introdução ao controle químico de plantas daninhas · •os produtos químicos foram usados como...
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Introdução ao Controle Químico de Plantas Daninhas
Prof. Leonardo Bianco de Carvalho
leonardo.carvalho@unesp.br
www.fcav.unesp.br/lbcarvalho
Disciplina: Controle Químico de Plantas Daninhas
Cronograma da Aula
• Contextualização
• Histórico
• Usos
• Importância
• Classificações
• Propriedades
Contextualização
• Matologia – Ciência das Plantas Daninhas
• Plantas que interferem em atividades humanas
• Estudos básicos (biologia e ecologia) a métodos práticos de manejo
• Métodos de manejo mais apropriados em cada situação que asseguram a sustentabilidade do ecossistema e a mínima influência de plantas daninhas
Planta Daninha
• Espontânea (não semeada/plantada)
• Área de interesse humano (agrícola ou não)
• Momento (indesejado)
• Potencial de causar prejuízos (agressividade e interferência)
Agressividade de Plantas
Relacionada com:
• Características da população (genéticas e reprodutivas)
• Capacidade adaptativa (relação com fatores abióticos)
• Capacidade de sobrevivência (relação com fatores bióticos)
Interferência de Plantas Daninhas
COMPETIÇÃO
ALELOPATIA
PARASITISMO
INICIALISMO
HOSPEDAGEMDE PRAGAS
IMPACTONO MANEJO
Interferência de Plantas Daninhas
INTERFERÊNCIA
COMPETIÇÃO
ALELOPATIA
PARASITISMO
INICIALISMO
HOSPEDEAGEMDE PRAGAS
IMPACTONO MANEJO
Planta Daninha
• Espontânea (não semeada/plantada)
• Área de interesse humano (agrícola ou não)
• Momento (indesejado)
• Potencial de causar prejuízos (agressividade e interferência)
CONTROLE
PreventivoCulturalMecânicoFísicoBiológicoQuímico
Histórico – Uso de Químicos
• Os produtos químicos foram usados como herbicidas na agricultura por muito tempo, mas seu uso era esporádico, frequentemente ineficaz, e carecia de qualquer base científica.
(Smith & Secoy 1975, 1976)
• Theophrastus (filósofo grego e pupilo de Aristóteles), considerado o pai da botânica moderna (372? -287? AC), relatou que as árvores, especialmente as árvores jovens, poderiam ser mortas aspergundo azeite de oliva sobre suas raízes.
• O filósofo grego Democritus (460-370 AC) sugeriu que as florestas poderiam ser desmatadas pulverizando as raízes das árvorescom o suco de cicuta (cicuta) no qual as flores de tremoço haviam sido embebidas.
• No primeiro século AC, o filósofo romano Catodefendia o uso de amurca (resíduo aquoso deixado após o óleo ser drenado de azeitonas esmagada) para controle de plantas daninhas.
(Smith & Secoy 1975)
• Romanos em 146 AC (saque de Cartago) usaram sal nos campos para impedir o crescimento das plantações.
• O sal foi usado como herbicida na Inglaterra muito tempo depois.
• Em 1821, o sulfato de cobre foi usado pela primeira vez para o controle de plantas daninhas.
• Em 1855, o ácido sulfúrico foi usado na Alemanha para controle seletivo de plantas daninhas em cereais e cebolas.
• Em 1902, o arsenito de sódio foi usado pelo US Army Corps of Engineers dos EUA para controlar o aguapé em Louisiana.
• Em 1896, Bonnet demonstrou que sulfato de cobre controlava seletivamente as plantas de Sinapis arvensis em cereais, na França.
• Rabaté demonstrou que o ácido sulfúrico diluído poderia ser usado para o mesmo propósito.
• Bolley relatou o uso seletivo de sais de metais pesados como herbicidas em cereais.
