iniciação à vida cristã - paroquiacristoreicg.com.br · a vida dos primeiros discípulos mudou...
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25/03/17
Iniciação à vida cristã
Onde estamos
Cap 6.3
n.º 63
2007 2008
Onde estamos
63 “A paróquia precisa ser o lugar onde se
assegure a iniciação cristã, e terá como
tarefas irrenunciáveis:
iniciar na vida cristã os adultos
batizados e não suficientemente evangelizados; educar na fé as crianças batizadas em um processo que as leve a completar sua iniciação cristã; iniciar os não batizados que, havendo escutado o querigma, querem abraçar a fé.” (D.Ap. n. 293)
Estudos da CNBB, DOC 97, 2009
A iniciação à vida cristã é praticada desde as origens do cristianismo. Nos séculos III ao V esta prática tomou uma
estruturação específica, o Catecumenato,
considerado ao longo dos séculos como um modelo privilegiado para o processo de Iniciação à Vida Cristã.
O Concílio Vaticano II retomou, com as devidas adaptações, o Catecumenato dos
inícios da Igreja.
Mas, esta iniciação foi se limitando à preparação
aos Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia, Confirmação)...
A preparação foi reduzida a uma síntese doutrinal, pressupondo a vivência cristã na família e na sociedade, marcada pelo cristianismo.
O mundo mudou...
Hoje há um crescente número de jovens e adultos que não foram batizados, os quais, quando se interessam
por ser cristãos, precisam ser iniciados à Vida Cristã.
E ainda, um grande número de batizados e fiéis na Igreja Católica,
para os quais viver a fé nesse mundo em mudança torna-se um constante desafio. Estes fiéis sentem a urgência de um
processo complementar de Iniciação, pois se vêem sem o apoio da família e da sociedade cristã, e sem condições de darem para si e para os outros as razões de sua fé, esperança e amor.
Há também, apesar dos grandes esforços da Igreja e da catequese, muitos
batizados que não chegam a completar a própria iniciação à vida cristã,
gerando uma multidão de batizados não evangelizados.
Sociedades contemporâneas urbanas
Em baixa Em alta
A instituição O indivíduo
A tradição A novidade (a escolha)
O sonho e a utopia A palpabilidade
A renúncia e o sacrifício A fruição, o gozo
O eterno, o perene, o definitivo
O movimento, a mobilidade, a transformação
A ética A estética
A racionalidade A emotividade AMADO, Pe. Joel Portella. Catequese num mundo em transformação. CNBB. Comissões Episcopais. Animação Bíblico-Catequética.
3ª Semana Brasileira de Catequese 2009.
expostas aos efeitos da compressão espaço-tempo, com reflexos sobre o relacionamento humano e convívio
interpessoal
AMADO, Pe. Joel Portella. Catequese num mundo em transformação. CNBB. Comissões Episcopais. Animação Bíblico-Catequética. 3ª Semana Brasileira de Catequese 2009.
O segundo perigo consiste em mergulhar de tal modo na nova realidade que já não se consiga fazer o
discernimento entre o que é evangélico e o que não é
O primeiro perigo é o não reconhecimento da mudança de época. É achar que este novo
jeito de lidar com a vida é questão de mau comportamento ou ignorância religiosa.
Sociedades contemporâneas urbanas
A catequese deve levar a uma “leitura teológica dos problemas modernos”,
suscitar “o empenho pela justiça” e a “opção preferencial pelos pobres” de modo que o cristão seja luz que ilumina e
sal que transforma. DGC 16 -17
Catequese no mundo atual
...precisa ser uma verdadeira escola de formação integral. DAp 299
Jesus ao falar do Reino chama-o de
mistério:
“A vós é confiado o mistério do Reino de Deus” (Mc 4,11).
Ser cristão é participar desse mistério e se comprometer com ele que é um segredo que se manifesta somente aos iniciados.
Não se tem acesso ao mistério através de um ensino teórico, mas de uma maneira
ou outra a pessoa precisa ser iniciada a essas realidades maravilhosas por meio de experiências que marquem profundamente.
Diante da sede de infinito, presente em todo coração humano, Deus nos dá uma resposta em Cristo Jesus.
“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).
