. Para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a empresa disponibiliza de R$
0,87 de ativo circulante.
Iudícibus (2008) relata que a Liquidez Seca é um índice muito importante para a
avaliação da situação de liquidez da empresa, eliminado o estoque do numerador,
estando então eliminando uma grande fonte de incerteza, pelo fato das influências e
distorções que se pode ocorrer devido à adoção de alguns critérios de métodos de
estoques que podem ser mudados ao longo dos períodos. Diante disso, permanece o
mesmo possível problema dos prazos das contas a receber (Ativo Circulante) e das
contas a pagar (Passivo Circulante).
2016 2015
LS = 32.419.947,8046.674.539,52 = 0,69 LS =
30.483.169,0946.247.360,43 = 0,66
Os índices de Liquidez Seca são desfavoráveis. Em 2015, para cada R$ 1,00 de
passivo circulante, a empresa dispunha de R$ 0,66 de ativo circulante sem contar com a
realização dos estoques. Em 2016 esse índice teve uma melhora, passando para R$ 0,69
de ativo circulante sem contar com a realização dos estoques.
Em concordância com Blatt (2001) o Giro do Ativo indica o quanto é eficiente a
uma empresa em efetuar vendas de acordo com a base de seus ativos, buscando
identificar a eficiência geral de uma empresa.
2016 2015
GA = 106.644.429,3385.731.024,22 = 1,24 GA =
80.502.832,1682.856.631,42 = 0,97
Como se pode analisar, os índices dos dois anos tem-se uma variação
considerável. No ano de 2015, para cada R$ 1,00 de ativo, a cooperativa vendeu R$
0,97 centavos, já no ano de 2016, a venda para cada real de ativo foi R$ 1,24 centavos.
Para Blatt (2001) o quociente Rentabilidade do Ativo é um índice de
lucratividade em relação ao investimento, onde indica a rentabilidade de todos os ativos
que foram gerados em um determinado período.
2016 2015
RA = 2.289.413,92
85.731.024,22 = 2,67 RA = 1.076.571,35
82.856.631,42 = 1,30
Em 2015, para cada R$ 100,00 de investimento, gerou-se R$ 1,30 de lucro
líquido. Em 2016, houve um aumento nesse indicador. Para cada R$ 100,00 de
investimento, foi apresentado R$ 2,67 de lucro líquido.
De acordo com Iudícibus (2008) o quociente do Retorno do Patrimônio
Líquido é apresentado de acordo com os resultados alcançados pelos operacionais na
gestão de seus recursos próprios e de terceiros, tendo em vista o beneficiamento dos
acionistas.
2016 2015
RPL = 2.289.413,92
20.717.556,69 = 11,05 RPL = 1.076.571,35
19.250.336,62 = 5,59
Em 2015, para cada R$ 100,00 de patrimônio líquido, gerou-se R$ 5,59 de lucro
líquido. Em 2016, houve um aumento nesse indicador. Para cada R$ 100,00 de
patrimônio líquido, foi apresentado R$ 11,05 de lucro líquido.
Para Blatt (2001) a Margem Líquida apresenta em porcentagem o seu resultado
líquido referente às suas vendas líquidas incorridas em um determinado período. Sendo
assim, este coeficiente apresenta a eficiência da empresa em ter suas despesas para que
futuramente as mesmas virem vendas. É de muita importância o controle dos custos em
relação as suas vendas.
2016 2015
MLL = 2.289.413,92
106.644.429,33 = 2,15 MLL = 1.076.571,35
80.502.832,16 = 1,34
Com referência a margem de Lucro Liquida, em 2015 para da R$ 100,00
efetuadas em vendas líquidas, R$ 1,34 foram sobras líquidas. Em 2016 esse índice teve
um crescimento, passando para R$ 2,15.
De acordo com Silva (2010) a Participação de Capitais de Terceiros
compreende no somatório do passivo circulante e o passivo exigível a longo prazo,
representando, portanto, o endividamento da empresa.
2016 2015
PCT = 65.013.467,5320.717.556,69 = 313,80 PCT =
63.606.294,8019.250.336,62 = 330,42
A Copagro apresenta índices desfavoráveis quando fala-se de participação do
capital de terceiros. No ano de 2015, para cada R$ 100,00 aplicados de capital próprio,
existem R$ 330,42 de terceiros. No ano de 2016 houve uma melhora nesse quadro,
caindo para R$ 313,80 de capital de terceiros para cada R$ 100,00 de seu capital
próprio, ou seja, ainda continua sendo um índice desfavorável, pois por meio dessa
análise pode-se constatar que o capital próprio da cooperativa está financiado.
De acordo com Silva (2010) através desta análise é possível mensurar o volume
de dívidas da empresa com vencimento no curto prazo em relação a divida total.
Composição do Endividamento indica qual o percentual de obrigações de curto prazo
em relação às obrigações totais, quanto menor melhor para a empresa.
2016 2015
CE = 46.674.539,5265.013.467,53 = 71,79 CE =
46.247.360,4363.606.294,80 = 72,71
Como se pode observar, a composição do endividamento nos períodos
analisados sofreu um leve decréscimo. Em 2015, a empresa apresentava 72,71% das
suas dívidas concentradas no curto prazo. Já em 2016, esse índice baixou para 71,79%,
o que representa uma variação de 0,92%.