• Em 1908, nos Estados Unidos, Bolley estudou sulfato de ferro, sulfato de cobre, nitrato de cobre e arsenito de sódio para o controle seletivo de plantas daninhas de folhas largas em grãos de cereais.
• Na primeira metade do século 20, os franceses Bonnett, Martin e Duclos, e o alemão Schultz, pesquisaram sobre o uso de sais de metais pesados para o controle seletivo de plantas daninhas.
(Crafts & Robbins 1962)
• Um trabalho bem-sucedido na Europaobservou os efeitos herbicidas seletivos de soluções salinas metálicas ou ácidos em cereais.
(Zimdahl 1995)
• Em 1914, óleos de petróleo foram introduzidos para controle de plantas daninhas ao longo de canais de irrigação e em plantações de cenoura.
• E ainda são usados em algumas áreas para controle de ervas daninhas.
• Em 1923, Convolvulus arvensis foi controlada com sucesso na França com clorato de sódio e agora é usada como um esterilizante de solo em combinação com herbicidas orgânicos.
• Na década de 1920, o tricloreto de arsênico foi introduzido para controlar corda-de-viola.
• Na década de 1930, o ácido sulfúrico foi usado para o controle de plantas daninhas daninhas na Grã-Bretanha nos anos 1930. Foi e ainda é um herbicida muito bom, mas é muito corrosivo para equipamentos e prejudicial para as pessoas.
Histórico – Herbicidas Sintéticos
• O primeiro produto químico orgânico sintético para controle seletivo de ervas daninhas em cereais foi o 2-(1-metilpropil)-4,6-dinitrofenol (Dinoseb), introduzido na França em 1932.
(King 1966)
• Foi usado por muitos anos para o controle seletivo de algumas plantas daninhas de folhas largas e gramíneas em grandes culturas, como o feijão.
Década de 1940
• Muito importante
• Em 1941, Pokorny sintetizou pela primeira vez o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D).
• Em 1942, Zimmerman e Hitchcock descreveram os fenoxiácidos substituídos (2,4-D, dentre eles) como reguladores de crescimento.
• Na década de 1940, Kraus, Mitchell e Hamner provaram que reguladores de crescimento matavam plantas e podiam ser usados para controlar seletivamente plantas daninhas.
• Em 1944, Marth e Mitchell relataram o uso diferenciado de 2,4-D para matar dentes-de-leão e outras plantas daninhas de folhas largas seletivamente em gramado.
• Em 1944, Hamner e Tukey relataram os primeiros testes de campo com 2,4-D para o controle seletivo bem-sucedido de plantas daninhas de folhas largas.
• Também trabalharam com o 2,4,5-T.
• Agente laranja ~ 2,4-D + 2,4,5-T
• Em 1945, Slade et al. descobriram que o ácido naftalenoacético contralava seletivamente Sinapis arvensis em aveia.
• Também descobriram as propriedades herbicidas em folhas largas do sal de sódio do MCPA.
Décadas Seguintes
• Em 1951, Bucha e Todd relataram a eficácia do monuron (uma ureia substituída como o diuron e o linuron) para o controle de gramíneas anuais e perenes.
• Em 1953 surgiu o primeiro herbicida acilanilide (como o propanil).
• Em 1956 surgiu o primeiro herbicida triazina (simazine)
(Zimdahl 1995)
• Em 1956 surgiu o primeiro herbicida alfa-cloroacetamida (N,N-diallyl alpha-chloroacetamide = CDAA)
(Hamm 1974)
• Em 1958, atrazine.
• Em 1961, trifluralin.
• Em 1962, paraquat.
• Em 1969, oxadiazon.
• Em 1971, glyphosate.
• Em 1972, bentazon.
• Em 1982, glufosinate-ammonium.
• Em 1986, chlorimuron-ethyl.
• Em 1987, clethodim.
• Em 1990, nicosulfuron.
• Em 1993, haloxyfop-p-methyl.
• Em 2000, diclosulam.
• Em 2001, mesotrione e imazamox.
