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VICE-PRESIDÊNCIA ACADÊMICA (VPA)
Núcleo De Práticas Pedagógicas (NPP)
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos
Estudantes da ESPM
ESPM SP, ESPM RJ e ESPM Sul (Graduação e Pós-graduação Lato Sensu)
São Paulo, Novembro de 2014
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
2 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Vice-Presidência Acadêmica
Prof. Alexandre Gracioso
Coordenadora do Núcleo de Práticas Pedagógicas
Prof.a Manolita Correia Lima
Pesquisadores
Claudia Silva
Danilo Torini
Analista administrativo
Aline Oliveira
Pesquisador assistente
Caio Giusti Bianchi
Auxiliar de Escritório
Daniel Celestino
Integrante do Programa Jovem Aprendiz
Márcia dos Reis Machado
Equipe do TI-ESPM que colaborou com a pesquisa
Alex Takitani
Leonardo Fernandes Labate
Paulo Cesar de Oliveira Veras
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
3 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Sumário
1 Introdução – familiarizando a leitor com a investigação e os resultados 4
2 Esclarecimentos Acerca das Percurso Metodológico 7
2.1 Esclarecimentos sobre a Amostra 7
2.2 Esclarecimentos sobre o Instrumento de Coleta 10
2.3 Descrição do Procedimento de Coleta de Dados 15
3 Em Busca de Lentes Teóricas 14
3.1 Gênese da Investigação sobre Estilos de Aprendizagem 15
3.2 Estilos de Aprendizagem – um tema que ganha relevância 23
4 Análise Descritiva dos Dados 23
4.1 Resultados Gerais 24
4.1.1 Perfil Geral dos Respondentes de 2014 24
4.1.2 Os Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM 27
4.2 Os Estilos de Aprendizagem em Alta Preferência 28
4.3 Comparações por Unidade 34
4.4 Comparações por Curso 35
4.5 Comparações por Período do Curso 37
4.6 Comparações por Gênero 38
4.7 Comparações por Estudantes que Trabalham ou Não 40
4.8 Comparações por Estudantes que Residem ou Não com os Pais 41
4.9 Síntese do Conjunto de Dados: uma proposta de indicador 43
5. Associando os Estilos de Aprendizagem às Estratégias de Trabalho Docente 45
5.1 Estilo Ativo 47
5.2 Estilo Reflexivo 48
5.3 Estilo Pragmático 49
5.4 Estilo Teórico 50
6 Considerações Finais 52
6.1 Limitação da Pesquisa em Curso 53
6.2 Desdobramentos da Pesquisa 55
Referências 56
Anexo 1 – Questionário Aplicado 59
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
4 Núcleo de Práticas Pedagógicas
1. Introdução – familiarizando o leitor com a investigação e os resultados
Não são poucos os textos acadêmicos cujos conteúdos reforçam a
emergência de uma sociedade intensiva em conhecimento. No entanto,
sente-se falta de discussões aprofundadas sobre a centralidade de uma
sociedade intensiva em conhecimento dissociada de uma sociedade
intensiva em aprendizagem porque ainda insiste-se em valorizar a transmissão
de estoques de conhecimento, mesmo em programas de educação superior
(Pozo, 2000). Esse descompasso existente entre os espaços reservados para a
produção do conhecimento e os reservados para a aprendizagem
possivelmente acentuará as assimetrias entre Norte e Sul, países centrais e
periféricos, instituições de ensino e de pesquisa, entre uma educação para
ricos e uma educação para pobres.
A preocupação que motivou a discussão sobre aprendizagem no ambiente
educacional se insere na determinação de localizar recursos pedagógicos
que ajudem os Professores a promover ambientes capazes de favorecer a
aprendizagem pela mobilização dos Estudantes. A compreensão das múltiplas
formas de se aprender e os reflexos deste fenômeno sobre a sala de aula
instiga estudiosos a investigar e propor alternativas de como os Professores
podem otimizar as experiências orientadas pela e para a aprendizagem. A
literatura dedicada a desvendar as pluralidades que circundam a
aprendizagem discute entre outros aspectos, os estilos de aprendizagem –
preocupação central do relatório.
Apesar de não ser um tema novo, ele tem ganhado destaque na academia.
Em 2004, uma equipe composta por quatro pesquisadores – Franck Coffield
(University of Lodon), David Moseley e Elaine Hall (University of Newcastle), e
Kathryn Ecclestone (University of Exeter) – assinou um relatório intitulado
“Learning styles and pedagogy in post-16 learning - a systematic and critical
review”. O conteúdo do documento corresponde a uma espécie de estado
da arte sobre o tema, assim sendo, mapeia o que foi publicado em um
intervalo de 94 anos (1909 – 2003).
A Figura 1 ilustra o que se pretende chamar atenção: a relevância do tema1.
Enquanto o círculo azul escuro representa o total de referências publicadas
em inglês sobre o tema (3 800)2; o círculo azul claro representa os textos lidos,
analisados e que integram o banco de dados da pesquisa realizada (838); o
círculo lilás, por sua vez, representa os termos relacionados aos estilos de
aprendizagem encontrados nos textos lidos e analisados (631); e por fim o
1 Critérios para seleção do material ilustrado na Fig. 1 foram os seguintes: a) textos amplamente
citados e considerados fundamentais para o campo; b) modelos de estilos de aprendizagem
fundamentados em uma teoria explícita; c) publicações representativas de vasta gama de
modelos disponíveis; d) a teoria ter provado ser produtiva, isto e , ter colaborado para a
ampliação da investigação por outros autores; e) o instrumento / questionário / inventário ter
sido amplamente utilizada por profissionais (professores, tutores e/ou gerentes).
2 Livros, artigos divulgados em periódicos acadêmicos, teses finalizadas, artigos divulgados em
magazines ou sítios, documentos divulgados em conferências acadêmicas, e literatura inédita
(ainda não publicada).
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
5 Núcleo de Práticas Pedagógicas
núcleo amarelo representa o número de textos que referenciam os principais
teóricos do tema, ou seja, aqueles que conceberam um dos 13 modelos que,
de acordo com os autores, destacaram-se no tempo pelo uso recorrente, seja
em ambiente de trabalho ou de estudo.
Figura 1: Revisao da literatura selecionada para o relato rio
“Learning styles and pedagogy in post-16 learning - A systematic and critical review”
Fonte: Coffield et al., 2004
Possivelmente o número de pesquisadores dedicados à investigação do tema
explique não apenas o grande número de produção acadêmica gerada
neste campo, mas também a organização e realização de congressos
mundiais e regionais que servem para aproximar a comunidade de
pesquisadores e colaborar com o progresso das reflexões e discussões de
resultados de pesquisas concluídas e/ou em andamento. Por exemplo, desde
2004 que a cada dois anos ocorre um congresso mundial sobre estilos de
aprendizagem3, e desde 2011 há o congresso ibero-americano sobre o tema4.
Há um grupo de autores que assegura que conhecer o estilo de
aprendizagem corresponde ao primeiro passo para se desenvolver estratégias
de aprendizagem que sejam condizentes com a preferência da maneira de se
aprender (Portilho, 2011). Para o Professor, conhecer os estilos de
aprendizagem do grupo de Estudantes com quem trabalha permite planejar
as atividades com propriedade e propor intervenções para corrigir
3 1o Congresso Mundial de Estilos de Aprendizagem (Madrid, Espanha, 2004); 2o Congresso
Mundial de Estilos de Aprendizagem (Concepción, Chile, 2006); 3o Congresso Mundial de Estilos
de Aprendizagem (Cáceres, Espanha, 2008); 4o Congresso Mundial de Estilos de Aprendizagem
(Texcoco, México, 2010); 5o Congresso Mundial de Estilos de Aprendizagem (Santander,
Espanha, 2012), e o 6o Congresso Mundial de Estilos de Aprendizagem ocorrerá em Lima (Peru),
em 2014.
4 1o Congresso Ibero-Americano de Estilos de Aprendizagem (Concepcio n, Chile – 2011); 2o
Congresso Ibero- Americano de Estilos de Aprendizagem (Brasi lia, Brasil – 2013).
Textos que referenciam diretamente os 13 maiores teoricos: 351
Termos relacionados aos estilos de aprendizagem nas referências: 631
Textos revisados, analisados e registrados no banco de dados: 838
Total de referências identificadas: 3800
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
6 Núcleo de Práticas Pedagógicas
deficiências no processo de aprendizagem (Reinicke et al., 2008). Permite,
ainda, potencializar os estilos de acordo com as circunstâncias, contexto e
situações por que passam os Estudantes (Carvajal, Trejos, Milena, 2007) e criar
uma atmosfera de transformação real da aprendizagem (Williamson; Watson,
2006).
Nessa trilha, a Vice-Presidência Acadêmica (VPA) da ESPM investiu esforços
para que o Núcleo de Práticas Pedagógicas (NPP) realizasse, no período de
Março a Outubro de 2013, um primeiro levantamento de dados que
possibilitou o mapeamento dos estilos de aprendizagem de uma amostra de
estudantes da Instituição. Para tanto, levou–se em conta a unidade e o curso
de origem, período do curso em que o Estudante se encontrava (1a ou 2a
metade do curso), gênero, local de residência, e eventual inserção no
mercado de trabalho. De Outubro de 2013 a Outubro de 2014, uma nova
etapa da coleta de dados foi realizada. Este relatório reunirá os resultados
desta segunda edição da pesquisa, tomando como base os principais
parâmetros de comparação já utilizados no ano passado, mas também
incluindo novos critérios e ferramentas de análise.
A realização deste trabalho só foi possível porque parte dos Estudantes da
ESPM se predispôs a responder ao instrumento de coleta de dados. Em
agradecimento a confiança depositada nos pesquisadores responsáveis pela
investigação, o NPP divulgará em março de 2015 uma versão deste relatório
direcionada para os Estudantes.
O NPP não pode deixar de destacar a colaboração dos profissionais da área
de TI da ESPM no desenvolvimento desta investigação, particularmente de
Alex Takitani, Leonardo Fernandes Labate, e Paulo Cesar de Oliveira Veras.
Assim sendo, o corpo desse relatório esta estruturado em cinco seções.
Inicialmente, os recursos metodológicos serão descritos e justificados; em
seguida, as lentes teóricas que suportaram a investigação serão construídas
com base em uma pesquisa bibliográfica que avança a cada edição da
pesquisa. Isto feito, os dados obtidos com a aplicação do questionário
aplicado serão descritos e analisados; e finalmente os estilos de aprendizagem
serão associados às estratégias de trabalho docente. Uma importante
novidade que este relatório apresenta, em relação ao do ano passado, é a
proposta de criação de um índice que busca sintetizar alguns resultados
considerados importantes e, assim, contribuir para pesquisas longitudinais
acerca dos estilos de aprendizagem dos Estudantes da ESPM.
Levando em conta que esta pesquisa ganhará nova rodada em 2015, o NPP
convida os Professores da graduação e da pós-graduação da ESPM,
vinculados às distintas unidades (ESPM SP, ESPM Sul e ESPM Rio), para participar
da coleta de dados e serem beneficiados com os resultados que serão
alcançados. Além disso, o NPP fica disponível para colaborar com os
Professores que desejarem fazer uso dos resultados da pesquisa Mapeamento
dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM em seus respectivos
Planos de Ensino e Aprendizagem e Programas.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
7 Núcleo de Práticas Pedagógicas
2. Esclarecimentos acerca do percurso metodológico
Esta seção será dedicada a precisar os recursos metodológicos explorados até
o momento. Trata-se de uma pesquisa exploratória, não por aprofundar um
tema inédito que padece de referenciais teóricos e metodológicos, mas por
corresponder aos primeiros esforços do NPP em construir uma investigação
sobre como os Estudantes da ESPM aprendem e poder argumentar a
importância de os Professores explorarem múltiplas estratégias de trabalho.
Nessa segunda etapa da investigação, o trabalho consistiu em aprofundar o
mapeamento da literatura sobre o tema (livros, artigos acadêmicos, teses e
relatórios)5, ampliar e atualizar o levantamento de dados com a exploração
de recursos típicos do método survey. No entanto, cabe esclarecer que a
participação em congressos cujo programa reservou espaço para a discussão
dos estilos de aprendizagem6, associada ao contato com autores que
investigam e publicam sobre o tema7 ajudaram na compreensão de que
fundamentar o diagnóstico acerca dos estilos de aprendizagem requer bem
mais do que a aplicação de um questionário, ainda que, mesmo neste
âmbito, poucos pesquisadores tenham avançado nessa direção. Esta curva
de aprendizagem certamente orientará os próximos passos da investigação
em curso.
2.1 Esclarecimentos acerca da amostra
Na trilha do que muitos autores têm realizado se optou por explorar recursos
metodológicos ligados à abordagem quantitativa, com o uso do método
survey. Para tanto, trabalhou-se com uma amostra não probabilística (ou
acidental), uma vez que os respondentes se dividem entre aqueles que
participaram da investigação espontaneamente e aqueles que foram
estimulados a preencher o instrumento de coleta de dados8. Há consciência
de que o uso desse recurso metodológico limita os pesquisadores à adoção
de análises predominantemente descritivas e impede qualquer tentativa de
generalização dos resultados, no máximo, a formulação de hipóteses. Buscou-
se, contudo, sofisticar o tratamento estatístico dos dados coletados, a fim de
assegurar a confiabilidade da amostra e dos resultados alcançados9.
5 Resultados parciais desse investimento foram organizados na elaboração de artigos e ensaios
discutidos em congressos e que serão revisados para submissão em revistas acadêmicas.
6 2o Congresso Ibero-Americano de Estilos de Aprendizagem, Tecnologias e Inovações na
Educação (12-14 de Novembro de 2013, UNB – Brasília); 6o Encontro de Ensino e Pesquisa em
Administração e Contabilidade (3-5 de Novembro de 2013, Brasília).
7 Professora Catalina Alonso (Espanha); Daniela Malere (Portugal), Evelise Maria Labatut Portilho
(PUC-PR), Teresa Cristina Siqueira Cerqueira (Unb-BSB), entre outras
8 Esta questão será esclarecida na seção 2.3, intitulada “Descrição do Procedimento de Coleta
de Dados”.
9 Esses procedimentos estatísticos serão mais bem detalhados na seção 4, intitulada “Análise
Descritiva dos Dados”.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
8 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Nesta segunda edição da pesquisa, contabilizou-se entre respondentes
espontâneos e estimulados, 989 Estudantes de Graduação e Pós-Graduação.
No entanto, 168 questionários (17% das observações) foram desconsiderados
porque não foram inteiramente respondidos ou porque apresentavam
problemas de confiabilidade (como provável duplicidade de respostas, por
exemplo). Desta forma, para efeito deste relatório, 821 Estudantes compõem a
amostra não probabilística, distribuídos entre os cursos de Graduação (478) e
Pós-Graduação lato sensu (343) (Gráfico 1).
Gráfico 1 - Representatividade da Graduação e Pós-Graduação na amostra
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Levando em conta os respondentes da Graduação, em parte, a distribuição
de Estudantes por curso acompanha a proporção de matrícula em cada um
deles. Assim sendo, prevalece a presença de Estudantes dos cursos de
Comunicação (260), Administração (139), seguidos dos Estudantes dos cursos
de Relações Internacionais (47), Design (18), e Jornalismo (14) (Gráfico 2).
Gráfico 2 - Representatividade dos cursos na amostra
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
58,2%
41,8%
Graduação Pós-graduação
16,9%
31,7%
2,2%
1,7%
5,7%
41,8%
ADM CSO DSG JOR REL POS
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
9 Núcleo de Práticas Pedagógicas
O quadro a seguir apresenta a composição da amostra da pesquisa em
comparação com os números gerais de matriculados da instituição
(fornecidos pela Área de Marketing da ESPM). Os dados estão distribuídos por
unidade (ESPM SP, ESPM Rio, ESPM Sul), nível de formação (Graduação e Pós-
Graduação), e curso de origem (quando se tratar da Graduação).
Quadro 1: Número de respondentes por unidade, nível de formação e curso de origem
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Levando-se em conta a representatividade estatística dos respondentes do
questionário aplicado em cada uma das unidades, observa-se que a ESPM Rio
está sub representada (49 = 6%), em comparação com a ESPM-SP (631=76,9%)
e ESPM Sul (141=17,2%). Por se tratar de um questionário online de
autopreenchimento, não é possível controlar a taxa de respostas oriunda de
cada grupo, o que dificulta, em certa medida, a exatidão na
representatividade de cada unidade e curso. Isso, contudo, não afeta
significativamente os resultados, uma vez que as comparações entre cursos e
unidades tomarão sempre como base a proporção de casos observada no
UNIDADES CURSOS
Número de estudantes
matriculados
Número de
Respondentes
ESPM SP Administração 1.096 95
Com. Social 1.886 218
Design 296 2
Jornalismo 273 4
Relações Internacionais 517 11
Pós-Graduação 2644 301
Total 6712 631
ESPM Rio Administração 201 6
Com. Social 720 13
Design 230 2
Jornalismo 75 2
Relações Internacionais 59 2
Pós-Graduação 591 24
Total 1876 49
ESPM Sul Administração 289 38
Com. Social 395 29
Design 225 14
Jornalismo 50 8
Relações Internacionais 208 36
Pós-Graduação 511 16
1678 141
Total geral 10266 821
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
10 Núcleo de Práticas Pedagógicas
interior de cada conjunto e não o seu número absoluto10.
Quadro 2: Representatividade das unidades na amostra
Unidades Respondentes Representatividade
ESPM SP 631 76,9%
ESPM Rio 49 6,0%
ESPM Sul 141 17,2%
TOTAL 821 100%
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
2.2 Esclarecimentos acerca do instrumento de coleta
Desde 1909, a academia investe esforços na investigação dos estilos de
aprendizagem fazendo uso de distintos referenciais teóricos. Em texto de 2004,
Coffield et al afirmam que em um intervalo de aproximadamente cem anos
(1909 – 2003) foi identificada a existência de 78 modelos, apesar de sete deles
serem entendidos como simples atualizações. Esses dados revelam o interesse
que o tema tem suscitado, particularmente quando se leva em conta a
economia do conhecimento11 e a emergência de um sistema educacional
massificado – realidade do Ensino Fundamental e Médio, e em alguns países
centrais, do Ensino Superior, sem desconsiderar o fortalecimento das iniciativas
voltadas para o Ensino a Distância.