A Imobilização de Recursos Não-Correntes segundo Yoshitake (1997)
informa quanto dos recursos permanentes e de longo prazo está investido no Ativo
Permanente. O resultado indica a porcentagem dos recursos permanentes e de longo
prazo que estão “imobilizados” e, por fim qual a porcentagem desses recursos está
sendo utilizado por ativos realizáveis.
2016 2015
IRNC = 43.987.968,9839.056.484,70 = 112,63 IRNC =
42.714.254,6136.609.270,99 = 116,68
A imobilização dos Recursos Não Correntes é desfavorável. Em 2015, a empresa
aplicou 116,68% dos seus recursos não correntes em seu ativo fixo. Já em 2016, esse
índice diminuiu para 112,63%.
A Imobilização do Patrimônio Líquido revela qual a relação das imobilizações
com os recursos de terceiros. Para Silva (2010) quanto mais a empresa investir no Ativo
Permanente, mais ela se torna dependente de capitais de terceiros para o seu capital de
giro.
2016 2015
IPL = 43.987.968,9820.717.556,69 = 212,32 IPL =
42.714.254,6119.250.336,62 = 221,89
Conforme os cálculos a imobilização do Patrimônio Líquido é desfavorável. Em
2015, a empresa aplicou 221,89% dos seus recursos em seu ativo fixo. Já em 2016, esse
índice diminuiu para 212,32%.
4.2.4 Possíveis estratégias de melhoria dos índices
O quarto objetivo específico do estudo é indicar uma possível estratégia para
melhoria dos indicadores dos exercícios de 2015 e 2016. Como resposta a esse objetivo
foi relatado um plano de ação que possa melhorar os índices financeiros na empresa em
estudo.
Uma sugestão que poderá contribuir para a melhoria dos índices de liquidez e de
rentabilidade é a modernização do parque fabril. Atualmente, a cooperativa possui um
alto gasto de manutenção e mão-de-obra devido ao desgaste dos equipamentos
existentes. Com novos equipamentos a produção seria maior, os gastos com manutenção
reduziriam drasticamente e a necessidade de mão-de-obra para a operação do
maquinário reduziria pela metade. É sabido que esses investimentos demandariam a
busca de recursos no mercado financeiro, porém as taxas utilizadas no seguimento
agropecuário são atrativas, compensando assim o investimento.
A possível expansão das variedades de produtos comercializados e produzidos
pela cooperativa é outra possibilidade de melhora nos índices de rentabilidade e
liquidez, pois, por meio de uma análise de mercado, pode-se encontrar produtos que
apresentem uma boa rentabilidade e bom valor agregado.
Outro fator extremamente importante para a rentabilidade e liquidez, é a
conscientização dos cooperados sobre a distribuição das possíveis sobras ao término de
cada exercício. A capitalização das sobras no final do exercício, evita que a cooperativa
necessite buscar dinheiro no mercado financeiro para realização da distribuição e honrar
seus compromissos para com terceiros. Atualmente, as sobras evidenciadas no resultado
econômico não necessariamente condizem com a situação financeira da entidade, sendo
na maioria das vezes necessário a capitação de recursos para o seu pagamento. A
capitalização das sobras seria talvez a forma mais adequada de destina-las e melhorar os
índices da cooperativa.
Diante disso, para que cooperativa consiga melhoras nos índices de
endividamento, serão necessárias políticas de redução de gastos correntes, que visem
transferir as dívidas de curto prazo para o longo prazo, como por exemplo, por meio de
renegociação dos contratos de empréstimos, que atualmente, são os maiores
responsáveis pelo baixo desempenho dos indicadores apresentados, realizando assim,
uma folga financeira que consequentemente deixaria uma quantidade de dinheiro no
giro.
Outra sugestão seria a chamada de capital (integralização de capital) pelos
cooperados. Este procedimento traria uma folga financeira para a cooperativa e afetaria
diretamente os índices de endividamento e de liquidez, pois elevaria o Patrimônio
Líquido da Cooperativa.
4.3 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO
Segundo Ribeiro (2005) a contabilidade é uma ciência social que seu objeto é o
patrimônio empresarial, tendo como objetivo o controle do mesmo em decorrência das
variações incorridas no dia-dia.
Tendo a ideia do conceito da contabilidade, pode-se relacionar a contabilidade
com as sociedades cooperativas, com o intuito de identificar de que forma a
contabilidade trata as sobras ou perdas acumuladas ao fim do exercício. Diante disso
Santos (2012) indica que a contabilidade de sociedades cooperativa, é uma maneira de
encontrar aspectos que estão relacionados à mesma, identificando a forma de como os
recursos estão sendo classificados para o beneficio dos cooperados.
De acordo com o estudo, apresenta-se a importância da análise de
demonstrações para o auxílio na tomada de decisão das sociedades cooperativas. Com
isso, Blatt (2001) relata que as demonstrações financeiras apresentam fatos importantes
e confiáveis sobre empresas. Com base nestas informações, os usuários tendem a tomar
decisões para o bem da empresa. Quanto melhor a confiabilidade das informações,
melhor serão as tomadas de decisões dos sócios e acionistas.
