memória póstumas de machado de assis
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Edição de colecionador
R$10,00
Grátis!
Jogo Perfil das
humanas.
2
O que dizem a respeito da revista?
Ana Bartolomei e Cecília Crespi P.4
Infográfico “A Cartomante”
Stephanie Contieri e Tatiana Aguiar P.5
Como as árvores fortes
Cecília Crespi
P.11-13 Cultura
Évorah Silveira
P.6-10
P.12-13 Propaganda
Ana Beatriz Bartolomei e Évorah Silveira
Amor Clandestino
Ana Beatriz Bartolomei
P. 16-17
Infográfico Regência
Stephanie Contieri e Tatiana de Aguiar
P. 18
Infográfico Período Composto
Stephanie Contieri e Tatiana Aguiar P.19
Especial Água
Cecília Crespi P.20-21
O caos social
Stephanie Contieri
22-23
3
Especial Aquecimento Global
Cecília Crespi P.24-25
Infográfico Concordância
Stephanie Contieri e Tatiana de Aguiar P.26-27
Arte da semana
Évorah Silveira P.28
Horóscopo Semanal
Ana Bartolomei, Stephanie Contieri e Tatiana Aguiar
Biografia de Machado de Assis
Ana Bartolomei e Stephanie Contieri
Curiosidades
Cecília Crespi
P.30-31
P.29
P.32
Trecho: Olhos de Ressaca
Ana Beatriz Bartolomei e Stephanie Contieri
P.33
Inspiração
Ana Beatriz Bartolomei, Stephanie Contieri e Tatiana de Aguiar
P.35 Fim de semana
Ana Beatriz Bartolomei e Cecília Crespi
P.34
Edição de textos
Tatiana de Aguiar
Edição da revista
Ana Bartolomei, Cecília Crespi, Évorah Sil-
veira, Stephanie Contieri e Tatiana Aguiar
4
4
5
5
6
Simão Bacamarte observava enquanto sua esposa ba-
tia os pés ritmadamente no assoalho. Evarista tentava con-
versar sobre a decoração da sala onde se encontrava o casal.
- "Tão europeia, não Simão?"- mas foi recebida por silêncio e
um leve aceno de cabeça. A dama passou, então, a afirmar
que seu amigo raramente atrasava-se, mas como Brás Cubas
era um homem de importância, era esperado que ocorres-
sem inconveniências. A isto, Bacamarte não se dignou nem a
balançar a cabeça.
O médico via o convite (uma carta curta porém redun-
dante) como inconveniência, e a aceitação imediata de Eva-
rista como sinal alarmante sobre sua sanidade. Apesar disso,
Bacamarte havia cedido as súplicas da esposa e aceitado o
convite para jantar. O atraso do anfitrião, pensava Bacamar-
te, era típico de uma mente insana. A desordem e o descaso
eram alguns dos inúmeros motivos que faziam de Brás Cubas
um habitante incontestável do continente da loucura.
Passado um quarto de hora, Cubas chegou, extrema-
mente bem-vestido e cheirando a flores.
- Perdoem-me, amigos. Havia uma fila no joalheiro que
demorou horas! – disse, sorrindo.
Evarista tratou de assegurá-lo de que não haviam espera-
do muito, e de como era bom revê-los. Bacamarte saudou-o
cordialmente, como de costume, mas foi surpreendido por
um pedido inédito.
- Meu caro doutor, eu gostaria de pedir sua ajuda. – antes
que o médico pudesse contestá-lo, acrescentou – Acredito
ter uma solução que poderá ajudá-lo também.
6
Por Cecília Benevides Crespi
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Intrigado, Bacamarte suportou a troca de asneiras entre sua
esposa e seu anfitrião facilmente, imerso em suas especulações
sobre a suposta solução. Evarista, como de costume, bebeu tan-
to que adormeceu sentada à mesa, o que deu aos cavalheiros
oportunidade para dialogar.
- Acredito, meu amigo, ter encontrado a cura para todas a
melancolia humana! – disse Cubas, confiante – Meu Emplasto
Brás Cubas!
O cavalheiro explicou sua ideia com tal inexatidão e negligência
ao rigor científico, que Bacamarte fez uma nota mental de suge-
rir uma internação na Casa Verde para Cubas. O médico estava
por acordar a esposa e retirar-se quando ouviu algo que agarrou
seu interesse.