• Em 2008, saflufenacil e aminocyclopyrachlor.
• Em 2010, indaziflam.
• O desenvolvimento de herbicidas ocorreu acentuadamente após a Segunda Guerra Mundial.
• Em 2002, 204 herbicidas seletivos foram listados no Herbicide Handbook (Vencill 2002), e 357 foram aprovados pela Weed Sci. Soc. (Anonymous, 2004).
• Herbicides are not only beneficial and profitable where labor is scarce or expensive, but they may also be advantageous where labor is plentiful and cheap.
• Herbicides can be used in places where other methods don’t work.
• Herbicides control weeds in crop rows where cultivation is not possible.
• Preemergence herbicides provide early season weed control when competition results in the greatest yield reduction and when other methods are less efficient or impossible to use (e.g., it is impossible to mechanically cultivate when soil is wet).
• Cultivation can injure crop roots and foliage. Selective herbicides reduce the need for tillage and control of weeds in crop rows where tillage is not effective.
• Herbicides reduce destruction of soil structure by decreasing the need for tillage and the number of trips over the field with heavy equipment.
• Herbicides permit selective weed control in orchards.
• Proper herbicide selection maintains plant cover and reduces or eliminates the need for tillage that encourages soil erosion.
• Erosion in orchards and in other perennial crops can be prevented by maintenance of a sod cover with selective herbicides.
• Herbicides save labor and energy by reducing the need for hand labor and mechanical tillage.
• They can reduce fertilizer and irrigation requirements by eliminating competing weeds.
• They reduce harvest costs by eliminating interfering weeds and can reduce grain drying costs because green, weedy plant material is absent.
• Other methods of weed control will, of course, also accomplish these things but not as efficiently and often not as cheaply.
Desvantagens
• Custo
• Conhecimento técnico
• Dependência de condições ambientais
• Toxicidade para mamíferos
• Monocultivo
Desvantagens
• Persistência no ambiente
• Carryover
• Deriva
• Resíduos em alimentos
• Seleção de plantas
• Resistência de plantas daninhas
Atualmente – dependência do controle químico
MILHO ALGODÃO SOJA
Classificações
• Uso
• Local de aplicação
• Época de aplicação
• Seletividade para as culturas
• Mobilidade nas plantas
• Modo de ação
• Mecanismo de ação (sítio de ação)
• Outros (ionização, caráter químico etc.)
O que é um Herbicida Atualmente?
• …”a pesticide used to kill unwanted plants” (ScienceDaily)
• “a chemical substance used to control or manipulate undesirable vegetation, especially weeds” (MaximumYield)
• “a chemical used to kill or otherwise managecertain species of plants considered to be pests” (Science Encyclopedia)
• “a chemical used to kill or inhibit the growth of weeds and other unwanted plant pests” (DMO Pest Control)
Herbicida é um produto formulado à base de um composto químico tóxico capaz de matar plantas
...e outros compostos capazes de garantir estabilidade e durabilidade, imprimir característica à formulação e melhorar o desempenho
Composto químico tóxico = ingrediente ativo
Outros compostos “atóxicos” = inertes, adjuvantes e/ou aditivos
Decreto Nº 44.038, de 15 de junho de 1999 (Defesa Agropecuária – SP)
• Ingrediente inerte: a substância não ativa em relação à eficácia dos agrotóxicos, seus componentes e afins, resultante dos processos de obtenção destes produtos, bem como aquela usada apenas como veículo ou diluente nas preparações.
• Aditivo: qualquer substância adicionada intencionalmente aos agrotóxicos ou afins, além do ingrediente ativo e do solvente, para melhorar sua ação, função, durabilidade, estabilidade e detecção ou para facilitar o processo de produção.
• Adjuvante: a substância usada para imprimir as características desejadas às formulações.
Produto Sintético
Produto formulado = ingrediente ativo + outros ingredientes
Quais os outros ingredientes?
