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Implicações da Pedagogia de Integração na avaliação das
aquisições dos alunos
Avaliação com base em critérios
Avaliar o quê ?
• Quando se pensa em desenvolvimento de competências na escola, é natural que a avaliação das aquisições dos alunos seja uma avaliação da competência, propriamente dita, e não uma avaliação dos elementos que compõem essas competências.
• Trata-se de avaliar se o aluno é competente ou não Roegiers, Xavier
Tipos de avaliaçãoDeve-se privilegiar uma avaliação mais global
essencialmente qualitativa ou ao contrário uma avaliação mais analítica, criteriada, instrumentada, com carácter mais quantitativo?
• A primeira é mais rápida, mais intuitiva mais subjectiva essencialmente qualitativa
• A segunda é mais objectiva, analítica, mais precisa mais pesada e mais exigente
• Uma não exclui a outra mas vamos analisar o segundo tipo
AVALIAR COMPETÊNCIAS: UMA TRIPLA FUNÇÃO
1. ORIENTAR APRENDIZAGEM – ocorre no início do ano para conhecer as competência que deviam ser adquiridas no ano anterior;
2. REGULAR A APRENDIZAGEM – ocorre quando necessário no decorrer do ano, para regular e melhorar as aprendizagens;
3. CERTIFICAR A APRENDIZAGEM – ocorre no final do ano para determinar se o aluno tem competências para transitar de nível
De ketele e Roegiers, 1993
1 – Orientar a aprendizagem
Ocorre no início do ano – são avaliadas as competências que deviam ser adquiriras pelos alunos no ano anterior, a fim de diagnosticar as suas dificuldades e remediá-las de modo que as novas competências a serem adquiridas venham a ser enxertadas em aquisições confiáveis
2 – Regular a aprendizagem• – Ocorre quando no decorrer do ano, faz-se uma
avaliação que objectiva melhorar as aprendizagens
• Para cada aluno tomado individualmente, trata-se de avaliar o seu nível de domínio das competências com o objectivo de remediar as suas dificuldades.
• Trata-se de uma avaliação formativa
3 – Certificar a aprendizagem
• ocorre quando se avalia para determinar se o aluno adquiriu as competências mínimas para passar à série ( ano ou fase) posterior.
Funções directas da avaliação
• Reforço da autoconfiança;• Desenvolvimento da autonomia (por exemplo quando se
leva o aluno ou aluna a medir os progressos que fez);
• Integração das aquisições, à medida que o próprio facto de ser confrontado com uma prova em termos de integração ajuda o aluno a integrar as suas aquisições;
• Informação dos diferentes actores envolvidos (direcção, professores, pais, responsáveis pelo sistema,…), etc.
Recurso aos critérios• O que é um critério de correcção?
• Vimos que uma avaliação em termos de competências consiste em apresentar ao aluno uma situação oriunda da família de situações que definem a competência.
• A produção do aluno é depois examinada pelo aluno (a) ou pelo professor (a) por meio de um certo número de leituras, de pontos de vista chamados critérios
Noção de critério de correcção
• Avaliar uma competência é como pedir ao aluno para efectuar uma produção complexa com tanto cuidado quanto o número de critérios existentes .
• Critérios são diferentes qualidades que se espera de uma produção, de uma realização.
Formulação de um critérioUm critério é uma qualidade - por isso a formulação de
um critério deve precisar essa qualidade:Utilizando um substantivo que esteja ele próprio
conotado positivamente (adequação, coerência, precisão, originalidade etc.);
Utilizando um substantivo ao qual se acrescenta um complemento, ele próprio conotado (emprego pertinente, interpretação correcta, produção pessoal, etc.);
Recorrendo a uma pergunta ( respeitou as normas de higiene e segurança?);
Critérios e indicadores
• Para avaliar se uma competência está dominada o recurso aos critérios de correcção nem sempre é suficiente. Muitas vezes, é preciso atribuir alguns indicadores que operacionalizem os critérios..
Critérios e indicadores
• Devemos precisar a diferença entre um critério e um indicador.
• Um critério é uma qualidade que deve ser respeitada. Tem um carácter geral e abstracto.
• Um indicador é um indício observável de um critério. Ele permite contextualizar o critério. Tem um valor (seja uma quantidade, seja o valor 1/0.
• Em geral recorre-se a vários indicadores para determinar se um critério é respeitado.
Critérios mínimos e critérios de aperfeiçoamento
• Os vários critérios que intervêm numa avaliação raramente têm o mesmo peso. Existem:
• Critérios mínimos – conjunto de critérios na base dos quais será certificado o êxito ou o fracasso.
