movimento oscilatri o · 2020. 5. 27. · o que o sujeito já sabe sobre este assunto, que pode...
Post on 25-Nov-2020
1 Views
Preview:
TRANSCRIPT
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Sequência Didática Pêndulo Simples
Andreia T. Evaristo
Fundação Universidade
Regional de Blumenau
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 1
Copyright © by PPGECIM
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Coordenação: prof. Dr. Élcio Schuhmacher
Rua Antônio da Veiga, 140 – Itoupava Seca 89030-903 – Blumenau – SC
Câmpus 1 – Sala S-205 47 3321-0637
ppgecim@furb.br
Evaristo, Andreia T., 2018
Movimento Oscilatório: pêndulo simples / Andreia T. Evaristo.
– 1ª Edição – Blumenau, SC: FURB, 2018.
1. Ensino 2. Educação
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 2
PREFÁCIO..............................................................................................................................................................03
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................04
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA.....................................................................................................................05
PENSANDO A SEQUÊNCIA DIDÁTICA............................................................................................................08
SEQUÊNCIA DIDÁTICA.......................................................................................................................................13
• Problematização Inicial.........................................................................................................................13
• Atividade 1.............................................................................................................................................14
• Organizador Prévio..............................................................................................................................16
• Atividade 2.............................................................................................................................................18
• Sistematização do Conhecimento.......................................................................................................20
• Oscilações................................................................................................................................................21
o Período e Frequência..............................................................................................................21
o Movimento Harmônico Simples – MHS.................................................................................22
o Posição do MHS........................................................................................................................22
o Velocidade do MHS................................................................................................................24
o Aceleração do MHS.................................................................................................................25
o Pêndulo Simples........................................................................................................................26
o Por que pequenos ângulos?....................................................................................................30
• Aplicação do Conhecimento.................................................................................................................31
• Atividade 3.............................................................................................................................................32
• Avaliação.................................................................................................................................................33
• Atividade 4.............................................................................................................................................34
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................................36
SUMÁRIO
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 3
“Se você acha que a Educação custa caro, tente a ignorância!” Esta famosa frase, comumente atribuída a Derek Bok, ex-reitor da Universidade Harvard, dá a ideia do que pode ser considerada a Educação: um investimento. E como todo investimento, há modos e modos de fazê-lo. Há formas distintas de se investir. E para ser feito o investimento da forma correta, é necessário conhecê-lo. Conhecer suas subjacências, seu modus operandi. O presente trabalho procura oferecer uma contribuição na busca por esse conhecimento. As dinâmicas atuais nos mostram que vários aspectos do mundo que conhecíamos, com os quais crescemos, passam por profundo questionamento. Questionamos se o que servia na nossa infância serve aos nossos filhos. Imaginamos se o que serve a eles servirá a nossos netos, possivelmente em modos dos quais nem sequer nos aproximamos. Buscamos entender como investir num capital que garanta um futuro saudável para a nossa sociedade – da qual nossos filhos são os construtores diretos. Para auxiliar nesse processo de aclaração, uma ferramenta valiosa é apresentada – a Teoria da Aprendizagem Significativa, do Psicólogo americano David Paul Ausubel. Nela, os novos conhecimentos devem ser confrontados com aqueles preexistentes, para que seja facilitada sua assimilação. Como resultado de sua aplicação prática, apresentado neste trabalho, a comprovação de que um investimento, quando feito do modo correto, com as ferramentas adequadas, só tem a contribuir com o aumento de um dos capitais fundamentais, imprescindíveis para uma vida dita “digna”, e tão relegado a segundo plano em nosso país: a Educação.
Julio Cézar Bohn Júnior
PREFÁCIO
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 4
Este pequeno e-book foi organizado com o intuito de proporcionar um melhor entendimento sobre
como utilizar a sequência didática, nas aulas de Física, para os cursos de Engenharia.
O e-book contém orientações de cada fase da sequência didática para uma melhor compreensão,
podendo ser adaptado à realidade presente.
Esperamos que este e-book, a exemplo da pesquisa que lhe deu origem, auxilie professores e alunos
na busca de uma compreensão mais sistemática das teorias físicas para o movimento oscilatório, em
particular o pêndulo simples.
Finalmente, aproveitando a oportunidade para agradecer ao PPGECIM, FURB e prof. Dr. Élcio
Schuhmacher, pela dedicação e pela contribuição para que este trabalho pudesse ser concretizado.
Blumenau, maio de 2018.
ANDREIA T. EVARISTO
APRESENTAÇÃO
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 5
“A aprendizagem significativa é uma teoria voltada para a explicação de como ocorre a
aprendizagem de corpus organizados de conhecimento que caracterizam a aprendizagem cognitiva
em contexto escolar.” (PONTES NETO, 2006, p. 118).
Segundo Ausubel (1980), a teoria discute a assimilação de significados e Moreira (2011)
reforça que os conceitos da AS são compatíveis com outras teorias do século 20, sendo uma delas a
do sociointeracionismo de Lev Vygotsky (1896-1934).
Para Moreira:
Aprendizagem Significativa é aquela em que ideias expressas
simbolicamente interagem de maneira substantiva e não-arbitrária com
aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal, não ao
pé da letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com qualquer
ideia prévia, mas sim com algum conhecimento específico relevante já
existente na estrutura cognitiva do sujeito que aprende. (MOREIRA, 2011, p.
13).
APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 6
Logo, uma estratégia de ensino para fomentar novos conhecimentos, cujo fundamento é a
Aprendizagem Significativa, deve se pautar sobre aquilo que deve ser ensinado, e buscar conhecer
o que o sujeito já sabe sobre este assunto, que pode ser: “um símbolo já significativo, um conceito,
uma proposição, um modelo mental, uma imagem.” (MOREIRA, 2011, p. 14). A esse conhecimento
prévio do sujeito, Ausubel chamava de subsunçor.
“Subsunçor é o nome que se dá a um conhecimento específico, existente na estrutura de
conhecimentos do indivíduo, que permite dar significado a um novo conhecimento que lhe é
apresentado ou por ele descoberto.” (MOREIRA, 2011, p. 14). Dessa forma o sujeito que aprende
tem onde ancorar os novos conhecimentos que estão sendo adquiridos. No entanto, para que ocorra
o desenvolvimento do novo conceito, é necessária a ativação dos subsunçores, para que sirvam de
organizadores dos novos conhecimentos adquiridos.
Os alunos, durante o processo de ensino e aprendizagem, deparam-se com excesso de
informações, e essas informações muitas vezes ficam “soltas” em sua estrutura cognitiva. No entanto,
deve-se procurar interagir essas novas informações com as já existentes, com a utilização de materiais
potencialmente significativos. Durante o processo de interação, os novos conhecimentos podem vir a
corroborar, descartar ou substituir o conhecimento prévio, dando mais estabilidade cognitiva ao
aprendiz, ao mesmo tempo que pode se tornar ideia âncora para novos conhecimentos;
“progressivamente, o subsunçor vai ficando mais estável, mais diferenciado, mais rico em significados,
podendo cada vez mais facilitar novas aprendizagens.” (MOREIRA, 2011, p. 15).
Também pode ocorrer de ser detectada a inexistência de subsunçores1. O que fazer? Neste
caso lança-se mão da aprendizagem mecânica, mas tendo a consciência de que os conteúdos ficarão
“soltos”, ou ligados à estrutura cognitiva de forma fraca, mas podendo mais tarde ser revisada nos
moldes da AS, pois o processo não pode parar apenas na aprendizagem mecânica.
Para Ausubel (1980), essas duas formas de conhecer não são antagônicas, mais uma
complementa a outra, pois ambas fazem parte de um processo contínuo. Ausubel (2003) ainda
ressalta que as tarefas de aprendizagem por memorização não são concretizadas num vácuo
1 A ausência de subsunçores normalmente é detectada na atividade inicial (ex.: aplicação de questionários), que tem por objetivo verificar quais conhecimentos prévios os alunos possuem sobre a temática que será estudada.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 7
cognitivo. “Podem relacionar-se com a estrutura cognitiva, mas apenas de uma forma arbitrária e
literal que não resulta na aquisição de novos significados.” (AUSUBEL, 2003, p. 04).
Uma possibilidade criada pela Aprendizagem Significativa é que se torna possível abordar
o mesmo conteúdo em diferentes situações, criando a possibilidade de reforço entre as conexões
cognitivas e ampliando os subsunçores, pois Ausubel (1980, 2003) entendia que os novos conceitos
interagem com os conceitos já armazenados na estrutura neuronal do indivíduo e descreve a aquisição
do conhecimento como a modificação dos conceitos nessa estrutura neuronal. Dessa forma, a
Aprendizagem Significativa não é um produto acabado, aprender sobre um assunto no ensino básico
não é a mesma coisa na graduação, pois o conhecimento aumenta em complexidade.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 8
A abordagem do ensino a partir da Aprendizagem Significativa requer o desenvolvimento
de estratégias pedagógicas que permitam que o aluno seja o autor principal no desenvolvimento de
seu intelecto, pois:
As atividades colaborativas, presenciais ou virtuais, em pequenos grupos, têm grande potencial para facilitar a aprendizagem significativa porque viabilizam o intercâmbio, a negociação de significados, e colocam o professor na posição de mediador. (MOREIRA, 2011, p. 50).
Portanto ao se pensar na elaboração de uma sequência didática é necessário encontrar
estratégias pedagógicas fornecem a dinâmica que se quer adotar nas tarefas que serão propostas.
Aqui cito três possibilidades de se estabelecer uma dinâmica de atuação docente em sala de aula:
a) Momentos Pedagógicos – José André Peres Angotti e Demétrio Delizoicov
Angotti (2015) define os momentos pedagógicos em três etapas, sendo a primeira a
Problematização Inicial, etapa na qual ocorre a apresentação de situações reais aos alunos,
situações que estes conheçam e consigam relacionar com os conteúdos contidos nas teorias
PENSANDO A
SEQUÊNCIA
DIDÁTICA
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 9
científicas. O segundo momento pedagógico, chamado de Organização do Conhecimento,
Angotti (2015) descreve como a etapa na qual os conhecimentos selecionados como
necessários para a compreensão da problematização inicial são sistematicamente
estudados. Esses organizadores ocorrem por meio das atividades elaboradas pelo docente,
podendo ser tantas quantas este ache necessário. O terceiro momento pedagógico de
Angotti (2015) é chamado de Aplicação do Conhecimento. É a abordagem sistemática do
conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno para analisar e interpretar as situações
iniciais que determinaram seu estudo, bem como outras situações que de algum modo
estejam relacionadas com o novo conhecimento adquirido. As atividades devem ser
desenvolvidas buscando a generalização da conceituação, capacitando o aluno a empregar
os conhecimentos científicos em situações reais, e não simplesmente a encontrar uma solução
matemática que relacionam grandezas.