- Os males humanos nos atingem distintamente dependen-
do se somos ricos ou pobres, caro doutor. Sobre os ricos, eu sei
até demais, mas para que meu nome esteja realmente dissemi-
nado, acredito ser importante que os males mais humildes se-
jam levados em consideração. – disse ele, tirando uma pasta de
uma gaveta – Um cortiço incendiou-se em Botafogo, e um co-
nhecido conseguiu recolher alguns papéis do lugar, incluindo di-
ários dos moradores. Quem melhor para compreender os males
que afligem a alma do que Simão Bacamarte?
O valor científico que o material oferecido possuiu seduziu o ci-
entista em Bacamarte, que aceitou o desafio. Acordou Evarista e
despediu-se de Brás Cubas com a promessa de, em duas sema-
nas, encontrarem-se novamente.
Ao chegar em casa, Bacamarte imediatamente começou o
trabalho. Ao abrir a pasta de papel, havia desenhos. Uma casa
velha, mal cuidada e de vários andares ilustrava várias delas: o
cortiço em si. Outros, eram uma série de desenhos vulgares de
uma mulata com ramos de ervas nos cabelos. Depois, vinham os
diários.
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8
O primeiro, de um homem chamado Firmo, era mais uma lista de
conquistas, tanto amorosas quanto ilegais, com a repetição do
nome “Rita Baiana” em várias páginas. Bacamarte observou a
loucura não só na incoerência do autor, mas como na própria Rita
Baiana, sua musa. A mulher era levada pela sua luxúria, com pou-
ca ou nenhuma racionalidade em seus atos. Outro, este num cou-
ro mais fino, pertencia a uma Zulmira, filha de um comerciante. A
menina era obcecada pelo pai, que aparentemente a detestava,
assim como a mãe. Eram de uma situação mais elevada do que os
outros, Bacamarte observava, mas as infidelidades da esposa do
comerciante não eram contrastantes com a lascívia da mulata
baiana. Um certo português, João Ramão, por sua vez, narrava
seus esquemas para falsificar a alforria de uma negra e como
chegou a ser o dono do cortiço, avarento e empreendedor. Outro
ainda relata a transformação de Jerônimo, também português, de
um homem são e trabalhador, para uma vítima da insanidade e
malemolência tropical.
Uma carta, de um certo Bruno a uma certa Leocádia, mostrava
sinais de insanidade gritantes. O homem, no começo da carta,
mostrava-se ressentido pela traição da mulher, mas ao final do
texto, já suplica a sua volta. A carta era obviamente escrita por
punho feminino e o médico descobriu que a autora, ou escriba,
chamava-se Pombinha.
Pombinha era obviamente culta. Entre os seus escritos, havi-
am poemas e textos de grandes autores como Olavo Bilac, tradu-
zidos até para o francês. Alguns até, de sua autoria, baseados em
obras de poetas como Cruz e Sousa com pequenos comentários
no rodapé:
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“Quando no enleio
De receber umas notícias minhas,
Vais ao correio,
Que é lá no fim da mais cruel das ruas,
Vendo tão fartas,
D’uma fartura que ninguém colige,
As mãos dos outros, de jornais e cartas
E as suas, nuas – isso lhe dói, lhe aflige…
E em tom de mofa,
Julgas que tudo lhe escarnece, apoda,
Rio, me apostrofa,
Pois ficas só e cabisbaixo, inerme,
A noite andar-te na cabeça, em roda,
Mais humilhado que um mendigo, um
verme…”
9
Homens são escravos das suti-
lezas femininas. Como hei de
respeitar meu futuro marido
como meu igual, se ele é tão
falho, tão sujeito à manipula-
ção das mulheres? Não posso
amar um verme, um mendigo!
Nem meus amigos fantasiosos,
meus autores célebres são imu-
nes a submissão masculina! Beatrice
10
Bacamarte interessou-se por Pombinha, cientificamente. Ela
parecia ser uma guardiã da sanidade e da pureza, dentro de uma
selva de loucura. Seu conhecimento superior a destacava entre
ao cardume de peixes levados pela corrente. O doutor resolveu
encerrar oficialmente sua pesquisa e escreveu uma curta carta ao
senhor Cubas cancelando seu encontro e explicando que, ao ser
ver, o grande mal dos pobres, além da pobreza em si, era simples-
mente a falta de exemplo de sanidade, como um porto sem um
farol.