• Critérios de aperfeiçoamento – critérios que não servem para ressaltar o êxito, mas que além do limite do êxito, servem para determinar o nível de desempenho do aluno (a) ou para classificá-los uns em relação aos outros
Critérios de correcção em Expressão Plástica
OTI• -No término da 4ª série o aluno deverá ser capaz de produzir, a partir de um
suporte visual um um objecto artístico ou utilitário utilizando os materiais da sua região, situação significativa para ele.
• C1 -Adequação com a situação apresentada• C2 – Uso adequado das ferramentas da disciplina ( Recursos saber e saber fazer,
utilização dos materiais)• C3 – Respeito pelas regras de higiene e segurança• C4 – Originalidade ( Criatividade)
Quais serão os critérios mínimos e os critérios de aperfeiçoamento?
Competência visada:
Resolver um problema da vida aplicando diferentes ferramentas matemáticas (adições, subtracções, percentagens etc.)
Critérios mínimos Critérios de aperfeiçoamento
C1 – Interpretação correcta do problema C4 – Precisão
C2 – Utilização das ferramentas matemáticas na prática
C5 – Produção pessoal
C3 – Coerência na resposta C6 – Utilização, sob exigência das ferramentas matemáticas em C2
Critérios de correcção
• CM1 – Pertinência da Produção Se o aluno compreendeu o que lhe foi solicitado
• CM2 – Utilização correcta dos recursos ou ferramentas da disciplina
Saberes, saber fazer, saber ser
• CM3 – Qualidade / Coerência da produção Se o produto final corresponde ao desejado
• CA4 – Criatividade• CA5– Higiene e segurança
Avaliação certificativa
• Quando se trata de pronunciar o êxito ou fracasso do aluno ou aluna, é preciso recorrer a medidas que permitam determinar a partir de quando os critérios podem ser considerados respeitados pelo aluno e até que ponto reflectem o domínio da competência visada
• Chama-se a isto limites de domínio
Exemplos de limites de domínio
• Obter êxito em duas situações num total de três;
• Obter êxito em cada situação de 60% no mínimo (atribuindo, por exemplo, a cada um desses critérios um certo número de pontos)
• Obter, no mínimo 60% para os critérios mínimos
• etc.
Oportunidades para comprovar um critério
• A avaliação em termos de competências se apresenta teoricamente sob a forma de uma situação complexa a ser resolvida pelo aluno ou aluna
• Essa situação pertence a uma família de situações definida pela competência
• A produção do aluno compreende várias partes, que são as oportunidades de avaliar cada um dos critérios
• Para evitar que o êxito ou fracasso não seja atribuível apenas ao acaso, buscam-se algumas oportunidades de comprovar cada critério.
Regra dos 2/3
• Consiste em dar a cada aluno pelo menos três oportunidades de comprovar cada critério
• Considera-se que há domínio de um critério pelo aluno ou aluna quando este consegue êxito em 2/3 dos itens relativos ao critério
• Os itens devem ser considerados diferentes oportunidades para o aluno mostrar o seu domínio
• È importante que os três itens tenham o mesmo nível de dificuldade e tratem da mesma competência
• De Ketele (1966)
Regra dos 3/4
• Segundo De Ketele• ¼ dos itens que tratam dos critérios de
aperfeiçoamento é o máximo• Se um número superior tratasse não haveria
garantia que o aluno domina os critérios mínimos.
• Recomenda o integração da regra de 2/3 com a de ¾
Como conceber uma prova de avaliação de integração
• Precisar os critérios mínimos e os critérios de aperfeiçoamento
• Construir uma situação de avaliação que permite avaliar cada um dos critérios mínimos pelo menos três vezes e operacionalizar os critérios por meio dos indicadores, considerando, a situação de avaliação construida.
Constituição de uma prova
• Focalização na competência• A existência de uma situação problema• A pertinência da família de situações• O carácter significativo da situação• Possibilidade de aplicar a regra de 2/3 e a
regra de 3/4
Possibilidade de aplicar a regra de 2/3 e a regra de 3/4
• Ver se está sendo dada ao aluno a oportunidade de comprovar cada critério no mínimo, três vezes. Essas três oportunidades devem ser indepedentes umas das outras
• Ver se a prova respeita a regra dos 3/4
Regra dos 2/3
CM1 CM2 CM3
Certificação na regra de 3/4
• Critério mínimo 1 3 pontos• Critério mínimo 2 7 pontos• Critério mínimo 3 5 pontos• Critério de aperfeiçoamento 5 pontos
• TOTAL 20 pontos
Regra dos 3/4CM 1 CM2 CM3 CA
Referência bibliográfica
• Roegiers, Xavier & De Ketele, Jean Marie, (2004) – Uma pedagogia de integração – Competências e Aquisições no ensino, 2ª edição – Brasil – ARTMED
• Roegiers, Xavier (2006) – Aprendizagem integrada – Situações do quotidiano escolar -ARTMED
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