b) Taxonomia de Bloom – Lorin Anderson e David Krathwohl
A Taxonomia de Bloom (ANDERSON, 2001) é a ideia de que aquilo que deve ensinar aos
alunos pode ser arranjado numa hierarquia do menos para o mais complexo. Segundo a
teoria para se ter o domínio do conhecimento é necessário possui o domínio cognitivo (saber),
domínio afetivo (relacionado com os sentimentos) e domínio psicomotor (destrezas motoras
relacionadas com ação). As atividades elaboradas pelo docente dentro dessa proposta de
ensino devem proporcionar aos alunos o desenvolvimento dos processos cognitivos que
possibilitam a aprendizagem de acordo com os processos cognitivos: o conhecimento
(recuperação de informação), compreensão (integração significativa), aplicação (utilização
em situação nova), análise (segmentar em componentes), síntese (combinar num todo) e
avaliação.
c) Unidade de Ensino Potencialmente Significativa (UEPS) – Marco Antônio Moreira
Para construir uma sequência didática utilizando as UEPS é necessário seguir os aspectos
sequências proposto por Moreira (2013):
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 10
1. Definir o tópico específico a ser abordado, identificando seus aspectos declarativos e
procedimentais tais como aceitos no contexto da matéria de ensino na qual se insere esse
tópico.
2. Criar/Propor situação(ções) – discussão, questionário, mapa conceitual, mapa mental,
situação-problema, etc. – que leve(m) o aluno a externalizar seu conhecimento prévio, aceito
ou não-aceito no contexto da matéria de ensino, supostamente relevante para a
aprendizagem significativa do tópico (objetivo) em pauta.
3. Propor situações-problema, em nível bem introdutório, levando em conta o conhecimento
prévio do aluno, que preparem o terreno para a introdução do conhecimento (declarativo
ou procedimental) que se pretende ensinar; tais situações-problema podem funcionar como
organizador prévio; estas situações-problema iniciais podem ser propostas através de
simulações computacionais, demonstrações, vídeos, problemas do cotidiano, representações
veiculadas pela mídia, problemas clássicos da matéria de ensino, etc., mas sempre de modo
acessível e problemático, i.e., não como exercício de aplicação rotineira de algum algoritmo.
4. Uma vez trabalhadas as situações iniciais, apresentar o conhecimento a ser
ensinado/aprendido, levando em conta a diferenciação progressiva, i.e., começando com
aspectos mais gerais, inclusivos, dando uma visão inicial do todo, do que é mais importante
na unidade de ensino, mas logo exemplificando, abordando aspectos específicos.
5. Em continuidade, retomar os aspectos mais gerais, estruturantes (i.e., aquilo que
efetivamente se pretende ensinar), do conteúdo da unidade de ensino, em nova
apresentação (que pode ser através de outra breve exposição oral, de um recurso
computacional, de um texto, etc.), porém em nível mais alto de complexidade em relação à
primeira apresentação; as situações-problema devem ser propostas em níveis crescentes de
complexidade; dar novos exemplos, destacar semelhanças e diferenças relativamente às
situações e exemplos já trabalhados, ou seja, promover a reconciliação integradora; após
esta segunda apresentação, propor alguma outra atividade colaborativa que leve os alunos
a interagir socialmente, negociando significados, tendo o professor como mediador.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 11
6. Concluindo a unidade, dar seguimento ao processo de diferenciação progressiva
retomando as características mais relevantes do conteúdo em questão, porém de uma
perspectiva integradora, ou seja, buscando a reconciliação integrativa; isso deve ser feito
através de nova apresentação dos significados que pode ser, outra vez, uma breve
exposição oral, a leitura de um texto, o uso de um recurso computacional, um áudio visual,
etc.; o importante não é a estratégia, em si, mas o modo de trabalhar o conteúdo da
unidade.
7. A avaliação da aprendizagem através da UEPS deve ser feita ao longo de sua
implementação, registrando tudo que possa ser considerado evidência de aprendizagem
significativa do conteúdo trabalhado; além disso, deve haver uma avaliação somativa
individual após o sexto passo, na qual deverão ser propostas questões/situações que
impliquem compreensão, que evidenciem captação de significados e, idealmente, alguma
capacidade de transferência; tais questões/situações deverão ser previamente validadas
por professores experientes na matéria de ensino.
8. A UEPS somente será considerada exitosa se a avaliação do desempenho dos alunos
fornecer evidências de aprendizagem significativa (captação de significados, compreensão,
capacidade de explicar, de aplicar o conhecimento para resolver situações problemas).
(Adaptado de Marco Antônio Moreira – Aprendizagem significativa, organizadores prévios, mapas
conceituais, diagramas V e unidades de ensino potencialmente significativas).
Independente da estratégia pedagógica a ser adotada o importante é a elaboração de
atividades, dentro do contexto da Aprendizagem Significativa que utilize os mais variados objetos
de aprendizagem2 (OAs), pois os OAs são recursos utilizados no processo de ensino e aprendizagem,
que servem para auxiliar os estudantes na compreensão dos novos conceitos. Existem diversas opções
(textos, imagens, animações, simulações) de Objetos de Aprendizagem, com a vantagem de serem
reutilizáveis, adaptáveis, acessíveis e duráveis. “Os OAs podem ser criados em qualquer mídia ou
2 Os objetos de aprendizagem podem ser encontrados em diversas plataformas como a Plataforma Integrada do Ministério da Educação (MEC) que reúne e disponibiliza em um único lugar os Recursos Educacionais Digitais dos principais portais d Brasil (https://plataformaintegrada.mec.gov.br/sobre).