Inquieto com a ideia de uma santa entre as bestas, Bacamar-
te resolveu procurá-la nos registros da prefeitura e, como espera-
va, descobriu que havia falecido pela sífilis, prostituta e alcovitei-
ra. Visitando o cemitério, seu túmulo continha uma fotografia em
sépia de uma moça pálida, magra e serena. A imagem de uma
meretriz moribunda era inconcebível ao observar as feições belas
e tranquilas.
Como a loucura de um cortiço havia levado esta Beatrice dos
céus até os últimos círculos do inferno! Uma pequena inscrição
na lápide, porém, remetia a
Pombinha que escrevia
poemas em francês e so-
nhava em casar-se: “Não
choremos, amigo, a mo-
cidade! Envelheçamos
rindo! Envelheçamos co-
mo as árvores fortes en-
velhecem!”.
11
São Francisco Old Roldan
Autorretrato Norma
12
África Suelen
Baltimore’s fireflies
Santa Catarina Europa
13
Lydia
Charuto
Cigana
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Postos de
Sáude em SP
15
Análise Sintática
da Propaganda
16
Ela acabara de se formar e conseguir um emprego num escritó-rio de advocacia. Sempre foi centrada, mas não estava conse-guindo se concentrar. Não tirava os braços dele da cabeça.
Aquela cena de uma atípica tarde quente de agosto em que ele despiu seu casaco ocupava toda a cabeça dela e todo seu tem-po. Os braços dele a haviam conquistado.
Ele? Bem, ele tem olhos de uma cor tão única que na primeira troca de olhares, ela se viu encantada. E não tirava todas essas coisas da cabeça.
Mas é impossível. Por quê? Só eles sabem. Eu não sei, por ex-emplo, que algumas diferenças entre eles fazem toda a situ-ação proibida. Também não sei que a mãe dela implica com a situação e que eles teriam que se encontrar escondido.E se soubesse, jamais escreveria sobre isso.
Legenda:
Aliteração
Figura de linguagem
(*)Concordância Verbo
Nominal-eles-3a pessoa do
plural-verbo deve estar na 3a
pessoa do plural, logo-Eles não
podem
Ana Beatriz Bartolomei Signorelli
Amor Clandestino
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Desde aquele primeiro olhar eles sabiam que não poderiam fazer na-da a respeito das regras que os separam. São sempre assim esses sentimentos e situações. Proibidos pelas pessoas, perigosos. Ele sofreu, ela barganhou. Mas, nada adiantou. Ela está apaixonada. E agora? Ele é um fruto proibido. Ela é o pesadelo favorito dele. Não, eles não podem. E se separaram e o resto do mundo se aliviou. Então, eles não podem(*) e ela não consegue se concentrar pensan-do nele. Até porque pensar nele é tudo o que é permitido a ela. Ela olha o relógio e é finalmente hora de ir embora. Levanta-se, e vai. Apesar da tristeza de seu amor proibido que teve de ser enterrado e esquecido, ela vai sorrindo. Vai sorrindo se encontrar com ele.
Legenda:
Assonância
Figura de linguagem
(*)Concordância Verbo
Nominal-eles-3a pessoa do plu-
ral-verbo deve estar na 3a pes-
soa do plural, logo-Eles não po-
dem 13
18 18
19
19
20
Use o aplicativo Aurasma
21
A falta de água em São Paulo está le-
vando muitos paulistanos não só a re-
fletirem sobre o uso consciente deste
recurso natural indispensável mas
também a adotarem medidas visando
economizá-la. A revista reuniu várias
dicas para manter-se limpo e hidrata-
do durante o verão, sem prejudicar o
meio ambiente.
O Manual do Mundo é um guia de
coisas legais que despertam a curiosi-
dade e a criatividade, apresentadas
pelo jornalista Iberê Thenóri. Coleta-
mos os melhores vídeos sobre econo-
mia de água!