Frente a diversidade de modelos de estilos de aprendizagem seria impensável
investir tempo e recursos no desenvolvimento de mais um, razão pela qual,
após contato com aqueles mais recorrentemente citados na literatura, fez-se
opção pelo modelo elaborado por Alonso, Gallego, e Honey (1997). Na
década de 1980, Honey e Mumford (1986) se mobilizam para investigar
porque, apesar de expostos ao mesmo texto e contexto, alguns indivíduos
aprendem e outros não. Para isso, tomaram como ponto de partida os
resultados dos estudos de Kolb (1976) e formularam um questionário intitulado
Learning Styles Questionaire (LSQ).
10 É importante salientar que, ainda que não se trate de uma amostra probabilística, sua
composição garante representatividade e confiabilidade estatística para os dados gerais,
supondo erro amostral de 3,28%, com intervalo de confiança de 95%. 11 A economia do conhecimento é um termo usado para definir o um novo paradigma onde o
conhecimento e a tecnologia são considerados os novos fatores de produção, além dos
clássicos terra, capital e mão de obra. De acordo com Dowbor (2009, p.7), atualmente, quando
se paga um produto, 25% do valor pago corresponde ao produto, e 75% do valor corresponde à
pesquisa, ao design, às estratégias de marketing, à publicidade, aos advogados, aos
contadores, às relações públicas etc. O Autor salienta o fato do valor agregado de um produto
residir cada vez mais no conhecimento incorporado. Nessa direção, “o conhecimento, a
informação organizada, representam um fator de produção, um capital econômico de primeira
linha” Assim sendo, “não basta referir-se de maneira tradicional à terra, capital e mão de obra
como fatores de produção. Formas mais inteligentes da sua integração e articulação,
permitidas pelas novas tecnologias, passam a constituir o principal fator de valorização dos
processos produtivos.”
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
11 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Ativo
Estágio 1
Realiza a Experiência
Reflexivo
Estágio 2
Revisa a Experiência
Teórico
Estágio 3
Conclui a Experiência
Pragmático
Estágio 4
Planeja o próximo passo
O referido instrumento se presta a colaborar na identificação dos estilos de
aprendizagem do respondente, tendo como foco o ambiente empresarial. Os
autores chegaram à conclusão de que há quatro estilos de aprendizagem e
que estes correspondem a um processo cíclico em que o Aprendente realiza
(estágio 1 – Ativo), revisa (estágio 2 – Reflexivo) e conclui a experiência
(estágio 3 – Teórico), só então, planeja os próximos passos (estágio 4 –
Pragmático) (Fig. 2). Orientados por este raciocínio, eles elaboraram o perfil
dos quatro estilos de aprendizagem, resumidos na sequência.
Figura 2: Ciclo dos estilos de aprendizagem
Fonte: Honey e Mumford (1986)
Em texto publicado na segunda metade da década de oitenta, Honey e
Mumford (1986) caracterizam os referidos estilos nos seguintes termos:
Ativo
Gostam de viver novas experiências. Sabem apreciar o aqui e o agora.
Ficam felizes quando se envolvem com novos desafios. Têm a mente
aberta, em geral não são céticos e tendem a se entusiasmar com tudo
o que é novo. Agem primeiro e avaliam as consequências depois.
Conseguem desenvolver simultaneamente múltiplas atividades. Lidam
com os problemas usando o brainstorming. Quando perdem a
empolgação por uma atividade, procuram outra que lhes
proporcionem grande excitação. Sentem-se desafiados pelas novas
experiências, mas entendiam-se com a implementação ou a
consolidação, caso essas etapas do processo envolvam muito tempo.
São gregários, buscam atuar com outras pessoas e se envolvem com os
assuntos delas, no entanto, centram ao seu redor todas as atividades.
São criativos, têm paixão por aventura, são inventivos, inovadores,
comunicativos, líderes, entusiasmados, divertidos, participativos,
protagonistas, gostam de aprender e solucionar problemas.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
12 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Pragmático
Gostam de testar teorias, metodologias, modelos e técnicas visando
entender e examinar o seu funcionamento. Buscam novas ideias para
serem aplicadas. Ao concluir determinado curso, têm inúmeras ideias e
mal podem esperar para implementá-las. Gostam de dar andamento a
situações, agem com rapidez e confiança quando estão atraídos por
novo projeto. Tendem a revelar alguma impaciência em discussões
longas, prolixas e inconclusas. São essencialmente práticos, realistas,
gostam de tomar decisões e resolver problemas com objetividade.
Encaram problemas e oportunidades como verdadeiros desafios. Têm
uma alma de técnicos, são ágeis, decididos, objetivos, organizados e
gostam de aplicar o que aprenderam solucionado problemas.
Reflexivo
Distanciam-se para observar e refletir sobre as experiências a partir de
diferentes perspectivas. Coletam dados e refletem sobre eles, antes de
formular e propor alguma conclusão. Para eles, o processo de coleta
de dados e informação é o mais interessante e por isto tendem a adiar
a elaboração de conclusões. São cautelosos, ponderados, analisam
diversos ângulos e respectivas implicações, antes de tomarem alguma
atitude. Em reuniões ou em ambientes de discussão sentam-se no fundo
para ter visão de conjunto. Gostam de observar as pessoas agindo.
Ouvem atentamente aos outros e compreendem o que está sendo
discutido antes de se pronunciar. São discretos, tolerantes, serenos e
mantêm um ar levemente distante. Quando agem, consideram o
quadro geral, o passado, presente, as observações de terceiros, assim
como as suas. São conscientes, ponderados, receptivos, pacientes,
cuidadosos, detalhistas, prudentes, registrador de dados, investigativo.
Teórico
Adaptam e integram observações teóricas complexas de forma lógica.
Raciocinam de modo lógico, linear e por etapas. Conseguem
relacionar fatos aparentemente desconexos para a maioria, formando
constructos teóricos coerentes. Tendem a ser perfeccionistas e não
descansam até que as coisas estejam em ordem e façam sentido
dentro de um esquema racional. Gostam de analisar e sintetizar.
Interessam-se por pressupostos básicos, princípios, teorias, modelos e
pensamentos sistêmicos. Prezam a racionalidade e a lógica. Buscam o
sentido das coisas e como elas se relacionam. Tendem a ser analíticos e
a se dedicarem à objetividade racional ao invés da subjetividade e
ambiguidade. Abordam problemas sempre de forma lógica. Buscam
certezas e sentem-se desconfortáveis com julgamentos subjetivos,
divagações. São disciplinados, sistemáticos, sintéticos, metódicos,
críticos, não trabalham sem planejamento e cronograma.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
13 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Em 1992, mobilizada pelo desejo de colaborar para a melhoria da qualidade
do processo que envolve ensino e aprendizagem, professora Catalina Alonso
fez adaptações no Learning Styles Questionaire (LSQ) para que ele se ajustasse
às especificidades das investigações realizadas no ambiente educacional, e
assim colaborasse para a formulação de diagnósticos sobre o estilo de
aprendizagem de Estudantes e Professores, argumentando que a forma como
os docentes aprendem influi sobre a forma como ensinam.
Com a preocupação de validar o instrumento, a Autora realizou um
levantamento cuja a amostra envolveu 1.371 Estudantes oriundos de diferentes
instituições de educação superior espanholas (RINCÓN et al, 2008). Essa
versão, adaptada e traduzida para o espanhol foi nomeada Cuestionario
Honey y Alonso sobre Estilos de Aprendizaje (CHAEA). Atualmente o referido
questionário é traduzido e utilizado por pesquisadores de diversos países 12.
O referido questionário é composto por 80 questões assertivas, com
alternativas de resposta do tipo likert de dois pontos. Assim o respondente é
levado a ponderar se concorda ou não com as afirmativas elencadas.13 Cada
um dos quatro estilos de aprendizagem – ativo, reflexivo, teórico e pragmático
– é explorado por 20 questões, distribuídas conforme sinaliza o Quadro 3.
Quadro 3: Questões referentes aos estilos de aprendizagem
Ativo Reflexivo Teórico Pragmático
3 10 2 1
5 16 4 8
7 18 6 12
9 19 11 14
13 28 15 22
20 31 17 24
26 32 21 30
27 34 23 38
35 36 25 40
37 39 29 47
41 42 33 52
43 44 45 53
46 49 50 56
48 55 54 57
51 58 60 59
61 63 64 62
12 Conferência proferida pela professora Catalina Alonso, intitulada de “Estilos de aprendizagem:
estado da arte”, em 12 de Novembro de 2013, no âmbito do 2º Congresso Ibero-Americano de
Estilos de Aprendizagem, Tecnologias e Inovações na Educação, sediado na Universidade de
Brasília. Este instrumento foi traduzido, adaptado e validado para o português por Evelise Portilho
(2011) no momento em que realizou a pesquisa que derivou a sua tese de doutorado.
13 Há críticas em relação às alternativas de resposta uma vez que elas remetem a uma visão
dual, marcada por sim ou não, impedindo se expressar o grau de concordância em relação ao
que é questionado.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
14 Núcleo de Práticas Pedagógicas
67 65 66 68
74 69 71 72
75 70 78 73
77 79 80 76 Fonte: Alonso, Gallego, e Honey (1997)
Quando se pretende conhecer os estilos de aprendizagem prevalecentes,
Allonso, Gallego e Honey (1997) recomendam a utilização de uma escala de
preferência distribuída em cinco níveis – muito alto, alto, moderado, baixo,
muito baixo – detalhada no corpo do Quadro 4.
Quadro 4: Escala de preferências dos estilos de aprendizagem
Estilo de Aprendizagem 10% 20% 40% 20% 10%
Muito Baixa Baixa Moderada Alta Muito Alta
Ativo 0-6 7-8 9-12 13-14 15-20
Pragmático 0-8 9-10 11-13 14-15 16-20
Reflexivo 0-10 11-13 14-17 18-19 20
Teórico 0-6 7-9 10-13 14-15 16-20
Fonte: Allonso, Gallego, Honey, 1997.
Apresentado justificadamente o instrumento de coleta, faz-se necessário
descrever o processo de coleta dos dados. É isso que o leitor encontrará na
sequência.
2.3 Descrição do Procedimento de Coleta de Dados
A aplicação do questionário foi realizada de forma online entre os meses de
Outubro de 2013 e Outubro de 2014. O procedimento foi planejado com um
grupo de Professores da ESPM SP, ESPM Rio, da ESPM Sul. Na ESPM SP, enquanto
no campus Álvaro Alvim o procedimento foi ativado com a participação de
alguns Estudantes do mestrado em Gestão Internacional que cursavam as
disciplinas “Didática do Ensino Superior” e “Estágio de Docência”; no campus
Joaquim Távora a adesão foi inteiramente voluntária. Acredita-se que o
interesse espontâneo dos Estudantes se deveu à oferta do gráfico com a
representatividade dos estilos de aprendizagem do respondente.
O processo de aplicação do questionário contou com uma ferramenta
desenvolvida pela área de TI da ESPM. Esta ferramenta permitiu a instalação
do instrumento de coleta no ambiente do BlackBoard (1), o acesso a um
gráfico teia de aranha com as médias correspondentes aos estilos de
aprendizagem do respondente (2), um breve descritivo acerca das
características dos estilos de aprendizagem (3), e de suas respectivas maneiras
de aprender (4).
Desta forma, a realização da pesquisa também se prestou a auxiliar o
respondente no processo de metacognic a o, uma vez que a consciência
acerca da forma como se aprende, pode impulsionar mudanças pessoais no
processo de aprendizagem do Estudante (Portilho, 2011).
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
15 Núcleo de Práticas Pedagógicas
3. Em Busca das Lentes Teóricas
Há múltiplas possibilidades de se aprender, no entanto a velocidade exigida
para que as pessoas aprendam não tem se revelado proporcional à
capacidade de resposta, em razão dos desafios que circundam o processo de
aprendizagem. Observa-se que o desafio da aprendizagem subverte a noção
de tempo e espaço porque se aprende o tempo todo e em qualquer lugar.
Assim sendo, transita-se de uma sociedade da informação, para uma
sociedade do conhecimento e finalmente se aproxima de uma sociedade
orientada para a aprendizagem (Pozo, 2000).
Frente a este cenário, as instituições educacionais, particularmente as
instituições de educação superior e os respectivos atores do processo
educacional, estão lidando com o imenso desafio imposto por esta
sociedade. Que se pressupõe, sejam capazes de colaborar para o
desenvolvimento de competências humanas e profissionais entre os
estudantes que acolhem. E isso as credenciam a participar e interagir em um
mundo embalado pela inovação (Mota; Scott, 2014; Coutinho; Lisbôa, 2011),
capacidade de formular diagnósticos e elaborar alternativas de soluções.
No contexto da sociedade da aprendizagem, Pozo (2000) afirma que
aprender corresponde a adquirir e modificar representações sobre o mundo
interno e externo. Na mesma linha, Portilho (2011, p.78) assegura que
“aprender é fazer conexões entre as informações, significando-as a partir da
realidade, transformando-as em conhecimento” – competências complexas
que dificilmente poderão ser desenvolvidas de forma espontânea.
Sob esta perspectiva é notável o papel da interação social como motivadora
do processo de aprendizagem, no entanto, é na mente do indivíduo que as
representações terão lugar e por onde passarão por processos cognitivos
próprios a cada um (Pozo, 2000). Diante disto, para aprender, o Estudante
carece desenvolver um conhecimento sobre si próprio (autoconhecimento),
procurando identificar sua modalidade de aprendizagem. A pesquisa em
andamento pretende colaborar para isso.