Uso
• Herbicidas
- “weed killers”
- dessecantes (pré-semeadura)
- desfolhantes/dessecantes de pré-colheita
• Maturadores/Reguladores de crescimento
Época de Aplicação
• Antes da semeadura (ou do plantio)
• Depois da semeadura (ou do plantio)
• Antes da emergência da cultura
• Depois da emergência da cultura
• Antes da emergência das plantas daninhas
• Depois da emergência das plantas daninhas
CULTURAPLANTAS DANINHAS
PRÉ-EMERGÊNCIA PÓS-EMERGÊNCIA
PRÉ-SEMEADURAOU
PRÉ-PLANTIO
Sem cultura e com plantas daninhas não estabelecidasEx. trifluralin após o preparo
do solo, mas antes da semeadura de soja
Pré-plantio incorporado (PPI)
Sem cultura, mas plantas daninhas estabelecidas
Ex. glyphosate para dessecação antes da semeadura sob palhaDessecação em pré-semeadura/plantio
PRÉ-EMERGÊNCIA
Cultura e plantas daninhas não estabelecidas
Ex. pendimethalin logo após semeadura de milho
Cultura (de germinação ou brotação lenta) não
estabelecida, mas plantas daninhas estabelecidas
Ex. 2,4-D após plantio da cana
PÓS-EMERGÊNCIA
Cultura estabelecida, masplantas daninhas não
estabelecidasEx. diuron aplicado em
algodão ou citros após capina ou cultivo
Cultura e plantas daninhas estabelecidas
Ex. sethoxydim ou fluazifop em soja
Fonte: Adaptado de SBCPD (1997)
Local x Época (Geral)
• PPI – Pré-Plantio Incorporado (aplicado antes da semeadura da cultura e antes da emergência das plantas daninhas – trifluralin)
• PRE – Pré-Emergência (após a semeaduras, mas antes da emergência da cultura e das plantas daninhas – alachlor e atrazine)
• POS – Pós-Emergência (após a emergência da culturas e das plantas daninhas – glyphosate e 2,4-D)
Seletividade
• Incapacidade do herbicida causar intoxicação à planta a ponto de reduzir significativamente sua produtividade
• Seletivos (não ocasionam intoxicação que acarreta redução significativa de produtividade)
• Não seletivos (ocasionam intoxicação que acarreta redução significativa de produtividade, podendo levar a cultura à morte)
Mobilidade
• Móveis (translocáveis) = Sistêmicos
• Não móveis (não translocáveis) = Tópicos (de Contato)
Translocação via xilema e/ou floema
Sistêmicos
• Simplasto (floema) – folhas (POS)
• Apoplasto (xilema) – solo (PRE)
• Apossimplasto (xilema e floema) – folhas (POS)
Modo de Ação
3 visões:
• Série de eventos metabólicos que resultam na expressão final do efeito tóxico do herbicida sobre a planta
• Todas as etapas que ocorrem com o herbicida desde seu contato com a planta até a morte da planta
• Processo geral da planta que é afetado pelo herbicida, ocasionando sua morte
Modos de Ação
• Inibidores da síntese de aminoácidos
• Inibidores da síntese de lipídeos
• Inibidores da síntese de pigmentos
• Inibidores fotossintéticos
• Inibidores do crescimento de plântulas
• Destruidores de membranas celulares
• Reguladores de crescimento
• Não classificado ou não conhecido
Mecanismo de Ação (Sítio de Ação)
• Primeiro de uma série de eventos metabólicos que resultam na expressão final do efeito tóxico do herbicida sobre a planta
• ...ou seja, é o primeiro ponto do metabolismo da planta em que o herbicida atua
Mecanismos de Ação (Sítio de Ação)
• ACCase
• ALS (ou AHAS)
• PPO ou PROTOX
• EPSPS
• GS
• 4-HPPD
• DOXP
• FSII
• FSI
• Formação de microtúbulos
• AGCML
• Síntese de parede celular
• Mimetizadores de auxínas
Mecanismos de Ação (Sítio de Ação)
• PDS
• DHP
• Não ACCase
• Desacopladores
