modernismo no brasil - literatura
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MODERNISMO DE 22“Época triste a nossa, em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo” Albert Einsten
Semana de Arte Moderna 13 a 17 de FEVEREIRO DE 1922
(... ) “Semana de escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha
paulistana”. Di Cavalcanti
NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS, MAS SABEMOS O QUE NÃO QUEREMOS
A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época com dificuldades de aceitar o que era novo e que abalasse as estruturas da sociedade e da cultura. Como as novas vanguardas estéticas surgiam, o mundo não estava preparado para as novas linguagens desprovidas de regras.
A Semana de Arte Moderna ocorrida na época da República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café-com-leite foi muito criticada. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionalistas.
Renovar o ambiente
artístico e cultural da
cidade sob o efeito das
esculturas, arquiteturas,
músicas e literaturas do ponto de vista
atual, como informava o
Correio Paulistano a 29
de janeiro de 1922.
Capa de Anita Malfatti para romance de Menotti del Picchia, lançado por
Lobato em 1922
A necessidade de abandono dos antigos ideais estéticos do século XIX aumentava cada vez mais. Algumas notícias sobre as mudanças artísticas na Europa estavam aos poucos abalando a sociedade brasileira.
O maior descontentamento estava na literatura (poesia, em especial). Exemplares do Futurismo italiano chegavam ao país e começavam a influenciar alguns escritores, como Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida.
Da esquerda para a direita: Oswald de Andrade (4º )
Guilherme de Almeida
A jovem pintora Anita Malfatti voltava da Europa trazendo a experiência das novas vanguardas, e em 1917 realiza a que foi chamada de primeira exposição modernista brasileira, com influências do cubismo, expressionismo e futurismo.
A exposição causa escândalo e é alvo de duras críticas de Monteiro Lobato, o que foi o estopim para que a Semana de Arte Moderna acontecesse.
Anita Malfatti , Tars i la do Amaral e Oswald de
Andrade
Cubismo
As Vanguardas Européias
Futurismo
Dadaísmo
Cubismo
Expressionismo
Surrealismo
Ocorreu em São Paulo em 1922, entre 11 e 18 de fevereiro no Teatro Municipal da cidade.
Nos sete dias aconteceu exposições modernistas e nos dias 13, 15 e 17 apresentações de poesia, música e palestras sobre o modernismo encheu os olhos do público. A Semana, foi uma maré de novas idéias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Sentia-se um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno.
13 de fevereiro (Segunda-feira) - Abertura oficial do evento. Muitas pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna".
15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novaes toca alguns clássicos consagrados. Palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos. Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos, de Manuel Bandeira.
José Pere ira da Graça Aranha
Guiomar Novaes
Menotti de l Picchia
17 de fevereiro (Sexta-feira) -Apresentações musicais de Villa-Lobos.
Vil la-Lobos
Semana de Arte Moderna de 1922
A Semana não foi o Modernismo, mas ela aglutinou as insatisfações estéticas e
extrapolou as novas concepções artísticas. Na poesia, a métrica e a rima
foram questionadas em nome da l iberdade criativa; na pintura, o academicismo da
tradição renascentista deu lugar às novas formas, cores e temas; na música a
tonalidade e melodia tradicionais sofreram abalos. A Semana representa um vivo e radical esforço de atualizar a l inguagem
da arte.
Manifestado especialmente pela arte, mas manchando também com violência os
costumes sociais e políticos, o movimento
modernista foi o prenunciador, o
preparador e, por muitas partes, o criador de um
estado de espírito nacional.
Conceito
Mário de Andrade
Modernismo de Modernismo de 2222
Movimento Pau-Brasil : lançado em 1924 por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral que apresentava uma posição primitivista, buscando uma poesia ingênua, de redescoberta do mundo e do Brasil.O movimento exaltava o progresso e a era presente, ao mesmo tempo em que combatia a linguagem retórica e vazia.
Movimento Verde-Amarelo e o Grupo da Anta: foi cultural decorrentes da Semana de 1922. Na literatura tem por característica textos patrióticos.Características formais: versos livres, sem rima, sem métrica e discurso não linear.Linguagem coloquial e textos sem lógica.
Movimento antropofágico: Baseado no Manifesto Antropófago escrito por Oswald de Andrade, o movimento antropofágico brasileiro tinha por objetivo a deglutição da cultura externa, não se deve negar a cultura estrangeira, mas ela não deve ser imitada.
AS PROPOSTAS MODERNISTAS
1. Adaptar a arte nacional ao momento futurista e tecnológico:
1. Adaptar a arte nacional ao momento futurista e tecnológico:
“Aqui de cima destes edifícios, nós olhamospara o passado e contemplamos suanulidade.”