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 12
formato, podendo ser simples como uma animação ou uma apresentação de slides, ou complexos
como uma simulação.” (Aguiar e Flôres, 2014, p. 12).
Os Objetos de Aprendizagem nas suas mais diferentes formas trazem os pressupostos
pedagógicos inerentes ao processo de ensino e aprendizagem, decorrentes dos diferentes níveis
educacionais, e podem servir como estrutura de apoio para os estudantes explorarem e aplicarem
seus conhecimentos em várias situações. Como os organizadores prévios são um recurso facilitador
que funcionam como mecanismo pedagógico (AUSUBEL, 2003), esses recursos podem ser um Objeto
de Aprendizagem (textos, filmes, demonstração, simuladores educacionais), podendo então contribuir
com uma aprendizagem significativa.
Aguiar e Flôres, (2014) associam os Objetos de Aprendizagem com a aprendizagem
significativa, pois podem servir como âncoras para as novas ideias, novos conceitos, permitindo ao
aluno explorar e aplicar seus conhecimentos em várias situações, por um processo de interação ou
proposição já existente na estrutura cognitiva do indivíduo, que é o seu “subsunçor” (AUSUBEL, 1968).
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 13
MOVIMENTO OSCILATÓRIO P Ê N D U L O S I M P L E S
Problematização Inicial
A problematização inicial procura aproximar e contextualizar o conteúdo Oscilações, de tal
forma que o novo conhecimento que se está querendo proporcionar de forma significativa não esteja
tão distante do cotidiano dos alunos.
Para isso, a sequência é iniciada com um questionário, no qual se utiliza o brinquedo de parques
de diversões conhecido como Barco Viking.
As perguntas procuram saber quais são os conhecimentos prévios dos alunos sobre o movimento
oscilatório e permitem verificar se os mesmos conseguem descrever o movimento nos termos das
grandezas físicas aceleração, período, frequência e amplitude.
A primeira pergunta tem o intuito de sondar o conhecimento mais geral que os alunos possam ter
a respeito do conteúdo MHS e se sabem de alguma maneira descrever o movimento.
A segunda pergunta tem o objetivo de investigar os subsunçores relevantes dos alunos quanto à
questão das acelerações no movimento oscilatório.
SEQUÊNCIA
DIDÁTICA
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 14
A terceira pergunta do questionário procura levantar o conhecimento prévio dos alunos sobre
período e frequência, termos muito utilizados em movimentos repetitivos.
A quarta e a quinta pergunta pretendem saber se os alunos conseguem perceber ou identificar
que o movimento oscilatório pode ser executado por outros objetos.
Atividade 1
1) Um dos brinquedos muito populares em um parque de diversões é o famoso Barco Viking,
que por conta de seu movimento característico, pode proporcionar várias sensações aos seus usuários.
Qual o tipo de movimento executado pelo Barco Viking? Descreva, nos pontos A, B e C, o que ocorre.
A
Fonte *
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 15
B
Fonte **
C
Fonte***
2) Duas das sensações bastante sentidas pelos usuários é a vertigem, ou o popular “frio na
barriga”. O que causa essas sensações?
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 16
3) Se diminuíssemos a velocidade do Barco Viking mantendo a mesma altura, o que ocorreria
com as sensações descritas anteriormente? Explique, pensando no movimento, o motivo dessas
mudanças.
4) Compare o movimento executado pelo Barco Viking com algum outro objeto e explique as
etapas.
5) Quais são as diferenças que existem entre o movimento do barco e o movimento observado
nas ondas do mar? Explique.
Organizador Prévio
Para facilitar o processo de aprendizagem e para que esta seja significativa, Ausubel (1980,
2003) recomenda a utilização de organizadores prévios.
Esses organizadores são materiais que contém as informações introdutórios do novo conteúdo
a ser compreendido e que servirão como ponte entre aquilo que o aluno já sabe e o conteúdo a ser
trabalhado. “Os organizadores prévios não são uma visão geral, um sumário ou um resumo, podem
ser um enunciado, uma pergunta, uma situação-problema, uma demonstração, um filme, uma leitura
introdutória, uma simulação.” (MOREIRA, 2011, p. 30).
Os organizadores prévios devem estabelecer conexões explícitas entre o conteúdo a ser
ensinado e os subsunçores dos alunos, de forma que organizem os subsunçores existentes para facilitar
a AS.
Os organizadores podem ser do tipo expositivo ou comparativo. Na ausência de subsunçores
o organizador expositivo poderá orientar sobre o conjunto de informações como forma de iniciar o
conteúdo a ser trabalhado. O organizador comparativo é mais recomendado quando o aluno
conhece um conjunto de informações sobre o conteúdo, pois este exercitará a estrutura cognitiva no
aluno. Moreira (2011) ressalta que os organizadores prévios não são simples comparações
introdutórias, pois devem:
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 17
“1 – Identificar o conteúdo relevante na estrutura cognitiva e explicitar a relevância desse
conteúdo para a aprendizagem do novo material;
2 – Dar uma visão geral do material em um nível mais alto de abstração, salientando as
informações importantes;
3 – Prover elementos organizacionais inclusivos que levem em consideração, mais
eficientemente, e ponham em melhor destaque o conteúdo específico do novo material, ou seja, prover
um contexto ideacional que possa ser usado para assimilar significativamente novos conhecimentos.”
(MOREIRA, 2011, p. 106).
Logo, o objetivo é a aproximação do conteúdo a ser compreendido com os conhecimentos
prévios dos alunos, mas para que a Aprendizagem Significativa ocorra, Ausubel (1980, 2003) cita
que é necessária uma predisposição do aprendiz.