3.1 Gênese da investigação sobre estilos de aprendizagem
Na abertura da seção “Esclarecimentos acerca do instrumento de coleta”
houve oportunidade de se destacar a existência de gerações de
pesquisadores dedicados à investigação dos estilos de aprendizagem, uma
vez que os primeiros esforços de sistematização datam de 1909 (Coffield el al.,
2004). Desde então, mais 70 modelos de estilo de aprendizagem foram
desenvolvidos, conforme pode ser observado no Quadro 5, em que se reúnem
o nome dos autores que têm se destacado na investigação dos estilos de
aprendizagem (1), o nome dos instrumentos de coleta que elaboraram no
objetivo de viabilizar a formulação do diagnóstico acerca dos estilos de
aprendizagem dos respondentes (2), os termos chave de cada um dos
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
16 Núcleo de Práticas Pedagógicas
modelos propostos (3), e o ano de divulgação dos respectivos modelos e
instrumentos (4).14
Quadro 5: Relação de instrumentos para identificar os estilos de aprendizagem
Autores (1) Instrumento (2) Termos chave (3) Ano da
criação
BETTS Betts Inventory Imagery 1909
BARTLETT Sensory modality preferences 1932
GORDON Scale of Imagery Control Imagery 1949
GUILFORD Convergent; Divergent thinking 1950
HOLZMAN; KLEIN Schematising Test Leveller; Sharpener 1954
PETTIGREW Scale of Cognitive Style Category width (broad; narrow) 1958
GARDNER ET AL. Tolerant; Intolerant 1959
BROVERMAN Automatisation; Restructuring 1960
MYERS-BRIGGS Myers-Briggs Type Indicator (MBTI) Perceiving; Judging; Sensing; Intuition; Thinking;
Feeling; Extraversion; Introversion 1962
WITKIN Group Embedded Figures Test
(GEFT) Field dependence; Independence 1962
KAGAN Matching Familiar Figures Test Impulsivity; Reflexivity; Focus; Scan 1965
HUDSON Following Guilford Diverging; Converging 1966
KAGAN Matching Familiar Figures Test Impulsivity; reflexivity; Focus; Scan 1967
SHEEHAN Shortened Betts Inventory Imagery 1967
PAIVIO Individual Difference
Questionnaire(IDQ) Imagery 1971
KOGAN Sorting Styles Into Types Maximal performance 1973
MARKS Marks Vividness of Visual Imagery
Questionnaire Imagery 1973
GRASHA-RIECHMANN Student Learning Style Scales
(SLSS)
Competitive; Collaborative; Independent;
Dependent; Participant; Avoidant 1974
MCKENNEY; KEEN Model of Cognitive Style Perceptive; Receptive; Systematic; Intuitive 1974
DUNN; DUNN Learning Styles Inventory (LSI) Emotional; Sociological; Environmental;
Physiological processing 1975
FRIEDMAN; STRITTER Instructional Preference
Questionnaire 1976
HILL Cognitive Style Profile Symbol processing; Modalities of inference; Cultural
determinants 1976
KOLB Learning Style Inventory (LSI) Accommodating; Diverging 1976
MARTON; SÄLJÖ Deep; Surface processing 1976
MESSICK Analytic; Non-analytic; Conceptualising 1976
PASK Serialist; Holist 1976
REINERT
Edmonds Learning Style
Identification
Exercise (ELSIE)
Visual; Verbal; Aural; Emotional 1976
GREGORC Gregorc Mind Styles Delineator
(MSD)
Concrete sequential; Abstract random; Abstract
sequential; Concrete random 1977
RICHARDSON Verbaliser Visualiser Questionnaire
Verbaliser; Visualiser 1977
SCHMECK ET AL. Inventory of Learning Processes Deep processing; Shallow processing; Elaborative
processing; Serial processing; Holistic processing 1977
HUNT Paragraph Completion Method Need for structure: Conforming;
Dependent 1978
14 É possível que os dados do Quadro 5 estejam incompletos uma vez que o levantamento cobre o período
compreendido entre 1909 e 2003. Isto equivale a dizer que desconsidera o que eventualmente foi
desenvolvido nos últimos nove anos.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
17 Núcleo de Práticas Pedagógicas
RENZULLI-SMITH Learning Style Inventory Teaching styles and learning contexts 1978
DUNN; DUNN Learning Style Questionnaire
(LSQ)
Emotional; Sociological; Environmental;
Physiological Processing 1979
DUNN; DUNN Productivity Environmental
Preference Survey (PEPS)
Emotional; Sociological; Environmental;
Physiological Processing 1979
ENTWISTLE Approaches to Study Inventory
(ASI)
Meaning Orientation; Reproducing
Orientation; Achieving Orientation; Non-academic
Orientation; Self-Confidence
1979
CANFIELD Canfield Learning Style Inventory
(CLSI) Conditions; Content; Modes; Expectancy 1980
CHRISTENSEN Lifescripts Analyser; Controller; Supporter; Promoter 1980
LETTERI Cognitive Style Delineators Analytic; Global 1980
TAMIR-COHEN Cognitive Preference Inventory Modes; Recall principles; Questioning applications 1980
MEREDITH Focus; Scan 1981
REZLER-REZMOVIC Learning Preference Inventory Abstract; Concrete; Individual; Interpersonal;
Teacher structure; Student structure 1981
CACIOPPO; PETTY Need for Cognition Scale Related to field dependence; Independence;
Articulative; Global 1982
HONEY; MUMFORD Learning Styles Questionnaire
(LSQ) Activist; Reflector; Theorist; Pragmatist 1982
CURRY ‘Onion’ Model Instructional preference; Information processing
style; Cognitive personal style 1983
GALBRAITH; JAMES Perceptual Ability 1984
WHETTON; CAMERON
Cognitive Style Questionnaire
(CSQ)
Gathering: perceptive/receptive; Evaluating:
systematic/intuitive; Responding: active/reflective 1984
KOLB Revised Learning Style Inventory
(R-LSI) Converging; Assimilating Styles 1985
KEEFE; MONKE
(NASSP) NASSP Learning Style Profile
Physiological; Environmental; Cognitive ; Affective
domains plus information processing 1986
ZIMMERMAN;
MARTINEZ-PONS
Self-Regulated Learning Interview
Schedule (SRLIS) 14 Strategies 1986
BIGGS Study Process Questionnaire Surface/deep achieving 1987
MCCARTHY 4MAT Innovative; Analytic; Common-Sense; Dynamic 1987
DAS Simultaneous; Successive processing and planning 1988
KIRBY ET AL. Multidimensional verbal-visual LSQ Verbal; Visual 1988
WEINSTEIN,
ZIMMERMAN; PALMER
Learning and Study Strategies
Inventory
Cognitive processing; Motivation; Metacognitive
regulation 1988
EPSTEIN; MEIER Constructive Thinking Inventory
(CTI)
Emotional Coping; Behavioural Coping; Personal
Superstitious Thinking; Categorical Thinking; Esoteric
Thinking; Naïve Optimism; Global Constructive
Thinking
1989
KAUFMANN The A-E Inventory Assimilator; Explorer 1989
KIRTON Kirton Adaption-Innovation
inventory (KAI) Adaptor; Innovator 1989
CONTI; KOLODY Self-Knowledge Inventory of
Lifelong Learning Skills (SKILLS)
Metacognition; Metamotivation; Memory; Critical
thinking; Resource management 1990
GRONER Cognitive Style Scale Heuristic; Algorithmic 1990
TORRANCE Style of Learning and Thinking Creative Thinking 1990
MILLER Personality Typology: cognitive,
affective, conative
Analyst/holist; Emotional; Stability/instability;
Objective/subjective 1991
PINTRICH,
SMITH,GARCIA;
MCCEACHIE
Motivated Strategies for Learning
Questionnaire
Goal orientation (intrinsic/extrinsic); Expectancy;
Anxiety; Cognitive Strategies (rehearsal, selection,
organisation, elaboration, metacognition, surface
processing, critical thinking, original thinking);
Resource management
1991
RIDING Cognitive Styles Analysis (CSA) Holist; Analytic; Verbaliser; Iimager 1991
HONEY; ALONSO
Cuestionario Honey y Alonso
sobre Estilos de Aprendizaje
(CHAEA)
Activist; Reflector; Theorist; Pragmatist 1992
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
18 Núcleo de Práticas Pedagógicas
ENTWISTLE Revised Approaches to Study
Inventory (RASI)
Meaning Orientation; Reproducing
Orientation; Achieving Orientation; Non-Academic
Orientation; Self-Confidence
1995
HERRMANN Brain Dominance Instrument
(HBDI) Theorist; Humanitarian; Organiser; Innovator 1995
WALTERS
Psychological Inventory of
Criminal
Thinking Styles
Confusion; Defensiveness; Mollification; Cut-off;
Entitlement; Power Orientation; Sentimentality;
Superoptimism; Cognitive Indolence; Discontinuity
1995
ALLINSON; HAYES Cognitive Style Index (CSI) Ituitive; Analytic 1996
FELDER, SILVERMAN Index of Learning Styles (ILS) Active/Reflective; Sensing/Intuitive; Visual/Verbal;
Sequential/Global 1996
VERMUNT Inventory of Learning Styles (ILS) Meaning-directed; Application-directed;
Reproduction-directed; Undirected 1996
COOPER Learning Styles ID Visual/Verbal; Holist/Analyst; Environmental
Preference 1997
HARRISON-BRANSON Revised Inquiry Mode
Questionnaire Synthesist; Idealist; Pragmatist; Analyst; Realist 1998
APTER Motivational Style Profile (MSP)
Telic/Paratelic; Negativism/Conformity; Autic
Mastery/Autic Sympathy; Alloic Mastery/Alloic
Sympathy; Arousal Avoidance/Arousal Seeking;
Optimism/Pessimism; Arousability; Effortfulness
1998
STERNBERG Thinking Styles Functions; Forms; Levels; Scopes; Meanings 1998
KOLB LSI Version 3 1999
ENTWISTLE Approaches and Study Skills
Inventory for Students (ASSIST)
Deep approach; Surface approach; Strategic
approach; Lack of direction; Academic self-
confidence; Metacognitive awareness
2000
HERMANUSSEN,
WIERSTRA,
DE JONG; THIJSSEN
Questionnaire Practice-oriented
Learning (QPL)
Immersion; Reflection; Conceptualization;
Experimentation; Regulation 2000
JACKSON Learning Styles Profiler (LSP) Initiator; Analyst; Reasoner; Implementer 2002
DUNN; DUNN Building Excellence Survey (BES) Emotional; Sociological; Environmental;
Physiological processing 2003
JACKSON Learning Styles Profiler (LSP) Initiator; Analyst; Reasoner; Implementer 2002
DUNN; DUNN Building Excellence Survey (BES) Emotional; Sociological; Environmental;
Physiological processing 2003
Fonte: Coffield et al, 2004
Em certa medida, a multiplicidade de taxonomias adotadas revela a
complexidade do desafio de classificar pessoas em virtude da riqueza
encontrada em cada uma. Mas, também reflete o esforço daqueles que tem
se dedicado a entender como os indivíduos aprendem visando aprimorar o
processo de aprendizagem, seja por meio da consciência do docente ou do
autoconhecimento do discente (Shermis, 1990).
O Quadro 5 reúne dados sobre os 70 instrumentos desenvolvidos entre 1009 e
2003 e que vêm sendo explorados em ambientes de trabalho e estudo. Para
elaborar o gráfico nuvem de palavras (Fig. 3) se levou em conta os 375 termos
chave, relacionados aos respectivos instrumentos que integram o Quadro 5.
Com isso, deseja-se chamar atenção para os conceitos mais recorrentemente
utilizados pelos pesquisadores que colaboram de forma destacada para a
investigação do tema.
Objetivando atingir elevado nível de discriminação, para gerar o referido
gráfico, foram selecionados os 100 conceitos de uso mais frequente e dez
conceitos se destacaram particularmente: processing (15), thinking (10),
orientation (9), emotional (8), enviromental (7), physiological (6), analitic (5),
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
19 Núcleo de Práticas Pedagógicas
imagery (5), sociological (5), cognitive (5). Em seguida, buscou-se localizar o
sentido que os refidos autores imprimem aos conceitos:
Processing (15) é um termo análogo à sequência e está associada a
preferência do Estudante em aprender de forma estruturada.
Thinking (10) é um termo utilizado para caracterizar modelos de
pensamento como, por exemplo, pensamento holístico, analítico ou
ainda processo de pensamento criativo e estilos de pensamento.
Orientation (9) é um termo utilizado para explicar o conceito de estilos
de aprendizagem como uma orientação para aprendizagem em razão
das atividades recorrentemente empregadas pelos Estudantes ou pelos
respectivos modelos mentais de aprendizagem.
Emotional (8) é o termo que expressa o nível de motivação dos
Estudantes para a aprendizagem, sua persistência no processo de
aprendizagem, e sua responsabilidade pela própria aprendizagem.
Environmental (7) é o termo que expressa as condições físicas
adequadas às atividades de estudo e por isso envolve as preferências
por elementos como som, luz, temperatura, design de móveis e
cadeiras.
Physiological (6) é o termo que expressa a dimensão sobre a qual
alguns instrumentos se apoiam para verificar a capacidade de
percepção durante o processo de aprendizagem: visual, auditiva,
sinestésica ou tátil. Expressa ainda o nível de energia em períodos do
dia e a necessidade de se alimentar (comer e beber) e se mover
enquanto aprendem. O termo também expressa elementos do
processamento informacional global versus analítico, bem como
comportamento impulsivo versus reflexivo.
Cognitive (5) é o termo que expressa a maneira pela qual o indivíduo
pensa e suas preferências em relação a organização e representação
das informações.
Sociological (5) é o termo que expressa em que condições os
Estudantes gostam de aprender: sozinho, em par, com os pares ou em
times, ou ainda com ou sem a presença do Professor.
Imagery (5) é um termo importante na medida em que alguns teóricos
veem na imaginação a constituição da base dos estilos de
aprendizagem.
Analytic (5) se trata de um estilo que alguns instrumentos buscam
identificar uma vez que a aprendizagem se torna mais efetiva quando
as informações são apresentadas passo a passo, mantendo um padrão
que permita a construção no sentido de proporcionar o entendimento
conceitual.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
20 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Figura 3: Nuvem de termos-chave relacionados aos instrumentos
que visam identificar os estilos de aprendizagem
Fonte: Coffield,et al., 2004
Ao definir estilo de aprendizagem Sternberg (1997) se atem à preferência pela
forma de pensar do sujeito, por isso mesmo, sublinha a possibilidade de ela se
modificar ao longo do tempo.
Keefe (1979) aprofunda a definição proposta por Sternberg (1997) ao afirmar
que estilo de aprendizagem resulta do composto de características cognitivas
e afetivas, somadas a fatores psicológicos que servem como indicadores
relativamente estáveis, acerca do modo como um Estudante percebe,
interage, e responde ao ambiente de aprendizagem.
Cué (2006), por sua vez, define estilo de aprendizagem como um conjunto de
aptidões, preferências, tendências e atitudes que uma pessoa apresenta ao
fazer algo e que se manifesta por meio de um padrão de conduta e de
destrezas que o distinguem das demais pessoas.
Reforçando o que foi afirmado por Keefe (1979) e Sternberg (1997), Cué (2006)
sublinha que os traços cognitivos, afetivos, fisiológicos e de preferência são
indicadores relativamente estáveis de como as pessoas percebem,
interrelacionam-se e respondem aos ambientes de aprendizagem a que estão
expostas, e aos próprios métodos ou estratégias de aprender. No entanto,
ainda que relativamente estáveis, de certa forma, o padrão de conduta pode
ser considerado situacional (Lozano, 2000), ou seja, o estilo empregado hoje
poderá ser diferente do utilizado amanhã (Kolb, 1982).
Isto equivale a afirmar que os estilos de aprendizagem podem ser
desenvolvidos na medida em que o sujeito tome consciência da maneira pela
qual aprende e seja capaz de selecionar o estilo que mais favorece a própria
aprendizagem (Revilla, 1999; Coffield et al., 2004). Conclusão que reforça a
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
21 Núcleo de Práticas Pedagógicas
importância de conhecer os estios dos Estudantes quando se deseja orientar o
ensino para a aprendizagem.
De modo geral, os Estudantes manifestam preferências por determinados
ambientes de aprendizagem e por estratégias com as quais se identificam.
Assim sendo, enquanto alguns sinalizam interesse em aprender fatos ou
acessar grandes volumes de informação sobre temas de interesse, há quem
prefira temas que exijam muito raciocínio e pouca informação, como nos
casos de conteúdos matemáticos ou tecnológicos. Felder e Silverman (1988)
reafirmam isso quando asseguram a existência de Estudantes que preferem
aprender por meio de recursos visuais de informação, enquanto outros
preferem formatos verbais, respaldados na escrita, e ainda há quem prefira
aprender de maneira ativa e interativamente, e outros trabalham mais
introspectivamente e individualmente (Miranda; Morais, 2008).
Logo, quanto mais os Professores conheçam as forças e fraquezas dos
Estudantes que acolhem em sala de aula, mais poderão responder
adequadamente aos desafios da aprendizagem. Com isso, tendem a elevar
as taxas de aprendizagem e a reduzir as taxas de retenção (Coffield et al,
2004). Revilla (1999) chama atenção para o fato de que se pode aprender
com mais agilidade e prazer quando se conhece e leva em conta o estilo
predominante do aprendiz. Portanto, conhecer a predominância dos estilos
de aprendizagem parece fundamental para se adaptar as estratégias de
trabalho docente às características que os Estudantes apresentam (Tapias et
al., 2011).
O interesse pelos estilos de aprendizagem nasce no ambiente de trabalho. É
estendido para o ambiente educacional no momento em que as
preocupações em torno da qualidade/pertinência do ensino são associadas
ao interesse de reduzir taxas de reprovação e evasão.15 Isso ajuda a entender
porque Kolb (1976) concentra as suas reflexões sobre a repercussão dos estilos
de aprendizagem na vida adulta e nessa direção conclui que todos os
indivíduos desenvolvem algum tipo de aprendizagem e os respectivos estilos
tendem a refletir três fatores: a) a herança cultural, b) as experiências de vida,
e c) as exigências do meio em que vive.
Neste contexto, compreende-se a importância que atribuiu à experiência de
vida expressa no universo do trabalho. Assim, para Autor (1976), há cinco
forças que atuam sobre os estilos de aprendizagem, com distintas
intensidades: o tipo psicológico do indivíduo, a natureza da aprendizagem, a
sua trajetória profissional, a natureza do trabalho que realiza, e a capacidade
de adaptação às mudanças (sic).16
15 Conferência proferida pela prof.a Catalina Alonso intitulada de “Estilos de aprendizagem: estado da arte”
em 12 de Novembro de 2013, no 2º Congresso Ibero-Americano de Estilos de Aprendizagem, Tecnologias e
Inovações na Educação, Universidade de Brasília).
16 Chama-se atenção para uma contradição: a teoria dos estilos de aprendizagem reforça a centralidade
do estudante no processo de aprendizagem. Na condição de ‘sujeito’ de sua aprendizagem parece
contraditório associara a “capacidade de adaptação às mudanças” como uma das forças que atuam
sobre os estilos de aprendizagem, desconsiderando a capacidade de promover mudanças.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
22 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Na segunda metade da década de 1970, Kolb (1976) propõe o que nomeou
de “ciclo de aprendizagem”, imprimindo a ideia de processo à aprendizagem
sem desconsiderar o protagonismo (a centralidade) do Aprendente (como já
foi apresentado na seção Esclarecimentos acerca do instrumento de coleta –
Fig. 1) no processo de aprendizagem:
1ª. realizar experiências enquanto aprende
2ª. refletir sobre as experiências realizadas
3ª. formular hipóteses explicativas
4ª. aplicar o que aprendeu em outras situações.
Kolb (1976) ressaltou ainda a existência de duas dimensões do processo de
aprendizagem que ajudariam a explicar como os indivíduos aprendem:
enquanto a primeira refere-se a “como” percebem a nova informação ou
experiência, a segunda se refere ao “modo” como processam o que foi
percebido. Combinando as duas dimensões, o autor identificou quatro tipos
dominantes de estilos de aprendizagem, a partir dos quais seria possível
classificar as pessoas:
Convergente: Pessoas com esse estilo de aprendizagem aprendem
pensando e agindo, por isso buscam aplicação para as teorias a que
são expostos.
Divergente: Pessoas com esse estilo aprendem experimentando e
refletindo. Visualizam situações concretas e exploram diferentes pontos
de vista, ângulos ou perspectivas. Preferem observar antes de agir.
Acomodativo: Pessoas com esse estilo aprendem agindo e
experimentando. Gostam de atingir metas e se envolver em
experiências novas e desafiadoras.
Assimilativo: Pessoas com esse estilo aprendem pensando e refletindo.
Revelam bom desempenho na compreensão de uma ampla gama de
informações, consolidando-as de forma concisa e lógica. São mais
interessados em ideias abstratas.
Em 2009, Kolb atualiza o modelo que propôs e inclui o estilo Equilibrado (Fig.4).
As pessoas que manifestam este estilo de aprendizagem equilibram os
extremos na perspectiva de um diálogo entre “ativo-reflexivo” e “concreto-
abstrato”. O trânsito entre os quatro estilos de aprendizagem lhes possibilita
uma visão enriquecida porque leva em conta os diferentes aspectos, ângulos,
perspectivas, pontos de vista etc., bem como o estabelecimento de pontes
entre pessoas de diferentes estilos de aprendizagem.
Para o Autor, aqueles que manifestam este estilo desenvolveram a
capacidade de transformar o seu estilo para responder às exigências da
aprendizagem necessária para o desenvolvimento de determinada atividade.
A Figura 4 ilustra o ciclo de aprendizagem com a inclusão do estilo equilibrado.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
23 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Figura 4: Modelo de Estilos de Aprendizagem, Kolb e Kolb (2009)
Fonte: Kolb e Kolb (2009)
3.2 Estilos de aprendizagem – um tema que ganha relevância
Reafirma-se em mais esta oportunidade que a teoria dos estilos de
aprendizagem não visa a medir os estilos de cada indivíduo para
simplesmente imprimir-lhes um rótulo estático. Ela identifica a predominância
na forma como o sujeito aprende, o que pode ser considerado pelo docente
no momento de elaborar o Programa de Aprendizagem e escolher as
estratégias de trabalho docente mais adequadas.