Link dos vídeos
21
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Os cortiços são um problema habitaci-
onal grave situados em diversos centros ur-
banos e não tem recebido a devida atenção
dos órgãos públicos e da sociedade em geral.
São espaços com aluguéis exorbitantes, situ-
ações de exploração e insegurança nas insta-
lações, entre outros. Muitos se submetem a
essa situação pela acessibilidade, isso é, pro-
ximidade com o centro da cidade. Nas áreas
centrais da cidade de
São Paulo, estima-se
que mais de meio mi-
lhão de pessoas vivem
em cortiços, segundo o
FIPE. Por trás da porta
das pequenas casas de
bairros tradicionais e
muitas vezes até de alta renda, escondem-
se, tornando-se assim uma realidade velada.
Antigamente, nos cortiços, ocorriam
frequentes epidemias de varíola e febre
amarela devido à aglomeração de pessoas
nessas habitações coletivas o que piorava o
quadro da saúde pública. Aos poucos, edita-
ram-se posturas municipais que buscavam
proibir a construção de novos cortiços nas
zonas centrais da cidade, além da fiscaliza-
ção mais rigorosa dos já existentes.
Em São Paulo esse problema ocorre há
muitos anos, sendo resultado da expansão e
valorização fundiária que sempre predomi-
nou na cidade. Os cortiços lá estão há mais
de cem anos, desde que se iniciou o proces-
so de desenvolvimento, e portanto o cresci-
mento social. É a forma predominante da
moradia dos trabalhadores de baixa renda
que buscam locais próximos ao trabalho.
Uma vez morando no centro, assim sendo,
na maioria das vezes, perto do trabalho sig-
nifica economia da des-
pesa de transporte e
também, maior acesso
aos equipamentos soci-
ais. Parte da cidade foi
construída e reconstru-
ída mais de uma vez,
bairros ganharam novas
funções e característi-
cas, surgiram loteamentos legais, clandesti-
nos e favelas, mas, mesmo assim, o mercado
de moradia em cortiços continuou dinâmico
nos bairros centrais. Morar na cidade é uma
resistência dos moradores dessas habita-
ções , para assegurar a sobrevivência e tam-
bém acesso a fácil à cidade, mesmo com alto
custo.
Por Stephanie Contieri
23
Em síntese, apesar da gravidade social que representa a trajetória de sua história, o cortiço
foi o único a nunca se tornar uma temática que mobilizasse a conta de política dos gover-
nantes. O descompromisso com as questões sociais da maioria dos gestores públicos, o
fato da locação se estabelecer entre particulares e a pouca pressão social e visibilidade na
paisagem urbana dos moradores têm sido os principais motivos de uma pobre interven-
ção de Estado. Contudo, o mercado de locação dos cortiços mantém-se dinâmico à sua al-
ta rentabilidade e acessibilidade, tornando-se dessa maneira um objeto presente através
dos danos em nossa sociedade.
Concordância Nominal
-meio milhão de pessoas- numeral
-expansão e valorização fundiária- mais de um adjetivo referindo-se a um só substantivo
-trabalhadores de baixa renda que buscam- o predicativo concorda em número com o
sujeito simples
Concordância Verbal
-meio milhão de pessoas que vivem em cortiços- com o sujeito composto anteposto ao
verbo
-estima-se -escondem-se
quando o verbo transitivo aparece
apassivado pelo pronome se
Regência Nominal
-situados em -próximos ao
-único á
Regência Verbal
-os cortiços são um problema habitacional -antigamente ocorriam...
-parte da cidade foi construída...
Crase -à essa
-à cidade
-à sua alta
é a maneira como o nome se relaciona com
os seus complementos
é a maneira como o verbo (termo regente) se
relaciona com os seus complementos
antes de palavras femininas que admitem artigo,
desde que o termo regente exija preposição
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Novo relatório explicita riscos do aquecimento global
Os riscos de mudanças climáticas
são tão profundos que poderiam parar
ou até mesmo reverter gerações de pro-
gresso contra a pobreza e a fome se as
emissões de gases do efeito de estufa
continuarem no ritmo atual, de acordo
com um novo e importante relatório das
Nações Unidas.