O assunto abordado no estudo está diretamente relacionado com a contabilidade,
isto porque a demonstração contábil objetiva demonstrar os indicadores financeiros da
organização diante de uma análise nas informações coletadas no decorrer do exercício
em que estão explicitas no balanço patrimonial e na demonstração das sobras e perdas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo teve como principal objetivo apresentar possíveis sugestões para que
haja o melhoramento da situação econômica e financeira da Cooperativa Agropecuária
de Tubarão – Copagro, a partir dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura de
capital. O embasamento teórico discorrido nesse trabalho, fez com que facilitasse a
compreensão dos pontos relevantes de cada indicador e entender o porquê a sua
utilização é tão importante no cenário mercadológico em que se esta inserida. Mediante
análise dos principais indicadores de liquidez, rentabilidade e estrutura de capital da
Copagro, consegue-se as informações relevantes sobre a saúde econômico-financeira da
mesma.
Após a análise dos indicadores e da leitura da situação econômica em que a
cooperativa está inserida, é possível traçar estratégias que podem levar à melhoria dos
indicadores de desempenho da cooperativa.
Pode-se visualizar também que os resultados encontrados nos indicadores
demonstram uma grande necessidade de capital de terceiros, para desempenhar suas
atividades. Parte dessa necessidade advém das vendas realizadas aos cooperados da
cooperativa, que em sua maioria compram insumos agropecuários para pagamento no
final da safra, obrigando assim, que a cooperativa se capitalize por meio de empréstimos
em instituições financeiras. Outro motivo que faz com que a cooperativa utilize capital
de terceiros, são os investimentos que estão sendo realizados na Unidade de
Armazenamento de grãos de Imbituba.
Como foi demonstrado e elencado, o endividamento da empresa é decorrente de
mudanças que estão sendo feitas no seu parque fabril, principalmente no município de
Imbituba. Foi constatado que a estrutura precisava passar por uma ampliação devido a
demanda crescente na região, principalmente depois da ampliação do porto existente na
cidade. Como a cooperativa não dispunha de recursos para tal benfeitoria em suas
instalações, procurou recursos nos bancos governamentais de desenvolvimento, como
BNDES e BRDE, que apresentaram taxas de juros extremamente atrativas e atenderiam
a necessidade da cooperativa no momento.
Segundo as projeções da administração, em um curto prazo, pós-ampliação, as
novas instalações na Unidade de Imbituba trarão retorno muito superior aos juros
amortizados dos empréstimos o que consequentemente melhorará os indicadores de
desempenho.
Nesse contexto, a partir de todas as sugestões dadas, acredita-se que o objetivo
da pesquisa tenha sido cumprido tanto no sentido de contribuir para a empresa objeto de
estudo quanto contribuído para maximizar o conhecimento acadêmico.
Como forma de não esgotar o estudo sobre tema fica ainda a sugestão de novas
pesquisas sobre análise das demonstrações contábeis a partir de outros índices
relevantes e tendo como objeto de estudo outras cooperativas e, até mesmo, empresas de
outros ramos e portes.
REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. 8º Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
AZZOLIN, José Laudelino, Análise das Demonstrações Contábeis. Curitiba: IESDE, Brasil 2012. BARBOSA, Ângelo Crysthian, Contabilidade Básica. 1º Ed. Curitiba: Juruá 2007. BLATT, Adriano, Análise de Balanços – Estrutura e Avaliação das Demonstrações Financeiras e Contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001. Conselho Federal de Contabilidade. Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 10.8 - IT 1 - Entidades Cooperativas. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1013.doc>. Acessado em: 27 out. 2014 COPAGRO Cooperativa Agropecuária de Tubarão. Disponível em: http://www.copagro.com.br/pt/. Acesso em: 02 de março de 2017. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 10º ed. São Paulo: Atlas, 2013. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 9º ed. São Paulo: Atlas, 2008. KUHN, Ivo Ney / LAMPERT, Amauri Luis. Análise Financeira. Rio Grande do Sul: Ed. Unijuí, 2012. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 16º Ed. São Paulo: Atlas, 2012. MATARAZZO, Dante Carmine, Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7º ed. São Paulo: Atlas, 2010. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 4º ed. São Paulo: Atlas 2004. PRODANOV, Ermani Cesar. Metodologia do Trabalho Cientifico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2º ed. Novo Hamburgo: Feevale 2013 RIBEIRO, Osni Moura, Contabilidade Básica. São Paulo: Saraiva 2005. RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. FAETEC/IST: Paracambi, 2007. SANTOS, Ariovaldo dos; GOUVEIA, Fernando Henrique Câmara; VIEIRA, Patrícia dos Santos. Contabilidade das Sociedades Cooperativas: Aspectos Gerais e Prestação de Contas. 2. ed. São Paulo, 2012. SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008. SILVA, Alexandre Alcântara da Estrutura, Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis. 2º Ed. São Paulo: Atlas 2010.
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