De acordo com Seno e Belhot (2009, p.6), os resultados do processo
educacional podem ser expressivamente comprometidos quando inexiste
sintonia entre os estilos de aprendizagem e os estilos de ensino, por quê?
Porque esse desencontro prejudica o desempenho dos Estudantes. Logo,
contribui para a frustração dos Professores, para o desinteresse/dispersão dos
Estudantes; para o comprometimento dos investimentos canalizados em
Educação, e para a formação dos futuros Profissionais.
4. Análise descritiva dos dados
O processo de manipulação, tratamento e análise dos dados contou com
procedimentos estatísticos que já haviam sido realizados na pesquisa de 2013
(como a utilização de análise inferencial, por meio do teste t de Student e
ANOVA17) e incluiu novas ferramentas (técnicas) de análise estatística, como o
estudo de correlação e regressão18, sempre levando em conta a viabilidade
desse tipo de procedimento.
17 Em todas as comparações de médias, para amostras independentes, foi realizada a prova
teste t de Student e ANOVA, considerando um nível de significância de 95%. 18 Seguindo os parâmetros comuns a qualquer estudo estatístico desta natureza, foram
contemplados na análise das variáveis o teste qui-quadrado de Pearson, e os estudos
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
24 Núcleo de Práticas Pedagógicas
É importante salientar que a maior parte das análises realizadas utilizou o
conjunto dos dados, somando as respostas oriundas das três unidades da ESPM
(ESPM SP, ESPM Rio e ESPM Sul), uma vez que a desagregação e o cruzamento
dentro de cada grupo são prejudicados frente a reduzida quantidade de
respostas dos conjuntos. Isso poderia afetar sobremaneira a sua
representatividade e, por consequência, a confiabilidade da análise. As
seções a seguir analisam, em sua primeira parte, os resultados gerais da
pesquisa, considerando-se os quatro estilos de aprendizagem indicados na
primeira parte do texto. Na segunda parte, os dados serão detalhados de
acordo com seis variáveis: a) unidade, b) curso, c) período cursado (1ª e 2ª
metades do curso de graduação e pós-graduação), d) gênero (masculino e
feminino), e) o desempenho de trabalho remunerado ou não e, por fim, f) o
fato de morarem com os pais ou não.
4.1 Resultados gerais
4.1.1 Perfil geral dos respondentes de 2014
Considerando-se o total de respondentes, a proporção de mulheres que
responderam o questionário (56,5%) foi superior à de homens (43,5%). O curso
de Administração foi o que apresentou a maior proporção de respondentes
do gênero masculino (63,3%), enquanto os cursos de Design, Jornalismo e
Relações Internacionais tiveram maior participação feminina, com 77,8%,
70,2% e 64,3% de mulheres, respectivamente. O gráfico a seguir reúne os
percentuais de respondentes masculinos e femininos em cada um dos cursos
da ESPM.
Gráfico 3 – Percentuais de respondentes por curso e sexo
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
de correlação e regressão (linear e logística) por meio de cruzamentos realizados no
software IBM SPSS (Statistical Package for the Social Sciences).
36,7%
57,7%
77,8%64,3%
70,2%60,4% 56,5%
63,3%
42,3%
22,2%35,7% 29,8%
39,7% 43,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
ADM CSO DSG JOR REL POS Total
Feminino Masculino
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
25 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Conforme foi detalhado na seção 2.1, os Estudantes dos cursos de graduação
responderam por 58,2% do total de pesquisados, enquanto a proporção de
Estudantes de pós-graduação foi de 41,8%. Trata-se de um dado relevante, já
que neste ano a pesquisa contou com maior participação dos Estudantes de
pós-graduação: eles passaram de 254 em 2013 para 343 em 2014.
Outro dado importante de se levar em conta nas análises dessa edição da
pesquisa diz respeito à distribuição dos Estudantes de acordo com o período
que estão no curso (1ª ou 2ª metades do curso de graduação e pós-
graduação). No que concerne aos Estudantes de graduação, a proporção de
respondentes que estava na primeira parte do curso (os 4 primeiros semestres)
representou 53% do total, um pouco acima dos 47% observados em 2013. Já a
participação dos Estudantes da 2ª metade do curso (4 últimos semestres) caiu
substancialmente em relação a 2013 (de 22% para 4,5%). Essa redução,
contudo, pode ser explicada não apenas pelo maior peso proporcional da
pós-graduação na distribuição deste ano, mas também pelo fato de que
muitos Estudantes do segundo período do curso já haviam respondido à
pesquisa em 2013 e, por isso, não o fizeram desta vez.
Gráfico 4 - Representatividade da Graduação e Pós-Graduação na amostra
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
No que diz respeito à distribuição daqueles que exercem ou não trabalho
remunerado, 59,9% dos respondentes da pesquisa em 2014 trabalhavam,
contra 53,7% em 2013. Um dos fatores que pode explicar esse crescimento é o
aumento da proporção de respondentes da pós-graduação, cujo perfil é
marcado, em sua maioria, por Estudantes que já estão inseridos no mercado
de trabalho. Quando são cruzados os dados de trabalho/não-trabalho por
período do curso, é possível perceber que a proporção de Estudantes que
trabalham é maior a cada etapa do curso, sendo de 31,8% na 1ª metade da
53,7%
4,5%
41,8%
1ª metade da graduação
2ª metade da graduação
Pós-graduação
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
26 Núcleo de Práticas Pedagógicas
graduação19, 72,8% na 2ª metade e de 94,5% entre os estudantes da pós-
graduação (Gráfico 5).
Gráfico 5 – Percentuais de estudantes que trabalham e não trabalham,
por período do curso
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Entre os respondentes da pesquisa de 2014, 55,8% garantiram ainda morar
com os pais, contra 65,8% dos que participaram da pesquisa de 2013. Mais
uma vez, ressalta-se o fato de existirem entre os participantes deste ano mais
Estudantes de pós-graduação e que já exercem atividade de trabalho
remunerado, provavelmente contribui para um perfil com menor proporção
de respondentes que moram com os pais20.
Gráfico 6 – Percentuais de Estudantes que moram com os pais e não moram
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Mais do que focar em eventuais diferenças de perfil dos respondentes, os
dados comparativos gerais de 2013 e 2014 servem apenas como balizadores
19 Faz-se necessário ressaltar que um dos fatores que influenciam para a menor proporção de
Estudantes que trabalham na 1ª parte da graduação é o fato de as aulas na ESPM ocorrerem
no período da manhã durante os 4 primeiros semestres do curso.
20 Entre os respondentes da pesquisa neste ano, por exemplo, 70% dos estudantes que não
moram com os pais exercem algum tipo de trabalho remunerado.
94,5%
73,0%
32,0%
5,5%
27,0%
68,0%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0%
Pós-graduação
2ª metade da graduação
1ª metade da graduação
Trabalha Não trabalha
Mora com os
pais
55,8%
Não mora com os
pais
44,2%
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
27 Núcleo de Práticas Pedagógicas
para as análises realizadas nas próximas seções. Trata-se, portanto, de um
breve panorama que busca fornecer subsídios para a melhor compreensão
das tendências observadas na pesquisa deste ano e detalhadas a seguir.
4.1.2 Os estilos de aprendizagem dos estudantes da ESPM
Conforme já foi descrito na seção 2.2, o instrumento aplicado nos últimos dois
anos aos Estudantes da ESPM permite traçar um perfil básico dos estilos de
aprendizagem dos respondentes, bem como de sua distribuição de acordo
com uma escala de preferência que contempla cinco pontos em cada estilo:
muito baixa, baixa, moderada, alta ou muito alta (Allonso, Gallego, Honey,
1997). Como também já foi detalhado em páginas anteriores, a escala de
preferência de cada estilo é calculada com base na taxa respostas a 80
questões (cada estilo de aprendizagem, portanto, é contemplado por 20 itens
avaliados). Com base nesse procedimento, o Gráfico 7 apresenta a síntese
dos estilos de aprendizagem dos Estudantes da ESPM de acordo com essa
escala de preferência.
Gráfico 7 – Escala de preferência dos estilos de aprendizagem
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Observa-se que há diferenças significativas na distribuição dos Estudantes da
ESPM pesquisados de acordo com a escala de preferência em cada estilo.
Enquanto há expressiva parcela de Estudantes nas faixas “alta” e “muito alta”
nos perfis “ativo”, “pragmático” e “teórico”, essa proporção é
significativamente mais baixa no que diz respeito ao estilo reflexivo. Em ordem
decrescente, as somas das faixas alta e muito alta em cada estilo são:
Pragmático (53,6%), Teórico (46,4%), Ativo (45,7%) e Reflexivo (15%). Por outro
lado, enquanto a soma as faixas baixa e muito baixa do estilo reflexivo é de
35,7%, ela não passa de 14% nos demais estilos.
Ativo Pragmático Reflexivo Teórico
Muito alta (%) 23,9 26,3 1,1 24,5
Alta (%) 21,8 27,3 13,9 21,9
Moderada (%) 41,3 34,5 49,3 39,8
Baixa (%) 9,7 8,4 23,9 11,1
Muito baixa (%) 3,3 3,5 11,8 2,7
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
28 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Considerando-se, portanto, a distribuição dos respondentes de acordo com a
escala de preferência dos estilos de aprendizagem, é possível afirmar, a priori,
que o estilo que prevalece entre os Estudantes da ESPM pesquisados é o
pragmático, enquanto o que menos se destaca é o reflexivo, a uma distância
significativa dos demais21. Esses dados apontam, inicialmente, para um
primeiro desafio: o aumento significativo da proporção de Estudantes nas
faixas mais elevadas do estilo reflexivo. Essa afirmação será mais bem
detalhada nas seções a seguir, em que outros cruzamentos estatísticos
permitirão compreender tais tendências com mais propriedade.
4.2 Os estilos de aprendizagem em alta preferência
A fim de realizar uma análise mais robusta dos estilos de aprendizagem dos
Estudantes da ESPM pesquisados, um foco especial será dado aqueles que
apresentam alta preferência para um ou mais estilos (ativo, pragmático,
reflexivo e teórico). Agregando-se os Estudantes que se localizam nos dois
pontos mais altos da escala de preferência (alta e muito alta), é possível
perceber a diferença da distribuição desses grupos. O gráfico a seguir
apresenta a proporção de Estudantes em alta preferência22 (destacados em
azul) em comparação com a porcentagem daqueles que não se enquadram
nesse perfil (isto é, que estão nas faixas muito baixa, baixa e moderada).
Como se pode observar, há uma significativa diferença na proporção de
Estudantes do estilo reflexivo, em comparação com os demais grupos: 85% dos
Estudantes da ESPM pesquisados não são reflexivos em alta preferência,
conforme o Gráfico 8.
Gráfico 8 – Estilos de aprendizagem em alta preferência e outras faixas
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
21 É importante salientar que, aproximadamente metade dos estudantes da ESPM pesquisados
(49,3%) se encontra na faixa moderada do estilo reflexivo, em uma proporção muito superior às
demais faixas. 22 Para efeitos de análise neste relatório, serão considerados como “alta preferência” a soma
das faixas alta e muito alta na escala detalhada na seção anterior.
46,4%
15,0%
53,6%
45,7%
53,6%
85,0%
46,4%
54,3%
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 120,0%
Teórico
Reflexivo
Pragmático
Ativo
Alta preferência Outras faixas
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
29 Núcleo de Práticas Pedagógicas
A análise inicial dos dados permite mensurar as proporções de Estudantes com
alta preferência em cada estilo, mas não diz nada, a priori, sobre como esses
diferentes estilos de aprendizagem se relacionam no grupo pesquisado. Em
outras palavras, a despeito da distribuição apontada acima mostrar padrões
parecidos em três dos quatro grupos, é possível dizer que existe algum grau de
relação entre os estilos de aprendizagem no conjunto dos respondentes? Um
estudante que manifesta alta preferência por um estilo de aprendizagem
também apresenta alta preferência por outro estilo ou há grupos distintos,
cada qual manifestando altas preferências por determinado estilo de
aprendizagem? A análise de alguns cruzamentos dos dados sobre os estilos de
aprendizagem permite responder, ao menos em parte, algumas dessas
questões.
Considerando-se a totalidade dos Estudantes da ESPM pesquisados, é possível
afirmar que existe uma relação entre a alta preferência pelo estilo pragmático
(o mais recorrente) e a preferência pelos estilos teórico e ativo. Conforme
indicam os dados do quadro 5, 58,9% dos Estudantes pragmáticos em alta
preferência são também teóricos em alta preferência e 47,5% deles
manifestam alta preferência pelo estilo ativo. Por outro lado, apenas 17,7%
desses Estudantes são reflexivos em alta preferência. A relação entre os três
estilos de aprendizagem em maior destaque no grupo de Estudantes da ESPM
também se mantém em todos os cruzamentos, sempre com expressiva
aproximação entre os estilos pragmático e teórico. Essa aproximação
também pode ser atestada pelo estudo estatístico da Correlação de Pearson.
De acordo com o cálculo realizado, o coeficiente “r” de relação entre essas
duas variáveis (estilos pragmático e teórico) é de 0,4, expressando, de fato,
uma relação significativa entre elas23.
23 O coeficiente de correlação de Pearson é uma medida do grau de relação linear entre duas
variáveis quantitativas. Este coeficiente varia entre os valores -1 e 1. O valor 0 (zero) significa que
não há relação linear, o valor 1 indica uma relação linear perfeita e o valor -1 também indica
uma relação linear perfeita mas inversa, ou seja, quando uma das variáveis aumenta a outra
diminui. Quanto mais próximo estiver de 1 ou -1, mais forte é a associação linear entre as duas
variáveis.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
30 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Quadro 5 – Distribuição percentual de alta preferência pelos outros estilos de aprendizagem
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014.
Além da significativa correlação dos pares pragmático-teórico (e, em menor
grau, do pragmático-ativo), outra relação chama atenção: entre os estilos
reflexivo e teórico, que apresentam coeficiente “r” de correlação de Pearson
de 0,46. Essa relação se mostra mais evidente quando são analisados
especificamente os Estudantes reflexivos em alta preferência. Neste grupo
específico, quase oito em cada dez Estudantes (77,2%) também manifestam
alta preferência pelo estilo teórico. É importante salientar que, neste primeiro
momento, os dados estão sendo considerados em sua totalidade, sem levar
em conta eventuais diferenças entre as unidades, cursos, gênero, períodos do
curso e outras variáveis, que serão objeto de análise nas próximas seções.
Dos 821 Estudantes da ESPM que participaram da pesquisa, apenas 19 (2,3%)
manifestam alta preferência pelos quatro estilos de aprendizagem (sendo 10
da graduação e 9 da pós-graduação), e outros 259 (31,5%) possuem pelo
menos dois estilos de aprendizagem em alta preferência, combinando, em
geral, o estilo pragmático com o teórico e /ou o ativo.
Um dos aspectos mais interessantes, do ponto de vista do potencial analítico
desta pesquisa, é compreender quais são os elementos que mais pesam na
definição da alta preferência dos Estudantes por um ou mais estilos de
aprendizagem. Trata-se de uma dimensão de estudo extremamente relevante,
sobretudo no sentido de fornecer subsídios para futuras ações por parte de
Professores, gestores e demais funcionários junto aos Estudantes da ESPM. O
Quadro 6 apresenta a distribuição das respostas positivas registradas pelos
Estudantes que manifestam alta preferência em cada estilo de aprendizagem
47,5%
17,7%
58,9%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Ativo Reflexivo Teórico
Pragmático (alta preferência)
55,7%
8,5%
31,5%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Pragmático Reflexivo Teórico
Ativo (alta preferência)
26,0%
63,4%
77,2%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Ativo Pragmático Teórico
Reflexivo (alta preferência)
31,0%
68,0%
24,9%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Ativo Pragmático Reflexivo
Teórico (alta preferência)
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
31 Núcleo de Práticas Pedagógicas
analisado24. Conforme foi detalhado na primeira parte deste relatório, cada
estilo de aprendizagem é mensurado no instrumento por um bloco de 20
questões com opções de resposta positiva ou negativa (sim/não), totalizando
80 questões em todo o questionário.
Enquanto no bloco de questões referentes ao estilo de aprendizagem ativo,
quatro itens ultrapassam 90% de respostas positivas (20, 26, 51 e 43) e apenas
dois possuem baixíssima adesão (3 e 67); o bloco relacionado ao estilo
pragmático, metade das questões possuem taxa de resposta positiva acima
de 90% (8, 12, 14, 22, 30, 40, 47, 52, 53 e 56) e em apenas três itens, as respostas
“sim” estão abaixo dos 50% (62, 72 e 76). No que diz respeito, por sua vez, ao
estilo reflexivo, a grande maioria dos itens (13 de 20) possui altas taxas de
resposta positiva que ultrapassam 90% (10, 18, 19, 28, 31, 32, 34, 44, 63, 69, 70 e
79), sendo que nas duas últimas (70 e 79) 100% dos Estudantes reflexivos em
alta preferência deram respostas positivas aos itens avaliados. No que
concerne, por fim, ao estilo teórico, sete itens possuem altíssimas taxas de
respostas “sim” (2, 6, 17, 29, 29, 54 e 64) e em apenas duas (23 e 25) há adesão
de menos da metade dos Estudantes. O quadro 6b, por sua vez, detalha quais
são os temas e categorias que possuem maior incidência de respostas
positivas em cada bloco dos estilos de aprendizagem, apresentando uma
breve análise qualitativa desses temas.
Quadro 6a – Distribuição percentual de respostas em cada estilo de aprendizagem
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
A análise prévia dos dados acima suscita uma dúvida: a porcentagem de
respostas positivas a cada item corresponde, de fato, ao estilo de
24 O questionário da pesquisa, com o enunciado de cada uma das 80 questões, encontra-se
anexado ao fim deste relatório.
Resp.
"sim"
(%)
Resp.
"sim"
(%)
Resp.
"sim"
(%)
Resp.