Apesar do aumento dos esforços de
muitos países para combater o proble-
ma, a situação global geral está piorando
com países em desenvolvimento juntan-
do-se aos países industrializados na quei-
ma de enormes quantidades de combus-
tíveis fósseis, disse o Painel Intergover-
namental sobre Mudanças Climáticas.
Não reduzir as emissões, poderia
ameaçar a sociedade com a escassez de
alimentos, crises de refugiados, a inun-
dação de grandes cidades e nações insu-
lares, a extinção em massa de plantas e
animais, e um clima tão drasticamente
alterado que pode tornar-se perigoso pa-
ra as pessoas durante as horas mais
quentes do ano.
Se os governos pretendem atender
a sua própria meta declarada de limitar o
aquecimento do planeta a não mais de 2
graus Celsius, acima do nível pré-
industrial, devem restringir as
emissões provenientes de com-
bustíveis fósseis para queima para
cerca de 1 trilhão de toneladas de
dióxido de carbono, disse o painel.
Em taxas de crescimento atu-
ais, este número provavelmente
será atingido em algo como 30
anos. No entanto, as empresas de
energia já mantêm carvão e petró-
leo em reservas equivalentes a vá-
rias vezes esse valor, e estão gas-
tando cerca de US $ 600 bilhões
por ano para encontrar mais. Utili-
tários e companhias de petróleo
ainda estão construindo usinas e
refinarias de energia movidas a
carvão, e os governos estão gas-
tando outros 600 bilhões de dóla-
res para subsidiar diretamente o
consumo de combustíveis fósseis.
25
Por outro lado, o relatório consta-
tou, menos de US $ 400 bilhões por
ano estão sendo gastos em todo o
mundo para reduzir as emissões ou pa-
ra lidar com a mudança climática. Essa
soma é menor do que a receita da em-
presa petrolífera americana ExxonMo-
bil.
No entanto, não houve nenhum
sinal de que os líderes nacionais estão
dispostos a discutir a atribuição do or-
çamento de emissões trilhões de tone-
ladas entre os países, uma abordagem
que levantaria questões políticas e mo-
rais de justiça. Pelo contrário: eles es-
tão se movendo em direção a um acor-
do relativamente fraca que seria, es-
sencialmente, deixar que cada país de-
cida por si mesmo o quanto de esforço
colocar em limitar o aquecimento glo-
bal, e mesmo assim este documento
não entraria em vigor até 2020.
O Painel Intergovernamental so-
bre Mudança do Clima é um órgão ci-
entífico designado pelos governos do
mundo para aconselhá-los sobre as
causas e efeitos do aquecimento glo-
bal, e as possíveis soluções. O grupo foi
agraciado com o Prêmio Nobel da Paz
em 2007, juntamente com Al Gore, por
seus esforços para chamar a atenção
para a crise do clima.
O relatório continha advertência
mais explícita do grupo sobre a oferta
de alimentos, dizendo que a mudança
climática já havia se tornado um pe-
queno obstáculo na produção global
geral, e pode se tornar um muito mai-
or, se as emissões continuarem desim-
pedidas. O relatado observou que nos
últimos anos o sistema alimentar do
mundo havia mostrado sinais de insta-
bilidade, com aumentos súbitos de
preços que levam a motins e, em al-
guns casos, o colapso dos governos.
Uma descoberta relacionada é
que a mudança climática representa
sérios riscos para o progresso humano
básico em áreas como aliviar a pobre-
za. De acordo com os cenários de pior
caso, fatores como a alta dos preços de
alimentos e desastres climáticos inten-
sificados provavelmente deixarão as
pessoas pobres em situação pior.
26 26
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Joaquim Maria Machado de As-sis é considerado um dos mais importantes escritores da litera-tura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mula-to e vítima de precon-ceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pe-la madrasta. Superou to-das as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor. Na infância, estudou nu-ma escola pública du-rante o primário e aprendeu francês e la-tim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público. Publicou seu primeiro poema in-titulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como co-laborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primei-ro presidente. Podemos dividir as obras de Ma-chado de Assis em duas fases:
Na primeira fase (fase românti-ca) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros.
Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro li-vro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878). Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fa-se em que o autor retra-ta muito bem as carac-
terísticas do realismo literário. Machado de Assis faz uma análi-se profunda e realista do ser hu-mano, destacando suas vonta-des, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Cas-murro (1900) e Memorial de Ai-res (1908).