• Transporte de auxínas
Inibidores de aminoácidos
Inibidores de lipídeos
Inibidores de carotenoides
Destruidores de membrana
Inibidores de divisão celular
Inibidores fotossintéticos
Hormonais e relativos
ALS, EPSPS e GS
ACCase e “não ACCase”
DOXP e HPPD
PROTOX e Desacopladores energéticos
DHP, Tubulina e AGCML
FS II e FS I
Mimetizadores de auxina e Inibidores de transporte de auxina
AÇÃO DOS HERBICIDAS
Local de aplicação
Movimento na planta
Sítio de ação / Mimetização *
Inibição /Desrregulação #
Plantas daninhas controlas
Folhas
Sistêmico
ACCase Lipídeos G++
ALS Aminoácidos alifáticos DGC
EPSPS Aminoácidos aromáticos DG
HPPD Carotenoides DG
DHPS Ácido fólico G
Auxinas * Metabolismo celular # D+
Contato
FS I Transporte de elétrons DG anuais
PROTOX Clorofilas e Citocromos D anuais
GS Aminoácidos e Rubisco DG anuais
FS II
Solo
Sistêmicos
FS II Transporte de elétrons D
DOXP Carotenoides DG
ACCase / ALS / HPPD / Auxinas
Contato
Tubulina Microtúbulos G anuais
Aminoacil tRNAs AGCML G
Enzima não-ACCase Lipídeos G
PROTOX
Outros
Ionização (dependência do pH)
• Ionizáveis (cargas mudam, dependendo do pH)
- Ácidos (glyphosate, mesotrione e 2,4-D)
- Básicos (atrazina, hexazinone e metribuzin)
Outros
Ionização (dependência do pH)
• Não ionizáveis (cargas não mudam, independentemente do pH)
- Não iônicos (alachlor, flumioxazin e clomazone)
- Catiônicos (diquat e paraquat)
Propriedades físico-químicas
• Solubilidade em água (S)
• Pressão de vapor (PV)
• Constante da Lei de Henry (KH)
• Constante de dissociação eletrolítica (pKa)
• Coeficiente de partição octanol/água (P ou Kow)
• Constante de sorção na fração mineral do solo (Kd)
• Constante de sorção normalizado para o teor de carbono orgânico (Koc)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Propriedades físico-químicas
Potencial de volatilização
• Constante da Lei de Henry (KH)
Potencial de persistência
• Tempo de meia-vida (T1/2)
Potencial de lixiviação
• Índice GUS
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Solubilidade em água – S
• “Abundância do herbicida na fase aquosa, quando a solução está em equilíbrio com o composto puro em seu estado de agregação a temperatura (25 oC) e pressão (1 atm) específicas” (Schwarzenbach et al., 1993)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
S = Msat / Vágua
Msat = fração molar de solubilidade do herbicida na forma líquida ou sólidaVágua = volume molar da água = 0,018
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Solubilidade em água (mg/L) Intensidade
=< 50 Baixa
> 50 e <= 500 Moderada
> 500 Alta
Solubilidade em água (mg/L) Herbicida
=< 50 atrazine, pendimethalin
> 50 e <= 500 ametryn, fomesafen
> 500 acifluorfen, glyphosate
Indica a quantidade de água necessária para dissolver o herbicida
University of Hertfordshire (2013)
Pressão de vapor – PV
• “A pressão do estado de vapor do herbicida em equilíbrio com sua fase condensada, seja ela líquida ou sólida” (Schwarzenbach et al., 1993)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
ln(PV) = A – B / (T + C)A, B e C são constantes para cada herbicida
T = temperatura em Kelvin
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Indica a pressão necessária para o herbicida evaporar
University of Hertfordshire (2013)
Pressão de vapor (mPa) Intensidade
< 1x10-6 Baixa
=< 1x10-4 e >= 1x10-6 Moderada
> 1x10-4 Alta
Pressão de vapor (mPa) Herbicida