As condições para que ocorra a Aprendizagem Significativa são duas: “1) o material de
aprendizagem deve ser potencialmente significativo e 2) o aprendiz deve apresentar uma
predisposição para aprender.” (MOREIRA, 2011, p. 24).
A primeira condição depende da situação de aprendizagem e requer que o material
escolhido tenha um significado lógico, e que o aprendiz consiga relacioná-lo à estrutura cognitiva
apropriada. “O material pode ser potencialmente significativo e não significativo, pois os significados
estão nas pessoas, não nos materiais.” (MOREIRA, 2011, p. 25). Portanto, o significado ao material
será dado pelo aprendiz e nem sempre este significado será o aceito no contexto da matéria de
ensino.
A segunda condição, Moreira (2011) destaca que talvez seja a mais difícil de ser satisfeita,
já que o novo conteúdo deve ser relacionado de maneira não-arbitrária e não-literal com os
conhecimentos prévios do aprendiz. E para que isso ocorra, o aprendiz deve se predispor a
relacionar, seja diferenciando ou integrando, os novos conhecimentos à sua estrutura cognitiva prévia,
“modificando-a, enriquecendo-a, elaborando-a e dando significados a esses conhecimentos.”
(MOREIRA, 2011, p. 25). E esse ponto depende mais de novas posturas do que novas metodologias.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 18
Assim, cabe ao aluno escolher se deseja aprender significativamente ou mecanicamente, pois segundo
Pontes Neto:
[...] mesmo que o material de aprendizagem possa se relacionar a ideias da
estrutura cognitiva do aluno (subsunçores), substantiva e não arbitrariamente,
não haverá aprendizagem significativa, se houver o propósito de memorizar
ipsis litteris e arbitrariamente as partes componentes desse material, em vez
de se procurar aprendê-lo significativamente. (PONTES NETO, 2006, p. 118).
Referente a avaliação da aprendizagem do aluno dentro do contexto da AS, esta não possui
uma regra específica a ser seguida. Depende mais da postura que o professor adotará diante da
nova metodologia adotada. Ausubel (1980, 2003), neste ponto, é bastante radical. Para ele, é
necessário propor ao aprendiz uma nova situação, completamente desconhecida, fazendo com que
este necessite transformar o máximo possível o conhecimento adquirido. Já Moreira (2011), defende
que situações novas devem ser propostas progressivamente, pois se o aluno que não é acostumado
a enfrentar situações novas, o momento da avaliação parece ser o mais inadequado para que isso
ocorra. “A Aprendizagem Significativa é progressiva, grande parte do processo ocorre na zona
cinza, na região do 'mais ou menos', na qual o erro é normal.” (MOREIRA, 2011, p. 52).
Atividade 2
Utilizando o simulador educacional - Pendulum Motion®, disponível no site:
http://higheredbcs.wiley.com/legacy/college/halliday/0471758019/simulations/sim09/sim0
9.html, realize as tarefas solicitadas.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 19
Tarefa 1: Fixe a aceleração da gravidade em 9,8 m/s², escolha um comprimento para o fio,
escolha uma massa para a bola. Comece a observar o movimento variando o ângulo de inclinação
do menor para o maior grau. Faça uma tabela para anotar os valores escolhidos e para anotar as
alterações que ocorrem ao variar o ângulo.
Tarefa 2: Fixe a aceleração da gravidade em 9,8 m/s², escolha um comprimento para o fio,
escolha um ângulo de inclinação. Comece a observar o movimento variando a massa da bola do
menor para o maior valor de massa. Faça uma tabela para anotar os valores escolhidos e para
anotar as alterações que ocorrem ao variar a massa.
Tarefa 3: Fixe a aceleração da gravidade em 9,8 m/s², escolha uma massa para a bola,
escolha um ângulo de inclinação. Comece a observar o movimento variando o comprimento do fio do
menor para o maior. Faça uma tabela para anotar os valores escolhidos e para anotar as alterações
que ocorrem ao variar o comprimento do fio.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 20
Tarefa 4: Escolha um comprimento para o fio, uma massa para a bola e um ângulo de inclinação.
Comece a observar o movimento variando a aceleração da gravidade do menor para o maior
gravitacional. Faça uma tabela para anotar os valores escolhidos e para anotar as alterações que
ocorrem ao variar a aceleração da gravidade.
Analisando os dados obtidos, responda as questões abaixo para cada uma das tarefas
realizadas.
Questão 1: O que altera no movimento com as mudanças das grandezas físicas?
Questão 2: Observando os gráficos e tabelas, em quais não ocorrem alterações das informações
dadas pelos gráficos?
Questão 3: Com bases nas informações acima o que você pode afirmar a respeito do período
em cada tarefa realizada?
Sistematização do Conhecimento
A apresentação do conteúdo na sua estrutura formal poderá ser realizada antes da atividade
laboratorial, para que os alunos possam formalizar o conhecimento, devido ao fato de que alguns
alunos podem não apresentar, durante a realização do pré-teste, os conhecimentos prévios
necessários para a continuação da aprendizagem de forma significativa. Logo, para ajudá-los a
integrar os novos conhecimentos à sua estrutura cognitiva, ocorre a apresentação do conteúdo, tal
qual é apresentado nos livros didáticos.
A aula permite ainda apresentar o tema MHS de modo a mobilizar as concepções prévias deles
e organizar os subsunçores pertinente ao conteúdo, fazendo com que os alunos diferenciem o
conhecimento científico de outros conhecimentos cotidianos existentes na sua estrutura cognitiva.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 21
A aula também permite relacionar as grandezas físicas (posição; velocidade; aceleração;
período e frequência) com o movimento do Barco Viking, sendo possível comparar a estrutura do
brinquedo com um pêndulo simples.