"sim"
(%)
26 98,9 52 95,5 69 100,0 21 97,6
20 98,7 40 94,5 70 100,0 17 96,6
51 98,4 14 92,5 10 99,2 54 96,6
43 97,1 53 92,5 32 99,2 29 94,5
5 87,2 56 92,3 36 99,2 2 92,1
9 86,7 47 92,0 63 99,2 64 91,1
77 83,5 30 91,6 18 98,4 6 90,0
27 76,8 8 90,9 31 97,6 78 86,9
41 76,8 12 90,7 79 97,6 45 85,6
7 75,2 22 90,7 34 96,7 60 83,7
74 73,6 24 86,6 28 95,1 66 83,2
37 73,3 57 84,5 19 93,5 71 82,7
61 72,5 59 74,5 44 91,9 33 80,6
13 68,8 38 73,4 42 89,4 50 80,1
75 67,2 73 73,0 16 87,8 4 75,6
35 66,1 68 65,5 39 87,0 80 63,8
48 61,6 1 63,9 49 83,7 11 60,1
46 53,9 76 48,9 55 82,9 15 50,4
67 34,9 62 47,5 58 79,7 25 47,0
3 34,7 72 31,1 65 66,7 23 46,7
Blo
co d
e Q
uest
ões
- Ativ
o
Blo
co d
e Q
uest
ões
- Pra
gmát
ico
Blo
co d
e Q
uest
ões
- Ref
lexi
vo
Blo
co d
e Q
uest
ões
- Teó
rico
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
32 Núcleo de Práticas Pedagógicas
aprendizagem a que pertence? Isto é, os itens relacionados ao estilo ativo, por
exemplo, têm mais respostas positivas dos Estudantes “ativos” ou tem a mesma
proporção de adesão pelos demais Estudantes?
Foram analisadas as distribuições percentuais das 80 respostas do questionário
em todos os grupos estudados e dos 180 cruzamentos possíveis, em 163 (90,6%)
as correspondências se aplicam. Isso significa que a escala utilizada para
agrupar os Estudantes de acordo com alta preferência por cada estilo não
apenas é válida como, de fato, é a que melhor se aplica entre os Estudantes
da ESPM que responderam ao instrumento.
Nesta seção, as análises desenvolvidas se referiram à massa total de dados,
isto é, à totalidade dos Estudantes da ESPM que participou da pesquisa, de
todos os cursos e unidades da Escola. Faz-se necessário, contudo, desagregar
esses dados em unidades de análise que permitam examinar eventuais
diferenças de perfil, de acordo com um conjunto de variáveis previamente
escolhidas. As próximas seções tratarão especialmente dessas diferenças, com
foco especial para a análise por unidade (ESPM SP, ESPM Rio, ESPM Sul), curso,
período do curso (1ª ou segunda metade da graduação e pós-graduação),
gênero (masculino e feminino), realização de atividade de trabalho
remunerada, e moradia com os pais.
Quadro 6b.
O que os Estudantes da ESPM mais valorizam em cada estilo de
aprendizagem?
Em cada bloco referente aos estilos de aprendizagem, algumas questões tiveram
grande incidência de respostas positivas, superando, em muitos casos, a proporção
de 90%. A análise dessas questões permite compreender que aspectos avaliados
foram mais relevantes na preferência do Estudante em cada um dos estilos de
aprendizagem.
No que concerne primeiramente ao estilo ativo, dois aspectos se destacaram
entre os que tiveram maior adesão dos Estudantes com alta preferência por esse
estilo de aprendizagem: a busca pelo novo e a valorização da espontaneidade.
Entre os itens mais realçados pelos Estudantes desse grupo, há afirmações como:
“Estimula-me o fato de fazer algo novo e diferente” (98,7%), “Gosto de buscar novas
experiências” (98,4%), “Apoio ideias novas e espontâneas nos grupos de discussão”
(97,1%), “Gosto de estar perto de pessoas espontâneas e divertidas” (98,9%).
Também há uma segunda faixa de itens com adesão significativa e que diz respeito,
principalmente, ao fato de lançarem mão da intuição tanto em atividades
cotidianas quanto em momentos de tomada de decisão. Isso aparece com força
em itens como: “Costumo deixar-me levar por minhas intuições” (83,5%) e “Penso
que agir intuitivamente pode ser sempre tão válido como atuar reflexivamente”
(75,2%).
Já entre as questões relacionadas ao estilo pragmático, os itens com maior
adesão são aqueles que atribuem forte valor à aplicação prática das ideias e à
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
33 Núcleo de Práticas Pedagógicas
experimentação, tais como: “Quando escuto uma nova ideia, procuro pensar como
colocá-la em prática” (90,7%), “Nas reuniões, eu apoio as ideias práticas e realistas”
(94,5%), “Gosto de experimentar e aplicar as coisas” (95,5%).
A objetividade e a funcionalidade também são duas características que aparecem
com evidência entre as questões com mais respostas positivas nesse grupo: “Em
uma discussão, eu não gosto de rodeios” (90,7%), “Penso que devemos chegar logo
aos elementos chave das questões” (92,5%), “Creio que o mais importante é que as
coisas funcionem” (90,9%).
Chama atenção, neste grupo específico, o fato de também enfatizarem a
adaptação às normas como estratégias para atingir um propósito: “Ajusto-me às
normas quando elas servem para atingir meus objetivos” (92,5%).
No que diz respeito aos itens que compõem o bloco do estilo reflexivo, os pontos
que mais se sobressaem são aqueles ligados à valorização do pensamento analítico
e reflexivo. Isso se revela na alta adesão a afirmações como: “Gosto de analisar
detalhadamente as coisas” (95,1%), “As decisões fundamentadas em minuciosas
análises são mais seguras do que as baseadas na intuição” (91,9%), “Costumo refletir
sobre os assuntos e problemas” (100%).
Há também forte ênfase na necessidade do tratamento meticuloso dos dados e
informações e na importância do planejamento do trabalho: “Sou cauteloso(a) na
hora de tirar conclusões” (97,6%), “Prefiro contar com o maior número possível de
fontes de informação. Quanto mais dados tiver reunido para refletir, melhor” (99,2%),
“Agrada-me quando tenho tempo para planejar meu trabalho e realiza-lo com
responsabilidade” (99,2%).
Finalmente, no bloco de questões concernentes ao estilo teórico, tem
proeminência os pontos ligados ao compromisso com valores e princípios e com a
seriedade do trabalho a ser realizado, conforme se evidencia em itens como:
“Quase sempre procuro ser coerente com meus critérios e escalas de valores. Tenho
princípios e os sigo” (97,6%), “Interessa-me saber quais são os sistemas de valores dos
outros e com que critérios atuam” (90,0%), “Incomoda-me o fato de as pessoas não
levarem as coisas a sério” (94,5%).
Há, ademais, uma clara preocupação quanto à organização metódica e lógica
em seu processo de aprendizagem: “Prefiro as coisas estruturadas do que as
desordenadas” (96,6%), “Nos trabalhos de grupo, prefiro respeitar um método, uma
sequência lógica” (86,9%).
A análise dos itens mais respondidos em cada bloco permite, assim, compreender
melhor as distâncias e aproximações existentes entre os estilos de aprendizagem e,
sobretudo, compreender melhor quais são os aspectos que exercem maior
influência na preferência pelos estilos de aprendizagem no contexto específico dos
Estudantes da ESPM que participaram da pesquisa.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
34 Núcleo de Práticas Pedagógicas
4.3 Comparação por unidade
Os dados referentes à distribuição de preferência dos estilos de aprendizagem
por unidade da ESPM podem ser analisados a partir do procedimento
estatístico proposto por Alonso, Gallego e Honey (1997), que toma como base
a distribuição média do somatório das respostas e que já havia sido utilizado
na pesquisa de 2013. A aplicação dessa técnica estatística revela que os
Estudantes da ESPM-SP apresentam maior tendência de preferência pelos
estilos pragmático e teórico, tal como havia sido detectado no ano passado.
No que diz respeito às unidades da ESPM Rio e ESPM Sul, contudo, só é possível
detectar (em termos de distribuição média) a alta preferência pelo estilo
pragmático. De acordo com a escala aplicada, ainda que o estilo teórico
apresente médias expressivas nas duas unidades, a preferência por ele é
classificada como moderada.
Tabela 1 – Distribuição média dos estilos de aprendizagem por unidade
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Ainda que seja muito interessante para agrupar grandes tendências, a análise
da distribuição média das respostas não permite explorar eventuais distinções
entre os grupos analisados, uma vez que as médias observadas na população
estudada são muito semelhantes. Diante dessa dificuldade, a utilização de
cruzamentos dos percentuais de estilo de aprendizagem por unidade permite
confirmar que, apesar de seguirem padrões de distribuição média parecidos,
há distinções importantes quanto aos estilos que mais se sobressaem em cada
uma das três unidades da ESPM.
Entre os estudantes da ESPM SP, há um relativo equilíbrio na distribuição
percentual entre os estilos pragmático (51,5%), ativo (47,5%) e teórico (45,5%),
ainda que o pragmático predomine, assim como ocorre nas demais unidades.
Nesta unidade da ESPM também se observa a unidade que apresenta a
menor proporção de Estudantes reflexivos em alta preferência: apenas 13,5%,
contra 20,4% na ESPM Rio e 19,9% na ESPM Sul.
Já na ESPM Rio, os estilos de aprendizagem pragmático e teórico são os que
mais se destacam em termos proporcionais, com 53,1% de alta preferência
cada um. Os cenários observados nessas duas unidades se distinguem um
pouco daquele detectado na ESPM Sul, onde o estilo pragmático se sobressai
com grande margem sobre os demais, atingindo o maior nível percentual
entre as três unidades: 63,1%. Ele é seguido, em segundo lugar, pelo estilo
teórico, cujo percentual (48,2%) é bastante superior à dos estilos ativo (38,3%) e
reflexivo (19,9%).
Unidade Ativo Pref. Pragmático Pref. Reflexivo Pref. Teórico Pref.
ESPM-SP 12 Moderada 14 Alta 14 Moderada 13 Alta
ESPM-RIO 12 Moderada 14 Alta 14 Moderada 13 Moderada
ESPM-SUL 12 Moderada 14 Alta 15 Moderada 13 Moderada
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
35 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Gráfico 9 – Distribuição percentual dos estilos de aprendizagem dos Estudantes por unidade
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
A análise da distribuição percentual dos estilos de aprendizagem por unidade
(considerando-se apenas os estudantes com alta preferência) revela,
portanto, a predominância da combinação pragmático-ativo-teórico na ESPM
SP e da combinação pragmático-teórico nas unidades da ESPM Rio e ESPM
Sul, respectivamente.
A despeito das diferenças destacadas acima, a análise da distribuição
percentual dos estilos de aprendizagem permite concluir que o estilo reflexivo
é o que se encontra em patamares mais baixos nas três unidades, chegando a
ter quase um quarto da proporção de incidência observada nos demais
estilos.
4.4 Comparação por curso
No âmbito das comparações por curso, a análise da distribuição média das
respostas25 permite observar que os Estudantes dos cursos de Administração,
Relações Internacionais, Design e Pós-graduação apresentam semelhanças,
na medida em que o estilo pragmático prevalece em preferência alta sobre
os demais. No caso dos cursos de Relações Internacionais e Pós-Graduação,
há também a alta preferência pelo estilo teórico, enquanto no curso de
Design, a combinação se dá com o estilo ativo. No curso de Comunicação
Social, por sua vez, predomina o estilo ativo em alta preferência e, finalmente,
no curso de Jornalismo todos os estilos se manifestam em preferência
moderada, sem que a média atinja o patamar de alta preferência em
nenhum deles.
25 Na aplicação do teste t de Student para amostras independentes, a um intervalo de
confiança de 95%, não se pode afirmar que haja diferenças significativas entre as médias
apuradas, o que permite construir as inferências desta seção.
47,5%
42,9%
38,3%
51,5% 53,1%
63,1%
13,5%
20,4% 19,9%
45,5%
53,1%
48,2%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
ESPM-SP ESPM-Rio ESPM-Sul
Ativo
Pragmático
Reflexivo
Teórico
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
36 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Tabela 2 – Distribuição média dos estilos de aprendizagem por curso
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Do ponto de vista da comparação das médias, há diferenças relevantes em
relação aos resultados observados no ano passado em alguns cursos, como é
o caso de Administração e Design, em que o estilo teórico (em termos médios)
passou de alto para moderado. Em contrapartida, neste último curso, o estilo
ativo deixou de estar em nível moderado para atingir a alta preferência.
O exame mais detalhado da distribuição percentual dos estilos de
aprendizagem, mais uma vez, permite detectar diferenças relevantes entre os
perfis dos cursos. Se em termos gerais, 53,6% dos Estudantes da ESPM são
pragmáticos em alta preferência, esse percentual varia significativamente
entre os cursos: entre 28,6% no curso de Jornalismo e 63,8% no curso de
Relações Internacionais (gráfico 9). Enquanto o segundo estilo mais
predominante entre os Estudantes da ESPM, o estilo teórico, alcança mais que
cinco em cada 10 Estudantes do curso de Relações Internacionais (57,4%) e
Pós-Graduação (54,2%), no curso de Jornalismo ele atinge a alta preferência
de pouco mais que um quarto dos Estudantes (28,6%).
Esse nível de diferença também se assemelha ao observado quanto à
incidência do estilo ativo, cuja porcentagem de alta preferência varia de 34%
no curso de Relações Internacionais para 55,6% em Design. No que concerne,
por fim, ao estilo reflexivo, embora apresente as menores proporções de
Estudantes em alta preferência em praticamente todos os cursos, ele alcança
na Pós-graduação (23,4%) mais que o dobro do percentual observado nos
cursos de Comunicação Social (11,9%), Design (11,1%), Administração (10,8%)
e Jornalismo (7,1%).
Gráfico 9 – Distribuição percentual dos estilos de aprendizagem dos Estudantes por curso
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Curso Ativo Pref. Pragmático Pref. Reflexivo Pref. Teórico Pref.
ADM 12 Moderada 14 Alta 14 Moderada 13 Moderada
CSO 13 Alta 13 Moderada 14 Moderada 12 Moderada
DSG 13 Alta 14 Alta 15 Moderada 13 Moderada
JOR 11 Moderada 13 Moderada 15 Moderada 13 Moderada
REL 12 Moderada 14 Alta 15 Moderada 14 Alta
POS 12 Moderada 14 Alta 15 Moderada 14 Alta
ADM CSO DSG JOR REL POS
Ativo 51,8% 52,7% 55,6% 28,6% 34,0% 39,7% 45,7%
Pragmático 58,3% 44,6% 61,1% 28,6% 63,8% 57,7% 53,6%
Reflexivo 10,8% 11,9% 11,1% 7,1% 23,4% 18,4% 15,0%
Teórico 42,4% 38,1% 33,3% 28,6% 57,4% 54,2% 46,4%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
37 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Tomando-se como referência os percentuais de maior incidência em cada
curso, pode-se dizer, assim, que os estilos pragmático e ativo prevalecem em
alta preferência entre os Estudantes dos cursos de Administração, Design,
Jornalismo e Comunicação Social, enquanto os estilos pragmático e teórico
são mais proeminentes nos cursos de Relações Internacionais e Pós-
graduação.
4.5 Comparação por período do curso
Quando se leva em conta o período do curso em que os Estudantes de
Graduação de encontram, as análises desenvolvidas a seguir tomam como
base duas etapas de referência: a primeira metade do curso (os primeiros
quatro semestres) e a segunda metade dele (os últimos quatro semestres). Do
ponto de vista analítico, esse marcador temporal que separa as duas metades
do curso não foi escolhido de forma aleatória. Trata-se de um importante
marcador na trajetória dos Estudantes da ESPM, uma vez que a partir do
quinto semestre eles reduzem o tempo de permanência no campus das
unidades da Instituição porque passam a frequentar as aulas dos respectivos
cursos no período noturno e a grande maioria passa a se dedicar
simultaneamente à realização de estágio supervisionado.
No que concerne à distribuição média das respostas quanto ao período do
curso, há uma diferença importante em relação ao que foi detectado no ano
passado: em 2013, os Estudantes de todos os períodos do curso manifestaram,
em termos médios, alta preferência pelo estilo pragmático. Em 2014, contudo,
apenas a pós-graduação apresentou alta incidência média desse estilo de
aprendizagem. Por outro lado, os Estudantes da segunda metade da
graduação apresentaram, neste ano, alta preferência pelo estilo teórico,
assim como os estudantes de pós-graduação. Não obstante, a despeito
dessas diferenças citadas, os três grupos manifestaram preferência moderada
pelos demais estilos de aprendizagem26.
Tabela 3 – Distribuição média dos estilos de aprendizagem por período do curso
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
As diferenças entre os três grupos se tornam mais claras, contudo, quando são
analisadas levando em conta a distribuição percentual dos estilos de
aprendizagem por período do curso. Se na primeira metade do curso, há
maior incidência dos estilos de aprendizagem ativo e pragmático, a partir da
segunda metade do curso são os estilos pragmático e teórico que prevalecem
(Gráfico 10). É possível, portanto, estabelecer uma relação entre o perfil dos
26 Considerando esta análise, na aplicação do teste t de Student para amostras independentes
não se pode afirmar que haja diferenças significativas entre as médias apuradas.
Ativo Pref. Pragmático Pref. Reflexivo Pref. Teórico Pref.
1ª metade Grad. 12 Moderada 13 Moderada 14 Moderada 13 Moderada
2ª metade Grad. 12 Moderada 13 Moderada 15 Moderada 14 Alta
Pós-Graduação 12 Moderada 14 Alta 15 Moderada 14 Alta
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
38 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Estudantes da segunda metade do curso e os que estão na pós-graduação.
Em grande medida, esses dois grupos compartilham algumas características
comuns, como o fato de já estarem inseridos em atividades de estágios e/ou
outras atividades de trabalho remunerado e terem maior acúmulo de leituras
teóricas em comparação com os do início do curso. Isso também explica, ao
menos em parte, a maior proeminência do estilo reflexivo a partir da segunda
metade da graduação.
Gráfico 10 – Distribuição percentual dos estilos de aprendizagem dos estudantes
por período do curso
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Nesse sentido, pode se afirmar que os resultados refletem, portanto, a maior
maturidade intelectual que é adquirida pelos Estudantes ao longo do curso,
sem desconsiderar, evidentemente, outras experiências vividas durante o seu
período de formação, até mesmo anteriormente ao Ensino Superior. Estes
resultados reforçam, de modo geral, a tese do Kolb (1976) acerca da
influência exercida por fatores tais como herança cultural, experiências de
vida, e exigências do meio em que está inserido sobre o desenvolvimento dos
estilos de aprendizagem.