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Joaquim Maria Machado de As-sis é considerado um dos mais importantes escritores da litera-tura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mula-to e vítima de precon-ceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pe-la madrasta. Superou to-das as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor. Na infância, estudou nu-ma escola pública du-rante o primário e aprendeu francês e la-tim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público. Publicou seu primeiro poema in-titulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como co-laborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primei-ro presidente. Podemos dividir as obras de Ma-chado de Assis em duas fases:
Na primeira fase (fase românti-ca) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros.
Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro li-vro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878). Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fa-se em que o autor retra-ta muito bem as carac-
terísticas do realismo literário. Machado de Assis faz uma análi-se profunda e realista do ser hu-mano, destacando suas vonta-des, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Cas-murro (1900) e Memorial de Ai-res (1908).
Machado de Assis também es-creveu contos, tais como: Mis-sa do Galo, O Espelho e O Ali-enista. Escreveu diversos poe-mas, crônicas sobre o cotidia-no, peças de teatro, críticas literárias e teatrais. Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908. Obras: Romances Ressurreição - 1872 A mão e a luva - 1874 Helena - 1876 Iaiá Garcia - 1878 Memórias Póstumas de Brás Cubas - 1881 Quincas Borba - 1891 Dom Casmurro - 1899 Esaú e Jacó - 1904 Memorial de Aires - 1908 Poesia Crisálidas Falenas Americanas Ocidentais Poesias completas Contos A Carteira Miss Dollar O Alienista Noite de Almirante O Homem Célebre Conto da Escola
Uns Braços A Cartomante O Enfermeiro Trio em Lá Menor Missa do Galo Teatro Hoje avental, amanhã luva - 1860 Desencantos - 1861 O caminho da porta, 1863 Quase ministro - 1864 Os deuses de casaca - 1866 Tu, só tu, puro amor - 1880 Lição de botânica - 1906
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O Alienista Resumo Online Baixar
Dom Casmurro Resumo online
Quincas Borba Resumo online Baixar
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“ Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimula-da.” Eu não sabia o que era obli-
qua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me per-guntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a do-çura eram minhas conhecidas. A demo-ra da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, cons-tantes, enfiados ne-les, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal ex-pressão que… Retórica dos namora-dos, dá-me uma com-paração exata e poé-tica para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de res-saca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos
dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espa-lhados pelos ombros, mas tão depres-sa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu te-rão marcado esse tempo infinito e bre-ve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de
querer saber a duração das felicidades e dos su-plícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu co-nhecer a soma dos tor-mentos que já terão pa-decido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divi-
no Dante; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marca-do, agarrei-me definitivamente aos ca-belos de Capitu, mas então com as mãos, e disse-lhe,–para dizer alguma cousa,–que era capaz de os pentear, se quisesse.”
Trecho
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“A moral é uma, os pecados são diferentes.”
“A donzela casta e sincera que supunha vir encontrar desaparecia pa-ra dar lugar a uma mulher de coração pérfido e vulgar espírito.” “O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão.” “Imenso amor? Imenso amor, paixão, violenta acrescentando que talvez a definição já não coubesse bem ao atual sentimento da pes-soa. Agora era uma adoração quieta e calada...” “Por que sinto falta de você? Por que esta saudade? Eu não te vejo mas imagino suas expressões, sua voz, teu cheiro...”
“Muitas coisas se diz melhor calado, pois o silêncio não tem fisiono-
mia, mas as palavras sim têm muitas faces.”
"Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas".
“O Mestre deve ser meio sério,para dar autoridade à lição e meio ri-
sonho, para obter o perdão da
correção.”
“O coração é a região do inesperado.”
Machado de Assis
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Museu Afrobrasil Instituto Tomie Ohtake
MuBE MIS
Programas culturais para fugir do esquema clube e shopping
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1) 2)
Tempo: Modo:
Calmamente
Afirmação: Certa-
mente
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1) 2)
Tempo: Modo:
Calmamente
Afirmação: Certa-
mente Nunca
Calmamente
Jamais Certamente
Demais
Talvez
Fora
Devagar Depois
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