Oscilações
“Oscilação é uma variação, uma flutuação, uma mudança, é um movimento alternado em sentidos
opostos, é o movimento ora para um lado, ora para outro”.
“Na área da Física, oscilação é quando o movimento de um corpo descreve uma trajetória e a
partir de certo momento começa a repeti-la. Esse movimento de oscilação é chamado de movimento
periódico. Essas oscilações podem ser observadas em pêndulos de relógio, em pontes e em grandes
prédios”.
https://www.significados.com.br/oscilacao/
Período e Frequência
Para compreendermos o movimento oscilatório usamos duas propriedades relacionadas entre si:
Período e Frequência.
Período: é o tempo necessário para que ocorra uma oscilação completa.
𝑇 =∆𝑡
𝑁
No SI sua unidade é o segundo (s), que significa o número de segundos necessários para uma
oscilação se completar.
Frequência: é o número de oscilações que ocorre em determinado intervalo de tempo.
𝑓 =𝑁
∆𝑡
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 22
No SI sua unidade é o hertz (Hz), que significa o número de oscilações que ocorrem em 1 segundo.
O período e a frequência estão relacionados por intermédio do valor de N.
Isolando N nas duas equações obtemos:
𝑓. ∆𝑡 =∆𝑡
𝑇
𝑓 =1
𝑇
Ou
𝑇 =1
𝑓
Movimento Harmônico Simples - MHS
Quando ocorre uma oscilação que se repete com intervalos regulares, dizemos que é um
movimento periódico ou movimento harmônico.
Posição do MHS
Para um movimento descrito acima, o deslocamento 𝑥 da partícula a partir da origem é dado
em função do tempo por:
𝑥(𝑡) = 𝑥𝑚cos (𝜔𝑡 + 𝜙)
Fonte: https://upload.wikimedia.org
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 23
Na qual 𝑥𝑚, 𝜔 e 𝜙 são constantes.
𝑥(𝑡) deslocamento no tempo
𝑥𝑚 Amplitude
𝜔 frequência angular = velocidade angular
𝑡 Tempo
𝜙 constante de fase ou angulo de fase
(𝜔𝑡 + 𝜙) fase
𝑥𝑚: é uma grandeza positiva e depende de como o movimento foi iniciado. O índice m indica o
valor máximo, porque a amplitude representa o deslocamento máximo da partícula em ambos os
sentidos. A função cosseno varia entre os limites ±1; assim o deslocamento 𝑥(𝑡) varia entre os limites
± 𝑥𝑚.
O valor de 𝜙 depende do deslocamento e da velocidade da partícula em t = 0.
Para interpretar a constante 𝜔 usamos o período: 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = cos (𝜔𝑡 + 𝜔𝑇)
Por outro lado, sabemos da Trigonometria, que a função cosseno é uma função periódica:
𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = cos (𝜔𝑡 + 2𝜋) de modo que devemos ter: 𝜔𝑇 = 2𝜋.
Assim a frequência angular é: 𝜔 =2𝜋
𝑇= 2𝜋𝑓.
No SI a unidade para a frequência angular é radianos por segundo (rad/s).
A figura a seguir compara 𝑥(𝑡) para dois movimentos harmônicos simples que se distinguem ou
em amplitude, em período (desta forma em frequência e em frequência angular) ou em fase inicial.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 24
Fonte: Halliday 9ª edição, Volume 2.
Velocidade do MHS
𝑣(𝑡) =𝑑𝑥(𝑡)
𝑑𝑡=
𝑑
𝑑𝑡[𝑥𝑚 cos(𝜔𝑡 + 𝜙)]
𝑣(𝑡) = −𝜔𝑥𝑚𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙)
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 25
Fonte: https://upload.wikimedia.org
𝜔𝑥𝑚 : é chamado de amplitude da velocidade e varia entre ± 𝜔𝑥𝑚.
Aceleração do MHS
𝑎(𝑡) =𝑑𝑣(𝑡)
𝑑𝑡=
𝑑
𝑑𝑡[−𝜔𝑥𝑚𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜙)]
𝑎(𝑡) = −𝜔2𝑥𝑚cos (𝜔𝑡 + 𝜙)
𝜔2𝑥𝑚: é chamado de amplitude da aceleração e varia entre ± 𝜔2𝑥𝑚.
Combinando a equação do deslocamento com a da aceleração obtemos:
𝑎(𝑡) = −𝜔2𝑥(𝑡)
Que é uma característica do MHS.
No MHS, a aceleração é proporcional ao deslocamento, mas com sinal oposto a este, e as duas
grandezas estão relacionadas pelo quadrado da frequência angular.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 26
Fonte: Halliday 9ª edição, Volume 2.
Pêndulo Simples
No pêndulo simples a força restauradora está associada à gravidade.
O Pêndulo Simples consiste em uma partícula de massa 𝑚 suspensa em um fio inextensível e sem
massa, de comprimento 𝐿. A massa é livre para oscilar em um plano. O elemento de inércia nesse
pêndulo é a massa da partícula e o elemento de restauração está na atração gravitacional entre a
partícula e a Terra.