4.6 Comparação por gênero
Nas últimas décadas se observa expressivo aumento da participação da
mulher nos ambientes que envolvem estudo e trabalho. De acordo com
dados do último Censo Demográfico do IBGE (2010), havia um contingente
maior de mulheres que de homens entre os universitários de 18 a 24 anos de
idade, representando 57,1% do total de estudantes que frequentam o Ensino
Superior nessa faixa etária. Da população total com essa faixa de idade, 15,1%
das mulheres frequentavam Ensino Superior contra 11,4% dos homens. Além
disso, a proporção de mulheres em idade ativa que se encontrava
trabalhando ou procurando trabalho subiu de 50,1% em 2000 para 54,6% em
2010 (IBGE, 2010).
Estes dados reforçam a emergência de um processo de feminização nas
instituições de educação superior, na circulação internacional de estudantes
universitários, e nas organizações produtivas das economias modernas. A
50,8%
40,5% 39,7%
50,6% 51,4%
57,7%
12,0%
18,9% 18,4%
39,7%
54,1% 54,2%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
1ª metade Grad. 2ª metade Grad. Pós-graduação
Ativo
Pragmático
Reflexivo
Teórico
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
39 Núcleo de Práticas Pedagógicas
consolidação deste cenário no ensino superior brasileiro torna ainda mais
relevante uma questão que é basilar: há diferenças de gênero no processo
de aprendizagem? Em outras palavras, garotas aprendem de forma diferente
dos garotos?
Com base no estudo que compara as médias dos estilos de aprendizagem por
gênero, há uma diferença importante em relação aos resultados do ano
passado. Enquanto em 2013, o estilo pragmático apareceu em alta
preferência, tanto entre os Estudantes do gênero feminino quanto do
masculino, em 2014 ele se manifesta em alta preferência apenas no segundo
grupo. Os Estudantes do gênero feminino, por sua vez, apresentam preferência
moderada quanto ao estilo pragmático, assim como se dá em relação aos
outros três estilos de aprendizagem (Tabela 4)27.
Tabela 4 – Distribuição média dos estilos de aprendizagem por gênero
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Os dados permitiriam apontar com segurança a existência de uma diferença
significativa entre os grupos no que concerne ao estilo pragmático? A análise
das distribuições percentuais de cada estilo no conjunto dos Estudantes do
gênero feminino e masculino não confirma tal hipótese. As proporções dos
estilos de aprendizagem em alta preferência nos dois grupos são muito
parecidas e os testes de Qui-quadrado e Correlação de Person não permitem
estabelecer relação entre ser do gênero masculino ou feminino e ter maior ou
menor preferência a qualquer um dos estilos de aprendizagem28. Em outras
palavras, é possível definir com nível de confiança de 95% que os dois grupos
são estatisticamente muito parecidos.
Gráfico 11 – Distribuição percentual dos estilos de aprendizagem dos Estudantes por gênero
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
27 Foi realizado o teste t de Student para amostras independentes na comparação entre médias
em cada estilo por sexo e ao nível de significância de 95%, não se pode afirmar que haja
diferenças significativas entre as médias de homens e mulheres, em cada um dos demais estilos.
28 Em todas as análises realizadas, os coeficientes de correlação linear “r” entre os pares de
variáveis foram baixíssimos, próximos ao zero.
Gênero Ativo Pref. Pragmático Pref. Reflexivo Pref. Teórico Pref.
Feminino 12 Moderada 13 Moderada 14 Moderada 13 Moderada
Masculino 12 Moderada 14 Alta 15 Moderada 13 Moderada
45,3% 46,2%
51,5%
56,3%
15,1% 14,9%
46,1% 46,8%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Feminino Masculino
Ativo Pragmático Reflexivo Teórico
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
40 Núcleo de Práticas Pedagógicas
4.7 Comparação por estudantes que trabalham ou não
Na análise referente aos estilos de aprendizagem dos Estudantes que
trabalham (na condição de estagiário ou efetivado) e daqueles que ainda
não estão inseridos no mercado de trabalho, os dados revelam que, em
termos médios, os respondentes que não trabalham apresentam preferência
moderada em todos os estilos, enquanto os estudantes que combinam
trabalho e estudo manifestam alta preferência pelos estilos pragmático e,
curiosamente, pelo teórico (tabela 5).
Tabela 5 – Distribuição média dos estilos de aprendizagem por Estudantes que trabalham e não
trabalham
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
O que esse resultado permite inferir? Que as atividades profissionais exercidas
pelos Estudantes da ESPM requerem significativo investimento em horas de
estudo e reflexão para que tenham êxito na elaboração fundamentada de
diagnósticos, desenvolvimento de projetos, proposição de planos de ação
etc.? Suas ocupações, assim, estariam alinhadas com o que Robert Reich
(1993) nomeia de analista simbólico?
Ao menos do ponto de vista da distribuição percentual dos estilos de
aprendizagem nos dois grupos, há elementos que permitem respaldar essa
diferença de perfil. No que concerne ao estilo teórico, a incidência de alta
preferência entre os Estudantes que trabalham (50%) supera em nove pontos
percentuais a observada em entre os que não exercem atividade
remunerada (41%). É também revelador o fato de a proporção de Estudantes
reflexivos em alta preferência ser significativamente maior entre os que
combinam estudo e trabalho (17,9%) em comparação com o outro grupo
(10,6%).
Gráfico 11 – Distribuição percentual dos estilos de aprendizagem dos Estudantes por realização
de atividade de trabalho remunerado
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Ativo Pref. Pragmático Pref. Reflexivo Pref. Teórico Pref.
Trabalha 12 Moderada 14 Alta 15 Moderada 14 Alta
Não Trabalha 12 Moderada 13 Moderada 14 Moderada 13 Moderada
45,5% 45,9%
56,1%
49,8%
17,9%
10,6%
50,0%
41,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Trabalha Não trabalha
Ativo Pragmático Reflexivo Teórico
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
41 Núcleo de Práticas Pedagógicas
A análise dos dados revela, assim, um perfil específico de Estudante que tem
maior tendência à alta preferência pelos estilos teóricos e reflexivos: o
Estudante que se encontra em período correspondente a segunda metade da
graduação e que combina o estudo com o trabalho. O cruzamento dessas
duas variáveis (período do curso e trabalha/não trabalha) permite confirmar
que elas, de fato, possuem grande relação entre si. Conforme sinaliza o
gráfico que segue, enquanto a proporção de Estudantes envolvidos com a
primeira metade do curso é de 32%, ela sobre para 73% na segunda metade
do curso e atinge 94,5% na pós-graduação.
Gráfico 12 – Distribuição percentual dos Estudantes por período do curso e realização de
atividade de trabalho
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
4.8 Comparação por Estudantes que residem ou não com os pais
Tomando-se como pressuposto que os estilos de aprendizagem são
influenciados pelas experiências de vida a que os sujeitos são expostos, e pelas
exigências do meio em que vivem (Kolb, 1976), parece relevante
compreender se a preferência pelos estilos de aprendizagem possui alguma
relação com o local de residência dos Estudantes (se residem ou não com os
pais).
Segundo dados da Pnad 2012 (IBGE, 2012), há cada vez mais jovens de 25 a 34
anos, morando com os pais, no que se convencionou chamar de "geração
canguru". Em dez anos, houve aumento de quase quatro pontos percentuais --
de 20,5% para 24,3% entre 2002 e 2012 dos jovens dessa faixa etária que ainda
moram com os pais. A grande maioria desses jovens trabalha e é escolarizada.
Segundo o IBGE (2012), 91,4% dos jovens de 25 a 34 anos que moram com os
pais estão empregados e a média de anos de escolaridade desse grupo é de
10,8 anos, superior à media dos demais jovens (que é de 9,6 anos). Diante
desse cenário, é relevante investigar se esse fator (morar ou não com os pais)
influenciaria, de algum modo, a forma de aprender dos Estudantes.
94,5%
73,0%
32,0%
5,5%
27,0%
68,0%
0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%
Pós-graduação
2ª metade Graduação
1ª metade Graduação
Trabalha Não trabalha
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
42 Núcleo de Práticas Pedagógicas
No que diz respeito aos Estudantes da ESPM que responderam ao questionário,
a análise da distribuição média das respostas revela que os estilos de
aprendizagem daqueles que residem ou não com os pais não diferem. Em
termos médios, tanto os Estudantes que moram com os pais quanto os que
não moram apresentam alta preferência para o estilo pragmático e
moderada preferência pelos demais, com médias bastante próximas em todos
os casos (Tabela 6).
Tabela 6 – Distribuição média dos estilos de aprendizagem por Estudantes que moram com os
pais e que não moram
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Não obstante, o cruzamento dos dados dos jovens que moram/não moram
com os pais com os relativos à alta preferência pelos estilos de aprendizagem
permite observar que esses dois grupos não são tão homogêneos quanto
parecem. Enquanto entre os Estudantes que moram com os pais o estilo
pragmático realmente prevalece sobre os demais (com 44%), a proporção de
alta preferência pelo estilo teórico (53,8%) supera a do pragmático (51,8%)
entre os Estudantes que residem fora da casa dos pais. Comparativamente, os
Estudantes que não moram com os pais possuem indecência do estilo teórico
de forma muito mais expressiva (53,4%) que os que ainda residem com os pais
(40,8%).
Gráfico 13 – Distribuição percentual dos estilos de aprendizagem dos Estudantes por residência
ou não com os pais
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
É importante ressaltar que, no que concerne ao perfil dos Estudantes da ESPM
que participaram da pesquisa, há uma relação interessante entre as duas
variáveis analisadas (trabalha/não trabalha e mora/não mora com os pais):
mais da metade dos Estudantes que moram com os pais trabalha (52,2%) e
30,3% dos que não residem com eles não exercem qualquer tipo de atividade
de trabalho remunerada, sendo provavelmente sustentados pelos pais na
totalidade de suas despesas.
Ativo Pref. Pragmático Pref. Reflexivo Pref. Teórico Pref.
Mora com os pais 12 Moderada 14 Alta 14 Moderada 13 Moderada
Não mora com os pais 12 Moderada 14 Alta 15 Moderada 13 Moderada
48,9%
41,6%
55,0%51,8%
13,1%17,4%
40,8%
53,4%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Mora com os pais Não mora com os pais
Ativo Pragmático Reflexivo Teórico
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
43 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Tabela 7 – Porcentagem dos Estudantes que moram/não com os pais por realização de
atividade de trabalho remunerado
Trabalha
Não
Trabalha Total
Mora com os pais 48,6% 66,6% 55,79%
Não Mora com os
pais 51,4% 33,4% 44,21%
Total 100,0% 100,0% 100,0%
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
Um dado revelador é que este último grupo (que não mora com os pais e não
trabalha) apresenta uma incidência de alta preferência pelos estilos reflexivo e
teórico muito menor que o grupo de Estudantes que não mora com os pais e
trabalha (gráfico 14). Mais uma vez, portanto, o fato de trabalhar influencia
positivamente para o Estudante ser mais reflexivo e teórico.
Gráfico 14 – Distribuição percentual dos estilos de aprendizagem dos Estudantes por realização
de atividade de trabalho e residência com os pais
Fonte: Pesquisa de Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM, 2014
4.9 Síntese do conjunto de dados: uma proposta de indicador
Em todos os cruzamentos realizados, o estilo de aprendizagem pragmático foi
aquele que, em geral, mais se destacou em alta preferência entre os
Estudantes da ESPM, seguido do teórico e do ativo. Em todos os âmbitos de
análise, o estilo reflexivo é o que aparece em menor nível de preferência.
Quando são analisadas por curso, as combinações de estilo mais
proeminentes são a do pragmático e ativo, nos cursos de Administração,
Design e Comunicação Social; pragmático e teórico nos cursos de Relações
Internacionais e Pós-graduação.
No que concerne ao período do curso em que se encontram, há uma
tendência de os Estudantes da primeira metade do curso de graduação
47,3%
39,1%
49,1%
53,0%
11,8%
19,8%
47,3%
56,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Não mora com os pais e não trabalha Não mora com os pais e trabalha
Ativo Pragmático Reflexivo Teórico
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
44 Núcleo de Práticas Pedagógicas
serem mais pragmáticos e ativos em alta preferência, enquanto que na
segunda metade do curso e na pós-graduação há claramente maior
incidência dos estilos pragmático e teórico, provavelmente devido à maior
maturidade intelectual adquirida no decorrer do curso.
Pode-se aplicar essa mesma lógica quanto aos Estudantes que trabalham e
não trabalham. No primeiro grupo, há maior tendência aos estilos pragmático
e ativo, enquanto entre os que exercem alguma atividade de trabalho
manifestam notadamente os estilos pragmático e teórico em maior
preferência. Em termos gerais, o fato de estar na segunda metade do curso ou
pós-graduação e trabalhar influencia positivamente os Estudantes para a
maior incidência de alta preferência pelos estilos teórico e reflexivo. Esse
mesmo tipo de influência existe entre os Estudantes que não moram com os
pais, em comparação com os que ainda residem com eles.
É importante salientar, por fim, que todos os testes estatísticos realizados
permitem inferir que não existe relação entre o gênero (feminino e masculino)
e a maior ou menor preferência por qualquer um dos quatro estilos de
aprendizagem analisados.
Tendo em vista que o ideal, do ponto de vista da preferência pelos estilos de
aprendizagem, é que haja um equilíbrio entre os quatro estilos, seria
extremamente relevante que se buscasse operacionalizar medidas capazes
não apenas de mensurar o grau de preferência dos Estudantes pelos
diferentes estilos de aprendizagem, mas também de sintetizar esses resultados
em um só indicador. Isso possibilitaria o acompanhamento, em termos
longitudinais, dos resultados de cada unidade e curso, a cada edição da
pesquisa.
A fim de contribuir com esse objetivo, a equipe do Núcleo de Práticas
Pedagógicas da ESPM (NPP) se empenhou na construção de um índice que
pudesse comparar os resultados observados e, assim, possibilitar o
estabelecimento de metas a serem alcançadas ao longo do tempo. Sendo
assim, o Índice de Equilíbrio dos Estilos de Aprendizagem (IEEA) propõe a
síntese dos resultados em uma escala de 0 a 1, em que o resultado “1”
representaria o cenário hipotético em que todos os Estudantes possuíssem alta
preferência por todos os estilos de aprendizagem e o “0” a situação ainda
menos provável de que nenhum Estudante tivesse qualquer preferência pelos
estilos de aprendizagem analisados.
O índice proposto considera dois componentes principais: o peso que cada
estilo de aprendizagem exerce e a distribuição percentual dos estilos de
aprendizagem no grupo estudado. Considerando-se que não há hierarquia de
importância entre os estilos, a fórmula resultante do índice é descrita abaixo:
IEEA: 0,25 x PAtivo + 0,25 x PPragmático + 0,25 x PRflexivo + 0,25 x PTeórico
100
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
45 Núcleo de Práticas Pedagógicas
onde PAtivo, PPragmático, PRflexivo e PTeórico referem-se aos percentuais da
preferências de cada estilo de aprendizagem na população estudada.
Se essa fórmula fosse, assim, aplicada aos dados resultantes do questionário
respondido pelos Estudantes da ESPM em 2014, o cálculo realizado seria:
IEEA: 0,25 x 45,7% + 0,25 x 53,6% + 0,25 x 15,0% + 0,25 x 46,4% = 0,402
100
Isso significa que, em uma escala de 0 a 1, o grau de equilíbrio entre as
preferências pelos estilos de aprendizagem no grupo de Estudantes da ESPM
corresponde a 0,402, menos da metade do considerado ideal.
Esse mesmo cálculo pode ser replicado considerando a amostra por unidade
e curso e os resultados alcançados são os seguintes: ESPM SP: 0,395, ESPM Rio:
0,423, e ESPM Sul: 0,424. De acordo com o cálculo acima, constata-se que na
ESPM Sul e na ESPM Rio o equilíbrio entre os estilos de aprendizagem em alta
preferência é ligeiramente superior ao observado na ESPM-SP.
Esse índice também permite mensurar qual dos quatro estilos de
aprendizagem mais impacta (positiva ou negativamente) para o resultado,
uma vez que cada um deles poderia ser desagregado. Observa-se, com
preocupação os resultados alcançados: IEEA_Ativo: 0,11 – IEEA_Pragmático:
0,13 – IEEA_Reflexivo: 0,04 – IEEA_Teórico: 0,12. Se cada item contribui com o
mesmo peso para o indicador (ou seja, em 25%), é possível concluir que é o
estilo reflexivo aquele que está mais aquém do ideal. Ele representa 0,04
quando o ideal deveria ser 0,25. Até que ponto isso estaria influenciando o
desempenho dos estudantes de graduação da ESPM no Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (ENADE)?
O mesmo cálculo também pode ser replicado para cada um dos grupos de
interesse para análise, como o curso, período do curso, gênero, estudantes
que trabalham/não trabalham e que moram/não moram com os pais, por
exemplo. Isso facilitaria o acompanhamento dos resultados ao longo do
tempo, permitindo detectar os avanços na proporção de cada estilo de
aprendizagem entre os Estudantes.
5. Associando os Estilos de Aprendizagem às Estratégias do Trabalho Docente
Os depoimentos de Professores que fazem uso pedagógico da teoria dos
estilos de aprendizagem associam a adequação das estratégias de trabalho
docente aos estilos de aprendizagem dos Estudantes visando melhoria no
processo e elevação dos resultados. O crescente interesse pela referida teoria
se justifica na medida em que conhecer como os Estudantes aprendem
contribui para a elaboração de Programas de Ensino e Aprendizagem29 mais
29 Anastasiou (2004, p.58) propõe clara distinção entre planos de ensino e programas de aprendizagem.
Enquanto o Programa de Aprendizagem está orientada pela e para a aprendizagem do Estudante, o Plano
de Ensino se concentra em estabelecer a melhor maneira de ensinar os conteúdos programáticos para os
alunos. Para Nérici (1992), estratégia de trabalho docente pode ser definida como a estratégia instrucional
ou o plano de ação didática, uma disposição ou maneira de utilizar métodos e técnicas, com o objetivo de
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
46 Núcleo de Práticas Pedagógicas
ajustados ao perfil dos Estudantes com quem o Professor irá trabalhar e às
especificidades da disciplina que irá conduzir durante o semestre e isso influi
sobremaneira na aprendizagem.
