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Fanzine Independentes e renovadores

Henrique Magalhães

Década de 1980

A expansão do uso de fotocopiadoras possibilitou a melhoria do aspecto gráfico dos fanzines, que passaram a ser mais ilustrados e ter melhor reprodução.

Os fanzines de quadrinhos foram particularmente favorecidos com o aperfeiçoamento técnico.

A fotocópia favoreceu a inserção de ilustrações

nos fanzines

A disseminação dos fanzines levou à formação de um público seleto e consciencioso.

A evolução técnica também trouxe a elevação de custos. Os fanzines chegaram a se aproximar das publicações do mercado, fazendo verdadeiros dossiês sobre o objeto de culto.

Os fanzines trouxeram longos estudos sobre os quadrinhos

A hiperinflação e os sucessivos planos econômicos geraram instabilidade, atingindo também a produção de fanzines. Numa alusão à crise dos super-heróis, José Carlos Ribeiros nomeou o período de “Crise nos infinitos fanzines”. Muitas publicações pararam e houve significativo recuo na produção.

PolítiQua protagonizou o debate sobre a

crise nos fanzines

Outros motivos da crise: falta de interesse comercial, pequena tiragem, público dirigido, falta de regularidade. Incapacidade de superar-se. Exceção dos fanzines de nostalgia, que tinham um objetivo preciso a atingir.

Os fanzines de nostalgia resistiram

às intempéries da crise

 Os fanzines promoveram a democratização da comunicação. Paradoxalmente, com a facilidade técnica houve a banalização prejudicial ao prestígio desse gênero de publicação. Com a crise, os fanzines que restaram passaram ao processo de auto-avaliação.

O fanzine Marca de Fantasia discutiu o papel dos fanzines

 Fanzines buscam soluções Proposta de eventos regionais e nacionais com fóruns de discussão. Agrupamento de fanzines em torno de projetos comuns: divisão de edição, custos, distribuição e venda. Formação de cooperativa para a criação de uma editora nacional.

Alguns fanzines reuniram vários

editores

 Criação de pontos de venda de produtos independentes. Associação nacional com publicação de fanzine para divulgar as publicações dos associados. Grupo de Risco, no Maranhão, com Singular/Plural; no Rio Grande do Sul lançou-se o fanzine Quadrante Sul; na Paraíba, L e Q do Brasil.

Ótimos fanzines como expressão de

grupos de autores

 

Em Santos, Flávio Calazans promoveu o fanzine Barata, num sistema de cooperativa. Intercâmbio com os portugueses. Novos horizontes e quebra do isolamento.

A cooperativa Barata notabilizou-se com a

edição do fanzine Projeção aos fanzines brasileiros

 

Apoio institucional e comercial. Publicações paraibanas bem sucedidas.

O governo da Paraíba patrocinou várias publicações de autores da terra

  Os independentes se agitam Fanzines como alavanca para uma produção semiprofissional. Circuito paralelo de publicações: revistas autorais e álbuns. Qualidade gráfica, rebeldia, investigação e experimentalismo.

Novas propostas gráficas e textuais

agitam os independentes

 Absurdo: quadrinhos sob hipnose, de Calazans e Paula

Prata: processo espontâneo de criação. Guerra das Idéias: tratado libertário com a história das lutas da humanidade. A guerra dos Golfinhos, álbum com forte teor ecológico.

Experimentação e política nos quadrinhos de Flávio Calazans

 

O GTHQ da Intercom sob a coordenação de Calazans, em 1995. Primeiro grupo de pesquisadores de quadrinhos oficialmente reconhecido no meio acadêmico.

Edição em 1997 do livro As Histórias em Quadrinhos no Brasil, teoria e prática.

O reconhecimento dos quadrinhos como campo de estudo

 Ousadia e transformação

Fanzine Panacea, lançado em 1991 em Osasco, SP, por José Mauro Kazi. Regularidade, premiação, autopromoção e pluralidade. Chegou ao nº 40 como uma revista cultural, com grandes coberturas de eventos e entrevistas.

Trabalho persistente e boa promoção marcaram o fanzine paulista

 

TV Land, editado em 1995 em Porto Alegre por Fernanda Furquim. Transformando-se na revista TV Séries. Problemas de distribuição e venda. Os distribuidores não sabem trabalhar com publicações independentes.

Do fanzine TV Land à revista TV Séries:

tentativa de chegar ao mercado

 

Fanzines repertórios Recenseamento da produção independente: Independente ou Morte, de Ribeirão Pires, SP. IQI, de Edgard Guimarães, de Brasópolis, MG. QI, a partir do número 41.

Fanzines que promovem fanzines:

força aos independentes

 Outras edições independentes Leis de incentivo à cultura. Fusão, Grupo SingularPlural, de São Luís; Nektar, editada em Minas Gerais; Fêmea Feroz, de São Paulo. Pindorama, de Lailson de Holanda

 De Curitiba, Entropia e Manticore Especial: série premiada de Antônio Eder, Gian Danton e Jefferson Arantes. Hipocampo, de Antônio Amaral, em Teresina, considerada uma das mais originais HQ brasileiras.

Iniciativa e experimentação se destacam na produção de quadrinhos

 De São Paulo, As aventuras de Glaucomix, o pedólatra, parceria do poeta marginal Glauco Mattoso com o quadrinhista underground Marcatti. Ervilha, revista coletiva de quadrinhos produzida pela Editora Panacea.

Temas urbanos e marginais povoam as novas publicações

 

Ragú, editada em Recife por Lin e Mascaro. Valorização dos quadrinhos experimentais. Prismarte, produzida pelo grupo Pada, resistência dos quadrinhos pernambucanos.

Ragú e Prismarte, duas expressões dos quadrinhos nordestinos

 Novos parâmetros editoriais: pequenas tiragens, venda dirigida. Subversivos, por André Diniz: base da editora Nona Arte. Solar e Caliban, Estórias Gerais, de Wellington Srbek: vários prêmios e prestígio dos autores nacionais. Descentralização da produção: editoras independentes.

  Fanzines como objeto de estudo O que é fanzine. Brasiliense, 1993. O rebuliço apaixonante dos fanzines. Marca de Fantasia, 2003. Almanaque de Fanzines, por Bia Albernaz e Maurício Peltier, em 1995: panorama dos fanzines no Brasil. Fanzine, de Edgard Guimarães, pela Marca de Fantasia.

  Os fanzines acontecem Década de 1990: 1ª Exposição Internacional de Fanzines, promovida pela Gibiteca de Curitiba. 2ª Convenção Nacional de História em Quadrinhos Independentes, em 1994, pela Gibiteca Municipal Henfil, de São Paulo Araraquarazine, 1999, em Araraquara, SP. Transmitido via internet em tempo real.

Os eventos difundem os

quadrinhos ao grande público

 Energetic Zines, em 1993 e 1994 em São Paulo. Fanzines, shows, grafitagem, exposições. Lançamentos do Circo da Realidade Virtual, primeiro fanzine eletrônico do país. Em 1996, o grupo Visuart, de Porto Alegre, realizava o 1.º Quadrimania. Zinemutante, O encontro das culturas independentes. Organizado por Bia Albernaz e Maurício Peltier, em 1997, no Rio de Janeiro.

Os eventos tornaram-se uma ação nacional

 Na Paraíba, mostra Cerebral, de cultura alternativa: quadrinhos, fanzines, música, grafite, cinema e vídeo. Mostrazine, cultura underground em evidência: representações da cultura à margem da oficialidade.

A Paraíba também teve seus eventos do gênero

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