As forças que atuam sobre a massa do pêndulo são as forças �⃗� exercidas pelo fio e a força
gravitacional 𝐹 𝑔, onde o fio faz um ângulo com a vertical. Decompomos 𝐹 𝑔 em uma componente
radial 𝐹𝑔. 𝑐𝑜𝑠𝜃 e uma componente 𝐹𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃, que é a tangente da trajetória descrita pela massa.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 27
Fonte: http://www.ebah.com.br
A componente tangencial produz um torque restaurador em torno do ponto de pivô do pêndulo,
pois ela sempre atua em sentido oposto ao deslocamento da massa de modo a trazê-lo de volta à
sua posição central. Esta localização é chamada de posição de equilíbrio ( = 0), pois o pêndulo
ficará em repouso nela se não estiver oscilando.
Como:
𝜏 = 𝐹𝑥𝑑
𝜏 = −𝐹𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝐿
𝜏 = −𝐿. 𝐹𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃
Onde o sinal negativo indica que o torque atua para reduzir , e 𝐿 é o braço de alavanca da
componente da força 𝐹𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃 em torno do ponto de pivô.
A segunda lei de Newton para rotação nos dá:
𝜏 = 𝐼. 𝛼(𝑡)
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 28
Onde 𝛼 é a aceleração angular em torno desse ponto.
Também sabemos que a força gravitacional é:
𝐹𝑔 = 𝑚.𝑔
Ao juntarmos tudo, obtemos:
𝐼. 𝛼(𝑡) = −𝐿.𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃
O momento de inércia 𝐼 do pêndulo em torno do pivô é dado por:
𝐼 = 𝑚. 𝐿²
Ao substituirmos na equação, temos:
𝑚. 𝐿2. 𝛼(𝑡) = −𝐿.𝑚. 𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝐿. 𝛼(𝑡) = −𝑔. 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝛼(𝑡) = −𝑔
𝐿. 𝑠𝑒𝑛𝜃
Se supusermos que o angulo é pequeno, de modo que 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≈ 𝜃 (em radianos), obtemos:
𝛼(𝑡) = −𝑔
𝐿𝜃(𝑡)
Esta equação é característica do MHS, pois diz que a aceleração angular 𝛼(𝑡) do pêndulo é
proporcional ao deslocamento angular 𝜃, mas com sinal oposto. O movimento de um pêndulo simples
oscilando apenas com pequenos ângulos é aproximadamente um MHS.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 29
Por analogia temos:
𝑎(𝑡) = −𝜔2𝑥(𝑡)
então:
𝛼(𝑡) = −𝜔2𝜃(𝑡)
𝛼(𝑡)
𝜃(𝑡)= −𝜔2
Comparando as equações acima com:
𝛼(𝑡) = −𝑔
𝐿𝜃(𝑡)
𝛼(𝑡)
𝜃(𝑡)= −
𝑔
𝐿
−𝑔
𝐿= −𝜔2
𝜔 = √𝑔
𝐿
Como:
𝜔 =2𝜋
𝑇
Teremos:
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 30
2𝜋
𝑇= √
𝑔
𝐿
𝑇 = 2𝜋.√𝐿
𝑔
Pêndulo simples; pequenas amplitudes.
Por que pequenos ângulos? *
Escrever 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≈ 𝜃 significa tomar, implicitamente, 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≈𝑥
𝐿. Esse resultado é verdadeiro para
𝜃 pequeno e em radianos. Para entender o porquê dos radianos deve-se considerar que, por
definição, o ângulo entre dois segmentos de reta é dado em radianos pelo seguinte procedimento:
com centro no ponto de cruzamento dos segmentos de reta, traça-se um arco de circunferência entre
esses segmentos com raio 𝑅 qualquer. Então, medindo-se o comprimento 𝑆 do arco, o ângulo
procurado é definido por 𝜃 =𝑆
𝑅. Assim, voltando ao pêndulo simples, para ângulos pequenos, o arco
de circunferência que representa a trajetória da partícula se confunde com o segmento de reta de
comprimento 𝑥.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 31
Fonte: ufrb.edu.br/pibid/documentos/category/63-ondas-e-som?download=234:ondas
E podemos escrever, pela definição de ângulo em radianos, 𝜃 ≈𝑥
𝐿. Assim, 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≈ 𝜃 ≈
𝑥
𝐿., que
é a expressão usada.
Por outro lado, escrevendo 𝜃 ≈𝑥
𝐿 estamos aproximando o arco de circunferência que constitui
a trajetória da partícula por um segmento de reta. Este procedimento é tão mais exato quanto menor
for a amplitude do movimento da partícula. Em termos matemáticos, aproximar o arco pelo segmento
de reta significa tomar o seno do ângulo entre o fio e a vertical como o próprio ângulo (em radianos).
* Texto adaptado de: ufrb.edu.br/pibid/documentos/category/63-ondas-e-som?download=234:ondas
Aplicação do Conhecimento
A atividade laboratorial ocorre para oportunizar aos alunos a aplicação do novo conhecimento.
Tem como objetivos a análise e reflexão, diferenciação, seleção, comparação, verificação das
grandezas físicas do MHS e a determinação da aceleração da gravidade.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 32
A atividade laboratorial também permite avaliar se há contribuições do uso do simulador
educacional para uma melhor compreensão dos conceitos físicos durante os procedimentos
experimentais.
Os alunos devem receber as orientações para a manipulação do equipamento e a coleta de
dados. No entanto, cabe aos alunos analisar, comparar, aferir e mensurar as variáveis manipuláveis,
bem como expor sobre os novos conhecimentos de forma significativa.
O experimento deve utilizar as mesmas orientações do simulador educacional, de modo que
permita a verificação do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e como estes têm sua
estrutura cognitiva modificada.
