paixão de verdade
Post on 03-Aug-2015
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Quando a troca é intensa.Quando a troca é intensa.
Texto de Renato Cardoso.
Depois de um casamento terminado por absoluta falta de entendimento
entre os dois, decidi passar pelo menos uns dois anos sem um compromisso mais sério. Desses no qual não se
juntam as escovas de dente.
Decidido, passei a curtir a liberdade, um namorico aqui, um caso um pouco
mais assumido ali, muitas festas, botecos, algumas viagens e o desfrutar do
prazer na máxima intensidade.
Não exigia muito, cobrava quase nada e também não permitia que me fossem
feitas cobranças sem sentido. Sempre deixando claro que o relacionamento
era sem maiores compromissos e isso
bastava.
Não foi uma fase difícil quanto ao encontro de quem também quisesse esse modelo de
relacionamento... nesses padrões. Casais com passados traumáticos
são muitos hoje em dia.
Claro, não havia cobrança, mas havia um certo respeito. Mas não respeito ao
relacionamento em si e sim respeito à pessoa com a qual se apresentava
qualquer daqueles dois que, aos olhos dos curiosos, pareciam dois seres apaixonados.
Parece impossível, mas isso é comum em casais mais adultos, com situações muito mais complicadas a resolver do que um simples cruzar de pernas um
pouco mais descuidado, pelo qual tenha sido possível o jovem da mesa ao lado
ver a cor da calcinha da parceira.
Bom quando as coisas chegam a esse ponto. Aí é possível curtir o prazer do relacionamento saudável, mesmo que
com certa dose de paixão.De vez em quando se ensaia uma cena
qualquer apenas para dar um calor maior à relação. Mas tudo se resolve mais
tarde, nas trocas de toques e carinhos, na intimidade.
Confesso que fui vivendo assim, com relações comedidas por um
bom tempo, até que chegou alguém, com aquele cheiro que meu olfato buscava, com aquela alegria que minha solidão sentia
falta e com aquela voz mansa que meus ouvidos tanto
reclamavam.
Bem feito pros dois, porque era evidente que a recíproca se
apresentava verdadeira.Aquela relação foi diferente,
naquela relação não havia passos medidos, atitudes previstas e
tudo se transformou em impulsos, em ações incontidas e
reações inesperadas.
Um barzinho, um violão, a companhia dos amigos já não eram mais suficientes e a
necessidade de permanências intermináveis a sós se mostrava cada vez
mais necessária.Adultos, com vidas financeiras resolvidas,
a seqüência de oportunidades para satisfazer aquelas necessidades intensas e
intermináveis eram cada vez mais constantes.
Aí, como é próprio de situações nas quais a paixão se faz presente,
oportunidades começaram a surgir e os ambientes se multiplicavam, para e como ingredientes de uma vivência
intensa de paixão irresistível e inevitável. Foram cruzeiros marítimos...
...foram viagens intermináveis e os pensamentos dos dois só se voltavam para um canto onde
fosse possível a troca de toques e beijos e juras e carícias
sensuais, culminando com o prazer indescritível daquilo muito
mais belo e prazeroso do que tenta expressar a palavra
orgasmo.
E umas férias ao menos foram inesquecíveis, em Bora Bora, na
Polinésia Francesa.Ali o amor é inevitável, e quando
ele já existe, inevitável é sua maior intensidade de vivência e experiências ,que o valorizem
ainda mais. Foram os dias da entrega total,
do prazer maior.
Ali foi possível viver as fantasias que sempre surgiam, quando
estávamos no ápice da troca de toques visando o prazer mais íntimo e mais intenso... em oportunidades anteriores.
Ali foi possível cometer o pecado maior dos prazeres da carne. Mas aquele pecado do qual não pode haver arrependimento,
porque foi ele responsável por uma felicidade sem igual.
Talvez aquele só conhecido por amantes de verdade.
Pecado? Irresponsabilidade? Falta de juízo?
Por muito tempo me cobrei postura nos contatos com
alguém que compartilhasse comigo um quarto maravilhoso
com vistas para o mar.
Resolvera não mais falar e escrever sobre aquilo que os pudicos chamam de
“prazeres da carne”.Mantive assim meu comportamento,
especialmente aos olhos e ouvidos dos filhos já adultos e com suas vidas íntimas em plena atividade. Eles já sabem do que
se trata, pensava eu.
Mas aquela viagem, pelo menos aquela viagem tinha que ser descrita. Aquela
paixão tinha que ser contata pra alguém... seus momentos precisavam ser compartilhados apenas para inflar
meu ego, que passara tanto tempo contido a umas ações programadas por um comportamento auto-imposto, por
opção
Em Bora Bora é impossível não se trocar carinhos... dos mais
simples aos mais intensos.Não tem como não se chegar ao prazer máximo com toda aquela beleza natural a nos estimular.
E foi assim que passei a definir a paixão... vivida por poucos e buscada pela maioria.
Paixão é quando tudo acontece em conspiração: o casal perfeito, um para o outro, o ambiente, a música, a inspiração, a vontade, a necessidade, o prazer sendo pesquisado e,
quando se chega a ela com todos os ingredientes, ... a consagração!
E Bora Bora ficou para mim como palco da grande vivência apaixonada de minha
vida.Lá, definem os nativos, tudo foi feito
para a mais completa vivência do amor, com todas suas reações naturais
(pecaminosas ou não).
Ali foi possível cometer o pecado maior dos prazeres da carne. Mas aquele pecado do qual
não pode haver arrependimento (e nem acredito que seja pecado), porque, quase
sempre, é ele responsável por uma felicidade sem igual.
Talvez aquela só conhecida por amantes de verdade.
E quando se vive uma relação assim, tudo parece acontecer
conforme nossa vontade.Chega-se na hora certa, fala-se a palavra certa, tem-se a resposta
adequada.
Amantes que vivem a grande paixão fazem com que percamos
a hora, façamos loucuras morramos de amor.
A partir dessa constatação, mudei completamente meu foco de vida e passei a curtir cada minuto da vida. Passei a valorizar os segundos, um
telefonema, um aceno por simples que seja.
Com essa mudança radical em minha vida, vi como fomos feitos para o amor... para a
vida em amor.Amando, nos entregamos melhor à vida e distribuímos mais fácil esse amor a todos
que nos circulam. Amando, ficamos melhores e sentimos que somos melhor
aceitos.
Amando, ficamos leves e fluímos com nossos pensamentos.E nossas ações se dão focando a pretensa disseminação do
sentimento mais apropriado a nós, humanos mortais.Amando, contaminamos com nossa felicidade.
Amando, queremos amar mais e precisamos ainda maisdesse sentimento puro e indispensável, que é o próprio amor!
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Texto e apresentação por Renato Cardoso
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