O efeito colateral dessa iniciativa tem sido o respeito à individualidade dos
Estudantes (a), reconhecer a centralidade do Estudante no processo de
aprendizagem (b), a criação de um ambiente que favorece o
autoconhecimento (tanto do Professor, quanto dos Estudantes) (c), a
consciência de que os Estudantes aprendem de forma diferente e isso
pressupõe a exploração de distintas estratégias de trabalho por parte dos
docentes (d), Estudantes e Professores mais satisfeitos com o processo que
envolve o ensino e a aprendizagem (e), além de resultados mais expressivos
em termos de aprendizagem (f).
Ao buscar associar os estilos de aprendizagem a algumas estratégias de
trabalho docente não se pretende simplificar ou instrumentalizar a teoria,
apenas colaborar para que os Professores interessados em explorar
pedagogicamente os estilos de aprendizagem dos Estudantes com quem
trabalham possam se inspirar. Se o estilo de cada sujeito não é um rótulo
estático, a adoção das estratégias de trabalho docente também não o deve
ser. Portanto, não se constitui objetivo deste capítulo do relatório prescrever
estratégias para cada estilo de aprendizagem se não, apontar para
alternativas com potencial de contribuir para a aprendizagem dos Estudantes.
Vale a pena não desconsiderar que ao selecionar as estratégias de trabalho
docente é importante o Professor levar em conta os objetivos justificadores da
disciplina (a), as competências que determinada disciplina ajudará a
desenvolver (b), a natureza dos conteúdos a serem aprofundados (c), o
repertório dos Estudantes (d), e a forma pela qual eles aprendem (e) etc.
Desconsiderar estes elementos, adverte Mazzioni (2009), pode reduzir tanto a
celeridade quanto efetividade da aprendizagem.
O esforço de situar as estratégias de trabalho docente em consonância com
os estilos de aprendizagem está ilustrado na Figura 5. De acordo com a
posição de cada uma das estratégias, dentro de cada estilo posicionado em
um quadrante. É possível observar o quão dinâmicas e permeadas por mais
de um estilo são as possibilidades de explorar as estratégias de ensino e
aprendizagem. As estratégias estão posicionadas conforme descrição dos
estilos propostos por Honey e Mumford (1986).
Assim sendo, levar em conta os estilos de aprendizagem dos Estudantes, pode
tanto auxiliar na escolha de estratégias de trabalho mais adequadas ao perfil
deles, quanto pode auxiliar o próprio Estudante, individualmente, no que
concerne a utilização de estratégias de aprendizagem ajustadas ao seu estilo
predominante, sem desconsiderar a possibilidade de desenvolver os estilos que
ainda se manifestam de forma pouco pronunciada.
tornar o ensino, e por consequência a aprendizagem, mais eficientes à luz dos objetivos justificadores da
disciplina ministrada.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
47 Núcleo de Práticas Pedagógicas
Figura 5. Estilos de Aprendizagem às Estratégias do Trabalho Docente
Fonte: Honey e Mumford, (1986), elaboração própria
Na sequência, os estilos de aprendizagem serão resgatados e associados a
algumas estratégias de trabalho docente. Para aqueles que tiverem interesse
de aprofundar o contato com tais estratégias, visando a sua exploração em
um futuro próximo, o NPP tem mapeado uma bibliografia comentada sobre as
metodologias ativas e publicado no sítio “Sala de Professor”. Além disso, parte
das atividades oferecidas no contexto da Academia Nacional de Professores
tem discutido esse tema. E por fim, em 2014 o NPP publicou um edital que
objetivou convidar os docentes da ESPM a implantar e compartilhar inovações
pedagógicas.
ESTILO ATIVO
1 Gostam de viver novas experiências.
2 Apreciam o aqui e o agora.
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)
Individual ou coletivamente, os estudantes investigam temas de
interesse, envolvendo atividades desafiadoras e autênticas,
realizadas com suporte de um método, proporcionando a
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
48 Núcleo de Práticas Pedagógicas
3 Ficam felizes quando se envolvem com novos projetos.
4 Têm a mente aberta, entusiasmam-se com novidades.
5 Agem primeiro e avaliam as consequências depois. 6 Realizam múltiplas atividades. 7 Lidam com os problemas usando o branstorming. 8 Quando perdem a empolgação por uma atividade, procuram outra que lhes proporcionem grande excitação.
9 São desafiados pelas novas experiências, mas entendiam-se com a implementação ou a consolidação, caso essa tarefa envolva muito tempo. 10 São gregários, buscam atuar com outras pessoas, no entanto, centram ao seu redor todas as atividades. 11 São criativos, têm paixão por aventura, são inventivos, inovadores, comunicativos, líderes, entusiasmados, divertidos, participativos, gostam de aprender e solucionar problemas.
aprendizagem significativa, capaz de colaborar para a
autonomia e a criatividade dos participantes na medida em que
há efetivo esforço autoral. Os estudantes buscam soluções para
temas não triviais explorando recursos como a formulação e o
refinamento de questões, debates, predições, elaboração de
planos e experimentos, coleta e análise de dados,
desenvolvimento de conclusões, comunicação de ideias e
achados ao público, e criação de artefatos que podem ser
escritos, desenhados, representações tridimensionais, vídeos,
fotografias e apresentações baseadas em tecnologia
(BLUMEMFELD et al, 1991).
Oficina (laboratório ou workshop)
Estratégia pela qual um pequeno número de pessoas, entre 15 a
20, com interesses convergentes reúnem-se com o objetivo de
estudar para ampliar e aprofundar o conhecimento de
determinado tema, sob a orientação de um especialista, mas
baseada numa relação horizontal entre os participantes. Nesta
estratégia são empregados recursos como músicas, textos,
observações diretas, vídeos, pesquisa de campo, experiências
práticas, entre outros. Possibilita o aprender a fazer melhor algo,
mediante a aplicação de conceitos e conhecimentos
previamente adquiridos. Ao final, os participantes materializam
suas produções (ANASTASIOU; ALVES, 2004).
Lista de discussão por meio informatizado
Promoção de debate a distância sobre um tema/problema
previamente estudado, mas que haja interesse em aprofundá-lo
por meio eletrônico. Esta estratégia estimula a continuidade dos
debates iniciados em sala de aula e permitem a interação dos
estudantes e a manifestação de suas ideias, cabendo ao
professor acompanhar o processo estabelecendo algumas regras
como a definição dos objetivos da discussão, das
responsabilidades de cada participante, do início e fim de cada
discussão etc. Para tanto, encoraja-se a participação ativa dos
estudantes e ao final, é importante que seja realizada uma
sumarização dos pontos discutidos (GIL, 2011, ANASTASIOU; ALVES,
2004).
Estudo dirigido
Com o acompanhamento do professor e com um roteiro por ele
elaborado, os estudantes realizam atividades intelectuais
orientadas à aprendizagem de conteúdos e para o
desenvolvimento de múltiplas habilidades (identificar, selecionar,
comparar, experimentar, analisar, concluir, solucionar problemas,
por exemplo), sempre respeitando o estilo e o ritmo de
aprendizagem dos estudantes. O professor atua como orientador
e facilitador da aprendizagem, e o estudante desenvolve
habilidades e seus próprios hábitos de trabalho de maneira
independente e criativa para que eles sejam empregados em
situações futuras (OKANE; TAKAHASHI, 2006, ANASTASIOU; ALVES,
2004, LIBÂNEO, 1994).
ESTILO REFLEXIVO
1 Distanciam-se para observar e refletir sobre as experiências a partir de diferentes perspectivas. 2 Coletam dados e refletem sobre eles, antes de
Aula expositiva
Exposição do conteúdo programado, realizada pelo professor
da disciplina, com o suporte de anotações na lousa ou uso de
slides. Na esfera desta estratégia, o professor verbaliza o que
sabe. A aula expositiva pode assumir diversos contornos e revelar
um potencial transformador. Assim, a forma como o professor se
expressa, no sentido da clareza e na forma como compartilha os
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
49 Núcleo de Práticas Pedagógicas
formular e propor alguma conclusão. 3 Entendem que o processo de coleta de dados é o mais interessante, por isto tendem a adiar a elaboração de conclusões. 4 São cautelosos, ponderados, analisam diversos ângulos e respectivas implicações, antes de tomarem alguma atitude. 5 Em ambientes de discussão sentam-se no fundo para ter visão de conjunto. 6 Gostam de observar as pessoas agindo. Ouvem atentamente aos outros e compreendem o que está sendo discutido antes de se pronunciar. 7 São discretos, tolerantes, serenos e mantém um ar levemente distante. 8 Quando agem, consideram o quadro geral, o passado, presente, as observações de terceiros, assim como as suas. 9 São conscientes, ponderados, receptivos, recompiladores, pacientes, cuidadosos, detalhistas,
prudentes, investigativos.
objetivos do trabalho, pode mobilizar os estudantes a interagir e
compartilhar seus conhecimentos, dúvidas etc. (FREITAS, 2008).
Aula expositiva dialogada
Exposição do conteúdo programado, realizada pelo professor
da disciplina, com o suporte de anotações na lousa ou uso de
slides, promovendo a participação ativa dos estudantes. Nesta
perspectiva, o professor cria as condições para os estudantes
questionarem, interpretarem e discutirem o conteúdo em pauta,
a partir do reconhecimento e do estabelecimento de paralelos
com a realidade. (ANASTASIOU; ALVES, 2004). A aula expositiva
dialógica estabelece outro significado para a relação entre o
professor e estudante ao instituir o diálogo como mediador do
trabalho em sala de aula, uma vez que a discussão torna-se
estratégica para o estudante confrontar suas ideias com os
pensamentos de seus interlocutores (professor, colegas, autores
e textos de referência, atividades práticas etc.). O objetivo é
aprofundar os conhecimentos que o estudante já possui no
âmbito do tema abordado (LIMA; FREITAS, 2008).
Fórum
Trata-se de uma reunião na qual todos os participantes do grupo
têm a oportunidade de colaborar no debate de um problema
previamente formulado. Sob esta perspectiva, a participação
neste espaço pressupõe preparo, via de regra, resultante de
leituras adequadas, achados de pesquisas já realizadas, resgates
ao background do próprio participante, entre outras. Esta
estratégia promove a organização do pensamento do
estudante e colabora para a sua ampliação na medida em que
ele é associado a outras fontes de dados. A apropriação do
espaço de discussões e reflexões, na perspectiva do fórum gera
colaborações, ideias. É uma oportunidade para valorizar o
conhecimento balizado no ambiente cujas condições
favorecem a expressão de opiniões pessoais, tanto quanto a
discussão das mesmas, minimizando o acúmulo de debates
improfícuos, destituídos de solidez teórica (OLIVEIRA, 2005).
Grupo de verbalização e de observação
Sob a coordenação de um professor, o Grupo de Verbalização
(GV) e o Grupo de Observação (GO) são formados para
aprofundar a análise de um tema/problema. É uma estratégia
aplicada com sucesso ao longo do processo de construção do
conhecimento, considerando que requer leituras e estudos
preliminares, ou seja, um contato inicial com o tema
(ANASTASIOU; ALVES, 2004). A partir da divisão da classe em dois
grupos, o GV assume a função de discutir o tema, previamente
preparado. Apenas o GV fala e discute durante um tempo
determinado pelo professor, sendo necessário o engajamento
de todos os participantes. Já a função do GO constitui-se em
observar o trabalho do GV, realizando a avaliação do
desenvolvimento da discussão e o comportamento do grupo.
ESTILO PRAGMÁTICO
1 Gostam de testar ideias, teorias e técnicas para examinar o seu funcionamento. 2 Buscam novas ideias para serem aplicadas.
Estudo do meio (ou práticas vivenciais)
Técnica de ensino interdisciplinar que promove o contato direto
(vivenciado) dos estudantes com o fenômeno da realidade que
se deseja estudar e produzir novos conhecimentos – a exemplo
de visitas técnicas. No âmbito desta estratégia, são criadas as
condições para o contato com a realidade, um meio qualquer,
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
50 Núcleo de Práticas Pedagógicas
3 Ao concluir um curso têm inúmeras ideias e mal podem esperar para implementá-las. 4 Gostam de dar andamento a situações, agem com rapidez e confiança quando estão atraídos por uma nova ideia. 5 Tendem a mostrar impaciência em discussões longas, prolixas e inconclusas. 6 São essencialmente práticos, realistas, gostam de tomar decisões e resolver problemas com objetividade. 7 Encaram problemas e oportunidades como desafios. 8 Têm uma alma de técnicos, são ágeis, decididos, objetivos, organizados e gostam de aplicar o que aprenderam solucionado problemas.
rural ou urbano, que se decida estudar. Esta estratégia visa a
imersão orientada na complexidade de um determinado
assunto, o estabelecimento de diálogos inteligentes com o
mundo, cujo objetivo constitui-se em produzir novos
conhecimentos. (ANASTASIOU; ALVES, 2004; LOPES;
PONTUSCHKA, 2009).
Método de análise e solução de problemas (MASP)
Método de caráter prescritivo, racional, estruturado e
sistemático para o desenvolvimento de um processo de melhoria
e manutenção no ambiente organizacional, cujo objetivo reside
em encontrar soluções para problemas previamente formulados,
de maneira científica e efetiva, permitindo que o sujeito se
capacite para resolver os problemas específicos que estejam
sob a sua responsabilidade (COLENGUI, 2007).
Jogo de empresa (ou simulação empresarial)
Leva-se em conta a existência de um sistema organizacional
simulado, onde os estudantes são convidados a participar como
tomadores de decisão, ao assumirem o papel de
administradores de empresa. Neste sentido, os estudantes
tornam-se agentes do processo, desenvolvendo habilidades na
tomada de decisões no nível administrativo. Por esta trilha, eles
podem experimentar ações interligadas em ambientes de
incerteza; tomando decisões de caráter estratégico e tático no
que concerne ao gerenciamento de recursos materiais ou
humanos da empresa (MARION; MARION, 2006).
Casos para ensino
Reconstrução de uma situação real em que os estudantes são
munidos de dados e informações capazes de subsidiar
exercícios que evoluem da análise para a discussão em grupo, e
formulação de soluções para o problema proposto. Esta
estratégia baseia-se na apresentação de circunstâncias factíveis
(verídicas) em que os estudantes são conduzidos à desenvolver
exercícios de reflexão sobre a conjuntura estudada. Nessa
estratégia de ensino primeiramente é apresentado um
problema, na sequência ele será analisado e, em algumas
situações, ele será resolvido (IKEDA et al., 2006).
ESTILO TEÓRICO
1 Adaptam e integram observações teóricas de forma lógica. 2 Raciocinam de modo lógico, linear e por etapas. Conseguem relacionar fatos aparentemente desconexos, formando constructos teóricos coerentes. 3 São perfeccionistas e não descansam até que as coisas estejam em ordem e façam sentido em um esquema racional. 4 Interessam-se por
Workshop
Trata-se de uma reunião em que os participantes – estudantes e
professores – têm interesse por determinado tema e por isso
mesmo se preparam para discuti-lo analiticamente. Este tipo de
encontro cria condições para aprender a fazer melhor algo,
considerando a aplicação de conceitos e conhecimentos
previamente adquiridos. (ANASTASIOU; ALVES, 2004).
Ensino com pesquisa
Utilização de procedimentos típicos do método científico para
promover a construção ou a reconstrução do conhecimento a
partir de um tema de interesse. Na perspectiva de um exercício
autoral, o estudante terá a oportunidade de organizar os
materiais, coletar dados, relacionar fatores e ainda produzir um
relatório com os achados da investigação. O emprego desta
estratégia proporciona o desenvolvimento de competências
mais amplas tendo vista que o estudante necessitará trabalhar
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
51 Núcleo de Práticas Pedagógicas
pressupostos, princípios, teorias, modelos e pensamentos sistêmicos. 5 Prezam a racionalidade e a lógica. Tendem a ser analíticos e racionais. 6 Abordam problemas sempre de forma lógica. Sentem-se desconfortáveis com julgamentos subjetivos e divagações. 7 São disciplinados, sistemáticos, metódicos, críticos, não trabalham sem planejamento e cronograma.
com fontes de dados e desenvolver competências para
interpretá-los, ampliando seu vocabulário e conhecimento
(MASSETO, 2003).
Estudo de texto
Estudo de um tema/problema desenvolvido por um ou mais
autores na perspectiva de uma leitura dialogada dos textos
lidos. A partir das ideias propostas pelos autores lidos realiza-se o
estudo crítico das proposições (ANASTASIOU; ALVES, 2004). O
desenvolvimento de resumos e resenhas a partir dos textos
estudados pressupõe interpretação, organização, identificação
de objetivos, capacidade de síntese e de produção escrita
(DIAS, 2008).
Orientação
Estratégia de ensino em que o professor acompanha os
estudantes de forma sistemática e colabora no plano técnico,
teórico ou metodológico para a superação das dificuldades
que eles enfrentam no curso do processo de aprendizagem. A
apropriação desta estratégia valoriza a ideia de educar pela
pesquisa onde o docente assume o papel de orientador
caracterizando-se como alguém que pode mobilizar o
estudante a produzir de forma autoral (ANASTASIOU; ALVES,
2004; DEMO, 1994).
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
52 Núcleo de Práticas Pedagógicas
6. Considerações finais
Com o objetivo de compartilhar os resultados parciais da pesquisa em curso,
cuja intenção é mapear os estilos de aprendizagem dos Estudantes da ESPM,
este documento apresenta elementos que colaboram para se avançar nas
discussões em torno da aprendizagem, particularmente, dos estilos de
aprendizagem.