Atividade 3
Tarefa 1: Escolha um comprimento para o fio, escolha uma massa para a bola. Comece a
observar o movimento variando o ângulo de inclinação do menor para o maior grau. Faça uma
tabela para anotar os valores escolhidos e os períodos para os diferentes ângulos. Obtenha os
ângulos utilizando o teorema de Pitágoras.
Tarefa 2: Escolha um comprimento para o fio, escolha um ângulo de inclinação (pequeno ângulo).
Comece a observar o movimento variando a massa da bola do menor para o maior. Faça uma tabela
para anotar os valores escolhidos e os períodos para as diferentes massas.
Tarefa 3: Escolha uma massa para a bola, escolha um ângulo de inclinação (pequeno ângulo).
Comece a observar o movimento variando o comprimento do fio do menor para o maior. Faça uma
tabela para anotar os valores escolhidos e os períodos para os diferentes comprimentos.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 33
Analisando os dados obtidos, responda as questões abaixo para cada uma das tarefas
realizadas.
Questão 1: O que altera no movimento com as mudanças das grandezas físicas?
Questão 2: Calcule o período utilizando a equação física e compare com o período obtido por
meio do experimento realizado. Comente sobre as possíveis causas das diferenças e verifique o erro
percentual.
100(%) xT
TTE
Cal
CalExp −=
Questão 3: Com os dados coletados, encontre a aceleração da gravidade em cada tarefa e
verifique o erro percentual, sabendo que a aceleração da gravidade local é 9,8 m/s².
100(%) xg
ggE
Exp −=
Questão 4: Escreva as equações do movimento (posição, velocidade e aceleração) a que o
experimento obedece. As constantes devem estar citadas nas equações.
Avaliação
Para poder avaliar se há ou não a AS, ou seja, se de fato ocorre a construção do conhecimento,
é necessário realizar o pós-teste. Desta forma é possível comparar se a sequência didática
elaborada contribuiu para a formação dos conceitos científicos do aluno de forma significativa.
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 34
A escolha de aplicar somente a primeira pergunta se justifica por ser uma questão aberta, que
envolve todos os conceitos trabalhados, e por permitir verificar se há ou não a assimilação de
conceitos relevantes, ou seja, se há a construção do conhecimento.
Atividade 4
6) Questão: Retornando para as questões com o Barco Viking, quais são as relações físicas
discutidas em aula que ocorrem no movimento de oscilação do barco? Qual o tipo de movimento
executado pelo Barco Viking? Descreva, nos pontos A, B e C, o que ocorre. Explicar onde se observam
essas relações.
A
Fonte *
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 35
B
Fonte **
C
Fonte***
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 36
AGUIAR, Eliane Vigneron Barreto; FLÔRES, Maria Lucia Pozzatti. Objetos de Aprendizagem: conceitos
básicos. In: TAROUCO, Liane M. R. et al (Org). Objetos de aprendizagem: teoria e prática. Porto
Alegre: Evangraf, 2014. Cap. 1.
ANDERSON, L. W. et. al. A taxonomy for learning, teaching and assessing: a revison of Bloom’s
Taxonomy of Educational Objectives. Nova York: Addison Wesley Longman, 2001. 336 p.
ANGOTTI, José André Peres. Livro Digital: Metodologia e Prática de Ensino de Física. Florianópolis
SC: LANTEC Virtual Books, 2015. Disponível em: <http://ppgect.ufsc.br/outras-publicacoes/> Acesso
em: 21 mai. 2017.
AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa,
Plátano, 2003. Edições Técnicas. Tradução do original The acquisition and retention of knowledge,
2000.
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Tradução de Eva Nick e outros.
Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J.A.P. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 2000.
REFERÊNCIAS
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
Página 37
MOREIRA, M. A., MASINI, E. F. Aprendizagem significativa – a teoria de David Ausubel. São Paulo:
Moraes, 1982.
MOREIRA, Marco Antônio. Aprendizagem Significativa: a teoria e textos complementares. Ed.:
Livraria da Física: São Paulo 2011.
MOREIRA, Marco Antônio. Aprendizagem significativa, organizadores prévios, mapas conceituais,
diagramas V e unidades de ensino potencialmente significativas. Pontifícia Universidade Católica
do Paraná, 2013.
MOREIRA, Marco Antônio. Organizadores prévios e aprendizagem significativa. Revista Chilena de
Educación Científica, ISSN 0717-9618, Vol. 7, Nº. 2, 2008, p. 23-30.
MOREIRA, Marco Antônio. O Que É Afinal Aprendizagem Significativa? Aula Inaugural do
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais, Instituto de Física, Universidade
Federal do Mato Grosso, Cuiabá, MT, 23 de abril de 2010. Aceito para publicação, Qurriculum, La
Laguna, Espanha, 2012.
PONTES NETO, José Augusto da S. Teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel:
perguntas e respostas. Série-Estudos. Periódico do Mestrado em Educação da UCDB, Campo
Grande – MS, n. 21, p. 117-130, jan./jun. 2006.
Endereço Eletrônico do Simulador Pendulum Motion®:
<http://higheredbcs.wiley.com/legacy/college/halliday/0471758019/simulations/sim09/sim09.h
tml> Acesso: 14/07/2017
Capa: <https://pixabay.com>
* https://sc01.alicdn.com/kf/HTB15R3fHVXXXXbraXXXq6xXFXXXN/China-suppliers-kid-s-outdoor-
pirate-ship.jpg
** http://www.fotolog.com/betocarreroworld/31930558/#profile_start
*** https://i.ytimg.com/vi/KOGrW3trQHo/hqdefault.jpg
top related