Etimologicamente “iniciação” provém do latim “in-ire”, ou seja, ir bem para dentro.
É um tempo de aproximação e imersão em novo jeito de ser; sinaliza uma
mudança de vida, de comportamento, com a inserção num novo grupo.
“ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para seu seguimento, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora. “
A vida dos primeiros discípulos mudou a partir do encontro com Jesus de Nazaré e seu mistério.
Recriados pela fé na vitória da ressurreição e animados pelo dom do
Espírito, tornaram-se para sempre participantes da sua vida, membros do seu corpo, celebrantes do seu mistério, testemunhas do
seu Reino.
Uma herança eclesial e protótipo de caminho que conduz à vida
cristã é o catecumenato batismal.
Ele é uma escola preparatória à vida cristã. Um processo formativo e
verdadeira escola de fé.
Página 49
3º Tempo:
Purificação e
iluminação
2ª etapa 3, 4 e 5º domingo
da quaresma
Celebração da Eleição
1o Tempo:
Evangelização ou
Pré-Catecumenato
1ª fase
2ª fase
3ª fase
Celebração de entrada
Etc.
2º Tempo:
Catecumenato
ao longo do ano litúrgico
Celebrações da Palavra, Exorcismos, Bênçãos,Ritos de Transição
4º Tempo:
Mistagogia
Itinerário da iniciação cristã segundo o RICA
O modelo de catecumenato apresentado pelo RICA possibilita a elaboração de itinerários diversos,
de acordo com as necessidades de cada realidade.
Uma característica essencial é o seu caráter
cristocêntrico e gradual.
• adultos e jovens não batizados;
• adultos e jovens batizados que desejam completar a iniciação cristã;
• adultos e jovens com prática religiosa, mas insuficientemente evangelizados;
• pessoas de várias idades marcadas por um contexto desumano ou problemático;
• grupos específicos, em situações variadas;
• casais em situação matrimonial irregular;
• adolescentes e jovens;
• crianças não batizadas inscritas na catequese;
• crianças e adolescentes batizados que seguem o processo tradicional de iniciação cristã.
Os introdutores: pessoas que, com entusiasmo e
exemplo, ajuda o iniciando a encantar-se por Jesus Cristo, pessoa, mensagem e missão.
Os padrinhos e madrinhas: aqueles que ajudam o
catecúmeno a viver o Evangelho, auxilia em suas
dúvidas e inquietações, vela pela oração e a
participação na vida da comunidade, no
compromisso com a construção do Reino de Deus.
A família: por meio de uma bem articulada e dinâmica pastoral familiar,
não isolada, mas em profunda comunhão com as demais pastorais.
A comunidade: lugar onde o iniciante à vida cristã sinta-se bem e descubra nela o exemplo concreto do tipo de vida com o qual ele quer se comprometer.
O Bispo: Cabe-lhe um zelo especial para com o processo de
Iniciação à Vida Cristã e todas a iniciativas de formação continuada em sua diocese.
Presbíteros e diáconos: devem ser homens disponíveis especialmente aos que se mostram hesitantes e inquietos. Cabe-lhes aprovar a escolha dos introdutores, dos padrinhos e cuidar da formação dos mesmos. É função do presbítero zelar pela adequada formação dos responsáveis pelos quatro tempo da Iniciação e garantir que as celebrações e ritos das três etapas sejam segundo as normas da Igreja.
Eles têm direito a catequistas competentes e testemunhas
do Reino, bem como a todo apoio da comunidade eclesial que com eles trabalhem num processo participativo.
É fundamental um cuidado especial na preparação e acompanhamento destes evangelizadores: se recomenda que a
própria formação desses responsáveis seja no estilo catecumenal, possibilitando a eles viverem a Iniciação à Vida Cristã.
Os catequistas são os mediadores que ajudam os catecúmenos a acolherem a gradual e progressiva revelação do Deus amor e de
seu projeto salvífico. Têm a missão de auxiliar cada catequizando para seu encontro pessoal com o Senhor
O catequista há que buscar
Ter maturidade humana, cristã e apostólica (DGC239) ter uma formação bíblico-teológica, onde se inclui
• o mistério central da fé, Jesus Cristo;
• as etapas da história da salvação: primeiro testamento, vida de Jesus e história da Igreja; e
• os núcleos da mensagem cristã: símbolo, liturgia, vida moral e oração.