A despeito das diferenças destacadas em cada seção, a análise da
distribuição percentual dos estilos de aprendizagem revela dois pontos que se
sobressaem perante os demais e perpassam todo o estudo. O primeiro deles é
o fato de o estilo reflexivo se encontrar em patamares mais baixos nas três
unidades, independentemente do critério de análise utilizado, chegando a ter
quase um quarto da proporção de incidência observada dos demais estilos.
Isso também se evidencia no desbalanceamento existente entre os estilos de
aprendizagem a partir do cálculo do Índice de Equilíbrio dos Estilos de
Aprendizagem (IEEA), proposto na seção 4.9. A elevação do percentual de
alta preferência do estilo reflexivo consiste, assim, em um importante desafio
para todos os cursos da ESPM, uma vez que a reflexão é parte essencial da
aprendizagem, sem a qual o ciclo de aprendizagem, para usar os termos de
Kolb (1984), não se completa. Os dados permitem apontar, em suma, para a
existência de uma lacuna do processo de aprendizagem dos Estudantes da
ESPM justamente na dimensão que Kolb define como “observação reflexiva”,
conforme está indicado pela figura 6.
Figura 6. Ciclo de aprendizagem
Fonte: KOLB (1984) apud DIAS, SAUAIA & YOSHIZAKI (2013, p.482)
O segundo ponto que perpassa toda a análise dos dados diz respeito à
relação que parece existir entre o exercício da atividade de trabalho por
parte dos Estudantes da ESPM e a sua maior preferência pelo estilo reflexivo.
Em todos os cruzamentos realizados, a despeito de o estilo reflexivo ser o
menos proeminente, ele sempre aparece com maior incidência entre os
Estudantes que trabalham em comparação com os que não trabalham. A
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
53 Núcleo de Práticas Pedagógicas
inserção no mundo do trabalho exerce importante influência sobre a forma
como os Estudantes enxergam em suas trajetórias a concretização de uma
lógica de aprendizagem e de formação, atribuindo sentido às escolhas feitas
e aos caminhos percorridos (Dubar, 1998; 2005). Mas o que explicaria esse
resultado para o grupo específico dos Estudantes da ESPM? Há algo na
atividade do trabalho que cria condições favoráveis à reflexão? Esta é uma
das trilhas de investigação mais profícuas para as próximas edições da
pesquisa e sobre a qual será direcionado um olhar mais apurado.
Não constitui objetivo desta pesquisa, contudo, imprimir rótulos aos Estudantes
da ESPM, tampouco reduzir a quatro estilos a complexidade que caracteriza
as pessoas. Trata-se apenas de um primeiro passo na trilha teórica e
metodológica escolhida para iniciar o desvelamento de como os Estudantes
desta instituição aprendem. Tanto os resultados de 2013 quanto os de 2014
revelam que todos os Estudantes possuem os quatro estilos e o que varia é a
intensidade de preferência que se manifesta em cada um.
Uma vez que os Estudantes aprendem de forma diferente, em velocidade e
intensidade diversas, torna-se pertinente questionar a importância de se
diversificar as estratégias de trabalho exploradas pelos Professores no intuito de
isso influir sobre a aprendizagem desejada. A diversificação das estratégias
pode contemplar mais de um estilo de aprendizagem e promover o equilíbrio
entre as preferências no que concerne aos quatro estilos investigados.
A utilização de maior número de estratégias pode favorecer a aprendizagem
de um número maior de Estudantes na medida em que, enquanto atende ao
estilo de aprendizagem de uns, desenvolve as preferências dos demais estilos
em outros. Tomando-se como premissa que isso torne uma prática do
docente, poder-se-ia realizar um balanceamento entre as preferências pelos
estilos.
6.1 Limitações da pesquisa em curso
A aplicação de um questionário – por mais testado que esteja – parece
insuficiente para dar conta de fundamentar com segurança a formulação de
diagnósticos precisos acerca dos estilos de aprendizagem dos Estudantes.
Não há dúvida de que a combinação de dados resultantes da aplicação do
questionário com materiais decorrentes da exploração de técnicas
qualitativas podem ajudar a tecer diagnósticos mais finos, apurados,
confiáveis acerca dos estilos de aprendizagem dos Estudantes. Mas isso requer
um investimento maior em tempo, recursos financeiros e humanos. Talvez,
cada Professor, em virtude de seu interesse de conhecer os Estudantes com
quem irá trabalhar por um período possa assumir esta responsabilidade. Isso
certamente repercutirá favoravelmente no relacionamento que estabelecerá
com a Turma. Nesse sentido, o NPP teria todo o interesse de colaborar.
A experiência aqui relatada se trata do segundo contato da equipe com o
tema. Isso equivale a dizer que ainda não houve o tempo necessário para se
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
54 Núcleo de Práticas Pedagógicas
mapear a literatura com a profundida desejada e fazer escolhas criteriosas em
termos de percursos teóricos, metodológicos e técnicos – mas ao se comparar
o relatório de 2013 e o relatório de 2014 é possível verificar os avanços
realizados pela equipe de pesquisadores.
Isso não deixa de ser uma limitação quando se leva em conta a proliferação
de termos e conceitos utilizados pelos autores para expressar ideias próximas.
Para exemplificar, dependendo do autor se encontram termos tais como
"estilos de aprendizagem", "abordagens aprendizagem", "estilos cognitivos",
"estilos conativos” e “estruturas cognitivas”; “estilo de pensamento”, “estilos de
ensino”, “estilos motivacionais”, “orientações de aprendizagem”, “condições
de aprendizagem”, entre outros. Alguns autores deixam dúvidas se os estilos de
aprendizagem seria uma teoria, um método, ou uma ferramenta que colabora
para a formulação de diagnósticos. Possivelmente isso explique o uso
combinado de termos tais como "modelos", “Instrumentos” e “estoques”.
Por se tratar de uma pesquisa de caráter extensivo, houve necessidade de se
escolher um dos 70 questionários desenvolvidos (1), fazer adaptações que
tornassem os enunciados mais claros para os respondentes (2), desenvolver um
software capaz de disponibilizar o questionário no BlackBoard, permitir o seu
preenchimento, e gerar relatórios de acordo com as categorias de análise
inicialmente escolhidas (unidade, curso, momento do curso – 1a ou 2a metade
–, gênero, local de residência, inserção no mercado de trabalho) (3). Todo
esse esforço representou progressos e recuos, exigindo muito da equipe
envolvida e apontando limites nos resultados parciais.
A primeira rodada do levantamento de dados não foi antecedida de uma
campanha de divulgação capaz de sensibilizar a participação de Estudantes
e Professores. Essa decisão se deveu ao receio de iniciar uma investigação
sobre um tema em que se tinha poucas referências teóricas e metodológicas
e se testava os recursos disponibilizados pela área de TI da ESPM já envolvendo
importante número de interessados no processo e resultados. Tanto é que a
ideia original residia em trabalhar com os Estudantes da ESPM RJ como piloto.
A segunda rodada da pesquisa, por sua vez, contou com o apoio de
professores que submeteram projetos pelo edital do Programa de Inovação
Pedagógica e que aplicaram o instrumento aos estudantes de suas turmas,
além da colaboração na divulgação por parte de alguns Estudantes de
mestrado em Gestão Internacional da ESPM-SP, no âmbito das disciplinas
“Didática do Ensino Superior” e “Estágio de Docência”.
Uma limitação de ordem técnica é a extração de relatórios do sistema
desenvolvido pelo departamento de TI, da ESPM. De acordo com os analistas
da área, o volume de dados coletados impossibilitou que o relatório fosse
extraído de uma só vez. Assim sendo, para efeito deste relatório, os dados
foram extraídos pelos filtros de unidade e semestre e este procedimento gerou
15 planilhas, assim como já havia ocorrido em 2013.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
55 Núcleo de Práticas Pedagógicas
6.2 Desdobramentos da pesquisa em curso
A cada primeira metade do ano, o NPP pretende atualizar e ampliar
quantitativamente a coleta de dados. Isso permitirá, no segundo semestre de
cada ano, a geração de relatórios por unidade, curso e semestre. Além das
tabulações e cruzamentos de dados, a utilização do Índice de Equilíbrio dos
Estilos de Aprendizagem30 em suas diferentes dimensões de análise. Espera-se
dessa forma colaborar para o planejamento dos Professores, particularmente
daqueles que tiverem interesse em participar da pesquisa.
Paralelamente, pretende-se investir na construção de outros instrumentos de
coleta que, quando combinados ao questionário, sejam capazes de gerar
dados e informações que, quando descritos, interpretados e analisados,
possam fundamentar diagnósticos mais substantivos sobre os estilos de
aprendizagem de Estudantes e Professores. Levando em conta que a forma
pela qual o Professor aprende, influi sobremaneira na forma como ele ensina.
Entre os estudos que poderiam contribuir de forma expressiva para a melhor
compreensão dos resultados apontados neste relatório e que estão no
horizonte de atuação do NPP, pode-se citar:
— a realização de um estudo comparativo da massa de dados de
2013 e 2014, tendo como foco a geração e análise de
indicadores como o proposto neste relatório.
— a realização de um estudo de painel, com o acompanhamento
dos Estudantes que participaram da pesquisa em 2013 e 2014.
— a realização de um estudo qualitativo sobre estilos de
aprendizagem, a partir de entrevistas em profundidade e/ou
grupos focais, com os estudantes das três unidades da ESPM.
— a realização de uma pesquisa cujos resultados ajudem a
entender como os estudantes estudam, tendo como categorias
de análise os quatro estilos de aprendizagem e como
subcategorias a motivação para os estudos, o planejamento das
atividades de estudo, as ações orientadas para o estudo e a
avaliação de resultado.
Por fim, o NPP irá explorar diversos canais para divulgar interna e externamente
os resultados parciais e finais por edição da pesquisa em curso, levando em
conta o público formado por Estudantes, Professores e Pesquisadores. No
âmbito interno, pretende-se inspirar ações de inovação pedagógica entre os
Professores e colaborar para exercícios de autoconhecimento entre os
Estudantes.
30 A elaboração do Índice de Equilíbrio dos Estilos de Aprendizagem está descrita em detalhes
na seção 4.9.: Síntese do conjunto de dados: uma proposta de indicador.
Mapeamento dos Estilos de Aprendizagem dos Estudantes da ESPM - 2014
56 Núcleo de Práticas Pedagógicas
No ambiente externo, pretende-se elaborar artigos que permitam o diálogo
com a comunidade acadêmica que investiga o tema para testar a validade
dos resultados parciais alcançados até o momento.
Nesse sentido, algumas iniciativas já foram colocadas em prática em 2014, a
exemplo de exposições dialogadas promovidas para um grupo de professores
na ESPM Rio, na ESPM Sul e na ESPM SP pós-graduação lato sensu e para um
grupo de estudantes na ESPM Sul.
Paralelamente, artigos com os resultados mais recentes das pesquisas estão
sendo desenvolvidos para submissão a congressos nacionais e internacionais.
Além disso, todas as publicações oriundas das pesquisas realizadas pelo NPP
têm sido disponibilizadas no novo site da Sala dos Professores, por meio da
página do Núcleo de Pesquisa e Publicação (NuPP).
Essa ação também inclui a preparação de materiais especiais de divulgação
dos resultados aos Estudantes da ESPM, com uma linguagem acessível e que
busque não apenas estabelecer com eles um canal constante de
comunicação, mas, principalmente, que promova a disseminação dos
princípios estabelecidos no PDA, sobretudo em relação à sensibilização dos
Estudantes quanto ao seu papel de sujeitos em seu processo de
aprendizagem.
Referências
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Apêndice 1 – Questionário
QUESTIONÁRIO HONEY-ALONSO DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM Autores: Catalina Alonso, Domingo Gallego
INSTRUÇÕES PARA RESPONDER AO QUESTIONÁRIO
Este questionário está sendo aplicado para identificar seu estilo preferido de aprendizagem. Não existem respostas corretas nem erradas. Será útil na medida que seja sincero(a) em suas respostas. Se está mais de acordo do que em desacordo com o item coloque um (+). Se está mais de desacordo do
que em acordo com o item coloque um (-). O questionário é anônimo
Mais(+) Menos(-)
1. Tenho fama de dizer o que penso, sem rodeios.
2. Estou seguro(a) do que é bom e do que é mau, do que é certo e errado.
3. Recorrentemente eu tomo decisões, sem levar em conta as consequências.
4. Recorrentemente, eu resolvo os problemas metodicamente.
5. A formalidade inibe a atuação espontânea das pessoas.
6. Interessa-me saber quais são os sistemas de valores dos outros e com que critérios atuam.
7. Penso que agir intuitivamente pode ser sempre tão válido como atuar reflexivamente.
8. Creio que o mais importante é que as coisas funcionem.
9. Procuro estar atento(a) ao que acontece aqui e agora.
10. Agrada-me quando tenho tempo para planejar meu trabalho e realizá-lo com responsabilidade.
11. Espontaneamente, adotei uma alimentação saudável, estudo e faço exercícios regularmente.
12. Quando escuto uma nova ideia, procuro pensar como colocá-la em prática.
13. Prefiro as ideias originais e novas mesmo que não sejam práticas.
14. Ajusto-me às normas quando elas servem para atingir meus objetivos.
15. Recorrentemente, entendo-me bem com pessoas reflexivas, e tenho dificuldade para conviver com pessoas demasiadamente espontâneas e imprevisíveis.
16. Escuto mais do que falo.
17. Prefiro as coisas estruturadas do que as desordenadas.
18. Quando tenho acesso à informação, trato de interpretá-la bem, antes de manifestar alguma conclusão.
19. Antes de fazer algo, estudo com cuidado e pondero suas vantagens e inconvenientes.
20. Estimula-me o fato de fazer algo novo e diferente.
21. Quase sempre procuro ser coerente com meus critérios e escala de valores. Tenho princípios e os sigo.
22. Em uma discussão, não gosto de rodeios.
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60 Núcleo de Práticas Pedagógicas
23. Não me agrada envolvimento afetivo no ambiente de trabalho. Prefiro manter relações profissionais.
24. Prefiro as pessoas realistas e pragmáticas do que as teóricas.
25. É difícil ser criativo(a) e romper com as estruturas.
26. Gosto de estar perto de pessoas espontâneas e divertidas.
27. Recorrentemente, expresso abertamente como me sinto.
28. Gosto de analisar detalhadamente as coisas.
29. Incomoda-me o fato de as pessoas não levarem as coisas a sério.
30. Atrai-me pode experimentar e praticar as últimas técnicas e novidades.
31. Sou cauteloso(a) na hora de tirar conclusões.
32. Prefiro contar com o maior número possível de fontes de informação. Quanto mais dados tiver reunido para refletir, melhor.
33. Tenho tendência a ser perfeccionista.
34. Prefiro ouvir a opinião dos outros antes de expor a minha.
35. Gosto de levar a vida espontaneamente e não ter que planejá-la.
36. Nas discussões, eu gosto de observar como os outros participantes atuam.
37. Sinto-me incomodado(a) com as pessoas caladas e demasiadamente analíticas.
38. Frequentemente, eu julgo as ideias dos outros, por seu valor prático.
39. Angustio-me quando eu sou obrigado(a) a acelerar muito o trabalho para cumprir um prazo.
40. Nas reuniões, eu apoio as ideias práticas e realistas.
41. É melhor aproveitar o momento presente do que ficar pensando no passado ou no futuro.
42. Incomodam-me as pessoas que sempre desejam apressar as coisas.
43. Apoio ideias novas e espontâneas nos grupos de discussão.
44. As decisões fundamentadas em minuciosas análises são mais seguras do que as baseadas na intuição.
45. Frequentemente, eu identifico as inconsistências e os pontos frágeis nas argumentações dos outros.
46. Frequentemente, faz mais sentido transpor as normas do que cumpri-las.
47. Frequentemente, percebo formas melhores e mais práticas de fazer as coisas.
48. No geral, falo mais do que escuto.
49. Prefiro distanciar-me dos fatos e observá-los a partir de outras perspectivas.
50. Estou convencido(a) de que a lógica e a razão devem prevalecer.
51. Gosto de buscar novas experiências.
52. Gosto de experimentar e aplicar as coisas.
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61 Núcleo de Práticas Pedagógicas
53. Penso que devemos chegar logo aos elementos chave das questões.
54. Frequentemente, eu procuro chegar a conclusões e ideias claras.
55. Prefiro discutir questões concretas do que perder tempo com divagações.
56. Incomodo-me quando dão explicações irrelevantes e incoerentes.
57. Verifico antes se as coisas funcionam realmente.
58. Escrevo várias versões antes da redação final de um trabalho.
59. Sou consciente de que nas discussões eu ajudo a manter os participantes concentrados no tema, evitando divagações.
60. Observo que, nas discussões, com frequência, sou um(a) dos(as) mais objetivos e ponderados.
61. Quando algo vai mal, não dou importância e trato de fazê-lo melhor.
62. Desconsidero as ideias originais e espontâneas se não as percebo práticas.
63. Gosto de analisar diversas alternativas antes de tomar uma decisão.
64. Com frequência, olho adiante para prever o futuro.
65. Nos debates e discussões, eu prefiro desempenhar um papel secundário do que ser o(a) líder ou o(a) que mais participa.
66. Incomodam-me as pessoas que não atuam com lógica.
67 Incomoda-me ter que planejar e prever as coisas.
68. Creio que, em muitos casos, o fim justifica os meios.
69. Costumo refletir sobre os assuntos e problemas.
70. O trabalho bem feito me traz satisfação e orgulho.
71. Diante dos acontecimentos, eu trato de identificar os princípios e teorias em que se baseiam.
72. Com o intuito de alcançar o objetivo que pretendo, sou capaz de ferir sentimentos alheios.
73. Não me importa fazer todo o necessário para que o meu trabalho seja efetivado.
74. Frequentemente, eu sou uma das pessoas que mais anima as festas.
75. Frequentemente eu me aborreço, com o trabalho metódico e minucioso.
76. Frequentemente as pessoas creem que sou pouco sensível a seus sentimentos.
77. Costumo deixar-me levar por minhas intuições.
78. Nos trabalhos de grupo, prefiro respeitar um método, uma sequência lógica.
79. Frequentemente, interessa-me saber o que as pessoas pensam.
80. Evito temas subjetivos, ambíguos e pouco claros.
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