< 1x10-6 glyphosate, MCPA
=< 1x10-4 e >= 1x10-6 fluazifop, metribuzin
> 1x10-4 2,4-D, trifluralin
Constante de dissociação eletrolítica – pKa
• “Potencial de dissociação de um herbicida ácido ou básico, em meio líquido, em relação ao pH do meio” (Schwarzenbach et al., 1993)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
pKa = pH – log([A-] / [AH])pKa = pH – log([B+] / [BOH])
pH = potencial hidrogeniônico do meioA- = herbicida ácido na forma dissociada AH = herbicida ácido na forma molecularB+ = herbicida básico na forma dissociada
BOH = herbicida básico na forma molecular
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Indica a capacidade do herbicida formar íons em solução
University of Hertfordshire (2013)
Constante de dissociação (pKa) Ácido Intensidade
Baixa (< 3,0) Ácido forte Alta
Média (=> 3,0 e <= 9,0) Ácido fraco Moderada
Alta (> 9,0) Ácido muito fraco Baixa
Constante de dissociação (pKa) Base Intensidade
Baixa (< 3,0) Base muito fraca Baixa
Média (=> 3,0 e <= 9,0) Base fraca Moderada
Alta (> 9,0) Base forte Alta
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
University of Hertfordshire (2013)
Constante de dissociação (pKa) Herbicidas Ácidos
Baixa (< 3,0) glufosinate, glyphosate
Média (=> 3,0 e <= 9,0) ioxynil, mesotrione
Alta (> 9,0) oryzalin, ametryn
Constante de dissociação (pKa) Herbicida Básicos
Baixa (< 3,0) atrazine, hexazinona
Média (=> 3,0 e <= 9,0) ?
Alta (> 9,0) ?
Herbicidas não-ionizáveis Herbicidas catiônicos
flumioxazin, linuron diquat e paraquat
metamitron, molinate
oxyfluorfen, thiobencarb
Coeficiente de partição octanol/água – Kow
• “Coeficiente que gera estimativa direta da hidrofobicidade ou da tendência de partição do herbicida de um meio aquoso para um meio orgânico” (Mackay et al., 1997)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Kow = [Coctanol] / [Cágua]Coctanol = concentração do herbicida dissolvido em octanol
Cágua = concentração do herbicida dissolvido em água
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Indica a afinidade do herbicida com compostos orgânicos
University of Hertfordshire (2013)
log Kow ou log P Intensidade
< 2,7 Baixa bioacumulação
=> 2,7 e <= 3,0 Moderada bioacumulação
> 3,0 Alta bioacumulação
log Kow ou log P Intensidade
< 1,0 Baixa lipofilicidade
=> 1,0 e <= 2,5 Adequada lipofilicidade
> 2,5 Alta lipofilicidade
Coeficiente de sorção – Kd
• “Coeficiente que gera estimativa da tendência de partição do herbicida da fase líquida para a fase sólida do solo” (Schwarzenbach et al., 1993)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Kd = [Cfs] / [Cfl]Cfs = concentração do herbicida na fase sólida do soloCfl = concentração do herbicida na fase líquida do solo
Coeficiente de sorção – Koc
• “Coeficiente que gera estimativa da tendência de partição do herbicida da fase líquida para a matéria orgânica do solo” (Schwarzenbach et al., 1993)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Koc = [Cfo] / [Cfl]Cfo = concentração do herbicida na fase orgânica do soloCfl = concentração do herbicida na fase líquida do solo
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Indicam a afinidade do herbicida com a fase sólida do solo
Koc (mL/g) Intensidade Mobilidade
< 15 Muito baixa Muito móvel
=> 15 e <= 75 Baixa Móvel
> 75 e <= 500 Moderada Moderadamente móvel
> 500 e <= 4.000 Alta Pouco móvel
> 4.000 Muito alta Imóvel
Koc (mL/g) Herbicida
< 15 ?