“Aqui de cima destes edifícios, nós olhamospara o passado e contemplamos suanulidade.”
“Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, motores, chaminés de fabrica, velocidade... E que o rufo do automóvel, nos trilhos de dois versos, espante da poesia o último deus homérico...”.
Ó poetas de gabinete.
Que da vida sabeis apenas a lição dos livros,
Vossa poesia é um jogo de palavras.
Vossa poesia é toda feita de habilidades de estilo,
Sem a marca um pouco suja de experiências vividas.
Não sabeis de nenhuma espécie de sofrimento,
De nenhum dos aspectos sedutores do mal,
Não sabeis de nada que está realmente na vida.
2. Combater a cultura formal, gabinetista, acadêmica, livresca:
2. Combater a cultura formal, gabinetista, acadêmica, livresca:
Não vos inquieta o desejo de quebrar a monotonia,
A exasperada fadiga das coisas iguais,
A saborosa audácia do mau gosto.
Tudo em vós é correto, frio, sem surpresas.
Ah, tudo que sabeis é através dos livros
Não sofreis a curiosidade viciosa das aventuras,
Nem a mágoa dos meses vividos à toa,
Nem o bocejo que a mulher tão desejada provocará
[um dia.Não conheceis o remorso das devassidões E a desvairada esperança que há num amanhecer
[depois da noite perdida.Para vós não existe a vida : existem os temas poéticos.
(Ribeiro Couto)
Estou fardo do lirismo comedido.
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livros de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr.diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
3. Destruir os modelos artísticos do Parnasianismo
3. Destruir os modelos artísticos do Parnasianismo
Abaixo os puristasTodas as palavras sobretudo os
barbarismos universais Todas as construções sobretudo as
sintaxes de exceçãoTodos os ritmos sobretudo os
inumeráveis
(. . .)
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertaçao
(M. Bandeira)
“Irene preta Irene boa Irene sempre de bom humor Imagino Irene entrando no céu:-Licença , meu branco!E São Pedro bonachão:-Entra, Irene, você não precisa pedir
licença.”
4. Linguagem espontânea, coloquial:4. Linguagem espontânea, coloquial:
“Dê-me um cigarroDiz a gramaticaDo professor e do alunoE do mulato sabidoMas o bom negro e o bom branco Da nação brasileiraDizem todos os dias Deixa disso camaradaMe dá um cigarro”
5. Desprezo pelas normas gramaticais :5. Desprezo pelas normas gramaticais :
Minha terra tem palmares Onde gorjeia o marOs passarinhos daqui Não cantam como os de lá.
Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouroMinha terra tem mais terra.
6. Uso da paródia como elemento desmitificador:
6. Uso da paródia como elemento desmitificador:
Ouro terra amor e rosasEu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá.
Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São PauloSem que veja a rua 15E o progresso de São Paulo.
Moça linda bem tratada,Três séculos de família, Burra como uma porta:
Um amor.Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexoBurro como porta:
Um coió.Mulher gordaça, filó
De ouro por todos os poros Burra como uma porta:
Paciência...
7. Emprego da ironia e do poema–piada:7. Emprego da ironia e do poema–piada:
Plutocrata sem consciência, Nada porta, terremoto
Que a porta do pobre arromba:Um bomba.
(Mário de Andrade)
DESDOBRAMENTO
EUROPEIZAÇÃOEUROPEIZAÇÃO
19241924
NACIONALIZAÇÃONACIONALIZAÇÃO
VANGUARDAS EUROPÉIAS
VANGUARDAS EUROPÉIAS
UM OLHAR PARA O BRASIL
UM OLHAR PARA O BRASIL
GRUPOSGRUPOSCUBISMO
PAU-BRASILFUTURISMODADAÍSMOEXPRESSIONISMOSURREALISMO
ANTROPOFÁGICOVERDE-AMARELO
REGIONALISTA
A semana da Arte Moderna foi uma renovação da linguagem em busca de novas experiências e novos horizontes. Foi na liberdade da criação que os laços com o passado e o velho foram rompidos. Algumas mudanças ficaram claras: a poesia passou a ser declamada, ocorria apresentações musicais (concertos), as artes plásticas eram exibidas em telas e as esculturas eram de arquitetura. O novo foi incluído aos poucos pela sociedade nas artes e recebido com curiosidade e interesse.
Nas apresentações da Semana de 1922, a “nova arte” provocou reações de espanto ou incentivadores aplausos, alguns artistas foram sarcasticamente vaiados outros admirados. Aos poucos a sociedade foi se enquadrando ao novo estilo.
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