CATEQUESE art.24 do Diretório de Pastoral
1ª. etapa: Evangelização (acolhida)
2ª. etapa: Catecumenato (transmissão de conteúdos): no mínimo 1 ano para adultos e 2 anos para crianças e jovens
3ª. etapa: Mistagogia (Batismo, Primeira Comunhão, Penitência)
4ª. etapa: Aprofundamento (preparação em vista da Crisma)
5ª. etapa: Engajamento (compromisso eclesial; Crisma)
Elaborado por Susana Motta
Características de cada etapa da iniciação cristã
Nome
Características Responsável
Evangelização (experiência de fé)
Acolhida Menos formal
Primeiro anúncio
Todos agentes
A comunidade
Catecumenato (instrução)
Transmissão de conteúdos; regular;
sistemática; longa
Família
Catequistas
Pároco
Mistagogia (celebração )
Celebração dos sacramentos de iniciação
Presbíteros
Diáconos
Ministros
Aprofundamento (reflexão/atualização)
Amadurecimento dos conteúdos, adaptada à
idade de jovens e adultos
Catequistas
Agentes leigos
Pároco
Engajamento (ação)
Compromisso com a comunidade
Catequistas
Comunidade
Bispo
Elaborado por Susana Motta
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Características da
CATEQUESE
Destinatários /
Interlocutores
Critérios /
Adaptações
1ª
Acolhida Menos formal
Primeiro anúncio
Batizados
Não batizados
Afastados
Acolher pessoas de todas as
idades, especialmente adultos.
Sem horário obrigatório e único.
Não há duração fixa.
2ª
Transmissão de
conteúdos; regular;
sistemática; longa
Batizados e não batizados
Membros batizados em outras
confissões e que pretendem ser
admitidos na Igreja
Em grupos na paróquia a
partir de nove anos.
Pelo menos um ano para adultos
Conteúdo adaptado às
situações vividas.
3ª
Celebração dos
sacramentos
de iniciação
Admissão de novos fiéis
católicos
Os fiéis que devem completar
a iniciação
Observar o amadurecimento da fé
Satisfazer as exigências dos arts.
29, 44 e 56 do Dir. Diocesano.
Participação e testemunho de fé
Observar tempo litúrgico
4ª
Amadurecimento
dos conteúdos.
Interação fé e vida,
não é curso de teologia.
Fiéis que expressam
pessoalmente sua adesão a
Cristo e à Igreja
Programa, metodologia, linguagem,
horário, duração e amadurecimento
da fé de cada grupo e
catequizando.
5ª Compromisso
com a comunidade.
Conforme a vocação e o
carisma de cada
catequizando.
Observar as necessidades da
comunidade.
Elaborado por Susana Motta
O processo catecumenal hoje aperfeiçoa as
características da Catequese Renovada na prática
Interação fé e vida
Cristocêntrica
Bíblica
Litúrgica
Comunitária
Processo permanente
Transformadora
Inculturada
Integração pastoral
Elaborado por Susana Motta
INICIAÇÃO CRISTÃ DE INSPIRAÇÃO CATECUMENAL
Processo de conversão e iniciação
Estruturado em etapas
Participação da comunidade
Seriedade da preparação
Exigências de conversão
Interação com a liturgia
Elaborado por Susana Motta
Conclusão
Não é um projeto fechado, para ser seguido ao pé da letra em todas as situações. Por isso se fala em
catequese de inspiração catecumenal.
Não tenhas medo... Eu estarei contigo!
Haverá necessidades de adaptações, soluções locais
criativas, maneiras de conviver com eventuais carências.
Referências
Barbosa, Pe. Almerindo da Silveira. Iniciação à vida cristã. Resumo sintético do Estudo 97 - CNBB. Diocese de Luz, MG. Pastoral Catequética. Publicado em: http://www.catequeseluz.com.br/2009/10/iniciacao-vida-crista.html, acesso em 22/02/2010
Motta, Susana. Iniciação Cristã com Inspiração Catecumenal. Encontro do Clero Diocesano. Campo Grande: Arquidiocese de Campo Grande, MS 5 de maio de 2008
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