=> 15 e <= 75 penoxsulam, sulfentrazone
> 75 e <= 500 atrazine, mesotrione
> 500 e <= 4.000 carfentrazone, glyphosate
> 4.000 paraquat, pendimethalinUniversity of Hertfordshire (2013)
Relação Kd, Koc e Kow (Karickhoff, 1981)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Kd = Koc x foc
Koc = 0,411 x Kow
Kd = 0,411 x Kow x foc
Koc = Kd / foc
foc = fator que indica a fração orgânica do solo em porcentagem0,411 = Coctanol / Cmatéria orgânica (relação linear entre Koc e Kow – independentemente do soluto)
Koc não depende do teor de matéria orgânica
Constante da Lei de Henry – KH
• “Representa a razão em que há divisão do volume de moléculas do herbicida, determinando a compatibilidade relativa do composto para cada meio até o equilíbrio entre vapor e a fase de solução” (Schwarzenbach et al., 1993)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
KH ~ PV / SPV = pressão de vapor do herbicida
S = solubilidade do herbicida em água
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Indica o potencial de volatilização do herbicida
University of Hertfordshire (2013)
Constante de Henry (Pa.m3/mol)
Intensidade
< 2,5x10-7 Não-volátil
=< 2,5x10-5 e >= 2,5x10-7 Moderadamente volátil
> 2,5x10-5 Volátil
Constante de Henry (Pa.m3/mol)
Herbicida
< 2,5x10-7 glufosinate, glyphosate
=< 2,5x10-5 e >= 2,5x10-7 linuron, oxyfluorfen
> 2,5x10-5 pendimethalin, trifluralin
Tempo de meia-vida – T1/2
• “Intervalo de tempo para que 50% da massa de moléculas do herbicida seja degradado” (Schwarzenbach et al.,
1993)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
T1/2 solo = ln (2) / kK = concentração do herbicida
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Indica o potencial de persistência do herbicida
Tempo de meia vida (dias) Herbicida
<= 30 alachlor, glyphosate, metribuzin
> 30 e <= 100 ametryn, atrazine, chlorimuron
> 100 e <= 365acifluorfen, imazethapyr, pendimethalin, trifluralin
> 365paraquat, oxadiazon,
sulfentrazone, tebuthiuron
Tempo de meia vida (dias) Intensidade
<= 30 Não-persistente
> 30 e <= 100 Moderadamente persistente
> 100 e <= 365 Persistente
> 365 Muito persistente
University of Hertfordshire (2013)
Índice de lixiviação – GUS
• Groundwater Ubiquity Score (GUS) – (Gustafson, 1989)
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
GUS = log(T1/2 solo) x (4 – log(Koc))Tf/2 = tempo de meia vida do herbicida no solo
Koc = constante de sorção em carbono orgânico do solo
Propriedades físico-químicas dos herbicidas
Indica o potencial de lixiviação do herbicida
University of Hertfordshire (2013)
Índice GUS Intensidade
> 2,8 Alta lixiviação
=< 2,8 e >=1,8 Moderada lixiviação
< 1,8 Baixa lixiviação
Índice GUS Herbicida
> 2,8 atrazine, mesotrione
=< 2,8 e >=1,8 diuron, s-metolachlor
< 1,8 glyphosate, paraquat
Bibliografia
• Carvalho LB. 2013. Herbicidas.• Monaco TJ. 2002. Weed Science: principles and
practices.• Rodrigues BN, Almeida FS. 2018. Guia de
herbicidas.• University of Hertfordshire – Pesticide Properties
DataBase (http://sitem.herts.ac.uk/aeru/ppdb/en/atoz_herb.htm).
• Zimdahl RL. 2007. Fundamentals of Weed Science.
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